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CINOMOSE

PROF: Thaís Carneiro


2022.2
CINOMOSE
• É uma doença multissistêmica que afeta os
sistemas respiratório, gastrointestinal e
nervoso do animal.
• Os vírions são altamente contagiosos,
transmitidos por aerossolização de fluido nasal,
oral e ocular.
• Aspectos como condição imunológica, idade
do animal e cepa viral influenciam
no quadro clínico
CINOMOSE
↑ morbidade e ↑ mortalidade
Maior prevalência: entre 3 e 6 meses
✦ Sem predileção de sexo ou raça

O período de incubação varia de 1 a 4 semanas


CINOMOSE
✦ 19 linhagens identificadas

✦ ✦ Virulência variada/Tropismo variado.


Família Paramyxoviridae
Gênero: Morbillivirus

canine distemper virus (CDV)


Vírus da cinomose canina
• Esféricos - 150 nm
• Envelopados
• RNA fita simples
• Polaridade negativa
As proteínas H e F são glicoproteínas do
envelope do vírus são importantes no
reconhecimento dos receptores
celulares do vírus e na entrada na célula
hospedeira.
• A proteína hemaglutinina (H) medeia a
ligação viral à membrana cellular –
adsorção.
• A proteína de fusão (F) executa a fusão
das membranas viral e celular,
possibilitando a entrada do genoma viral
no citoplasma.
SLAM - células T ativadas, células T de memória, células B, monócitos ativados e células dendríticas -
RECEPTORES DE CÉLULAS LINFÁTICAS

NECTINA-4 - RECEPTORES DE CÉLULAS EPITELIAIS

O CDV liga-se ao domínio


variável (V) de SLAM ou nectina-4
em células imunes ou células
epiteliais, respectivamente.
A nectina-4 é expressa em células epiteliais
glandulares brônquicas, bronquiolares,
gástricas e intestinais, células epiteliais de
transição, epitélio da pelve renal, epitélio da
amígdala e queratinócitos da epiderme.
Nos estágios iniciais da infecção:

O vírus entra no trato respiratório e interage


com células imunes SLAM-positivas →
provavelmente células dendríticas ou
macrófagos alveolares.

Essas células então trafegam para os linfonodos


de drenagem locais → onde o vírus se espalha
para as células T e B.
Nos estágios iniciais da infecção:

Usando SLAM como receptor, o CDV se


replica principalmente em linfócitos e
macrófagos no trato respiratório →
depois se propaga nos linfonodos antes de
se disseminar no corpo.

O reconhecimento SLAM é essencial para


a infecção do tecido linfático por CDV.
As células imunes circulantes infectadas posteriormente disseminam o vírus por todo o
sistema linfático →seguido de disseminação viral para os tecidos epiteliais via contato com
nectina-4.

A nectina 4 é comparativamente conservado → permite a disseminação viral célula a


célula
As células imunes infectadas transmitem CDV para células epiteliais das vias aéreas
através de receptores de nectina-4 localizados em sua superfície basolateral → Essas
células infectadas liberam o vírus da superfície celular apical, permitindo mais infecção e
disseminação da doença
A neuroinvasão do CDV ocorre predominantemente pela via hematogênica através de
linfócitos infectados que penetram na barreira hematoencefálica.

O CDV pode invader o SNC pela via anterógrada → utilizando o bulbo olfatório como o
principal órgão-alvo viral.
Uma vez que o vírus invade o sistema nervosa → os sintomas neurológicos manifestam-se
predominantemente como:

• Mioclonia → Contração, tremor ou espasmo involuntário do músculo,


• Nistagmo → movimentos involuntários e repetitivos dos olhos,
• Ataxia,
• Déficit de reação postural e
• Tetraplegia.
O envolvimento do SNC é uma complicação que muitas vezes ocorre em paralelo ou
subsequente à infecção de outro órgão→ Os sintomas clínicos e a neuropatia variam de
acordo com os sintomas neurológicos e alterações patológicas nas fases aguda e tardia da
infecção por CDV.

A desmielinização→ uma alteração patológica típica causada pela infecção por CDV no
cérebro → coincide com a infecção por CDV dos astrócitos→ SLAM e nectina-4 não foram
detectados em astrócitos (sustentação e a nutrição dos neurônios)
O CDV pode infectar uma variedade de células nervosas no SNC por meio de receptores
neurais ainda não identificados, como o GliaR, que está relacionado à infecção de células
gliais.

A identificação dos alvos do gene hospedeiro necessários para a infecção viral pode fornecer
candidatos promissores para a inibição farmacológica.
Um curso rápido e fatal da doença está correlacionado com viremia persistente e falta de
anticorpos neutralizantes de vírus no soro -→ Resposta imune antiviral robusta pode permitir
que o indivíduo infectado elimine o vírus, resultando em recuperação.

Cães jovens são mais propensos a desenvolver doença aguda do que cães adultos.
Quais espécies
são
acometidas?
Três mustelídeos e um canídeo (raposa vermelha) apresentaram sinais clínicos ➔
consistentes com o surgimento de uma cepa viral altamente patogênica ➔ antígeno
CDV localizado principalmente no sistema nervoso central, pulmões, baço e nódulos
linfáticos.
A análise foi conduzida em dados de vigilância passiva de casos de cinomose canina
(CDV) -positivos de mamíferos selvagens entre janeiro de 1975 e dezembro de 2019.

964 casos de 17 estados eram CDV positivos:


646 guaxinins, 254 raposas cinzentas, 33 gambás listrados, 18 coiotes, 4 raposas
vermelhas, 3 lobos cinzentos ,3 ursos negros, 2 visons americanos e 1 doninha de
cauda longa.
Surto de infecção pelo vírus da doença canina (CDV) entre pandas gigantes (Ailuropoda
melanoleuca) em perigo de extinção ➔ 5 dos 6 pandas gigantes infectados com CDV morreram.
O panda gigante sobrevivente foi anteriormente vacinado contra o CDV.

Estas descobertas demonstram que os pandas gigantes são susceptíveis ao CDV e sugerem que a
vigilância e vacinação entre todos os pandas gigantes em cativeiro são necessárias para apoiar os
esforços de conservação desta espécie ameaçada.
População de leões do Parque Nacional do Serengeti, na Tanzânia, no início de 1994, resultando
em doença neurológica fatal caracterizada por convulsões e mioclonia ➔ os leões que morreram
tiveram encefalite e pneumonia.

Em agosto de 1994 ➔ 85% da população de leões do Serengeti ➔ anticorpos anti-CDV.


Quais espécies
são acometidas?
Até o momento,
NÃO!
CDV expandiu a sua gama de hospedeiros para primatas não humanos. Um grande
surto de CDV ocorreu em macacos rhesus na província de Guangxi, China, em 2006,
seguido de outro surto em macacos rhesus em Pequim em 2008. Em 2008 no Japão,
um surto de CDV também ocorreu em macacos cinomolgos importados da China.
Nesse surto, 46 macacos morreram de pneumonia grave.
• O CDV pode se adaptar a espécies hospedeiras relacionadas por meio de mutações na
região de ligação ao receptor da proteína H para maior virulência.

Substituições de aminoácidos únicos na proteína H, como D540G ou Y549H, têm sido


associadas à atividade de fusão aprimorada em células que expressam SLAM humano e
adaptação viral a novos hospedeiros.
NÃO É
ZOONOSE!!
MAS....

Abordagem in vitro ➔ sugerindo a possibilidade de que o CDV


interaja com os receptores SLAM humanos (hSLAM) e Nectina-4
humana para infectar linhas celulares humanas, o que poderia
implicar uma potencial transmissão cruzada de CDV de cães para
humanos.
• Estudos mostraram que o CDV tem a possibilidade justa de emergir como um patógeno
humano com poucas mutações

Como o MeV (vírus do sarampo) apresenta imunidade de proteção cruzada com o CDV,
apenas a população não imunizada para o MeV pode ser suscetível ao novo CDV
Como é
transmitido?
A transmissão do vírus ocorre por
meio de aerossóis e gotículas
infectantes provenientes das
excreções e secreções corpóreas
dos animais infectados.

Após a inalação, no intervalo de 24


horas, o virus é carreado através de
vasos linfáticos para as tonsilas,
linfonodos faríngeos e brônquicos,
onde ocorre a replicação.
Período de transmissão: 2 a 3 semanas / 3
meses

RNA viral em excreções → potencial


infecção??

O estudo de cinética baseado em RT-qPCR


demonstrou a disseminação do vírus:
• Reto (4 a 20 dias pós-infecção/dpi),
• Nariz (2 a 20 dpi),
• Sangue (2 a 12 dpi ),
• Animais infectados excretam vírus na urina até 60-90
dias após a recuperação da fase aguda da doença.
Animais de todas as idades são afetados → não vacinados

Os animais jovens não vacinados geralmente


são os mais acometidos.

Os sinais clínicos são depressão, indisposição,


secreção óculo-nasal, tosse, diarreia ou sinais
de comprometimento do sistema nervoso
central.
RESISTÊNCIA
• O isolamento dos animais doentes e a desinfeção ambiental são importantes
formas de controle.

• O fato de ser um vírus envelopado o faz bastante sensível ao ambiente,


facilmente inativado pelo calor, ressecamento e desinfetantes e, por essa razão,
o contato entre cães doentes é importante para manutenção da infecção.

• Cães infectados podem eliminar o vírus para o ambiente antes mesmo de


apresentarem sinais clínicos → pode perdurar por até três meses, mas
comumente acontece por duas semanas → é bastante fácil eliminá-lo do
ambiente.
RESISTÊNCIA
• O vírus sobrevive menos de um dia em temperatura ambiente e apenas trinta
minutos em temperaturas de 50°C a 60°C.

• Em tecidos e secreções, ele sobrevive por 1 hora a 37°C, por 3 horas em 20°C e
por semanas entre 0°C e 4°C.

• É susceptível ao éter, clorofórmio, diluições de formalina, fenol ou amônia


quaternária.
TRANSMISSÃO
Resposta
imune

Mortalidade: 50-90% ➔ importante evitar a progressão com


danos neurológicos
SINAIS CLÍNICOS
Após o período de incubação de seis dias ou mais → surge a primeira fase clínica da
cinomose → geralmente passa despercebida ao proprietário e corresponde à ocorrência de
pico febril e ao comprometimento dos órgãos linfoides

→ O animal no início da infecção pode apresentar sinais clínicos leves como: anorexia,
desidratação, depressão, além do pico febril de 39,5 a 41°C.

→ Seus sinais clínicos não seguem uma ordem especifica e podem apresentar-se
isoladamente ou de forma continua.

Um segundo pico febril pode acontecer, fazendo com que esses sinais sejam percebidos de
forma mais intensa → Outros sinais podem surgir como: a secreção nasal, ocular e a
febre pode continuar intermitente no decorrer dos dias.
SINAIS CLÍNICOS
A doença após a fase aguda pode desenvolver-se em quatro fases manifestando os
sinais clínicos de acordo com o local acometido, sendo elas:

• Respiratória,
• Gastrointestinal,
• Cutânea e
• Nervosa
SISTEMA RESPIRATÓRIO
• Rinite;
• Conjuntivite;
• Descarga oculonasal serosa a
mucopurulenta;
• Tosse produtiva com taquipneia,
• Dispneia e
• Ausculta pulmonar anormal
(crepitações), sendo que estes são
induzidos pela pneumonite intersticial
(efeito viral primário) evoluindo para
uma broncopneumonia generalizada
por infecção bacteriana secundária.
SISTEMA GASTROINTESTINAL
• Vômito,
• Diarreia sanguinolenta ou sem a presença de
sangue,
• Febre, anorexia, desidratação, consequentes
das infecções secundarias.
FORMA CUTÂNEA
• Hiperqueratose de coxins e focinho,
• Dermatite com pústulas abdominais,
• Descamação abdominal
• Além disso, as manifestações oculares
também são bastante comuns como a
ceratoconjuntivite seca e uveíte que se não
tratadas podem acarretar cegueira
SISTEMA NERVOSO

• A fase nervosa demonstra alterações comportamentais como por exemplo vocalizações,


convulsões, contração rítmica persistente de músculo, movimentos de andar em círculos
ou movimentos de pedalagem.

• A mortalidade nesta fase varia de 30 a 80%, aqueles que sobrevivem geralmente


apresentam sequelas.

• As convulsões e as paralisias dos membros pélvicos são os mais frequentemente vistos na


forma neurológica da doença.
SISTEMA NERVOSO
→ A mioclonia na cinomose pode ocorrer durante a fase aguda da doença, mas é observada
com maior frequência na fase crônica, relacionada com a hiperexcitabilidade dos neurônios
motores inferiores.

A mioclonia já foi considerada patognomônica de infecção pelo vírus da cinomose canina, no


entanto já é relatada em outras desordens inflamatórias do SNC, embora com bem menos
frequência.

O mecanismo das mioclonias na cinomose ainda não é bem compreendido → Estudos


experimentais sugerem que lesões focais na substância cinzenta da medula espinhal podem
desencadear as mioclonias do pescoço, tronco e membros causadas por lesão no neurônio
motor inferior.
SISTEMA NERVOSO
Encefalite aguda
Encefalite crônica

• Mioclonia,
• Nistagmo,
• Ataxia,
• Tetraparesia ou plegia
SINAIS CLÍNICOS
A primeira evidência da presença da infecção é sugerida na fase respiratória pelo sinal
clínico de secreção ocular ou nasal, serosa a mucopurulenta, seguidas dos
demais sintomas observados nessa fase.

A fase gastrointestinal → animal pode apresentar diarreia e vômito.

Na fase cutânea, são mais observados hiperqueratose dos coxins plantares e no nariz.

Os sinais neurológicos → cerca de 30% dos cães são acometidos, e aproximadamente


10% dos animais com sinais neurológicos acabam indo a óbito por encefalite aguda.
Apesar da recuperação de alguns pacientes, muitos podem ficar com
sequelas permanentes da doença como mioclonias, ataxia, paresia, incoordenação e
até hiperexcitabilidade.
SINAIS CLÍNICOS

Apesar dessas etapas da progressão da doença, alguns animais podem apresentar


sintomas de mais de uma fase concomitantemente ou não apresentar alguma das
fases.
• Sinais respiratórios e gastrointestinais
são os sinais mais comuns no final de 6
a 10 dias pós-infecção, juntamente
com erupções cutâneas na forma de
manchas eritematosas cujo o diâmetro
varia entre 3 e 8 mm, inicialmente na face
e pescoço. ➔ Um número crescente
de manchas aparecem ao redor da
boca enquanto a infecção progride.

• CDV pode infectar as células epidérmicas


➔ Os queratinócitos da almofada plantar
são comumente infectados➔ A detecção
do antígeno viral nas biópsias da almofada
plantar servem como um diagnóstico para
CDV.
Tan. B., et.al 2011
DIAGNÓSTICO

ANAMNESE
+

SINAIS CLÍNICOS (inespecíficos!)


ENFERMIDADE MULTISSISTÊMICA
+

EXAMES LABORATORIAIS
DIAGNÓSTICO
Rotineiramente a maioria dos diagnósticos presuntivos são baseados em:

• anamnese,
• sinais clínicos e
• achados hematológicos consistentes como a observação de corpúsculos de
Lentz podendo ser visualizado em hemácias e/ou leucócitos normalmente
na fase virêmica da infecção.
EXAMES LABORATORIAIS
• ISOLAMENTO VIRAL → células de rim de furão, cultura de macrófagos alveolares
de cães e células Vero.
EXAMES LABORATORIAIS
• DETECÇÃO DE ANTICORPOS

Embora o teste de neutralização de vírus seja o padrão ouro é demorado e requer habilidades de
virologia convencionais para realizar o teste e o manuseio de vírus vivos → Isso o torna menos
preferível em relação a outros ensaios imunológicos como ELISA.
EXAMES LABORATORIAIS
• DETECÇÃO DE ANTICORPOS

O ELISA é amplamente utilizado para detectar anticorpos IgM e IgG até três meses de infecção em
cães e hospedeiros não caninos, além de fornecer especificidade e sensibilidade consistentes como
teste de neutralização do soro.

→ Normalmente buscam anticorpos circulantes contra o vírus → é uma técnica relativamente


simples e barata → tem sido bastante utilizada para a confirmação do diagnóstico da doença.
EXAMES LABORATORIAIS
• TESTE RÁPIDO:
ImmunoComb VacciCheck® Parvovirose & Cinomose & Hepatite IgG;
Cinomose Ag test kit/Easy Alere; SensPERT™ Cinomose
https://www.youtube.com/watch?v=gtWp6EZV-7A
https://www.youtube.com/watch?v=hkCBaBvMc88
EXAMES LABORATORIAIS
Hemograma:

• Leucopenia em fases iniciais


• Linfopenia
• Trombocitopenia
• Anemia normocítica normocrômica
EXAMES
LABORATORIAIS
A detecção de corpúsculos de Lentz, pode
ser realizada nos tecidos em que ocorreu
a replicação viral.

Essas inclusões são detectadas com maior


frequência em células sanguíneas.
EXAMES LABORATORIAIS
• RT-PCR

A detecção do ácido nucleico não requer o vírus vivo nas amostras, conforme exigido no isolamento
do vírus.

Os ensaios moleculares apresentam a vantagem de detecção sensível e específica em amostras


antemortem e post-mortem.

RT-PCR é o teste de diagnóstico molecular amplamente utilizado.


EXAMES LABORATORIAIS
• Histopatologia do SNC

A histopatologia do sistema nervoso também é uma forma de confirmar o diagnóstico da


enfermidade, porém é utilizada apenas após o óbito dos animais.
TRATAMENTO
TRATAMENTO

RESPOSTAS VARIÁVEIS

DIFERENTES APRESENTAÇÕES CLÍNICAS

TRATAR OS SINAIS CLÍNICOS + TERAPIA DE SUPORTE =


ELIMINAÇÃO VIRAL
TRATAMENTO
• Incialmente → isolamento do animal acometido pela doença para que não ocorra a
disseminação entre outros animais.

• Rotina clínica indica-se o tratamento sintomático

• Protocolo terapêutico : fluidoterapia, antibioticoterapia, fluidoterapia,


antibioticoterapia, administração de vitaminas, imunoestimulantes,
anticonvulsivantes, antieméticos → a depender dos sintomas apresentados pelo
animal, o qual deve ser acompanhado para ajustes e melhor eficácia do tratamento
proposto.
TRATAMENTO
• Rotina clínica indica-se o tratamento sintomático

• Protocolo terapêutico : nutrição e hidratação, administração de antimicrobianos,


anticonvulsivantes, corticosteróides e complexos vitamínicos, a depender dos sintomas
apresentados pelo animal, o qual deve ser acompanhado para ajustes e melhor eficácia
do tratamento proposto.
TRATAMENTO
• Dentre os tratamentos mais citados na literature → Uso da ribavirina → antiviral que
apresenta um mecanismo de ação que atua interferindo na síntese de mRNA viral.

• A ribavirina na dose de 30mg/kg ao dia, por via oral, vem sendo associada com o
dimetil-sulfóxido (DMSO) na dose de 20mg/kg ao dia de forma intravenosa, diluído em
solução 10 a 20% de cloreto de sódio (NaCl) a 0,9% ambos por 15 dias (FREIRE e
MORAES, 2019)

• Essa interação pode servir como uma maneira de transportar o fármaco por
membranas celulares → O DMSO é um antinflamatório com propriedades solventes,
e ajuda o medicamento a ultrapassar as barreiras da célula.
TRATAMENTO
• O tratamento dos distúrbios neurológicos na cinomose são menos compensatórios →
a encefalite multifocal progressiva → pode resultar em tetraplegia e até situações em
que a eutanásia é recomendada.

• Não é uma opção inicial sacrificar os cães, a não ser que os distúrbios neurológicos
evoluam ou sejam incompatíveis com a vida.

• O medicamento indicado para controle das convulsões é Diazepam (0,5 a 2 mg/kg),


no estado epiléptico, e fenobarbital como manutenção preventiva. Primidona ou
brometo de potássio são opções alternativas, podendo ser necessárias combinações
ou doses maiores em casos refratários (GREENE, 2015).
TRATAMENTO
• Em cães que apresentam conjuntivite ou lesões das córneas devido a infecção
bacteriana, é recomendado o uso de colírios.

• Alguns antibióticos de amplo espectro como a ampicilina, amoxicilina + clavulanato,


amoxicilina, cloranfenicol, são eficazes no tratamento e controle das infecções
oportunistas.

• Em animais que apresentem secreções mucopurulentas, podem ser prescritos


expectorantes mucolíticos como a bromexina e Nacetilcisteína para facilitar a
eliminação das secreções.

• A nebulização com soro fisiológico ou com N-acetilcisteína é usada para umidificar e


facilitar a expectoração.
TRATAMENTO
• Para auxiliar na melhora clínica dos animais também é feita a suplementação vitamínica.
Vitaminas funcionam como catalisadoras ou reguladoras do metabolismo. A Vitamina A atua
na proteção e regeneração de epitélios na dose de 400 UI/Kg/ 24h IM ou VO.

• As vitaminas do Complexo B atuam na fisiologia nervosa e atuam como ótimo excitador do


apetite.

• As vitaminas C e E atuam como antioxidantes, protetores de membranas celulares,


fornecendo nutrientes para as células e ajudam no combate da formação de radicais livres.

Quanto às sequelas, algumas terapias são aplicadas à nível neuro-funcional da cinomose


canina. Dentre elas se destaca a acupuntura, fisioterapia e hidroterapia
SORO HIPERIMUNE

https://www.youtube.com/watch?v=cBbkpQ2tono
TRATAMENTO
VACINAÇÃO
As cepas de vacinas de vírus inativados com formalina foram usadas anteriormente para fornecer
imunidade ativa aos cães → A vacina inativada induz menos títulos de anticorpos e é menos eficaz.

As cepas vivas atenuadas por cultura de células, Ondersteepoort, Synder Hill, Lederle, Convac e
Rockborn são amplamente utilizadas como vacinas vivas atenuadas. Essas cepas de vacina fornecem
imunidade efetiva até 4,4 anos em cães.
VACINAÇÃO
As cepas vacinais amplamente utilizadas pertencem à linhagem America-1, que possui variação
genética significativa das cepas circulantes de CDV.

Verificou-se que a cepa Rockborn possui a virulência residual que causa encefalite pós-vacinação,
portanto seu uso foi retirado em meados da década de 1990.
VACINAÇÃO
As vacinas existentes no mercado são vivas atenuadas ou recombinantes.

As vacinas vivas atenuadas possuem o vírus enfraquecido após processo de atenuação de sua
virulência, enquanto que, a vacina recombinante utiliza um vetor onde se insere parte do genoma
do Morbillivirus, responsável pela expressão dos epítopos imunogênicos (H e F) que conferem a
proteção → Portanto, a reversão de virulência não é possível acontecer com essa tecnologia,
conferindo extrema segurança.
VACINAÇÃO
• Inomune®, Nobivac®, Duramune®, Eurican® e Vanguard® ➔
Vacinas com vírus atenuado.

Recomenda-se aplicação de dose em filhotes após o declínio dos anticorpos maternos → 6/8
semanas.

O intervalo preconizado entre as doses deve ser em torno de três a quatro semanas, sendo que a
última dose deve ser realizada por volta da décima sexta semana de vida e, depois, com um ano
de idade, para se transpor a interferência dos anticorpos maternos.

Conservação adequada!
VACINAÇÃO
RELATOS DE ENCEFALITE PÓS VACINAL:

1) Atenuação inadequada do vírus que pode ocorrer em


determinados lotes de vacinas multivalentes;

2) Vacinação de animais imunossuprimidos;

3) Diferenças antigênicas entre as cepas vacinais e


selvagens, com geração de anticorpos vacinais não
neutralizantes o suficiente para evitar infecção pela
cepa de campo;
VACINAÇÃO
Recombitek®

Poxvírus aviário como vetor dos genes das glicoproteínas F e H do CDV

• Incapazes de se replicar na célula hospedeira, mas podem


induzir resposta imune apropriada do hospedeiro sem
possibilidade de efeito adverso grave .
https://www.youtube.com/watch?v=OtdHYdCNT98
https://www.youtube.com/watch?v=r_mue_k-iDw
https://www.youtube.com/watch?v=uSOfMnVkmpo
https://www.youtube.com/watch?v=pjcpBgH1uhE

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