Universidade Federal de Sergipe

Discente: Leonardo Santos de Sá Souza

Docente: Renata Ferreira Costa Bonifácio
Disciplina: Produção e Recepção de Texto II

12 Anos de Escravidão
Luta constante

NORTHUP, Solomon. 12 Anos de Escravidão. Brasil, 2014.

Em “12 anos de escravidão” vamos conhecer um homem negro, livre e culto

que, da noite para o dia, literalmente, virou escravo. Solomon era violinista, sabia ler,
escrever, viajou e conheceu diversos locais no norte dos Estados Unidos, assim como
conheceu também o Canadá, algo raro para um homem negro, em um período em que
parte do país estava ainda arraigado à cultura da escravidão.
Solomon, morador de Saratoga Springs, Nova Iorque, recebe uma proposta para,
como violinista, ir para Washington. Diante da oferta tentadora, Solomon viaja com os
dois homens que o contrataram, Brown e Hamilton. Todavia, em certa noite, os
contratantes embriagaram Solomon e este acorda preso aos grilhões da escravidão em
uma senzala da propriedade de James Burch. Nesse momento, Solomon começa a
conhecer um pouco da escravidão, quando, na condição de cativo, foi espancado e
torturado. Ao longo do filme, tomamos conhecimento dos medos, da raiva e das
esperanças de Solomon.
Através do filme, pude vislumbrar um pouco a crueldade em face ao próximo,
no caso a relação do homem branco dos EUA no século XIX, principalmente o sulista
em face ao homem negro. As condições às quais os negros eram postos à prova eram
subumanas, alimentação precária, pior, por exemplo, que dos porcos. Podemos ver onde
estamos agora através da perspectiva da escravidão. Olhe para o tamanho da população
prisional, para os problemas de saúde mental, a pobreza, o desemprego, o feminicídio, a
homofobia. A evidência da escravidão é o que vemos ao redor. Não é uma coincidência.
Não há uma consequência sem causa. Quando penso sobre o tema, me vem uma
sensação de vergonha, e você acaba pensando que uma das razões de estar vivo hoje é
devido a esse passado infeliz.
 Outro fato que saltou aos meus olhos era que alguns senhores de escravos não
eram cruéis, todavia utilizavam de passagens do velho testamento para controlar os
negros e assim não ter que castigá-los, puni-los, obrigando-os a cumprirem as ordens
dadas.
Por algumas vezes, tive que parar de assistir, é um filme repleto de detalhes, do
ambiente, do trabalho e da vida dos escravos. Parei algumas vezes porque fiquei
cansado de ver as crueldades, mas se trata de uma grande história. Solomon ainda nos
traz e nos mostra sua determinação para viver, uma força colossal que, durante 12 anos,
venceu barreiras. Muito dessa vontade se deu pelo fato de querer rever muito a família e
também pela fé em Deus que nunca deixou de ter, pode ter alguns momentos duvidado,
mas não abandonou sua fé jamais.
Baseado no livro do próprio Solomon Northup, 12 anos de Escravidão não é um
filme fácil, mas definitivamente vale o desafio.