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Introdução
Os loteamentos e desmembramentos tem seu fundamento na Lei 6.766, de Dezembro de 1979,
que estabelece critérios a serem obedecidos pelos
empreendedores quando do pedido de aprovação dos seus projetos de loteamento ou
desmembramento junto às prefeituras Municipais. A referida Lei define loteamento como “a
subdivisão de gleba (Terreno próprio para cultura), em lotes destinados a edificação, com
abertura de novas vias de circulação, de logradouros públicos ou prolongamento, modificação
ou ampliação das vias existentes”. O parcelamento do solo urbano poderá ser realizado através
de loteamentos ou desmembramentos de áreas, ainda conforme a Lei 6766 (BRASIL, 1979), ou
seja, o ato de planejar é mais importante que o plano, sendo necessário consultar o órgão
ambiental competente para que haja uma interação entre a iniciativa privada e o poder público
visando à minimização dos impactos sócio-ambiental e o bem estar público. Entende-se por
loteamentos irregulares o processo de consolidação de loteamentos nas regiões periféricas dos
centros urbanos, executados freqüentemente em desacordo com as legislações vigentes e
gerando como conseqüência à ocupação de grande parte dessas áreas por pessoas de baixa
renda, onde essas áreas deveriam ser preservadas no intuito de minimizar os impactos advindos
das ocupações (MOTTA, 2002 apud GROSTEIN, 1987). O solo urbano tem um grande valor
econômico, social e ambiental, pois neles ou em seu entorno, existe trabalho e os lotes urbanos
têm um preço de mercado como objetos comercializáveis. Os terrenos urbanos são objetos de
compra e venda sujeitos, portanto, às leis que regem o mercado, com a grande desigualdade
social muitas vezes os requisitos legais são violados e traz as grandes conseqüências no
crescimento das grandes cidades (GONZALES etal., 1985)
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Metodologia
A pesquisa é de caráter descritiva com enfoque quantitativo e qualitativo (mista), que faz uso de
levantamento bibliográfico e entrevistas estimula a compreensão dos dados, em busca de
esclarecer os problemas. Segundo Sampieri et al., (2006), o enfoque quantitativo usa as coletas
de dados
baseando-se na medição numérica, com a finalidade de estabelecer modelos de
comportamentos. No entanto, para descobrir ou aperfeiçoar as questões de pesquisa com
enfoque qualitativo, são utilizados os dados sem a necessidade da medição numérica. O
enfoque exploratório é quando o tema da pesquisa é pouco estudado. Quanto ao enfoque
descritivo, as questões são selecionadas, medidas, e com descrição de cada uma das
informações. Para a coleta dos dados sobre os impactos ambientais considerou-se o perímetro
da área onde será implantado o Residencial Parque das Nações, na cidade de Capão Bonito -
São Paulo. Como suporte de análise, buscou-se avaliar o empreendimento através dos
parâmetros físico, biológico e antrópico, dessa forma, para interpretar os impactos ambientais
levantados.
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Da Caracterização do Bairro
O empreendimento “Loteamento SUZUKI LTDA” trata-se de um loteamento particular de fins
sociais e localiza-se no Perímetro urbano, situada na região Sudoeste do município de Capão
Bonito - SP, como parte do bairro Parque das Nações. Tal empreendimento pretende constituir
uma área de 15,3 hectares distribuídos conforme mostrado na imagem de satélite abaixo.
[img]PARQUE DAS NAÇÕES.jpg | Área a ser construída | Claudio lins[/img]
Parque das Nações é um dos 29 bairros pertencentes a cidade de Capão Bonito no estado de
São Paulo, lá existem Faixas de Ceps, 28 ruas, como exemplo: Logradouro, Rua Alemanha,
Bairro: Parque das Nações, Cidade: Capão Bonito, Estado: São Paulo.
CEP Logradouro Complemento Bairro Cidade/Estado
18307-565 Avenida das Cerejeiras Parque das Nações Capão Bonito/SP
18307-470 Avenida Itália Parque das Nações Capão Bonito/SP
18307-340 Avenida Japão Parque das Nações Capão Bonito/SP
18307-360 Rua Alemanha Parque das Nações Capão Bonito/SP
18307-540 Rua Argentina Parque das Nações Capão Bonito/SP
18307-420 Rua Austrália Parque das Nações Capão Bonito/SP
18307-510 Rua Bolívia Parque das Nações Capão Bonito/SP
18307-575 Rua Bulgária Parque das Nações Capão Bonito/SP
18307-380 Rua Canadá Parque das Nações Capão Bonito/SP
18307-370 Rua Chile Parque das Nações Capão Bonito/SP
18307-490 Rua Dinamarca Parque das Nações Capão Bonito/SP
18307-430 Rua Espanha Parque das Nações Capão Bonito/SP
18307-460 Rua Finlândia Parque das Nações Capão Bonito/SP
18307-576 Rua Franca Parque das Nações Capão Bonito/SP
18307-400 Rua Grécia Parque das Nações Capão Bonito/SP
18307-560 Rua Hungria Parque das Nações Capão Bonito/SP
18307-410 Rua Índia Parque das Nações Capão Bonito/SP
18307-350 Rua México Parque das Nações Capão Bonito/SP
18307-550 Rua Panamá Parque das Nações Capão Bonito/SP
18307-530 Rua Paraguai Parque das Nações Capão Bonito/SP
18307-500 Rua Peru Parque das Nações Capão Bonito/SP
18307-450 Rua Polônia Parque das Nações Capão Bonito/SP
18307-570 Rua Portugal Parque das Nações Capão Bonito/SP
18307-480 Rua Scandinávia Parque das Nações Capão Bonito/SP
18307-345 Rua Suíça Parque das Nações Capão Bonito/SP
18307-390 Rua Turquia Parque das Nações Capão Bonito/SP
18307-535 Rua Uruguai Parque das Nações Capão Bonito/SP
18307-520 Rua VenezuelaParque das Nações Capão Bonito/SP
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Caracterização da Área
Em virtude de sua localização, percebe-se uma intensa interferência antrópica ao redor do seu
erímetro, devido à grande movimentação de caminhões, máquinas, e indústrias operantes,
acarretando distúrbios ambientais, sonoros e visuais. A área como já citada, se encontra em
um processo de regeneração passiva, com o crescimento de muitas ervas, gramíneas e
subarbustos, deixando a característica de “pasto sujo”, uma denominação para áreas
anteriormente usadas como pastagens que foram “abandonadas”, mas ainda apresentam
grande quantidade de Brachiaria sp, uma espécie de gramínea exótica, introduzida no Brasil. O
local tem por limite a sudeste seguindo para o Nordeste, um braço do córrego DA FAXINA com
0,8 m de largura média que desagua, no Rio Caetê, com coordenadas de: -24.016217°, -
48.353223°, conforme imagem abaixo.
[img]PARQUE DAS NAÇÕES.jpg | Limites da Área | Claudio lins[/img]
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Das Respostas aos quesitos do Ministério Público
Dos quesitos apresentados pelo ministério Público, mencionados às folhas 1041 do Processo
1003192-16.2018.8.26.0123, tramitante na 2ª Vara judicial da Comarca de Capão Bonito, Estado
de São Paulo. Ficarão assim respondidos:
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a - Qual a Situação atual do parcelamento do solo?
O solo da área do loteamento encontra-se pouco coberto por espécies pioneiras e também
por espécies de pequeno porte e bem coberto por gramíneas de pastagem que se
desenvolveram de forma natural. Assim, é possível afirmar que o principal impacto ambiental
relacionado à cobertura vegetal do solo relaciona-se com a atividade de limpeza do solo,
durante a qual será removida a vegetação local, para dar início às atividades de preparo do solo
(nivelamento, terraplanagem) e demais obras de implantação. Tal impacto é considerado
negativo, uma vez que a vegetação é removida, tornando o solo mais exposto e vulnerável, o
que pode levar a processos erosivos do solo e ao transporte de grandes quantidades de
sedimentos (por meio da ação do vento ou das chuvas) para o interior do córrego da Faxina
situado ao sul do empreendimento.Segundo o Relatório Técnico, N° 54.640, que trata ESTUDOS
DO MEIO FÍSICO VISANDO A IMPLANTAÇÃO DE DISTRITOS AGRÍCOLAS IRRIGADOS NO
MUNICÍPIO DE CAPÃO BONITO, SP.
LV 64: Predominam LATOSSOLOS VERMELHOS Distróficos, textura argilosa, relevo suave
ondulado + ARGISSOLOS VERMELHO-AMARELOS
Distróficos abrúpticos ou não, textura média/argilosa e arenosa/média, relevo ondulado, ambos
A moderado. Predominam em cerca de 28% das
terras de Capão Bonito.
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b - Há danos ambientais? Quais são suas causas?
Não são identificados impactos ambientais sobre a Fauna e Flora local na área do
empreendimento. Isso se dá justamente pela ausência de vegetação nativa em quantidade
significativa para caracterizar um habitat propício ao desenvolvimento da fauna nativa da
região, o que causa um afastamento dos animais dessa região. Dessa forma, por conta da
remoção dos remanescentes de vegetação no local, identifica-se um impacto pouco negativo
sobre fauna e flora local.
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c - A área se encontra em espaço de proteção ambiental (Unidade de conservação, APP, área
tombada, restrições da Legislação Municipal, etc..)?.
Se encontra dentro do Perímetro Urbanoe não se encontra em área de APP, visto que a margem
de 30m do córrego da Faxina, não sobrepõe aos limites conhecidos do Loteamento, conforme
imagem descritiva abaixo.
[img]app 30 m.jpg | APP 30 M | CLAUDIO LINS[/img]

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d - Quais são as medidas necessárias para a recuperação dos danos ambientais?
Não se aplica
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e - Quais as obras e serviços necessários para a regularização do parcelamento, custo e prazo
aproximados?
ANEXO: ORÇAMENTO SIMPLIFICADO
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f-Caso seja inviável do ponto de vista técnico, ainda que parcialmente, a recuperação
ambiental da área, qual seria a estimativa de valor monetário do prejuízo fruto do dano
ambiental? Alternativa ou paralelamente ao ressarcimento financeiro, indicar recomendações
de compensação ambiental?
Não Houve Danos ambientais, em função do loteamento, conforme vistoria "in Loco",
pesquisando, achouse imagens da Secretaria de Agricultura de do Estado de são Paulo, de 17
de junho de 1.973, onde consta a área como já desprovida de danos ambientais.
[img]PARQUE DAS NAÇÕES EM 1973.jpg | Região do Loteamento em 1973 | SECRETARIA DE
AGRICULTURA DO ESTADO DE SÃO PAULO[/img]
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Das respostas aos quesitos do Loteamento.
Dos quesitos apresentados pelo Ministério Público, mencionados às folhas 1200, do Processo
em epígrafe.
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No estudo preliminar que precede esses quesitos, existe imagem histórica na página 33
(imagem 25 - Fonte: Base Aerofotogrametria e Projetos S/A. Dados da imagem e do vôo:
OBRA: T-369 BASE S.A. 1:8.000, AUT. MD.: 118/79, ANO: 1979, FAIXA: 03 FOTO: 5856). Da
comparação entre essa imagem e a situação atual, é possível observar alterações no curso do
Córrego?
Sim é possível, notar modificações.
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Ao longo do Córrego da Faxina existem barragens a montante em relação ao trecho do
Córrego que margeia o loteamento?
A montante existe a própria SP 250, que cruza o córrego da Faxina e sem interligação,
provocando infiltração nos taludes da estrada.
[img]TALUDE SP 250.jpg | Bloqueio de águas pelo Talude da Rodovia SP 250 | Claudio
Lins[/img]

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Se positivo o item anterior, essas barragens já existiam na imagem histórica datada de 1979
(vide pág. 33) e comparativo de imagens (vide pág. 34) ambas do estudo preliminar ?
Constatada a existência de barragens, descrever.
Sim essas barragens já existiam em 1979, inclusive pelas fotos de 1973 já estavam lá
[img]PARQUE DAS NAÇÕES EM 1973.jpg | Aerofotogametria da época(1973) | Secretaria de
Estado da Agricultura do Estado de São Paulo[/img]
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Em existindo as barragens, essas foram consideradas em laudo da CETESB de páginas 197/199
dos autos?
Em leitura das referidas páginas 197,198 e 199, do processo em epígrafe, não foram
consideradas as barragens.
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Em existindo as barragens, qual o impacto delas no assoreamento do Córrego da Faxina e no
que isso influencia o seu fluxo?
Além do deslocamento de comunidades humanas, o enchimento de áreas para a criação do
reservatório também mata plantas, e provoca a morte de animais por afogamento ou os força a
procurarem novas áreas para seguirem o fluxo da vida. Os reservatórios também fragmentam
habitats valiosos e cortam corredores migratórios
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Houve alteração da vegetação no leito do Córrego da Faxina a montante do trecho que
margeia o loteamento, em momento posterior à imagem histórica?
Houve alterações.
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Sendo positivo o quesito anterior, como a alteração da vegetação nas áreas a montante do
loteamento interferiu no assoreamento do córrego?
Sedimentos no córrego, potencializando o assoreamento.
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Existindo alterações, em que consistem e quais suas possíveis causas?
Dentre as possíveis causas, podemos destacar a construção sem ordenamento de tanques de
acumulação de água, a ausência de mata ciliar, que já existia na imagem de 1973.
[img]PARQUE DAS NAÇÕES EM 1973.jpg | Área sem Mata Ciliar | Claudio Lins[/img]
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Qual a principal causa de assoreamento do Córrego da Faxina (no trecho que margeia o
loteamento) e no seu fluxo?
No referido córrego da Faxina, houve alterações ao longo do tempo, como podemos ver em
fotos aéreas da época, com construções de açúdes ao longo do trecho, os quais contribuíram
também para o assoreamento do mesmo, porém nota-se que ao longo do trecho, foram feitas
lavouras, pastagens sem terraceamento e curvas de nível, áreas as quais estão fora dos limites
do loteamento.
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O principal fator de assoreamento do Córrego da Faxina foi o impacto causado pela
movimentação de terra resultante da implantação e manutenção das barragens a montante
do loteamento?
Em 1973, como consta em imagem, nota-se a existência de açúdes construídos ao longo, do
trecho do riacho, também a construção da rodovia SP 250, serciando a comunicação do riacho
com o outro lado da rodovia, além da mata ciliar já em 1973 fora removida em trecho
significativo do riacho.
[img]PARQUE DAS NAÇÕES EM 1973.jpg | Mata ciliar e açúdes em 1973 | SECRETARIA DE
AGRICULTURA DO ESTADO DE SÃO PAULO[/img]
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É possível determinar qual foi o fator preponderante para o assoreamento do Córrego da
Faxina?
Sim é possível. São fatores antrópicos, como: Construção de açúdes, remoção de mata ciliar, a já
existência da rodovia antiga a qual passa nas proximidades do loteamento.
[img]PARQUE DAS NAÇÕES EM 1973.jpg | RODOVIA ANTIGA | IMAGEM DA SECRETARIA DE
AGRICULTURA[/img]

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Quais são as medidas necessárias para restabelecer as características originais do corpo
d’água no Córrego da Faxina?
Isolamento da área com o devido cercamento, para que se isole a área, para que ocorra
regeneração natural, na faixa de 30 metros de APP.
[img]app 30 m.jpg | APP A SER ISOLADA PARA REGENERAÇÃO NATURAL | CLAUDIO
LINS[/img]
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