COMUNICAÇÃO EM SIMPÓSIO PRESENCIAL - AT002 - LINGUAGEM E
LITERATURA EM PERSPECTIVA INTERDISCIPLINAR
A NARRATIVA CURTA E A FORMA DO MUNDO: O TEMPO, O ESPAÇO E A
PESSOA NO CONTO O AMOR!... DE ANA PLÁCIDO
Larissa Silva Costa (larissa.costa1@aluno.ifsp.edu.br)
Charles Borges Casemiro (oprofcharles@gmail.com)
O presente trabalho objetiva realizar uma análise dos contos da literata
portuguesa do século XIX, Ana Augusta Vieira Plácido, no sentido de se compreender a figuração estética do tempo, do espaço e da pessoa e explicitar a homologia entre estas figurações estéticas e as formas sociais do mundo burguês patrimonialista patriarcal, assim como se apresentam nas formas estéticas da narrativa curta romântica portuguesa. Nesse sentido, foi escolhido, como corpus, o conto O Amor!..., do livro Luz coada por ferros (1863), a partir do qual pretende-se ilustrar como o Romantismo se coaduna ao contexto histórico, econômico, político, social e cultural do século XIX, em Portugal. Para a efetivação do trabalho, são consideradas as obras A ascensão do romance: estudos sobre Defoe, Richardson e Fielding (2010), de Ian Watt, e a História Social da Literatura Portuguesa (1985), de Benjamin Abdala Júnior e Maria Aparecida Paschoalin, que dão um panorama da sociedade patrimonialista patriarcal do século XIX e da estética narrativa romântica em Portugal – cronotopos dos contos de Ana Plácido; para a análise do conto, referente à teoria e técnica do conto, será mobilizada a análise de Enrique Imbert, em Teoría y técnica del cuento (2007); e, por fim, para a narrativa sob a perspectiva da forma discursiva, será mobilizada a Teoria Semiótica do Texto (2005), de Diana Luz Pessoa de Barros, para compreender a organização discursiva e a representação das categorias de tempo, espaço e pessoa. A hipótese do trabalho é a de que se pode encontrar nos contos de Ana Plácido uma inédita contribuição literária, não somente para a construção de uma estética romântica em Língua Portuguesa, a partir da homologia entre a forma literária e a forma do mundo, mas também para a valorização da autoria feminina no cânone literário da Língua Portuguesa.