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Síntese do documentário “Estamira”

Aluna: Hannah Rafael Gouveia – 7 Período (Manhã)


Professor: José Brasileiro

O documentário retrata um pouco da história de vida, reflexões e ideias de Estamira


dentro da sua realidade morando no aterro sanitário de Jardim Gramacho, RJ. Estamira
na época (2005), era moradora e catadora de lixo, vivia lá há mais de 20 anos com um
quadro de psicose e depressão grave. Apesar das condições extremas, ela dizia que
trabalhar lá era a coisa que mais gostava de fazer na vida, trabalhar e manifestar a
verdade aos seus colegas. Gostava muito de cuidar de todos, pessoas e animais, e passar
seus ensinamentos acerca da modernidade e o papel que o homem se coloca neste
cenário. Ela critica como as pessoas fecham os olhos para pessoas como ela, à margem
da sociedade e que ninguém é inocente, mas muitos fingem. Chama o aterro de
“depósito dos restos” mas que as vezes não tem apenas restos, também tem descuido,
uma outra crítica sua, onde julga a sociedade a partir da volatilidade das coisas, que
tudo virou descartável, as pessoas não cuidam para algo durar, mas que logo descartam
e substituem, e parando pra analisar, essa reflexão não é apenas sobre objetos.
Entretanto, a vida de Estamira nem sempre foi essa. Ela já foi casada e morava em
Cuma casa com seus filhos e marido. Era um relacionamento conturbado, com muitas
traições e violência, até que decidiu se separar. A depressão falada anteriormente, ela
própria diz ser imensa e sem cura, e está diretamente relacionada aos traumas sexuais
que seu avô lhe envolveu na infância. Algo da ordem do subjetivo de Estamira foi
roubado, deixando marcas.
Logo no começo do filme Estamira afirma não ser comum. Diz ser superior, de outra
ordem, divina, melhor que Deus, que seus filhos e juntamente com um discurso solto,
com algumas incoerências e palavras rebuscadas se coloca num lugar (este que não
existe) de quem tem A Resposta, A Verdade. Estamira diz que sua missão na terra é
revelar a verdade, propagar o que sabe a qualquer custo e que a solução para este mundo
é a aniquilar a população e recomeçar uma nova.
Parando para analisar a situação Psicopatológica da protagonista, Estamira tem um
quadro psicótico com algumas ideias de grandiosidade e alucinações. Algumas
colocações dela evidenciam os delírios e alucinações presentes na Esquizofrenia
Paranóide, como ao se referir ao controle remoto, cujo dono, o “trocadilho” seria uma
divindade do mal que estaria contra ela. Ela diz “O trocadilho é tão maldoso que se
mete com a minha carne sanguínea”. O controle remoto estaria dentro odo seu corpo e
algumas vezes lhe provocaria mal estar e dor.
Estamira faz acompanhamento médico e toma medicamentos, porém diz que os
remédios deixam seus pensamentos inquietos e se queixa de alguns efeitos colaterais,
como tristeza, fadiga, dentre outros efeitos esperados no tratamento da Esquizofrenia,
pois algumas drogas dificultam a modulação do humor e podem causar alguns sintomas
somáticos como a secura na boca relatado por ela.

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