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Referência Bibliográfica:
A. Introdução
6. As territorialidades formais são aquelas salvaguardadas por estatutos que definem competências, atribuições,
limites de extensão, garantindo o exercício do poder a partir da representatividade de suas bases, seja o
Executivo ou o Legislativo, ou ainda em estruturas próprias, como conselhos ou comitês definidos sob lei. São
exemplos de territorialidades formais que recortam o espaço, os municípios, os distritos, as regiões
metropolitanas, que possuem um caráter político-administrativo e institucional (TRINDADE JR, 1998).
organiza sozinha a vida econômica da região Norte. O mesmo pode ser dito em relação à
Manaus, embora ela tenha aumentado sua importância como polo de produção industrial.
Ambas acabam distribuindo serviços para uma área cada vez mais reduzida do espaço
regional, principalmente, dentro de seus próprios estados, ou naqueles serviços mais
especializados acabam desempenhando o papel de núcleo metropolitano (Belém) ou de centro
regional (Manaus). As capitais estaduais da região Norte desempenham papéis muito
semelhantes aos de Belém e Manaus, ainda que para determinados tipos de serviços elas
funcionem como elo de uma cadeia cuja cabeça hierárquica situa-se em cidades localizadas
fora da própria região, tais como São Paulo e Rio de Janeiro, para ações de ordem econômica,
e Brasília, para intermediações de ordem governamental. Na verdade, as capitais estaduais são
os polos que articulam as cidades em cada um dos estados e estes com os segmentos nacionais
da rede de cidades.
Por fim, pode-se dizer que, no caso do estado do Pará, Belém, que antes
desempenhava o papel de cidade primaz dentro de uma rede urbana dendrítica, tem seu papel
minimizado dentro da região em função de novas relações e nós que refazem as relações com
a rede urbana nacional. Primeiro, sua área de influência é redimensionada devido ao
aparecimento de quatro novas áreas regionais submetidas à influência de outros centros e
produzindo novos subsistemas regionais, como é o caso de Rondônia, Acre e Amazonas.
Segundo, o estado do Pará, em função de sua posição herdada de configurações urbanas
pretéritas, avança no fortalecimento de uma rede urbana regional mais complexa, em que
Belém aparece como núcleo central, decorrente de sua posição na configuração da região
metropolitana e de sua área de influência sobre importantes subsistemas em que aparecem
cidades como Santarém, Itaituba e Marabá, como centros urbanos nucleadores de subsistemas
de cidades no estado do Pará. Distanciando-se da área de influência da região metropolitana,
Marabá e Itaituba exercem importantes papéis como nódulos da configuração sul da rede
urbana regional, principalmente ao longo dos eixos rodoviários, e Santarém se coloca num
papel mais amplo, ao se posicionar como nódulo na ligação entre as áreas de influência de
Belém e Manaus, principalmente ao longo da malha fluvial.
O Estudo da Dimensão Territorial para o Planejamento (BRASIL, 2008), por sua
vez, teve como objetivo principal a construção de uma regionalização para o território
brasileiro que propicie, segundo os critérios econômicos, ambientais e sociopolíticos, os
subsídios para a escolha e localização de projetos de investimentos e articulação das políticas
públicas.
As análises contidas no Módulo III do Estudo da Dimensão Territorial para o
Planejamento, intitulado Regiões de Referências, apontam para uma nova regionalização do
país, a partir da definição de novos polos de desenvolvimento, sob a perspectiva das
dimensões técnicas, econômicas, sociais e culturais.
A proposta apresentada, além dos territórios homogêneos (módulo II), considera a
construção de uma regionalização em duas escalas: i) macrorregional – segundo a presença
dos grandes centros urbanos; e ii) sub-regional – a partir dos critérios da polarização e
acessibilidade. Por um lado, para elaboração das macrorregiões, o estudo fez uso do modelo
gravitacional de Isard, que permitiu elaborar um recorte do país, por meio de cálculos de
polarização, ajuste ambiental e identidade cultural, em 11 macrorregiões com seus respectivos
macropolos. Nessa divisão, Belém e São Luiz são apresentadas como uma macrorregião
bipolarizada de influência sobre o espaço amazônico e pré-amazônico oriental. Por outro lado,
para elaboração das tipologias das sub-regiões, o estudo priorizou a caracterização de novos
centros, ressaltando o caráter policêntrico do território nacional. Assim, buscou identificar de
que forma essas sub-regiões se organizam em torno do centro urbano que as polariza,
propiciando maiores subsídios para uma intervenção do poder público no sentido de fortalecer
essas áreas, descentralizando o desenvolvimento nacional.
O estudo identifica, ainda, os macropolos estratégicos (18) cujo objetivo é promover a
integração nacional, dentro de uma perspectiva da busca de um projeto de nação guiado pelos
objetivos de coesão econômica, social, territorial e política. Assim, dentre os 18 macropolos
estratégicos, 11 são vistos como macropolos consolidados (Porto Alegre, Curitiba, São Paulo,
Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Brasília, Goiânia, Salvador, Recife, Fortaleza e Manaus), que
têm significativa força ordenadora de seu entorno, e sete são vistos como novos macropolos
(Belém, São Luiz, Palmas, Uberlândia, Campo Grande, Cuiabá e Porto Velho), espaços com
significativas carências estruturais que devem ser supridas a partir de densos investimentos
públicos, principalmente no setor de serviços, reforçando o seu papel primaz no
desenvolvimento da região
No que tange ao novo macropolo de Belém, o estudo sugere a intensificação de
políticas públicas, principalmente na área de serviços, visando à consolidação desse polo. A
debilidade dos recursos logísticos nessa área requer uma vultosa contrapartida de
investimentos públicos, capazes de atrair novos investimentos privados, gerando emprego e
renda para a região. O objetivo dessa política seria fazer uma repolarização do território
nacional, buscando a descentralização do desenvolvimento nacional. Dessa forma, os novos
macropolos ajudariam as grandes cidades brasileiras a resolver o problema da concentração
populacional, como um grande desafio social, incapaz de ser sanado somente pelas
metrópoles onde ocorre esse excedente populacional.
Além desses macropolos, são selecionados, ainda, os novos subpolos estratégicos,7
que atuariam como pontos de apoio para a integração da região polarizada. Assim, a pesquisa
acabou por selecionar 22 subpolos estratégicos, levando-se em consideração a hierarquia, a
distribuição geográfica, a necessidade de reduzir as desigualdades regionais e sociais e o
potencial produtivo das regiões. No estado do Pará, destaque especial deve ser dado para a
inclusão dos subpolos de i) Marabá, na região do bico de papagaio, tendo sua economia
associada à exploração mineral de Carajás e à produção de ferro gusa, que por necessitar de
carvão vegetal para seu abastecimento, causa fortes desmatamentos na região; ii) de
Santarém, com sua estratégica localização no entorno da floresta amazônica; e iii) de Itaituba,
caracterizado pelo intenso processo de ocupação e sua forte relação com o norte do Mato
Grosso e a expansão em direção ao porto de Santarém/PA. Essas duas últimas aglomerações
são destacadas como referências para uma ação orientada com o objetivo de interiorizar o
desenvolvimento do Bioma Florestal Amazônico, embora apresentem uma infraestrutura
básica bastante comprometida.
Fazendo uma breve reflexão sobre algumas convergências e divergências existentes
entre os estudos analisados, podemos afirmar que os estudos do IBGE (2008) e do
Ipea/IBGE/UNICAMP (2001) se distinguem do estudo do Ministério do Planejamento
Orçamento e Gestão – MPOG (BRASIL, 2008) inicialmente em termos de seus referenciais
teóricos. Nesse sentido, os dois primeiros tomam como principal referência teórica, para
análise dos centros urbanos, o enfoque cristalleriano, que utiliza o conceito de centralidade, a
partir da presença de bens, equipamentos e serviços, como elementos de hierarquização dos
centros urbanos. Ao passo que o terceiro trabalha com a abordagem de Isard –
desenvolvimento econômico regional – e de Perroux – formação de polos de desenvolvimento
regional de base industrial – como forma de subsidiar políticas públicas voltadas para o
planejamento de novos polos estratégicos visando o reordenamento do território e a
construção de um Brasil policêntrico.
Mais do que uma diferença teórica, essa distinção expressa o caráter de
intencionalidade do estudo do MPOG (BRASIL, 2008) que explicita desde o começo a sua
preocupação adicional de incentivar a integração territorial, nos planos nacional e
internacional, visando a um país mais policêntrico e de menores desigualdades regionais.
8. Como cidades médias de responsabilidade social, cidade média com dinâmica econômica externa e cidade
média de fronteira, cidades pequenas de responsabilidade social, cidades pequenas com dinâmica econômica
externa, cidades pequenas de fronteira e cidades pequenas dependentes.
B. Análise da dinâmica urbana estadual recente
Belém 602.829 59,03 Belém 824.405 49,45 Belém 849.187 32,7 Belém 1.272.354 30,87 Belém 1.399.689 28,27
Santarém 61.324 6,00 Santarém 111.493 6,68 Santarém 180.018 6,93 Ananindeua 392.627 9,52 Ananindeua 483.116 9,76
Castanhal 25.667 2,51 Castanhal 53.317 3,19 Marabá 102.435 3,94 Santarém 186.297 4,52 Santarém 242.652 4,9
Bragança 20.098 1,97 Marabá 41.752 2,50 Castanhal 92.852 3,57 Marabá 134.373 3,26 Marabá 175.020 3,53
Abaetetuba 19.785 1,94 Bragança 35.949 2,15 Ananindeua 74.051 2,85 Castanhal 121.249 2,94 Castanhal 137.226 2,77
Capanema 16.670 1,63 Abaetetuba 33.748 2,02 Itaituba 62.186 2,39 Abaetetuba 70.843 1,71 Parauapebas 118.847 2,4
Conceição do
Marabá 14.569 1,42 Araguaia 33.189 1,99 Abaetetuba 56.389 2,17 Marituba 64.884 1,57 Tucuruí 85.426 1,72
Vigia 11.681 1,14 Capanema 29.541 1,77 Altamira 50.145 1,93 Itaituba 64.486 1,56 Itaituba 82.495 1,66
Alenquer 11.367 1,11 Tucuruí 27.308 1,63 Bragança 49.600 1,91 Altamira 62.285 1,51 Marituba 81.420 1,64
Cametá 10.981 1,07 Altamira 26.905 1,61 Tucuruí 46.014 1,77 Tucuruí 60.918 1,47 Abaetetuba 77.792 1,57
Demais Demais Demais Demais Demais
municípios 262.643 25,72 municípios 449.386 27,01 municípios 1.033.51 39,84 municípios 1.691.79 41,04 municípios 2.065.82 41,78
16
17
A fim de captar esse dinamismo da população urbana no estado do Pará, a
tabela 2 apresenta os dez municípios com as maiores taxas de crescimento no período de
2000 a 2007. É interessante notar que esses municípios não são aqueles pertencentes à
região metropolitana ou mesmo os que são polos regionais.
Entre os dez maiores, pode-se encontrar: i) municípios que cresceram em
função da presença de atividades minerais (por exemplo, Canaã dos Carajás,
Parauapebas e Ipixuna do Pará); ii) municípios cujas dinâmicas estão associadas à
expansão da fronteira agrícola, das atividades de exploração madeireira e/ou da
produção de carvão vegetal (por exemplo, Anapu, Ulianópolis, São Félix do Xingu,
Trairão); e iii) municípios que têm seu crescimento relacionado ao processo de
emancipação político-administrativo (fragmentação territorial), que antes não existiam
enquanto cidade, mas que depois da emancipação tiveram um incremento populacional
urbano, a exemplo de Santa Maria das Barreiras.
Os dados da tabela 2 acabam por confirmar um argumento que vem sendo
desenvolvido desde o início da presente análise, de que a forma difusa como o
capitalismo se expandiu no estado do Pará fez com que houvesse um crescimento de
médias, mas principalmente, de pequenas cidades, localizadas em geral fora do eixo
metropolitano e dinamizadas pela mineração e pelas atividades relacionadas à
agricultura, à pecuária, à mineração e ao carvoejamento.
Tabela 2
Municípios com taxa de incremento superior ao do estado do Pará – 2000-2007
Taxa de
Saldo
Municípios População 2000 População 2007 incremento
populacional
2000/2007
Canaã dos Carajás 3.924 18.153 24,46% 14.229
Santa Maria das Barreiras 1.457 4.768 18,46% 3.311
Faro 4.918 12.995 14,89% 8.077
Anapu 3.083 7.548 13,65% 4.465
Anajás 4.613 9.988 11,67% 5.375
Ulianópolis 11.909 24.760 11,02% 12.851
Parauapebas 59.260 118.847 10,45% 59.587
Ipixuna do Pará 4.991 9.934 10,33% 4.943
São Félix do Xingu 12.530 24.837 10,27% 12.307
Trairão 3.008 5.906 10,12% 2.898
Pará 4.120.693 4.949.502 2,65% 828.809
Fonte: IBGE, Censo Demográfico (2000) e Contagem da População (2007).
18
Ao mesmo tempo em que ocorre um incremento populacional nos municípios
dinamizados pelas atividades econômicas que atingiram a região depois dos anos de
1970, especialmente os que estão localizados no sul e sudeste paraense, verifica-se
também uma diminuição da importância demográfica daqueles municípios localizados
no nordeste paraense, com exceção de Curionópolis e Almerim, que estão no sudeste e
oeste do Pará, respectivamente. No caso de Curionópolis, é importante ressaltar que
essa diminuição da população está relacionada ao fim das atividades do garimpo de
Serra Pelada e ao início de outras atividades em municípios vizinhos, tais como
Parauapebas, Canaã dos Carajás, Ourilândia do Norte etc.
Tabela 3
Municípios com taxa de incremento inferior ao do estado do Pará – 2000-2007
Taxa de
População População Saldo
Municípios incremento
2000 2007 populacional
2000/2007
Magalhães Barata 3.978 3.592 -1,45 -386
Curionópolis 13.250 12.101 -1,29 -1.149
Nova Timboteua 4.985 4.669 -0,93 -316
São Francisco do Pará 4.907 4.612 -0,88 -295
Maracanã 11.712 11.199 -0,64 -513
Terra Santa 10.965 10.569 -0,52 -396
Marapanim 9.490 9.256 -0,36 -234
Almeirim 18.916 18.458 -0,35 -458
Pará 4.120.693 4.949.502 2,65 828.809
Esses dados são relevantes também, porque reforçam uma mudança no padrão
de organização do espaço regional. Antes das grandes transformações, em função dos
grandes projetos públicos e privados que atingiram a região, as cidades estavam
estruturadas entorno dos rios ou mesmo das ferrovias, como no caso de algumas cidades
do nordeste paraense, mas com as transformações que ocorreram depois de 1970,
observou-se uma reorganização do espaço regional com a maior relevância assumida
pelas cidades que estão às margens das rodovias.
Por meio do mapa 1, pode-se verificar a espacialidade das discussões
empreendidas anteriormente. Nele pode-se observar tanto as cidades que tiveram seu
crescimento superior ao do estado do Pará quanto aquelas cuja dinâmica foi negativa,
destacando-se Curionópolis, Almerim, Maracanã, Marapanim, Magalhães Barata, Nova
19
Timboteua e São Francisco do Pará (os cinco últimos pertencentes ao nordeste
paraense).
Neste mapa é interessante notar um aspecto ainda não destacado nos dados
discutidos: o crescimento absoluto da população urbana do estado. De imediato chama a
atenção à dinâmica de praticamente todas as cidades, com exceção de apenas seis,
conforme analisado acima. Se, de um lado, observa-se ainda um crescimento da região
metropolitana, indicando a permanência do processo de metropolização, inclusive com
um maior destaque para aquelas cidades que compõe a região metropolitana; de outro
lado, verifica-se o crescimento paralelo de cidades pequenas e médias,9 o que denota
uma maior presença de urbanização do território e não apenas de urbanização da
população e da sociedade, mas também a presença da desmetropolização (SANTOS,
2005). Nesse sentido, pode-se dizer que ao lado das tradicionais cidades médias da
região – Marabá, Santarém e Castanhal – destacam-se diversas cidades que têm chegado
ou mesmo se aproximado desse patamar de cidades, como é o caso, por exemplo, de
Tucuruí, Abaetetuba, Itaituba, Parauapebas e Redenção. Ao mesmo tempo, esse
crescimento deve ser visto colado com o crescimento de cidades pequenas, denotando
aquilo que Machado (1999) chamou de ruralização.
20
Mapa 1
Aumento populacional na área urbana no estado do Pará (2000-2007)
21
A análise da dinâmica urbana do estado do Pará reuniu elementos que
caracterizam as mudanças sobre os processos espaciais, orientados principalmente pelas
forças atrativas das atividades econômicas, entre as quais os investimentos públicos, e
as alocações privadas em setores estratégicos. Essas variáveis permitem configurar
áreas que se destacam em termos de concentração dos equipamentos e serviços,
caracterizando polos econômicos de atração para novos investimentos e fluxos
migratórios.
A dinâmica urbana esta associada a deslocamentos populacionais entre
determinadas áreas, que, em grande medida, contribuem para marcar significativamente
a configuração de espaços de atração ou repulsão dentro do estado e a captação de suas
tendências pode ajudar a compreender uma nova configuração espacial. Os mapas
temáticos da produção (PIB) na próxima seção permitem compreender onde estão
localizadas essas áreas e, mesmo, qual a sua influência espacial em determinadas
localidades.
Esta análise inicial tem por objetivo identificar os municípios com significativo
destaque na representatividade do PIB do estado do Pará para os anos de 2002 e 2006,
recorte este definido a partir da disponibilidade de informações estatísticas do PIB,
atendendo à nova metodologia de cálculo que consiste na distribuição pelos municípios
do valor adicionado (VA) das principais atividades econômicas calculadas para o PIB
estadual (agropecuária, indústria e serviços) e que se constitui num processo
descendente de repartição dos municípios em subsetores que constituem o VA do estado
do Pará (Relatório do PIB, Secretaria de Estado de Planejamento, Orçamento e
Finanças, SEPOF, 2008).
22
identificar a polarização econômica que alguns municípios exercem em certa localidade,
fato que pode ser reforçado posteriormente com a análise consolidada.
Na participação do PIB, a mesorregião metropolitana de Belém concentra três
dos quatro maiores PIBs, representada pela capital do estado, Barcarena e Ananindeua,
estes com forte influência de polarização em toda a região do nordeste paraense. Outro
conjunto de municípios que se destacam fica situado na mesorregião do sudeste
paraense, entre os quais respondem pelo destaque: Canaã dos Carajás, Marabá,
Parauapebas e Tucuruí (mapa 2).
Em 2002, a mesorregião do sudeste paraense, já apresentava forte
especialização na criação de bovinos, fabricação de produtos de laticínios, atividades
relacionadas com a pecuária, como comercialização de medicamentos veterinários e
varejo de pesticidas, fertilizantes, corretivos de solo, cultivo de grãos como arroz e soja,
desdobramento de madeira e geração e distribuição de energia elétrica, que
representavam as principais atividades para aquele ano.
Na configuração espacial da Calha Norte ou mesorregião do Baixo Amazonas
três grandes municípios exercem forte atratividade. É o caso de Santarém, situado mais
ao sul da região, seguida dos municípios de Oriximiná e Almerim. Em 2002, as
atividades que predominaram na região foram: a expansão de grãos e a forte atividade
portuária ligada ao transporte para o caso de Santarém; nos municípios mais ao norte, as
atividades ligadas à extração de minerais não metálicos, fabricação de celulose e
fabricação de máquinas dinamizaram a economia de Almerim (mapa 2).
23
Mapa 2
Distribuição espacial do produto interno bruto do estado do Pará (2002)
24
Na mesorregião sudoeste do estado do Pará, os municípios de Itaituba e
Altamira são os mais representativos em relação ao PIB num intervalo intermediário. A
dinâmica de atratividade desses polos em sua região se deve a um grande peso de
participação do setor de serviços na composição do PIB dos municípios,
particularmente associado à prestação de serviços ligados à agricultura, à pecuária, à
exploração florestal, à aquicultura e também aos serviços relacionados, como
administração pública, entre outros, que caracterizam o dinamismo dessa região.
Essa grande diversidade de atividades desenvolvidas no estado revela, de um
lado, a intensiva exploração dos recursos naturais e, de outro, uma significava
concentração da pauta de exportações representadas pelas atividades de mineração,
extração madeireira e pecuária com criação extensiva. Isso se contrapõe a uma
atratividade para municípios que polarizam essa atividade sem o necessário suprimento
de equipamentos e serviços para sua população urbana.
25
Figura 1
Participação dos setores econômicos no valor adicionado
26
Como critérios de classificação agregada, foram identificados os 15 municípios
que apresentaram os maiores valores de PIB em 2002. Em termos econômicos, estes
foram os maiores destaques do estado. A análise seguinte identifica as dinâmicas
produtivas, a participação relativa dos setores econômicos na composição municipal do
PIB e as atividades de maior destaque na unidade.
Figura 2
Ranking dos municípios com maiores Produtos Internos Brutos no estado do Pará
– 2002
27
acima da faixa de R$ 1 bilhão. No entanto, apesar de estarem situados entre os cinco
maiores PIBs do estado, quando comparados com a capital, Belém, existe um grande
distanciamento. Em termos comparativos, os quatro municípios que segue em ordem
decrescente de PIB logo após Belém, juntos representam apenas R$ 5.817.170.000, ou
seja, 74,76% do PIB da capital. Para ocorrer equiparação de valores com o PIB de
Belém, seriam necessários agregar a soma da riqueza de pelo menos três municípios a
mais, o que constata o grande peso na participação da produção global do estado de sua
própria capital.
Apesar de a maior participação no PIB do estado estar associada ao setor de
serviços, quando ordenamos os cinco primeiros municípios, três deles têm maior peso
atribuído ao setor industrial É o caso de Barcarena, Parauapebas e Tucuruí, que se
especializaram em setores ligados a fortes atividades de transformação. Entre as
atividades que explicam esse forte dinamismo industrial, temos para o conjunto desses
municípios a metalurgia de alumínio e suas ligas, produção-distribuição-consumo e
atividades de obras ligadas ao setor energético, tratamento térmico de aço e outros
derivados e fornecimento desses insumos a setores correlatos e de apoio, fabricação de
baterias para veículos, construção e embarcações comerciais e para fins turísticos, entre
outras.
II.II. Análise da dinâmica espacial do PIB do estado do Pará, 2006
Para o ano de 2006, a análise agregada do PIB revela uma melhor distribuição
entre os municípios polarizadores. Geograficamente, essa distribuição se revela mais
homogênea na medida em que numa mesma região tem-se a maior presença de
municípios que dividem a atratividade econômica, mesmo que em escalas menores,
puxada por municípios com população abaixo de 20 mil habitantes.
É possível também observar o aparecimento de alguns novos polos. Ainda que
modestos em relação à média do estado, esses polos desenvolvem forte poder de
atratividade dentro de suas meso- e microrregiões, como é o caso dos municípios de
Breves e Cametá que assumiram dinâmicas hegemônicas dentro de suas áreas de
influência (mapa 3).
28
Mapa 3
Distribuição espacial do Produto Interno Bruto do estado do Pará – 2006
29
Com relação ao município de Breves, o setor de serviços teve a maior
representatividade, oferecendo incrementos positivos na comparação com a média do
estado. Contribuíram para isso as atividades ligadas a serviços de transporte de
mercadorias, linhas privadas de passageiros, telecomunicações e ampliação de bancos
múltiplos aliados a financiamento privado para ampliação de obras de usinagem. Isso
permitiu destacada centralidade em serviços em relação à mesorregião do Marajó,
principalmente aos municípios de Gurupá, Melgaço, Anajás, Bagre e Curralinho (mapa
3).
Na mesorregião do nordeste paraense, os municípios de Bragança e Capanema
aparecem como destaque do PIB entre R$ 200 a 400 milhões, com maior predominância
para o município de Bragança, que já ultrapassa nesse mesmo ano a marca de 100 mil
habitantes. Com elevada taxa de urbanização, as atividades que caracterizam esse
avanço são explicadas pelo polo pesqueiro e pela comercialização de produtos e
subprodutos do pescado, impulsionada pela grande variedade de peixes de água salgada.
Do lado industrial, a fabricação do açúcar e a fundição de ferro e do aço também usados
como matéria-prima para a fabricação de esquadrias de ferro ajudaram a alavancar o
município a assumir a função de polo na microrregião Bragantina e Guamá (mapa 3).
Na configuração espacial do PIB em 2006, cabe um destaque para a
mesorregião do sudeste paraense pela maior presença de homogeneidade na
participação do PIB da mesorregião, garantido uma maior presença (12 municípios),
figurando com PIB entre R$ 200.000.000 a valores acima de 600.000.000 na soma de
suas riquezas. Esses resultados atestam certa especialização da região na agropecuária e
o fortalecimento da cadeia de bovinos em setores específicos, como gado de corte,
lacticínios, couro, e também a presença mais predominante para toda a região da
exploração mineral (mapa 3).
As mesorregiões do Baixo Amazonas e do sudoeste do Pará continuam sendo
polarizadas pelos mesmos municípios. No Baixo Amazonas, Santarém continua
polarizando, com PIB de R$ 1,4 bilhões, seguida por Oriximiná, que, em 2006, em
função da expansão das atividades ligadas ao setor mineral, com destaque para a
extração de alumínio, apresentou PIB acima de R$ 600 milhões. E, por último,
Almerim, com atividades também ligadas à extração mineral e à fabricação de celulose.
No sudoeste do estado do Pará, os municípios de Altamira e Itaituba continuam
polarizando a região, com especialização em serviços, apesar da forte presença do setor
30
agropecuário representado pela pecuária extensiva, com especialidade de corte e leite.
Em 2006, o setor de serviços respondia por 61,86% do PIB de Altamira e por 60,67%
do PIB do município de Itaituba nessa mesorregião.
Outro fato que não sofreu alteração em temos de estado foi a participação do
PIB do Pará na contribuição do PIB do Brasil. Em termos percentuais, a representação
atingiu 1,9% da produção nacional, um ganho abaixo de 0,5% percentual em 4 anos, o
que não significou melhoria no ranking em relação aos outros estado da federação,
permanecendo na 13a posição.
Para o ano de 2006, ocorreram pequenas alterações na composição do valor
adicionado por setores; no entanto, essas alterações são muito significativas para a
interpretação da dinâmica econômica quando analisadas de forma desagregada. Em
termos relativos, o setor de agropecuária perdeu importância relativa no estado,
passando de 13% do PIB estadual em 2002 para 9% em 2006. O setor de serviços, por
sua vez apresentou um pequeno incremento de 1% na participação da economia
estadual, enquanto que o setor de indústria teve uma expansão de 30% para 33% do PIB
paraense.
Figura 3
Participação dos setores econômicos no valor adicionado do Produto Interno Bruto
no estado do Pará – 2006
Agropecuária
9%
31
setor de serviços. Para o ano de 2006, 121 municípios do estado possuíam esse setor
respondendo por mais da metade dos seus PIBs.
Com relação aos cinco principais municípios com maiores PIBs do estado em
2006, apenas o município de Tucuruí perdeu um posicionamento na comparação com os
cinco maiores PIBs de 2002. Em termos gerais, observa-se pequenas alternâncias no
posicionamento dos municípios e uma tendência de consolidação dos polos econômicos
do estado do Pará.
Outros fatores relevantes devem ser destacados, entre os quais a diferença
percentual em relação ao valor produzido pelo segundo colocado na comparação com o
município de Belém é de 28,44%, ou seja, o município de Barcarena, com todas as
exportações e atividades de extração e processamento mineral, não chega a produzir
30% da riqueza gerada pela capital; no período estudado, essa diferença oscilou muito
pouco, no entanto cresceu em favor de Barcarena.
Se, em 2002, o valor do PIB de Belém correspondia à soma dos sete maiores
PIBs municipais (desconsiderando Belém), no ano de 2006, o PIB da capital estadual já
era inferior à soma dos cinco maiores PIBs municipais do estado (Barcarena,
Parauapebas, Marabá, Ananindeua e Tucuruí). Esses dados revelam que houve uma
distribuição da produção entre os municípios com as maiores economias do estado e
sugerem ainda uma tendência de desconcentração relativa da atividade econômica
estadual.
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Figura 4
Participação dos setores econômicos no valor adicionado
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durante os últimos dez anos. Esse processo, entretanto, não tem sido acompanhado por
uma adaptação e um aprimoramento dos espaços urbanos de forma a acompanhar a
necessidade de uma nova infraestrutura urbana regional.
Quanto à importância da infraestrutura para o desenvolvimento das funções
administrativas, das atividades econômicas e da evolução social, Zmitrowicz e De
Angelis Neto (1997, pg. 2) indicam que:
A rede urbana de saúde do Brasil tem estado sob fortes críticas decorrentes dos
contínuos problemas no atendimento e das amplas disparidades regionais na
disponibilidade dos serviços básicos para a sociedade. No estado do Pará, a situação não
é diferente e tende a se complicar em função da significativa centralidade que a
metrópole de Belém exerce nos serviços relacionados à saúde pública.
Para se obter alguns indicativos da dinâmica espacial na oferta de serviços de
saúde, será analisada a disponibilidade de leitos por mil habitantes nos períodos de 2000
34
a 2007. Dessa forma, espera-se captar alteração espacial da oferta dos serviços de saúde
nos 143 municípios do estado.
Apresenta-se, nos mapas 4 e 5, a distribuição espacial da leitos hospitalares por
mil habitantes, no estado do Pará, nos anos de 2000 e 2007. A distribuição de
equipamentos e serviços responde, em geral, a uma estruturação hierárquica na qual
prevalece a centralidade da metrópole de Belém e alguns poucos municípios. Essa
concentração espacial da demanda por serviços de saúde, no entorno da metrópole de
Belém, tem contribuído para causar sérias deficiências no atendimento de serviços de
saúde no interior do estado. A municipalização da saúde continua sendo o principal
desafio da administração estadual.
O número de leitos hospitalares por mil habitantes está bastante correlacionado
com a disponibilidade e a distribuição de hospitais nas diferentes regiões. A presença de
uma baixa quantidade de leitos, na maior parte dos municípios do estado, contribui para
mostrar a pouca capacidade dos programas federais e estaduais de saúde em reduzir a
dependência da oferta de equipamentos e serviços na metrópole de Belém.
A partir das informações municipais, é possível traçar um perfil da rede urbana
da oferta de serviços de saúde no estado do Pará, na qual as necessidades de saúde da
população e as ações de atenção básica não estão sendo atendidas em sua totalidade. A
concentração dos equipamentos e serviços na metrópole de Belém tem sido um fator
importante para reduzir a capacidade de crescimento de programas alternativos de base
social e de atendimento médico nas diversas regiões do estado.
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Mapa 4
Distribuição dos leitos hospitalares (por mil habitantes) no estado do Pará (2000)
36
Mapa 5
Distribuição dos leitos hospitalares (por mil habitantes) no estado do Pará (2007)
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III.II. Dinâmica espacial da educação
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Mapa 6
Estabelecimentos de ensino fundamental e médio no estado do Pará (2000)
39
Mapa 7
Estabelecimentos de ensino fundamental e médio no estado do Pará (2007)
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A disponibilidade regional de centros de ensino superior, por outro lado,
apresenta um quadro bastante diferente da situação do ensino fundamental e médio. A
situação do estado do Pará é bastante deficitária quando se considera a importância da
qualificação em nível de graduação para o desenvolvimento econômico e social da
região. Nos mapas 8 e 9, observa-se a significativa carência regional do ensino superior
no estado do Pará. No ano de 2000, o estado possuía apenas duas regiões com
instituições de ensino superior: o município de Santarém e o município de Belém, que
por ser a capital do estado, concentra a maior parte dos centros de ensino superior do
estado.10
Ao analisar o ano de 2007 em relação ao ano 2000, destacam-se o município de
Itaituba no sudoeste, os municípios de Tucuruí, Marabá e Redenção na região sul e os
municípios de Castanhal e Capanema no nordeste do estado, onde a Universidade
Federal do Pará (UFPA) e a Universidade do Estado do Pará (Uepa) abriram, a partir de
2003, cursos de graduação, presencial e a distância, para a população residente nessas
regiões.
Embora tenham surgido essas novas instalações de educação superior no
interior do estado, grande parte dos cursos de ensino superior continua localizada na
metrópole de Belém. Ao se tratar, por exemplo, de cursos de pós-graduação strictu
sensu, a capital concentra a maior parte desses cursos.
10. Essa lógica de concentração do ensino superior nas capitais é apresentada pelo estudo REGIC 2007 do
IBGE (2008), mostrando que, em 2004, das 27 Unidades da Federação, 22 tinham em suas capitais mais
da metade dos alunos matriculados no estado.
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Mapa 8
Estabelecimentos de ensino superior no estado do Pará – 2000
42
Mapa 9
Estabelecimentos de ensino superior no estado do Pará (2007)
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expansão da fronteira agrícola e madeireira e por processos de emancipação político-
administrativos.
Por outro lado, observou-se alguns municípios que apresentaram incremento
demográfico inferior à média estadual, entre eles, Marapanim, Magalhães Barata, Nova
Timboteua e São Francisco do Pará, no nordeste paraense, que têm suas atividades
produtivas ainda relacionadas à produção agrícola familiar e extrativista, com baixo
nível de modernização tecnológica; e Curionopólis (sudeste do Pará), cujo crescimento
negativo está relacionado ao enceramento das atividades minerais de Serra Pelada.
Deve-se ressaltar, porém, que apesar dessa maior importância econômica e
demográfica das cidades do interior do estado do Pará, mostrando não apenas uma
urbanização da população e da sociedade, mas também uma urbanização do território,
nos termos de Santos (1994), observa-se ainda uma forte concentração de equipamentos
e serviços na metrópole de Belém, especialmente naqueles mais avançados, entre os
quais o ensino superior e as especialidades médicas, que revelam a permanência, ainda,
de uma urbanização concentrada.
D. Considerações finais
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Observa-se que esses processos de deslocamento de atividades econômicas e da
população estão contribuindo para um processo de desconcentração populacional em
relação aos grandes centros urbanos ou que tradicionalmente detinham grande parte do
atrativo populacional. Em larga medida, isso explica o crescimento de cidades pequenas
tornando-se médias na composição da distribuição da população, ou seja, apresentando
altas taxas que foram induzidas por processos econômicos de transformação produtiva.
Assim, as mudanças da dinâmica de ocupação e ordenamento territorial no
estado do Pará estabeleceram espaços novos de atração demográfica. Mesmo cidades
que não ofereciam condições de abrigar um grande contingente populacional estão
tendo de se adaptar em função das novas oportunidades econômicas e da atração
populacional que se apresentam nesses municípios.
O surgimento dessas atividades econômicas isoladas e o desencadeamento de
processos de acelerada urbanização podem estar originando fenômenos novos de
dinâmica urbana na região norte do país que merecem atenção dadas as peculiaridades
da extensão territorial do estado do Pará e da distribuição territorial de sua rede urbana.
As mudanças mais significativas na dinâmica urbana foram mais bem definidas
em municípios em que houve forte crescimento de pequenas cidades com características
de se localizarem fora do eixo de metropolização, contrariando propagados discursos de
que municípios que se estruturam ao lado de cidades-polo também dinamizam a sua
economia e mobilizam maior contingente. Na verdade, o estudo revela que o estado do
Pará sucede várias etapas contínuas de ciclo econômico que, com maior ou menor
exatidão das políticas públicas, tem sua influência marcada no aspecto social,
econômico e ambiental das cidades.
A dinâmica urbana situa na pesquisa dois aspectos muito importantes do ponto
de vista econômico. O primeiro deles aponta para o fato de que, embora a distribuição
da atividade econômica no estado tenha permanecido majoritariamente concentrada nos
mesmo municípios, tem-se observado significativa mudança na assistência na médica e
dos serviços de educação (particularmente em termos de leitos hospitalares disponíveis
e nos níveis de ensino básico e médio). Por conseguinte, o que prevalece é que cidades
de porte médio e pequeno estão incorrendo em grandes transformações, com forte
dinâmicas produtivas sem, entretanto, a contrapartida de expansão da oferta de
equipamentos e serviços que acompanhe as novas pressões demográficas.
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REFERÊNCIAS
IBGE. Regiões de Influência das Cidades 2007. Rio de Janeiro: IBGE, 2008
SANTOS, M.. Técnica, espaço, tempo. São Paulo: Editora Hucitec, 1994.
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