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ATIVIDADE ESTRA CLASSE – DISCIPLINA SEMIOLOGIA FACILITADORA: SANDRA

MOREIRA DOS SANTOS SILVA PSICANALISTA CLÍNICA E DIDÁTA ESPECIALISTA


EM NEUROPSICOLOGIA PROPOSTA
ALUNA: EDMARA DE LIMA MALTEZ

NOTA NO FINAL DA PÁGINA

PROPOSTA: Analisar os significantes que compõem a tessitura da trama através da


trajetória da personagem destacando e comentando:

1-Identificar signos que revelam estereótipo de uma grande parte da sociedade que
costuma sofrer preconceito:

Imagem do corpo físico:


Cor da pele:
Pobreza -

Dor alheia – “Preciosa escreve um diário e imagina a vida que queria ter.”

2- Logo no início do filme, pode-se ter alguma impressão superficial sobre Preciosa, quais
seriam os signos que podem caracterizar tal impressão inicial?

Rebeldia “frases agressivas” e “gestos agressivos na escola”; Ilusão “de o professor que
está apaixonado por Preciosa”; Passividade em relação ao comportamento dos pais
“fazendo a comida em casa e o estupro do pai”; Alucinação constante (negação do
estupro).

3- Porém, no desenrolar da película, observa-se que esta menina é a cima de tudo uma
vítima. Quais signos representam esta condição?

Produção do desejo está ligado aos mecanismos de defesa que vai aparecendo nas
cenas.
Signos do reprimido e recalcado:
a) O trauma do estupro de bebê até a adolescência com geração de filhos;
b) Recalque e defesa quase equivalentes: primeiras marcas fortes : violência física
e Psicológica;
c) Devaneios diurnos com as várias cenas em que Preciosa se “transporta” da
realidade por meio da ilusão e fantasia que a tira da realidade daquele momento.

Ao ser violentada, Preciosa faz uso da ilusão e fantasia para recalcar e reprimir o
afeto desconcertante acompanhado de uma representação. Como o inconsciente é
atemporal, ao ser novamente violentada o afeto que ela recalcou é atualizado no
momento em que esse afeto representativo de dor e indiferença ao que ela sente é
atualizado e retoma à ilusão e à fantasia com cenas de admiração e sem dor. Torna-se
algo presente e intenso em sua consciência. MUITO BOM!!!

4- Citar signos pejorativos da linguagem (o linguajar da personagem);

Na presença da negatividade na linguagem cotidiana a que Preciosa desde


pequena é habituada a ouvir, bem como comunidade local e ambiente escolar colocam
expressões com forte ligação à violência física que causa dor e punição uma forma de
Preciosa defender-se do “Amor”, já que o amor que deveria existir em seu lar é
inexistente, pois está ligado a dor.
Para Freud essa negatividade seria “uma consistência psíquica desprovida de
julgamento de valor”. (p. 21). Signos Pejorativos encontrados: “a mãe fala que não sei
dançar, ninguém quer ver minha bunda gorda mesmo”; “eu tô ferrada”; “sou a gorda
feira e preta pra se jogar fora”.
A expressão “mongo”, usada pela família, como abreviação depreciativa de
Mongoloide para quem tem a Síndrome de Down MUITO BOM!!!

5- Nos fluxos de pensamentos ou monólogos interiores Preciosa demonstrava baixa auto


estima. Destacar os signos representativos dessa condição da personagem;

“Tem sempre um treco em meu caminho”; “ai meus pensamentos voltam para a
terra”. Preciosa considera a necessidade de ignorar os fatos, mas sempre se vê em
situação que a lembre que os outros a maltratam. OK
6- Destacar símbolos de bullying.
O Bullyng no meio educacional: entre os colegas como isolamento, deboches, piadas.
O Bulling e na sociedade: xingamentos e piadas, libertinagens, humilhações.
O Bulling familiar: a intimidação e ameaça verbal e maus tratos como elemento da
violência doméstica, denegrir a imagem física e moral, manipulação durante o ato violento
sexual do incesto.
A Síndrome de Down – a filha era chamada de “mongo” abreviação de Mongoloide. OK

7-Destacar signos representativos de menosprezo e abandono sofridos por Preciosa.

A Cena de Preciosa no momento de dar à luz onde sua mãe a expulsa de casa; todos os
momentos do estupro pelo pai (abandono e menosprezo da mãe), inclusive na fase oral
ainda dela bebê (quando a mãe confessa muito depois que os abusos começaram cedo e
que não fez nada para impedir). MUITO BOM!!!

8- “O recalcamento primordial é um significante, e o que se que edifica por cima, para


constituir o sintoma, podemos sempre considerá-lo como um andaime de significantes”
(LACAN ). Levando-se em consideração essa afirmativa de Lacan, quais características
apresentadas no comportamento de Preciosa demonstram índices desse recalcamento
primordial ou trauma?

O refúgio constante por meio fantasias narcísicas e eróticas em momentos de profunda


dor Psíquica e física. As forças pulcionais usadas na criação das cenas imaginárias em
Preciosa não lhe dão condições para representações simbólicas e a compreensão de
seus significados, pois ela não está em análise. Ela busca meios de fugir da dor
Psíquica com: constantes interrupções (fantasias) e Mecanismos de defesa (Formação
reativa, Transferência, como a ideia de que “professor gosta de mim” e outras situações
presentes no filme). MUITO BOM!!!

9-Identificar um fenômeno epifônico, ou seja, uma epifania que ocorre diante de um fato
do cotidiano ou uma lembrança aparentemente banal que desencadeia na personagem
uma viagem ao próprio interior, uma revelação que lhe produz uma reflexão diante do
confronto da personagem com uma nova forma de perceber um ponto de vista que lhe foi
incutido por outro. Ali, naquele momento, Preciosa passa a ter outra visão da realidade. É
realmente um instante de profunda luminosidade dentro da narrativa.

A briga com a mãe foi um divisor de águas: “eu não roubei o seu homem, eu fui
estuprada”. A partir desse movimento ela entende que não é culpada e que foi vítima e
decide não mais ser. A partir daí ela se aceita fora da violência e mantém seu foco na
vida, apesar. “tem gente que tem uma luz que brilha pro outros. Acho que umas estiveram
num túnel e nesse túnel a única luz que tinha tava dentro dela. E ai mesmo tendo
escapado do tal túnel, elas ainda brilham pra todo mundo. Pá mim essa é a dona...”.
(Preciosa em pensamento enquanto ouve a professora falar de sua relação com a mãe).

Preciosa entende que o processo pode ser doloroso em alguns momentos, mas se dispõe
a se amar e valorizar suas forças dia após dia “ainda tenho um caminho, quero ter meu
apartamento”.

“a mãe, o pai, a escola antiga, a avenida...., tudo parece um sonho ruim...Eu queria ter
começado aqui, mas com o Abdul. Vou pegar a ‘Mongo também” (não parece depreciativa
para Preciosa o apelido da filha, ela a chama assim mostrando um significante diferente
dos demais e não se incomoda em chamar a filha assim. MUITO BOM!!!

Vem o diagnóstico do HIV e vários insights fazem que seu desabafo no filme seja o
momento mais “forte” de administrar. A Transferência se faz ali de forma espontânea de
coisas que ela nunca pode dizer. “ninguém me ama. Não mente pra mim... amor não fez
nada por mim. O amor me machucou, me estuprou, me chamou de animal, fez eu me
sentir inútil, me deixou doente. O Pai que

10_ Coloca-se claramente no filme que Preciosa é possuidora de uma imaginação muito
frutífera. Tal imaginação mostrar-se como um dos mecanismos de defesa e grande parte
da fonte de sua forte resiliência para a difícil estrutura familiar na qual se encontra
inserida. Para os momentos de dor física ou negação de sua personalidade Preciosa se
coloca em estado de ‘absence’ de acordo com Freud um estado de ausência da
consciência ou fantasia. Em quais situações isso acontece?
Nos momentos de Estupro pelo pai; quando derrubada xingada por adolescentes na rua;
As representações que ela cria evita que sua consciência permaneça em acesso a
representações desconfortáveis como a ideia que o “Incesto” seria culpa do pai e da mãe,
suas referências de “amor” que machuca e não deveria machucar”. MUITO BOM!!!

NOTA: 10,0

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