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Universidade Estadual do Norte Fluminense

Laboratório de Ciências Químicas – CCT

Laboratório de Química Geral I


PRÁTICA 2 - MEDIDAS

1. Introdução
Medidas são muito úteis no nosso dia-a-dia e essenciais para todas as ciências. Muitas das
propriedades da matéria podem ser quantificadas, ou seja, podem ser indicadas por valores numéricos. No
entanto, o valor numérico por si só não diz nada. Por isso a utilização de unidades de grandeza é
fundamental.
A IUPAC (sigla em inglês que significa União Internacional de Química Pura e Aplicada)
recomenda o emprego das unidades do sistema SI (Sistema Internacional de Unidades), o qual possui sete
unidades básicas (Tabela 1), das quais todas as outras são derivadas.

Tabela 1. Unidades básicas do SI


Grandeza Física Nome da Unidade Abreviatura
Massa Quilograma kg
Comprimento Metro m
Tempo Segundo s
Temperatura Kelvin K
Quantidade de matéria Mol mol
Corrente elétrica Ampere A
Intensidade luminosa Candela cd

Múltiplos ou frações das unidades básicas podem ser empregados na apresentação de uma
medida numérica. Os prefixos com uso mais comum em química são apresentados na Tabela 2

Tabela 2. Prefixos utilizados no sistema métrico.


Prefixo Abreviatura Significado Exemplo
Giga G 109 1 Gigâmetro (Gm) = 1x109 m
Mega M 106 1 Megâmetro (Mm) = 1x106 m
Quilo K 103 1 kilômetro (km) = 1x103 m
Deci D 10-1 1 decímetro (dm) = 0,1 m
Centi C 10-2 1 centímetro (cm) = 0,01 m
Mili M 10-3 1 milímetro (mm) = 0,001 m
Micro  10-6 1 micrômetro (m) = 1x10-6 m
Nano N 10-9 1 nanômetro (nm) = 1x10-9 m
Pico P 10-12 1 picômetro (pm) = 1x10-12m
Femto F 10-15 1 fentômetro (fm) = 1x10-15 m

Combinações de duas ou mais unidades básicas do SI podem ser utilizadas para formarem as unidades
derivadas. Assim, a velocidade pode ser expressa pela combinação da distância percorrida, em metros
(m), pelo período de tempo, em segundos (s), resultando na unidade metro por segundo (m/s). Da mesma
forma, uma área pode ser expressa pela combinação de metro x metro, resultando na unidade de metro
quadrado (m2) e o volume pela combinação de metro x metro x metro, o que resulta no metro cúbico
(m3). Veja, portanto, que pelo sistema SI, a unidade de volume não é litro (L) ou mililitro (mL), mas sim
o metro cúbico (m3) que representa 1000 litros (L). Qualquer volume em litros pode ser adequadamente
expresso na unidade do SI empregando-se os múltiplos do metro. Assim, se 1 metro cúbico corresponde a
1000 litros, 1 litro irá corresponder a 0,001 m3, ou a 1 decímetro cúbico (dm3). Da mesma forma, 1 mL
corresponde a 1 cm3.
Além da importância da utilização da unidade de medida correta, é importante saber distinguir
que os valores de uma medida podem ser exatos ou aproximados. Números exatos são aqueles que não
apresentam nenhuma incerteza. Por exemplo, o número de ovos em uma dúzia é 12 (exatamente 12). Um
dm3 de um líquido possui exatamente 1000 cm3 deste líquido. Entretanto, no nosso dia-a-dia e na
ciência, os números geralmente não são exatos. Se uma medida não é exata, ela só pode ser aproximada,
isto é, ela apresenta alguma incerteza. Dois termos são comumente empregados para aferir a confiança de
uma dada medida numérica: a exatidão e a precisão. A exatidão está relacionada ao verdadeiro valor da
quantidade medida. A precisão é relacionada com a reprodutibilidade do valor medido.
(A) (B) (C)

Figura 1. Provetas com diferentes graduações e portanto com diferentes precisões.

Quando se utiliza um dado dispositivo (bureta, régua, balança) para realizar uma medida, temos que
tomar cuidado para expressar a nossa medida com a maior precisão possível, o que é diretamente
dependente do número de algarismos significativos utilizados para representá-la. Toda medida traz
consigo uma incerteza que é dependente do equipamento utilizado para realizar a medida. Assim, quando
se diz que uma proveta (Figura 1 A) possui 22,45 cm3 de um dado líquido, este valor é muito mais
preciso do que se dizer que ela possui 22,3 cm3 (Figura 1B) deste líquido, ou então 23 cm3 (Figura 1C).
Quando a incerteza não esta indicada junto com o valor da medida, considera-se que o último algarismo é
incerto. Assim, no exemplo dado, 22,45 cm3 pode ser considerado qualquer volume entre 22,40 e 22,50
cm3 ou seja, uma incerteza de  0,05 cm3. Já na medida representada por 22,3 cm3, considera-se que
pode ser qualquer valor entre 22,2 e 22,4 cm3, ou seja, tem-se uma incerteza de 0,1 cm3. Já a medida
representada pelo valor de 23 cm3, pode-se atribuir uma incerteza de  1 cm3, ou seja, a medida pode ter
qualquer valor entre 22 e 24 cm3. Na verdade, a precisão de uma medida é dependente da precisão do
equipamento que é utilizado na sua realização, como mostrado na Figura 1. Desta forma, quanto maior o
número de algarismos significativos fornecidos pelo equipamento, maior será a precisão da medida. Por
exemplo, uma balança que fornece o resultado de uma medida com uma casa decimal, é menos precisa do
que uma balança que fornece resultados com duas, três ou quatro casas decimais. No entanto, isto não
significa que a balança que apresenta o resultado com quatro casas decimais será mais exata do que
aquela que fornece o resultado com apenas uma casa decimal, afinal, a balança com quatro casas decimais
pode estar descalibrada, o que resultaria em resultados precisos, mas não exatos. Isto revela que mesmo
os equipamentos que fornecem maior precisão precisam ser continuamente calibrados. O ideal é
conseguir medidas exatas e precisas.
Algumas vezes faz-se necessário a realização de cálculos envolvendo os valores das medidas. No
entanto, os resultados destes cálculos não podem ser mais precisos do que os valores apresentados pelas
medidas. Por exemplo, se o objetivo é medir uma dada área que apresenta 1,53 m de comprimento e 1,85
m de largura, o resultado deverá ser expresso com apenas 3 algarismos significativos ( 2,83 m2) e não
utilizando todos os valores fornecidos pela calculadora (2,8305 m2). Portanto, faz-se necessário conhecer
as regras empregadas em operações matemáticas que envolvem medidas, ou seja, o uso de algarismos
significativos. Para isso, você pode consultar qualquer livro texto de Química Geral usado em cursos
universitários.
2. Parte experimental

2.1 Material
Béquer: 50,100(quatro), 250 cm3 espátula
Proveta: 25, 50, 100 e 250 cm3 NaCl
Barra de agitação magnética (corpo de prova) balança
Bastão de vidro termômetro

2.2 Procedimento:
2.2.1 Avaliação da densidade de um corpo e da precisão de diferentes provetas
Preencha as três provetas fornecidas com água destilada até a metade da escala graduada que
aparece na parede da mesma. Anote o volume (Tabela 3) com o maior número de algarismos
significativos possível.
Limpe cuidadosamente o corpo de prova e obtenha o seu peso na balança analítica.
Cuidadosamente, mergulhe o corpo de prova na proveta de 50 cm3 e anote o volume obtido.
Retire o corpo de prova da proveta, seque-o, e mergulhe-o cuidadosamente na proveta de 100 cm3. Anote
o volume obtido. Retire o corpo de prova da proveta, seque-o e mergulhe-o cuidadosamente na proveta de
250 cm3. Anote o volume obtido. Repita o procedimento 3 vezes, completando a Tabela 3.

Tabela 3. Dados utilizados na determinação da densidade de um corpo de prova.

Proveta 50 cm3 Proveta 100 cm3 Proveta 250 cm3


Vol. Inicial 1: Vol. Inicial 1: Vol. Inicial 1:
Vol Final 1: Vol Final 1: Vol Final 1:
Variação do Vol. 1: Variação do Vol. 1: Variação do Vol. 1:
Vol Inicial 2: Vol Inicial 2: Vol Inicial 2:
Vol Final 2: Vol Final 2: Vol Final 2:
Variação do Vol. 2: Variação do Vol. 2: Variação do Vol. 2:
Vol Inicial 3: Vol Inicial 3: Vol Inicial 3:
Vol. Final 3: Vol. Final 3: Vol. Final 3:
Média da variação do volume: Média da variação do volume: Média da variação do volume:
Desvio da variação de cada Desvio da variação de cada Desvio da variação de cada
volume com relação a média: volume com relação a média: volume com relação a média:
1. 1. 1.
2. 2. 2.
3. 3. 3.
Média dos desvios: Média dos desvios: Média dos desvios:
Massa do corpo de prova Massa do corpo de prova Massa do corpo de prova
Densidade do corpo de prova: Densidade do corpo de prova: Densidade do corpo de prova:

2.2.2 Medidas de Temperatura

Coloque aproximadamente 100 cm3 de água da torneira em um béquer de 250 cm3. Utilizando
o termômetro fornecido, meça a temperatura da água com o maior número de algarismos significativos
possível (Tabela 4). Durante a medida, mantenha o bulbo do termômetro totalmente submerso, mas sem
tocar no fundo do béquer. Após a medida, retire o termômetro e adicione três ou quatro pedras de gelo.
Agite a mistura com o bastão de vidro até obter uma temperatura constante, medindo-a em seguida.
Adicione 5,0 g de cloreto de sódio (NaCl) à mistura água/gelo, agite até dissolver todo o sal, anotando em
seguida a temperatura.

Tabela 4. Medidas de temperatura.

Sistema temperatura
Água da torneira
Água da torneira + gelo
Água da torneira + gelo + sal
2.2.3 Volumes, exatidão e precisão.
2.2.3.1 Uso da proveta
Pese um béquer de 100 cm3 e anote o seu peso com a maior precisão possível.
Meça 20 cm3 de água destilada em uma proveta de 25 cm3 e adicione a quantidade medida ao
béquer de 100 cm3, pesando o sistema novamente. Utilizando novamente a proveta, adicione mais 20
cm3 de água ao béquer e pese o sistema novamente, Adiciona uma terceira alíquota de 20 cm3 com a
proveta ao béquer e anote a nova massa do sistema.

2.2.3.2 Uso da pipeta


Pese um segundo béquer de 100 cm3 e anote o seu peso com a maior precisão possível.
Meça 20 cm3 de água destilada em uma pipeta volumétrica de 20 cm3 e adicione a quantidade
medida ao béquer de 100 cm3, pesando o sistema novamente. Utilizando novamente a pipeta, adicione
mais 20 cm3 de água ao béquer e anote a nova massa obtida. Adiciona uma terceira alíquota de 20 cm3
com a pipeta ao béquer e anote a nova massa do sistema.

Tabela 5. Dados utilizados na determinação da precisão de vidrarias volumétricas

Medidas utilizando a proveta Medidas utilizando a pipeta


Massa do béquer = Massa do béquer =
Massa do béquer com 20 cm3 de água = Massa do béquer com 20 cm3 de água =
Massa do béquer com 40 cm de água = Massa do béquer com 40 cm de água =
Massa do béquer com 60 cm de água = Massa do béquer com 60 cm de água =
Massa da primeira adição de água Massa da primeira adição de água
Massa da segunda adição de água Massa da segunda adição de água
Massa da terceira adição de água Massa da terceira adição de água
Média das três adições Média das três adições
Desvio de cada adição com relação a média: Desvio de cada adição com relação a média:
1– 1–
2– 2–
3– 3–
Média dos desvios: Média dos desvios:

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