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ELECTROTECNIA

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CAPÍTULO I – Medidas Eléctricas

1. Introdução à Medidas Eléctricas


Definição:
Grandezas eléctrica é tudo aquilo que envolve medidas eléctricas.
– Exemplos: Potência, corrente eléctrica e outros;
Medir é comparar quantitativamente uma grandeza física com uma unidade através
de uma escala pré-definida
– Exemplo: 10 °C
Grandeza: Temperatura
Unidade: 1 °C
Medição: há dez unidades na grandeza medida
No processo de medida, a grandeza que serve de comparaçã o é denominada de
grandeza unitária ou padrão unitário.
 As grandezas físicas são englobadas em duas categorias:
a) Grandezas fundamentais (Ex: comprimento, tempo);
b) Grandezas derivadas (Ex: joule, watt, volt).

1.1Sistema Internacional de Unidade (SI)


É um conjunto de definiçõ es que reú ne de uma forma completa, coerente e coesiva
todas as grandezas fundamentais e derivadas.
É derivado do MKSA e foi adoptado internacionalmente a partir dos anos 60. É o
padrã o mais utilizado no mundo, mesmo que alguns países ainda adotem algumas unidades
dos sistemas procedentes. Mais tarde aumentaram-se mais três unidades Kelvin, Mole e
candela
GRANDEZAS FUNDAMENTAIS

Grandezas Símb/grand Unidade Símb/unid

Comprimento l metro m
Massa m;M quilograma Kg
Tempo t segundo s
Intensidade da corrente I;i ampére A
Temperatura T Kelvin °K
Quantidade de Substâ ncia n mole mol
Intensidade Luminosa IL; øL candela cd

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GRANDEZAS ELECTRICAS DERIVADAS

Grandezas Símb/grand Unidade Símb/unid Dimensão

Carga Q;q Coulomb C A.s


Energia E;W Joule J m 2 . kg . s−2
Potência ativa P Watt W m2 . kg . s−3
Volt Ampére
Potência reativa Q VAR m 2 . kg . s−3
Reativa
Potência aparente S Volt Ampére VA m 2 . kg . s−3
Tensã o U;V Volt V m2 . kg . s−3 . A−1
Resistência R Ohm Ω m 2 . kg . s−3 . A−2
Condutâ ncia G Siemens S m−2 . kg−1 . s 3 . A 2
Capacitâ ncia C Farad F m−2 . kg−1 . s−4 . A 2
Indutâ ncia L Henri H m2 . kg . s−2 . A−2
E Newton por
Campo Eléctrico N/C kg . m . A−1 . s−3
coulomb
Frequência f Hertz Hz s−1

1.2Fundamento Teórico DE Medidas Eléctricas


A exploraçã o de qualquer instalaçã o eléctrica requer a medida e controlo de certos
parâ metros eléctricos. Para medir corretamente com qualquer aparelho de medida é
necessá rio conhecer sua forma de conexã o e também interpretar os símbolos imprenso no
mesmo.
Para a descriçã o e realizaçã o de prá ticas de medidas eléctricas elas dividem-se em
três partes que sã o as seguintes:
 Medidas Eléctricas Básicas;
 Medidas em Circuito de Corrente Alternada;
 Medidas em Sistemas Trifásicas

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APARELHOS DE METIDAS ELECTRICAS

APARELHO DE MEDIDA UNIDADE MAGNITUDE ELECTRICA

Voltímetro Volt (V) Tensã o (U)


Amperímetro Ampére (A) Corrente eléctrica (I)
Ohmímetro / mega Ohm (Ω) Resistência (R)
Wattímetro Watt (W) Potência Activa (P)
Volt Ampere
Varímetro Potência Reactiva (Q)
Reactiva (VAR)
Contador de Energia Watt hora (Wh) Energia consumida (E)
Frequencímetro Hertz (Hz) Frequência (f)
Desfasamento ou fator de
Fasímetro cosϕ
potência (∆ϕ)
Fluxímetro Weber (Wb) Fluxo magnético
Henrímetro Henri (H) Indutâ ncia
Lucímetro Luxi (Lux) Fluxo luminoso

1.3Múltiplos e submúltiplos do Sistema Internacional de unidades


Nem sempre conseguimos utilizar as unidades bá sicas de medidas para representar
ou até mesmo falar o tamanho de objeto. Por exemplo, expressar o tamanho de uma pulga
utilizando o metro ficaria difícil.
Pois, é em casos como esses que utilizamos os mú ltiplos e submú ltiplos das unidades
de medida. Os Prefixos das unidades sã o utilizados para facilitar sua escrita, quando elas
estã o expressas ou em valores muito grandes ou muito pequenos.
O metro por exemplo, tem como submúltiplos o decímetro (deci), o centímetro
(centi) e o milímetro (mili) e como múltiplos ele tem o decâ metro (deca), o hectô metro
(hecto) e o quilô metro (quilo).
O Sistema Internacional de Unidades SI, define os mú ltiplos e submú ltiplos, com sua
nomenclatura e simbologia.
Notação Cientifica
 Algumas grandezas sã o muitos grandes ou muito pequenas em relaçã o a unidade
adotada. Para resolver este problema a notaçã o cientifica emprega potência de 10.
– Exemplo
 Diâ metro do Sol: 1.392.000 km= 1,392 x 106 ou 1,392 e+7

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 Diâ metro má ximo de uma bactéria: 0,000005 m = 5 x 10-6 ou 5 e-6


A Tabela mostra os Prefixos, seus equivalentes decimal e seus símbolos.
MÚLTIPLOS E SUBMÚLTIPLOS DAS UNIDADES
GRAFIA PREFIX SÍMBOL POT ESCALA CURTA EQUIVALENTE DECIMAL
O O Ê NCI
A
yottametro yotta Y 1024 Septilhã o 1 000 000 000 000 000 000 000 000
zettametro zetta Z 1021 Sextilhã o 1 000 000 000 000 000 000 000
exametro exa E 1018 Quintilhã o 1 000 000 000 000 000 000
petametro peta P 1015 Quadrilhã o 1 000 000 000 000 000

MUÚLTIPLOS
terametro terá T 1012 Trilhã o 1 000 000 000 000
gigametro giga G 109 Bilhã o 1 000 000 000
megametro mega M 106 Milhã o 1 000 000
quilô metro quilo k 103 Milhar 1 000
hectô metro hecto h 102 Centena 100
decâ metro deca da 101 Dezena 10
Unidade nenhu nenhu 100 Unidade 1
m m
decímetro deci d 10-1 Décimo 0,1
centímetro centi c 10-2 Centésimo 0,01
milímetro mili m 10-3 Milésimo 0,001
micrometro micro µ 10-6 Milionésimo 0,000 001 SUBMÚLTIPLOS
nanometro nano n 10-9 Bilionésimo 0,000 000 001
picometro pico p 10-12 Trilionésimo 0,000 000 000 001
femtometro femto f 10-15 Quadrilionésimo 0,000 000 000 000 001
attometro atto a 10-18 Quintilionésimo 0,000 000 000 000 000 001
zeptometro zepto z 10-21 Sextilionésimo 0,000 000 000 000 000 000 001
yoctometro yocto y 10-25 Septilionésimo 0,000 000 000 000 000 000 000 001

1.1Transformação de Unidades
Devido ao uso comum de grandezas em sistemas de unidades nã o oficiais (ou em
mú ltiplos do SI), é necessá rio conhecer métodos de transformaçã o de unidades.
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– Exemplos: 8 kW; 0,1km; 12 polegadas…


Dentre os métodos de transformaçã o, serã o estudados:
– Substituiçã o de mú ltiplos/submú ltiplos
– Fator de Conversã o
– Regra de Três Simples
1.1.1 Substituição de Múltiplos e Submúltiplos
Este método é aplicá vel apenas a transformaçã o de mú ltiplos e submú ltiplos das
unidades do SI
Exemplos:
– 1 MW = 106 W
– 5 mg = 5 x 10-3 g
– 3 GHz = 3 x 109 Hz
– 2 m = 2 x 103 mm

CAPÍTULO II – Introdução Corrente Alternada

2. Corrente alternada Sinusoidal

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2.1Grandezas e Valores Característicos

O estudo da energia eléctrica baseia-se em corrente e tensã o contínua, isto é, que


mantém o mesmo sentido e o mesmo mó dulo.
A energia elétrica produzida pelas centrais que é transportada e posteriormente
consumida, é constituída por sinais de tensã o e corrente alternada, cujos valores variam
continuamente passando de positivos e negativos em cada determinado tempo. Assim
existem no entanto numerosas aplicaçõ es em que sã o muitas diversas variaçõ es em funçã o
do tempo, das tensõ es, das correntes e outras grandezas.
As grandezas eléctricas podem classificar-se em funçã o do tempo como: Constante e
Variáveis.
As grandezas variá veis sã o constituídas por: Periódicas e não periódicas.

Grandeza nã o perió dica é quando apresenta repetiçã o na sua configuraçã o ao longo


do tempo.
Uma grandeza diz-se perió dica quando se verifica uma repetiçã o da sua configuraçã o
ao longo do tempo.
Representaçã o grá fica de algumas grandezas e ondas:

1) Grandeza Constante

2) Grandeza Variável não Periódica

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3) Grandezas Variáveis Periódicas

a) Corrente Ondulatório
b) Corrente Unireccional em dente de serra

c) Corrente alternada triangular d) Corrente alternada quadrangular

e) Corrente alternada sinusoidal

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As ondas perió dicas diferenciam-se das ondas ondulató rias porque têm um valor
médio algébrico nulo. De entre as nã o sinusoidal e representam-se como uma onda
triangular, quadrangular e sinusoidal.
Numa onda alternada, o conjunto dos valores assumidos em cada um dos sentidos
chama-se alternada ou semi-ciclo, ou ainda semi-onda. Assim temos alternâ ncias positivas e
negativas.
O conjunto de duas alternâ ncias consecutivas chama-se círculo. O valor assumido em
cada instante, por uma corrente ou tensã o é chamado de valor instantâ neo, e que se
representa por letra maiú scula I e U que significa intensidade da corrente e tensão. A sua
expressã o matemá tica é a seguinte:
I=I max sin( ωt+ ϕ0 ) e U=U max sin (ωt+ϕ0 ) Ver anexos
Vulgarmente, estes sinais vã o adicionar-se a tensã o e corrente continuo (Uc) com a
tensã o de sinal, resultando uma tensã o variá vel que se representa com letra minú scula.
A forma destes sinais é devido a arquitetura das má quinas as que produzem,
denominados alternadores, formado por uma parte fixa chamado Estator e uma parte mó vel
conhecida como Rotor. Ambas as partes sã o constituídas por sua vez por bobinas de fio
condutor enrolado em nú cleo magnético, normalmente o rotor gira dentro do campo
magnético produzido pelo estator, que é o valor da tensã o que induz em cada instante e
depende da posiçã o da bobina em relaçã o ao plano horizontal que quer dizer força
electromotriz (f.e.m) induzida em funçã o do seno do â ngulo.
ε=NBA ω sin(ωt +ϕ0 )

Como NBA ω é o valor má ximo da f.e.m induzida entã o:


ε=ε max sin(ωt +ϕ0 )
Onde:
ε = é o valor instantâ neo [V]

ε max = é o valor má ximo ou amplitude da f.e.m [V]


ω = é a frequência angular da bobina [rad/s]

t = é o tempo em que a bobina demora a descrever um â ngulo ϕ a uma


frequência angular ω .

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O desfasamento, fase ou deslocamento angular da bobina em relaçã o ao eixo


horizontal denomina-se fi ( Δϕ) .
A relaçã o destas grandezas segundo a equaçã o do movimento circular é a seguinte:
Δϕ
ω= ;
t Δϕ=ωt

2.1.1 Números Complexos


Forma algébrica de números complexos

Z =a+ jb ou Z =x+ jy
Onde:
a; x ===> chama-se parte real
b; y ===> chama-se parte imaginá ria

Módulo do número complexo

|Z|=√ a2 +b2 ou |Z|=√ x 2 + y 2


Argumento do número complexo

( ba )
tg ϕ=
ou
tg ϕ= ( yx )
b y
ϕ=arctg ( ) ϕ=arctg ()
a ou x
Forma polar

Z=|Z| φ
Forma trigonométrica

Z=|Z|(cosϕ+ jsin ϕ )
Forma exponencial

Z=|Z| e

Forma do conjugado Z

Z =a− jb ou Z =x− jy

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j⇒ Unidade imaginá ria com as seguintes propriedades:

j 2 =−1
3 2
j = j . j=(−1). j=− j
4 2 2
j = j . j =(−1).(−1 )=1
5 3 2
j = j . j =− j.(−1)= j

2.2Características das correntes e tensões ondulatórios


Período (T) é o tempo em que decorre duas alternâ ncias consecutivas ou seja, é o
tempo gasto num ciclo cuja sua unidade no SI é segundo [s]

T= ;
ω

Frequência (f) é o nú mero de ciclo efetuado num determinado tempo cuja sua
unidade no SI é Hertz [Hz]
ω
f= ;
2π ω=2π . f

Amplitude é o valor má ximo instantâ neo mais elevado atingido pela grandeza.
Também pé chamado de valor má ximo. Há amplitude positivo e negativo.
O valor médio entre o valor má ximo positivo e negativo denomina-se valor de pico-a-
pico.

a) Amplitude de uma corrente sinusoidal

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I pp
I max = ;
2
I pp=2I max ;

Valor Médio é o valor que uma tensã o ou corrente continua deve possuir para
transportar ao mesmo tempo, a mesma quantidade de electricidade.
Considera-se valor médio a metade do ciclo de uma corrente alternada pois o valor
médio de um ciclo é zero.
b) Valor médio de uma corrente sinusoidal

2
I med= I max ⇒ I med =0 , 637 I max
π

2
U med = U max ⇒ U med =0 , 637 U max
π

Valor eficaz

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O valor eficaz de uma tensã o ou corrente alternada é o valor que deve ter uma tensã o
ou corrente contínua para, numa resistência provocar o mesmo efeito calorífico no mesmo
intervalo de tempo.
Matematicamente chega-se a conclusã o que o quadrado da intensidade ou tensã o
eficaz é igual ao valor médio do quadrado da corrente má xima ou da tensã o má xima.

2
2
ef I max I max
I = ⇒I= =0 ,707 I max
2 √2 e
2
2
ef U max U max
U = ⇒U = =0 ,707 U max
2 √2

2.3Condensadores
2.3.1 Condensador em Paralelo
Quando os condensadores sã o ligados em paralelo a capacidade equivalente é dada
pela soma das capacidades dos condensadores individuas:
C eq=C 1 +C 2 +. .. C n
A reactâ ncia dos condensadores ligados em paralelo é calculada do mesmo modo que
as resistências ligadas em paralelo:
1 1 1 1 1
= + + +.. .+
X CT X 1 X 2 X 3 Xn

Para caso particular de dois condensadores ligados em paralelo, a reactâ ncia


equivalente é dada por
X1 . X2
X CT =
X 1+ X 2
O valor da reactâ ncia capacitiva pode ser calculado a partir dos valores da tensã o e da
corrente:
UC
X C=
IC
A capacitâ ncia do condensador também pode ser determinada a partir da fó rmula da
reactâ ncia capacitiva:

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1 1
XC= ⇔C=
ωC 2 π fX C
2.3.2 Condensador em Série
Para o caso dos condensadores em série, as reactâ ncias adicionam-se:
X eq =X 1 +X 2 +.. . X n
A capacidade equivalente será a soma das inversas dos condensadores individuais:
1 1 1 1 1
= + + +. ..+
C eq C 1 C 2 C 3 Cn
Para o caso particular de dois condensadores ligados em série, a capacidade
equivalente será :
C1 . C 2
C eq=
C1 +C2

2.4 Bobinas
Uma bobina é um dispositivo que armazena energia tal como um condensador. Mas,
ao contrá rio do condensador que armazena energia em virtude da tensã o aos seus terminais,
uma bobina armazena energia devido ao campo magnético criado pela corrente eléctrica que
flui na através dela. Como a energia nã o pode variar rapidamente, também a corrente que
flui na bobina nã o pode variar o seu valor rapidamente.
Uma vez que a tensã o inverte o seu sentido a uma alta velocidade em circuitos AC, as
variaçõ es da corrente numa bobina tendem atrasar-se 90° em relaçã o a tensã o aplicada.
2.4.1 Bobinas em Paralelo
Quando se ligam bobinas em paralelo, as suas reactâ ncias somam-se pelas inversas de
igual modo que as resistências.
1 1 1 1 1
= + + +. ..+
X LT X 1 X 2 X 3 Xn

Em caso particular de dois bobinas ligados em paralelo, a reactâ ncia equivalente é


dada por
X1 . X2
X LT =
X 1+ X 2
O valor da reactâ ncia indutiva pode ser calculado a partir dos valores da tensã o e da
corrente:

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UL
X L=
IL
A indutâ ncia da bobina pode ser calculada a partir da fó rmula da reactâ ncia indutiva:
XL
X L=ωL⇔ L=
2 πf

2.4.2 Bobinas em Série


Quando duas ou mais bobinas estã o em série, as reactâ ncias adicionam-se:
X eq =X 1 +X 2 +.. . X n
Uma vez que a reactâ ncia de uma bobina é proporcional a sua indutâ ncia, entã o as
indutâ ncias em série também adicionam-se diretamente na maioria dos casos.
Leq =L1 +L2 +. .. Ln
2.5Circuitos RC e RL
2.5.1 Circuito RC em série
Neste circuito os vectores girantes denominados fasores
(vectores de fase), sã o usados para representar as ondas
sinusoidais da corrente e tensã o em circuitos AC. O fasor da
corrente é representado no eixo horizontal ou eixo de
referência.
O valor da tensã o de entrada (input) pode ser determinado
a partir dos valores medidos da tensã o na resistência e no
condensador, e será da seguinte forma:

|U in|=√ U 2R+U 2C
O â ngulo de fase pode ser determinado a partir dos valores medidos de tensã o no
condensador e na resistência.

UC
ϕ=arctg −
( ) UR

A impedâ ncia do circuito será determinada a partir dos valores dos componentes e do
triâ ngulo da impedâ ncia.

Z =√ R 2 +X 2C

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2.5.2 Circuito RC em paralelo


No circuito RC paralelo, a tensã o de entrada é utilizada como referência do diagrama
de fasores, porque há apenas uma tensã o no circuito. A corrente total pode ser determinada
a partir da lei de Pitá goras medida no triâ ngulo da corrente.

|I in|=√ I 2R+I 2C

A impedâ ncia pode ser obtida a partir dos valores medidos


recorrendo a lei de ohm:
U in
Z=
IT
O â ngulo de fase será determinado por:

IC
ϕ=arctg
( ) IR

2.5.3 Circuito RL em série


No circuito RL série, a corrente será usada como referência. A tensã o nos extremos da
resistência mantém-se em fase com a corrente. E a tensã o na bobina está em avanço 90° em
relaçã o à corrente (isto é π/2). Logo a tensã o de entrada e a fase sã o dadas pelas seguintes
expressõ es:

UL
ϕ=arctg
( )
UR
;
|U in|=√ U 2R+U 2L

A i m p e d â n c i a d o
componentes resistiva e indutiva.

Z =√ R 2 + X 2L

2.5.4 Circuito RL em paralelo


No circuito RC paralelo, a tensã o de entrada é utilizada como
referência do diagrama de fasores, porque há apenas uma tensã o no

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circuito. Entã o a corrente total do circuito também pode ser determinada a partir da lei de
Pitá goras medida no triâ ngulo da corrente.

|I in|=√ I 2R+I 2C

A impedâ ncia pode ser obtida a partir dos valores medidos recorrendo a lei de ohm:
UT
Z=
IT
O â ngulo de fase será determinado por:

IL
ϕ=arctg −
( ) IR

Alguns valores característicos


1 1 1
Condutância ( G ) G= ; Susceptância Capacitiva ( B ) B= ; Susceptância Indutiva ( B ) B=
R XC XL
1
Admitância ( Y ) Y = ouY =√ G 2+ B2
Z

2.5.5 Circuito ressonante série


A ressonâ ncia num circuito série, conforme vimos em experiência anterior que a
tensã o aos terminais de um condensador está atrasada de -90° relativamente a corrente e a
tensã o aos terminais de uma bobina está em avanço de +90° em relaçã o a corrente. Ambos
os componentes sã o percorridos pela mesma corrente e as suas tensõ es adicionam-se
vectorialmente.
Todavia, as tensõ es que vamos adicionar estã o a -90° e +90°, desfasadas de 180° uma
da outra. Isto é o mesmo que subtrair uma tensã o da outra.
A medida que a frequência aumenta, a tensã o na bobina também aumenta e tensã o no
condensador diminui. As tensõ es sã o para uma dada frequência, designada por frequência de
ressonância serie.
A esta frequência as duas tensõ es subtraem-se anulando-se. Chegamos a uma
situaçã o em que nã o é gerada qualquer tensã o aos terminais do circuito série, mesmo
quando fui corrente. Por outras palavras, a impedâ ncia total é zero Ω na ressonâ ncia série.
A expressã o matemá tica para calcular a frequência de ressonâ ncia série é:
X L= X C

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1
2π fL=
2π fC
1
fr=
2 π √ LC
Se o circuito série contiver, também, uma resistência entã o a impedâ ncia na
ressonâ ncia série será igual ao valor da resistência e com um â ngulo de fase igual a zero.
O grá fico de da corrente em relaçã o a frequência terá a forma de um pico na
frequência ressonâ ncia (fr), sendo o cará ter mais ou menos agudo deste pico, depende do
“factor Q” (factor de qualidade) do circuito. O factor Q pode ser calculado por:
XL XC
Q= Q=
R ou R
Em que XL e XC sã o as reactâ ncias de L e C, à frequência de ressonâ ncia série.
O factor Q pode ser medido traçando um grá fico da corrente em relaçã o a frequência.
Mede-se a frequência ressonante, depois calcula-se a “largura de banda”, subtraindo os
valores das duas frequências, nas quais a corrente é 0,707 vezes a corrente má xima na
ressonâ ncia. A formula para calcular o factor Q a partir destas mediçõ es é:
fr
Q=
largura da banda
O circuito em ressonâ ncia série é frequentemente utilizado como um circuito
selectivo em frequência. É usado para seleccionar uma tensã o a uma frequência (igual à
frequência ressonâ ncia) de entre outras tensõ es presentes mas com frequência que diferem
da frequência ressonante.

2.5.6 Potência em circuito de corrente alternada sinusoidal. Factor de


potência

A potência fornecida a um circuito série RLC é apenas a potência dissipada, por efeito
joule, na resistência.

P=R . I 2ef

A potência (potência activa ou potência eficaz) também pode ser expressa em funçã o
da impedâ ncia Z do circuito.

A diferença de fase entre a intensidade da corrente e a tensã o é tal que:

R X
cosφ= ou tagφ=
Z R

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Atendendo a que o factor de potência cosφ é tal que:

R
cosφ=
Z

Entã o teremos: Pa=I 2ef . Z cosφ ou P a=U ef I ef cosφ

ENUNCIADO DE EXERCÍCIOS

1.1 Calcule o mó dulo e o desfasamento em relaçã o ao eixo real tendo a seguinte expressã o:
Z =6+4,7 .
a) Representa na forma polar e na forma trigonométrica.
1.2 Dados os valores do mó dulo |Z|=81 ; e a parte real a=49 . Determine:
a) O desfasamento entre a parte real e a imaginá ria.
b) Representa na forma trigonométrica, polar e exponencial.
c) Calcule a parte imaginá ria pelo conjugado de Z.
1.3 O valor de uma d.d.p atinge a amplitude má xima de 380 V, numa rede de frequência de
50Hz e nã o existe desfasamento de fase. Quando tempo é igual a 2s, qual o valor
instantâ neo da d.d.p sendo a funçã o alternada sinusoidal U =U max sin ( ωt +φ 0 )?
π
( )
1.4 Dada a funçã o I =20 sin 120 πt + ; sabendo que todos os valores se encontram em
4
unidade do SI responda:
a) Qual amplitude da corrente?
b) Qual a frequência angular?
c) Qual período de rotaçã o?
d) Qual a fase inicial?
e) Qual o valor da intensidade da corrente nos instantes t=1s, t=3s?
1.5 As equaçõ es de das tensõ es em funçã o do tempo num grá fico de corrente alternada
π π
sinusoidal sã o
(
U 1 =250 sin 251 , 5t−
3e
) (
U 2 =125 sin 251 , 5t +
no SI. 6 )
Determine:
a) A frequência efectuada nesta onda.
b) O período de rotaçã o
c) O valor da soma vectorial das duas tensõ es.
d) O desfasamento entre as duas tensõ es.
1.6 O valor instantâ neo de uma corrente num osciloscó pio marca 2410 mA. Se nesta rede a
frequência é de 50Hz, qual é a corrente de pico que atinge em 12 ms de tempo num
desfasamento 60° em radiano.
Capacitores
1.7 Um condensador de placas paralelas possui placas circulares de 8,20 cm de raio
separadas por 1,3mm. Sabendo que a capacidade de placas paralelas é dada por
A
C=ε 0 −12 2 2
d ; a permeabilidade do vá cuo é ε 0 =8 ,85 x 10 C / N .m e a á rea de um
2
círculo é S=π . r . A carga de um condensador é Q = C x U.

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a) Qual a capacidade deste condensador?


b) Que carga acumulara nos seus terminais quando é sujeita a uma d.d.p de 120 V?
1.8 Em que frequência um capacitor de 33μF possui
reatâ ncia de 10Ω e 10KΩ?
1.9 Qual a intensidade da corrente no circuito
seguinte, e como fica o diagrama fasorial?

1.10 O â ngulo de defasagem entre tensã o e corrente


em um circuito RC série é de 60°.
Calcular os valores de R e C, sabendo-se que ZC = 200
Ω (em mó dulo) e que f = 500Hz.
1.11 Para o circuito seguinte pedem-se:
a) Corrente e impedâ ncia complexas;
b) Tensõ es complexas no resistor e no capacitor;
c) Diagrama fasorial.

1.12 Determine a capacidade equivalente do circuito ao


lado com os seguintes dados: C1 =10 μF ; C2 =5 μF e
C3 =4 μF
1.13 Repita o problema para a montagem do circuito 2.
1.14 Considerando o exercício 1.6, está sujeita a uma d.d.p de 100 V.
1
E= C . V 2
Sabendo que a energia de um condensador é 2 . Calcule a
carga, a tensã o e a energia em cada condensador.

Indutores
1.15 Dado o Circuito a seguir pede-se

a) Impedâ ncia complexa (mó dulo e fase);


b) Valor da indutâ ncia;
c) Expressã o da corrente na forma trigonométrica e na
forma polar;
d) A tensã o na resistência e a tensã o na bobina
e) Diagrama fasorial

1.16 No circuito a seguir, v = 42,4 |_0° V e VL= 30 |_45° V.


Determinar
a) Impedâ ncia complexa;
b) Valor de R.

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1.17 Qual o valor da indutâ ncia de uma bobina quando sobre ela é induzida uma tensã o de
20V aos terminais para uma mudança da corrente de 12 A para 25 A, em 2s. Sabendo que
L . ΔI
U=
a tensã o para que esta corrente varia é Δt .
1.18 Com relaçã o ao circuito a seguir, pedem-se:
a) Defasagem entre tensã o e corrente fornecidas pelo
gerador;
b) Fator de potência;
c) Potência ativa, reativa e aparente.

1.19 Uma bobina tem indutâ ncia de 50 mH. Qual deve ser o
valor da d.d.p induzida aos terminais quando a taxa de mudança da corrente é de
4
1 x 10 A /s .
1.20 A bobina que corresponde ao primá rio de um transformador tem uma indutâ ncia de
30 mH, considerando-se desprezá vel a sua resistência determine:
a) A sua reactâ ncia para uma frequência de 60Hz.
b) A corrente quando ligada a uma tensã o de 120V.
1.21 Um circuito consome uma corrente de 25A. Sabendo-se que f = 60 Hz, FP = 0,75 e a
tensã o no circuito é 220|_0° V, pedem-se:
a) Potência aparente, ativa e reativa;
b) Valor da resistência e da indutâ ncia do circuito.

1.22 Uma instalaçã o elétrica consome uma potência de 5kW. Sabendo-se que a potência
reativa é de 3kVAR e a tensã o é de 220V. Pedem-se:
a) Fator de potência;
b) Corrente consumida.
c) O valor da resistência
d) Valor da reactâ ncia indutiva

1.23 Um circuito com uma bobina de 0,1H e uma resistência de 20Ω sã o ligados em série, a
uma fonte de 100V/25Hz. Determine:
a) A impedâ ncia do circuito.
b) A intensidade da corrente do circuito.
c) A tensã o na resistência e na bobina e a sua amplitude vectorial.
d) O â ngulo de fase.
1.24 Dado o circuito ao lado determine:
a) O desfasamento
b) A impedâ ncia do circuito.
1.25 Num circuito RLC circula uma corrente de 10,6 A. Sabendo
que R = 200Ω, L = 35mH, C = 15µF e f = 50Hz. Calcule:

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a) As reactâ ncias indutiva e capacitiva.


b) A impedâ ncia do circuito.
c) A tensã o induzida nos terminais do circuito.
d) O desfasamento do circuito.
1.26 Dados os valores de R = 200Ω; L = 230mH; C = 70µF; f = 60Hz e U = 230V. Determine:
a) A impedâ ncia do circuito.
b) O desfasamento do circuito.
c) A intensidade da corrente má xima.
d) A intensidade da corrente eficaz.

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