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Grandezas físicas

Grandezas físicas são aquelas grandezas que podem ser medidas, ou


seja, que descrevem qualitativamente e quantitativamente as relações entre
as propriedades observadas no estudo dos fenômenos físicos.

Em Física, elas podem ser vetoriais ou escalares, como, por exemplo, o


tempo, a massa de um corpo, comprimento, velocidade, aceleração, força,
e muitas outras. Grandeza escalar é aquela que precisa somente de um
valor numérico e uma unidade para determinar uma grandeza física, um
exemplo é a nossa massa corporal. Grandezas como massa, comprimento
e tempo são exemplos de grandeza escalar. Já as grandezas vetoriais
necessitam, para sua perfeita caracterização, de uma representação mais
precisa. Assim sendo, elas necessitam, além do valor numérico, que mostra
a intensidade, de uma representação espacial que determine a direção e o
sentido. Aceleração, velocidade e força são exemplos de grandezas
vetoriais.

Grandeza física é diferente de unidade física. Por exemplo: o Porche 911


pode alcançar uma velocidade de 300 km/h. Nesse exemplo em questão, a
velocidade é a grandeza física e km/h (quilômetros por hora) é a unidade
física.

As grandezas vetoriais possuem uma representação especial. Elas são


representadas por um símbolo matemático denominado  vetor. Nele se
encontram três características sobre um corpo ou móvel, veja:

Módulo: representa o valor numérico ou a intensidade da grandeza;


Direção e Sentido: determinam a orientação da grandeza.

Abaixo temos a representação de uma grandeza vetorial qualquer e as suas


características, veja:
 

Para representar um vetor pegamos uma letra qualquer e sobre ela


colocamos uma seta, assim como mostra a figura abaixo:
Existem duas maneiras de representação do módulo de um vetor. Uma
delas consiste em ter apenas a letra que representa o vetor, sem a seta em
cima dele. A outra forma consiste na letra que representa o vetor,
juntamente com a seta sobre ele, e entre os sinais matemáticos que
representam o módulo.

Sistema Internacional de Unidades (SI)


O Sistema Internacional de Unidades, abreviado pela sigla SI, é um conjunto
de unidades de medidas correspondentes às grandezas físicas fundamentais e suas
derivações. O SI representou uma evolução do sistema métrico quando
estabelecido em 1960, durante a Conferência Geral de Pesos e Medidas (CGPM),
na França.
Introdução ao Sistema Internacional de Unidades
O Sistema Internacional de Unidades é completamente escrito sobre sete
unidades de medida básicas, baseadas nas grandezas físicas fundamentais:
comprimento, tempo, massa, corrente
elétrica, temperatura termodinâmica, quantidade de matéria, e intensidade
luminosa.
As unidades do SI referidas a tais grandezas e seus símbolos são,
respectivamente: metro (m), segundo (s), quilograma (kg), ampére (A), kelvin 
(K), mol (mol) e candela (cd). Na tabela você confere todas as unidades básicas
do SI, bem como seus símbolos e definições:

 
Grandeza Unidade Símbolo Definição moderna
 

O metro é definido como o espaço


Comprimento metro m percorrido pela luz (no vácuo) em
uma fração de 1/299.792.458 s.
O segundo equivale a 9.192.631.770
Tempo segundo s transições hiperfinas de energia de
um átomo de Césio.

  quilograma kg Atualmente o quilograma passou a


ser baseado na constante de Planck,
Símbolo Potência de base 10
Prefixo
Yotta Y 1024
Massa igual a 6,62607015.10-34 J.s.
Zeta Z 1021 O ampére é igual à passagem de
1,602176634.1019 cargas elementares
Exa CorrenteE 10 16
por segundo, corresponde à corrente
ampére A
elétrica que produz uma força de 2.10-7 N
Peta P 1015 entre dois fios condutores paralelos,
espaçados em 1 m.
Tera T 1012 Recentemente, a temperatura
termodinâmica passou a ser medida
GigaTemperatura
G 109 em termos da constante de
kelvin K Boltzmann, de módulo igual a
termodinâmica
Mega M 1,380649.1023 J.s. Antigamente, era
106
relacionada com o ponto triplo da
Quilo k água.
103
O mol é definido em termos
Quantidade
Hecto h de do número de Avogadro, que define
mol mol
102
matéria como 6,02214076.1023 o número de
Deca da partículas contidas em um mol.
101
Intensidade A intensidade luminosa é baseada em
Deci luminosad candela cd uma frequência monocromática de
10-1
luz igual a 540.1012 Hz.
Centi c 10-2

Mili m 10-3 Além dessas unidades


básicas, existem outras 22
Micro μ 10-6 unidades derivadas, como
o newton (N = kg.m/s²), o
Nano n 10-9 joule (kg.m²/s2) e o
coulomb (A.s). Para cada
Pico p unidade do SI, básica ou
10-12
derivada, pode-se
aplicar prefixos de unidade.
Femto f 10-15 Ao todo, existem 20
prefixos de unidade,
Atto a 10-18 mostrados nesta tabela:

Zepto z 10-21

Yocto y 10-24
Grandezas derivadas do SI
São aquelas expressas como o produto entre as sete grandezas fundamentais
do SI, elevadas a diferentes potências. Vamos analisar o caso de uma dessas
grandezas, a aceleração, cuja fórmula e dimensionalidade são estas:

A aceleração é
uma grandeza derivada cuja dimensão é de L¹T .
-2

Dimensionalidade
Às vezes, algumas grandezas têm suas unidades expressas em termos de
sua dimensionalidade, por exemplo, a grandeza velocidade, que relaciona o
deslocamento e o intervalo de tempo, pode ser expressa em qualquer sistema de
unidades de acordo com a equação dimensional a seguir:

L – distância ou comprimento
T – tempo ou duração
Após essa análise dimensional, é possível determinar a unidade correta para
velocidade em qualquer sistema utilizado, alguns exemplos possíveis são
o m/s (metro por segundo), o km/h (quilômetros por hora) e a mi/h (milha por
hora).
Kelvin
, candela, quilograma, mol, segundo, ampére e metro — unidades básicas do SI.

Análise dimensional e sistemas de unidades


A análise dimensional é uma ferramenta que possibilita a previsão, inspeção e
adaptação das unidades físicas que são utilizadas para a resolução de equações.
Na análise dimensional, aplicamos os fundamentos da álgebra a fim de
determinarmos em qual unidade de medida alguma grandeza deve ser expressa,
de forma a garantir a homogeneidade entre as grandezas.
Passo a passo da análise dimensional
Usando a análise dimensional, é possível prevermos qual será a unidade de
medida de alguma grandeza física que esteja relacionada à resolução de algum
problema. Para tanto, é necessário que conheçamos ao menos
as unidades fundamentais da Física, listadas no Sistema Internacional de
Unidades (SI).
A partir das grandezas fundamentais, como o metro, o quilograma, o segundo e
outras, podemos escrever todas as demais grandezas derivadas. A tabela a seguir
mostra algumas das mais importantes unidades do SI – é importante conhecê-las,
confira:

Grandeza Unidade (símbolo - nome)


Comprimento m - metro
Tempo s - segundo

Massa Kg - quilograma

Temperatura K - Kelvin

Corrente
A - Ampère
elétrica

Análise dimensional de fórmulas


Vamos aprender a fazer a análise dimensional de uma fórmula simples, como a
da velocidade média. A velocidade média é calculada pela razão do deslocamento
(ΔS) pelo intervalo de tempo (Δt).
Conhecendo as unidades fundamentais do SI, é possível identificar que o
deslocamento deve ser medido em metros (m), enquanto o intervalo de tempo
deve ser medido em segundos (s). Dessa forma, a unidade de medida de
velocidade deve ser dada em metros por segundo (m/s), confira a figura abaixo:

Na análise dimensional, realizada anteriormente, perceba que foi necessário


conhecermos previamente as unidades de distância e tempo, para que então
pudéssemos prever qual deveria ser a unidade de velocidade. Além disso, como a
fórmula indicava que as grandezas de distância e tempo estavam divididas uma
pela outra, suas unidades também foram divididas.
Algumas fórmulas ou grandezas podem ser um pouco mais trabalhosas para
determinarmos as suas unidades, confira um exemplo em que é necessário que
conheçamos além das unidades, as fórmulas que permitem calcular as grandezas
que estão nelas relacionadas. Confira a seguir o exemplo da fórmula de pressão,
no qual queremos determinar qual é a unidade de P:

Para encontrarmos a unidade na qual a pressão deve ser escrita, de acordo com o


SI, primeiramente foi necessário que conhecêssemos a sua fórmula. Depois
disso, precisaríamos saber em qual unidade a grandeza força é expressa e caso
não soubéssemos, seria necessário conhecermos a sua fórmula (F=ma), para
encontrarmos a sua unidade.
Feito isso, foi necessário lembrarmos que áreas são medidas em m². Com essas
unidades em mãos, voltamos para a fórmula e substituímos cada grandeza com
suas respectivas unidades e aplicamos as regras da álgebra: fazemos divisões e
multiplicações entre as unidades para simplificá-las ao máximo.
Uma noção importante na análise dimensional é que algumas unidades podem ser
escritas em linha e isso é comum em certos exercícios, pois a notação torna-se
mais compacta. Observe o exemplo seguinte, nele mostramos a análise
dimensional da grandeza aceleração:

Fazendo a análise dimensional da aceleração, encontramos que a sua unidade é o


metro por segundo ao quadrado (m/s²), entretanto, essa unidade pode ser escrita
de forma compacta como simplesmente m.s-2.
Existe também a possibilidade de ser necessária a determinação de alguma
grandeza física mais complexa, como no exemplo que mostraremos a seguir.
Nele, faremos a determinação da unidade de medida da grandeza chamada
de calor específico, muito utilizada nos cálculos de calorimetria, confira:

Na análise dimensional apresentada, foi necessário que rearranjássemos a


equação de modo a encontrarmos qual seria a expressão para o calor específico
([c]). Feito isso, seguimos trocando as unidades de cada grandeza física até
encontrarmos duas respostas diferentes: em azul, a unidade de calor específico
para o SI, e, em vermelho, a unidade usual de calor específico.
É possível que haja também a necessidade de se determinar a unidade de medida
de alguma grandeza fictícia. Nesse caso, elaboramos um exemplo de uma
grandeza Y, que é dada pelo produto de um comprimento ([L]), por uma área
([A]) e um intervalo de tempo ([t]), divididos por uma massa ([m]).
Para determinarmos a unidade de medida dessa grandeza, de acordo com o SI, é
necessário que lembremos que a unidade de comprimento é o metro (m), que a
unidade de área é o metro quadrado (m²), que a unidade de tempo é o segundo (s)
e que a unidade de massa é o quilograma (kg). O método utilizado para
descobrirmos a unidade de Y é chamado de princípio da homogeneidade, ou seja,
o lado esquerdo da equação deve ter a mesma unidade que o lado direito.
Conversão de unidades por meio da análise dimensional
Usando a análise dimensional e a correspondência entre diferentes sistemas de
medida, é possível transformarmos grandezas derivadas como velocidade,
aceleração, força etc. As grandezas derivadas são compostas de duas ou mais
grandezas físicas fundamentais e, às vezes, é necessário transformá-las em outras
unidades. O exemplo mais comum dessa aplicação da análise dimensional é a
transformação da velocidade medida em metros por segundo para quilômetros
por hora e vice-versa.
O segredo para fazer essa conversão de unidades de maneira correta é sempre
multiplicar a unidade por 1 de maneira conveniente: alterando sua unidade de
medida sem alterar o seu “valor”. Dessa forma, apesar de encontrarmos uma
medida diferente para a grandeza a ser convertida, sua escala terá sido mantida.
Confira um exemplo:

Na conversão apresentada, precisamos identificar que 1 km equivale a 1000 m e


que 1 h equivale a 3600 s. Após isso, multiplicamos o valor da velocidade que
estava medida em quilômetros por hora, por 1, isso é, 1000 m dividido por 1 km
e 1 h dividida por 3600 s. Dessa forma, foi possível mudar a unidade e
encontrarmos qual seria o módulo dessa velocidade na unidade de metros por
segundo.

Grandezas físicas escalares e vetoriais


Grandezas vetoriais e grandezas escalares são tipos de grandezas físicas que
dependem de diferentes informações para serem definidas. Para as grandezas
escalares, é necessário que se conheçam seu módulo (ou norma) e
a unidade de medida. Para as grandezas vetoriais, é preciso conhecer, além do
módulo e unidade medida, sua direção e sentido.
A Física está repleta de grandezas vetoriais e escalares. Para saber identificar
cada uma delas, é preciso entender aquilo que as define, portanto saber quais são
as características das grandezas escalares e vetoriais, conhecer a diferença
entre grandezas fundamentais e derivadas e comparar grandezas direta
e inversamente proporcionais. Esse conhecimento perpassa todos os conteúdos
da Física, sendo, portanto, de grande utilidade para o estudo dessa área do
conhecimento.
Diferenças entre grandezas escalares e vetoriais
Todas as grandezas físicas podem ser classificadas em dois tipos: as
grandezas escalares e as vetoriais. A diferença mais básica entre esses dois tipos
de grandezas é que as escalares podem ser representadas de forma satisfatória por
intermédio apenas do número e de uma unidade de medida. Em contrapartida,
as grandezas vetoriais precisam ser expressas com base em mais informações,
como o seu valor numérico, direção e sentido, além de uma unidade de medida.
→ Grandezas escalares
Grandezas escalares são aquelas que podem ser escritas na forma de
um número, seguido de uma unidade de medida. Em outras palavras, elas são
completamente definidas se soubermos o seu valor, também chamado de módulo,
e a forma como ela é medida.
São exemplos de grandezas escalares o comprimento, o tempo, a temperatura e
a massa. Confira algumas formas como essas grandezas podem ser expressas:
 1 m – um metro; 10 cm – dez centímetros; 2 mm – dois milímetros.
 10 s – dez segundos; 15 min – quinze minutos; 1 h – uma hora.
 25º C – vinte e cinco graus Celsius; 86º F – oitenta e seis graus Fahrenheit; 10
K – dez kelvin.
 200 g – duzentos gramas; 10 mg – dez miligramas; 2 kg – dois quilogramas.
Grandezas escalares são completamente definidas por um número e uma
unidade de medida.
Resumindo:

→ Grandezas vetoriais
Grandezas vetoriais precisam ser expressas por um número (módulo),
uma direção, um sentido e uma unidade de medida. Isso equivale a dizer que
essas grandezas podem ser expressas por meio de uma seta (vetor), ou seja, para
defini-las, é necessário levar em conta o ponto de vista do observador.
A
figura mostra que a posição da casa é uma grandeza vetorial, já que ela depende
dos pontos de vista dos observadores A e B.
Antes de continuarmos a discutir o que são as grandezas vetoriais, é preciso
compreender a diferença entre módulo, direção e sentido:
 Módulo: medida ou o tamanho do vetor que representa a grandeza vetorial.
 Direção: dimensão do espaço que depende do sistema de orientação que é usado.
Existem direções tais como largura, altura e profundidade, ou ainda a direção
horizontal e vertical, ou direção x, y e z (usadas no sistema cartesiano), ou até
mesmo direção leste-oeste, norte-sul.
 Sentido: a orientação se é para cima ou para baixo, para direita ou para esquerda,
positivo ou negativo, leste ou oeste, norte ou sul. Toda direção apresenta dois
sentidos, que são como a ponta da seta de cada vetor.
Confira alguns exemplos de grandezas vetoriais:
 Posição
 Deslocamento
 Velocidade
 Força
 Aceleração
Além de serem grandezas vetoriais, o que há de comum em todas essas grandezas
listadas acima? Todas dependem de uma direção e um sentido. Por exemplo, se
alguém lhe pergunta onde fica a padaria, não basta responder que ela fica a 50
m de distância, é necessário que se estabeleça algum sistema de referência,
como o seguinte:
Para chegar à padaria, vire à direita (sentido) a partir daqui (origem do
sistema de referência) e mova-se em linha reta (direção), percorrendo 50
m (módulo e unidade de medida).
Resumindo:
Grandezas vetoriais são completamente definidas por um número, uma unidade de
medida, uma direção e um sentido.
Grandezas físicas
Já que estamos tratando das grandezas vetoriais e escalares, é pertinente entender
o que é uma grandeza física. Grandezas físicas são todas as características
inerentes a um corpo ou a um tipo qualquer de fenômeno que possa ser medido.
A partir de um conjunto básico de grandezas físicas, conhecido como grandezas
fundamentais, é possível expressar todas as demais grandezas. Além disso, para
serem expressas de forma quantitativa, ou seja, em números, as grandezas físicas
devem ser definidas a partir de um sistema de medidas. Atualmente, o sistema
de medidas usado pela comunidade científica e em quase todo o mundo é
o Sistema Internacional de Unidades, também conhecido com SI.

Compr
imento é uma grandeza escalar, e posição é uma grandeza vetorial, uma vez que a
posição, diferentemente do comprimento, depende do observador.
Se quiser entender mais profundamente sobre como funcionam as grandezas,
sugerimos que acesse o nosso texto – com conteúdo um pouco mais avançado –
sobre a análise dimensional, que é uma ferramenta usada para o estudo das
grandezas físicas.
Grandezas e medidas
As grandezas físicas fundamentais, bem como suas medidas, são mostradas na
tabela abaixo. Nessa tabela você encontrará tais grandezas organizadas de acordo
com seu nome e seu símbolo, conforme o SI. Confira:
Grandeza Símbolo e nome
Comprimento m - metro

Tempo s - segundo

Massa kg - quilograma

Temperatura K - kelvin

Corrente elétrica A - ampére

Quantidade de matéria mol - mol

Intensidade luminosa cd - candela

A partir das grandezas mostradas acima, são definidas centenas de


outras grandezas derivadas, que são escritas por meio da combinação de
grandezas fundamentais, como a velocidade, que é uma combinação entre as
grandezas comprimento e tempo:

A velocidade é uma grandeza derivada do


comprimento e do tempo.
Confira alguns exemplos de grandezas derivadas e suas unidades de medida:
 Aceleração – [m].[s]-2
 Força – [kg]. [m].[s]-2
 Densidade – [kg].[m]-³
 Pressão – [kg]. [m]-1.[s]-2
Grandezas direta e inversamente proporcionais
Ao falar de grandezas, também é válido analisar a questão da proporcionalidade
entre elas. Grandezas proporcionais são aquelas que aumentam uma em
função da outra. Quanto maior for a distância percorrida por um móvel em um
certo intervalo de tempo, por exemplo, maior será sua velocidade, por isso
velocidade e distância percorrida são grandezas diretamente proporcionais. Em
contrapartida, quanto maior for o tempo necessário para esse móvel percorrer
uma certa distância, menor será sua velocidade, dessa maneira, dizemos que
velocidade e tempo são grandezas inversamente proporcionais.
Para definirmos se duas grandezas são proporcionais ou inversamente
proporcionais entre si, utilizamos o símbolo α, assim como mostramos no
exemplo a seguir:

A velocidade (v) é proporcional à distância percorrida (d) e


inversamente proporcional ao tempo (t).

Soma e decomposição de vetores


Os vetores são ferramentas matemáticas importantes para a Física e são definidos
como segmentos de reta orientados que representam as grandezas vetoriais.
Uma grandeza é tudo aquilo que pode ser medido. Ela pode ser escalar, necessita
apenas de um número seguido de uma unidade de medida, ou vetorial, quando
possui número, direção e sentido.
A decomposição vetorial é uma das operações realizadas com vetores e pode ser
definida como a determinação dos componentes de um vetor escritos sobre os
eixos x e y do plano cartesiano. A figura abaixo traz uma força, grandeza vetorial,
com seus componentes:

Os vetores FX e FY são os chamados componentes do vetor F projetados nos eixos


x e y do plano cartesiano. A decomposição vetorial consiste na determinação de
seus valores. Para isso, podemos reorganizar os vetores da figura acima apenas
mudando a posição do vetor FY de forma que um triângulo retângulo seja
formado.
Partindo das definições de seno e cosseno e tendo o ângulo θ formado entre o
vetor F e a componente do eixo X, temos:
senθ = FY → FY = F. senθ
F             
cosθ = FX → Fx = F. cosθ
F            
Podemos escrever que o vetor F é a soma vetorial dos vetores F X e FY. Sendo
assim, temos:

EXEMPLO: Imagine uma força F de módulo 100N que faz um ângulo de 30°


com o eixo X. Determine as componentes FX e FY do vetor F.
Fx = F. cosθ
Fx = 100 .cos30°
Fx = 100. √3/2
Fx = 50 √3 N
FY = F. senθ
FY = 100 . sen30°
FY = 100 . 0,5
FY = 50N
Repare que a soma algébrica dos valores dos componentes FX e FY não
corresponde ao valor da força F. Não podemos confundir operações algébricas
com operações vetoriais. Somando vetorialmente os valores dos componentes,
obteremos o valor de F. Veja:
Vetores são setas que têm como características a direção, o módulo e o sentido. Na Física,
além dessas características, os vetores têm nomes. Isso porque eles representam
grandezas (força, aceleração, por exemplo). Se estivermos falando sobre o vetor
aceleração, uma seta (vetor) estará em cima da letra a.

Direção horizontal, módulo e sentido (da esquerda


para a direita) do vetor aceleração
Soma de Vetores
A adição de vetores pode ser feita através de duas regras, seguindo os seguintes passos:

Regra do Paralelogramo
1.º Junte as origens dos vetores.
2.º Trace uma linha paralela a cada um dos vetores, formando um paralelogramo.
3.º Some a diagonal do paralelogramo.
Importa referir que nesta regra podemos somar apenas 2 vetores de cada vez. Para somar
três ou mais vetores, fazemos a soma de  e, a resultante, somamos ao terceiro vetor , e
assim por diante.

Módulo do Vetor Soma


O valor, módulo ou intensidade do vetor soma é o número obtido utilizando a lei dos
cossenos.

Sendo r, a e b os módulos dos vetores, ,  e , r é dado por:

Onde  é o ângulo formado entre os vetores  e .

Regra da Poligonal
1.º Junte os vetores, um pela origem, outro pela extremidade (ponta). Faça assim
sucessivamente, conforme o número de vetores que precisa somar.
2.º Trace uma linha perpendicular entre a origem do 1.º vetor e a extremidade do último
vetor.
3.º Some a linha perpendicular.

Importa referir que nesta regra podemos somar vários vetores por vez.

Vale a propriedade comutativa da adição, por isso, a ordem em que se somam os vetores,
não altera o resultado.

Caso a linha poligonal formada pelos vetores for fechada, o vetor resultante será nulo.
Subtração de Vetores
A operação de subtração de vetores pode ser feita pelas mesmas regras da adição.

Regra do Paralelogramo
1.º Faça linhas paralelas a cada um dos vetores, formando um paralelogramo.
2.º De seguida, faça o vetor resultante, o vetor que liga a extremidade do segundo para o
primeiro vetor.
3.º Faça a subtração, considerando que -B é o vetor oposto de B.

Ao posicionar os dois vetores, com mesma origem e conservando as direções e sentidos, o


vetor resultante é o vetor que liga o final do segundo vetor na subtração (subtraendo), até o
final do primeiro (minuendo).

Módulo do Vetor Subtração


O valor, módulo ou intensidade do vetor subtração é o número obtido utilizando a lei dos
cossenos.

Sendo r, a e b os módulos dos vetores ,  e , r é dado por

Onde  é o ângulo formado entre os vetores  e .

Regra da Poligonal
1.º Junte os vetores, um pela origem, outro pela extremidade (ponta). Faça assim
sucessivamente, conforme o número de vetores que precisa somar.
2.º Faça uma linha perpendicular entre a origem do 1.º vetor e a extremidade do último
vetor.
3.º Faça a subtração da linha perpendicular, considerando que -B é o vetor oposto de B.
Decomposição de Vetores
Na decomposição vetorial, através de um único vetor podemos encontrar as componentes
em dois eixos. Esses componentes são a soma de dois vetores que resultam no vetor
inicial.

A regra do paralelogramo também pode ser usada nessa operação:

1.º Trace dois eixos perpendiculares entre si com origem no vetor existente.
2.º Trace uma linha paralela a cada um dos vetores, formando um paralelogramo.
3.º Some as componentes  e  e verifique que o seu resultado é igual ao do vetor que havia
inicialmente.

Neste caso, o módulo do vetor  é obtido pelo teorema de Pitágoras.


Relação funcional entre grandezas físicas e representação
gráfica

Deslocamento de um móvel em função do tempo


O estudo dos gráficos é cobrado em quase todas as situações envolvendo a Física.
Portanto, podemos dizer que o gráfico serve para visualizar o comportamento das
grandezas físicas de uma maneira fácil e rápida. Através dos gráficos podemos
verificar como uma grandeza física está variando em função de outra grandeza
física. Neste artigo faremos uma análise geral sobre os gráficos.

Mecânica
Mecânica é uma grande área da física que se concentra
no estudo do movimento e repouso dos corpos, estejam estes ou não sob a ação
de forças. A mecânica divide-se nas áreas de cinemática, dinâmica e estática.
Praticamente todos os movimentos que acontecem em nosso cotidiano podem ser
descritos pelas equações dessa área.
O estudo da mecânica é de grande importância para uma enorme gama de
profissões, além de ser o conteúdo de física que é mais cobrado
no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). Alguns profissionais lidam
diariamente com ela,
como engenheiros civis, engenheiros agrônomos, engenheiros mecânicos, eng
enheiros hidráulicos, arquitetos, pilotos de avião, físicos e outros.
O que a mecânica estuda?
O objeto do estudo da mecânica é o movimento, por isso se trata de uma área de
estudo bastante extensa. Dentre as diversas possibilidades de estudo, destacamos
algumas que foram desenvolvidas pela pesquisa em mecânica:
As órbitas de planetas, satélites e asteroides, descritas pela lei da gravitação
universal e pelas leis de Kepler.
 A trajetória de foguetes, balas, dardos e flechas explicada por meio das
equações de lançamento de projéteis.
 O escoamento de fluidos, descrito pela equação da continuidade, capaz de
explicar o voo dos aviões bem como as situações hidrostáticas, em que os fluidos
encontram-se em repouso.
 O funcionamento de máquinas simples, tais como planos inclinados, roldanas,
talhas, balanças etc.
 A trajetória de partículas eletricamente carregadas movendo-se sob a ação
de campos elétricos e magnéticos, como ocorre no fenômeno da aurora boreal.
 Corpos em queda livre ou até mesmo corpos que caem acelerados pela
gravidade, mas que sofrem a ação da resistência do ar.
 Durante o estudo da física, é possível que você se depare com o
termo mecânica clássica, tal termo relaciona-se com os conhecimentos da
área que são aplicáveis exclusivamente às situações macroscópicas. Para
os outros casos, que requerem a explicação do movimento de partículas
diminutas, tais como átomos e moléculas, recorre-se a outro tipo de
mecânica, chamada de mecânica quântica.
 Para além da mecânica clássica e da mecânica quântica, existe a mecânica
relativística, um ramo da física proveniente das descobertas do físico
Albert Einstein. Esse ramo da mecânica estuda o comportamento de corpos
que se movem a velocidades próximas à velocidade da luz.
 Cinemática
 Cinemática é a área da mecânica que estuda o movimento dos corpos sem
levar em conta as causas desse movimento. Em outras palavras, estuda-se
situações que ocorrem a partir do instante em que um corpo inicia o seu
estado de movimento.
 No âmbito da cinemática, que é vista no Ensino Médio, estuda-se os
seguintes tipos de movimento:
 Movimento uniforme
 Movimento uniforme é aquele em que a velocidade de um corpo é
constante, deslocando-se apenas em linha reta. A principal equação usada
para o estudo do movimento uniforme é a função horária da posição,
mostrada a seguir:


 Movimento uniformemente variado
 Movimento uniformemente variado é nome dado ao tipo de movimento em
que a velocidade de um corpo muda a taxas constantes. No caso em que o
movimento tem a sua velocidade incrementada, dizemos tratar-se de
um movimento acelerado, se a velocidade diminui, dizemos tratar-se de
um movimento retardado.
 As equações mais importantes para a descrição do movimento
uniformemente variado são as funções horárias da posição, da velocidade e
a equação de Torricelli, confira cada uma dessas equações agora:


 Movimento circular uniforme
 Movimento circular é aquele em que a direção da velocidade de um
móvel muda constantemente, de modo que a sua distância a um ponto do
espaço permaneça constante. Mesmo que chamado de movimento circular
uniforme, esse movimento é acelerado, uma vez que, para que se possa
descrever uma trajetória circular, é necessária a existência de
uma aceleração centrípeta.
 No estudo do movimento circular, deparamo-nos com uma grande
quantidade de equações, uma vez que existem: equações que
calculam deslocamento e velocidade escalar; equações que
calculam grandezas angulares, tais como velocidade angular; e, por fim,
equações que servem para relacionar esses dois tipos de grandezas.
 Confira algumas das mais importantes equações do movimento circular:


 A velocidade angular é determinada pela frequência ou pelo período da
rotação.

 A velocidade escalar é determinada pelo produto da velocidade angular
com o raio de rotação.


 A frequência de um movimento circular corresponde ao inverso de seu
período.
 Movimento circular uniformemente variado
 Movimento circular uniformemente variado (MCUV) é um caso um
pouco mais geral do MCU. Nele, além de
uma aceleração centrípeta, há acelerações angular e
tangencial constantes, que fazem com que a velocidade angular do móvel
varie de maneira uniforme. Assim como fazemos no movimento
uniformemente variado, no estudo do MCUV usamos funções horárias de
posição e velocidade bastante similares, confira:

 A fórmula, similar àquela do MUV, pode ser usada para determinar a
posição angular.

 Função horária da velocidade angular para o movimento circular
uniformemente variado.
Dinâmica
Na dinâmica estuda-se as causas que deram origem a algum movimento. Nesse
sentido, estudamos as forças que atuam sobre um corpo, as quantidades de
movimento, a energia mecânica, o impulso e as grandezas relacionadas aos
movimentos de rotação, tais como o torque e o momento angular.
As bases do estudo da dinâmica do Ensino Médio são as três leis de Newton,
com base nelas derivam-se as demais equações da subárea, e também
da cinemática. Confira algumas das mais importantes fórmulas utilizadas no
estudo da dinâmica:

Estática
Estática estuda as condições de equilíbrio em corpos extensos, ou seja,
determina quais devem ser as medidas ou ainda a intensidade de forças e torques
para que um corpo de dimensões não desprezíveis possa permanecer em
equilíbrio. No estudo da estática, as leis de Newton são largamente utilizadas.

Mecânica no Enem
Entre todas as áreas da física, a mecânica é aquela que está presente em maior
quantidade nas questões do ENEM, por isso, é de grande importância que você
seja capaz de:
 compreender o significado por trás das equações da cinemática, conseguindo
relacioná-las a situações reais bem como aos seus gráficos;
 identificar e classificar movimentos progressivos, regressivos, acelerados e
uniformes;
 compreender o conceito de referencial e entender o que são movimentos
relativos;
 saber aplicar as três leis de Newton nos mais diferentes contextos;
 compreender o conceito de energia mecânica, cinética e potencial e saber operar
com essas quantidades;
 fazer cálculos de colisões utilizando a quantidade de movimento, bem como a
conservação da energia mecânica;
 conhecer e compreender o funcionamento das leis de Kepler e de sua relação
com a lei da gravitação universal;
 entender como devem ser aplicadas as condições de equilíbrio estático a corpos
cujas dimensões não podem ser desprezadas;
 compreender as causas e efeitos dos movimentos de partículas e saber descrevê-
las em forma de equações.

Cinemática

Na área de Mecânica da Física, a Cinemática estuda e descreve o movimento dos corpos


sem se preocupar com as causas do deslocamento.

Através da Cinemática é possível classificar e comparar os movimentos, já o motivo da


ocorrência é abordado na Dinâmica.

Conceitos fundamentais
Veja a seguir alguns conceitos importantes no estudo da Cinemática.

 Referencial: ponto que determina se o objeto está em movimento ou repouso.


 Movimento: mudança de posição para se aproximar ou afastar do referencial.
 Repouso: quando a posição de um objeto não se altera em relação a um referencial.
 Trajetória: linha que determina as diversas posições do objeto ao decorrer do tempo.
 Deslocamento: distância percorrida entre o espaço inicial e final da trajetória.
 Ponto material: corpo cujas dimensões não interferem no estudo do movimento.
 Corpo extenso: corpo cujas dimensões são importantes para o entender o movimento.
Exemplo: Um rapaz dentro de um carro é tido como A e se movimenta para direita em
direção ao referencial B, que corresponde a uma menina parada próximo à faixa de
pedestres.
Sendo B o referencial, dizemos que A está em movimento em relação a B, ou seja, está
realizando uma trajetória, pois a distância que ele está de B varia com o tempo. Note que o
movimento realizado por um corpo depende do referencial adotado.

O tipo de trajetória classifica o movimento em retilíneo, quando o movimento é realizado em


uma reta, ou curvilíneo, quando o movimento é realizado em uma trajetória curva.

Fórmulas da Cinemática
Velocidade escalar média
A rapidez com que é realizado o deslocamento por um corpo recebe o nome de velocidade
média, que pode ser calculada através da seguinte fórmula:

Os termos inicial e final correspondem ao período de contagem do tempo, não importando


se o carro ficou parado durante algum momento ou se houve variação de velocidade no
percurso.

No Sistema Internacional (SI) a unidade de velocidade média é o metro por segundo (m/s).

Aceleração escalar média


Com o passar do tempo, a velocidade de um corpo pode mudar à medida que ele realiza o
movimento. A aceleração de um corpo faz com que a variação da velocidade durante um
trajeto aumente ou diminua em um dado intervalo de tempo.

Veja a seguir a fórmula para calcular a aceleração:

No Sistema Internacional (SI) a unidade de aceleração média é o metro por segundo ao


quadrado (m/s2).

Movimento Uniforme (MU)


Se em igual intervalo de tempo um corpo percorre sempre a mesma distância, seu
movimento é classificado como uniforme. Sendo assim, sua velocidade é constante e
diferente de zero ao longo do percurso.
No Movimento Retilíneo Uniforme (MRU) a velocidade não muda em uma trajetória
realizada em linha reta.

A posição do corpo na trajetória pode ser calculada pela função horária da posição:

Onde,

S = posição final, em metros (m)


S0 = posição inicial, em metros (m)
v = velocidade, em metros por segundo (m/s)
t = tempo, em segundos (s)

Movimento Uniformemente Variado (MUV)


Se a velocidade variar em quantidades iguais no mesmo intervalo de tempo, o movimento é
caracterizado como uniformemente variado. Sendo assim, a aceleração é constante e
diferente de zero.

O Movimento Retilíneo Uniformemente Variado (MRUV) é caracterizado pela mesma


quantidade de aceleração de um corpo em linha reta.

Através da equação horária da velocidade é possível calcular a velocidade em função do


tempo.

Onde,

V = velocidade final, em metros por segundo (m/s)


V0 = velocidade inicial, em metros por segundo (m/s)
a = aceleração, em metros por segundo ao quadrado (m/s 2)
t = tempo, em segundos (s)
A posição do corpo durante a trajetória pode ser calculada através da seguinte equação:

Onde,

S = posição final, em metros (m)


S0 = posição inicial, em metros (m)
V0 = velocidade inicial, em metros por segundo (m/s)
a = aceleração, em metros por segundo ao quadrado (m/s 2)
t = tempo, em segundos (s)
A equação de Torricelli é utilizada para relacionar a velocidade e o espaço percorrido no
movimento uniformemente variado.

Onde,

V = velocidade final, em metros por segundo (m/s)


V0 = velocidade inicial, em metros por segundo (m/s)
a = aceleração, em metros por segundo ao quadrado (m/s 2)
 = espaço percorrido, em metros (m)
Deslocamento escalar e vetorial
Deslocamento e espaço percorrido são grandezas físicas relacionadas entre si,
porém diferentes. Enquanto o deslocamento é uma grandeza física vetorial, o
espaço percorrido é escalar. O deslocamento é o módulo do vetor que liga as
posições final e inicial de um móvel, enquanto o espaço percorrido é a soma de
todos os deslocamentos lineares de um móvel.
Deslocamento
Deslocamento é uma grandeza vetorial que pode ser calculada  a partir da
diferença entre outras duas grandezas vetoriais: a posição final (S F) e a posição
inicial (S0) de um móvel. Em outras palavras, o deslocamento de um
corpo equivale à distância entre essas duas posições, portanto, se esse corpo
move-se e volta para a mesma posição de onde partiu, seu deslocamento terá sido
nulo.
Observe a figura abaixo, onde é possível observar dois pontos, S F e S0. A seta que
conecta esses dois pontos é o que chamamos de vetor deslocamento.

A seta vermelha, que liga A até B, é o vetor deslocamento. Em traços azuis, vê-se
o espaço percorrido.
O módulo do vetor deslocamento (ΔS) nos informa qual é a distância entre o
ponto de partida e chegada de um móvel. Tal distância pode ser obtida pelos
valores das componentes do vetor deslocamento. No caso de um deslocamento
que ocorre em duas direções (x e y), o módulo do vetor deslocamento pode ser
obtido a partir do teorema de Pitágoras. A situação nesse caso é análoga ao que
estudamos na Matemática para a distância entre dois pontos.
Outra forma de se calcular é somando os diferentes vetores de deslocamento que
originam o deslocamento resultante. Na figura abaixo, podemos observar duas
setas, d1 e d2, que representam dois deslocamentos distintos.

A soma vetorial dos deslocamentos d1 e d2 equivale à distância entre as posições


final (SF) e inicial (S0).
Fórmula do deslocamento
A fórmula usada para calcular o deslocamento é simples e consiste na distância
entre dois pontos.

SF – posição final


S0 – posição inicial
O deslocamento também pode ser obtido por meio do teorema de Pitágoras, caso
já saibamos o tamanho das componentes x e y do vetor deslocamento.

Espaço percorrido
Espaço percorrido é uma grandeza escalar, diferentemente do deslocamento. O
espaço ou distância percorrida é a soma dos módulos de cada deslocamento
retilíneo que resulta no deslocamento total do corpo. Além disso, o espaço
percorrido pode ser calculado somando-se todas as distâncias que o corpo
percorre até chegar à posição final. O espaço percorrido também costuma ser
chamado de deslocamento escalar.

Velocidades escalar e vetorial (média e instantânea)


Velocidade vetorial é a medida com que uma certa distância é percorrida,
durante um intervalo de tempo, quando levamos em conta parâmetros vetoriais,
como módulo, direção e sentido. A velocidade vetorial pode ser calculada pelo
vetor deslocamento — diferença entre os vetores de posição final e inicial —
dividido pelo intervalo de tempo em que se deu o movimento.
Definição de velocidade vetorial
Diferentemente da velocidade escalar, a velocidade vetorial média pode ser nula,
mesmo que o corpo esteja em movimento. Isso acontece nos casos em que o
móvel parte de uma posição e, ao final de um certo intervalo de tempo, retorna à
mesma posição. Nesse caso dizemos que, mesmo que o espaço percorrido pelo
móvel não tenha sido nulo, o deslocamento vetorial foi.movimento. pode ser
nula, mesmo que o corpo esteja em, a velocidade vetorial
média escalarDiferentemente da velocidade
A fórmula usada para calcular a velocidade vetorial de algum móvel é esta:

v – velocidade vetorial


ΔS – deslocamento vetorial
Δt – intervalo de tempo
Deslocamento vetorial
Chamamos de SF e S0, respectivamente, as posições em que o móvel encontrava-
se ao final e início do movimento. Essas posições podem ser escritas na forma
de pontos do plano cartesiano (x,y), para que possamos calcular o
deslocamento vetorial, levando-se em conta a distância entre as coordenadas x e
y de cada um dos pontos.

Desl
ocamento – plano cartesiano
Outra forma de escrevermos o vetor deslocamento é por meio do uso
de vetores unitários (um vetor que aponta nas direções x, y ou z e que tem
módulo igual a 1). Os vetores unitários são usados para definir o módulo de cada
componente do deslocamento ou da velocidade
nas direções horizontal e vertical, representados pelos símbolos i e j,
respectivamente.
Na figura seguinte, mostraremos as componentes do vetor deslocamento de um
móvel que se encontrava na posição S0 = 4,0i + 3,0j, e então se move para a
posição SF = 6,0i e 10,0j. O deslocamento, nesse caso, é dado pela diferença entre
essas posições e é igual a ΔS = 2,0i + 7,0j.

O
deslocamento na velocidade vetorial deve ser calculado pela adição vetorial.
Conhecendo-se as componentes do vetor velocidade, é possível calcular
o módulo do deslocamento, para tanto, devemos utilizar o teorema de Pitágoras,
uma vez que essas componentes são perpendiculares entre si, observe:

Cálculo do deslocamento usando o


teorema de Pitágoras (u.c. = unidades de comprimento).
Depois de descobrirmos o módulo do vetor deslocamento, a velocidade
vetorial poderá ser calculada dividindo-o pelo intervalo de tempo.
Velocidade vetorial e velocidade escalar
Como mencionado, a velocidade é uma grandeza vetorial, por isso, é definida
com base em seu módulo, direção e sentido. Toda velocidade é vetorial,
entretanto, grande parte dos livros didáticos usa o termo “velocidade escalar”
para facilitar o estudo da cinemática para os estudantes do Ensino Médio. Dito
isso, essa velocidade “escalar” é, na verdade, o módulo da velocidade vetorial
de um móvel que se desloca ao longo de uma única direção do espaço.
Velocidade vetorial média e instantânea
Velocidade vetorial média é a razão entre o deslocamento vetorial e o
intervalo de tempo em que esse deslocamento ocorre. Quando calculamos
a velocidade média, o resultado obtido não indica que ela foi mantida durante
todo o trajeto, podendo ter sofrido variações ao longo do tempo.
A velocidade instantânea, por sua vez, é definida
para intervalos de tempo infinitesimais, ou seja, muito pequenos. A definição
de velocidade vetorial instantânea remete, portanto,
à medida da velocidade em cada instante:

A velocidade instantânea é medida em intervalos de


tempo próximos de 0.

Acelerações escalar e vetorial (média e instantânea)


No estudo da Física, para ficarem bem caracterizadas, existem grandezas cujas
medidas precisam da identificação de sua intensidade, de um número
acompanhado de uma unidade de medida, e de sua orientação no espaço onde se
encontram. Tais grandezas são denominadas grandezas vetoriais. Como
exemplo de uma grandeza vetorial há o deslocamento, pois, para descrevê-lo,
precisamos da distância percorrida pelo móvel, bem como da sua direção e
sentido.
Existem diversas grandezas vetoriais, eis algumas delas: velocidade,
deslocamento, posição, quantidade de movimento e aceleração.
Nos nossos estudos relacionados aos movimentos variados, pudemos ver a
simples definição da aceleração escalar média. Tal aceleração é definida como
sendo o quociente entre a variação da velocidade escalar (  e o
respectivo intervalo de tempo ( .
De uma maneira parecida, temos a possibilidade de definir a aceleração vetorial
média. Vamos considerar que um móvel possua no instante t1 uma
velocidade v1 e no instante t2 possua uma velocidade v2. A aceleração vetorial
média é assim definida:

Pela regra do polígono, obtemos o vetor variação de velocidade ( . Vejamos a


figura abaixo:
Então, podemos escrever:

- A aceleração vetorial instantânea ( ) pode ser entendida como sendo uma


aceleração vetorial média, quando o intervalo de tempo Δt é infinitamente
pequeno.
- Sempre que houver variação da velocidade vetorial,  , haverá aceleração
vetorial  .

Movimento uniforme (MU)

O movimento uniforme ocorre quando um móvel desloca-se em linha reta e


com velocidade constante. No movimento uniforme, o móvel
percorre espaços iguais em intervalos de tempo iguais.
Imagine a seguinte situação: um veículo que se move em movimento uniforme,
com velocidade de 20 km/h, terá se deslocado de sua posição inicial em 10 km,
em um intervalo de tempo de 0,5 h (30 minutos). Em 1h, esse mesmo veículo terá
se distanciado de sua posição inicial em 20 km.
Todos os movimentos uniformes devem ocorrer em linha reta, já que nesse
tipo de movimento não há aceleração. Entenda: para que um móvel sofra uma
alteração em sua direção de deslocamento, é necessário que uma força atue sobre
ele, imprimindo-lhe uma aceleração e fazendo com que o móvel ganhe uma nova
componente de velocidade.
Fórmulas do movimento uniforme
Confira algumas fórmulas utilizadas para descrever o movimento uniforme e
entenda o significado de cada uma de suas variáveis:

S — posição final do móvel


S0 — posição inicial do móvel
v — velocidade do móvel
t — intervalo de tempo
 
v — velocidade média
ΔS — deslocamento
Δt — intervalo de tempo
Referenciais e classificação do movimento
Para definirmos corretamente o movimento de um corpo, é necessário escolher
um referencial. Na Física, entendemos que referencial é a posição em que o
observador se encontra. A figura abaixo mostra alguns veículos que se movem
em diferentes sentidos ao longo da direção horizontal.
O referencial adotado na figura (marcado pelo ponto 0) é onde o observador se
encontra. Segundo esse referencial, os carros, à esquerda, encontram-se
em posições negativas, enquanto os carros, à direita, encontram-se
em posições positivas.

O referencial indica o sentido dos movimentos.


É importante perceber que a escolha de outro referencial implicaria a
mudança das posições iniciais de cada veículo e também a classificação dos
seus movimentos. A figura abaixo mostra o que o referencial escolhido percebe:
para ele, o carro laranja e o carro prata, à esquerda, afastam-se, enquanto o
carro prata, à direita, aproxima-se dele.
Dizemos que, quando um móvel aproxima-se do seu referencial, seu movimento
é regressivo. Caso o móvel afaste-se do seu referencial, seu movimento
é progressivo. Além disso, atribuímos
ao movimento progressivo o sinal positivo para a velocidade. Para o
movimento regressivo, utilizamos o sinal negativo, indicando que a distância
entre o móvel e seu referencial diminui com o tempo.
Velocidade média
A velocidade média de um móvel é dada pela razão do deslocamento (ΔS) no
intervalo de tempo em que o movimento ocorreu. O deslocamento (ΔS), por sua
vez, é dado pela diferença entre as posições final e inicial do móvel.

v — velocidade média
ΔS — deslocamento
Δt — intervalo de tempo
Na fórmula da velocidade média, chamamos ΔS de deslocamento. O
deslocamento de um móvel pode ser facilmente calculado se soubermos de onde
ele saiu (S0 — posição inicial) e onde ele chegou (Sf — posição final) ao término
do movimento, que é delimitado por um intervalo de tempo (Δt), calculado pela
diferença de tempo entre os instantes final e inicial (Δt = tf – t0). Confira essa
fórmula, de forma mais detalhada, a seguir:

Unidades de medida da velocidade


A unidade de medida da velocidade, de acordo com o Sistema Internacinal (SI), é
o metro por segundo (m/s). Porém, existem outras unidades comuns, como
o quilômetro por hora (km/h). É fácil convertermos metros por segundo em
quilômetros por hora. Para fazê-lo, basta multiplicarmos ou dividirmos o
módulo da velocidade pelo fator 3,6, como mostra a figura a seguir:

Exemplos:
72 km/h / 3,6 = 20 m/s
108 km/h /3,6 = 30 m/s
 
Mapa Mental: Movimento Uniforme
Gráficos do movimento uniforme
Podemos relacionar a posição de um móvel em função do tempo usando os
gráficos. Para o movimento uniforme, os gráficos de posição em função do tempo
formam retas com inclinação para cima ou para baixo, relacionadas ao
movimento progressivo e regressivo, respectivamente. Confira um exemplo de
gráfico da posição em função do tempo para
o movimento uniforme progressivo:
Na figura abaixo, temos um gráfico que representa a posição em função do tempo
para um móvel que executa um movimento uniforme e regressivo (ou
retrógrado).

Os gráficos de posição em função do tempo podem ser usados para determinar


a velocidade do movimento. Para isso, basta percebermos que a velocidade do
móvel é dada por sua tangente, ou seja, a razão entre o cateto oposto (ΔS) e
o cateto adjacente à reta (Δt).
Os gráficos de velocidade em função do tempo para o movimento uniforme, por
sua vez, são retas paralelas ao eixo horizontal, de
módulo negativo ou positivo, de acordo com a sua classificação (progressivo ou
regressivo). Por meio do gráfico de velocidade, é possível calcular o
deslocamento do móvel, para isso, basta determinarmos o módulo da área abaixo
da reta:

No gráfico anterior, a área pintada de azul é numericamente igual à área de


um retângulo. Essa área pode ser calculada pela fórmula a seguir:

A — área
b — aresta da base
h — altura
Movimento uniformemente variado
O movimento uniformemente variado é um movimento cuja velocidade
aumenta ou diminui de forma constante em relação ao tempo. Esse tipo de
movimento não é necessariamente retilíneo e está sujeito a
uma aceleração constante.

Movimento uniformemente variado (MUV)


Movimento uniformemente variado (MUV) trata-se de um movimento no qual
a mudança de velocidade, chamada de aceleração, ocorre a uma taxa constante. O
movimento uniformemente variado é um caso particular
do movimento variado. Neste, a velocidade apenas varia, enquanto naquele
a velocidade varia de maneira constante, isto é, sua magnitude sofre
acréscimos ou reduções iguais, a cada segundo.
Introdução sobre o movimento uniformemente variado
Quando algum móvel desenvolve um movimento uniformemente variado, a sua
velocidade aumentará ou diminuirá de forma constante, a cada segundo.
Quando essa velocidade aumenta, dizemos que o seu movimento
é acelerado; quando diminui, dizemos que seu movimento é retardado.
O movimento uniformemente variado pode ser descrito por meio
de funções horárias, similares àquelas usadas para o movimento uniforme,
sendo mais gerais. Além disso, para resolver alguns exercícios relacionados a
esse tipo de movimento, é necessário compreender o significado por trás dos
gráficos de posição e velocidade. Por isso, vamos estudar as diferentes funções
horárias do MUV bem como as suas respectivas representações gráficas.
Primeiramente, trataremos da função horária da velocidade, que também pode ser
escrita no formato da fórmula usada para o cálculo da aceleração média, confira:

vF e v0 - velocidades final e inicial (m/s)


a - aceleração (m/s)
t - intervalo de tempo (s)
A fórmula mostra que a velocidade de um móvel varia de forma linear com a sua
aceleração, ou seja, supondo que um corpo tenha uma aceleração de 3 m/s², a sua
velocidade aumentará em 3 m/s, a cada segundo.
Se prestarmos atenção ao formato da função horária da posição, veremos que ela
se trata de uma função de primeiro grau do tipo y = a + bx, conhecida
como equação da reta. No caso da função horária da velocidade, o coeficiente a,
chamado de coeficiente linear, é a velocidade inicial do móvel, enquanto o
coeficiente b, conhecido como coeficiente angular, é a aceleração desse móvel.
Na figura seguinte trazemos um gráfico de velocidade em função do tempo v(t),
confira:

No gráfico, vemos duas retas, uma vermelha e uma azul, que representam o
movimento de dois móveis. Estes partem do repouso (v0 = 0) e passam a
acelerar de forma constante. Um segundo após sua partida, o móvel em azul está
com uma velocidade de 4 m/s, enquanto o móvel vermelho está a 2 m/s.
Analisando a inclinação das retas, é fácil perceber que a aceleração do móvel azul
é maior que a do móvel em vermelho.
É possível perceber, com base na leitura do gráfico, que a velocidade do móvel
em azul aumenta 4 m/s, a cada segundo que se passa, enquanto a velocidade do
móvel B aumenta em apenas 2m/s, para o mesmo intervalo de tempo. Desse
modo, podemos escrever as funções horárias dos movimentos representados pelas
retas azul e vermelha, confira:

A seguir, mostramos como deve ser o formato do gráfico de


um movimento uniformemente variado acelerado e retardado em vermelho e
em azul, respectivamente. Para ambos, adotaremos uma velocidade inicial não
nula:

Perceba que o movimento retardado, representado pela reta azul, inverte o seu


sentido no instante t = 8 s, uma vez que sua velocidade passa a assumir valores
negativos.
Além de obtermos a aceleração do móvel, com base nos gráficos de velocidade,
também é possível que se calcule a distância percorrida pelo móvel. Para isso,
devemos calcular qual é a área do gráfico abaixo da reta. Essa área pode ser
facilmente encontrada considerando-se a área de um trapézio e pode ser obtida
diretamente pela fórmula seguinte, especialmente útil para quando não se
conhece a aceleração do móvel:

Além da função horária da velocidade, o MUV utiliza funções horárias da


posição. Estas são funções de segundo grau, uma vez que o deslocamento de um
móvel em MUV é proporcional ao intervalo de tempo elevado ao quadrado.
Confira agora as equações da posição e do deslocamento para o MUV:
SF - posição final
S0 - posição inicial
v0 - velocidade inicial
ΔS - deslocamento
Tais equações assemelham-se às funções de segundo grau do tipo ax² + bx + c =
0. Nessas funções horárias de posição e
deslocamento, o coeficiente a equivale à a/2 (aceleração dividido por dois), que
multiplica o termo t², enquanto a velocidade inicial (v0) representa
o coeficiente b.
Com base nisso, vamos mostrar como são os gráficos de movimento
uniformemente variado para os casos acelerado, em vermelho, e retardado, em
azul, partindo de uma velocidade inicial não nula:

Analisando esse gráfico, é possível perceber que, para o movimento acelerado,


em vermelho, a concavidade da parábola é voltada para cima, uma vez que
sua aceleração é positiva, enquanto para o movimento retardado, em azul, a
concavidade da parábola é voltada para baixo, em razão de sua aceleração
apresentar sentido contrário à sua velocidade inicial.
As funções horárias que foram utilizadas para formar os gráficos, representadas
pelas curvas vermelha e azul respectivamente, bem como os seus valores
de posição, velocidade inicial e aceleração são mostrados a seguir:
Equação de Torricelli
A equação de Torricelli é bastante útil quando precisamos resolver algum
problema relacionado ao movimento uniformemente variado e não sabemos em
qual intervalo de tempo ele ocorreu. Essa equação pode ser facilmente obtida
com base nas funções horárias da posição e da velocidade.
Confira como é a fórmula da equação de Torricelli:

Queda livre e movimento de projéteis


Queda livre e lançamento
vertical são movimentos unidimensionais e uniformemente acelerados.
Esses movimentos ocorrem, respectivamente, quando algum corpo é solto
do repouso a partir de certa altura ou quando lançado
na direção vertical. Uma vez que a aceleração da gravidade é constante,
se desconsiderarmos a ação de forças dissipativas, os tempos de subida e
descida nesses tipos de movimentos serão sempre iguais.

Queda livre

Na prática, o movimento de queda livre ideal é bastante próximo daquele


em que um objeto é solto a uma pequena altura em relação ao chão. No
entanto, rigorosamente, esse movimento só acontece quando algum objeto
é solto no vácuo. De acordo com as equações do movimento de queda
livre, o tempo de queda não depende da massa dos objetos, mas
da aceleração da gravidade e da altura em que esse objeto é solto.
A queda livre é um movimento vertical que ocorre com aceleração
constante, de modo que a velocidade de queda do corpo aumenta a cada
segundo em relação ao centro da Terra, de acordo com a aceleração da
gravidade local.
Quando soltos no vácuo, corpos de massas diferentes chegarão no
mesmo tempo ao chão. O fato de uma pena não chegar ao chão no
mesmo tempo em que uma bola de boliche, quando soltas na superfície da
Terra, está associado ao atrito com o ar, que é quase desprezível para
objetos pesados e aerodinâmicos, como a bola de boliche.

Fórmulas de queda livre

Confira a seguir quais são as principais fórmulas que são usadas para os
cálculos de queda livre:

 Velocidade
v – velocidade
g – gravidade
t – tempo

 Altura em relação ao tempo

H – altura

 Velocidade em relação à altura

Por fim, a equação a seguir relaciona a velocidade de queda com a altura


sem necessitar da variável tempo. Essa equação é obtida a partir
da equação de Torricelli, usada para os casos de movimento
uniformemente variado, bem como na queda livre:

À esquerda, uma pluma e uma pedra caem no vácuo. À direita, ambas


caem juntas, no vácuo.

Lançamento vertical

Diferentemente da queda livre, no lançamento vertical, a velocidade inicial


é não nula, ou seja, o objeto inicia o movimento sendo empurrado para
cima ou para baixo. Uma vez que a aceleração da gravidade é constante,
quando jogado para cima, o tempo que o objeto lançado leva para atingir a
altura máxima é igual para o movimento de descida.
Nos gêiseres, a água é lançada verticalmente para cima e, então, inicia um
movimento de queda.

Fórmulas de lançamento vertical

 Equação horária da velocidade


A fórmula mais simples do lançamento vertical é
a equação horária da velocidade. Nessa fórmula, há
um sinal negativo, pois estamos considerando um objeto sendo lançado
de baixo para cima, ou seja, a aceleração da gravidade retarda-o.

v – velocidade final


v0 – velocidade inicial
A fórmula acima nos permite calcular o tempo necessário para que o objeto
que é lançado para cima atinja o ponto mais alto de sua trajetória. Quando
isso acontece, o sentido do movimento é invertido e o objeto passa a
descrever um movimento de queda livre.

 Altura no lançamento vertical

A fórmula a seguir permite relacionar a posição vertical (altura Y) em


relação à posição vertical inicial (altura Y0) em que o objeto é lançado
verticalmente para cima. Observe:

Y – altura
Y0 – altura inicial
v0y – velocidade vertical inicial

 Equação de Torricelli para o lançameno vertical

Por fim, é possível relacionar altura, velocidade e gravidade por meio


da equação de Torricelli. A equação a seguir é particularmente útil quando
não sabemos qual foi o tempo de subida, por exemplo.

vy – velocidade vertical


É importante perceber que os sinais negativos usados nas fórmulas de
lançamento vertical relacionam-se ao fato de que estamos considerando um
lançamento vertical para cima, que ocorre contra o sentido da gravidade.
Caso quiséssemos resolver algum exercício em que um objeto é lançado
para baixo, a favor da gravidade, bastaria usar o sinal positivo, uma vez que
a gravidade estaria a favor do movimento. Quer entender mais sobre o
assunto? Acesse o nosso texto sobre vetores e aprenda a como usá-los.

Movimento circular uniforme (MCU)


Movimento circular uniforme é um tipo de movimento que ocorre
com velocidade escalar constante ao longo de uma trajetória de
formato circular. Apesar de receber o adjetivo uniforme, esse movimento
é acelerado, uma vez que a mudança na direção do vetor velocidade implica
a existência de uma aceleração centrípeta de direção radial, cujo sentido
aponta para o centro da curva. Introdução ao movimento circular
uniforme
Movimento circular uniforme (MCU) é aquele em que uma partícula move-se
ao longo de uma trajetória circular de raio constante. Nesse tipo de movimento,
tanto a velocidade escalar quanto a velocidade angular são constantes, mas
o movimento é acelerado, uma vez que nesse tipo de trajetória é necessário que
haja uma aceleração, a qual aponta na direção do raio, sempre com sentido ao
centro da curva, chamada de aceleração centrípeta.
No
movimento circular uniforme, a partícula percorre uma trajetória de raio
constante.
Uma vez que a trajetória percorrida no MCU é circular, o espaço percorrido
(ΔS) pela partícula pode ser calculado a partir de um arco de circunferência, de
modo que uma volta completa tenha comprimento igual a 2πR, em que R
representa o módulo do raio dessa circunferência.
A velocidade escalar v do movimento circular uniforme, por sua vez, é
calculada pela razão entre o espaço percorrido (ΔS) e
o intervalo de tempo (Δt), assim como mostramos a seguir:

Na fórmula acima, é possível separar as grandezas angulares das grandezas


espaciais. Fazendo isso, obtém-se outra fórmula para a velocidade escalar. Tal
fórmula mostra que o módulo da velocidade escalar em que a partícula move-se
pode ser calculado a partir do produto entre a velocidade angular (ω) e o raio da
trajetória (R).

A velocidade angular comumente é chamada de frequência angular e também


de pulsação. Sua unidade de medida é o radiano por segundo (rad/s).
Entretanto, uma vez que o radiano é uma medida de ângulo, e não uma grandeza
física, a unidade de medida da velocidade angular, a rigor, é o s -1, que equivale ao
hertz (Hz).
A velocidade angular relaciona-se ainda com outras duas importantes grandezas
para os movimentos circulares: frequência (f) e período (T). A frequência, cuja
unidade de medida também é o Hz, indica a quantidade de rotações que uma
partícula realiza a cada segundo, enquanto o período indica o tempo necessário
para essa partícula percorrer uma volta completa. Dessa maneira, frequência e
período são grandezas inversamente proporcionais e relacionadas entre si.
Observe:

Aceleração centrípeta no MCU


A aceleração centrípeta é aquela que aponta sempre para o centro da
curva realizada por uma partícula em movimento circular. Essa aceleração pode
ser produzida por uma tração, força de atrito, força magnética, entre outras.
Assim como a aceleração escalar, a aceleração centrípeta é medida em m/s².
Entretanto, o significado físico da aceleração centrípeta é diferente do significado
da aceleração escalar. Enquanto essa última indica a variação da magnitude da
velocidade, a aceleração centrípeta indica uma variação na direção da
velocidade, graças ao caráter vetorial da velocidade no movimento circular.
A fórmula utilizada para calcular o módulo da aceleração centrípeta de uma
partícula em MCU é a seguinte:

Movimento circular uniformemente variado (MCUV)

Movimento circular uniformemente variado (MCUV) é aquele em que


um corpo descreve uma trajetória circular, de raio constante, com
velocidade angular variável. Além de apresentar uma aceleração
centrípeta, no MCUV há aceleração angular (α).

Velocidade angular
Antes de analisarmos o MCUV, é preciso lembrarmos um pouco sobre
o movimento circular uniforme (MCU), ou seja, o movimento ao longo de
uma trajetória circular que ocorre com velocidade angular constante.
Vale lembrar que, no MCUV, a velocidade angular é variável. Isso indica
que, numa partícula que se move em MCUV, o vetor que a liga até o centro
da trajetória percorre ângulos diferentes a cada intervalo de tempo.
Quando uma partícula em MCUV apresenta uma aceleração positiva, o
tempo necessário para ela completar uma volta diminui, do contrário,
aumenta.
Vamos considerar uma partícula que, no instante inicial t0, encontra-se
posicionada sobre o ângulo inicial φ0, como mostra a figura:

Após certo intervalo de tempo, no instante tf, a partícula se moveu e está na


posição φF:
Ao subtrairmos o ângulo final do ângulo inicial, obtemos
o deslocamento angular (Δφ = φF – φ0). A velocidade angular, por sua vez,
é calculada pela razão entre o deslocamento angular e o intervalo de
tempo.
No entanto, essa equação é válida para um corpo que descreve um
movimento circular uniforme, no caso do MCUV, trata-se da aceleração
angular da partícula, assim, a velocidade angular para esse movimento é
calculada da seguinte forma:

ωF e ω0 – velocidade angular final e inicial (rad/s)


α – aceleração angular (rad/s²)
t – intervalo de tempo
Em que α representa a aceleração angular, e t, o intervalo de tempo. As
variáveis ωF e ω0 são, respectivamente, as velocidades angulares final e
inicial, cuja unidade de medida é o rad/s. A unidade de medida da
aceleração angular, por sua vez, é o rad/s².

Aceleração tangencial, centrípeta, angular e


resultante
No movimento circular uniformemente variado, existem diversas
acelerações, por isso é importante que se conheça cada uma delas. Vamos
começar pela aceleração angular, que é igual à variação da velocidade
angular durante certo intervalo de tempo:

Em seguida, temos a aceleração escalar ou tangencial. Essa aceleração


representa a variação da velocidade escalar em função do tempo. É ela
que aponta na direção tangencial à trajetória circular, e a fórmula usada
para calculá-la é esta:

vF e v0 – velocidades escalares final e inicial (m/s)


a – aceleração escalar (m/s²)
A aceleração centrípeta é aquela que está presente em
todo movimento curvilíneo. Ela aponta sempre para o centro da curva e
pode ser calculada de acordo com a fórmula a seguir:

aCP – aceleração centrípeta (m/s²)


v – velocidade escalar (m/s)
R – raio da curva (m)
Por fim, a aceleração resultante é dada pela resultante vetorial das
acelerações escalar (tangencial) e centrípeta, uma vez que as duas são
perpendiculares entre si. Para obter a direção da aceleração resultante,
basta que apliquemos a regra do paralelogramo; para calcular o seu
módulo, usamos o teorema de Pitágoras, observe:

Fórmulas do movimento circular uniformemente


variado
As fórmulas do movimento circular uniformemente variado podem ser
facilmente escritas se lembrarmos das principais fórmulas do movimento
uniformemente variado (MUV). Vale lembrar que as equações mostradas a
seguir são relacionadas às grandezas angulares (deslocamento angular,
velocidade angular e aceleração angular).

Além dessas equações, existem as que relacionam as grandezas espaciais


(posição, velocidade e aceleração) com as grandezas angulares. Ao todo,
são três equações, confira:

Função horária de um movimento e sua representação gráfica


O movimento uniforme é o tipo de movimento que ocorre com velocidade
constante, ou seja, a velocidade permanecerá inalterada durante todo o
tempo em que um objeto executar movimento uniforme.
A aceleração é a grandeza vetorial que determina a variação da velocidade
em função do tempo. Como no movimento uniforme a velocidade não
sofre alteração, podemos dizer que a aceleração é nula. O gráfico
abaixo representa a aceleração no movimento uniforme. Perceba que
durante todo o tempo não há valor assumido pela aceleração.
 Gráfico da função horária da posição

A função horária da posição para o movimento uniforme é uma função do


primeiro grau que determina as posições ocupadas pelo móvel à medida
que o tempo passa. Essa função é a seguinte:
S = S0 + v.t
S é a posição final ocupada pelo móvel;
S0 é a posição inicial ocupada pelo móvel;
v é a velocidade;
t é o instante de tempo.
Cabe ressaltar que a velocidade pode assumir valores positivos ou
negativos. Essa grandeza terá valor positivo sempre que o vetor velocidade
possuir o mesmo sentido do crescimento dos valores das posições. Nesse
caso, o movimento será chamado de progressivo. Caso o vetor velocidade
possua o sentido da diminuição da velocidade, o sinal negativo deverá ser
assumido na função e o movimento passará a ser denominado
de retrógrado.
Como a função horária da posição é do primeiro grau, seu gráfico
característico é uma reta, que será crescente para o movimento progressivo
e decrescente para o movimento retrógrado. Para saber sobre o movimento

progressivo e retrógrado

 Gráfico da velocidade no movimento uniforme

Como no movimento uniforme a velocidade assume apenas um único valor,


o gráfico que representa a velocidade é uma linha que possuirá valor
positivo (acima do eixo do tempo) se o movimento for progressivo e valor
negativo (abaixo do eixo do tempo) se o movimento for retrógrado.
Os diagramas horários do movimento uniformemente variado (MUV) são
gráficos que relacionam grandezas,
como posição, velocidade e aceleração, com a passagem do tempo. Por
meio dos diagramas do MUV, podemos calcular a velocidade do móvel,
seu deslocamento e, até mesmo, suas variações de velocidade.

Gráfico de velocidade por tempo (v x t) no MUV


O gráfico da velocidade em função do tempo no movimento uniformemente
variado é sempre uma reta ascendente ou descendente, uma vez que a
velocidade nesse tipo de movimento está sujeita a
uma aceleração ou desaceleração de módulo constante.
Quando a velocidade de um móvel aumenta em função do tempo, ela é
representada como uma reta ascendente. Esse movimento é chamado
de movimento acelerado.
A fórmula usada para construir os gráficos de v(t) (velocidade em função do
tempo) é chamada de função horária da velocidade. Essa função é
mostrada abaixo:

Legenda:
vf – velocidade final (m/s)
v0 – velocidade inicial (m/s)
a – aceleração média (m/s²)
t – intervalo de tempo (s)

A função acima é uma função do 1º grau (reta). Portanto,


para valores positivos de aceleração, seu gráfico será
uma reta ascendente, como mostrado abaixo:

Se a velocidade do móvel decresce em função do tempo, dizemos que


seu movimento é retardado. Nesse caso, o diagrama da velocidade em
função do tempo também será uma reta, mas essa reta será descendente
em virtude da aceleração negativa.
Além disso, esse tipo de gráfico é especialmente útil para calcular o
deslocamento sofrido pelo móvel. Para tanto, basta calcular a área desse
gráfico.

No gráfico acima, apesar de o módulo da velocidade ser decrescente, ela


ainda está localizada acima do eixo das abscissas (eixo do tempo). Isso
indica que o móvel ainda se afasta da origem. Trata-se, portanto, de
um movimento progressivo retardado.

Gráfico de posição por tempo (S x t) no MUV

O diagrama da posição em função do tempo para o MUV é descrito pelo


gráfico de uma função de segundo grau chamada
de função horária da posição do MUV. Essa função pode ser escrita de
duas formas:

Legenda:
Sf – posição final (m)
S0 – posição inicial (m)
ΔS = Sf - S0 – deslocamento (m)
vf – velocidade final (m/s)
v0 – velocidade inicial (m/s)
a – aceleração média (m/s²)
t – intervalo de tempo (s)
A função horária da posição para o MUV indica que o gráfico de posição
(S) em função do tempo (t) terá o formato de parábola. Quando a
velocidade do móvel aumentar em função do tempo, teremos
uma parábola com a concavidade voltada para cima. Observe:

Nos casos em que o movimento sofrer desaceleração, teremos um gráfico


de uma parábola com a concavidade voltada para baixo. Observe:

Os pontos mais importantes dos diagramas de posição em função do tempo


são suas raízes (t' e t'' ou t0 e tf). Esses pontos informam-nos quando o
móvel passa pela origem do referencial. Além disso, para o instante de
tempo inicial (t0), é possível determinar a posição inicial (S0) do móvel:
basta olharmos em qual altura a parábola atravessa o eixo vertical durante
o instante de tempo inicial.

Gráfico da aceleração em função do tempo (a x t) no


MUV

Os gráficos da aceleração em função do tempo são especialmente úteis


para determinarmos se um corpo está
sendo acelerado ou desacelerado. Por meio desses gráficos, é possível
calcular a variação da velocidade sofrida pelo móvel (Δv = vf – v0).
Para o movimento uniformemente acelerado, teremos uma reta paralela ao
eixo horizontal de altura constate. Observe:

Como a reta da aceleração está acima do eixo horizontal, dizemos que o


movimento é acelerado. Para determinarmos a variação da velocidade do
móvel, basta calcularmos a área desse gráfico.

Quando o móvel está sofrendo alguma desaceleração, a reta


de a(t) (aceleração em função do tempo) aparecerá abaixo do eixo
horizontal, pois os valores dessa reta serão negativos. Observe:
Resumo sobre o diagrama horário do MUV

→ No movimento uniformemente acelerado, o gráfico de posição em


função do tempo s(t) será uma parábola com
a concavidade voltada para cima, e sua aceleração será positiva.
→ No movimento uniformemente desacelerado ou retardado, o gráfico
de posição em função do tempo s(t) será uma parábola com
a concavidade voltada para baixo, e sua aceleração será negativa.
→ No movimento uniformemente acelerado, o gráfico da velocidade
em função do tempo v(t) será uma reta ascendente (que sobe).
→ No movimento uniformemente retardado, o gráfico da velocidade
em função do tempo v(t) será uma reta descendente (que desce).
→ No movimento uniformemente acelerado, o gráfico da aceleração
em função do tempo a(t) será uma reta paralela ao eixo horizontal e
disposta acima dele.
→ No movimento uniformemente retardado, o gráfico da aceleração
em função do tempo a(t) será uma reta paralela ao eixo horizontal e
disposta abaixo dele.

Dinâmica
Dinâmica é a área de conhecimento da Física que estuda a causa dos
movimentos, analisando-os e descrevendo-os de acordo com as forças que são
responsáveis por produzi-los. A dinâmica é, portanto, uma das áreas da mecânica,
juntamente com a cinemática e a estática.
Quais os principais temas estudados na dinâmica?
Os principais temas de estudo na dinâmica são as leis de Newton, a gravitação
universal e o estudo das energias mecânica, cinética e potencial.
 Leis de Newton: descrevem os movimentos dos corpos por meio das forças que
atuam sobre eles. Ao todo, existem três leis de Newton: a lei
da inércia, o princípio fundamental da dinâmica e a lei da ação e reação. A
partir das leis de Newton, também se estuda o comportamento das forças de
atrito, empuxo, tração, forças centrípetas etc.
 Gravitação universal: área da dinâmica que estuda o movimento dos corpos
celestes. Além da lei da gravitação universal, que é utilizada para calcular a
força e atração que um corpo exerce sobre outro, há também as leis de Kepler,
usadas para descrever as órbitas planetárias.
 Energia mecânica: o estudo dessa forma de energia relaciona as
energias cinética e potencial, entre outras. Aqui também se estuda o princípio da
conservação da energia mecânica, além dos cálculos de trabalho mecânico e
potência.
Fórmulas da dinâmica
Confira as principais fórmulas da dinâmica e aprenda o que significa cada uma de
suas variáveis.
→ Força resultante
A força resultante pode ser obtida por meio do cálculo vetorial. De acordo com
a 2ª lei de Newton, ela é igual ao produto entre a massa do corpo e sua
aceleração.

→ Fórmula do trabalho de uma força


O trabalho exercido por uma força constante pode ser calculado por meio do
produto entre a força aplicada e a distância percorrida pelo corpo.

→ Energia cinética
Energia cinética é a quantidade de energia armazenada em qualquer corpo de
massa m que se move com velocidade v, como se vê na fórmula a seguir:

→ Energia potencial gravitacional


Energia potencial gravitacional diz respeito à quantidade de energia que é
armazenada em um corpo de massa m, quando elevado a uma altura h a partir do
solo, em uma região onde a aceleração da gravidade é igual a g. Observe:
→ Energia mecânica
Energia mecânica diz respeito a toda energia relativa ao movimento de um corpo
ou sistema de corpos. A energia mecânica é igual à soma da energia cinética com
a energia potencial.

Leis do movimento e da mecânica newtoniana


As leis de Newton fundamentam a base da Mecânica Clássica. São um conjunto
de três leis capazes de explicar a dinâmica que envolve o movimento dos corpos.
Essas leis foram publicadas pela primeira vez pelo físico inglês Isaac Newton, no
ano de 1687, em sua obra de três volumes intitulada Princípios Matemáticos da
Filosofia Natural.
Introdução às Leis de Newton
Um dos principais legados deixados por Isaac Newton foi a precisa explicação
matemática para o movimento dos corpos. A Mecânica Newtoniana mostrou-se
capaz de predizer a trajetória de asteroides e o surgimento das marés,
tornando-se um dos marcos da Física por trazer equações matemáticas para a
explicação de fenômenos naturais.
Juntas, as três leis de Newton são usadas para descrever a dinâmica dos corpos,
isto é, as causas que podem alterar seu estado de movimento. Em termos simples,
as leis de Newton tratam de situações em que os corpos permanecem ou não em
equilíbrio. Quando um corpo está sujeito a inúmeras forças que se cancelam,
dizemos que ele encontra-se em equilíbrio estático ou dinâmico, ou seja,
perfeitamente parado ou se movendo com velocidade constante e em linha reta.
O agente responsável pela mudança no estado de movimento dos corpos é
chamado de força, uma grandeza vetorial cuja unidade é o kg.m/s² e que foi
batizada, posteriormente, como N (Newton). Quando um corpo está sujeito a uma
resultante não nula (diferente de zero) de forças, ele adquire
uma aceleração (variação de velocidade). Essa aceleração, por sua vez,
é inversamente proporcional à sua massa, ou seja, quanto maior for a massa,
menor será a aceleração adquirida pelo corpo. De acordo com as leis de Newton,
a massa é uma medida da inércia do corpo, ou seja, da tendência que um corpo
tem de permanecer em seu atual estado de equilíbrio estático ou dinâmico.
1ª Lei de Newton
A Primeira Lei de Newton é chamada de Lei da Inércia. Seu enunciado original
encontra-se traduzido abaixo:
“Todo corpo continua em seu estado de repouso ou de movimento uniforme em
uma linha reta, a menos que seja forçado a mudar aquele estado por forças
aplicadas sobre ele.”
Essa lei diz que, ao menos que haja alguma força resultante não nula sobre um
corpo, esse deverá manter-se em repouso ou se mover ao longo de uma linha reta
com velocidade constante. A Lei de Inércia também explica o surgimento
das forças inerciais, isto é, as forças que surgem quando os corpos estão sujeitos
a alguma força capaz de produzir neles uma aceleração. Por exemplo: ao pisar no
acelerador do carro, um motorista pode sentir-se comprimido em seu banco,
como se houvesse uma força puxando-o para trás. Na verdade, o que ele sente é a
expressão de sua inércia, ou seja, a tendência que seu corpo tem de permanecer
parado ou em velocidade constante.
Além disso, quanto maior for a massa de um corpo, maior será sua
inércia. Assim, alterar o estado de movimento de um corpo de massa grande
requer a aplicação de uma força maior. Corpos de massa pequena têm seu estado
de movimento alterado facilmente com a aplicação de forças menos intensas.
A Primeira Lei de Newton é pouco intuitiva: ao rolarmos uma bola no chão, ela
para diante de nossos olhos. Jamais esperaríamos que ela rolasse eternamente. No
caso descrito, porém, a bola está sujeita a uma força resultante que não é nula: há
uma força de atrito entre a bola e a superfície do chão, desacelerando o objeto
continuamente.
2ª Lei de Newton
A Segunda Lei de Newton, também conhecida como Lei da Superposição de
Forças ou como Princípio Fundamental da Dinâmica, traduzida de sua forma
original, é apresentada abaixo:
“A mudança de movimento é proporcional à força motora imprimida e é
produzida na direção de linha reta na qual aquela força é aplicada.”
Mapa Mental: 2ª Lei de Newton
Essa lei informa que o módulo da aceleração produzida sobre um corpo
é diretamente proporcional ao módulo da força aplicada sobre ele
e inversamente proporcional à sua massa. Essa lei é apresentada na equação
abaixo:

Legenda:
|a| – módulo da aceleração (m/s²)
|F| - módulo da força (N ou kg.m/s²)
m – massa do corpo (kg)
As forças são grandezas vetoriais, portanto, são escritas com uma seta apontada
sempre para direita acima de seu símbolo. Essa seta não indica o módulo ou a
direção da grandeza vetorial, indica somente que elas são vetoriais. De acordo
com a Segunda Lei de Newton, a força resultante aplicada sobre um corpo produz
nele uma aceleração na mesma direção e sentido da força resultante:
 
FR – Força resultante (N ou kg.m/s²)
m – massa do corpo (kg)
a – aceleração (m/s²)

A aceleração produzida sobre um corpo tem a mesma direção e sentido da força resultante sobre ele e é
inversamente proporcional à sua massa.
Além disso, o Princípio da Superposição pode ser calculado
pela soma vetorial de todas as forças que atuam sobre o corpo:
 

A forma como Isaac Newton apresentou sua segunda lei foi um pouco diferente
da forma atual. Newton enunciou essa lei em função de uma outra grandeza
física: o impulso. De acordo com esse enunciado, a força resultante (FR)
aplicada sobre um corpo durante um intervalo de tempo (Δt) produz
uma mudança em sua quantidade de movimento (ΔQ), que é igual
ao impulso (I) produzido sobre esse corpo. Assim, a força resultante (F R) pode
ser escrita como a mudança na quantidade de movimento (ΔQ) durante
um intervalo de tempo (Δt):
 

Legenda:
F – força aplicada sobre um corpo (N)
ΔQ – variação da quantidade de movimento (kg.m/s ou N.s)
Δt – intervalo de tempo (s)
m – massa do corpo (kg)
vF – velocidade final (m/s)
vi – velocidade final (m/s)
3ª Lei de Newton
A Terceira Lei de Newton recebe o nome de Lei da Ação e Reação. Essa lei diz
que todas as forças surgem aos pares: ao aplicarmos uma força sobre um corpo
(ação), recebemos desse corpo a mesma força (reação), com mesmo módulo e na
mesma direção, porém com sentido oposto. O enunciado original da Terceira Lei
de Newton encontra-se traduzido abaixo:
“A toda ação há sempre uma reação oposta e de igual intensidade: as ações
mútuas de dois corpos um sobre o outro são sempre iguais e dirigidas em
sentidos opostos.”
Essa lei permite-nos entender que, para que surja uma força, é necessário
que dois corpos interajam, produzindo forças de ação e reação. Além disso, é
impossível que um par de ação e reação forme-se no mesmo corpo.
Outra informação contida no enunciado da Terceira Lei de Newton indica que
os pares de ação e reação têm
a mesma intensidade, mesma direção, porém sentidos opostos. Assim, se
produzirmos uma força direcionada para baixo sobre um corpo, receberemos
dele uma força de reação direcionada para cima. Por exemplo: se estivermos
usando patins e empurrarmos um carrinho de supermercado lotado de compras,
seremos empurrados para trás, em decorrência da fraca intensidade da força de
atrito entre as rodas dos patins e o piso.

Para toda força de ação, surge uma força de reação, com mesmo módulo e direção, porém em sentido oposto.
Observe a figura abaixo. Nela temos a força que o corpo 1 faz no corpo 2 (F 1,2).
Ela é equivalente, em módulo, à força que o corpo 2 faz sobre o corpo 1 (F2,1), no
entanto, com sentido contrário. Por isso, adotamos o sinal negativo:
Fórmulas das Leis de Newton
As fórmulas utilizadas para definir as três leis de Newton são mostradas abaixo.
Confira:
Primeira Lei de Newton
Apesar de ser uma lei qualitativa, podemos esquematizá-la da seguinte forma:

Segunda Lei de Newton


A Segunda Lei de Newton pode ser equacionada a partir da fórmula a seguir:

Legenda:
Δv – variação da velocidade (m/s)
Terceira Lei de Newton
As forças de ação e reação em dois corpos distintos apresentam módulos e
direções iguais, porém com sentidos opostos. Assim:

Referenciais inerciais e princípio da inércia


De acordo com a Primeira Lei de Newton, sabemos que uma partícula em
repouso (parada) permanecerá em repouso; e uma partícula em movimento
permanecerá em movimento, com velocidade constante, até que uma força
externa atue sobre elas. Portanto, essa lei diz que uma partícula isolada está em
repouso ou em movimento retilíneo uniforme.
Quando estamos enunciando a lei da inércia, ou seja, a Primeira Lei de Newton,
temos que indicar ao que ou a quem está sendo referido o movimento do corpo
livre em movimento. Temos a possibilidade de admitir que o movimento do
corpo é relativo a um observador (ele próprio), a uma outra partícula ou a um
sistema livre. Para o sistema livre, o móvel não sofre interação com o restante do
universo.
Esse observador é dito um observador inercial e o sistema de referência que ele
utiliza recebe o nome de sistema inercial de referência.
Podemos encontrar diferentes observadores inerciais em um movimento uniforme
relativo. Dessa forma, um corpo livre que se encontra em repouso em relação a
um observador inercial pode ser considerado em movimento, possuindo uma
velocidade constante em relação a outros observadores inerciais.
Por exemplo, quando temos um carro fazendo uma curva, em relação à superfície
da Terra, podemos dizer que o vetor velocidade do carro varia, ou seja, ele não é
constante. Isso significa que o carro fazendo a curva não pode ser considerado
um referencial inercial, pelo fato de ele estar em movimento acelerado. Sendo
assim, podemos fazer a seguinte definição:
Referencial inercial é um sistema de coordenadas para o qual vale a Primeira
Lei de Newton.
A Terra, em virtude do seu movimento de rotação, não pode ser rigorosamente
considerada um referencial inercial. Contudo, quando estudamos movimentos de
pequena duração, podemos desprezar os efeitos de sua rotação e considerar a
Terra como sendo um referencial inercial.

Força e princípio fundamental da dinâmica


A segunda lei de Newton, também conhecida como princípio fundamental
da dinâmica, afirma que a força resultante que atua sobre um corpo é igual
ao produto de sua massa pela aceleração. De acordo com ela, quando se
sujeita um corpo à ação de uma força resultante não nula, esse corpo
adquirirá uma aceleração na mesma direção e no mesmo sentido da força
resultante.

Segunda lei de Newton


De acordo com a segunda lei de Newton, a aceleração obtida por um corpo
é diretamente proporcional à força resultante aplicada sobre o corpo e
também inversamente proporcional à massa (inércia) desse corpo.
Nesse sentido, entende-se que, para que um corpo possa sofrer mudanças
de velocidade, é necessário que as forças que atuam sobre ele não se
anulem.
No esquema a seguir, mostramos como é possível calcular a aceleração do
corpo, com base nas grandezas força e massa, além disso, pode-se
observar que a aceleração é dada pela razão entre a variação de
velocidade (ΔV) e um intervalo de tempo (Δt):

O conceito de força resultante é de grande importância para a compreensão


da segunda lei de Newton. A força resultante diz respeito
à soma vetorial de todas as forças que atuam sobre o mesmo corpo. Para
fazermos somas vetoriais, é necessário que se leve em conta tanto
o módulo quanto a direção e o sentido das forças, assim: forças paralelas
somam-se, forças opostas subtraem-se e forças perpendiculares somam-
se, segundo o teorema de Pitágoras.

Fórmula da segunda lei de Newton

A fórmula da segunda lei de Newton é relativamente simples, ela indica que


a força resultante é igual ao produto da massa do corpo pela aceleração,
confira:

FR – força resultante (N)


m – massa do corpo (kg)
a – aceleração (m/s²)
A figura a seguir exemplifica situações em que, aplicando-se a mesma
força, obtém-se diferentes acelerações, em razão da grande diferença das
massas dos corpos, observe:
Além dessa forma, a segunda lei de Newton pode ser definida por outras
equações. Originalmente, a ela foi escrita em termos de uma grandeza
física chamada quantidade de movimento ou momento linear. De acordo
com esse enunciado, a força resultante sobre um corpo é igual à variação
de sua quantidade de movimento durante um determinado intervalo de
tempo, confira:

ΔQ – variação da quantidade de movimento (kg.m/s)


Δt – intervalo de tempo (s)
Na equação anterior, Q representa a quantidade de movimento, de um
corpo ou sistema, que pode ser calculada por meio desta equação:

Q – quantidade de movimento (kg.m/s)


v – velocidade (m/s)
Existe ainda outra forma alternativa de definir-se a segunda lei de Newton.
De acordo com essa descrição, a força resultante sobre um corpo
também pode ser definida com base no impulso aplicado no corpo. O
impulso, por sua vez, é uma grandeza física vetorial, assim como variação
da quantidade de movimento (ΔQ), confira:

Em complementação à fórmula exposta, existe


o teorema do impulso. Esse teorema afirma que o impulso é igual à
aplicação de uma força resultante durante um intervalo de tempo e produz
uma variação na quantidade de movimento de um corpo ou sistema de
corpos, confira:

O teorema
estabelece a relação entre força e variação da quantidade de movimento.

Primeira lei de Newton

A primeira lei de Newton diz respeito à inércia, de acordo com ela, quando


a força resultante sobre um corpo é nula, esse corpo encontra-se
em repouso ou em movimento retilíneo, com velocidade constante.

Terceira lei de Newton

A terceira lei de Newton diz respeito à força de ação e reação. De acordo


com ela, quando um corpo aplica uma força sobre outro corpo, ele recebe
de volta uma força de reação de mesma intensidade e direção, no entanto,
em sentido oposto.
A
aplicação da força sobre o trenó resulta em uma mudança da quantidade de
movimento.

Exemplos da segunda lei de Newton

Confira alguns exemplos de situações cotidianas que ajudam a ilustrar a


segunda lei de Newton:
 Primeiro se imagine empurrando um carrinho de compras vazio. Agora,
caso esse carrinho estivesse cheio de mercadorias e você aplicasse
sobre ele a mesma força usada enquanto  estava vazio, teríamos o
mesmo movimento? Não, uma vez que, com o carrinho cheio, sua inércia
será maior, por isso será necessário que se aplique uma força maior, a
fim de obter-se a mesma aceleração.

 Em um cabo de guerra, dois grupos de crianças disputam, no entanto,


ambos aplicam a mesma força no cabo. Nesse caso, a aceleração do
sistema será nula, uma vez que as forças que atuam sobre ele anulam-
se.

 Ao chutar-se uma bola, percebe-se que a força aplicada pelo chute


define qual será a velocidade em que a bola será lançada: quanto maior
é a força, maior será a aceleração adquirida pela bola, o mesmo aplica-
se a bolas de diferentes massas, uma vez que: quanto mais leve é a
bola, mais aceleração ela adquire.
Princípio da ação e reação
A terceira lei de Newton, conhecida como lei da ação e reação, afirma que,
para toda força de ação que é aplicada a um corpo, surge uma força de reação em
um corpo diferente. Essa força de reação tem a mesma intensidade da força de
ação e atua na mesma direção, mas com sentido oposto.
Por meio da terceira lei de Newton, é possível perceber que todas
as forças formam-se e cancelam-se aos pares, isto é, quando um corpo A faz
força sobre um corpo B, esse corpo B resiste à aplicação dessa força por meio da
reação, que atua sobre o corpo A. As forças de ação e reação
possuem intensidades iguais, sentidos opostos e atuam em corpos diferentes.
Além disso, essas forças produzem acelerações nos corpos A e B, no entanto, se
olharmos os corpos A e B como um único sistema de corpos, veremos que as
forças de ação e reação cancelam-se. É por esse motivo que dizemos que as
forças de ação e reação são internas.
Forças de ação e reação e seus efeitos
Considere dois patinadores de gelo, A e B, posicionados em solo plano, não
havendo quaisquer forças de atrito. Se o patinador A empurra o patinador B,
ambos se afastam, uma vez que as forças de ação e reação atuam em corpos
diferentes e em sentidos opostos. Apesar de as forças de ação e reação serem
iguais, a aceleração adquirida por cada um dos patinadores é diferente, pois
depende de suas massas (inércias).
A ideia de que as forças de ação e reação têm a mesma intensidade pode
ser pouco intuitiva. Para tentar entender isso melhor, imagine uma situação em
que um caminhão em movimento atinge uma pequena pluma. A força que o
caminhão faz sobre a pluma é igual à força que a pluma faz sobre o caminhão,
contudo, a aceleração produzida sobre o caminhão é muito pequena, em razão de
sua grande inércia. É por isso que o efeito das forças de reação é muito mais
expressivo em corpos de menor massa.
De modo similar, a Terra nos puxa para baixo e nós puxamos a Terra para
cima com a mesma intensidade, todavia, a aceleração que é produzida sobre nós
é muito maior do que aquela que é produzida sobre a Terra.
Exemplos de pares
de forças de ação e reação
Forças internas e externas
Imagine a seguinte situação: uma pessoa é deixada no interior de um veículo
estacionado, livre para se mover, em uma rua plana. A pessoa pode aplicar forças
contra qualquer uma das partes internas do veículo que ele não se moverá. Isso
acontece porque a força feita pela pessoa sobre o veículo é igual à força que o
veículo faz sobre a pessoa.
Essa análise pode ser aplicada a toda matéria que se encontra em estado sólido,
por exemplo. Em uma barra metálica, as forças de atração entre os átomos
cancelam-se aos pares, de modo que o seu formato permanece sempre o mesmo.
Não há motivo para que, em algum momento, essas forças deixem de se cancelar
mutuamente, por isso, somente forças externas são capazes de realizar alguma
mudança no estado de movimento dessa barra metálica ou deformá-la, por
exemplo.
Fórmula da terceira lei de Newton
Para expressarmos matematicamente a terceira lei de Newton, dizemos que a
força que um corpo A faz sobre um corpo B (FA,B) é igual em intensidade à força
que o corpo B faz sobre o corpo A (FB,A), no entanto, como as duas forças atuam
na mesma direção, mas em sentidos opostos, os seus sinais são diferentes:

FA,B – força que o corpo A faz em B;


FB,A – força que o corpo B faz em A.
A figura a seguir mostra uma situação na qual um corpo aplica uma força sobre
outro corpo. Perceba que as forças de ação e reação atuam em corpos diferentes e
em sentidos opostos.

A
força que o canhão faz sobre a bola é igual e oposta à força que a bola faz sobre o
canhão.
Exemplos da terceira lei de Newton
 Quando andamos, empurramos o chão para trás e o chão nos empurra para
frente. Isso só acontece em virtude da existência de uma força de atrito entre as
superfícies dos nossos pés e o chão.
 A hélice de um helicóptero produz sua força de sustentação ao empurrar o ar
para baixo, que, consequentemente, empurra-a para cima.
 Ao dispararmos um projétil, é possível sentir que a arma de fogo sofre um
recuo, uma vez que a força aplicada à bala é devolvida à arma em igual
intensidade, porém, em sentido oposto.
 Quando sobem, os foguetes expelem grandes quantidades de gases aquecidos
para baixo, desse modo, esses gases empurram o foguete para cima.
Força peso e força normal
É comum pensarmos que as forças peso e normal formam um par de ação e
reação, no entanto, isso não é verdade. A força peso é a força que os astros fazem
em todos os corpos que se encontram sujeitos ao seu campo
gravitacional. Quando a Terra nos puxa para baixo, por exemplo, puxamos a
Terra para cima, no entanto, se houver alguma superfície que possa nos impedir
de continuarmos caindo em direção ao centro da Terra, faremos sobre essa
superfície uma força de contato. Consequentemente, essa superfície reagirá à
aplicação dessa força com uma reação, chamada de força normal.
Quando nos encontramos alinhados perfeitamente com a horizontal,
a força normal e a força peso atuam na mesma direção e em sentidos opostos,
cancelando-se. No entanto, por atuarem no mesmo corpo, não podem ser
consideradas como pares de ação e reação.
Quando nos encontramos em uma superfície inclinada, as forças normal e peso
não atuam na mesma direção, portanto, não se cancelam completamente. Desse
modo, uma das componentes da força peso atua na direção do plano, fazendo
com que deslizemos, caso não haja alguma força de atrito.

Forças peso, elástica, de contato (normal e atrito) e de arraste


Força é o agente da dinâmica responsável por alterar o estado
de repouso ou movimento de um corpo. Quando se aplica uma força sobre um
corpo, esse pode desenvolver uma aceleração, como estabelecem as leis de
Newton, ou se deformar. Existem diferentes tipos de força na natureza, tais como
a força gravitacional, força elétrica, força magnética, força nuclear forte e fr
aca, força de atrito, força de empuxo etc.
As forças são grandezas vetoriais que, portanto, precisam ser definidas de
acordo com seu módulo, direção e sentido. O módulo de uma força diz respeito
à sua intensidade; a direção diz respeito às direções nas quais as forças se
aplicam (horizontal e vertical, por exemplo); cada direção, por sua vez, apresenta
dois sentidos: positivo e negativo, esquerda e direita, para cima e para baixo etc.

Existem diversos tipos de força na natureza.


Tipos de força
De acordo com o Sistema Internacional de Unidades, independentemente de qual
seja a sua natureza, a grandeza força é medida na unidade de kg.m/s², entretanto,
costumamos utilizar a grandeza newton (N) para designar tal unidade, como uma
forma de homenagem a um dos maiores físicos de todos os tempos: Isaac
Newton. Os dispositivos utilizados para medir forças são chamados
de dinamômetros – molas de constantes elásticas conhecidas que se esticam à
medida que alguma força é aplicada sobre elas.
Em alguns livros didáticos, é comum que se definam dois tipos de força: forças a
distância, também conhecidas como forças de campo, e forças de contato. No
grupo das forças a distância, costuma-se incluir a força peso, a força magnética, a
força de atração entre cargas e outras. No grupo de forças de contato, utilizam-se
exemplos como empurrar ou puxar algo, aplicar tração, forças de atrito, entre
outros.
Apesar da definição proposta, é necessário esclarecer que não existem forças
de contato. Todas as forças da natureza surgem mediante a interação de
diferentes campos, tais como o campo gravitacional e o campo eletromagnético.
Na imagem, podemos ver que, microscopicamente, as superfícies são bastante
rugosas.
Mesmo quando tocamos em algo, não há contato entre nossa mão e o objeto:
na escala microscópica, os átomos não se tocam, uma vez que, quando muito
próximos, suas eletrosferas são deformadas, repelindo-se mutuamente graças à
carga de seus elétrons, que se afastam em razão da interação de seus campos
elétricos e magnéticos. Poucos são os casos em que os núcleos atômicos  tocam-
se de fato. Essas situações envolvem altíssimas quantidades de energia, como
aquelas que são obtidas em experimentos realizados no interior dos aceleradores
de partículas.
Vamos conferir quais são os tipos de forças que existem na natureza. A partir das
forças descritas a seguir, surgem todos os fenômenos físicos conhecidos. Confira
quais são elas e as suas principais características:
 Força gravitacional: também conhecida como força peso, é o tipo de força que
faz com que dois corpos que tenham massa atraiam-se mutuamente. A força peso
é responsável por nos manter presos à Terra e também pela órbita de todos os
planetas em torno do Sol.
 Força elétrica: é responsável pela atração ou repulsão de cargas elétricas.
Ligações químicas, por exemplo, só acontecem em virtude da diferença de cargas
entre átomos. A força elétrica pode fazer com que os elétrons presentes
nos condutores desloquem-se em uma direção específica, dando origem a
correntes elétricas, que, por sua vez, podem ser usadas para alimentar circuitos
elétricos.
 Força magnética: atua sobre cargas em movimento. Esse tipo de força faz com
que os ímãs atraiam-se ou sejam repelidos, de acordo com as polaridades do
campo magnético. A força magnética também faz com que pequenas agulhas
magnetizadas orientem-se de acordo com o sentido do campo magnético terrestre.
 Força nuclear forte e fraca: são responsáveis por manter a integridade dos
núcleos dos átomos. A força nuclear forte mantém os prótons atraídos, apesar de
suas cargas se repelirem. A força nuclear fraca, por sua vez, mantém os quarks
unidos, dando origem aos prótons e nêutrons, por exemplo.
Forças como tração, atrito, empurrões, puxões, torções, forças elásticas e
outras, geralmente descritas como forças mecânicas, são, na verdade,
manifestações macroscópicas de interações que são majoritariamente elétricas.
Forças e leis de Newton
O conceito de força pode ser um tanto vago caso não existam expressões capazes
de defini-la de maneira coerente. As leis de Newton são o conjunto de leis que
define o que são e qual é o comportamento das forças.
De acordo com a 1ª lei de Newton –  a lei da inércia, caso nenhuma força atue
sobre um corpo, ou caso as forças que atuam sobre um corpo se anulem, esse
corpo tanto pode estar em repouso como em movimento retilíneo e uniforme.
Em complemento à primeira lei de Newton, o princípio fundamental da
dinâmica, conhecida como a 2ª lei de Newton, afirma que a força resultante
sobre um corpo é igual à massa desse corpo multiplicada pela aceleração
produzida pela força resultante. Além disso, a aceleração adquirida deve sempre
estar na mesma direção e com sentido igual ao da resultante das forças.
A terceira lei de Newton, conhecida como a lei da ação e reação, afirma que as
forças sempre surgem aos pares. Se um corpo A faz uma força sobre um corpo B,
o corpo B produz sobre o corpo A uma força de igual magnitude e direção,
porém, no sentido oposto. Além de indicar que as forças de ação e reação têm
módulo igual, a terceira lei de Newton também estabelece que o par de ação e
reação nunca poderá ocorrer em um único corpo.
Confira alguns exemplos em que podemos observar a lei da ação e reação:
 Quando andamos, empurramos o chão para trás. O chão, por sua vez, nos
empurra para frente.
 Se quisermos subir em uma corda, devemos puxá-la para baixo, para que
possamos ser empurrados para cima.
 Se, quando imersos, empurramos a borda de uma piscina, somos empurrados para
trás. Não observamos esse comportamento fora d'água devido à força de atrito
que nos mantém ligados ao solo.
Forças fictícias
Forças fictícias estão presentes em referenciais não inerciais. As leis de Newton
são definidas exclusivamente para referenciais inerciais, isto é, posições que se
encontram em repouso ou em movimento retilíneo, com velocidade constante.
Situações que envolvem rotações, por exemplo, induzem o surgimento de forças
fictícias, que, na verdade, não são forças.
Quando entramos em alta velocidade em uma curva bastante fechada, podemos
sentir nosso corpo  espremendo-se contra as paredes de um carro. Outro exemplo
é quando estamos assentados em um avião a decolar, podemos sentir uma “força”
nos apertando contra o banco. Essa força, na verdade, é a inércia dos corpos.
Uma vez que um corpo está sujeito a uma aceleração, sua inércia tende a
resistir a essa força, desse modo, sentimos uma força fictícia na direção oposta,
que, na verdade, trata-se da nossa tendência de permanecer no estado de
movimento em que nos encontramos. .
Um bom exemplo de força fictícia é a força centrífuga. Quando em movimento
circular, os corpos tendem a escapar pela direção tangente à curva, como quando
giramos uma pedra em um barbante e a soltamos. Essa força aparente, que faz
com que a pedra mantenha o barbante esticado, é, na verdade, a inércia da própria
pedra manifestando-se contra a aplicação de uma força real, chamada de força
centrípeta.
A força centrípeta, nesse caso, é produzida pela tração que o barbante faz sobre a
pedra e trata-se, portanto, de uma força real, que aponta sempre para o centro da
trajetória em que a pedra se move. A força centrífuga não é, de fato, uma força,
mas a expressão da inércia do corpo que se encontra acelerado.
Fórmulas usadas para o cálculo de forças
Confira as fórmulas que podem ser utilizadas para calcular diferentes tipos de
forças:
→ Força peso ou força gravitacional

G – constante da gravitação universal (6,67.10-11 m³kg-1s-2)


r – distância em relação ao centro da Terra (m)
Força gravitacional e peso são sinônimos. Nas fórmulas acima, expressamos as
fórmulas utilizadas para calcular a força gravitacional causada por duas massas m
e M e também o peso P, que surge devido ao campo gravitacional g de um astro.
Desse modo, podemos entender que a força gravitacional surge da interação entre
massas e campos gravitacionais.
→ Força elétrica

k0 – constante eletrostática do vácuo (9.109 N.m²C-2)


E – campo elétrico (N/C)
r – distância entre cargas (m)
A força gravitacional pode ser calculada de maneira muito similar à força
gravitacional. Além disso, ela pode ser calculada em relação ao campo elétrico.
→ Força magnética

A força magnética surge da interação de uma carga elétrica q, com velocidade v,


em relação a um campo magnético B. O ângulo θ presente na fórmula é medido
entre a velocidade e o campo magnético.

O
campo magnético do imã interage com as cargas em movimento do pó de ferro,
movendo-as.
→ Força de atrito

μ – coeficiente de atrito
N – Força normal
A força de atrito surge em decorrência das atrações moleculares, como as forças
de dipolo-induzido, também conhecidas como forças de Van der Waals.
→ Força elástica

k – constante elástica (N/m)


x – deformação (m)
A força elástica surge quando algum corpo tende a voltar ao seu formato original
quando sujeito à aplicação de uma força externa.
→ Força de empuxo

d – densidade (kg/m³)


g – gravidade (m/s²)
V – volume imerso (m³)
A força de empuxo surge quando algum corpo é inserido no interior de um fluido,
como o ar atmosférico ou a água.
Apesar de serem diferentes entre si, todas as forças exemplificadas acima são
dimensionalmente coerentes, isto é, são todas medidas na mesma unidade, o
newton.

Forças fictícias (forças centrífuga e de coriolis) e referenciais


não inerciais
Ciclones, tornados e tufões são intempéries climáticas que têm consequências
devastadoras por onde passam. Para entender suas formações e seus mecanismos, é
necessário compreender que esses fenômenos são complexos e que dependem de
diversas variáveis, sendo uma delas a força de Coriolis.    

A força de Coriolis é uma força fictícia que ocorre em movimentos rotacionais quando


existem movimentos relativos ao referencial inercial. Pode ser entendida, ainda, como
uma componente suplementar à força centrífuga.

Seu nome se deve ao engenheiro Gustave-Gaspard Coriolis, que descreveu


matematicamente essa força.

Forças de Inércia ou forças fictícias

Considere o seguinte experimento: um líquido é depositado em um recipiente que se


encontra apoiado em uma mesa inicialmente em repouso, sendo que a superfície do fluído
está paralela à superfície da mesa. Posteriormente, a mesa se movimenta com uma
determinada aceleração. Nesta situação, é possível observar que a superfície do líquido
dentro do recipiente se inclina a um ângulo em relação a mesa. Quando a sua aceleração
cessa e o recipiente é freado pelo atrito, a inclinação da superfície se inverte, como ilustra a
figura abaixo.
Representação do experimento com o recipiente contendo líquido.

Pode-se interpretar que existe uma força que age na superfície do líquido causando
essa inclinação, mas essa força não é resultado das forças
gravitacionais ou eletromagnéticas, ela existe devido à inércia do fluido, ao movimento
relativo do fluido em relação ao recipiente. Logo, essa força é chamada de força de inércia
ou de força fictícia.

A primeira Lei de Newton afirma que: ‘’ todo corpo continua em seu estado de repouso ou


de movimento retilíneo uniforme a menos que seja forçado a mudar seu movimento por
forças aplicadas sobre ele’’. 

Esse efeito é observado pelos passageiros de um ônibus, que são lançados para frente
quando o veículo freia. Outro exemplo é o caso de um pêndulo preso no teto de um carro,
que é lançado para trás quando este entra em movimento. Esse princípio da inércia é o
verdadeiro responsável pelo comportamento cinemático do sistema que é incorporado à
representação das forças fictícias ou inerciais. 

Nota: Embora a força seja denominada fictícia, perceba que seu efeito é real e observável,
causado pelo movimento relativo dos sistemas. 

Efeitos das forças de Coriolis


Suponha que duas pessoas estejam brincando em um carrossel. Nessa brincadeira, um dos
participantes arremessa uma bola para frente. A vista superior do carrossel em movimento
mostra uma trajetória retilínea na bola (ponto roxo na figura abaixo). Em um outro
referencial, no qual os participantes são observados imóveis, a trajetória observada será
curvilínea, como visualizado na figura abaixo. Esse desvio da trajetória é consequência da
força de Coriolis.
Observa
ção do lançamento de uma bola em um carrossel sob diferentes pontos de referência.
Esse efeito pode ser descrito para um caso específico pelo módulo da sua força dado pela
fórmula abaixo para um corpo de massa m, velocidade angular ωω e velocidade
relativa VrelVrel : 
Fcr=2m.|ω|.|Vrel|Fcr=2m.|ω|.|Vrel|.

Perceba que, para a existência da força de Coriolis, deve existir uma velocidade


angular. Logo, o movimento tem que ser rotacional e, também, deve existir uma velocidade
relativa ao sistema inercial.

Vejamos o exemplo de um corpo que caminha por um meridiano na superfície da Terra.


Considerando o Centro da Terra como referencial inercial, a Terra gira em torno do seu
próprio eixo, que cruza os pólos geográficos. Logo, ao se afastar do Centro da Terra, esse
corpo é submetido a uma força de Coriolis, pois há uma velocidade relativa entre ele e o
referencial inercial da Terra. Essa força pode vir a contribuir para a formação de um ciclone,
que consiste em massas de vento se movendo a velocidades muito elevadas, atingindo
uma grande área.

Fórmulas    

Força centrípeta e dinâmica do movimento circular


Quando um objeto executa um movimento circular uniforme, o valor de sua
velocidade é constante, mas essa grandeza sofre alterações em sua direção e
sentido.
Observe na imagem acima que o vetor velocidade, em laranja, sofre alterações de
sentido e direção ao longo da trajetória circular. A grandeza responsável pela
mudança na direção e no sentido da velocidade durante a execução de um
movimento circular é a aceleração centrípeta, vetor destacado em verde. Essa
grandeza é definida pela seguinte equação:

A aceleração centrípeta resulta da razão do quadrado da velocidade (V) de um


corpo pelo raio (R) da trajetória circular executada.
Força centrípeta
O termo centrípeta significa aquilo que aponta para o centro. Repare na figura
anterior que os vetores em verde, que representam a aceleração centrípeta,
apontam todos para o centro e geram a mudança na direção e no sentido da
velocidade.
Associada à aceleração centrípeta, podemos definir pela segunda lei de
Newton a força centrípeta. Essa força é responsável por manter os corpos
presos à trajetória circular.

Os termos da equação da força centrípeta são:


FCP = Força centrípeta (N – newtons)
m = Massa do corpo (kg)
V = Velocidade do corpo (m/s)
R = Raio da trajetória circular (m)
Assim como a aceleração, a força centrípeta aponta para o centro da
trajetória circular. Quando um veículo executa uma curva em uma autoestrada,
a força de atrito entre os pneus e o asfalto atua como força centrípeta e mantém
o móvel preso à trajetória circular. Pneus carecas e pista molhada diminuem o
atrito e aumentam o risco de o veículo perder o controle e sair da pista
durante a execução de uma curva.
Existe força centrífuga?
Quando estamos andando de carro e o veículo executa uma curva para a direita,
percebemos que o nosso corpo é automaticamente levado para o lado esquerdo,
apresentando a tendência de sair da curva feita pelo veículo. Aparentemente, uma
força puxa para fora da trajetória, daí vem a ideia de força centrífuga.
Todavia, vale dizer que a força centrífuga não existe. O que muitos chamam de
força, na verdade, é a inércia. Durante a execução da curva, o corpo de um
passageiro tende, por inércia, a manter o movimento na direção anterior e, assim,
surge a sensação de ser empurrado para fora da trajetória circular.

A linha pontilhada na imagem acima mostra a trajetória de um objeto se ele


abandonasse o movimento circular exatamente no ponto indicado. Não existe
uma força centrífuga que faça o objeto “fugir” da trajetória circular, pois o
caminho indicado resulta da inércia do objeto.

Plano inclinado
O plano inclinado é uma superfície plana, elevada e inclinada, por exemplo, uma rampa.
Na física, estudamos o movimento dos objetos bem como a aceleração e as forças atuantes
que ocorrem num plano inclinado.

Plano Inclinado sem Atrito


Existem 2 tipos de forças que atuam nesse sistema sem atrito: a força normal, que faz 90º
em relação ao plano, e a força peso (força vertical para baixo). Note que elas possuem
direções e sentidos diferentes.
A força normal atua perpendicularmente à superfície de contato.

Para calcular a força normal numa superfície plana horizontal, utiliza-se a fórmula:

Sendo,

N: força normal
m: massa do objeto
g: gravidade
Já a força peso, atua em virtude da força da gravidade que “puxa” todos os corpos da
superfície em direção ao centro da Terra. Ela é calculada pela fórmula:

Onde:

P: força peso
m: massa
g: aceleração da gravidade
Plano Inclinado com Atrito
Quando há o atrito entre o plano e o objeto temos mais uma força atuante: a força atrito.
Para calcular a força atrito utiliza-se a expressão:

Onde:

Fat: força de atrito


µ: coeficiente de atrito
N: força normal
A fórmula da força normal N, no plano inclinado é:

Pois, a força N é igual em valor a componente do peso nesta direção.

Obs: O coeficiente de atrito (µ) dependerá do material de contato entre os corpos e sua
condição.
Aceleração no Plano Inclinado
No plano inclinado há uma altura correspondente a elevação da rampa e um ângulo
formado em relação à horizontal.

Nesse caso, a aceleração do objeto é constante devido as forças atuantes: peso e a


normal.

Para determinar o valor da aceleração num plano inclinado, precisamos encontrar a força
resultante, decompondo a força peso em dois planos (x e y).

Logo, as componentes da força peso:


Px: perpendicular ao plano
Py: paralelo ao plano
Para encontrar a aceleração no plano inclinado sem atrito, utiliza-se as relações
trigonométricas do triângulo retângulo:

Px = P . sen θ
Py = P . cos θ
De acordo com a segunda Lei de Newton:

F=m.a

Onde,

F: força
m: massa
a: aceleração
Logo,

Px = m .a
P . sen θ = m .a
m . g . sen θ = m .a
a = g . sen θ
Assim, temos a fórmula da aceleração utilizada no plano inclinado sem atrito, a qual não
dependerá da massa do corpo.

Lei da gravitação universal da mecânica newtoniana e campo


gravitacional
A Lei da Gravitação Universal estabelece que, se dois corpos possuem massa,
eles sofrem a ação de uma força atrativa proporcional ao produto de suas massas
e inversamente proporcional a sua distância.
Resumo sobre a Lei da Gravitação Universal
 Todos os corpos do universo atraem-se mutuamente com uma força
proporcional ao produto de suas massas e inversamente proporcional ao
quadrado de sua distância;
 A Lei da Gravitação Universal é definida em termos da Constante de
Gravitação Universal, cujo módulo é igual a 6,67408.10-11 N.m²/kg².
 A Lei da Gravitação Universal foi descoberta e desenvolvida pelo físico
inglês Isaac Newton e foi capaz de prever os raios das órbitas de diversos
astros, bem como explicar teoricamente a lei empírica descoberta por
Johannes Kepler que relaciona o período orbital ao raio da órbita de dois
corpos que se atraem gravitacionalmente.
Introdução à Gravitação Universal
A Lei da Gravitação Universal é uma lei física que foi descoberta pelo físico
inglês Isaac Newton. Ela é utilizada para calcular o módulo da atração
gravitacional existente entre dois corpos dotados de massa. A força gravitacional
é sempre atrativa e age na direção de uma linha imaginária que liga dois corpos.
Além disso, em respeito à Terceira Lei de Newton, conhecida como Lei da Ação
e Reação, a força de atração é igual para os dois corpos
interagentes, independente de suas massas. De acordo com Isaac Newton:
“Dois corpos atraem-se por uma força que é diretamente proporcional ao produto de suas mass
inversamente proporcional ao quadrado da distância que os separa.”

Por meio da proposição da Lei da Gravitação Universal, foi possível predizer


o raio das órbitas planetárias, o período de asteroides, eventos astronômicos
como eclipses, determinação da massa e raio de planetas e estrelas etc.
Fórmula da Gravitação Universal
A principal fórmula utilizada na gravitação universal estabelece que o módulo
da força gravitacional entre duas massas é proporcional ao produto de
suas massas e inversamente proporcional ao quadrado da distância entre elas
. A expressão utilizada para o cálculo da força gravitacional é esta:

Legenda:
|F| – módulo da força de atração gravitacional (N – Newton)
G – constante de gravitação universal (6,67408.10-11 N.kg²/m²)
M – massa gravitacional ativa (kg – quilogramas)
m – massa gravitacional passiva (kg – quilogramas)
d² – distância entre as massas ao quadrado (m²)
Chamamos de peso a força de atração gravitacional que uma massa exerce sobre
outra. Além disso, são denominadas de massa gravitacional ativa e passiva a
massa que produz um campo gravitacional ao seu redor e a massa que é atraída
por tal campo gravitacional, respectivamente.
A força peso, ou simplesmente o peso de um corpo sujeito a uma gravidade de
módulo g, é dada por:

Legenda:
P – módulo da força peso (N – Newton)
m – massa gravitacional passiva (kg – quilogramas)
g – módulo da gravidade local (m/s² – metro por segundo ao quadrado)
Comparando as duas equações acima, podemos perceber que a gravidade de um
corpo pode ser calculada pela fórmula a seguir:

A fórmula acima mostra que a gravidade de um planeta, estrela ou qualquer que


seja o corpo depende de sua massa (M),
da constante de gravitação universal (G) e
do inverso do quadrado da distância em que nos encontramos até o centro
desse corpo (d), que, no caso de corpos esféricos, é o seu próprio raio.
A Terra, por exemplo, possui massa de 5,972.1024 kg e raio médio
de 6371 km (6,371.106 m), logo, podemos calcular o valor médio da gravidade na
sua superfície:

Gravitação Universal e a Terceira Lei de Kepler


Um dos indicadores de sucesso da Lei da Gravitação Universal foi a sua
capacidade de reproduzir a famosa relação matemática descoberta empiricamente
por Johannes Kepler, conhecida como Lei Harmônica:

Para tanto, basta recordar que a força de atração gravitacional aponta sempre na
direção que liga os dois corpos, tratando-se, portanto, de um tipo
de força central, assim como a força centrípeta, que atua nos corpos em
movimento circular. Assim:

Legenda:
v – velocidade de translação do corpo (m/s – metros por segundo)
ω – velocidade angular (rad/s – radianos por segundo)
T – período de translação (s – segundos)
A fórmula indica que a razão do quadrado do período de translação de um corpo
em torno de sua massa gravitacional ativa (por exemplo, a translação da Terra
em torno do Sol) pelo cubo do raio médio da órbita (distância média entre a Terra
e Sol, por exemplo) tem módulo constante, que depende da constante de
gravitação universal (G) e da massa gravitacional ativa M (a massa do Sol, por
exemplo).
Constante de gravitação universal
A constante de gravitação universal é uma constante de proporcionalidade de
módulo igual a 6,67408.10-11 N.m²/kg²., presente na Lei da Gravitação Universal
e usada para igualar a razão do produto da massa de dois corpos pelo quadrado de
sua distância com o módulo da força de atração entre eles. A constante de
gravitação universal é dada, em unidades do Sistema Internacional de Unidades,
em N.m²/kg².
A constante da gravitação universal foi determinada entre 1797 e 1798 pelo
experimento da balança de torção, realizado pelo físico e químico
britânico Henry Cavendish. O experimento tinha como objetivo inicial a
determinação da densidade da Terra, mas na época também pôde determinar a
constante da gravitação universal com menos de 1% de erro em relação ao valor
conhecido atualmente.

Leis do movimento planetário de Kepler


Leis de Kepler sobre o movimento planetário foram desenvolvidas entre 1609 e
1619 pelo astrônomo e matemático alemão Johannes Kepler. As três leis de
Kepler, usadas para descrever as órbitas dos planetas do Sistema Solar, foram
construídas com base em medidas astronômicas precisas, obtidas pelo astrônomo
dinamarquês Tycho Brahe.
Introdução às leis de Kepler
As contribuições deixadas por Nicolau Copérnico na área
da astronomia romperam com a visão geocentrista do Universo, derivada do
modelo planetário de Claudio Ptolomeu. O modelo sugerido por Copérnico,
embora complexo, permitiu a previsão e a explicação das órbitas de diversos
planetas, entretanto, apresentava algumas falhas, sendo a mais dramática delas
uma explicação satisfatória para a órbita retrógrada de Marte durante alguns
períodos do ano.
A resolução dos problemas inexplicáveis pelo modelo planetário de
Copérnico veio somente no século XVII, pelas mãos de Johannes
Kepler. Para tanto, Kepler admitiu que as órbitas planetárias não eram
perfeitamente circulares, mas sim elípticas. Em posse de dados astronômicos
extremamente precisos, realizados por Brahe, Kepler estabeleceu duas leis
que regem o movimento dos planetas, 10 anos depois, publicou uma terceira
lei, que permite estimar o período orbital ou até mesmo o raio da órbita dos
planetas que giram em torno do Sol.
Leis de Kepler
As leis do movimento planetário de Kepler são conhecidas como: lei das órbitas
elípticas, lei das áreas e lei dos períodos. Juntas estas explicam como funciona
o movimento de qualquer corpo orbitando algum astro massivo,
como planetas ou estrelas. Vamos conferir o que se afirma nas leis de Kepler:
1ª lei de Kepler: lei das órbitas
A primeira lei de Kepler afirma que a órbita dos planetas que giram em torno do
Sol não é circular, mas sim elíptica. Além disso, o Sol sempre ocupa um dos
focos dessa elipse. Apesar de elípticas, algumas órbitas, como a da Terra,
são muito próximas de um circulo, pois são elipses que apresentam
uma excentricidade muito pequena. A excentricidade, por sua vez, é a medida
que mostra o quanto uma figura geométrica difere-se de um círculo e pode ser
calculada pela relação entre os semieixos da elipse.
“A órbita dos planetas é uma elipse em que o Sol ocupa um dos focos.”

A
figura (fora de escala) mostra que a órbita da Terra é elíptica e que o Sol está em
um dos focos.
2ª lei de Kepler: lei das áreas
A segunda lei de Kepler afirma que a linha imaginária que liga o Sol aos planetas
que o orbitam varre áreas em intervalos de tempo iguais. Em outras palavras, essa
lei afirma que a velocidade com que as áreas são varridas é igual, isto é, a
velocidade aureolar das órbitas é constante.
“A linha imaginária que liga o Sol aos planetas que o orbitam varre áreas iguais
em intervalos de tempos iguais.”
De
acordo com a lei das áreas, para o mesmo intervalo de tempo, as áreas A 1 e A2 são
iguais.
3ª lei de Kepler: lei dos períodos ou lei da harmonia
A terceira lei de Kepler afirma que o quadrado do período orbital (T²) de um
planeta é diretamente proporcional ao cubo de sua distância média ao Sol (R³).
Além disso, a razão entre T² e R³ tem exatamente a mesma magnitude para todos
os astros que orbitam essa estrela.
“A razão entre o quadrado do período e o cubo do raio médio da órbita de um
planeta é constante.”
A expressão usada para o cálculo da terceira lei de Kepler é mostrada a seguir,
confira:

T – período orbital


R – raio médio da órbita
Observe a próxima figura, nela mostramos os semieixos maior e menor de uma
órbita planetária em torno do Sol:
O raio médio da órbita, utilizado no cálculo da terceira lei de Kepler, é dado pela
média entre os raios máximo e mínimo. As posições mostradas na figura, que
caracterizam a maior e a menor distância da Terra em relação ao Sol, são
chamadas de afélio e periélio, respectivamente.

O raio médio é calculado pela média entre os raios


do periélio e afélio.
Quando a Terra aproxima-se do periélio, sua velocidade orbital aumenta, uma
vez que a aceleração gravitacional do Sol intensifica-se. Dessa maneira, a Terra
tem máxima energia cinética quando nas proximidades
do periélio. Aproximando-se do afélio, ela perde energia cinética, tendo assim a
sua velocidade orbital reduzida à sua menor medida.
A fórmula mais detalhada da terceira lei de Kepler é mostrada a seguir. Observe
que a razão entre T² e R³ é determinada exclusivamente por duas constantes, o
número pi e a constante da gravitação universal, e também pela massa do Sol:

G – constante da gravitação universal (6,67.10-11 N.m²/kg²)


M – massa do Sol (1,989.1030 kg)
Essa lei não foi obtida por Kepler, mas sim por Isaac Newton, por meio da lei da
gravitação universal. Para fazê-lo, Newton identificou que a força de atração
gravitacional entre a Terra e o Sol é uma força centrípeta. Observe o cálculo
seguinte, nele se mostra como é possível obter, com base na lei da gravitação
universal, a expressão geral da terceira lei de Kepler:
Com base na força centrípeta e na lei da
gravitação, é possível obter a terceira lei de Kepler.
Confira a tabela seguinte, nela mostramos como variam as medidas de T² e R³,
além de sua razão, para cada um dos planetas do Sistema Solar:

Raio médio da órbita Período em anos


Planeta T²/R³
(R) em UA terrestres (T)

Mercúrio 0,387 0,241 1,002

Vênus 0,723 0,615 1,001

Terra 1,00 1,00 1,000

Marte 1,524 1,881 1,000

Júpiter 5,203 11,860 0,999

Saturno 9,539 29,460 1,000

Urano 19,190 84,010 0,999

Netuno 30,060 164,800 1,000

 
O raio médio das órbitas, na tabela, é medido em unidades astronômicas (ua).
Uma unidade astronômica corresponde à distância média entre a Terra e o Sol,
cerca de 1,496.1011 m. Além disso, as pequenas variações nas razões T² sobre R³
devem-se às limitações de precisão nas medidas do raio orbital e do período
de translação de cada planeta.
Quantidade de movimento linear (momento linear) e impulso de
uma força
Impulso e quantidade de movimento são grandezas físicas vetoriais utilizadas no
estudo da dinâmica. A unidade de medida de ambos é a mesma (kg.m/s), e eles
estão relacionados pelo teorema do impulso e também pela segunda lei de
Newton.
O que é quantidade de movimento?
Quantidade de movimento é o produto entre a massa de um corpo e sua
velocidade. Trata-se de uma grandeza vetorial cuja unidade de medida, de acordo
com o Sistema Internacional de Unidades (SI), tanto pode ser o kg.m/s quanto o
N.s.
A fórmula utilizada para calcular a quantidade de movimento é a seguinte:

Q – quantidade de movimento (kg.m/s)


m – massa (kg)
v – velocidade (m/s)
A quantidade de movimento é uma grandeza particularmente útil para o estudo
das colisões, uma vez que, em colisões elásticas, a quantidade total de movimento
deve ser mantida constante.
O que é impulso?
Impulso é a medida da variação da quantidade de movimento. Assim como a
quantidade de movimento, ele é uma grandeza vetorial. Quando se aplica um
impulso a um corpo, sua quantidade de movimento muda. A definição mais
simples de impulso é mostrada na fórmula a seguir.

I – impulso (kg.m/s ou N.s)


∆Q – variação da quantidade de movimento (kg.m/s ou N.s)
Impulso e força
Quando se aplica uma força a um corpo, o impulso que é aplicado a esse corpo
depende do tempo de contato entre os corpos. Quanto maior é esse tempo, maior
é o impulso fornecido e maior é a variação da quantidade de movimento.

F – força (N)


Δt – intervalo de tempo (s)
A partir da fórmula acima, é possível notar que, para uma determinada medida de
impulso, força e intervalo de tempo são inversamente proporcionais. Esse
fato explica a utilidade dos para-choques dos automóveis, pois, uma vez que a
colisão dura mais tempo em razão da deformação do para-choque, a força
exercida sobre o veículo e o passageiro é menor, apesar de o impulso sofrido ser
o mesmo que o de uma colisão que ocorresse sem essa proteção.
Segunda lei de Newton, impulso e quantidade e movimento
Originalmente, a segunda lei de Newton, conhecida como Princípio
Fundamental da Dinâmica, foi escrita em termos de grandezas como
quantidade de movimento, impulso e tempo. De acordo com essa lei, a força
resultante sobre um corpo é igual ao produto de sua massa por sua aceleração,
mas essa definição também pode ser escrita de modo que a força resultante seja
igual à variação da quantidade de movimento durante certo intervalo de tempo.

Por fim, as duas expressões mostradas acima podem ser combinadas de modo que
a variação da quantidade de movimento seja igual ao produto da força resultante
e o intervalo de tempo de aplicação da força. Essa identidade recebe o nome de
teorema do impulso.

Princípio da conservação da quantidade de movimento linear

Colisão entre dois corpos


Vamos considerar a figura acima, onde dois blocos A e B estão se deslocando na
mesma direção horizontal, porém eles possuem sentidos contrários. Podemos ver
na figura as possíveis situações antes da colisão e depois da colisão entre os
blocos. Como sabemos que os blocos possuem certa quantidade de movimento,
caso o sistema, durante o período de interação entre os blocos, não sofra nenhuma
ação de força resultante externa, dizemos que eles (os blocos) não possuem
impulso. Assim, através do teorema do impulso podemos escrever:
O resultado final acima nos diz que a quantidade de movimento total do sistema
antes da colisão é igual à quantidade de movimento total do sistema depois da
colisão. Com isso, podemos afirmar que a quantidade de movimento do sistema
se conserva. Dizemos sistema mecanicamente isolado para um sistema que está
livre da ação de força resultante externa. O resultado obtido na equação acima
pode ser enunciado como a Lei da conservação da quantidade de movimento:
A quantidade de movimento de um sistema mecanicamente isolado é constante.
A lei da conservação da quantidade de movimento é uma lei não fundamental na
natureza que, algumas vezes, é chamada também de princípio da conservação da
quantidade de movimento.
Não podemos esquecer que um sistema é dito isolado se a resultante das forças
externas que atuam pode ser desprezada. E que a quantidade de movimento de
um sistema pode permanecer constante ainda que a energia mecânica não
permaneça, pois os princípios de conservação são independentes.
Não esqueça também que a quantidade de movimento de um sistema constituído
por n elementos é a soma vetorial das quantidades de movimento de todos os
elementos.

Momento de uma força (torque) e momento de inércia


Torque, ou momento de uma força, consiste na ação de girar ou torcer
um corpo em torno do seu eixo de rotação (polo) por meio da aplicação de
uma força. Para aplicarmos um torque sobre um corpo, é necessário que a
força aplicada sobre ele não coincida com o seu eixo de rotação. A
distância entre o ponto de aplicação da força e o polo é chamada de braço
de alavanca.
A unidade de medida do torque, de acordo com o SI, é o newton-
metro (N.m). Além disso, o torque é uma grandeza vetorial, calculada
pelo produto vetorial (ou produto externo) entre o braço de alavanca (r)
(também chamada de linha de ação) e a força (F). O torque e o módulo do
torque podem ser calculados por meio da seguinte expressão:

O torque é o produto
vetorial entre a distância ao eixo de rotação e a força aplicada.
É necessário que se observe um importante detalhe a respeito do cálculo
do torque: seu sinal. Quando um torque produz uma rotação no sentido
anti-horário, seu sinal é positivo, quando a rotação produzida acontece
no sentido horário, ele é negativo. Além disso, é necessário ressaltar que
o vetor torque é sempre perpendicular ao plano formado pelos
vetores r e F.

O
sentido do torque pode ser determinado pela regra do parafuso, pela
direção do polegar.

O que é torque?

O torque desempenha, para os movimentos de rotação, um papel similar


àquele desempenhado pelas forças que são capazes de alterar o estado
dos movimentos de translação. Quando se aplica uma força resultante não
nula sobre um corpo, esse corpo desenvolve uma aceleração, no caso do
torque, por sua vez, sua aplicação resulta no surgimento de uma aceleração
angular. Em resumo, dizemos que o torque é o agente dinâmico da
rotação.
De acordo com a segunda lei de Newton, a força resultante sobre um corpo
é igual à sua massa multiplicada pela aceleração obtida pelo corpo. De
maneira similar, a segunda lei de Newton para rotações afirma que o torque
resultante sobre um corpo é igual
ao produto do momento de inércia pela aceleração angular obtida pelo
corpo.

τr – torque resultante (N.m)


I – momento de inércia
α – aceleração angular
As fórmulas mostradas indicam que, na rotação, a aceleração angular
obtida é inversamente proporcional ao momento de inércia do corpo. De
maneira similar, a aceleração obtida por um corpo em razão da aplicação
de uma força é inversamente proporcional à sua inércia.
O momento de inércia é a resistência dos corpos em alterar o seu estado de
rotação. Diferentemente da inércia, o momento de inércia depende de
fatores, como a distribuição de massa e o formato de um corpo, além da
posição de seu eixo de rotação.

Torque e momento angular

A definição clássica da segunda lei de Newton diz que


a força resultante sobre um corpo é igual à variação de sua quantidade de
movimento, durante certo intervalo de tempo. A mesma definição aplica-se
ao torque, nesse caso, a segunda lei de Newton para a rotação — dizemos
que o torque resultante é igual à variação da quantidade de momento
angular durante certo tempo. Confira a similaridade destas equações:

Q – quantidade de movimento ou momento linear


L – momento angular

Torque resultante

Quando aplicada a corpos sujeitos a movimentos de rotação, a segunda lei


de Newton afirma que o torque resultante sobre um corpo é igual ao produto
de seu momento de inércia por sua aceleração, além disso, em todos os
casos, é possível calcular o torque pela fórmula τ = rFsenθ, em que θ é o
ângulo entre o braço de alavanca (r) e a força aplicada (F).
O torque resultante é determinado pela soma vetorial de todos os torques
que atuam sobre um corpo, ademais, no caso em que a soma dos torques é
nula, esse corpo tenderá a permanecer em equilíbrio rotacional: parado
ou em movimento circular uniforme, ou seja, girando com velocidade
constante.
Quantidade de movimento angular (momento angular)
Todo corpo que esteja em movimento apresenta consigo uma propriedade
chamada de quantidade de movimento (Q). No entanto, quando o corpo
estiver executando um movimento de rotação, ele apresentará momento
angular (L).
Quando em rotação, dizemos que os corpos apresentam
uma quantidade de movimento relacionada ao movimento rotacional,
o momento angular.
O momento angular é uma das propriedades básicas da Mecânica
Rotacional e está intimamente relacionado com a tendência do corpo em
continuar seu estado de movimento circular.
Quando a velocidade escalar do corpo é perpendicular (forma ângulo de
90º) em relação à direção do eixo de rotação, é possível calcular
o módulo do momento angular do corpo com a expressão a seguir:
L = r . Q
O momento angular é uma quantidade vetorial, portanto,
apresenta módulo, direção e sentido bem definidos. É importante saber
que o momento angular sempre é perpendicular ao plano formado
pelos vetores r e Q (distância ao eixo de rotação e quantidade de
movimento, respectivamente).
Sua unidade de medida no Sistema Internacional de Unidades (SI)
é kg.m2/s, pois envolve o produto de uma distância r (dada em metros, m)
por uma massa (em quilogramas, kg) e pela velocidade do corpo v (em
metros por segundo, m/s).
Observe na figura a seguir a relação espacial entre os três vetores L, r e Q.
Nessa figura, podemos ver um sistema de referência ortogonal, com as
direções x, y e z representadas. No plano xy, são apresentados os
vetores r e Q. Perpendicular ao plano formado por eles, na direção z,
encontra-se o vetor momento angular, em verde.
A grandeza quantidade de movimento é dada pelo produto entre o raio de
rotação (r) e a velocidade instantânea do corpo, por isso, é ainda possível
escrever a relação
do momento angular em função da massa e velocidade do corpo em
rotação:
L=r.m.v
Muitos sistemas físicos podem ser estudados de acordo com a sua
quantidade de momento angular, já que um dos princípios fundamentais da
Física diz que: “na ausência de quaisquer forças externas, a
quantidade de momento angular total é mantida”. Dessa forma, é
possível prever mudanças na velocidade de rotação dos planetas e de
outros astros, bem como calcular os raios de suas órbitas e trajetórias em
torno de suas estrelas etc.

Princípio da conservação da quantidade de movimento angular


Lembrando um pouco da conservação do Momento Linear, vimos que esta grandeza só
se conserva quando não existem forças externas atuando no corpo, ou a resultante dessas
forças seja zero. A Quantidade de Momento Angular, por sua vez, acontece de forma
similar. Contudo, como essa grandeza está relacionada a rotação, para que haja a sua
conservação, não deve haver torque sobre o corpo em rotação, ou seja, Ƭ Ext =0.
Observamos que Força está relacionada ao movimento de translação, assim
como Torque relaciona-se ao movimento de rotação. Um exemplo prático onde podemos
constatar este fato é de uma bailarina (figura ao lado), que inicia seu giro nas pontas
dos pés com uma certa velocidade w1 e momento de inércia I1 (braços abertos). Para
aumentar a sua velocidade angular, ela fecha seus braços concentrando a sua massa mais
perto do seu eixo de rotação, diminuindo assim o seu momento de inércia. Com isto ela
consegue aumentar a sua velocidade para w2.

Quanto mais próximo à distribuição de massa estiver do eixo de rotação, menor é o seu
momento de inércia e, por conseguinte, o corpo ganha mais velocidade angular, pois
oferece menor resistência a variação da velocidade de rotação. Este fato está relacionado
com a conservação do momento angular.

No caso da bailarina, quando ela diminui o seu momento de inércia aproximando os braços
do corpo (eixo de rotação) a velocidade angular aumenta para conservar o seu momento
angular. Estamos supondo que não haja torque nas pontas dos pés, que aumente ou
desacelere a rotação da bailarina, então L1 = L2 ,ou seja,   momento angular inicial (braços
abertos)  é igual ao momento angular final (braços fechados)

                                                I1w1 =I2w2

É importante observar que:


O momento de inércia está para a rotação, assim como, a massa está para o
movimento de translação. A diferença está em que momento de inércia não só depende da
massa, mas também da distribuição da massa em torno do eixo de rotação.

Trabalho, energia cinética, energia potencial e potência


Energia potencial é uma forma de energia que pode ser armazenada por um
corpo e que depende da posição desse corpo. Toda energia potencial pode ser
transformada em outras formas de energias potenciais ou em energia cinética por
meio da aplicação de uma força sobre o corpo.
Resumo sobre energia potencial
 Existem duas formas de energias potenciais mecânicas: energia potencial
gravitacional e potencial elástica.
 A energia potencial pode ser armazenada pelo corpo e está diretamente
relacionada à posição do corpo no espaço.
 Toda energia potencial é produzida pela aplicação de uma força conservativa no
corpo, ou seja, uma força cuja ação não depende do caminho percorrido pelo
corpo, depende somente da diferença entre as posições final e inicial do corpo.
O que é energia potencial?
Energia potencial é uma forma de energia que pode ser armazenada nos corpos
e que depende do tipo de interação e da posição que o corpo apresenta em
relação à sua vizinhança. Na Física, existem basicamente duas formas
de energia potencial mecânica: energia potencial gravitacional e energia
potencial elástica.
A energia potencial armazenada por qualquer objeto sujeito a forças
conservativas é definida pela posição do objeto e independe do caminho tomado
por ele. São chamadas de forças conservativas todas as forças capazes de
armazenar energias que podem ser acessadas em momentos posteriores, como
a força elástica ou a força gravitacional. Além disso, é necessário que as forças
conservativas sejam capazes de transformar uma energia em outras formas de
energia. Um exemplo de energia potencial é a energia potencial
gravitacional, que independe da trajetória tomada pelo corpo. Para essa forma
de energia, são consideradas somente as posições final e inicial do corpo.

Trabalho e energia potencial


Quando a energia potencial de um corpo sofre acréscimos ou decréscimos em seu
módulo sob a ação exclusiva de forças conservativas, dizemos que essas forças
realizaram trabalho sobre ele. O trabalho é o fenômeno
físico responsável pela transformação de uma forma de energia em outra por
meio da aplicação de uma força. No caso em que um corpo é abandonado de uma
certa altura, a força peso realiza trabalho sobre ele, transformando sua energia
potencial gravitacional em energia cinética, por exemplo.
De maneira resumida, podemos dizer que a quantidade total de energia
armazenada em um corpo representa a medida da sua capacidade de
realizar trabalho.
Unidade de medida da energia potencial
A unidade física utilizada para energia potencial no Sistema Internacional de
Unidades é o joule (J): 1 joule equivale à quantidade de energia necessária
para elevarmos a um metro (1,0 m) de altura um peso igual a 1 Newton (1,0
N).

Observe a figura acima. Nela, temos dois corpos que estão prestes a cair de uma
mesma altura. A mudança na energia potencial gravitacional que cada um deles
sofrerá é exatamente a mesma, uma vez que a força peso, responsável pelo
movimento de queda dos corpos, é uma força conservativa. Apesar de o corpo à
esquerda percorrer um caminho maior, a diferença de altura dos corpos em
relação ao solo é a mesma.
Um exemplo de força não conservativa é a força de atrito. Se houvesse atrito na
situação ilustrada na figura acima, ele não seria exatamente o mesmo para os dois
casos, uma vez que a distância percorrida por um dos corpos é maior que a
distância percorrida pelo outro. Logo, o atrito é uma força não conservativa e não
é capaz de armazenar energia em forma de energia potencial.
O que é energia potencial gravitacional?
Energia potencial gravitacional é a energia relacionada à altura de um corpo
em relação ao solo. Trata-se de uma grandeza escalar, definida unicamente pelo
seu módulo, medido em joules (J). A energia potencial gravitacional é definida
por meio da seguinte equação:

Legenda:
Ep – energia potencial gravitacional (J – joules)
m – massa do corpo (kg – quilogramas)
h – altura do corpo em relação ao solo (m – metros)
Como a energia potencial é escalar, ela pode ser definida em relação a qualquer
referencial. Por exemplo: um corpo que se encontra na cobertura de um prédio
tem uma grande energia potencial gravitacional em relação à rua, entretanto, sua
energia potencial relativa àquela cobertura é nula.
O que é energia potencial elástica?
Energia potencial elástica é uma forma de energia relacionada à compressão ou
elongação de um corpo que tende a voltar ao seu formato original, como
molas e elásticos.
Quando algum corpo tem tendência a voltar à sua posição de equilíbrio em razão
de uma força restauradora, assim como uma mola esticada ou comprimida,
dizemos que ele é capaz de armazenar energia em forma
de energia potencial elástica.
A energia potencial elástica, assim como todas as outras formas de energia
potencial, também é escalar. Dessa forma, o caminho tomado pelo corpo não
afeta o módulo de sua energia potencial, que é afetado somente pela diferença
entre as posições final e inicial do corpo. Por exemplo: um corpo elástico,
quando esticado ou comprimido em dois centímetros, apresentará a mesma
quantidade de energia potencial elástica para ambos os casos.
Podemos calcular a energia potencial elástica de um corpo por meio da equação
apresentada abaixo:

Legenda:
Ep – energia potencial elástica (J)
k – constante elástica do corpo (N/m – Newton por metro)
x – deformação do corpo (m)
Na equação acima, k recebe o nome de constante elástica. Essa constante é uma
propriedade do corpo e mede a intensidade da força necessária para deformar o
corpo em um metro. Já a variável x mede a deformação do corpo em metros. Se
o corpo estiver em seu tamanho original, sua deformação será nula, de forma
que x = 0. Portanto, esse corpo não apresentará qualquer energia potencial
elástica.
Fórmulas de energia potencial
Para calcularmos a energia potencial gravitacional contida em um corpo,
utilizamos a fórmula abaixo:

Legenda:
Ep – energia potencial gravitacional (J)
m – massa do corpo (kg)
h – altura do corpo em relação ao solo (m)
Podemos calcular o módulo da energia potencial elástica de um corpo por meio
da fórmula abaixo:

Legenda:
Ep – energia potencial elástica (J)
k – constante elástica do corpo (N/m)
x – deformação do corpo (m)

Forças conservativas e não conservativas.


Podemos dizer que é graças ao conceito de energia que a ciência obteve grandes
avanços, em particular, a física, pois esse conceito está presente em diversos
ramos desta área de conhecimento, como no estudo da mecânica, na termologia,
na óptica e na física nuclear. Em parte, isso se deve à propriedade dos sistemas
físicos de transformarem uma modalidade de energia em outra.
Sabemos que é possível transformar qualquer tipo de energia em outra, mas, em
sentido literal, é impossível gastar ou criar energia. Por exemplo, pelo simples
fato de acendermos uma lanterna ou ligarmos um rádio à pilha, estamos
transformando a energia química (das pilhas) em outras formas de energia, como
energia elétrica, que em seguida é transformada em energia luminosa e calor, no
caso do rádio, a energia é transformada em energia sonora.
Em muitos casos também podemos passar energia de um corpo para outro. Um
exemplo básico dessa transferência de energia é a energia vinda do Sol, ele nos
transfere energia sob a forma de luz. Com isso e com base no princípio da
conservação da energia, vemos que a energia total de um sistema isolado é
sempre a mesma, isto é, é constante.
Forças conservativas
Na física, definimos forças conservativas como sendo aquelas que não
modificam a energia mecânica do sistema. É possível estabelecer uma
classificação para os diversos tipos de forças através dos efeitos provocados por
cada uma sobre a energia mecânica dos corpos. Por exemplo, a força peso tem a
propriedade de transformar a energia potencial gravitacional em energia cinética.
A força de uma mola pode transformar a energia elástica em energia cinética.
Esses dois tipos de forças mencionadas acima, força gravitacional e força
elástica, são exemplos de forças conservativas, pois tais forças não modificam a
energia mecânica do sistema.
Forças dissipativas
Na física, definimos forças dissipativas, que também podem ser denominadas de
forças não conservativas, como sendo as forças que transformam a energia
mecânica em outras formas de energia, como por exemplo, o som, calor e
deformação.
A força de atrito faz um objeto parar, transformando sua energia cinética inicial
em calor e som. Sempre que houver força de atrito, parte da energia mecânica do
sistema vai ser transformada em calor e som. É possível verificar isso quando um
carro freia bruscamente: escutamos o som característico da freada e vemos a
fumaça dos pneus queimando em virtude do aumento da temperatura devido à
força de atrito com o asfalto.
Princípio da conservação de energia
A conservação da energia mecânica é uma das leis da mecânica que decorrem
do princípio de conservação da energia. De acordo com a lei da conservação da
energia mecânica, quando nenhuma força dissipativa atua sobre um corpo, toda a
sua energia relativa ao movimento é mantida constante. Isso equivale a dizer que
a energia cinética e a energia potencial do corpo nunca mudam.
A compreensão da lei da conservação da energia mecânica é imprescindível para
a resolução de um grande número de situações da Física que se aproximam de
situações ideais, por isso esse é um dos assuntos mais cobrados no âmbito
da Mecânica nas provas do Enem.
O que é conservação da energia mecânica?
A conservação da energia mecânica afirma que toda a energia relacionada ao
movimento de um corpo é mantida constante quando não atuam sobre ele
quaisquer forças dissipativas, tais como as forças de atrito e arraste.
Quando dizemos que a energia mecânica é conservada, isso significa que a soma
da energia cinética com a energia potencial é igual em todos os instantes e em
qualquer posição. Em outras palavras, nenhuma porção da energia mecânica de
um sistema é transformada em outras formas de energia, como a energia térmica.
Diante do exposto, de acordo com a lei da conservação da energia mecânica,
em um sistema não dissipativo, podemos afirmar que as energias mecânicas em
duas posições distintas são iguais.

EM – energia mecânica


EC – energia cinética
EP – energia potencial
Para que possamos compreender melhor o conceito da conservação da energia
mecânica, é necessário saber o que é energia cinética e energia potencial, por
isso explicaremos brevemente cada um desses conceitos nos tópicos a seguir.

De
acordo com a conservação da energia, a energia mecânica do carro na figura é
constante em todos os pontos.
Energia cinética
A energia cinética é a energia contida em qualquer corpo que apresente
uma quantidade de movimento não nula, isto é, desde que o corpo
tenha massa e velocidade, ele será dotado de uma determinada quantidade de
energia cinética.
A energia cinética é uma grandeza escalar cuja unidade, de acordo com
o Sistema Internacional de Unidades, é o joule (J). A fórmula da energia cinética
afirma que essa energia é igual ao produto entre a massa (m) e
o quadrado da velocidade (v²) dividido por 2.

m – massa
v – velocidade
EC – energia cinética
Energia potencial
A energia potencial é uma forma de energia que pode ser armazenada e que
depende diretamente da posição em que um corpo se encontra em relação a
algum campo de força, tais como o campo gravitacional, campo elétrico e campo
magnético.
A energia potencial só pode ser acumulada em um corpo quando este estiver
sujeito à ação de uma força conservativa, isto é, uma força que aplica sempre a
mesma quantidade de energia a um corpo, independentemente do caminho
percorrido.
Um exemplo de força conservativa é a força peso: se um corpo for elevado
contra a ação da força peso a partir do chão até uma certa altura,
independentemente da trajetória percorrida por esse corpo, o ganho de energia
potencial dependerá exclusivamente da diferença entre as duas alturas.
Quando tratamos de exercícios sobre a conservação da energia mecânica, há dois
tipos de energia potencial mais comuns: a energia potencial gravitacional e
a energia potencial elástica. A energia potencial gravitacional é a forma de
energia relativa à altura de um corpo em relação ao chão. Ela depende da massa
do corpo, da aceleração da gravidade no local e da altura

g – gravidade (m/s²)


h – altura (m)
A energia potencial elástica é aquela relacionada à deformação de algum
objeto, como um elástico. Para calculá-la, leva-se em conta o quanto o objeto
foi deformado (x), bem como a constante elástica desse objeto (k), medida
em newton por metro. Se um objeto tem uma constante elástica de 800 N/m,
isso indica que, para ser deformado em um metro, esse objeto sofre a ação de
uma força de 800 N. A fórmula usada para o cálculo da energia potencial elástica
é a seguinte:

Energia mecânica
A energia mecânica é a soma das energias cinética e potencial. Em outras
palavras, é toda a energia que é relacionada ao movimento de um corpo. A
fórmula da energia mecânica é a seguinte:

Fórmula da conservação da energia mecânica


A fórmula da conservação da energia mecânica é tal que a soma da energia
cinética com a energia potencial seja igual para quaisquer pontos de um sistema
mecânico em que não atuem forças dissipativas.

ECi e ECf – energia cinética final e inicial


ECi e EPf – energia cinética final e inicial
Apesar de a fórmula acima ser geral e poder ser aplicada em qualquer caso em
que a energia mecânica se conserve, é preciso ressaltar que cada caso pode
apresentar uma forma diferente de energia potencial. Desse modo, a resolução de
exercícios é a melhor maneira de compreendermos os diferentes casos.

Colisões entre corpos


Imagine uma partida de sinuca na qual uma bola é atirada contra outras bolas
gerando colisões. Nessas colisões podem ocorrer diversas situações, como, por
exemplo, uma bola para e outra segue em movimento, uma bola segue atrás da
outra, uma bola segue adiante e outra volta.
Vamos agora analisar as colisões entre dois corpos, mas vamos dar maior atenção
às colisões que ocorrem numa única direção, ou seja, unidirecionais.

Colisões unidirecionais frontais


Consideremos uma colisão central e frontal de dois corpos, A e B, com
movimentos na direção horizontal e apoiados numa superfície plana e horizontal.
Antes do choque:

Depois do choque:
Durante uma colisão de dois corpos, as forças externas são desprezadas se
comparadas às internas, portanto, o sistema pode ser sempre considerado
mecanicamente isolado:

Obs.: As velocidades devem ser colocadas na equação dada com seus


respectivos sinais. No nosso exemplo, se a orientação da trajetória for para a
direita, temos VA > 0, VB < 0, V’A  > 0 e V’B > 0.
Coeficiente de restituição
Antes do choque (colisão), os corpos A e B se aproximam com velocidade
Vap (velocidade de aproximação).
Vap = VA - VB
Após o choque, os corpos A e B se afastam com velocidade Vaf (velocidade de
afastamento).

                                                                    Vaf = V’B – V’A


O coeficiente de restituição (e) de um choque é definido pela razão entre as
velocidades de afastamento e velocidade de aproximação.

Tipos de choque
No choque entre dois corpos podem ocorrer perdas de energia em virtude do
aquecimento, da deformação e do som provocados pelo impacto, porém, jamais
haverá ganho de energia.

Portanto, o módulo da velocidade de afastamento deve ser menor ou, no máximo,


igual ao módulo da velocidade de aproximação.
Como a velocidade de afastamento (Vaf) apresenta módulo menor ou igual ao
módulo da velocidade de aproximação (Vap), a razão entre elas determina um
coeficiente de restituição compreendido entre zero e um.
Choque inelástico
É o tipo de choque que ocorre quando, após a colisão, os corpos seguem juntos
(com a mesma velocidade).
Choque parcialmente elástico
É o tipo de choque que ocorre quando, após a colisão, os corpos seguem
separados (velocidade diferentes), tendo o sistema uma perda de energia cinética.
Choque perfeitamente elástico
É o tipo de choque que ocorre quando, após a colisão, os corpos seguem
separados (velocidade diferentes) e o sistema não perde energia cinética.

Movimentos periódicos e movimentos harmônicos simples


(MHS).
O movimento harmônico simples (MHS) é um movimento periódico que
acontece exclusivamente em sistemas conservativos – aqueles em que não há
ação de forças dissipativas. No MHS, uma força restauradora atua sobre o
corpo de modo a fazê-lo voltar sempre a uma posição de equilíbrio. A
descrição do MHS é feita com base nas grandezas frequência e período, por
meio de funções horárias do movimento. Resumo sobre MHS
Todo MHS acontece quando uma força impele um corpo em movimento a voltar
para uma posição de equilíbrio. Alguns exemplos de MHS são o pêndulo
simples e o oscilador massa-mola. Em movimento harmônico simples, a energia
mecânica do corpo é sempre mantida constante, mas suas energia
cinética e potencial intercambiam-se: quando a energia cinética é máxima,
a energia potencial é mínima e vice-versa.
No movimento
harmônico simples, a posição do corpo é uma função periódica.
As grandezas mais importantes no estudo do MHS são aquelas que são usadas
para escrever as funções horárias do MHS. As funções horárias nada mais são
que equações que dependem do tempo como variável. Confira as principais
grandezas do MHS:
 mede a maior distância que o corpo em oscilação é capaz de chegar em relação à
posição de equilíbrio. A unidade de medida da amplitude é o metro
(m);Amplitude (A):
 Frequência (f): mede a quantidade de oscilações que o corpo realiza a cada
segundo. A unidade de medida da frequência é o hertz (Hz);

 Período (T): tempo necessário para que o corpo realize uma oscilação completa.
A unidade de medida do período é o segundo (s);
 Frequência angular (ω): mede a rapidez em que o ângulo de fase é percorrido.
O ângulo de fase corresponde à posição do corpo em oscilação. Ao final de uma
oscilação, o corpo terá varrido um ângulo de 360º ou 2π radianos.

ω – frequência ou velocidade angular (rad/s)


Δθ – variação do ângulo (rad)
Equações do MHS
Vamos conhecer as equações gerais do MHS, começando pelas equações
de posição, velocidade e aceleração.
→ Equação da posição no MHS
Esta equação é usada para calcular a posição do corpo que desenvolve
um movimento harmônico simples:

x(t) – posição em função do tempo (m)


A – amplitude (m)
ω – frequência angular ou velocidade angular (rad/s)
t – tempo (s)
φ0 – fase inicial (rad)
→ Equação da velocidade no MHS
A equação da velocidade do MHS deriva da equação horária da posição e é dada
pela expressão a seguir:

→ Equação da aceleração no MHS


A equação da aceleração é bastante parecida com a equação da posição:

Além das equações mostradas acima, que são gerais, existem algumas
equações específicas, utilizadas para calcular a frequência ou
o período dos osciladores massa-mola e também do pêndulo simples. A seguir,
explicaremos cada uma dessas fórmulas.
Oscilador massa-mola
No oscilador massa-mola, um corpo de massa m é preso a uma mola ideal
de constante elástica k. Quando retirado da posição de equilíbrio, a força
elástica exercida pela mola faz com que o corpo passe a oscilar em torno dessa
posição. A frequência e o período de oscilação podem ser calculados por meio
das fórmulas a seguir:

k – constante elástica da mola (N/m)


m – massa do corpo
Analisando a fórmula acima, é possível notar que a frequência de oscilação
é proporcional à constante elástica da mola, ou seja, quanto mais “dura” for a
mola, mais rápido será o movimento de oscilação do sistema massa-mola.
Pêndulo simples
O pêndulo simples consiste em um corpo de massa m, preso a
um fio ideal e inextensível, colocado para oscilar em ângulos pequenos, na
presença de um campo gravitacional. As fórmulas utilizadas para calcular a
frequência e o período desse movimento são as seguintes:

g – aceleração da gravidade (m/s²)


l – comprimento do fio (m)
A partir das equações acima, percebe-se que o período do movimento de um
pêndulo depende apenas do módulo da gravidade local e também
do comprimento desse pêndulo.
Energia mecânica no MHS
O movimento harmônico simples só é possível graças à conservação da
energia mecânica. A energia mecânica é a medida da soma
da energia cinética e da energia potencial de um corpo. No MHS, a todo
momento, tem-se a mesma energia mecânica, entretanto, ela se
expressa periodicamente na forma de energia cinética e energia potencial.

EM – energia mecânica (J)


EC – energia cinética (J)
EP – energia potencial (J)
A fórmula mostrada acima expressa o sentido matemático da conservação da
energia mecânica. Em um MHS, em quaisquer instantes, final e inicial, por
exemplo, a soma das energias cinética e potencial é equivalente. Esse princípio
pode ser visualizado no caso do pêndulo simples, que apresenta energia potencial
gravitacional máxima, quando o corpo se encontra nas posições extremas, e
energia cinética máxima, quando o corpo se encontra no ponto mais baixo da
oscilação.

Sistema de partículas e centro de massas


O centro de massa de um corpo é um ponto que se comporta como se toda a
massa do corpo estivesse concentrada sobre ele. Quando um objeto é homogêneo,
o centro de massa coincide com o seu centro geométrico. Porém, isso nem
sempre ocorre, e o centro de massa não precisa nem mesmo de estar dentro do
corpo.
Agora que já sabemos que o centro de massa depende da distribuição da massa de
um corpo, vejamos as diferentes formas de realizar o seu cálculo em um sistema.
Centro de massa de um conjunto de partículas
Façamos inicialmente uma análise do centro de massa de um sistema de
partículas em um mesmo plano, conforme mostra a figura a seguir:

Diagrama para o cálculo do centro de massa em um conjunto de partículas


O ponto C, localizado em um ponto intermediário do conjunto de partículas,
representa o centro de massa desse sistema. As coordenadas desse ponto (xCM,
yCM) são calculadas a partir das médias ponderadas, conforme as equações a
seguir:
xCM = m1x1 + m2x2 + m3x3
          m1 + m2 + m3
yCM = m1y1 + m2y2 + m3y3
            m1 + m2 + m3
Essa equação pode ser utilizada para qualquer número de partículas.
Centro de massa de figuras planas
Outro caso a ser analisado é o cálculo do centro de massa das figuras planas. Em
geral, utilizamos a seguinte regra:
“ O centro de massa de uma figura plana homogênea localiza-se sobre o seu
eixo de simetria¹. Se o corpo possuir dois eixos de simetria, o centro de massa
estará na intersecção entre os eixos.”
¹Eixo de simetria é uma linha que divide um corpo em duas partes iguais ou
simétricas.
Observe nas figuras a seguir onde se localizam os eixos de simetria e seus
respectivos centros de massa:
 Retângulo
Diagrama representando o centro de massa do retângulo
O centro de massa do retângulo fica sobre os eixos de simetria que dividem ao
meio a altura (h) e a base (b). Portanto, para calculá-lo, basta dividir a altura e a
base por dois.
 Círculo

Diagrama representando o centro de massa da circunferência


O centro de massa da circunferência fica exatamente em seu centro porque o eixo
de simetria do círculo é uma reta que vai de uma de suas extremidades à outra,
passando exatamente pelo seu centro.
 Triângulo
Diagrama representando o centro de massa de um triângulo retângulo
Como a base do triângulo retângulo é mais larga, a maior parte de sua massa
encontra-se na parte inferior. Conforme mostra a figura, o centro de massa do
triângulo retângulo localiza-se a um terço de sua altura e base.
Centro de massa de figuras planas compostas
Para calcular o centro de massa de figuras planas compostas, devemos considerar
cada parte da figura individualmente, encontrar os seus centros de massa e, em
seguida, somá-los. Para isso, devemos adotar um sistema de referência, conforme
mostra a figura:

Diagrama do centro de massa de uma figura composta


A imagem acima mostra uma figura plana composta por um quadrado e um
triângulo retângulo. Após adotar o sistema de referência (x,y), devemos
considerar o centro de massa de cada uma das figuras. Para isso, utilizamos o
índice 1 para o quadrado e 2 para o triângulo. Para calcular as coordenadas do
centro de massa da figura inteira, devemos somar as coordenadas das figuras
individuais através da equação:
xCM = m1x1 + m2x2
          m1 + m2
yCM = m1y1 + m2y2
            m1 + m2
Podemos perceber a existência do centro de massa ao observar um brinquedo
infantil chamado joão-bobo, que é um boneco de plástico ou de madeira que
possui a base arredondada. Mesmo que seja empurrado, balançado ou inclinado,
o “joão-bobo” retorna e fica de pé. Isso ocorre porque a maior parte de seu peso
está localizada em sua base, o que faz com que o seu centro de massa fique
próximo ao chão, ou seja, próximo ao seu ponto de apoio.
Conhecer o centro de massa é importante até mesmo para a nossa própria saúde:
o centro de massa do corpo humano fica na altura da coluna, por isso, ao levantar
objetos pesados, recomenda-se a flexão dos joelhos, o que causa uma
redistribuição da nossa massa em virtude da mudança do centro de massa do
nosso corpo, não gerando, assim, danos à coluna.

Equilíbrio de uma partícula e equilíbrio de um corpo rígido


Corpos Rígidos é o conjunto de partículas agrupadas de forma que a distância
entre as partes que constituem o corpo ou o sistema não sofram mudança, ou seja,
essas partículas não se alteram para um referencial fixado no próprio corpo.

O corpo rígido executa os movimentos de rotação, translação ou os dois de forma


combinada.

Rotação: a observação do movimento da força aplicada ao corpo, como um pião


rodando.

Translação: é o movimento provocado por forças externas que agem sobre o


corpo rígido.

Equilíbrio estático
É uma definição baseada no repouso, ou seja, na relação de determinado
referencial externo, quando nenhuma partícula que o constitui se move em
relação a um dado referencial. Em relação a esse mesmo referencial, caso as
partículas apresentem movimento, o corpo rígido estará então em Equilíbrio
dinâmico.

As situações de equilíbrio sempre dependerão do referencial adotado, isso porque


o estudo de um equilíbrio depende do outro.

Momento de uma força


É a relação entre a força aplicada a um ponto, também chamado polo, com o
produto dessa mesma força por uma distância, considerando a intensidade da
força e sua linha de ação.

Pode-se definir como: módulo do momento da força como o produto do módulo


da força pela distância.

Sua representação matemática é:


 

Onde:
M = momento ou torque de uma força
F = Força
d = distância

Observações importantes:
• Momento de uma força é uma grandeza vetorial (apesar de a definição abordar
apenas sua intensidade).
• Sinal positivo (+) representa o momento em que a força tende a produzir
rotação no sentido anti-horário em volta do polo.
• Sinal negativo (-) é adotado quando a força tende a produzir rotação no sentido
horário em volta do polo.

Equilíbrio de Corpo Rígidos


O equilíbrio nos corpos rígidos acontece quando duas situações forem satisfeitas:

1. Quando a força resultante que atua sobre o corpo for nula;


2. Quando a soma dos momentos das forças que atuam sobre o corpo em relação
a qualquer ponto for nula.

Centro de Gravidade do corpo rígido


É o ponto de aplicação do peso no corpo. Acontece como se todo o corpo
estivesse ali concentrado.

Em corpos homogêneos, a massa é distribuída de forma uniforme, e desde que o


campo gravitacional seja também uniforme, o peso também será.

Já em corpos não homogêneos ou de forma irregular, o centro de gravidade só é


encontrado pendurando pontos do próprio corpo e, onde houver o cruzamento
entre os pontos, ali estará o centro de gravidade.
Polias e máquinas simples
Polias são máquinas simples utilizadas basicamente para elevar
verticalmente um corpo por meio da aplicação de forças em cordas ou fios.
São largamente utilizadas na construção civil para levantar materiais entre
níveis diferentes.
Dependendo da forma em que são associadas, as polias podem diminuir o
esforço humano necessário para elevar objetos muito pesados. Por essa
razão, esse instrumento representou uma evolução principalmente para
o desenvolvimento do comércio, otimizando o trabalho de carga e descarga
de navios.
Polia fixa

A imagem a seguir mostra uma pessoa levantando um objeto por meio de


uma única polia presa ao teto, denominada de polia fixa.

A força feita possui direção oposta à direção do movimento do objeto e é


exatamente igual à força que deveria ser feita caso o objeto fosse erguido
diretamente com as mãos. As polias fixas não diminuem a força
aplicada. O benefício é a facilidade de posicionar um objeto no local
desejado.
Polia móvel
Repare a figura a seguir. A polia de número 1 é fixa e apenas muda a
direção de aplicação da força, mas não gera diminuição do esforço
necessário para levantar o objeto.

A polia 2 está presa ao objeto erguido e não há contato direto entre ela e o
teto, por isso, ela é denominada de polia móvel. A partir da aplicação da
força F, tanto o objeto quanto a polia assumem posições superiores, mas a
força aplicada não é igual ao peso real do objeto.
Cada polia móvel diminui pela metade a força necessária para levantar
um objeto. Quanto maior for o número de polias móveis, menor será a
força aplicada sobre o sistema para mudar a posição vertical do objeto.
A força F necessária para levantar um objeto de peso P é definida a partir
do número de polias móveis (n), configurando a seguinte equação:
F =   P 
      2N

As polias 2, 3 e 4 do sistema a seguir são móveis.


A aplicação da equação anterior mostra que a força necessária para elevar
o objeto preso à polia 4 é igual à oitava parte do peso real do objeto.
F =   P     ⇒    F =   P      ⇒    F =   P 
      2N                   23                    8 

Isso significa que, se o objeto tiver, por exemplo, peso igual a 640 N, que
corresponde a um corpo de massa de 64 kg, ele será levantado por uma
força oito vezes menor. A força necessária para esse caso corresponde a
80 N, ou seja, como se o objeto apresentasse apenas 8 kg de massa.

Hidrostática e hidrodinâmica
A Hidrostática é uma área da física que estuda os líquidos que estão em repouso. Esse
ramo envolve diversos conceitos como a densidade, a pressão, o volume e a força empuxo.
Principais Conceitos da Hidrostática
Densidade
A densidade determina a concentração de matéria num determinado volume. Ela
representa a relação entre a massa e o volume ocupado por esta massa.

Elementos químicos e substâncias (sólidas, líquidas e gasosas), que ocupem mesmo


volume, possuem massas diferentes. É a densidade que expressa esta relação.
Corpo sólido imerso em um fluido
Se a densidade do corpo for menor que a densidade do fluido, o corpo flutuará na superfície
do fluido;

A água líquida é mais densa do que na fase sólida.

Se a densidade do corpo for equivalente à densidade do fluido, o corpo ficará em equilíbrio


com o fluido;
Se a densidade do corpo for maior que a densidade do fluido, o corpo afundará.

A densidade do álcool é maior que a do gelo.

Fórmula da densidade

sendo,
d: densidade
m: massa (em Kg)
v: volume (em m³)
A unidade de medida é o . Também é usualmente expressa em grama por centímetro
cúbico (g/cm3) ou em grama por mililitro (g/mL).

Pressão
A pressão é um conceito essencial da hidrostática, e nessa área de estudo é
chamada pressão hidrostática. Ela determina a pressão que exercem os fluidos.

Como exemplo, podemos pensar na pressão que sentimos quando estamos nadando.
Assim, quanto mais fundo mergulharmos, maior será a pressão hidrostática.

Esse conceito está intimamente relacionado com a densidade do fluido e a aceleração da


gravidade. Sendo assim, a pressão hidrostática é calculada pela seguinte fórmula:
Onde,
P: pressão hidrostática
d: densidade do líquido (em g/cm3)
h: altura do líquido no recipiente (em m)
g: aceleração da gravidade (em m/s²)
A unidade de medida de pressão hidrostática é o Pascal (Pa), mas também é utilizado a
atmosfera (atm) e o milímetro de mercúrio (mmHg);

Obs: Note que a pressão hidrostática não depende do formato do recipiente. Ela depende
da densidade do fluido, da altura da coluna do líquido e da gravidade do local.
Empuxo
O empuxo, também chamado impulsão, é uma força hidrostática que atua num corpo
imerso em um fluido. Dessa forma, a força empuxo é a força resultante exercida pelo fluido
sobre determinado corpo.
Como exemplo, podemos pensar no nosso corpo que parece mais leve quando estamos na
água, seja na piscina ou no mar.

Observe que essa força exercida pelo líquido sobre o corpo já era estudada na Antiguidade.

O matemático grego Arquimedes foi quem realizou uma experiência hidrostática que
permitia calcular o valor da força empuxo (vertical e para cima) que torna um corpo mais
leve no interior de um fluido. Note que ela atua em sentido contrário à força peso.

Assim, o enunciado do Teorema de Arquimedes ou Lei do Empuxo é:

“Todo corpo mergulhado num fluido recebe um impulso de baixo para cima igual ao peso
do volume do fluido deslocado, por esse motivo, os corpos mais densos que a água,
afundam, enquanto os menos densos flutuam”.

Em relação à força empuxo, podemos concluir que:

 Se a força do empuxo (E) tiver maior intensidade que a força peso (P), o corpo subirá para a
superfície;
 Se a força empuxo (E) tiver a mesma intensidade que a força peso (P) o corpo não subirá nem
descerá, permanecendo em equilíbrio;
 Se a força empuxo (E) tiver menor intensidade que a força peso (P), o corpo afundará.
Lembre-se que a força empuxo é uma grandeza vetorial, ou seja, possui direção, módulo e
sentido.
No Sistema Internacional (SI), o empuxo (E) é dado em Newton (N) e calculado pela
seguinte fórmula:

Onde,

E: força empuxo (em N)


df: densidade do fluido (em kg/m³)
Vfd: volume do fluido deslocado (em m³)
g: aceleração da gravidade (em m/s²)
Balança Hidrostática
A balança hidrostática foi inventada pelo físico, matemático e filósofo italiano Galileu Galilei
(1564-1642).

Baseada no Princípio de Arquimedes, esse instrumento serve para medir a força empuxo
exercida em um corpo imerso em um fluido.
Ou seja, ela determina o peso de um objeto imerso em um líquido, que por sua vez é mais
leve que no ar.

Lei Fundamental da Hidrostática


O Teorema de Stevin é conhecido como a “Lei fundamental da Hidrostática”. Essa teoria
postula a relação de variação entre os volumes dos líquidos e da pressão hidrostática. Seu
enunciado é expresso da seguinte maneira:

“A diferença entre as pressões de dois pontos de um fluido em equilíbrio (repouso) é igual


ao produto entre a densidade do fluido, a aceleração da gravidade e a diferença entre as
profundidades dos pontos.”

O Teorema de Stevin é representado pela seguinte fórmula:


Onde,

∆P: variação da pressão hidrostática


γ: peso específico do fluido
∆h: variação da altura da coluna de líquido
d: densidade
g: aceleração da gravidade
No Sistema Internacional (SI):

 a variação da pressão hidrostática é em Pascal (Pa);


 o peso específico do fluido é em Newton por metros cúbicos (N/m 3);
 a variação da altura da coluna do líquido é em metros (m);
 a densidade é em quilograma por metros cúbicos (Kg/m 3);
 a aceleração da gravidade é em metros por segundo ao quadrado (m/s 2).
Hidrostática e Hidrodinâmica
Enquanto a hidrostática estudo os líquidos em repouso, a hidrodinâmica é o ramo da física
que estuda o movimento desses fluidos.

Densidade e massa específica


No estudo da mecânica dos fluidos, há duas grandezas
importantes: densidade e pressão. Assim, antes de estudar as leis que
regem o comportamento dos fluidos, você precisa entender essas duas
grandezas, começando aqui pela densidade.
Vamos considerar um corpo de massa m e volume V. Podemos,
matematicamente, definir a densidade desse corpo através da seguinte
relação:

Na equação acima, observe que V é o volume total do corpo, seja ele


maciço ou oco, como mostra a figura da bola de vôlei acima. Caso o corpo
analisado seja maciço e homogêneo, como, por exemplo, um cubo de
metal, ou um tijolo, a densidade pode ser chamada de massa específica –
sendo representada pela letra grega mi (µ) – do material do qual é feito o
corpo.

No Sistema Internacional de Unidades, a unidade de massa específica ou


densidade é o kg/m3, mas frequentemente são usadas as unidades g/cm3 e
kg/L. Portanto, podemos escrever:
Não podemos nos esquecer de que, de acordo com os estudos da
Termologia, a densidade de uma substância varia com a temperatura, e no
caso dos gases varia também com a pressão.
Densidade relativa
Vamos considerar dois materiais, ou corpos, A e B. Denominamos
densidade de A em relação a B (dAB) como o quociente.

No caso de materiais sólidos e líquidos, geralmente tomamos como


referência (B) a água, à temperatura de 4°C. No caso dos gases, em geral
tomamos o oxigênio como referência, a 0°C e ao nível do mar. De acordo
com a equação acima, podemos observar que a densidade relativa não
possui unidade, ou seja, a densidade relativa é adimensional.

Pressão, Lei de Stevin e princípio de Pascal


O princípio de Pascal é uma lei da Mecânica dos Fluidos que afirma que a
pressão aplicada sobre um fluido em equilíbrio estático é distribuída igualmente e
sem perdas para todas as suas partes, inclusive para as paredes do recipiente em
que está contido. Esse princípio foi enunciado pelo cientista
francês Blaise Pascal.
A diferença de pressão entre dois pontos quaisquer de um fluido em equilíbrio estático deve ser igual.
Pressão é definida pela razão entre a força aplicada e a área da aplicação. Essa
grandeza física é medida em pascal (Pa). De acordo com o princípio de Pascal,
ao aplicar-se uma força sobre um sistema hidráulico, como em um conjunto de
pistões, o aumento de pressão sobre o pistão será exercido de maneira uniforme
em todos os pontos do fluido.
Além disso, se o fluido estiver em contato com outro pistão de área 10 vezes
maior, a força exercida sobre ele será 10 vezes maior do que aquela exercida
sobre o primeiro pistão. Dessa forma, o aumento de pressão em cada um dos
pistões será igual.
Na figura abaixo, há dois pistões conectados por um fluido incompressível em
equilíbrio estático. Observe:
De acordo com o princípio de Pascal, o aumento de pressão exercido sobre o primeiro pistão é comunicado
uniformemente por todo o fluido.
Ao aplicar-se uma força F1 sobre o pistão 1 de área A1, um aumento de pressão é
comunicado por todo o fluido. Dessa forma, como a área A 2 do pistão 2 é maior
que a área do pistão 1, a força exercida sobre o pistão 2 deverá ser
proporcionalmente maior em relação às suas áreas. Portanto, o princípio de
Pascal pode ser escrito por meio da seguinte equação:

Abaixo, temos uma figura que mostra o efeito do princípio de Pascal: ao


comprimir-se o êmbolo da seringa, o fluido contido dentro da bexiga furada fica
sujeito ao aumento de pressão de forma homogênea:
A pressão aplicada pelo êmbolo é transmitida de forma igual a todas as partes do fluido.
É importante saber também que a força exercida sobre o recipiente
é sempre perpendicular à sua superfície. Por essa razão, na imagem acima, a
água é expelida com ângulo de 90º em relação à curvatura da bexiga.
Experimento sobre o princípio de Pascal
É possível realizar diversos experimentos para observar o efeito do princípio de
Pascal sobre os fluidos. Um deles consiste em assoprar continuamente em um
cano inserido em uma garrafa fechada, na qual contenham tubos abertos e de
mesmo diâmetro conectando o fluido em seu interior com o meio exterior.
Quanto mais ar for bombeado para dentro da garrafa, maior será a pressão em seu
interior, portanto, maior será a coluna de líquido formada nos tubos.
Independente da direção ou da profundidade em que a extremidade inferior
desses tubos estiver inserida, o líquido no interior de cada um deles deverá
alcançar a mesma altura, já que todos estarão sujeitos a mesma pressão.

Por meio desse experimento, é possível visualizar que a transmissão de pressão em fluidos ocorre de forma igual em
todas as direções.
Princípio de Stevin
O princípio de Stevin, também conhecido como
o princípio fundamental da Hidrostática, explica a dependência entre a pressão
exercida pelos fluidos em equilíbrio estático e a sua profundidade: Quanto
maior for a altura de um líquido, maior será a pressão que exercida contra as
paredes de seu recipiente.

P – pressão absoluta


P0 – pressão atmosférica
d – densidade do fluido
g – gravidade local
h – profundidade do fluido
Ao relacionarmos essa lei ao princípio de Pascal, podemos concluir que a
profundidade de um fluido determina a pressão que ele exerce, a qual é
distribuída igualmente por toda sua extensão. Além disso, a força exercida por
esse fluido deve ser sempre perpendicular às paredes do seu recipiente.
Essa relação é facilmente observada se furarmos uma garrafa plástica preenchida
com água em dois pontos de alturas diferentes: nos furos inferiores, mais
próximos da base da garrafa, a água será expelida mais longe em razão do
aumento da pressão hidrostática.
Empuxo e princípio de Arquimedes
O empuxo é a força que atua sobre objetos que são parcialmente ou
completamente imersos em fluidos, como o ar e água. O empuxo é
uma grandeza vetorial, medida em newtons, que aponta sempre
na mesma direção e no sentido oposto ao peso do corpo imerso. De acordo
com o princípio de Arquimedes, a força de empuxo sobre um corpo tem
magnitude igual ao peso do fluido que foi deslocado devido à imersão do
corpo. Definição de empuxo
O empuxo é uma força que surge quando algum corpo ocupa espaço dentro de
um fluido. Tal força depende exclusivamente do volume do fluido que foi
deslocado, bem como a densidade do fluido e a gravidade local. Com base
nessas informações, vejamos qual é a fórmula usada para calcular o módulo da
força de empuxo:

E – empuxo (N)


d – densidade do fluido (kg/m³)
V – volume imerso do corpo ou volume de fluido deslocado (m³)
Antes de prosseguirmos com alguns exemplos sobre empuxo, explicaremos com
mais detalhes cada uma das grandezas envolvidas no cálculo do empuxo. Caso
você queira aprofundar-se no assunto, sugerimos que confira o nosso texto
sobre Hidrostática. Nesse artigo, você encontrará um resumo sobre tudo o que é
mais importante para essa área de estudo da Física.
 Empuxo (E)
O empuxo é vetorial, por isso, para fazermos cálculos com essa grandeza, é
necessário que apliquemos as regras da adição vetorial. Além disso, por tratar-se
de uma força, a resolução de exercícios mais complexos exige que,
eventualmente, apliquemos a segunda lei de Newton, que alega que a força
resultante sobre um corpo é igual ao produto de sua massa pela aceleração. 
A figura a seguir ilustra um caso em que um corpo está completamente imerso
em um fluido, como peso e empuxo atuam na mesma direção (vertical), porém,
em sentidos opostos, a força resultante pode ser calculada pela diferença dos dois:
Na
figura, a diferença entre o peso e o empuxo fornecem a força resultante.
Pelo esquema apresentado, é possível perceber como funciona o equilíbrio de
flutuação, ou seja, é possível saber se um corpo afundará ou se manterá em
flutuação:
 Se o peso do corpo for maior que o empuxo exercido pelo fluido, o objeto
afundará;
 Se o peso do corpo for igual ao empuxo exercido pelo fluido, o objeto
permanecerá em equilíbrio;
 Se o peso do corpo for menor que o empuxo exercido, o objeto flutuará até a
superfície do fluido.
 Densidade do fluido (d)
A densidade, ou massa específica do fluido, diz respeito à quantidade de
matéria por unidade de volume do fluido. A densidade é
uma grandeza escalar, medida na unidade de quilogramas por metro cúbico
(kg/m³), segundo o Sistema Internacional de Medidas (SI).
Confira fórmula usada para calcular a densidade do corpo a seguir:

Originalmente, a densidade de todos os corpos era medida em função da


densidade da água pura, por isso, a densidade da água em condições normais de
pressão e temperatura (1 atm e 25 ºC) é definida em 1.000 kg/m³.
Apesar de utilizarmos as unidades do SI para fazermos cálculos, é comum que a
densidade dos fluidos seja expressa em outras unidades, por isso, na figura a
seguir, apresentamos um esquema que relaciona as principais unidades de
medida de densidade e as relações entre elas e a unidade padrão:
De acordo com o esquema,
1000 kg/m³ equivalem a 1 kg/L e a 1 g/cm³.
Na figura observada, apresentamos as unidades mais comuns para a densidade
dos fluidos, no entanto, pode ser que você se depare com outras unidades, nesse
caso, é necessário que você saiba utilizar os prefixos do sistema internacional de
unidades, bem como, realizar conversões de volume.
 Gravidade (g)
A gravidade é a aceleração que a massa da Terra exerce sobre todos os
corpos que estão ao seu redor. No nível do mar, a gravidade da Terra tem
intensidade de 9,81 m/s², no entanto, grande parte dos exercícios utiliza essa
medida arredondada para 10 m/s², lembre-se de fazer uso da gravidade na forma
como for pedido pelo enunciado do exercício.
 Volume do fluido deslocado ou volume do corpo (V)
A grandeza de volume que está contida na fórmula de empuxo diz respeito
a quanto do volume do corpo está inserido no fluido, ou, ao volume do fluido
deslocado. O volume do corpo em questão, deve ser medido em metros cúbicos
(m³).
Princípio de Arquimedes
Segundo especulações, o princípio de Arquimedes foi desenvolvido quando, certo
dia, o matemático grego percebeu que, quando entrava em sua banheira cheia de
água, uma grande quantidade de líquido caia para fora da banheira – o mesmo
volume que era ocupado por seu corpo. Depois dessa observação, Arquimedes
concluiu que a massa e, consequentemente, o peso da água que caíra da banheira
não eram iguais ao seu peso e massa e que essa diferença explicaria o motivo
pelo qual os corpos flutuam.
Enuncia-se, então, que:
“Quando algum corpo é inserido em um fluido, uma força de empuxo vertical e
para cima surge sobre o corpo. Essa força é igual ao peso de fluido deslocado”
Casos de flutuação
É possível comparar as densidades do fluido e do corpo imerso de modo a prever
se esse corpo afundará, flutuará ou ficará em equilíbrio. Vamos conferir essas
situações:
→ Corpo afundando: caso o objeto mergulhado sobre o fluido afunde, pode-se
concluir que a sua densidade é maior que a densidade do fluido, analogamente,
dizemos que o seu peso é maior que o empuxo exercido pelo fluido.
→ Corpo em equilíbrio: se um corpo colocado sobre um fluido permanecer em
equilíbrio, isto é, parado, podemos dizer que as densidades do corpo e do fluido
são iguais, bem como seu peso e empuxo.
→ Corpo boiando: quando algum corpo boia, se solto no interior de um fluido, o
empuxo exercido sobre ele é maior que o seu peso, logo, podemos afirmar que
a densidade desse corpo é menor que a densidade do fluido em que ele
encontra-se.
Peso aparente
Você já deve ter percebido que alguns corpos parecem mais leves do que
realmente são se colocados dentro da água. Isso acontece porque, quando
imersos, além do peso,  temos o empuxo atuando. A diferença entre essas duas
forças é conhecida como peso aparente.

Observe que, caso o peso e o empuxo tenham a mesma magnitude, o peso


aparente do corpo será nulo, ou seja, nessa condição, é como se o objeto não
tivesse peso algum e por isso, ficará parado sobre o fluido.
Exemplos de empuxo
Confira alguns exemplos de situações em que ocorre uma atuação expressiva da
força de empuxo:
 Por ser menos denso que a água no estado líquido, o gelo tende a flutuar;
 O vapor da água e o ar quente tendem a subir, uma vez que quando mais quentes,
ocupam mais espaço, fazendo com que sua densidade seja menor que a densidade
do ar frio;
 As bolhas de champanhe são constituídas de gás carbônico, que é um gás muitas
vezes menos denso que a água, por isso, quando se abre uma garrafa de
champanhe, essas bolhas são violentamente expulsas do líquido;
 Os balões de festa que flutuam o fazem em razão do empuxo do ar atmosférico,
uma vez que são preenchidos por gases menos densos que o gás atmosférico, tal
como o gás hélio.

Vazão e equação da continuidade


Antes de entender o que é a Equação da Continuidade, é necessário
entender o conceito de fluxo.  O termo pode ser aplicado nos mais
variados contextos. A abordagem feita aqui é aquela adotada do ponto
de vista da Hidrodinâmica (Dinâmica dos Fluidos).

Se você pudesse ver cada partícula de ar atravessando a espira,


poderia observar linhas que representariam as trajetórias das partículas
de ar. Em cada ponto, a tangente a cada linha daria a velocidade das
gotas de água naquele ponto. Veja a sequência das figuras abaixo:
Pelas figuras, pode-se compreender Fluxo como sendo um campo
vetorial através de uma superfície, isto é, a “quantidade” de algo que,
efetivamente, atravessa aquela superfície. Matematicamente, pode ser
expresso da seguinte forma:  

A letra Φ representa o Fluxo,    é o vetor velocidade e A é o vetor área.

Um fato bastante corriqueiro mostra que é


possível aumentar a velocidade da água que sai de uma mangueira de
jardim fechando parcialmente o bico da mangueira com o dedo. Esta
alteração na velocidade está diretamente relacionada ao fato de
alterarmos a secção da área de saída de água da mangueira.

Observando a figura ao lado, é fato simples de compreender


(principalmente quando consideramos o fluido incompressível) que a
quantidade de água que entra na mangueira com velocidade  1 deve
ser a mesma que sai com velocidade  2, já que não há, no transcurso,
nenhuma fonte nem sumidouro de fluido. Em outras palavras, o fluxo
de líquido deve ser constante.

Sendo assim, pode-se escrever matematicamente:

Efetivamente, como o fluxo é constante:

Δt1 = Δt2

Logo, a equação fica reduzida à:


A1 . v1 = A2 . v2

Esta relação entre a velocidade do fluido e a área de secção por onde o


fluido passa é chamada Equação da Continuidade.

De uma outra forma, a equação anterior pode ser escrita como:

A . v = constante

O produto anterior é chamado de Vazão (volume de fluido que passa


por uma secção na unidade de tempo). No Sistema Internacional de
Unidades, é medido em m³/s (metro cúbico por segundo).

Mas tem outra coisa: é comum alguns acreditarem que a água que sai
da mangueira com maior velocidade em virtude da redução da área
tem sua pressão aumentada. No entanto acontece exatamente ao
contrário. A pressão, nesta condição é menor. Mas isto é outra história.
É necessário analisarmos do ponto de vista da Equação de Bernoulli.

Equação de Bernoulli
A Equação de Bernoulli é um princípio presente na Hidrodinâmica que
pode ser entendido de maneira análoga ao princípio de
Stevin da Hidrostática. Isso quer dizer que como os fluidos estão em
movimento, deve-se considerar um termo adicional, que não é
considerado no princípio de Stevin, contendo as velocidades dos fluidos
envolvidos.

Considera-se dois pontos quaisquer e dentro de um fluido em


movimento sob a ação da aceleração da gravidade (situação
representada pela Figura 1). Uma vez que a velocidade é uma grandeza
vetorial, que sempre é tangente a trajetória, as velocidades vetoriais de
e serão diferentes. O princípio de Bernoulli diz então que, deve-se levar
em conta um setor potencial, um setor cinético e um setor potencial
gravitacional,

Velocidade dos pontos A e B em um fluido em movimento.


PA=PB
pA+dghA+dv2A2=pB+dghB+dv2B2
Esta equação pode ser reescrita da seguinte maneira (a Equação de
Bernolli):

p+dgh+dv22=constante
Onde p, h e v são as diferenças entre as pressões A e B, alturas A e B e
velocidades A e B respectivamente.

O princípio de Bernoulli é um tipo de equação de conservação de


energia e apresenta inúmeras aplicações em Mecânica dos Fluidos.

Termologia
O que é Termologia?
Termologia é o estudo científico dos fenômenos relacionados ao calor e
à temperatura, como transferência de calor, equilíbrio térmico, transformações
sofridas por gases, mudanças de estado físico, etc.
Temperatura
Temperatura é a medida do grau de agitação das partículas que constituem um
corpo. A temperatura de um corpo é diretamente proporcional à velocidade com
que seus átomos e moléculas vibram, rotacionam ou, até mesmo, transladam.
A temperatura é uma das grandezas fundamentais da natureza, juntamente com
o metro e com o segundo, por exemplo.
No sistema internacional de unidades (SI), a unidade utilizada para a medida
da temperatura é o Kelvin (K). Essa escala de temperatura é considerada
absoluta, pois não admite valores negativos e pode ser determinada diretamente
pela vibração térmica dos átomos. Por isso, dizemos que a menor temperatura
possível é o 0 K, também conhecido como zero absoluto.
Apesar da existência do Kelvin, outras escalas usuais, baseadas em outras
substâncias, como Celsius e Fahrenheit, continuam sendo usadas no mundo. A
figura abaixo mostra três termômetros graduados nas escalas mais comuns
existentes: Celsius, Kelvin e Fahrenheit:
Escalas termométricas
As escalas termométricas são usadas para medir a temperatura a partir de
alguma referência. Geralmente, tomam-se dois pontos fixos para os quais o corpo
ou a substância de referência apresentaria as mesmas propriedades, como
volume, densidade, condutividade ou resistência elétrica, comprimento, etc.
A escala Celsius é a termométrica mais usada no mundo. Trata-se de uma escala
centígrada, isto é, apresenta 100 divisões de igual tamanho entre seus pontos
fixos, 0 ºC e 100 ºC, chamados de graus. Por ser uma escala usual, admite
temperaturas negativas: seu zero absoluto tem valor de aproximadamente -273,5
ºC.
A escala Fahrenheit, por sua vez, é usada em poucos países, como Estados
Unidos e Inglaterra. Foi desenvolvida para que o ponto de fusão da água seja
igual a 32 ºF. Assim, mesmo atingindo baixas temperaturas, é improvável que se
observem temperaturas negativas em países que utilizam essa escala. A
temperatura de ebulição da água em Fahrenheit é de 212 ºF.
A escala Kelvin foi baseada na agitação térmica de átomos de hélio de forma
que, ao atingirem o repouso total, atribui-se a esses átomos a temperatura de 0 K.
Hoje em dia, sabemos que essa baixíssima temperatura é, na
verdade, inalcançável.
Para convertermos valores de temperatura expressos em uma das escalas citadas
acima, podemos utilizar as seguintes equações:

TK – temperatura em Kelvin


TF – temperatura em Fahrenheit
TC – temperatura em Celsius
Calor
Dizemos que calor é a energia térmica transferida entre corpos que se encontram
em temperaturas diferentes, sendo, portanto, uma forma de energia. Além
disso, o calor sempre transita do corpo de maior temperatura para os corpos de
menor temperatura, até que se estabeleça o equilíbrio térmico.
O calor pode ser transmitido por meio de três processos:
 Condução: transmissão de calor mediante o contato de superfícies;
 Convecção: transmissão de calor em razão da formação de correntes convectivas
em um fluido;
 Irradiação: transmissão de calor por ondas eletromagnéticas.
Existem apenas duas formas de calor: calor latente e calor sensível:
 Calor sensível: é a forma de calor responsável pela mudança de temperatura em
um corpo. Quando um corpo recebe calor sensível, sua temperatura aumenta;
quando o mesmo corpo cede calor sensível, sua temperatura cai.
 Calor latente: é a quantidade de calor que deve ser transferida para que um
corpo ou uma substância mude de estado físico. Quando um corpo encontra-se na
temperatura de ebulição ou de fusão, por exemplo, sua temperatura não varia,
mesmo que ele continue exposto a uma fonte de calor. Não há mudanças de calor
quando um corpo troca calor latente, apenas mudanças de estados físicos. Por
isso, dizemos que ele recebe calor latente.
Dilatação térmica
A dilatação térmica ocorre quando um corpo recebe ou cede grandes
quantidades de calor. Além da mudança de temperatura ou do
seu estado de agregação (estado físico), a passagem de calor para um corpo
pode ocasionar mudanças em suas dimensões. A dilatação térmica depende da
variação de temperatura sofrida pelo corpo, além do seu coeficiente de
dilatação linear, superficial e volumétrico.
De acordo com o formato do corpo, pode-se determinar qual de suas dimensões é
mais favorecida. Por exemplo, uma agulha tem formato alongado, por isso, a
dilatação mais importante nesse caso é a linear. Ao todo, existem três formas de
dilatação térmica:
 Dilatação linear: mudança no comprimento de um corpo. Depende do seu
coeficiente de dilatação linear (α).
 Dilatação superficial: mudança sofrida pela área de um corpo. Depende do
coeficiente de dilatação superficial (β).
 Dilatação volumétrica: mudança ocorrida no volume de um corpo. Depende do
coeficiente de dilatação volumétrica (γ).
Termodinâmica
A Termodinâmica é uma importante área da Termologia que estuda as relações
entre calor, trabalho, temperatura e outras grandezas,
como pressão, volume, etc. É responsável pelo estabelecimento de leis que
regem todas as transformações que podem ser sofridas pela matéria, como a lei
da conservação da energia, também conhecida como primeira lei da
Termodinâmica.
Conheça as leis da Termodinâmica e uma breve descrição de seu conteúdo:
 Lei zero da Termodinâmica: é a lei do equilíbrio térmico. Essa lei fala que
todos os corpos tendem a trocar calor até atingirem o equilíbrio térmico.
 Primeira lei da Termodinâmica: é a lei da conservação da energia. Essa lei
afirma que todo o calor recebido por um sistema durante um processo
termodinâmico pode ser convertido em trabalho ou em aumento de sua energia
interna.
 Segunda lei da Termodinâmica: é a lei da entropia. Essa lei afirma que todos
os sistemas que recebem calor tendem a alcançar níveis cada vez menores de
organização.
 Terceira lei da Termodinâmica: é a lei do zero absoluto. Essa lei nos diz que o
zero absoluto é, na verdade, inatingível. Por mais frio que esteja um corpo, ele
nunca estará a 0 K.
Fórmulas de Termologia
Confira algumas fórmulas de Termologia que podem ser úteis para seu estudo:
 Conversão de escalas termométricas
 Cálculo do calor sensível

Q – calor sensível


m – massa
c – calor específico
ΔT – variação de temperatura
 Cálculo do calor latente

Q – calor
m – massa
L – calor latente
 Dilatação térmica linear

L – comprimento final


L0 – comprimento inicial
ΔT – variação de temperatura
α – coeficiente de dilatação linear
 Dilatação térmica superficial

S – área final


S0 – área inicial
ΔT – variação de temperatura
β – coeficiente de dilatação superficial
 Dilatação térmica volumétrica

V – volume final


L0 – volume inicial
ΔT – variação de temperatura
γ – coeficiente de dilatação volumétrica
 Primeira lei da Termodinâmica

ΔU – variação da energia interna


Q – calor
τ - trabalho
Resumo
 Temperatura: quanto mais quente encontra-se um corpo, maior é a vibração de
suas moléculas. Tal agitação é chamada de temperatura.
 Calor: quando dois corpos de temperaturas diferentes encontram-se em contato
térmico, o calor é transferido do corpo de maior temperatura em direção ao corpo
menos quente
 Escalas termométricas: são usadas para representar temperaturas em diferentes
unidades, como Celsius e Fahrenheit.
 Dilatação térmica: quando um corpo recebe calor e sofre aumentos de
temperatura, suas dimensões podem aumentar. Esse efeito é chamado de
dilatação térmica.
Temperatura e Lei Zero da Termodinâmica
Nos estudos iniciais sobre a Termodinâmica, vimos que dois corpos estão
em equilíbrio térmico quando possuem a mesma temperatura. Mas a noção
de equilíbrio térmico precisa de alguns comentários adicionais.

De acordo com a figura acima, temos um recipiente contendo água até à


metade, com temperatura de 20ºC. Dentro do recipiente (em azul)
colocamos um pouco de suco de uva, à temperatura de 30ºC. Utilizando
dois termômetros, podemos medir a temperatura de ambas as partes, água
e suco, separadamente.

Dessa forma, podemos verificar que a temperatura do suco está mais


elevada do que a temperatura da água, pois o processo de transferência de
calor não se dá imediatamente. Portanto, depois de alguns minutos,
verificaremos que ambas as partes da mistura estão com a mesma
temperatura.

De acordo com a figura, notamos que um corpo está em equilíbrio térmico


quando todas as suas partes estão à mesma temperatura.

A Lei Zero da Termodinâmica

Após a constatação de que o calor é uma forma de energia que poderia ser
transformada em outra, a Termologia passou a ser chamada de
Termodinâmica. Foi no ano de 1930 que se percebeu que, para se obter
uma estrutura lógica na apresentação da Termodinâmica, era necessário
colocar uma outra lei antes das que já haviam sido enunciadas (1º lei e 2º
lei). Assim, essa outra lei recebeu o nome de Lei Zero da Termodinâmica.

Consideremos dois objetos A e B. Se um terceiro objeto T está em equilíbrio


térmico com A e também em equilíbrio térmico com B, então A e B estão
em equilíbrio entre si.

Equilíbrio térmico entre os corpos A e B .


É essa lei que garante a possibilidade de usarmos um termômetro T para
averiguar se dois corpos A e B estão em equilíbrio. Para isso, basta conferir
se os dois corpos têm a mesma temperatura.

Escalas termométricas
As escalas termométricas são utilizadas para medir a temperatura (medida do
grau de agitação das moléculas), ou seja, elas são utilizadas para indicar se um
determinado corpo está quente ou frio.
Já existiram diversas escalas termométricas ao longo da História, mas apenas
três são utilizadas nos dias atuais, sendo elas: Celsius, Fahrenheit e Kelvin.
Essas escalas utilizam como padrão os pontos de fusão e ebulição da água.
→ Escala Celsius
Trata-se de uma escala termométrica centígrada, ou seja, que apresenta cem
intervalos entre os pontos de fusão e ebulição. Ela foi determinada no ano de
1742 pelo astrônomo sueco Anders Celsius. Quando desenvolveu a escala
Celsius, chamou-a de Centígrado, mas, no ano de 1948, a escala passou a ser
chamada de Celsius em homenagem ao seu criador e para evitar confusões com a
sigla SI (Sistema Internacional), que é utilizada para designar todas as unidades
de medida
Celsius utilizou como referência para a sua escala termométrica os seguintes
valores para os pontos de fusão e ebulição da água:
 Ponto de fusão da água = 100oC
 Ponto de ebulição da água = 0oC
Porém, os valores atribuídos para os pontos de fusão e ebulição foram
reorganizados por alguns criadores dos termômetros, como os suecos Carolus
Linnaeus e Daniel Ekström, da seguinte forma:
 Ponto de fusão da água = 0oC
 Ponto de ebulição da água = 100oC
Esses valores são utilizados até os dias atuais. Vale ressaltar que a escala Celsius
é utilizada hoje em quase todos os países.
→ Escala Fahrenheit
A escala Fahrenheit foi desenvolvida pelo físico e
engenheiro Gabriel Fahrenheit, no ano de 1724, após obter conhecimento sobre
a construção de termômetros de mercúrio.
Na sua escala, Fahrenheit utilizou como referência os valores dos pontos de fusão
e ebulição da água, para os quais ele adotou os seguintes valores:
 Ponto de fusão da água = 32oC
 Ponto de ebulição da água = 212oC
Como temos 180 intervalos entre as temperaturas 32 e 212, a escala Fahrenheit
não é considerada centígrada, como é a escala Celsius.
Trata-se de uma escala que foi muito utilizada nas colônias britânicas, sendo
muito utilizada hoje em países como Inglaterra e Estados Unidos.
→ Escala Kelvin
A escala Kelvin foi proposta em 1864 pelo físico e engenheiro irlandês William
Thomson, o qual também era conhecido como Lord Kelvin. Ele acreditava que
era necessária uma escala termométrica que pudesse atribuir a um material uma
total ausência de movimentação de suas partículas, o que ele chamou de zero
absoluto.
Assim, para Lord Kelvin, sua escala não poderia apresentar valores negativos
para a temperatura. Assim como Celsius e Fahrenheit, ele utilizou como
referência os seguintes pontos de fusão e ebulição da água:
 Ponto de fusão da água = 273 K
 Ponto de ebulição da água = 373 K
Hoje, Kelvin é a escala termométrica adotada pelo Sistema Internacional.
→ Como converter uma escala termométrica em outra
Como as três escalas termométricas são utilizadas em lugares diferentes, é
interessante saber a forma de converter uma em outra. Para isso, basta utilizar a
seguinte relação:
Tc = Tf-32 = Tk-273
 5        9           5    
 Tc = Temperatura em graus Celsius
 Tf = Temperatura em graus Fahrenheit
 Tk = Temperatura Kelvin
Dessa forma:
 Para transformar Celsius para Kelvin:
Tk = Tc + 273
 Para transformar Kelvin para Celsius:
Tc = Tk-273
 Para transformar Celsius para Fahrenheit ou Fahrenheit para Celsius:
Tc = Tf-32
 5        9  
 Para transformar Kelvin para Fahrenheit ou Fahrenheit para Kelvin:
Tf-32 = Tk-273
   9           5   
Veja dois exemplos de transformação de uma escala de temperatura em outra:
1º) Transformar 150 K para a escala Celsius
Para transformar a temperatura 150 K (Kelvin) para graus Celsius, basta utilizar a
expressão:
Tc = Tk - 273
Tc = 150 – 273
Tc = - 123 oC
2º) Transformar 75 oF para a escala Celsius:
Para transformar a temperatura 150 K (Kelvin) para graus Celsius, basta utilizar a
expressão:
Tc = Tf-32
 5        9   
Tc = 75-32
 5        9   
9.Tc = 5.43
9Tc = 215
Tc = 215
         9 
Tc = 23,88oC

Dilatação térmica de sólidos e de líquidos


Em física podemos dizer que dilatação térmica é o aumento das dimensões do
corpo a partir do aumento da temperatura. Ocorre com quase todos os materiais,
no estado sólido, líquido ou gasoso. Dizemos que a dilatação do corpo está
relacionada à agitação térmica das moléculas que compõem o corpo, pois
sabemos que quanto mais quente estiver o corpo maior será a agitação térmica de
suas moléculas.
Quanto mais as moléculas de um corpo vibram (agitam), mais espaço elas
precisam para vibrar. Dessa forma, o aumento das dimensões do corpo se dá pelo
aumento do espaço entre as moléculas que compõem o corpo. Diante disso, se o
aumento de temperatura produz expansão térmica do corpo, uma redução de
temperatura provocará diminuição de volume, isto é, provocará a contração do
corpo.
Nos estudos da termologia, levamos em consideração três tipos de dilatação
térmica: a dilatação linear, que está ligada ao aumento do comprimento do corpo
quando ele é aquecido; a dilatação superficial, que está ligada ao aumento do
comprimento e da largura do corpo, ou seja, há um aumento em duas dimensões;
e a dilatação volumétrica, que está ligada ao aumento do corpo em três
dimensões, ou seja, com o aumento da temperatura o corpo sofre variação no
comprimento, na largura e na altura.
Em geral é difícil perceber a olho nu (isto é, sem o uso de instrumentos) a
dilatação térmica dos corpos. No nosso cotidiano nos deparamos com diversas
situações nas quais é necessário levar em conta a expansão térmica, por exemplo:
os trilhos dos trens são colocados de modo que sempre haja um pequeno espaço
entre eles, para evitar as deformações (figura acima) quando se aquecem; nas
calçadas cimentadas são colocadas juntas de dilatação entre as placas de
cimento para evitar deformações pelo aumento de temperatura, etc.
Assim como os sólidos, os líquidos também se dilatam com o aumento da
temperatura. Embora os líquidos não tenham forma própria (eles assumem a
forma dos recipientes que os contêm), não definimos para eles os coeficientes de
dilatação linear e superficial, definimos apenas o coeficiente de dilatação
volumétrica.
Assim, para que possamos estudar a dilatação volumétrica dos líquidos, é
necessário que eles estejam contidos em um recipiente, que por sinal também se
dilatará. Assim, precisamos geralmente levar em consideração duas dilatações,
a dilatação do líquido e a dilatação do recipiente.

Gases ideais e equação de Clapeyron


A equação de Clapeyron é uma expressão matemática que relaciona grandezas
como pressão (P), volume (V), temperatura (T) e o número de partículas (n) que
compõem um gás perfeito ou ideal. Essa equação recebe o nome do físico
francês Paul Émile Clapeyron e pode ser compreendida como uma
generalização das leis empíricas dos gases perfeitos de Gay-Lussac, Charles e
Boyle. Ela foi fundamental para o estudo dos gases ideais e possibilitou a
evolução das máquinas térmicas, tornando-as cada vez mais eficientes ao longo
das últimas décadas.
Equação de Clapeyron: lei dos gases ideais
A equação de Clapeyron é derivada de três leis empíricas, isto é, leis que foram
determinadas a partir de experimentos. Tais leis explicam o comportamento dos
gases em transformações gasosas isovolumétricas (lei de Gay-
Lussac), isobáricas (lei de Charles) e isotérmicas (lei de Boyle). De acordo com
essas leis:
 nas transformações isovolumétricas, a razão entre pressão e temperatura
termodinâmica de um gás ideal permanece constante;
 nas transformações isobáricas, a razão entre o volume e a temperatura
termodinâmica de um gás ideal é constante;
 nas transformações isotérmicas, o produto da pressão pelo volume de um gás
ideal permanece constante.

P – pressão (Pa – pascal)


V – volume do gás (m³)
T – temperatura termodinâmica do gás (K – kelvin)
A partir das três leis acima, a equação de Clapeyron determina qual é o valor
dessa constante (K) obtida em cada uma das transformações citadas. Segundo a
equação de Clapeyron, essa constante é igual ao número de mols multiplicada por
uma constante R, conhecida como constante universal dos gases ideais, e igual
à constante de Boltzmann multiplicada pelo número de Avogadro.

A equação de Clapeyron descreve o comportamento dos gases ideais


Fórmula
Confira a seguir a fórmula que é conhecida como equação de Clapeyron:

n – número de mols (mol)


R – constante universal dos gases ideais (R = 0,082 atm.l/mol.K ou 8,314
J.mol/K)
Analisando a equação de Clapeyron, é possível perceber que a pressão exercida
pelos gases ideais é diretamente proporcional à temperatura e também
ao número de mols. Além disso, a pressão é inversamente proporcional ao
volume ocupado pelo gás.
O modelo de gás ideal possibilitado pela equação de Clapeyron é largamente
utilizado para o desenvolvimento de máquinas movidas por fluidos, como as
máquinas movidas a vapor e os motores de combustão interna.
Diversos resultados importantes puderam ser obtidos a partir da equação de
Clapeyron. Um deles, por exemplo, prevê que 1 mol de qualquer gás ideal ocupa
um volume de 22,4 l quando sujeito à pressão de 1 atm (1,01.105 Pa) e à
temperatura de 273 K (0º C).

Noções de teoria cinética dos gases


No estudo dos gases ideais vemos que um gás é composto por átomos e
moléculas, que se movem de acordo com as leis estabelecidas pela cinemática.
Em um gás, suas partículas normalmente estão muito distantes uma das outras,
tendo o vazio entre si. Vemos também que a principal característica dos gases é
de praticamente só existir interação entre suas partículas quando elas colidem
umas com as outras.
Com relação à Lei dos Gases Ideais, podemos dizer que ela nos mostra a relação
entre pressão, volume, temperatura e número de mols. Essa relação é obtida a
partir de um modelo simples para os gases, que permite determinar a relação
entre grandezas macroscópicas a partir do estudo do movimento de átomos e
moléculas. A teoria cinética dos gases se baseia em quatro postulados:
1 – o gás é formado por moléculas que se encontram em movimento desordenado
e permanente. Cada molécula pode ter velocidade diferente das demais.
2 – cada molécula do gás interage com as outras somente por meio de colisões
(forças normais de contato). A única energia das moléculas é a energia cinética.
3 – todas as colisões entre as moléculas e as paredes do recipiente que contém o
gás são perfeitamente elásticas. A energia cinética total se conserva, mas a
velocidade de cada molécula pode mudar.
4 – as moléculas são infinitamente pequenas. A maior parte do volume ocupado
por um gás é espaço vazio.
Partindo desses postulados, Boltzmann e Maxwell mostram que a energia cinética
média do total de moléculas de um gás ideal é proporcional à temperatura
conforme a expressão:

Onde k é a constante de Boltzmann e N é o número de moléculas. O valor de k


pode ser calculado a partir da constante dos gases R e do número de Avogadro
NA por

A expressão obtida mostra que a temperatura é proporcional à energia cinética


média das moléculas de um gás ideal. Assim, vemos que a temperatura é uma
média do grau de agitação das moléculas de um gás. Usando o número de mols,
temos:
Calor e equilíbrio térmico
Equilíbrio térmico é a condição em que um corpo encontra-se
na mesma temperatura que suas vizinhanças. Observa-se que todos os
corpos que se encontram em temperaturas mais altas que seus vizinhos
tendem a ceder-lhes calor de forma espontânea até que ambos passem a
apresentar a mesma temperatura. Equilíbrio térmico e lei zero da
Termodinâmica
O equilíbrio térmico é o conceito central por trás da lei zero da Termodinâmica.
Tal lei estabelece que, no caso em que dois sistemas termodinâmicos, A e B,
encontrem-se em equilíbrio térmico com um terceiro sistema termodinâmico, C,
então, A e B também estarão em equilíbrio térmico.

No equilíbrio térmico, as temperaturas finais de cada corpo devem ser iguais: T A = TB = TC
Confira o que estabelece o enunciado da lei zero da Termodinâmica:
“Se dois corpos encontrarem-se em equilíbrio térmico com um terceiro
corpo, então, esses corpos estarão em equilíbrio térmico entre si.”
Outra forma de entendermos o equilíbrio térmico é a partir da energia interna dos
corpos. A energia interna, ou simplesmente energia térmica, é uma grandeza
física diretamente proporcional à temperatura do corpo. Por isso, caso haja
corpos com diferentes temperaturas dentro do mesmo sistema termodinâmico,
eles estarão com diferentes módulos de energia interna e, portanto, transferirão
parte dessa energia entre si até que não haja nenhuma diferença entre suas
energias internas. 
Calor e equilíbrio térmico
A transferência de calor sempre ocorre de forma espontânea, no sentido do corpo
de maior temperatura para o corpo de menor temperatura. Essa transferência de
energia em forma de calor pode ocorrer por meio de processos como
a condução, convecção e radiação.
 Condução: É a transferência de calor entre corpos que ocorre especialmente em
sólidos. Nesse tipo de condução, não ocorrem transferências de massa. Esse tipo
de transferência de calor explica como ocorre o equilíbrio térmico em metais, por
exemplo.
 Convecção: É uma transferência de calor que ocorre em fluidos. Nessa
modalidade de transferência de calor, há a transferência de massa, uma vez que o
fluido aquecido move-se, formando correntes de convecção até que todo o fluido
atinja o equilíbrio térmico.
 Radiação: É a transmissão de calor por meio de ondas eletromagnéticas,
portanto, esse processo ocorre mesmo que não haja um meio físico entre o corpo
e outro corpo em diferentes temperaturas. O calor que é transferido, nesse caso, é
o equivalente a ondas eletromagnéticas de menor energia que a luz visível,
tratando-se, dessa forma, de radiações térmicas, localizadas na região do
infravermelho.
Os dois líquidos da figura transferem calor entre si até que suas temperaturas fiquem iguais.
Calor sensível
Quando há diferença de temperatura entre dois corpos, ou entre um corpo e
suas vizinhanças, haverá troca de calor entre eles de forma espontânea, de modo
que o corpo de temperatura mais elevada resfrie-se, e os corpos de menor
temperatura aqueçam-se até que todos atinjam a temperatura
de equilíbrio térmico.
A quantidade de calor que é trocada entre corpos que se encontram em diferentes
temperaturas é chamada de calor sensível e essa quantidade pode ser calculada a
partir da fórmula mostrada na figura abaixo:

Q – calor (cal ou J)


m – massa (g ou kg)
c - calor específico (cal/gºC ou J/kg.K)
ΔT – variação de temperatura (ºC ou K)
Na fórmula mostrada acima, é importante destacarmos a grandeza de nome calor
específico. Tal grandeza mede a quantidade de energia por massa que alguma
substância precisa ceder, ou absorver, para ter a sua temperatura variada
em 1ºC. No caso da água pura, por exemplo, e em condições normais de pressão,
para variarmos sua temperatura em 1ºC é necessário 1,0 caloria para cada grama
de água.
Assim, todas as substâncias que têm contato térmico estabelecido entre si tendem
a atingir a condição de equilíbrio térmico com o passar do tempo de forma
espontânea, no entanto, algumas necessitam de uma maior quantidade de energia
para tal e isso afeta diretamente a temperatura para atingir o equilíbrio térmico.

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Equilíbrio térmico
QUÍMICA
Equilíbrio térmico é a situação obtida após dois ou mais corpos trocarem calor e, então,
alcançarem uma temperatura igual entre si.

Dois corpos em diferentes temperaturas trocam calor entre si até atingirem o


equilíbrio térmico.

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Equilíbrio térmico é a condição em que um corpo encontra-se


na mesma temperatura que suas vizinhanças. Observa-se que todos os corpos
que se encontram em temperaturas mais altas que seus vizinhos tendem a ceder-
lhes calor de forma espontânea até que ambos passem a apresentar a mesma
temperatura.
Veja também: Fundamentos da Termologia
Equilíbrio térmico e lei zero da Termodinâmica
O equilíbrio térmico é o conceito central por trás da lei zero da Termodinâmica.
Tal lei estabelece que, no caso em que dois sistemas termodinâmicos, A e B,
encontrem-se em equilíbrio térmico com um terceiro sistema termodinâmico, C,
então, A e B também estarão em equilíbrio térmico.

No equilíbrio térmico, as temperaturas finais de cada corpo devem ser iguais: T A = TB = TC
Confira o que estabelece o enunciado da lei zero da Termodinâmica:

“Se dois corpos encontrarem-se em equilíbrio térmico com um terceiro


corpo, então, esses corpos estarão em equilíbrio térmico entre si.”
Outra forma de entendermos o equilíbrio térmico é a partir da energia interna dos
corpos. A energia interna, ou simplesmente energia térmica, é uma grandeza
física diretamente proporcional à temperatura do corpo. Por isso, caso haja
corpos com diferentes temperaturas dentro do mesmo sistema termodinâmico,
eles estarão com diferentes módulos de energia interna e, portanto, transferirão
parte dessa energia entre si até que não haja nenhuma diferença entre suas
energias internas. Quer saber mais sobre o que é energia interna e quais são as
suas propriedades? Acesse o artigo: Energia interna.
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Calor e equilíbrio térmico
A transferência de calor sempre ocorre de forma espontânea, no sentido do corpo
de maior temperatura para o corpo de menor temperatura. Essa transferência de
energia em forma de calor pode ocorrer por meio de processos como
a condução, convecção e radiação.
 Condução: É a transferência de calor entre corpos que ocorre especialmente em
sólidos. Nesse tipo de condução, não ocorrem transferências de massa. Esse tipo
de transferência de calor explica como ocorre o equilíbrio térmico em metais, por
exemplo.
 Convecção: É uma transferência de calor que ocorre em fluidos. Nessa
modalidade de transferência de calor, há a transferência de massa, uma vez que o
fluido aquecido move-se, formando correntes de convecção até que todo o fluido
atinja o equilíbrio térmico.
 Radiação: É a transmissão de calor por meio de ondas eletromagnéticas,
portanto, esse processo ocorre mesmo que não haja um meio físico entre o corpo
e outro corpo em diferentes temperaturas. O calor que é transferido, nesse caso, é
o equivalente a ondas eletromagnéticas de menor energia que a luz visível,
tratando-se, dessa forma, de radiações térmicas, localizadas na região do
infravermelho.

Os dois líquidos da figura transferem calor entre si até que suas temperaturas fiquem iguais.
Quer saber mais sobre como ocorrem cada um dos processos de transferência de
calor? Acesse o artigo: Processos de propagação de calor.
Calor sensível
Quando há diferença de temperatura entre dois corpos, ou entre um corpo e
suas vizinhanças, haverá troca de calor entre eles de forma espontânea, de modo
que o corpo de temperatura mais elevada resfrie-se, e os corpos de menor
temperatura aqueçam-se até que todos atinjam a temperatura
de equilíbrio térmico.
A quantidade de calor que é trocada entre corpos que se encontram em diferentes
temperaturas é chamada de calor sensível e essa quantidade pode ser calculada a
partir da fórmula mostrada na figura abaixo:

Q – calor (cal ou J)


m – massa (g ou kg)
c - calor específico (cal/gºC ou J/kg.K)
ΔT – variação de temperatura (ºC ou K)
Na fórmula mostrada acima, é importante destacarmos a grandeza de nome calor
específico. Tal grandeza mede a quantidade de energia por massa que alguma
substância precisa ceder, ou absorver, para ter a sua temperatura variada
em 1ºC. No caso da água pura, por exemplo, e em condições normais de pressão,
para variarmos sua temperatura em 1ºC é necessário 1,0 caloria para cada grama
de água.
Assim, todas as substâncias que têm contato térmico estabelecido entre si tendem
a atingir a condição de equilíbrio térmico com o passar do tempo de forma
espontânea, no entanto, algumas necessitam de uma maior quantidade de energia
para tal e isso afeta diretamente a temperatura para atingir o equilíbrio térmico.
Leia também: O que é temperatura?
Calor latente
É possível que durante as trocas de calor com suas vizinhanças, um corpo
apresente pressão, temperatura e volume que o levem a sofrer uma mudança em
seu estado físico. Essas mudanças ocorrem em temperatura constante (para
corpos compostos por uma única substância, sem impurezas), ou seja, apesar de
estarem recebendo ou cedendo calor para o meio externo, a temperatura desses
corpos não se altera.
Isso só é possível porque toda a energia trocada, nesse caso, está sendo usada
para alterar a conformação de suas moléculas. A partir do momento em que se
“vence” a barreira energética e todo o conteúdo do corpo encontra-se em outro
estado físico, o corpo continua a troca de calor com as vizinhanças, a menos, é
claro, que a sua temperatura seja igual à temperatura externa.

O calor latente pode ser calculado a partir da fórmula mostrada na figura abaixo,


confira:

Q – calor latente (cal ou J)


m – massa (g ou kg)
L – calor latente específico (cal/g ou J/kg)
Fórmula de equilíbrio térmico
Caso queiramos descobrir qual é a temperatura de equilíbrio de algum sistema
termodinâmico, é necessário que consideremos o sistema em questão como
um sistema isolado, isto é, devemos assumir que nenhuma quantidade de calor
seja trocada com as vizinhanças desse sistema.
A partir dessa condição, podemos dizer que toda a quantidade de calor trocada, é
trocada somente entre os corpos que constituem esse sistema, desconsiderando
as perdas de calor para as paredes do recipiente, por exemplo. Nesse caso,
dizemos que o recipiente tem capacidade térmica desprezível, ou seja, ele não
absorve nenhum calor.
Imagine a seguinte situação: em uma xícara de chá quente, de capacidade térmica
desprezível, despeja-se alguns cubos de gelo. Para determinarmos a temperatura
de equilíbrio térmico, além de conhecermos as condições iniciais do sistema,
devemos fazer algumas considerações:

 Toda a quantidade de calor que o chá quente ceder para o gelo será absorvida
integralmente por ele, uma vez que a xícara tem capacidade térmica desprezível.
 Devemos desconsiderar as perdas de calor para o ar e para quaisquer outras
vizinhanças, de forma que essa xícara de chá possa ser entendida como um
sistema termodinâmico fechado.

Dessa forma, podemos estabelecer que toda a quantidade de calor recebida pelo
gelo foi cedida pelo chá quente, com isso, escrevemos nossa fórmula para o
cálculo do equilíbrio térmico:

QR – Calor recebido


QC – calor cedido
O calor cedido (QC), diz respeito à quantidade de calor que o chá quente
transferiu para os cubos de gelo nele inseridos. Já o calor recebido (Q R) é a
quantidade de calor que esses cubos de gelo receberam. Essa quantidade de calor
terá duas naturezas: calor sensível e calor latente, uma vez que, para entrar em
equilíbrio térmico, os cubos de gelo provavelmente derreterão.
Determinando a temperatura de equilíbrio térmico
Vamos determinar a temperatura de equilíbrio térmico da seguinte situação:

Uma xícara, de capacidade térmica desprezível, que contém 200 ml (200g) de chá
à temperatura inicial de 70 ºC, recebe 10g de gelo à temperatura de -10 ºC.
Determine a temperatura de equilíbrio térmico do sistema (considere que o calor
específico do chá seja igual ao calor específico da água):

Dados:
cÁGUA = 1,0 cal/gºC
cGELO = 0,5 cal/gºC
LGELO = 80 cal/g
Primeiramente, consideramos que todo o calor recebido pelo gelo foi cedido pelo
chá:

Em seguida, é necessário detalharmos quais foram as formas de calor cedidas e


recebidas:

 Chá: O chá cedeu somente calor sensível (QS), já que o seu estado físico não
sofreu mudanças.
 Gelo: O gelo estava inicialmente a -10 ºC, por isso, recebeu calor sensível (Q S)
até a temperatura de 0 ºC, em seguida, recebeu calor latente (Q L) para liquefazer-
se. Após tornar-se líquido, recebeu calor latente (QS) até entrar em equilíbrio
térmico (TF) com o chá.
Traduzindo o que foi analisado acima na forma de equação, teremos o seguinte
cálculo para resolver:
Substituindo os dados fornecidos pelo exercício na equação encontrada acima,
teremos que resolver o seguinte cálculo:

De acordo com o cálculo feito acima, a temperatura de equilíbrio do sistema


chá+gelo, deve ser de aproximadamente 70,4 ºC.

Experimento sobre equilíbrio térmico


Para testarmos o equilíbrio térmico entre dois corpos, podemos realizar diversos
experimentos. O mais simples deles, entretanto, envolve o uso de
um calorímetro e um termômetro. O calorímetro é um recipiente adiabático (que
não permite a passagem de calor), de capacidade
térmica aproximadamente desprezível, como um pote revestido com isopor, por
exemplo, que é um bom isolante térmico.
O calorímetro é usado para medir a variação de temperatura do sistema em seu interior.
Equilíbrio térmico e vida na Terra
O equilíbrio térmico tem um papel fundamental na vida terrestre. Sem a
presença dos gases estufa na atmosfera terrestre, grande parte da radiação
térmica do planeta o deixaria, propagando-se para o espaço. Com o passar do
tempo, isso causaria um grande resfriamento em todo o planeta, fazendo com que
os oceanos congelassem-se com o passar do tempo.
Além disso, os oceanos têm um papel fundamental no equilíbrio térmico do
planeta. Em virtude de sua grande massa e calor específico, os oceanos são
dotados de uma enorme capacidade térmica, isto é, precisam receber enormes
quantidades de calor para ter a sua temperatura alterada. Por esse motivo, são
capazes de regular de maneira muito eficiente a temperatura do planeta. Regiões
distantes dos oceanos e com pouca água costumam apresentar grandes amplitudes
térmicas, como no caso dos desertos, que são extremamente quentes durante o dia
e congelantes durante a noite.
Portanto, o equilíbrio térmico é um processo de fundamental importância para a
manutenção dos processos físicos, químicos e biológicos do planeta e, dessa
maneira, imprescindível para a existência da vida na Terra.

Capacidade térmica e calor específico de sólidos e de líquidos


Calorimetria é a área da Física responsável pelo estudo das trocas de energia
térmica em forma de calor que ocorrem entre dois ou mais corpos e
suas vizinhanças. Por meio da Calorimetria, é possível saber qual é
a temperatura de equilíbrio de um sistema de corpos e qual é a quantidade de
energia térmica necessária para que se
observem variações de temperatura ou mudanças de estado físico no sistema.
O que é calor?
Calor é energia térmica em trânsito. Quando dois corpos estão em contato
térmico, ocorre transferência de calor entre eles até que se estabeleça o equilíbrio
térmico. O equilíbrio térmico, por sua vez, é a situação em que os dois corpos
atingem a mesma temperatura. Além disso, o calor sempre flui do corpo
de maior temperatura para o corpo de menor temperatura.
Entendemos por contato térmico qualquer meio existente entre dois ou mais
corpos que permita a transferência de calor entre eles por um dos seguintes
processos: contato, convecção e indução. Quaisquer transferências de calor entre
dois corpos ocorrem segundo um ou mais desses processos.
Calor é uma forma de energia em trânsito que flui sempre do corpo mais quente para o corpo mais frio.
A unidade de calor no Sistema Internacional de Unidades é o Joule (J), no
entanto, o uso da unidade caloria (cal) é bastante comum em todo o mundo.
Uma caloria é o equivalente à quantidade de energia térmica necessária para se
elevar a temperatura de 1,0 g de água pura, inicialmente a 14,5ºC, para 15,5ºC e
vale 4,186 J.
Mapa Mental: Calor
Fórmulas para calcular o calor
Calor sensível
Quando um corpo tem a sua temperatura alterada, podendo também sofrer
mudanças em suas dimensões, dizemos que ele recebeu
somente calor sensível. Portanto, o calor do tipo sensível é capaz de variar
a temperatura de um corpo, alterando ou não as suas dimensões, por meio do
processo de dilatação térmica.
A fórmula utilizada para calcular o calor sensível é esta:
 

Legenda:
Q – Quantidade de calor (J ou cal)
m – Massa do corpo (kg ou g)
c – Calor específico (J/kg.K ou cal/gºC)
ΔT – Variação de temperatura (K ou ºC)
Calor específico
Uma grandeza importante está presente na equação acima, o calor
específico, representado pela letra c. Calor específico é uma unidade que indica a
quantidade de calorias necessárias para se elevar em 1,0 ºC uma massa de 1,0
g de determinada substância. Essa unidade é medida com referência na
água pura, cujo calor específico é igual a 1,0 cal/gºC.
Confira, na tabela a seguir, o calor específico de algumas substâncias:
Substância Calor específico (cal/gºC)
Água 1

Gelo 0,5

Etanol 0,58

Ouro 0,03

Prata 0,06

Ao analisarmos a unidade que define a grandeza calor específico, percebemos


que cada grama de uma substância deve absorver mais ou menos calorias para
variar a sua temperatura em 1,0 ºC. Essa propriedade depende diretamente
do número de grau de liberdade apresentado pelas moléculas do corpo. Quanto
maior for o seu grau de liberdade, isto é, as suas possibilidades de movimentação,
tais como translação, vibração e rotação, maior será o
seu calor específico. Além disso, para determinarmos o calor específico de uma
substância, utiliza-se um instrumento de medida relativamente simples,
o calorímetro.
Capacidade térmica
Capacidade térmica é uma grandeza física utilizada para definir a quantidade de
calor que um corpo deve receber, ou ceder, para que a sua temperatura varie
em 1,0 ºC ou 1,0 K. Diferentemente do calor específico, essa grandeza está
relacionada com o corpo como um todo, e não somente com cada grama de sua
composição. Por essa razão, dizemos que calor específico é
uma propriedade da substância, enquanto a capacidade térmica é
uma propriedade do corpo em si.
As duas fórmulas que podem ser utilizadas para calcular
a capacidade térmica de um corpo são representadas a seguir:
 

Legenda:
C – Capacidade térmica (cal/g ou J/kg)
Quando algum corpo apresenta uma grande capacidade térmica, ele é chamado
de reservatório térmico. Todo reservatório térmico
precisa absorver ou ceder grandes quantidades de calor para ter a
sua temperatura alterada. Um bom exemplo de reservatório térmico para a
Terra são os mares, que são compostos majoritariamente por água, uma
substância de alto calor específico. Essa característica torna os mares os grandes
reguladores da temperatura global.
Calor latente
Calor latente, ou calor de transformação, é a quantidade de calor recebida por
um corpo durante uma mudança de estado físico. Se algum corpo constituído
apenas por uma única substância sofrer mudanças em seu estado físico, passando
do estado sólido para o estado gasoso, por exemplo, ele
recebeu calor latente. Durante a mudança de estado físico, todo o calor que um
corpo recebe, ou cede, somente altera o seu estado, sem afetar a sua
temperatura. Quando a água atinge a temperatura de fervura, por exemplo, sob
condições normais de pressão, sua temperatura permanece constante enquanto ela
sofre o processo de vaporização.
Para calcularmos a quantidade de calor latente em alguma mudança de estado
físico, usamos a seguinte fórmula:
 

Legenda:
Q – Quantidade de calor latente (J ou cal)
m – Massa do corpo (kg ou g)
L – Calor latente de fusão (LF), vaporização (LV), etc. (J/kg ou cal/g)
Confira, na tabela a seguir, os valores de calor latente de fusão para algumas
substâncias conhecidas:
Substância Calor latente de fusão (cal/g)
Água 79,9

Cobre 51

Alumínio 95

Ouro 15,8

Zinco 28,1

Quanto maior for o calor latente de fusão de uma substância, mais


calor por grama será necessário para fundi-la, levando-a do estado sólido para o
estado líquido. O calor latente está intimamente relacionado com o tipo
das ligações químicas formadas entre os átomos de uma molécula e,
consequentemente, com a quantidade de graus de liberdade que ela apresenta.
Fluxo de calor
Fluxo de calor, ou fluxo térmico, é uma grandeza que fornece
a taxa de passagem de calor através de alguma área. O fluxo de calor é definido
no Sistema Internacional de Unidades em Joules por segundo (J/s), e o seu
símbolo é geralmente a letra grega Φ.
A fórmula usada para o cálculo do fluxo de calor está representada a seguir:
 

Legenda:
Φ – Fluxo de calor (J/s ou cal/s)
k – Condutividade térmica (W/m.K)
A – Área do corpo (m²)
e – Espessura do corpo (m)
Curva de aquecimento
Toda substância pura pode ter a sua curva de aquecimento facilmente
determinada. A curva de aquecimento é um gráfico da temperatura da
substância em função da quantidade de calor recebida ou fornecida. Durante
o aquecimento ou resfriamento da substância, o gráfico toma a forma de uma
reta ascendente ou descendente. Nas mudanças de fase, tem a forma de uma
reta paralela ao eixo horizontal. Observe:
 
Legenda:
I – Substância no estado sólido sendo aquecida: calor sensível;
II – Substância em processo de fusão: calor latente de fusão;
III – Substância no estado líquido sendo aquecida: calor sensível;
IV – Substância sofrendo evaporação: calor latente de evaporação.
Trocas de calor
Dizemos que, em um sistema fechado, a soma das trocas de calor entre
os corpos é nula, isto é, igual a 0. Essa propriedade decorre da conservação da
energia: toda a quantidade de calor cedida pelo corpo
de maior temperatura é absorvida pelos corpos
com menores temperaturas. Dessa forma, podemos escrever a seguinte relação:
 

Calor latente de transição de fases


Calor latente é a quantidade de energia térmica que é absorvida ou cedida por
um corpo ou sistema termodinâmico, durante uma mudança de seu estado
físico, em temperatura constante.
Quando uma substância pura atinge sua temperatura de fusão ou ebulição,
durante o seu aquecimento, seu estado físico começa a mudar. Nesse processo,
ela continua a absorver calor, no entanto,
sua temperatura permanece constante. Isso acontece, pois, ao atingir essas
temperaturas, nas quais ocorrem mudanças de estado físico, todo o calor que está
sendo absorvido pelo sistema termodinâmico é utilizado para vencer
a energia potencial que mantém as suas moléculas agregadas. A partir do
instante que o sistema termodinâmico absorve toda a energia necessária para
desagregar suas moléculas, a interação entre elas diminui, indicando que o seu
estado de agregação mudou. Após a mudança de estado físico, o calor que era
absorvido isotermicamente continua a ser absorvido pelas moléculas,
fornecendo-lhes energia cinética. Esse tipo de calor que aumenta a energia
cinética das moléculas é chamado de calor sensível.
O calor latente mede a quantidade de calor, por unidade de massa, necessária
para que ocorra alguma mudança de estado físico do corpo, por isso, a sua
unidade de medida, de acordo com o Sistema Internacional (SI), é
o Joule por quilograma (J/kg). No entanto, o uso de outras unidades, como
a caloria por grama (cal/g), é bastante comum no estudo da calorimetria.
Tipos de calor latente
Existem dois tipos de calor: o calor sensível e o calor latente. O calor sensível é
aquele que é transferido entre os corpos quando há mudanças de temperatura. O
calor latente, por sua vez, ocorre quando há transferências de calor, sem que haja
mudanças de temperatura.
O calor latente é altera-se para as diferentes mudanças de estado físico. Confira
os diferentes tipos de calor latente:
 Calor latente de fusão (LF): é o calor que é absorvido ou cedido pelos corpos
durante o processo de fusão: do líquido para o sólido e vice-versa, com
temperatura constante.
 Calor latente de vaporização (LV): é aquele que é transferido durante as
transformações sólido-líquido ou líquido-sólido, em temperatura constante.
Exemplos de calor latente
Confira algumas situações cotidianas em que há trocas de calor latente:
 Quando aquecemos a água, até a temperatura de 100 ºC, ela inicia o processo de
evaporação. Enquanto toda a água não se tornar vapor, sua temperatura não
muda.
 Quando jogamos água sobre uma superfície muito quente, toda a água vaporiza-
se quase instantaneamente. Esse processo é chamado de calefação e envolve a
absorção de calor latente.
 Há troca de calor latente quando tocamos uma garrafa de refrigerante em baixas
temperaturas e todo o seu conteúdo congela-se rapidamente em temperatura
constante, graças à sua temperatura mais baixa que o ponto de fusão da água.
Fórmula de calor latente
O calor latente é calculado pela razão da quantidade de calor transferida na
transformação isotérmica:
Q – quantidade de calor transferido
m – massa do corpo
L – calor latente
Mudanças de fases e calor latente
As mudanças de fases em substâncias puras ocorrem em temperatura constante,
mediante a absorção ou liberação de calor latente. Todas as substâncias puras
apresentam uma curva de aquecimento parecida com a da figura abaixo:

As curvas de aquecimento relacionam a temperatura (eixo y) com a quantidade


de calor cedida ou recebida (eixo x). Nas mudanças de fase (processos II e IV), a
temperatura permanece constante, embora ainda haja trocas de calor.
Tabela de calor latente
Tabela de calor latente
Nas condições normais de temperatura e pressão, o calor latente da água, para
suas diferentes mudanças de estado físico, é mostrado na tabela abaixo:
Transformação Calor latente (cal/g)
Fusão (0 ºC) 80

Solidificação (0 ºC) -80

Vaporização (100 ºC) 540

Condensação (100 ºC) -540

De acordo com a tabela mostrada acima, são necessárias 80 calorias para


congelarmos 1 grama de água que se encontre na temperatura de fusão (0 ºC). Os
sinais negativos nos processos de solidificação e condensação indicam que neles
houve liberação de calor, portanto, essas duas transformações são exotérmicas. A
tabela abaixo apresenta o calor latente em J/kg, para os mesmos processos:
Transformação Calor latente (J/kg)
Fusão (0 ºC) 333.103

Solidificação (0 ºC) -333.103

Vaporização (100 ºC) 2,2.106

Condensação (100 ºC) -2,2.106

Processos de transferência de calor


O calor é um tipo de energia que pode ser transferido de um corpo para o
outro quando há diferença de temperatura entre eles. A transferência de
calor pode ocorrer de três formas: radiação, condução e convecção.
A radiação térmica, também conhecida como irradiação, é uma forma de
transferência de calor que ocorre por meio de ondas eletromagnéticas.
Como essas ondas podem propagar-se no vácuo, não é necessário que
haja contato entre os corpos para haver transferência de calor. Todos os
corpos emitem radiações térmicas que são proporcionais à sua
temperatura. Quanto maior a temperatura, maior a quantidade de calor que
o objeto irradia. Um exemplo desse processo é o que acontece com a
Terra, que, mesmo sem estar em contato com o Sol, é aquecida por ele.
Outro exemplo pode ser observado na figura a seguir:

Podemos nos aquecer nas proximidades de uma lareira, sem ter contato direto com o fogo, graças ao processo de condução do
calor por irradiação

O calor também pode ser transferido de um meio para o outro por meio
da condução. Para entender melhor esse processo de transferência de
calor, imagine a seguinte situação: segurando uma barra de ferro em uma
das suas extremidades e colocando a outra ponta sobre uma chama, ela
começará a aquecer. Primeiramente, a parte que está sobre o fogo terá sua
temperatura elevada, pois a chama está transferindo energia para a barra.
As moléculas que a constituem começarão a ficar agitadas e chocar-se-ão
com as outras que não estão em contato com o fogo. Essa agitação será
transmitida de molécula para molécula até que todo o objeto fique aquecido.
É assim que ocorre a condução de calor, a energia propaga-se em virtude
da agitação molecular. Esse processo é mais eficiente em materiais como
os metais, que são bons condutores de calor. Isso também explica o motivo
das panelas serem feitas de metal.

As panelas são feitas de metal porque são os melhores condutores de calor por condução
Por fim, há a convecção, que é a forma de transferência de calor comum
para os gases e líquidos. O exemplo a seguir descreve como acontece a
convecção:
Ao colocar água para ferver, a parte que está próxima ao fogo será a
primeira a aquecer. Quando ela aquece, sofre expansão e fica menos
densa que a água da superfície, sendo assim, ela desloca-se para ficar por
cima, enquanto a parte mais fria e densa move-se para baixo. Esse ciclo
repete-se várias vezes e forma uma corrente de convecção, que é
ocasionada pela diferença entre as densidades, fazendo com que o calor
seja transferido para todo o líquido. Observe a figura:

Observe como se forma a corrente de convecção

Condutores e isolantes térmicos


A condução térmica, também chamada de difusão térmica, é um tipo de propagação de
calor que acontece num meio material decorrente das agitações das moléculas.
Com o aumento da temperatura de um corpo sólido (seja por aquecimento ou contato com
outro), a energia cinética também aumenta. Isso resulta numa maior agitação das
moléculas.
Ilustração das agitações das moléculas por meio da condução térmica
Lembre-se que o calor é a troca de energia que ocorre entre dois corpos. Assim, para se
atingir o equilíbrio térmico (mesma temperatura), o corpo mais quente aquece o corpo mais
frio através da transferência de energia térmica.

Além da condução térmica, existem mais duas formas de propagação do calor:


a convecção térmica (por correntes de convecção) e a irradiação térmica (por ondas
eletromagnéticas).
Isolantes e Condutores Térmicos
A condução térmica depende do material utilizado, visto que alguns conduzem mais energia
térmica que outros.

Como o próprio nome indica, um isolante térmico isola a passagem de calor. Os mais
utilizados são: plástico, borracha, madeira, lã, isopor, dentre outros.

Por sua vez, os condutores térmicos facilitam a passagem de calor, pois possuem grande
condutibilidade térmica. O condutor térmico mais comum é o metal.

Exemplo
Quando estamos fazendo comida, ao mexer na panela com uma colher, devemos escolher
uma de plástico ou madeira. Isso porque elas são isolantes térmicos, os quais impedem a
passagem de calor.

Por outro lado, uma colher de metal (alumínio, ferro, etc.) não é isolante térmico e conduz o
calor rapidamente pelo material.

Ilustração do processo de condução térmica


Sendo assim, com o calor emitido pela chama do fogão, a colher fica quente logo, o que
pode causar queimaduras na pele.

Isso explica porque a maioria das panelas são feitas de metais e os cabos de plástico ou
madeira. Sendo assim, o metal possui maior capacidade de conduzir calor e, portanto,
aquece rapidamente a comida.

Lei da Condução Térmica


A Lei de Fourier determina o fluxo de calor na condução térmica. Ela considera a
quantidade de calor recebida pelo corpo, o tempo, a temperatura, a área e espessura do
material.
Lei de Fourier
Sua fórmula é:

onde,

Q: quantidade de calor
Δt: variação do tempo
K: coeficiente de condutibilidade térmica do material
A: área da superfície
Δθ: variação da temperatura
L: espessura do material

Calor, trabalho e equivalente mecânico do calor


James Prescott Joule nasceu em 1818, em Salford, Inglaterra. Filho de um
próspero cervejeiro, pôde se dedicar a uma vida de investigação, sem se
preocupar com dinheiro. Joule realizou diversas pesquisas que contribuíram
para a elaboração conceitual do princípio da conservação da energia.
Durante um período de sua vida, Joule dedicou-se à construção de diversos
experimentos, com o objetivo de demonstrar que com a diminuição da
energia mecânica haveria transferência de certa quantidade de energia
(calor) em igual valor.
Seu invento mais conhecido consistia em um dispositivo no qual duas
massas presas por um fio passavam por duas roldanas, conforme mostra a
figura acima.
De acordo com o movimento de descida das massas, o sistema de aletas
girava fazendo com que a temperatura da água no interior do recipiente
aumentasse. Como as áreas de contato eram bem lubrificadas, a
diminuição da energia potencial gravitacional das massas fazia com que a
água ficasse mais “agitada”, isto é, havia um aumento de sua energia
cinética.
A partir do momento em que as massas parassem, a água entraria em
repouso. Joule observou que a temperatura da água aumentava e isso
correspondia a um aumento de sua energia interna. Em outras palavras, o
trabalho realizado pela força da gravidade era convertido em aumento da
energia interna.
Joule pôde estabelecer uma relação entre o trabalho e a quantidade de
energia transferida na forma de calor (ou o equivalente mecânico do calor,
como também é denominado). Dessa forma, determinou, pelas massas, a
variação de altura e o trabalho realizado pela força da gravidade; e calculou,
pelo ΔQ, a variação da energia interna sofrida pela água. Ele estabeleceu
que 4180 J de energia correspondiam a 1000 cal, ou seja, 1 cal equivale a
4,18 J.

Energia interna e Primeira Lei da Termodinâmica


A Primeira Lei da Termodinâmica é uma aplicação
do princípio da conservação da energia para os sistemas termodinâmicos. De
acordo com essa lei, a variação da energia interna de um sistema
termodinâmico equivale à diferença entre quantidade de calor absorvido
pelo sistema e o trabalho por ele realizado. Qual é a Primeira Lei da
Termodinâmica?
A Primeira Lei da Termodinâmica é uma consequência direta do princípio de
conservação da energia. De acordo com esse princípio, a energia total de um
sistema sempre se mantém constante, já que ela não é perdida, mas sim,
transformada.
No âmbito da Termodinâmica, utilizam-se noções mais específicas e menos
genéricas que aquelas usadas no princípio da conservação da energia. Na
Primeira Lei da Termodinâmica, usamos conceitos
como energia interna, calor e trabalho, que são pertinentes ao âmbito
das máquinas térmicas (aplicações tecnológicas de fundamental importância para
a Termodinâmica).
As
máquinas a vapor funcionam de acordo com a Primeira Lei da Termodinâmica.
Imagine uma máquina movida a vapor, quando o fluido de trabalho dessa
máquina (o vapor d'água) recebe calor de uma fonte externa, duas conversões de
energia são possíveis: o vapor pode ter a sua temperatura acrescida em alguns
graus ou, ainda, pode expandir-se e mover os pistões dessa máquina, realizando,
assim, certa quantidade de trabalho.
“A variação da energia interna de um sistema termodinâmico corresponde à
diferença entre a quantidade de calor por ele absorvida e a quantidade de trabalho
que esse sistema realiza.”
Fórmula da Primeira Lei da Termodinâmica
A fórmula usada para descrever matematicamente a Primeira Lei da
Termodinâmica é mostrada a seguir:

ΔU – variação de energia interna (cal ou J)


Q – calor (cal ou J)
τ – trabalho (cal ou J)
Para usarmos essa fórmula, precisamos nos atentar para algumas regras de sinais:
 ΔU – será positivo, se a temperatura do sistema aumentar;
 ΔU – será negativo, se a temperatura do sistema diminuir;
 Q – será positivo, se o sistema absorver calor do meio externo;
 Q – será negativo, se o sistema ceder calor ao meio externo;
 τ – será positivo, se o sistema se expandir, realizando trabalho sobre o meio
externo;
 τ – será negativo, se o sistema se contrair, recebendo trabalho do meio externo.
Variação da energia interna
O termo ΔU refere-se à mudança de energia atribuída à energia cinética das
partículas constituintes do sistema, no caso de um gás ideal, pode-se dizer que
ΔU equivale a:

n – número de mols (mol)


R – constante universal dos gases ideais (0,082 atm.l/mol.K ou 8,31 J/mol.K)
T – temperatura absoluta (kelvin)
Analisando as fórmulas, pode-se perceber que, caso não ocorra uma mudança de
temperatura no sistema, sua energia interna também permanecerá inalterada.
Além disso, é importante dizer que para as máquinas térmicas, que operam em
ciclos, a variação da energia interna, ao final de cada ciclo, deve ser nula,
pois nesse ponto, o motor volta a operar com a temperatura inicial.
Calor
Seguindo para o próximo termo, Q, que se refere à quantidade de calor
transferida para o sistema, costumamos utilizar a equação fundamental da
calorimetria, mostrada a seguir:

Q -calor (cal ou J)
m – massa (g ou kg)
c – calor específico (cal/gºC ou J/kg.K)
ΔT – variação de temperatura (celsius ou kelvin)
Trabalho
A última das grandezas relacionadas à Primeira Lei da Termodinâmica é o
trabalho (τ), que tem uma fórmula analítica apenas para as transformações que
ocorrem sob pressão constante, também conhecidas como transformações
isobáricas, observe:

P – pressão (Pa ou atm)


ΔV – variação de volume (m³ ou l)
Quando a pressão exercida sobre o sistema não for constante, o trabalho poderá
ser calculado pela área do gráfico de pressão em função do volume (P x V). Para
saber mais sobre essa grandeza escalar, acesse: trabalho.

Máquinas térmicas e ciclo de Carnot


As máquinas térmicas são dispositivos que funcionam de acordo com o
que estabelece a segunda lei da Termodinâmica:
“O calor não pode passar de forma espontânea de um corpo de menor
temperatura para outro de temperatura mais alta.”
Sendo assim, as máquinas térmicas operam em ciclos, retirando uma
quantidade calor (QQ) de uma fonte quente, convertendo parte desse calor
em trabalho mecânico (τ) e rejeitando outra quantidade de calor para uma
fonte fria (QF).
Esse esquema de funcionamento pode ser observado na figura a seguir:

Diagrama demonstrando o esquema de funcionamento de uma máquina térmica

A partir do ciclo em que opera a máquina térmica, podemos definir o


seu rendimento (η), que é a grandeza que define a quantidade de calor
fornecida pela fonte quente convertida em trabalho pela máquina. O
rendimento é calculado com a equação:
η =_τ_
     QQ
A primeira lei da termodinâmica fornece-nos a equação que permite calcular
o trabalho realizado em função das quantidades de calor das duas fontes:
τ = QQ – QF
Substituindo essa relação na equação anterior, podemos encontrar outra
forma de calcular o rendimento de uma máquina térmica, observe:
η =_QQ – QF_
        QQ

Simplificando a expressão, temos:


η = 1 -QF
            QQ

Quanto maior o valor do rendimento η, maior é a eficiência da máquina


térmica e menor é a quantidade de calor rejeitada para a fonte fria.
Uma observação importante a ser feita é que é impossível construir uma
máquina térmica com rendimento ideal, isto é, que transforme todo o calor
recebido em trabalho mecânico. Mas até o ano de 1824 isso ainda não
havia sido comprovado e vários cientistas buscavam a construção de uma
máquina que operasse com 100% de rendimento.
Foi quando o físico e engenheiro militar Nicolas Léonard Sadi
Carnot propôs uma máquina térmica idealizada, estabelecendo um ciclo
ideal, que ficou conhecido como ciclo de Carnot.
Ele conseguiu demonstrar que qualquer máquina térmica que opere entre
duas fontes com temperaturas absolutas (ou seja, na escala Kelvin de
temperatura) atingirá seu rendimento máximo se seu funcionamento ocorrer
a partir de processos reversíveis.
Denominam-se processos reversíveis os que, após terem ocorrido em
um sentido, também podem ocorrer em sentido oposto e voltar ao
estado inicial.
Observe a figura a seguir que representa cada etapa do ciclo de Carnot:
Diagrama representando o ciclo de Carnot

Os processos que podem ser observados nesse diagrama são:


 Expansão isotérmica de A até B, que ocorre quando o gás retira calor da
fonte quente;
 Expansão adiabática de B até C, sendo que o gás não troca calor;
 Compressão isotérmica de C até D, pois o gás rejeita calor para a fonte
fria;
 Compressão adiabática de D para A, pois não ocorre troca de calor.
Além disso, Carnot também mostrou matematicamente a relação de
proporcionalidade entre as quantidades de calor da fonte fria e da fonte
quente, com as suas respectivas temperaturas:
QF = TF
QQ    TQ
Se substituirmos os termos na equação do rendimento, poderemos obtê-lo
em função das temperaturas:
η = 1 -QF ------------> η = 1 -TF
            QQ                                 TQ

A análise dessa equação fornece a prova matemática de que o rendimento


de uma máquina térmica nunca pode ser 100%, uma vez que, para que isso
acontecesse, a razão entre as temperaturas T F e TQ deveria ser igual a zero.
Isso somente seria possível se TF fosse igual ao zero absoluto, valor que
não pode ser atingido.

Entropia e Segunda Lei da Termodinâmica


Os conceitos de processos reversíveis e irreversíveis podem ser descritos
matematicamente usando-se o conceito de entropia. Mas antes de chegarmos à
definição de entropia, vamos aos conceitos de processos reversíveis e
irreversíveis. Chamamos de processo reversível aquele em que o sistema pode,
espontaneamente, retornar à situação (ou estado) original. Processo
irreversível é aquele cujo sistema não pode, espontaneamente, retornar ao estado
original.
Como os conceitos dos tipos de processos já foram citados, vamos então à
definição de entropia. A entropia de um sistema (S) é uma medida do seu grau
de desorganização. Quanto maior a organização, menor a entropia. A entropia é
uma característica do estado termodinâmico, assim como a energia interna, o
volume e o número de mols.
Observando os recipientes da figura acima, vemos que o recipiente 1 apresenta
uma entropia menor do que a do outro. Se pegarmos o recipiente e o
balançarmos, verificaremos que as “bolinhas” ficarão misturadas, ou melhor,
desorganizadas. Se verificarmos o recipiente 2, após chacoalhá-lo, perceberemos
que não é possível para as bolinhas, de forma espontânea, voltarem para sua
organização original, se continuarmos chacoalhando o recipiente.
Nos processos isotérmicos (cuja temperatura permanece sempre a mesma)
reversíveis, definimos a entropia como sendo a razão entre o calor (cedido ou
recebido) pela temperatura. Dessa forma, representamos a entropia nos processos
isotérmicos da seguinte maneira:

No Sistema Internacional de Unidades, medimos a entropia em joule/ kelvin.


Baseando-nos no conceito que descrevemos sobre entropia, podemos formular a
Segunda Lei da seguinte maneira:

A variação de entropia de um sistema isolado é sempre positiva ou nula. A


igualdade ΔS = 0 ocorre quando os processos são reversíveis: processos
reversíveis não aumentam a entropia. Sistemas isolados, que não recebem nem
cedem calor para o meio, só podem ter sua entropia aumentada ou mantida
constante.

Óptica
Óptica é a parte da Física responsável pelo estudo dos fenômenos associados à
luz. Os fenômenos relacionados à Óptica são conhecidos desde a Antiguidade.
Existem registros de que, em 2.283 a.C., já eram utilizados cristais de rocha para
observar as estrelas. Na Idade Antiga, na Assíria, já havia a lente de cristal; e, na
Grécia, utilizava-se a lente de vidro para obter fogo.
O grande salto no estudo da Óptica ocorreu no século XVI. Galileu
Galilei apresentou o primeiro telescópio, em 1609, e Snell Descartes chegou
à Lei da refração. O trabalho mais importante dessa época foi a medição
da velocidade da luz. O valor encontrado foi c = 3,08. 1010 cm/s, obtido por
Bradley, em 1728.
Outro importante nome para a evolução dos estudos sobre a Óptica foi o de
Huygens, que, em 1678, apresentou a hipótese de que a luz seria uma onda. Isaac
Newton também deixou suas contribuições na área, como a teoria da variação do
índice de refração da luz pela variação da cor, que pode ser observada na
dispersão da luz ao passar por um prisma.
O fato de se considerar apenas a natureza corpuscular da luz representou um
atraso nos estudos da Óptica. Somente em 1801 que Young realizou a experiência
da interferência da luz, explicando-a a partir da teoria ondulatória. Em seguida,
por volta de 1815, Fresnell explicou a teoria da difração da luz também por meio
da teoria ondulatória.
Outro cientista importante para o desenvolvimento dessa teoria foi Foucault, que
descobriu que a velocidade da luz era maior no ar do que na água. Essa
descoberta chocava-se com a teoria corpuscular, que afirmava que a velocidade
da luz era maior na água que no ar. Foi de James Clerk Maxwell a principal
evidência de que a luz comportava-se como uma onda eletromagnética, pois ele
provou que a velocidade de propagação de uma onda eletromagnética no espaço
era igual à velocidade de propagação da luz.
A teoria de que a luz comportava-se apenas como uma onda eletromagnética foi
questionada no final do século XIX. Isso porque não era suficiente para explicar
o efeito fotoelétrico. Einstein utilizou a teoria de Planck para mostrar que a luz
era formada por “pequenos pacotes de energia”, os fótons. A partir dessa
teoria, Arthur Compton demonstrou que, quando um fóton e um elétron colidem,
ambos se comportam como matéria. A partir de então, a luz passou a ser
considerada como onda e como partícula, dependendo do fenômeno estudado.
Essa teoria é denominada de natureza dual da luz.
Os estudos de Óptica são divididos em duas partes:
1. Óptica geométrica: parte da Óptica que estuda a propagação da luz por meio
dos raios de luz. Os fenômenos que essa área abrange são: propagação retilínea
da luz, reflexão e refração da luz, espelhos e lentes;
2. Óptica física: estuda o comportamento ondulatório da luz. Os fenômenos
estudados por essa área são: emissão, composição, absorção, polarização,
interferência e difração da luz.
A Óptica é uma parte da Física que está muito presente no nosso dia a dia.
Algumas de suas aplicações podem ser observadas, por exemplo:
 Em instrumentos utilizados para corrigir defeitos visuais, como os óculos e as
lentes;
 Instrumentos para observação, como os microscópios, telescópios e lunetas;
 Em câmeras fotográficas, filmadoras etc.;
 Espelhos.

Óptica geométrica
Óptica é a parte da Física que estuda a luz e os fenômenos luminosos. Seu
desenvolvimento ocorreu a partir da publicação da Teoria Corpuscular da
Luz por Isaac Newton. Essa teoria admite que a luz é formada por um feixe de
partículas.
A luz é uma onda eletromagnética e a sua velocidade no vácuo é de
aproximadamente 3,0 x 105 km/h
A Óptica, por sua vez, é dividida em:
1) Óptica Geométrica: estuda os fenômenos luminosos com base em leis
empíricas (experimentais). Eles são explicados sem que haja necessidade de se
conhecer a natureza física da luz. A Óptica Geométrica usa como ferramenta
de estudo a Geometria.
2) Óptica Física: Estuda a natureza física da luz e fenômenos
como interferência, polarização, difração, dispersão, entre outros.
Raios de Luz
São linhas que representam a direção e o sentido de propagação da luz. A
ideia de raios de luz é puramente teórica e tem como objetivo facilitar o estudo.
Um conjunto de raios de luz que possui uma abertura relativamente pequena
entre os raios é chamado de Pincel Luminoso. O conjunto de raios luminosos cuja
abertura entre os raios é relativamente grande é chamado de Feixe Luminoso.
Os feixes luminosos ou os pincéis luminosos podem ser classificados em:
 Cônico divergente
Os raios luminosos partem de um único ponto (P) e espalham-se.
 Cônico convergente
Os raios luminosos concentram-se em um único ponto.

 Cilíndrico
Os raios luminosos são todos paralelos entre si. Nesse caso, a fonte de luz
encontra-se no infinito e é chamada de fonte imprópria.
Fontes de Luz
As fontes de luz são corpos capazes de emitir luz, seja ela própria, seja refletida.
Fontes de luz podem ser classificadas em:
• Fontes de luz primárias: São fontes de luz que emitem luz própria. Elas podem
ser:
→ Incandescentes: Quando emitem luz em altas temperaturas. Exemplos: o Sol,
a chama de uma vela e as lâmpadas de filamento.

O Sol é uma fonte primária de luz


→ Luminescentes: Quando emitem luz em baixas temperaturas. As fontes de luz
primária luminescentes podem ser fluorescentes ou fosforescentes.
 Fluorescentes: emitem luz apenas enquanto durar a ação do agente excitador.
Ex.: lâmpadas fluorescentes.
Lâmpada fluorescente
 Fosforescentes: Emitem luz por um certo tempo, mesmo após ter cessado a ação
do excitador. Nessas fontes de luz, a energia radiante é proveniente de uma
energia potencial química. Ex.: Interruptores de lâmpadas e ponteiros luminosos
de relógios.

Bússola fosforescente
•  Fontes Secundárias: São aquelas que emitem apenas a luz recebida de outros
corpos.
Ex.: Lua, cadeiras, roupas etc.
A Lua é uma fonte secundária de luz

Leis da reflexão da luz


Reflexão da luz é um fenômeno óptico em que uma onda
eletromagnética visível incide em um determinado meio, retornando ao meio
original no qual ela se propagava. Existem dois tipos de reflexão, chamados
de reflexão regular e difusa.

Conceito de reflexão da luz

A reflexão da luz acontece quando um raio luminoso atinge uma superfície


refletora e retorna ao seu meio original. Esse fenômeno permite que
enxerguemos todos os corpos que não produzem a própria luz,
chamados de fontes secundárias de luz ou simplesmente corpos
iluminados.
Na ausência total de luz, esses corpos não seriam visíveis, portanto, para
enxergá-los, eles precisam refletir a luz proveniente de alguma fonte
luminosa. Vale dizer que nem todos os objetos que refletem a luz permitem
que enxerguemos o nosso reflexo. Nesses casos, dizemos que a reflexão
sofrida pela luz é difusa.
Quando olhamos para uma superfície refletora e conseguimos enxergar
algum reflexo, dizemos que a luz está sofrendo uma reflexão regular, que
também pode ser chamada de reflexão especular e é aquela em que
podemos enxergar a formação de imagens refletidas.

Reflexão regular da luz


A reflexão regular da luz ocorre quando o raio luminoso incidente e o
refletido obedecem às leis de reflexão da luz, como veremos adiante. A
figura a seguir nos ajuda a entender como funciona a reflexão regular da
luz. Observe:

Na reflexão regular, o ângulo de incidência da luz é igual ao ângulo de


reflexão. Esse ângulo, por sua vez, é medido com relação à direção normal
ao plano de reflexão.

Reflexão difusa da luz

Na reflexão difusa, os raios de luz incidente e refletido não formam o


mesmo ângulo com relação à direção normal e não precisam estar
contidos no mesmo plano. A figura a seguir ilustra uma situação em que
ocorre a reflexão difusa da luz. Observe:

Exemplos de reflexão da luz

Confira alguns exemplos nos quais podemos observar a reflexão da luz.


 Quando vemos o nosso reflexo em um espelho, retrovisor ou ainda na
superfície de uma poça d'água, estamos observando a reflexão regular
da luz.
 Quando enxergamos qualquer objeto que não esteja emitindo luz
própria, mas não vemos nele o nosso reflexo, estamos observando a
reflexão difusa da luz.

Leis da reflexão da luz

As leis da reflexão da luz apontam quais são as condições necessárias para


que ocorra a reflexão regular da luz.
 A primeira lei da reflexão afirma que os raios de luz incidente e refletido
precisam formar o mesmo ângulo com relação à direção normal.
 A segunda lei da reflexão da luz afirma que os raios de luz incidente e
refletido precisam estar contidos no mesmo plano.

Espelhos planos e esféricos


Espelhos esféricos são sistemas ópticos formados com base em calotas polidas e
refletoras, capazes de refletir a luz em diferentes ângulos, produzindo, dessa
forma, imagens que podem tanto ser reais como virtuais. Existem dois tipos de
espelhos esféricos: os espelhos côncavos e os espelhos convexos. Antes de
aprofundarmo-nos nos detalhes de cada um desses espelhos, vamos identificar e
definir quais são os elementos geométricos dos espelhos esféricos.
Elementos geométricos dos espelhos esféricos
Os elementos geométricos dos espelhos esféricos são bastante úteis para o seu
estudo analítico, por meio da óptica geométrica. Independente dos formatos do
espelho esférico (côncavo ou convexo), esses elementos são iguais para ambos.

 Vértice (V)
O vértice marca a região central dos espelhos esféricos. É sobre esse ponto que
traçamos o eixo principal (ou eixo de simetria) do espelho. Qualquer raio de
luz que incida sobre o vértice de um espelho esférico é refletido com o mesmo
ângulo de incidência, do mesmo modo que um espelho plano o faria.
 Centro de curvatura (C)
O centro de curvatura dos espelhos esféricos é o ponto médio da calota esférica
que dá origem ao espelho, portanto, é igual ao raio dessa esfera. Qualquer raio de
luz que incida sobre o centro de curvatura de um espelho esférico deve
ser refletido sobre si mesmo, de modo que os raios de luz incidente e refletido
percorram o mesmo caminho.
 Raio de curvatura (R)
O raio de curvatura mede a distância entre o vértice do espelho e o seu centro
de curvatura, é denotado pela letra R e é comumente medido em metros.
 Foco (F)
O foco é o ponto em que raios de luz paralelos convergem após serem refletidos
por um espelho côncavo. No caso dos espelhos convexos, os raios de luz
refletidos divergem de sua superfície e, por isso, são os prolongamentos dos
raios de luz que se cruzam, em um ponto localizado “atrás” da superfície desses
espelhos. Por esse motivo, dizemos que o foco dos espelhos convexos é virtual,
enquanto o foco dos espelhos côncavos é real.

Em vermelho é
mostrado o foco do espelho côncavo.
O tipo de foco do espelho influencia diretamente a realização dos cálculos.
Espelhos com foco real (côncavos) têm seu ponto focal escrito com
o sinal positivo, já os espelhos convexos recebem o sinal negativo para o seu
foco:
Espelho côncavo Foco real, sinal positivo, a frente do espelho

Espelho convexo Foco virtual, sinal negativo, atrás do espelho


A figura mostrada a seguir representa a reflexão de luz por
um espelho convexo. Perceba que os raios de luz refletidos
são divergentes, nesse caso, o que ocorre é o cruzamento dos prolongamentos
dos raios de luz, por isso a imagem conjugada por esses espelhos surge atrás da
superfície refletora:

 Distância focal (f)


A distância focal mede a posição do foco em relação ao vértice dos espelhos
esféricos, além disso, raios de luz paralelos que incidem sobre espelhos
côncavos são refletidos sobre o ponto focal. No caso dos espelhos convexos,
são os prolongamentos dos raios de luz que se cruzam em seu foco, localizado
atrás do espelho, chamado de foco virtual.
 Ângulo de abertura
O ângulo de abertura mede o grau de curvatura do espelho. Esse ângulo é
medido a partir do eixo de simetria dos espelhos esféricos. Quanto maior for o
ângulo de abertura, mais o espelho assemelha-se a um espelho plano.
Espelhos côncavos
Os espelhos côncavos são cavidades refletoras de raio constante. São usados
para produzir imagens virtuais e ampliadas dos objetos posicionados em
regiões próximas à sua superfície, como no caso dos espelhos utilizados em
óticas ou para a aplicação de maquiagens etc. Esse tipo de espelho também é
capaz de conjugar imagens reais e, portanto, invertidas, quando posiciona-se
algum objeto além de sua distância focal.
Para podermos entender melhor como os espelhos côncavos conjugam imagens,
precisaremos descrever cada um dos possíveis casos. Perceba que as situações
descritas a seguir o são em ordem de distância em relação ao vértice do espelho,
confira:
Caso 1 - Objeto posicionado entre o vértice e o foco do espelho côncavo
Quando se posiciona um objeto entre o vértice e o foco de um espelho côncavo,
esse último produzirá uma imagem virtual do objeto, “atrás” da superfície do
espelho. Os raios de luz refletidos são divergentes, portanto, seus prolongamentos
cruzam-se, formando uma imagem ampliada do objeto.

Quando um objeto
está suficientemente próximo, o espelho côncavo produz imagens virtuais.
Caso 2 - Objeto posicionado sobre o foco do espelho côncavo
Quando algum objeto é posicionado exatamente sobre o ponto focal do espelho
côncavo, este não conjuga imagem nenhuma, uma vez que nem os raios
refletidos, nem os seus prolongamentos cruzam-se. Nesse caso, dizemos que a
imagem é imprópria ou que é formada no infinito.
Caso 3 - Objeto posicionado entre o foco e o centro de curvatura
Quando posiciona-se algum objeto entre o foco e o centro de curvatura de um
espelho convexo, a imagem produzida será sempre real (portanto invertida)
e maior que o objeto.
Caso 4 - Objeto posicionado sobre o centro de curvatura
Quando algum objeto é colocado à distância do centro de curvatura em relação ao
vértice do espelho côncavo, este conjuga uma imagem real e
do mesmo tamanho do seu objeto.
Caso 5 - Objeto posicionado além do centro de curvatura
Objetos que são posicionados para além do centro de curvatura
produzem imagens reais e menores que os seus objetos.
 Resumindo
Espelhos côncavos produzem imagens reais quando posicionamos objetos
próximos à sua superfície, à distância focal não ocorre formação de imagem, para
além do foco, as imagens são reais e seu tamanho diminui de acordo com a
distância entre o objeto e o vértice do espelho.
Espelhos convexos
Os espelhos convexos são como a superfície externa de uma calota refletora.
Esses espelhos só conjugam imagens virtuais, que são aquelas que
são formadas atrás dos espelhos e podem ser vistas graças a uma ilusão de
óptica. Esse tipo de imagem será sempre conjugado na mesma orientação (virado
para cima ou para baixo) que os seus objetos.
Além dessas características, independentemente da posição em que se encontra o
objeto da imagem, as imagens conjugadas pelos espelhos convexos serão
sempre menores que seus objetos. Os espelhos convexos são bastante utilizados
em estabelecimentos comerciais e também no transporte coletivo graças ao
grande campo visual que esse tipo de espelho é capaz de propiciar.
 Resumindo
Espelhos convexos só produzem imagens virtuais (diretas) e reduzidas,
independentemente da distância entre o objeto e o vértice do espelho

Espelhos
convexos produzem imagens virtuais independentemente da distância do objeto.
Fórmulas sobre espelhos esféricos
As fórmulas utilizadas para o estudo analítico de espelhos esféricos valem tanto
para os espelhos côncavos como para os espelhos convexos. A principal
diferença entre esse tipo de espelhos é o sinal algébrico que é atribuído ao foco
(f).
Espelhos convexos, que apresentam foco virtual,
apresentam foco negativo, enquanto os espelhos côncavos, cujos focos são reais,
apresentam foco positivo. Além disso, é importante que se defina um referencial
para a utilização de sinais algébricos, para tanto, utiliza-se o referencial de Gauss.
De acordo com o referencial de Gauss:
 Qualquer objeto ou imagem que se encontra à frente da superfície refletora do
espelho deverá receber sinal positivo.
 Qualquer objeto ou imagem que se encontra atrás da superfície refletora do
espelho deverá receber sinal negativo.
 Qualquer objeto ou imagem que tenha orientação vertical para cima deverá
receber sinal positivo.
 Qualquer objeto ou imagem que tenha orientação vertical para baixo deverá
receber sinal negativo.
A figura a seguir traz um pequeno esquema para facilitar o entendimento dos
sinais utilizados segundo o referencial de Gauss:

Denotamos pela letra p a posição dos objetos em relação ao vértice dos espelhos.
A posição das imagens conjugadas pelos espelhos, por sua vez, é denotada pela
letra p'. Em posse dessas afirmações, vamos às fórmulas.
Distância focal e raio de curvatura
Há uma fórmula válida para todos os espelhos esféricos que relaciona a distância
focal ao raio de curvatura, confira:

f - distância focal


R - raio de curvatura
Equação dos pontos conjugados ou Equação de Gauss
A equação dos pontos conjugados relaciona a distância focal (f), a posição do
objeto (p) e a posição da imagem (p'), ambas medidas em relação ao vértice do
espelho, confira:
f - distância focal
p - posição do objeto
p' - posição da imagem
Equação do aumento linear transversal
Aumento linear transversal é a grandeza adimensional (sem unidade de medida)
que mede a relação entre o tamanho do objeto e o de sua imagem conjugada por
espelhos esféricos. Existem três formas diferentes de calcularmos o aumento
linear transversal, confira:

A - aumento linear transversal


i - tamanho da imagem
o - tamanho do objeto
f - distância focal
Para entender melhor o significado do aumento linear transversal, confira alguns
resultados possíveis e suas interpretações:
 A = 1: nesse caso, a imagem tem o mesmo tamanho do objeto e sua orientação é
positiva (imagem virtual);
 A = -1: nesse caso, a imagem tem o mesmo tamanho do objeto, no entanto, é
invertida (imagem real);
 A = + 0,5: imagem virtual (direita) com metade do tamanho do objeto;
 A = - 2,5: imagem real (invertida) com 2,5 vezes o tamanho do objeto.

Índice de refração e leis da refração da luz


Define-se refração da luz a mudança de velocidade de propagação, como
consequência da mudança de meio de propagação. Ou seja, quando um raio de
luz muda de um meio para outro, com índices de refração diferentes, ele sofre um
desvio, aproximando-se ou afastando-se da normal.

1ª Lei da Refração

O raio incidente I, a normal N e o raio refratado R, pertencem ao mesmo plano,


denominado plano de incidência da luz, ou seja, o raio incidente, a reta normal e
o raio refratado são coplanares.
Raios de luz no mesmo plano

2ª Lei da Refração

Para cada par de meios e para cada luz monocromática que se refrata é constante
o produto do seno do ângulo que o raio forma com a normal e o índice de
refração do meio em que o raio se encontra.

Essa lei é conhecida como lei de Snell-Descartes.

A segunda lei da refração é expressa matematicamente pela equação:

Como o ângulo de incidência (i) se forma no meio (1) e o ângulo de refração (r)
se forma no meio (2), verificamos que o produto do índice de refração absoluto
do meio pelo seno do ângulo formado com aquele meio é sempre constante.

n1 . sen i = n2 . sen r


Para pequenos ângulos de incidência (imáx. = 5º), temos que o seno do ângulo de
incidência é igual ao seno do ângulo de refração.

sen i ≈ sen r

Ângulo limite e reflexão total da luz


A reflexão total é um fenômeno óptico que ocorre quando a luz incidente sobre
uma superfície que separa dois meios, no sentido do maior para o menor índice
de refração, é totalmente refletida, permanecendo no meio de origem. Esse
fenômeno só ocorre se o ângulo de incidência for maior que o
chamado ângulo limite.
Ângulo limite
O ângulo limite é o menor ângulo de incidência necessário para que o ângulo de
refração de um raio de luz, na passagem de um meio com maior para outro
com menor índice de refração, seja de 90º.

O índice de refração do meio 2 é maior que o índice de refração do meio 1.


Assim, por meio da lei de Snell-Descartes, é possível determinar o ângulo limite
L.

O valor do seno do ângulo limite é definido pela razão entre o menor e o maior
índice de refração.
Reflexão total da luz
Caso o ângulo de incidência de um raio de luz seja superior ao ângulo limite, o
raio de luz sofre reflexão total.
Observe que o ângulo de incidência do raio de luz verde na imagem acima é
maior que o ângulo limite, por isso, o raio de luz foi totalmente refletido,
permanecendo no meio 2.
Efeitos da reflexão total
→ Miragens
Em dias de calor intenso e muito ensolarados, é possível observar a aparente
formação de poças d’água no asfalto quente. A imagem vista em pontos distantes
no asfalto é uma miragem, resultante do fenômeno da reflexão total.

As várias camadas de ar existentes acima do asfalto possuem


diferentes temperaturas. Quanto mais próximo do chão, maior é a temperatura
do ar. A densidade das camadas de ar mais quentes é menor e, por isso, o índice
de refração das massas de ar vai diminuindo à medida que se aproximam do solo.
Portanto, a luz do Sol sofre inúmeras refrações ao se aproximar do chão. Assim,
em determinados pontos, o ângulo de incidência dos raios solares torna-se maior
que o ângulo limite, provocando a reflexão total da luz. Os raios que resultam da
reflexão total atingem os olhos de um possível observador e dão a sensação da
formação das poças d’água.
→ Fibras ópticas
As fibras ópticas são filamentos capazes de transportar luz e são utilizadas para
diagnósticos de imagens e transmissão de dados.

As fibras ópticas são constituídas por materiais com diferentes índices de


refração, o que garante a ocorrência do fenômeno da reflexão total e possibilita a
transmissão dos raios de luz.

Dispersão da luz e prismas.


A dispersão é um fenômeno óptico em que a luz é separada em suas
diferentes cores quando refratada através de algum meio transparente, a exemplo
do arco-íris, do prisma e da lente fotográfica. A dispersão ocorre quando a
velocidade de propagação da luz no interior de algum meio depende da
frequência da onda eletromagnética. Em 1672 o físico inglês Isaac
Newton estudou e elaborou teorias sobre o mecanismo da dispersão da luz.
Apesar de sua interpretação corpuscular da luz, Newton foi capaz de explicar que
a luz branca era, na verdade, composta por todas as demais cores e que essas
cores eram relativas às frequências (ou comprimentos de onda) da luz.
Refração da luz
A refração é o fenômeno no qual a luz tem a sua velocidade alterada. Esse
fenômeno pode ou não estar acompanhado em uma mudança na trajetória
percorrida pela luz que se propaga pelo meio. A medida da mudança de
velocidade da luz refratada pode ser calculada por meio de um coeficiente
adimensional chamado índice de refração:
n — Índice de refração
c — Velocidade da luz no vácuo (c = 3,0.108 m/s)
v — Velocidade da luz no meio (m/s)
O índice de refração mede a razão entre a velocidade da luz no
vácuo pela velocidade da luz em um determinado meio, por isso, o módulo do
índice de refração deve ser sempre maior que 1. Um índice de refração igual a
1 indica que a luz move-se através de um meio óptico com a mesma velocidade
em que ela poderia propagar-se no vácuo.
Além de afetar diretamente a velocidade com que a luz propaga-se em seu
interior, o índice de refração, por meio da lei de Snell, indica que o feixe
luminoso pode sofrer um desvio angular em sua trajetória. Quanto maior for o
índice de refração, maior será esse desvio angular. Tal lei é descrita pela equação
matemática mostrada na figura seguinte:

n1 — Índice de refração do meio 1


n2 — Índice de refração do meio 2
senθ1 — Seno do ângulo de incidência
senθ2 — Seno do ângulo de refração
A próxima imagem mostra a luz que incide sobre o meio 2 emergindo do meio 1:
Decomposição da luz branca
Pelo fato de a luz branca ser composta por diferentes frequências de luz, e o
índice de refração ser diferente para cada uma dessas frequências, o desvio
angular da luz também será diferente para cada uma delas.
Dessa forma, será possível observarmos o espectro eletromagnético após a luz
propagar-se no interior de um prisma e em outros meios transparentes, como é
possível verificar na imagem seguinte:

Quando a luz é refratada, é possível visualizar a sua composição.


O índice de refração é proporcional à frequência da luz e inversamente
proporcional ao seu comprimento de onda. Isso indica que a luz violeta, por
exemplo, deve sofrer um desvio angular maior do que a luz vermelha, uma vez
que, para essa componente da luz, o índice de refração é maior:

Violeta é a cor que sofre o maior desvio angular quando refratada.


Dispersão da luz no arco-íris
O arco-íris é um fenômeno óptico que tem origem na dispersão da luz. Esse surge
quando há um grande número de gotículas de água no ar. A luz branca entra
no interior dessas gotículas e sofre refração, em seguida, sofre uma reflexão
interna total, sendo, por fim, refratada novamente para o ar.
O caminho tomado pela luz no interior da gotícula é longo o suficiente para que
se observe o desvio angular entre as diferentes frequências da luz branca.
O arco-íris é formado pela dispersão da luz que atravessa pequenas gotículas de água.
Experimento sobre a dispersão da luz
Experimentos sobre a dispersão da luz são fáceis de conduzir e, geralmente,
têm baixo custo. Se você quer fazer um experimento que permita a visualização
da dispersão da luz, sugerimos que você tenha: um prisma de acrílico ou vidro e
uma fonte de colimada, como uma lâmpada fluorescente disposta atrás de um
anteparo com uma pequena fenda.
Em uma sala escura, ligue a lâmpada e posicione o anteparo em frente a ela, a
uma distância em que a sua luz produza uma linha luminosa sobre a superfície
onde se encontra o prisma. Aproxime o prisma e rotacione-o, até que seja
possível observar a dispersão da luz.
Espalhamento da luz
O espalhamento da luz é o fenômeno em que a luz incidente sobre uma partícula
é reemitida em outras direções, mas com a mesma frequência.
Entretanto, existe o fenômeno de espalhamento seletivo. Nesse fenômeno as
partículas espalham, de maneira mais eficiente, determinadas frequências de luz.
No caso das partículas atmosféricas, estas são altamente eficientes em espalhar
as frequências referentes às cores azul e violeta. É por esse motivo que o
nosso céu é azul.
Refração da luz na atmosfera

Você sabia que a cor do pôr do sol tem a ver com a refração da luz?
A refração da luz na atmosfera é o motivo de o pôr do Sol ser
alaranjado. Durante o pôr do Sol, o caminho que a luz percorre até chegar aos
nossos olhos é maior, dessa forma, o desvio angular da luz é mais notório.
Além disso, o fato de o espalhamento ocorrer apenas para a luz azul e violeta faz
com que as menores frequências, como o vermelho e o laranja, sejam mais
presentes a longas distâncias, pois percorrem distâncias muito maiores.

Dioptro plano e lâminas planas


Uma lâmina de faces paralelas é um corpo relativamente pouco espesso, de
material transparente, que possui duas faces paralelas. Um exemplo simples é
uma lâmina de vidro (índice de refração n 2) imersa no ar (índice de refração n 1).
Uma lâmina de faces paralelas é definida como um sistema constituído de dois
dioptros planos cujas superfícies são paralelas.

Quando uma lâmina de faces paralelas está imersa em um meio homogêneo e


transparente, o raio de luz incidente na lâmina e o respectivo raio de luz
emergente da lâmina são paralelos entre si, pois sofrem duas refrações que
provocam variações exatamente opostas (por exemplo, primeiro, do ar para o
vidro, na face de incidência; depois, do vidro para o ar, na face de emergência).
Vejamos a figura abaixo.

O raio de luz incidente sofre duas refrações, ao passar pela lâmina


de faces paralelas, provocando variações opostas.

Deslocamento lateral (d)

Vamos supor uma lâmina com espessura (e); a distância entre a direção original
de propagação da luz (direção de incidência) e a direção final de propagação
(direção de emergência) é chamada de deslocamento lateral (d). 
Lâmina de espessura (e) com 8 cm de distância entre a direção final de propagação.

Para o cálculo de d em função de (i), (r) e (e), consideramos os triângulos IGI’ e


INI’:

Dividindo membro a membro as igualdades anteriores, o resultado é:

Portanto,

Vejamos um exemplo: vamos supor que um raio de luz se propague no ar e incida


numa lâmina de vidro, cujo índice de refração seja 1,5. Calcule, em centímetros,
o deslocamento lateral desse raio ao sair da lâmina.

O raio incide com ângulo de 45° em relação à reta normal.


Aplicando primeiramente a Lei de Snell-Descartes à face superior da lâmina,
temos:

Aplicando a equação para o cálculo do desvio lateral (d) sofrido por um raio de
luz ao atravessar uma lâmina de faces paralelas, temos:

Lentes delgadas
As lentes são dispositivos ópticos que funcionam por refração da luz e são
muito utilizadas no nosso dia a dia, como nos óculos, nas lupas, nas câmeras
fotográficas, nas filmadoras e em telescópios. O material que as constitui
normalmente é o vidro, mas o plástico também pode ser utilizado. As principais
características desses dispositivos são a transparência e a superfície esférica.
De acordo com a curvatura apresentada, as lentes esféricas podem ser
classificadas como:
Lentes convergentes, ou positivas: quando a parte do centro é mais espessa que
as bordas. Elas podem ser de três tipos:
 Lentes biconvexas: apresentam duas partes convexas;
 Lentes plano-convexas: possuem um lado plano e outro convexo;
 Lentes côncavo-convexas: com um lado côncavo e o outro convexo.
Lentes divergentes, ou negativas: se o centro é mais fino que as bordas. Podem
ser classificadas como:
 Lentes bicôncavas: caso apresentem as duas faces côncavas;
 Lentes plano-côncavas: quando apresentam um lado plano e o outro côncavo;
 Lentes convexo-côncavas: com um lado convexo e outro côncavo.
A figura a seguir mostra o formato de cada um desses tipos de lente:
A figura apresenta os tipos de lentes convergentes e divergentes
Além do formato, as lentes também podem ser classificadas de acordo com o
comportamento óptico dos raios de luz após atingi-las. Nesse caso, elas podem
ser divergentes ou convergentes.
Em uma lente divergente, quando os raios de luz incidem paralelos ao eixo
principal, eles sofrem dupla refração e se expalham . Observe a figura:
Comportamento óptico dos raios de luz em uma lente divergente
Como o foco dessas lentes é formado pelo encontro de projeções dos raios de luz
incidentes, ele é classificado como virtual.
Nas lentes convergentes, os raios de luz incidem paralelos ao eixo principal e,
após sofrerem refração, se concentram em um único ponto, este ponto é o foco.

Comportamento óptico dos raios de luz em uma lente convergente


O foco das lentes convergentes é classificado como foco real, pois é fruto do
encontro dos raios de luz refratados.
Elementos das lentes esféricas
O que caracteriza uma lente esférica são os seus elementos geométricos, que são:
C1 e C2: centros de curvatura das faces esféricas;
R1 e R2: raios de curvatura das faces esféricas;
Eixo principal da lente: onde estão contidos C1 e V1;
e: espessura da lente;
V1 e V2: Vértices da lente.
Veja como é a disposição desses elementos nas lentes:
Disposição dos elementos nas lentes côncavas

Disposição dos elementos nas lentes convexas


Quando a espessura da lente é muito menor do que o raio de suas faces, ela é
denominada lente delgada. Nesse tipo de lente, os vértices V1 e V2 estão
praticamente no mesmo ponto sobre o eixo principal e passam a ser chamados de
centro óptico.

Olho humano e lentes corretivas


A princípio e de forma bem simplificada, o olho humano pode ser
considerado um instrumento óptico, pois é constituído por uma lente
biconvexa (o cristalino), que fica situada na região anterior ao globo ocular.
No fundo do globo ocular, está a retina, que é sensível à luz e serve de
anteparo para as imagens. As sensações luminosas, após serem
captadas e projetadas sobre a retina, são enviadas ao cérebro pelo
nervo óptico.
Formação da imagem no olho humano

A imagem que vemos é resultado do seguinte processo: o cristalino, uma


lente biconvexa, forma uma imagem real e invertida do objeto, a qual fica
localizada exatamente sobre a retina. Feito esse processo, essa imagem é
enviada ao cérebro pelo nervo óptico. Após inúmeros processos
complicados, que a fazem ficar na posição correta, enxergamos o objeto
nitidamente.
Conseguimos enxergar os objetos de modo nítido porque a imagem deles
forma-se sobre a retina, no entanto, existem alguns casos em que ela não
se forma exatamente sobre a retina, originando o que chamamos
de defeitos de visão. Esses defeitos ocorrem em razão de uma possível
deformação no globo ocular ou mesmo por uma defeituosa acomodação
visual. Eles podem ser corrigidos com a utilização de óculos, lentes de
contato ou por meio de cirurgia a laser.
Miopia

Na miopia, a imagem forma-se na frente da retina. Para corrigir esse


defeito, ou seja, para que a imagem forme-se exatamente sobre a retina, a
pessoa que tem esse problema deve utilizar óculos com lentes divergentes.
Hipermetropia

Na hipermetropia, a imagem do objeto é formada após a retina. Para a


correção desse defeito de visão, a pessoa deve utilizar óculos com lentes
convergentes, que fazem com que a imagem do objeto forme-se
exatamente sobre a retina.
É importante ressaltar que não existem somente esses dois casos de
defeitos de visão e que, para cada problema, existe um tipo de lente com
características específicas que possibilitam ao usuário ver nitidamente o
objeto.
Instrumentos ópticos
Os instrumentos ópticos são utilizados no nosso cotidiano e baseiam-se
nos princípios da óptica para permitir, facilitar ou aperfeiçoar a visualização
de determinados objetos, que vão desde seres minúsculos, como alguns
tipos de bactérias, até enormes planetas e estrelas.
Existe uma infinidade de instrumentos ópticos, podemos citar: microscópio,
telescópio, projetores, lupa, câmera fotográfica, óculos, lentes etc. Veja a
seguir como ocorre o funcionamento de alguns dos instrumentos ópticos
que são utilizados no nosso cotidiano.
O olho humano
É formado basicamente por três partes:
Cristalino: funciona como uma lente biconvexa. Ele está situado na região
anterior do globo ocular;
Retina: localizada no “fundo” do globo ocular e funciona como um anteparo
sensível à luz;
Nervo óptico: parte que recebe as sensações luminosas recebidas pela
retina.
Quando olhamos para um objeto, a imagem é percebida pelo cristalino, que
forma uma imagem real e invertida, ou seja, de “cabeça para baixo”. Essa
imagem deve ser focalizada exatamente sobre a retina para que seja
enxergada nitidamente. A imagem é “enviada” para o cérebro através do
nervo óptico. O cérebro, ao receber a imagem, processa sua inversão, de
forma que possamos observar o objeto em sua posição real.

As principais partes do olho humano


Se a imagem recebida pelo cristalino não se formar exatamente sobre a
retina, então a pessoa não enxergará nitidamente os objetos, o que
caracteriza um defeito da visão. De acordo com a posição onde a imagem é
formada, podemos classificar três tipos de defeitos da visão. São eles:
Miopia: a imagem do objeto forma-se antes da retina, pois o globo ocular
das pessoas que apresentam esse defeito é mais alongado. Nesse caso, a
pessoa enxerga os objetos sem nitidez. Para corrigir o problema, é
necessário utilizar óculos com lentes divergentes.
Hipermetropia: As pessoas com esse problema na visão apresentam o
globo ocular mais curto que o normal, o que faz com que a imagem se
forme atrás da retina. Esse defeito é corrigido com o uso de óculos com
lentes convergentes.
Presbiopia: Chamado popularmente de “vista cansada”, é um problema
que ocorre em virtude do envelhecimento natural do nosso organismo,
quando o cristalino fica mais rígido e não acomoda imagens de objetos
próximos. Nesse caso, a imagem forma-se atrás da retina. Esse problema
também pode ser corrigido por lentes convergentes.
Máquina fotográfica
É um instrumento óptico que projeta e armazena uma imagem sobre um
anteparo e funciona de forma semelhante ao olho humano. Possui um
sistema de lentes, denominado objetiva, que se comporta como uma lente
convergente e forma uma imagem real e invertida do material fotografado.
Para que a imagem fique nítida sobre o filme fotográfico, a câmera possui
uma série de sistemas que aproximam ou afastam a objetiva, focalizando a
imagem.
Se essa focalização não for bem feita, a imagem não se forma sobre o filme
e, portanto, não fica nítida. Quando se aciona o botão para a foto, o
diafragma da câmera é aberto, permitindo que a luz proveniente do objeto
incida sobre o filme. Como o filme fotográfico é fabricado com um material
sensível à luz, ele “gravará” a imagem recebida.
A lupa
É o instrumento óptico mais simples, sendo constituída por uma lente
convergente que produz uma imagem virtual e ampliada de um objeto.
Para que a imagem formada pela lupa seja nítida, é necessário que o objeto
seja colocado entre o foco F e o centro óptico. Caso contrário, a imagem
forma-se desfocada.
A imagem formada pela lupa é maior que o objeto

Óptica física
A óptica é uma área da física que busca compreender um grande número
de fenômenos relacionados à luz. Em vista disso, ela pode ser
compreendida como um caso particular da ondulatória, que estuda o
comportamento das ondas de todo o espectro eletromagnético e não
somente da luz visível.
No âmbito da física clássica, a óptica divide-se em duas subáreas — óptica
geométrica e óptica física. Não obstante, ao levar-se em conta os
conhecimentos da física moderna, há também a óptica quântica — uma
área que estuda o comportamento quântico e corpuscular da luz e de outras
radiações, bem como a sua interação com a matéria.

Óptica geométrica

A óptica geométrica interpreta a luz como segmentos de reta,


chamados raios de luz. Os raios de luz são usados para ilustrar a direção
e o sentido de propagação da luz. Grande parte dos fenômenos
luminosos que observamos em nosso cotidiano pode ser explicada
unicamente com as contribuições da óptica geométrica, como as sombras,
os eclipses e a reflexão da luz.
A óptica geométrica faz uso de uma concepção de luz relativamente
simples, por isso, por meio dela podemos explicar facilmente como ocorre
a formação de imagens em sistemas ópticos refletores, como espelhos
planos e esféricos, mas também em sistemas ópticos refratores,
como lentes delgadas, prismas e outros.
A compreensão dos fenômenos luminosos, de acordo com a óptica
geométrica, envolve alguns princípios, por isso, vamos entender cada um
deles no próximo tópico. Caso queira acompanhar mais sobre essa subárea
da óptica, leia nosso texto: Óptica geométrica.
Princípios da óptica geométrica

Esses princípios explicam como os raios de luz comportam-se em diversas


situações. Eles são válidos sob condições específicas que
envolvem meios ópticos homogêneos (de índice de refração constante)
e isotrópicos (que apresentam as mesmas propriedades,
independentemente da direção). Conheça cada um desses princípios:
 Princípio da propagação retilínea da luz: os raios de luz propagam-se
em linha reta.
 Princípio da independência dos raios de luz: ao cruzarem-se, dois
raios de luz atravessam um ao outro como se inexistissem mutuamente.
 Princípio da reversibilidade dos raios de luz: o sentido de propagação
dos raios de luz é reversível.

Os
telescópios são ferramentas de observação que se baseiam nos princípios
da óptica geométrica.

Óptica ondulatória

É a divisão da óptica que interpreta a luz como uma onda


eletromagnética, com frequência e comprimento de onda bem definidos.
A óptica ondulatória permite a compreensão de fenômenos que não podem
ser explicados pela óptica geométrica, tais como a
interferência, difração, polarização etc.
Conceitos importantes da óptica

Confira neste tópico alguns conceitos fundamentais para o seu estudo da


óptica.

Fontes de luz

Chamamos de fonte de luz qualquer corpo que emana luz. Existem


basicamente dois tipos de fontes de luz: primárias e secundárias:
 Fontes primárias: são os corpos que produzem luz, também chamados
de corpos luminosos. A luz pode ser produzida por diferentes processos,
tais como a termoluminescência e a luminescência, que envolve diversos
fenômenos de emissão de luz em baixas temperaturas.
São exemplos de fontes primárias: o Sol e outras estrelas, a chama de
uma vela, uma lâmpada acesa, a resistência de uma churrasqueira
elétrica ligada etc.
 Fontes secundárias: são os corpos que apenas refletem a luz que
incide sobre eles e, por isso, são conhecidos como corpos iluminados.
São exemplos de fontes secundárias: a Lua, seres humanos, vegetais
etc.
Além das classificações relacionadas à forma como a luz emerge dos
corpos, as fontes de luz podem ser divididas entre fontes puntiformes e
fontes extensas, confira:
 Fontes puntiformes: são aquelas que têm dimensões desprezíveis, ou
seja, são muito pequenas em relação ao observador. Exemplos:
as estrelas, o pixel de uma televisão, uma lanterna acesa a vários
quilômetros de distância etc.
 Fontes extensas: são fontes de luz cujo tamanho não pode ser
desconsiderado, pois suas dimensões são comparáveis às do cenário
que é iluminado. Exemplos: Sol e Lua.

Cores

Quando uma luz branca incide sobre algum objeto, parte dela é
absorvida por ele. Essa luz que foi absorvida pode ser transmitida
diretamente para os átomos, excitando-os e fornecendo-lhes energia
térmica, por exemplo. No entanto, parte da luz incidente será refletida de
volta, e é essa parte que define a cor dos corpos iluminados, portanto,
quando olhamos para uma bola vermelha, só a vemos assim porque seus
átomos não são capazes de absorver a luz vermelha.
As cores são também a forma como o cérebro interpreta os
estímulos visuais. O olho humano é capaz de detectar um intervalo de
frequências de ondas eletromagnéticas conhecido como radiação visível,
que se estende entre o infravermelho e a radiação ultravioleta.
O olho humano conta com diferentes tipos de células sensíveis a três picos
de frequência, que correspondem às cores verde, vermelho e azul. É com
base na combinação desses três estímulos que o cérebro humano “cria” a
nossa percepção das cores.

Luz monocromática

É aquela que apresenta idealmente uma única frequência, ou seja,


uma única cor. A luz branca, por exemplo, é policromática, ou seja, é
composta por diversas frequências de luz.

Meios ópticos

Podem ser transparentes, translúcidos ou opacos, vamos conferir as


características de cada um deles:
 Meios transparentes: são aqueles em que a luz consegue ser
transmitida com pouca ou nenhuma perda de intensidade, além disso, é
possível enxergar com nitidez através deles. São exemplos: vácuo, ar,
vidro etc.
 Meios translúcidos: permitem a transmissão parcial da luz, no entanto,
não é possível enxergar através desses meios com nitidez.
São exemplos: névoa, papel vegetal, vidro fosco etc.
 Meios opacos: interrompem a passagem da luz, refletindo-a ou
absorvendo-a. São exemplos: paredes, ossos, metais etc.
A opacidade de um meio óptico depende de muitos fatores, como
a densidade e a distância percorrida pela luz, mas também depende
da frequência dela. Alguns meios são opacos apenas para algumas
frequências, ou seja, barram a passagem de certas cores.

Sistemas ópticos

São meios ópticos dispostos em formas e tamanhos diferentes, usados


para manipular a direção da propagação da luz. Existem sistemas
ópticos refletores e refratores.
 Sistemas ópticos refletores: superfícies polidas, espelhos planos,
espelhos esféricos etc.
 Sistemas ópticos refratores: dioptros planos, lentes esféricas côncavas
e convexas etc.

Sombra e penumbra
As sombras são produzidas quando algum meio opaco intercepta os raios
de luz. Quando isso acontece, forma-se uma região do espaço onde não há
incidência direta dos raios de luz, essa região é chamada de sombra.
A penumbra, por sua vez, é parcialmente iluminada pelos raios de luz e
localiza-se em uma região de transição entre a sombra e a luminosidade.
As penumbras são produzidas quando objetos opacos são iluminados por
fontes extensas de luz. Se quiser aprofundar-se mais na formação desses
efeitos, leia: Sombra e penunbra.

Fenômenos ópticos

São eventos que podem ser observados e que ocorrem pela interação da
luz com a matéria. Confira as propriedades dos principais fenômenos desse
tipo:

Reflexão

Ocorre quando a luz incide sobre uma superfície refletora e retorna


para o seu meio de propagação de origem. Existem dois tipos de
reflexão: regular e difusa. Na reflexão regular, os ângulos de incidência e
reflexão são iguais, e os raios incidente e refletido encontram-se no mesmo
plano, possibilitando a formação de imagens refletidas. Já
na reflexão difusa, não é possível enxergar imagens refletidas.

Refração

É caracterizada pela passagem da luz através de dois meios de


diferentes índices de refração. Quando a luz atravessa meios com
diferentes refringências, sua velocidade de propagação muda, fazendo com
que possam ocorrer desvios laterais em sua trajetória. Quer saber mais
sobre esse tipo de fenômeno óptico, leia: Refração da luz.

Absorção

É o fenômeno em que uma parte ou até mesmo toda a luz incidente


sobre um corpo é absorvida. Corpos capazes de absorver toda a luz
incidente sobre ele são conhecidos como corpos negros. A maioria dos
corpos, entretanto, não são negros, isto é, absorvem somente uma parte da
luz incidente. A cor das fontes secundárias de luz é determinada pelo
espectro de absorção daquele corpo, ou seja, pela sua capacidade de
absorver determinadas frequências da luz visível.

A
figura ilustra os fenômenos ópticos da reflexão, absorção e transmissão.

Transmissão

É um processo em que a luz atravessa um meio óptico translúcido ou


transparente. Quando a luz é transmitida através desses tipos de meios,
sua velocidade pode mudar, bem como sua direção de propagação, o que
caracteriza uma refração.

Difração

Ocorre quando a luz atravessa uma fenda de dimensões parecidas com


seu comprimento de onda. Quando isso acontece, a fenda passa a
produzir frentes de ondas circulares. Além disso, a diferença entre os
espaços percorridos pelas frentes de ondas esféricas produz
um padrão de interferência, que produz regiões de alta intensidade
luminosa, seguidas de regiões de baixa intensidade luminosa. Para
aprofundar-se a respeito dessa propriedade das ondas, leia: Difração.

Interferência

É um fenômeno em que a diferença de fase entre duas ou mais ondas


produz regiões de alta ou baixa intensidade luminosa. Chamamos
de interferência construtiva a interação entre ondas que produz ondas de
maior amplitude; e de interferência destrutiva, a produção de ondas de
amplitude mais baixa ou até mesmo nula em alguns pontos do espaço.

Polarização

É o nome que se dá ao processo que seleciona qual deve ser


a direção de oscilação do campo elétrico de
uma onda eletromagnética. Para que isso aconteça, a onda deve passar
através de um polarizador, que eliminará todas as componentes do campo
elétrico que não oscilem na direção desejada.

A
óptica estuda, entre outros fenômenos, a dispersão da luz branca quando
refratada.

Natureza ondulatória da luz


Luz é uma forma de radiação eletromagnética cuja frequência é visível ao olho
humano. A luz pode propagar-se no vácuo com velocidade de aproximadamente
300 mil km/s. As frequências de luz que são visíveis ao olho humano são
chamadas de espectro visível, essas ondas têm comprimentos
entre 400 nm e 700 nm.
Ondas eletromagnéticas que apresentam frequências menores que a da luz visível
são chamadas de infravermelho, enquanto as que apresentam frequências maiores
são chamadas de ultravioleta.
A luz visível tem comprimentos de onda entre 400 nm e 700 nm.
Conceito
A luz já foi estudada e interpretada de diversas formas, entre algumas de suas
descrições podemos ressaltar a geométrica, a ondulatória e a corpuscular.
 Geométrica: A luz pode ser representada por retas, comumente chamadas
de raios de luz. Um conjunto de raios de luz, por sua vez, é chamado de feixe.
Para a óptica geométrica, a luz propaga-se somente em linha reta. A
interpretação geométrica da luz é capaz de explicar o funcionamento de lentes e
espelhos. Para saber mais sobre óptica geométrica, clique aqui.
 Ondulatória: A luz é capaz de propagar-se no espaço, transportando energia
consigo. A frequência da luz, nesse caso, diz respeito ao número de oscilações
realizadas pelos campos elétrico e magnético, a cada segundo. De acordo com a
natureza ondulatória, a luz propaga-se em uma direção perpendicular ao campo
eletromagnético que a origina. A descrição eletromagnética da luz também
explica o surgimento dos fenômenos
de interferência, difração, refração e polarização, por exemplo. Para aprender
mais sobre ondas, clique aqui.

As ondas eletromagnéticas são formadas por campos elétricos e magnéticos.


 Corpuscular: A luz é formada por um grande número de partículas dotadas
de movimento linear, porém sem massa, chamadas de fótons. Esse tipo de
interpretação também é capaz de explicar os fenômenos citados anteriormente,
bem como alguns fenômenos quânticos, como o efeito fotoelétrico.
Natureza
A natureza da luz diz respeito ao que a forma. Ao longo da história da Física, já
houveram cientistas que defendiam a natureza ondulatória da luz,
como Thomas Young, enquanto outros defendiam a sua natureza corpuscular,
como Isaac Newton. Atualmente, após as contribuições dadas pelos
físicos Max Planck e Albert Einstein, entende-se que a natureza da luz
é dual, isto é: ora ela comporta-se como uma onda, ora como partícula. Esse
comportamento, chamado de “dualidade onda partícula”, também é observado
em outras partículas quânticas, como os prótons, nêutrons e elétrons.
Características
Entre as características da luz, podemos ressaltar algumas das mais importantes:
 Intensidade: A intensidade da luz mede a quantidade de energia que ela irradia,
a cada segundo, por unidade de área.
 Frequência: A frequência da luz mede a quantidade de oscilações que ela sofre a
cada segundo.
 Polarização: A polarização é determinada pelo ângulo de vibração do campo
elétrico que forma a luz.
Fontes
Qualquer corpo capaz de emanar luz pode ser considerado uma fonte de luz.
Existem fontes de luz primárias e secundárias.
 Primárias: são capazes de produzir a sua própria luz, também são chamadas de
corpos luminosos. Exemplo: fósforo aceso, Sol, lâmpada acesa.
 Secundárias: são capazes de apenas refletirem a luz que incide sobre elas,
também são conhecidas como corpos iluminados. Exemplo: parede iluminada,
nuvens, pessoas.
Emissão
A luz emitida pelas fontes primárias pode ser produzida por diferentes processos.
Podemos classificar os processos de emissão de luz
em: luminescentes e termoluminescentes.
 Termoluminescência: é a emissão de luz em razão da excitação térmica. Com o
aquecimento, os átomos têm seus elétrons excitados. No processo de relaxação,
esses elétrons emitem luz. Exemplo: emissões de corpo negro, como carvão
aquecido em brasa.
A luz emitida pelo carvão em brasa é obtida pela termoluminescência.
 Luminescência: são todos os processos de emissão de luz motivados por algum
tipo de excitação que não a excitação térmica. Dentre os processos de
luminescência, podemos destacar a fotoluminescência (emissão de luz após a
absorção de fótons), responsável pela fluorescência e fosforescência,
bioluminescência etc.

O plâncton emite luz por meio da bioluminescência.


Princípio de Huygens.
Christian Huygens (1629-1695) foi um matemático, físico e astrônomo
holandês que patenteou o primeiro relógio de pêndulo (1656), produziu
potentes lentes capazes de detectar uma das luas de Saturno e
desenvolveu trabalhos relacionados à teoria ondulatória da luz.
O chamado princípio de Huygens diz que cada ponto em uma frente de
onda funciona como uma nova fonte, produzindo ondas que se
propagam com a mesma frequência, velocidade e na mesma direção
das ondas originais.

A imagem acima representa ondas propagando-se na superfície da água,


por exemplo. Cada linha corresponde a uma frente de onda que se desloca
para a direita. De acordo com o princípio de Huygens, cada ponto
destacado na frente de onda comporta-se como uma nova fonte, o que faz
com que a frente de onda mantenha seu formato, desde que não existam
obstáculos a serem superados.
Esse princípio está por trás da explicação do fenômeno da difração,
segundo o qual as ondas possuem a capacidade de contornar
obstáculos.
Ondas sofrendo difração

Na imagem acima, as frentes de ondas paralelas sofrem difração ao passar


pela fenda. Pode-se perceber que as ondulações atingem as regiões
opostas aos obstáculos, e isso é possível porque cada ponto das frentes de
onda comporta-se como fonte de novas ondas, obedecendo ao princípio
estabelecido por Huygens.

Difração da luz
A difração pode ser definida como a capacidade das ondas em contornar
obstáculos. Quando uma onda choca-se com um obstáculo que possui uma
abertura com dimensões comparáveis a seu comprimento, as partes da onda que
passam pelo espaço aberto alargam-se e atingem as regiões opostas ao obstáculo.

Na imagem acima, depois que as ondas passam pela fenda, elas tornam-se
circulares, assim, conseguem atingir toda a região posterior ao obstáculo.
Tamanho da fenda
À medida que o tamanho da fenda por onde as ondas passam aumenta, em
relação ao comprimento de onda, o fenômeno de difração torna-se menos intenso.
Na imagem a seguir, o obstáculo apresenta uma abertura maior que na imagem
anterior. Isso não impede a ocorrência da difração, porém ela acontece de forma
menos intensa.

Difração e tipos de ondas


O fenômeno da difração ocorre com todos os tipos de ondas. Com as ondas
sonoras, por exemplo, pode-se perceber a ocorrência desse fenômeno quando
duas pessoas mantêm a conversação mesmo quando há um obstáculo interposto
entre elas, como um muro.

Interferência da luz e experimento de Young


Isaac Newton, o autor das leis que explicam as causas e efeitos dos movimentos,
acreditava que a luz era formada por corpúsculos, e que os principais fenômenos
óticos podiam ser explicados utilizando a teoria corpuscular. Christiaan Huygens
era contrário à visão que Newton tinha. Ele defendia a teoria ondulatória, no
entanto, a teoria de Newton prevaleceu por séculos em razão da sua autoridade
científica. Foi só no início do século XIX que Thomas Young realizou um
experimento e resolveu a questão favorável a Huygens.

A primeira demonstração experimental de que a luz é uma onda foi realizada no


ano de 1801 pelo médico, cientista e físico inglês Thomas Young. Ele se
interessou pelo estudo dos fenômenos luminosos e foi o primeiro a propor que as
ondas luminosas são transversais e não longitudinais, como alguns cientistas
acreditavam.

Young, com um experimento brilhante, descobriu um método para obter duas


fontes de luz em fase. Thomas fez com a luz produzida por uma fonte luminosa
fosse difratada ao passar por um pequeno orifício. Após ser difratada, a onda
luminosa se propagava em direção a dois outros pequenos orifícios, onde sofria
novamente o fenômeno da difração. Com isso, surgiam duas novas ondas
luminosas que se propagavam com fases constantes. Finalmente, essas duas
ondas atingiam um anteparo (alvo) onde era possível ver a existência de regiões
claras e escuras. As regiões escuras correspondiam às interferências destrutivas,
enquanto que as regiões claras correspondiam às interferências construtivas.

A experiência realizada por Young teve grande repercussão entre os cientistas,


pois ele mostrou que é possível obter interferência com a luz, e dessa forma
demonstrou, de forma quase definitiva, que a luz é um fenômeno ondulatório.

Ondulatória
Podemos classificar como uma onda qualquer perturbação ou vibração em
um meio específico. As ondas produzem diversos movimentos, já que elas
são formas de transmissão de energia (mecânica ou eletromagnética),
como o movimento que ocorre quando lançamos uma pedra dentro de um
rio.
Chamamos de Ondulatória a parte da Física que é responsável por estudar
as características e propriedades em comum dos movimentos das ondas.
A onda não é capaz de originar-se sozinha, visto que ela apenas faz a
transferência de energia cinética de uma fonte. Portanto, fonte é o objeto
ou meio que pode criar uma onda.
As ondas podem ser classificadas segundo a natureza, o tipo de vibração e
quanto à direção da propagação.
Quanto à natureza:
- Ondas mecânicas: Necessitam de um meio natural para propagar-se.
Ex: ondas sonoras.
- Ondas eletromagnéticas: Não precisam de um meio natural para
propagar-se. Ex: raio-x, ondas de rádio, luz, etc.
Quanto à direção de vibração:
- Ondas transversais: Vibram perpendicularmente à propagação. Ex:
Ondas do mar, ondas em cordas.
- Ondas longitudinais: Vibram de acordo com a propagação. Ex: Ondas
sonoras.
Quanto à direção de propagação:
- Unidimensionais: Propagam-se em apenas uma direção. Ex: onda de
uma corda.
- Bidirecionais: Propagam-se em até duas direções. Ex: onda provocada
pela queda de algum material na água.
- Tridimensionais: Propagam-se em todas as direções. Ex: ondas sonoras.
Características das ondas
- Frequência: Representa o grau de oscilação dos pontos do meio no qual
a onda propaga-se. A frequência de uma onda é medida em Hz (hertz), que
equivale a 1 segundo. Portanto, se a frequência é de 75 Hz, podemos
afirmar que a onda oscila 75 vezes por segundo. Outro fator importante é
que o valor da frequência sempre é igual ao valor da fonte.
- Período: É o tempo que a fonte precisa para gerar uma onda completa.
Relacionando a frequência (f) com o período (T), temos a seguinte equação:

- Comprimento da onda: É o tamanho da onda. Esse comprimento pode


ser medido de crista a crista (parte mais alta da onda), do início ao fim, ou
de vale a vale (parte mais baixa da onda). A crista da onda é denominada
pela letra grega lambda (λ).
- Velocidade: É a velocidade que a onda leva para propagar-se. Para
calcular a velocidade, temos a seguinte equação:

- Amplitude: É a distância entre a parte mais baixa (vale) e a parte mais


alta (crista) da onda, ou seja, a “altura” da onda.

Pulsos e ondas
As ondas periódicas são formadas por pulsos com período constante.
Embora a perturbação do meio seja propagada por ele todo, se
selecionarmos um único ponto da onda, perceberemos que ele permanecerá
no mesmo local durante o movimento. Como qualquer onda, as periódicas
possuem crista, vale, frequência, comprimento de onda, período e velocidade
de propagação. Resumo sobre ondas periódicas
 Ondas periódicas possuem período constante.
 Período é o intervalo de tempo de um pulso completar uma oscilação.
 As características dessas ondas são: amplitude (crista e vale), comprimento de
onda, frequência, período e velocidade de propagação.
 Os pontos das cristas e dos vales oscilam em oposição de fase entre si.
 Os pontos das cristas oscilam em concordância de fase.
 Os pontos dos vales oscilam em concordância de fase.
 A frequência e o período se relacionam pelo inverso um do outro.
 Com a equação fundamental da ondulatória, é possível encontrar a velocidade de
propagação da onda: v = λ . f.
O que são ondas periódicas?
As ondas periódicas são perturbações no meio provocadas por uma fonte com
período constante, ou seja, o intervalo para completar um pulso ou uma
oscilação é um valor constante.

Exem
plo de uma onda periódica transversal formada em uma mola
Classificação das ondas periódicas
Como qualquer onda, as ondas periódicas podem ser classificadas em relação a
sua natureza, direção de propagação e de vibração.

→ Classificação das ondas periódicas quanto à natureza


 Mecânica: ondas que precisam de um meio para se propagar, como a onda do
mar e a onda sonora.
 Eletromagnética: ondas que não precisam de um meio material para se propagar,
como a luz.
→ Classificação das ondas periódicas quanto à direção de propagação
 Unidimensional: ondas que se propagam em apenas uma direção, como um
pulso em uma corda.
 Bidimensional: ondas que se propagam em duas dimensões, como ondas na
superfície de uma piscina.
 Tridimensional: ondas que se propagam em todas as direções, como a onda
sonora.
→ Classificação das ondas periódicas quanto à direção de vibração
 Longitudinal: ondas que possuem a direção de vibração da fonte igual à direção
de propagação da onda, como a onda sonora saindo de um equipamento de som.
 Transversal: ondas que possuem a direção de vibração perpendicular à direção
de propagação da onda, como a onda de uma corda.
Elementos das ondas periódicas
As ondas periódicas, como qualquer onda, possuem: amplitude (A), comprimento
de onda (λ), frequência (f), período (T) e velocidade de propagação (v).

 Amplitude (A): é a distância entre o eixo central e o ponto mais alto (crista) ou


mais baixo da onda (vale). Sua unidade de medida no Sistema Internacional é o
metro (m).
 Comprimento de onda (λ): é a medida de um ciclo completo da onda, que pode
ser medido entre duas cristas, dois vales ou entre uma crista e um vale. Sua
unidade de medida no S.I. é o metro (m).
 Frequência (f): é a quantidade de ciclos em um determinado intervalo de tempo.
Se as cristas e os vales estão muito próximos, isso significa que a frequência da
onda é alta, do contrário, a frequência é baixa. Sua unidade de medida no S.I. é o
hertz (Hz).
 Período (T): é o intervalo de tempo para se completar um ciclo de onda. Por isso,
o período é medido no intervalo de um comprimento de onda. Sua unidade de
medida no S.I. é o segundo (s).
 Velocidade de propagação (v): muda dependendo do meio onde a onda está, e é
dada pela equação fundamental da ondulatória: V = λ/T = λ . f. Sua unidade de
medida no S.I. é o metro por segundo (m/s).
Fórmulas das ondas periódicas
Para encontrar o período ou a frequência de uma onda periódica, basta relacionar
essas duas grandezas.
Para encontrar e frequência:

Para encontrar o período:

Para encontrar a velocidade de propagação de uma onda, basta utilizar a equação


de velocidade na cinemática, que, adaptada para a ondulatória, é chamada de
equação fundamental da ondulatória:

Substituindo o deslocamento linear pelo deslocamento da onda e o intervalo de


tempo pelo período:

Comprimento de onda
O comprimento de onda é a distância de um ciclo de onda. Esse comprimento
pode ser encontrado entre duas cristas, pontos mais altos da onda, ou entre dois
vales, pontos mais baixos da onda.
O comprimento de onda é medido em metros e representado pela letra grega
λ. Os pontos mais altos, as cristas, vibram em concordância de fase. Os pontos
mais baixos, os vales, também vibram em concordância. Contudo, as cristas e os
vales vibram em oposição de fase entre si.

Comprimento de onda, frequência e velocidade de ondas


Se fizermos frequentemente o movimento harmônico simples em uma
extremidade de uma corda fixa esticada na horizontal, produziremos uma
sequência de ondas com períodos de repetição iguais, ou seja,
produziremos uma onda periódica, conhecida também como trem de ondas,
que se propaga com velocidade constante.
Na figura acima temos o exemplo, ou seja, a configuração básica de uma
onda periódica em um instante t, logo após os movimentos periódicos terem
começado.
De acordo com a figura abaixo, se soubermos a configuração da onda
periódica, temos a possibilidade de identificar algumas dessas
características. O ponto mais alto da corda da figura abaixo, por exemplo,
denomina-se crista da onda; já o ponto mais baixo da corda, denomina-
se vale da onda. Sendo assim, a distância entre duas cristas ou dois vales
consecutivos é definida como sendo o comprimento de onda.
Representamos o comprimento de uma onda qualquer utilizando o seguinte
símbolo: (λ).
Ainda com relação à figura abaixo, podemos dizer que a distância entre
uma crista e um vale consecutivos de uma onda periódica é igual a meio
comprimento de onda, ou seja, (λ/2); e a distância entre uma crista ou um
vale à posição de equilíbrio é igual a um quarto do comprimento de onda
(λ/4).

Como sabemos que cada ponto da corda realiza um MHS, também é


possível determinar o comprimento de onda como sendo a menor distância
entre dois pontos em concordância de fase. Dizemos que dois pontos
estão em concordância de fase se eles executarem o mesmo MHS, ou seja,
se eles possuírem a mesma aceleração, velocidade e elongação.
Dessa forma, podemos afirmar que sempre duas cristas e dois vales estão
em concordância de fase. Já quanto a uma crista e um vale, dizemos que
eles estão em oposição de fase. Sendo assim, podemos definir que:
O comprimento de onda (λ) corresponde à menor distância entre dois
pontos da onda em concordância de fase.
Pela definição da velocidade média, temos:

Sendo vm = v, Δs = λ e Δt = T, temos que:

Sabendo que o período é o inverso da frequência, T = 1/f, vem a Equação


fundamental das Ondas:
v=λ .f
A equação acima, que fornece a velocidade de propagação de uma onda,
vale para ondas mecânicas e eletromagnéticas.
Ondas transversais e longitudinais
A classificação das ondas permite dividi-las de acordo com
sua natureza, direção de propagação e direção de vibração. De acordo com
sua natureza, a onda pode ser classificada em mecânica,
eletromagnética ou gravitacional; de acordo com
as direções de propagação, classifica-se
como unidimensional, bidimensional ou tridimensional; e de acordo com
a direção de vibração, como longitudinal ou transversal.
O que são ondas?
Ondas são fenômenos que se propagam no tempo e no espaço
transportando energia, sem transportar matéria. São geradas por algum tipo de
estímulo, que pode ou não ser periódico, isto é, pode ou não se repetir com
regularidade.
São exemplos de ondas: ondas eletromagnéticas (luz visível, radiação
infravermelha, raios ultravioletas, ondas de rádio), som, vibrações e terremotos.

Tipos de ondas
De acordo com sua natureza (forma de energia de que são feitas),
as ondas apresentam três subdivisões: ondas mecânicas, eletromagnéticas e as
recém-observadas ondas gravitacionais.
 Ondas mecânicas: precisam de um meio físico para se propagarem. São
produzidas por estímulos mecânicos, como colisões entre corpos envoltos
em qualquer meio, como ar, água, metais, etc. As ondas mecânicas
são vibrações capazes de se propagarem em meios elásticos (que oferecem
pouca perda de energia), como o som e todas as demais formas de vibrações.
 Ondas eletromagnéticas: são produzidas por variações em campos elétricos
e magnéticos, e a variação de um desses campos dá origem ao outro. Essas
ondas são capazes de se deslocarem no vácuo com a velocidade da luz, cerca
de 3.108 m/s. São classificadas como ondas eletromagnéticas: luz visível,
micro-ondas, raios gama, raios X, etc.

Ondas eletromagnéticas são produzidas por oscilações de campos elétricos e magnéticos.


 Ondas gravitacionais: são ondas de gravidade, que podem ser observadas
quando dois ou mais corpos extremamente massivos colidem-se. Apesar de
terem sido previstas há muito tempo, só puderam ser observadas
recentemente: na ocasião, dois buracos negros colidiram-se, gerando ondas
gravitacionais detectáveis na Terra. Essas ondas não necessitam de um meio
para se propagarem e propagam-se com a velocidade da luz no vácuo.

Quando dois corpos massivos orbitam-se, eles podem gerar ondas gravitacionais.
Direção de propagação das ondas
As ondas podem ser classificadas de acordo com as direções em que se propagam
no espaço. De acordo com essa classificação, há três subdivisões:
ondas unidimensionais, bidimensionais e tridimensionais.
 Ondas Unidimensionais: podem propagar-se somente em uma direção do
espaço. Como exemplo, podemos citar a onda de energia potencial elástica, que
se forma quando uma mola esticada é solta.
 Ondas Bidimensionais: propagam-se em duas direções simultâneas. Por
exemplo: quando uma pedra cai em um lago de águas calmas, formam-se
ondas bidimensionais que deslocam-se pela superfície do lago.

 Ondas Tridimensionais: conseguem propagar-se nas três direções do


espaço simultaneamente. Por exemplo: o som e a luz são ondas de
propagação tridimensional.
Direção de vibração das ondas
Existem duas possibilidades de classificação relacionadas
à direção de vibração das ondas: ondas longitudinais e ondas transversais.
 Ondas longitudinais: propagam-se na mesma direção que o estímulo que as
produz. Por exemplo: para produzirmos um som, a passagem do ar faz as
cordas vocais vibrarem para frente e para trás, produzindo regiões de
compressão e rarefação do ar. Essas regiões deslocam-se na mesma direção
da vibração das cordas vocais. Observe a imagem abaixo:
 Ondas transversais: propagam-se em direções perpendiculares às do
estímulo responsável por produzi-las. Por exemplo: ao balançarmos uma
corda para cima e para baixo, a onda que é produzida desloca-se para frente,
na direção horizontal.

A figura acima mostra-nos que a luz que enxergamos é um exemplo de onda transversal.
Resumo sobre classificação das ondas
 As ondas podem ter três naturezas
distintas: mecânicas, eletromagnéticas e gravitacionais.
 As ondas podem propagar-se em uma, duas ou três direções do espaço,
sendo classificadas, respectivamente, como
ondas unidimensionais, bidimensionais ou tridimensionais.
 As ondas podem ser classificadas segundo sua direção de vibração: ondas
que se propagam na mesma direção que seu estímulo são longitudinais, já
as ondas que se propagam em direções perpendiculares às do seu estímulo
são ondas transversais.

Reflexão, refração e polarização de ondas

As ondas são movimentos causados em sistemas, que são provocados por


perturbações ocorridas sobre o meio. Uma onda não possui a capacidade
de transportar matéria, apenas pode transportar energia.
Nosso cotidiano está repleto de fenômenos e tecnologias que funcionam
por meio de princípios da ondulatória. Transmissões via rádio e
via satélite, Wi-Fi, micro-ondas, ecolocalização, etc., são algumas
aplicações das ondas.
Fenômenos ondulatórios
Qualquer que seja o tipo de onda, ela está sujeita aos fenômenos
da reflexão, refração e difração. A seguir, fizemos breves descrições desses
três fenômenos:
 Reflexão: Ocorrerá reflexão sempre que uma onda atingir determinada
superfície e voltar a propagar-se no meio de origem. A onda
refletida manterá a velocidade, frequência e comprimento de onda iguais
aos da onda incidente.
 Refração: Ocorre refração quando a onda muda seu meio de
propagação. A luz do Sol, por exemplo, vem da estrela através do vácuo
e sofre refração ao entrar na atmosfera terrestre. Na refração,
a velocidade de propagação da onda será alterada, pois a mudança de
meio gera mudança no comprimento de onda. A frequência das ondas,
por depender da fonte geradora, não é alterada na refração.
O simulador interativo abaixo pode auxiliar no estudo da reflexão e refração
das ondas. Ele mostra a relação entre os ângulos de reflexão e refração,
bem como as intensidades dos raios de luz após sofrerem esses
fenômenos.
 Difração: A difração trata da capacidade das ondas de contornar
obstáculos.

Observe que, ao atingirem a fenda, as ondas que se propagavam na água


contornaram o obstáculo e chegaram até o lado oposto dele, porém, com o
formato circular. O tamanho da fenda em relação ao comprimento de onda
das ondas influencia na ocorrência do fenômeno, assim, quanto maior for o
comprimento de onda em relação à fenda, mais intensa será a difração.

Difração, interferência e princípio de superposição


Quando dois pequenos objetos, como duas pequenas pedras, por exemplo, batem
sobre a superfície de um líquido como um rio, ondas circulares propagam-se
sobre essa superfície. Supondo que essas ondas formadas possuam
mesma frequência, mesmo comprimento de onda e que as fontes possuam
diferença de fase constante, em um dado instante, há a interceptação dos pulsos
das ondas, ocorrendo, dessa forma, a interferência, que é o fenômeno que
representa a superposição de duas ou mais ondas em um mesmo ponto. Isso
acontece de acordo com o princípio da superposição de ondas e pode ser
classificado em interferência construtiva e interferência destrutiva.
• Interferência destrutiva – ocorre quando as ondas não têm a mesma fase e
possui caráter de aniquilação.
• Interferência construtiva – ocorre quando as ondas apresentam a mesma fase
e possui caráter de reforço, ou seja, há a formação de uma onda maior do que
aquelas que lhe deram origem.
A interferência é um fenômeno típico dos movimentos ondulatórios, ou seja,
pode-se obter a interferência com duas ou mais fontes luminosas ou fontes
sonoras, como o alto-falante.
No ramo das telecomunicações, o estudo da interferência é muito importante,
pois esse fenômeno é um dos fatores responsáveis pela limitação no tráfego das
informações, produzindo ruídos e outros tipos de interferências que podem ser
reduzidos com certos tipos de modulação.

A interferência também ocorre nas bolhas de sabão: o feixe luminoso, ao incidir


na bolha, sofre esse fenômeno tanto na superfície superior quanto na inferior. Em
virtude disso, surgem regiões escuras que são as zonas de interferência destrutiva
e as regiões claras que correspondem às zonas de interferência construtiva.

Ondas estacionárias
As ondas estacionárias são formadas quando duas ondas, propagando-se em
direções opostas, encontram-se. As ondas estacionárias são facilmente
encontradas em instrumentos musicais de sopro e de corda, já que possuem
barreiras que proporcionam a reflexão da onda.
Essas ondas, como qualquer onda, possuem: amplitude (A), comprimento de
onda (λ), frequência (f) e velocidade (v). Além de possuírem os nós, nos quais
ocorrem interferência destrutiva, e os ventres, nos quais ocorre interferência
construtiva.
Cada crista ou vale nos dá o valor do harmônico, e, por meio da equação
fundamental da onda (v = f . λ), é possível achar a velocidade, frequência e o
comprimento da onda estacionária em cordas e tubos abertos ou fechados.
Resumo sobre ondas estacionárias
 São o fenômeno que ocorre quando duas ondas, propagando-se em direções
opostas, encontram-se.
 Normalmente aparecem em cordas ou tubos abertos ou fechados.
 Como qualquer onda, possuem: amplitude (A), comprimento de onda (λ),
frequência (f) e velocidade (v). Além de possuírem os nós e ventres.
 Para achar sua velocidade, basta utilizar a equação fundamental da onda: v = f . λ.
 Nas cordas, o comprimento de onda em uma onda estacionária é metade do
comprimento de onda total.
 Nos tubos fechados, o comprimento de onda em uma onda estacionária é um
quarto do comprimento de onda total.
Principais características das ondas estacionárias
A onda estacionária é um fenômeno que ocorre quando duas ondas, propagando-
se em sentidos contrários, interferem-se. Esse processo é causado
pela ressonância (quando se aplica uma frequência igual ou próxima à do
sistema), e, com isso, produz-se notas musicais em instrumentos de corda e
sopro, o que é chamado de harmônico.

Instru
mentos de corda e sopro.
Na formação de uma onda estacionária, é possível observar um padrão em que
há pontos de interferência destrutiva (diminuição de amplitude), nos quais não
há movimentação, chamados de nós.
Além disso, pode-se observar pontos em que há a formação de cristas e
vales (ponto mais alto e mais baixo da onda), nos quais há interferência
construtiva (aumento de amplitude), e são conhecidos como antinós ou ventres.

Repres
entação de ondas estacionárias e seus harmônicos em uma corda.
Cada crista ou vale pode ser contado para achar-se a ordem do harmônico, que
necessariamente tem que ser um número inteiro. O 1º harmônico é a menor
frequência que a onda pode ter e é chamado de harmônico fundamental.
Velocidade das ondas estacionárias
A onda estacionária, assim como qualquer onda, possui uma velocidade
conhecida por meio da equação fundamental da onda:
v=f.λ
v → velocidade da onda (m/s)
f → frequência da onda (Hz)
λ → comprimento de onda (m)
Quando a onda estacionária está sendo formada em uma corda uniforme, é
possível encontrar a velocidade por meio da densidade da corda e a tensão
sofrida por ela:

v → velocidade da onda (m/s)


T → tensão na corda (N)
µ → densidade linear de massa (kg/m3)
Ondas estacionárias em tubos sonoros
Além das cordas, as ondas estacionárias podem ser formadas quando o ar
passa por tubos sonoros, abertos ou fechados, formando sons intensos, como em
instrumentos de sopro.

Repres
entação da onda estacionária em um tubo sonoro.
Nos tubos abertos, com as extremidades livres, as ondas estacionárias são
produzidas com os ventres nas extremidades e os nós ao longo do seu interior.
Nos tubos fechados, com uma das extremidades fechada e a outra livre, o nó é
formado na sua extremidade fechada e ao longo do tubo, e o ventre é formado
na sua extremidade aberta.

Como calcular ondas estacionárias?


A onda estacionária, em seu harmônico fundamental, apresenta uma formação
diferente de uma onda, isso porque estamos vendo apenas metade da onda.
Dessa forma, o comprimento de onda de uma onda estacionária é encontrado
após três nós consecutivos ou dois ventres.

Uma forma de encontrar o harmônico é contando a quantidade de ventres que


aparecem e vice-versa. Assim, o comprimento da corda para que ocorra uma
onda estacionária deve ser um múltiplo inteiro (n = 1, 2, 3...) da metade do
comprimento de onda (λ). Da seguinte maneira, conseguimos relacionar o
comprimento de onda com o tamanho da corda:

L → comprimento da corda (m)


n → ordem do harmônico
λ → comprimento de onda (m)
Em tubos abertos, o comprimento do tubo pode ser encontrado pela mesma
equação da corda. Agora, para achar a frequência dessa onda, utilizaremos
a equação fundamental da onda, isolando a frequência:
v=f.λ

Sabendo que o comprimento de onda no harmônico fundamental é metade do


comprimento total, e utilizando a equação do comprimento do tubo/corda:

Substituindo na equação fundamental:

Em tubos fechados, a ordem dos harmônicos é dada por um múltiplo inteiro


ímpar (n = 1, 3, 5…), e, pelo formato da onda, é visto que a distância entre um
ventre e um nó consecutivos é igual a um quarto do comprimento de onda.
Assim, para achar o comprimento do tubo e a frequência da onda, precisamos
alterar o 2 pelo 4:

Ondas sonoras (altura, intensidade, timbre e velocidade)


Intensidade, timbre e altura são características, ou propriedades dos sons. A
intensidade sonora refere-se à potência da fonte emissora, bem como à
quantidade de energia que o som é capaz de transportar; o timbre diz
respeito ao formato das oscilações sonoras e a altura, por sua vez, é
determinada pela frequência do som. Intensidade
A intensidade sonora mede a quantidade de energia que uma onda sonora é
capaz de transferir a cada segundo em uma área de 1 m². A intensidade relaciona-
se à amplitude da onda e é definida pela potência emitida pela fonte dividida
pela área da frente de onda sonora, como mostramos a seguir:

I – Intensidade sonora (W/m²)


P – Potência (W)
A – Área da frente de onda (m²)
A figura a seguir ilustra a frente de onda sonora, que tem formato circular, uma
vez que as sonoras são tridimensionais e propagam-se com a mesma velocidade
em todas as direções:
A
intensidade sonora diminui com o quadrado da distância entre a fonte e o
observador.
Por meio da figura, é possível perceber que, conforme nos afastamos uma
distância r, a área da frente de onda aumenta com o quadrado da distância.
Por tratar-se de uma onda esférica, essa área pode ser calculada pela expressão
4πr².
Apesar de a unidade de intensidade sonora ser o watt por metro quadrado, a
intensidade sonora é comumente medida em uma escala logarítmica conhecida
como escala de Bell, criada pelo inventor do telefone, Alexander Graham Bell.
A escala de Bell utiliza as propriedades do logaritmo de base 10 para comparar
sons de diferentes intensidades, para tanto, o menor valor existente nessa escala é
também o menor valor de intensidade sonora audível (chamada de I 0), cerca
de 10-12 W/m², também conhecido como limiar de audibilidade. De acordo com
essa escala, sons de diferentes intensidades relacionam-se com I0 da seguinte
maneira:

N – número de bel


Aplicando as propriedades logarítmicas na equação apresentada, obtém-se a
seguinte expressão:

O cálculo acima permite calcular o número de decibéis de uma onda sonora de


intensidade I. O decibel é um submúltiplo dez vezes menor que o bel. A partir
disso, é possível compreender que um som de 20 decibéis é 10 vezes mais forte
que um som de 10 decibéis, por exemplo.
Quando algum som tem grande intensidade, dizemos que esse som é forte, ao
contrário, trata-se de um som fraco.
Timbre

O
timbre permite distinguirmos diferentes fontes sonoras graças ao formato da
onda.
O timbre é a característica dos sons que nos permite diferenciar uma nota
musical emitida por um piano de um violino, por exemplo. O timbre é o formato
da onda sonora, cada instrumento musical apresenta um modo de vibração
próprio, que resulta na produção de um som característico.
O timbre também garante que a voz humana seja diferente em cada indivíduo,
permitindo que ativemos dispositivos por meio de comandos de voz, por
exemplo.
Altura
Os sons
apresentam três características – intensidade, altura e timbre.
A altura de um som diz respeito à sua frequência, que mede o número
de oscilações que a onda sonora produz a cada segundo. A medida de frequência
é dada em hertz (Hz).

n – número de oscilações
Δt – intervalo de tempo (s)
A frequência do som pode ser obtida por meio da velocidade de propagação e do
comprimento de onda do som. Observe:

v – velocidade de propagação (m/s)


λ – comprimento de onda (m)
f – frequência (Hz)
 
Os seres humanos não são capazes de ouvir qualquer frequência sonora, na
verdade, a nossa percepção é bastante limitada: só somos capazes de ouvir
frequências que se encontrem em intervalo que vai de 20 Hz a 20.000 Hz, esse
intervalo é conhecido como espectro audível.
Qualquer som que tenha frequência abaixo dos 20 Hz é inaudível pelos seres
humanos e é chamado de infrassom, já os sons que tenham frequência maior que
20.000 Hz, também inaudíveis para nós, são conhecidos como ultrassons. Quer
saber mais sobre o assunto? Acesse o nosso texto sobre infrassons e ultrassons.
Cordas vibrantes
Quem não gosta de ouvir uma boa música? Existem músicas para todos os
gostos.
O som musical, em geral, é aquele que se apresenta de forma agradável aos
nossos ouvidos, cuja onda sonora apresenta certa regularidade. Instrumentos
musicais são dispositivos que produzem esse tipo de som.
Instrumentos musicais são classificados em três grupos, os instrumentos de
cordas, instrumentos de sopor e instrumentos de percussão. Como a física explica
o funcionamento desses instrumentos, é que veremos agora.

Instrumentos de cordas

Se pararmos pra pensar um pouco, podemos enumerar um grande número de


instrumentos de corda: violão, violino, piano, harpa, guitarra, contrabaixo, etc.
Nesses instrumentos, o som é produzido a partir de cordas, que quando acionadas
provocam compressões e rarefações no ar, chamadas ondas sonoras.
Também chamada de cordas vibrantes, as cordas dos instrumentos musicais,
quando vibram produzem ondas transversais que, superpondo-se às refletidas nas
extremidades, originam uma onda estacionária.
O modo mais simples de vibração da corda caracteriza sua freqüência
fundamental, correspondente à vibração entre as extremidades de fixação da
corda (nós) e um ponto médio. O segundo modo de vibração corresponde aos nós
das extremidades e a um nó no ponto central. O terceiro modo corresponde a
mais um nó entre os nós extremos, e assim, cada novo modo de vibração
corresponde a mais um nó intermediário.
A distância entre dois nós consecutivos corresponde a meio comprimento de

onda   e a freqüência de oscilação é dada por ,   onde v é a velocidade da


onda na corda.
Cordas vibrantes
Instrumentos de sopro

Os instrumentos de sopro são constituídos por tubos sonoros. É muito fácil nos
lembrarmos desses instrumentos: saxofone, trombone, trompete, flauta, etc.
Se você soprar dentro de uma garrafa de vidro, por exemplo, irá observar esta
emitira um som. Isso acontece porque a coluna de ar dentro da garrafa entra em
vibração emitindo uma onda sonora. A produção dessa onda em uma das
extremidades é devida a um dispositivo denominado embocadura. A extremidade
oposta à embocadura, pode ser aberta ou fechada dando origem a dois tipos de
tubos sonoros, os abertos e os fechados.
Nos tubos abertos a onda estacionária longitudinal que se forma apresenta um
ventre em ambas as extremidades. O modo mais simples de vibração corresponde
a um nó no ponto central do tubo. A cada novo modo de vibração, surge mais um
nó intermediário.
A distância entre dois ventres consecutivos é igual à metade do comprimento de

onda  e a freqüência é dada por:  .

Tubos sonoros abertos


Nos tubos sonoros fechados a onda estacionária longitudinal, apresenta um ventre
na extremidade da embocadura e um nó na extremidade fechada. Para cada modo
de vibração existente, mantém-se o nó na extremidade fechada e aumenta-se um
nó intermediário.
A distância entre o ventre e o nó consecutivo corresponde a um quarto do

comprimento de onda  .

Tubos sonoros fechados

 
Os instrumentos de percussão se comportam de maneira bem diferente dos
demais. Os sons emitidos por eles podem ter suas origens das vibrações de
membranas, hastes e superfícies metálicas, o que dificulta estabelecer um padrão
de comportamento para eles.

Tubos sonoros
É sabido que a física está em praticamente tudo que fazemos no cotidiano.
Em alguns momentos ouvimos sons produzidos por alguns instrumentos –
de sopro, por exemplo. Eles se parecem com tubos, abertos nas duas
extremidades ou abertos em uma e fechados em outras.

Assim, podemos dizer que um tubo sonoro é basicamente uma coluna de ar


onde são produzidas ondas estacionárias longitudinais. Essas ondas são
produzidas pela superposição de ondas de pressão que são geradas em
uma extremidade com as ondas refletidas na outra extremidade.

As ondas de pressão produzidas numa extremidade ocorrem em razão de


um dispositivo chamado embocadura. O jato de ar que adentra o tubo é
dirigido contra a embocadura, assim ele vai se afunilando, determinando a
vibração que dá origem às ondas.

Tubos fechados

Podemos ver na figura abaixo que na extremidade da embocadura a onda


estacionária longitudinal forma apenas um ventre e um nó na extremidade
fechada. Nesse tipo de tubo, ou melhor, em todos os modos de vibração, há
aumento apenas do número de nós intermediários. Vejamos na figura:

Tubo sonoro fechado

De acordo com a figura vemos que a distância entre um ventre e um nó


consecutivo equivale a um quarto do comprimento de onda, assim, temos
(λ/4). Como a frequência de vibração é dada por f = v/λ, podemos
estabelecer que:

Em um tubo fechado, as frequências naturais são múltiplos ímpares da


relação (v/4L), como se observa na seguinte equação:

Para i = 1 temos a frequência fundamental, para i = 3 temos o terceiro


harmônico, para i = 5 temos o quinto harmônico, etc. Lembramos que um
tubo fechado não emite harmônico de ordem par.

Tubos abertos

Podemos ver na figura abaixo que a onda estacionária longitudinal formada


apresenta um ventre nas duas extremidades. O modo mais simples de
vibrar corresponde a um nó no ponto central. Podemos ver que a cada novo
modo de vibração, surge mais um nó intermediário.
Tubos sonoros aberto

A distância entre dois ventres consecutivos é igual a meio comprimento de


onda, ou seja, (λ/2), temos que a frequência é dada por f = v/λ. Na
equação, v é a velocidade da onda dentro do tubo. Desta forma, podemos
estabelecer que:

Em um tubo aberto, as frequências naturais de vibração são dadas pela


seguinte equação:

Para N = 1 temos a frequência fundamental, para N = 2 temos o segundo


harmônico, para N = 3 temos o terceiro harmônico, e assim por diante.

Ouvido humano
O ouvido humano é o responsável pelo nosso sentido auditivo.

A maior parte do aparelho auditivo está concentrada no interior da cabeça.


Nossos ouvidos são subdivididos em três partes:

• Ouvido externo – onde está o canal auditivo.

• Ouvido médio ou cavidade timpânica – onde se encontram o tímpano, a


bigorna, o martelo e o estribo.

• Ouvido interno – onde se concentram o estribo, o nervo auditivo e o


caracol (também conhecido por cóclea).

Ao atingirem nossos ouvidos externos, as ondas sonoras percorrem o canal


auditivo até chegar no tímpano. Este, por sua vez, vibra quando identifica
variações de pressões mesmo muito pequenas, causadas pelas ondas
sonoras.
As vibrações do tímpano avisam a dois ossos da cavidade timpânica
(martelo e bigorna) que existe um som e estes, então, acionam outro osso
(o estribo) que repassa essa informação ao ouvido interno.

Ao passarem por cada um desses obstáculos, as ondas sonoras são


amplificadas e chegam ao caracol do ouvido.

O ouvido interno é composto pela cóclea que apresenta forma de caracol.


Esta contém pequenos pelos que vibram quando há uma propagação do
som. Essa propagação ocorre de forma fácil em virtude de um líquido
existente dentro do ouvido interno, que estimula as células nervosas do
nervo auditivo enviando esses sinais ao cérebro, fazendo com que
tenhamos a percepção do som.

Efeito Doppler sonoro e luminoso


O nome “efeito Doppler” é uma referência ao físico austríaco Christian Johann
Doppler, que o estudou e descreveu. Esse cientista escreveu um artigo no qual
afirma que a frequência do som percebida por um observador depende
do movimento relativo entre a fonte emissora do som e o observador. Esse
fenômeno pode ser escrito da seguinte forma:
O efeito Doppler é a alteração da frequência sonora percebida pelo observador
em virtude do movimento relativo de aproximação ou afastamento entre a fonte e
esse observador.
Um exemplo típico do efeito Doppler é o caso de uma ambulância com a sirene
ligada, durante a aproximação ou afastamento de um observador. Quando ela
aproxima-se do observador, o som é mais agudo; e, quando a ambulância afasta-
se, o som é mais grave. Esse é um fenômeno característico de qualquer
propagação ondulatória, e ele é muito mais presente no cotidiano do que
pensamos.
O efeito Doppler é utilizado para medir a velocidade de objetos por meio
de ondas que são emitidas por aparelhos baseados em radiofrequência ou lasers,
como os radares. Na Astronomia, esse fenômeno é usado para medir a velocidade
relativa das estrelas e de outros objetos celestes em relação ao planeta Terra. Na
medicina, o efeito Doppler é utilizado nos exames de ecocardiograma para medir
a direção e a velocidade do fluxo sanguíneo ou do tecido cardíaco.
O efeito Doppler não ocorre somente com o som. Como foi dito, esse fenômeno é
característico de propagações ondulatórias, ou seja, é possível observar esse
fenômeno com qualquer tipo de onda. Dessa forma, podemos observar o efeito
Doppler com a luz, que também é uma onda. Para esse caso, o fenômeno do
efeito Doppler manifesta-se na mudança de cor que é percebida pelo observador.
Uma pessoa que se aproxima de um sinal de trânsito que está vermelho, por
exemplo, percebe a coloração vermelha mais intensa se ela estiver parada, pois a
frequência de onda luminosa é maior do que quando o observador está em
movimento.

Eletricidade e magnetismo
Eletromagnetismo é a parte da Física que relaciona a eletricidade e
o magnetismo. Essa teoria baseia-se nos seguintes princípios:
1. Cargas elétricas em movimento geram campo magnético;
2. Variação de fluxo magnético produz campo elétrico.
Durante muito tempo, acreditou-se que eletricidade e magnetismo eram o mesmo
fenômeno. Foi somente em 1600 que o médico e físico inglês Gilbert escreveu
um livro distinguindo as duas teorias. Apesar dessa diferenciação entre os dois
fenômenos, havia fortes indícios de que existia alguma relação entre eles.

Qual é a relação entre Eletricidade e Magnetismo?


Essa relação foi descoberta pelo dinamarquês Hans Christian Oesterd em 1820,
o que só foi possível graças à invenção dos geradores elétricos, que permitiam a
geração de correntes elétricas duradouras e estáveis necessárias para o estudo dos
fenômenos.
Oersted demonstrou a existência dessa interação a partir de um simples
experimento. Ele colocou uma agulha magnética próxima a um condutor de
eletricidade. Para isso, ele utilizou uma bússola e um fio de platina em um
circuito. O fio de platina, ao ser percorrido pela corrente elétrica, ficava
incandescente, o que garantia uma corrente suficientemente intensa. Quando o fio
era aproximado da bússola, sua agulha magnética sofria deflexão.

Experimento de Oesterd
O experimento de Oersted mostrava que a corrente elétrica gerava campo
magnético. Porém, em 1831, Michael Faraday, na Inglaterra, utilizou um núcleo
de ferro e duas bobinas A e B para mostrar que a variação do fluxo magnético
também gerava corrente elétrica. Faraday percebeu que, nos momentos em que
conectava ou desconectava a bobina A na fonte, passava uma corrente elétrica na
bobina B, mas essa corrente aparecia somente nesses instantes.

Experimento de Faraday
A partir dessa experiência, ele concluiu que essa corrente elétrica ocorria em
virtude da variação do campo magnético, que aparecia quando a bobina A era
ligada e desaparecia quando essa mesma bobina era desligada. Esse fenômeno
ficou conhecido como indução magnética ou Lei de Faraday.
Os fenômenos eletromagnéticos foram descritos por um conjunto de leis
formulado por James Clerck Maxwell, cientista que foi tão importante para o
Eletromagnetismo como Isaac Newton foi para a Mecânica.
James C. Maxwell teve importância sem igual para os estudos sobre Eletromagnetismo
Vários aparelhos indispensáveis atualmente só existem em face da evolução nos
estudos sobre o Eletromagnetismo. Entre eles, podemos citar: cartões magnéticos,
transformadores de tensão, motores elétricos, antenas de transmissão de dados,
forno micro-ondas, entre outros.
 
Eletrostática
Eletrostática é a área da Física que abrange o estudo das cargas elétricas em
repouso. Os fenômenos eletrostáticos estudados por essa área do conhecimento
surgem em decorrência da força de atração e repulsão que as cargas elétricas
exercem umas sobre as outras. Neste texto, falaremos sobre algumas das
principais propriedades da Eletrostática, tais como carga elétrica, eletrização,
força elétrica, potencial elétrico, campo elétrico e energia potencial elétrica.
Carga elétrica
A carga elétrica é uma propriedade intrínseca (própria) das partículas
fundamentais da matéria, como prótons e elétrons, assim como a massa. Corpos
eletricamente neutros apresentam a mesma quantidade de cargas
elétricas positivas e negativas. A unidade de carga elétrica no Sistema
Internacional de Unidades é o Coulomb (C).
Além disso, a carga elétrica é uma grandeza física quantizada, isto é, ela
apresenta um valor mínimo, de forma que não é possível encontrar corpos
eletrizados com um módulo de carga elétrica menor que esse valor, chamado
de carga fundamental, geralmente denotado pela letra e.
Os prótons e elétrons apresentam exatamente esse valor de carga elétrica, cerca
de 1,6.10-19 C. Portanto, quando um corpo está eletricamente carregado, sua carga
é um múltiplo inteiro da carga fundamental, uma vez que a eletrização ocorre a
partir da adição ou remoção de elétrons, visto que os prótons encontram-se
ligados no interior dos núcleos atômicos.
Legenda:
Q – Módulo da carga elétrica (C – Coulombs)
n – Número de elétrons em falta ou em excesso
e – Carga fundamental (1,6.10-19 C)

Eletrização
Eletrização é todo processo capaz de gerar uma diferença entre o número
de cargas positivas e negativas de um corpo. Quando um corpo apresenta o
mesmo número de cargas positivas e negativas, dizemos que ele está neutro; se
esses números forem diferentes, dizemos que ele está eletrizado.
Existem basicamente três processos de eletrização: a eletrização por
contato, por atrito e por indução:
 A eletrização por contato envolve dois corpos condutores, e pelo menos um
deles deve estar eletricamente carregado. Quando os dois corpos entram em
contato, as suas cargas elétricas dividem-se até que os dois estejam sob o mesmo
potencial elétrico. Ao final do processo, os corpos apresentam o mesmo sinal de
cargas.
 A eletrização por atrito envolve o fornecimento de energia para dois corpos por
meio da fricção entre eles. Durante a fricção (atrito), alguns elétrons são
arrancados de um dos corpos, sendo capturados em seguida pelo outro corpo.
Para tanto, é necessário verificar a afinidade desses dois corpos nesse tipo de
eletrização em uma consulta à série triboelétrica.
 A eletrização por indução ocorre pela aproximação relativa entre um corpo
eletricamente carregado, chamado de indutor, e um corpo condutor, chamado
de induzido. A presença do indutor gera uma separação de cargas no corpo
induzido, chamada de polarização. A partir dessa separação, aterra-se o
induzido no chão, fazendo com que suas cargas fluam através de um fio terra.
Todos os processos de eletrização ocorrem de acordo com
os princípios de conservação da carga elétrica e da energia, ou seja, antes e
depois da eletrização, o número de cargas e a quantidade de energia entre as
cargas devem ser iguais.
Força elétrica
Dois corpos eletricamente carregados podem exercer atração ou repulsão entre si
de acordo com o seu sinal de carga. Corpos com cargas elétricas de sinais
iguais repelem-se, e corpos cujas cargas elétricas possuem sinais
contrários atraem-se.
A lei que nos permite calcular o módulo da força elétrica exercida entre duas
cargas é a Lei de Coulomb, apresentada pela expressão a seguir:

Legenda:
F – Força elétrica (N - Newtons)
k0 – Constante eletrostática do vácuo (k0 = 9,0.109 N.m²/C²)
q1, q2 – Cargas elétricas 1 e 2 (C – Coulombs)
d – Distância entre as cargas 1 e 2 (m)
Campo elétrico
O campo elétrico é uma grandeza física vetorial atribuída a cargas elétricas. Toda
carga elétrica influencia o espaço ao seu redor por causa do seu campo elétrico.
Podemos entender o campo elétrico, portanto, como a influência que as cargas
elétricas exercem em seus arredores. A unidade de campo elétrico no Sistema
Internacional de Unidades é o Newton por Coulomb (N/C) ou o Volt por metro
(V/m), já que as duas são unidades equivalentes.
Veja um exemplo:
Determinada posição do espaço apresenta um campo elétrico de 12,0 N/C gerado
por uma carga elétrica. Quando uma carga elétrica de 1,0 C for colocada nessa
posição, ela sofrerá a ação de uma força elétrica de módulo igual a 12,0 N. Se
essa carga fosse de 2,0 C, ela sofreria uma força elétrica de 24,0 N.
O campo elétrico gerado por uma carga elétrica Q1 pode ser calculado por meio
da expressão a seguir:

Na expressão acima, a variável d é a distância do ponto onde se deseja medir a


intensidade do campo elétrico até a posição da carga elétrica.
Potencial elétrico
O potencial elétrico é uma grandeza física escalar representada totalmente por
seu módulo e medida em Volts (V) no Sistema Internacional de Unidades. Essa
grandeza mede a quantidade de energia fornecida por um campo elétrico para
cada Coulomb de carga.
Quando uma partícula encontra-se em uma região do espaço submetida a um
potencial elétrico de 100,0 V, ela terá armazenado consigo 100,0 J (Joules) de
energia para cada 1,0 C de carga elétrica que apresentar. Se a sua carga for de 2,0
C, ela terá uma energia de 200,0 J, consequentemente.
O potencial elétrico gerado por uma carga elétrica de módulo Q1 pode ser
calculado utilizando-se a expressão a seguir:

Energia potencial elétrica


Quando duas ou mais cargas elétricas são fixadas a uma distância d entre si, elas
armazenam uma forma de energia chamada de energia potencial elétrica. Se
uma dessas cargas for solta, essa energia será transformada
em energia cinética, por exemplo. Essa energia é medida em Joules no Sistema
Internacional de Unidades.
Podemos calcular a energia potencial elétrica entre cargas por meio da seguinte
expressão:

Fórmulas de Eletrostática
Confira aqui as principais fórmulas utilizadas no estudo da Eletrostática.
→ Fórmula da carga elétrica
Essa fórmula é utilizada para calcular o valor da carga elétrica excedente ou em
falta em um corpo. Também pode ser utilizada para calcular o número de elétrons
em falta ou em excesso.

→ Fórmula de campo elétrico


É utilizada para determinar a intensidade de um campo elétrico produzido por
uma carga elétrica pontual q1 a uma distância d dessa carga:

→ Fórmula de potencial elétrico


O potencial elétrico de uma distribuição pontual de cargas pode ser calculado
pela fórmula a seguir:
→ Fórmula da força elétrica (lei de Coulomb)
A fórmula que pode ser utilizada para calcular a força que uma carga
elétrica q1 exerce sobre uma carga elétrica q2, separadas por uma distância d, é
determinada pela lei de Coulomb:

→ Fórmula de energia potencial elétrica


Podemos calcular o módulo da energia potencial elétrica entre duas
cargas q1 e q2, separadas por uma distância d, por meio da fórmula a seguir:

Resumo
 A Eletrostática é a área da Física que estuda os fenômenos produzidos por cargas
elétricas em repouso;
 Toda carga elétrica influencia o espaço ao seu redor por meio de uma grandeza
física vetorial chamada de campo elétrico;
 O campo elétrico é a medida da força elétrica exercida sobre cada unidade de
carga;
 As linhas perpendiculares às linhas de campo elétrico definem o módulo do
potencial elétrico produzido pelas cargas elétricas;
 A energia potencial elétrica entre duas cargas é uma grandeza escalar que é dada
em Joules e mede a quantidade de energia associada à repulsão e à atração mútua
entre cargas elétricas;
 O módulo da força elétrica entre duas cargas elétricas pode ser determinado a
partir da lei de Coulomb.
Condutores e isolantes elétricos
Condutores são partículas elétricas existentes num corpo capazes de se
movimentar com grande facilidade, como, por exemplo, nos metais e no
corpo humano.

Quando esse movimento acontece com muita dificuldade, ou não acontece,


dizemos que este corpo é um isolante elétrico.

Temos como exemplo chaves de fenda, onde a parte do cabo é feita de


plástico e borracha, ambos isolantes elétricos.

Condutores eletrizados em equilíbrio eletrostático

O equilíbrio eletrostático acontece quando o corpo eletrizado chega a uma


estabilidade, ou seja, quando não é possível ter um movimento ordenado
das cargas elétricas.
Essa definição foi criada a partir de um experimento conhecido como esfera
de Coulomb: coloca-se dentro de uma esfera oca um corpo qualquer e
nota-se, através disso, que as cargas elétricas ficam na superfície da
esfera, em busca de estabilidade, enquanto o corpo de prova não se
eletriza quando toca na parte interna da esfera.

Vemos então que no interior de um condutor eletrizado, o campo elétrico é


nulo, independente do formato desse corpo.

Tal experimento é conhecido como blindagem eletrostática, pois é capaz de


proteger os corpos ou o corpo que está no seu interior das influências das

cargas elétricas externas.


Experimentos: esfera de Coulomb e gaiola de Faraday
Campo e Potencial elétrico de condutores esféricos de raio R

Para determinar a definição dos temas, supõe-se que a carga Q puntiforme,


existente em ambos, esteja concentrada no centro da esfera, podendo ser
oca ou maciça.

Campo elétrico externo à esfera e potencial elétrico do condutor (ponto


interno ou superficial)
Sistema eletricamente isolado

Temos este sistema quando corpos eletrizados em conjunto trocam cargas


entre si, mas não fora do conjunto.

Princípio da Conservação da carga elétrica é a definição de que num


sistema eletricamente isolado, a soma algébrica das cargas elétricas de
todos os corpos é sempre constante.

Carga elétrica e processos de eletrização


Processos de eletrização são fenômenos em que elétrons são transferidos de um
corpo para outro em virtude de uma diferença na quantidade de cargas
elétricas existente entre dois ou mais corpos, ou, ainda, pela aquisição de energia
advinda do atrito entre corpos.
Existem três tipos de processos de eletrização, são eles: por atrito, por contato e
por indução. A compreensão sobre como ocorrem esses processos, por meio de
suas definições bem como pela realização de exercícios, é parte fundamental do
estudo da eletrostática — uma das áreas da física de maior destaque entre os
conteúdos de física no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem).
O que é eletrização?
Eletrização é o processo de tornar um corpo eletricamente neutro em um
corpo eletricamente carregado. Corpos neutros são aqueles que apresentam a
mesma quantidade de prótons e elétrons, uma vez que essas são as partículas
subatômicas dotadas de carga elétrica.
Todos os processos de eletrização consistem em retirar ou fornecer elétrons a
um corpo. O mesmo não pode ser dito dos prótons, que, por estarem presos
no núcleo atômico, não podem ser conduzidos entre um átomo e outro. Desse
modo, quando um corpo neutro recebe elétrons, sua carga torna-se negativa,
reciprocamente, ao perder elétrons, sua carga torna-se positiva.
Existem três formas distintas de eletrização: por atrito, por contato e por
indução. Neste artigo, discutiremos detalhadamente cada uma delas, começando
pela primeira.
Eletrização por atrito
A eletrização por atrito acontece principalmente quando dois ou mais corpos
isolantes são esfregados um contra o outro. O processo de atritar os corpos
fornece energia aos elétrons desses materiais. Os elétrons dos materiais isolantes
geralmente encontram-se fortemente atraídos pelos núcleos de seus próprios
átomos, por isso, precisam de uma energia extra para saltar de um corpo para
outro.
Durante a eletrização por atrito, um dos corpos perde elétrons e o outro ganha
elétrons. Dessa forma, ao final do processo, os dois corpos estarão com cargas de
módulo igual, mas de sinais opostos.
Nem todos os corpos vão se eletrizar quando atritados, para sabermos quais são
os pares de materiais que, quando atritados, tornam-se eletrizados, é preciso
conhecer sua afinidade elétrica, uma vez que existem materiais que tendem a
ganhar elétrons, mas também existem aqueles que “preferem” perdê-los. Essa
afinidade é descrita de forma empírica por uma tabela conhecida como série
triboelétrica.
A série triboelétrica separa diferentes materiais de acordo com sua tendência de
ganhar ou perder elétrons. Na tabela|1| a seguir, por exemplo,
os primeiros materiais, na parte mais alta dela, são aqueles que tendem a
adquirir cargas positivas quando atritados, ou seja, tendem
a perder elétrons. Os últimos materiais, por sua vez, são aqueles que tendem a
absorver elétrons e, portanto, a apresentar cargas negativas após terem sido
atritados, confira:
Material
Pele de mão humana (seca e sem gordura)

Vidro

Cabelos humanos secos e sem gordura

Acrílico

Papel (sulfite, guardanapos, papel usado para enxugar mãos etc.)

Borracha de balões inflados

Plástico PVC, PP, vinil (canudinho, sacos plásticos, forros de pvc etc.)

Teflon

Para saber quais materiais são compatíveis, ou seja, que se eletrizarão ao serem
atritados, devemos escolher aqueles que se encontram o mais distante uns dos
outros na tabela, como o último e o primeiro, por exemplo. Fazendo isso,
garantimos que um dos elementos absorva os elétrons soltos pelo outro elemento
com o qual é atritado.
Eletrização por contato
A eletrização por contato consiste em fazer com que dois corpos condutores
entrem em contato, na condição de que pelo menos um deles esteja
previamente carregado. Esse tipo de eletrização acontece com maior frequência
entre materiais condutores, uma vez que neles os elétrons encontram-se livres e,
portanto, dotados de grande mobilidade. Dessa maneira, não é necessária
qualquer energia adicional para fazê-los saltarem de um corpo para outro.
Quando dois corpos condutores idênticos e eletricamente carregados tocam-se,
os elétrons passam de um corpo para o outro até que as cargas elétricas de ambos
fiquem iguais. Dessa maneira, se quisermos saber qual é a carga final entre eles,
basta fazermos a média aritmética das cargas:
A equação anterior é válida apenas para o caso em que dois corpos condutores
e idênticos são colocados em contato, se o caso em questão envolvesse o contato
simultâneo entre n corpos, a quantidade de corpos deveria ser levada em conta,
confira:

Por fim, se os corpos forem de tamanhos diferentes, devemos perceber que só


haverá movimentação de elétrons enquanto houver diferença de potencial entre
eles, portanto, a passagem de elétrons cessará quando o potencial elétrico for
igual para cada um deles.
Considere duas esferas condutoras A e B, de raios diferentes, denotados como
RA e RB. Na figura seguinte, mostramos a fórmula do potencial elétrico de cada
uma dessas esferas, em seguida, igualamo-las para que, então, obtivéssemos a
fórmula que nos permite calcular a carga elétrica nessas esferas após o contato
entre elas, observe:

QA e QB – carga elétrica dos corpos A e B


RA e RB – raios dos corpos A e B
UA e UB – potencial elétrico dos corpos A e B
Eletrização por indução
A eletrização por indução consiste em aproximar um corpo previamente
carregado, chamado de indutor, de um corpo condutor eletricamente neutro,
chamado de induzido, de modo que a presença das cargas do indutor faça com
que os elétrons do corpo induzido movam-se em seu interior, ocorrendo
uma polarização de cargas.
A polarização das cargas nada mais é que uma separação entre cargas positivas
e negativas. Quando polarizado, o corpo induzido ainda é neutro, pois apresenta o
mesmo número de prótons e elétrons. Dessa forma, para que esse corpo torne-se
eletrizado, é necessária a presença de um outro corpo ou, ainda, de um meio pelo
qual os elétrons possam fluir. Via de regra, faz-se o uso de um aterramento, que
consiste em conectar o corpo induzido à terra, por meio de um fio condutor.
Depois de aterrado, os elétrons presentes no corpo induzido podem fluir em
direção à terra ou da terra em direção ao corpo induzido, de acordo com o sinal
das cargas presentes no corpo indutor.
Em resumo, o processo de eletrização por indução acontece nas seguintes etapas:
 Etapa 1: Aproximação entre o indutor e o induzido.
 Etapa 2: Polarização das cargas do induzido, devido à aproximação do indutor.
 Etapa 3: Aterramento do induzido, na presença do indutor, de modo que os
elétrons possam fluir da terra ou à terra.
 Etapa 4: Retirada do aterramento.
 Etapa 5: Afastamento do indutor.

Princípio de conservação da carga elétrica


O princípio da conservação da carga elétrica afirma que a soma algébrica das
cargas antes e depois de um processo de transferência deve ser a mesma.
Assim, podemos dizer que a carga elétrica não pode ser criada nem
destruída, somente transferida entre corpos.
Imagine o processo de eletrização por atrito. Inicialmente os corpos a serem
friccionados estão neutros, ou seja, apresentam o mesmo número
de elétrons e prótons. Após o atrito, um dos corpos cede elétrons e torna-se
positivamente eletrizado. O outro  recebe os elétrons, tornando-se negativamente
eletrizado. Pela conservação da carga elétrica, podemos dizer que o número
de elétrons em excesso em um dos corpos é exatamente igual ao número de
prótons em excesso no outro. Houve apenas transferência de carga elétrica.
A mesma observação pode ser feita a respeito dos processos de eletrização por
contato e indução.
Exemplo
A formação do trítio a partir do processo de fusão nuclear evidencia a
conservação da carga elétrica. A formação do trítio ocorre com a fusão de dois
núcleos de deutério (2H).
2
H + 2H → 3H + p
O trítio é composto por um próton e dois nêutrons. Repare que a carga elétrica
antes e depois da fusão é exatamente a mesma, ou seja, não houve destruição ou
criação de carga.
Antes da fusão: Quantidade de prótons = 2 (um para cada deutério)
Depois da fusão: Quantidade de prótons = 2 (o trítio é formado por 1 próton
e dois nêutrons. Observe que houve a liberação de 1 próton na reação.)

Lei de Coulomb
A lei de Coulomb é uma importante lei da Física que estabelece que a força
eletrostática entre duas cargas elétricas é proporcional ao módulo das cargas
elétricas e inversamente proporcional ao quadrado da distância que as separa.
Lei de Coulomb e força elétrica
Charles Augustin de Coulomb (1736-1806) foi um físico francês responsável
pela determinação da lei que descreve a força de interação entre cargas elétricas.
Para tanto, Charles Coulomb fez uso de uma balança de torção, similar à balança
que fora usada por Henry Cavendish para a determinação da constante
da gravitação universal.
O aparato experimental utilizado por Coulomb consistia de uma haste metálica
capaz de girar, que, quando carregada, era repelida por uma pequena esfera
metálica carregada com cargas elétricas de mesmo sinal. A figura abaixo mostra
um esquema de como era a balança de torção utilizada pelo físico:

A balança de torção foi utilizada por Coulomb para determinar a lei de interação entre cargas elétricas.
Fórmula da lei de Coulomb
De acordo com a sua lei, a força entre duas partículas eletricamente carregadas é
diretamente proporcional ao módulo de suas cargas e é inversamente
proporcional ao quadrado da distância entre elas. Abaixo, apresentamos
a fórmula matemática descrita pela lei de Coulomb:

F — força eletrostática (N)


k0 — constante dielétrica do vácuo (N.m²/C²)
Q — carga elétrica (C)
q — carga elétrica de prova (C)
d — distância entre as cargas (m)
Na fórmula acima, k0 é uma constante de proporcionalidade chamada de
constante eletrostática do vácuo, seu módulo é aproximadamente
de 9,0.109 N.m²/C². Além disso, sabemos que cargas de sinal igual repelem-
se enquanto cargas de sinais opostos atraem-se, como mostra a figura abaixo:

Cargas de sinal igual repelem-se, e cargas de sinais opostos atraem-se.


Vale a pena ressaltar que, mesmo que as cargas tenham módulos diferentes, a
força de atração entre elas é igual, uma vez que, de acordo com a 3ª lei de
Newton — a lei da ação e reação —, a força que as cargas fazem entre si
é igual em módulo. Essas encontram-se na mesma direção, porém,
em sentidos opostos.
Os cabelos da mulher na figura estão carregados com carga de mesmo sinal e, por isso, repelem-se mutuamente.
Uma importante propriedade da força elétrica é que ela é uma grandeza vetorial,
isto é, pode ser escrita por meio dos vetores. Os vetores são retas orientadas que
apresentam módulo, direção e sentido. Portanto, nos casos em que dois ou mais
vetores de força elétrica não forem paralelos ou opostos, é necessário que se
apliquem sobre eles as regras da soma vetorial, a fim de calcularmos a força
elétrica resultante sobre um corpo ou partícula.
Gráfico da lei de Coulomb
A lei de Coulomb estabelece que a força elétrica entre duas partículas carregadas
é inversamente proporcional ao quadrado da distância existente entre elas. Dessa
forma, se duas cargas elétricas encontram-se a uma distância d, e passarem a
encontrar-se à metade dessa distância (d/2), a força elétrica entre elas deverá ser
aumentada em quatro vezes (4F):

Caso diminuirmos a distância entre duas cargas pela metade, a força elétrica entre elas aumenta em quatro vezes.
Confira uma tabela que mostra a relação da força elétrica entre duas cargas de
módulo q, quando separadas por diferentes distâncias:
Módulo da força elétrica Distância entre
F/25 d/5

F/16 d/4

F/9 d/3

F/4 d/2

F d

4F 2d

9F 3d

16F 4d

25F 5d

Colocando a lei de Coulomb no formato de um gráfico de força em função da


distância, teremos a seguinte forma:
Campo elétrico e Lei de Gauss
A lei de Gauss relaciona o fluxo elétrico resultante Φ de um campo elétrico,
através de uma superfície fechada, com a carga resultante que é envolvida
por essa superfície. Em outras palavras, a lei de Gauss relaciona os
campos elétricos em pontos sobre uma superfície gaussiana (fechada) com
a carga resultante envolta por essa superfície.
Matematicamente, a lei de Gauss é representada pela equação: 

Onde:
ε0 = constante de permissividade elétrica no vácuo
Φ = fluxo elétrico resultante
q = carga elétrica envolvida

Na equação, “q” é a soma algébrica de todas as cargas envolvidas, sendo


elas positivas ou negativas. É importante salientar que o sinal diz algo a
respeito do fluxo resultante. Se q for maior do que zero, o fluxo resultante é
para fora; se q for menor do que zero, o fluxo resultante é para dentro. (fig.
1)

Fig. 1 - Fluxo de campo eletrico resultante


Uma carga fora da superfície gaussiana, não importa o seu tamanho ou sua
proximidade, não é incluída no termo q da lei de Gauss. Também não
importa a forma ou a localização exata das cargas dentro da superfície
gaussiana, importa apenas o sinal da carga resultante envolvida.
O campo elétrico, em razão de uma carga fora da superfície gaussiana, não
contribui com nenhum fluxo resultante através da superfície, pois a
quantidade de linhas de campo, em virtude dessa carga que entra na
superfície, é a mesma que sai dela.
Podemos dizer que a lei de Gauss é equivalente à Lei de Coulomb, pois
podemos deduzir a lei de Coulomb através da lei de Gauss.

Essa equação é exatamente a equação do campo elétrico, deduzida


através da equação de Gauss.

Potencial elétrico
Potencial elétrico ou tensão elétrica é a quantidade de energia necessária
para mover uma carga elétrica unitária entre dois pontos distintos de uma
região dotada de um campo elétrico. O potencial elétrico é uma grandeza
física escalar medida em volts (V), que equivale a joules por coulomb (J/C)
em unidades SI. Propriedades do potencial elétrico
O potencial elétrico é a quantidade de energia potencial elétrica, em joules, por
unidade de carga, em coulomb. Entenda: afirmar que uma tomada fornece 110
V de potencial elétrico equivale dizer que ela cede 110 J de energia para cada
coulomb de carga elétrica que passa através dos seus terminais.
O potencial elétrico no ponto em que a carga q encontra-se
é diretamente proporcional ao módulo da carga elétrica q que o produz, e
inversamente proporcional à distância d:

À
medida que nos afastamos da carga q, o potencial elétrico diminui.
Como é possível observar na figura, todos os pontos equidistantes (linhas
vermelhas) à carga geradora (Q) encontram-se no mesmo potencial elétrico e,
por isso, são chamados de equipotenciais. A fórmula utilizada para calcular o
potencial elétrico é esta:

U – potencial elétrico (V)


Q – carga elétrica (C)
k0 – constante eletrostática do vácuo (9,0.109 N.m²/C²)
d – distância (m)
O potencial elétrico pode
admitir sinais algébricos, positivo e negativo, relacionados diretamente com
o sinal da carga que gera o potencial e com a distância d até essa carga. Isso
equivale dizer que, nos arredores de um corpo eletricamente carregado, existem
infinitos valores de potencial elétrico, determinados pela distância até essa carga.
Dessa maneira, um potencial elétrico de uma carga só será exatamente igual a 0
quando a distância entre o ponto onde se deseja medir um potencial nulo e a
carga for infinitamente grande.
Há outra maneira de definir-se o potencial elétrico relacionando-o à energia
potencial elétrica, veja como:

EPel – energia potencial elétrica (J)


Definição de potencial elétrico
Considere que uma carga elétrica puntiforme q encontra-se em um ponto A de
campo elétrico uniforme E, como é mostrado na figura, e então é deslocada até o
ponto B.

Vamos calcular a energia necessária para que a carga


seja deslocada entre os pontos A e B, separados por uma distância d. Para tanto,
usaremos a definição de trabalho:

Vale lembrar que a força elétrica produzida pelo campo elétrico e que atua sobre
a carga q é igual ao produto da carga q com o campo elétrico E:

Unindo as fórmulas anteriores, ficamos com uma expressão diferente para


o trabalho realizado pela força elétrica:

Em seguida, devemos lembrar-nos de como é a relação entre o campo elétrico E e


o potencial elétrico U. Assim:
Por fim, encontramos uma expressão usada para calcular o potencial elétrico em
termos do trabalho realizado para deslocar a carga elétrica entre os pontos A e B,
como mostramos agora:

Uma vez que o trabalho realizado para mover a carga elétrica entre os pontos A e
B equivale à quantidade de energia elétrica que a carga “ganhou” ou “perdeu”, o
potencial elétrico pode ser entendido como uma razão entre energia e carga,
como explicado.

Capacitores e associação de capacitores


A associação de capacitores é uma forma de organizar
os capacitores conectando-os, de modo que a sua capacitância total mude
para valores maiores ou menores. Quando associamos capacitores em série, a
sua capacitância é dada pela relação produto pela soma, quando associados em
paralelo, as suas capacitâncias somam-se.
Capacitores
Capacitores são dispositivos eletrônicos bastante simples, usados para
o armazenamento de cargas. Quando uma diferença de potencial é aplicada
entre os terminais de um capacitor, cargas elétricas são acumuladas entre as suas
armaduras. Os capacitores são largamente utilizados em dispositivos eletrônicos
para fornecer-lhes grandes quantidades de cargas elétricas. Para saber mais sobre
esse assunto, leia nosso texto: O que é um capacitor?
Na figura, temos um capacitor de placas paralelas condutoras.
Capacitância
Capacitância é a grandeza física que mede a quantidade de cargas que um
capacitor pode armazenar para uma determinada diferença de potencial. A
unidade de medida de capacitância, no SI, é o Farad (F).
A fórmula usada para o cálculo da capacitância é mostrada na figura a seguir,
confira:

C — capacitância (F)


Q — carga armazenada (C)
U — potencial elétrico (V)
Para os capacitores de placas paralelas, um dos tipos mais simples de
capacitores, é possível determinar sua capacitância usando uma fórmula que
relaciona sua área e a distância entre suas placas, confira:

A — área da placa do capacitor


d — distância entre as placas do capacitor
ε0 — permissividade elétrica do vácuo
Associação de capacitores em série
Na associação de capacitores em série, conectamos dois ou mais capacitores no
mesmo ramo (fio) de um circuito, de modo que as cargas elétricas armazenadas
nas armaduras de cada capacitor sejam iguais. Nesse tipo de associação, a
armadura do capacitor que é carregada com carga positiva é ligada à armadura
carregada com carga negativa do capacitor seguinte. Na associação de capacitores
em série, a capacitância equivalente é determinada pelo produto dividido pela
soma das capacitâncias individuais.

Fórmula
Para calcularmos a capacitância dos N capacitores associados em série, por meio
da equação seguinte, é necessário que resolvamos o MMC entre os
denominadores, observe:

Ceq — capacitância equivalente


C1, C2, CN — capacitâncias dos capacitores associados
No entanto, caso queiramos calcular a capacitância equivalente para a associação
entre apenas dois capacitores, podemos usar um recurso facilitador:

A fórmula só deve ser usada para dois capacitores por vez.


Associação de capacitores em paralelo
Na associação de capacitores em paralelo, o potencial elétrico é igual para
todos os capacitores. Nesse tipo de associação, ligam-se dois ou mais capacitores
em diferentes ramos de um circuito, de forma que esses ramos sejam
conectados por um único nó. Na associação de capacitores em paralelo, a
capacitância equivalente é calculada pela soma das capacitâncias individuais.
Fórmula
Para calcularmos a capacitância equivalente de capacitores associados em
paralelo, basta somarmos suas capacitâncias individuais, como mostra a fórmula:

Associação mista de capacitores


A associação mista de capacitores caracteriza-se pela utilização de ligações em
série e em paralelo em um mesmo circuito. Para determinarmos a capacitância
equivalente de capacitores ligados nesse tipo de associação, devemos
resolver, primeiramente, a associação em série, e depois, a associação em
paralelo.

Eletrodinâmica
Eletrodinâmica é o ramo da Física que estuda o movimento das cargas
elétricas. A movimentação dessas cargas é obtida quando se aplica uma
diferença de potencial elétrico entre dois pontos de um meio condutor.
A resistência do meio é a propriedade física que quantifica a facilidade em
que uma corrente elétrica é conduzida em seu interior. Além disso, a
corrente elétrica é uma das grandezas fundamentais da eletrodinâmica.

Conceitos importantes da Eletrodinâmica


Eletro
dinâmica é a área da Física que estuda a movimentação das cargas
elétricas.

→ Condutores e isolantes

Existem materiais que são capazes de conduzir cargas elétricas com


relativa facilidade. Esses materiais são chamados de condutores. Em
contrapartida, existem materiais que se opõem à condução da corrente
elétrica, são os chamados isolantes ou dielétricos. Para saber mais,
leia: Condutores e isolantes.

→ Corrente elétrica

A corrente elétrica, que é a movimentação das cargas, é calculada pela


quantidade de cargas que atravessam a secção reta de um condutor a cada
segundo. A unidade de medida da corrente elétrica no Sistema
Internacional (SI) é o ampére. Sua fórmula é a seguinte:

i – corrente elétrica (A)


ΔQ – carga elétrica (C)
Δt – intervalo de tempo (s)
Nos materiais condutores, a corrente elétrica é produzida pela
movimentação de elétrons. Essas partículas são dotadas de carga elétrica
negativa de módulo igual a 1,6.10-19 C, conhecida
como carga elétrica fundamental. Uma vez que a corrente elétrica é
formada por elétrons, ela pode ser escrita da seguinte maneira:

n – número de elétrons


e – carga elétrica fundamental (1,6.10-19 C)

→ Resistência elétrica

A intensidade da corrente elétrica formada depende de uma característica


do corpo chamada resistência elétrica. Corpos cuja resistência elétrica é
constante, independentemente de qual tensão venha a ser aplicada sobre
ele, são chamados de ôhmicos. Esses corpos obedecem à 1ª lei de Ohm,
descrita pela seguinte fórmula:

U – tensão elétrica (V)


R – resistência elétrica (Ω)
A resistência elétrica depende de fatores geométricos, como
o comprimento e a área transversal do condutor. Isso é explicitado
matematicamente por meio da 2ª lei de Ohm:

L – comprimento do corpo (m)


A – área transversal (m²)
ρ – resistividade ( Ω.m )

→ Resistividade

A resistividade, denotada pelo símbolo ρ, é uma propriedade microscópica


própria do material. Quanto maior é a resistividade, maior é a resistência
elétrica do corpo. Dessa maneira, materiais condutores apresentam baixa
resistividade.
A fórmula utilizada para calcular a resitividade envolve grandezas
microscópicas e conhecimentos avançados da teoria eletromagnética, por
isso, no Ensino Médio, não costumamos calculá-la, mas apenas utilizar o
seu módulo, quando informado pelos exercícios.

→ Efeito Joule

Quando a corrente elétrica percorre um material isolante, dizemos que


ocorreu uma ruptura dielétrica. Quando um material isolante passa a
conduzir eletricidade, uma grande quantidade de calor é produzida, devido
à dificuldade que a corrente elétrica encontra ao passar entre os átomos do
material. Esse fenômeno de produção de calor, conhecido como Efeito
Joule, é largamente explorado
em aquecedores, chuveiros, panelas elétricas etc. A fórmula do Efeito
Joule permite que calculemos a quantidade de energia elétrica que é
dissipada em energia térmica. Para tanto, relacionamos grandezas como
resistência, corrente elétrica e intervalo de tempo. Observe:

Q – quantidade de energia transformada em calor (J)


R – resistência elétrica

→ Potência elétrica

Se desejarmos calcular qual foi a quantidade de energia convertida em


calor em razão do efeito Joule, é preciso determinar qual é a potência
elétrica dissipada. Potência é uma grandeza que mede a taxa de
transferência de energia. Sua unidade de medida é o watt, que equivale
a joule por segundo.

P – potência elétrica (W)


r – resistência elétrica ( Ω)
Corrente e resistência elétricas
A resistência elétrica é definida como a capacidade que um corpo tem de opor-
se à passagem da corrente elétrica. A unidade de medida da resistência no SI é o
Ohm (Ω), em homenagem ao físico alemão George Simon Ohm, e representa a
razão volt/Ampére.
Quando um condutor é submetido a uma diferença de potencial, ele passa a ser
percorrido por uma corrente elétrica, que é constituída pelo movimento de
elétrons livres no interior do condutor. Quando esses elétrons livres entram em
movimento, começam a colidir entre si e com os átomos do condutor. Quanto
maior o número de colisões, maior a dificuldade encontrada pela corrente elétrica
em “atravessar” o condutor. Essa dificuldade de movimento das cargas é que
caracteriza a resistência elétrica.
A resistência elétrica varia conforme o comprimento, a largura e a natureza do
material do condutor, além da temperatura a que ele é submetido. Todos esses
fatores são relacionados por uma equação conhecida como Segunda Lei de Ohm:
R = ρl
      A
Sendo que:
R – é a resistência elétrica do material;
ρ – é a resistividade e possui valores diferentes para cada tipo de material;
l – é o comprimento do condutor;
A – é área de seção transversal do condutor.
De acordo com a equação, vemos que a resistência é diretamente proporcional ao
comprimento l do condutor, ou seja, quanto maior o comprimento, maior será a
resistência. Ela também é inversamente proporcional à área do condutor, pois,
quanto maior a área, mais fácil é a passagem dos elétrons e, consequentemente,
menor a resistência do material.
Primeira Lei de Ohm
A resistência elétrica também pode sofrer variação conforme a variação da tensão
e da corrente elétrica de um condutor. Isso ocorre porque, quanto maior a
intensidade da corrente elétrica (i), menor a dificuldade que os portadores de
carga enfrentam para movimentar-se, ou seja, menor a resistência. A diferença de
potencial V entre as extremidades de um condutor é proporcional à corrente que o
atravessa. A resistência é a constante de proporcionalidade entre eles e pode ser
definida a partir da Primeira Lei de Ohm como:
R = V
      i
Essa Lei só é válida para materiais que possuem resistência elétrica constante,
conhecidos como resistores ôhmicos.
Efeito Joule
Vários aparelhos da nossa casa têm seu funcionamento baseado no uso de
resistência elétrica por meio de pequenos dispositivos chamados resistores, que
têm como função transformar energia elétrica em energia térmica. Alguns
aparelhos domésticos que utilizam os resistores são o chuveiro, o ferro de passar,
o secador de cabelo, forno elétrico, churrasqueira elétrica, entre outros.
Já vimos que a resistência elétrica está relacionada com o choque entre os átomos
e elétrons em movimento no interior dos condutores. Esse choque provoca o
aumento da temperatura no condutor, caracterizando um fenômeno chamado
Efeito Joule, que serve como base para o funcionamento dos resistores.
Leis de Ohm e associação de resistores
As leis de Ohm permitem calcularmos importantes grandezas físicas, como a
tensão, corrente e a resistência elétrica dos mais diversos elementos presentes em
um circuito. No entanto, essas leis só podem ser aplicadas a resistências ôhmicas,
isTo é, corpos cujas resistências tenham módulo constante.
→ 1ª lei de Ohm
A 1ª lei de Ohm determina que a diferença de potencial entre dois pontos de
um resistor é proporcional à corrente elétrica que é estabelecida nele. Além disso,
de acordo com essa lei, a razão entre o potencial elétrico e a corrente elétrica
é sempre constante para resistores ôhmicos.

U – Tensão ou potencial elétrico (V)


r – resistência elétrica
i – corrente elétrica
Na lei mostrada na figura acima, chamamos de U a tensão elétrica ou o potencial
elétrico. Essa grandeza é escalar e é medida em Volts. A diferença de potencial
elétrico entre dois pontos de um circuito, por sua vez, indica que ali existe
uma resistência elétrica, como mostra a figura:
Quando a corrente elétrica passa pelo elemento resistivo R, há uma queda de potencial elétrico.
Essa diferença decorre do consumo da energia dos elétrons, uma vez que essas
partículas transferem parte de sua energia aos átomos da rede cristalina,
quando conduzidos por meios que apresentem resistência à sua condução. O
fenômeno que explica tal dissipação de energia é chamado de efeito Joule. A
figura abaixo mostra o perfil do potencial elétrico antes e após a passagem da
corrente por um elemento resistivo de um circuito elétrico, observe a queda de
energia:

Quando a corrente elétrica é conduzida em um corpo com resistência elétrica, parte de sua energia é dissipada.
A corrente elétrica i mede o fluxo de cargas pelo corpo em Ampères, ou em C/s.
A corrente elétrica é diretamente proporcional à resistência elétrica dos corpos:
quanto maior a resistência elétrica de um corpo, menor será a corrente elétrica a
atravessá-lo.
→ 2ª lei de Ohm
A resistência elétrica R é uma propriedade do corpo que é percorrido por uma
corrente elétrica. Essa propriedade depende de fatores geométricos, como
o comprimento ou a área transversal do corpo, mas também depende de uma
grandeza chamada de resistividade. Tal grandeza relaciona-se exclusivamente ao
material do qual um corpo é formado. A lei que relaciona a resistência elétrica a
essas grandezas é conhecida como segunda lei de Ohm. A segunda lei de Ohm é
mostrada na figura abaixo:

R – resistência elétrica (Ω)


ρ – resistividade (Ω.m)
L – comprimento (m)
A – área transversal (m²)
Chamamos de resistor ôhmico todo corpo capaz de apresentar resistência elétrica
constante para um determinado intervalo de tensões elétricas. O gráfico de tensão
em função da corrente elétrica para os resistores ôhmicos é linear, como mostra a
figura abaixo:

O resistor pode ser considerado ôhmico no intervalo em que o seu potencial elétrico aumenta linearmente com a
corrente elétrica.
Tomando-se o segmento reto do gráfico, sabe-se que o potencial elétrico entre os
terminais de um resistor sofrerá uma variação em seu potencial elétrico que é
sempre proporcional à corrente elétrica que o percorre, como mostra a figura
abaixo:
Analisando o gráfico mostrado acima, vemos que a resistência elétrica pode ser
entendida como a inclinação da reta, dada pela tangente do ângulo θ. Como
sabemos, a tangente é definida como a razão entre
os catetos oposto e adjacente e, portanto, pode ser calculada com a fórmula R =
U/i, no caso em que as resistências são ôhmicas.
→ Cálculo da potência elétrica pela lei de Ohm
Por meio da lei de Ohm, é possível determinar a potência elétrica que é dissipada
por um resistor. Tal dissipação de energia ocorre em razão do efeito Joule, por
isso, ao calcularmos a potência dissipada, estamos determinando a quantidade de
energia elétrica que um resistor é capaz de converter em calor, a cada segundo.
Existem algumas fórmulas que podem ser usadas para calcular a potência
elétrica, confira algumas delas:

P – Potência elétrica (W)


E – Energia (J)
Δt – Intervalo de tempo (s)
R – Resistência (Ω)
i – Corrente elétrica (A)
U – Potencial elétrico (V)
→ Fórmulas das leis de Ohm
Confira as fórmulas da 1ª e da 2ª lei de Ohm:
1ª lei de Ohm:
 

2ª lei de Ohm:
 

Macete
Há um macete que pode facilitar o uso da 1ª lei de Ohm. Esse macete, chamado
de macete do triângulo, consiste em tamparmos a variável que queremos
descobrir no triângulo mostrado abaixo, de forma que revelemos a fórmula a ser
usada. Confira:

Com o macete do triângulo é possível descobrir a fórmula a ser usada


Por exemplo, se quisermos calcular o potencial elétrico (U), basta tamparmos o U
na figura acima, dessa forma, veremos que U é igual à corrente elétrica (i)
multiplicada pela resistência (R). De maneira similar, se tamparmos a corrente
elétrica (i), veremos que ela pode ser calculada pela divisão de U com R.
Circuitos elétricos e Leis de Kirchhoff
As leis de Kirchhoff, conhecidas como lei das malhas e leis dos nós, são,
respectivamente, leis de conservação da carga elétrica e da energia nas
malhas e nos nós dos circuitos elétricos. Essas leis foram criadas pelo físico
alemão Gustav Robert Kirchhoff e são usadas para analisar circuitos
elétricos complexos, que não podem ser simplificados. Introdução às leis
de Kirchhoff
Para aprendermos a usar as leis de Kirchoff, precisamos compreender o que são
os nós, ramos e malhas dos circuitos elétricos. Vamos conferir uma definição
simples e objetiva de cada um desses conceitos:
 Nós: são onde há ramificações nos circuitos, ou seja, quando houver mais de um
caminho para a passagem da corrente elétrica.
 Ramos: são os trechos do circuito que se encontram entre dois nós consecutivos.
Ao longo de um ramo, a corrente elétrica é sempre constante.
 Malhas: são caminhos fechados em que iniciamos em um nó e voltamos ao
mesmo nó. Em uma malha, a soma dos potenciais elétricos é sempre igual a zero.
Na figura seguinte mostramos um circuito que apresenta nós, ramos e malhas,
confira:

1ª lei de Kirchhoff: lei dos nós


De acordo com as leis de Kirchoff, a soma de todas as correntes que chegam a
um nó do circuito deve ser igual à soma de todas as correntes que deixam
esse mesmo nó. Essa lei é uma consequência do princípio de conservação da
carga elétrica. Segundo ele, independentemente de qual seja o fenômeno, a carga
elétrica inicial será sempre igual à carga elétrica final do processo.
Vale ressaltar que a corrente elétrica é uma grandeza escalar e, portanto, não
apresenta direção ou sentido. Desse maneira, quando somamos as intensidades
das correntes elétricas, somente levamos em conta se a corrente chega ou deixa o
nó.
Confira a figura a seguir, nela aplicamos a 1ª lei de Kirchhoff às correntes
elétricas que chegam e que deixam um nó:
2ª lei de Kirchhoff: lei das malhas
A segunda lei de Kirchhoff afirma que a soma dos potenciais elétricos ao longo
de uma malha fechada deve ser igual a zero. Tal lei decorre do princípio de
conservação da energia, que implica que toda energia fornecida à malha de um
circuito é consumida pelos próprios elementos presentes nessa malha.
Formalmente, a 2ª lei de Kirchhoff é escrita como um somatório de todos os
potenciais elétricos, como mostramos nesta figura:

A soma das N correntes que chegam e que deixam um nó do circuito é igual a 0.


Os potenciais elétricos dos resistores da malha devem ser calculados pelas
resistências de cada um desses elementos, multiplicadas pela corrente elétrica que
os atravessa, em consonância com a 1ª lei de Ohm:

U – tensão ou potencial elétrico (V)


R – resistência elétrica (Ω)
i – corrente elétrica (A)
Caso a malha percorrida contenha outros elementos, tais
como geradores ou receptores, precisamos saber identificá-los, uma vez que
os símbolos usados para representar geradores e receptores são iguais. Para
tanto, observamos o sentido da corrente elétrica que percorre esses elementos,
lembrando que, tanto para geradores quanto para receptores, a barra comprida
representa o potencial positivo, enquanto a barra menor representa
o potencial negativo:
 Os geradores sempre são percorridos por uma corrente elétrica que entra pelo
terminal negativo, de menor potencial, e sai pelo terminal positivo, de maior
potencial. Em outras palavras, ao passar pelo gerador, a corrente elétrica sofre um
aumento de potencial ou ganha energia.
 Os receptores são atravessados por uma corrente elétrica que entra pelo terminal
positivo e sai pelo terminal negativo, de modo que a corrente elétrica “perde”
energia ao percorrê-los.
Depois de aprendermos a identificar os geradores e os receptores da malha, é
preciso entender como é feita a convenção de sinais da 2ª lei de Kirchhoff.
Confira os passos:
 Escolha um sentido arbitrário para a corrente elétrica: caso você não saiba o
sentido em que a corrente elétrica percorre o circuito, basta escolher um dos
sentidos (horário ou anti-horário). Se o sentido da corrente for diferente, você
simplesmente obterá uma corrente de sinal negativo, portanto, não se preocupe
tanto em acertar o sentido.
 Escolha um sentido para a circulação da malha: assim como fizemos para a
corrente elétrica, faremos para o sentido em que a malha é percorrida: escolha um
sentido arbitrário para percorrer cada malha.
 Some os potenciais elétricos: caso você percorra um resistor a favor da corrente
elétrica, o sinal do potencial elétrico será positivo, caso o resistor percorrido seja
atravessado por uma corrente elétrica de sentido contrário, utilize o sinal
negativo. Quando passar por um gerador ou receptor, observe qual dos terminais
você percorre primeiro: caso seja o terminal negativo, o potencial elétrico deverá
ser negativo, por exemplo.
Exemplo das leis de Kirchhoff para circuitos elétricos
Vamos conferir uma aplicação das leis de Kirchoff. Na próxima figura,
mostraremos um circuito elétrico que contém três malhas, A, B e C:

Agora, mostramos cada uma das malhas do circuito separadamente:

Na figura seguinte, mostraremos como foi a escolha do sentido em que as malhas


são percorridas bem como do sentido arbitrado para a corrente elétrica:
Além de ser usada para definir o sentido em que percorreremos as malhas, a
figura anterior define que a corrente elétrica que chega ao nó A, iT, é igual à soma
das correntes i1 e i2. Portanto, de acordo com a 1ª lei de Kirchhoff, a corrente
elétrica no nó A obedece a seguinte relação:

Depois de obtermos a relação anterior, aplicaremos a 2ª lei de


Kirchoff às malhas A, B e C. Começando pela malha A e percorrendo-a no
sentido horário a partir do nó A, passamos por um resistor de 8 Ω, percorrido por
uma corrente i1 também no sentido horário, portanto, o potencial elétrico nesse
elemento é simplesmente 8i1. Em seguida, encontramos o terminal negativo de
24 V, que, desse modo, terá sinal negativo:

Depois de termos obtido a corrente elétrica i1, com base na aplicação da 2ª lei de


Kirchhoff na malha A, faremos o mesmo processo na malha B, partindo do nó A,
também no sentido horário:

Com a primeira equação que obtivemos, por meio da 1ª lei de Kirchhoff,


podemos determinar a intensidade da corrente iT:

Perceba que para o circuito utilizado como exemplo não foi necessário
determinar a equação da malha externa C, entretanto alguns circuitos um pouco
mais complexos exigem que determinemos as equações de todas as malhas e,
geralmente, são resolvidos por métodos de escalonamento, pela regra de
Cramer ou por outros métodos de solução de sistemas lineares.
Condutores ôhmicos e não ôhmicos
É dito resistência elétrica a oposição que um determinado condutor
oferece à passagem de corrente elétrica de intensidade i através dele, e
sabemos que essa oposição à corrente elétrica pode ser calculada da
seguinte forma:

Onde U é a diferença de potencial aplicada no condutor, i a corrente elétrica


e a unidade de medida de R no Sistema Internacional de Unidades (SI) é o
ohm (Ω), em homenagem ao físico alemão George Simon Ohm. É possível
de se perceber, através da equação descrita acima, que corrente e
resistência elétrica são grandezas inversamente proporcionais e, dessa
maneira, temos que quanto maior for o valor de R maior será a oposição
que o condutor apresentará à passagem de corrente elétrica.

De acordo com a Lei de Ohm, sabemos que um condutor é dito condutor


ôhmico quando a resistência dele se mantém constante
independentemente do valor da diferença de potencial que é aplicada sobre
ele, contudo nem sempre ocorre dessa forma, ou seja, a resistência de um
condutor pode variar.

Existem alguns fatores que influenciam na determinação do valor da


resistência elétrica de um fio condutor de eletricidade. Dentre esses fatores
podemos citar o material do qual ele é feito, a área da seção reta do fio e a
temperatura do fio. Sim, a temperatura pode fazer com que o valor da
resistência sofra grandes variações. Experiências mostram que a
resistência de um condutor, a temperatura t, pode ser calculada, com boa
aproximação, através da seguinte relação matemática:
R = Ro(1 + αΔt)
Onde α é um coeficiente que depende do material que constitui o condutor.
Nos metais a resistência aumenta com o aumento da temperatura, já em
outros materiais como o carbono e o telúrio, por exemplo, acontece o
contrário: a resistência diminui com o aumento de temperatura.

Resistividade e condutividade elétrica


Condutividade é uma propriedade microscópica dos materiais que
corresponde ao inverso da resistividade (ρ). Uma alta condutividade em um
material indica grande capacidade de transportar cargas elétricas com
facilidade, mediante a aplicação de uma diferença de potencial entre dois
pontos. A unidade de medida da condutividade é o siemens por metro (S/m),
que corresponde a Ω-1.m-1. Materiais como metais e soluções iônicas
geralmente apresentam medidas elevadas de condutividade, graças à
presença de uma grande quantidade de elétrons livres nesses meios. O que é
condutividade?
Condutividade é um termo amplo que pode ser usado para definir a capacidade
de algum meio material de realizar o transporte de energia ou partículas nas
formas de calor, cargas elétricas ou matéria. Esses diferentes tipos de
condutividade são utilizados para explicar uma grande quantidade de fenômenos
de transporte e dependem de fatores como a diferença de temperatura, a diferença
de potencial elétrico e a diferença de concentração entre diferentes pontos do
meio material, respectivamente.
No presente artigo discutiremos exclusivamente a condutividade elétrica e suas
propriedades. Entretanto, cabe afirmar aqui que bons condutores de eletricidade
são, na maior parte dos casos, bons condutores térmicos.
A condutividade elétrica é a grandeza física que mede a capacidade inerente a
algum material de transportar cargas elétricas quando sujeito a uma diferença de
potencial elétrico. Essa característica dos materiais leva em
conta aspectos microscópicos, tais como a disponibilidade e a mobilidade dos
elétrons livres, que podem ser entendidos, respectivamente, como a quantidade de
elétrons fracamente ligados aos núcleos atômicos e a velocidade em que os
elétrons podem ser conduzidos entre os átomos da rede cristalina do material sem
colidir com esses últimos.
A unidade de medida da condutividade elétrica é exatamente o inverso da
unidade de medida da resitividade (Ω.m), sendo, portanto, 1/Ω.m ou, ainda, Ω-
1
.m-1. Ademais, também é possível que a condutividade elétrica seja escrita em
termos de outra unidade de medida, conhecida como siemens, cujo símbolo
é S. Tal unidade é usada para representar uma grandeza definida pelo inverso da
resistência elétrica (R): a condutância elétrica (G).
Fórmula da condutividade
A fórmula utilizada para calcular a condutividade é a seguinte:

σ – condutividade (S/m)


ρ – resistividade (Ω.m)
Condutividade x resistividade
Condutividade e resitividade são grandezas inversamente proporcionais. Isso
indica que quanto maior é a condutividade de um material, menor será sua
resistividade e vice-versa. Assim como a resistividade, a condutividade é
uma característica intrínseca do material e não depende de fatores
geométricos, tais como o formato ou as dimensões do corpo.
Curiosamente, a condutividade é uma das grandezas físicas cujas medidas
estendem-se pelo maior número de ordens de grandeza. Na natureza é possível
encontrar materiais isolantes que apresentam condutividades menores que 10 -
17 
S/m, enquanto existem excelentes condutores cuja condutividade chega a ser
superior a 107 S/m.
Tabela de condutividade elétrica dos materiais
Confira a seguir uma tabela que contém as medidas de condutividade de alguns
materiais comuns.
Material Condutividade (Ω-1.m-1)
Prata 6,8.107

Cobre 6,0.107

Ouro 4,3.107

Vidro 1,0.10-11

Borracha 1,1.10-15

Quartzo ~10-17

A partir da tabela acima, é possível perceber quão grande é o espectro das


medidas da condutividade, que podem se estender por mais de 20 ordens de
grandeza.

Potência elétrica e efeito Joule


O efeito Joule é um fenômeno físico no qual a passagem de corrente
elétrica através de algum meio resulta em seu aquecimento. Esse
aquecimento surge em razão das diversas colisões que ocorrem entre os
elétrons e os átomos que constituem a estrutura cristalina do material.
Para que haja dissipação de energia pelo efeito Joule, é necessário que o
meio que é atravessado pela corrente elétrica apresente alguma resistência
elétrica, que é a capacidade que o material tem de se opor à corrente
elétrica. A resistência elétrica, portanto, define quanto calor será produzido
enquanto o corpo estiver sendo atravessado por um fluxo de elétrons.
Para fazermos os cálculos do efeito Joule, devemos levar em conta
somente os corpos que apresentem resistências ôhmicas, uma vez que
sua resistência elétrica é aproximadamente constante, em acordo com o
que é estabelecido pela 1ª lei de Ohm.
Utilidades do efeito Joule

Diversos aparelhos eletroeletrônicos fazem uso do efeito Joule para


produzir calor, confira alguns exemplos:
 Chuveiro elétrico
 Aquecedores
 Churrasqueira elétrica
 Ferro de passar roupa
 Secador de cabelos
 Chapinha
 Torradeira
 Lâmpadas incandescentes
Apesar de desempenharem funções diferentes, todos os dispositivos
listados acima apresentam algo em comum: são dotados de uma
resistência que, se percorrida por uma corrente elétrica, produz grandes
quantidades de calor.
Como o efeito Joule está relacionado à quantidade de energia que é
dissipada por uma resistência elétrica, a unidade de medida dessa
grandeza é o Joule (J), de acordo com o Sistema Internacional de
Unidades, mas também é comum que se utilize a unidade de caloria
(cal), em alguns contextos. Fórmulas do efeito Joule

Vamos conferir quais são as principais fórmulas utilizadas para o estudo do


efeito Joule. A primeira delas, chamada lei de Joule, permite calcularmos a
quantidade de calor que é dissipada, observe:

Q – calor (J)


i – corrente elétrica
R – resistência elétrica (Ω)
t – intervalo de tempo (s)
A análise da fórmula acima nos indica que:
 A quantidade de calor dissipada pelo efeito Joule é proporcional ao
quadrado da corrente elétrica que atravessa o corpo, portanto, dobrando-
se o módulo da corrente elétrica, a quantidade de calor dissipado será
quatro vezes maior, por exemplo.
 A quantidade de calor dissipado é diretamente proporcional à resistência
elétrica, portanto, quanto maior for a resistência elétrica de um corpo,
maior será a quantidade de calor que ele produzirá ao conduzir
eletricidade.
 O tempo que uma corrente permanece a atravessar o corpo é
diretamente proporcional à quantidade de calor dissipado.
 Existem outras variações que podem ser utilizadas como uma opção
para a fórmula mostrada anteriormente, para isso é necessário nos
lembrarmos da primeira lei de Ohm:


 U – tensão elétrica (V)
 Ao usar a fórmula acima, será possível descobrir módulos de outras
grandezas, a fim de substitui-los na fórmula do efeito Joule.

Riscos do efeito Joule

O efeito Joule pode apresentar alguns riscos a circuitos elétricos e também


à segurança. Quando ocorre a oxidação dos materiais condutores, por
exemplo, a sua resistência elétrica aumenta grandemente, por isso, esses
materiais tendem a dissipar maiores quantidades de calor, o que pode
causar incêndios, por exemplo.
Nos curto-circuitos, ocorre a formação de um grande pico de corrente
elétrica, por isso, fios elétricos e outros componentes podem derreter e
gerar faíscas, podendo causar incêndios e queimaduras.
Além disso, a pele humana é altamente resistiva, ou seja, apresenta uma
resistência elétrica muito alta, cerca de 80.000 Ω a 100.000 Ω quando seca.
Por isso, ao entramos em contato com grandes correntes elétricas estamos
sujeitos a, entre outras coisas, queimaduras profundas e de grande
extensão.

Eletromagnetismo
Eletromagnetismo é a parte da Física que relaciona a eletricidade e
o magnetismo. Essa teoria baseia-se nos seguintes princípios:
1. Cargas elétricas em movimento geram campo magnético;
2. Variação de fluxo magnético produz campo elétrico.
Durante muito tempo, acreditou-se que eletricidade e magnetismo eram o mesmo
fenômeno. Foi somente em 1600 que o médico e físico inglês Gilbert escreveu
um livro distinguindo as duas teorias. Apesar dessa diferenciação entre os dois
fenômenos, havia fortes indícios de que existia alguma relação entre eles.
Qual é a relação entre Eletricidade e Magnetismo?
Essa relação foi descoberta pelo dinamarquês Hans Christian Oesterd em 1820,
o que só foi possível graças à invenção dos geradores elétricos, que permitiam a
geração de correntes elétricas duradouras e estáveis necessárias para o estudo dos
fenômenos.
Oersted demonstrou a existência dessa interação a partir de um simples
experimento. Ele colocou uma agulha magnética próxima a um condutor de
eletricidade. Para isso, ele utilizou uma bússola e um fio de platina em um
circuito. O fio de platina, ao ser percorrido pela corrente elétrica, ficava
incandescente, o que garantia uma corrente suficientemente intensa. Quando o fio
era aproximado da bússola, sua agulha magnética sofria deflexão.
Experimento de Oesterd
O experimento de Oersted mostrava que a corrente elétrica gerava campo
magnético. Porém, em 1831, Michael Faraday, na Inglaterra, utilizou um núcleo
de ferro e duas bobinas A e B para mostrar que a variação do fluxo magnético
também gerava corrente elétrica. Faraday percebeu que, nos momentos em que
conectava ou desconectava a bobina A na fonte, passava uma corrente elétrica na
bobina B, mas essa corrente aparecia somente nesses instantes.

Experimento de Faraday
A partir dessa experiência, ele concluiu que essa corrente elétrica ocorria em
virtude da variação do campo magnético, que aparecia quando a bobina A era
ligada e desaparecia quando essa mesma bobina era desligada. Esse fenômeno
ficou conhecido como indução magnética ou Lei de Faraday.
Os fenômenos eletromagnéticos foram descritos por um conjunto de leis
formulado por James Clerck Maxwell, cientista que foi tão importante para o
Eletromagnetismo como Isaac Newton foi para a Mecânica.
James C. Maxwell teve importância sem igual para os estudos sobre Eletromagnetismo
Vários aparelhos indispensáveis atualmente só existem em face da evolução nos
estudos sobre o Eletromagnetismo. Entre eles, podemos citar: cartões magnéticos,
transformadores de tensão, motores elétricos, antenas de transmissão de dados,
forno micro-ondas, entre outros.

Propriedades e campo magnético de ímãs


Sabemos que antigamente eram chamados de fenômenos magnéticos os
fenômenos que estavam associados diretamente a um minério de ferro
(a magnetita), que possui a propriedade de atrair objetos de ferro.
Atualmente, esses pedaços de magnetita são chamados de ímãs.

A princípio, os fenômenos elétricos e magnéticos eram estudados


separadamente. Mas após uma série de experimentos realizados,
percebeu-se que havia uma ligação entre eles e que os dois efeitos, elétrico
e magnético, eram produzidos por uma mesma entidade: a carga elétrica.

Algumas propriedades dos ímãs

O primeiro fato observado foi o de que eles são capazes de atrair objetos de
ferro. O segundo, foi o de que era possível transferir aos corpos de ferro a
mesma propriedade dos ímãs.

Constatou-se que essa capacidade de atrair os objetos de ferro parece


estar concentrada em dois pontos. Esse fato é verificado aproximando um
ímã em forma de barra da limalha de ferro, pois se percebe que ela se
concentra nas extremidades do ímã.

Chamamos as regiões extremas de um ímã de polos, em razão de outro


fato observado: ao suspendermos um ímã em forma de barra pelo seu
centro, como mostra a figura abaixo, de modo que ele fique livre para se
mover, percebemos que ele se orienta aproximadamente na direção norte-
sul.
 

 
Graças a essa propriedade é que puderam criar a bússola, instrumento
muito utilizado até os dias de hoje, construída basicamente por um pequeno
ímã em forma de losango, capaz de girar em torno de um eixo.

Outra propriedade percebida foi a de que existem forças entre os ímãs.


Dessa forma, constatou-se que polos de mesmo nome se repelem e polos
de nomes diferentes se atraem.

Ao se quebrar um ímã, observou-se uma outra propriedade: a de


inseparabilidade dos polos. Quebrando um ímã em mais pedaços sempre
encontraremos novos ímãs com dois polos.

Magnetismo da Terra
A agulha imantada de uma bússola aponta para o norte geográfico, pois o
campo magnético gerado pela agulha alinha-se ao campo
magnético terrestre. A Terra é um ímã gigante, portanto, produz campo
magnético.
O campo magnético da Terra foi descrito pelo médico inglês William Gilbert
(1544 – 1603), com o uso da “terrella”, um ímã esférico sobre o qual era
apoiada uma agulha.
Qual é a importância do campo magnético terrestre?
O campo magnético terrestre é o que possibilita a existência das bússolas,
utilizadas para localização no espaço. Graças a essa invenção, as grandes
navegações puderam acontecer.
O campo magnético terrestre impede a entrada de partículas com alta
velocidade vindas do Sol (vento solar). Ao atingirem o campo magnético da
Terra, essas partículas que compõem o chamado vento solar são defletidas
por causa da carga elétrica que possuem. Caso elas pudessem atingir a
superfície da Terra, danificariam e impossibilitariam a comunicação por
ondas de rádio, TV, internet, etc.
Formação do campo magnético terrestre
A teoria do dínamo é a mais aceita para a explicação do campo magnético
terrestre. De acordo com essa ideia, o ferro e o níquel em estado de fusão,
a cerca de 3 mil km de profundidade, movimentam-se gerando correntes
elétricas que provocam o campo magnético.
Polos magnéticos
Um ímã possui um polo norte e um polo sul. O campo magnético gerado
pelos ímãs, que é a região próxima ao ímã onde ocorre a atração de outro
ímã ou materiais como ferro e aço, é representado saindo do polo norte e
entrando no polo sul.

Quando a agulha imantada de uma bússola alinha-se ao campo magnético


da Terra, o polo norte da agulha aponta para a região norte do planeta e o
polo sul do ímã da bússola aponta para a região sul do planeta.
A atração ocorre somente entre polos diferentes, ou seja, se o polo norte da
agulha aponta para o norte geográfico, isso significa que aquilo que
chamamos de norte geográfico é o polo sul magnético da Terra. Da mesma
forma, o polo sul geográfico do planeta deve ser o polo norte magnético. A
imagem acima revela essa inversão entre os polos magnético e geográfico.

Lei da inexistência de monopolos magnéticos


A teoria clássica que chamamos de Mecânica é estruturada pelas três leis de Newton e por
leis de força, como, por exemplo, a lei da Gravitação Universal.

De modo análogo, a teoria clássica que chamamos de Eletromagnetismo é estruturada por


quatro leis: lei de Gauss para a Eletricidade (que inclui a lei de Coulomb), lei de Gauss para
o Magnetismo, lei de Ampère-Maxwell e lei de Faraday-Lenz. Estas quatro leis são
complementadas pela lei de força de Lorentz:

F = q (E + v × B)

Nesta expressão, E representa o vetor campo elétrico, B representa o vetor campo


magnético, ambos na posição ocupada pela partícula com carga elétrica q e
velocidade v no referencial escolhido.

Lei de Gauss para a Eletricidade

Numa região onde existe um campo elétrico, imaginemos uma superfície S dividida em um
grande número N de elementos de superfície, com áreas Δs k (k = 1, 2, … N), pequenos o
suficiente para que, sobre cada um deles, o (vetor) campo elétrico possa ser considerado
constante.

Ao k-ésimo elemento de superfície (mostrado na figura) associa-se o vetor Δsk,


perpendicular a esse elemento de superfície. Ao longo de todo esse elemento de superfície,
o vetor campo elétrico Ek é constante.

Chamamos de fluxo do campo elétrico através da superfície S a grandeza:


φE = Σk = 1, 2 … N Ek • Δsk = Σk = 1, 2 … N Ek (Δsk) cosθk

Por convenção, se a superfície S é fechada, os vetores associados aos elementos de


superfície têm sentidos que apontam de dentro para fora da superfície.

Em termos de linhas de campo, o fluxo elétrico é dado pelo número de linhas que
atravessam a superfície considerada.

A lei de Gauss para a eletricidade afirma: o fluxo elétrico através de uma superfície fechada
qualquer é igual à carga elétrica total no interior dessa superfície dividida pela constante ε0.
Matematicamente:

Σk = 1, 2 … N Ek • Δsk = q/ε0 [Superfície Fechada]

A lei de Gauss para a eletricidade inclui a possibilidade da existência de cargas elétricas


isoladas. Além disso, expressa o fato que a fonte do campo elétrico é a propriedade das
partículas que chamamos de carga elétrica.

Como é o campo elétrico de uma partícula carregada?

E a lei de Coulomb?

Lei de Gauss para o Magnetismo

Numa região onde existe um campo magnético, imaginemos uma superfície S dividida em
um grande número N de elementos de superfície, com áreas Δsk (k = 1, 2, … N), pequenos
o suficiente para que, sobre cada um deles, o (vetor) campo magnético possa ser
considerado constante.

Ao k-ésimo elemento de superfície (mostrado na figura) associa-se o vetor Δsk,


perpendicular a esse elemento de superfície. Ao longo de todo esse elemento de superfície,
o vetor campo magnético Bk é constante.

Chamamos de fluxo do campo magnético através da superfície S a grandeza:


φB =  Σ k = 1, 2 … N   Bk • Δsk =  Σ
k = 1, 2 … N   Bk(Δsk) cosθk

Por convenção, se a superfície S é fechada, os vetores associados aos elementos de


superfície têm sentidos que apontam de dentro para fora da superfície.

Em termos de linhas de campo, o fluxo magnético é dado pelo número de linhas que
atravessam a superfície considerada.

Agora, as linhas de campo magnético são contínuas e fechadas. E se a superfície através


da qual se quer calcular o fluxo é fechada, cada linha de campo conta, para o cálculo do
fluxo total através desta superfície, uma vez quando entra e outra quando sai da superfície.
Então, devido à convenção dada acima para o sentido dos vetores associados aos
elementos de superfície, o valor da expressão:

B • Δs = B (Δs) cosθ

é negativo quando a linha entra, porque θ > 90 o, e positivo quando a linha sai, porque θ <
90o. Desse modo, a soma sobre todas as linhas dá zero. Em outras palavras: o fluxo
magnético através de uma superfície fechada qualquer é sempre nulo. Essa afirmativa
constitui a lei de Gauss para o Magnetismo. Matematicamente:

Σ k = 1, 2 … N   Bk • Δsk = 0          [Superfície Fechada]

A lei de Gauss para o Magnetismo expressa a inseparabilidade dos pólos magnéticos, ou


seja, a inexistência de pólos magnéticos isolados (monopólos magnéticos). Isto significa
que toda linha de campo é uma linha contínua e fechada: parte do polo N e vai ao polo S
por fora do imã e do polo S retorna ao polo N por dentro do imã.

A figura representa as linhas de campo magnético de um imã. As letras A, C e D indicam


superfícies fechadas. As linhas tracejadas mostram onde estas superfícies cortam o plano
da figura. É claro, pela figura, que o número de linhas de campo magnético que passam
através de qualquer uma das três superfícies A, C e D de fora para dentro é igual ao
número de linhas de campo que passam de dentro para fora, de modo que o fluxo
magnético total, para cada superfície, é nulo. O mesmo vale para qualquer outra superfície
fechada que possamos imaginar.

Lei de Ampère-Maxwell

Numa região de campo magnético, consideremos uma linha fechada C dividida em um


grande número N de elementos de comprimento, com comprimentos Δ𝓁k (k = 1, 2, … N),
pequenos o suficiente para que, sobre cada um deles, o campo magnético possa ser
considerado constante.

Ao k-ésimo elemento de comprimento associa-se o vetor Δ𝓁k, tangente à curva C.


Chamamos de circulação do campo magnético ao longo da linha C a grandeza:

Σk = 1, 2 … N Bk • Δ𝓁k = Σk = 1, 2 … N Bk (Δ𝓁k) cosθk

A lei de Ampère afirma: a circulação do campo magnético ao longo de uma linha fechada
(chamada amperiana) que envolve a corrente i é igual ao produto desta corrente pela
constante μ0. Matematicamente:

Σk = 1, 2 … N Bk • Δ𝓁k = μ0i [Linha Fechada]

Na aplicação dessa equação devemos considerar a linha fechada e, portanto, todos os


elementos Δ𝓁1, Δ𝓁2, … Δ𝓁N, orientados segundo os dedos da mão direita com o polegar na
direção da corrente i.

Em termos sintéticos, a lei de Ampère expressa o fato que uma corrente elétrica gera um
campo magnético. Um campo elétrico variável no tempo também gera um campo
magnético. Incorporamos esse fato ao formalismo adicionando o termo de corrente de
deslocamento na expressão matemática da lei de Ampère. Então, temos a lei de Ampère-
Maxwell.

Lei de Faraday-Lenz
Segundo a lei de Faraday: a taxa de variação do fluxo do campo magnético através da
superfície limitada por um circuito é igual à força eletromotriz (fem) induzida nesse circuito.
Matematicamente:

ε = − ΔφB/Δt

Em termos sintéticos, a lei de Faraday expressa o fato que um campo magnético variável
no tempo gera um campo elétrico.

O sinal negativo que aparece nessa expressão representa matematicamente a lei de Lenz.
Esta lei está relacionada ao princípio de conservação da energia, conforme discutimos
adiante.
Devemos observar, de passagem, que o nome força eletromotriz, dado a essa grandeza, é
mantido por questões históricas. Essa grandeza não representa fisicamente uma força e
sim, uma diferença de potencial elétrico. Assim, tem como unidade no SI, o volt (V).

Com o objetivo de estudar a lei de Faraday, podemos conseguir um imã permanente em


forma de barra e montar o circuito mostrado na figura (a), com uma espira D ligada a um
amperímetro A. Conforme movemos o imã num referencial fixo na espira, aproximando-o ou
afastando-o dela, uma corrente induzida com um ou outro sentido aparece no circuito e é
acusada pelo amperímetro. Além disso, a intensidade da corrente varia conforme a
velocidade com que movemos o imã: quanto maior a velocidade, maior a intensidade da
corrente.

Também podemos estudar a lei de Faraday com o arranjo mostrado na figura (b), em que
substituimos o imã em forma de barra pela espira E, ligada a uma bateria B, com uma
chave C que abre e fecha o circuito. Podemos fazer variar a corrente na espira E, ligando e
desligando a chave C. Isto induz uma corrente na espira D, que é acusada pelo
amperímetro A. A corrente nesta espira só aparece nos instantes que se seguem aos atos
de ligar e desligar a chave C no circuito da espira E e, em cada caso, com um sentido
diferente. Enquanto a chave C permanecer desligada ou permanecer ligada, não aparece
corrente na espira D.

Campo magnético de fios retilíneos, de espiras, de bobinas e de


solenoides
É comum em nosso dia a dia nos depararmos com objetos que são atraídos
por outros: algumas chaves de fenda, por exemplo, têm a propriedade de
atrair pequenos materiais de ferro, como parafusos. De acordo com a
história das ciências, as primeiras observações feitas em relação a
determinadas pedras que possuíam a capacidade de atrair ferro e interagir
entre si foram feitas há muitos séculos.
Essas pedras passaram a ser denominadas ímãs; e os fenômenos que
espontaneamente se manifestavam foram denominados fenômenos
magnéticos. O termo magnetismo é provindo de uma região conhecida
como Magnésia, uma província da Grécia onde essas pedras foram
encontradas.
Nos estudos sobre magnetismo, vimos que se aproximarmos de uma
agulha magnética um ímã, a mesma agulha sofrerá uma deflexão. Dessa
forma, podemos dizer que o ímã gera um campo magnético que atua sobre
a agulha magnética. Um outro fenômeno foi observado pelo físico Oersted.
Ele observou em suas experiências que quando aproximava uma agulha
magnética de um fio condutor percorrido por uma corrente elétrica, a agulha
também sofria deflexão; e interrompendo-se a corrente elétrica, a agulha
voltava à sua posição inicial.
Hoje sabemos que o fato de a agulha sofrer desvio significa que há um
campo magnético em volta do fio condutor percorrido por corrente elétrica.
Fontes de campo magnético
Condutor retilíneo
Um condutor percorrido por uma corrente elétrica gera um campo
magnético ao seu redor. A configuração desse campo pode ser
determinada colocando-se pequenas agulhas magnéticas em pontos dessa
região. A equação que nos fornece o campo magnético gerado por um
condutor retilíneo percorrido por uma corrente elétrica é a seguinte:

Espira circular
O campo magnético gerado por uma espira circular percorrida por corrente
elétrica pode ser determinado pela seguinte equação:

As linhas de indução do campo magnético são circunferências


perpendiculares ao plano da espira, concêntricas com o condutor.
Bobina chata
Se considerarmos n espiras iguais justapostas, de modo que a espessura
do enrolamento seja menor que o diâmetro de cada espira, teremos a
chamada bobina chata. Podemos determinar a intensidade do vetor campo
magnético no centro da bobina através da equação:

Solenoide
Chamamos de solenoide um condutor longo e enrolado que forma um tubo
constituído de espiras igualmente espaçadas. A intensidade do vetor campo
magnético no interior de um solenoide é determinada pela seguinte
equação:

Onde N/L representa o número de espiras por unidade de comprimento. E,


em relação à equação acima, μ representa a permeabilidade magnética do
condutor.

Lei de Biot-Savart
Através de fatos históricos, vimos que Oersted foi o primeiro a realizar
experimentos que provaram a existência de uma relação entre os fenômenos
elétricos e magnéticos, ou seja, ele mostrou que as correntes elétricas dão origem
a campos magnéticos. Embora tenha afirmado tal existência, Oersted não deu
explicações de como realizar os cálculos do campo. Essa explicação só veio
tempos mais tarde, dada por cientistas franceses.

Após o experimento de Oersted ter sido divulgado no ano de 1820, dois


cientistas, Jean-Baptiste Biot (1774-1862) e Félix Savart (1791-1841), fizeram os
primeiros relatos de forma mais precisa sobre o fenômeno. Após passar por
algumas alterações, as conclusões dos dois cientistas ficaram conhecidas como
Lei de Biot-Savart.

Na figura acima temos uma carga q positiva que se move com uma velocidade v.
Vamos agora considerar o plano determinado por v e P: através da regra da mão
direita podemos determinar o campo magnético (B), produzido pela carga em um
ponto P a uma distância r dela. Pela figura, podemos ver que o campo é
perpendicular ao plano. Dessa forma, podemos achar o módulo do campo
magnético (B) através da equação:
Onde km é a constante magnética cujo valor no SI é dado por km = 10-7.

Na figura acima temos um fio percorrido por uma corrente i. Para acharmos o
valor do campo magnético produzido pela corrente em um ponto P, dividimos o
fio em pequenos pedaços (ΔL). Então, o campo magnético (ΔB) produzido em
cada pedaço é dado pela seguinte equação:

Interação entre fios condutores de corrente elétrica


Ampère fez estudos relacionados à força magnética produzida entre dois
fios que conduzem energia elétrica. Em seus estudos, ele conseguiu
determinar a intensidade do campo magnético produzido por essa corrente
elétrica. Como podemos verificar na figura abaixo, a força magnética entre
dois fios paralelos e separados por uma distância d pode ser determinada
da seguinte maneira

 
Inicialmente, devemos fazer os cálculos da intensidade do campo
magnético B1 na posição do fio 2. Dessa forma, o campo produzido pela
corrente i1 vale:
Em seguida, podemos efetuar os cálculos do módulo da força magnética
que atua sobre o fio 2 por meio da seguinte equação: F 1 = B1.i2.L. Nessa
equação, L é o comprimento do fio. Dessa forma, podemos ver que a força
magnética que atua no fio 2 é dada pela seguinte relação:

No vácuo, temos que µ = 4π.10-7 T.m/A.


De tal modo, podemos dizer que o mesmo efeito ocorre para o campo
magnético gerado pelo fio 2. Assim, o campo magnético criado pela
corrente i2, na posição do fio 1, também produz uma força sobre a corrente
i1. Essa força tem a mesma intensidade que a força F 2, mas tem sentido
contrário. Essas duas forças formam um par de ação e reação.
Utilizando a regra da mão direita, podemos ver que, se as correntes
estiverem no mesmo sentido, a força magnética entre os fios será de
atração. Caso as correntes possuam sentidos contrários, a força será
de repulsão entre os fios.

Força de Lorentz

Na física, a Força magnética (Fm), também chamada de Força de Lorentz, representa a


força de atração e/ou repulsão exercida pelos ímãs ou objetos magnéticos.

Fórmula da Força Magnética


Para calcular a intensidade (módulo) da força magnética sobre uma carga elétrica, em
relação a um referencial inercial, utiliza-se a seguinte fórmula:

F = |q| . v . B. sen θ

Onde,

F: força magnética
|q|: módulo da carga elétrica
v: velocidade da carga elétrica
B: campo magnético
sen θ: seno do ângulo entre o vetor velocidade () e o vetor campo magnético ()
No sistema internacional (SI) a unidade de medida para a força magnética é o Newton (N).
O módulo da carga elétrica é Coulomb (C). A velocidade da carga elétrica é dada em
metros por segundo (m/s). A intensidade do campo magnético é dado em tesla (T).
Campo Magnético

Campo e Força Magnética


O campo magnético representa um espaço onde existe uma concentração de magnetismo
criado em torno das cargas magnéticas.

Já o chamado campo eletromagnético é o local onde existe uma concentração das cargas
elétricas e magnéticas.

Um campo elétrico e um
campo magnético produzem um campo eletromagnético

Nesse caso, a movimentação das cargas eletromagnéticas ocorre em forma de ondas, as


chamadas “ondas eletromagnéticas”. Os campos elétrico e magnético são perpendiculares
entre si.

Força Magnética sobre Cargas Elétricas


As cargas elétricas em movimento atuam dentro de um campo magnético. Assim, quando
uma carga elétrica está em movimento dentro de um campo magnético, ela terá uma força
magnética atuando sobre ela.

A força magnética é proporcional ao valor da carga (q), ao módulo do campo magnético (B)
e ao módulo da velocidade (v) com que a carga se move.
Representação das forças magnéticas sobre
Regras
cargas elétricas.
A força magnética é uma grandeza vetorial, portanto, ela possui uma direção, um sentido e
um módulo. Lembre-se que a força magnética é perpendicular ao campo magnético (B) e a
velocidade (v) da carga magnética (q).
Regra da Mão Direita
Para entender o sentido da força magnética, utiliza-se a regra da mão direita, também
chamada “regra do tapa”.

Com a mão direita aberta, temos que o polegar representa o sentido da velocidade (v) e os
outros dedos representam o sentido do campo magnético (B). Já a palma da mão
corresponde ao sentido da força magnética (F).

Para compreender melhor essa regra, veja a figura abaixo:

Regra da Mão Esquerda


A regra da mão esquerda, chamada “regra da mão esquerda de Fleming”, também é usada
para encontrar o sentido da força magnética.

O dedo polegar representa o sentido da força magnética (F). Já o dedo indicador representa
o campo magnético (B), ou seja, o sentido da corrente elétrica. O dedo médio indica o
sentido da velocidade (v).

Para compreender melhor, veja a figura abaixo:


Lei de indução eletromagnética de Faraday e Lei de Lenz
A lei de Lenz é uma generalização da lei de Faraday, que descreve o fenômeno
da indução eletromagnética. De acordo com a lei de Lenz, a força eletromotriz
induzida por uma variação de fluxo magnético será sempre formada em um
sentido que se oponha a essa variação.
Antes de prosseguirmos com este artigo, é importante que você compreenda bem
alguns conceitos fundamentais da lei de Faraday, para tanto, sugerimos que você
confira o nosso texto sobre o fenômeno da indução eletromagnética.
Lei de Lenz
A lei de Lenz indica qual deve ser a polaridade da força eletromotriz induzida em
uma espira, de acordo com o sentido em que se dá a variação de fluxo
magnético sobre essa espira ou bobina. Criada por Heinrich Lenz, essa lei pode
ser entendida como um complemento à lei de Faraday, em observação ao
princípio de conservação da energia.

Na
figura ilustra-se um experimento simples que pode ser feito para evidenciar a lei
de Lenz.
Matematicamente, a lei de Lenz é apenas um sinal negativo atribuído à lei
da indução eletromagnética, observe a fórmula:

ε – força eletromotriz induzida (V – Volts)


ΔΦ – variação do fluxo magnético (Wb – Weber ou T/m²)
Δt – intervalo de tempo (s)
O sinal negativo da fórmula indica que a polaridade da força eletromotriz
induzida (ε) deve ser contrária à variação do fluxo magnético ΔΦ.
Sentido da corrente elétrica induzida
Para sabermos o sentido da corrente elétrica induzida, ou até mesmo do campo
magnético, é necessário que, primeiramente, conheçamos a regra da mão direita.
Essa regra afirma que a direção e o sentido do campo magnético gerado por
uma corrente elétrica podem ser determinados pelo gesto de fechar os dedos da
mão em torno do dedão, que deve estar apontado no sentido que a corrente
atravessa o condutor. Nesse caso, o campo magnético deverá apontar para
o mesmo sentido que os dedos da mão, como mostra a figura:
A
regra da mão direita permite encontrar o sentido do campo magnético ou da
corrente elétrica.
Com base nessa regra, quando aproximamos uma
espira condutora do polo norte de um ímã, essa produzirá um campo magnético
que se opõe ao aumento do fluxo magnético em seu interior, ou seja, produzirá
um norte magnético, para repelir a entrada do imã. Observe a figura:
Na figura, a seta de baixo indica o
sentido da corrente elétrica, nesse caso, anti-horário.
Para que uma polaridade norte oponha-se à entrada do polo norte do ímã, a
corrente induzida que percorre a bobina deve ser formada no sentido anti-horário,
como ocorre na figura:

Na situação mostramos um caso um pouco diferente, no qual o polo norte do


ímã afasta-se da espira condutora. Quando isso acontece, a espira tenderá
a opor-se ao afastamento e, por isso, produzirá um polo sul magnético a sua
frente, de modo a atrair o ímã que se afasta. O campo magnético, portanto, deve
ser produzido por uma corrente elétrica que flui no sentido horário, observe:
Por fim, trouxemos uma figura em que são ilustradas as possíveis situações em
que ocorrem a aproximação e o afastamento do polo norte, bem como a
aproximação e afastamento do polo sul magnético:
Na imagem, o campo magnético do imã está escrito em azul (B), enquanto o
campo magnético induzido nas bobinas está escrito em vermelho. ΔB, por sua
vez, indica o sentido da variação do campo magnético em cada situação.
Indutores, transformadores e motores elétricos
Indução eletromagnética é o fenômeno responsável pelo surgimento
de correntes elétricas em materiais condutores imersos em campos
magnéticos, quando sujeitos a mudanças no fluxo de campo magnético que
os atravessa. Indução eletromagnética
Por volta de 1820, Hans Christian Oersted descobriu que existe uma relação entre
os fenômenos elétricos e magnéticos. Acidentalmente, Oersted observou que a
passagem de corrente elétrica em um fio condutor podia alterar a direção de
alinhamento de algumas bússolas que haviam sido deixadas nas proximidades do
fio.
O experimento de Oersted permitiu-nos compreender que a eletricidade e o
magnetismo, até então “independentes” um do outro, são fenômenos da mesma
natureza, foi a partir dessa descoberta que se iniciaram os estudos sobre
o eletromagnetismo.

O
experimento de Faraday mostrou que um campo magnético oscilante pode
produzir corrente elétrica.
De acordo com os avanços dos estudos seguidos da descoberta de Oersted,
entendeu-se que as correntes elétricas eram capazes de gerar campos magnéticos,
a recíproca, por sua vez, só foi observada em 1831, quando Michael
Faraday descobriu que uma corrente elétrica era capaz de produzir um campo
magnético. Para tanto, Faraday realizou diversos experimentos, seu aparato
experimental consistia em um anel de ferro envolvido em dois enrolamentos
(bobinas) de fios de cobre, conectados a uma bateria e a um galvanômetro
(dispositivo usado para medir corrente).
Faraday percebeu que, quando a bateria era ligada ou desligada, formava-se uma
corrente no galvanômetro, no entanto, essa corrente cessava e só voltava a surgir
quando a bateria era conectada ou desconectada. Faraday realizou diferentes
experimentos, em um deles descobriu que, quando se move um ímã em direção a
uma bobina condutora (também conhecida como solenoide), uma corrente
elétrica percorre-a. Ele havia descoberto
o princípio da indução eletromagnética.
O
surgimento ou a interrupção da corrente elétrica fazia o ponteiro do galvanômetro
mover-se.
Michael Faraday havia descoberto que a movimentação relativa entre um ímã e
uma bobina era capaz de produzir uma corrente elétrica, atualmente esse
fenômeno é utilizado no mundo todo, para a produção de energia
elétrica em usinas hidrelétricas, termoelétricas, nucleares, eólicas etc.
Indução eletromagnética e lei de Faraday
De acordo com a lei de Faraday, quando
há variação de fluxo de campo magnético em algum circuito condutor, como
em uma bobina, uma força eletromotriz induzida (tensão elétrica) surge nesse
condutor.
Fluxo magnético, por sua vez, diz respeito à quantidade de linhas de campo
magnético que atravessam uma área. Essa grandeza física, medida em Wb
(Weber ou T/m²), relaciona a intensidade do campo magnético com a área e o
ângulo entre as linhas de campo magnético e a reta normal da área.

Φ – fluxo magnético (Wb ou T/m²)


B – campo magnético (T – Tesla)
A – área (m²)
θ – ângulo entre B e a normal da área A
Apesar de a indução eletromagnética ter sido uma descoberta de Faraday, ele
não a deduziu matematicamente, nem pôde explicar a forma como a força
eletromotriz surgia no circuito, essas implementações surgiram depois, pelas
mãos de Heinrich Lenz e Franz Ernst Neumann, moldando a lei de Faraday na
forma como a conhecemos atualmente.
Veja também: Tudo o que você precisa saber para mandar bem em eletrostática
A contribuição de Neumann diz respeito ao equacionamento da lei de Faraday,
ele a descreveu como uma variação temporal do fluxo de campo magnético,
confira:

ε – força eletromotriz induzida (V – Volts)


ΔΦ – variação de fluxo magnético (Wb)
Δt – intervalo de tempo
A contribuição de Lenz, por sua vez, foi relacionada ao princípio da conservação
da energia. Lenz explicou qual devia ser a direção da corrente elétrica induzida
pela variação de fluxo magnético. De acordo com ele, a corrente elétrica que é
induzida sempre surge de modo a opor-se à variação de fluxo magnético
externo. A constatação de Lenz fez com que adicionássemos o sinal negativo à
lei de Faraday:

A figura seguinte mostra como ocorre o surgimento da força eletromotriz


induzida de acordo com a lei de Faraday-Lenz, observe que as linhas do campo
magnético induzido surgem de modo a compensar a variação de fluxo de campo
magnético que aumenta em direção ao interior do solenoide:

Ao
aproximarmos o norte magnético da bobina, ela produz um norte magnético que
se opõe.
O
afastamento do norte magnético faz com que a bobina produza um sul magnético.
Fórmulas de indução eletromagnética
As principais fórmulas de indução eletromagnética são a fórmula do fluxo de
campo magnético e a lei de Faraday-Lenz, confira:

Aplicações da indução eletromagnética


Vamos conhecer algumas aplicações diretas da indução eletromagnética, entre
elas podemos citar os geradores de corrente alternada, os transformadores e os
motores elétricos.
Geradores de corrente alternada
Todos os geradores de corrente elétrica alternada operam de acordo com
a indução eletromagnética de Faraday. Esses geradores estão presentes em
diversos tipos de usinas elétricas, e o fator comum a todas elas é que a energia
elétrica é obtida a partir da conversão da energia mecânica.
Nas usinas hidrelétricas, por exemplo, a queda d'água transforma a energia
potencial gravitacional de uma grande massa de água em energia cinética, essa
energia produz o movimento de rotação das pás do gerador, ligadas a poderosos
ímãs e grandes bobinas condutoras. Caso tenha mais interesse no tema, acesse
nosso texto: Geradores.
Transformadores
Os transformadores são dispositivos que fazem uso direto do fenômeno
da indução eletromagnética. Esses aparelhos só funcionam com correntes
elétricas alternadas e são constituídos de uma barra de ferro, geralmente em
formato de U, envolta em duas bobinas, com diferentes números de espiras.
Quando a corrente elétrica passa pelo primeiro enrolamento, um campo
magnético é produzido pela bobina, sendo então concentrado e transmitido
através da barra de fero. A segunda bobina, exposta ao campo magnético
oscilante, gera um campo magnético induzido, contrário àquele que é transmitido
pela barra de ferro.
A diferença entre o número de espiras em cada um dos lados da barra de ferro
faz com que a intensidade da corrente elétrica induzida seja diferente nas duas
bobinas, no entanto, a potência elétrica em cada uma delas é a mesma, desse
modo, aumentando-se a corrente elétrica, surge uma queda de potencial e vice-
versa.
É assim que os transformadores operam: eles podem abaixar ou diminuir a
intensidade da corrente elétrica de acordo com a proporção entre o número de
enrolamentos em cada uma de suas bobinas. A fórmula utilizada para os
transformadores é mostrada a seguir, confira:

VP e VS – tensões primária e secundária


NP e NS – número de enrolamentos da bobina primária e secundária
Motores elétricos
Os motores elétricos operam como geradores elétricos invertidos, ou seja, em vez
de converterem energia mecânica em eletricidade,
produzem energia mecânica a partir de energia elétrica. Nesse caso, em vez de
usarmos a rotação de um eixo para gerar eletricidade, fazemos com que uma
corrente elétrica passe através de um eixo enrolado por diversas bobinas,
fazendo-o girar.

Lei de Ampère-Maxwell
Baseando-se nos estudos de Michael Faraday, Maxwell unificou, em 1864,
todos os fenômenos elétricos e magnéticos observáveis em um trabalho
que estabeleceu conexões entre as várias teorias da época, derivando uma
das mais elegantes teorias já formuladas.

Maxwell demonstrou, com essa nova teoria, que todos os fenômenos


elétricos e magnéticos poderiam ser descritos em apenas quatro equações,
conhecidas atualmente como Equações de Maxwell.
Essas são as equações básicas para o eletromagnetismo, assim como a lei
da gravitação universal e as três leis de Newton são fundamentais para a
Mecânica Clássica.
Não serão apresentadas nesse artigo as deduções matemáticas das
equações de Maxwell, uma vez que essas necessitam do conhecimento do
Cálculo Diferencial e Integral, que somente é estudado na íntegra em
cursos superiores.
As equações de Maxwell para o eletromagnetismo constam da unificação
entre as Leis de Gauss, para a eletricidade e para o magnetismo, a Lei de
Ampère generalizada e a Lei de Faraday para a Indução eletromagnética.

Segue então as equações de Maxwell:

1) Lei de Gauss para a eletricidade:

Essa é a primeira das quatro equações de Maxwell, proposta originalmente


pelo matemático alemão Carl Friedrich Gauss (1777-1855), é o equivalente
à lei de Coulomb em situações estáticas. Ela relaciona os campos elétricos
e suas fontes, as cargas elétricas, e pode ser aplicada mesmo para campos
elétricos variáveis com o tempo.

2) Lei de Gauss para o magnetismo:

Esta lei é equivalente à primeira, mas aplicável aos campos magnéticos e


evidenciando ainda a não existência de monopolos magnéticos (não existe
polo sul ou polo norte isolado). De acordo com essa lei, as linhas de campo
magnético são contínuas, ao contrário das linhas de força de um campo
elétrico que se originam em cargas elétricas positivas e terminam em
cargas elétricas negativas.

3) Lei de Ampère:

A lei de Ampère descreve a relação entre um campo magnético e a corrente


elétrica que o origina. Ela estabelece que um campo magnético é sempre
produzido por uma corrente elétrica ou por um campo elétrico variável. Essa
segunda maneira de se obter um campo magnético foi prevista pelo próprio
Maxwell, com base na simetria de natureza: se um campo magnético
variável induz uma corrente elétrica, e consequentemente um campo
elétrico, então um campo elétrico variável deve induzir um campo
magnético.

4) Lei de Faraday:

A quarta das equações de Maxwell descreve as características do campo


elétrico originando um fluxo magnético variável. Os campos magnéticos
originados são variáveis no tempo, gerando assim campos elétricos do tipo
rotacionais.

Até o final do século XIX, acreditava-se que com estas equações não havia
mais nada para ser descoberto na física. Porém, em 1900, Max Planck deu
inicio à chamada Física quântica, com seus postulados sobre a radiação de
corpo negro.

Em 1905, Albert Einstein revoluciona de uma vez por todas os


conhecimentos da ciência, lançando a Teoria da Relatividade e o Efeito
Fotoelétrico, abrindo caminho para o maior desenvolvimento científico da
história.
As equações de Maxwell são consideradas o marco final do que chamamos
de Mecânica Clássica.
Maxwell foi o primeiro físico a encontrar através de cálculos matemáticos a
velocidade das ondas eletromagnéticas, tudo graças às suas famosas
equações.

Natureza eletromagnética da luz e espectro eletromagnético


Luz é uma forma de radiação eletromagnética cuja frequência é visível ao olho
humano. A luz pode propagar-se no vácuo com velocidade de aproximadamente
300 mil km/s. As frequências de luz que são visíveis ao olho humano são
chamadas de espectro visível, essas ondas têm comprimentos
entre 400 nm e 700 nm.
Ondas eletromagnéticas que apresentam frequências menores que a da luz visível
são chamadas de infravermelho, enquanto as que apresentam frequências maiores
são chamadas de ultravioleta.

A luz visível tem comprimentos de onda entre 400 nm e 700 nm.


Conceito
A luz já foi estudada e interpretada de diversas formas, entre algumas de suas
descrições podemos ressaltar a geométrica, a ondulatória e a corpuscular.
 Geométrica: A luz pode ser representada por retas, comumente chamadas
de raios de luz. Um conjunto de raios de luz, por sua vez, é chamado de feixe.
Para a óptica geométrica, a luz propaga-se somente em linha reta. A
interpretação geométrica da luz é capaz de explicar o funcionamento de lentes e
espelhos. Para saber mais sobre óptica geométrica, clique aqui.
 Ondulatória: A luz é capaz de propagar-se no espaço, transportando energia
consigo. A frequência da luz, nesse caso, diz respeito ao número de oscilações
realizadas pelos campos elétrico e magnético, a cada segundo. De acordo com a
natureza ondulatória, a luz propaga-se em uma direção perpendicular ao campo
eletromagnético que a origina. A descrição eletromagnética da luz também
explica o surgimento dos fenômenos
de interferência, difração, refração e polarização, por exemplo. Para aprender
mais sobre ondas, clique aqui.

As ondas eletromagnéticas são formadas por campos elétricos e magnéticos.


 Corpuscular: A luz é formada por um grande número de partículas dotadas
de movimento linear, porém sem massa, chamadas de fótons. Esse tipo de
interpretação também é capaz de explicar os fenômenos citados anteriormente,
bem como alguns fenômenos quânticos, como o efeito fotoelétrico.
Natureza
A natureza da luz diz respeito ao que a forma. Ao longo da história da Física, já
houveram cientistas que defendiam a natureza ondulatória da luz,
como Thomas Young, enquanto outros defendiam a sua natureza corpuscular,
como Isaac Newton. Atualmente, após as contribuições dadas pelos
físicos Max Planck e Albert Einstein, entende-se que a natureza da luz
é dual, isto é: ora ela comporta-se como uma onda, ora como partícula. Esse
comportamento, chamado de “dualidade onda partícula”, também é observado
em outras partículas quânticas, como os prótons, nêutrons e elétrons.
Características
Entre as características da luz, podemos ressaltar algumas das mais importantes:
 Intensidade: A intensidade da luz mede a quantidade de energia que ela irradia,
a cada segundo, por unidade de área.
 Frequência: A frequência da luz mede a quantidade de oscilações que ela sofre a
cada segundo.
 Polarização: A polarização é determinada pelo ângulo de vibração do campo
elétrico que forma a luz.
Fontes
Qualquer corpo capaz de emanar luz pode ser considerado uma fonte de luz.
Existem fontes de luz primárias e secundárias.
 Primárias: são capazes de produzir a sua própria luz, também são chamadas de
corpos luminosos. Exemplo: fósforo aceso, Sol, lâmpada acesa.
 Secundárias: são capazes de apenas refletirem a luz que incide sobre elas,
também são conhecidas como corpos iluminados. Exemplo: parede iluminada,
nuvens, pessoas.
Emissão
A luz emitida pelas fontes primárias pode ser produzida por diferentes processos.
Podemos classificar os processos de emissão de luz
em: luminescentes e termoluminescentes.
 Termoluminescência: é a emissão de luz em razão da excitação térmica. Com o
aquecimento, os átomos têm seus elétrons excitados. No processo de relaxação,
esses elétrons emitem luz. Exemplo: emissões de corpo negro, como carvão
aquecido em brasa.
 Luminescência: são todos os processos de emissão de luz motivados por
algum tipo de excitação que não a excitação térmica. Dentre os processos
de luminescência, podemos destacar a fotoluminescência (emissão de luz
após a absorção de fótons), responsável pela fluorescência e fosforescência,
bioluminescência etc.

Noções de física quântica


A Física quântica, também conhecida como mecânica quântica, é uma grande
área de estudo que se dedica em analisar e descrever o comportamento dos
sistemas físicos de dimensões reduzidas, próximos dos tamanhos
de moléculas, átomos e partículas subatômicas.
Por meio da Física quântica, foi possível compreender os mecanismos
dos decaimentos radioativos, das emissão e absorção de luz pelos átomos, da
produção de raios x, do efeito fotoelétrico, das propriedades elétricas dos
semicondutores etc.
Física quântica para leigos
Quando entramos na escala dos átomos e moléculas, as leis da Física
macroscópica, que são perfeitamente capazes de descrever os estados de
movimento dos corpos que cotidianamente vemos ao nosso redor, tornam-
se obsoletas e incapazes de determinar quaisquer grandezas físicas relacionadas
a partículas tão diminutas.
O que acontece no mundo quântico é que as leis da Física não são
mais determinísticas, isto é, não são capazes de predizer exatamente onde algum
objeto encontra-se, ou em qual velocidade: nada aqui é determinístico, as
medidas obtidas de sistemas quânticos são expressas em probabilidades.
Atualmente, temos sistemas de medida capazes de fornecer-nos a posição de um
objeto com precisões extremamente acertadas. Entretanto, mesmo com a mais
avançada das tecnologias, não seríamos capazes de determinar a posição exata de
um átomo, por exemplo. Essa impossibilidade não está relacionada à resolução
de um aparelho ou à habilidade de um instrumentador, mas sim à própria
natureza da Física quântica.
Essa tal natureza da Física quântica vem mostrando-se ao longo do tempo como
uma verdadeira incógnita, por muito tempo incompreendida, que acabou levando
muitos físicos a questioná-la, dar-lhe diferentes interpretações ou até mesmo
negá-la por completo. Não obstante, também contribuiu para que diversos mitos e
crenças fossem criados em torno do conceito da Física quântica.
Apesar de parecer “estranha”, a mecânica quântica é uma das teorias da Física de
maior sucesso, a precisão dos resultados alcançados por essa teoria chega a ser
assustadora. Atualmente a interpretação da mecânica quântica mais popular e
aceita é chamada de interpretação de Copenhague, desenvolvida por alguns dos
maiores nomes da ciência,
como Niels Bohr, Max Born, Wolfgang Pauli, Werner Heisenberg e outros.
De acordo com essa interpretação, todos os sistemas quânticos têm uma função
de onda que os descreve completamente. Essa função de onda é uma expressão
matemática complexa e virtual (sem realidade própria), da qual é possível extrair
toda a informação desse sistema.
Os resultados obtidos com base nas funções de onda, por sua vez, tratam-se de
probabilidades de que algo seja observado ou de que encontremos um átomo em
algum nível de energia específico. Ainda, podem ser probabilidades de que um
átomo realize uma emissão radioativa, ou de que um nêutron sofra um
decaimento, transformando-se em um nêutron e um elétron. As possibilidades
são enormes.
O desafio dos físicos é o de encontrar a função de onda para o sistema, e isso não
é nada fácil — é necessário resolver uma ou
mais equações de Schröedinger, essa equação relaciona as
energias cinética e potencial dos sistemas quânticos.

Radiação de corpo negro


O estudo da radiação térmica se deu a partir do momento em que o físico
alemão Robert Kirchhoff, ao analisar as relações existentes entre calor
absorvido e calor emitido, propôs duas leis fundamentais para o estudo da
radiação térmica.

A primeira lei fala sobre a cor da radiação emitida. Ela depende da


frequência, e esta frequência depende da temperatura do corpo aquecido,
seja qual for sua composição.

A segunda lei de Kirchhoff introduz o conceito de corpo negro. Para ele, o


corpo negro é um excelente emissor de radiação, e toda radiação gerada
nele é emitida.
Como o corpo negro apresenta fácil realização prática, ele se tornou
fundamental para o estudo das radiações térmicas. Isso porque o corpo
negro é caracterizado por uma abertura em um objeto oco, o que possibilita
a reflexão nas paredes internas de qualquer tipo de radiação emitida
absorvendo então essa radiação.

A montagem experimental, feita a partir da radiação emitida pelo corpo


negro, obtinha gráficos que eram formados pela potência dessa radiação,
mas não eram capazes de serem explicados. Isso porque a física clássica
não possuía informações necessárias capazes de obter uma função
matemática que desse origem a tais gráficos.

Por volta de 1900, o físico alemão Max Planck resolveu partir dos gráficos
gerados pela radiação para enfim chegar à equação. Nascia então
a mecânica quântica.

Através de tanto estudo, hoje é sabido que todo objeto que é superaquecido
emite uma radiação visível, analisada através do espectrômetro (dispositivo
que dispersa radiação).

Através desse objeto é possível medir o comprimento e a intensidade de


ondas eletromagnéticas, componentes da radiação emitida, o que permite a
construção do seu espectro.

Radiador Ideal – Corpo negro cuja radiação depende apenas de sua


temperatura.

Natureza corpuscular da luz


Os trabalhos de Newton no campo da Mecânica foram muito importantes
assim como os estudos e as teorias que ele elaborou no campo da Óptica.
Em sua obra intitulada Optiks ele desenvolveu um estudo bastante amplo
sobre os fenômenos luminosos. Newton defendia várias idéias, dentre elas
se destacam a teoria das cores dos corpos e a sua concepção sobre a
natureza da luz.

Na Antiguidade alguns filósofos gregos acreditavam que a luz era formada


por pequenas partículas, as quais se propagavam em linha reta e com alta
velocidade. Essas idéias permaneceram imutáveis por muito tempo até que,
por volta do ano de 1500, Leonardo da Vinci percebeu a semelhança entre
a reflexão da luz e o fenômeno do eco e levantou a hipótese de que a luz
era um movimento ondulatório. Na busca pela definição sobre a natureza da
luz surgiram, no século XVII, duas correntes de pensamento científico: a
teoria corpuscular da luz, que era defendida por Newton; e o modelo
ondulatório da luz, que era defendido por Christian Huyghens. Segundo
Isaac, a luz era formada por partículas; já Huyghens defendia a hipótese de
que a luz era uma onda. Essas duas correntes provocaram intensas
polêmicas entre os cientistas da época, fato esse que marcou a história da
física. No entanto, o conhecimento sobre a verdadeira natureza da luz só foi
descoberto no século XIX, após a morte dos defensores dessas teorias.

Modelo corpuscular da luz

Newton tentou justificar sua teoria afirmando que a luz se comportava como
pequenas esferas, as quais colidiam elasticamente com uma superfície lisa,
sendo refletida de modo que o ângulo de incidência fosse igual ao ângulo
de refração. Assim, segundo o fenômeno da reflexão, Newton considerava
a luz como sendo constituída por um conjunto de partículas que se refletem
elasticamente sobre uma superfície.

Modelo ondulatório

O modelo ondulatório proposto e defendido por Huyghens dizia que a luz


era uma onda e ela explicava de forma significativa a reflexão e a refração
da luz. Como sabemos, qualquer onda se reflete e refrata de acordo com as
leis da reflexão e da refração dos feixes luminosos. Observações sobre
esses fenômenos levaram os cientistas a favorecer o modelo ondulatório
proposto por Huyghens, pois a teoria de Newton não se verificava na
prática.

Efeito fotoelétrico
O efeito fotoelétrico é um fenômeno de origem quântica que consiste
na emissão de elétrons por algum material que é iluminado por radiações
eletromagnéticas de frequências específicas. Os elétrons emitidos por esses
materiais são chamados de fotoelétrons. Quem descobriu o efeito
fotoelétrico?
O efeito fotoelétrico foi descoberto em 1886 pelo físico
alemão Heinrich Hertz (1857-1894). Na ocasião, Hertz percebeu que a
incidência da luz ultravioleta em chapas metálicas auxiliava a produção de
faíscas. A explicação teórica para o efeito fotoelétrico, entretanto, só foi
apresentada pelo físico alemão Albert Einstein, em 1905.
A dúvida que existia na época estava relacionada com
a energia cinética dos elétrons que eram ejetados do metal: essa
grandeza não dependia da intensidade da luz incidente. Einstein percebeu que
o agente responsável pela ejeção de cada elétron era um único fóton, uma
partícula de luz que transferia aos elétrons uma parte de sua energia, ejetando-o
do material, desde que sua frequência fosse grande o suficiente para tal. Para
tanto, Einstein muniu-se das ideias do físico alemão Max Planck (1858-1947).
Planck afirmava que a luz irradiada por um corpo negro era quantizada, isto é,
apresentava um valor mínimo de energia, como em pequenos
pacotes. Einstein ampliou a ideia para todas as ondas eletromagnéticas e
conseguiu resolver o problema do efeito
fotoelétrico. Einstein e Planck receberam mais tarde o prêmio Nobel de
Física por suas descobertas relacionadas à quantização da luz.
Como funciona o efeito fotoelétrico?
O efeito fotoelétrico consiste na ejeção de elétrons de um material exposto a uma
determinada frequência de radiação eletromagnética. Os pacotes de luz,
chamados de fótons, transferem energia para os elétrons. Se essa quantidade de
energia for maior do que a energia mínima necessária para se arrancar os
elétrons, estes serão arrancados da superfície do material, formando
uma corrente de fotoelétrons.

A energia de cada fóton depende de sua frequência (f), portanto, existe uma


frequência mínima necessária para arrancar os elétrons do material. A energia
mínima que cada fóton deve ter para promover o efeito fotoelétrico é chamada
de função trabalho. A equação a seguir permite calcular a energia de um único
fóton de frequência f:

Na equação acima, h é uma constante física chamada constante de Planck, de


valor igual a 4,0.10-15 eV.s. A energia cinética que o elétron adquire após ser
atingido por um fóton é determinada pela diferença da energia do fóton com a
função trabalho (Φ):

A função trabalho é uma característica de cada material e depende do quão


ligados estão os elétrons no material. Confira uma tabela com valores de função
trabalho, em unidades de eV (elétrons-volts - cada eV equivale a 1,6.10-19 J), para
alguns metais:
Valor da função
Material
trabalho (eV)
Sódio 2,28

Cobalto 3,90

Alumínio 4,08

Cobre 4,70

Aplicações tecnológicas do efeito fotoelétrico


A mais famosa aplicação tecnológica baseada no efeito fotoelétrico é a célula
fotovoltaica, utilizada nos painéis solares para gerar energia elétrica limpa e
renovável.
Dualidade onda-partícula e princípio da incerteza
A dualidade onda-partícula é uma propriedade inerente da natureza tanto
para partículas quanto para ondas. A natureza dual pode ser observada por
meio de experimentos quando se investiga o comportamento de
partículas, como elétrons, prótons, nêutrons e até os átomos. A dualidade
onda-partícula é resultado de um grande número de experimentos e teorias,
como aquelas relacionadas ao efeito fotoelétrico, esclarecidas por Albert
Einstein. Diferença entre onda e partícula
Antes de falarmos sobre a dualidade onda-partícula, é importante
compreendermos as características de cada um desses aspectos.
As partículas:
 ocupam uma posição no espaço,
 são dotadas de massa,
 têm forma definida,
 são bem localizadas, isto é, pode-se determinar facilmente sua posição.
Já as ondas:
 são perturbações no espaço,
 não têm posição definida,
 não têm massa,
 são fenômenos que transportam energia,
 estão sujeitas aos fenômenos de reflexão, refração, difração, interferência etc.
Apesar de serem coisas totalmente diferentes, do ponto de vista da física, toda
partícula tem uma onda a ela associada e vice-versa. A forma como a matéria
se expressa, seja em forma de onda, seja em forma de partícula, está relacionada à
forma como ela é observada.
Dualidade onda-partícula
A dualidade onda-partícula passou a ser questionada quando os resultados
experimentais de Heinrich Hertz referentes ao efeito fotoelétrico entraram
em contradição direta com aquilo que era esperado para o comportamento
da luz, de acordo com a teoria eletromagnética de James Clerk Maxwell.
Segundo a teoria vigente da época, qualquer frequência de luz deveria ser capaz
de ejetar elétrons de uma folha metálica, entretanto, os resultados de Hertz
mostraram que era somente a partir de certas frequências que se detectava tal
emissão.
A explicação para o efeito fotoelétrico foi feita por Albert Einstein, em 1905.
Einstein mostrou que a luz comportava-se de forma quantizada, ou seja,
distribuía-se em pequenos “pacotes” de energia que arrancavam elétrons do metal
se, e somente se, esses pacotes tivessem um nível de energia que pudesse ser
absorvido pelos átomos do metal. A ideia de que a luz podia ser quantizada não
era uma novidade, anos antes essa ideia havia sido aplicada à radiação térmica
pelo físico alemão Max Planck, que explicara o fenômeno da emissão de corpo
negro.
Em 1923, Louis De Broglie sugeriu que as partículas também fossem capazes de
se comportar como ondas. A hipótese de De Broglie, como ficou conhecida,
sugeriu a existência de “ondas de partículas”, com isso, era esperado que
elétrons, prótons e outras partículas subatômicas pudessem apresentar efeitos até
então exclusivamente ondulatórios, como refração (mudança de velocidade das
ondas), difração (capacidade das ondas de contornar obstáculos) etc.
A hipóteste de De Broglie foi confirmada, em 1928, pelo experimento de
Davisson-Germer, que  consistia em promover a difração de elétrons. Para que
isso fosse feito, um feixe catódico era direcionado a um alvo de níquel que podia
ser rotacionado, de modo a alterar o ângulo em que o feixe de elétrons incidia
sobre o plano de átomos de níquel.
Os resultados mostraram picos de intensidade para as partículas que eram
refletidas sobre certos ângulos, indicando a existência de um padrão de
interferências construtivas e destrutivas para a reflexão dos elétrons. A conclusão
do experimento foi a de que os elétrons podem ser difratados e produzir
interferência, assim como faziam as ondas eletromagnéticas.
A figura a seguir ilustra a situação em que os elétrons são difratados: de acordo
com a distância percorrida por cada elétron, um padrão de intensidades formava-
se, assim como acontece para uma onda difratada por uma fenda dupla.
Explicação da dualidade onda-partícula
A explicação para a dualidade onda-partícula surgiu com o avanço da mecânica
quântica. Atualmente, sabe-se que todos os sistemas quânticos são regidos por
um mecanismo conhecido como princípio da incerteza de Heisenberg. Segundo
esse princípio, as partículas são como um “campo de matéria”, uma vez que não é
possível determinar com absoluta certeza a posição de uma partícula quântica.
A partir do desenvolvimento da equação de Schroedinger, passamos a entender
que todas as partículas são completamente caracterizadas por uma função de
onda, que nada mais é do que uma expressão matemática que carrega consigo
toda a informação que pode ser extraída daquela partícula.
Antes de observarmos um sistema quântico, suas informações são
indeterminadas, depois de observadas, é possível localizá-las e medi-las, nesse
caso, dizemos que sua função de onda sofreu um colapso, apresentando-se em um
de seus possíveis estados. Em outras palavras, o que determina se uma entidade
quântica é uma onda ou uma partícula é o próprio ato da observação, pois é
possível que se realize um experimento e se observe um comportamento
corpuscular e um outro experimento revele um comportamento ondulatório –
tudo graças às probabilidades da física quântica.

Modelos atômicos
Quando falamos de átomo, logo nos vêm à mente os diferentes modelos
atômicos propostos ao longo da história da ciência. Os filósofos gregos
primeiramente propuseram a ideia de que a matéria era formada de partículas
bem pequenas e que essas partículas eram indivisíveis. Essas partículas foram
denominadas de átomos.
Embora tenha ficado por muito tempo no esquecimento, a ideia de átomo, ou
melhor, a ideia da existência de uma partícula que fosse indivisível, reapareceu
nos estudos realizados sobre as reações químicas no século XIX.
Com a finalidade de explicar alguns fatos experimentais observados nas reações
químicas, no ano de 1808, o cientista John Dalton introduziu a ideia de que todo e
qualquer tipo de matéria seria formado por partículas indivisíveis, denominadas
de átomos.
Com o passar do tempo, os estudos ficaram cada vez mais profundos na busca de
uma explicação concreta, um modelo atômico útil, pois um modelo só é útil
enquanto explica de forma correta determinado fenômeno ou experimento sem
entrar em conflito com experimentos anteriormente realizados.
Na busca por um modelo plausível, ou seja, um modelo que melhor explicasse
um fenômeno, vários modelos foram elaborados,mas somente três deles
ganharam destaque. São os Modelos de Thomson, Rutherford e Bohr.

Modelo Atômico de Thomson


O modelo atômico de Thomson é conhecido como “pudim de passas” e enuncia
que o átomo é uma esfera de carga elétrica positiva, não maciça e que nele se
encontram cargas negativas estáticas distribuídas uniformemente, de modo que
sua carga elétrica total é nula.
Modelo Atômico de Rutherford
Rutherford, com a intenção de aprofundar seus estudos, foi para a Inglaterra
submeter-se à orientação de Thomson nas investigações sobre as propriedades
dos raios X e das emissões radioativas. Em seus estudos, ele conseguiu, por meio
de experimentos, bombardear uma fina lâmina de ouro com partículas alfa
(núcleo do átomo de hélio). Ele percebeu que a maioria das partículas alfa
emitidas atravessava a lâmina sem sofrer qualquer desvio. Todavia, uma pequena
parte das partículas sofria um desvio. Com isso, ele pôde concluir que o átomo
possuía um pequeno núcleo e uma grande região vazia.
Em seu experimento, Rutherford enunciou que os elétrons eram dotados de
cargas negativas, mas no núcleo se encontravam as cargas positivas. Dessa
forma, baseando-se no sistema planetário, Rutherford propôs para o átomo de
hidrogênio um modelo semelhante.
Modelo Atômico de Bohr
Aprofundando-se no modelo proposto por Rutherford, Niels Bohr, em 1923,
conseguiu completá-lo introduzindo a ideia de que os elétrons só se movem ao
redor do núcleo quando estão alocados em certos níveis de energia. Dessa forma,
um elétron só poderia mudar de nível se ganhasse ou perdesse energia.
Bohr foi questionado sobre o fato de que, se o elétron emitisse energia sem parar,
ele se chocaria com o núcleo, podendo gerar um colapso. Esse questionamento
passou por várias formulações até ser reformulado pelo cientista Louis de
Broglie, que diz que os elétrons giram ao redor do núcleo, mas não em órbitas
definidas como tinha afirmado Bohr.

Radioatividade
Radioatividade é a propriedade que alguns átomos, como urânio e rádio,
possuem de emitirem espontaneamente energia na forma de partículas e onda,
tornando-se elementos químicos mais estáveis e mais leves.
Tipos
A radioatividade apresenta-se com duas formas diferentes de radiações: partícula
— alfa (α) e beta (β); e onda eletromagnética — raios gama (γ).
 Raios alfa: são partículas positivas constituídas por dois prótons e dois nêutrons
e com baixo poder penetração.
 Raios beta: são partículas negativas que não contêm massa constituídas por um
elétron (massa desprezível), e seu poder de penetração é superior ao dos raios
alfa, porém inferior ao dos raios gama.
 Raios gama: são ondas eletromagnéticas de alta energia e, por não serem
partículas, também não possuem massa.
Leis
A emissão radioativa de partículas segue determinados comportamentos que são
explicados pelas leis da radioatividade (uma para a partícula alfa e outra para a
partícula beta), que foram descritas pelo químico inglês Frederick Soddy e pelo
químico e físico polonês Kazimierz Fajans.
 Primeira lei da radioatividade
Segundo essa lei, quando um átomo radioativo emite uma radiação do tipo alfa,
ele dará origem a um novo átomo com núcleo contendo dois prótons e dois
nêutrons a menos, totalizando uma massa quatro unidades menor. Podemos
representar a primeira lei da radioatividade com a seguinte equação genérica:

Equação genérica da primeira lei da radioatividade.


Vejamos um exemplo:

Equação representativa da emissão de partícula α pelo Plutônio-239.


Note que, ao emitir uma radiação alfa, o novo átomo formado, Urânio-235,
possui número de massa quatro unidades menor e o número atômico duas
unidades menor — exatamente os valores correspondentes à partícula α emitida
pelo núcleo do plutônio. Para saber mais sobre, acesse: Primeira lei da
Radioatividade ou Primeira Lei de Soddy.
 Segunda lei da radioatividade
A segunda lei fala sobre a emissão beta. Quando um átomo emite uma partícula
beta, constituída por um elétron e de massa desconsiderada, sua massa
atômica permanece inalterada e seu número atômico aumenta uma unidade.
Genericamente, representamos da seguinte forma:

Equação genérica da segunda lei da radioatividade.


Veja o exemplo:

Equação representativa da emissão de partícula β pelo Carbono-14.


Pode-se perceber que o átomo de nitrogênio formado possui a mesma massa do
átomo de C-14, ou seja, são isóbaros, e seu número atômico aumenta em uma
unidade. O aumento do número atômico foi explicado pelo cientista Henrico
Fermi, que propôs que um dos nêutrons do núcleo sofre uma transmutação,
segundo a equação seguinte, gerando um elétron (a partícula beta
emitida), um neutrino (uma partícula subatômica sem carga elétrica e sem
massa, ) e um próton (p).

Equação representativa da transmutação do nêutron, segundo a hipótese de Fermi.


O elétron e o neutrino são emitidos para fora do
núcleo, permanecendo apenas o próton, o que explica o aumento do número
atômico Para saber mais sobre, acesse: Segunda lei da Radioatividade ou
Segunda Lei de Soddy.
Aplicações
Apesar da visão negativa que depositam sobre a radioatividade, ela
tem aplicações importantes no nosso cotidiano, por exemplo, na produção
de energia elétrica em usinas nucleares por meio da fissão de átomos
radioativos.
Atualmente, o Brasil não utiliza a energia nuclear como sua principal fonte de
energia, mas possui usinas nucleares (Angra 1 e 2) trabalhando no fornecimento
de energia elétrica para o país. Podemos citar também a datação de
materiais encontrados por arqueólogos utilizando carbono-14.

Usina nuclear do Rio de Janeiro, Brasil


Outro papel fundamental que a radioatividade possui está relacionado com a área
da medicina, como nos exames de raios-X e nas tomografias, e também em
alguns tipos de tratamento de câncer.
Radioatividade natural
Diariamente, estamos expostos a pequenas quantidades de radiação, sejam
artificiais, sejam naturais. A radioatividade natural dá-se de maneira espontânea
na natureza. Parte dessa radiação que recebemos vem dos alimentos consumidos
no dia a dia, como o Radônio-226 e o Potássio-40, que se apresentam em níveis
muito baixos e não atribuem riscos a nossa saúde e nem prejudicam os valores
nutricionais dos alimentos.
Esse processo de expor os alimentos a emissões radioativas tem o objetivo
de conservar os alimentos e promover um crescimento das plantas. Alguns
exemplos de alimentos que emitem radiação são: castanha-do-pará, banana,
feijão, carne vermelha, entre outros.
Descoberta
O estudo da radioatividade teve início com pesquisas do físico alemão Wilhelm
Röentgen, em 1895, quando esse investigava o efeito da luminescência. Outro
cientista importante para o desenvolvimento da radioatividade foi o físico
francês Antoine-Henri Becquerel, que percebeu, em 1896, marcações feitas em
um filme fotográfico por uma amostra de sal de urânio.
No entanto, foi o casal Curie que utilizou o termo radioatividade pela primeira
vez. Em 1898, a polonesa Marie Curie deu seguimento aos estudos relativos à
radioatividade e fez descobertas valiosas para a área, como a descoberta de dois
novos elementos radioativos: o polônio (Po) e o rádio (Ra).
Posteriormente, Ernest Rutherford descobriu as radiações do tipo alfa (α) e beta
(β), o que permitiu melhores explicações para seu modelo atômico, bem como o
avanço das pesquisas relacionadas à radioatividade.

Tipos de radiação e seus poderes de penetração.


Decaimento
O decaimento radioativo (ou transmutação) é o processo natural em que
um núcleo instável emite radiação, de forma sucessiva, a fim de diminuir sua
energia e tornar-se estável.
Isso ocorre normalmente com átomos de números atômicos maiores que 84, que
são átomos com alta instabilidade nuclear devido à quantidade de carga positiva
(prótons) acumulada no núcleo. Nesse processo, os nêutrons não são
suficientes para estabilizar todos os prótons aglomerados no núcleo, e, então, o
núcleo começa a sofrer o decaimento radioativo até que seu número atômico seja
menor que 84.
Em alguns casos, pode acontecer que átomos com número atômico inferior a 84
tenham núcleos instáveis e também passem pelo processo de decaimento, mas,
para isso, precisam ter um número de prótons bem superior ao número de
nêutrons.
O decaimento radioativo é calculado pelo tempo de meia-vida (ou período de
semi-desintegração, P) do radioisótopo, que é o tempo necessário para que
metade da massa da amostra inicial radioativa sofra desintegração, ou seja, torne-
se estável. Graficamente falando, a seguir, está representado o conceito de meia-
vida. Por se tratar de um processo contínuo, a curva tende a chegar a zero.

Gráfico representando o tempo de meia-vida.


Os cálculos envolvendo decaimento radioativo seguem as seguintes fórmulas:
 Fórmula para cálculo da massa restante após o tempo de meia-vida:

mf – massa final


mo – massa inicial
x – quantidade de meias-vidas decorridas
 Fórmula para o cálculo do tempo de desintegração de uma amostra
radioativa:

t – tempo de desintegração
P – período de meia-vida
x – quantidade de meias-vidas decorridas
Elementos radioativos
Existem dois tipos de elementos radioativos: os naturais e os artificiais. Os
naturais possuem elementos encontrados na natureza, já com seus núcleos
instáveis, como o urânio, o actínio e o rádio. Já os artificiais são produzidos por
processos que desestabilizam o núcleo de um átomo. Nesse caso, podemos citar
o astato e o frâncio.
Os principais elementos radioativos são: urânio-235, cobalto-60, estrôncio-90,
rádio-224 e iodo-131. Devido a sua larga utilização em usinas nucleares e
tratamentos de câncer, esses elementos tendem a aparecer com maior frequência
no nosso cotidiano. Para saber mais sobre esse assunto, acesse: Elementos
radioativos.
Lixo radioativo
O lixo radioativo ou lixo nuclear é o resíduo das indústrias que utilizam
material radioativo em seus processos que não possuem mais aplicação prática.
Esse lixo é oriundo, principalmente, das usinas nucleares e de aplicações
médicas.
A grande produção de lixo radioativo tem sido um problema ambiental para
todo o mundo, devido às escassas e inadequadas condições de descarte e
armazenamento.
Esses rejeitos estão associados à contaminação do solo, dos cursos de água e do
ar, resultando na destruição do meio ambiente de forma gradual. Além disso,
também causam riscos à saúde humana, como infecções, câncer e, em casos mais
severos de contaminação, podem levar à morte.

Fissão e fusão nucleares


Durante a segunda Guerra Mundial, a humanidade se deparou com uma arma que
chocou o mundo. A destruição das cidades de Hiroshima e Nagasaki, em 1945,
mostrou ao mundo o grande poder de destruição da fissão nuclear.
Fissão nuclear é o processo em que se “bombardeia” o núcleo de um elemento
radioativo, com um nêutron. Essa colisão resulta na criação de um isótopo do
átomo, totalmente instável, que se quebra formando dois novos elementos e
liberando grandes quantidades de energia.
A fusão nuclear ocorre quando dois ou mais núcleos de um mesmo elemento se
fundem e formam outro elemento, liberando energia. Um exemplo de fusão
nuclear é o que acontece o no interior das estrelas, quando quatro núcleos de
hidrogênio se fundem para formar um átomo de hélio. Esse processo libera uma
quantidade de energia muito maior do que a liberada no processo de fissão
nuclear.
Em 1952, foi criada a bomba H (bomba de hidrogênio), que tinha como reator
nuclear a fusão do hidrogênio. Essa incrível arma de destruição gerou, em seu
primeiro experimento, uma energia cerca de mil vezes maior do que a bomba A
(bomba atômica) de fissão nuclear.
A principal diferença entre o reator de uma bomba atômica e o reator de uma
usina nuclear, é que nessa a reação de fissão é controlada, e acontece sempre em
quantidades suficientes para aquecer a água, que irá evaporar e girar as turbinas
da usina. Na bomba atômica essa reação não é controlada.
Atualmente, a produção de energia nuclear tem se destinado à obtenção de
energia elétrica, chamadas de usinas termonucleares. Esse nome se dá em razão
do aquecimento dos nêutrons, usados para a fissão do núcleo de átomos como o
urânio (235U), que gera um alto grau de agitação, fazendo do nêutron um
excelente projétil para quebra do núcleo.

Interações fundamentais e partículas elementares


Foram os filósofos gregos que primeiro observaram a grande quantidade de
matéria existente na natureza. Eles então deduziram que tudo isso devesse vir de
algo que pudesse originar tal variedade.

Demócrito e Leucipo já usavam o termo átomo por volta de 460 a.C., para fins de
estudo, mas foi apenas no século XIX que houve a convicção de que toda matéria
de fato é constituída por átomos.

Acreditou-se que o átomo seria a origem da matéria, pelo fato de que, no século
XIX, cerca de 100 tipos de átomos já haviam sido mapeados. Mas esse número
foi ficando cada vez maior, o que levou os pesquisadores a observarem a
existência de partículas ainda menores presentes na constituição do átomo.
Definiram, então, que os átomos são formados por elétrons, prótons e nêutrons.

A divisão atômica é feita da seguinte forma:

Na parte central do átomo está concentrado o núcleo. Dentro desse núcleo


encontramos prótons e nêutrons, que são também conhecidos como nucleons.
Os nêutrons são formados por quarks, que se dividem em dois tipos: u e d.

Acredita-se que os quarks sejam os principais responsáveis pela constituição da


matéria. Existem seis espécies de quarks, u (up), d (down), c (charmed), s
(strange), b(bottom) e t (top), em que cada uma delas possui três cores: vermelho,
verde e azul.
Uma das características dos quarks é possuir cargas elétricas fracionadas, que
ficam sempre “presas” em outras partículas chamadas hádrons.
Os hádrons podem ser formados por três quarks ou por apenas um quark e um
antiquark:
 
• Quando são formados por três quarks, os hádrons recebem o nome de bárions;
• Quando formado por um quark e um antiquark, recebem o nome de mésons.

Na parte externa do núcleo, ou seja, em volta dele, estão presentes os elétrons,


que giram em torno do núcleo em órbitas circulares, formando assim a
eletrosfera.

Abordamos então um pouco das partículas elementares, mas o principal é


considerar campos de força e interações, o que direcionará este estudo para as
partículas mediadoras, que são fundamentais para a natureza.

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