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ESTADO DE GOIÁS
SECRETARIA DA SEGURANÇA PÚBLICA
CORPO DE BOMBEIROS MILITAR
SUMÁRIO
1 Objetivo
2 Aplicação
3 Referências normativas
4 Definições
5 Procedimentos
Norma Técnica n. 24/2007 – Sistema de Resfriamento para Líquidos e Gases Inflamáveis e Combustíveis
1 OBJETIVO 4 DEFINIÇÕES
Esta Norma Técnica estabelece as condições Para os efeitos desta Norma Técnica, aplicam-se
necessárias para segurança contra incêndio, as definições da Norma Técnica n. 03 –
exigências e práticas recomendadas para a Terminologia de segurança contra incêndio.
elaboração de projetos de sistemas de
resfriamento com água.
5 PROCEDIMENTOS
2 APLICAÇÃO 5.1 O resfriamento pode ser realizado por meio
de:
2.1 Esta Norma Técnica aplica-se às edificações a) Linha manual com esguicho regulável;
e áreas de risco destinadas à produção, b) Canhão monitor manual ou automático;
manipulação, armazenamento, transferência e c) Aspersores fixos.
distribuição de gases e líquidos inflamáveis e
combustíveis, relacionados a: 5.2 O armazenamento em tanques subterrâneos
a) Destilaria, refinaria e unidade de proces- não necessita de proteção contra incêndio
samento; através de resfriamento.
b) Plataforma de carregamento, estação de
carregamento e envasamento de gás li- 5.3 Para o projeto dos sistemas de proteção,
quefeito de petróleo (GLP); consideram-se dois conceitos fundamentais:
c) Parques de tanques ou tanques isolados; a) Dimensionamento pelo maior risco isola-
d) Armazém e áreas destinadas a líquidos e do;
gases combustíveis e inflamáveis, acon- b) Não-simultaneidade de eventos, isto é, o
dicionados em recipientes transportáveis. dimensionamento deve se feito basean-
do-se na ocorrência de apenas um incên-
dio.
3 REFERÊNCIAS NORMATIVAS
5.4 Independentemente das facilidades de
Para compreensão desta Norma Técnica é combate ao fogo, grupos de vasos com
necessário consultar as seguintes normas: espaçamento horizontal inferior a 7,5 m devem
ser considerados como único risco.
Instrução Técnica n. 24/2004 – CBPMESP.
5.5 Cada quadra de unidade de processo
NBR 7505/00 – Armazenagem de petróleo, seus constitui um risco isolado.
derivados líquidos e álcool carburante.
5.6 O suprimento deve ser baseado em uma fonte
NBR 13860/97 – Glossário de termos inesgotável (mar, rio, lago) o qual deve ser capaz
relacionados a segurança contra incêndios. de demanda de 100% da vazão de projeto em
qualquer época do ano ou condição climática. Na
NB 98/66 - Armazenamento e manuseio de inviabilidade desta solução, deve ser previsto um
líquidos inflamáveis e combustíveis. reservatório com capacidade para atender à
demanda de 100% da vazão de projeto durante o
Petrobrás, N-1203 D, julho de 1997 – Projetos de período de tempo descrito abaixo:
sistemas fixos de combate a incêndio com água e a) 6 horas para refinarias, terminais, bases
espuma. de distribuição e outras instalações com
capacidade de armazenamento de petró-
Petrobrás, N-1645 D, dezembro de 1999 – leo e derivados igual ou superior a 40000
Critérios de segurança para projetos de m3;
instalações fixas de armazenamento de gás b) 4 horas para parques de tanques ou ou-
liquefeito de petróleo. tras instalações com capacidade entre
10000 m3 e 40000 m3;
NFPA-15 – Standard for Water Spray Fixed c) 3 horas para parques de armazenamento
Systems for Fire Protection – Edição 1996. de GLP sob pressão, em esferas e cilin-
dros, plataforma de carregamento, esta-
ção de carregamento e envasamento
com qualquer capacidade e em qualquer
tipo de instalação. Os casos particulares
tratados nesta NT devem atender às res-
pectivas autonomias estabelecidas;
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Norma Técnica n. 24/2007 – Sistema de Resfriamento para Líquidos e Gases Inflamáveis e Combustíveis
d) 2 horas para parques de tanques, tan- e a outra movida com motor à explosão (não-su-
ques isolados ou outras instalações com jeita a automatização); ambas as bombas deve-
capacidade entre 1000 m3 e 10000 m3; rão possuir as mesmas características de vazão e
e) 1 hora para parques de tanques, tanques pressão. Outros arranjos de bombas de incêndio
isolados ou outras instalações com capa- aceitáveis são: duas bombas de incêndio elétricas
cidade entre 120 m3 e 1000 m3; principais alimentadas por um grupo moto gera-
dor automatizado, com autonomia mínima de 6
f) 45 min para parques de tanques, tanques
horas de funcionamento, ou duas bombas de in-
isolados ou outras instalações com cêndio com motor a explosão (podendo uma de-
capacidade entre 50 m3 e 120 m3; las ter acionamento manual).
g) 30 min para parques de tanques, tanques
isolados ou outras instalações com 5.6.7.1 Será permitida a instalação de uma única
capacidade entre 20 m3 e 50 m3. bomba para locais que contenham tanques de ar-
mazenamento com capacidade máxima de 120
5.6.1 Para o cálculo do volume do reservatório, m3.
deve ser considerada a capacidade de
armazenamento do maior risco isolado. 5.7 Hidrantes e canhões monitores
5.6.1.1 Nos casos citados no Item 5.6, letras a, b, 5.7.1 Em todos os locais em que haja risco de
c, se o abastecimento do reservatório for simultâ- vazamento ou derrame de produto devem ser
neo ao incêndio, o seu volume poderá ser reduzi- previstos hidrantes.
do proporcionalmente às condições deste abaste-
cimento desde que o volume mínimo do reserva- 5.7.2 Os hidrantes devem ser instalados em lo-
tório atenda à demanda para 120 min. No caso de cais de fácil acesso, mesmo que haja necessida-
reabastecimento por bombeamento, as bombas e de de estender uma derivação da rede principal.
os respectivos acionadores devem atender aos
mesmos requisitos das bombas principais de 5.7.3 A quantidade mínima de linhas de resfria-
combate a incêndio. mento e canhões monitores deve ser calculada
em função da demanda de água de combate a in-
5.6.2 A água usada no sistema em operação cêndio. No caso de utilização de anéis de resfria-
pode ser sem tratamento e doce ou salobra. mento nos tanques, esta demanda pode ser aba-
tida da vazão total para dimensionamento da
5.6.3 O sistema deve ficar pressurizado com água quantidade de hidrantes, devendo ser previsto
doce, a fim de evitar-se a rápida formação de in- pelo menos uma linha ou canhão para cada tan-
crustações e corrosão. que vizinho, e simultaneamente duas linhas ou
canhões para o tanque em chamas, considerando
5.6.4 No caso de material sólido em suspensão, o cenário do cálculo hidráulico.
deve ser previsto dispositivo para a retenção das
impurezas e limpeza das linhas sem interrupção 5.7.3.1 Após a definição do cenário de combate a
do abastecimento. incêndio pelo maior risco, o dimensionamento do
sistema hidráulico deve levar em consideração o
5.6.5 Para cálculo do suprimento de água, deve funcionamento simultâneo de todas as linhas ma-
ser adotado o valor correspondente ao maior nuais e canhões monitores necessários para
risco para: atender à demanda de água para o sistema de
a) Resfriamento de unidade de processo; resfriamento. O projetista deve levar em conside-
b) Resfriamento de um tanque atmosférico ração também o sistema de proteção por espuma
em chamas e dos tanques vizinhos; de acordo com a Norma Técnica n. 25.
c) Aplicação de espuma e resfriamento de
um tanque, bem como o resfriamento dos 5.7.4 Em bacias com capacidade de armazena-
tanques vizinhos; mento até 35000 m3, a distância máxima entre hi-
d) Resfriamento de vasos de pressão para o drantes deve ser de 60 m, e localizadas de tal for-
armazenamento de gases liquefeitos. ma que o comprimento de mangueira seja de no
máximo 60 m.
5.6.6 Para a aplicação de espuma, consultar a NT
25 – Sistema de proteção por espuma. 5.7.5 Em bacias com capacidade de armazena-
mento superior a 35000 m3, a distância máxima
5.6.7 No(s) dimensionamento(s) da(s) bomba(s) entre hidrantes deve ser de 100 m, e localizadas
de incêndio dos hidrantes que atenderem a siste- de tal forma que o comprimento de mangueira
mas de resfriamento de líquidos e gases combus- seja de no máximo 90 m.
tíveis ou inflamáveis, será obrigatória a instalação
de duas bombas de incêndio, sendo uma elétrica
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Norma Técnica n. 24/2007 – Sistema de Resfriamento para Líquidos e Gases Inflamáveis e Combustíveis
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Norma Técnica n. 24/2007 – Sistema de Resfriamento para Líquidos e Gases Inflamáveis e Combustíveis
de linhas manuais ou canhões monitores. costado do tanque vizinho. Para tanque de teto
5.10.3 Para efeito de cálculo, são considerados flutuante, não deverá ser considerada a área do
vizinhos os tanques que atendam a um dos teto.
seguintes requisitos: 3) L/min por m² de ⅓ da soma das áreas do teto e
a) Quando o tanque considerado em chamas costado do tanque vizinho. Para tanque de teto
for vertical e a distância entre seu costado flutuante, não deverá ser considerada a área do
e o costado (ou parede externa) do tanque teto.
vizinho for menor que uma vez e meia o
diâmetro do tanque em chamas ou 15 m 5.10.5 A vazão mínima necessária ao resfriamen-
(o que for maior); to dos tanques horizontais deve ser de 2 lpm/m²
b) Quando o tanque considerado em chamas da área da sua projeção horizontal.
for horizontal e a distância entre o costado
(ou parede externa) do tanque vizinho e a 5.10.5.1 Para efeito de cálculo, somente são
base do dique do tanque considerado em resfriados tanques horizontais vizinhos quando:
chamas for menor que 7,5 m. a) O tanque em chamas for vertical;
b) Não estiverem no interior da mesma
5.10.4 Quando forem utilizados aspersores nos bacia de contenção do tanque em
tanques verticais, estes devem ser distribuídos de chamas.
forma a possibilitar uma lâmina de água contínua
sobre a superfície a ser resfriada, sendo permitido 5.10.5.2 Neste caso, não deve ser considerada a
apenas sua instalação no costado, nos casos de aplicação de água na bacia do tanque em cha-
tanques com solda de baixa resistência entre mas, devido ao fato de que em um incêndio em
costado e teto (conforme API 650). tanque horizontal pode ocorrer vazamento para a
bacia de contenção.
5.10.4.1 Não é considerada proteção por
aspersores a utilização de apenas um bico no 5.10.6 Caso o tanque vizinho seja do tipo teto flu-
centro do teto do tanque. tuante, para o resfriamento somente deve ser
considerada a metade da área do costado.
5.10.4.2 Para cálculo da vazão necessária ao
resfriamento dos tanques verticais atmosféricos, 5.10.7 Nos tanques para armazenamento refrige-
devem ser adotados os seguintes critérios: rado, deve ser prevista a aspersão de água com
a) Tanque em chamas: 2 lpm/m2 da área do baixa velocidade, e distribuição uniforme sobre o
costado; teto e costado calculada à base de 3 lpm/m 2 de
b) Tanques vizinhos: área a ser protegida.
1) utilizando aspersores 2 lpm/m2 da área
determinada na Tabela 1, ou 5.10.7.1 Para o cálculo da vazão total, devem ser
2) utilizando canhões monitores ou linhas considerados os tanques situados a distância in-
manuais: conforme a Tabela 2. ferior de uma vez e meia o diâmetro do tanque
em chamas, sendo válido dividir o sistema de as-
Tabela 1 – Aspersores persão em setores para melhor aproveitamento
da quantidade de água disponível.
N1 área a ser resfriada
5.10.7.2 O teto deve ser totalmente resfriado, e a
1 área do costado
superfície lateral mínima a ser molhada não deve
>1 soma das áreas dos costados
1 ser inferior a 1/3 (um terço) da superfície lateral
N = número de tanques verticais vizinhos total do tanque.
Tabela 2 5.11 Armazém e áreas destinadas a líquidos
combustíveis e inflamáveis acondicionados
Canhões monitores ou linhas manuais em recipientes transportáveis
Dist. Entre Dist. Entre 5.11.1 As áreas com capacidade acima de 20 m3
N1 Costados Taxa2 N 1 Costados Taxa3 de líquidos inflamáveis ou combustíveis devem
M M prever o sistema de resfriamento por meio de li-
≤8 5 ≤8 5 nhas manuais com esguichos reguláveis.
≤2 > 8 e ≤ 12 3 >2 > 8 e ≤ 12 3
> 12 2 > 12 2 5.11.2 A altura e largura da pilha de recipientes
devem atender ao estabelecido na NT 27 – Arma-
1) N = número de tanques verticais vizinhos zenagem de Líquidos Inflamáveis e Combustí-
2) L/min por m² de ½ da soma das áreas do teto e veis.
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