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Laudo de Fauna

Rua Martinho Lutero, 916– Alvorada – RS

Responsável técnico: Marcel Amaral Tust


Biólogo CRBio n0 81.965-3D

Alvorada, outubro de 2022.


SUMARIO

1. Introdução............................................................................................................. 2

2. Materiais e Métodos..............................................................................................2
2.1Área de estudo......................................................................................................2

3. Levantamento da fauna........................................................................................4
3.1 Avifauna............................................................................................................... 4
3.1.1 METODOLOGIA............................................................................................4
3.1.2 RESULTADOS E DISCUSSÃO.....................................................................4
3.2 MASTOFAUNA................................................................................................8
3.2.1 Metodologia...................................................................................................8
3.2.2RESULTADOS E DISCUSSÃO......................................................................9
3.4HERPETOFAUNA...............................................................................................10
3.4.1 METODOLOGIA..........................................................................................10
3.4.1.2 ANFÍBIOS..............................................................................................10
3.4.1.3 RÉPTEIS...............................................................................................11
3.4.1.4............................................................................................................... 11
3.4.1.6 RÉPTEIS...............................................................................................12

4. CONSIDERAÇÕES FINAIS................................................................................13

5. REFERÊNCIAS...................................................................................................14

6. ANEXOS.............................................................................................................. 17

INDICE DE FIGURAS
Figura 1. Imagem com a localização do lote, sendo que o polígono vermelho identifica
a área de estudo............................................................................................................ 3

INDICE DE TABELAS
Tabela 1. Lista de potencial ocorrência de aves para a área de estudo, baseada em
PORTO et al., 2005.......................................................................................................4
Tabela 2. Lista de potencial ocorrência para a região de Alvorada/RS, baseada em
SILVA, 2014................................................................................................................... 9
Tabela 3.Lista de mamíferos registrada na área do empreendimento. Vi: visualização
Ve: vestígio.................................................................................................................. 12
Tabela 4. Lista de potencial ocorrência para a área de estudo, baseada em
Cachoeirinha, 2007......................................................................................................12
Tabela 5. Lista de potencial ocorrência para a área de estudo, baseada em
Cachoeirinha, 2007......................................................................................................12

Laudo de Fauna – Rua Martinho Lutero, 916 – Alvorada - RS


1. Introdução

O presente laudo apresenta os dados referentes ao levantamento da fauna de


determinados grupos de vertebrados no local em questão. Os grupos animais aos
quais se aplicou esforço na detecção é composto por mastofauna (fauna de
mamíferos), avifauna (fauna de aves) e herpetofauna (fauna de répteis e anfíbios).
A área alvo do estudo está localizada no município de Alvorada, Leste de Porto
Alegre, na região metropolitana. O clima da região é caracterizado como subtropical
úmido classificado com a sigla (Cfa), este tipo climático é caracterizado pelas
temperaturas médias compreendidas entre -3ºC e 18ºC no mês mais frio e superiores
a 22ºC para o mês mais quente, com precipitações uniformemente distribuídas
durante o ano com total pluviométrico superior a 1200 mm (CEMET, 2021). A
fitofisionômia da região, segundo HASENACK & CORDEIRO, 2009 é denominada
como área de domínio Mata Atlântica, sendo descrita por um domínio fisionômico
composto por um mosaico de formações herbáceo-arbustivas e florestais que
originalmente apresentavam características de florestas estacionais.

Materiais e Métodos

2.1Área de estudo

O levantamento foi conduzido em uma área de aproximadamente 0,28 hectares


localizado no município de Alvorada, Rio Grande do Sul. Inserida numa matriz urbana,
a área conta com predomínio de vegetação rasteira, com árvores localizadas nos
fundos do lote (leste). A área amostrada encontra-se nas coordenadas, Datum
SIRGAS 2000, coordenada de referência em UTM 494788/6680000 22J (Figura 1),
dentro da Zona de Amortecimento da APA do Banhado Grande (Figura 2).
A campanha de levantamento de dados realizou-se no mês de outubro de 2022
A área está inserida em uma região urbanizada e de intensa atividade humana,
sendo que as áreas naturais são compostas por paisagens abertas e as pequenas
formações florestais possuem grande quantidade de espécies exóticas.

2
Figura 1 – Imagem com localização do lote, sendo que o polígono vermelho identifica a área de estudo.
Fonte: Google Earth/2022

Figura 2 – Imagem com a localização relativa a UC mais próxima. Fonte Google Earth/2022

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2. Levantamento da fauna

O levantamento da fauna foi realizado através de dados primários e


secundários, com a intenção de obter dados qualitativos. Na ocorrência de registros
(visualização de indivíduos), foram coletadas as coordenadas geográficas com
receptor portátil de GPS, modelo Garmin GPSMap 78. Cabe salientar que alguns
animais são difíceis de fotografar e, portanto, nem sempre aparecerão em imagens.
No entanto, caso sejam visualizados ou haja presença de vestígios, seu registro
constará neste documento.
Foram levantados dados referentes à fauna de vertebrados contidos na área,
para os registros das espécies, foram realizadas as metodologias necessárias a cada
grupo estudado (avifauna, mastofauna e herpetofauna) e as mesmas estão descritas a
seguir:

3.1 Avifauna

3.1.1 METODOLOGIA

Para o levantamento da avifauna foram realizadas caminhadas por toda a área


do empreendimento no formato ad libitum, por dois dias consecutivos no mês de
outubro de 2022. Foram priorizados os horários de maior atividade do grupo, no
período matutino e vespertino, totalizando um esforço amostral de 12 horas. As
espécies foram registradas qualitativamente, através de observação direta; pontos de
escuta e procura de ninhos.

3.1.2 RESULTADOS E DISCUSSÃO

Para o município de Alvorada foram registradas até o momento 54 espécies de


aves, distribuídas em, 50 famílias e 10 ordens (Tabela 1), o que representa cerca de
9% da riqueza de aves observada no Rio Grande do Sul (Porto, et al., 2005,
CACHOEIRINHA, 2007; BENCKE et al. 2010; SEMA, 2014). A seguir é apresentada a
lista de potencial ocorrência para região da área de estudo.
Tabela 1. Lista de potencial ocorrência de aves para a área de estudo, baseada em PORTO et al., 2005.

ORDEM FAMÍLIA NOME CIENTÍFICO NOME POPULAR

Nothura maculosa Codorna/perdiz


TINAMIFORMES TINAMIDAE
Crypturellusobsoletus Inhambuguaçu
PHALACROCORACIDAE Phalacrocoraxbrasilianus Biguá
PELECANIFORMES
ANHINGIDAE Anhinga anhinga Biguatinga
CICONIIFORMES ARDEIDAE Syrigmasibilatrix Maria-faceira

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ORDEM FAMÍLIA NOME CIENTÍFICO NOME POPULAR

Ardeacocoi Garça-moura
Garça-branca-
ArdeaAlba
grande
Bulbucus íbis Garça-vaqueira*
Garça-branca-
Egrettathula
pequena
Butoridesstriatus Socozinho
Maçarico-de-cara-
Phimosusinfuscatus
pelada
THRESKIORNITHIDAE
Plegadischihi Maçarico-preto

Rupornismagnirostris Gavião-carijó
Elanusleucurus Gavião-peneira
ACCIPITRIDAE
Heterospiziasmeridionalis Gavião-caboclo

Rostrhamussociabilis Gavião-caramujeiro
Urubu-de-cabbeça-
Cathartes aura
vermelha

CATHARTIDAE
FALCONIFORMES Urubu-de-cabeça-
Coragypsatratus
preta

Accipiterstriatus Gaviãozinho
Caracaraplancus Caracará
Falcosparverius Quiri-quiri
FALCONIDAE
Falcoperegrinus Falcão-peregrino
Milvagochimachima Carrapateiro
Mivalgo chimango Chimango
Marreca-pé-
Amazonetta brasiliensis
vermelho
ANSERIFORMES ANATIDAE Dendrocygnaviduata Marreca-piadeira
Dendrocygna bicolor Marreca-caneleira
GALLIFORMES CRACIDAE Ortalisguttata Araquã
ARAMIDAE Aramusguaraúna Carão
Aramidescajanea Saracura-três-potes
Aramides saracura Saracura-do-brejo
GRUIFORMES Gallinulachloropus Galinhola
RALLIDAE
Saracura-do-
Pardirallussanguinolentus
banhado
Pardirallusmaculatus Saracura-carijó
CHARADRIDAE Vanelluschilensis Quero-quero
CHARADRIIFORMES JACANIDAE Jacanajaçanã Jaçanã
RECURVIROSTRIDAE Himantopushimantopus Pernilongo
ColumbaLívia Pombo-doméstico*
Columbapicazurro Pombão
Columbina picui Rolinha-picuí
COLUMBIFORMES COLUMBIDAE
Columbina talpacoti Rolinha-roxa
Leptotilaverreauxi Juriti-pupu
Leptotilarufaxilla Juriti-gemedeira

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ORDEM FAMÍLIA NOME CIENTÍFICO NOME POPULAR

Zenaidaauriculata Pomba-de-bando
Myopsittamonachus Caturrita
PSITTACIFORMES PSITTACIDAE Papagaio
Amazona aestiva
verdadeiro*
Crotophagaanii Anu-preto
Guiraguira Anu-branco
CUCULIFORMES CUCULIDAE
Tapera naevia Saci
Piayacayana Alma-de-gato
Otuscholiba Corujinha-do-mato
STRIGIDAE Rhinoptynxclamator Coruja-orelhuda
STRIGIFORMES
Speotytocunicularia Coruja-do-campo
TYTONIDAE Tyto Alba Coruja-das-torres
CAPRIMULGIFORME Hydropsalistorquata Bacurau-tesoura
CAPRIMULGIDAE
S Hydropsalislongirostris Bacurau-da-telha
Andorinhão-do-
Streptoprocnezonaris
coleira
APODIDAE
Andorinhão-do-
Chaeturameridionalis
temporal
Beija-flor-de-veste-
Anthracothoraxnigricolis
preta
Besourinho-do-bico-
APODIFORMES Chlorostilbonaureoventris
vermelho
TROCHILIDAE Hylocharischrysura Beija-flor-dourado
Beija-flor-de-papo-
Leucochlorisalbicolis
branco
Beija-flor-preto-de-
Melanotrochilusfuscus
rabobranco
Martim-pescador-
Ceryletorquata
grande
Martim-pescador-
CORACIIFORMES ALCEDINIDAE Chloroceryle amazona
verde
Martim-pescador-
Chloroceryle americana
pequeno
Celeus flavescens João-velho
Colaptes campestris Pica-pau-do-campo
PICIFORMES PICIDAE Pica-pau-verde-
Colapte smalanochloros
barrado
Piculus aurulentus Pica-pau-dourado
SCLERURIDAE Sclerurus scansor Vira-folha
FURNARIDAE Furnarius rufus João-de-barro
CONOPOPHAGIDAE Conopophagalineata Chupa-dente
Chamaezacampanisona Tovaca
FORMICARIIDAE
Thamnophiluscaerulescens Choca-da-mata

PASSERIFORMES Camptostomaobsoletum Risadinha


Elaenia obscura Tucão
Guaracava-de-
Elaeniaflavogaster
TYRANNIDAE barriga-amarela
Machetornisrixosus Suiriri-cavaleiro
Pitangussulphurosus Bem-te-vi
Satrapaicterophrys Suiriri-pequeno

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ORDEM FAMÍLIA NOME CIENTÍFICO NOME POPULAR

Todirostrumplumbeiceps Tororó
Tyrannusmelancholicus Suiriri
Tyrannus savana Tesourinha
Xolmisirupero Noivinha
Andorinha-de-testa-
Tachycinetaleucorrhoa
branca
Andorinha-do-
Progne tapera
campo
HIRUNDINIDAE Andorinhha-
Prognechalibea
doméstica-grande
Andorinha-pequena-
Notiochelidoncyanoleuca
de-casa
Alopochelidonfucata Andorinha-morena
TROGLODYTIDAE Troglodytesmusculus Corruíra
MIMIDAE Mimussaturninus Sabiá-do-campo
Turdussubalaris Sabiá-ferreiro
Turdusleucomelas Sabiá-barranco
Turdusrufiventris Sabiá-laranjeira
MUSCICAPIDAE Turdusamaurichalinus Sabiá-poca
Turdusalbicolis Sabiá-coleira
Balança-rabo-de-
Polioptiladumicola
máscara
Coerebaflaveola Cambacica

Coryphospinguscucullatus Tico-tico-rei

Embernagraplatensis Sabiá-do-banhado
Euphoniachlorotica Fim-fim
Euphoniacyanocephala Gaturamo-rei
Poospizalateralis Quete
Poospizanigrorufa Quem-te-vestiu

THRAUPIDAE Saltatorsimilis Trinca-ferro


Sicalisflaveola Canário-da-terra
Sporophilacaerulescens Coleirinho
Stephanophorusdiadematu
Sanhaçu-frade
s
Tangara preciosa Saíra-preciosa
Sanhaçu-papa-
Thrauoisbonariensis
laranja
Thraupissayaca Sanhaçu-cinzento
Volatiniajacarina Tiziu
PASSERILLIDAE Zonotrichiacapensis Tico-tico
Parulapitiayumi Mariquita
Geothlypisaequinoctialis Pia-cobra
PARULIDAE Basileuterusculivorus Pula-pula
Pula-pula-
Basileuterusleucoblepharus
assobiador
Agelaiusruphicapillus Garibaldi
ICTERIDAE
Icteruscayanensis Encontro

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ORDEM FAMÍLIA NOME CIENTÍFICO NOME POPULAR

Molothrusbonariensis Vira-bosta
Oreopsarbadius Asa-de-telha
Sturnellasupercilliaris Polícia-inglesa
ESTRILDIDAE Estrildaastrild Bico-de-lacre*
PASSERIDAE Passerdomesticus Pardal*
*Espécies exóticas.

O levantamento realizado na área registrou 16 espécies de aves, distribuídas


em 10 famílias e 14 gêneros, segundo CBRO, 2014. Representando 29% das
espécies previstas para a região de Alvorada de acordo com o diagnóstico realizado
por Porto, et AL., (2005). Dentre as espécies registradas, 16 apresentaram status de
ocorrência, como residentes anuais e quatro são residentes exóticas, nenhuma se
enquadra sob qualquer categoria de ameaça em níveis estadual ou nacional (SEMA,
2014; MMA, 2014).

Foto 1. Indivíduo de sabiá-larnjeira (Turdus


rufiventris) observada na área.

2.2 MASTOFAUNA
3.2.1 Metodologia

Para o levantamento da mastofauna foi realizada busca ativa por toda a área
do empreendimento, no período matutino e vespertino, totalizando um esforço
amostral de 08 horas.

A metodologia utilizada para a mastofauna terrestre foi a Busca Ativa, que


consiste em percorrer a área a pé e em silêncio, a fim de obter algum registro visual,
observação de algum local de abrigo (buracos no solo, oco em árvore e etc), e busca
por vestígios (carcaças, rastros, fezes, pêlos e etc.).

3.2.2RESULTADOS E DISCUSSÃO

8
Para a região de Alvorada foi realizado um compilado de listas oriundo dos
municípios do entorno, tais, como Cachoeirinha e Gravataí, com base nesse estudo
estão previstas para o município de Alvorada 31 espécies de mamíferos, o que
representa 17,8% dos mamíferos previstos para o Rio Grande do Sul (Tabela 2) e
A lista a seguir (Tabela 2) apresenta as espécies de mamíferos previstas para
a região de Alvorada:
Tabela 2. Lista de potencial ocorrência para a região de Alvorada/RS, baseada em SILVA, 2014.

ORDEM FAMÍLIA NOME CIENTÍFICO NOME POPULAR


DIDELPHIMORPHIA Didelphidae Didelphis albiventris Gambá de orelha branca
Cerdocyon thous Graxaim-do-mato
Canidae
Lycalopex gymnocercus Graxaim-do-campo
CARNIVORA Mephitidae Conepatus chinga Zorrilho
Mustelidae Galictis cuja Furão
Procyonidae Procyon cancrivorus Mão-pelada
Caviidae Cavia aperea Preá
Akodon montensis Rato-do-mato
Olygoryzomys nigripes Rato-do-arroz
Cricetidae Olygoryzomys flavescens Rato-do-mato
RODENTIA Holochilus brasiliensis Rato-do-banhado
Scapteromys tumidus Rato-d’água
Erethizontidae Coendou spinosus Ouriço-cacheiro
Hydrochoeridae Hydrochoeris hydrochaeris Capivara
Myocastoridae Myocastor coypus Ratão-do-banhado
Dasypus hybridus Tatu-mulita
CINGULATA Dasypodidae Dasypus novemcinctus Tatu-galinha
Euphractus sexcinctus Tatu-peludo

Não foram encontrados locais de abrigo ou vestígios de mamíferos silvestres


ao longo da área. Mamíferos silvestres são animais dificilmente são vistos na
natureza. Isso se deve, principalmente, ao fato de terem hábitos discretos, largamente
crepusculares e noturnos (BECKER & DALPONTE, 1999).
Os únicos animais pertencentes a este clado observados são animais exóticos,
domésticos ou de criação. Cães (Canis lupus familiaris) foram vistos circulando pela
área do empreendimento, assim como de gatos domésticos (Felis catus). Estas duas
espécies são comumente associadas à predação da fauna local, pois costumam caçar
e afugentar espécies silvestres.
A seguir o registro fotográfico

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Foto 2. Vestígios e rastros de cães e gatos
encontrados por toda área.

A baixa diversidade de mamíferos na área, provavelmente se deve a alta


influência antrópica no meio. O local apresenta muitas moradias ao seu redor, grande
movimentação de veículos e animais domésticos circulam pela região, todos estes
fatores certamente não colaboram para a existência de mamíferos silvestres na área.

Os mamíferos são capazes de se adaptar de maneiras diferentes às alterações


dos ambientes urbanos, porém são poucas as espécies que estabelecem populações
em habitats urbanizados (HARRIS & YALDEN, 2003). A urbanização traz
consequências ruins à fauna, pois com sua expansão ocorre a fragmentação de
hábitats e consequentemente o aumento de bordas nas matas remanescentes. A
fragmentação altera a riqueza de espécies e as densidades populacionais. No caso de
mamíferos de grande porte, principalmente os carnívoros, a fragmentação deixa áreas
remanescentes pequenas demais para manter uma população viável, diminuindo a
possibilidade de sucesso reprodutivo e afetando a sobrevida da espécie naquele local
(CROOKS, 2002; TIGAS et al., 2002).
Não foram identificadas espécies ameaçadas de extinção, criticamente em
perigo ou vulneráveis, endêmicas, ou ainda, consideradas raras.

3.4HERPETOFAUNA

3.4.1 METODOLOGIA
Para a caracterização da herpetofauna foram utilizados métodos distintos para
anfíbios e répteis. Procurou-se, explorar os mais diversos ambientes ocorrentes no
local.

A seguir são tratadas as metodologias específicas para répteis e anfíbios.

3.4.1.2 ANFÍBIOS
Foi realizado Busca Ativa atrás de encontros visuais, abrigos ou vestígios, esse
método consiste em caminhadas em diversos tipos de ambientes, a fim de identificar
indivíduos em atividade ou repouso (epífitas, troncos, galhos, áreas úmidas, etc).

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Ambientes aquáticos temporários (poças) ou permanentes (área úmida) foram
visitados para a obtenção de registros de anuros em atividade (alimentar, reprodutiva)
ou ainda indivíduos em estágio larval (girinos) o que indicaria a atividade reprodutiva
de algumas espécies. O esforço amostral totalizou 08 horas de buscas.

Outro método utilizado foi o de registro auditivo, método que consiste em


detectar indivíduos adultos vocalizando. Para este método foi realizada a caminhada
nas áreas com maior umidade existentes no local, os espécimes em atividade são
registrados, identificados e, quando possível, fotografados.

3.4.1.3 RÉPTEIS
Foi realizada a Busca Ativa, que se constituiu em caminhadas nos diferentes
ambientes da área, em busca de animais em atividade ou em possíveis abrigos
(troncos e pedras; buracos, áreas úmidas e etc). Também foram procurados vestígios
(carcaças, mudas ou escamas). O esforço amostral totalizaram 08 horas de
amostragem.

Também são considerados os encontros ocasionais, são os registros que não


estão classificados como procura ativa, obtidos em outras atividades ou durante
deslocamentos na área.

3.4.1.4RESULTADOS E DISCUSSÃO

A vistoria da área foi feita de modo a contemplar os diversos micro-habitats


existentes na área. A herpetofauna apresenta hábitos discretos na maioria das vezes,
fazendo com que seu encontro seja um acontecimento oportuno, principalmente em
áreas florestadas (VITT, 1987; SHINE, 1995; POUGH et al. 2004) o que dificulta a
elaboração de listas consistentes.

Os anfíbios são o grupo mais provável de se encontrar, devido aos seus


hábitos de vocalização, permitindo o registro auditivo, sem o registro visual. Já o grupo
dos reptilianos são os mais difíceis de encontrar, devido aos seus hábitos muitas
vezes fossoriais, arborícolas, etc., além disso, a temperatura é um fator limitante na
amostragem e na sua observação, pois em dias muito frios ou sem sol, dificilmente
são encontrados (FITCH, 1987; MACIEL et al., 2003), prejudicando sua amostragem.

3.5.1.5ANFÍBIOS

Para o Rio Grande do Sul estão previstas aproximadamente de 94 espécies de


anfíbios e na área de estudo estão previstas 15 espécies de anfíbios (Tabela 3),
distribuídos em cinco famílias. A lista de potencial ocorrência de espécies na área é
apresentada a seguir:

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Tabela 3. Lista de potencial ocorrência para a área de estudo, baseada em Cachoeirinha, 2007.

CATEGORIA DE
FAMÍLIA NOME CIENTÍFICO NOME POPULAR
AMEAÇA/ OBS
Rhineladorbignyi Sapo-de-jardim -
BUFONIDAE
Rhinelaictericus Sapo -cururu -
Hypsiboasfaber Sapo-ferreiro -
Dendropsophusminutus Perereca -
Dendropsophussanborni Perereca-chica -
Hypsiboaspulchellus Perereca-do-banhado -
HYLIDAE
Scinaxfuscovarius Raspa-de-cuia -
Scinaxsqualirostris Perereca-nariguda -
Scinaxgranulatus Perereca -
Pseudis minuta Rã-boiadora -
Leptodactylusgracilis Rã-assoviadora -
LEPTODACTYLIDAE
Leptodactylusocellatus Rã-manteiga -
Odontophrynusamericanu
CYCLORAMPHIDAE Sapo-de-jardim -
s
Physalaemuscuvieri Rã-cachorro -
LEIUPERIDAE
Physalaemusgracilis Rã-chorona -

Na área de estudo não foram registradas espécies de anfíbios, o mesmo


ocorreu com método registro auditivo onde não foi identificada nenhuma espécie.

3.4.1.6 RÉPTEIS

A fim de se estabelecer um panorama das espécies com potencial ocorrência


para a área em questão, foi elaborada uma lista de dados secundários (Tabela 10). A
lista apresenta 15 espécies de potencial ocorrência na região. Isso corresponde a
12,7% das espécies estimadas para o Rio Grande do Sul, uma vez que 118 espécies
de répteis (11 Testudines, 21 Sauria, seis Amphisbaenia, 79 serpentes e um
Crocodilia) são estimadas para o território do Estado (LEMA, 1994; DI-BERNARDO et
al., 2004).
A lista de potencial ocorrência para a região é apresentada a seguir (Tabela 4):

Tabela 4. Lista de potencial ocorrência para a área de estudo, baseada em Cachoeirinha, 2007.

CATEGORIA DE
ORDEM FAMÍLIA NOME CIENTÍFICO NOME POPULAR
AMEAÇA/ OBS

TESTUDINAT EMYDIDAE Trachemys dorbigni Tigre-d'água ─


A CHELLIDAE Phrynops hilarii Cágado-comum ─
SQUAMATA GYMNOPHTALMIDA
Cercosaura schreibersii Lagartixa-marrom ─
E
TEIIDAE Teius oculatus Teiú-verde ─
Tupinambis merianae Lagarto-de-papo- ─
amarelo

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CATEGORIA DE
ORDEM FAMÍLIA NOME CIENTÍFICO NOME POPULAR
AMEAÇA/ OBS
Chironius bicarinatus Caninana-verde ─
Cobra-d’água-
Helicops infrataeniatus ─
meridional
Liophis miliaris Cobra-lisa ─
COLUBRIDAE Jararaca-do-
Mastigodryas bifossatus ─
banhado
Oxyrhopus rhombifer Falsa-coral-comum ─
Philodryas olfersii Cobra-cipó-comum ─
Philodryas patagoniensis Papa-pinto ─
ELAPIDAE Micrurus altirostris Cobra-coral ─
Bothrops alternatus Cruzeira ─
VIPERIDAE
Bothrops jararaca Jararaca ─

Na área de estudo não foram registradas espécies de anfíbios, o mesmo


ocorreu com método registro auditivo onde não foi identificada nenhuma espécie.

3. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Conforme o Livro Vermelho da fauna ameaçada de extinção do Rio Grande do


Sul (SEMA, 2014), a Lista oficial da fauna brasileira ameaçada de extinção (MMA,
2014) eaIUCN – União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN, 2014),
não foram identificadas espécies da fauna silvestre ameaçadas de extinção ou ainda
consideradas raras.
A grande influência antrópica na área, afeta consideravelmente a diversidade
de espécies ali existentes, aliado a presença de animais domésticos ocasionam a
perda de habitat, afugentando as espécies mais sensíveis da fauna e permanecendo
no local somente aquelas que apresentam grande resistência a estas alterações.

O uso da área para o empreendimento pode ser considerado de baixo impacto


para a fauna, pois foi diagnosticada a baixa diversidade de espécies e a ausência de
espécies mais sensíveis, sendo registrada apenas a presença de espécies
periantrópicas, que certamente se deslocarão para áreas no entorno.

4. REFERÊNCIAS

Laudo de Fauna – Rua Martinho Lutero, 916 – Alvorada - RS


ACHAVAL, F. & OLMOS, A. 2007. Anfíbios y reptilesdelUruguay. Biophoto,160p.

BECKER, M. & DALPONTE, J.C. 1999.Rastros de mamíferos silvestres brasileiros:


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Fundação Zoobotânica de Porto Alegre, 104p.

BENCKE, G.A.; DIAS, R.A; BUGONI, L.; AGNE, C.E.; FONTANA, C.S.; MAURÍCIO,
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BONVICINO, C.R. et al. Guia dos roedores do Brasil, com chaves para gêneros
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CROOKS, K. 2002.Relative sensitivities of mammalian carnivores to habitat


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DEVELEY, P.F. & ENDRIGO, E. 2011. Aves da grande São Paulo. São Paulo: Aves e
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DEVELEY, P.F. & MARTENSEN, A.C. 2006.As aves da Reserva Florestal do Morro
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DI-BERNARDO, M. 1998. História natural de uma comunidade de serpentes da borda


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Este relatório é composto por 16 páginas mais capa e anexos.

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Biólogo Marcel Amaral Tust

CRBio nº 81.965-3D

ART nº. 2022/15724

Contato (51) 998659972

5. ANEXOS

ANEXO 1 – Assinatura de Responsabilidade Técnica (ART)

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