Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
– Casa de Velazquez
www.ics.ul.pt/imprensa
imprensa@ics.ul.pt
Instituto
Institutode
deCiências
Ciências Sociais – Catalogação
Catalogaçãona naPublicação
Publicação
Monarquias ibéricas em perspectiva comparada
BELO, Alberto (sécs. XVI-XVIII) : dinâmicas
José, 1966-
imperiais e circulação
A Câmara dena
dos Pares modelos administrativos
época das / org.
grandes reformas Ângela1870-1895
políticas, Barreto Xavier,
/
Frederico Palomo
Alberto José e Roberta
Belo. – Lisboa Stumpf.
: ICS.
- Lisboa : Imprensa
ICS - Imprensa de Ciências
de Ciências Sociais,Sociais,
2015 2018. -
ISBN
ISBN 978-972-671-508-5
978-972-671-346-3
CDU 94(469)
Parte I
Quadros político-administrativos
Parte II
A administração civil
Parte III
Administração militar
Parte IV
Administração eclesiástica
Bibliografia............................................................................................... 593
Cap. 2
Figura 1: Diócesis americanas hasta 1620......................................... 115
Cap. 3
Figura 1: Arquidiocese do Funchal, c. 1534..................................... 149
Figura 2: Arquidioceses extra territorium, c. 1668........................... 151
Figura 3: Arquidioceses extra territorium, c. 1750........................... 152
Cap. 13
Figura 1: Diócesis y archidiócesis en América Hispana.................. 491
Figura 2: Diócesis y provincias franciscanas novohispanas............. 492
11
12
13
1
Anthony Pagden, Lords of all the world. Ideologies of Empire in Spain, Britain,
France, c. 1500-c.1800 (New Haven: Yale University Press, 1995); John H. Elliott,
Empires in the Atlantic World, Britain and Spain in America, 1492-1830 (New
Haven e Londres: Yale University Press, 2006); Jorge Cañizares-Esguerra, Puri-
tan Conquistadors. Iberianizing the Atlantic, 1550-1700 (Stanford: Stanford Uni-
versity Press, 2006); Entangled Empires: The Anglo-Iberian Atlantic, 1500-1830, ed.
de Jorge Cañizares-Esguerra (Filadélfia: University of Pennsylvania Press, 2018).
2
Jean-Frédéric Schaub, La France espagnole. Les racines hispaniques de l’abso-
lutisme français (Paris: Le Seuil, 2003); Las monarquías española y francesa siglos
xvi-xviii) ¿Dos modelos políticos? Estudios reunidos por Anne Dubet y José Javier
Ruiz Ibáñez (Madrid: Casa de Velázquez, 2010).
17
3
John Hart, Comparing Empires: European Colonialism from Portuguese Expan-
sion to the Spanish-American War (Houndmills, England and New York: Palgrave/
St. Martin’s Press, 2003); Polycentic Monarchies. How did Early Modern Spain and
Portugal Achieve and Maintain a Global Hegemony?, coords. Pedro Cardim, Tamar
Herzog, José Javier Ruiz Ibáñez e Gaetano Sabatini (Eastbourne: Sussex Academic
Press, 2012); Eulália Maria Lahmeyer Lobo, Administração Colonial Luso-Espanhola
nas Américas (Rio de Janeiro: Editora Companhia brasileira de Artes Gráficas, 1952).
Veja-se ainda Comprendere le monarchie iberiche, Risorse materiali e rappresentazione
del potere, ed. de Gaetano Sabatini (Roma: Edizioni Viella, 2010); Las Indias occi-
dentales: procesos de incorporación territorial a las Monarquías Ibéricas, ed. de Óscar
Mazín e José Javier Ruiz Ibáñez (México: Colegio de México, 2012); Tamar Her-
zog, Frontiers of Possession. Spain and Portugal in Europe and the Americas (Cambri-
dge, Mass.: Harvard University Press, 2015); The Iberian World, org. por Fernando
Bouza, Pedro Cardim e Antonio Feros (Londres: Routledge, no prelo).
4
À falta de melhor palavra, e por uma questão de facilidade analítica, continua-
mos a utilizar o vocábulo «indígena», o qual reenvia, infelizmente, para uma teoria
da história eurocentrada.
5
Entre a extensa bibliografia do autor onde esta questão é discutida, veja-se
António Manuel Hespanha, Como os Juristas Viam o Mundo. 1550-1750. Direito,
18
19
20
21
22
23
24
25
26
27
28
29
30
31
32
33
34
35
36
37
38
Geografia e distância
Como fica claro da leitura das páginas anteriores, muitas das
características adquiridas pelas administrações das monarquias ibé-
ricas, na metrópole, e nos seus territórios imperiais, foram condi-
cionadas pela geografia e pela distância. Efectivamente, os desafios
territoriais colocados pelas experiências continentais americanas aos
dois reinos ibéricos foram substantivamente diferentes daqueles que
se colocaram ao reino de Portugal nos espaços asiáticos, nos quais
a distância incomensurável era uma variável crítica no momento
de pensar a governação desses territórios longínquos e dispersos.
O caso da administração militar, abordado por Vítor Rodrigues e
Miguel Dantas da Cruz, é disso sintomático, já que a monarquia
portuguesa tinha efectivos dispersos por três continentes. De igual
modo, a forma intensiva como se recorreu, em boa parte destes ter-
ritórios, e como nos mostra Catarina Madeira-Santos, às estruturas
político-administrativas preexistentes é, certamente, uma variável
associada a esta diferença, que se esbate, porém, quando se pensa na
integração das Filipinas na Monarquia Hispânica.
Os desafios e vicissitudes dos padroados ibéricos, e suas con-
sequências a nível da estruturação do campo eclesiástico, são um
excelente lugar de análise para pensar estas questões. Note-se que
assinalar a relevância dos padroados ibéricos para entender as histó-
rias administrativas das duas monarquias ibéricas é, a nosso ver, um
dos contributos mais inovadores deste livro, já que permite pensar
de forma mais integrada as experiências administrativas destas duas
monarquias. É que a dimensão territorial e de territorialização asso-
ciada aos direitos de padroado atribuídos a ambas as coroas, sobre
territórios a «descobrir» ou a «conquistar», obriga a equacionar os
39
40
41
42
Estrutura do livro
O livro estrutura-se em quatro partes, com um conjunto de capí-
tulos que procura oferecer uma visão mais panorâmica sobre cada
uma das dimensões sob análise, e outros que visam permitir ao leitor
mergulhar nas experiências concretas das instituições e dos agentes
administrativos. Nestes últimos não houve a intenção de cobrir toda
a cronologia e a geografia sobre o qual o livro incide, privilegiando
casos muito específicos, por vezes pontuais, mas que permitem ao
leitor aproximar-se da tessitura urdida pelas práticas.
Na primeira parte, mais contextual, privilegiam-se os diversos
enquadramentos político-administrativos das monarquias ibé-
ricas e seus territórios ultramarinos, aí se incluindo os estatutos
político-administrativos dos territórios e os dois Padroados. Esta
parte é constituída por três textos, iniciando-se com o capítulo
intitulado «A estrutura territorial das duas monarquias ibéricas»,
da autoria de Pedro Cardim e António Manuel Hespanha. Neste
capítulo propõe -se entender, de forma integrada e comparada,
como é que os diversos territórios que constituíam as monarquias
ibéricas foram sendo classificados e hierarquizados, bem como as
alterações que os seus estatutos territoriais foram sofrendo entre
43
44
45
46
9
O reduzido espaço dado à Casa da Índia e Mina deve-se em parte à sua escassa
bibliografia, ao contrário do que acontece para a Casa de la Contratación, citada em
grande parte no capítulo deste volume de autoria de María Victoria López-Cordón.
Para a Casa da Índia, o trabalho mais sistemático permanece por publicar: Carlos
Geraldes, Casa da Índia: Um Estudo de Estrutura e Funcionalidade (1509-1603)
(Lisboa: Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, 1997), dissertação de mes-
trado; já o livro de Susannah Humble Ferreira, The Crown, the Court and the Casa
da Índia. Political centralization in Portugal, 1497-1521 (Leiden, 2015) aborda a ins-
tituição de forma marginal. Veja-se ainda Ângela Barreto Xavier, «The Casa da Índia
and the emergence of a science of administration in the Portuguese Empire», Jour-
nal of Early-Modern History, dossier Of Archives and Empires: governance, ideology,
and culture in the early modern world, org. Maria-Pia Donato, 22 (2018) 327-347.
10
Pedro Cardim e Joan Lluís Palos, eds., El mundo de los virreyes en las
monarquías de España y Portugal (Madrid-Frankfurt: Iberoamericana-Vervuert,
2012); Manuel Rivero Rodríguez, La edad de oro de los virreyes. El virreinato en la
Monarquía Hispánica durante los siglos xvi y xvii (Madrid: Akal, 2011).
47
Capítulo 1
A estrutura territorial
das duas monarquias ibéricas
(séculos xvi-xviii)
51
52
53
23-24.
54
3
Hespanha, «El ‘derecho de Indias’…», 16.
55
4
Jon Arrieta Alberdi, «Ubicación de los ordenamientos de los reinos de la
Corona de Aragón en la Monarquía Hispánica: concepciones y supuestos varios
(siglos xvi-xviii)», em Il Diritto Patrio tra Diritto Comune e Codificazione (secoli
xvi-xix), orgs. Italo Birochi e Antonello Matone (Roma: Viella, 2006), 127-171.
5
António Manuel Hespanha, «Direitos, Constituição e Lei no constituciona-
lismo monárquico português», Themis. Revista da Faculdade de Direito da UNL,
VI, n.º 10 (2005): 7-40.
6
Armando Luís Carvalho Homem, O Desembargo Régio (1320-1433) (Porto:
Instituto Nacional de Investigação Científica – Centro de História da Universidade
do Porto, 1990).
7
Sobre o sentido (particularista e não centralista) desta reforma, António
Manuel Hespanha, «O Foral Novo de Évora no contexto da reforma dos forais de
D. Manuel», em Foral Manuelino de Évora (Évora: Câmara Municipal de Évora,
2003), 43-65.
8
I. A. A. Thompson, «Castile, Spain and the monarchy: the political commu-
nity from ‘patria natural’ to ‘patria nacional’», em Spain, Europe and the Atlantic
56
world. Essays in honour of John H. Elliott, orgs. Richard Kagan e Geoffrey Parker
(Cambridge: Cambridge University Press, 1995), 134 e segs.
9
Carlos Garriga, Las Audiencias y las Chancillerías Castellanas (1371-1525).
Historia Política, Régimen Jurídico y Práctica Institucional (Madrid: Centro de
Estudios Constitucionales, 1994); Bartolomè Clavero, Ordenanças de la Real
Audiencia de Sevilla (Sevilha: Fundación El Monte, 1995).
10
Jesús Villanueva, «Francisco Calça y el mito de la libertad originaria de
Cataluña», Revista de Historia Jerónimo Zurita, n.º 69-70 (1994): 75-87.
11
Nuno Espinosa Gomes da Silva, História do Direito Português (Lisboa:
Fundação Calouste Gulbenkian, 2000), 3ª edição.
12
Bartolomè Clavero, «Lex Regni Vicinoris. Indicio de España en Portugal»,
Boletim da Faculdade de Direito de Coimbra, n.º 58 (1983): 275.
13
Guilherme Braga da Cruz, «O direito subsidiário na história do direito por-
tuguês», Revista Portuguesa de História, XIV (1975): 310 e segs.; Gomes da Silva,
História do Direito…; António Manuel Hespanha, A Cultura Jurídica Europeia.
Síntese de um Milénio (Coimbra: Almedina, 2012), 182 e segs.
57
14
Jon Arrieta Alberdi, «Las formas de vinculación a la Monarquía y de relación
entre sus reinos y coronas en la España de los Austrias», em La Monarquía de las
Naciones. Patria, nación y naturaleza en la Monarquía de España, orgs. B ernardo
García e Antonio Álvarez-Ossorio (Madrid: Fundação Carlos de Amberes e
Universidad Autónoma de Madrid, 2004), 303-326.
15
Carlos Garriga, «Patrias criollas, plazas militares: sobre la América de
Carlos IV», em La América de Carlos IV. Cuadernos de Investigaciones y D
ocumentos,
coord. Eduardo Martiré (Buenos Aires: Instituto de Investigaciones de Historia del
Derecho, 2006), t. i, 35-130.
58
59
60
61
17
Luís Filipe Thomaz, «Estrutura política e administrativa do Estado da Índia
no séc. xvi», em II Seminário Internacional de História Indo-Portuguesa. Actas
(Lisboa: Instituto de Investigação Científica Tropical, 1985, agora em De Ceuta a
Timor, Lisboa: Difel, 1994), 207-243.
62
destacado pelos autores que em seguida usaram uma tal ideia, este
artigo é pioneiro na conceituação do «império português» como
uma rede, enfatizando a sua heterogeneidade política e administra-
tiva, a fluidez dos seus contornos e a gradação fina que existe entre
a submissão política formal e a simples influência nas áreas não
sujeitas. Esta fluidez resultava não apenas da porosidade e indistin-
ção das fronteiras – uma situação que é geral nas entidades políticas
pré-modernas –, mas também de a rede imperial ter sido estabele-
cida sobre redes anteriores de outros tipos, nomeadamente redes
comerciais, por vezes incompletamente integradas no «império» ou
constituindo uma sua extensão ou complemento não-político, que
formava como que uma sua sombra. Noutras ocasiões, a rede «impe-
rial» era acompanhada por uma «colonização» espontânea, pela fixa-
ção de súbditos do império, como particulares, para além das suas
fronteiras, constituindo comunidades mais ou menos autónomas em
novos territórios. Comunidades que, no entanto, se consideravam
«portugueses» ou que eram classificados como tal pelas sociedades
indígenas circundantes, devido a factores identificadores muito dife-
rentes, em particular as especificidades religiosas ou linguísticas, mas
também a forma vestir, a aparência das casas ou as ocupações e os
modos de vida.
Estabelecida sem um plano prévio18, a rede teria evoluído de acordo
com uma dinâmica interna. Operando com base na complementari-
dade dos produtos a serem trocados, a rede integrou gradualmente
regiões que oferecessem bens necessários para trocas interessantes,
tecendo uma rede humana organizada espontaneamente, cada uni-
dade requerendo a integração de outra. Com as armas de fogo vindas
da Europa, adquiriam-se escravos, marfim e ouro na Senegâmbia e
na Guiné. Com os escravos alimentava-se o comércio do Brasil e das
Caraíbas. Com o ouro e o marfim compravam-se as especiarias e
tecidos no Malabar – em troca direta ou através dos tecidos adquiri-
dos no Guzarate ou dos cavalos comprados na Pérsia. Estes tecidos
e especiarias iriam ser trocados por outros produtos, noutros luga-
res – em particular, no Ceilão, canela; em Bengala, na Malásia ou
18
Há, em todo o caso, um esboço disso, sugerido ao rei D. Manuel por Afonso de
Albuquerque. Ver Cartas de Affonso de Albuquerque seguidas de documentos que as elu-
cidam, Lisboa, Academia Real das Sciencias de Lisboa, 1884, on line em https://archive.
org/stream/cartasdeaffonso00patogoog/cartasdeaffonso00patogoog_djvu.txt).
63
19
Luís Filipe Thomaz, «Estrutura política…», 214-215: Georges Winius,
«Portugal’s shadow empire in the Bay of Bengala», Revista Cultura, 13-14 (1991),
273-287; Anthony Disney, «Constrasting models of empire; the Estado da India
in South East and East Asia in the sixteenth and early seventeenth centuries», em
The Portuguese and the Pacific, eds. Frank Dutra e João Camilo dos Santos (Santa
Barbara: University of California U. P., 1995), 26-37; Malyn Newitt, «Formal and
Informal empire in the History of Portuguese Expansion», Portuguese Studies,
17.1(2001), 1-21.
20
Susana Münch Miranda e Pedro Cardim, «A incorporação de territórios e o
estatuto político do espaço ultramarino», em O Brasil Colonial. A Dinâmica dos
Pactos e Conflitos entre os Impérios, orgs. João Fragoso e Maria de Fátima Gouvêa
(Rio de Janeiro: Civilização, 2015), 214-215.
64
65
25
Sobre estas personagens de dupla identidade, estatutária ou cultural, ver Amélia
Polónia, «Evangelização e comércio: a figura do eclesiástico mercador», em E studos
em Homenagem a João Francisco Marques, orgs. Luís de Oliveira Ramos Jorge
Martins Ribeiro e Amélia Polónia, 2 vols (Porto: FLUP, 2001), II, 297–310.
26
Como aconteceu no período de explosão do comércio privado no golfo de
Bengala durante o período da sua liberalização («soltura»), durante o governo
de Lopo Soares de Albergaria, de 1515 à 1518 (Luís Filipe Thomaz, «Os portugue-
ses e o mar de Bengala…», 437).
66
27
Carlos Jose Hernando Sánchez, Las Indias en la Monarquía Católica. Imáge-
nes e ideas políticas (Valhadolid: Universidad de Valladolid, 1996).
28
John. H. Elliott, Imperios del Mundo Atlántico. España y Gran Bretaña en
América, 1492-1830 (Madrid: Taurus Historia, 2006), 193 e segs.
29
Carlos Garriga, «Las audiencias: la justicia y el gobierno de las Indias», em
El Gobierno de un Mundo. Virreinatos y Audiencias en la América Hispánica, coord.
Feliciano Barrios Pintado (Cuenca: Universidad de Castilla-La Mancha, 2004), 711-
-794; também de Carlos Garriga, «Sobre el Gobierno de Cataluña bajo el régimen de
la Nueva Planta. Ensayo historiográfico», Anuario de Historia del Derecho Español,
80 (2010): 22 e segs.
67
68
30
Miranda e Cardim, «A incorporação…».
69
31
Thomaz, «Estrutura política e administrativa…», 207.
32
Miranda e Cardim, «A incorporação…».
33
Stuart B. Schwartz, Sovereignty and Society of Colonial Brazil. The High Court
of Bahia and Its Judges, 1609-1751 (Berkeley: University of California Press, 1973).
34
António Manuel Hespanha, «A constituição do império português. Revisão
de alguns enviesamentos correntes», em O Antigo Regime nos Trópicos. A dinâmica
Imperial Portuguesa (Séculos XVI-XVIII), orgs. João Fragoso, Maria Fernanda Bica-
lho e Maria de Fátima Gouvêa (Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2001), 176-177.
70
71
72
36
Joaquim Romero Magalhães, «As incursões no espaço africano», em História
da Expansão Portuguesa, dirs. Francisco Bethencourt e Kirti N. Chaudhuri (Lisboa:
Círculo de Leitores, 1997), vol. ii, 70-71.
37
V. Allen Isaacman, «The ‘prazos’ da Coroa, 1752-1830. A functional analysis
of the political system», Studia, n.º 26 (Abril de 1968): 194-277.
73
38
Hespanha, A Cultura Jurídica..., 282. Ver a esse propósito os capítulos de Ana
Díaz Serrano e Catarina Madeira Santos.
39
Sobre esta «tribo portuguesa» de populações crioulas ou nativas, auto ou
heteroidentificadas como «portugueses», ver António Manuel Hespanha, ‘Filhos da
terra’. Comunidades Mestiças nos Confins da Expansão Portuguesa. Lisboa: Tinta-da-
-China, no prelo; Leonard Andaya, «The Portuguese Tribe in the Malay-Indonesian
Archipelago in the Seventeenth and Eighteenth Centuries». Em The Portuguese and
the Pacific, eds. Francis A Dutra e João Camilo dos Santos (Santa Barbara: C enter
for Portuguese Studies, 1995), pp. 129-148; Stefan Halikowski Smith, C reolization
and Diaspora in the Portuguese Indies: The Social World of Ayutthaya, 1640-1720
(Leiden: Koninkloijke Brill, 2011).
40
Ver Denise Maldi. «De Confederados a bárbaros», Revista de Antropologia,
vol. 40 (2), 1997; A. J. R. Russell-Wood, «New Directions in Bandeirismo Studies
In Colonial Brazil», The Americas, 61.3 (Jan. 2005), 353-371; Alida C. Metcalf,
Go-betweens and the Colonization of Brazil: 1500–1600 (University of Texas Press,
2005).
41
Cf. António Manuel Hespanha, «Savants et rustiques. La violence douce
de la raison juridique», Ius commune, 1983 (revisão: António Manuel Hespanha,
A Ordem do Mundo e o Saber dos Juristas, Amazon-Kindle, 2017).
74
42
Ver Cátia Antunes. «Free Agents and Formal Institutions in the Portuguese
empire: Towards a Framework of Analysis», Portuguese Studies, 28.2(2012), 173-185,
maxime 174-176. No caso português, uma magnífica exceção é a de Fernão Mendes
Pinto que, na sua Peregrinação (1614), faz a crónica deste outro império das sombras,
em que os actores são aventureiros, comerciantes privados, piratas, agindo fora da lei
e dos espaços imperiais, fracamente relacionados – ou mesmo nada – relacionados
com os poderes formais. De alguma forma e em menor grau, os cronistas da Igreja
também nos podem permitir ter um olhar para as comunidades de crentes completa
mente, independentemente de sua obediência ao império. Mas, aqui, as ficções são
outras, nomeadamente a do carácter exemplar da missão. Sobre o interesse histórico-
-antropológico, Joan-Pau Rubiés, «The Oriental Voices of Mendes Pinto, or the tra-
veller as ethnologist in Portuguese India», Portuguese Studies, vol. 10, 1994, pp. 24-43.
43
Carlos Jose Hernando Sánchez, Las Indias en la Monarquía…, 14 e 49.
44
Xavier Gil Pujol, «Imperio, monarquía universal, equilibrio: Europa y la polí-
tica exterior en el pensamiento político español de los siglos xvi y xvii», Lezione
XII del Seminario de la Università di Perugia (Dipartimento di Scienze Storiche,
1996), 4.
75
45
Cfr. maxime Giuseppe Marcocci, L’invenzione di un impero. Politica e cultura
nel mondo portoghese (1450-1600) (Roma: Carocci, 2011).
46
Luís Filipe Thomaz, «L’idée impériale manueline», em La découverte, le
Portugal et l’Europe. Actes du colloque, org. Jean Aubin (Paris: Fundação Calouste
Gulbenkian, 1990), 35-103.
47
Pablo Fernández Albaladejo, «‘Imperio de por sí’: la reformulación del poder
universal en la temprana Edad Moderna», em Fragmentos de Monarquía. Trabajos de
historia política (Madrid: Alianza, 1982), 168-183; John Robertson, «Empire and
union: two concepts of the early modern political order», em A Union for Empire.
Political Thought and the British Union of 1707, org. John Robertson (Cambridge:
Cambridge University Press, 1995), 6 e segs.
76
48
John H. Elliott, «Monarquía compuesta y Monarquía Universal en la época
de Carlos V», em Carlos V. Europeísmo y universalidad. Vol. V – Religión, cultura y
mentalidad, AA.VV. (Madrid: SECCFC, 2001), 699-710.
49
I. A. A. Thompson, «La Monarquía de España: La invención de un concepto»,
em Entre Clío y Casandra. Poder y sociedad en la Monarquía Hispánica durante la
edad moderna, orgs. Francisco Xavi Guillamón, Julio D. Muñoz Rodriguez e David
Centenero de Arce, Cuadernos del seminario Floridablanca, n.º 6 (Universidad de
Murcia: Servicio de Publicaciones, 2005): 33-56.
77
50
Francisco Mendes Luz, O Conselho da Índia. Contributo ao Estudo da Histó-
ria da Administração do Ultramar Português nos Princípios do Século XVII (Lisboa:
Agência Geral do Ultramar, 1952); Guida Marques, L’Invention du Brésil entre deux
mondes. Gouvernement et pratiques politiques de l’Amérique portugaise dans l’union
ibérique (1580-1640) (Paris: EHESS, 2009), 257 e segs.
51
Erik Lars Myrup, «Kings, Colonies, and Councilors: Brazil and the Making
of Portugal’s Overseas Council, 1642-1833», The Americas, vol. 67, n.º 2 (Outubro
2010): 185-218; Miguel Cruz, Um Império de Conflitos. O Conselho Ultramarino e
a Defesa do Brasil Colonial (Lisboa: Imprensa de Ciências Sociais, 2015).
52
Cfr. Maria Fernanda Bicalho, «Ascensão e queda dos Lopes de Lavre: secre-
tários do Conselho Ultramarino», em Raízes do Privilégio. Mobilidade Social no
Mundo Ibérico do Antigo Regime, orgs. Rodrigo Bentes Monteiro, Bruno Feitler,
Daniela Calainho e Jorge Flores (Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2011),
283-315.
53
Garriga, «Patrias criollas…», 39 e ss.
78
54
Arrigo Armando Amadori, Política americana y dinámicas de poder durante
el valimiento del Conde-Duque de Olivares (1621-1643) (Madrid: Universidad
Complutense de Madrid, 2011), 54 e segs.
55
Carlos Garriga, «Sobre el gobierno de la justicia en Indias (siglos xvi-xvii)»,
Revista de Historia del Derecho (Buenos Aires), 34 (2006): 67-160.
56
Manuel Rivero, Felipe II y el gobierno de Italia (Madrid: SECCFC, 1998); e
Gaetano Sabatini, «El espacio italiano de la Monarquía: distintos camiños hacia una
sola integración», em Las Indias Occidentales. Procesos de incorporación territorial
a las Monarquías Ibéricas, orgs. Óscar Mazín e José Javier Ruiz Ibáñez (México:
Fondo de Cultura Económica / Colegio de México, 2012), 155 e segs.
57
Alberdi, «Ubicación…», 129.
79
80
60
Acerca das reservas acerca da categoria «conquista», numa perspectiva europeia,
ver Anthony Pagden, «Afterword: from Empire to Federation», em Imperialisms.
Historical and Literary Investigations, 1500-1900, eds. Rajan Balachandra e Elizabeth
Sauer (Nova Iorque: Palgrave Macmillan, 2004), 259 e segs.
61
Bartolomé Clavero, Temas de historia del derecho. Derecho de los reinos (Sevi-
lha: Publicaciones de la Universidad de Sevilla, 1980), 2.ª edição, revista, 116 e segs.
62
Clavero, Temas…, 116.
81
63
Fernando Bouza Álvarez, Felipe II y el Portugal «dos povos». Imágenes de espe-
ranza y revuelta (Valhadolid: Universidad de Valladolid, 2010).
64
Fernando Bouza Álvarez, «Portugal en la monarquía hispánica (1580-1640).
Felipe II, las Cortes de Tomar y la génesis del Portugal católico» (Madrid: Univer-
sidade Complutense de Madrid, 1987, dissertação de doutoramento); Jean-Frédéric
Schaub, Portugal na Monarquia Hispânica (Lisboa: Livros Horizonte, 2001).
82
65
Para este tema é fundamental a consulta dos trabalhos de Fernando Bouza
Álvarez; e, também, de Jean-Frédéric Schaub, Portugal na Monarquia…
66
Maria José Rodríguez-Salgado, «Christians, Civilised and Spanish: multiple
identities in Sixteenth Century Spain», Transactions of the Royal Historical Society,
6th series, vol. 8 (1998): 250-251; e, Antonio Feros, «‘Por Dios, por la Patria y el
Rey’: el mundo político en tiempos de Cervantes», em España en Tiempos del Qui-
jote, dirs. Antonio Feros e Juan Gelabert (Madrid: Taurus, 2004), 61-96.
83
67
Alberdi, «Ubicación…», 146 e ss.
68
Pablo Fernández Albaladejo, «Common Souls, Autonomous Bodies: the lan-
guage of Unification under the Catholic Monarchy, 1590-1630», Revista Internacio-
nal de Estudios Vascos, Cuad. 5 (2009): 75.
69
Jonathan Israel, «Olivares and the government of the Spanish Indies, 1621-
-1643», em Jonathan Israel, Empires and Entrepots. The Dutch, the Spanish Monarchy
and the Jews, 1585-1713 (Londres: The Hambledon Press, 1990), 265-283.
70
Rafael Valladares, Castilla y Portugal en Asia (1580-1680). Declive imperial y
adaptación (Lovaina: Leuven University Press, 2001).
71
Tamar Herzog, Defining Nations. Immigrants and citizens in early modern
Spain and Spanish America (New Haven-Londres: Yale University Press, 2003), 64
e segs.
72
Sobre León Pinelo, veja-se El Gran Canciller de las Indias, [1629], ed. G.
Lohmann Villena (Sevilha: Publicaciones de la Escuela de Estudios Hispanoameri-
canos, 1953).
84
73
Cf. Tamar Herzog, «Los americanos frente a la monarquía: el criollismo y
la naturaleza española», em La monarquía de las naciones. Patria, nación y natura-
leza en la Monarquía de España, orgs. Antonio Álvarez-Ossório e Bernardo García
(Madrid: Fundación Carlos de Amberes, 2004), 77-92.
74
Ver, sobre a construção historiográfica do conceito, António Manuel Hespa-
nha, «El ‘derecho de Indias’… ».
75
Demetrio Ramos Pérez, «Las ciudades de Indias y su asiento en Cortes de
Castilla», Revista del Instituto de Historia del Derecho Ricardo Levene, Buenos
Aires, n.º 18 (1967): 180 e segs.
76
No âmbito inquisitorial essa pressão também se fez sentir, como assinalou
Ana Isabel López Salazar, Inquisición y política. El gobierno del Santo Oficio en el
Portugal de los Austrias (1578-1653) (Lisboa: CEHR-UCP, 2011).
85
Xavier Gil Pujol, «‘The Good Law of a Vassal’. Fidelity, obedience and obliga-
77
86
78
Constituições Primeiras do Arcebispado da Bahia, introdução de Bruno Feitler
e Evergton Sales Souza (São Paulo: Universidade de São Paulo, 2010).
79
Garriga, «Sobre el gobierno de Cataluña…», 13 e segs.
87
82
Jon Arrieta Alberdi, «La Idea de España entre los Vascos de la Edad Moderna»,
em Idea de España en la Edad Moderna, AA.VV. (Valência: Real Sociedad Econó-
mica de Amigos del País, 1998), 49 e segs.
83
Alberdi, «Ubicación…», 162.
88
84
María Victoria López Cordón, «Instauración dinástica y reformismo admi-
nistrativo: la implantación del sistema ministerial», Manuscrits, 18 (2000): 93-111.
85
Pablo Fernández Albaladejo, «El problema de la ‘composite monarchy’ en
España», em Identities: nations, provinces and regions (1550-1900), orgs. Isabel
Burdiel e James Casey (Norwich: University of East Anglia, 1999), 195 e segs.
86
António Manuel Hespanha, «Forma e valores nos Estatutos Pombalinos da
Universidade (1772)», em A História do Direito na História Social (Lisboa: Livros
Horizonte, 1978), 150 e segs. Acerca da reforma veja-se in genere Ana Cristina
Araújo, coord., O Marquês de Pombal e a Universidade (Coimbra: Imprensa da
Universidade de Coimbra, 2000), 97-125.
89
algo que já vinha nas Ordenações (Ord. Fil, 3, 64), mas que se man-
tinha mais teórico do que prático87.
Em Espanha, desde o tempo de Fernando VI que as faculdades
jurídicas estavam a seguir um caminho bastante semelhante de favore-
cimento do «derecho pátrio»88. Estas medidas foram adoptadas num
período em que, predominando o regalismo tanto em Portugal como
em Espanha, se desvalorizaram todos os elementos do ordenamento
tradicional que consubstanciavam alguma limitação para a autoridade
do rei. Registe-se, em todo o caso, que em Espanha o interesse pelo
«direito pátrio» foi muito plural e potencialmente conflituoso, pois
também se fez sentir nos territórios da antiga coroa de Aragão, em
particular na Catalunha89. Portugal, pelo contrário, não foi palco de
tensões comparáveis, pois, como vimos, a sua estrutura territorial não
tinha os particularismos que abundavam em Espanha.
Enquanto decorriam estes debates na Península Ibérica, a questão
do estatuto político da América – espanhola e, em menor medida,
também portuguesa – continuou presente. Ao longo do século xviii
as autoridades peninsulares encararam cada vez mais as províncias
e os «reinos» americanos como «colónias», palavra que, sintomati-
camente, começou então a ser usada com crescente frequência por
portugueses e por espanhóis. A coroa foi-se afastando de um estilo
de governo ditado pelo domínio jurisdicional, substituindo-o por
uma lógica de patrimonialização ainda mais voluntarista, autoritária
e executiva.
O adensar da presença régia na América do Sul levou ao estabe-
lecimento de duas novas circunscrições político-administrativas na
América espanhola: Nueva Granada ascenderia a vice-reino (1717),
o mesmo sucedendo, décadas mais tarde, com o Rio de la Plata, em
1776. Foram também criadas novas capitanías generales e, depois da
Guerra dos Sete Anos, seriam introduzidos intendentes na América
espanhola. Quanto ao «Estado do Brasil», a partir da década de 1720
87
António Manuel Hespanha, «Sobre a prática dogmática dos juristas oitocen-
tistas», em A História do Direito…, 73 e segs.
88
Cfr. Bartolomé Clavero, «Anatomía de España», em Hispania. Entre derechos
propios y derechos nacionales: atti dell’incontro di studio Firenze – Lucca 25, 26, 27
maggio 1989, orgs. Bartolomé Clavero, Paolo Grossi e Francisco Tomás y Valiente
(Giuffré Editore,1990), vol. I, 47-86.
89
Cf. Carlos Garriga, «La Historia del Derecho Catalán, según el abogado
Vicente Doménech», Initium, n.º 17 (2012): 531-582.
90
90
Mark A. Burkholder, Spaniards in the Colonial Empire. Creoles vs. Peninsu-
lars? (West Sussex, U. K.: Wiley-Blackwell, 2013).
91
Rafael García Pérez, El Consejo de Indias durante los reinados de Carlos III y
Carlos IV (Pamplona: EUNSA, 1998).
91
92
Garriga, «Patrias criollas…», 47 e segs.
93
Hespanha, «El ‘derecho de Indias’…», 23.
92
94
Cf. José Maria Portillo Valdés, Monarquía y gobierno provincial. Poder y cons-
titución en las provincias vascas (1760-1808) (Madrid: Centro de Estudios Consti-
tucionales, 1991), 46 e ss.
95
Cf. as pertinentes reflexões de Pablo Fernández Albaladejo a respeito deste
tema em «La España austro-húngara de Ernest Lluch», Revista de Libros, n.º 36
(Dezembro, 1999); consulte-se, também, de Garriga, «La Historia del Derecho
Catalán…», 549 e segs.
96
John Robertson, «Enlightenment, Reform, and Monarchy in Italy», em
Enlightened Reform in Southern Europe and its Atlantic Colonies, c. 1750-1830, ed.
Gabriel Paquette (Farnham-Burlington: Ashgate, 2009), 24 e segs.
97
Veja-se maxime Portillo Valdés, Monarquía y Gobierno Provincial…
98
Fernandéz Albaladejo, «El problema…», 196.
93
Conclusão
Procurámos interligar, ao longo deste capítulo, contextos meso-
lógicos, logísticos, políticos, sociais, ideológicos e discursivos, sem
sequer ensaiar uma matriz geral dos seus impactos sobre a organiza-
ção imperial ibérica.
Em todo o caso, nestes parágrafos conclusivos importa realçar
a eficácia de algo que, frequentemente, fica mais obscuro, perante
a vivacidade da narrativa da história social: a importância das pala-
vras e das tradições do seu uso na constituição de um imaginário
imperial100. Alguns historiadores tendem a pensar como adquiri-
das coisas que, de facto, são bastante problemáticas. Uma delas é
que os acontecimentos discursivos são gerados – e sempre gerados,
nunca «independentes» – pelo que ocorre fora do discurso. Outra
é que o discurso não tem qualquer impacto no «mundo social», de
tal forma que a tradição das fórmulas descritivas não constitui um
quadro de contextos extradiscursivos. Um realismo linguístico que
assimile palavras a coisas, atribuindo às primeiras um sentido «reifi-
cado», indisponível e poiético, chama, em contrapartida, a atenção
para a espessura dos discursos e a sua resistência a instrumentaliza-
ções fáceis e conjunturais, ou a mudanças externas ao contexto da
comunicação.
Ao longo deste capítulo estivemos, por isso, atentos a palavras, a
discursos e a fórmulas, observando, nomeadamente, como os usos
de falar acerca da ordem do território – nomeadamente na litera-
tura jurídica e política da Europa, desde o período antigo e, depois,
medieval – cunharam muitas das soluções que vieram a ser transpos-
tas para o ultramar. Realmente, «império» não é senão um nome.
Como apenas nomes são também «monarquia», «colónia», «súbdito»
99
Cristina Nogueira da Silva, «Nação federal ou Nação bi-hemisférica? O Reino
Unido de Portugal, Brasil e Algarves e o ‘modelo’ colonial português do século xix»,
Almanack Braziliense, n.º 9 (Maio, 2009).
100
Ver Penélope. Fazer e Desfazer a História, n.º 15 (1995).
94
101
Problematizando o «excepcionalismo colonial», nomeadamente no domí-
nio da história do direito, Luigi Nuzzo, «Colonial Law», 2012, http://ieg-ego.eu/
en/threads/europe-and-the-world/european-overseas-rule/luigi-nuzzo-colonial-
-law/?searchterm=nuzzo&set_language=en.
95
Capítulo 2
97
2
Lo mismo sucedió en el caso de la expansión portuguesa, lo que justificó la
atribución del patronato a la Orden de Cristo, como explican Ângela Barreto Xavier
y Fernanda Olival en este mismo volumen.
3
Hans-Jürgen Prien, «Las Bulas Alejandrinas de 1493», en Tordesillas y sus con-
secuencias, eds. Bernd Schröter y Karin Schüller (Frankfurt – Madrid: Vervuert –
Iberoamericana, 1995), 20.
98
4
Christian Hermann, L’Église d’Espagne sous le Patronage Royal (1476-1834):
essai d’ecclésiologie politique (Madrid: Casa de Velázquez, 1988), 45-46.
5
Insiste en ello Teófanes Egido, «El Real Patronato», en Iglesia y sociedad en
el Reino de Granada (ss. xvi-xviii), eds. Antonio Luis Cortés Peña, Miguel Luis
López-Guadalupe Muñoz y Antonio Lara Ramos (Granada: Universidad de Gra-
nada, 2003), 9-21.
99
6
José Manuel Nieto Soria, «Las relaciones Iglesia-Estado en España a fines del
siglo xv», en El Tratado de Tordesillas y su época. Congreso Internacional de Historia
(Madrid: Junta de Castilla y León – Sociedad V Centenario del Tratado de Tordesi-
llas, 1995), vol. 2, 739-740. El caso más estudiado, por Tarsicio de Azcona, Juan de
Castilla, rector de Salamanca. Su doctrina sobre el derecho de los reyes de España a la
presentación de obispos (Salamanca: Universidad Pontificia, 1975).
7
Córdova Miralles, Alejandro VI…, 552-568; sobre los pontificados anteriores,
541-550. La obra clásica donde se pueden seguir todos los casos y controversias:
Tarsicio de Azcona, La elección y reforma del episcopado español en tiempos de los
Reyes Católicos (Madrid: Instituto P. Enrique Flórez, 1960).
8
Nieto Soria, «Las relaciones…», 742.
100
101
11
José Peraza de Ayala, «El Real Patronato de Canarias», Anuario de Historia
del Derecho Español, 30 (1960): 129, 168-169.
12
Alberto de la Hera, «El Regio Patronato de Granada y las Canarias», Anuario
de Historia del Derecho Español, 27-28 (1957-58): 5-16, que cuestiona la inclusión
de la ciudad de Puerto Real en la concesión pontificia. Peraza de Ayala: «El Real…»,
131-132, 170-172.
13
Nieto Soria, «Las relaciones…», 744.
14
Córdova Miralles, Alejandro VI…, 553. Sobre las tercias, 672.
102
15
Peraza de Ayala: «El Real…», 113-174.
16
Archivo General de Simancas, Patronato Real, 68-96; Biblioteca Nacional
(Madrid), Manuscrito 843.
17
Estados de la cuestión todavía válidos en Alberto de la Hera, Iglesia y Corona
en la América Española (Madrid: Fundación Mapfre, 1992), 53-75; Prien, «Las
Bulas…», 11-28.
18
Edición moderna de todos estos textos en Luís Adão da Fonseca e José
Manuel Ruiz Asencio, coords., Corpus documental del Tratado de Tordesillas (Valla-
dolid: Sociedad V Centenario del Tratado de Tordesillas – Comissão Nacional para
As Comemorações dos Descobrimentos Portugueses, 1995).
103
19
Sobre el modelo portugués de Patronato, véase el capítulo de Ângela Barreto
Xavier y Fernanda Olival en este mismo libro.
20
Análisis detallado de la bula en de la Hera, Iglesia…, 97-102.
21
Alberto de la Hera, «El Regio Vicariato de Indias en las bulas de 1493», Anua-
rio de Historia del Derecho Español, 29 (1959), 317-350.
104
Real….», 122.
23
Pedro de Leturia, Relaciones entre la Santa Sede e Hispanoamérica 1493-1835
(Roma – Caracas, Universidad Gregoriana – Sociedad Bolivariana de Venezuela,
1959), vol. 1, 13. El subrayado es mío.
24
Leturia, Relaciones…, 233-258.
105
25
Alberto de la Hera, «El gobierno espiritual de los dominios ultramarinos»,
en El Gobierno de un mundo. Virreinatos y Audiencias en la América Hispánica, ed.
Feliciano Barrios Pintado (Cuenca: Universidad de Castilla-La Mancha, 2004), 874.
26
Ronald Escobedo Mansilla, «La Economía de la Iglesia Americana», en His-
toria de la Iglesia en Hispanoamérica y Filipinas, ed. Pedro Borges Morán (Madrid:
BAC, 1992), vol. 1, 100-101.
27
Para ver las diferencias de concepción entre las diócesis de la colonización
hispánica y las de la colonización portuguesa, compárese esta situación con la des-
crita en los mapas que proporcionan Ângela Barreto Xavier y Fernanda Olival en
este mismo libro.
28
Consuelo Maqueda Abreu, «Evolución del Patronato Regio. Vicariato indiano
y conflictos de competencias», en El Gobierno de un Mundo…,809.
106
No existe una teoría paralela a la del Vicariato Regio para la Corona de
29
107
30
Ernesto Schäfer, El Consejo Real y Supremo de las Indias (Sevilla: Universidad
de Sevilla, 1935), vol. 2, 191-237.
31
Maqueda Abreu, «Evolución…», en El Gobierno…, 820.
32
La obra todavía fundamental, que seguimos: Antonio de Egaña, La teoría del
Regio Vicariato Español en Indias (Roma: Universidad Gregoriana, 1958).
33
Maqueda Abreu: «Evolución… », en El Gobierno…, 802.
108
34
Fernando Campo del Pozo, «Patronato y Vicariato Regio en Alonso de Vera-
cruz y Gaspar de Villarroel», Anuario jurídico y económico escurialense, 26-I (1993),
483-512.
35
Egaña, La teoría…, 98.
36
Ha insistido mucho en ello, quizás con formas exageradas, Fernando de
Arvizu, «Una nueva interpretación de la teoría del Regio Vicariato Indiano», Ius
Canonicum, vol. 36, n.º 71 (1996), 63-99.
37
Pedro de Leturia: Relaciones…, 59-100 y 205-231. José Martínez Millán y
Carlos J. de Carlos Morales, Felipe II (1527-1598). La configuración de la Monar-
quía Hispana (Salamanca: Junta de Castilla y León, 1998), 126-131.
38
León Lopetegui y Félix Zubillaga, Historia de la Iglesia en la América Espa-
ñola (Madrid: Biblioteca de Autores Cristianos, 1965), 136.
109
Véase, por ejemplo, el estudio de Luis Martínez Ferrer, Decretos del concilio
40
110
La teoría del Vicariato Regio, aun cuando sin explicitar ese nom-
bre, en la práctica se impone en la legislación, como lo demuestran
las 51 leyes recogidas en el título VI de la Recopilación de las leyes de
Indias mandada por Carlos II en 1680 y alcanza su paroxismo en el
siglo xviii, en manos de los autores regalistas que justifican la política
borbónica sobre la Iglesia en América. En efecto, los dos principales
defensores del regalismo borbónico en Indias no dudan sobre la con-
sistencia de la delegación pontificia al monarca.
Álvarez de Abreu, que recibirá el significativo título de marqués
de la Regalía, en su Víctima Legal (Madrid, 1726) sostiene que todo lo
que disponen los reyes sobre la Iglesia en Indias «es visto disponerlo,
arbitrarlo y resolverlo Su Santidad, de quien son Lugar-Tenientes
Generales y Delegados», de forma que los monarcas tienen
43
Egaña, La teoria…, 162-165.
44
Campo del Pozo, «Patronato…», 503.
45
De la Hera, «El Regio…», 324-325.
111
«En fuerza de la distinguida calidad que por las Bulas pontificias nos
asiste y han exercido nuestros gloriosos predecesores de vicarios y dele-
gados de la Silla Apostólica para el gobierno espiritual de las Indias, es
nuestra voluntad que esta especial gracia, que desde el principio de su
concesión ha sido constantemente observada, se tenga y considere como
una de las más preeminentes regalías de nuestra real Corona, y manda-
mos que como tal se observe, guarde y cumpla en lo sucesivo».48
46
De la Hera, «El Regio…», 322.
47
Maqueda Abreu, «Evolución…», 797.
48
Alberto de la Hera y Rosa Mª Martínez de Codes, «La Iglesia en el ordena-
miento jurídico de las Leyes de Indias», en Recopilación de Leyes de los reynos de
las Indias. Estudios Histórico-Jurídicos (México: Miguel Angel Porrúa, 1987), 113.
112
49
Egaña, La teoria…, 256-257; de la Hera y Martínez de Codes, «La Iglesia…»,
113.
50
En este apartado tomamos las fechas de fundaciones de Lopetegui y Zubi-
llaga, Historia…, 178-179. Aunque hay divergencias en la bibliografía sobre las
fechas de fundación de los obispados, esta fuente nos parece la más segura, pues
sigue las fechas propuestas en la tesis doctoral inédita de Sergio Méndez Arcedo en
base a la documentación del Archivo Secreto Vaticano.
51
Schäfer, El Consejo…, vol. 2, 192.
113
114
115
53
De la Hera y Martínez de Codes, «La Iglesia…», 121. Véase también de la
Hera, «El gobierno…», 870.
54
Matteo Sanfilippo y Giovanni Pizzorusso, «L’America iberica e Roma fra
Cinque e Seicento: notizie, documenti, informatori», en Gli archivi della Santa Sede
e il mondo asburgico nella prima età moderna (Viterbo: Edizioni Sette Città, 2004),
73-118.
55
Boris Jeanne, «The Franciscans of Mexico. Tracing Tensions between Rome
and Madrid in the ‘provincia del Santo Evangelio’ (1454-1622)», en Papacy, Religious
Orders and International Politics in the Sixteenth and Seventeenth Centuries, ed.
Massimo Carlo Giannini (Roma: Viella, 2013), 17-28.
116
56
Pedro Borges Morán, «La Santa Sede y la Iglesia americana», en Pedro Bor-
ges Morán, dir., Historia de la Iglesia en Hispanoamérica y Filipinas (siglos xv-xix)
(Madrid, BAC, 1992), vol. 1, 47-62; cita: 48.
57
Lopetegui y Zubillaga, Historia…, 81-82; de la Hera y Martínez de Codes,
«La Iglesia…», 108.
58
Leturia, Relaciones…, 497-509.
59
Paolo Prodi, Il sovrano pontefice. Un corpo e due anime: la monarchia papale
nella prima età moderna (Bolonia: Il Mulino, 1982).
117
60
Paolo Broggio, «Teologia ‘romana’ e universalismo papale: la conquista del
mondo (secoli XVI-XVII)», en Papato e politica internazionale nella prima età
moderna, ed. Maria Antonietta Visceglia (Roma: Viella, 2013), 441-477.
61
Pedro Borges, «La Nunciatura Indiana. Un intento pontificio de intervención
directa en Indias bajo Felipe II, 1566-1568», Missionalia Hispanica, 19 (1962): 169-
-227.
62
Ramon Robres Lluch y Vicente Castell Maiques, «La visita ad limina durante
el pontificado de Sixto V (1585-1590). Datos para una estadística general. Su cum-
plimiento en Iberoamérica», Anthologica AnnuaI, 7 (1959): 147-213. Misael Camus
Ibacache: «La visita ad limina desde las Iglesias de América Latina en 1585-1800»,
Hispania Sacra, 46 (1994): 159-189.
63
Giovanni Pizzorusso y Matteo Sanfilippo, «L’attenzione romana alla chiesa
coloniale hispano.americana nell’età di Filippo II», en Felipe II (1527-1598). Europa
y la Monarquía Católica, dir. José Martínez Millán (Madrid: Parteluz, 1998), vol. 3,
321-340. Benedetta Albani, Sposarsi nel Nuovo Mondo. Politica, dottrina e pratiche
della concessione di dispense matrimoniali tra la Nuova Spagna e la Santa Sede (1585-
-1670) (Tesis doctoral, Roma/Ciudad de México: Università di Roma Tor Vergata/
Universidad Nacional Autónoma de México, 2009).
118
64
Sobre la incidencia de esta Congregación en el Imperio portugués, véase el
capítulo de Ângela Barreto Xavier y Fernanda Olival en este mismo volumen.
65
Egaña, La teoria…, 189-209. Lopetegui y Zubillaga, Historia…, 153.
66
El Max-Planck-Institut für Europäische Rechtsgeschichte de Frankfurt publi-
cará las actas del Seminario Internacional «Una nueva mirada sobre el P atronato
Regio. La Curia Romana y el gobierno de la Iglesia Ibero-Americana», dirigido por
Benedetta Albani y Giovanni Pizzorusso, que tuvo lugar el 15 y el 16 de diciembre
de 2016.
67
Matteo Sanfilippo y Giovanni Pizzorusso, «L’America iberica e Roma fra
Cinquecento e Seicento: notizie, documentari, informatori», en Gli archivi della
Santa Sede e il mondo asburgico nella prima età moderna, eds. Matteo Sanfilippo,
Alexander Koller y Giovanni Pizzorusso (Viterbo: Sette Città, 2004), 73-118.
Giovanni Pizzorusso, «La Congregazione Romana ‘De Propaganda Fide’ e la
duplice fedeltà dei missionari tra Monarchie coloniali e universalismo pontificio
(xvii secolo)», Librosdelacorte.es, Monográfico 1, año 6 (2014). Benedetta Albani,
ed., «The Apostolic See and the World: Challenges and risks facing global history»,
Zeitschrift des Max-Planck-Instituts für europäische Rechtsgeschichte, 20 (2012): 330-
-403 (en línea: http://rg.rg.mpg.de/Rg20).
68
Borges, «La Santa…», 59.
119
Pedro Borges, «En torno a los Comisarios Generales de Indias entre las
69
120
70
Para el Reino de Granada, se ha hablado de «Iglesia de Estado»: Antonio Luis
Cortés Peña, Iglesia y Cultura en la Andalucía Moderna (Granada: Proyecto Sur,
1995), 150; y de «Iglesia Nacional»: Francisco Javier Martínez Medina, «Sacerdocio
y reino en la Edad Moderna. Una Iglesia Nacional: El Patronato Regio desde la
perspectiva histórica», en Religión y poder en la Edad Moderna, eds. Antonio Luis
Cortés Peña, José Luis Betrán y Eliseo Serrano Martín (Granada: Universidad de
Granada, 2005), 37-51.
71
Hermann: L’Église…, 129-138
121
72
Véase a este respecto Oscar Mazín y José Javier Ruiz Ibáñez, eds., Las Indias
Occidentales. Procesos de incorporación territorial a las Monarquías Ibéricas (México:
El Colegio de México, 2012) y, en particular, las reflexiones de Thomas Calvo, 442-
-445.
73
Como por ejemplo hace Federico Palomo, «Procurators, religious orders and
cultural circulation in the Early Modern Portuguese Empire: printed works, ima-
ges (and relics) from Japan in António Cardim’s journey to Rome (1644-1646)»,
e-journal of Portuguese History (e-JPH), vol. 14, n.º 2 (Dic. 2016).
74
En su contribución, Ângela Barreto y Fernanda Olival señalan algo similar
para la bibliografia sobre el Padroado portugués.
75
Paulino Castañeda Delgado y Juan Marchena Fernández, La Jerarquía de la
Iglesia en Indias….
122
Capítulo 3
Introdução
A bibliografia sobre o padroado da coroa de Portugal é relativa-
mente extensa. No entanto, pouca é de fresca data, o que significa que
raras vezes incorporou as mudanças recentes no campo historiográ-
fico, nomeadamente os estudos dos últimos anos sobre o «patronato
castelhano», tanto mais relevantes quanto os dois fenómenos foram
quase correlatos e persistiram na longa duração2. No que respeita
a Portugal, a historiografia privilegiou o «Oriente», dando muito
menos atenção ao espaço atlântico3. A par disso, preferiu estudar
1
Trabalho desenvolvido no âmbito de: UID/HIS/00057/2013 (POCI-01-0145-
-FEDER-007702), FCT/Portugal, COMPETE, FEDER, Portugal2020 e do projecto
Rituais Públicos no Império Português (1498-1822), PTDC/HAR-HIS/28364/2017.
2
Entre as excepções, ver: Giovanni Pizzorusso, «Il padroado régio portoghese
nella dimensione ‘globale’ della Chiesa romana. Note storico-documentarie con parti-
colare riferimento al Seicento», em Gli archivi della Santa Sede come fonte per la storia
del Portogallo in età moderna. Studi in memoria di Carmen Radulet, eds. Giovanni Piz-
zorusso, Gaetano Platania e Matteo Sanfilippo (Viterbo: Sette Città, 2012), 157-199.
3
Para uma visão panorâmica do padroado, ver: José Joaquim Lopes Praça,
Ensaio sobre o padroado portuguez: dissertação inaugural para o acto de conclusões
magnas (Coimbra: Imprensa da Universidade, 1869); Jno G odinho, The Padroado
of Portugal in the Orient (1454‑1860) (Bombaim: ed. de autor, 1924); António
123
124
125
5
Arturo Carlo Jemolo, Renato Karzolo e Emilio Albertario, «Patronato», em
Enciclopedia Italiana di scienze, lettere ed arti, vol. 25: Novg-Palen (Roma: Istituto
dell’Enciclopedia Italiana, 1935); José Pedro Paiva, Os Bispos de Portugal e o Império
(1495-1777) (Coimbra: Imprensa da Universidade de Coimbra, 2006), 42-44.
6
Silva Rego, O Padroado…, 1940.
126
7
Giuseppe Marcocci, A Consciência de um Império. Portugal e o Seu Mundo
(Sécs. XV-XVII) (Coimbra: Imprensa da Universidade de Coimbra, 2012).
8
Em Castela datava de 1523. E nesse mesmo ano, Carlos V também conseguiu
a adminitração perpétua das Ordens Militares.
9
Ao analisar especificamente o caso brasileiro, Evergton Sales Souza propõe
uma cronologia distinta: «Structures d’encadrement du christianisme au Brésil.
L’église diocesaine», manuscrito em vias de publicação, 3-4).
10
Sobre o modelo castelhano, veja-se o estudo de Ignasi Terricabras neste mesmo
volume, cap. 2.
127
128
12
Olival, The Military Orders..., pp. 75-125.
13
Já anteriormente o Padroado da Ordem de Cristo fora questionado. Por
exemplo, pela bula Clara devotionis sinceritas, de 21 de Agosto de 1472, atribuía-se
aos bispos de Lamego e de Lisboa a faculdade de erigirem bispados no Norte de
África, contrariando o disposto nas bula de 1456.
14
No Cum sicut maiestas, concede-se ao rei de Portugal o direito de apresen-
tar comissário apostólico responsável pelos seculares e regulares («aliquas personas
ecclesiasticas seculares et religiosas») que estavam nas cidades e nos lugares entre o
cabo da Boa Esperança e a Índia superior com o objectivo de converter as popula-
ções à fé católica. Embora este comissário devesse ser confirmado pelo próprio pon-
tifíce, o rei podia enviar um comissário com jurisdição ordinária durante um ano.
No Exponi nobis, o pontífice delega o poder nos referidos bispos para autorizar o rei
de Portugal – enquanto rei – a fundar doze conventos nos seus territórios, tanto no
reino como fora dele, De Witte, Les lettres papales…, 11-13.
129
15
Bula publicada no Corpo Diplomatico Portuguez, ed. Luis Augusto Rebelo da
Silva (Lisboa: Typ. da Academia Real das Sciencias, 1862), vol. i, 257-260.
16
Jacques, De Castro Marim…; António Brásio, História e Missiologia: Inéditos
e Esparsos (Lisboa: Instituto de Investigação Científica de Angola, 1973), 494 e segs.
Ver ANTT, Mesa da Consciência, liv. 304, f. 57.
17
De Witte, Les lettres papales…, 49-55.
18
Corpo Diplomatico Portuguez, vol. ii, 369-376; António Brásio, Monumenta
Missionaria Africana: África Ocidental (Lisboa: Agência-Geral do Ultramar, 1953),
vol. ii, 49-52.
19
Numa carta régia de 1535 estes assuntos aparecem descritos de forma minu-
ciosa: Brásio, Monumenta…, vol. ii, 49-51.
130
20
Cabedo, De patronatibus...., cap. 5.
21
ANTT, Cabido da Sé do Funchal, mç. 5, doc. 17 (copiado em 1562 no
Tombo 1.º do Registo Geral da Câmara Municipal do Funchal, Arquivo Histórico da
Madeira, Funchal, Vol. XIX, 1990, 15-17).
22
ANTT, Cabido da Sé do Funchal, mç. 5, doc. 28.
23
Entre 1554 e 1558 a apresentação dos benefícios da Sé e das restantes igrejas
da ilha deixou de ser feita pelo deão e cabido e passou a ser feita pelo monarca como
governador e perpétuo administrador da Ordem de Cristo (ANTT, Cabido da Sé do
Funchal, mç. 5, doc. 19).
24
ANTT, Cabido da Sé do Funchal, mç. 5, doc. 33.
25
Bruno Abreu da Costa, «O estado eclesiástico na Madeira: o provimento de
benefícios (séculos xv-xvii)» (Coimbra, Universidade de Coimbra, 2013, disserta-
ção de mestrado), 88-89.
26
ANTT, Cabido da Sé do Funchal, mç. 5, docs. 34-35.
27
BNP, Pomb. 155, f. 93, 94v, 95. Ver também BNP, Cód. 10 890, f. 164v.
131
28
Incluía o cabido e respectivas dignidades.
29
Joaquim Heliodoro da Cunha Rivara, Arquivo Portuguez Oriental (Deli:
Asian Educational Services, 1992), fasc. 5, parte I, 436-438.
30
Ver, sobre o assunto, Aldair Carlos Rodrigues e Fernanda Olival, «Reinóis
versus naturais nas disputas pelos lugares eclesiásticos do Altântico português:
aspectos sociais e políticos (século xviii)», Revista de História, n.º 175 (2016):
25-67. Para o caso asiático, Ângela Barreto Xavier, «Punctus contra punctum. ‘Cleros
nativos’, tensão e harmonia no império», em Cristianismo e Império, orgs. Madalena
Larcher e Paulo Teodoro de Matos (Lisboa: CHAM E-books, 2017), e bibliografia
aí citada. Nos capítulos de Evergton Sales Souza, Aliocha Maldavsky e Federico
Palomo, neste mesmo volume, são exploradas, com maior detalhe, as articulações
entre coroa, padroado, poder episcopal, clero secular, e ordens religiosas.
31
Embora não naquela data se considerasse mais oportuno que o «seminário de
estudos» fosse vendido, «pois não havia da Ilha quem viesse estudar ao Reino e se
aplicassem ao seminário de S. Tomé» (BNP, Pomb. 155, f. 83).
132
32
Charles M. De Witte, «Une tempête sur le Couvent de Tomar (1558-1580)»,
Arquivos do Centro Cultural Português, 25 (1988): 307-423.
33
Veja-se BNP, Cód. 739, f. 7 e segs.; Cabedo, De patronatibus…, cap. 5.
34
De Witte, Les lettres papales…, 78 e segs.
35
BNP, Pomb. 155, f. 2.
133
36
Christian Hermann, L’Église d’Espagne sous le patronage royal, 1476-1834:
essai d’ecclésiologie politique (Madrid: Casa de Velazquez, 1988), 58. Ver, maxime,
o ensaio de Ignasi Terricabras, neste mesmo volume.
37
Jacques, De Castro Marim…, 63; Fernanda Olival, As Ordens Militares e o
Estado Moderno: Honra, Mercê e Venalidade em Portugal (1641-1789) (Lisboa:
Estar, 2001), 42.
134
38
António Brásio, «Do último cruzado ao padroado régio», Studia, n.º 3 (Jan.
1959): 124-154, 154.
39
Olival, As Ordens Militares…, 40-41.
40
Olival, As Ordens Militares…, 39-42.
41
Rodrigues e Olival, «Reinóis versus naturais…», 25-67.
135
42
Apud Ângela Barreto Xavier, A Invenção de Goa: Poder Imperial e Conversões
Culturais nos Séculos XVI e XVII (Lisboa: ICS, 2008), 155-156; A. da Silva, Trent’s
impact on the Portuguese Patronage Missions (Lisboa: Centro de Estudos H istóricos
Ultramarinos, 1969), 40; Colecção de S. Lourenço (Lisboa: Centro de Estudos
Históricos Ultramarinos, 1973-1975), vol. 1, 118.
43
A esse propósito, veja-se Marcelo Caetano, «Recepção e execução dos decre-
tos do Concílio de Trento em Portugal», Revista da Faculdade de Direito da Univer-
sidade de Lisboa, XIX (1965): 7-87.
44
Jemolo, Karzolo e Albertario, «Patronato»…; Gaetano Greco, «Las par-
roquias en la Italia della epoca moderna (siglos xv-xix)», Obradoiro de Historia
Moderna, n.º 22 (2013): 1-34.
45
Definições e estatutos dos cavalleiros e freires da Ordem de Nosso Senhor Jesus
Christo: com a historia da origem e principio della (Lisboa: Off. Miguel Manescal da
Costa, 1746 [1ª ed. 1628]), Parte iii, tít. xii, § 1V; Concílio de Trento, sess. xxiv,
c. 13, sess. xiv, c. 11, sess. vii, cc. 6 & 7. Veja-se, a este propósito, Fortunato Cou-
tinho, Le régime paroissial des diocèses de rite latin de l’Inde des origines (xvie. siècle)
jusqu’à nos jours (Louvain-Paris: PUL & Ed. Béatrice-Nauwelaerts, 1958).
136
137
48
Para uma visão abrangente sobre estas tensões, Anabela Nunes Monteiro,
Macau e a Presença Portuguesa Seiscentista nos Mares da China. Interesses e E
stratégias
de Sobrevivência (Coimbra, Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra, 2011,
dissertação de doutoramento); Kevin Soares, Os Bispos de Macau (1576-1782)
(Coimbra: Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra, 2015, dissertação de
mestrado); Paulo Jorge de Sousa Pinto, «Enemy at the Gates. Macao, Manila and
the ‘Pinhal Episode’ (end of 16th century)», Bulletin of Portuguese/Japanese Studies,
n.º 16 (2008): 11-43.
138
49
João Paulo Oliveira e Costa, «A diáspora missionária», em História Religiosa
de Portugal, dir. Carlos Moreira Azevedo (Lisboa: Círculo de Leitores, 2000), vol. ii,
255-313, 293.
50
Sá, «Ecclesiastical structures…», 259.
51
Nuno da Silva Gonçalves, «Padroado», em Dicionário de História Religiosa de
Portugal, dir. Carlos Moreira Azevedo (Lisboa: Círculo de Leitores, 2000), vol. iii,
364.
139
52
Joseph Wicki, org., Documenta Indica (Roma: ARSI, 1948-1988), vol. 15,
600.
53
No que respeita às dinâmicas do clero secular e regular na monarquia por-
tuguesa, vejam-se os capítulos de Evergton Sales Souza, e de Aliocha Maldavsky e
Federico Palomo, neste mesmo volume.
54
Estes memoriais davam conta da dificuldade que a coroa tinha em impedir a
comunicação directa com o Papado, agora que existia uma instituição directamente
ligada à evangelização (Archivio de la Sacra Congregazione della Propaganda Fide
[doravante ASCPF], vols. 385-390, «Memoriais»).
55
Pizzorusso, «Il padroado…». Trata-se da relação enviada por Antonio Alber-
gati, coleitor em Lisboa (ASCPF, «Congregazioni Particolari», vol. 1, fls. 414-417;
ASCPF, «Scritture Originale», n.º 98, fls. 77-103). Sobre o impacto da Propaganda
Fide na monarquia espanhola, vejam-se os capítulos de Ignasi Terricabras e de
Aliocha Maldavsky e Federico Palomo, neste mesmo volume.
140
56
ASCPF, vol. 409, «Memoriais», 441/441v.
57
BNP, Pomb. 155, f. 81v.
58
BNP, Pomb. 155, f. 41v.
59
BNP, Pomb. 155, f. 43v.
141
Sebastião César de Meneses, Summa Politica (Lisboa: 1649), Balidos das igre-
60
jas de Portugal ao Supremo Pastor Pontifice Romano. Pelos Tres Estados do Reyno
(Paris: 1653); Manuel Rodrigues Leitão, Tratado Analitico e apologetico sobre os
provimentos dos bispados do reino de Portugal (Lisboa: 1715), 652-3, apud Luís Reis
Torgal, Ideologia Política e Teoria do Estado na Restauração (Coimbra: Biblioteca
Geral da Universidade de Coimbra, 1982), vol. 2, 79.
142
61
Marcia de Souza e Mello, Fé e Império… Um ponto de situação sobre a supe-
rintendência das missões em 1758, de Lázaro Leitão Aranha e dirigido a Paulo de
Carvalho e Mendonça, encontra-se em BNP, Pomb. 155, f. 27a, 27b, 27c verso.
62
Luís de Sousa, Discurso histórico-jurídico sobre o direito, que tem Sua Mages-
tade de mandar missionários, de não irem outros sem seu beneplácito, e de padroado
nas terras das conquistas desta Coroa de Portugal (c. 1670); Gabriel Pereira de Castro,
Monomachia sobre as concordias que fizeram os Reis de Portugal com os Prelados, nas
duvidas da jurisdição espiritual e temporal (Lisboa: José Francisco Mendes, 1738).
143
63
António Vasconcelos de Saldanha, De Kangxi para o Papa, pela via de Portugal:
memória e documentos relativos à intervenção de Portugal e da Companhia de Jesus na
questão dos ritos chineses e nas relações entre o Imperador Kangxi e a Santa Sé (Macau:
Instituto Português do Oriente, 2002), vol. i, 28.
64
AHU, Conselho Ultramarino, Cód. 204, f. 6-6v.
144
65
Saldanha, De Kangxi para o Papa,…; Pedro Miguel Vilas Boas Tavares,
«Os prelados de Goa e Macau perante o legado papal Maillard de Tournon. Notas
sobre as reacções sino-portuguesas», em Miscelânea (Porto: Faculdade de Letras da
Universidade do Porto, 1999), 200-252.
66
José Pedro Paiva, «A Igreja e o poder», em História Religiosa de Portugal, dir.
Carlos Moreira Azevedo (Lisboa: Círculo de Leitores, 2000), vol. ii, 170.
67
Evergton Sales Sousa, «Igreja e Estado no período pombalino», Lusitania
Sacra, 23 (Janeiro-Junho 2011): 207-230, 210-211, 212 e segs.
145
entre outros, esta não deve ser considerada uma política anti-reli-
giosa, mas sim de reorganização dos poderes eclesiásticos na sua
relação com o poder político e na relação deste com o Papado.
Um memorial redigido em São Paulo, no Brasil, no último quartel
do século xviii, dá conta dos efeitos desta política. O direito do rei
de Portugal a nomear todos os benefícios da América portuguesa
era reiterado, o que tinha implicações em termos de política interna
brasileira, nomeadamente nas relações entre poder régio e poder
eclesiástico, submetendo este, de forma decisiva, ao primeiro; mas
também externas, na relação com o Papado, ao sublinhar que o rei
de Portugal era «Pastor» e «Prelado» nas terras brasileiras, indo de
encontro, aliás, à declaração de 1774 de que o rei de Portugal, por-
que mestre da Ordem de Cristo, era prelado espiritual, com poder
e jurisdição superiores a todos os prelados estabelecidos no reino e
no império. 68
146
69
Saldanha, De Kangxi para o Papa…, vol. i, 17.
147
e Campo Maior. A anexação foi feita por Ceuta estar em África e não
ter rendas suficientes. No final de 1475, o papa desanexou Olivença
do bispado de Ceuta, mas em 1512 e 1513, Valença passou a perten-
cer ao Arcebispado de Braga e Olivença voltou ao bispado de Ceuta.
Foi então que os bispos de Ceuta fixaram residência em Olivença e aí
permaneceram até 1570. Até esta data, Ceuta foi sempre um bispado
não dependente de outro. Era tutelado directamente por Roma, mas
entre 1475 e 1512, o território de Valença da diocese de Ceuta podia
enviar apelações para a Metrópole de Braga para evitar o incómodo
de Roma.
Esse modelo inicial alterou-se no século xvi, quando a geogra-
fia eclesiástica portuguesa (virtual e efectiva) se rasgou de forma
radical, pondo termo à tutela do vicariato de Tomar sobre os novos
territórios «portugueses». As bulas de 1514 e de 1533-1534 foram,
a esse respeito, incontornáveis. Através delas, a administração ecle-
siástica dos espaços ultramarinos passou a ser feita a partir desses
territórios, atribuindo-se um papel central às estruturas diocesa-
nas, em consonância, aliás, com o que viriam a ser as determinações
tridentinas.
A criação do bispado do Funchal, com jurisdição sobre todas as
áreas do Atlântico e do Índico, através da bula Pro Excellenti, de
12 de Junho de 1514, de Leão X, iniciou essa nova etapa, pondo fim
ao modelo português de padroado inaugurado pelas bulas papais
de 1455 e 1456.70 É, no entanto, com as bulas de 1533 e 1534 que
o novo modelo se consolida. Nessa altura, a diocese do Funchal é
elevada a arquidiocese, sendo-lhe concedida a jurisdição ordinária
sobre todos os lugares extra territorium conquistados e a conquistar
(fig. 1). Através deste gesto, o Funchal tornava-se na maior arquidio-
cese portuguesa, cuja jurisdição abrangia metade do mundo conhe-
cido e por conhecer, atribuída à coroa de Portugal pelo Tratado de
Tordesilhas. O estabelecimento dos bispados dos Açores, de Cabo
Verde e São Tomé, e de Goa, sufragâneos da arquidiocese funcha-
lense, asseguravam a delegação de competências, quer no Atlântico,
quer no Índico.
70
Jacques, De Castro Marim…; Alberto Vieira, «A igreja, a criação da diocese da
Madeira e as demais ilhas atlânticas (séculos xv e xvi)», em Diocese do Funchal: A Pri-
meira Diocese Global: História, Cultura e Espiritualidade, dirs. José Eduardo Franco
e João Paulo Oliveira e Costa (Funchal: Diocese do Funchal, 2015), vol. i, 159-172.
148
149
71
Pinto, «Enemy at the gates…».
72
Archivio Segreto do Vaticano, Arch. Nunz. Lisbona, 32 (2), fls. 210-213.
73
Paiva Manso, visconde de, Memória historica sobre os Bispados de Ceuta e
anger (Lisboa: Typ. da Academia Real das Sciencias, 1858), 3-8.
T
150
151
74
Souza, «Structures d’encadrement…», 5, 7; Arlindo Rupert, A Igreja no B
rasil
(Santa Maria: Pallotti, 1981); Evergton Sales Souza e Bruno Feitler, A Igreja no
Brasil. Normas e Práticas durante a Vigência das Constituições Primeiras do Arcebis-
pado da Bahia (São Paulo: Ed. Unifesp, 2011).
152
75
ANTT, Mesa da Consciência, liv. 304, f. 47, fl. 48-48v.
76
Xavier, «A organização religiosa do primeiro Estado da Índia…»: 44.
153
77
Numa Notícia história da Mesa da Consciência, feita no século xviii, esclarecia-se
a este respeito: «e na oppozicão sempre tem preferencia os formados em Coimbra»,
BNP, Cód. 10 887, 430.
78
BNP, Pomb. 155, f. 31, 123v; ANTT, MCO, Ordem de Cristo – Padroados do
Brasil, mç. 4, doc. sem número.
79
ANTT, Mesa da Consciência, liv. 304, fl. 17.
80
ANTT, Mesa da Consciência, liv. 304, fl. 17-17v.
81
BNP, Pomb. 155, f. 30v e 499, f. 205v.
82
BNP, Pomb. 155, f. 30v-31.
83
BNP, Pomb. 155, f. 123v, 125a.
154
84
D. José Joaquim da Cunha de Azeredo Coutinho, Copia da analyse da Bulla
do Smo. Padre Julio III de 30 de Dezembro de 1550 que constitui o padrão dos reys
de Portugal a respeito da união, consolidação e incorporação dos mestrados das ordens
militares de Christo, de S. Tiago e de Aviz com os reynos de Portugal (Londres: T. C.
Hausard, 1818), 283-289.
85
BNP, Cód. 10 887, 430-430v.
86
BNP, Pomb. 155, f. 30v-31.
87
ANTT, Mesa da Consciência, liv. 304, fl.11v, 12-12v.
155
156
94
Definições e estatutos dos cavalleiros e freires da Ordem de Nosso Senhor Jesus
Christo…, parte iii, tít. xii, § 1.
95
ANTT, Mesa da Consciência, liv. 304, fl. 15v; Brásio, Monumenta…, vol. vii,
632-634.
96
BNP, Pomb. 155, f. 21v.
97
BNP, Pomb. 155, f. 13.
98
BNP, Pomb. 155, f. 84.
99
Cf. capítulos de Evergton Sales Souza e Federico Palomo neste mesmo
volume.
100
Sobre o elevado número de religiosos em Goa, em 1635, ver Xavier, A Invenção
de Goa…, 166.
101
ANTT, Mesa da Consciência, liv. 319, f. 21, 22.
157
102
BNP, Cód. 10 890, f. 73v.
103
BNP, Pomb. 155, f. 22.
104
ANTT, Colecção de S. Vicente, liv. 18, f. 276.
158
105
BNP, Pomb. 155, f. 41.
106
BNP, Pomb. 155, f. 44, 45.
107
Xavier, A Invenção de Goa…, 138-142, 155-166.
108
BNP, Pomb. 155, f. 41.
109
BNP, Pomb. 499, f. 208-208v.
159
Abreviaturas
160
Capítulo 4
163
3
Jesús Varela, El tratado de Tordesillas en la política atlántica castellana (Vallado-
lid: Universidad, 1997); El tratado de Tordesillas y su época. Actas (Valladolid: Socie-
dad Estatal V Centenario, 1995); Margarita Prieto Yegros, El Tratado de Tordesillas.
(Asunción: Intercontinental Editora, 2006).
4
Francisco Morales Padrón, Descubrimiento, toma de posesión, conquista: Cana-
rias una modesta América (Las Palmas: Cabildo Insular, 2009); M. José Vázquez de
Parga, Redescubrimiento y conquista de las islas Afortunadas (Madrid: Doce Calles,
2013).
5
Eduardo Aznar Vallejo, La integración de las Islas Canarias en la Corona de
Castilla (1478-1526): aspectos administrativos, sociales y económicos (Las Palmas:
Cabildo insular, 1992); Felipe Fernández-Armesto, Las Islas Canarias después de la
conquista: la creación de una sociedad colonial a principios del siglo xvi (Las Palmas:
Cabildo Insular, 1997).
164
6
José Peraza de Ayala, «La intendencia de Canarias. Notas y documentos»,
Anuario de historia del Derecho Español, nº40 (1970): 565-580.
7
La empresa azucarera en Canarias: siglos xv-xx, dir. Santiago de Luxán y Ana
Viña Brito (Las Palmas: Auheces, 2009).
165
8
Juan Pérez de Tudela, Las armadas de Indias y los orígenes de la política de
colonización, 1492-1505 (Madrid, Instituto Gonzalo Fernández de Oviedo, 1956);
Hugh Thomas, El Imperio español: de Colón a Magallanes (Barcelona: Planeta,
2003); Guillermo Céspedes, «América Hispánica (1492-1898)», en Historia de
España, dir. Manuel Tuñón de Lara (Barcelona: Labor, 1992), vol. IV, 63-66.
9
Carl Ortwin Sauer, Descubrimiento y dominación española del Caribe
(México: Fondo de Cultura Económica, 1984); Guillermo Céspedes, América
Hispánica (1492-1898)…,135-138; Enrique Otte, «Los mercaderes y la conquista
de América», en Proceso histórico al conquistador, eds. Francisco de Solano et al.,
(Madrid: Alianza, 1988), 54-55.
10
Antonio Eiras Roel, El Reino de Galicia en la época del Emperador Carlos V,
(Santiago de Compostela: Xunta de Galicia, 2000); Mariano Cuesta Domingo,
«La Casa de contratación de la Coruña», Mar oceana. Revista del humanismo español
e iberoamericano, nº 16 (2004): 59-88.
166
167
11
Pedro Pérez Herrero, América latina y el colonialismo europeo. Siglos xvi-xviii
(Madrid: Síntesis, 1992), 47-62.
12
Horst Pietschmann, «Imperio y comercio en la formación del Atlántico espa-
ñol», en El sistema comercial español en la economía mundial, eds. Isabel Lobato e
José M. Oliva (Huelva: Publicaciones de la Universidad, 2013), 73-77.
168
169
14
Carmen Yuste López, El comercio de Nueva España con Filipinas, 1590-1785
(México: Instituto Nacional de Antropología e Historia, 1984); Luis A. Álvarez,
El costo del Imperio Asiático. La formación colonial de las Islas Filipinas bajo domi-
nio español, 1565-1800 (A Coruña: Universidad, 2009); Patricia Hidalgo Nuchera,
La recta administración: primeros tiempos de la colonización hispana en Filipinas: la
situación de la población nativa (Madrid: Polifemo, 2001).
15
Michel Bertrand, Grandeur et misères de l’Office: les officiers de finances de
Nouvelle-Esagna (S.XVII.-XVIII) (París: Sorbonne,1999); José M. Oliva Melgar,
«La metrópoli sin territorio. ¿Crisis del comercio de Indias en el siglo xvii o pérdida
de control del monopolio?» en El sistema Atlántico español (siglos xvii-xix), ed. José
M. Oliva Melgar y Carlos Martínez Shaw (Madrid: Marcial Pons, 2005), 19-73.
170
16
Enrique Garcés, dedicatoria a la traducción de la obra de Francisco Patricio
Senés, De regno et institutione Regis, (Madrid: Luís Sánchez, MDXCI.)
17
Jean-Paul Zuñiga, Espagnols d’outre-mer. Émigration, métissage et reproduction
sociale à Santiago du Chili au XVIIe siècle (París: Éditions de l’EHESS, 2002).
18
Enriqueta Vila Vilar, Hispanoamérica y el comercio de esclavos. Los asientos
portugueses (Sevilla: Escuela de Estudios Hispano-Americanos, 1977).
171
19
Carlos Morales, Carlos Javier de, Felipe II: el imperio en bancarrota. La
Hacienda real de Castilla y los negocios financieros del Rey prudente (Madrid: Dilema,
2008). Esta cuestión es asimismo abordada en el texto de Michel Bertrand incluido
en este volumen (cap. 8).
20
Ismael Sánchez Bella, Las visitas generales en la América española (Pamplona:
Eunsa, 1991); Arrigo Amadori, «Política americana y dinámica del poder: el vali-
miento de Olivares (1621-1643)» (Tesis doctoral, Madrid, Universidad Complu-
tense de Madrid, 2011).
172
21
Enrique Otero Lana, Los Corsarios Españoles durante la decadencia de los Aus-
trias. El Corso español del Atlántico peninsular en el Siglo xvii, 1621-1697 (Madrid:
Ministerio de Defensa, 2015).
22
Ruggiero Romano, Coyunturas opuestas: la crisis del siglo xvii en Europa y en
América (México: Fondo de Cultura Económica, 1993).
23
Lutgardo García Fuentes, El comercio español con América (1650-1700)
(Sevilla: Diputación Provincial de Sevilla, 1989), 382-389. José M. Oliva Melgar, «La
metrópoli sin territorio» 19-73.
24
Zacarias Moutokias, «Burocracia, contrabando y autotransformación de las
élites: Buenos Aires en el siglo xvii», Anuario IEHS: Instituto de Estudios histórico
sociales, nº 3 (1988), 213-248; Zacarias Moutokias, «El comercio interregional», en
Historia general de América Latina, Volume 3, Tomo 1, (Consolidación del orden colo-
nial) , coord. Alfredo Castillero Calvo e Allan J. Kuethe (Madrid: Trotta-Ediciones
UNESCO, 1999), 133-150.
25
Las instituciones indígenas son objeto de análisis en el capítulo de Ana Díaz
Serrano del presente volumen.
173
26
Águeda Rodríguez Cruz, La universidad en la América hispánica (Madrid:
Mapfre, 1992). John H. Elliott, Imperios del mundo atlántico España y Gran Bretaña
en América, 1492-1830 (Madrid: Taurus, 2006), 368-369.
27
Carlos Martínez Shaw, «La Guerra de Sucesión en América», en La Guerra de
Sucesión y la batalla de Almansa, coord. Francisco García González (Madrid: Silex/
UCLM, 2009), 71-94.
28
Carmen Sanz Ayán, «Causas y consecuencias económicas de la guerra de
Sucesión española», Boletín de la Real Academia de la Historia, nº 2, (2013), 187-
-226.
174
por diez años. Los ingleses, por su parte, llegaron a un acuerdo, fir-
mado entre Stanhope y el archiduque Carlos, de condiciones muy
similares que no pudo llevarse a cabo29. Fue el antecedente inme-
diato del concedido a la británica South Sea Company, en virtud de
las clausulas establecidas en el artículo 42 del tratado hispano inglés
de 1713 firmado en Utrecht, con una duración de treinta años. Una
verdadera operación mercantil, favorecida por la coyuntura diplomá-
tica que ponía fin a la contienda30. Además, se otorgaba a la misma
compañía el llamado «navío de permiso», un barco cargado con
500 toneladas de mercancía que podía amarrar en los puertos ame-
ricanos donde llegaba la flota, Veracruz, Portobelo y Cartagena de
Indias. Favoreció el contrabando y provocó enfrentamientos béli-
cos, como la guerra llamada de la «oreja de Jenkins» 31.
Más allá del peso de la coyuntura internacional, el cambio de dinas-
tía supuso el intento de una mayor participación de la Real Hacienda
en el negocio colonial, fruto de lo cual será el traslado de la Casa de
Contratación a Cádiz y la creación de la Real Factoría de las Indias,
cuya finalidad era la administración y gobierno de los caudales india-
nos, proveyendo con sus retornos las Reales Fabricas, en el caso del
Tabaco, y facilitando el embarque de mercaderías o de materias primas
como el hierro vasco, en beneficio del erario32. En opinión de Bernal,
la monarquía borbónica recuperó el interés por actuar como un agente
económico en América y, también, se pusieron las bases de un inci-
piente proceso industrializador, a través de la protección de un mer-
cado reservado y el desarrollo de las Reales Fábricas33. Un objetivo que
ahora se pretendía hacer sobre unos supuestos nuevos, ya se llamara
política mercantilista o «pacto colonial».
29
Reyes Fernández Durán, La Corona española y el tráfico de negros: Del mono-
polio al libre comercio (Madrid: Editorial del Economista, 2011), 94.
30
Antonio Miguel Bernal, «Borbones por Austrias cambio de dinastía y papel
de la Corona en el comercio colonial» en El cambio dinástico y sus repercusiones en la
España del siglo xviii, coord. María Antonia Bel Bravo, José Fernández García y José
Miguel Delgado Barrado, eds. (Jaén: Universidad de Jaén, 2001), 79-198.
31
Jorge Cerdá Crespo, La guerra de la oreja de Jenkins. Un conflicto colonial
(1739-1748) (Alicante: Universidad, 2009).
32
Antonio Miguel Bernal, «La Real factoría de Indias. Coste/beneficio en el
comercio del hierro vasco por la Corona», en Doctor Jordi Nadal: [homenaje]: la
industrializació i el desenvolupament econòmic d’ Espanya, volume 1, coord. Miquel
Gutiérrez i Poch, (Barcelona: Universidad, 1999), 107-126.
33
Antonio Miguel Bernal, «La Real factoría de Indias…», 196-198.
175
34
Goffrey J. Walker, Política española y comercio colonial, 1700-1789 (Barcelona:
Ariel, 1979), 107.
35
Antonio García-Baquero, Cádiz y el Atlántico, 1717-1778 (Cádiz: Diputación,
1976), vol. I, 159-160.
36
Goffrey J. Walker, Política española y comercio colonial, 1700-1789 …, 136-
-140 y 213-214.
37
Allan J. Kuethe, The Spanish Atlantic World in the Eighteenth Century. War
and the Bourbon Reforms, 1713-1796 (Cambridge: Cambridge University Press,
2014), 64.
38
Allan J. Kuethe, «Proyectismo et Reform commercial à l’époque de Philippe V»,
en L’Amerique en projet: Utopies, controversies et réformes dans l’empire espagnol (xvi-
-xviii), ed. Nejma Kermale y Bernard Lavallé (París: L’Harmattan, 2008), 243-251.
176
39
Allan J. Kuethe ,«El fin de monopolio: los Borbones y el consulado andaluz»,
en Relaciones de poder y comercio colonial: nuevas perspectivas, ed. Enriqueta Vila y
Allan. J. Kuethe, (Sevilla: CSIC, 1999), 56-82.
40
Raquel Rico Linaje, Las Compañías de comercio en América. Los órganos de
gobierno (Madrid: CSIC, 1983). Bernd Hausberger y Antonio Ibarra, eds. Comer-
cio y poder en América colonial: los consulados de comerciantes, (México: Instituto
Mora, 2002); Guillermina del Valle, ed. Mercaderes, comercio y consulado de Nueva
España en el siglo xviii (México: Instituto Mora, 2003); Margarita Eva Rodríguez
García, «Compañías privilegiadas de comercio en América y cambio Político (1706-
-1765)», Estudios de historia económica, nº 46 (2005): 13-76.
41
Ismael Sánchez Bella, Las visitas generales en la América española…, 124-139;
M. Teresa Álvarez Icaza Longoria, La secularización de doctrina y misiones en el
arzobispado de México, 1749-1789 (México: UNAM, 2015).
177
42
Celia M. Parcero Torre, La pérdida de la Habana y las reformas borbónicas
en Cuba (1760-1773) (Valladolid: Junta de Castilla y León, 1998), 39-45; Allan
J. Kuethe, Cuba, 1753-1815. Crown, Military and Society (Knoxville: Univ. of
Tennesee Press, 1986), 161-17; Richard Pares, War and Trade in the West Indies,
1759-1765 (Londres: F. Cass, 1963), 590-595.
43
Carlos Mira Miranda, «Toma de Manila por los ingleses en 1762», Anuario de
Estudios Atlánticos,nº 53 (2007): 167-220; Karl Clayton Leebrick, The English expe-
dition to Manila and the Philippine Islands in the year 1762 (Berkeley: University of
California, 2007).
44
Antonio Miguel Bernal, «La Carrera del Pacífico: Filipinas en el sistema
colonial de la Carrera de Indias», en España y el Pacífico: Legazpi, coord. Leoncio
Cabrero Fernández (San Sebastián: 2004), vol. I, 485-526; Marina Alfonso y Carlos
Martínez Shaw, «España y el comercio de Asia en el siglo xviii. Comercio directo
frente a comercio transpacífico», en El sistema comercial español en la economía
mundial….,325-380.
45
Josep M. Delgado Ribas, «La paz de los Siete años (1750-1757) y el inicio de
la reforma comercial española», en 1802: España entre dos siglos, ciencia y economía,
coord. Antonio Morales (Madrid: Sociedad Estatal de C.C. 2003), 336-337.
46
Jesús Astigarraga y Juan Zabalza, «Francisco Graywinkel, plagiario de Richard
Cantillón (1760-1763)», Mélanges de la Casa de Velázquez, nº 44 (2) (2014): 225-
-247; Diego Téllez Alarcia, El ministerio Wall: la “España discreta” del “ministro
olvidado (Madrid: Marcial Pons, 2006), 217-219; Pere Molas, «Tres textos ècono-
mics de la Catalunya ilustrada”, Pedralbes, nº 7 (1987): 159-161.
178
47
Jesús Astigarraga, «Un nuevo sistema económico papal la monarquía espa-
ñola. Las “Reflexiones sobre el estado actual del comercio de España” (1761), de
Simón de Aragorri», Revista de Historia Industrial, nº 52 (2013): 13-43.
48
Stanley J. Stein e Barbara H. Stein, Apogee of Empire: Spain and New Spain
in the Age of Charles III, 1759-1789 (Baltimore: Johns Hopkins Univ. Press, 2003).
49
Carlos Martínez Shaw, El sistema comercial español del Pacífico (1765-1820),
(Madrid: Real Academia de Historia, 2007), 27-42.
50
John Fisher, «Estructuras comerciales en el mundo hispánico y el reformismo
borbónico», en El reformismo borbónico, ed. Agustín Guimerá (Madrid: Alianza,
1996), 109-122.
51
John Fisher, Comercial relations Between Spain and Spanish America in the
Era of Free Trade (Liverpool: Liverpool Univ. Press, 1985), 66-71. Antonio Miguel
Bernal, «De Utrecht a Trafalgar. El papel de la economía e instituciones en los impe-
rios atlánticos», en El equilibrio de los imperios: de Utrecht y Trafalgar (Madrid:
FEHM, 2005), vol. II, 235-256.
179
52
Nancy M. Farriss, Crown and Clergy in Colonial Mexico, 1759-1821: The
Crisis of Ecclesiastical Privilege (Londres: Athlone Press, 1986).
53
José Andrés Gallego, El motín de Esquilache. América y Europa (Madrid:
Fundación Mapfre-Tavera/CSIC., 2003). Eva M. St. Clair Segurado, «La expul-
sión de los jesuitas de América. Reflexiones sobre el caso de Nueva España», en La
Compañía de Jesús en la América española (siglos xvi-xviii) coord. Francisco Javier
Gómez Díez (Madrid: Universidad Francisco de Vitoria, 2005), 165-204.
54
Luis Navarro García y Fernando Antolín, Las dobles exequias del arzo-
bispo Figueredo (1765): El canto del cisne de los jesuitas en Guatemala (Huelva:
Universidad, 2016); María Valeria Ciliberto, «De los jesuitas a la administración de
las Temporalidades. El patrimonio de la Compañía de Jesús y la fuerza de trabajo
esclava en el Río de la Plata (fines del siglo xviii)», Cuadernos de Historia, nº 44
(2016): 29-56.
55
John Leddy Phelan, El pueblo y el rey: La revolución comunera en Colombia
(Bogotá: C. Valencia, 1980).
56
John Fisher, Allan J. Kuethe y Anthony McFarlane, eds. Reform and Insu-
rrection in Borbon New Granada and Peru, (Luisiana: Baton Rouge, 1990); Alberto
Flores Galindo, «La revolución tupamarista y el Imperio español», en Governare
il mondo. L’Impero Spagnolo dal xv al xix Secolo», eds. Massimo Ganci y Ruggiero
Romano (Palermo: Società Siciliana per la Storia Patria, Istituto di Storia Moderna,
Facoltà di Lettere, 1991); Scarlett O’Phelan, Un siglo de rebeliones anticoloniales:
Perú y Bolivia, 1700-1783 (Cuzco: Centro de Estudios Rurales Andinos, 1988);
Joseph Pérez, Los movimientos precursores de la emancipación en Hispanoamérica
180
181
182
183
62
Feliciano Barrios, El sistema beneficial de la iglesia española en el Antiguo régi-
men (1474-1834), (Alicante: Universidad, 2010).
63
Ismael Sánchez Belda, Iglesia y estado en la América española (Pamplona:
EUNSA, 1990), 22-25.
64
Carmen Sánchez Maíllo, El pensamiento jurídico político de Juan Solorzano
Pereira (Pamplona: Universidad, 2010); James Muldoon, The Americas in the Spanish
World Order. The Justification for Conquest in the Seventeenth Century (Filadefia:
University of Pennsylvania Press, 1994).
65
Ismael Sánchez Bella, Iglesia y estado en la América española …, 71-74; Sobre
su evolución: Consuelo Maqueda Abreu, «Evolución del patronato regio. Vicariato
indiano y conflictos de competencias», en El gobierno de un mundo. Virreinatos y
Audiencias en la América hispánica, coord. Feliciano Barrios (Cuenca: Ediciones de
la Universidad de Castilla-La Mancha: 2004), 795-830.
66
Víctor Mínguez, Los reyes distantes. Imágenes del poder en el México virreinal
(Castellón: Universidad, 1995).
184
67
Mariano Cuesta Domingo, La Casa de Contratación de Sevilla (Madrid: Inst.
de Historia y Cultura Naval, 2001); Clarence H. Haring, Comercio y navegación
entre España y las Indias en época de los Habsburgo (México: Fondo de Cultura
Económica, 1979), 34-41; Antonio Miguel Bernal, «La Casa de la Contratación de
Indias: del monopolio a la negociación mercantil privada (siglo xvi)», en La Casa de
la Contratación y la Navegación entre España y las Indias, eds. Enriqueta Vila Vilar,
Antonio Acosta y Adolfo L. González (Sevilla: CSIC, 2004), 129-160.
68
Ernesto Shäfer, El consejo real y supremo de Indias, volumen 1, (Madrid: Junta
de Castilla y León/Marcial Pons, 2003), 152-161.
185
69
Carlos Álvarez Nogal, «Instituciones y desarrollo económico: la Casa de
Contratación y la Carrera de Indias (1503-1790)», en Enriqueta Vila, Antonio
Acosta y Adolfo L. González, La Casa de la Contratación…, 21-51.
70
Ernesto Shäfer, El consejo real y supremo de Indias…, 308-315.
71
Ana Crespo, La Casa de Contratación y la Intendencia General de Marina en
Cádiz (1717-1730) (Cádiz: Servicio de Publicaciones de la Universidad de Cádiz,
1996); Manuel Bustos, «El traslado de la Casa de Contratación y del Consulado de
Indias y sus efectos en el contexto de la nueva planta de la Marina y del comercio
americano», Studia Histórica. Historia Moderna, nº39/2, (2017): 115-152.
186
72
Ernesto Shäfer, El consejo real y supremo de Indias… 53-60 y 130-136.
187
73
Ernesto Shäfer, El consejo real y supremo de Indias… 197-220.
74
Ernesto Shäfer, El consejo real y supremo de Indias… 333-335 y 418.
75
Gildas Bernard, Le secrétariat d’Etat et le Conseil espagnol des Inds, (Ginebra-
-París: Éditeur Librairie Droz, 1972), 6-10.
188
189
79
Rafael García Pérez, El Consejo de Indias durante los reinados de Carlos III y
Carlos IV (Pamplona: EUNSA, 1998); Rafael García Pérez, «Las nonatas Ordenan-
zas del Consejo de Indias de Carlos IV», Anuario de estudios Americanos, nº 56/2
(1999): 651-672.
80
María Victoria López-Cordon, «Instauración dinástica y reformismo admi-
nistrativo : implantación del sistema ministerial», Manuscrits nº 18 (2000): 99; María
Victoria López-Cordón, «Les nouveaux commis: le secrétariat d’État de Grâce et
Justice» en Les figures de l’administrateur. Institutions, réseaux, pouvoirs en Espagne,
en France et au Portugal, 16e – 19e siècles, eds. Robert Descimon, Jean-Frédéric
Schaub y Bernard Vincent (París: Editions de l’EHESS, 1997), 202-206.
190
81
Gildas Bernard, Le secrétariat d’Etat et le Conseil espagnol des Indes…; José
de Campillo, Inspección de las seis Secretarías de Estado y calidades y circunstan-
cias que deben concurrir en sus respectivos secretarios (1739), Biblioteca Nacional de
España, ms. 10849, publicado parcialmente por José Antonio Escudero, Los orígenes
del Consejo de Ministros. La Junta Suprema de Estado (Madrid, Editora Nacional,
1979), vol. 1, 122.
82
M. A. Pérez Canal, «Las Secretarías de Estado y del despacho de Gracia y
Justicia de Indias (1808-1834)», Historia. Instituciones. Documentos, nº 17 (1990):
183-194.
83
Álvaro Flórez Estrada, Examen imparcial de las disensiones de la América con
España..., (Londres: s.n., 1811), 23; María Teresa Berruezo, La participación ameri-
cana en las Cortes de Cadiz (1810-1814), (Madrid: Centro de Estudios Constitu-
cionales, 1986).
191
84
Jean-Pierre Dedieu, Après le roi: essai sur l’effondrement de la Monarchie
Espagnole, (Madrid: Casa de Velázquez, 2010), 14-16; Jean-Pierre Dedieu y Andoni
Artola, «Venalidad en contexto: Venalidad y convenciones políticas en la España
Moderna», en El poder del dinero. Venta de cargos y honores en el Antiguo Régimen,
eds. Francisco Andújar y Maria del Mar Felices, (Madrid: Biblioteca Nueva, 2011),
29-45.
85
Francisco Andújar, «Los contratos de venta de empleos en la España del Anti-
guo Régimen», en El poder del dinero. Venta de cargos y honores en el Antiguo Régi-
men…, 63-84.
86
Mark A. Burkholder, Biographical Dictionary of Councilors of Indies (1717-
-1808) (Connecticut: Greenwood Press, 1986), 122-123.
87
Mark A. Burkholder, Biographical Dictionary of Councilors of Indies…, XV;
María Ángeles Gálvez Ruiz, «Demanda de plazas en el Consejo de Indias. Méritos
y servicios para la promoción para la carrera judicial», Chronica Nova, nº 35 (2009):
311-331; Rafael García Pérez, El Consejo de Indias…, 23.
192
193
194
195
John H. Elliott, Imperios del mundo atlántico España y Gran Bretaña en Amé-
91
196
92
Tomas Polanco Alcántara, Las Reales Audiencias en las provincias americanas
de España (Madrid: Mapfre, 1992); Guillermo Lohmann, Los ministros de la audien-
cia de Lima (Sevilla: Estudios Americanos, 1974); John Fisher, El Perú Borbónico
(1750-1824) (Lima: Instituto Estudios Históricos, 2000); Pilar Arregui Zamorano,
La Audiencia de México según los visitadores (siglos xvi y xvii) (México: Universidad
Nacional Autónoma de México, 1981); Ethelia Ruiz Medrano, Gobierno y sociedad
en Nueva España: segunda audiencia y Antonio de Mendoza, (Zamora: El Colegio de
Michoacán, 1991).
197
93
Alfredo Moreno Cebrián, El corregidor de indios y la economía peruana del
siglo xviii (Madrid: CSIC; Kenneth J. Andrien, «El corregidor de indios, la corrup-
ción y el estado virreinal en Perú, 1580-1630», Revista de Historia Económica, 3, IV
(Otoño 1986): 493-520. Disponible en línea: http://hdl.handle.net/10016/1708
94
Darío Barriera, «Corregidores sin Corregimientos: Un caso de mestizaje ins-
titucional en Santa Fe del Río de la Plata durante los siglos xvii y xviii», Revista de
estudios históricos jurídicos, nº386 (2014): 245-269.
198
95
José María Ots Capdequí, El estado español en las Indias (México: Fondo de
Cultura Económica, 1957); Stanley J. Stein y Barbara H. Stein, La herencia colonial
de América Latina (México: Siglo xxi, 1970); Guillermo Lohmann Villena, El Corre-
gidor de indios en el Perú bajo los Austrias (Lima: Universidad Católica, 2001).
96
Luis Navarro García, Las reformas borbónicas en América. El plan de intenden-
cias y su aplicación (Sevilla: Universidad, 1995), 35-37.
199
200
98
John Lynch, Administración colonial española: el sistema de intendencias en el
virreinato del Rio de la Plata (Buenos Aires: Eudeba, 1967); M. Laura San Martino,
Intendencias y provincias en la historia argentina (Buenos Aires: Ciencias de la admi-
nistración, 1990).
99
Carlos Deustua, Los intendentes en Perú (1790-1796) (Sevilla: Escuela de
Estudios Hispano-Americanos, 1965).
100
Héctor Samayoa Guevara, El régimen de intendencias en Guatemala (Guate-
mala: Piedra Santa, 1978).
201
101
Horst Pietschmann, Las reformas borbónicas y el régimen de intendencias,
un estudio politico administrativo (México: Fondo de Cultura Económica, 1996);
Aurea Commons, Los intendentes de la nueva España (México: UNAM, 1993); Luis
Navarro, Servidores del rey: La intendencia de Nueva España (Sevilla: Universidad,
2009).
202
203
102
Federica Morelli, «Antiguas Audiencias y Nuevas Naciones», en El gobierno
de un mundo. Virreinatos y Audiencias en la América hispánica…, 1079-1093;
Manuel Chus Calero, Las independencias iberoamericanas en su laberinto: Contro-
versias, cuestiones, interpretaciones (Valencia: Universitat de València, 2010). Gabriel
Paquette, ed., Enlightened Reform in Southern Europe and its Atlantic Colonies, c.
1750-1830 (Empires and the Making of the Modern World, 1650-2000), (Farnham:
Adhgate, 2009). Gabriel Paquette, Enlightenment, Governance, and Reform in
Spain and its Empire, 1759-1808 (New York: Palgrave Macmillan, 2008).
103
Christopher Storrs, «Magistrates to Administrators, Composite Monarchy
to Fiscal-Military Empire: Empire and Burocracy in the Spanish Monarchy 1492-
-1825», en Empires and Burocracy in World History, ed. Peter Crooks y Timothy H.
Parsons (Cambridge: University Press, 2016), 291-317.
204
205
106
Pilar Ponce Leiva y Francisco Andújar, eds., Mérito, venalidad y corrupción
en España y América, siglos xvii y xviii, (Valencia: Albatros, 2016).
107
Federica Morelli, Territorio o nación. Reforma y disolución del espacio impe-
rial en Ecuador (1765-1830) (Madrid: CEP y C., 2006).
108
Lucrecia Enríquez, «Reformar para uniformar. La implantación del régimen de
intendencias en Chile», en Gobernar y reformar la Monarquía, eds. Michel B ertrand,
Francisco Andújar y Thomas Glesener (Madrid: Albatros, 2017), 287-303.
206
207
Capítulo 5
209
1
Esta proposta assume como ponto de partida o texto brilhante e com enorme
impacto publicado por António Manuel Hespanha e Catarina Madeira-Santos; mas
procura, precisamente, contrapor-se ao modelo único que o referido texto sugere.
Cf. António Manuel Hespanha e Maria Catarina Santos, «Os poderes num impé-
rio oceânico», em História de Portugal. O Antigo Regime, vol. 4, dir. José Mattoso,
coord. António Manuel Hespanha (Lisboa: Editorial Estampa, 1993), 395-413.
2
Luís Filipe Thomaz, «A estrutura política e administrativa do Estado da Índia
no século xvi» em De Ceuta a Timor (Lisboa: Difel, 1994), 207-243.
3
Catarina Madeira-Santos, «Goa é a Chave de toda a Índia». Perfil Político da
Capital do Estado da Índia (1505-1570) (Lisboa: Comissão Nacional para as Come-
morações dos Descobrimentos Portugueses, 1999).
210
4
António Vasconcelos Saldanha, As Capitanias do Brasil: Antecedentes, Desen-
volvimento e Extinção de um Fenómeno Atlântico (Lisboa: CNPDP, 2001).
5
Fabrício Prado, A Colônia do Sacramento: O Extremo-Sul da América Portu-
guesa no Século XVIII (Porto Alegre: Ed. Fabrício Prado, 2002); Paulo Possamai,
A Vida Cotidiana na Colónia do Sacramento (Lisboa: Livros do Brasil, 2006).
211
6
Pedro Puntoni, A Guerra dos Bárbaros. Povos Indígenas e a Colonização do
Sertão Nordeste do Brasil, 1650-1720 (São Paulo, Hucitec, 2002); Sílvia Hunold
Lara, «Marronnage et pouvoir colonial. Palmares, Cucaú et les frontières de la
liberté au Pernambouc à la fin du XVIIe siècle», Annales. Histoire, Sciences Sociales,
vol. 67, (2007): 639-662.
7
Maria Regina Celestino de Almeida, Metamorfoses Indígenas. Identidade e
Cultura nas Aldeias Coloniais do Rio de Janeiro, 2.ª ed. (Rio de Janeiro: Editora
FGV, 2013).
8
Márcia Eliane Alves de Souza e Mello, Fé e Império. As Juntas das Missões nas
Conquistas Portuguesas (Manaus: EDUA, 2007). Sobre o tema, ver ainda o texto de
Catarina Madeira-Santos neste mesmo volume, pp. 271 e segs.
212
Periodização
É possível propor uma cronologia? Aquela que aqui se aponta
reporta-se sobretudo aos séculos xvii e xviii e ao Atlântico. Mas per-
mite sugerir uma primeira leitura de conjunto.
213
214
12
Pedro Cardim e Susana M. Miranda, «A expansão da coroa portuguesa e o
estatuto político dos territórios», em O Brasil Colonial. 1580-1720, vol. 2, orgs.
João Fragoso e Maria de Fátima Gouvêa (Rio de Janeiro: Civilização Brasileira,
2014), 51-106.
13
Francisco Carlos Cosentino, Governadores Gerais do Estado do Brasil,
Séculos XVI-XVII. Ofício, Regimentos, Governação e Trajetórias (São Paulo/Belo
Horizonte: Anablume /FAPEMIG, 2009).
14
António Manuel Hespanha, «O governo dos Áustria e a ‘modernização’ da
constituição política portuguesa». Penélope. Fazer e Desfazer História, n.º 2, (Feve-
reiro de 1989), 53.
215
15
Apesar da extinção, em 1612, de um governo autónomo em relação ao gover-
no-geral na Baía, com sede no Rio de Janeiro, em 1637 Salvador Correia de Sá e
Benevides assumiu o governo do Rio, gozando de poderes ampliados. À sua jurisdi-
ção ficavam pertencendo os serviços de guerra e justiça das capitanias de São Vicente
e São Paulo, cujos capitães-mores e ouvidores deviam prestar-lhe obe diência.
O motivo dessa ampliação de jurisdição estava na necessidade de aumentar a força
militar das capitanias do Sul num momento crítico das guerras contra os holandeses
no Brasil. Cf. Felisbello Freire, História da Cidade do Rio de Janeiro, 1564-1700,
vol. 1 (Rio de Janeiro: Typographia da Revista dos Tribunaes, 1912), 128; Charles R.
Boxer, Salvador de Sá e a Luta pelo Brasil e Angola, 1602-1686 (São Paulo: Editora
Nacional, ed. da USP, 1973), 124-167.
16
Stuart B. Schwartz, Burocracia e Sociedade no Brasil Colonial (São Paulo, Edi-
tora Perspectiva, 1979).
17
No início foram instituídas três ouvidorias: a ouvidoria-geral do Estado do
Brasil (1549), a ouvidoria-geral da Repartição do Sul (1608) e a ouvidoria-geral do
Estado do Maranhão (1619). A ouvidoria-geral da Repartição do Sul foi criada a
partir do estabelecimento no Rio de Janeiro de um governo independente do gover-
no-geral na Baía, e era responsável pela administração da justiça nas capitanias do
Rio, do Espírito Santo, de São Vicente e em parte do distrito das Minas. Ao longo
do século xvii, a designação Ouvidoria-Geral da Repartição do Sul caiu em desuso
e a instituição passou a denominar-se Ouvidoria-Geral do Rio de Janeiro, embora
a jurisdição do ouvidor-geral se tenha mantido sobre todo o antigo território da
Repartição do Sul pelo menos até ao início do século xviii, quando foram criadas
novas ouvidorias. Cf. Isabele de Matos Pereira de Mello, «Os ministros da justiça
na América portuguesa: ouvidores-gerais e juízes-de-fora na administração colonial
(século xviii)», Revista de História, n.º 171 (dezembro de 2014), 351-381; Mafalda
Soares da Cunha e António Castro Nunes, «Territorialização e poder na América
portuguesa. A criação de comarcas, séculos xvi-xviii». Tempo, n.º 39 (abril de 2016),
1-30.
18
Nuno Camarinhas, Juízes e Administração da Justiça no Antigo Regime.
Portugal e o Império Colonial (Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian/FCT, 2010).
Tópico debatido também no capítulo 10, de Nuno Camarinhas e Pilar Ponce Leiva,
neste volume.
216
19
Guida Marques, L’Invention du Brésil entre deux mondes. Gouvernement et
pratiques politiques de l’Amérique portugaise dans l’union ibérique, 1580-1640 (Paris:
EHESS, 2009).
20
António Manuel Hespanha, As Vésperas do Leviathan. Instituições e Poder
Político. Portugal. Século XVII (Coimbra: Livraria Almedina, 1994).
21
Roberta Stumpf, «Dos homens que serviam entre papéis e letras – Escrivães
das câmaras na América portuguesa», Nuevo Mundo Mundos Nuevos. Debates. [em
linha] (Outubro de 2017). Disponível em: http://journals.openedition.org/nuevo-
mundo/71379
217
no Atlântico. Comunicações Políticas entre Portugal, Brasil e Angola nos Séculos XVII
e XVIII (Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2017).
23
Cf. «Regimento dos oficiais das cidades, vilas e lugares destes reinos», extracto
das Ordenações Afonsinas (meados do século xv), incorporado nas Ordenações
Manuelinas (1521) e reproduzido, quase sem alterações, nas Ordenações Filipinas
(1603). Ver principalmente o Livro I, títulos 65 a 69, dedicados às atribuições de juí-
zes e vereadores, ao processo eleitoral e às competências de almotacés e procuradores.
24
Charles R. Boxer, Portuguese Society in the Tropics. The Municipal Councils
of Goa, Macao, Bahia and Luanda, 1510-1800 (Madison: University of Wisconsin
Press, 1965).
218
25
Luciano R. de A. Figueiredo, Revoltas, Fiscalidade e Identidade Colonial na
América Portuguesa. Rio de Janeiro, Bahia e Minas Gerais, 1640-1761 (São Paulo:
PPGHS – FFLCH – USP, 1996), 446-451; Maria Fernanda Bicalho, A Cidade e o
Império. O Rio de Janeiro no Século XVIII (Rio de Janeiro: Civilização Brasileira,
2003), 303-317. Sobre o tema ver o capítulo 12, neste volume, de autoria de Vítor
Rodrigues e Miguel Dantas da Cruz.
26
Maria Fernanda Bicalho, A Cidade e o Império ..., 313-314.
27
Evaldo Cabral de Mello, A Fronda dos Mazombos. Nobres contra Mascates.
Pernambuco, 1666-1715 (São Paulo: Companhia das Letras, 1995), 19-50.
219
28
Consulta do Conselho Ultramarino, de 23 de Maio de 1677, apud Stuart B.
Schwartz, Burocracia e Sociedade no Brasil Colonial..., 212.
29
Luís Ferrand de Almeida, A Colónia do Sacramento na Época da Sucessão de
Espanha (Coimbra: Universidade de Coimbra, 1973).
220
30
António Manuel Hespanha, As Vésperas do Leviathan..., 196-199.
31
Cf. Charles R. Boxer, A Idade de Ouro do Brasil. Dores de Crescimento de uma
Sociedade Colonial, (São Paulo: Companhia Editora Nacional, 1963). Conjuntura
também conhecida sob a designação de «ciclo do ouro» a partir da obra de João
Lúcio de Azevedo. Épocas de Portugal Económico. Esboços de História, 4.ª ed.
(Lisboa: Livraria Clássica Editora, 1978).
32
Adriana Romeiro, Paulistas e Emboabas no Coração das Minas. Ideias, Práticas
e Imaginário Político no Século XVIII (Belo Horizonte: Editora UFMG, 2008).
221
33
Em relação às capitanias, em 1709 foi criada a capitania de São Paulo e Minas do
Ouro, e, em 1720 ela foi desmembrada em duas: a de São Paulo e a de Minas Gerais,
com governos independentes. No que diz respeito à organização judiciária, em 1711
foram criadas as comarcas de Vila Rica (com sede em Vila Rica) e a do Rio das Velhas
(com sede em Sabará); em 1713 criou-se a comarca do Rio das Mortes, com sede
em São João del Rei, todas desmembradas da antiga comarca de São Paulo (criada
em 1700, desmembrada, por sua vez, da ouvidoria do Rio de Janeiro); e em 1720 foi
instituída a comarca de Serro Frio, com sede na Vila do Príncipe, desmembrada da
comarca do Rio das Velhas.
34
Isabel Cluny, D. Luís da Cunha. A Ideia de Diplomacia em Portugal (Lisboa:
Livros Horizonte, 1999).
35
Andrée Mansuy Diniz Silva. «Introdução e comentário crítico», em André João
Antonil, Cultura e Opulência do Brasil por Suas Drogas e Minas (Lisboa: Comissão
Nacional para as Comemorações dos Descobrimentos Portugueses, 2001).
36
Evaldo Cabral de Mello, A Fronda dos Mazombos...
222
37
Joaquim Romero Magalhães, «A cobrança do ouro do rei nas Minas Gerais:
o fim da captação, 1741-1750», Revista Tempo, vol. 14, n.º 27 (Jul.-Dez. 2009): 135-
-149; Luciano Figueiredo, «Pombal cordial. Reformas, fiscalidade e distensão polí-
tica no Brasil: 1750-1777», em A «Época Pombalina» no mundo luso-brasileiro, orgs.
Francisco Falcon e Cláudia Rodrigues (Rio de Janeiro: FGV Editora, 2015), 125-174.
38
José Barreto ed., Sebastião José de Carvalho e Melo. Escritos Económicos de
Londres (1741-1742) (Lisboa: Biblioteca Nacional, 1982), 41-42.
223
39
Nuno Gonçalo Monteiro, D. José. Na Sombra de Pombal (Lisboa: Temas &
Debates, 2008), 97 e segs.
40
Ângela Domingues, Quando os Índios Eram Vassalos. Colonização e Relações
de Poder no Norte do Brasil na Segunda Metade do Século XVIII (Lisboa: Comis-
são Nacional para as Comemorações dos Descobrimentos Portugueses, 2000); Maria
Regina Celestino de Almeida, «Política indigenista e políticas indígenas no tempo das
reformas pombalinas» em Francisco C. Falcon e Cláudia Rodrigues, orgs., A Época
Pombalina no Mundo Luso-Brasileiro (Rio de Janeiro: Ed. FGV, 2015), 175-214.
41
Maria Fernanda Bicalho, A Cidade e o Império..., 49-102.
42
Tema tratado no capítulo de autoria de Susana Münch Miranda e Roberta
Stumpf, deste volume.
224
As instituições da monarquia
O Conselho Ultramarino e as Secretarias de Estado
Trataremos aqui de duas das principais instituições responsáveis
pela comunicação política entre reino e conquistas: o Conselho
Ultramarino e as Secretarias de Estado. No entanto, outros órgãos
da polissinodia portuguesa participavam na decisão política da coroa,
que resultava de uma complexa trama de órgãos de aconselhamento
do rei, de armazenamento e de produção de informação. Embora não
43
Kenneth R. Maxwell, A Devassa da Devassa. A Inconfidência Mineira, Brasil-
-Portugal, 1750-1808, 2.ª ed. (Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1978).
44
Anita C. L. de Almeida, Inconfidencia no Império: Goa de 1787 e Rio de
Janeiro de 1794 (Rio de Janeiro: 7 Letras/FAPERJ, 2011).
45
István Jancsó, Na Bahia contra o Império. História do Ensaio de Sedição de
1798 (São Paulo/Salvador: Hucitec/EdUFBA, 1996).
46
Valentim Alexandre, Os Sentidos do Império. Questão Nacional e Questão
Colonial na Crise do Antigo Regime Português (Porto: Edições Afrontamento, 1993).
225
Regime, vol. 4, dir. José Mattoso, coord. António Manuel Hespanha (Lisboa: Edito-
rial Estampa, 1993), 157-187.
226
48
Entre os estudos sobre o Conselho Ultramarino, cf. Marcelo Caetano,
O Conselho Ultramarino. Esboço da Sua História (Lisboa: Agência Geral do Ultra-
mar, 1967); Edval de Souza Barros, «Negócios de Tanta Importância»: O C onselho
Ultramarino e a Disputa pela Condução da Guerra no Atlântico e no Índico, 1643-
-1661 (Lisboa: CHAM/FCSH-UNL, 2008); Erik Lars Myrup, To Rule from Afar:
The Overseas Council and the Making of Brazilian West, 1642-1807 (Yale: Yale
University, 2006); Miguel Dantas da Cruz, Um Império de Conflitos. O Conselho
Ultramarino e a Defesa do Brasil (Lisboa: Imprensa de Ciências Sociais, 2015);
Marcello J. G. L oureiro, Iustiam Dare. A Gestão da Monarquia Pluricontinental.
Conselhos Superiores, Pactos, Articulações e o Governo da Monarquia Portuguesa,
1640-1668 (Rio de Janeiro: PPGHIS-UFRJ, 2014).
49
Pedro Cardim, «A Casa Real e os órgãos centrais do governo de Portugal da
segunda metade de Seiscentos», Revista Tempo, n.º 13 (julho 2002): 34.
50
Pedro Cardim, Cortes e Cultura Política no Portugal do Antigo Regime.
(Lisboa: Edições Cosmos, 1998), 29.
51
André da Silva Costa, Os Secretários de Estado do Rei. Luta de Corte e Poder
Político, Séculos XVI-XVII. (Lisboa: FCSH – UNL, 2008).
227
52
Nuno Gonçalo Monteiro, «A Secretaria de Estado dos Negócios do Reino
e a administração de Antigo Regime (1736-1834)», em Do Reino à Administração
Interna: História de um Ministério, 1736-2012, orgs. Pedro T. de Almeida e Paulo S.
e Sousa (Lisboa: Imprensa Nacional, 2015), 23-38.
53
Cf. Laura de Mello e Souza e Maria Fernanda Bicalho, 1680-1720. O Império
deste Mundo (São Paulo: Companhia das Letras, 2000).
54
Miguel Dantas da Cruz, Um Império de Conflitos..., 337-386.
228
Vice-reis e governadores-gerais
No Estado da Índia, em 1503, o governo-geral foi elevado à
condição de vice-reinado, embora só mais tarde o título de vice-rei
fosse concedido de forma sistemática. Para o Estado do Brasil, ape-
nas em 1640 o primeiro vice-rei seria nomeado ainda sob a égide
dos Á
ustrias. Uma segunda nomeação, já sob os Bragança, dar-se-ia
em 1663; uma terceira no século xviii, em 1714, e somente em 1720
o título de vice-rei seria atribuído a todos os que fossem governar,
de Salvador da Baía ou do Rio de Janeiro, o Estado do Brasil. Cabe
ressaltar que nenhum dos governadores do Estado do Maranhão
e Grão-Pará foi agraciado com o mesmo título, geralmente adoptado
quer na Nova Espanha, quer no Peru.
Pode também argumentar-se que, embora os domínios ultrama-
rinos da coroa de Castela na América tenham chegado a receber
a designação de «reinos», os territórios americanos e os comple-
xos territoriais portugueses na Ásia foram denominados «Estados».
É interessante pensar que, de todas as possessões de Portugal, a
única que obteve, senão o estatuto, mas ao menos a designação de
«reino», foi Angola (além do Algarve, desde o século xiii, e o B rasil,
somente a partir de 1815, quando a rainha D. Maria I e sua corte
passaram a residir no Rio de Janeiro). O estatuto de reino atribuído
a Angola, de forma distinta dos Estados da Índia, do Brasil e do
Maranhão ou Grão-Pará, talvez possa ser explicado pelo reconhe-
cimento de uma entidade política preexistente no território, já que
a conquista e a cristianização do reino do Ndongo se deu de forma
bem específica, por meio da instituição de um pacto de vassalagem
entre o rei de Portugal e a dinastia local.55 No entanto, a única tra-
dução institucional significativa dos estatutos dos demais terri-
tórios ultramarinos foi a dos Estados, que na segunda metade do
século xvii (por meio das suas cidades mais importantes: Goa, São
55
Pedro Cardim e Susana M. Miranda, «Virreyes y gobernadores de las pose-
siones portuguesas en el Atlántico y en el Índico (siglos xvi-xvii)», em El mundo de
los virreyes en las monarquías de España y Portugal, orgs. Pedro Cardim e Joan-Luís
Palos (Madrid/Frankfurt am Main: Iberoamericana/Vervuert, 2012), 180-181.
229
56
Pedro Cardim, Maria Fernanda Bicalho e José Damião Rodrigues, «Cortes,
juntas e procuradores», em Um Reino e Suas Repúblicas no Atlântico..., 101-135.
57
Catarina Madeira-Santos, «Los virreyes del Estado de la India en la formación
del imaginario imperial português», em El mundo de los virreyes..., 71-117.
230
58
Francisco Carlos Cosentino, Governadores Gerais do Estado do Brasil..., 203-
-303.
59
Dauril Alden, Royal Government in Colonial Brazil. With Special Reference
to the Administration of the Marquis of Lavradio, Viceroy, 1769-1779 (Berleley e Los
Angeles: University of California Press, 1968).
60
Nuno Gonçalo Monteiro, «Trajetórias sociais e governo das conquistas:
Notas preliminares sobre os vice-reis e governadores-gerais do Brasil e Índia nos
231
As instituições locais
A matriz institucional da administração local constitui um dos
tópicos deste capítulo. Em contraponto ao modelo fluido e multi-
forme proposto pelos historiadores para o Estado da Índia quinhen-
tista, pode reafirmar-se que, em todas as zonas nas quais a monarquia
portuguesa tinha uma ampla penetração territorial, esta se achava
dividida em: circunscrições militares, com os governadores e capitães-
-generais no topo e as ordenanças na base; judiciais-administrativas,
séculos xvii e xviii», em O Antigo Regime nos Trópicos. A Dinâmica Imperial Portu-
guesa, Séculos XVI-XVIII, orgs. João Fragoso, Maria Fernanda Bicalho e Maria de
Fátima S. Gouvêa (Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2001), 249-283; Maria
de Fátima S. Gouvêa, «Poder político e administração na formação do complexo
atlântico português, 1645-1808», em O Antigo Regime nos Trópicos..., 285-315.
61
Mafalda Soares da Cunha e Nuno Gonçalo Monteiro, «Governadores e capi-
tães-mores do império atlântico português nos séculos xvii e xviii», em Optima
Pars. Elites Ibero-Americanas do Antigo Regime, orgs. Nuno G. F. Monteiro, Pedro
Cardim e Mafalda Soares da Cunha (Lisboa: Imprensa de Ciências Sociais, 2005),
191-252.
232
233
63
E muito superior ao número de emigrantes de Espanha para os vários territó-
rios da respectiva monarquia. Os números disponíveis valem o que valem e a biblio-
grafia é imensa. Cf. Massimo Livi-Bacci, Breve historia de las migraciones (Grupo
Anaya Editorial, 2012), 164-165.
234
64
Roberta Stumpf, «Os provimentos de ofícios: a questão da propriedade no
Antigo Regime português», Topoi, vol. 15, n.º 29 (jul.-dez. 2014), 612-634.
65
Nuno Gonçalo Monteiro, «A circulação das elites no império dos Bragança
(1640-1808): algumas notas», Revista Tempo, vol. 14, n.º 27 (2009): 65-81.
235
Epílogo comparativo
Em conclusão, importa apontar traços específicos aos cenários
estudados, bem como destacar eventuais mutações e traçar uma
breve análise comparativa. Desde logo, parece claro que o nível de
formalização das instituições corporativas foi maior na América
Hispânica e, em particular, no vice-reinado da Nova Espanha.66
Há muitas explicações possíveis para essa diferença. É provável que,
para além do conteúdo dos regimentos, o nível de intervenção dos
governadores fosse mais amplo no Brasil. Sabemos também que a
magistratura letrada era «de fora», formada em Coimbra e provida
pelo centro político, ao contrário do que acontecia nos territórios
espanhóis (Audiencias). Ainda se destaca o facto de as populações
ameríndias quase não terem constituído um grupo corporativo no
espaço urbano da A mérica portuguesa, ao contrário do que ocorria
na espanhola, onde existia um ordenamento jurídico e institucional
específico e diferenciado na ordem civil da monarquia, para além
das aldeias missionárias. Mas as maiores diferenças talvez residam
no facto de, no Brasil, a população, nas ampliadas terras adminis-
tradas pela coroa, se ter multiplicado por dez e o número de câma-
ras e outras instituições locais, pelo menos, por três, ao longo do
século xviii. Ao invés, a maior parte das instituições hispânicas estava
estabelecida havia muito e o ritmo do crescimento demográfico, tal
como da imigração, foi claramente menos acentuado. A aparente
menor rigidez das instituições locais do Brasil também se traduziu
na mobilidade das respectivas elites, e no ingresso dos negociantes,
naturais do reino, nas vereações.
Em texto recente, John Elliot comparou as duas Américas ibéri-
cas, concluindo no final: «la impresión predominante es la presencia
de uma comunidad atlântica mucho más integrada en el caso luso de
la que se puede hablar en el mundo atlántico español»67. Esperamos
ter ajudado a explicar essa diferença.
66
Conforme indica Annick Lempérière, Entre Dios y el rey: la república. La ciu-
dad de México entre los siglos xvi y xix (México, DF: Fondo de Cultura Económica,
2014), insistindo, sobretudo, no peso das confrarias.
67
John Elliott, El Atlántico español y el Atlántico luso: divergencias y convergen-
cias (Gran Canaria: Ed. del Cabildo de Gran Canaria, 2014), 48.
236
Capítulo 6
cipales han sido la Ayuda para estancias de movilidad posdoctoral en centros extran-
jeros, Programa Nacional de Movilidad de Recursos Humanos de Investigación
del Ministerio de Educación (España) (2012-2014) y el Proyecto I+D+i Jóvenes
Investigadores Hombre de Dios al servicio del rey. Mediación, discursos y prácticas
políticas en la Edad Moderna (Nueva España, siglos xvi y xvii), Plan Nacional de
Investigación del Ministerio de Economía y Competitividad (España), Código
HAR2015-74322-JIN (AEI/FEDER/UE) (2017-2019). Secundariamente los pro-
yectos Hispanofilia, la proyección política de la Monarquía Hispánica (II): políticas
de prestigio, migraciones y representación de la hegemonía (1560-1650), Plan Nacional
de Investigación del Ministerio de Economía y Competitividad (España), Código
HAR2011-29859-C02-01 (2012-2014); y Columnaria I. Comprender las dinámicas
de los Mundos Ibéricos, Fundación Séneca. Agencia de Ciencia y Tecnología de la
Región de Murcia, Código19247/PI/14 (2015-2018).
237
social opportunity, and political stability in the establishment of the Hispanic Monar-
chy», The Journal of Modern History, vol. 81, n.º 3 (September 2009): 5 01-536.
238
239
la doble dimensión espacial y temporal del fenómeno. Por una parte, la constata-
ción de una heterocronía en el encuentro y colisión del Nuevo Mundo, esto es, los
diferentes ritmos culturales y la diversa administración de pasados que entran en
transacción no sólo entre conquistados y conquistadores, sino entre las propias rea-
lidades locales y/o españolas. Por otra parte, el gobierno de las distancias da cuenta
de una heterotopía: los dispares espacios geográficos y políticos que se verifican
en esta coyuntura y que condicionan las acciones, desplazamientos y demandas
desde y hacia el espacio material y simbólico de la Corona. Ver Ana Díaz Serrano,
El gobierno de las distancias. Repúblicas urbanas en la Monarquía Hispánica (Murcia
y Tlaxcala, siglo xvi y xvii) (Madrid: FCE, en prensa).
240
241
4
James Lockhart, The Nahuas after the conquest. A social and cultural history of
the Indians of central Mexico, sixteenth through eighteenth centuries (Stanford: Stan-
ford University Press, 1992).
5
Charles Gibson, The Aztecs under Spanish rule; a history of the Indians of the
Valley of Mexico, 1519-1810 (Stanford: Stanford University Press, 1964); edición en
español, utilizada para las referencias: Los aztecas bajo el dominio español, 1519-1810
(México: Siglo xxi, 1984).
6
Gibson, Los aztecas…, 175-177.
7
Lockhart, The Nahuas…, 59-62.
8
Delfina Esmeralda López Sarrelangue, La nobleza indígena de Pátzcuaro en la
época colonial (México: UNAM, 1965).
242
9
William B. Taylor, Landlord and peasant in colonial Oaxaca (Stanford: Stan-
ford University Press, 1972).
10
Hildeberto Martínez, Tepeaca en el siglo xvi. Tenencia de la tierra y organiza-
ción de un señorío (México: Ediciones de la Casa Chata, 1984).
11
Nancy M. Farriss, Maya society Ander colonial rule. The collectiva enterprise of
survival (New Jersey: Princeton University Press, 1984).
12
Francisco de Solano, «Urbanización y municipalización de la población indí-
gena», en Estudios sobre la ciudad iberoamericana, coord. Francisco Solano (Madrid:
CSIC, 1983), 241-269.
13
Woodrow Borah, coord., El gobierno provincial de la Nueva España, 1570-
1787 (México: UNAM, 1985).
14
Bernardo García Martínez, Los pueblos de la sierra. El poder y el espacio entre
los indios del Norte de Puebla hasta 1700 (México: El Colegio de México, 1987).
15
Margarita Menegus Bornemann, Del señorío a la república de indios. El caso
de Toluca: 1500-1600 (Madrid: Ministerio de Agricultura, Pesca y Alimentación,
1991).
243
16
Nathan Wachtel, La vision des vaincus. Les indiens du Perou devant la conquete
espagnole, 1530-1570 (Paris: Gallimard, 1971); edición en inglés, utilizada para las
referencias: The vision of the vanquished: the Spanish conquest of Peru through Indian
eyes, 1530-1570 (Sussex : Harvester Press, 1977).
17
J. M. Fernández Fernández, «Indigenismo», en Diccionario crítico de Ciencias
Sociales, dir. Román Reyes, tomo I (Madrid-México: Plaza y Valdés, 2009). Consul-
tada versión on-line de la Universidad Complutense de Madrid: www.ucm.es/info/
eurotheo/diccionario/index_b.html
18
Charles Gibson, Tlaxcala in the Sixteenth century (New Haven: Yale Univer-
sity Press, 1952).
19
James Lockhart, Nahuas and Spaniards. Postconquest Central Mexicana His-
tory and Philology (Stanford: Stanford University Press-UCLA Latin American
Center Publications, 1991), cap. 10. Gibson apoya parte de sus conclusiones en
la Leyenda Negra, que considera «burda pero esencialmente justa» (Gibson, Los
aztecas…, 413), postura que justificaría posteriormente en Charles Gibson, The
Black Legend. Anti-Spanish attitudes in the Old World and the New (New York: A.A.
Knopf-A Borzoi Book on Latin America, 1971).
244
20
Un ejemplo de este tipo de estudios es Florine G.L. Asselbergs, Conquered
Conquistadors. The Lienzo de Quauhquechollan. A Nahua vision of the conquest of
Guatemala (Leiden: Leiden University Press, 2004).
21
Pedro Cardim et al., eds., Polycentric Monarchies: How did Early Modern
Spain and Portugal Achieve and Maintain a Global Hegemony? (Eastbourne: Sus-
sex Academic Press, 2012); Yanna Yannakaris, The Art of Being In-between. Native
Intermediaries, Indian Identity, and Local Rule in Colonial (Durham/Londres:
Duke University Press, 2008).
245
246
247
23
Alonso de la Vera Cruz, Sobre el dominio de los indios y la guerra justa,
México, 1553-1556, edición de Roberto Heredia Correa (México: UNAM, 2004),
duda I, párrafo 6. Alonso de la Vera Cruz no pone en duda la legitimidad de la
posesión del emperador sobre las Indias, si bien en ocasiones cae en una ambigüe-
dad que se manifiesta en expresiones como la siguiente: «el emperador no tiene
otro dominio sino el que se le ha dado por la misma república, de tal suerte que si
gobernara tiránicamente, podría la república deponerlo y privarlo del reino» (Vera
Cruz, Sobre el dominio de los indios, duda I, párrafo 18). Las principales líneas de
pensamiento hispánico sobre la soberanía popular han sido trazadas por Mónica
Quijada, «España, América y el imaginario de la soberanía popular», en Modernidad
iberoamericana. Cultura, política y cambio social, edit. Francisco Colom Gonzá-
lez (Madrid/Frankfurt: Iberoamericana/Vervuert, 2009). Este tipo de argumentos
fueron usados con frecuencia por los naturales que pleitearon contra los españoles
con motivo de sus abusos. El caso más paradigmático es el de Tenemaztle, caci-
que de Notliztlan (ver Ana Díaz Serrano, «Nos exilium. Heterodoxias y fronteras
en América, siglos xvi-xviii», en Los refugiados del rey de España. Las Monarquías
Ibéricas como tierra de recepción de exilios (siglos xvi-xviii), coords. José Javier Ruiz
Ibáñez e Igor Pérez Tostado (Madrid: FCE, 2015), 233-258).
24
El peso específico de la tradición prehispánica en la configuración del dere-
cho indiano dio lugar a un amplio debate. Las afirmaciones de historiadores como
García Gallo u Ots Capdequí pusieron las bases de la general aceptación de una
rotunda asimilación. Sin embargo, esta idea fue revisada posteriormente, sobre todo
248
249
250
28
Para el caso peruano ver José Carlos de la Puente, «A costa de Su Majestad:
indios viajeros y dilemas imperiales en la corte de los Habsburgo», Allpanchis, 39,
72 (2008): 11-60. Para el caso novohispano remito a mis propios trabajos: Ana Díaz
Serrano, «Repúblicas de indios en los reinos de Castilla: (re)presentación de las
periferias americanas en el siglo xvi», en Comprendere le monarchie iberiche. Risorse
materiali e rappresentazioni del potere, edit. Gaetano Sabatini (Roma: Edizioni Viella,
2010), 343-364; y «La República de Tlaxcala ante el Rey de España durante el siglo
xvi», Historia Mexicana, LXI, 3 (enero-marzo, 2012): 1049-1107.
251
29
Jerónimo Román y Zamora, Repúblicas del mundo, dividida en tres partes,
Medina del Campo, 1575 (primera edición) y Salamanca, 1595 (segunda edición
revisada). Sobre la censura de esta obra ver Rolena Adorno, «Sobre la censura y su
evasión: un caso trasatlántico», en Grafías del imaginario. Representaciones culturales
en España y América (siglos xvi-xviii), eds. González Sánchez y Enriqueta Vila Vilar
(Madrid: FCE, 2003), 13-52.
30
«Cierto [es que] esta costumbre si se usase hoy, no haría daño en nuestra
España», afirmaba sobre la costumbre seguida en la Verapaz de reunir asambleas de
hombres experimentados en materias de guerra y religión cuando surgía algún caso
particular. Opiniones de este tipo tienen que ver con situaciones personales que el
autor refiere en ésta y en otras de sus publicaciones. Ver Román y Zamora, Repúbli-
cas…, parte III, 349.
31
Román y Zamora, Repúblicas…, parte III, 156.
32
Román y Zamora, Repúblicas…, parte III, 143.
252
La Nueva España
En la Nueva España destacaron seis repúblicas de indios: Tlaxcala,
Texcoco, Tacuba y Xochimilco, en el valle central de México, de tradi-
ción náhuatl, y Tzintzuntzan y Paztcuaro, en la provincia de Michoacán,
de tradición tarasca. El oidor Villarroel se refirió a los gobernadores de
Tlaxcala y Patzcuaro como los únicos que cumplían plenamente las fun-
ciones asignadas al cargo, mientras que los demás ejercían como meros
recaudadores de impuestos. Analicemos sus particularidades.
Desde el citado trabajo de Gibson hasta investigaciones recientes,
como las de Martínez Baracs35, Assadourian36, Baber37, Cuadriello38,
33
Por ejemplo, Bartolomé de las Casas, principal autoridad para Román, se refe-
rirá a ellas como «reinos» y «provincias».
34
Se trata del capítulo VI, cuyo contenido se corresponde con la misma descrip-
ción publicada unos años antes por Bartolomé de las Casas.
35
Andrea Martínez Baracs, Un gobierno indio: Tlaxcala, 1519-1750 (México:
FCE, 2009).
36
Andrea Martínez Baracs y Carlos Sempant Assadourian, comps., Tlaxcala,
una historia compartida, 16 volúmenes (México: Conaculta/Gobierno del Estado
de Tlaxcala, 1991).
37
Jovita Baber, «The Construction of Empire. Politics, Law, and Community in
Tlaxcala, New Spain, 1521-1640» (tesis doctoral, Chicago, Universidad de Chicago,
2005).
38
Jaime Cuadriello, Glorias de la República de Tlaxcala o la conciencia como
imagen sublime (México: UNAM/Museo Nacional de Arte, 2004).
253
39
Díaz Serrano, El gobierno de las distancias…
254
de españoles con la que Tlaxcala mantuvo una continuada competencia. Las tensio-
nes giraron en torno al servicio personal y a la ubicación de la sede del obispado de
Tlaxcala, primero erigida en Tlaxcala como la primera diócesis americana, y luego,
en 1542, trasladada a Puebla.
255
42
López Sarrelange, La nobleza indígena de Pátzcuaro….
43
Felipe Castro Gutiérrez, Los tarascos y el Imperio español, 1600-1740 (México:
UNAM-Universidad Michoacana de San Nicolás de Hidalgo, 2004).
44
Carlos Salvador Paredes Martínez, «La nobleza tarasca: poder político y con-
flictos en el Michoacán colonial», Anuario de Estudios Americanos, 61, 1 (2008):
101-117.
45
Rodrigo Martínez Baracs, Convivencia y utopía. El gobierno indio y español de
la ‘ciudad de Mechuacan’, 1521-1580 (México: FCE, 2005).
46
No se trata sólo de una percepción historiográfica, sino también de un hecho
destacado ya por los contemporáneos. Así se recoge uno de los capítulos de la Rela-
ción de Michoacán, cuyo título es significativo: «De la gobernación que tenía y tiene
esta gente entre sí» (Martínez Baracs, Convivencia y utopía…, 299).
47
Detalles sobre el conflicto en López Sarrelange, La nobleza indígena de Pátz-
cuaro…, 61-65.
48
López Sarrelange, La nobleza indígena de Pátzcuaro…, 76.
256
49
En 1696 volvió a constituirse un cabildo de españoles en Patzcuaro.
50
Castro Gutiérrez, Los tarascos…, 132-135.
51
Entre estos gobernadores destaca la figura de Don Antonio, quien ocupó el
cargo de forma continuada entre 1545 y 1562, y cuya autoridad se hizo extensiva
al conjunto de la provincia michoacana. Su capacidad para movilizar mano de obra
y su liderazgo militar explican su prolongada hegemonía consentida por los espa-
ñoles: Martínez Baracs, Convivencia y utopía…, 320. No menos destacable fue-
ron sus excelentes relaciones en todas las esferas del poder novohispano: Martínez
Baracs, Convivencia y utopía…, 308-309; y López Sarrelange, La nobleza indígena
de Pátzcuaro…, 49-61.
52
Bechtloff ha destacado el papel de las cofradías como instrumentos de la
población indígena para reforzar su identidad como grupo autónomo dentro de
la sociedad colonial, siendo especialmente útil para sus élites, que encontraron en
257
258
58
Juan Manuel Pérez Cevallos, «El gobierno indígena colonial en Xochimilco
(siglo xvi)», Historia Mexicana, XXXIII, 132 (1984): 148-149.
59
Sobre la evolución y referencias de la gobernatura xochimilca ver Gibson, Los
aztecas…, 191.
259
260
64
Sus descendientes mantuvieron el liderazgo como caciques, sufriendo, por
tanto, una reducción de su dignidad: Quezada, Pueblos y caciques yucatecos…, 106.
65
Quezada, Pueblos y caciques yucatecos…, 72-81.
66
Lenkersdorg, Repúblicas de indios…, 81-90.
67
Lenkersdorg, Repúblicas de indios…, 94-97.
261
El Perú
68
Lenkersdorg, Repúblicas de indios…, 186-190.
262
69
Nathan Wachtel, The Vision of the Vanquished: The Spanish Conquest of Peru
Through Indian Eyes, 1530-1570 (Barnes & Noble Imports, 1971), 123-125 y 129-
-131.
70
Ver Susan Elisabeth Ramírez, The world upside down: cross-cultural contact
and conflict in sixteenth-century Peru (Stanford: Stanford University Press, 1996);
Aude Argouse, «¿Son todos caciques? Curacas, principales e indios urbanos en
Cajamarca (siglo xvii)», Bulletin d’ Institut Français d’Études Andines, 37 (1) (2008):
163-184; y Carolina Jurado, «Las reducciones toledanas a pueblos de indios: aproxi-
mación a un conflicto. El repartimiento de Macha (Charcas). Siglo xvi», Cahiers des
Amériques Latines, 47 (2004): 123-137.
71
Aude Argouse ha analizado este fenómeno en Cajamarca, destacando el riesgo
que conllevaba esta actividad, ya que la recaudación, siempre difícil, era avalada con
el patrimonio de los recaudadores. La frecuencia con la que fracasaban, los llevaba
263
al endeudamiento, por lo que se puede hablar de ellos como una ‘red de deudas’, en
la que se incluyeron también a algunos de los indios principales más enriquecidos,
éstos como prestamistas: Argouse, «¿Son todos caciques?…», 180.
72
Argouse, «¿Son todos caciques?…», 170-171.
73
Sobre las dudas sobre la legitimidad del poder de los curacas y las denuncias
contra sus abusos de poder ver Carlos Sempat Assadourian, «Dominio colonial y
señores étnicos en el espacio andino», en Transiciones hacia el sistema colonial andino
(Lima: El Colegio de México-Instituto de Estudios Peruanos, 1994), 151-170.
264
que ni siquiera llegó a intentarse. Hasta finales del siglo xvi sólo se
habían creado cargos de tipo religiosos: los fiscales o alguaciles de
doctrina; y en general, los cambios se fueron realizando con lenti-
tud, sin que el modelo hispánico fuera tomando consistencia en las
sociedades muiscas o caucas hasta los últimos años del Quinientos74.
74
Jorge Augusto Gamboa M., «Las instituciones indígenas de gobierno en
los años posteriores a la conquista: caciques y capitanes muiscas del Nuevo Reino
de Granada (1537-1650)», en Imperios ibéricos en comarcas americanas: estudios
regionales de historia colonial brasileña y neogranadina, eds. Adriana María Alzate,
Manolo Florentino y Carlos Eduardo Valencia (Bogotá: Editorial Universidad del
Rosario, 2008), 136-161; y Héctor Manuel Cuevas Arenas, La república de indios:
un acercamiento a las encomiendas, mitos, pueblos de indios y relaciones interestata-
les en Cali, siglo xvii (Santiago de Cali: Programa Editorial Universidad del Valle,
2005).
75
Juan Solórzano Pereira, Política Indiana, Madrid, 1736 (primera edición de
1647). Libro II, cap. IV, 71.
76
Paulino Castañeda Delgado, Los memoriales del Padre Silva sobre predicación
pacífica y repartimientos (Madrid: CSIC, 1983)
77
Destacamos dos recientes publicaciones que han ofrecido un estado gene-
ral de las investigaciones en esta material, además de adelantar proyectos en curso
y proponer nuestras investigaciones: Felipe Castro Gutiérrez, comp., Los indios y
las ciudades de Nueva España (México: UNAM, 2010); y Dane Velasco Murillo,
Mark Lentz y Margarita Ochoa R., eds., City Indians in Spain´s American Empire.
Urban indigenous society in Colonial Mesoamerica and Andean South America, 1530-
-1810 (Portland: Sussex Academia Press, 2012). Añadimos además el muy reciente
trabajo de Beatriz Rojas, Las ciudades novohispanas. Siete ensayos. Historia y terri-
torio (México: Instituto de Investigaciones Dr. José María Luis Mora/Colegio de
Michoacán, 2016).
265
Consideraciones finales
Las repúblicas de indios son el resultado opuesto a un proyecto
político expansionista, homogeneizador y centralizador, reflejando la
multitud de factores que mediaron en su implantación y desarrollo.
78
Natalia Silva Prada, La política de una rebelión: los indígenas frente al tumulto
de 1692 en la Ciudad de México (México: El Colegio de México, 2007). Ver también
Gibrán Bautista y Lugo, «Castigar o perdonar. El gobierno de Felipe IV ante la
rebelión de 1624» (tesis doctoral, México: UNAM, 2014).
79
Citado en Castro Gutiérrez, Los indios y las ciudades…, 26.
266
267
268
269
Capítulo 7
... pola muita confiança que temos de João Machado […] [e por causa do
que ele] […] tem sabido daquelas terras do reyno de Daquem, e daque-
les que senhoreava o Sabayo, e assi da maneira que se melhor povoarão
aquellas ilhas de Goa, e assy de como se recadarão nossos direitos dos
lavradores, e vassalos nossos, que viverem nas ditas Ilhas; […] queremos
[…] que ele seja o principal oficial disto, o quoal officio segundo semos
informados se chamava na linguoa da terra Tanadar, e elle queremos que
seja o principal e soo, que tudo carregue no modo que dito he, nam
tolhendo que hi haja outros nossos direitos e que na terra se ouverem
de arrecadar; e que polo costume della forem compridoiros […] nossa
vontade he que se não recade mais nem menos pera nos que o que se
recadava pera Sabayo…3
1
O termo «indígena» é empregue com um intuito descritivo – o que é autóctone
ou nativo – independentemente do sentido político-jurídico derrogatório que lhe
foi imputado pela legislação indigenista colonial do século xx.
2
Este capítulo faz parte do projecto PTDC/SOC/87640/2017, intitulado
INDICO – Arquivos coloniais nativos: micro-histórias e comparações.
3
«Carta de Tanadar e capitão da terra dada pelo rei Dom Manuel I a João
Machado», de 4 de Fevereiro de 1515, em Archivo Portuguez Oriental [doravante,
271
272
6
João Machado era um degredado que fora deixado na África Oriental pela
armada de Pedro Álvares Cabral. Na Índia serviu no sultanato de Yusuf Adil Shah
[Adil Khan ou (H)Idalcão] onde foi chefe dos firangiyan (mercenários estrangei-
ros, «francos»). Serviu de intermediário entre Adil Shah e Afonso de Albuquerque.
Reaproximou-se dos portugueses e em 1511 passou para o lado português. Maria
Augusta Lima Cruz, «As andanças de um degredado em Terras Perdidas – João
Machado», separata de Mare Liberum, n.º 5 (Lisboa: CNCDP, 1995).
7
«Regimento do feitor da cidade de Goa», de 1526 ou 1530, APO, fasc. 5,
parte i, 134.
273
274
275
Sobre este tópico, ver, entre os seus múltiplos trabalhos, António Manuel
8
276
9
Os «títulos de aquisição de direitos de soberania» implicam a territorialização
directa – os senhorios de Goa e Malaca, as conquistas territoriais no Brasil ou em
Angola; e indirecta – os prazos de Baçaim e Damão: Luís Filipe Thomaz, «Estrutura
político-administrativa do Estado da Índia», em De Ceuta a Timor (Lisboa: Difel,
1994), 225.
277
Estado da Índia
10
Opto por não tratar o caso do Reino do Kongo (1491).
278
11
Geograficamente, o Estado da Índia abarca um vasto espaço compreendido
entre a África Oriental e os Mares do Sul da China. Englobava, assim os Rios de
Sena (em Moçambique) que permaneceram sob a jurisdição de Goa até 1752. Pas-
sim, Catarina Madeira-Santos, Goa é a Chave. Perfil Político da Capital do Estado da
Índia/1505-1570 (Lisboa: CNCDP, 1999).
12
Thomaz, De Ceuta…, 218-233.
13
Exceptuo da análise o regime dos cartazes (do árabe, qirtás), instituído em
1502, presumivelmente já existente no Índico e que correspondia a um salvo-con-
duto outorgado pelos portugueses, para navegação dos não-cristãos, Thomaz, De
Ceuta…, 221-223.
279
Gaspar Correia, Lendas da Índia, dir. Rodrigo José de Lima Felner (Lisboa:
15
280
16
No judicial, os gãocares estavam sujeitos ao tanadar-mor, instância de arbi-
tragem com apelação para o vedor da Fazenda ou governador-geral, conforme as
matérias.
17
04.02.1515, APO, fasc.5, parte i, 1-3, 35-36.
18
«Regimento de tanadar», de 20.10.1520, APO, fasc. 5, parte i, 65-68. Sobre
Crisná, ver Panduronga S. S. Pissurlencar, Agentes da Diplomacia Portuguesa na
Índia (Hindus, Muçulmanos, Judeus e Parses) (Goa: Tipografia Rangel, 1952), 1-16;
Flores, 2015, passim.
281
19
APO, fasc. 5, parte i, 122.
20
«Foral de 1526», art. xxxiii, APO, fasc. 5, parte i, 131.
21
APO, fasc. 5, parte i, 36.
22
APO, fasc. 5, parte i, 113-133.
282
283
24
Sobre as populações indígenas de Goa, ver, por todos, Ângela Barreto Xavier,
A Invenção de Goa: Poder Imperial e Conversões Culturais nos Séculos XVI e XVII
(Lisboa: Imprensa de Ciências Sociais, 2008).
25
25.06.1557, APO, fasc. 5, parte i, 319-320.
26
03.01.1553, APO, fasc. 5, parte i, 249-254; Xavier, A invenção…, passim.
27
31.07.1593, APO, fasc. 5, parte i, 1323-1324; Idem, fasc. 5, parte iii, 1374.
284
28
Catarina Madeira-Santos, «Entre Velha Goa e Pangim: a capital do Estado
da Índia e as reformulações da política ultramarina, séculos xvi-xix», Revista de
História Militar, número especial (1998): 130.
29
Opto por não tratar Damão.
30
Thomaz, De Ceuta…, 215
31
Sobre os prazos do Norte ver, sobretudo, Susana Münch Miranda. «Property
rights and social uses of land in Portuguese India: the Province of the North (1534-
-1739)», em Property rights, land and territory in the European Overseas Empire, orgs.
José Vicente Serrão, Eugénia Rodrigues, Bárbara Direito e Susana Münch Miranda
285
286
33
Sobre os prazos do Zambeze, ver Alexandre Lobato, Evolução Administrativa
e Económica de Moçambique. 1752-1763 (Lisboa: Agência Geral do Ultramar, 1957);
Alexandre Lobato, Colonização Senhorial da Zambézia e Outros Estudos (Lisboa:
Junta de Investigações do Ultramar, 1962); Allen Isaacman, Mozambique: the afri-
canization of a European Institution. The Zambezi Prazos. 1750-1902 (Madison: The
University of Wiscosin Press, 1972); Malyn D. D. Newitt, A history of Mozambi-
que (Londres: Hurst & Company, 1995); Eugénia Rodrigues, «As donas de prazos
do Zambeze. Políticas imperiais e estratégias locais», em VI Jornada Setecentista:
Conferências e Comunicações, dirs. Magnus R. de Mello Pereira, António César de
Almeida Santos, Maria Luiz Andreazza e Sergio Odilon Nadalin (Curitiba: Aos
Quatro Ventos/Cedop, 2006), 15-34; Eugénia Rodrigues, Portugueses e Africanos
nos Rios de Sena. Os Prazos da Coroa em Moçambique nos Séculos XVII-XVIII
(Lisboa: Imprensa Nacional-Casa da Moeda, 2014).
287
34
Ver, por exemplo, a Lei de Dom Sebastião, que aplica o princípio da herança
nas mulheres ou no parente mais próximo, em caso de não haver descendente do
sexo masculino, 22.03.1559, APO, fasc. 5, parte i, 381-383.
35
Rodrigues, «As donas de prazos…», 15-34.
36
Sobre os tratados no Estado da Índia, António Vasconcelos Saldanha, Iustum
Imperium. Dos Tratados como Fundamento do Império dos Portugueses no Oriente.
Estudo de História do Direito Internacional e do Direito Português (Lisboa: Funda-
ção Oriente – Instituto Português do Oriente, 1997), 362e ss.
288
vassalos do rei de Portugal. Nos dois casos, para o que aqui interessa,
os tratados aparecem como poderosos catalisadores, no sentido em
que desencadeiam intensas interacções politicas, diplomáticas e cul-
turais – com o envio de embaixadas entre as cortes e a troca de cor-
respondência e de presentes. Para o Estado da Índia, a Collecçao de
tratados e concertos de pazes que o Estado da Índia Portugueza fez
com os reis e senhores..., está repleta de exemplos onde as culturas
locais transformam os ritos diplomáticos e da vassalagem. No caso
de reis muçulmanos, o cerimonial sofre significativos processos de
ressemantização, nomeadamente pelo uso do A lcorão – Al’Qran
(chamado moçafo), para o juramento37. É no domínio dos tratados,
das embaixadas e das cortes que as instituições indígenas sob a forma
de noções e de protocolos são traduzidas em vista de um entendi-
mento conceptual38.
Brasil
37
Julio Firmino Judice Biker, Collecção de tratados e concertos de pazes que o
Estado da Índia Portugueza fez com os reis e senhores com quem teve relações nas partes
da Asia e da África Oriental desde o princípio da conquista até ao fim do século xviii,
12 vols. (Asian Educational Services, 1881), 117.
38
Sobre as cortes como lugares de tradução de conceitos políticos, Sanjay
Subrahmanyam, Courtly Encounters. Translating Courtliness and Violence in Early
Modern Eurasia (Cambridge, Mass.: Harvard University Press, 2012), passim.
39
A etnogénese própria da colonização criou as categorias dos Tupis e dos Tapuias,
Neste texto refiro-me aos índios, como categoria analítica, fazendo uma generalização
necessária, sabendo que entre as aldeias havia diferenças regionais e que as incidências
da cultura índia eram muito mais fortes na Amazónia do que no Sul, onde a presença
colonial se fez sentir desde o século xvi. Sobre os índios do Brasil sigo de perto os
trabalhos de Monteiro, 1989…, 45-57, 46; John M. Monteiro, Negros da Terra – Índios
e Bandeirantes nas Origens de São Paulo (São Paulo: Companhia das Letras, 1994),
passim; Almeida, Metamorfoses Indígenas…, passim.
40
Monteiro, 1989, 46.
289
41
Almeida, Metamorfoses Indígenas…, 90.
290
291
Angola
292
45
«Regimento do governador de Angola», 23.07.1607, Monumenta Missionaria
Africana, vol. 5, 267-269.
46
Beatrix Heintze, Luso-african feudalism in Angola? The vassal treaties of the
16 to the 18th century, separata da Faculdade de Letras da Universidade de C
th
oimbra
(Coimbra: Instituto de História Económica e Social, 1980), 111-131; Catarina
Madeira-Santos e Ana Paula Tavares, «Fontes escritas africanas para a história de
África», Estudos e Documentos. Revista do Arquivo Histórico de Angola, n.º 4-5
(1999): 87-134; Catarina Madeira-Santos e Ana Paula Tavares, edição, introdução,
glossário e índices, Africae Monumenta, vol. i – Arquivo Caculo Cacahenda (IICT,
2002), 23-49; Catarina Madeira-Santos, «Um governo polido para Angola: reconfi-
gurar dispositivos de domínio (1750 c. 1800)» (tese de doutoramento em História,
Lisboa, Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa/
293
Paris, École des Hautes Études en Sciences Sociales, 2005a, 124-134 e 387-403; Cata-
rina Madeira-Santos, «Entre deux droits, les Lumières en Angola (1750-v.1800)»,
Annales. Histoire Sciences Sociales, n.º 4 (2005b): 817-848; Catarina Madeira-Santos,
«Écrire le pouvoir en Angola. Les archives ndembu (xviième-xxème siècles)»,
Annales, Histoire Sciences Sociales, LXIV, n.º 4, número especial «Cultures écrites
en Afrique» (2009): 767-795; Catarina Madeira-Santos, «Esclavage africain et traite
atlantique confrontés: transactions langagières et juridiques (à propos du tribunal
de mucanos dans l’Angola des xviie et xviiie siècles)», Brésil(s). Sciences humaines et
sociales, n.º 1 (2012, mai): 127-148.
47
Madeira-Santos, «Um governo polido para Angola…», 403-420; Madeira-
-Santos, «Entre deux droits, les Lumières…», 817-848.
48
Madeira-Santos, «Um governo polido para Angola…», 287-295.
294
49
Aida Freudenthal, Arimos e Fazendas. A Transição Agrária em Angola (1850-
-1880) (Luanda: Edições Chá de Caxinde, 2005), 150.
50
Madeira-Santos, «Um governo polido para Angola…», 106-135.
51
Sobre os mbundu, ver Joseph C. Miller, Poder Político e Parentesco. Os Antigos
Estados Mbundu em Angola, trad. de Maria da Conceição Neto (Luanda: Arquivo
Histórico Nacional, Ministério da Cultura, 1995), passim; Jill Dias, «Mudanças nos
padrões de poder no ‘Hinterland’ de Luanda. O impacto da colonização sobre os
mbundu (c. 1845-1920)», Penélope, n.º 14 (1994): 43-91.
295
52
Madeira-Santos, «Um governo polido para Angola…», 364-408; Madeira-
-Santos, «Entre deux droits…», 820 e segs.
53
Madeira-Santos, «Esclavage africain et traite atlantique confrontés…», 127-
-148.
296
54
David Eltis e David Richardson, «A New Assessment of the Transtlantic
Slave Trade», em Extending the Frontiers: Essays on the New Transatlantic Slave Trade
Database, coords. David Eltis e David Richardson (New Haven: Yale University
Press, 2008), 1-62.
55
Madeira-Santos, «Esclavage africain et traite atlantique confrontés…», 146-8.
56
Sobre o «direito costumeiro colonial», Martin Chanock, Law Custom and
Social Order. The colonial experience in Malawi and Zambia (Cambridge: Cambridge
University Press, 1985).
297
298
58
Subrahmanyam, Courtly Encounters…, 246-247.
59
Rodrigues, «As donas de prazos…», 19 e segs.
60
«Jesuítas (1602-1603)», Monumenta Missionaria Africana, 56; Beatrix Heintze,
Fontes para a História de Angola do Século XVII, memórias, relações e outros manus-
critos da colectânea documental de Fernão de Sousa (1622-1635), transcrição dos
documentos em colaboração com Maria Adélia de Carvalho Mendes, Studien zur
299
300
301
302
Capítulo 8
1
Este texto actualiza uma contribuição publicada em Anne Dubet, Les finances
royales dans la monarchie espagnole (xvie-xixe siècles) (Rennes: Presses Universi-
taires de Rennes, 2008) na qual se fez uma síntese dos principais contributos dos
oficiais das finanças da Nova Espanha nos séculos xvii e xviii. Tradução do original
em francês de Ângela Barreto Xavier.
2
Referimo-nos, em concreto, ao debate relativo à corrupção da administração
régia, retomado recentemente, nomeadamente em torno dos grupos de investigação
constituídos por Francisco Andújar (Universidad de Almería) e Pilar Ponce Leiva
303
304
4
Posteriormente, a vastíssima vice-realeza do Peru, que se estendia, a partir do
Norte, do golfo do México até à imensa região da Pampa, para além de Buenos
Aires, no Sul, passando pelo espaço andino, a oeste, foi desmembrada em três vice-
-realezas : a da Nova Granada, com a capital em Bogotá, criada em 1717, a de Buenos
Aires, em 1776, e a do Peru, reduzida ao espaço andino.
5
Para a lista detalhada das diversas Cajas reales com as datas da sua criação, ver
Michel Bertrand, Grandeur et misères de l’office, les officiers de finances de Nouvelle
Espagne aux XVIIème et XVIIIème siècles (Paris: Les Publications de la Sorbonne,
1999), 50-52. Para as Cajas Reales que existiam na vice-realeza meridional, veja-
-se Maria Luisa Laviana Cueto, «Organización y funcionamiento de las cajas reales
de Guayaquil en la segunda mitad del siglo xviii», Anuario de estudios americanos,
n.º 37 (1980): 313-349.
305
6
É esse o testemunho da correspondência administrativa dos oficiais das Finan-
ças, disponível na 5.ª série do Archivo General de Indias, estruturada em torno das
diversas Audiencias do império. Para a Nova Espanha, ver os maços das subséries
«Cartas de los oficiales reales de la Nueva España» e os «Expedientes de oficiales
reales sobre dependência», na série Audiencia de México.
7
A bibliografia sobre esta questão é particularmente abundante. Referimos
aqui os trabalhos mais significativos que oferecem uma perspectiva jurídica quase
exaustiva: Ismael Sanchez Bella, La organización financiera de las Indias, siglo xvi
(Sevilha: EEHA, 1968), maxime 282-291; Analola Borges, «Una Real Instrucción
306
307
9
A historiografia mais abundante sobre este tema identificou, há já bastante
tempo, essa ruptura com o estabelecimento, a partir de 1780, de intendências na
América espanhola continental. No que diz respeito à Nova Espanha, o estudo de
referência é o de Horst Pietschmann, por muito tempo de difícil acesso, mas agora
felizmente traduzido como Las reformas borbónicas y el sistema de intendencias en
Nueva España, un estudio politico administrativo (México: FCE, 1996). Esta pers-
pectiva clássica foi enriquecida, a partir da década de 1970, com a análise social das
instituições, interessada nas mudanças introduzidas no recrutamento dos homens
chamados a servir o Estado colonial. A esse nível, a referência é o estudo de Mark
Burkholder e Dewit Chandler, De la impotencia a la autoridad, 1687-1808 (México:
FCE, 1984).
10
Sobre a questão fundamental de pôr em perspectiva e, logo, de interpretar as
políticas «reformistas» de Carlos III, ver em Dubet, Les finances royales…, o capí-
tulo 10 intitulado «Un siècle de réformes dans l’administration des finances aux
Amériques: rationalisation et professionnalisation (xviie-xviiie siècles)».
308
11
Ver Bertrand, Grandeur et misères de l’office…, cap. 5.
309
310
311
13
Bertrand, Grandeur et misères de l’office…, 156-157.
14
Bertrand, Grandeur et misères de l’office… gráficos, 164-168.
312
313
314
17
Essa questão das precedências ocupava um lugar importante, por vezes exces-
sivo, no funcionamento das referidas instituições, como bem o revela a correspon-
dência administrativa reagrupada na série Audiencia de México no Archivo General
de Indias.
18
Bertrand, Grandeur et misères de l’office…, sobretudo o capítulo 1.
315
19
Giovanni Levi, Le pouvoir au village, histoire d’un exorciste dans le Piémont du
xviième siècle (Paris: Gallimard 1985).
20
Entre os oficiais de Finanças peninsulares, 60% destes casaram com criollas:
Bertrand, Grandeur et misères de l’office…, 192, nota 18.
21
Jean-Paul Zúñiga, Espagnols d’outre-mer. Émigration, métissage, et reproduc-
tion sociale à Santiago de Chili au 17e siècle, (Paris: Édition de l’École des Hautes
Études en Sciences Sociales, 2002).
22
John Tutino, Creole Mexico: Spanish Elites, Haciendas, and Indian Towns
(1750-1810) (University of Texas at Austin, 1976); John Tutino, «Power, Class, and
Family: Men and Women in the Mexican Elite (1750-1810)», The Americas, 39: 3
(Janeiro, 1983): 359-381.
316
de la Nouvelle-Espagne…..
24
Burkholder e Chandler, De la impotencia a la autoridad….
317
criollas sobre uma instituição cuja criação podia pôr em causa a sua
preeminência social. Elas conseguiram estabelecer laços estreitos,
tanto familiares quanto económicos, com os sucessivos intendentes
da circunscrição, os quais se transformaram em verdadeiros repre-
sentantes dos interesses das elites de Mérida25.
É pelo critério deste capital social adquirido graças às honras e
vantagens redistribuídas em virtude de um poder exercido, que
importa compreender o lugar ocupado por estes oficiais das Finanças
nas redes de poder construídas por ou em torno das elites coloniais.
Para os grandes mineiros do vice-reinado e sobretudo para os gran-
des comerciantes, nomeadamente os da cidade do México reagru-
pados no seio do seu consulado, mas também para os dos grandes
centros económicos da região, estes oficiais constituíam intermediá-
rios polivalentes que lhes abriam espaços sociais dificilmente aces-
síveis sem relações sólidas e numerosas. Porque peninsulares, estes
oficiais contribuíam para reforçar as necessárias redes comerciais
transatlânticas sobre as quais repousavam as suas actividades eco-
nómicas.26 Como oficiais régios, eles ofereciam-lhes garantias ou
protecções úteis à perpetuação de uma actividade económica tingida
por um respeito muito relativo das regras particularmente melindro-
sas e condicionantes. É essa a integração com os principais agentes
económicos locais da Nova Espanha que se tornou possível recons-
tituir, quer para os oficiais das Finanças stricto sensu,27 quer para os
intendentes28. Os primeiros, em particular, tornam evidente a forte
correlação entre as actividades profissionais dos membros das redes
constituídas em torno destes oficiais e a especialização económica da
região considerada, confirmando também a assimilação destes ofi-
ciais às realidades locais.
25
Augeron, Entre la plume et le fer…, cap. 6 e Lacoste, Les intendants de la vice-
-royauté de la Nouvelle-Espagne…..
26
Gabriella Dalla Corte, Vida i mort d’una aventura al riu de la Plata, Jaime
Alsina i Verjés, 1770-1836 (Barcelona: Publicacions de l’Abadia de Montserrat,
2000); Jean-Philippe Priotti, Bilbao et ses marchands au xvi e siècle. Genèse d’une
croissance. Genèse d’une croissance (Lille: Presses Universitaires du Septentrion,
2004).
27
Bertrand, Grandeur et misères de l’office…, cap. 6.
28
Augeron, Entre la plume et le fer…, e Lacoste, Les intendants de la vice-royauté
de la Nouvelle-Espagne…
318
29
Sobre os critérios de análise que permitem distinguir os vários tipos de rede,
ver Michel Bertrand, «De la familia a la red de sociabilidad», Revista Mexicana de
Sociología, vol. 61, n.° 2 (Abril-Junho de 1999): 107-135.
30
Bertrand, Grandeur et misères de l’office…, 263-266.
319
31
Sobre o detalhe do caso que implicava este oficial das Finanças, ver Bertrand,
Grandeur et misères de l’office…, cap. 1, 21-34. Sobre a composição invulgar da rede
deste oficial ver, na mesma obra, 266-271.
32
Sobre a composição desta rede, ver Bertrand, Grandeur et misères de l’office…,
cap. 6, quadro 7, 273.
33
Num contexto ligeiramente diferente, que não toma como ponto de partida
a administração das Finanças, procurámos reconstituir o mesmo tipo de rede com-
320
plexa em luta pelo poder na Guatemala nos finais do século xviii. Duas dessas redes
dividiam a Audiência em dois clãs rivais. Estendiam-se ao Consulado dos merca-
dores, recentemente criado, bem como ao governo municipal da capital; Michel
Bertrand, «Esta audiencia es toda una sodoma y sicarismo: Complots, trahisons
et crise politique fin de siècle à Guatemala», Trace, n.° 37 (Junho de 2000): 74-85;
Michel Bertrand, «Poder, negocios y familia en Guatemala a principios del siglo
xix», Historia mexicana, vol. 56, n.° 3 (2006): 863-917.
321
322
323
Capítulo 9
Introdução
Este capítulo propõe-se observar o governo da Fazenda no Estado
da Índia e na América Portuguesa, a fim de avaliar o papel dos siste-
mas fiscais e administrativos na construção e manutenção do impé-
rio português do período moderno. Em perspectiva comparada, aqui
se esboçam os processos de transposição para o império das insti-
tuições que no reino geriam as receitas fiscais da monarquia, pro-
curando compreender como é que se moldaram às circunstâncias
locais e aos objectivos da monarquia e como é que deram origem a
sistemas administrativos com autonomias diferentes em relação às
instituições metropolitanas. Este enfoque institucional completa-se,
sempre que possível, com uma análise das práticas de governo da
Fazenda, que se colhem por meio da observação das características
do provimento dos oficiais e da sua monitorização. Por último, as
reformas administrativas implementadas na segunda metade de Sete-
centos serão também objecto de análise.
325
1
Virgínia Rau, «Feitores e feitorias, instrumentos do comércio internacional
português no século xvi», em Estudos sobre História Económica e Social do Antigo
Regime (Lisboa: Editorial Presença, 1984), 143-149.
2
Outras funções incluíam a cobrança e a gestão de certas receitas próprias,
como tributos pagos por alguns potentados asiáticos ou presas marítimas. Cf.
Susana Münch Miranda, «A Administração da Fazenda Real no Estado da Índia
(1517-1640)» (tese de doutoramento em História dos Descobrimentos e da
Expansão Portuguesa, Lisboa, Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Univer-
sidade Nova de Lisboa, 2007), 50-51.
326
3
Luís Filipe Thomaz, «A estrutura política e administrativa do Estado da
Índia no século xvi», em De Ceuta a Timor (Lisboa: Difel, 1994), 207-243; Sanjay
Subrahmanyam, The Portuguese Empire in Asia, 1500-1700. A Political and Econo-
mic History (Londres: Longman, 1993), 64-67.
4
Cf. Dejanirah Couto, «Em torno da Concessão e da Fortaleza de Baçaim
(1529-1546)», Mare Liberum, 9 (1995): 117 e segs; António Vasconcelos de S aldanha,
Iustum Imperium. Dos Tratados como Fundamento do Império dos P ortugueses no
Oriente (Lisboa: Fundação Oriente – Instituto Português do Oriente, 1997), 435
e 444-446.
327
5
Sobre os cartazes, veja-se Thomaz, «A estrutura política e administrativa…»,
221-224.
6
Artur Teodoro de Matos, «A situação financeira do Estado da Índia no período
filipino (1581-1635)», em Na Rota da Índia. Estudos de História da Expansão Portu-
guesa (Macau: Instituto Cultural de Macau, 1994), 69.
7
Sobre as páreas, tributos pagos por alguns potentados asiáticos ao rei de
Portugal a título de vassalagem, veja-se Saldanha, Iustum Imperium…, 643-645.
8
Sobre este assunto, veja-se L. F. Thomaz «Os portugueses nos mares da
Insulíndia. Século xvi», em De Ceuta…, 571-572; Susana Münch Miranda e Cristina
Serafim, «Trocas comerciais» em História dos Portugueses no Extremo Oriente.
Em torno de Macau, vol. i, t. 1, ed. A. H. de Oliveira Marques (Lisboa: Fundação
Oriente, 1998), 224-227.
9
Francisco Bethencourt, «O Estado da Índia», em História da Expansão
Portuguesa, vol. ii, Do Índico ao Atlântico (1570-1697), eds. F. Bethencourt e K.
Chaudhuri (Lisboa: Círculo de Leitores, 1998), 296-297.
328
10
Sobre as funções dos almoxarifes, cf. António Manuel Hespanha, As Vésperas
do Leviathan. Instituições e Poder Político, Portugal – Século XVII (Lisboa: Alme-
dina 1994), 214.
11
Cf. Miranda, A Administração da Fazenda Real…
12
As feitorias eram as seguintes: Sofala, Mombaça, Mascate, Ormuz, Diu,
Damão, Baçaim, Manorá, Chaul, Goa, Onor, Barcelor, Mangalor, Cananor, Cochim,
Cranganor, Coulão, Manar, Ceilão e Malaca. Entre as doze tesourarias subordinadas
ao feitor/tesoureiro de Goa merecem destaque o executor da Casa dos Contos, os
almoxarifes da Ribeira Grande e da Ribeira das Galés e os recebedores de Salsete e
de Bardez. Cf. Susana Münch Miranda, «The Centre and the Periphery in the Admi-
nistration of the Royal Exchequer of the ‘Estado da India’, 1517-1640», e-Journal of
Portuguese History, 7-2 (2009): 4.
329
A administração central
No centro, as instituições do governo da Fazenda decalcaram-se,
em grande medida, de instituições comuns à maioria das monarquias
da Europa Ocidental. Em meados da década de 1570 estruturavam-
-se em torno de quatro funções distintas: 1) o governo oeconomico
ou a administração activa da Fazenda; 2) a fiscalização dos oficiais
da administração periférica e central; 3) a centralização do registo de
oficiais e soldados; e 4) a gestão executiva das despesas da administra-
ção central. A origem deste modelo organizativo recua a 1505, com a
nomeação do primeiro vice-rei da Índia, a quem o rei delegou plenos
poderes para que pudesse administrar bens e recursos da coroa, isto
é, que pudesse assegurar o governo oeconomico.14 Novo passo foi
dado em 1517, quando algumas jurisdições do vice-rei foram atribuí-
das ao recém-criado vedor da Fazenda da Índia. Se esta magistratura
se decalcava dos vedores da Fazenda do reino, o seu campo de acção
incluía, todavia, competências específicas, como a coordenação do
provimento das fortalezas e a superintendência da carga das naus da
Carreira. Nas décadas subsequentes, este primeiro desenho institu-
cional complexificou-se. Em 1550, criou-se uma nova magistratura
– o «vedor da fazenda da carga e descarga das naus», com sede em
Cochim –, enquanto na década de 1590 se instituiu o Conselho da
Fazenda, que replicou em Goa a instituição congénere sediada em
Lisboa. As atribuições deste órgão centravam-se na administração
330
15
Entre os assuntos apreciados contavam-se a contratação de rendas reais, o
acrescentamento de ordenados, a aquisição de abastecimentos para as armadas e for-
talezas, a superintendência da Carreira da Índia, a contratação da pimenta e a transfe-
rência e circulação de fundos entre as feitorias.
16
O Conselho da Fazenda era presidido pelo vice-rei e nele tinham assento dois
ministros de fazenda (o vedor da Fazenda de Goa e o provedor-mor dos Contos)
e três juristas. Miranda, A Administração da Fazenda Real…, 247-253.
17
Um amplo corpo normativo foi promulgado entre 1589 e 1605. Arquivo Por-
tuguês Oriental (APO), ed. J. H. da Cunha Rivara (Nova Deli: Asian Educational
Services [fac-símile da edição de 1877] 1992), fasc. 5, parte iii, doc. 933, 1181-1246;
Idem, doc. 931, 1173-1180; Idem, doc. 1101, 1578-1585; Idem, fasc. 6, doc. 45, 778-
-779.
18
Miranda, A Administração da Fazenda Real…, 293-320, 347-350.
331
A articulação centro/periferia
Feitorias, alfândegas e recebedorias dão corpo a um modelo
organizativo marcado não só pela autonomia funcional e financeira
relativamente aos tribunais de corte, mas também pela atomização
contabilística, donde decorria, na prática, uma descentralização face
ao governo de Goa. Por um lado, as receitas fiscais do Estado da Índia
despendiam-se na manutenção da sua organização administrativa,
eclesiástica, militar e naval. Dos rendimentos arrecadados na Ásia,
nada fluía para os cofres do reino, como se reconhecia em 1591.21
Por outro lado, esses mesmos rendimentos pulverizavam-se em múl-
tiplos saldos locais, já que as feitorias executavam q
uotidianamente
19
APO, fasc. 5, parte iii, doc. 1000, 1325-1359.
20
Miranda, «The Center and the Periphery…».
21
Arquivo Histórico Ultramarino (AHU), Cartas da Índia, cód. 281, f. 151.
332
333
22
Miranda, A Administração da Fazenda Real….
23
Miranda, «The Center and the Periphery…».
334
América portuguesa
Logo nos primeiros anos do século xvi, as sociedades de mer-
cadores a quem foi cedido o exclusivo do comércio com a Terra de
Vera Cruz construíram algumas feitorias no litoral para assegurar
a obtenção de pau-brasil. Sobre estas primeiras décadas pouco se
sabe, a não ser que estes entrepostos comerciais fortificados se redu-
ziam a um número exíguo, restritos às regiões de Cabo Frio (Rio de
Janeiro) e de Pernambuco onde foi edificada a primeira feitoria régia
em 1516, numa altura em que a monarquia chamou a si a administra-
ção directa do comércio do pau-brasil. Estas feitorias visavam asse-
gurar o comércio com os ameríndios e fornecer apoio às navegações,
pelo que os seus feitores, mesmo quando serviam em nome da coroa,
actuavam sobretudo como agentes comerciais.
Com a instalação das capitanias hereditárias a partir de 1534, a
monarquia portuguesa irá afirmar-se como entidade fiscal, possibili-
tando a criação de um dispositivo de governo da Fazenda na América
portuguesa que coincidiu com uma administração de fazenda de
natureza senhorial. As cartas de doação e os forais concedidos a
12 donatários, entre 1534-153624, consignaram o sistema tributário aí
24
Neste período foram concedidas 12 capitanias hereditárias em 15 lotes.
Outras foram criadas posteriormente sendo Xingu, em 1695, a última a ser conce-
dida. António Vasconcelos Saldanha, As Capitanias do Brasil: Antecedentes, Desen-
volvimento e Extinção de um Fenómeno Atlântico (Lisboa: Comissão Nacional para
as Comemorações dos Descobrimentos Portugueses, 2001 [1992]), 22-23.
335
25
Por seu turno, os donatários tinham direito à redízima (10% do total dos
rendimentos da coroa), à meia-dízima do pescado, a 20% do valor da exportação
do pau-brasil, aos direitos de monopólio sobre os meios de produção (moendas
de água, sal e engenhos de açúcar) e aos rendimentos das alcaidarias-mores. Pedro
Puntoni, O Estado do Brasil: Poder e Política na Bahia Colonial, 1548-1700 (São
Paulo: Alameda Editorial, 2014), 112-113.
26
Ver, por exemplo, o foral concedido a Martim Afonso de Sousa em 1534,
apud Waldemar Martins Ferreira, História do Direito Brasileiro (Rio de Janeiro/São
Paulo: Livraria Freitas Bastos S. A, 1951); Saldanha, As Capitanias do Brasil…, 182.
27
Pedro Puntoni, O Estado do Brasil…, 114. Couto menciona o caso de Diogo
Dias, feitor de Pernambuco, que após o assalto francês a esta capitania em 1530,
teve de fugir para o Rio de Janeiro. Jorge Couto, A Construção do Brasil. Amerín-
dios, Portugueses e Africanos do Início do Povoamento a Finais de Quinhentos, 2.ª ed.
(Lisboa: Edições Cosmos, 1997), 211.
336
28
Arquivo Nacional da Torre do Tombo (ANTT), Chancelaria de D. João III,
liv. 21, fl. 166. Provimento de Diogo de Góis no ofício de provedor da Fazenda na
capitania da Baía. Évora, Lisboa, 25 de Agosto de 1536.
29
Susana Münch Miranda, A Fazenda Real na Ilha da Madeira (Segunda Metade
do Século XVI) (Lisboa: Instituto de História de Além-Mar, 1994), 58.
30
Sobre esta acumulação de funções no reino, cf. Hespanha, As Vésperas…, 206-
-207.
31
As últimas capitanias donatariais brasileiras foram incorporadas à coroa em
1753-1754. Saldanha, As Capitanias do Brasil…, 422-429.
32
Ao contrário do almoxarife, o feitor não é mencionado no «Regimento dos
provedores da Fazenda de capitanias» de 17 de Dezembro de 1548, sendo um cargo
muito pouco referido na documentação a partir de então.
33
Embora o ofício de provedor-geral do Estado do Brasil, ou do Estado do
Maranhão, fosse nas fontes da época referido com mais frequência como provedor-
-mor, optamos por denominá-lo sempre como provedor-geral para evitar confusões
com o ofício de provedor-mor do Reino.
337
34
Como de resto ocorria com os provedores de algumas capitanias.
35
Ainda que com um Regimento muito posterior, de 1714. Hyllo Nader de
Araújo Salles, Negócios e Negociantes em uma Conjuntura Crítica: O Porto de Salva-
dor e os Impactos da Mineração, 1697-1731 (dissertação de mestrado, Juiz de Fora,
Universidade Federal de Juiz de Fora – programa de pós-graduação em História do
Instituto de Ciências Humanas, 2014), 42.
36
«Carta dos oficiais da fazenda da cidade do Salvador da Baía expondo ao rei
que o ouvidor-geral servira também de provedor-mor, sendo lugares incompatíveis
porque como provedor-mor não podia entender nas coisas da fazenda, saindo fora
da capitania, nem menos era necessário nela, por não ter mais alçada que os prove-
dores» ANTT, Corpo Cronológico, parte i, mç. 105, n.º 142, 1562.
338
37
Como as invasões estrangeiras, o ataque dos índios bravios, as epidemias.
38
Para o século xvii ver Francisco Carlos Cosentino, «Hierarquia política
e poder no Estado do Brasil: o governo-geral e as capitanias, 1654-1681», Topoi.
Revista de História, 16, n.º 31 (Julho-Dezembro de 2015): 515-543. Disponível em
https://www.revistatopoi.org.
39
Ernest Pijning, «Conflicts in the Portuguese Colonial Administration: Trials
and Errors of Luís Lopes Pegado e Serpa, Provedor-mor da Fazenda in Salvador,
Brazil 1718-1721», Colonial Latin American Historical Review (New Mexico, Uni-
versity of New Mexico, Fall, 1993): 403-423.
40
Na Madeira, a propriedade do ofício de provedor da Fazenda só foi concedida
até meados do século xvi, altura em que o ofício perde o seu carácter patrimonial.
Miranda, A Fazenda Real na Ilha da Madeira…, 99-101. No Brasil, o ofício chegou
mesmo a ser vendido: Roberta Stumpf, «Os provimentos de ofícios: a questão da
propriedade no Antigo Regime português», Topoi. Revista de História. 15, n.º 19
(Julho-Dezembro de 2014): 612-634, Disponível em https://www.revistatopoi.org.
41
ANTT, Chancelaria de D. João III, liv. 6, fl. 95, Lisboa, 15 de Novembro
de 1540. Carta de provedor e contador da terra da capitania do Brasil de Pero do
Campo Tourinho.
339
42
Roberta Stumpf, «Ser apto para servir a monarquia portuguesa: Profissiona-
lização e hereditariedade», em Mérito, venalidad y corrupción en España y América,
siglos xvii y xviii, orgs. Pilar Ponce Leiva e Francisco Andújar Castillo (Valência:
Albatros, 2016), 115-134.
43
Decreto de 18 de Fevereiro de 1741, «Para se proverem por donativos as ser-
ventias dos ofícios que não tiverem proprietários» e Alvará de 20 de Abril de 1758,
«Para se arrematarem os ofícios de justiça e fazenda do Brasil». Disponíveis em
http://www.governodosoutros.ics.ul.pt.
340
44
«Regimento do provedor-mor e dos provedores da Fazenda», em Marcos de
Carneiro Mendonça, Raízes da Formação Administração do Brasil, t. i (Instituto
Histórico e Geográfico Brasileiro, 1972), 89-98.
45
ANTT, Chancelaria de D. João III, liv. 70, fl. 103v, «Nomeação de Gaspar
Lamego para contador da Bahia de Todos os Santos e das terras do Brasil», Lisboa,
5 de Janeiro de 1549.
46
Ver Carta Régia de 21 de Abril de 1614.
47
«Regimento da Casa dos Contos», Lisboa, 1627, em Carneiro, Raízes da for-
mação administrativa do Brasil…, t. ii.
48
Como ocorrerá também com as contas dos almoxarifes de provedorias
nas ilhas de Cabo Verde. Alvará de 3 de Março de 1645, «Almoxarifes da Ilha de
Santiago de Cabo Verde dêem ali contas ao Provedor da Fazenda, mandando-as
dentro em três anos para se verem nos Contos do Reino». Disponível em http://
www.governodosoutros.ics.ul.pt Ver ainda AHU, AHU_ACL_CU_017, cx. 07,
doc. 770, Rio de Janeiro, 13 de Fevereiro de 1703, «Parecer do Conselho Ultra-
marino sobre as cartas do governador [D. Álvaro da Silveira e Albuquerque] e
do provedor da Fazenda Real do Rio de Janeiro [Luís Lopes Pegado], acerca da
criação de vários ofícios para se acudir ao expediente dos negócios pertencentes
a Fazenda Real».
341
49
Pelo menos se for possível cogitar que tenham tido resultados similares a resi-
dências já estudadas dos magistrados no Reino. Nuno Camarinhas, Juízes e Admi-
nistração da Justiça no Antigo Regime: Portugal e o Império Colonial, Séculos XVII e
XVIII (Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian/FCT, 2010).
50
O marquês de Pombal (a partir de 1769) foi secretário de Estado dos Negó-
cios Interiores do Reino do monarca D. José I de Bragança (1750-1777).
51
Carta de Lei de 22 de Dezembro de 1761. Disponível em http://www.gover-
nodosoutros.ics.ul.pt
52
A primeira já lhe era exclusiva, mas a jurisdição contenciosa estava sob a
alçada do Juízo dos Feitos da Coroa e dos Feitos da Fazenda da Casa de Suplicação.
342
53
Carta de Lei de 22 de Dezembro de 1761 (grifos nossos), Leonor Freire Costa,
Pedro Lains e Susana Münch Miranda, História Económica de Portugal, 1143-2010
(Lisboa: Esfera dos Livros, 2011), 275; Fernando Tomaz, «As finanças do Estado
pombalino, 1762-1776, em Estudos e Ensaios em Homenagem a Vitorino Magalhães
Godinho (Lisboa: Lisboa Sá da Costa,1988), 355-371.
54
Contadoria para Estremadura (no Reino); Contadoria para as demais provín-
cias do Reino de Portugal, Ilhas de Açores e Madeira; Contadoria para África Oci-
dental, Maranhão e Baía (territórios sujeitos à jurisdição do Tribunal da Relação da
Bahia); Contadoria para Rio de Janeiro, Ásia e África Oriental; também aqui, enten-
de-se, territórios sujeitos à jurisdição do Tribunal da Relação do Rio de Janeiro.
55
Como lembra Figueiredo, recorrendo aos trabalhos de Fernando Tomaz,
e especialmente ao de José Luís Cardoso, em co-autoria com Alexandre Cunha.
Luciano Figueiredo, «Pombal cordial. Reformas, fiscalidade e distensão no Brasil:
1750-1777», em A Época Pombalina no Mundo Luso-Brasileiro, orgs. Francisco
Falcon e Cláudia Rodrigues (Rio de Janeiro: Editora FGV, 2015), 132.
56
Carta de Lei de 22 de Dezembro de 1761. Disponível em http://www.gover-
nodosoutros.ics.ul.pt
57
Dauril Alden, Royal Government in Colonial Brazil. With Special Reference to
the Administration of the Marquis of Lavradio, Viceroy, 1769-1779 (Berkeley, Uni-
versity of California Press, 1968), 322.
343
58
AHU, cx. 27, doc. 2493. Bahia, 5 de Agosto de 1726, «Carta do [provedor-
-mor da Fazenda Real do Estado do Brasil], Bernardo de Sousa Estrela ao rei
[D. João V] sobre a entrega das quatro caixas com as contas do tesoureiro e almo-
xarifes ao mestre da nau capitania Santa Rosa.» Não está claro se esta provedoria
englobava todas as ilhas de São Tomé. Nesta altura, a ilha de Príncipe ainda estava
sob a administração de um capitão-mor, nomeado pelo capitão donatário que ali
não residia.
59
A utilização da denominação Ásia e África Oriental, ao invés de Estado da
Índia, contempla a outorga da autonomia administrativa da província de Moçambi-
que, em 1752, até então pertencente a este. Arthur Teodoro de Matos, Junta da Real
Fazenda do Estado da Índia (Lisboa: Comissão Nacional para as Comemorações
dos Descobrimentos Portugueses – Centro de Estudos Damião de Góis, 2000), 263.
60
Isto segundo o teor das Instruções Gerais de 7 de Maio de 1761. Fritz Hoppe,
A África Oriental Portuguesa no Tempo do Marquês de Pombal 1750-1777 (Lisboa:
Agência-Geral do Ultramar, 1970), 168.
344
61
Cláudia Chaves, «Negócios, contratos e administração fiscal nas Minas»
(comunicação apresentada ao Congresso Internacional Pequena Nobreza nos Impé-
rios Ibéricos de Antigo Regime, Lisboa, 18 a 21 de Maio de 2011), 5.
62
Como mostrou Bruno Aidar Costa, «A vereda dos tratos. Fiscalidade e poder
regional na Capitania de São Paulo 1723-1808» (tese de doutoramento, São Paulo,
Universidade de São Paulo – Departamento de História da Faculdade de Filosofia,
Letras e Ciências Humanas, 2012), 237-238.
63
Matos, Junta da Real Fazenda do Estado da Índia…
64
No mais, tudo parece indicar que do ponto de vista administrativo, e não
só fazendário, o Estado da Índia sofreu mudanças mais profundas do que aquelas
implementadas nas demais partes do império. Ver a título de exemplificação: Alvará
de 15 de Janeiro de 1774. Com o novo Regulamento para os Governos Político,
Civil e Económico de Goa, e Estado da Índia.
345
65
Segundo Moreira, o Erário Régio compreendia ainda três Tesourarias-Gerais:
uma que centralizava o expediente e pagamento de ordenados, outra que se ocupava
do expediente e pagamento de juros e uma terceira responsável pelo expediente e
pagamento de tenças. Alzira Teixeira Leite Moreira, Inventário do Fundo do Erário
Régio. Arquivo do Tribunal das Contas (Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian,
1977).
66
Para além das já mencionadas, foram criadas Juntas em Angola, Minas
Gerais e Maranhão. Os historiadores não estão de acordo quanto às datas de sua
criação, mas isto deve-se ao desfasamento entre a instituição da Junta e a sua efec-
tiva criação, como no caso da Junta da Capitania de Minas Gerais (1765 e 1771,
respectivamente).
67
Tribunal que foi perdendo paulatinamente as suas atribuições no período
pombalino. Cláudia Chaves, «Administração fiscal nas províncias do centro.
As fronteiras fiscais na América portuguesa. 1780-1815», tiempo&economia, 2 (1)
(2015): 53-68. A autora mostra com muita clareza o carácter judicial das Juntas
ao analisar o caso das Minas Gerais. Cláudia Chaves, «A administração fazendária
na A
mérica portuguesa: a Junta da Real Fazenda e a política fiscal ultramarina nas
Minas Gerais», Almanack, n.º 5 (Guarulhos, 1.º semestre de 2013): 81-96.
346
Conclusão
A observação comparada que se traçou nestas páginas permite
reter algumas ideias estruturantes do governo da Fazenda no impé-
rio português. Desde logo, o carácter fragmentado dos dois modelos
organizativos aqui analisados, materializado na autonomia com que
as repartições administrativas de base – feitorias (Estado da Índia) e
almoxarifados (Brasil) – geriam os fluxos financeiros da monarquia.
Reproduzindo o modelo organizativo do reino, esta fragmentação
permitia ultrapassar custos e riscos da deslocação física de verbas,
mas impedia uma direcção unificada das receitas fiscais que só se
começou a esboçar com as reformas pombalinas. À fragmentação
junta-se, pois, a descentralização deste modelo organizativo, não só
face aos tribunais de corte, mas também aos governos centrais cons-
tituídos em Goa e Baía.
Apesar desta inequívoca matriz comum, os modelos organizati-
vos que se constituíram no Estado da Índia e na América Portuguesa
para o governo financeiro ostentam várias diferenças, resultan-
tes de circunstâncias locais e de objectivos do governo imperial
que determinaram a escolha das instituições transpostas. Nessa
escolha, processos de experimentação prévios conduzidos noutros
espaços geográficos desempenharam um papel relevante. Assim, a
347
348
349
Capítulo 10
Justicia y letrados
en la América Ibérica:
administración y circulación de
agentes en perspectiva comparada
Introducción
A lo largo de la última década se ha ido poniendo de mani-
fiesto un creciente interés por la historia de los imperios euro-
peos, especialmente bajo la luz de la llamada Atlantic History y
de la World History,1 adoptando algunos de ellos una perspectiva
1
David Abernethy, The Dynamics of Global Dominance: European Overseas
Empires, 1415-1980 (New Haven: Yale University Press, 2000); Felipe Fernández-
-Armesto, «Los imperios en su contexto global, c.1500-1800», en Las tinieblas de la
memoria. Una reflexión sobre los imperios en la Edad Moderna. Debate y perspectivas.
Cuaderno de Historia y Ciencias Sociales n.º 2, coord. M. Lucena Giraldo (Madrid:
2000), 27-45; Jack P. Greene y Philip D. Morgan, eds., Atlantic History: A Criti-
cal Appraisal (Nueva York: Oxford Univ. Press, 2009); Bernard Bailyn y Patricia
L. Denault, eds., Soundings in Atlantic History: Latent Structures and Intellectual
Currents, 1500-1830 (Cambridge: Univ. Press, 2009); Jane Burbank y Frederick
Cooper, eds., Imperios. Una nueva visión de la Historia universal (Barcelona:
Crítica, 2010); Serge Gruzinski, Las cuatro partes del mundo: historia de una mun-
dializaciónI (México D. F.: Fondo de Cultura Económica, 2010).
351
2
Pedro Pérez Herrero, América Latina y el colonialismo europeo. Siglos xvi-
-xvii (Madrid: Ed. Síntesis, 1992); Guillermo Céspedes del Castillo, «Formas
de la expansión europea en América», en Historia General de América Latina,
vol. II, El primer contacto y la formación de las nuevas sociedades (París: UNESCO
– TROTTA, 2012), 71-88; Gérard R. Bouchard, Génesis de las naciones y cultu-
ras del Nuevo Mundo (México: FCE, 2003); John Elliott, Imperios del Mundo
Atlántico. España y Gran Bretaña en América (1492-1830) (Madrid: Taurus, 2006);
John Elliott, El Atlántico español y el Atlántico luso. Divergencias y convergencias
(Las Palmas de Gran Canaria: Cabildo de Gran Canaria, 2014); S. Subrahman-
yam, Impérios em concorrência. Histórias conectadas nos séculos xvi e xvii (Lisboa:
Imprensa de Ciências Sociais, 2012); Pedro Cardim y José Luis Palos, El mundo
de los virreyes en las monarquías de España y Portugal (Madrid: Iberoamericana –
Vervuert, 2012).
3
António Manuel Hespanha, «The Legal Patchwork of Empires», Rechtsgeschi-
chte – Legal History, n.º 22 (2014): 303-314.
4
António Manuel Hespanha, As Vésperas do Leviathan. Instituições e poder polí-
tico – Portugal, século xvii (Coimbra: Almedina, 1994); Bartolomé Clavero, Tantas
personas como estados. Por uma antropologia política da história europea (Madrid:
Tecnos, 1986).
5
João Fragoso, Maria Fernanda Bicalho y Maria de Fátima Gouvêa, orgs.,
Antigo Regime nos trópicos: a dinâmica imperial portuguesa (séculos xvi-xviii)
(Rio de Janeiro: Civ. Brasileira, 2001); Óscar Mazín Gómez y José Javier Ruiz
Ibáñez, eds., Las Indias Occidentales. Procesos de incorporación territorial a las
Monarquías Ibéricas (México, El Colegio de México, 2012); Pedro Cardim et
al., eds., Polycentric Monarchies: How did Early Modern Spain and P ortugal
352
353
10
Symposium «La formación de espacios jurídicos iberoamericanos», en XVII
International Congress of Ahila (Berlin, septiembre 2014).
11
Las reflexiones que presentaremos a continuación proceden del estudio rea-
lizado en torno a los 4513 individuos que componen la magistratura letrada por-
tuguesa entre 1620-1800 y, del seguimiento de las carreras administrativas de 86
letrados como fiscales, oidores o presidentes en el virreinato peruano entre 1598 y
1700, muestra que supone un tercio del total de magistrados (277) que ejercieron
en las audiencias de Santa Fe, Quito, Chacas y Lima: Nuno Camarinhas, Juízes e
administração da justiça no Antigo Regime. Portugal e o império colonial, séculos xvii-
-xviii (Lisboa: Gulbenkian/FCT, 2010); Nuno Camarinhas, «Justice administration
in early modern Portugal: Kingdom and empire in a bureaucratic continuum», Por-
tuguese Journal of Social Sciences, vol. 12, n.º 2 (2013): 179-193; Pilar Ponce Leiva,
«La argamasa que une los reinos: gestión e integración de las Indias en la Monar-
quía Hispánica, siglo xvii», Anuario de Estudios Americanos, 74, 2 (Sevilla julio-
-diciembre, 2017) 461-490.
354
12
Mazín Gómez y Ruiz Ibáñez, Las Indias Occidentales…, 10.
13
Carlos Garriga, «Patrias criollas, plazas militares: Sobre la América de
Carlos IV», Horizontes y convergencias, 2009 (disponible en línea: http://horizon-
tesyc.com.ar/?p=3551).
14
Nueva Recopilación de las Leyes de Castilla, de 1567 (que incluye las Leyes
de Toro); las Ordenanzas Reales de Castilla u Ordenamiento de Montalvo, de 1484;
el Ordenamiento de Alcalá, de 1348, y el Código de las Siete Partidas, elaborado a
mediados del siglo xiii y promulagado en 1348. Véase Antonio Dougnac Rodríguez,
Manual de Historia del Derecho Indiano (Mexico: UNAM, 1994), 16.
355
15
Alfonso García Gallo, «El pluralismo jurídico en la América Española, 1492-
-1824», en Los orígenes españoles de las instituciones americanas. Estudios de Derecho
Indiano (Madrid: Real Academia de Jurisprudencia y Legislación, 1987), 303.
16
Víctor Tau Anzoátegui, Casuismo y sistema. Indagación histórica sobre el espí-
ritu del Derecho Indiano (Buenos Aires: Instituto de Investigaciones de Historia del
Derecho, 1992), 33.
17
Cuando en la historiografía portuguesa se habla de «reino» (con o sin el ape-
lativo de Portugal), se da por sentado que se trata de la parte de Portugal correspon-
diente a la península ibérica. En la historiografía española e hispanoamericana, sin
embargo, cuando se habla de España se alude al territorio de la Monarquía Hispánica
que corresponde a la península ibérica. El «reino» en la historiografía portuguesa
corresponde a la «Península» en la historiografía americanista.
18
Ordenações da India (s. l., s. n., despues del 8 de septiembre de 1520).
356
En el ámbito hispano
19
Dougnac, Manual de Historia…, 255-259.
357
20
Dougnac, Manual de Historia…, 549.
21
Dougnac, Manual de Historia…, 549.
358
En el ámbito portugués
toria general de América Latina, vol. 3, tomo 1, Consolidación del orden colonial,
eds. Castillero y Kuethe (Valladolid – París: Trotta – Ediciones UNESCO, 2000),
33; Carlos Garriga, «Las Audiencias: la justicia y el gobierno de las Indias», en El
gobierno de un mundo. Virreinatos y Audiencias en la America Hispana, coord. F.
Barrios Pintado (Cuenca: Universidad de Castilla – La Mancha / Fundación Rafael
del Pino, 2004), 739.
359
23
«Primeiro Regimento, que trouxerão a estas partes da India os Doutores
Francisco Toscano, chanceller e Provedor mór dos defuntos, e Simão Martins,
Ouvidor Geral e Juiz dos feitos del-Rei, pelo qual se ordenou a Relação que ora
nellas ha», en Archivo Portuguez-Oriental, ed. Joaquim Heliodoro da Cunha Rivara,
fasc. V, parte I (Nova Goa: Imprensa Nacional, 1865), 177-182.
360
24
«Regimento do Ouvidor do Rio de Janeiro, Espírito Santo e São Vicente» de
5 de Junio de 1619, en Collecção Chronologica da Legislação Portugueza, vol. II, ed.
José Justino de Andrade e Silva (Lisboa: Imprensa de J. J. A. e Silva, 1854-1859), 382
y ss.; «Regimento do Ouvidor do Maranhão» de 7 de noviembre de 1619, en Silva,
Collecção Chronológica…, 387 y ss.
361
25
Stuart B. Schwartz, Burocracia e sociedade no Brasil colonial (São Paulo: Edi-
tora Perspectiva, 1979), 203. El autor cita el caso de Antonio Rodrigues Banha,
enviado a Luanda para tomar la residencia del gobernador cesante de Angola, en
1684.
26
«Regimento da Relação do Rio de Janeiro» de 13 de octubre de 1751, en
Collecção da Legislação Portugueza desde a última Compilação das Ordenações.
vol. I (legislação 1750-1762), ed. António Delgado da Silva (Lisboa: Typografia
Maigrense, 1830), 102-119. El preambulo del regimiento refiere la respuesta a la
propuesta de 1733 y a la oferta hecha por los municipios del Sur para cubrir los gas-
tos del nuevo «tribunal de relação». Pero el rey entendió que la Corona debía pagar
la creación del tribunal y los salarios de sus magistrados («fazendo-se por conta de
Minha Fazenda, e das despezas da dita Relação, as que forem necessarias para a sua
creação, e estabelecimento»).
27
Recopilación de Leyes de Indias [en adelante RLI], lib. 2, tits. 15, 17, 19; Juan
Solórzano Pereira, Política Indiana, lib. 5.º (Madrid: Diego Díaz de la Carrera,
1648).
362
Solo los miembros de las audiencias (los agentes con más alto
nivel de profesionalización de la administración indiana) y eventual-
mente los alcaldes mayores eran letrados, por lo que tanto los ade-
lantados, gobernadores y corregidores, como los alcaldes ordinarios
solían actuar bajo el asesoramiento de un letrado. Como en todo
procedimiento judicial, los pleiteantes debían agotar las instancias
inferiores antes de apelar a las audiencias, por lo que las gobernacio-
nes y alcaldías mayores se configuraron como instancias interme-
dias entre los jueces ordinarios y el alto tribunal.28 Los corregidores,
como justicias mayor en su distrito y jueces de primera o segunda
instancia en asuntos civiles y criminales, entendían en las causas que
implicaban tanto a indígenas entre sí, como a indígenas con otros
colectivos étnicos. El hecho de que los corregidores presidieran los
cabildos en las principales ciudades llevó a que acabaran asumiendo
las competencias de justicia de los alcaldes ordinarios elegidos por
el vecindario, quienes no tenían jurisdicción en causas criminales, ni
facultad para imponer penas de muerte o destierro.29
Según el sistema judicial expuesto, en conclusión, cualquier pleito
podía verse cuando menos en tres instancias: primera, vista (ape-
lación) y revista (suplicación) en las audiencias, pero podía haber
alguna más antes de llegar a las mismas, ya que el pleiteante podía
apelar del corregidor ante la audiencia y del alcalde ordinario ante el
alcalde mayor o gobernador.30
En la América portuguesa la estructura jurisdiccional no difiere
mayormente de la existente en la América hispana. Como jurisdic-
ciones supremas se encuentran los tribunales de Relação de Bahía y,
mas tarde, de Río de Janeiro. Reproduciendo el modelo de la Casa
da Suplicação y su adaptación ultramarina que era la Relação de Goa,
los tribunales estaban compuestos por jueces letrados o desembarga-
dores (equivalente a los oidores hispanos). Al contrario de los jueces
de las instancias inferiores, estos jueces lo eran permanentemente y
gozaban de una serie de privilegios acordes con su grado. La implan-
tación de tales tribunales se justificó por la necesidad de administrar
justicia en Brasil con igualdad a todos los vecinos, y para liberarles de
363
tener que padecer los peligros de la travesía del Atlántico para recurrir
las sentencias de los magistrados locales ante la Casa da Suplicação.31
Esta medida correspondia, segun el Regimento da Relação do Brasil
de 1652, a las peticiones formuladas por los oficiales del municipio
de Bahía, por los habitantes del Estado de Brasil y por su Governador
geral, el conde de Castelo Melhor. A las relações cabia juzgar en última
instancia los procesos procedentes de las jurisdicciones inferiores,
entender las apelaciones de causas criminales e intervenir en las causas
competentes a los derechos y hacienda real. Existía asimismo un pro-
veedor de difuntos (Depositario de bienes de difuntos en la América
hispana), que tenía la tutela de los asuntos relativos a los intereses de
las personas desprovistas de capacidad de administrarlos, como huér-
fanos, cautivos, ausentes o personas colectivas, por ejemplo.
Por debajo de las relações, y funcionando como jurisdicciones de
nivel local, se encuentran los ouvidores y, en algunos territorios, los
juízes de fora. A semejanza de los desembargadores, eran jueces letrados
de carrera, de nominación regia por consulta del Consejo Ultramarino.
En términos generales, las ouvidorias correspondían a las jurisdicciones
territoriales de las capitanias. El referente continental de los ouvidores
eran los corregidores y sus normativas fijadas en las Ordenações. Sus
funciones eran esencialmente de inspección administrativa y judicial y
tienen, asimismo, capacidad de juzgar en segunda instancia los casos
de los jueces ordinarios, no letrados. Los juízes de fora, por su parte,
correspondían a las justicias locales de nivel municipal y reproducían
igualmente la instititución continental. Tenían jurisdicción de primera
instancia tanto civil como criminal y a sus funciones judiciales se aña-
dían algunas administrativas, una vez que participaban del gobierno
municipal, teniendo asiento en la mesa da vereação (sala de cabildo).
364
365
366
32
Archivo General de Indias (en adelante AGI), Quito, 2, 588 y ss., «Con-
sulta de la cámara sobre petición de Martín de Arriola de una plaza de consejero de
Indias», Madrid, 2 de septiembre de 1652.
33
AGI, Quito, 2, 582, «Decreto a la cámara sobre petición de Martín de Arriola
de una plaza de consejero de Indias», Madrid, 10 de abril de 1652; AGI, Quito, 2,
591, «Decreto a la cámara sobre petición de Martín de Arriola de una plaza de con-
sejero de Indias», Madrid, 5 de septiembre de 1652.
367
brar a los mejores sujetos en las plazas de las audiencias americanas», Madrid, 11 de
mayo de 1676.
368
35
AGI, Indiferente General, 785, «Consulta sobre lo que conviene que la cámara
de Castilla empiece a poner en práctica la resolución de consultar una plaza en las
chancillerías castellanas para ministros indianos», Madrid, 27 de abril de 1677.
36
La principal fuente de información han sido las consultas y decretos sobre
nombramientos en la Audiencia de Quito en AGI, Quito, 2-5, 102, 106. También
Javier Barrientos Grandón, Guía prosopográfica de la judicatura letrada indiana
(1503-1898) (Madrid: Fundación Histórica Tavera, 2000); Mark Burkholder y
Dewit S. Chandler, Biographical Dictionary of Audiencia Ministers in the Americas,
1687-1821 (Westpoint, Connecticut: Greenwood Press, 1982); Ernesto Schäfer, El
Consejo Real y Supremo de las Indias: su historia, organización y labor administrativa
hasta la terminación de la Casa de Austria (Valladolid – Madrid: Junta de Castilla y
León, Consejería de Educación y Cultura, Marcial Pons, 2003).
369
37
Domingo Centenero de Arce, ¿Una monarquía de lazos débiles?: Veteranos,
militares y administradores 1580-1621 (Florencia: European University Institute,
2009).
38
AGI, Quito, 2, 35, «Consulta sobre nombramiento de Jerónimo Ortiz de
Zapata como visitador de Filipinas», Madrid, 9 de octubre de 1630.
370
39
AGI, Quito, 3, 36, «Carta de Antonio Genil Santaelices a Ilmo. Sr. José Gon-
zález, gobernador del consejo de Indias, rechazando su nombramiento como presi-
dente de la Audiencia de Quito», Madrid, 24 de julio de 1660.
40
AGI, Quito, 3, 30, «Consulta del gobernador del consejo de Indias, sobre las
dificultadas para cubrir la plaza de presidente de la Audiencia de Quito», Madrid, 28
de agosto de 1660.
371
brar a los mejores sujetos en las plazas de las audiencias americanas», Madrid, 11 de
mayo de 1676.
372
373
42
Sobre los principios mantenidos por estos autores y sus líneas de argumen-
tación existe una amplísima literatura. A título orientativo véase Bernard Lavalle,
Recherches sur l’apparition de la conscience créole dans la vice-royaute du Pérou:
l’antagonisme hispano-créole dans les ordres religieux (XVI-XVII), 2 vols. (Burdeos:
Atelier National de Reproduction de Theses, Univ. de Lille III, 1982); Pilar Ponce
Leiva, «El poder del discurso o el discurso del poder: el criollismo quiteño en el
siglo xvii», Procesos, 10 (1997): 3-20; Carlos Garriga, «El derecho de prelación: en
torno a la construcción jurídica de la identidad criolla», en XIII Congreso del Ins-
tituto Internacional de Historia del Derecho Indiano, coord. Luis E. González Vale
(San Juan de Puerto Rico: Asamblea Legislativa de Puerto Rico, 2003), 1085-1128.
43
Francisco Guevara Altamirano: Puebla de los Ángeles, c. 1606 – España,
padre y madre mexicanos, formado en Salamanca, nombrado consejero en 1654.
Juan Jiménez de Montalvo y Saravia: Lima, c. 1621 – Madrid, 1685, hijo de oidor en
Lima y madre chilena, formado en Salamanca y nombrado consejero en 1679. No se
incluye en este cómputo a Diego González de Contreras, consejero de Indias en
1624, quien nació en Lima por ser su padre oidor allí, pero su vida transcurrió en
España, donde llegó a ser consejero de Castilla. Véase Barrientos Grandón, Guía
prosopográfica…
374
375
46
Véase Carlos Garriga, «Los límites del reformismo borbónico: a propósito de
la administración de la justicia en Indias», en Derecho y administración pública en
las Indias Hispánicas. Actas del XII Congreso Internacional de Historia del Derecho
Indiano (Toledo, 19 a 21 de octubre de 1998), vol. I, ed. F. Barrios (Cuenca: Univer-
sidad de Castilla – La Mancha, 2002), 781-822.
47
Sobre las diferencias entre ambas vías de incorporación de reinos a una unidad
mayor y, especialmente, sobre las consecuencias de ellas derivadas para los vasallos,
véase Xavier Gil Pujol «Integrar un mundo. Dinámicas de agregación y de cohesión
en la Monarquía de España», en Mazín Gómez y Ruiz Ibáñez, Las Indias Occiden-
tales…, 69-108.
376
48
Garriga, «Los límites del reformismo…», 800.
49
Entre la extensa bibliografía publicada al respecto por Francisco Andújar
Castillo, véase, Necesidad y venalidad: España e Indias, 1704-1711 (Madrid: Centro
de Estudios Políticos y Constitucionales, 2008). Sobre la compra de cargos en el
consejo de Indias durante el reinado de Felipe V, véase Guillermo Burgos Lejona-
goitia, Gobernar las Indias. Venalidad y méritos en la provisión de cargos americanos,
1701-1746 (Almeria: Universidad de Almeria, 2015), cap. 5.
50
Consulta de Campomanes y Moñino como fiscales del Consejo extraordina-
rio – Sala especial del Consejo de Castilla – Madrid, 5 de marzo de 1768. Citada por
Garriga, «Los límites del reformismo…», 800.
51
Garriga, «Los límites del reformismo…», 800.
377
52
Como expuso el quiteño Fray Gaspar de Villarroel, capellán de la Capilla Real
en Madrid y obispo de Chile «es un sambenito portátil para una provincia decir que
no hay capaces ministros dentro de ella. No hay cosa que a un país pueda avergon-
zarle más». Fray Gaspar de Villarroel, Primera parte de los comentarios, dificultades y
discursos literales, morales y místicos obre los evangelios de los domingos de adviento y
todos los del año (Madrid: Domingo García Morrás, 1661), disc. V, 364.
53
Sobre las características atribuidas a los reinos aforados véase Pedro C ardim,
«As Cortes de Portugal e o governo dos ‘territórios ultramarinos’ (séculos xvi-xvii)»,
en O Governo dos Outros. Imaginários Políticos no Império Português (1496-1961),
orgs. Ângela Barreto Xavier y Ana Cristina Nogueira da Silva (Lisboa, Imprensa de
Ciências Sociais, 2016).
378
54
La década de 1770 registra la cifra más elevada de ingresos de magistrados
de origen brasileño (42), menos de una decena de los que eran naturales de Lisboa
(que, en ese periodo, registraron un descenso acentuado).
55
Lisboa, Oporto o Guarda, tres de los lugares que mayor número de magistra-
dos suministraban a la justicia letrada de la Corona, se acercan bastante a la media.
Con cifras por encima de la media, encontramos todas las regiones ultramarinas:
África (84,6%), los archipiélagos atlánticos de Madeira y Azores (72,1%) y Bra-
sil (67,7%). Siguen circunscripciones periféricas como Lagos (42,1%), Miranda do
Douro (40,9%) o Torre de Moncorvo (38,6%).
379
56
Natural de Goiana Grande o Pernambuco: ANTT, Chancelaria de D. Maria I,
liv. 66, fl. 191.
380
Conclusiones
— Al partir de tradiciones jurídicas similares, el aparato judicial
ultramarino portugués y el castellano trasladado a América ofre-
cen claras similitudes tanto en las instituciones implantadas como
en los oficios creados. Las principales diferencias serán de tiempo
y extensión: así, mientras la primera audiencia en la América his-
pana se funda en Santo Domingo en 1511, y a fines del siglo xvi se
cuentan ya 12 tribunales, en Brasil el primer tribunal de Relação se
estableció en 1609 en Bahía y hasta 1751 no se crearía otro en Río
de Janeiro.
— El amplio desarrollo que ofrece la legislación dictada para la
América hispana desde la Península y desde las propias instancias
americanas (Derecho indiano), no tiene un desarrollo equivalente en
el mundo luso.
— Una característica esencial de las administraciones de ultra-
mar fue el hecho de formar un continuo con las instituciones radi-
cadas en la península ibérica, por el cual los agentes intercalan sus
servicios en los reinos europeos con los prestados allende los mares.
Siendo este un fenómeno general, se observa con más claridad en el
ámbito portugués y, en el caso hispano con mayor intensidad en los
oficios de gobierno y guerra – mucho menos en justicia y hacienda.
tanias do Norte 1756-1807. Rio de Janeiro 1674-1687, vol. XCII (Rio de Janeiro:
Biblioteca Nacional, 1951), 230 y ss.
381
382
383
Capítulo 11
1
El presente trabajo se ha realizado en el marco del Proyecto del Plan Nacional
de I+D Entre venalidad y corrupción en la Monarquía Hispánica durante el Antiguo
Régimen, (HAR2014-55305), financiado por el Ministerio de Economía y Compe-
titividad (España).
387
388
389
council of war in the reign of Philip II», English Historical Review, 82 (1967): 698-
-725.
390
6
María del Carmen Saavedra Vázquez, «Galicia al servicio de la política impe-
rial: levas y armadas en el transcurso del siglo xvi», Semata, Ciencias Sociais e Huma-
nidades, 11 (1999): 115-134.
7
Susana Truchuelo García, Guipúzcoa y el poder real en la Alta Edad Moderna
(San Sebastián: Diputación Foral de Guipúzcoa, 2004), 41-78.
391
8
José M. Escribano Páez, El coste de la defensa. Administración y financiación
militar en Navarra durante la primera mitad del siglo xvi (Pamplona: Gobierno de
Navarra, 2015).
9
Juan Francisco Pardo Molero, La defensa del imperio: Carlos V, Valencia y el
Mediterráneo (Madrid: Sociedad Estatal para la Conmemoración de los Centenarios
de Felipe II y Carlos V, 2001).
10
Antonio Jiménez Estrella, Poder, ejército y gobierno en el siglo xv. La Capita-
nía General del Reino de Granada y sus agentes (Granada: Universidad de Granada,
2004).
392
11
Enrique Martínez Ruiz y Magdalena de Pazzi Pi Corrales, Las Guardas de
Castilla (Primer ejército permanente español) (Madrid: Sílex, 2012).
12
Antonio Jiménez Estrella, «Las milicias en Castilla: evolución y proyección
social de un modelo de defensa alternativo al ejército de los Austrias», en Las mili-
cias del rey de España. Política, sociedad e identidad en las Monarquías Ibéricas, ed.
José Javier Ruiz Ibáñez (Madrid: Fondo de Cultura Económica, 2009), 72-103.
393
13
Miguel Ángel Bunes Ibarra, «Felipe II y el Mediterráneo: la frontera olvidada
y la frontera presente de la Monarquía Católica», en Felipe II (1527-1598). Europa
y la Monarquía Católica, dir. José Martínez Millán (Madrid: Parteluz, 1998), t. I,
97-110.
394
14
Enrique Martínez Ruiz, Los soldados del rey. Los ejércitos de la Monarquía
Hispánica (1480-1700) (Madrid: ACTAS, 2008), 719.
15
Geoffrey Parker, El ejército de Flandes y el Camino Español (1567-1659). La
logística de la victoria y derrota de España en las guerras de los Países Bajos (Madrid:
Alianza, 2000), 61.
395
16
I. A. A. Thompson, «El soldado del Imperio: una aproximación al perfil del
recluta español en el Siglo de Oro», Manuscrits, 21 (2003): 17-38.
17
Manuel Herrero Sánchez y José Javier Ruiz Ibáñez, «Defender la patria y
defender la religión: las milicias urbanas en los Países Bajos Españoles, 1580-1700»,
en Las milicias del rey de España. Política, sociedad e identidad en las Monarquías
Ibéricas, ed. José Javier Ruiz Ibáñez (Madrid: Fondo de Cultura Económica, 2009),
268-296.
396
397
20
Carmen Gómez Pérez y Juan Marchena Fernández, «Los señores de la Guerra
en la conquista», Anuario de Estudios Americanos, 42 (1985): 127-215.
21
Francisco Morales Padrón, Historia del descubrimiento y conquista de América
(Madrid: Gredos, 1990).
398
22
José Antonio Calderón Quijano, Las fortificaciones españolas en América y
Filipinas (Madrid: Mapfre, 1996).
23
Esteban Mira Caballos, «Espontaneidad y medievalismo en las primeras cons-
trucciones defensivas antillanas (1492-1550)», en Arquitectura e iconografía artística
militar en España y América (Siglos xv-xviii) (Sevilla: Cátedra General Castaños,
1996), 175-191.
24
Pablo Emilio Pérez-Mallaína, Andalucía y el dominio de los espacios oceánicos:
la organización de la Carrera de Indias en el siglo xvi (Sevilla: Fundación Corpora-
ción Tecnológica de Andalucía, 2010), 125-145.
399
25
Juan Carlos Ruiz Guadalajara, «‘A su costa e minsión…’. El papel de los par-
ticulares en la conquista, pacificación y conservación de la Nueva España», en Las
milicias del rey de España. Política, sociedad e identidad en las Monarquías Ibéricas,
ed. José Javier Ruiz Ibáñez (Madrid: Fondo de Cultura Económica, 2009), 104-138.
26
Christophe Giudicelli, «‘Indios amigos’ y movilización colonial en las fronte-
ras americanas de la Monarquía católica (siglos xvi-xvii)», en Las milicias del rey de
España. Política, sociedad e identidad en las Monarquías Ibéricas, ed. José Javier Ruiz
Ibáñez (Madrid: Fondo de Cultura Económica, 2009), 349-377.
400
27
Calderón Quijano, Las fortificaciones…
28
Thompson, Guerra y decadencia…
401
29
La distribución de la carga militar era la siguiente: Castilla y las Indias 44 000
hombres, Cataluña 16 000, Aragón 10 000, Valencia 6000, Portugal 16 000, Nápo-
les 16 000, Sicilia 6000, Milán 8000, Flandes 12 000, islas mediterráneas y del Mar
Océano 6000. John Elliott, El conde-duque de Olivares (Barcelona: Grijalbo Mon-
dadori, 1990), 282-317.
30
María del Carmen Saavedra Vázquez, «La financiación de la actividad militar
en Galicia y sus repercusiones fiscales durante la primera mitad del siglo xvii», en
La declinación de la Monarquía Hispánica. VIIª Reunión Científica de la Fundación
Española de Historia Moderna, coord. Francisco J. Aranda Pérez, (Universidad de
Castilla-La Mancha, 2004), vol. I, 433-450.
31
Susana Truchuelo García, «Controversias en torno a las milicias guipuzcoanas
en el período altomoderno», en Tradición versus innovación en la España Moderna,
402
eds. Juan Jesús Bravo Caro y Siro Villas Tinoco (Málaga: Universidad de Málaga,
2009), vol. 2, 1213-1232.
32
Virginia Coloma García, «Navarra y la defensa de la monarquía en los rei-
nados de Felipe III y Felipe IV (1598-1665)», Príncipe de Viana, 56, 2014 (1995):
163-182.
403
33
Se analizan por extenso estos procedimientos venales de reclutamiento y sus
consecuencias sobre el sistema de ascensos y la meritocracia en época de Olivares:
Antonio Jiménez Estrella, «El reclutamiento en la primera mitad del xvii y sus posibi-
lidades venales», en El poder del dinero. Ventas de cargos y honores en el Antiguo Régi-
men, eds. Francisco Andújar Castillo y María del Mar Felices de la Fuente (Madrid:
Biblioteca Nueva, 2011), 169-190; Antonio Jiménez Estrella, «Servir al rey, recibir
mercedes: asentistas militares y reclutadores portugueses al servicio de Felipe IV
antes de la Guerra de Restauración», en Cargos e Ofícios nas Monarquias Ibéricas:
Provimento, Controlo e Venalidade (Séculos XVII e XVIII), orgs. Roberta Stumpf
y Nandini Chaturvedula (Lisboa: Centro de História de Além-Mar – Universidade
Nova de Lisboa – Universidade dos Açores, 2012), 239-266; Antonio Jiménez Estre-
lla, «Servicio y mérito en el ejército de Felipe IV: la quiebra de la meritocracia en época
de Olivares», en Mérito, venalidad y corrupción en España y América. Siglos xvii y
xviii, eds. Pilar Ponce Leiva y Francisco Andújar Castillo (Valencia: Albatros, 2016),
91-113. El caso de las mercedes de hábito, concedidas a cambio de armar unidades
militares, ha sido estudiado por Agustín Jiménez Moreno, «Nobleza, guerra y servi-
cio a la Corona: los caballeros de hábito en el siglo xvii» (tesis doctoral publicada en
versión digital, 2011: http://eprints.ucm.es/12051/1/T32672.pdf).
34
Antonio José Rodríguez Hernández, «Patentes por soldados. Reclutamiento
y venalidad en el ejército durante la segunda mitad del siglo xvii», Chronica Nova,
33 (2007): 37-56.
35
Francisco Andújar Castillo, El sonido del dinero. Monarquía, ejército y venali-
dad en la España del siglo xviii (Madrid: Marcial Pons, 2004).
404
36
Martínez Ruiz y Pi Corrales, Las Guardas de Castilla…
37
Jiménez Estrella, «Las milicias en Castilla…».
405
38
Luis Antonio Ribot García, La Monarquía de España y la guerra de Mesina
(1674-1678) (Madrid: Actas, 2002).
39
Davide Maffi, La cittadella in armi. Eserito, società e finanza nella Lombardia
di Carlo II 1660-1700 (Milán: Franco Angeli Storia, 2010).
406
40
Alicia Esteban Estríngana, Guerra y finanzas en los Países Bajos católicos. De
Farnesio a Spínola (1592-1630) (Madrid: Laberinto, 2002).
41
Jiménez Estrella, «Pavie (1525) et Rocroi (1643)...».
42
Fernando González de León, The Road to Rocroi: Class, Culture and Com-
mand in the Spanish Army of Flanders, 1567-1659 (Boston: Brill, 2009).
407
que pesaba sobre los reinos hispánicos, que a una cuestión de falta de
cabezas y de estancamiento orgánico, como ha puesto de manifiesto
Davide Maffi.43 La idea de que Rocroi significó el inicio de la deca-
dencia militar de la Monarquía no se sostiene. Incluso años después,
tras la firma de la paz con los holandeses, los ejércitos de Felipe IV
cosecharon victorias importantes en Gravelinas y Dunquerque en
1652, o en Valenciennes en 1656. Tampoco supuso una reducción
drástica de los efectivos militares movilizados en Flandes, cifrados
en más de 75 000 hombres. Al menos hasta 1658, cuando se produjo
la aplastante derrota de las Dunas, se mantuvo esta situación. Fue a
partir de 1666, en el contexto de la política hegemónica de Luis XIV,
cuando se registró una reducción importante del contingente militar
destacado en la zona, prácticamente a la mitad, en un proceso que
no tenía que ver tanto con problemas de organización de las unida-
des del tercio, sino más bien con la mala situación financiera de la
Monarquía. Aun así, Antonio J. Rodríguez ha relativizado la idea de
la decadencia militar hispana durante el reinado de Carlos II, soste-
niendo que en dicho período la Monarquía todavía tenía capacidad
para movilizar ejércitos en campaña. A pesar del ambiente generado
por el problema sucesorio y que las cifras no pueden compararse a
períodos anteriores, de mayor pujanza hegemónica, todavía se con-
servaban guarniciones importantes en los principales presidios de
Italia, en el norte de África y en Países Bajos. En los últimos se man-
tuvo una media superior a los 32 000 soldados, que durante la Guerra
de Devolución (1668-1669) subió a 45 000, para caer en picado a par-
tir de la década de 1680-90 y hasta el final de la Guerra de los Nueve
Años, registrándose mínimos históricos en el ejército de Flandes –
menos de 15 000.44
¿En qué medida se trasladaron los problemas de la maquina-
ria militar hispana a las Indias? Hay que partir de la base de que
durante el siglo xvii hubo un mayor esfuerzo para dotar de recur-
sos, pertrechos y hombres el sistema de presidios y fortalezas que
se había habilitado desde la conquista, esfuerzo que ya arrancaba de
43
Davide Maffi, En defensa del imperio. Los ejércitos de Felipe IV y la guerra por
la hegemonía europea (1635-1659) (Madrid: Actas, 2013).
44
Antonio José Rodríguez Hernández, Los Tambores de Marte. El reclutamiento
en Castilla durante la segunda mitad del siglo xvii (1648-1700) (Valladolid:
Universidad de Valladolid-Castilla Ediciones, 2011), 23-24.
408
45
Sobre esta cuestión, vid.: Luis Arnal, «El sistema presidial en el septentrión
novohispano, evolución y estrategias de poblamiento», Scripta Nova. Revista
electrónica de Geografía y Ciencias Sociales, Vol. X, 218, 26 (1 de agosto de 2006).
http://www.ub.edu/geocrit/sn/sn-218-26.htm
46
Las dimensiones de este mercado de consumo han sido bien estudiadas por
Margarita Gascón, «Comerciantes y redes mercantiles del siglo xvii en la frontera
sur del Virreinato del Perú», Anuario de estudios americanos, vol. 57, 2 (2000): 413-
-448.
409
Caja Real de México destinó una parte muy importante de sus fondos
a la financiación y provisión de los presidios militares caribeños, de
los que La Habana, convertida en la plaza de armas de mayor impor-
tancia estratégica para los intereses de la Monarquía Hispánica en la
zona, concentró prácticamente un 40% durante todo el siglo xvii,
seguida de San Agustín, por su papel estratégico en la frontera marí-
tima con el emplazamiento inglés de Virginia.47 Cartagena de Indias,
gracias a los programas de fortificación de fines del xvi y las mejoras
introducidas durante el xvii, se erigió en la plaza mejor fortificada de
toda la costa atlántica. También se establecieron fortificaciones en el
Pacífico, en el Callao, Panamá, Guayaquil, Valdivia y Valparaíso, y se
amuralló Lima en 1685, del mismo modo que en Filipinas se refor-
zaron las defensas de Cavite. El objetivo era arrostrar la amenaza de
un corso de pabellón francés e inglés, cuyos ataques implicaron la
pérdida de algunos enclaves, como la parte occidental de La Espa-
ñola, Martinica en 1635 y Jamaica en 1655. A este corso se uniría en
el xvii, con más fuerza si cabe, el de pabellón holandés. Precisamente,
la firma de la Tregua de los Doce Años con las Provincias Unidas
no comprendía los territorios de Ultramar, de modo que a partir de
entonces los holandeses comenzaron un proceso de expansión por las
Indias Orientales, el Caribe y Brasil, llevando a cabo una política de
hostigamiento constante sobre buena parte de las colonias portugue-
sas bajo control hispano, ya que la anexión de Portugal a la Monarquía
había lesionado sus intereses en el comercio del azúcar. Ante la esca-
lada de ataques holandeses, la Monarquía intentó arbitrar medidas de
respuesta. Tras el asalto holandés de 1615, se procedió a construir el
presidio del C
allao, donde se iba a instalar el contingente militar más
importante del Perú desde la conquista, en estrecha conexión con la
Armada del Mar del Sur. En respuesta al ataque de Piet Heyn a Sal-
vador de Bahía en 1624, se aprestó una gran armada hispano-portu-
guesa de más de 50 navíos, al mando de don Fadrique de Toledo, que
permitió recuperar la plaza. Posteriormente, los holandeses tomaron
Pernambuco – 1630 – y ocuparon la isla de Curaçao – 1634.48
47
Rafael Reichert, «El situado novohispano para la manutención de los presidios
españoles en la región del Golfo de México y el Caribe durante el siglo xvii», Estudios
de historia novohispana, 46, (2012): 556.
48
Cornelio Coslinga, Los holandeses en el Caribe (La Habana: Casa de las
Américas, 1983).
410
49
Pablo Emilio Pérez-Mallaína y Bibiano Torres Ramírez, La Armada del mar
del Sur (Sevilla: Escuela de Estudios Hispanoamericanos, 1987).
50
Bibiano Torres Ramírez, La Armada de Barlovento (Sevilla: Escuela de
Estudios Hispanoamericanos, 1981).
51
Juan Marchena Fernández, «Las levas de soldados a Indias en la Baja Anda-
lucía, siglo xvii», en Actas de las III Jornadas de Andalucía y América en el siglo xvii
(Sevilla: CSIC-Escuela de Estudios Hispanoamericanos, 1985), vol. I, 93-118,
maxime 94-95, 104-108.
411
412
53
Luís Ribot García, «Las reformas militares y navales en tiempos de Felipe V»,
en Estudios de historia: homenaje al profesor Jesús María Palomares, coords. Elena
Maza Zorrilla, María de la Concepción Marcos del Olmo (Valladolid: Universidad
de Valladolid, 2006), 129-162.
54
Francisco Andújar Castillo, «El ejército y la guerra en el siglo xviii. La histo-
ria por hacer», en Perspectivas y novedades de la Historia Militar: una aproximación
global, dir. Enrique Martínez Ruiz y Jesús Cantera Montenegro (Madrid: Ministe-
rio de Defensa, 2014), 497-514.
413
55
Francisco Andújar Castillo, «La reforma militar en el reinado de Felipe V», en
Felipe V de Borbón, 1701-1746, coord. José Luis Pereira Iglesias (Córdoba: Univer-
sidad de Córdoba, 2002), 615-640.
56
Francisco Andújar Castillo, «El ejército de Felipe V. Estrategias y proble-
mas de una reforma», en Felipe V y su tiempo. Congreso Internacional, coord. Eliseo
Serrano (Zaragoza: Institución Fernando el Católico, 2004), 655-676.
414
57
Francisco Andújar Castillo, «Guerra, venalidad y asientos de soldados en el
siglo xviii», Studia historica. Historia moderna, 35 (2013): 235-268.
58
Juan Luis Ossa Santa Cruz, «La criollización de un ejército periférico, Chile,
1768-1810», Historia, 43 (2010): 413-448.
415
III. Tropas de Ultramar. Siglo xviii (Madrid: Servicio histórico militar – Museo del
ejército, 1992), t. II, 7.
416
417
418
anotar que las reformas impulsadas durante los primeros años del rei-
nado de Carlos III tuvieron su precedente inmediato en la etapa en
que Ensenada estuvo al frente de la Secretaría del Despacho de Guerra.
Desde el año de 1748 y hasta 1753, en que vieron la luz la mayor parte
de los reglamentos que iban a regular las nuevas unidades, el marqués
de la Ensenada emprendió en diferentes escenarios del continente ame-
ricano una política de creación de unidades fijas que aunque no tuvo un
carácter generalizado sí que supuso la formación de cuerpos profesio-
nales con carácter permanente. En parte se levantaron aprovechando
los oficiales y soldados de las escasas unidades que habían sido enviadas
desde España, pero también se formaron con personal reclutado en los
mismos territorios. El artífice de esa política en el virreinato del Perú
sería un paisano del propio Ensenada, José Antonio Manso Velasco,
ennoblecido como conde de Superunda desde 1748, quien había sido
nombrado virrey en 1745. En Lima, siguiendo ordenes dictadas desde
Madrid, formó un regimiento en 1753, el de Infantería Real de Lima,
reglamentó la guarnición de El Callao, y en Chile reguló también los
de Concepción, Valparaíso, Valdivia y Chiloé.61 Por su parte, en Nueva
España el virrey, conde de Revillagigedo, aumentó las defensas del cas-
tillo y plaza de Campeche creando un nuevo batallón, en tanto que en
La Habana transformó el antiguo batallón en un regimiento de cua-
tro batallones mixtos integrados por fusileros, dragones y artilleros.
La peculiaridad principal de este regimiento radicó en que las reclutas
debían hacerse en España, concretamente en Canarias. Paralelamente,
en Caracas, también en 1753 se levantó un cuerpo de ejército menor, un
batallón fijo de infantería, formado por oficiales y soldados de piquetes
que habían llegado desde España en los años anteriores.
La tercera reforma de Ensenada afectó al ejército existente en
España. En el año 1749 redujo el 20% de los efectivos totales del
ejército, si bien su objetivo fundamental fue iniciar un ataque frontal
contra los privilegiados cuerpos de las Guardias Reales que depen-
dían directamente del monarca y, por ende, escapaban a su control
como Secretario del Despacho de Guerra.62 A tal efecto, las tropas de
419
420
63
Andújar Castillo, El sonido del dinero…, 305.
64
Fernando Puell de la Villa «La ordenanza del reemplazo anual de 1770»,
Hispania, 189 (1995): 205-228.
65
Óscar Recio Morales, «Un intento de modernización del ejército borbónico
del xviii: la Real Escuela Militar de Ávila (1774)», Investigaciones históricas: Época
moderna y contemporánea, 32 (2012): 145-172.
421
66
Manuel Reyes García Hurtado, «Formación militar de infantería y caballería
en las academias del XVIII», en Educación, redes y producción de élites en el siglo
xviii, eds. José María Imízcoz Beúnza y Álvaro Chaparro Sáinz, (Madrid: Sílex,
2013), 347-372.
67
Enrique Martínez Ruiz, «Vivir la guerra, vivir la paz: los militares y el man-
tenimiento del orden público», en Soldados de la Ilustración: el ejército español en el
siglo xviii, ed. Manuel Reyes García Hurtado (A Coruña: Universidad de A Coruña,
2012), 83-100.
68
Miguel Ángel Melón Jiménez, Los tentáculos de la hidra: contrabando y milita-
rización del orden público en España (1784-1800) (Madrid: Sílex, 2009).
422
423
69
Juan Marchena Fernández, Ejército y milicias en el mundo colonial americano
(Madrid: Mapfre, 1992); Santiago Gerardo Suárez, Las milicias. Instituciones milita-
res hispanoamericanas (Caracas: Academia Nacional de la Historia, 1984).
70
Allan Kuethe, Cuba 1753-1815: Crown, Military and Society (Knoxville,
1988), 62.
424
71
Gómez Ruiz y Alonso Juanola, El ejército de los Borbones…, t. I, 222.
425
72
Ibid., t. I., 35.
426
7270-3.
427
75
Christon I. Archer, El ejército en el México borbónico. 1760-1810 (México:
Fondo de Cultura Económica, 1983), 38.
76
Óscar Cruz Barney, «Las milicias en la Nueva España: la obra del segundo
conde de Revillagigedo (1789-1794)», Estudios de Historia Novohispana, 34 (2006):
87.
428
77
Francisco Andújar Castillo, «La crisis del ejército borbónico: la Junta de
Generales de 1796», en Monarquía, imperio y pueblos en la España Moderna. Actas de
la IV Reunión Científica de la Asociación Española de Historia Moderna, ed. Pablo
Fernández Albaladejo (Alicante: Asociación Española de Historia Moderna, 1997),
63-77.
78
Thomas Glesener, «Godoy y la guardia real: reforma y oposición nobilia-
429
430
Capítulo 12
Instituições, contingentes
e culturas militares na monarquia
portuguesa (séculos xv-xix)
Introdução
Portugal encontrou no império e em particular no Norte de
África precisamente o mesmo que os seus vizinhos da Península
Ibérica, entretanto unificados sob os auspícios dos Reis Católicos,
tinham encontrado no reino de Granada: um espaço de experiência
e renovação militar.1 Foi nos campos de batalha e nas fortificações
de Marrocos do século xv que o país fez a transição para a moder
nidade em matérias militares. O território magrebino – primeira área
de expansão portuguesa para além dos limites europeus – deu origem
ao embrião de um exército mais permanente e menos dependente
das forças da fidalguia que tanto tinham contribuído para a conquista
de Ceuta em 1415. A crescente concentração de poder militar nas
mãos do monarca, tão característica dos Estados modernos, esteve
no caso português directamente relacionada com a experiência ultra-
marina e com a luta com o adversário muçulmano (uma luta que
431
A Guerra Naval no Norte de África (séculos xv-xix), orgs. Francisco Contente, Jorge
Semedo de Matos (Lisboa: Edições Culturais da Marinha, 2003), 123.
432
3
Jorge Borges Macedo, História Diplomática Portuguesa – Constantes e Linhas
de Força (Lisboa: Tribuna da História, 2006 [1987]).
4
Consulta do Conselho Ultramarino de 22 de Dezembro de 1714, Documentos
Históricos, 96, 141-142.
433
5
João Gouveia Monteiro, «As campanhas que fizeram a História». Em Nova
História Militar de Portugal, orgs. Manuel Themudo Barata e Nuno Severiano
Teixeira, vol. i, 286 (Lisboa: Círculo de Leitores, 2003).
6
Segundo Luís Miguel Duarte só no reinado de D. João II é possível falar de
«uma frota permanente, composta de barcos, oficiais, tripulações e soldados, que
não fizesse mais nada»: Luís Miguel Duarte, «A Marinha de Guerra Portuguesa», em
Nova História Militar de Portugal, orgs. Manuel Themudo Barata e Nuno Severiano
Teixeira (Lisboa: Círculo de Leitores, 2003), vol. 1, 314.
7
Francisco Paulo Mendes da Luz, «Dois organismos da Administração Ultra-
marina no séc. xvi: a Casa da Índia e os Armazéns da Guiné, Mina e Índia», em
A Viagem de Fernão de Magalhães e a Questão das Molucas: Actas do II Colóquio
Luso-Espanhol de História Ultramarina, org. A. Teixeira da Mota (Lisboa: JICU,
1975), 91-106.
434
8
A guarnição de Azamor era composta, na década de 1520, por um efectivo
que variou entre os 600 e os 650 homens de armas, em que entravam cavaleiros e
peões, número muito significativo se tivermos em conta que era superior aos das
principais fortalezas do «Estado da Índia», como Ormuz, Diu e Malaca, que só em
finais do século xvi passaram a contar por regimento com efectivos similares a esses.
Cf. «Carta de 18 de Setembro de 1525 para D. João III», em Sources Inédites de
l’Histoire du Maroc, org. Pierre de Cenival (Paris: Paul Geuthner, 1934), 1.ª série,
t. ii, parte i, 346-347.
9
Cf. «Regimento de D. Afonso V, de 1472, outorgado a Rui de Melo, capi-
tão de Tânger», em BNL, Fundo Geral, códice n.º 1782, 1-3 v. De acordo com o
referido regimento a distribuição dos soldados pelos diferentes corpos militares era
a seguinte: Peões – 184; Homens de armas – 160; Besteiros – 130; Bombardeiros
e Espingardeiros – 10; Escutas – 10; Atalaias – 6.
10
No caso concreto de Mazagão, nem mesmo após a Restauração se procedeu
a uma transformação dessa estrutura, que apenas viria a sofrer ligeiras alterações em
1692, data da publicação de um novo regimento que reduziu e reformou o número
de cargos da praça. Cf. «Regimento da Praça de Mazagão, de 6 de Junho de 1692»,
435
436
13
Sidh Daniel Losa Mendiratta, «Dispositivos do sistema defensivo da P
rovíncia
do Norte do Estado da Índia, 1521-1739» (tese de doutoramento em Arquitectura
apresentada à Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra,
2012), 423 e segs.
14
Também por vezes designados como «acostados». Em Ormuz o seu número
variou, de 1560 a 1620, entre os 40 e os 60 homens de armas. Vítor Luís Gaspar
Rodrigues, «A evolução da arte da guerra dos portugueses no Oriente (1498-1622)»
(dissertação apresentada para acesso à categoria de investigador auxiliar no IICT,
1999), vol. 2, 438.
15
Uma criação de Afonso de Albuquerque que, após a conquista de Goa em
1510, sentindo necessidade de dotar o Estado da Índia com um grupo social enrai-
zado localmente, promoveu o casamento de soldados portugueses com mulheres
locais, hindus sobretudo, tenho-lhes sido doada uma parte das terras expropriadas
aos seus anteriores detentores. Esta categoria social foi depois generalizada às res-
tantes fortalezas da Índia, havendo muitos casos, sobretudo nas de menor dimen-
são, em que se transformaram, com o apoio dos seus serviçais e escravos de peleja,
no seu principal sustentáculo militar.
16
Veja-se, por exemplo, o caso de Colombo (Ceilão) em que o seu número era
quase três vezes superior ao dos homens de armas portugueses presentes na forta-
leza. Rodrigues, «A evolução da arte da guerra…», 467.
437
17
Cf. «Relação de 11 de Maio de 1522», em Documentos sobre os Portugueses em
Moçambique e na África Central (1497-1588) (Lisboa: NARN/CEHU, 1965), vol.
vi, 92 e segs.
18
A armada do estreito de Gibraltar apenas foi criada em 1520, tendo sido
extinta em 1552 por D. João III em resultado da sua política de desinvestimento no
Norte de África. Godinho, «A armada do estreito…», 117.
19
A transferência definitiva da corte do vice-rei acarretou a mudança das prin-
cipais estruturas militares do «Estado da Índia» de Cochim para Goa, aí se fixando
não só a «Matrícula», mas também o arsenal e os armazéns, alargando-se a Ribeira.
Catarina Madeira-Santos, «Goa é a Chave de Toda a Índia»: Perfil Político da Capital
do Estado da Índia (Lisboa: CNCDP, 1999), 193.
438
A arregimentação da soldadesca
20
A sua criação resultou não só da enorme distância entre os diferentes centros
decisores do império, mas também, como bem salientaram Pedro Cardim e Susana
Miranda, da existência de poderes organizados e ordens jurídicas que justificavam a
presença na Ásia «de uma magistratura dotada de dignidade real e com capacidade
para estabelecer tratados internacionais». Pedro Cardim e Susana Munch Miranda,
«La Expansión de la Corona Portuguesa y el Estatuto Político de los Territorios»,
em Las Indias Occidentales. Procesos de Incorporación Territorial a las Monarquías
Ibéricas, orgs. Óscar Mazin e José Javier Ruiz Ibaňes (México: Colegio de México-
-Rede Columnaria, 2012), 215.
21
Cargo criado em 27 de Novembro de 1501. Luz, «Dois organismos da Admi-
nistração Ultramarina…», 102.
439
22
Cf. «Livro dos soldos que se pagaram na casa da Índia a António de Saldanha
que foi per capitam-mor de Sofala, 1509», no ANTT, Fundo Antigo, n.º 596; e «Livro
do pagamento feito a gente que veyo na nao S. Roque de soldos vencidos, e outras
naos e navios das armadas da India. Anno de 1531», no ANTT, Fundo Antigo,
n.º 620.
23
No caso de Marrocos, dada a inexistência de um organismo centralizador,
competiria aos oficiais da fortaleza, onde o serviço fora prestado, atestá-lo.
24
Dizia-se na Índia que um fidalgo ou um capitão dava mesa aos soldados quando
o encargo com a alimentação de um número variável de soldados lhe estava cometido,
substituindo-se, assim, à coroa em virtude dos sucessivos atrasos no pagamento do
soldo e mantimento à soldadesca no Oriente. Em muitos desses casos era-lhes dada
ainda aposentadoria, ou estes recolhiam-se nos quintais e alpendres das suas moradias
durante o período da monção, altura em que eram obrigados a permanecer em terra
por as armadas se encontrarem varadas nas ribeiras.
440
25
Cf. «Sumário das cartas de 1510», em Cartas de Affonso de Albuquerque segui-
das de Documentos que as elucidam, ed. Raymundo António de Bulhão Pato (Lis-
boa: Academia Real das Ciências, 1884), vol. i, 421.
26
Cf. «Carta de Albuquerque ao rei, de 22 de Dezembro de 1512», em Cartas
de Affonso de Albuquerque seguidas de Documentos que as elucidam, ed. Raymundo
António de Bulhão Pato (Lisboa: Academia Real das Ciências, 1884), vol. i, 34-36.
441
27
Russel-Wood, tal como Charles Boxer, aponta, para finais do século xvi e para
a globalidade do império, um número da ordem dos 10 000 homens habilitados a
combater. A. J. R. Russell-Wood, The Portuguese Empire, 1415-1808: A world on
the move (Baltimore/Londres: Johns Hopkins University Press, 1998), 60. Duncan
propõe um número superior, de 14 000 portugueses oriundos do reino, que julga-
mos excessivo. V. T. Bentley Duncan, «Navigation between Portugal and Asia in the
sixteenth and seventeenth centuries», em Asia and the West: Elements and Exchanges
from the Age of Explorations, eds. E. J. van Kley e C. K. Pullapilly (Notre Dame:
Cross Cultural Publications, 1986), pp. 3-25.
28
Teresa Rodrigues, «As estruturas populacionais», em História de Portugal: No
Alvor da Modernidade, dir. José Mattoso (Lisboa: Ed. Estampa, 1993), vol. 3, 238.
Os números apresentados por Vitorino Magalhães Godinho são bastante superio-
res, situando-se entre os 3000 e os 4000 indivíduos. Vitorino Magalhães Godinho,
Os Descobrimentos e a Economia Mundial (Lisboa: Arcádia, 1965), vol. ii, 606.
29
Rodrigues, «As estruturas populacionais …», 238.
30
São conhecidas as descrições de Pyrard de Laval ou de Linschoten para os finais
do século xvi, princípios do xvii, mas esta foi uma realidade que desde muito cedo
afectou o «Estado da Índia», caso, por exemplo, da «grande soltura» da soldadesca
ocorrida no governo de Lopo Soares de Albergaria (1515-1518).
442
31
Francisco Rodrigues da Silveira, Reformação da Milícia e Governo do Estado
da Índia Oriental, eds. Luís Filipe Barreto, George Winius e Benjamin Teensma
(Lisboa: Fundação Oriente, 1996), 131.
32
Essas reformas enquadram-se no contexto do processo de afirmação do poder
e autoridade da coroa, já que visavam, em última análise, a sua posterior substituição
por oficiais régios.
33
Cf. «Alvará de regimento da gente de ordenança e das vinte lanças de guerra»,
em Archivo Historico Portuguez, org. Anselmo Braancamp Freire (Lisboa: s. e.,
1903), vol. i, 80-88.
443
34
João Paulo Oliveira e Costa e Vítor Luís Gaspar Rodrigues, A Batalha dos
Alcaides – 1514: No Apogeu da Presença Portuguesa em Marrocos (Lisboa: Tribuna,
2007).
35
António Dias Farinha, História de Mazagão no Período Filipino (Lisboa:
CEHU, 1970), 58; Vítor Luís Gaspar Rodrigues, «As Companhias de Ordenanças
em Marrocos nos reinados de D. Manuel e D. João III», em D. João III e o Império:
Actas do Congresso Internacional Comemorativo do Seu Nascimento (Lisboa: Uni-
versidade Católica, 2004), 185-195.
36
Cf. «Carta de Albuquerque ao rei. Cananor, 16 de Outubro de 1512», em
Cartas de Affonso de Albuquerque seguidas de Documentos que as elucidam, ed.
Raymundo António de Bulhão Pato (Lisboa: Academia Real das Ciências, 1884),
vol. i, 20.
37
Gaspar Correia, Lendas da Índia (Porto: Lello e Irmão, 1975), vol. ii, 44.
444
445
As reformas sebásticas
41
Cf. «Carta de Bastião Coelho ao governador, de Baçaim, 8 de Agosto de
1547», em Obras Completas de D. João de Castro, eds. Armando Cortesão e Luís
de Albuquerque (Coimbra: Academia Internacional da Cultura Portuguesa, 1976),
vol. iii, 429-433.
42
Sanjay Subrahmanyam, The Portuguese Empire in Asia 1500-1700: A political
and economic History (London / New York: Longeman, 1993), 96-97.
43
A sua destruição marca o fim do equilíbrio político-militar no subcontinente
indiano entre as forças hindus e muçulmanas, passando os estados muçulmanos
vizinhos de Goa e da Província do Norte a poder centrar sobre as suas fronteiras
todo o seu potencial militar.
44
Cf. «Lei das armas que cada huma pessoa he obrigada ter em todos os Reinos
e senhorios de Portugal», em Leis Extravagantes collegidas e relatadas pelo Licenciado
Duarte Nunez do Lião, per mandado do muito alto e muito poderoso Rei Dom Sebas-
tião Nosso Senhor: Collecção de Legislação Antiga e Moderna do Reino de Portugal
– parte I da Legislação Antiga (Coimbra: Real Imprensa da Universidade, 1796),
14-25.
45
Cf. «Ordenação sobre hos cavallos e armas [1549]», em História Orgânica
do Exército Português. Provas, ed. C. A. de Magalhães Sepúlveda (Lisboa: Imprensa
Nacional, 1906), vol. iii, 169-174.
446
46
Em Systema ou Collecção de Regimentos Reais, contém os regimentos perten-
centes à administração da Fazenda Real, t. v, Lisboa, Officina Patriarcal de Francisco
Luiz Ameno, 1789, 183-195. Na Biblioteca da Ajuda encontram-se vários exem-
plares do documento, com acrescentos posteriores, a saber: a «Lei sobre as vigias»,
a «Provisam sobre as ordenanças agora novamente feita com algumas declarações
que não estavão nos primeiros Regimentos», de 15 de Maio de 1574 e que procurou
introduzir uma série de correções àquele corpo legislativo. Cf. BA, 44-XIII-60/5;
55 – III-28/2; 55-IV-12/5.
47
Isidoro de Almeida, «Quarto livro das instruções militares que tracta dos
officiais da infantaria» (Évora: s. e., 1573), em Boletim do Arquivo Histórico Militar,
ed. A. Faria de Morais, XXIII (1953): 123-203.
48
Regra geral os capitães das ordenanças dividiam as companhias em dois gru-
pos exercitando-as alternadamente ora num ora noutro domingo de forma a evitar
as queixas dos homens. Os exercícios conjuntos tinham lugar, normalmente, uma
vez por mês. Cf. «Regimento de D. Pedro da Cunha, capitão-mor da gente de orde-
nança de Lisboa» (7 de Junho de 1572), na Bibliothèque Nationale de Paris, Manus-
cripts Portugais, vol. 23, doc. 31.
49
Cf. §11, 12 e 13 do «Regimento dos Capitães-mores», na BA, 55-III-28/2.
50
Diogo do Couto, O Soldado Prático, 3.ª ed. (Lisboa: Sá da Costa, 1980), 95.
447
Com a união das duas coroas ibéricas, Filipe I (de Portugal) pro-
videnciou a imediata reformação das coisas de guerra no Oriente,
procurando transpor para aí uma vez mais aquele modelo, havia
muito em vigor em Espanha. Nesse sentido foi enviado para a Índia,
em 1584, D. Duarte de Menezes, que levava instruções para promo-
ver a criação das ordenanças nas diferentes fortalezas. Logo após a
sua chegada, publicou um conjunto de alvarás autorizando os seus
capitães a proverem os lugares com criados e parentes, a que nelas
tinham direito por inerência do cargo, e com quaisquer soldados,
51
Eram conhecidos como escravos de peleja, que acompanhavam os seus senho-
res na guerra.
52
Joaquim Romero de Magalhães, «A guerra, os homens e as armas», em
História de Portugal, dir. José Mattoso (Lisboa: Círculo de Leitores, 1993), vol. iii,
112.
53
Em Diogo do Couto e a Década 8.ª da Ásia, ed. Maria Augusta Lima Cruz
(Lisboa: CNCDP, 1992), vol. i, 534-535. António Pinto Pereira que, na generali-
dade, apresenta números iguais aos de Couto, refere que se tratava de quatro ban-
deiras de escravos, em que havia 1000 deles, o que daria 250 homens por bandeira.
António Pinto Pereira, História da Índia no Tempo em que a Governou o Visorei
Dom Luís de Ataíde (Lisboa: INCM, 1987), livro ii, 349.
448
54
Vejam-se os «Alvarás de D. Francisco de Noronha [1584] relativos às
diferentes fortalezas do Estado», na British Library, Mss. Add. 28433, ff. 19 e segs.
55
Cf. «Orçamento do Estado da Índia, 1588-1590», na British Library, Mss.
Add. 28433, 153, 160-162.
56
«Orçamento do Estado da Índia…», 27.
57
Cf. «Carta régia para o governador, de 6 de Março de 1587», em Archivo Por-
tuguez Oriental, org. J. H. da Cunha Rivara (Nova Goa: Imprensa Nacional, 1857),
fasc.º 3, parte i, 102 e 103.
58
Cf. «Carta ao rei, de 24 de Março de 1586», em Archivo General de las Indias,
Sevilha, Patronato Real, legajo n.º 53.
59
Em Archivo General de Simancas (AGS), Secretarias Provinciales, n.º 1551,
22v-23.
60
Cf. «Carta de 10 de Dezembro de 1588 para o rei», em AGS, Secretarias
Provinciales, n.º 1551, 246v.
449
61
Cf. «Carta de 16 de Março de 1588», em Historical Archives of Goa, Livro
das Monções, n.º 3, 259-261.
62
Cf. «Regimento de D. Francisco da Gama, de 5 de Janeiro de 1596», em
AHU, Códices, n.º 281, 355v.
63
Rodrigues, A Evolução da Arte da Guerra…, 438-439 e 470-471.
64
Cf. «Carta de 24 de Dezembro de 1610», em Documentos Remettidos da Índia
ou Livros das Monções, ed. Raimundo A. de Bulhão Pato (Lisboa: Academia Real das
Sciencias, 1880), vol. i, 413-414.
450
65
António Bocarro, Década 13 da História da Índia, ed. R. J. de Lima Felner
(Lisboa: Academia Real das Sciencias, 1876), 234.
66
Idem, ibidem.
67
Cf. «Instrucções com que mandou à Índia o Conde de Redondo, Vice-rei»,
em Documentos Remetidos..., vol. iv, 168-169 e 287-288.
68
Cf. «Advertências que se fizerão ao Senhor governador Fernão de Albuquer-
que por parte desta cidade, de 1 de Junho de 1622», em HAG, Acórdãos e Assentos
do Senado de Goa, n.º 7748, 83-85v.
69
Cf. «Carta de confirmação da nomeação do ofício da gente branca das fregue-
sias da Trindade e N.ª Snr.ª da Luz da cidade de Goa», em HAG, Cartas Patentes e
Alvarás, n.º 476, 197-198.
70
Cf. «Carta de nomeação dos capitães das gentes de ordenanças, de 29 de Julho
de 1622», em HAG, Cartas Patentes e Alvarás, n.º 476, 204-206 e 213v-214.
451
71
Cf. «Assento do Conselho de Estado, de 18 de Abril de 1630», em Assentos do
Conselho de Estado, I, 271-22. Sobre o assunto veja-se Maria Manuela Sobral Blanco,
O Estado Português da Índia da Rendição de Ormuz à perda de Cochim (1622-1663)
(tese de doutoramento em História apresentada à FLUL, Lisboa, 1992), vol. i, 515.
72
Cf. «Carta do vice-rei, Goa, de 7 de Outubro de 1631», em HAG, Livros das
Monções, n.º 18, 96.
73
Blanco, O Estado Português da Índia…, 276.
74
Cf. informação de Pero Barreto de Resende, Biblioteca da Universidade de
Coimbra, Códice 459, 391.
75
Blanco, O Estado Português da Índia…, 277.
76
Cf. AHU, Consultas do Conselho da Fazenda, n.º 211, 367v-368.
452
77
Glen J. Ames, «The Estado da Índia 1663-1677: priorities and strategies in
Europe and the East», Stvdia, n.º 49 (1989), 284 e segs.
78
Ernestina Carreira, «Aspectos políticos», em O Império Oriental 1660-1820,
coord. Maria de Jesus Mártires Lopes (Lisboa: Estampa, 2006), vol. i, 77.
79
Cf. «Consulta do Conselho Ultramarino, de 9 de Dezembro de 1669», em
AHU, Documentos Avulsos Relativos à Índia, cx.ª 28, doc. 87.
80
Carreira, «Aspectos Políticos…», 136.
81
Cf. «Carta do vice-rei para o secretário de Estado António Guedes Pereira»,
em HAG, Monções do Reino, n.º 107, 286-289.
82
Segundo Manuel Felicissimo Louzada d’Araújo d’Azevedo eram companhias
avulsas, aquarteladas nas melhores posições da fronteira das ilhas e das comarcas
de Salsete e Bardez. Eram ao todo 23, denominando-se companhias do terço d’au-
xiliares, sete das quais formadas com europeus e as restantes com nativos. Manuel
453
Quadro atlântico
Dimensões militares da colonização do Novo Mundo
454
84
Entre outros, ver por exemplo as descrições de Pedro Magalhães Gândavo.
Pedro Magalhães Gândavo, Historia da prouincia sancta Cruz a que vulgarmente cha-
mamos Brasil… (Lisboa: Officina de Antonio Gonsaluez (1858) [1576]), ff. 37-40.
85
Jean de Léry, Histoire d’un voyage fait en la terre du Bresil… (La Rochelle/
Genebra: Antoine Chuppin, 1578).
86
Rolena Adorno, Polemics of Possession in Spanish America (New Haven/Lon-
dres: Yale University Press, 2007), 113-147.
87
Anthony Pagden, «Identity formation in Spanish America», em Colonial
Identity in the Atlantic World, 1500-1800, eds. Nicholas Canny e Anthony Pagden
(Princeton: Princeton University Press), 66.
455
88
António Vasconcelos de Saldanha, As Capitanias do Brasil – Antecedentes,
Desenvolvimento e Extinção de um Fenómeno Atlântico (Lisboa: CNCDP, 2001
[1992]), 192-193.
89
Francisco Carlos Cosentino, Governadores-Gerais do Estado do Brasil (Sé-
culos XVI-XVII) (São Paulo: Annablume, 2009), 236-243.
90
Ver sobretudo o caso de Pernambuco. Francis A. Dutra, «Centralization vs.
Donatarial. Priviledge: Pernambuco, 1602-1630», em Colonial Roots of Modern Bra-
zil, ed. Dauril Alden (Berkeley, Los Angeles, Londres, 1973), 19-60.
91
Miguel Dantas da Cruz, Um Império de Conflitos. O Conselho Ultramarino e
a Defesa do Brasil (Lisboa: Imprensa de Ciências Sociais, 2015), p. 308.
456
92
Consulta do Conselho Ultramarino de 22 de Dezembro de 1714, em
Documentos Históricos, 96, 141-142.
93
Tratava-se de hábitos das ordens militares e foros de fidalgo. Ver consultas
do Conselho Ultramarino sobre os pedidos do conde de Óbidos e do marquês de
Angeja, segundo e terceiro vice-reis do Brasil. Consulta de 10 de Junho de 1664,
AHU, Bahia – Luísa Fonseca, cx. 18, doc. 2023; e Consulta de 22 de Dezembro de
1714, em Documentos Históricos, 96, 141-142.
94
Fernanda Olival, As Ordens Militares e o Estado Moderno: Honra, Mercê e
Venalidade em Portugal (1641-1789) (Lisboa: Estar, 2001), 54.
95
Referido em Consulta do Conselho Ultramarino de 8 de Julho de 1688, em
AHU, Consultas Mistas, códice 86, 31v-32v.
457
96
Charles Boxer, O Império Marítimo Português, 1415–1825 (Lisboa: Edições
70, 2001), 115.
97
Rafael Valladares, «El Brasil y las Indias españolas durante la sublevación de
Portugal (1640-1668)», Quadernos de Historia Moderna, n.º 14 (1993): 152.
458
98
Evaldo Cabral de Mello, Olinda Restaurada: Guerra e Açúcar no Nordeste,
1630-1654 (Rio de Janeiro: Topbooks, 1998 [1975]), 223.
99
Stuart Schwartz, «The Voyage of the Vassals: Royal Power, Noble Obliga-
tions, and Merchant Capital before the Portuguese Restoration of Independence,
1624–1640», American Historical Review, 96, 3 (1991): 735–62.
100
Diogo Ramada Curto, Cultura Imperial e Projetos Coloniais (Séculos XV a
XVIII) (Campinas: Editora da Unicamp, 2009), 259-279.
101
Rui Bebiano, «A guerra: o seu imaginário e a sua deontologia», em Nova His-
tória Militar de Portugal, dirs. Manuel Themudo Barata e Nuno Severiano Teixeira
(Lisboa: Círculo de Leitores, 2004), vol. 2, 52-58.
102
António Vieira, Sermam que pregou o P. Antonio Vieira da companhia de
Iesus na Misericordia da Bahia de todos os Santos em dia de Visitação de nossa Señora
Orago da Casa (Lisboa: Officina de Domingos Lopes Rosa, 1655), 321.
103
Francisco de Brito Freire, Nova Lusitania, historia da guerra brasilica: a
purissima alma e savdosa memoria do serenissimo principe dom Theodosio principe de
Portugal, e principe do Brasil (Lisboa: Officina de Joam Galram, 1675), nota inicial
ao leitor.
459
460
104
Evaldo Cabral de Mello, Rubro Veio – O Imaginário da Restauração Pernam-
bucana (São Paulo: Alameda, 2003), 3.ª ed.
105
Mello, Olinda Restaurada…
106
John Thornton, «The Art of War in Angola, 1575-1680», Comparative Stu-
dies in Society and History, 30, 2 (1988): 373.
107
Sobre este terço cujo significado histórico e historiográfico aqui não se pode
recuperar plenamente, ver, entre outros, Hebe Matos, «‘Black Troops’ and Hierar-
chies of Color in the Portuguese Atlantic World: The Case of Henrique Dias and
His Black Regiment», Luso-Brazilian Review, Special Issue ‘ReCapricorning’ the
Atlantic, 45, 1 (2008).
108
Este tópico da concessão de mercês a negros e mulatos forros, que tem
alimentado uma historiografia vigorosa, foi muito recentemente revisto por Luiz
Geraldo Silva, em artigo publicado na revista Tempo e para o qual se remete o lei-
tor. Luiz Geraldo Silva, «Indivíduo e sociedade. Brás de Brito Souto e o processo
de institucionalização das milícias de afrodescendentes livres e libertos na América
portuguesa (1684-1768)», Tempo, vol. 23, n.º 2 (2017), 174-203.
461
462
112
Fernando Dores Costa, «A nobreza é uma elite militar? O caso Cantanhede-
-Marialva em 1658-1665», em Optima Pars – Elites Ibero-Americanas do Antigo
Regime, orgs. Nuno Gonçalo Monteiro, Pedro Cardim e Mafalda Soares da Cunha
(Lisboa: Imprensa de Ciências Sociais, 2005), 169-190.
113
Monteiro, «As campanhas…».
114
Luciano Raposo de Almeida Figueiredo, «O império em apuros. Notas para
o estudo das alterações ultramarinas e das práticas políticas no império colonial
português», em Diálogos Oceânicos – Minas Gerais e as Novas Abordagens para uma
História do Império Ultramarino Português, org. Júnia Ferreira Furtado (Belo Hori-
zonte: UFMG, 2001): 197-254.
463
não posso de deixar de o sentir malogrado; pois em tempo que pudera ser
continuado nas Guerras do Reino, ocupação da fama, o vejo ser sepul-
tado no Brasil, escândalo do serviço de Sua Majestade […]. Permita-me
a modéstia de Vossa Senhoria que fale deste modo, que lástima da dife-
rença que há de vencer Castelhanos a lidar com Mazombos.115
464
116
Ver, por exemplo, Harold Selesky, «Colonial America», em The Laws of
War – Constrains on Warfare in the Western World, eds. Michael Howard et al. (Lon-
dres/Yale: Yale University Press, 1994), 59-85.
117
Pedro Puntoni, A Guerra dos Bárbaros – Povos Indígenas e a Colonização do
Sertão Nordeste do Brasil, 1650-1720 (São Paulo: Hucitec, 2002), 45.
118
Rui Bebiano, A Pena de Marte. Escrita de Guerra em Portugal e na Europa
(Sécs. XVI-XVIII) (Coimbra: Minerva, 2000).
119
Desde Cícero à Summa theologiae, de Tomás de Aquino, muitos autores se
debruçaram sobre os requisitos necessários para declarar guerra justa. Por exemplo,
465
para Balthazar Ayala, um influente jurista espanhol do século xvi, estes incluíam: «a
defesa própria ou de um aliado», «recuperar do inimigo aquilo que ele detinha pela
força ou injustificadamente», «a vingança por algo que tenha sido injustificadamente
infligido», quando um vizinho rejeita a marcha pacífica de um exército, e a necessi-
dade de reprimir a rebelião e a rebeldia. Geoffrey Parker, «Early Modern Europe»,
em The Laws of War – Constrains on Warfare in the Western World, eds. Michael
Howard et al. (Londres/Yale: Yale University Press, 1994).
120
Mello, A Fronda dos Mazombos..., 35-38; Kalina Vanderlei Silva, «Francisco
de Brito Freyre e a Reforma Militar de Pernambuco no século xvii», em Conquistar
e Defender: Portugal, Países Baixos e Brasil, org. Paulo Possamai (São Leopoldo:
Oikos, 2012).
121
Alencastro, O Trato dos Viventes…, 345.
122
Fernando Dores Costa, Insubmissão – Aversão ao Serviço Militar no Portugal
do Século XVIII (Lisboa: Imprensa de Ciências Sociais, 2010).
123
Caio Prado Júnior, A Formação do Brasil Contemporâneo: Colônia (São
Paulo: Brasiliense, 1994 [1942]).
466
sempre bem-sucedida. José Eudes Gomes, As Milícias D’El Rey – Tropas Militares e
Poder no Ceará Setecentista (Rio de Janeiro: FGV, 2010), 108-110.
125
A primeira experiência americana com auxiliares ocorreu com Francisco de
Brito Freire, que os introduziu em Pernambuco no início da década de 1660. Seriam
desmobilizados em 1663. Mello, A Fronda dos Mazombos…, 37. Sobre a desmobi-
lização da Baía, de 1707, ver Carta régia de 17 de Janeiro de 1704, anexa à consulta
do Conselho Ultramarino de 19 de Julho de 1706, AHU, Bahia – Avulsos, cx. 5,
doc. 24.
126
Consulta do Conselho Ultramarino de 20 de Novembro de 1745, AHU, Rio
de Janeiro – Avulsos, cx. 44, doc. 130; cx. 47, docs. 56-58.
467
e em nenhum caso isso foi mais claro do que em Pernambuco, onde
já havia uma grande tradição de autonomia.127 Note-se que os gover-
nadores desta ex-capitania-donataria herdavam o título de mestre-de-
-campo general do Brasil (de todo o Brasil), que ostentaram durante a
guerra com os protestantes e que lhes conferia grande autonomia em
matéria de provimentos. A autoridade simbólica associada ao cargo não
era irrelevante, e dela se dava conta aos governadores-gerais e aos vice-
-reis como contraponto à sua agenda centralizadora. Não foi por acaso
que o conde de Óbidos, que dizia estar mandatado para «governar este
estado com toda a superioridade, jurisdição e poder»,128 retorquiu que
esse era um poder «místico»,129 i. e., irreal e desajustado. Alguns anos
antes, o governador-geral Francisco Barreto de Meneses (ele próprio
um ex-governador de Pernambuco entre 1654 e 1657) chegou a orde-
nar a invasão da antiga capitania dos Albuquerque Coelho. Tal era o
nível da sua frustração com André Vidal de Negreiros, governador de
Pernambuco e ex-camarada das guerras com os holandeses.
O governo-geral na Baía manteve uma disputa semelhante com o
Conselho Ultramarino, que começou a insistir na abertura de con-
cursos para provimento de postos superiores.130 A solução admi-
nistrativa era controversa pois esvaziava o poder do administrador
colonial, que passaria a limitar-se a encaminhar para Lisboa uma lista
não-vinculativa dos candidatos ao posto vago. De acordo com diver-
sas disposições normativas, como o Regimento das Fronteiras (man-
dado observar no Brasil em 1653) ou como o Regimento de Costa
Barreto (1677), era ao tribunal criado por D. João IV que cabia pro-
ceder à consulta final ao monarca. A longo prazo, esta solução terá
prejudicado aqueles que já serviam no território americano, pois
ela alargava o universo dos nomeáveis àqueles que respondiam aos
editais em Lisboa. Ainda que essencialmente inócuos do ponto de
vista da lealdade aos Bragança, existem sinais evidentes de frustração
entre elites locais que viam os postos principais serem recorrente-
mente preenchidos por homens chegados do reino.131 O contingente
127
Ver, por exemplo, Puntoni, A Guerra dos Bárbaros…, 183-186.
128
Alvará de 21 de Junho de 1663, Documentos Históricos, 5, 370-374.
129
Carta do conde de Óbidos de 26 de Abril de 1664, Documentos Históricos,
9, 162-167.
130
Cruz, Um Império de Conflitos…, 337-343.
131
Miguel Dantas da Cruz, «A nomeação de militares na América portuguesa:
tendências de um império negociado», Varia Historia, vol. 31, n.º 57 (2015): 690-691.
468
132
Álvaro Ferreira da Silva, «Finanças Públicas», em História Económica de
ortugal 1700-2000, vol. i, O Século XVIII, orgs. Pedro Lains e Álvaro Ferreira da
P
Silva (Lisboa: Imprensa de Ciências Sociais, 2005), 244.
133
Termo dos oficiais da Câmara de São Salvador da Bahia, de 14 de Julho de
1652, Documentos Históricos, 79, 355-356.
134
Cruz, Um Império de Conflitos…, 230-231.
135
Graça Salgado, Fiscais e Meirinhos. A Administração no Brasil Colonial (Rio
de Janeiro: Nova Fronteira, 1985), 97-112.
469
136
Dauril Alden, Royal Government in Colonial Brazil, with Special Reference to
the Administration of the Marquis of Lavradio, Viceroy, 1769-77 (Berkeley: Univer-
sity of California Press, 1968), 96-194.
137
Ângela Domingues, Quando os Índios Eram Vassalos. Colonização e Relações
de Poder no Norte do Brasil na Segunda Metade do Século XVIII (Lisboa: CNCDP,
2000), 199 e segs.
138
Listas do estado da tropa do Rio de Janeiro, inseridas no ofício do general
Böhm de 19 de Novembro de 1770, AHU, Rio de Janeiro – Avulsos, cx. 91, doc.
470
7976.
139
Costa, Insubmissão…, 274.
140
Isto numa altura em que o modelo prussiano, e as suas tácticas, começavam
a mostrar-se ultrapassadas. O futuro do campo de batalha ia deixar de ser dominado
por formações lineares, movimentando-se lentamente. Como austríacos e russos
tinham começado a mostrar logo na Guerra da Sucessão da Áustria (1740-1748), as
formações organizadas em profundidade, a coluna, encerravam algumas vantagens,
a começar pela maior capacidade de choque. Ver Jeremy Black, European warfare in
a global context, 1660-1815 (Londres/Nova Iorque: Routledge, 2007), 78-92.
141
Carta do marquês de Pombal para o conde da Cunha de 26 de Janeiro de
1765. Marcos Carneiro Mendonça, Século XVIII – Século Pombalino do Brasil (Rio
de Janeiro: Xerox, 1989), 425-427.
142
Carta do marquês de Pombal para o marquês do Lavradio de 6 de Abril de
1775, Mendonça, Século XVIII…, 632-633.
471
143
Citado por Enrique Peregalli, Recrutamento Militar no Brasil Colonial, Cam-
pinas (UNICAMP, 1986), 45.
144
Sobre a construção do mito dos paulistas, ver Adriana Romeiro, Paulis-
tas e Emboabas no Coração das Minas – Idéias, Práticas e Imaginário Político no
Século XVIII (Belo Horizonte: UFMG, 2008).
145
Num dos momentos críticos da campanha do Rio Grande de São Pedro,
determinou-se despachar os paulistas «como Tropas Pagas deste Reino, com
Hábitos e Tenças, sem embargo do Regimento das Mercês [de 1671]». Carta do
marquês de Pombal para o conde da Cunha de 26 de Janeiro de 1765, Mendonça,
Século XVIII…, 422-425. A coroa estaria, portanto, pronta a ignorar as restri-
ções de uma adição de 1706 ao Regimento da Mercês que excluiu os oficiais das
ordenanças (em que se poderiam incluir genericamente os oficiais dos partidos de
paulistas) do despacho de mercês, excepto quando os serviços fossem realizados
em guerra viva. A decisão era, contudo, capciosa, pois ignorava, propositadamente
ou não, uma outra disposição de 1707 que exceptuou os oficiais das ordenanças
do Brasil do âmbito de aplicação dessa legislação de 1706. Olival, As Ordens Mili-
tares…, 133-134.
472
146
Benjamin Schmidt, Inventing Exoticism – Geography, Globalism, and Europe’s
Modern World (Filadélfia: University of Pennsylvania Press, 2015).
147
Carta do marquês de Pombal para o marquês do Lavradio de 9 de Maio de
1775. Mendonça, Século XVIII…, 635-639.
148
Carta do marquês de Lavradio para António de Noronha de 20 de Junho de
1775. Marquês do Lavradio, Cartas do Rio de Janeiro – 1769-1776 (Rio de Janeiro:
Secretaria de Estado de Educação e Cultura e Instituto Estadual do Livro, 1978),
doc. 535, 160-161.
149
Ver, por exemplo, Alden, Royal Government…
150
João Fragoso, «A nobreza vive em bandos: a economia política das melhores
famílias da terra do Rio de Janeiro, século xvii. Algumas notas de pesquisa», Tempo,
vol. 8, n.º 15 (2003): 14.
151
Ver, entre outros, Hendrik Kraay, «Arming slaves in Brazil from the Seven-
teenth Century to the Nineteenth Century», em Arming Slaves – From Classical
Times to the Modern Age, eds. Christopher Brown e Philip Morgan (New Haven/
Londres: Yale University Press, 2006), 151-152.
152
Kraay, «Arming slaves in Brazil…», 154-155.
473
153
Instruções relativas à criação da capitania de Mato Grosso passadas pelo
conde da Azambuja para D. João Pedro da Câmara de 8 de Janeiro de 1765. Kraay,
«Arming slaves in Brazil…», 148.
154
Nauk Maria de Jesus, «Para uma história da organização militar na Capitania
de Mato Grosso», em Conquistar e Defender: Portugal, Países Baixos e Brasil, org.
Paulo Possamai (São Leopoldo: Oikos, 2012), 318.
155
Carta do marquês do Lavradio a Manuel da Cunha de Meneses de 23 de
Novembro de 1774. Lavradio, Cartas do Rio de Janeiro…, 150-152.
474
156
Vitor Izecksohn, «Ordenanças, tropas de linha e auxiliares: mapeando os
espaços militares luso-brasileiros», em O Brasil Colonial 1720-1821, de João Fra-
goso e Maria de Fátima Gouvêa (Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2014), 508.
157
Cruz, «A nomeação de militares…», pp. 673-710.
158
Resolução do Conselho de Estado de 8 de Março de 1763, confirmada por
um decreto de 11 de Novembro de 1767, em Repertório Remissivo da Legislação da
Marinha e Ultramar, 1856, 350.
159
Stuart Schwartz, «Formation of Identities in Brazil», em Colonial Identity in
the Atlantic World, 1500-1800, eds. Nicholas Canny e Anthony Pagden (Princeton:
Princeton University Press, 1987), 21.
160
Cruz, Um Império de Conflitos…, 346-347.
161
Cruz, Um Império de Conflitos…, 380-382.
475
162
Ofício de Francisco Xavier de Mendonça Furtado, de 10 de Fevereiro de
1768. AHU, Bahia – Castro Almeida, cx. 45, doc. 8466.
163
Memória de Amador Patrício Portugal de 4 de Março de 1790, citado por
Miguel Dantas da Cruz, «A americanização do universo militar fluminense em tem-
pos de desagregação identitária. As inquietações de Amador Patrício de Portugal
(1790)», Revista Fontes, n.º 2 (2015): 70-80.
164
Rodrigo de Sousa Coutinho, «Memória sobre o melhoramento dos domí-
nios de Sua Majestade na América», em D. Rodrigo de Sousa Coutinho: Textos Políti-
cos, Económicos e Financeiros (1783-1811), org. André Mansuy-Diniz Silva (Lisboa:
Banco de Portugal, 1993), 49.
165
Manuel Amaral, «As tentativas de reforma do Exército, no interior de um
projecto global de reformas da sociedade portuguesa de finais do Antigo Regime»,
em A Guerra Peninsular, Perspetivas Multidisciplinares (Lisboa: CPHM-CEAP,
2008), II, 355-374.
476
166
Izecksohn, «Ordenanças, tropas de linha…», 509.
477
Capítulo 13
Introducción
Tras la conquista y ocupación del territorio americano, se «tras-
plantaron» a Indias las instituciones castellanas tanto seculares como
eclesiásticas; se adoptó el derecho castellano y, por tanto, se regu-
laron según ese derecho las relaciones de las instituciones civiles y
eclesiásticas.
Todas las instituciones eclesiásticas, tanto peninsulares como
indianas, tenían una larga tradición en la organización y estructura
de la Iglesia, desde la organización en obispados y sus ámbitos de
poder, hasta el patronato y derecho de presentación1; desde la Inqui-
sición hasta la organización de los fieles en cofradías. Las nuevas
circunstancias, problemas y necesidades encontradas en Indias gene-
raron nuevas cuestiones jurídico-normativas y requirieron nuevas
competencias para las diferentes corporaciones2. La distancia de la
1
Tratado en el capítulo de este libro sobre el Patronato regio: «Los modelos
ibéricos de patronato: fundamento y prácticas. El caso español».
2
Benedetta Albani, «La Formación de Espacios Jurídicos Iberoamericanos (xvi-
-xix): Actores, Artefactos e Ideas. Comentarios Introductorios [The Formation of
Iberoamerican Legal Spaces (xvi-xix): Actors, Artefacts and Ideas. Introductory
Comments]». En Jahrbuch für Geschichte Lateinamerikas/Anuario de Historia de
481
América Latina, ISSN: 2194-3680 n.52 (2015). Max Planck Institute for European
Legal History Research Paper Series nº 2014-07.
3
Pedro Murillo Velarde, Curso de derecho canónico hispano e indiano, trad.
Alberto Carrillo Cázares con la colaboración de Pascual Guzmán de Laba et al.
(Zamora: Michoacán, El Colegio de Michoacán, Facultad de Derecho, UNAM,
2004), 4 vols.; Justo Donoso, Instituciones de Derecho Canónico americano (París:
Librería de Rosa y Bouret, 1868). Se puede comprobar cómo junto al contenido
del derecho canónico común se indican las bulas, leyes seculares pertenecientes
al Patronato y cánones conciliares que hacen variar la jurisdicción del obispo en
Indias.
482
483
Las Misiones
La responsabilidad de evangelizar a los pueblos recién descubier
tos conllevaba ventajas y autoridad para emprender diversas accio-
nes, pero también deberes. Por esto, una de las primeras actuaciones
del Patronato fue la organización y envío de misioneros, la distribu-
ción o adjudicación de los territorios a las diversas órdenes religiosas;
una actuación que a través de la bula Expone nobis – la «Omní-
moda» – llevó una primera organización eclesiástica de impronta
religiosa al Nuevo Mundo. Como se tratará con detalle el desarrollo
misional en Indias, me fijaré únicamente en su relación o conflicto
con la diócesis.6
La distribución territorial y la primera organización eclesiás-
tica llevada a cabo por los misioneros, fue lo que Castañeda7 llama
«los primeros atisbos de organización eclesiástica». Esas primeras
demarcaciones eclesiásticas fueron las que definieron los ámbitos de
5
En general, sobre las cuestiones relativas al Patronato regio, remitimos al capí-
tulo de Ignasi Fernández Terricabras en este mismo volumen.
6
Sobre la institución de la misión en ambos imperios ibéricos, véase al texto de
Aliocha Maldavsky y Federico Palomo que se incluye en el presente volumen.
7
Castañeda y Marchena, La Jerarquía…, 154.
484
8
Idea tomada de Antonio Rubial, La Iglesia en el México colonial (México: IIH,
BUAP, Ediciones Educación y cultura, 2013), 48-51.
9
Antonio Gil Albarracín, «Estrategias espaciales de las órdenes mendicantes»,
Scripta Nova. Revista electrónica de geografía y ciencias sociales, X, n. 218 (2006).
http://www.ub.edu/geocrit/sn/sn-218-45.htm. Consultado el 14 de septiembre de
2016.
10
Pedro Borges Morán, «Estructura y características de la evangelización ame-
ricana», en Historia de la Iglesia en Hispanoamérica y Filipinas, dir. Pedro Borges
Morán (Madrid: BAC, Estudio teológico de San Ildefonso de Toledo, Quinto
Centenario, 1992), vol. I, 431.
11
Antonio Rubial García, «Las órdenes mendicantes evangelizadoras en Nueva
España y sus cambios estructurales durante los siglos virreinales», en La Iglesia
en Nueva España. Problemas y perspectivas de investigación, coord. María de Pilar
Martínez López-Cano (México: UNAM-Instituto Investigaciones Históricas,
2010), 221.
12
Mº Berta Pérez Álvarez, «Las órdenes religiosas y el clero secular en la evan-
gelización del Perú. Proyección de su labor misionera», en https://core.ac.uk/
download/pdf/25071801.pdf. Consultado el 24 de septiembre de 2016.
485
13
Primitivo Tineo, «La evangelización del Perú en las instrucciones entregadas
al virrey Toledo (1569-1581)», en Evangelización y teología en América (siglo XVI):
X Simposio Internacional de Teología de la Universidad de Navarra, dir. Josep-Ignasi
Saranyana et al. (Pamplona: Servicio de Publicaciones de la Universidad de Navarra,
1990), vol. 1, 273-295 y 286-287.
14
Pedro Borges Morán, «Los artífices de la evangelización» en Historia de la
Iglesia en Hispanoamérica y Filipinas, dir. Pedro Borges Morán (Madrid: BAC, Estu-
dio teológico de San Ildefonso de Toledo, Quinto Centenario, 1992), vol. I, 449.
15
Castañeda y Marchena, La Jerarquía…, 154.
16
Traslosheros, Iglesia, Justicia y sociedad…, 22.
17
Álvaro Huerga, «La eclesialización de América» en La Iglesia en América:
siglos xvi-xx (Madrid: Deimos, 1992), 77-102.
486
La Inquisición
Para comprender las características de esta institución en América
es necesario recordar que señalar la herejía y corregirla es propio
de los obispos, aunque a lo largo de la historia de la Iglesia esto
ha tomado muchas formas, siendo la única constante la solicitud
pastoral. Sólo a partir del siglo xii, desde del Sínodo de Verona de
1184, dirigido por el Papa Lucio III, parte de esa corrección toma
formas judiciales que, después el Papa monopoliza en su persona y
más tarde, para España, da concesión a los Reyes Católicos. En este
último caso, se trata de un tribunal eclesiástico pero bajo el control
del Rey.
El Santo Oficio de la Inquisición trasplantado a Indias sufrió
cambios como las demás instituciones seculares y eclesiásticas. Este
tribunal, en parte eclesiástico y en parte secular por el control que
la Corona tuvo sobre él, que tanta influencia tendrá en la sociedad
indiana, protagonizó fuertes conflictos con la potestad diocesana y
sus tribunales.
En Indias y en relación con los obispos, se da una doble peculiari-
dad. Por una parte, se retrasa la llegada de esta institución a América,
de manera que, en lugar de realizar el trasplante al mismo tiempo
que se creaban los obispados o cuando éstos estuvieron más o menos
instalados, se espera prácticamente al último tercio del siglo xvi.
Este retraso supuso que hasta que se establecieron definitivamente
487
19
Bartolomé Escandell Bonet, «Sobre la peculiarización americana de la Inqui-
sición Española en Indias», Archivum: Revista de la Facultad de Filología, 22 (1972):
395-415; Bartolomé Escandell Bonet y Joaquín Pérez Villanueva, Historia de la
Inquisición en España y América, (Madrid: Biblioteca de autores Cristianos, 2000);
Alvaro Huerga, «La consolidación del Santo Oficio (1517-1569)», en Historia de
la Inquisición en España y América, dir. Bartolomé Escandell y Joaquín Pérez Villa-
nueva (Madrid: Biblioteca de autores Cristianos, 1984), vol. 1, 662-700; Alvaro
Huerga, «El apogeo del Santo Oficio (1569-1621)» en Historia de la Inquisición en
España y América, dir. Bartolomé Escandell y Joaquín Pérez Villanueva (Madrid:
Biblioteca de autores Cristianos, 1984), vol. 1, 724-729.
20
Ana de Zaballa, «Del Viejo al Nuevo Mundo: novedades jurisdiccionales en
los tribunales eclesiásticos ordinarios en la Nueva España», en Los indios ante los
foros de justicia religiosa en la Hispanoamérica virreinal, coords. Traslosheros y De
Zaballa (México: UNAM IIH, 2010), 18.
488
21
Zaballa, «Del viejo al Nuevo Mundo…», 17-18.
22
Richard E. Greenleaf, Inquisición y Sociedad en el México colonial (Madrid:
Ediciones José Porrúa Turanzas, 1985), 2 y 121-122: «La administración eclesiástica
formal establecida en la época medieval confirió al obispo la obligación de imponer
la moralidad y la ortodoxia en su diócesis. Cuando se fundó la Inquisición, en el
siglo xiii, la jurisdicción sobre la herejía se trasladó a este tribunal. Después de la
conquista del continente en América y antes de que se establecieran allí tribunales
formales de la Inquisición en la década de 1570, los obispos reasumieron la función
inquisitorial en sus diócesis como jueces eclesiásticos ordinarios», y al crearse los
Tribunales de la inquisición conservaron esa función respecto a los indígenas.
23
Greenleaf, Inquisición y Sociedad…, 146.
24
Greenleaf, Inquisición y Sociedad…, 125.
25
Pedro Guibovich Pérez, «Visitas eclesiásticas y extirpación de la idolatría en la
diócesis de Lima en la segunda mitad del siglo xvii», en Los indios, el Derecho Canó-
nico y la justicia eclesiástica en la América virreinal. ed. Ana De Zaballa Beascochea,
175-200 (Madrid-Frankfurt: Iberoamericana – Vervuert, 2011); Pierre Duviols, Pro-
cesos y Visitas de Idolatrías. Cajatambo, siglo xvii. (Lima: Instituto francés de Estu-
dios Andinos, Pontificia Universidad Católica del Perú, 2003).
489
26
Solange Alberro, Inquisición y sociedad en México 1571-1700, (México: Fondo
de Cultura Económica, 20136), 54: nota 15. «Si bien se sabía con precisión qué grupos
o individuos estaban bajo la autoridad del Santo Oficio, los procesos de mestizaje y
de sincretismo no tardaron en enturbiar la hermosa limpidez burocrática. En efecto,
pronto resultó difícil asegurar que la mestiza de tez oscura no era indígena o que el
mulato de ojos rasgados fuese un… y entendemos la perplejidad del comisario inqui-
sitorial de Yucatán cuando en 1674, vió que tres individuos considerados mulatos y
adoradores de ídolos, que estaban encarcelados en Mérida mientras esperaban el tras-
lado a México, empezaron a hablar maya y a ponerse ropa indígena, escapando de este
modo al tribunal, puesto que resultaron ser indios».
27
Traslosheros, Historia judicial eclesiástica de la Nueva España…, 15.
490
28
Castañeda y Marchena, La Jerarquía…, 185.
29
Castañeda y Marchena, La jerarquía…, 178 y ss.
30
Los reyes recibieron la concesión de delimitar diócesis con la bula de 1518,
Sacris Apostolatus Ministerio.
491
31
Antonio Rubial García, coord., La Iglesia en el México colonial (México D. F.:
Instituto Investigaciones Históricas – UNAM, Instituto de Ciencias Sociales y
Humanidades «Alfonso Vélez Pliego» – BUAP, ediciones Educación y Cultura,
2013), 193.
32
Se representa aquí las provincias franciscanas de Nueva España junto a los
límites diocesanos. Tomado de Peter Gerhard, Geografía Histórica de la Nueva
España. 1519-1821 (México: UNAM, 1986), 18-19.
492
Thesaurus: boletín del Instituto Caro y Cuervo, 50 (1-3) (1995): pp. 572-626.
493
El obispo
494
38
Castañeda y Marchena, La Jerarquía…, 187.
39
Ignasi Fernández Terricabras, «Al servicio del rey y de la iglesia: El control del
episcopado castellano por la Corona en tiempos de Felipe II». En Lo conflictivo y
lo consensual en Castilla: sociedad y poder político, 1521-1715: homenaje a Francisco
Tomás y Valiente (Murcia: Universidad de Murcia, Servicio de publicaciones, 2001),
205-232. Ignasi Fernández Terricabras, Felipe II y el clero secular: la aplicación del
concilio de Trento (Madrid: Sociedad Estatal para la Conmemoración de los Cente-
narios de Felipe II y Carlos V, 2000); Andoni Artola Renedo, De Madrid a Roma.
La fidelidad del episcopado en España (1760-1833) (Gijón: Ediciones Trea, 2013).
40
Lo relativo al nombramiento de obispos se ha tomado de Benedetta Albani,
«Appointment of Bishops in the Ibero-American World as a Governance Tool
between the Spanish Crown and the Holy See» (paper leído en el congreso Beco-
ming a Bishop – Diachronic perspectives, Römisch-Germanisches Zentralmuseum
Mainz, 16-17 March 2016), de próxima publicación. Por manuscrito.
41
En Roma, toda esta información era leída y discutida por la congregación y des-
pués presentada al Papa que examinaba al candidato (excepción hecha con los candida-
tos americanos por la lejanía). El Papa tenía capacidad de rechazarlo. Si no lo hizo hay
que analizar las conversaciones, influencias y relaciones entre los distintos responsables
de los diversos pasos. Es decir, el rey enviaba sus cédulas de candidatos, pero la Santa
Sede también tenía su parte que el rey y el embajador, debían tener en cuenta.
Artola insiste en que el derecho de presentación es aún un tema pendiente: «La
gama de interacciones, conflictos, enfrentamientos y valimientos que se generaban
en torno a una presentación es básicamente desconocida», Artola, De Madrid a
Roma…, 21.
495
No en vano, sería Juan Focher, franciscano que trabajó en México, quien
43
comenzara la teoría del regio vicariato en su intento de defender las misiones fran-
ciscanas en aquel territorio: Juan Focher, Itinerario del misionero en América, ed.
Antonio Eguiluz (Madrid: Librería General Victoriano Suárez, 1960).
496
Las parroquias
44
Indudablemente, el mejor estudio para conocer la formación, carrera y vici-
situdes de los curas párrocos en el xviii en México es William B. Taylor, Ministros
de lo sagrado. Sacerdotes y feligreses en el México del siglo xviii (México: El Colegio
de Michoacán, Secretaría de Gobernación, El colegio de México, 1999); Rodolfo
Aguirre, «La demanda de clérigos «lenguas» en el Arzobispado de México, 1700-
-1750», Estudios de Historia Novohispana, n.º 35 (2006): 47-70; Rodolfo Aguirre, «La
secularización de doctrinas en el arzobispado de México: realidades indianas y razo-
nes políticas, 1700-1749», Hispania Sacra, 60, n.° 122 (2008): 487-505; María Elena
Barral, «Las parroquias del suroriente entrerriano a fines del siglo xviii: los conflictos
en Gualeguay», en Autoridades y prácticas judiciales en el Antiguo Régimen. Problemas
jurisdiccionales en el Río de la Plata, Córdoba, Tucumán, Cuyo y Chile, coord. María
Paula Polimene (Rosario: Prohistoria, 2011), 95-115; Christine Hünefeldt, «Comu-
nidad, curas y caciques hacia fines del período colonial: ovejas y pastores indomados
en el Perú», HISLA, n.° 2 (1983): 3-31; Sabrina Guerra Moscoso, La disputa por el
control de las doctrinas en la Real Audiencia de Quito: Un estudio microhistórico sobre
la tensión entre y dentro del Estado, la Iglesia y las redes de poder local. Guano, siglo xviii
(Castellón: Universitat Jaume I, 2008).
45
Abundante historiografía para Nueva España y muy escasa para el virreinato
peruano.
497
46
Pedro Guibovich Pérez, «Los libros de los doctrineros en el virreinato del
Perú, siglos xvi-xvii», en Esplendores y miserias de la evangelización de América:
antecedentes europeos y alteridad indígena, ed. Wulf Oesterreicher, Roland Schmidt-
-Riese (Berlín: Walter de Gruyter, 2010), 98.
47
Guibovich Pérez, «Los libros de los doctrineros …», 98. Aunque contamos
con algunos libros, como el de Taylor para el clero secular de la Nueva España, es
mucho lo que queda por hacer. Poco conocemos de cómo se desarrollaba su carrera
eclesiástica, su cultura, los libros básicos con los que se cuenta en un curato de
indios, etc. Sabemos algo más, quizá por lo llamativo, sobre su conducta moral.
48
Actas recibidas por Toledo de la Junta Magna en Vidal Abril Castelló y
Miguel J. Abril Stoffels, Francisco de la Cruz, inquisición. Actas, II, 1 (Madrid:
CSIC, 1996). El orden de Granada consistía en adjudicarlas mediante concurso de
oposición y presentación real. Esto impedía al obispo la provisión de beneficios de
manera directa, estas disposiciones menoscababan el poder del obispo, que hasta
entonces nombraba párrocos por vía de simple elección y aceptación. Ahora el nom-
bramiento de curas se hacía en nombre del rey, no del obispo. Con estas ordenanzas,
la labor de los frailes también quedó bajo tutela del virrey y del obispo de la diócesis
que podía pedirles cuenta de las parroquias.
498
usieron los medios para que el clero local quedara sin capacidad
p
jurídica, pasando la vigilancia de costumbres a los corregidores y
alcaldes mayores.
En las ciudades, las parroquias de españoles y castas, según la
legislación, se encontraban separadas de las que atendían exclusiva-
mente a los indios, pero no se puede generalizar. Por ejemplo, en la
ciudad de Quito, las parroquias no estaban separadas en las dos repú-
blicas49. Por otra parte, con el crecimiento del mestizaje no sólo en el
plano biológico sino en el social, se mezclaron los distintos grupos y,
en el siglo xvii, es común encontrar a todos los grupos de población
en una u otra parroquia50.
Al interior de las parroquias se encuentran las cofradías organi-
zadas por fieles de todo tipo y condición, que contaban con su pro-
pia normativa y que, con sus más y sus menos, administraban con
bastante libertad. Eran asociaciones eclesiásticas, sus bienes fueron
considerados eclesiásticos51 y, por tanto, inalienables. Entre los indí-
genas se distinguen las cofradías eclesiásticas y las cofradías de pue-
blos de indios; estas últimas administradas sin la intervención eficaz
del párroco. Ambas aceptadas por el obispo y el clero por servir para
el mantenimiento del culto y de los párrocos52.
No hay mucho que razonar para comprender la novedad de este
tipo de instituciones respecto a los orígenes que tuvo en la Penín-
sula, así como la total imposibilidad de un «retorno» de esta novedad
al otro lado del Atlántico. Nunca se hubiera aceptado este tipo de
49
Se ha comprobado que las parroquias de Quito eran de indios y españoles:
Carlos Ciriza-Mendivil, «Los indígenas quiteños a través de sus testamentos: diná-
micas socioculturales en el siglo xvii», Procesos. Revista ecuatoriana de Historia, 45
(2017)9-34, 21.
50
Ana de Zaballa, «Una ventana al mestizaje: el matrimonio de los indios en el
arzobispado de México. 1660-1686», Revista Complutense de Historia de América,
42 (2016). Lógicamente habrá territorios alejados y sin especial actividad económica
donde se retrase mucho la concurrencia de todos los grupos sociales, pero en el
resto, sí.
51
La capellanía, visto desde los fieles, suponía un modo de vincular la tierra y de
hacerla intangible, por convertirse en bien eclesiástico. Vide Jorge E. Traslosheros,
La reforma de la Iglesia del antiguo Michoacán. La gestión episcopal de fray Marcos
Ramírez de Prado (1640-1666) (Morelia: Universidad Michoacana de San Nicolás
de Hidalgo, 1995), cap. III, «Testamentos y Capellanías».
52
Dorothy Tanck de Estrada, Cofradías en los pueblos de indios en el México
colonial. Consultado en linea: http://www.naya.org.ar/congreso2002/ponencias/
dorothy_tanck_de_estrada.htm (24 mayo 2014).
499
53
Ana de Zaballa y Ianire Lanchas, Gobierno y reforma del obispado de Oaxaca.
Un libro de cordilleras del obispo Ortigosa. Ayoquezco, 1776-1792 (Bilbao: Servicio
de publicaciones Universidad del País Vasco, 2014),76-78.
54
William B. Taylor, «¿Eran campesinos los indios? El viaje de un norteameri-
cano por la historia colonial mesoamericana» Relaciones, XX, 78 (1999): 81-110, 92.
55
Taylor, Ministros de lo sagrado…, 30-31. Las cédulas de 1748, en las que se
encargaba, por ejemplo, a los alcaldes mayores controlar la embriaguez local, supo-
nía un desafío contra el papel del clero de controlar la moralidad pública.
56
Rodolfo Aguirre, «En busca del clero secular: del anonimato a una com-
prensión de sus dinámicas internas», en La Iglesia en Nueva España. Problemas y
perspectivas de investigación, dir. Pilar Martínez López-Cano (México: Instituto de
Investigaciones Históricas, UNAM, 2010), 198.
500
El cabildo catedral
57
Concilio de Trento, Sesión XXIV, Obispos y cardenales, cap. XII.
58
Leticia Pérez Puente, «Los cabildos de las catedrales indianas. Siglos xvi y
xvii», Revista Mexicana de Historia del Derecho, XXXII (2015): 23-52, 25.
59
Un buen repaso historiográfico sobre los cabildos catedralicios en Pérez Puente,
Los cabildos de las catedrales…
60
Antonio Rubial García, coord., La Iglesia en el México colonial (México:
Instituto Investigaciones Históricas, UNAM, Instituto Ciencias Sociales y Huma-
nidades «Alfonso Vélez pliego», BUAP, Ediciones Educación y cultura, 2013),
501
502
La visita pastoral 65
en Nueva España. Reflexiones e influencias, coord. María del Pilar Martínez López-
Cano y Francisco Javier Cervantes Bello (México: Universidad Nacional Autónoma
de México/Benemérita Universidad Autónoma de Puebla, 2005), 363-388.
63
Castañeda y Marchena, La Jerarquía…, 226.
64
Para los problemas derivados del gobierno del Cabildo en sede vacante: Cas-
tañeda y Marchena, La Jerarquía…, 226-235.
65
Sigo el último libro de Traslosheros: Traslosheros, Historia judicial eclesiástica
66
Traslosheros, Historia judicial eclesiástica…, 33-36.
503
67
Vide Concilio de Trento, Sesión XXIV, Obispos y cardenales, cap. X.
68
Luis Martínez Ferrer, ed., Decretos del concilio tercero provincial mexicano
(Zamora, Michoacán: Universidad Pontificia de la Santa Cruz – El colegio de
Michoacán, 2009), 575-583; Rubén Vargas Ugarte, Concilios Limenses, (1551-1772)
(Lima: Tip. Peruana S.A., 1951), tomo I, 361-363.
69
Así, por ejemplo, la diócesis de Sevilla contaba con las «instrucciones de visi-
tadores» promulgadas en las constituciones sinodales de 1604. Se detallan todos los
aspectos que debía indagar el visitador y su margen de actuación. Desde el punto de
vista judicial, según dichas instrucciones, la visita comenzaba instando a la delación
de los pecados públicos. Rafael M. Pérez García, «Visita pastoral y contrarreforma
en la archidiócesis de Sevilla, 1600-1650», Historia. Instituciones. Documentos, 27
(2000): 202-233, 208 y 212.
504
70
Zaballa y Traslosheros, Los indios ante los foros…, 45.
71
Ana Arranz Guzmán, «Las visitas pastorales a las parroquias de la corona de
Castilla durante la baja Edad Media. Un primer inventario de obispos visitadores»,
España Medieval, 26 (2003): 295-339.
72
Existe sobrada constancia de la realización de visitas pastorales en la Penín-
sula en los siglos xiv y xv, y ejemplos de visitas del siglo xvi antes del concilio
donde apreciar el detalle cómo se realizaban. Vide historiografía sobre visitas pas-
torales en la Península en los siglos xiv y xv en Arranz, «Las visitas pastorales a las
parroquias…». Y ejemplos de visitas del siglo xvi antes de Trento y hasta el xviii en
Manuel Gómez de Valenzuela, «Mandatos de visitas pastorales en la diócesis de Jaca
1547-1767», en Revista de Derecho Civil aragonés, n.º 15 (2009): 109-164.
505
los fieles podían elevar sus quejas al obispo sin necesidad de ningún
intermediario. Para Ramos la visita pastoral es un medio fundamen-
tal por el cual la Iglesia interactuó con el clero y sus feligreses; abría
espacios de negociación entre los fieles, los parroquianos y los curas
y también con el obispo73.
Una demostración de que la visita era instrumento de gobierno de
la diócesis es que, en muchos casos, la visita dio lugar a ordenanzas
o constituciones generales para la reforma del obispado. Así mismo,
también ayudó al gobierno local fuera de la visita. En efecto, tras el
paso del obispo, quedaban en cada parroquia las instrucciones del visi-
tador. Estas instrucciones serán un documento utilizado por el pre-
lado para comprobar y exigir la buena marcha de cada parroquia según
lo establecido durante la visita. Esta relación entre el obispo y los
curas de su territorio fue muy distinta en los dos grandes virreinatos.
En la Nueva España, se hizo corriente la utilización de cordilleras74
o sistema para que un escrito llegara a todos los curas del obispado,
manteniendo una relación fluida; algo parecido se utilizó en el Río de
la Plata75, pues, lógicamente, cada prelado buscaba sus métodos para
facilitar la comunicación y gobierno de parroquias tan distantes.
En los Andes, sin embargo, fue imposible semejante control por su
extrema dispersión y dificultad geográfica. Muchas veces el libro de la
parroquia viajaba con el párroco de un pueblo a otro y, en ocasiones,
en un mismo libro parroquial se asentaban los bautizos, matrimonios
y las indicaciones del obispo. Sucedía frecuentemente que los visitado-
res no recorrían todos los pueblos, sino sólo los más accesibles, soli-
citando a los curas que acudiesen allí con sus libros parroquiales. Así,
no era extraño que las recomendaciones o instrucciones del visitador
para una parroquia estuvieran fechadas en otro pueblo, aquél donde el
73
Gabriela Ramos, «Pastoral visitations. Spaces of Negotiation in Andean Indi-
genous Parishes», The Americas: A quarterly review of inter-american cultural history,
73, nº 1 (2016): 39-57, 40.
74
Ana de Zaballa y Ianire Lanchas, Gobierno y reforma del obispado de Oaxaca.
Un libro de cordilleras del obispo Ortigosa. Ayoquezco, 1776-1792 (Bilbao: Servicio
de publicaciones Universidad del País Vasco, 2014), 37 y ss.
75
Miriam Moriconi Reseña, Ana de Zaballa y Ianire Lanchas, «Gobierno
y reforma del obispado de Oaxaca. Un libro de cordilleras del obispo Ortigosa.
Ayoquezco, 1776-1792», Historia Mexicana, vol.66, nº 2 (262) (2016): 902-916. La
autora habla de la existencia de «series similares concernientes a parroquias de la
diócesis de Buenos Aires en el Río de la Plata, guardadas en fondos denominados»,
por ejemplo, «autos y decretos» o «cédulas y pastorales».
506
76
Comunicación oral de la Dra. Gabriela Ramos de la Universidad de Cambri-
dge, especialista en la historia religiosa del mundo andino. Vide Gabriela Ramos,
Muerte y conversión en los Andes. Lima y Cuzco, 1532-1670 (Lima: Instituto de
Estudios Peruanos, Instituto Francés de Estudios Andinos y Cooperación Regio-
nal Francesa, 2010); Gabriela Ramos, «Los tejidos y la sociedad colonial andina»,
Colonial Latin American Review, 19 (2010), 115-149; Gabriela Ramos, «Funerales
de autoridades indígenas en el virreinato peruano», Revista de Indias, vol. 65, nº 234
(2005), 455-470, y un largo etcétera.
77
Las llamadas visitas de idolatrías en el Perú han sido consideradas por los
investigadores, a veces, como una especie de inquisición para indios o una institu-
ción per se, dirigida a extirpar la herejía, en concreto la idolatría, de los indígenas.
Guibovich corrige esta conclusión y demuestra que la mayoría fueron parte de la
visita general y fueron extraídas de su lugar por una pésima reordenación del archivo
arzobispal de Lima. Cfr. Pedro M. Guibovich Pérez, «Visitas eclesiásticas y extir-
pación de la idolatría en la diócesis de Lima en la segunda mitad del siglo xvii» en
Los indios, el Derecho Canónico y la justicia eclesiástica en la América virreinal, ed.
Ana De Zaballa Beascochea (Madrid, Frankfurt: Iberoamericana – Vervuert, 2011),
175-200.
507
78
El único autor que ha abordado específicamente el estudio de un tribunal
eclesiástico en Indias es Traslosheros, Iglesia y sociedad… . No conocemos estudios
sobre los tribunales episcopales en el virreinato del Perú, aunque sí existen muchas
publicaciones basadas en las fuentes derivadas del mismo, así como de las visitas,
especialmente de las idolatrías. Sirvan como ejemplo estos: Guibovich, Visitas ecle-
siásticas… ; Pierre Duviols, Procesos y Visitas de Idolatrías. Cajatambo, siglo xvii
(Lima: Instituto francés de Estudios Andinos, Pontificia Universidad Católica del
Perú, 2003); Juan Carlos García Cabrera, Ofensas a Dios, pleitos e injurias: causas
de idolatrías y hechicerías. Cajatambo, siglos xvii-xix (Cusco: Centro de Estudios
Regionales Andinos Bartolomé de las Casas, 1994).
79
Juan Pedro Viqueira, «El juzgado Ordinario, una fuente olvidada» en Las
fuentes eclesiásticas y la historia social de México, coord. Brian Connaughton y
Andrés Lira (México: UAM, 1996), 81-99; Dolores Aramoni Calderón, Los Refu-
gios de lo Sagrado. Religiosidad, conflicto y resistencia entre los zoques de Chiapas
(México: Conaculta, 1992); Roberto Moreno de los Arcos, «La Inquisición para
indios en la Nueva España: S. xvi al xix», Chicomóztoc, nº 2 (1989): 7-20; Gerardo
Lara, ¿Ignorancia invencible? Superstición e idolatría ante el Provisorato de Indios y
Chinos del Arzobispado de México en el siglo xviii (México: UNAM, Instituto de
Investigaciones Históricas, 2013); Richard E. Greenleaf, «The Inquisition and the
Indians of New Spain: A Study in Jurisdictional Confusion», The Americas, nº 22
(1965): 138-151; Richard E. Greenleaf, La inquisición en Nueva España, siglo xvi
(México: Fondo de Cultura Económica, 1985); David Tavárez, «Ciclos punitivos,
economías del castigo, y estrategias indígenas ante la extirpación de idolatrías en
Oaxaca y México (Nueva España), siglos xvi-xviii», en Nuevas perspectivas sobre el
castigo de la heterodoxia indígena en la Nueva España: siglos xvi-xviii, coord. Ana
de Zaballa Beascoechea (Bilbao: Servicio Editorial de la Universidad del País Vasco,
2005); Ana de Zaballa Beascoechea y Ronald Escobedo Mansilla, «El Provisorato.
El control ‘inquisitorial’ de la población indígena», Libro Homenaje In Memoriam,
Carlos Díaz Rementería (Huelva: Universidad de Huelva, 1998), 273-283; John
Chuchiak, The Indian Inquisition and the Extirpation of Idolatry: The Process of
Punishment in the Provisorato de Indios of the Diocese of Yucatan, 1563-1812 (Nueva
Orleans: Tulane University, 2000).
508
80
De Zaballa, Del viejo al Nuevo Mundo…, 17.
81
Sigo Traslosheros, Historia judicial eclesiástica…,.
82
No se debe confundir provisoratos o juzgados específicos como tribunales
distintos, pues forman parte del único tribunal episcopal.
83
Traslosheros, Iglesia, justicia y sociedad…, XII.
84
Traslosheros, Iglesia, justicia y sociedad…, 45.
509
85
Ana de Zaballa Beascoechea, «Jurisdicción de los tribunales eclesiásticos
novohispanos sobre la heterodoxia indígena: una aproximación a su estudio», en
Nuevas perspectivas sobre el castigo a la heterodoxia indígena en la Nueva España
(siglo xvi-xviii), coord. Ana de Zaballa Beascoechea (Bilbao: Servicio editorial Uni-
versidad País Vasco, 2005), 57-78, 59.
86
Traslosheros, Historia judicial eclesiástica…, 38-39.
510
John Charles añade a los estudios sobre el recurso de los indígenas a la justicia
88
511
Traslosheros, Historia judicial eclesiástica…, cap. 2., 2.2. Un lugar dentro del
89
512
Capítulo 14
Estruturas eclesiásticas
da monarquia portuguesa.
A Igreja diocesana 1
I
Não há exagero em afirmar que a Igreja teve papel fundamental
na história do império português. A bem da verdade, sua história
se entrelaça com a da própria formação do império, como se pode
ver através das bulas que vão constituindo o padroado ultramarino
lusitano2. Em tese, o compromisso de levar a fé cristã a territórios
muçulmanos e, em seguida, a povos que a desconheciam, exigia, num
1
Este artigo contou com o financiamento do CNPq e da Fapesb, e foi prepa-
rado no contexto do projeto PTDC/HAR-HIS/28719/2017, Religião, administra-
ção e justiça eclesiástica no império português (1514-1750) — ReligionAJE.
2
Além do capítulo 3, de Ângela Barreto Xavier e Fernanda Olival neste volume,
ver a este respeito Giovanni Pizzorusso, «Il padroado regio portoghese nella dimen-
sione ‘globale’ della Chiesa romana. Note storico-documentarie con particolare
riferimento al Seicento», em Gli archivi della Santa Sede come fonte per la storia del
Portogallo in età moderna. Studi in memoria di Carmen Radulet, eds. G. Pizzorusso,
G. Platania, M. Sanfilippo (Viterbo: Sette Città, 2012), 177-219. Giuseppe M
arcocci,
A Consciência de um Império: Portugal e o Seu Mundo (Sécs. XV-XVII) (Coimbra:
Imprensa da Universidade de Coimbra, 2012), 35-144, traz instigantes análises
sobre a relação entre bulas papais e construção do império português.
513
3
Cf. Fortunato de Almeida, História da Igreja em Portugal (Porto-Lisboa:
Livraria Civilização Editora, 1968), vol. ii, 24.
4
Sobre a importância da escravidão na construção do império português e a
legitimação pontifícia da escravização dos gentios africanos, ver Marcocci, A Cons-
ciência de um Império…, 41-71.
5
Para uma visão geral sobre a empresa missionária franciscana na Índia, em par-
ticular no século xvi, ver Patrícia Souza de Faria, «A conversão das almas do Oriente.
Franciscanos, poder e catolicismo em Goa: séculos xvi e xvii» (tese de doutora-
mento, Niterói: UFF, 2008), 164-209. António da Silva Rego, História das Missões do
Padroado Português do Oriente. India, vol. 1 (1500-1542) (Lisboa: Agência Geral das
Colónias, 1949), 153-161 e 246-272, continua a ser uma importante referência para o
estudo das primeiras décadas da missionação franciscana no Oriente.
6
É o que afirma F. Félix Lopes em nota explicativa a Paulo da Trindade, Con-
quista espiritual do Oriente, em que se dá relação de algumas cousas mais notáveis
que fizeram os Frades Menores da Santa Província de S. Tomé da India Oriental em
a pregação da fé e conversão dos infiéis, em mais de trinta reinos, do Cabo de Boa
Esperança até as remotíssimas ilhas do Japão (Lisboa: Centro de Estudos Históricos
Ultramarinos, 1962), vol. i, 127 (nota 3).
514
7
Isabel dos Guimarães Sá, «Estruturas eclesiásticas e acção religiosa», em
A Expansão Marítima Portuguesa, 1400-1800, eds. Francisco Bethencourt e Diogo
Ramada Curto (Lisboa: Edições 70, 2010), 265-266.
8
João Paulo Oliveira e Costa, «A diáspora missionária», em História Religiosa
de Portugal, dir. Carlos Moreira Azevedo (Lisboa: Círculo de Leitores, 2000), vol. ii,
273.
9
Ver o capítulo de autoria de Federico Palomo e Aliocha Maldavsky.
10
Uma boa síntese sobre o padroado português encontra-se em Francisco
Bethencourt, «A Igreja», em História da Expansão Portuguesa, eds. F
rancisco Bethen-
court e Kirti N. Chaudhuri (Lisboa: Círculo de Leitores, 1998), vol. i, 369-373.
Ver, especialmente, o capítulo deste livro dedicado ao assunto e bibliografia nele
indicada.
515
turais nos Séculos XVI e XVII (Lisboa: Imprensa de Ciências Sociais, 2008), 89.
516
Cf. José Wicki, ed., O Livro do ‘Pai dos cristãos’ (Lisboa: Centro de Estudos
13
517
para o «Pai dos cristãos», diz consistir aquele ofício em três coisas:
o que toca à conversão, o ensino dos catecúmenos até receberem o
batismo e, por fim, o amparo e remédio dos recém-convertidos14.
A segunda instituição à qual se fez referência é a Inquisição. A atua-
ção dos Tribunais do Santo Ofício abrangeu toda a extensão do
império português, cabendo a jurisdição da parte atlântica dos domí-
nios ultramarinos lusitanos à Inquisição de Lisboa15. O Tribunal
de Goa, erigido em 1560, foi o único existente no ultramar portu-
guês, tendo jurisdição sobre todo o espaço oriental, do cabo da Boa
Esperança ao Extremo Oriente. Sua atividade foi intensa. O inven-
tário do arquivo inquisitorial, redigido em 1774, quando da primeira
supressão daquele tribunal, dava conta de mais de 16 mil processos16.
No contexto asiático, a Inquisição de Goa adotou práticas que a
diferenciavam em alguma medida daquelas geralmente adotadas por
suas congêneres no reino e no Atlântico português. Com efeito, as
posições portuguesas na Ásia estavam cercadas por sociedades não
cristãs, muçulmanos e hindus no caso da Índia. A condição de fron-
teira parece ter exigido da Inquisição, por vezes, uma aliança mais
clara com o projeto missionário, constrangendo os inquisidores a
atenuarem suas perseguições e a adotarem, em determinadas conjun-
turas, posturas mais misericordiosas em relação à população local,
a fim de não provocar fugas maciças para os territórios controla-
dos por não cristãos17. Entretanto, como mostra Bruno Feitler, a
Inquisição de Goa também parece se destacar por uma atitude muito
rara noutros tribunais inquisitoriais modernos: instaurar processos
14
Wicki, O Livro..., 16.
15
Sobre a ação inquisitorial na parte atlântica do império português há uma
grande bibliografia. Para uma síntese muito bem informada, seguida de referências
bibliográficas atualizadas, ver Giuseppe Marcocci e José Pedro Paiva, História da
Inquisição Portuguesa (1536-1821) (Lisboa: A Esfera dos Livros, 2013), especial-
mente, 105-127 e 305-329. Ver também Bruno Feitler, «A ação da Inquisição no
Brasil: uma tentativa de análise», em Travessias Inquisitoriais das Minas Gerais aos
Cárceres do Santo Ofício: Diálogos e Trânsitos Religiosos no Império Luso-Brasileiro
(Sécs. XVI–XVIII), eds. Júnia F. Furtado e Maria Leônia Chaves de Resende (Belo
Horizonte: Fino Traço, 2013), 29-45.
16
Cf. Charles Amiel, «Goa», em Dizionario storico dell’Inquisizione, dir.
Adriano Prosperi, eds. Vincenzo Lavenia e John A. Tedeschi (Pisa: Edizioni della
Normale, 2010), vol. ii, 716.
17
Sobre o assunto, ver Giuseppe Marcocci, «A fé de um império: a Inquisição
no mundo português de Quinhentos». Revista de História, São Paulo, 164 (Junho,
2011): 100.
518
18
Bruno Feitler, «A inquisição de Goa e os nativos: achegas às originalidades da
ação inquisitorial no Oriente», em Justiças, Governo e Bem Comum na Administração
dos Impérios Ibéricos de Antigo Regime (Séculos XV-XVIII), eds. Júnia F. Furtado,
Cláudia C. A. Atallah e Patrícia F. S. Silveira (Curitiba: Editora Prismas, 2017), 111.
19
CDP, X, 77-79.
519
20
Joseph Wicki S. J., ed., Documenta Indica (1561-1563). Monumenta Historica
Societatis Iesu (Roma: IHSI, 1958), vol. 5, 740-741.
21
Retomo aqui alguns argumentos apresentados em Evergton Sales Souza,
«Sobre o governo eclesiástico na América portuguesa. Séculos xvi e xvii», em Jus-
tiças, Governo e Bem Comum na Administração dos Impérios Ibéricos..., 366-367.
22
Note-se que esta data merece confirmação, pois citamos a carta a partir do
texto publicado no Corpo Diplomático Português que a data, equivocadamente,
de 1563. Não há data no texto da carta, mas sabemos que foi escrita após a morte de
D. Pedro Leitão, bispo da Bahia, em outubro de 1573.
23
Eis o texto latino: «possitque uti omnibus facultatibus et gratiis, quae per
Sanctam Sedem Apostolicam et Pium Papam IV fuerunt concessae administrato-
ribus de Mocanobique [sic], Çofala, Ormuz et Maluco, qui fuerunt creati in India
Orientali eidem rationibus et causis, quibus in his partibus Brasilii petitur Suae
Sanctitati», em CDP, 1862: vol. xi, 607.
520
24
Bullarum diplomatum et privilegiorum santorum romanorum pontificum: tau-
rinensis editio locupletior facta collectione novissima plurium brevium, epistolarum,
decretorum actorumque S. Sedis a S. Leone Magnus usque ad praesens (Neapoli: Hen-
rico Caporaso editore, 1883), vol. 8, 124-129.
25
Eis o trecho em Latim: «et pro uno presbytero saeculari vel cuiusvis ordinis
regulari vicario seu administratore in spiritualibus provinciae Fluvii Ianuarii nuncu-
pando, in theologia seu decretis graduatis, vel alias, praevio examine seu iudicio depu-
tatorum senatus mensae regiae, conscientiae et Ordinum militiarum, in quo com-
plures viri, tam saeculares quam regulares, litterarum scientia moribusque et virtute
insignes reperiuntur, habiles et idonei ad alios docendum, approbato, ac per ipsum
Sebastianum et pro tempore existentem Portugalliae et Algarbiorum regem perpe-
tuis futuris temporibus, etiam hac prima vice, libere, nullius ad id requisito consensu,
etiam ad tempus sibi benevisum, deputando et constituendo», Bullarum..., vol. 8, 126.
26
Para uma visão mais geral sobre o assunto, ver Antonio Viana, «La doctrina
postridentina sobre el territorio separado, nullius dioecesis», Jus canonicum, XLII
(2002): 41-82.
521
Cf. João M. Gomes, «D. fr. Aleixo de Meneses. Goa – Braga: trajecto de uma
28
522
Beatissimo Padre
Avendo gia la Maestà cattolica supplicato la Santità Vostra, si
degni concedere che la Provincia di Pernambuco sia dismembrata dal
Vescovato del Brasil, e sia eretta Vicaria et Admnistazione quase Epis-
copale, attenta la molta distanza che vi è dal loco dove risiede il vescovo
29
CDP, vol. xii, 160-165.
30
Cf. Arlindo Rubert, A Igreja no Brasil (Santa Maria: Pallotti, 1981-1993),
vol. 2: Expansão Missionária e Hierárquica (Século XVII), 58.
31
Cf. Bullarum..., vol. 12, 271-277.
32
Rubert, A Igreja…, vol. 2, 57. Também sem mencionar a fonte de sua infor-
mação Francisco Augusto Pereira da Costa, Anais Pernambucanos, vol. 2, 323 (Con-
sultado em http://www.liber.ufpe.br/pc2/), afirma que D. Constantino Barradas
visitando «as igrejas de Pernambuco e as demais ao norte do Brasil, sofreu tantos
trabalhos e perigos, que para os evitar solicitou em 1615 do rei Filipe II que elevasse
Pernambuco e o Rio de Janeiro a bispados, porque eram terras ricas e de muitos
dízimos». Note-se que na data apresentada por Pereira da Costa o breve de criação
da administração eclesiástica de Pernambuco já havia sido publicado.
523
ANTT, TSO, CGSO, Livro 369, fls. 162 r. e v. Agradeço a Bruno Feitler a
34
indicação desse documento que já havia também sido citado por Marccoci e Paiva,
História da Inquisição…, 221.
524
35
ANTT, Corpo cronológico, mç. 115, n. 41. Em Anais da Biblioteca Nacional
(ABN), 57 (1937): 33-37.
36
Guida Marques também percebeu os diferentes aspectos dos desentendimen-
tos entre o bispo e o governador, assinalando que iriam continuar a se verificar em
tempos de D. Marcos Teixeira, prelado que sucedeu a D. Constantino Barradas na
mitra da Bahia. Cf. Guida Marques, «L’invention du Brésil entre deux monarchies.
Gouvernement et pratiques politiques de l’Amérique portugaise dans l’union ibéri-
que (1580-1640)» (tese de doutoramento, Paris: EHESS, 2009), 250-251.
37
Eis o que diz o governador Diogo de Menezes em sua carta de 7 de Fevereiro
de 1611: «O remédio que parece V. Mag.de devia dar nisto era mandar o Bispo... as
petições de favor que lhe tem concedido como he... os clerigos para os governado-
res aprezentarem em nome de V. Mag.de e todas as mais de que como Rey lhe tem
feito merce e juntamente por lhe hum administrador em Pernambuco e mandalo
emprazar por que nam cumpre os mandados de V. Mag.de e não o deixar renunciar
porque como elle está com bastante commodo de dinheiro para se sustentar lá fol-
gará muito de renunciar e hir viver a sua vontade e mais não se ficar abrindo a porta
a que todos os Bispos que por cá vierem tenham só esse intento de ajuntar dinheiro
e illo lá comer a Portugal com a honra episcopal». Cf. ABN, 57 (1937), 73.
525
38
Em carta de 1 de março de 1612 diz: «e fazendo este bispo cousas neste estado
que so elle podia fazer e sua ambição lhe manda... torno a lembrar a V. M.de que
nenhua cousa que se lhe pedir há de comprir senão fazello as nossas como agora
fez e que se V. M.de quer que se lhe defenda sua jurisdição sera por modo forçozo
porque outro não tem para que ordenar na Relaçam diz não tem poder V. M.de para
mais que passar lhe tres Cartas das quaes elle guarda tanto a primeira como a terceira
e os pobres que lhe caem debaixo não tem remedio e assi se ficão excomungados e
como virem que lho não dão hão de cometer a sua jurisdição que he o que elle quer
e comdenallos a dinheiro e os pecados como dantes».
39
Ignacio Accioli de Cerqueira e Silva (Braz do Amaral, anotador), Memórias
Históricas e Políticas da Bahia (Bahia: Imprensa Oficial do Estado, 1937), vol. v,
66. Cf. José Justino de Andrade e Silva, Collecção Chronologica da Legislação Por-
tugueza (Lisboa: Imprensa de José Justino de Andrade e Silva, 1854), 209, http://
www.iuslusitaniae.fcsh.unl.pt.
40
Bruno Feitler, «Continuidades e rupturas da Igreja na América portuguesa no
tempo dos Áustrias. A importância da questão indígena e do exemplo espanhol»,
526
9 de fevereiro de 1622, sabe-se que houve uma consulta – que muito
provavelmente partiu do bispo da Bahia – «a respeito de se tornar a
unir ao Bispado do Brasil a Administração Eclesiástica da Parahiba e
Pernambuco», que foi indeferida41. Por fim, a carta régia de 8 de feve-
reiro de 1623, ordenando a extinção da Administração Eclesiástica
da Paraíba e Pernambuco – confirmada pelo breve de Urbano VIII,
Romanus pontifex, de 6 de julho de 1624, que revogou sua ereção por
Paulo V, alegando litígios e dissensões entre o bispo da Bahia e o pre-
lado daquela administração –, é mais um elemento a indicar que em
sua criação foram observados critérios diferentes daqueles adotados
para outras administrações eclesiásticas42.
O interesse de analisar por este viés o caso da efêmera Adminis-
tração Eclesiástica de Pernambuco reside na possibilidade de com-
preender melhor os fatores que podem intervir na criação de novas
divisões eclesiásticas. Se o povoamento e as distâncias, como em toda
a parte, são elementos essenciais nesse processo, o exemplo em tela
indica que razões de caráter conjuntural e político também podiam
exercer – e ao menos por uma vez exerceram – alguma influência na
decisão da coroa de solicitar à Santa Sé a criação de uma nova Admi-
nistração Eclesiástica.
527
Goa
43
E. R. Hambye, «Goa», Dictionnaire d’histoire et géographie ecclésiastique
[DHGE] (Paris: Letouzey et Ané, 1912), col. 287. Sobre as implicações da desig-
nação de religiosos para administrarem paróquias em Tiswaldi, Salcete e Bardez ver
Xavier, A Invenção de Goa..., especialmente, 151-185.
528
44
Maria de Jesus dos Mártires Lopes, «O arcebispado de Goa no tempo de
D. Antonio Taveira da Neiva Brum da Silveira (1750-1775). Alguns elementos para
o seu estudo», Arquipélago, revista da Universidade dos Açores, série ciências huma-
nas, VI (Janeiro de 1984), 200.
45
Hambye, «Goa…», col. 295.
46
No caso dos franciscanos houve, ao menos nas décadas de 1520 e 1530,
admissão de clérigos mestiços, como se vê na carta do comissário Fr. Rodrigo de
Serpa ao rei, datada de 8 de novembro de 1532. Nela, o franciscano comunicava a
admissão de alguns noviços mestiços, contrariando o regimento enviado no ano
anterior pelos superiores da Província da Observância de Portugal. Cf. Rego, His-
tória das Missões…, 1.° vol., 256 e António da Silva Rego, ed., Documentação para a
História das Missões do Oriente, Índia, vol. 2 (Lisboa, Agência Geral das Colónias,
1949), 213-215.
47
Sobre o assunto, ver Hambye, «Goa…», col. 325-329. Ver também Charles R.
Boxer, A Igreja e a Expansão Ibérica (Lisboa: Edições 70, 2013), 22-24.
48
O caso é narrado por Ana Maria Mendes Ruas Alves, «‘O reyno de Deos e a
sua justiça’: Dom Frei Inácio de Santa Teresa (1682-1751)» (tese de doutoramento,
Coimbra: s. n., 2012), 200-213. Sobre o tema geral do clero indígena no império
português ver Boxer, A Igreja…, 11-47.
529
49
BNL, cod. 179 – Memórias e Documentos para a História Eclesiástica na Ásia,
1728-1729, fls. 11-13v., apud Teotónio R. de Souza, «O Padroado português do
Oriente visto da Índia: instrumentalização política da religião», Revista Lusófona
de Ciência das Religiões, 13/14 (2008): 420. Charles J. Borges, «Foreign Jesuits and
native resistance in Goa», em Essays in Goan History, ed. Teotonio R. de Souza
(Nova Deli: Concept publishing company, 1989), 77, escreve: «A Franciscan Frei
Antonio da Encarnação, parish priest at the church of Colvale, excommunicated for
striking his native assistant, wrote a virulent attack on the native clergy. He called
them negros chamados curas […] and termed them perverse and insolent». A infor-
mação parece ser a mesma que se encontra nas Memórias do cod. 179 da BNL, mas
neste caso Borges a cita a partir de documento do Arquivo Histórico Ultramarino
(Índia, maço 35 [1729]).
50
Para um quadro geral acerca dos concílios provinciais em Portugal e seu impé-
rio, ver Maria Alegria Fernandes Marques, «Concílios provinciais», em Dicionário de
História Religiosa de Portugal, dir. Carlos M. Azevedo (Lisboa: Círculo de Leitores,
2000), 419-423. Sobre os concílios provinciais de Goa na época moderna ver Paolo
530
Aranha, Il cristianesimo latino in India nel XVI secolo (Milão: Franco Angeli, 2006),
164-170, e Patricia Souza de Faria, «Os concílios provinciais de Goa: reflexões sobre
o impacto da ‘Reforma Tridentina’ no centro do império asiático português (1567-
-1606)», Topoi, 27 (Julho-Dezembro de 2013): 218-238. Ângela Barreto Xavier,
«Gaspar de Leão e a recepção do Concílio de Trento na Índia», em O Concílio de
Trento em Portugal e nas Suas Conquistas: Olhares Novos, eds. António Camões
Gouveia, David Sampaio Barbosa e José Pedro Paiva (Lisboa: UCP – Centro de
Estudos de História Religiosa, 2014), 133-156.
51
Patrícia Souza de Faria, «Os concílios provinciais…», 238.
52
Para uma ideia geral sobre as visitas diocesanas, ver Joaquim Ramos de Car-
valho e José Pedro Paiva, «Visitações», em Dicionário de História Religiosa, dir. Car-
los Moreira de Azevedo (Lisboa: Círculo de Leitores, 2000), 365-370. Para uma
discussão mais detalhada, ver Joaquim Ramos de Carvalho, «A jurisdição episcopal
sobre leigos em matéria de pecados públicos: as visitas pastorais e o comportamento
moral das populações portuguesas de Antigo Regime», Revista Portuguesa de Histó-
ria. 24 (1988): 121-163.
53
BNL, cod. 176, fl. 116.
531
Bahia
Tomando Goa por parâmetro, não há como deixar de notar que foi
bem mais lento o ritmo de desenvolvimento das estruturas eclesiás-
ticas na América portuguesa. Esta lentidão, entretanto, não deve ser
54
BNL, cod. 176, fl. 116v.
55
BNL, cod. 176, fl. 120.
532
56
Cf. Rubert, A Igreja…, vol. i: Origem e Desenvolvimento (Século XVI), 195-212.
533
57
ARSI, Bras. 12, fl. 11v.
58
Cf. ANTT, TSO-IL, proc. 5158, fl. 78.
59
Luiz Mott, Bahia. Inquisição e Sociedade (Salvador da Bahia: Edufba, 2010),
175-177. O processo encontra-se em ANTT, TSO-IL, proc. 1682 – a carta encontra-
-se nas primeiras folhas não numeradas do processo.
534
60
Para uma visão geral sobre as estruturas eclesiásticas no Portugal pós-
-tridentino, ver Federico Palomo, A Contra-Reforma em Portugal 1540-1700 (Lisboa:
Livros Horizonte, 2006), especialmente, 17-55.
61
BA, 50-V-35, fol. 106.
535
62
Sobre o assunto, ver Bruno Feitler, «Quando chegou Trento ao Brasil?», em
O Concílio de Trento em Portugal e nas Suas Conquistas: Olhares Novos…, 157-173.
63
Ver Bruno Feitler e Evergton Sales Souza, «Estudo introdutório», em Cons-
tituições primeiras do Arcebispado da Bahia feitas, e ordenadas pelo Illustrissimo,
e Reverendissimo Senhor D. Sebastião Monteiro da Vide: propostas, e aceitas em o
Synodo Diocesano, que o dito Senhor celebrou em 12 de junho do anno de 1707, edição
e estudo introdutório de Bruno Feitler e Evergton Sales Souza (São Paulo: EDUSP,
2010), 43.
64
Cf. «Catálogo dos bispos que teve o Brasil até o ano de 1676, em que a cathe-
dral da Cidade da Bahia foy elevada a Metropolitana, e dos arcebispos que nella tem
havido...», em Constituições primeiras do arcebispado da Bahia..., 11. Há também
notícia – cuja fonte é o célebre jesuíta José de Anchieta – de que D. Pedro Leitão
haveria realizado um sínodo e feito «algumas constituições». Cf. Feitler, «Quando
chegou Trento…», 158.
65
AHU, Cons. Ultramarino, Bahia – Luisa da Fonseca, cx. 32, n. 4131 – Quei-
xas do povo da Bahia representado por Antônio da Silva Pinto, contra as opressões e
mau procedimento do arcebispo e mais clero.
536
66
AHU, Cons. Ultramarino, Bahia – Luisa da Fonseca, cx. 32, n. 4131…
67
AHU, Cons. Ultramarino, Bahia – Luisa da Fonseca, cx. 32, n. 4131…, fl. 2v.
537
Considerações finais
O desafio de expandir as fronteiras do mundo católico, converter
e evangelizar diferentes povos e estabelecer as estruturas eclesiásti-
cas não foi levado adiante sem hesitações, experiências malsucedidas,
erros e, evidentemente, acertos – do ponto de vista governamental
e eclesiástico – que permitiram o desenvolvimento de uma malha de
controle religioso e político no império português.
Um olhar de conjunto sobre as diferentes partes do império por-
tuguês leva-nos a perceber que o ritmo de difusão do aparato eclesiás-
tico esteve sempre atrelado aos interesses da coroa portuguesa num
plano político e econômico. As estruturas diocesanas acompanha-
ram a expansão imperial lusitana e contribuíram decisivamente para
538
69
O intervencionismo pombalino chegará ao ponto de proibir que bispos rea-
lizassem ordenações sacerdotais em suas respectivas dioceses. No Rio de Janeiro,
por exemplo, o rei, numa carta de 22 de julho de 1766, determina ao bispo D. Fr.
Antônio do Desterro que suspendesse as ordenações, inclusive as de prima tonsura.
Ver AHU-CU, Rio de Janeiro – Avulsos, cx. 79, doc. 7133.
70
José Pedro Paiva, Os Bispos de Portugal e do Império, 1495-1777 (Coimbra:
Imprensa da Universidade, 2006), especialmente, 171-213.
539
Cf. Mons. Flávio Carneiro Rodrigues, «As Visitas Pastorais do século xviii
72
540
541
Capítulo 15
Introducción
Las monarquías ibéricas hicieron de la adhesión al credo romano
un elemento central de su identidad como reinos y como entida-
des territoriales compuestas. Desarrollaron políticas que buscaban la
uniformidad confesional en sus territorios peninsulares y europeos,
promoviendo, al mismo tiempo, la conversión religiosa entre las
poblaciones de los espacios americanos, asiáticos y africanos en los
que se hicieron presentes. La evangelización fue posiblemente uno
de los elementos que de forma más determinante definió el carácter
de sus respectivas experiencias imperiales durante todo el periodo
moderno. Tanto la Corona castellana como la portuguesa tuvieron
en el proselitismo religioso y la empresa misionera una sólida base
543
No hay obras de síntesis que tomen en cuenta a todas las órdenes religiosas. Las
2
hay para algunas, como los estudios de Dauril Alden, The Making of an Enterprise:
The Society of Jesus in Portugal, its Empire, and Beyond, 1540-1750 (Stanford: Stan-
ford University Press, 1996) y Nicholas Cushner, Why Have You Come Here?: The
Jesuits and the First Evangelization of Native America (Oxford: Oxford University
Press, 2006) sobre los jesuitas. La dificultad del trabajo de síntesis no ha dejado de
plantearse en algunos libros colectivos recientes como, sobre la conversión, el volu-
men de Kenneth Mills y Anthony Grafton, eds., Conversion: Old Worlds and New
(Rochester: University of Rochester Press, 2003); sobre las misiones en general, el
texto de Pierre-Antoine Fabre y Bernard Vincent, eds., Missions religieuses modernes
«Notre lieu es le monde», eds. (Roma: École Française de Rome, 2007); sobre la inte-
racción entre saberes y misiones, los volúmenes de Guillermo Wilde, ed., Saberes de
la conversión: jesuitas, indígenas e imperios coloniales en las fronteras de la cristiandad
(Buenos Aires: SB Editorial, 2011) y de Charlotte de Castelnau, Marie-Lucie Copete,
Aliocha Maldavsky e Ines G. Županov, eds., Missions d’évangélisation et circulation des
savoirs, xvie-xviiie siècles (Madrid: Casa de Velázquez, 2011); sobre la relación entre
colonización y evangelización en la larga duración, el libro de Dominique Borne y
Benoit Falaize, eds., Religions et colonisation, xvie-xxe siècle: Afrique, Amérique, Asie,
Océanie (París: Les Éditions de l’Atelier-Éditions Ouvrières, 2009).
544
3
Charles R. Boxer, The church militant and Iberian Expansion (Baltimore/
London: The Johns Hopkins University Press, 1978).
4
Roberto Di Stefano, «¿De qué hablamos cuando decimos ‘Iglesia’? Reflexio-
nes sobre el uso historiográfico de un término polisémico», Ariadna histórica. Len-
guajes, conceptos, metáforas, 1 (2012): 197-222 (http://www.ehu.es/ojs/index.php/
Ariadna).
545
546
5
Para el caso portugués, véase José Pedro Paiva, Os bispos de Portugal e do
Império, 1495-1777 (Coimbra: Imprensa da Universidade, 2006); en relación con
el mundo hispano, remitimos a Paulino Castañeda Delgado y Juan Marchena Fer-
nández, La jerarquía de la Iglesia en Indias. El episcopado americano: 1500-1850
(Madrid: Fundación Mapfre, 1992).
6
En particular, sobre los franciscanos, véase: David Rex Galindo, To Sin no More:
Franciscans and Conversion in the Hispanic World, 1683-1830 (Stanford: Stanford Uni-
versity Press, 2018), Federico Palomo, ed., Written Empires: F ranciscans, Texts and the
Making of the Early-Modern Iberian Empires, Culture & History Digital Journal, 5/2
(2016), http://cultureandhistory.revistas.csic.es/ index.php/cultureandhistory/issue/
view/10; Steven E. Turley, Franciscan Spirituality and Mission in New Spain, 1524-1599.
Conflict beneath the Sycamore Tree (Luke 19:1-10) (Farnham-Burlington: Ashgate,
2014); Marcos Antônio de Almeida, «L’Orbe Serafico, Novo Brasilico»: Jaboatão et les
franciscains à Pernambouc au xviiie siècle. Tesis doctoral (París: EHESS, 2012); Ângela
Barreto Xavier, «Itinerários franciscanos na Índia Seiscentista, e algunas questões de
História e de método». Lusitania Sacra, 18 (2006): 97-116.
547
548
7
Aliocha Maldavsky, «Jesuits in Ibero-America: Missions and Colonial Socie-
ties», The Jesuits and Globalization: Historical Legacies and Contemporary Challen-
ges, ed. Tom Banchoff y José Casanova (Washington: The Georgetown University
2016): 93-98.
549
550
8
Giuseppe Marcocci, A consciência de um império: Portugal e o seu mundo (sécs.
xv-xvii) (Coimbra: Imprensa da Universidade, 2012), 41-71.
9
Véanse los capítulos incluidos en este volumen de Ignasi Fernández Terrica-
bras y de Ângela Barreto y Fernanda Olival.
10
Cécile Fromont, The Art of Conversion: Christian Visual Culture in the King-
dom of Kongo (Chapel Hill: The University of North Carolina Press, 2014).
551
11
Robert Ricard, La «conquête spirituelle» du Mexique: Essai sur l’apostolat et
les méthodes missionnaires des Ordres Mendiants en Nouvelle-Espagne de 1522-24 à
1572 (París: Institut d’Ethnologie, 1933); John Leddy Phelan, The millennial king-
dom of the Franciscans in the New World: a study of the writings of Gerónimo de
Mendieta (1525-1604) (Berkeley: University of California Press, 1956).
552
12
La estrategia de conversión basada en el bautismo forzado (o sin instruc-
ción previa) tenía referentes inmediatos en la península ibérica, tanto en la con-
versión forzada de los judíos en Portugal (1499), como en la de los musulmanes
de Granada (1502). Su fundamento teológico se encontraba en el pensamiento del
franciscano Duns Escoto, quien defendió que los soberanos cristianos recurriesen
al bautismo forzado de infieles y gentiles, en la expectativa de que sus descendien-
tes abrazarían con sinceridad la fe católica; Giuseppe Marcocci, A consciência de
um imperio…, 380.
13
Ângela Barreto Xavier, A Invenção de Goa: Poder Imperial e Conversões Cul-
turais nos Séculos XVI e XVII (Lisboa: Imprensa de Ciências Sociais, 2008), 81-144;
Giuseppe Marcocci, A consciencia de um imperio…, 373-404.
14
Serge Gruzinski, La colonisation de l’imaginaire: sociétés indigènes et occiden-
talisation dans le Mexique espagnol, xvie-xviiie siècle (París: Gallimard, 1988).
15
Ana Díaz Serrano, «Repúblicas perfectas para el rey católico. Los francisca-
nos y el modelo político de la Monarquía en la Nueva España durante el siglo xvi»,
en Oficiales reales: los ministros de la Monarquía Católica, siglos xvi-xvii, ed. Juan
Francisco Pardo Molero y Manuel Lomas Cortés (Valencia: Universitat de València,
2012): 109-136; Xavier, A invenção de Goa…, 81-144.
16
Sobre los procesos de conversión religiosa en Granada, tras la conquista de
1492, véase, David Coleman, Creating Christian Granada: Society and Religious Cul-
ture in an Old-World Frontier City, 1492-1600 (Ithaca-Londres: Cornell University
Press, 2013). En el caso portugués, el modelo granadino asumió también particular
pertinencia en el caso de la India, donde algunos de los actores presentes en los
primeros momentos de la colonización, como los franciscanos, estaban vinculados
553
a corrientes espirituales próximas de las que adoptaron quienes habían tenido algún
papel en la Península; cf. Xavier, A invenção de Goa…, 97.
17
Juan Carlos Estenssoro Fuchs, Del paganismo a la santidad: La incorporación
de los indios del Perú al catolicismo, 1532-1750 (Lima: Institut Français d’Études
Andines, 2003); Ângela Barreto Xavier, A invenção de Goa…
554
18
Estenssoro Fuchs, Del paganismo a la santidad…, 177-226.
19
Ângela Barreto Xavier, «Gaspar de Leão e a recepção do Concílio de Trento
no Estado da Índia», O Concílio de Trento em Portugal e Suas Conquistas. Olhares
Novos, ed. António Camões Gouveia, David Sampaio Barbosa y José Pedro Paiva
(Lisboa: CEHR-UCP, 2014), 133-156.
20
Xavier, «Gaspar de Leão…», 149.
21
Patrícia Souza de Faria, «Os concílios provinciais de Goa: reflexões sobre o
impacto da ‘Reforma Tridentina’ no centro do império asiático português (1567-
-1606)», Topoi, 27 (Jul.-Dez. 2013): 218-238.
555
22
Estenssoro Fuchs, Del paganismo a la santidad…, passim.
23
Pierre Duviols, La lutte contre les religions autochtones dans le Pérou colonial.
«L’extirpation de l’idolâtrie» entre 1532 et 1660 (Lima: Institut Français d’Études
Andines, 1971); Kenneth R. Mills. Idolatry and Its Enemies: Colonial Andean
Religion and Extirpation, 1640-1750 (Princeton, N.J.: Princeton University Press,
1997).
24
Ronaldo Vainfas, A heresia dos índios: catolicismo e rebeldia no Brasil colonial
(São Paulo: Companhia das Letras, 1995).
556
La institucionalización de la misión
Estos cambios en la percepción de los nativos americanos no deja-
ron de hacerse asimismo presentes en el texto De procuranda salute
indorum (Salamanca, 1588), en el que su autor, el propio José de
Acosta, estableció una especie de jerarquía de «bárbaros» o de pue-
blos que carecían del conocimiento de Dios, señalando los medios
que entendía respectivamente más adecuados para su conversión y
evangelización. El jesuita distinguía entre los «salvajes» que carecían
de leyes y gobierno político, a los que había que enseñar a ser hom-
bres e instruir como a niños, constriñéndolos a abrazar la religión de
Cristo mediante el uso de la fuerza; y quienes, como chinos y japo-
neses, tenían república estable, leyes, ciudades fortificadas, magis-
trados y, además, uso y conocimiento de las letras. Tan sólo carecían
de la Revelación, debiendo ser evangelizados como habían hecho los
apóstoles con griegos y romanos; es decir, sin recurrir a la fuerza,
usando de su misma razón y permitiendo así que Dios obrase inter-
namente su conversión25.
25
José de Acosta, De natura noui orbis libri duo ; et De promulgatione Euangelii
apud barbaros siue De procuranda indorum salute libri sex (Salamanca: apud Gillel-
mum Foquel, 1589 [1588]), 112-124.
26
Hélène Vu Than, «Between Accommodation and Intransigence: Jesuits mis-
sionaries and Japanese funeral traditions», Journal of the LUCAS graduate confe-
rence, 2 (2014): 110-126.
557
27
Véase Ines G. Županov, Disputed Missions: Jesuit Experiments and Brahmani-
cal Knowledge in Seventeenth-century India (Nueva Delhi: Oxford University Press,
2001). Siendo abundantísima la bibliografía sobre la Querella o Controversia de los
Ritos Chinos, remitimos esencialmente a David E. Mungello, ed., The Chinese Rites
Controversy: Its History and Meaning (Nettetal: Steyler Verlag, 1994).
28
Elisabetta Corsi, «Introducción: el debate actual sobre el relativismo y la pro-
ducción de saberes en las misiones católicas durante la primera Edad Moderna: ¿una
lección para el presente?», Órdenes religiosas entre América y Asia: ideas para una
historia misionera de los espacios coloniales, ed. Elisabetta Corsi (México: El Colegio
de México, 2008), 34-48; Joan-Pau Rubiès, «The concept of cultural dialogue and
the Jesuit method of accommodation: between idolatry and civilization», Archivum
Historicum Societatis Iesu, 74 (2005): 237-280.
29
Ines G. Županov, «Accommodation», Dictionnaire des Faits Religieux, ed.
Régine Azria y Danièle Hervieu-Léger (París: PUF, 2010), 1-4; Andrés I. Prieto,
«The Perils of Accommodation: Jesuit Missionary. Strategies in the Early Modern
World», Journal of Jesuit Studies, 4 (2017): 395-414.
558
30
Federico Palomo, «Homens enviados do Ceo. Les ‘formes de présentation’ des
missionnaires de l’intérieur (Portugal, 16e-17e siècles), Missions religieuses modernes
‘Notre lieu est le monde’, ed. Pierre-Antoine Fabre y Bernard Vincent (Roma: École
Française de Rome, 2007), 287-306.
31
Prieto, «The Perils of Accommodation…».
32
Francismar Alex Lopes de Carvalho, «Estrategias de conversion y modos
indígenas de apropiación del cristianismo en las misiones jesuíticas de Maynas,
1638-1767», Anuario de Estudios Americanos, 72/1 (2016): 99-132; Guillaume
Boccara, Guerre et ethnogenèse mapuche dans le Chili colonial. L’invention du soi
(París: L’Harmattan, 1998).
33
María N. Marsilli, Hábitos perniciosos: religión andina colonial en la diócesis de
Arequipa (siglos xvi al xviii) (Santiago de Chile: Dirección de Bibliotecas, Archivos
y Museos, 2014).
559
34
Giuseppe Buffon, Khanbaliq. Profili storiografici intorno al cristianesimo in
Cina dal medioevo all’età contemporanea (XIII-XIX sec.) (Roma: Ed. Antonianum,
2014).
35
John O’Malley, The First Jesuits (Cambridge, Mass.: Harvard University
Press, 1993), 32-34.
560
561
37
Adriano Prosperi, «‘Otras indias’: missionari della Controriforma tra conta-
dini e selvaggi». Scienze credenze occulte livelli di cultura (Florencia: Leo S. Olschki,
1982), 205-234.
38
Federico Palomo, Fazer dos campos escolas excelentes. Os jesuítas de Évora e
as missões do interior em Portugal (1551-1630) (Lisboa: FCG-FCT, 2003); Francico
Luis Rico Callado, Misiones populares en España entre el Barroco y la Ilustración
(Valencia: Alfons el Magnànim, 2006).
562
Palomo, Fazer dos campos escolas…, 215-423; Fernando Bouza, «Público pas-
39
563
40
John M. Flannery, The Mission of the Portuguese Augustinians to Persia and
Beyond (1602-1747) (Leiden: Brill, 2013); Rudi Mathee, «The Politics of Protec-
tion. Iberian Missionaries in Safavid Iran under Shā ‘Abbās I (1587-1629), en Con-
tacts and Controversies between Muslims, Jews and Christians in the Ottoman Empire
and Pre-Modern Iran, ed. Camilla Adang y Sabine Schmidtke (Würzburg: Ergon
Verlag, 2010), 245-271.
41
Hugues Didier, ed., Les Portugais au Tibet: les premières relations jésuites
(1624-1635) (París: Éditions Chandaigne, 1996).
42
Liam Matthew Brockey, Journey to the East. The Jesuit Mission to China,
1579-1724 (Cambridge, Mass.: The Belknap Press of Harvard University Press,
2007), 290-296.
43
Castelnau-L’Estoile, Les ouvriers d’une vigne stérile…, 407-447.
44
Guillaume Boccara, Guerre et ethnogenèse mapuche dans le Chili colonial…,
201-268. Rolf G. Foerster, Jesuitas y mapuches: 1593-1767 (Santiago de Chile: Edi-
torial universitaria, 1996); Jaime Valenzuela Márquez, «Misiones jesuitas entre indios
‘rebeldes’: límites y transacciones en la cristianización mapuche del Chile meridional»,
en Saberes de la conversión. Jesuitas, indígenas e imperios coloniales en las fronteras de la
cristiandad, ed. Guillermo Wilde (Buenos Aires: SB, 2011), 251-272.
564
canos y otros religiosos las desarrollaron desde el siglo xvi en las zonas
de producción azucarera. Recorrían plantaciones e ingenios asistiendo
espiritualmente a señores y colonos, pero, sobre todo, adoctrinando
y confesando a las poblaciones de esclavos, tanto indígenas como de
origen africano45. Ya en las zonas centrales de la región andina, desde las
décadas de 1570-1580, los ignacianos de los colegios de Lima, Quito,
Arequipa, La Paz y Potosí empezaron a recorrer regularmente distintas
partes del virreinato del Perú (Chachapoyas, Moyabamba, Jaén, Yungay,
Cajamarca, Cajatambo, Huarochirí, etc.). Destinadas esencialmente a
los sujetos que habitaban las doctrinas de indios, estas misiones volan-
tes vieron disminuir su intensidad durante las décadas de 1590-1600,
pero, enseguida, asumieron de nuevo peso en la actividad apostólica de
la Compañía, articulándose – como ya había sucedido en el contexto
peninsular – con la política episcopal46. En concreto, desde la década de
1610, se pusieron al servicio de las campañas de extirpación de idola-
trías que, durante la primera mitad del siglo xvii, marcaron la actuación
de los prelados andinos. Al igual que en la Europa católica, misioneros
y visitadores actuaron así lado a lado, haciendo que los primeros com-
plementasen mediante la predicación, la catequesis y la confesión, las
averiguaciones del representante episcopal47.
Sedentarización de la misión
45
Federico Palomo, «Como se fossem seus curas. Os jesuítas e as missões rurais
na América portuguesa», A Igreja no Brasil. Normas e práticas durante a vigência das
Constituições primeiras do Arcebispado da Bahia, eds. Bruno Feitler y Evergton Sales
Souza (São Paulo: Unifesp, 2011), 231-266.
46
Aliocha Maldavsky, Vocaciones inciertas. Misión y misioneros en la provincia
jesuita del Perú en los siglos xvi y xvii (Sevilla: Instituto Francés de Estudios Andi-
nos; Universidad Antonio Ruiz de Montoya; Consejo Superior de Investigaciones
Científicas, 2012), 125-206.
47
Maldavsky, Vocaciones inciertas…, 125-206; Paolo Broggio, Evangelizzare il
mondo. Le missioni della Compagnia di Gesù tra Europa e America, secoli xvi-xvii
(Roma: Carocci, 2004), 147-196. De forma general, sobre las campañas de extir-
pación de idolatrías, véase Duviols, La lutte contre les religions autochtones dans le
Pérou colonial…; y Mills, Idolatry and Its Enemies….
565
48
Díaz Serrano, «Repúblicas perfectas para el rey católico…».
49
Xavier, A Invenção de Goa..., 168 y 299-300.
566
567
51
Xavier, A Invenção de Goa…, 154-185.
568
52
Sobre las relaciones de Toledo con los jesuitas, remitimos a Alexandre Coello
de la Rosa, El pregonero de Dios. Diego Martínez, SJ, misionero jesuita del Perú colo-
nial (1543-1626) (Valladolid, Universidad de Valladolid, 2010), 99-136; Maldavsky,
Vocaciones inciertas…, 35-42. Acerca de la política de reducciones en las regiones
andinas, veáse: Akira Saito y Claudia Rosas Lauro, eds., Reducciones: la concentra-
ción forzada de las poblaciones indígenas en el Virreinato del Perú (Lima: National
Museum of Ethnology-Pontificia Universidad Católica del Perú, 2017).
53
Ricard, La «conquête spirituelle» du Mexique....
54
Cayetana Álvarez de Toledo, Politics and Reform in Spain and Viceregal
Mexico. The life and Thought of Juan de Palafox, 1600-1659 (Oxford: Clarendon
Press, 2004), 69.
569
55
Magnus Lundberg, Church Life between the Metropolitan and the Local.
Parishes, Parishioners and Parish Priests in Seventeenth Century Mexico (Madrid:
Iberoamericana, 2011), 60-66.
56
Antonino Tibesar, Comienzos de los franciscanos en el Perú (Iquitos: CETA,
1991), 109-120.
57
William B. Taylor, Magistrates of the sacred: priests and parishioners in
eighteenth-century Mexico (Stanford: Stanford University Press, 1996).
58
Francismar Alex Lopes de Carvalho, Lealdades negociadas. Povos indígenas e a
expansão dos impérios ibéricos nas regiões centrais da América do Sul (segunda metade
do século xviii) (São Paulo: Alameda, 2014).
570
59
Guillermo Wilde, Religión y poder en las misiones de guaraníes (Buenos Aires:
SB, 2009).
60
Sobre el colegio de Tlateloco, véase el estudio clásico de Ricard, La «conquête
spirituelle» du Mexique…, 260-344.
571
61
Boxer, The Church Militant…, 2-23. Relativo tan sólo al mundo hispano,
veáse asimismo el ensayo más reciente de Magnus Lundberg, «El clero indígena en
Hispanoamérica: de la legislación a la implementación y la práctica eclesiástica»,
Estudios de Historia Novohispana, 38 (2008): 39-62.
62
Xavier, A invenção de Goa…, 108-109. Junto a la cofradía de Santa Fe y al
colegio, que más tarde quedaron bajo tutela de los jesuitas, se estableció asimismo
en esos años una Casa de Catecúmenos.
63
Xavier, A Invenção de Goa…, 100-102.
572
64
Olinda Celestino, «Confréries religieuses, noblesse indienne et économie
agraire», L’Homme, 1992, vol. 32, n°122-124, 99-113; Carolyn Dean, Inka Bodies
and the Body of Christ. Corpus Christi in Colonial Cuzco, Peru (Duke: Duke Uni-
versity Press, 1999).
65
Mariza de Carvalho Soares, People of Faith: Slavery and African Catholics in
Eighteenth-Century Rio de Janeiro (Duke: Duke University Press, 2011).
66
James Sweet, Recreating Africa: Culture, Kinship, and Religion in the African-
-Portuguese World, 1440-1770 (Chapel Hill-Londres: The University of North
Carolina Press, 2003), 206-216. Mariza de Carvalho Soares, People of Faith….
573
574
575
provincias franciscanas del Brasil. Cf. Giuseppe Buffon, Storia dell’Ordine Fran-
cescano. Problemi e prospettive di método (Roma: Edizioni di Storia e Letteratura,
2013), 91.
69
Bernard Lavallé, Recherches sur l’apparition de la conscience créole dans la vice-
royauté du Pérou: l’antagonisme hispano-créole dans les ordres religieux (xvie-xviie)
(Lille : Atelier national reproduction des thèses, Universidad Lille 3, 1982).
70
Boris Jeanne, «Christianisme et criollismo: les franciscaines et la société
de la Nouvelle Espagne au xvie siècle», Cahiers des Amériques Latines, 67 (2012):
55-73; Id., Mexico-Madrid-Rome. Sur les pas de Diego Valades: une étude des milieux
romains connectés au Nouveau Monde à l’époque de la Contre-Réforme (1568-1594).
Tesis doctoral (París: EHESS, 2012).
71
Xavier, «Itinerários franciscanos na Índia seiscentista... ».
576
72
Liam M. Brockey, The Visitor: André Palmeiro and the Jesuits in Asia (Cam-
bridge, Mass.: The Belknap Press, Harvard University, 2014).
73
Castelnau-L’Estoile, Les ouvriers d’une vigne sterile…, 287-339. Sobre los
debates que en estos años generó la cuestión específica del recurso a la mano de obra
esclava en las propiedades agrícolas de la Orden, véase Carlos Alberto de Moura
Ribeiro Zeron, Ligne de foi. La Compagnie de Jésus et l’esclavage dans le processus de
formation de la société coloniale en Amérique portugaise (XVIe-XVIIe siècles) (París:
Honoré Champion, 2009), 77-104.
577
74
Antonio Rubial, «Religiosos viajeros en el mundo hispánico en la época de los
Austrias (el caso de Nueva España)», Historia Mexicana, 61/3 (2012): 813-848. Sobre la
actividad propagandística y el patronato de las misiones por particulares, véase: Edmond
Lamalle, «La propaganda du P. Nicolas Trigault en faveur des missions de Chine (1616)»,
Archivum Historicum Societatis Iesu, IX (1940): 49-120; Ronnie Po-chia Hsia, Noble
patronage and Jesuit missions: Maria Theresia von Fugger-Wellenburg, 1690-1762, and
Jesuit missionaries in China and Vietnam (Roma: Institutum Historicum Societatis Iesu,
2006); Frederik Vermote, «Finances of the Missions», en Early Modern Catholic Global
Missions, ed. Ronnie Po-chia Hsia (Leiden: Brill, 2017), 367-400.
75
Charlotte de Castelnau L’Estoile y Aliocha Maldavsky, «Entre l’Europe et
l’Amérique: la circulation des élites missionnaires au tournant du xviie siècle», en
La circulation des élites européennes. Entre histoire des idées et histoire sociale, ed.
Henri Bresc, Fabrice d’Almeida y Jean-Michel Sallmann (París: Seli Arslan, 2002),
124-137; Federico Palomo, «Procurators, religious orders and cultural circulation
in the Early Modern Portuguese Empire: printed works, images (and relics) from
Japan in António Cardim’s journey to Rome (1644-1646)», E-Journal of Portuguese
History, 14/2 (2016): 1-32. https://www.brown.edu/Departments/Portuguese_
Brazilian_Studies/ejph/html/issue28/pdf/v14n2a01.pdf
578
76
Markus Friedrich, «Communication and Bureaucracy in the Early Modern
Society of Jesus», Scweizerische Zeitschrift für Religions und Kulturgeschichte,101
(2007): 49-75; Markus Friedrich, «Government and Information-Management
in Early Modern Europe. The Case of the Society of Jesus (1540-1773)», Journal
of Early Modern History 12 (2008): 539–63; Id., Der Lange Arm Roms? Globale
Verwaltung Und Kommunikation Im Jesuitenorden 1540–1773 (Frankfurt-New
York: Campus, 2011); Fabian Fechner, Entscheidungsprozesse Vor Ort. Die Provinz-
kongregationen Der Jesuiten in Paraguay (1608–1762) (Regensburg: Verlag Schnell
& Steiner GmbH, 2015).
77
Serge Gruzinski, Les quatre parties du monde. Histoire d’une mondialisation
(París: Éditions de la Martinière, 2004), 250-257.
78
Paolo Broggio, Charlotte de Castelnau-L’Estoile y Giovanni Pizzorusso,
eds., Administrer les sacrements en Europe et au Nouveau Monde. La Curie romaine
et les dubia circa sacramenta, MEFRIM, Mélanges de l’École française de Rome Italie-
-Méditerranée, 121/1 (2009).
579
580
David Block, Mission culture on the Upper Amazon. Native Tradition, Jesuit
81
581
82
Aliocha Maldavsky, «Les encomenderos et l’évangélisation des Indiens dans
le Pérou colonial. ‘Noblesse’ et propagation de la foi au xvie siècle», en Le salut par
les armes. Noblesse et défense de l’orthodoxie (xiiie –xviie s.) ed. Ariane Boltanski
y Franck Mercier (Rennes: Presses Universitaires de Rennes, 2011), 239-250; Id.,
«Giving for the Mission: The Encomenderos and Christian Space in the Andes of
the Late Sixteenth Century», en Space and Conversion in Global Perspective ed.
Wietse de Boer, Aliocha Maldavsky, Giuseppe Marcocci e Ilaria Pavan (Leiden-
-Boston: Brill, 2014), 260-284.
83
Byron E. Hamman, «Catholicismes catholiques: autorités laïques et reli-
gions non chrétiennes au xvie siècle en Espagne et en Nouvelle-Espagne», en Les
laïcs dans la mission. Europe et Amériques, xvi-xviiie siècle, ed. Aliocha Maldavsky
(Tours: Presses universitaires François Rabelais, 2017), 25-45 .
84
Guillermo Lohmann Villena, «La restitución por conquistadores y encomen-
deros: un aspecto de la incidencia lascasiana en el Perú», Anuario de Estudios ame-
ricanos, 23, 1966, 21-89. Aliocha Maldavsky, «Encomenderos, indios y religiosos en
la región de Arequipa (siglo xvi): restitución y formación de un territorio cristiano
y señoril», en Invertir en lo sagrado. Salvación y dominación territorial en América y
Europa (siglos xvi-xx), ed. Roberto Di Stefano y Aliocha Maldavsky (Santa Rosa:
UNLPam, 2018).
85
Castelnau-L’Estoile, Les ouvriers d’une vigne stérile..., 257-285.
582
86
Charles R. Boxer, The Christian Century in Japan, 1549–1650 (Berkeley-Los
Angeles: University of California Press, 1951); Jurgis Elisonas [George Elison],
«Christianity and the Daimyo», en The Cambridge History of Japan, vol 4: Early
Modern Japan, ed., John Whitney Hall (Cambridge: Cambridge University Press,
1991), 301-372; Nathalie Kouamè, Le christianisme à l’épreuve du Japon médiéval
ou les vicissitudes de la première mondialisation, 1549-1569 (Paris : Karthala, 2016),
145-175; Hélène Vu Thanh, Devenir Japonais: La mission jésuite au Japon, 1549–
–1614 (Paris: PUPS, 2016), 59-107.
87
Guillermo Wilde, «Les modalités indigènes de la dévotion. Identité religieuse,
subjectivité et mémoire dans les frontières coloniales d’Amérique du Sud», en Les
laïcs dans la mission. Europe et Amériques, xvi-xviiie siècle, ed. Aliocha Maldavsky
(Tours: Presses universitaires François Rabelais, 2017), 135-180.
583
88
John Charles, Allies at odds: the Andean church and its indigenous agents,
1583-1671 (Albuquerque: University of New Mexico Press, 2010).
89
Gabriela Ramos, Muerte y conversión en los Andes (Lima: IFEA-IEP, 2010);
Marsilli, Hábitos perniciosos…
584
90
Aliocha Maldavsky, «Pedir las Indias. Las cartas indipetae de los jesuitas euro-
peos, siglos xvi-xviii, ensayo historiográfico», Relaciones, 132 (otoño 2012): 147-
-181. Ver los trabajos sobre las cartas indipetae en Fabre y Vincent, eds., Notre lieu
est le monde....
585
91
Borges Morán, El envío de misioneros a América…, 537.
92
Charlotte de Castelnau-L’Estoile, «Élection et vocation: Le choix des mis-
sionnaires dans la province jésuite du Portugal (1592-1596)», en Notre lieu est le
monde. Missions religieuses dans le monde ibérique à l’époque moderne, ed. Pierre-
-Antoine Fabre, Bernard Vincent (Roma: École Française de Rome, 2007), 21-43.
93
Anton Huonder, Deutsche Jesuitenmissionäre des 17. Und 18. Jahrh (Fri-
bourg: Herder’sche Verlagsbuchhandlung, 1899); Christoph Nebgen, Missionars-
berufung nach Übersee in drei Deutschen Provinzen der Gesellschaft Jesu im 17. Und
18. Jahrhundert (Regensburg: Schnell & Steiner, 2007); Michael Müller, «Jesuitas
centro-europeos o “alemanes” en las misiones de indígenas de las antiguas provin-
cias de Chile y del Paraguay (siglos xvii y xviii)», en São Francisco Xavier: nos 500
586
587
monde, xvie-xviie siècle (París: Fayard, 2016); Ângela Barreto Xavier y Ines G.
Županov, Catholic Orientalism: Portuguese Empire, Indian Knowledge (16th-18th
centuries) (Nueva Delhi: Oxford University Press, 2015); Charlotte de Castelnau,
Marie-Lucie Copete, Aliocha Maldavsky e Ines G. , eds., Missions d’évangélisation et
circulation des savoirs...; Guillermo Wilde, ed., Saberes de la conversión....
588
Conclusiones
La cuestión misionera no se puede desligar de la capacidad de
dominación de los imperios ibéricos. Adaptaciones, negociacio-
nes, acomodaciones, son un punto común para todas las experien-
cias misionales del catolicismo ibérico durante el periodo moderno,
que varían según el grado de dominación que los poderes políticos
pudieron ejercer y que no necesariamente resultan de una distinción
simple entre imperio portugués e imperio español. Dentro de cada
uno existen espacios de mayor o de menor dominación que lograron
ejercer españoles y portugueses. Además de las ciudades, vitrinas del
modelo ibérico triunfante y que, sin lugar a dudas, permiten com-
parar Lima con Sevilla, Goa o Manila, contamos con espacios domi-
nados por los poderes europeos, donde imperan la imposición y la
negociación. En los ámbitos coloniales, las sociedades locales influ-
yen de manera fundamental en el desarrollo institucional de la activi-
dad misionera, por múltiples razones: el arraigo local del personal y
su adhesión a modelos locales de distinción socio-étnica, la necesaria
integración de las instituciones misioneras en las pautas locales de
funcionamiento económico (mano de obra indígena y/o esclava), la
necesidad de negociar la adhesión al catolicismo con las élites locales.
Esto produce múltiples adaptaciones, que sin lugar a dudas se inten-
sifican en espacios con escasa dominación política, como las zonas
fronterizas en el continente americano y los espacios de dependencia
para con poderes imperiales locales: China y Japón. En estos domi-
nios fuera del imperio, intervienen otras formas de acomodación,
más o menos aceptadas por las autoridades centrales (Roma, Lisboa,
Madrid). La cuestión de la adaptación mutua no es una particulari-
dad de las misiones en determinados espacios. La historiografía a
puesto de relieve que la dimensión negociada de la conversión es una
589
590
Bouza Álvarez, Fernando, Pedro Cardim, e Antonio Feros, eds. The Iberian
World. Londres: Routledge, no prelo.
Cañizares-Esguerra, Jorge. Puritan Conquistadors. Iberianizing the Atlantic,
1550-1700. Stanford: Stanford University Press, 2006.
Cañizares-Esguerra, Jorge, ed. Entangled Empires: The Anglo-Iberian
Atlantic, 1500-1830. Filadélfia: University of Pennsylvania Press,
2018.
Cardim, Pedro, e Susana M. Miranda. «Virreyes y gobernadores de las pose-
siones portuguesas en el Atlántico y en el Índico (Siglos xvi-xvii)». Em
El mundo de los virreyes en las monarquias de España y Portugal, orgs.
Pedro Cardim e Joan-Lluís Palos, 175-196. Madrid: Editorial Iberoame-
ricana/Vervuert, 2012.
Cardim, Pedro, e Joan-Lluís Palos, orgs. El mundo de los virreyes en las
monarquías de España y Portugal. Madrid: Editorial Iberoamericana,
Vervuert, 2012.
Cardim, Pedro, Tamar Herzog, José Javier Ruiz Ibáñez, e Gaetano Sabatini,
eds. Polycentric Monarchies: How did Early Modern Spain and Portugal
Achieve and Maintain a Global Hegemony? Eastbourne: Sussex Acade-
mic Press, 2012.
Dubet, Anne, e José Javier Ruiz Ibáñez, eds. Las monarquías española y
francesa (siglos xvi-xviii) ¿Dos modelos políticos? Madrid: Casa de Velá-
zquez, 2010.
Elliott, John H. Empires of the Atlantic World: Britain and Spain in Ame-
rica, 1492-1830. New Haven e Londres: Yale University Press, 2006.
Trad. espanhola Imperios del Mundo Atlántico. España y Gran Bretaña
en América, 1492-1830. Madrid: Taurus Historia, 2006.
Ferreira, Susannah Humble. The Crown, the Court and the Casa da Índia.
Political centralization in Portugal, 1497-1521. Leiden: Brill, 2015.
593
594
595
596
597
598
599
600
601
602
603
Holanda, Sérgio Buarque de. Raízes do Brasil. São Paulo, José Olympio.
1936. https://www.brown.edu/Departments/Portuguese_Brazilian_Stu-
dies/ejph/html/issue28/pdf/v14n2a01.pdf.
Icaza Dufour, Francisco de, coord. Recopilación de Leyes de los reynos de
las Indias. Estudios Histórico-Jurídicos. México: Miguel Angel Porrúa,
1987. Disponível em: http://www.colmich.edu.mx/files/ceh/rdiego/
publicaciones/pdf/077_RecopilacionLeyesReynosIndias.pdf (consultado
a 9 de Fevereiro de 2018).
Isaacman, Allen. «The ‘prazos’ da Coroa, 1752-1830. A functional analysis
of the political system», Studia, 26 (Abril de 1968): 194-277.
Israel, Jonathan. «Olivares and the government of the Spanish Indies, 1621-
-1643». Em Jonathan Israel, Empires and Entrepots. The Dutch, the Spanish
Monarchy and the Jews, 1585-1713. Londres: The Hambledon Press, 1990.
Jacques, Roland. De Castro Marim à Faïfo: naissance et développement
du Padroado portugais d’Orient des origines à 1659. Lisboa: Fundação
Calouste Gulbenkian, 1999.
Jeanne, Boris. «The Franciscans of Mexico. Tracing Tensions between Rome
and Madrid in the ‘provincia del Santo Evangelio’ (1454-1622)». Em Papacy,
Religious Orders and International Politics in the Sixteenth and Seventeenth
Centuries, ed. Massimo Carlo Giannini, 17-28. Roma: Viella, 2013.
Jemolo, Arturo Carlo, Renato Karzolo, e Emilio Albertario. «Patronato».
Em Enciclopedia Italiana di scienze, lettere ed arti, vol. 25: Novg-Palen.
Roma: Istituto dell’Enciclopedia Italiana, 1935.
Kagan, Richard e Geoffrey Parker, eds. Spain, Europe and the Atlantic world.
Essays in honour of John H. Elliott. Cambridge: Cambridge University
Press, 1995.
Larcher, Madalena e Paulo Teodoro de Matos. Cristianismo e Império. Lis-
boa: CHAM E-books, 2017.
Leturia, Pedro de. Relaciones entre la Santa Sede e Hispanoamérica 1493-
-1835, vol. i. Roma/Caracas: Universidad Gregoriana/Sociedad Boliva-
riana de Venezuela, 1959.
Lopes Praça, José Joaquim. Ensaio sobre o padroado portuguez: dissertação
inaugural para o acto de conclusões magnas. Coimbra: Imprensa da Uni-
versidade, 1869.
Lopetegui, León, e Félix Zubillaga. Historia de la Iglesia en la América
Española. Madrid: Biblioteca de Autores Cristianos, 1965.
López-Cordón Cortezo, María Victoria. «Instauración dinástica y refor-
mismo administrativo: la implantación del sistema ministerial», Manus-
crits, 18 (2000): 93-111.
604
605
606
607
608
609
610
611
612
613
614
615
616
617
618
619
620
621
622
623
624
625
626
627
628
Kuethe, Allan J. The Spanish Atlantic World in the Eighteenth Century. War
and the Bourbon Reforms, 1713-1796. Cambridge: Cambridge Univer-
sity Press, 2014.
Lacoste, Marie Pierre. «Les intendants de la vice-royauté de la Nouvelle-
-Espagne (1764-1821); origines, carrières et intégration coloniale. Essai
prosopographique». Tese de doutoramento. Toulouse: Université de
Toulouse Jean-Jaurès, 2017.
Ladd, Doris. La nobleza mexicana en época de la independencia, 1780-1826.
Mexico: FCE, 1984.
Lara, Sílvia Hunold. «Marronnage et pouvoir colonial. Palmares, Cucaú et
les frontières de la liberté au Pernambouc à la fin du xviie siècle». Anna-
les. Histoire, Sciences Sociales, vol. 67 (2007): 639-662.
Lavallé, Bernard. Recherches sur l’apparition de la conscience créole dans la
vice-royaute du Perou: l’antagonisme hispano-créole dans les ordres reli-
gieux (xvi-xvii), 2 vols. Lille: Atelier National de Reproduction de The-
ses, Univ. de Lille III, 1982.
Laviana Cueto, Maria Luisa. «Organización y funcionamiento de las cajas
reales de Guayaquil en la segunda mitad del siglo xviii». Anuario de estu-
dios americanos, 37 (1980): 313-349.
Leebrick, Karl Clayton, The English expedition to Manila and the Philippine
Islands in the year 1762. Berkeley: University of California, 2007.
Lempérière, Annick. Entre Dios y el rey: la república. La ciudad de
México entre los siglos xvi y xix. México: Fondo de Cultura Econó-
mica, 2014.
Lenkersdorg, Gudrun. Repúblicas de indios. Pueblos mayas en Chiapas, siglo
xvi. México: Plaza y Valdés Editores, 2010.
Levaggi, Abelardo. «Repúblicas de indios y repúblicas de españoles en los
Reinos de Indias». Revista de Estudios Histórico-Jurídicos. Historia del
Derecho, XXIII (2001): 419-429.
Levi, Giovanni. Le pouvoir au village: histoire d’un exorciste dans le Piémont
du xviième siècle. Paris: Gallimard, 1985.
Livi-Bacci, Massimo. Breve historia de las migraciones. Madrid: Grupo
Anaya Editorial, 2012.
Lobato, Alexandre. Evolução administrativa e económica de Moçambique.
1752-1763. Lisboa: Agência Geral do Ultramar, 1957.
Lobato, Alexandre. Colonização Senhorial da Zambézia e Outros Estudos.
Lisboa: Junta de Investigações do Ultramar, 1962.
Lobato, Alexandre. «Sobre os prazos da Índia». Em II Seminário Interna-
cional de História Indo-Portuguesa. Actas, dirs. Luís de A lbuquerque
629
630
631
632
633
634
Myrup, Erik Lars. To Rule from Afar: The Overseas Council and the Making
of Brazilian West, 1642-1807. Yale: Yale University, 2006.
Navarro García, Luis. Las reformas borbónicas en América. El plan de inten-
dencias y su aplicación. Sevilha: Universidad, 1995.
Navarro García, Luis. Servidores del rey: la intendencia de Nueva España.
Sevilha: Universidad, 2009.
Navarro García, Luis, e Fernando Antolín, Las dobles exequias del arzobispo
Figueredo (1765): El canto del cisne de los jesuitas en Guatemala. Huelva:
Universidad, 2016.
Newitt, Malyn D. D. A history of Mozambique. Londres: Hurst & Com-
pany, 1995.
Oliva Melgar, José M. «La metrópoli sin territorio. ¿Crisis del comer-
cio de Indias en el siglo xvii o pérdida de control del monopolio?».
Em El sistema Atlántico español (siglos xvii-xix), eds. José M. Oliva
Melgar e Carlos Martínez Shaw, 19-73, Madrid: Marcial Pons,
2005.
Oliva Melgar, José M. e Carlos Martínez Shaw, eds. El sistema Atlántico
español (siglos xvii-xix). Madrid: Marcial Pons, 2005.
O’Phelan, Scarlett. Un siglo de rebeliones anticoloniales: Perú y Bolivia,
1700-1783. Cuzco: Centro de Estudios Rurales Andinos, 1988.
Otero Lana, Enrique. Los corsarios españoles durante la decadencia de los
Austrias. El corso español del Atlántico peninsular en el Siglo xvii, 1621-
-1697. Madrid: Ministerio de Defensa, 2015.
Ots Capdequí, José María. El Estado español en las Indias. México: Fondo
de Cultura Económica, 1957.
Otte, Enrique. «Los mercaderes y la conquista de América». Em Proceso
histórico al conquistador, eds. Francisco de Solano et al. 51-79, Madrid:
Alianza, 1988.
Pagden, Anthony. El imperialismo español y la imaginación política. Barce-
lona: Planeta, 1999.
Paquette, Gabriel. Enlightenment, Governance, and Reform in Spain and its
Empire, 1759-1808. Nova Iorque: Palgrave Macmillan, 2008.
Paquette, Gabriel. Enlightened Reform in Southern Europe and its Atlantic
Colonies, c. 1750-1830. Farnham-Burlington: Ashgate, 2009.
Parcero Torre, Celia M. La pérdida de La Habana y las reformas borbónicas
en Cuba (1760-1773). Valhadolid: Junta de Castilla y León, 1998.
Paredes Martínez, Carlos Salvador. «La nobleza tarasca: poder político y
conflictos en el Michoacán colonial». Anuario de Estudios Americanos,
61/1 (2008): 101-117.
635
Pares, Richard. War and Trade in the West Indies, 1759-1765. Londres: F.
Cass, 1963.
Peraza de Ayala, José. «La intendencia de Canarias: Notas y Documentos».
Anuario de Historia del Derecho Español, 40 (1970): 565-580.
Pérez Canal, A. «La Secretaría de Estado y del despacho de Gracia y Justicia
de Indias (1808-1834)». Historia. Instituciones. Documentos, 17 (1990):
183-194.
Pérez Cevallos, Juan Manuel. «El gobierno indígena colonial en Xochimilco
(siglo xvi)». Historia Mexicana, XXXIII, 132 (1984): 148-149.
Pérez de Tudela, Juan. Las armadas de Indias y los orígenes de la política
de colonización, 1492-1505. Madrid: Instituto Gonzalo Fernández de
Oviedo, 1956.
Pérez Herrero, Pedro. La América Colonial (14921763). Política y Socie-
dad. Madrid: Síntesis, 2002.
Pérez Herrero, Pedro. América Latina y el colonialismo europeo. Siglos xvi-
-xvii. Madrid: Síntesis, 2012.
Pérez, Joseph. Los movimientos precursores de la emancipación en Hispa-
noamérica. Madrid: Editorial Alhambra, 1977.
Phelan, John Leddy. El pueblo y el rey: La revolución comunera en Colom-
bia. Bogotá: C. Valencia, 1980.
Pietschmann, Horst. Las reformas borbónicas y el régimen de intendencias: un
estudio politico administrativo. México: Fondo de Cultura Económica, 1996.
Pietschmann, Horst. «Imperio y comercio en la formación del Atlántico
español». Em El sistema comercial español en la economía mundial, eds.
Isabel Lobato e José M. Oliva, 71-95. Huelva: Publicaciones de la Uni-
versidad, 2013.
Pijning, Ernest. «Conflicts in the Portuguese Colonial Administration:
Trials and Errors of Luís Lopes Pegado e Serpa, Provedor-mor da
Fazenda in Salvador, Brazil 1718-1721». Colonial Latin American Histo-
rical Review 2/4 (1993): 403-423.
Pissurlencar, Panduronga S. S. Agentes da Diplomacia Portuguesa na Índia
(Hindus, Muçulmanos, Judeus e Parses). Goa: Tipografia Rangel, 1952.
Polanco Alcántara, Tomás. Las Reales Audiencias en las provincias america-
nas de España. Madrid: Mapfre, 1992.
Ponce Leiva, Pilar. «El poder del discurso o el discurso del poder: el criol-
lismo quiteño en el siglo xvii». Procesos, 10 (1997): 3-20.
Ponce Leiva, Pilar. «La argamasa que une los reinos: gestión e integración
de las Indias en la Monarquía Hispánica, siglo xvii», Anuario de Estudios
Americanos, 74/2 (Julho-Dezembro de 2017): 461-490.
636
Ponce Leiva, Pilar, e Francisco Andújar Castillo, orgs. Mérito, venalidad y cor-
rupción en España y América, siglos xvii y xviii. Valência: Albatros, 2016.
Possamai, Paulo. A Vida Cotidiana na Colónia do Sacramento. Lisboa:
Livros do Brasil, 2006.
Prado, Fabrício. A Colônia do Sacramento: O Extremo-Sul da América Por-
tuguesa no Século XVIII. Porto Alegre: Ed. Fabrício Prado, 2002.
Prieto Yegros, Margarita. El Tratado de Tordesillas. Asunción: Interconti-
nental Editora, 2006.
Priotti, Jean-Philippe. Genèse d’une croissance: Bilbao et ses marchands au
16ème siècle. Lille: Presses Universitaires du Septentrion, 2004.
Puente, José Carlos de la. «A costa de Su Majestad: indios viajeros y dile-
mas imperiales en la corte de los Habsburgo». Allpanchis, 39, 72 (2008):
11-60.
Puntoni, Pedro. A Guerra dos Bárbaros. Povos Indígenas e a Colonização do
Sertão Nordeste do Brasil, 1650-1720. São Paulo: Hucitec, 2002.
Puntoni, Pedro. O Estado do Brasil: Poder e Política na Bahia Colonial,
1548-1700. São Paulo: Alameda Editorial, 2014.
Quezada, Sergio. Pueblos y caciques yucatecos, 1550-1580. México: El Cole-
gio de México, 1993.
Quijada, Mónica. «España, América y el imaginario de la soberanía popu-
lar». Em Modernidad iberoamericana. Cultura, política y cambio social,
ed. Francisco Colom González. Madrid/Frankfurt: Iberoamericana/
Vervuert, 2009.
Ramírez, Susan Elisabeth. The world upside down: cross-cultural contact and
conflict in sixteenth-century Peru. Stanford: Stanford University Press,
1996.
Rau, Virgínia. «Feitores e feitorias, instrumentos do comércio internacional
português no século xvi». Em Estudos sobre História Económica e Social
do Antigo Regime, 143-199. Lisboa: Editorial Presença, 1984.
Rico Linaje, Raquel. Las compañías de comercio en América. Los órganos de
gobierno. Madrid: CSIC, 1983.
Rodrigues, Eugénia. «As donas de prazos do Zambeze. Políticas imperiais
e estratégias locais». Em VI Jornada Setecentista: Conferências e Comu-
nicações, dirs. Magnus R. de Mello Pereira, António César de Almeida
Santos, Maria Luiz Andreazza e Sergio Odilon Nadalin, 15-34. Curi-
tiba: Aos Quatro Ventos/Cedop, 2006.
Rodrigues, Eugénia. Portugueses e Africanos nos Rios de Sena. Os Prazos
da Coroa em Moçambique nos Séculos XVII-XVIII. Lisboa: Imprensa
Nacional-Casa da Moeda, 2014.
637
638
639
640
641
642
643
644
645
646
647
648
649
650
651
652
653
654
655
656
657
Castelnau-L’Estoile, Charlotte de. Les ouvriers d’une vigne stérile. Les jésui-
tes et la conversion des Indiens au Brésil, 1580-1620. Paris: Centre Cul-
turel Calouste Gulbenkian, 2000.
Castelnau-L’Estoile, Charlotte de, e Aliocha Maldavsky. «Entre l’Europe et
l’Amérique: la circulation des élites missionnaires au tournant du xviie
658
659
Duviols, Pierre. La lutte contre les religions autochtones dans le Pérou colo-
nial. «L’expiration de l’idôlatrie» entre 1532 et 1660. Lima: Institut Fran-
çais d’Études Andines, 1971.
Elisonas, Jurgis [George Elison]. «Christianity and the Daimyo». Em The
Cambridge History of Japan, vol. 4: Early Modern Japan, ed., John Whit-
ney Hall, 301-372. Cambridge: Cambridge University Press, 1991.
Escandell Bonet, Bartolomé. «Sobre la peculiarización americana de la
Inquisición Española en Indias», Archivum: Revista de la Facultad de
Filología, 22 (1972): 395-415.
Escandell Bonet, Bartolomé, e Pérez Villanueva, Joaquín, eds. Historia de la
Inquisición en España y América. Madrid: Biblioteca de Autores Cristia-
nos, 2000 (ed. or. 1984).
Estenssoro Fuchs, Juan Carlos. Del paganismo a la santidad: La incorpo-
ración de los indios del Perú al catolicismo, 1532-1750. Lima: Institut
Français d’Études Andines, 2003.
Fabre, Pierre-Antoine e Bernard Vincent, eds. Missions religieuses modernes
«Notre lieu est le monde». Roma: École Française de Rome, 2007.
Faria, Patrícia Souza de. «A conversão das almas do Oriente. Franciscanos,
poder e catolicismo em Goa: séculos xvi e xvii». Tese de doutoramento.
Niterói: Universidade Federal Fluminense, 2008 [publicado como A Con-
quista das Almas do Oriente: Franciscanos, Catolicismo e Poder Colonial
Português em Goa (1540-1740). Rio de Janeiro: 7 Letras, 2013].
Faria, Patrícia Souza de. «Os concílios provinciais de Goa: reflexões sobre
o impacto da ‘Reforma Tridentina’ no centro do império asiático por-
tuguês (1567-1606)». Topoi, 27 (Julho-Dezembro de 2013): 218-238.
Fechner, Fabian. Entscheidungsprozesse Vor Ort. Die Provinzkongregationen
Der Jesuiten in Paraguay (1608–1762). Regensburg: Verlag Schnell &
Steiner GmbH, 2015.
Feitler, Bruno. «A ação da Inquisição no Brasil: uma tentativa de análise».
Em Travessias Inquisitoriais das Minas Gerais aos Cárceres do Santo
Ofício: Diálogos e Trânsitos Religiosos no Império Luso-Brasileiro (Sécs.
XVI-XVIII), eds. Júnia F. Furtado e Maria Leônia Chaves de Resende,
29-45. Belo Horizonte: Fino Traço, 2013.
Feitler, Bruno. «Continuidades e rupturas da Igreja na América portu-
guesa no tempo dos Áustrias. A importância da questão indígena e do
exemplo espanhol». Em Portugal na Monarquia Hispânica. Dinâmicas
de Integração e Conflito, eds. Pedro Cardim, Leonor Freire da Costa
e Mafalda Soares da Cunha, 203-230. Lisboa: CHAM/CIDEHUS/
GHES/Red Columnaria, 2013.
660
661
Fromont, Cécile. The Art of Conversion: Christian Visual Culture in the King-
dom of Kongo. Chapel Hill: The University of North Carolina Press, 2014.
García Cabrera, Juan Carlos. Ofensas a Dios, pleitos e injurias: causas de ido-
latrías y hechicerías. Cajatambo, siglos xvii-xix. Cusco: Centro de Estu-
dios Regionales Andinos Bartolomé de las Casas, 1994.
Gerhard, Peter. Geografía Histórica de la Nueva España. 1519-1821. México:
Universidad Nacional Autónoma de México, 1986.
Gil Albarracín, Antonio. «Estrategias espaciales de las órdenes mendican-
tes». Scripta Nova. Revista electrónica de geografía y ciencias sociales, X,
n.º 218 (2006). Disponível em formato digital em: http://www.ub.edu/
geocrit/sn/sn-218-45.htm.
Giudicelli, Christophe. «Pacificación y construcción discursiva de la fron-
tera. El poder instituyente de la guerra en los confines del Imperio
(Nueva Vizcaya y Tucumán. Siglo xvii)». Em Máscaras, tretas y rodeos
del discurso colonial en los Andes, ed. Bernard Lavallé, 157-176. Lima:
IFEA-Instituto Riva-Agüero, 2006.
Gomes, João M. «D. Fr. Aleixo de Meneses. Goa – Braga: trajecto de uma
missão». Theologica, 2.ª série, 41/2 (2006): 359-393.
Gómez de Valenzuela, Manuel. «Mandatos de visitas pastorales en la diócesis
de Jaca, 1547-1767». Revista de Derecho Civil aragonés, 15 (2009): 109-164.
Gouveia, António Camões, David Sampaio Barbosa, e José Pedro Paiva,
eds. O Concílio de Trento em Portugal e nas Suas Conquistas: Olhares
Novos. Lisboa: CEHR-UCP, 2013.
Greenleaf, Richard E. «The Inquisition and the Indians of New Spain:
A Study in Jurisdictional Confusion», The Americas, 22 (1965): 138-151.
Greenleaf, Richard E. Inquisición y Sociedad en el México colonial. Madrid:
Ediciones José Porrúa Turanzas, 1985.
Greenleaf, Richard E. La Inquisición en Nueva España, siglo xvi. México:
Fondo de Cultura Económica, 1985.
Grignani, Mario. La Regla Consueta de Santo Toribio de Mogrovejo y la pri-
mera organización de la Iglesia americana. Santiago: Universidad Cató-
lica de Chile, 2009.
Gruzinski, Serge. La colonisation de l’imaginaire: sociétés indigènes et occi-
dentalisation dans le Mexique espagnol, xvie-xviiie siècle. Paris: Gallimard,
1988 [trad. espanhola: La colonización de lo imaginario. Sociedades
indígenas y occidentalización en el México español. Siglos xvi-xviii.
México: Fondo de Cultura Económica, 1991].
Gruzinski, Serge. Les quatre parties du monde. Histoire d’une mondialisa-
tion. Paris: Éditions de la Martinière, 2004 [trad. espanhola: Las cuatro
662
663
664
Lundberg, Magnus. Church Life between the Metropolitan and the Local.
Parishes, Parishioners and Parish Priests in Seventeenth Century Mexico.
Madrid: Iberoamericana, 2011.
Majorana, Bernadette. «Une pastorale spectaculaire. Missions et mission-
naires jésuites en Italie (xvie-xviiie siècle)». Annales, HSS, 57/2 (2002):
297-320.
Maldavsky, Aliocha. «Les encomenderos et l’évangélisation des Indiens dans
le Pérou colonial. ‘Noblesse’ et propagation de la foi au xvie siècle». Em
Le salut par les armes. Noblesse et défense de l’orthodoxie (xiiie –xviie s.)
ed. Ariane Boltanski e Franck Mercier, 239-250. Rennes: Presses Uni-
versitaires de Rennes, 2011.
Maldavsky, Aliocha. «Pedir las Indias. Las cartas indipetae de los jesui-
tas europeos, siglos xvi-xviii, ensayo historiográfico». Relaciones 132
(2012): 147-181.
Maldavsky, Aliocha. Vocaciones inciertas. Misión y misioneros en la provin-
cia jesuita del Perú en los siglos xvi y xvii. Sevilha: Instituto Francés de
Estudios Andinos/Universidad Antonio Ruiz de Montoya/Consejo
Superior de Investigaciones Científicas, 2012.
Maldavsky, Aliocha, «Conectando territorios y sociedades. La movilidad de
los misioneros jesuitas en el mundo ibérico (siglos xvi-xviii)», Histó-
rica, XXXVIII/2 (2014) 71-109.
Maldavsky, Aliocha. «Giving for the Mission: The Encomenderos and Chris-
tian Space in the Andes of the Late Sixteenth Century». Em Space and
Conversion in Global Perspective, eds. Wietse de Boer, Aliocha Maldavsky,
Giuseppe Marcocci e Ilaria Pavan, 260-284. Leiden-Boston: Brill, 2014.
Maldavsky, Aliocha. «Jesuits in Ibero-America: Missions and Colonial
Societies». Em The Jesuits and Globalization: Historical Legacies and
Contemporary Challenges, eds. Tom Banchoff e José Casanova, 92-110.
Washington: The Georgetown University 2016.
Maldavsky, Aliocha, ed. Les laïcs dans la mission. Europe et Amériques, xvi-
-xviiie siècle. Tours: Presses universitaires François Rabelais, 2017.
Maldavsky, Aliocha. «Encomenderos, indios e religiosos en la región de
Arequipa (siglo xvi): restitución y formación de un territorio cristiano
y señoril». Em Invertir en lo sagrado. Salvación y dominación territorial
en América y Europa (siglos xvi-xx), eds. Roberto Di Stefano e Aliocha
Maldavsky. Santa Rosa: UNLPam, 2018.
Marcocci, Giuseppe. «A fé de um império: a Inquisição no mundo por-
tuguês de Quinhentos». Revista de História, São Paulo, 164 (2011):
65-100.
665
666
667
668
Pérez Puente, Leticia. «Los cabildos de las catedrales indianas. Siglos xvi y
xvii». Revista Mexicana de Historia del Derecho, XXXII (2015): 23-52.
Phelan, John Leddy. The millennial kingdom of the franciscans in the New
World: a study of the writings of Gerónimo de Mendieta (1525-1604).
Berkeley: University of California Press, 1956.
Pizzorusso, Giovanni. «Il padroado régio portoghese nella dimensione
‘globale’ della Chiesa romana. Note storico-documentarie con parti-
colare riferimento al Seicento». Em Gli archivi della Santa Sede come
fonte per la storia del Portogallo in età moderna. Studi in memoria di
Carmen Radulet, eds. Giovanni Pizzorusso, Gaetano Platania e Matteo
Sanfilippo, 157-199. Viterbo: Sette Città, 2012.
Pizzorusso, Giovanni, Gaetano Platania, e Matteo Sanfilippo, Gli archivi
della Santa Sede come fonte per la storia del Portogallo in età moderna.
Studi in memoria di Carmen Radulet. Viterbo: Sette Città, 2012.
Pompa, Cristina. Religião como Tradução. Missionários, Tupi e Tapuia no
Brasil Colonial. São Paulo: Edusc, 2003.
Prieto, Andrés I. «The Perils of Accommodation: Jesuit Missionary. Stra-
tegies in the Early Modern World». Journal of Jesuit Studies, 4 (2017):
395-414.
Prosperi, Adriano. «‘Otras indias’: missionari della Controriforma tra con-
tadini e selvaggi». Em Scienze credenze occulte livelli di cultura, 205-234.
Florença: Leo S. Olschki, 1982.
Ramos, Gabriela, «Funerales de autoridades indígenas en el virreinato
peruano». Revista de Indias, vol. 65, nº 234 (2005): 455-470.
Ramos, Gabriela. «Los tejidos y la sociedad colonial andina». Colonial
Latin American Review, 19 (2010): 115-149.
Ramos, Gabriela. Muerte y conversión en los Andes. Lima: IFEA-IEP, 2010.
Ramos, Gabriela. «Pastoral Visitations: Spaces of Negotiation in Andean
Indigenous Parishes». The Americas: A quarterly review of inter-ameri-
can cultural history, LXXIII/1 (2016): 39-57.
Rego, António da Silva, ed., Documentação para a História das Missões do
Oriente, Índia, 12 vols. Lisboa, Agência Geral das Colónias, 1947-1958.
Restrepo, Daniel. Sociedad y religión en Trujillo (Perú), 1780-1790. Bilbao:
Administración de la Comunidad Autónoma Vasca, 1992.
Rex Galindo, David. To Sin no More: Franciscans and Conversion in the
Hispanic World, 1683-183. Stanford: Stanfrod University Press, 2018.
Ricard, Robert. La «conquête spirituelle» du Mexique : Essai sur l’apostolat et
les méthodes missionnaires des Ordres Mendiants en Nouvelle-Espagne de
1522-24 à 1572. Paris: Institut d’Ethnologie, 1933.
669
670
671
672
673
674