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GOVERNO DO ESTADO DO PARÁ

SECRETARIA DE ESTADO DE CULTURA – SECULT

TERMO DE REFERÊNCIA

CONCURSO PÚBLICO NACIONAL DE ESTUDO PRELIMINAR DE


ARQUITETURA, URBANISMO E PAISAGISMO PARA O PARQUE DA
CIDADE – BELÉM/PA

A Secretaria de Estado de Cultura do Estado do Pará, doravante denominada


SECULT-PA, faz saber que institui o Concurso Público Nacional de Estudo
Preliminar de Projeto de Arquitetura, Urbanismo e Paisagismo para o Parque da
Cidade, no município de Belém, Pará, de acordo com o edital de Concurso
número 01/2020 e nas condições estabelecidas no presente Termo de
Referência, disponibilizados no site oficial do Concurso.

1. APRESENTAÇÃO

O presente Termo de Referência - TR expõe as necessidades da Secretaria de


Estado de Cultura do estado do Pará - SECULT e estabelece as condições,
especificações técnicas e diretrizes arquitetônicas, urbanísticas e paisagísticas,
a serem consideradas na concepção e apresentação do Estudo Preliminar para
o Parque de Belém, no Município de Belém/PA.

Este TR é composto das condições, especificações técnicas e diretrizes


arquitetônicas, urbanísticas e paisagísticas, programáticas e conceituais a serem
consideradas na concepção e apresentação do Estudo Preliminar para o Parque
da Cidade. Deverão ser propostas soluções viáveis do ponto de vista técnico,
econômico e financeiro, adaptadas às condições especificadas no Edital e neste
TR, visando a construção de um parque urbano capaz de atender plenamente
aos anseios da população de Belém e do Pará;

Dos Promotores do Concurso etapa 2


A promoção deste Concurso etapa 2 será realizada pela Secretaria de Estado
de Cultura do Pará - SECULT, órgão da administração direta do Estado, criada
pela Lei nº 4.589, de 18 de novembro de 1975, com a alteração da Lei nº 5.397,
de 13 de outubro de 1987, e inscrita no CNPJ sob o nº 05.252.176/0001-54, aqui
denominada SECULT-PA, com sede à Avenida Governador Magalhães Barata,
830 – São Brás – Belém /PA – CEP. 66.060-281, na condição de Promotor
Organizador.

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Da convocação do Concurso
A Secretaria de Cultura do Estado do Pará (SECULT) em conjunto com a
Fundação de Amparo da Pesquisa (FADESP) vêm pelo presente TR, nos termos
dos artigos 13, § 1° e 22, inciso IV, § 4° da Lei n° 8.666, de 21 de junho de 1993,
tornar pública a realização de licitação na modalidade concurso – Concurso
Público Nacional de Anteprojeto de Arquitetura – com vistas a construção do
novo Parque da Cidade.

2. OBJETIVO DO CONCURSO
A presente licitação, na modalidade concurso, nos termos do Art. 13,
inciso I, § 1º e Art. 22, inciso IV, § 4º da Lei nº 8.666, de 1993, tem por objeto a
seleção da melhor proposta de estudo preliminar de arquitetura para o Parque
de Belém, a ser construído onde atualmente funciona o Aeroporto de Belém
Brigadeiro Protásio de Oliveira, situado na Av. Júlio César, nº 3034/3782 –
Souza, Belém – PA, 68447-000.

CONCEITO
O Parque de Belém será um parque urbano de lazer que proporcione à
população acesso a atividades esportivas, de recreação e manifestações
culturais, integradas com a natureza, primando pela interação entre diferentes
perfis sociais e etários, deste modo cumprindo sua função ambiental e
paisagística.

3. CARACTERIZAÇÃO DA ÁREA DO PROJETO

A área-objeto deste TR, denominada “Aeroporto de Belém Brigadeiro Protásio


de Oliveira” (ABBPO), localiza-se na cidade de Belém, capital do Estado do Pará.
Belém é, segundo o IBGE, a 2ª capital mais populosa entre os nove Estados da
Amazônia Legal, com 1.492.745 habitantes (população estimada), e a 12ª entre
as 27 capitais do Brasil. Com uma área aproximada de 1.060 km2 de superfície,
distribuídos entre partes continental e insular, Belém é conhecida como uma
capital de altas temperaturas, elevada umidade relativa do ar, frequentes e
abundantes chuvas, além de traços culturais marcantes, dentre os quais se
destacam a culinária, a música, a religiosidade e as peculiaridades da língua
falada.
Historicamente, Belém é uma cidade dotada de marcante mistura entre a
originalidade indígena e cabocla, e elementos derivados da colonização
europeia, especialmente portuguesa, a qual no ano de 1616 fundou a cidade, a
partir da chegada na Baía do Guajará e da construção do Forte do Presépio,
depois Forte do Castelo. A cidade é também bastante conhecida pela grande

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quantidade de rios e igarapés que entrecruzam e ainda hoje persistem. É


considerada a “capital mais chuvosa do país”, o que se deve ao seu clima
equatorial e localização à região nordeste da Floresta Amazônica.

3.1. A área do Aeroporto de Belém Brigadeiro Protásio de Oliveira”


(ABBPO)
Atualmente, em razão de sua finalidade aeroportuária, o espaço do
ABBPO é constituído principalmente de um descampado, com poucas
edificações, constituído principalmente da pista de pouso e decolagem com
1.161,81 m de comprimento e 30,01 m de largura, que se dispõe em sentido
paralelo à Avenida Júlio César, principal corredor viário de acesso ao Aeroporto
Internacional de Belém Júlio Cezar Ribeiro, também conhecido como Aeroporto
Internacional de Val-de-Cães (Figura 01). Os aeroportos distam cerca de 4 Km
e operam de maneiras amplamente distintas: enquanto o ABBPO opera voos
menores, táxis aéreos e em geral aeronaves “lentas”, o Internacional é o que
opera os voos comerciais das grandes companhias nacionais, de jatos rápidos.
O Projeto em nível de Estudo Preliminar de Arquitetura, Urbanismo e
Paisagismo, deverá respeitar a Poligonal de Projeto com área total de 51,93
hectares, tal como representada nas bases do concurso publicadas no site do
concurso (www.projetocidade.com).

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Figura 01: Delimitação da poligonal do Aeroporto de Belém Brigadeiro Protásio de Oliveira


(ABBPO) em Belém, Pará. Fonte: Google Earth, 2020.

3.2. Aspectos a serem observados

3.2.1. Resultado da consulta pública


Conforme previsto no Edital do Concurso Público para Projeto de
Arquitetura, Paisagismo e Urbanismo para o Parque da Cidade, foi realizada
etapa preliminar de consulta pública pela SECULT por meio de votação online
no site e em aplicativo específico com o intuito de gerar subsídios para a
elaboração do estudo preliminar pela sociedade. Assim, as propostas a serem
encaminhadas deverão contemplar no escopo da proposta de estudo preliminar
os três elementos mais votados conforme o resultado da consulta pública
realizada. Os três itens mais votados por eixo temático estão abaixo
discriminados, os quais se tornam obrigatórios nas propostas são:

Eixo Cultura e Economia criativa

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1. Espaço gastronômico
2. Espaço(s) cobertos para apresentações culturais
3. Teatro

Eixo Lazer e Esporte


1. Ciclovia e bicicletário
2. Estação de hidratação (bebedouros, chuveiros, etc).
3. Quadras poliesportivas cobertas

Eixo Paisagístico e ambiental


1. Trilhas para caminhadas e corrida
2. Áreas para piquenique
3. Lago (preferencialmente com dispositivo de movimento de águas - "Balé
das Águas")

Os itens abaixo discriminados, pela votação expressiva na consulta pública se


configuram como preferenciais para compor as propostas:

Eixo Cultura e Economia criativa


1. Espaço coberto para empreendedorismo criativo
2. Anfiteatro
3. Memorial da aviação
4. Galeria ao ar livre (esculturas e monumentos)

Eixo Lazer e Esporte


1. Espaço PET
2. Parque infantil
3. Academia ao ar livre
4. Paredão para escalada/rapel
5. Parque de skate

Eixo Paisagístico e ambiental


1. Espaço de ecoturismo
2. Jardins temáticos

3.2.2. Usos existentes no interior do Polígono do Projeto


As propostas dos projetos de arquitetura, paisagismo e urbanismo
deverão observar os usos existentes no interior do polígono e no seu entorno
(Figura 02) do projeto a saber:

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● Massa vegetada em área com necessidade de preservação de nascente


de curso d’água;
● Infraestrutura de drenagem construída em função das pistas de pouso
existente e de táxi aéreo, assim como de energia elétrica e abastecimento de
água para o terminal de passageiros do Aeroporto Brigadeiro Protásio, hangares
do Aeroclube e pavimentação viária;

Figura 02: Usos internos ao polígono do projeto e no entorno. Fonte: Google Earth, 2020.

Em relação aos acessos à área do projeto: atualmente o ABBPO possui


acessos pela Av. Júlio César, Rua Brigadeiro Protásio, Av. Senador Lemos e Av.
Dr. Freitas. A observância da integração viária ao restante do bairro e demais
áreas da cidade deve nortear as proposições urbanísticas em respeito ao Plano
Diretor, tanto no que se refere a restrições construtivas como a diretrizes viárias
que perpassam o polígono do projeto visando sua integração conforme
discriminado abaixo;

Relação com o sistema viário do entorno: o polígono da área do projeto


encontra-se no interstício entre a Av. Júlio César, Av. Doutor Freitas, na
confluência da Av. Senador Lemos, a Av. Brigadeiro Protásio à altura do Hangar
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Centro de Convenções da Amazônia. Esta localização já é objeto de usos


diversos e, além da circulação viária que o Projeto do Parque deve considerar,
há intensa utilização da Av. Júlio César como local de exercícios, caminhadas e
corrida, bem como instalações já existentes no espaço localizado entre a Av.
Doutor Freitas e Av. Pedro Álvares Cabral à altura do elevado ali existente.
Requer atenção para possíveis problemas de congestionamento em função da
introdução de novos usos por meio do projeto do parque. Por outro lado, há de
se considerar que a integração do futuro parque com o sistema viário existente
ou a ser complementado deve contribuir para fomentar soluções de mobilidade
que beneficiem a circulação na cidade em diferentes escalas e modais.

Usos existentes no entorno imediato do polígono do projeto: assim como


os usos existentes internos na poligonal do projeto, há de se observar a definição
de fluxos específicos, com diferentes alternativas de acesso de acordo com o
zoneamento de usos proposto para o parque. Deve-se prever soluções para a
promoção da articulação com o tráfego existente e o tráfego futuro, estimando o
incremento de demanda de acesso ao parque e seus impactos nas vias de
entorno. Os usos do entorno, listados abaixo, posteriormente detalhados em
seus aspectos geográficos a seguir, são:

● Área murada do conjunto habitacional 14 Bis;


● Hangar Centro de Convenções da Amazônia;
● Sede local do Sistema de Proteção da Amazônia (SIPAM);
● Sede local do Serviço de Patrimônio da União (SPU);
● Complexo Viário composto pelo elevado na interseção das Av. Pedro
Álvares Cabral, Av. Doutor Freitas e Av. Júlio César;
● Aeroporto Internacional de Belém Val-de Cans - Júlio César Ribeiro de
Souza;
● Supermercado Atacadista (em construção);
● Parque Ecológico Municipal Gunnar Vingren;
● Parque Ambiental de Belém.

3.2.3. Aspectos Urbanísticos


A área de trabalho objeto deste Termo de Referência se localiza no bairro
do Souza, fazendo limite com o bairro Sacramenta, Pedreira, Marco e
Marambaia. O Parque de Belém, uma vez criado, deverá guardar uma estreita
relação de conexão e dialogicidade com estes bairros, além das diretrizes
previstas na Lei Municipal nº. 8.655/2008 – Plano de Diretor da Cidade de
Belém.

O bairro do Souza é caracterizado pela baixa densidade populacional


(32,06 hab/ha) devido, principalmente, a dois fatores: pela sua maior parte ser
composta por áreas institucionais, do Cinturão Institucional de Belém (CI) e por
possuir diretriz de baixa verticalização de acordo com a legislação urbanística

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em vigor. O entorno é formado pelos bairros do Marco, Pedreira, Sacramenta e


Marambaia, os quais apresentam diferentes densidades demográficas: o bairro
do Marco possui 134,58 hab/ha, a Pedreira 188,97 hab/ha e Sacramenta 187,13
hab/ha, os quais estão entre os dez bairros com maior densidade demográfica
de Belém, segundo o IBGE, 2010 (Figura 03).

Figura 03: Representação esquemática da área do Aeroporto de Belém Brigadeiro Protásio de


Oliveira (ABBPO) e de seu acesso principal, em relação aos bairros da cidade de Belém
(2019).

A área também está localizada dentro do limite do chamado Cinturão


Institucional, o qual compreende às áreas de domínio da União presentes na
extensão da Primeira Légua Patrimonial de Belém, as quais foram estabelecidas
durante o Estado Novo e o Regime Militar, e possuem fins tanto para usos das
forças armadas, quanto usos acadêmicos e científicos (ver Figura 04).

Diante do contexto do Estado Novo e do Regime Militar, com a ameaça


de guerra são estabelecidos decretos federais que, em nome da segurança
nacional, designam áreas e imóveis “indispensáveis à defesa nacional” a serem
desapropriados, passando, então, tornando-se áreas reservadas às Forças
Armadas. A área em questão faz parte das áreas que estão sob administração
das Forças Armadas, nesse caso, a Aeronáutica, e mais especificamente a
INFRAERO.

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Figura 04: Localização do Cinturão Institucional de Belém, com destaque para as áreas de
domínio das Forças Armadas. Fonte: COHAB/PA (2015).

Segundo o artigo nº 87 do Plano Diretor de Belém (Belém, 2008), a


Macrozona do Ambiente Urbano (MZAU), que corresponde às áreas
urbanizadas do território, está dividida em sete Zonas de Ambiente Urbano
(ZAU), em função das especificidades quanto aos padrões paisagísticos e
urbanísticos de ocupação, dos problemas e potencialidades urbanos e objetivos
específicos. No Anexo V da referida lei, constata-se que a área de proposta do
concurso está inserida na Zona de Ambiente Urbano 4, próxima ao limite com a
ZAU 6, setor II e III (ver figura 05).
De acordo com o Plano Diretor (Belém, 2008), a ZAU 4 (Figura 05)
caracteriza-se por ter uso predominantemente residencial, atividades
econômicas dispersas, presença de núcleos industriais, carência de
equipamentos públicos, infraestrutura não consolidada, terrenos subutilizados ou

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não utilizados, com ociosidade de grandes áreas, incidência de loteamentos


destinados à classe média alta e ocupações precárias.

Figura 05: Zoneamento ordinário do município de Belém. Fonte: Belém, 2008.

Dentre os objetivos estipulados para a zona por meio do Plano Diretor


cabe destacar a necessidade de garantir a integração da malha viária e ampliar
a disponibilidade de equipamentos públicos, espaços verdes e de lazer, além da
diretriz de investimento na manutenção e dotação de espaços públicos de uso
coletivo.

A área da proposta é cercada pelas Zonas de Ambiente Urbano 5 e 6,


ambas com uso predominantemente residencial, sendo a ZAU 5 caracterizada
por uma alta densidade populacional e ocupação de comércio e serviço nos
principais eixos viários. Já a ZAU 6 é dividida em 5 setores, dos quais os setores
II e III são os que cercam a área da proposta, sendo o Setor II marcado pelo uso
de atividades econômicas concentradas nos principais eixos de circulação e a
presença de lotes desocupados ou subutilizados, enquanto que o Setor III é
identificado pela presença de núcleos comerciais diversificados, com alta
atratividade e forte tendência ao adensamento.

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No que diz a espaços públicos, os objetivos destas zonas se assemelham


quando indicam a necessidade de implantação de equipamentos públicos,
espaços verdes e de lazer e recuperação e manutenção dos espaços públicos
de uso coletivo, acompanhados das diretrizes para dotar os espaços públicos de
equipamentos para a prática de esportes e atividades de lazer e cultura. Outro
objetivo a ser destacado é o de permitir a ocupação habitacional verticalizada
nos bairros próximos.

Com relação ao sistema viário, o anexo II do Plano Diretor contém uma


categorização das principais vias, definida de acordo com as suas principais
funções e características. As principais vias do entorno são as Avenidas Pedro
Álvares Cabral, Doutor Freitas e Duque de Caxias classificadas como vias
arteriais principais, com a função de integrar as zonas de usos diferentes na
escala metropolitana.

Segundo o Plano Diretor de Belém (Belém, 2008), a Avenida Júlio César


é identificada como via arterial secundária e possui como função permitir
ligações entre bairros de um mesmo distrito administrativo do Município de
Belém. Já a Avenida Almirante Barroso, a qual se configura como um eixo
importante de acesso ao centro da cidade, é categorizada pela referida lei como
uma via estrutural de transporte coletivo, com função de permitir ligações entre
núcleos urbanos metropolitanos e o centro metropolitano, com prioridade para o
sistema de transporte coletivo. A lei propõe ainda como diretriz de projeto o
prolongamento da Av. Pedro Miranda, promovendo a conexão com a Av. Júlio
César e Av. Pedro Álvares Cabral em direção a região norte de Belém (ver figura
06).

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Figura 06: Principais acessos viários relacionados ao Aeroporto Brigadeiro Protásio de Oliveira
em Belém. Fonte: Imagens de Satélite Google Earth, 2019.

O entorno da área é também marcado por uma diversidade de usos, além


do predominante uso habitacional das zonas próximas. Há uma concentração de
órgãos públicos, tais como o Tribunal de Justiça do Estado do Pará e a Casa
Civil, e outros em processo de construção como o Complexo Fazendário de
Belém e a Superintendência da Polícia Federal. Há um intenso uso comercial,
em especial na Avenida Doutor Freitas, Av. Duque de Caxias e Av. Pedro
Miranda. Cabe também destacar a presença do Hangar Centro de Convenções,
o qual, devido às atividades realizadas no local, contribui para o aumento no
fluxo para as proximidades da área eventualmente. A junção desses usos
resultam, portanto, em um intenso fluxo de carros.

Cabe destacar a existência de extensas áreas verdes relativamente


próximos da área do projeto e que correspondem ao Parque Estadual do Utinga,
ao Parque Ecológico Municipal Gunnar Vingren e ao Parque Ambiental de
Belém, os quais configuram-se como Unidades de Conservação (ver figura 07).
Apesar da poligonal do projeto contar com uma área vegetada com maciço

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verde, em comparação com os outros parques, essa parcela é de pequena


proporção, sendo a área da proposta em grande parte permeável, porém não
arborizada.

Figura 07: Parques Ambientais em Belém.


Fonte: Imagens de Satélite Google Earth, 2019.

3.2.5. Aspectos Ambientais

Embora conhecida pelo apelido de “Cidade das Mangueiras”, Belém do Pará é


uma cidade com baixos indicadores de arborização urbana, razão que motiva a
premissa de valorização ambiental na concepção do Parque de Belém. Os dados
do IBGE (2010) apontam que Belém é a penúltima colocada em percentual de
área arborizada entre as 27 capitais do país, com apenas 22,4% de sua extensão
dotada de cobertura vegetal, superando apenas Rio Branco, no Acre (13,9%).
Este percentual é ainda mais alarmante se considerarmos que entre os 5.570
municípios brasileiros, Belém ocupa a posição 5.064º neste mesmo ranking.
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De Carvalho (2013), analisando a cobertura vegetal na cidade de Belém,


demonstrou que a ligação entre zonas urbanas e as questões ambientais ficam
mais próximas na medida em que cresce a conscientização global de conservar,
melhorar e valorizar os serviços ambientais prestados pela Natureza para a
reprodução dos modos de vida humanos, dentro e fora da cidade. Cobertura
vegetal está dentre as principais fontes de tais serviços. Uma vez que o processo
de urbanização se mostra irreversível e os problemas ambientais urbanos se
alastram em extensão e em magnitude, a presença do verde está diretamente
relacionada aos indicadores de qualidade de vida urbana.

Como reflexo direto do processo não planejado de urbanização, a cidade de


Belém vem perdendo uma grande porcentagem de seus ecossistemas naturais,
de modo que proteger os remanescentes e conceber novas áreas verdes para
médio e longo prazos é uma preocupação cada vez mais aguda da sociedade e
deve estar refletida nas ações de governo, em diferentes níveis. O mesmo
estudo assevera que, por todas as características naturais da cidade e por um
movimento cada vez mais expressivo globalmente de responsabilidade
ambiental, voltada à qualidade de vida das pessoas nas cidades, não há dúvidas
sobre a urgência de investimentos para a valorização dos serviços
ecossistêmicos provenientes a partir da existência de cobertura vegetal, para a
sustentabilidade urbana em Belém, já que os cenários computacionais de
tendência previstos são os de continuidade de perdas drásticas de áreas
permeáveis e cobertura verde.

A criação do Parque de Belém, observando-se em especialmente a premissa


funcional e de bem-estar social que a ele se atrelam, pressupõe que um projeto
de arborização e de paisagismo é condição primordial para o sucesso do parque
no tocante à visitação pública e a um indicador de turismo bastante importante:
o tempo de permanência do visitante. Isso porque, na capital paraense, os
aspectos físicos influenciam fortemente – a ponto de determinar – o
comportamento diário do belenense, o que, a depender de condições
infraestruturais voltadas ao bem-estar do visitante, especialmente o conforto
térmico e a qualidade do ar, pode gerar melhor estímulo ao uso público e ao
senso de pertencimento da coletividade, ou pode, em ausência, inviabilizá-los.

Outro aspecto ambiental relevante a ser considerado é que a Região


Metropolitana de Belém, dentro da qual está inserido o ABBPO, compõe uma
faixa geográfica regional, como poucas no mundo, dotada de alto valor de
biodiversidade, denominada Centro de Endemismo Belém. Esta área é, por seus
atributos biológicos e ecológicos inerentes, um importante espaço de
manutenção da diversidade biológica, especialmente de aves e mamíferos com
baixa ocorrência em espectro mundial, cuja validade e relevância científicas
merecem ser observadas pelos empreendimentos e ações do poder estatal,

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como é o caso. Há, segundo o Plano de Gestão do Parque Estadual do Utinga


(PEUt), Unidade de Conservação da Natureza situada a 2.000m do ABBPO,
grupos de animais ameaçados de extinção e com distribuição restrita ao Centro
de Endemismo Belém, o que reforça a importância de que o Projeto Parque de
Belém não só se desenvolva a partir de uma dimensão ambiental de cuidado
com os elementos de biodiversidade de que dispõe em sua área, como também
busque a conexão entre si e as áreas verdes que o circundam, como o PEUt e
a estação de Rádio da Aeronáutica, o Parque Natural Municipal Gunnar Vingren
e a Estação Radiogoniométrica da Marinha.

É indispensável considerar o comportamento climático da cidade de Belém.


Considerada uma cidade plana, situa-se à faixa de 6 à 8m do nível do mar,
localiza-se na zona bioclimática 8 e se categoriza como clima equatorial quente
e úmido (NBR15220-2/2003). Apresenta temperatura média anual de 26 ºC e
baixa amplitude térmica anual. Outubro é o mês com mais alta temperatura do
ano, cerca de 27°C, (média máxima), enquanto que com uma temperatura média
de 26,4 °C, janeiro é o mês com a mais baixa temperatura ao longo do ano
(média mínima). Trata-se, portanto, de uma cidade em que o calor é parte
indissociável da vida dos seus moradores, mesmo nos períodos mais chuvosos,
que normalmente ocorrem entre novembro e abril.

Segundo o Instituto do Controle do Espaço Aéreo do Comando da Aeronáutica,


entre os anos de 1970 e 2018 a temperatura média anual variou entre 25,7º e
27,5ºC, com amplitude térmica média de apenas 1,8ºC. A umidade relativa média
anual oscilou entre 73,6% e 92,3% (ver Gráfico 01). Quanto a precipitação média
anual a variação ocorreu entre 1.750mm e 5.153mm (ver Gráfico 02).

Gráfico 01: Dados de temperatura e umidade média anual no intervalo temporal de 1970 à
2018. Fonte: Comando da Aeronáutica, Instituto do Controle do Espaço Aéreo. Cedido pelo
Instituto de Geociência da UFPA.

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Gráfico 02: Dados de precipitação média anual no intervalo temporal de 1970 à 2018.
Fonte: Comando da Aeronáutica, Instituto do Controle do Espaço Aéreo. Cedido pelo Instituto
de Geociência da UFPA

A Carta Solar de Belém (ver figura 08) indica que a fachada Nordeste (Av. Júlio
César) da área do projeto recebe insolação no período da manhã durante todos
os meses do ano, de modo que nos meses de maio, junho e julho o sol incide
durante toda a amanhã. Na fachada Sudoeste (Av. Dr. Freitas) a incidência solar
ocorre no período da tarde o ano todo. Nos meses de novembro, dezembro e
janeiro o sol incide à partir das 14h.

Figura 08: Incidência solar sobre a área do projeto com base na Carta Solar de Belém.
Fonte: Software Analysis SOL-AR (http://www.labeee.ufsc.br/downloads/softwares/analysis-sol-
ar)

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A ventilação predomina na direção Leste e Nordeste, respectivamente, em


Belém. A velocidade dos ventos prevalece na direção Norte, favorecendo a
fachada da Av. Júlio César (ver figuras 09 e 10).

Figura 09 e 10: Rosa dos ventos da frequência de ocorrência (direção predominante) e


velocidade predominante. Fonte: Software Analysis SOL-AR
(http://www.labeee.ufsc.br/downloads/softwares/analysis-sol-ar)

Estes dados se mostram essenciais na medida em que qualquer


empreendimento na região deve expressamente considerar esta configuração
climática, sob pena de sua inviabilidade. Com o acelerado ritmo de urbanização
experimentado pelas capitais amazônicas nos últimos anos – para o qual Belém
não é exceção – questões importantes como a compactação e permeabilidade
do solo são determinantes para um espaço público funcional e livre de
transtornos à população e às autoridades, o que tem reflexos diretos nos custos
operacionais e na sustentabilidade financeira do empreendimento.

4. ORIENTAÇÕES E DIRETRIZES DE PROJETO

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A síntese do objeto do concurso etapa 2 deve compor proposta que contemple


um Projeto em nível de Estudo Preliminar de Arquitetura, Urbanismo e
Paisagismo para implantação do Parque de Belém, que promova seu uso e
função de modo socialmente inclusivo, ambiental e economicamente
sustentável. O projeto deve observar e atender as seguintes diretrizes:

A) MEIO AMBIENTE E PAISAGEM, por meio de proposições que respeitem e


promovam uma reconfiguração paisagística e ambiental, que atribuam qualidade
e função de parque urbano;
B) INFRAESTRUTURA E MOBILIDADE URBANA, por meio de adequação e
compatibilização das proposições com a infraestrutura urbana básica e essencial
existente (tais como abastecimento de água, esgotamento sanitário, drenagem
e iluminação pública), com os sistemas de circulação e de mobilidade urbana da
cidade;
C) USOS E EQUIPAMENTOS, por meio da proposição de edificações,
mobiliários e espaços dentro de um programa de necessidades a ser
apresentado, que promova a função e o uso de parque urbano.
Para atender integralmente aos objetivos do Concurso etapa 2 e as diretrizes
supracitadas, deverá ser apresentada a síntese do Estudo Preliminar composto
por um Entendimento do Problema e pela Proposta propriamente dita. Ambos
deverão usar como subsídio o conjunto de dados e informações constantes no
item que trata sobre as “Bases do Concurso”.
A apresentação, tanto do Entendimento do Problema (em nível sumário) quanto
da Proposta (em nível preliminar), é de livre representação desde que esteja em
observância e compatibilidade com o conjunto de informações constantes nas
“Bases do Concurso” tais como o contexto histórico, os levantamentos de dados
e diagnósticos referentes às avaliações do meio físico-ambiental, do uso e
ocupação do solo, das redes de infraestrutura e do quadro construído existente
do entorno, além dos aspectos socioeconômicos e perspectivas futuras.

Em síntese, deverão ser realizadas leituras espaciais referentes ao contexto


urbano e ao entorno imediato do ABBPO, área objeto do concurso, estas
deverão servir de subsídio ao Entendimento do Problema, no entanto, quaisquer
proposições de extensão do Parque para além da Poligonal de Projeto não se
configura como parte constituinte do objeto da Proposta propriamente dita. Em
relação ao entorno, somente serão admitidas propostas relativas ao
equacionamento do sistema de circulação e acessibilidade ao futuro Parque.

4.1. Entendimento do Problema

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O Entendimento do Problema requer a interpretação e integração de um conjunto


de informações em diferentes escalas, para tanto é imprescindível considerar os
itens listados a seguir, os quais deverão ser representados e analisados,
incluindo a área do projeto propriamente dita e seu entorno, estabelecendo-se
um raio de influência de entorno compatível com as proposições a serem
apresentadas. Assim, o Entendimento do Problema deverá incluir a:
● Leitura do Meio Físico-Ambiental: estrutura geomorfológica (solo,
topografia, hipsometria, declividades); corpos hídricos (córregos, lagos,
nascentes); sistema de áreas verdes (massas de vegetação, árvores isoladas,
elementos com valor ecológico); Elementos da paisagem da área e do entorno
imediato (pontos focais, marcos visuais, elementos de valor simbólico,
características da configuração urbana).

● Leitura de pontos críticos na área e no entorno imediato:


suscetibilidade à alagamento, incêndio, áreas de acúmulo de lixo, pontos de
conflito de tráfego.

● Leitura dos dados geoclimáticos e ambientais: temperaturas, índices


pluviométricos, insolação, predominância de ventos, possíveis fontes geradoras
de poluição (sonora, do ar, do solo, da água).

● Leitura da infraestrutura e serviços urbanos: oferta de infraestrutura


urbana e serviços públicos disponíveis à população (abastecimento de água,
esgotamento sanitário, drenagem, coleta de lixo, pavimentação, transporte
coletivo, rede de energia elétrica, telecomunicações, iluminação pública etc.).

● Leitura do padrão de uso e ocupação do solo: Uso do solo atual no


entorno, principais equipamentos públicos, padrão de parcelamento do solo,
porte das atividades e gabaritos máximos praticados e permitidos.

● Leitura do sistema de circulação: características da malha viária do


entorno, principais acessos à área do projeto, infraestrutura existente de
diferentes modais de transporte, de mobilidade e acessibilidade urbana, eixos
viários do sistema principal, considerando os sistemas urbano e metropolitano
de transporte público, pontos críticos de circulação.

Fotos aéreas, imagens de satélites e outras cartografias complementares


existentes também poderão ser utilizadas para retificação da base fornecida.
As informações obtidas por meio de artigos de jornal impresso, pela
internet ou por meio de entrevistas com moradores, ou com representantes
locais, ou de órgãos públicos e instituições com atuação na área, deverão estar
referenciados e, se necessário, transcritos e identificados como insumos para o
trabalho.

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4.2. A Proposta
A proposta para Estudo Preliminar, com base nas análises e estudos realizados
no âmbito do entendimento do problema do Parque de Belém, deverá observar
condicionantes de projeto considerados como temas estruturantes da proposta.
A partir disso, a concepções de ideias para a elaboração do Estudo Preliminar
deverão resultar do cruzamento dos dados e informações coletadas na fase de
Entendimento do Problema, relacionadas aos aspectos de meio ambiente e
paisagem, os elementos constitutivos da infraestrutura urbana e os usos e
equipamentos relacionados à função de um parque urbano que atenda as
demandas da cidade.
É importante ressaltar que o parque também deverá ter a função de área verde,
entendida aqui como "o espaço de domínio público que desempenhe função
ecológica, paisagística e recreativa, propiciando a melhoria da qualidade
estética, funcional, e ambiental da cidade, sendo dotado de vegetação e espaços
livres de impermeabilização", conforme o Art. 8º, § 1º da Resolução CONAMA
Nº 369/2006.
Para tanto, o escopo da proposta deverá atender às orientações e diretrizes que
estabelecem os pré-requisitos de projeto e, dessa forma, consolidar-se em uma
síntese que integre 03 temas estruturantes, de forma compatível, observando
transversalmente as especificidades de cada tema e seu objeto de intervenção,
assim como observando os condicionantes estabelecidos pela legislação vigente
incidente na área, nas esferas municipal, estadual e federal.
A apresentação da Proposta poderá ter liberdade de representação, através de
peças gráficas, desenhos técnicos, croquis, perspectivas, modelos
tridimensionais eletrônicos e textos memoriais e descritivos necessários à plena
compreensão da Comissão Julgadora.
4.5. Temas Estruturantes

Meio Ambiente e Paisagem


● Requalificação Ambiental
● Valorização dos serviços ecossistêmicos (conforto térmico, regulação do
regime de chuvas, qualidade do ar)
● Referência de área verde urbana
● Reintegração à paisagem urbana da cidade

Infraestrutura e Mobilidade Urbana


● Sistema de Circulação (conexões viárias e acessos)
● Integração e potencialização de equipamentos públicos existentes

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● Integração com o sistema de transporte público


● Adequação multimodal
● Acessibilidade universal

Usos e Equipamentos
● Atividades recreativas
● Práticas de esporte
● Manifestações culturais
● Atividades contemplativas
● Eventos
● Mobiliário Urbano
● Pórtico de Entrada
● Múltiplos acessos
● Banheiros Públicos
● Áreas de alimentação
● Definição de formato dos limites físicos
● Estacionamento

4.6. PRODUTOS – FORMATO E APRESENTAÇÃO


Os concorrentes deverão Concurso Público Nacional Parque de Belém deverão
entregar via o site 5 pranchas a seguir discriminadas. Cada uma das 5 pranchas
deverão ter o formato A1 (594 mm x 840 mm), em formato .pdf, tamanho de
arquivo máximo de 10 Megabites enumeradas de 01/05, 02/05, 03/05, 04/05 e
05/05 com sua maior dimensão no sentido horizontal, de acordo com os arquivos
em formato png disponibilizado no site do concurso. Os desenhos deverão
indicar escala e os textos devem seguir padrão de fonte Arial com dimensões
indicadas nas NBRs 8402/94 e NBR 6492/94.

A apresentação da proposta é de livre representação, através de peças gráficas,


desenhos técnicos, croquis, perspectivas, modelos tridimensionais eletrônicos e
textos memoriais e descritivos das propostas urbanísticas, paisagísticas e
arquitetônicas necessários à plena compreensão do Júri. Deverão ser
apresentados ainda a estimativa de custos a nível sumário, cronograma e
faseamento da proposta em sua totalidade.

Para as propostas urbanísticas:


● Planta de Localização;
● Planta de Situação;
● Planta geral da Proposta, contendo;
○ Elementos relevantes do levantamento planialtimétrico (curvas de nível
de metro em metro, quadrícula, origem do sistema de referência, norte
verdadeiro, acessos, cursos d’água);

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○ Poligonal da área de intervenção do projeto;


○ Partido urbanístico em plantas, seções, elevações e plano de massas;
○ Sistema viário com indicação da hierarquia, alinhamento, pré
dimensionamento e identificação;
○ Demarcação dos espaços destinados a comércio, serviços, equipamentos
comunitários, espaços livres, áreas reservadas, áreas verdes, jardins públicos,
canteiros, margens de cursos d’água etc. com respectivas dimensões;
○ Quadro resumo das áreas, especificando os usos das mesmas (esporte,
parque, áreas livres), áreas de uso institucionais, condominiais e privadas,
número de lotes com área total destinada ao sistema viário, discriminado: ruas,
caminhos de pedestres, acessos, estacionamentos, ajardinamentos, etc.;
● Seções transversais esquemáticas das vias projetadas com indicação de
corte e aterro.
● Seções transversais e longitudinais relevantes do projeto com indicação
de corte e aterro e perfil natural do terreno;
● Planta de infraestrutura básica, contendo as complementações previstas;
● Perspectivas.

Para as propostas paisagísticas:


● Delimitação de áreas verdes;
● Delimitação de jardins públicos, canteiros e passeios;
● Espaços contemplativos;
● Margens de cursos d’água etc. com respectivas dimensões;
● Vias projetadas com indicação de corte;
● Especificação de espécies arbóreas;
● Tipos de pavimentação propostos;
● Quadro de áreas.

Para as propostas arquitetônicas:


● Planta de Situação, com implantação das edificações;
● Planta de Cobertura;
● Plantas Baixas de todos os pavimentos;
● Cortes e seções transversais e longitudinais;
● Vistas e Fachadas;
● Perspectivas;
● Quadro de áreas.

As estimativas de custos para a Proposta deverão ser apresentadas em nível


preliminar e adaptadas às condições especificadas no Edital e neste TR,
compatíveis com o nível de Estudo Preliminar estipulado. No entanto, deverão

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observar os aspectos econômico e financeiro compatíveis com soluções viáveis


do ponto de vista técnico visando a viabilidade e a exequibilidade tanto da fase
posterior do Projeto Executivo e Complementares, quanto da própria fase da
obra. Embora o fator custo não seja delimitado por um teto, de modo enfático,
orienta-se que a liberdade de proposição esteja equilibrada e em conformidade
com a realidade social e econômica da região, configurando-se como critério de
julgamento das Propostas.

Também em adequação com o contexto do lugar e da região, orienta-se que um


cronograma de fases seja estimado em função do tempo, de modo a promover
a viabilidade da execução e da operação do parque em caso de setorização,
sem comprometimento das etapas. Neste sentido, as Propostas poderão ser
apresentadas em etapas que possam ser independentes entre si e que também
funcionem de modo complementar quando integradas em sua totalidade. A
possiblidade de flexibilização dos usos propostos em função das espacializações
de setores relacionados às etapas visa exatamente a eficiência e o bom uso
tanto dos recursos públicos, quanto da própria produção e utilização dos espaços
públicos construídos.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BELÉM. PREFEITURA MUNICIPAL DE BELÉM. Lei do Plano Diretor de Belém.


Lei. nº. 8.655 de 30/06/2008. Disponível em http://planodiretor.belem.pa.gov.br.
Acesso em dezembro de 2019.
BRASIL. Resolução CONAMA Nº 369 de 28 de março de 2006. Dispõe sobre os
casos excepcionais, de utilidade pública, interesse social ou baixo impacto
ambiental, que possibilitam a intervenção ou supressão de vegetação em Área
de Preservação Permanente-APP. Disponível em
http://www2.mma.gov.br/port/conama/legiabre.cfm?codlegi=489. Acesso em
dezembro de 2019.
DE CARVALHO, Roberta Mendonça. Ecosystem services and urban vegetation
coverage in Belem: the influence on noise pollution, air pollution and climate
regulation. Dissertação de mestrado em Gestão de Recursos Naturais e
Desenvolvimento Local na Amazônia) – Núcleo de Meio Ambiente, Universidade
Federal do Pará, Belém, 2013. Disponível em
http://repositorio.ufpa.br/jspui/bitstream/2011/4498/1/Dissertacao_EcosystemSe
rvicesUrban.pdf. Acesso em outubro de 2019.
IBGE. INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA. Censo
Demográfico 2000. Resultados do Universo. Disponível em
http://www.ibge.gov.br. Acesso em dezembro de 2019.

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