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Física I - Teoria

Apêndice 1

Grandezas físicas e sistemas de


unidades
1. Grandeza – definição

Grandeza é tudo o que pode ser medido. A grandeza obedece à


seguinte equação característica:

Grandeza = valor medido + unidade

O valor medido pode ser obtido por um método direto (instrumento de


medição) ou indireto (cálculo) e sempre deve ser apresentado da seguinte
forma:

Valor medido = valor médio  desvio ou erro

Portanto, a equação característica completa da grandeza é assim


descrita:

Grandeza = (valor médio  desvio ou erro) + unidade

Por sua vez, a unidade é uma simples comparação do valor medido com
uma padrão pré estabelecido vigente no cenário experimental. Nem sempre a
unidade existe e, neste caso, quando a grandeza não possui unidade ela é
denominada adimensional.
Em Física existem dois tipos de grandezas: as grandezas escalares e
as grandezas vetoriais. A grandeza é dita escalar quando para a sua
completa caracterização necessita-se somente de sua intensidade ou módulo.
São exemplos de grandezas escalares a massa, o tempo, o trabalho, a
energia. Por sua vez, a grandeza é dita vetorial quando, além da intensidade
ou módulo, ela necessita de uma direção e de um sentido para sua total
caracterização. São exemplos de grandezas vetoriais a velocidade, a
aceleração, a força, o torque.

2. Sistema Internacional de Unidades (SI)

O Sistema Internacional de Unidades (SI) é composto de 7 grandezas


básicas, chamadas FUNDAMENTAIS, de onde deduzem-se as outras,
denominadas DERIVADAS.
As grandezas básicas do SI são resumidas na tabela 1.1.

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Tab. 1.1: grandezas fundamentais do SI


Grandeza Unidade Símbolo
Comprimento metro m
Massa quilograma kg
Tempo segundo s
Temperatura termodinâmica quelvin K
Intensidade de corrente ampère A
elétrica
Intensidade luminosa candela cd
Quantidade de matéria mol mol

Das grandezas que se derivam das fundamentais são citados alguns


exemplos a seguir:

a) Velocidade: V = d/t = distância/tempo


Unidade SI: metro por segundo = m/s

b) Aceleração: a = V/t = velocidade/tempo


Unidade SI: metro por segundo elevado ao quadrado = m/s2
c) Força: F = m . a = massa . aceleração ( 2a Lei de Newton )
Unidade SI: quilograma x metro por segundo ao quadrado =
kg.m/s2
Ou ainda: 1 kg.m/s2 = 1 Newton = 1 N

d) Trabalho, Energia: E = F . d = força . deslocamento


Unidade SI: quilograma x metro ao quadrado por segundo ao
quadrado = kg.m2/s2
Ou ainda: 1 kg.m2/s2 = 1 Joule = 1 J

As unidades do SI podem ainda ser precedidas de prefixos gregos, que


equivalem às potências de 10 cujos expoentes são múltiplos de 3, ilustrados na
tabela 1.2.

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Tab. 1.2: prefixos gregos e suas potências de 10


Prefixo Símbolo Extenso Decimal Potência de dez
exa E quintilhão 1.000.000.000.000.000.000 1018
peta P quadrilhão 1.000.000.000.000.000 1015
tera T trilhão 1.000.000.000.000 1012
giga G bilhão 1.000.000.000 109
mega M milhão 1.000.000 106
3
quilo k mil 1.000 10
hecto h cem 100 102
deca da dez 10 101
unidade - unidade 1 100
deci d décimo 0,1 10-1
centi c centésimo 0,01 10-2
mili m milésimo 0,001 10-3
micro µ milionésimo 0,000.001 10-6
nano n bilionésimo 0,000.000.001 10-9
pico p trilionésimo 0,000.000.000.001 10-12
femto f quadrilionésimo 0,000.000.000.000.001 10-15
atto a quintilionésimo 0,000.000.000.000.000.001 10-18

Da utilização dos prefixos gregos pode-se exemplificar:

1 km = 1 quilômetro = 1000 m

1 mm = 1 milímetro = 0,001 m

1 Mg = 1 megagrama = 1000 kg = 1 ton

Na prática ainda adotam-se os seguintes fatores de conversão de


unidades:

1 kgf = 1 quilograma-força = 9,81 N

1 in = 1 polegada = 25,4 mm

1 arrôba  15 kg

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Apêndice 2

Revisão de Análise Vetorial


1. Introdução – definição de vetor

Defini-se vetor como uma entidade matemática dotada de módulo,


direção e sentido.
Na fig. 2.1 ilustra-se um vetor típico de origem no ponto P1 e
extremidade no ponto P2, representados no plano cartesiano.

Fig. 2.1: vetor representado no plano cartesiano

O vetor R representado na fig. 2.1 é definido pela diferença entre os


pontos que o compõem, isto é:


R  P2  P1
Ou seja, o vetor R é definido pela diferença entre o ponto de
extremidade e o ponto de origem do mesmo. Em termos de coordenadas
cartesianas tem-se:

R  ( x2 , y2 )  ( x1 , y1 )  ( x2  x1 , y2  y1 )
Defini-se módulo do vetor R ao comprimento do segmento de reta que
une os pontos P1 e P2. Em termos de coordenadas cartesianas tem-se:


R  R  ( x2  x1 ) 2  ( y2  y1 ) 2

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Exemplo 2.1: Dados os pontos A(1,2) e B(2,3) em coordenadas


cartesianas determine o vetor P que possui origem em A e extremidade
em B e o seu módulo.

Solução: pela definição de vetor e seu módulo tem-se que:



P  B  A  (2,3)  (1,2)  (2  1,3  2)  (1,1)

P  P  12  12  2

Defini-se vetor nulo O ao vetor cujas coordenadas são todas nulas, isto
é:


O  (0,0)
É muito importante se notar que o vetor nulo não é igual ao algarismo
zero (0).

2. Versor - definição

Para direcionar as componentes de um vetor nos eixos do sistema de


coordenadas define-se o versor como sendo um vetor de módulo unitário e é
dado pela relação entre o vetor e seu módulo, isto é:
 
A A
uˆ A   
A A
Exemplo 2.2: Para o vetor P do exemplo 2.1 determine seu versor.

Solução: pela definição de versor tem-se que:



 
.1,1  1,1   2 , 2 
P 1 2
uˆ P  
P 2 2  2 2 

Fica como exercício para o futuro engenheiro provar que o módulo deste
versor é unitário.
No plano cartesiano adotam-se os seguintes versores direcionais:

Eixo x  i

Eixo y  j

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3. Operações vetoriais

As seguintes operações são definidas entre vetores, a saber:

I) Adição:

A adição entre dois ou mais vetores resulta em um vetor


denominado vetor soma S ou vetor resultante R. Geometricamente o
vetor soma é a diagonal do paralelogramo formado entre os dois vetores
que compõem a soma, ilustrado na figura 2.2:

Fig. 2.2: soma de vetores

Entre dois vetores o módulo do vetor soma é dado pela lei dos
cossenos dada por:

S A 2  B 2  2. A.B. cos
Onde  é o ângulo entre os vetores. No caso particular onde  =
90º o módulo de S é a hipotenusa do triângulo retângulo formado pelos
módulos dos vetores A e B.
Em coordenadas cartesianas a soma de dois vetores A e B pode
ser dada por:
  
S  A  B  (A x  Bx ).î  (A y  By ).ĵ
II) Subtração:

A subtração entre dois ou mais vetores resulta num vetor


denominado vetor diferença D. Geometricamente é o vetor que une as
extremidades dos dois vetores que compõem a diferença, ilustrada na
figura 2.3:

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Fig. 2.3: diferença de vetores

Entre dois vetores o módulo do vetor diferença pode ser dado


novamente pela lei dos cossenos dada por:

D  A2  B 2  2. A.B. cos
Onde  é o ângulo entre os vetores. No caso particular onde  =
90º o módulo de D é a hipotenusa do triângulo retângulo formado pelos
módulos dos vetores A e B.
Em coordenadas cartesianas a diferença entre dois vetores A e B
pode ser dada por:
  
D  A  B  (A x  Bx ).î  (A y  By ).ĵ
III) Propriedade Associativa:

Dados três vetores A, B e C quaisquer. A propriedade associativa


define que qualquer que seja a associação da soma destes vetores
sempre resultará no mesmo vetor soma, isto é:
         
S  A  (B  C)  (A  B)  C  (A  C)  B
IV) Propriedade Distributiva:

Dado um vetor A e um número real k o produto do número real k


pelo vetor A é sempre um novo vetor cujo módulo será k vezes o
módulo do vetor A, com mesmo sentido e direção de A. O sentido deste
novo vetor só se inverterá se k < 0, mantida a direção do vetor A,
ilustrado na figura 2.4:

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Fig. 2.4: produto escalar x vetor

No caso particular em que k < 0 o novo vetor denomina-se vetor


oposto de k.A em que k > 0. O vetor soma de ambos resulta no vetor
nulo. No caso particular em que k = 0 o produto de k pelo vetor A resulta
no vetor nulo.
Por sua vez, o produto do número real k pelo vetor soma S é
distributivo nos vetores que compõem o vetor S, isto é:
    
k.S  k.(A  B)  k.A  k.B
Finalmente, a soma de dois números reais k1 e k2 que multiplicam
um vetor A é distributiva ao vetor A, isto é:
  
(k1  k 2 ).A  k1.A  k 2 .A
No caso particular em que k1 = -k2 esta última distribuição resulta
no vetor nulo.

V) Propriedade Comutativa:

A propriedade comutativa define que a comutação (troca) da


posição numa equação vetorial entre a soma de vetores resulta sempre
no mesmo vetor soma, isto é:
    
S AB BA
No caso do vetor diferença a comutação não ocorre, pois a troca
da posição dos vetores na equação vetorial de uma subtração resulta no
vetor oposto.

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VI) Elemento neutro:

A adição entre um vetor A e o vetor nulo resulta sempre no vetor


A e esta adição é comutativa, isto é:
     
S AO  OA  A
Como a subtração não é comutativa entre os vetores A e nulo
podem surgir duas possibilidades, a saber:
   
D  AO  A
   
D  O  A  A  vetor oposto
Exemplo 2.3: dados os vetores A = 2.i – j e B = 3.i + 2.j determine:
  
a) S  A  B

Solução: pela definição do vetor soma ou resultante tem-se que:


  
S  A  B  (2,1)  (3,2)  (2  3,1  2)  (5,1)
  
b) D  A  B

Solução: pela definição do vetor diferença tem-se que:


  
D  A  B  (2,1)  (3,2)  (2  3,1  2)  (1,3)

4. Componentes ortogonais de um vetor

As projeções de um vetor nos eixos cartesianos são denominadas


componentes ortogonais do vetor. Na figura 2.5 as projeções u e v são as
componentes ortogonais do vetor R.

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Fig 2.5: vetor R no plano cartesiano e suas componentes ortogonais

Assim sendo, o vetor R pode ser escrito pelas suas componentes


ortogonais da seguinte forma:

R  u.iˆ  v. ˆj
Para se determinar as componentes ortogonais de um vetor basta
aplicar-se ao seu módulo e nas componentes os conhecimentos de
Trigonometria, montando-se um triângulo retângulo com estes dados, conforme
a figura 2.6.

Fig. 2.6: componentes ortogonais e o vetor R

Onde  é o ângulo de R com relação ao eixo x. Aplicando-se


Trigonometria no triângulo da fig. 2.6 tem-se que:

v
u  R. cos  v  R.sen  R  u 2  v 2  tg 
u

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