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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE

CENTRO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E DA SAÚDE

DEPARTAMENTO DE ENFERMAGEM

BEATRIZ CRISTINA MACHADO RODRIGUES

KATIANE FURTUOSO SANTOS

AVALIAÇÃO DA EFICÁCIA DAS ONDAS DE O EFEITO DO ULTRASSOM


TERAPÊUTICO NO TRATAMENTO DA ÚLCERA VENOSA DA PERNA: UMA
METANÁLISE
ARACAJU/SE, 2022

BEATRIZ CRISTINA MACHADO RODRIGUES

KATIANE FURTUOSO SANTOS

AVALIAÇÃO DO EFEITO DO ULTRASSOM TERAPÊUTICO NO TRATAMENTO DA


ÚLCERA VENOSA DA PERNA: UMA METANÁLISE

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado


ao Departamento de Enfermagem da
Universidade Federal de Sergipe, como
requisito parcial para obtenção do título de
Bacharel em Enfermagem.

Orientadora: Profa. Dra. Ana Cristina Freire


Abud.
ARACAJU/SE, 2022

SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO 7

2. MATERIAL E MÉTODOS 8

2.1 DELINEAMENTO E REGISTRO DO ESTUDO 8

2.2 ESTRATÉGIA DE BUSCA 9

2.3 AVALIAÇÃO DE ELEGIBILIDADE 9

2.4 EXTRAÇÃO DE DADOS 9

2.5 AVALIAÇÃO DO RISCO DE VIÉS 9

3. RESULTADOS 10

3.1 SELEÇÃO DOS ESTUDOS 10

3.2 CARACTERÍSTICAS DOS ESTUDOS SELECIONADOS 10

3.3 METANÁLISE 12

3.3.1 Pacientes totalmente curados através do tratamento com ultrassom terapêutico –


análise global 12

3.3.2 Pacientes totalmente curados através do tratamento com ultrassom terapêutico –


análise por frequência ultrassônica 12

3.3.3 Pacientes totalmente curados através do tratamento com ultrassom terapêutico –


análise por intensidade ultrassônica 13

3.3.4 Pacientes totalmente curados através do tratamento com ultrassom terapêutico –


análise por tempo de aplicação do ultrassom 14

3.3.5 Pacientes totalmente curados através do tratamento com ultrassom terapêutico –


análise por tempo de duração do tratamento 15

3.3.6 Pacientes totalmente curados através do tratamento com ultrassom terapêutico –


análise por tipo de intervenção 16

3.4 RISCO DE VIÉS 17


4. DISCUSSÃO 18

5. CONCLUSÃO 20

REFERÊNCIAS 20
LISTA DE FIGURAS

Figura 1. Fluxograma de seleção dos estudos, em conformidade com as diretrizes PRISMA.

Figura 2. Gráfico tipo forest plot da análise global da cura dos pacientes submetidos ao
tratamento com ultrassom terapêutico. Fonte: autores.

Figura 3. Gráfico tipo forest plot da análise por frequência ultrassônica adotada na cura dos
pacientes submetidos ao tratamento com ultrassom terapêutico. Fonte: autores.

Figura 4. Gráfico tipo forest plot da análise por intensidade ultrassônica adotada na cura dos
pacientes submetidos ao tratamento com ultrassom terapêutico. Fonte: autores.

Figura 5. Gráfico tipo forest plot da análise por tempo de aplicação de ultrassom adotado na
cura dos pacientes submetidos ao tratamento com ultrassom terapêutico. Fonte: autores.

Figura 6. Gráfico tipo forest plot da análise por tempo de tratamento na cura dos pacientes
submetidos ao tratamento com ultrassom terapêutico. Fonte: autores.

Figura 7. Gráfico tipo forest plot da análise por tipo de intervenção adotada na cura dos
pacientes submetidos ao tratamento com ultrassom terapêutico. Fonte: autores.
LISTA DE TABELAS

Tabela 1. Características dos estudos incluídos na presente revisão sistemática.

Tabela 2. Análise do risco de viés dos estudos incluídos na presente revisão.


RESUMO

O uso do ultrassom terapêutico tem sido empregado no tratamento de numerosas doenças nos
tecidos biológicos, dentre elas as úlceras venosas de perna. Autores pregressos levantaram a
hipótese de que as ondas ultrassônicas podem agir no leito das feridas, melhorando a
regeneração do tecido biológico. A presente revisão sistemática teve como objetivo avaliar a
eficácia das ondas de ultrassom no tratamento das úlceras venosas. Para isso, foram realizadas
buscas bibliográficas sistemáticas nas bases de dados PubMed, Web of Science, Cochrane
Central Register of Controlled Trials e LILACS em julho de 2020, utilizando descritores e
termos livres. O protocolo de revisão foi aprovado pela base de dados PROSPERO e os
Preferred Reporting Items for Systematic Reviews and Meta-Analyses foram seguidos ao
longo da presente metanálise. Os artigos recuperados das bases de dados foram analisados por
um mínimo de dois revisores. Além disso, a extração de dados e a análise do risco de viés
(performada através da escala de Jadad) também foram realizadas de maneira pareada. Os
artigos selecionados tiveram seus dados extraídos e agrupados numa metanálise de associação
na qual a medida de efeito odds ratio (OR) foi adotada para análise estatística, usando o
modelo de efeitos aleatórios e variância inversa, usando o software R. Um total de oito
estudos, com uma amostra útil de 332 pacientes analisados, reportaram dados a respeito do
tópico desta revisão. Na análise global, o uso de ultrassom mostrou-se efetivo para o
tratamento das úlceras venosas da perna (OR = 1.53, I2 = 0%, P = 0.96). As análises de
subgrupos encontraram diferenças entre os subgrupos analisados: frequência (melhores
resultados para baixa frequência), intensidade (melhores resultados para baixa intensidade),
tempo de aplicação (melhores resultados para 15 minutos de aplicação), duração do
tratamento (melhores resultados para 8 semanas de tratamento) e tipo de intervenção utilizada
(melhores resultados para associação entre ultrassom e tratamento padrão). Em suma, o uso de
ultrassom demonstra potencial clínico para o tratamento de úlceras venosas de perna, assim
como para criação de diretrizes clínicas para o sistema de saúde.
ABSTRACT

The use of therapeutic ultrasound has been used to treat numerous biological tissue diseases,
among them venous leg ulcers. Previous authors have hypothesized that ultrasound waves
may act on the wound bed, improving regeneration of biological tissue. The present
systematic review aimed to evaluate the efficacy of ultrasound waves in the treatment of
venous leg ulcers. Systematic literature searches of PubMed, Web of Science, Cochrane
Central Register of Controlled Trials, and LILACS databases were conducted in July 2020,
using descriptors and free terms. A review protocol was approved by the PROSPERO
database and the Preferred Reporting Items for Systematic Reviews and Meta-Analyses were
followed throughout the present meta-analysis. Articles retrieved from the databases were
screened by at least two reviewers. Further, data extraction and risk of bias analysis
(performed using the Jadad scale) were also performed in a paired manner. The selected
articles had their data extracted and pooled in an association meta-analysis in which the odds
ratio (OR) effect measure was adopted for statistical analysis, using the random effects and
inverse variance model, using the R software. A total of eight studies, with a useful sample of
332 patients analyzed, reported data with respect to the topic of this review. In the overall
analysis, ultrasound use was shown to be effective for treating venous leg ulcers (OR = 1.53,
I2 = 0%, P = 0.96). Subgroup analyses found differences among the subgroups analyzed:
frequency (better results for low frequency), intensity (better results for low intensity), time of
application (better results for 15 minutes of application), duration of treatment (better results
for 8 weeks of treatment), and type of intervention used (better results for association between
ultrasound and standard treatment). In summary, ultrasound use demonstrates clinical
potential for the treatment of venous leg ulcers, as well as for the development of clinical
guidelines for the health care system.
1. INTRODUÇÃO

As úlceras venosas (UVs) de perna são feridas caracterizadas por lesão cutânea em
membro inferior com hipertensão venosa sustentada. Elas ocorrem principalmente superior ao
maléolo medial (até 40% dos casos) próximo à veia safena magna e geralmente apresentam
hiperpigmentação, edema, eczema, varizes ou lipodermatoesclerose (ABBADE; LASTÓRIA;
ROLLO, 2011; GREY; ENOCH; HARDING, 2006; HESS, 2020).

As UVs foram classificadas, devido à sua gravidade, como o estágio mais avançado da
doença venosa pelo sistema de classificação Clinical, Etiological, Anatomy, and
Pathophysiology (CEAP) para doenças venosas (DAVIES, 2019; LURIE et al., 2020).

Observa-se que, devido à diminuição da mobilidade física e consequente menor


estimulação da bomba muscular da panturrilha, idosos e mulheres grávidas são mais
propensos a desenvolver UVs (MAFFEI et al., 1986; SIEGGREEN, 2005). A prevalência das
UVs na população geral brasileira foi de 3.6% (2.3% em homens, 4% em mulheres), e
nenhuma diferença estatisticamente significativa entre homens e mulheres foi percebida a
partir dos 40 anos (MAFFEI et al., 1986). Atualmente, as UVs estão presentes em cerca de
1% da população mundial (DAVIES, 2019; RICE et al., 2014), e cerca de 4% entre os idosos
(FARIA et al., 2020; SHANLEY et al., 2020).

Antes falar do tratamento seria interessante falar um pouco sobre o ultrassom, quando ele
começou a ser utilizado no tratamento de UVs e seus efeitos.

Assim, Oos tratamentos para UVs são tipicamente focados no controle da infecção e
na melhora do retorno do sangue venoso dos membros inferiores. Embora os tratamentos
padrão sejam geralmente eficazes, em alguns casos eles não fornecem os resultados
esperados. Assim, uma série de estudos têm sido realizados para avaliar formas alternativas de
tratamento dessas feridas. O uso de ultrassom sem contato junto ao tratamento padrão resulta
em melhores resultados de cicatrização para UVs quando comparado ao uso exclusivo do
tratamento padrão (OLYAIE et al., 2013). Estudos anteriores sugeriram que o ultrassom
também pode induzir a cicatrização do leito da ferida, reduzindo a carga biológica e
aumentando a angiogênese, o que auxilia no desbridamento de tecidos necróticos e
desvitalizados e estimula a atividade celular (BEHESHTI et al., 2014).
Não há consenso em relação ao uso do ultrassom no tratamento de UVs, embora
alguns ensaios clínicos randomizados (ECRs) tenham sido publicados sobre esse tema.
Portanto, a presente metanálise objetiva avaliar a eficácia das ondas de ultrassom para o
tratamento dessas feridas cutâneas. Adicionalmente, espera-se contribuir ao conhecimento das
ciências da saúde quanto ao tema, especialmente nas áreas manejo de feridas e dermatologia,
fortalecendo o corpo de evidências para implementação de diretrizes clínicas.

2. MATERIAL E MÉTODOS

2.1 DELINEAMENTO E REGISTRO DO ESTUDO

Trata-se de uma revisão sistemática com metanálise conduzida em conformidade com


o checklist Preferred Reporting Items for Systematic Reviews and Meta-Analyses (PRISMA)
(Moher et al., 2009). O protocolo de pesquisa foi aprovado pelo International Prospective
Register of Systematic Reviews (sob o código CRD42021268580).

2.2 ESTRATÉGIA DE BUSCA

Quatro bases de dados foram usadas para procurar artigos que atendiam aos critérios
do estudo: PubMed, Web of Science, Cochrane Central Register of Controlled Trials e
LILACS em julho de 2022. A estratégia de busca completa utilizada em todas as bases de
dados adotadas foi a seguinte: (therapy OR treatment OR healing OR debridement) AND
(venous leg ulcer OR varicose ulcer OR venous ulcer OR foot ulcer OR leg ulcer) AND
(ultrasonic therapy OR ultrasonography OR ultrasound). O idioma, o desenho do estudo e o
ano de publicação não foram restritos.

2.3 AVALIAÇÃO DE ELEGIBILIDADE

Todos os títulos de busca eletrônica, resumos selecionados e artigos em texto


completo foram revisados de forma independente por um mínimo de dois revisores. As
divergências sobre a elegibilidade dos textos aos critérios de inclusão/exclusão foram
resolvidas por consenso. Os critérios de inclusão foram: estudos referentes ao uso de ondas de
ultrassom para tratamento de úlceras venosas de perna. Os critérios de exclusão foram:
estudos que não se enquadravam nas características acima, relatos de casos, séries de casos,
capítulos de livros, resenhas, cartas ao editor e estudos com dados incompletos.
2.4 EXTRAÇÃO DE DADOS

Dois revisores extraíram os dados dos estudos incluídos. Foram extraídos dados
referentes ao sobrenome do primeiro autor, tempo de intervenção, país onde o estudo foi
realizado, ano de publicação, amostra (de curados e total, para ambos os grupos intervenção e
controle pré- e pós-intervenção), frequência, intensidade, tipos de controle utilizado, tipos de
intervenções utilizadas, tempo de aplicação do ultrassom e tempo total de condução dos
estudos primários.

2.5 AVALIAÇÃO DO RISCO DE VIÉS

A avaliação do risco de viés dos estudos selecionados foi realizada através da escala
de Jadad (CLARK et al., 1999). Essa escala avalia viés em cinco domínios: randomização,
adequação da randomização, comparação e resultados, descrição das comparações e
resultados e perdas e exclusões. Cada item foi avaliado com nota entre 0 (para resposta
negativa) e 1 (para resposta positiva), sendo somado o escore total do risco de viés do estudo.
A avaliação do risco de viés foi realizada por um mínimo de 2 revisores.

2.6 ANÁLISE ESTATÍSTICA

Foram extraídos dados binários de cura dos estudos incluídos na presente metanálise.
Após isso, os dados foram agrupados em tabelas de extração de dados e analisados com
auxílio do pacote “meta” do software R (BALDUZZI; RÜCKER; SCHWARZER, 2019).
Gráficos tipo forest plot foram gerados para análise visual da metanálise. A razão de chances
(odds ratio [OR]) foi usada como medida de efeito para as análises quantitativas.

Para análise da heterogeneidade entre os estudos selecionados, os autores da presente


metanálise utilizaram a estatística I2 de Higgins e o teste Q de Cochran. Para o teste Q de
Cochran, um valor-P menor que .05 é indicativo de significância estatística. Para a estatística
I2, os seguintes valores de interpretação foram utilizados: entre 0% e 40% a heterogeneidade
pode não ser importante; 30% a 60% pode representar heterogeneidade moderada; 50% a 90%
pode representar heterogeneidade substancial; 75% a 100%: heterogeneidade considerável.

3. RESULTADOS

3.1 SELEÇÃO DOS ESTUDOS

A Figura 1 mostra o resumo do processo de identificação do artigo. A busca na base


de dados levou à identificação de 2.769 registros. Após a remoção automática das duplicatas,
foram analisados os títulos de 2.306 publicações, o que levou à identificação de 87 artigos
potencialmente elegíveis. Esses artigos foram selecionados e oito estudos foram incluídos.

Sugiro trazer o fluxograma prisma para cá.

3.2 CARACTERÍSTICAS DOS ESTUDOS SELECIONADOS

Um total de oito estudos foram incluídos na presente metanálise (BAWIEC et al.,


2015; DOLIBOG et al., 2018; ERIKSSON; LUNDEBERG; MALM, 1991; FRANEK et al.,
2004; LUNDEBERG et al., 1990; TARADAJ et al., 2008; WEICHENTHAL et al., 1997). A
Tabela 1 sumariza as características dos estudos selecionados para inclusão na presente
revisão.

Tabela 1. Características dos estudos incluídos na presente revisão sistemática.

Tamanho da
Estudo (autor e ano) Intervenções usadas Controles usados
amostra
Bawiec 2015 25 sujeitos Ultrassom Cuidados padrão
Ultrassom de alta-frequência (HFU)
Beheshti 2014 90 sujeitos Cuidados padrão
e terapia de ultrassom MIST
Ultrassom com densidade de
Dolibog 2018 51 sujeitos Cuidados padrão
potência de 0,5 W/cm²
Dolibog 2008 70 sujeitos Ultrassom terapêutico Cuidados padrão
Eriksson 1991* 38 sujeitos Ultrassom pulsado com 1 W/cm² Cuidados padrão
Ultrassom com intensidade de 1
Franek 2004 65 sujeitos Cuidados padrão
W/cm2 e 0,5 W/cm²
Lundeberg 1990* 32 sujeitos Ultrassom pulsado com 0,5 W/cm² Cuidados padrão
Ultrassom Pulsado de Baixa
Santana 2013 10 sujeitos Cuidados padrão
Intensidade
Taradaj 2008 81 sujeitos Cirurgia e ultrassom Cuidados padrão
Terapia convencional mais
Weichenthal 1997 38 sujeitos tratamento com ultrassom de 30 kHz Cuidados padrão
adicional.
Fonte: dados da pesquisa
Figura 1. Fluxograma de seleção dos estudos, em conformidade com as diretrizes PRISMA.

3.3 METANÁLISE

3.3.1 Pacientes totalmente curados através do tratamento com ultrassom terapêutico –


análise global

Um total de oito estudos (n = 332 pacientes) reportaram dados a respeito da cura dos
pacientes submetidos ao tratamento com ultrassom terapêutico. Na análise global, o ultrassom
terapêutico mostrou-se efetivo na cura dos pacientes com UVs (OR = 1.53, I2 = 0%, P = 0.96)
(Figura 2).
Figura 2. Gráfico tipo forest plot da análise global da cura dos pacientes submetidos ao tratamento com
ultrassom terapêutico. Fonte: autores.

3.3.2 Pacientes totalmente curados através do tratamento com ultrassom terapêutico –


análise por frequência ultrassônica

Na análise por frequência, notou-se uma efetividade ligeiramente maior nos grupos
submetidos ao tratamento com ondas ultrassônicas de baixa frequência (OR = 2.25, I2 = 0%,
P = .85) do que no grupos tratadosnos grupos tratados com ondas ultrassônicas de alta
frequência (OR = 1.43, I2 = 0%, P = .82 para ondas a 1.0 MHz; OR = 1.43, I2 e P não
aplicáveis para ondas a 1.5 MHz). Entretanto, a diferença entre os subgrupos não foi
estatisticamente significativa (P = .85) (Figura 3).

Figura 3. Gráfico tipo forest plot da análise por frequência ultrassônica adotada na cura dos pacientes submetidos
ao tratamento com ultrassom terapêutico. Fonte: autores.
3.3.3 Pacientes totalmente curados através do tratamento com ultrassom terapêutico –
análise por intensidade ultrassônica

Na análise por intensidade ultrassônica, notou-se uma efetividade ligeiramente maior


nos grupos submetidos ao tratamento com ondas de baixa intensidade (OR = 2.25, I2 = 0%, P
= .85 para 0.1 W/cm2; OR = 2.25, I2 e P não aplicáveis para 0.03 W/cm2) do que no grupos
tratados com ondas ultrassônicas de alta intensidade (OR = 1.84, I2 = 0%, P = .63 para ondas
a 1 W/cm2; OR = 1.34, I2 = 0% e P = .62 para ondas a 0.5 W/cm2). Entretanto, a diferença
entre os subgrupos não foi estatisticamente significativa (P = .47) (Figura 4).

Figura 4. Gráfico tipo forest plot da análise por intensidade ultrassônica adotada na cura dos pacientes
submetidos ao tratamento com ultrassom terapêutico. Fonte: autores.

3.3.4 Pacientes totalmente curados através do tratamento com ultrassom terapêutico –


análise por tempo de aplicação do ultrassom

Na análise por tempo de aplicação do ultrassom, notou-se uma efetividade


ligeiramente maior nos grupos submetidos ao tratamento com ondas de ultrassom por 15
minutos por aplicação (OR = 2.08, I2 e P não aplicáveis) do que em 10 minutos (OR = 1.70, I2
= 0%, P = .81). Estudos feitos com tempo de aplicação não especificado mostraram-se
efetivos no tratamento (OR = 1.37, I2 = 0%, P = .76), entretanto não são aplicáveis à análise
de subgrupos, uma vez que não trazem os dados relevantes para esta análise. A diferença entre
os subgrupos não foi estatisticamente significativa (P = .27) (Figura 5).
Figura 5. Gráfico tipo forest plot da análise por tempo de aplicação de ultrassom adotado na cura dos pacientes
submetidos ao tratamento com ultrassom terapêutico. Fonte: autores.

3.3.5 Pacientes totalmente curados através do tratamento com ultrassom terapêutico –


análise por tempo de duração do tratamento

Na análise por tempo de duração do estudo, notou-se uma efetividade ligeiramente


maior nos grupos submetidos ao tratamento com duração de 8 semanas (OR = 2.38, I² = 0%,
P = .88 ) em relação aos grupos de tratamento com duração de 3 semanas (OR = 2.10, I² =
0%, P = .51); com duração de 12 semanas (OR = 1.34, I² = 0%, P = .84); com duração de 7
semanas (OR = 1.23, I² = 8%, P = .30). Entretanto, a diferença entre os subgrupos não foi
estatisticamente significativa (P = .93). O grupo de tratamento cujo tempo não foi
especificado não é aplicável a esta análise (Figura 6).
Figura 6. Gráfico tipo forest plot da análise por tempo de tratamento na cura dos pacientes submetidos ao
tratamento com ultrassom terapêutico. Fonte: autores.

3.3.6 Pacientes totalmente curados através do tratamento com ultrassom terapêutico –


análise por tipo de intervenção

Na análise por tipo de intervenção, notou-se uma efetividade ligeiramente maior nos
grupos submetidos ao tratamento que utilizou tanto o ultrassom quanto o cuidado padrão (OR
= 1.83, I² = 0%, P = .79 ) em relação aos grupos de tratamento com o uso apenas do ultrassom
(OR = 1.36, I² = 0%, P = .88); Entretanto, a diferença entre os subgrupos não foi
estatisticamente significativa (P = .26) (Figura 7).
Figura 7. Gráfico tipo forest plot da análise por tipo de intervenção adotada na cura dos pacientes submetidos ao
tratamento com ultrassom terapêutico. Fonte: autores.

3.4 RISCO DE VIÉS

A Tabela 2 traz os resultados das análises de risco de viés dos estudos incluídos na
presente revisão sistemática de literatura.

Tabela 2. Análise do risco de viés dos estudos incluídos na presente revisão.

Dolibog Lunderbeg Franek Eriksson Bawiec Taradaj Santana Weichenthal


Domínios
(2018) (1990) (2004) (1991) (2015) (2008) (2013) (1997)

O estudo foi
descrito como 1 1 1 1 0 1 1 1
randomizado?

A
randomização
1 1 1 1 0 1 1 1
foi descrita e é
adequada?

Houve
comparações e 1 1 1 1 1 1 1 1
resultados?

As 1 1 1 1 1 1 1 1
comparações e
resultados
foram
descritos e são
adequados?

Foram
descritas as
0 1 0 1 0 0 0 1
perdas e
exclusões?

TOTAL 4 5 4 5 2 4 4 5

4. DISCUSSÃO

O estudo encontrou resultados analisáveis para úlceras curadas nas áreas de frequência
ultrassônica, intensidade ultrassônica, tempo de aplicação do ultrassom e tempo de duração do
estudo. Os resultados mais eficazes foram encontrados nos grupos correspondentes ao
tratamento com ondas ultrassônicas de baixa frequência; ao tratamento com ondas de
ultrassom por tempo de aplicação de 15 minutos por aplicação; ao tratamento com duração de
8 semanas; ao tratamento que utilizou tanto o ultrassom quanto o cuidado padrão. Entretanto
nenhum dos subgrupos encontrou diferenças estatisticamente significativas. Ainda aAssim
pode-se perceber que o uso do ultrassom é um auxílio vantajoso aos pacientes com úlceras
venosas em membros inferiores.

Os melhores resultados de cura foram obtidos nos grupos que utilizaram 15 minutos
de tempo de aplicação das ondas ultrassônicas, contra os estudos que usaram 10 minutos e
quatro trabalhos que não especificaram o tempo de aplicação. Os autores da presente revisão
elencam suas possíveis hipóteses para explicar esse fenômeno: primeiro, é possível que as
ondas ultrassônicas atinjam seu potencial máximo (pico de atuação) de estimulação celular no
leito da ferida a 15 minutos de aplicação sobre a ferida; segundo, é possível que o pico de
atuação ainda não ocorra aos 15 minutos, mas que este tempo promova uma terapia melhor do
que períodos de aplicação menores. Neste caso, possíveis estudos devem ser feitos para
dirimir essas dúvidas.

Percebe-se que o uso de ondas de ultrassom promove maior eficácia na cura de úlceras
venosas de perna em menos tempo se comparado ao tratamento convencional, como é
relatado por Weichenthal e colaboradores que evidencia a melhora substancial apresentada
por pacientes tratados com ultrassom após 8 semanas, sendo 87% de melhora para 57% em
pacientes submetidos a terapia padrão (WEICHENTHAL et al., 1997). Porém, a cura
completa foi observada apenas em um paciente. Resultados semelhantes foram obtidos por
outros autores (TARADAJ et al., 2008).
Em relação ao uso de alta intensidade, os nossos resultados da análise de subgrupos
revelam que não há significativas mudanças para o tratamento com ultrassom, diferente do
trabalho feito por Whiteley, que destacou o uso de ultrassom focado de alta intensidade como
um meio de maiores curas para feridas venosas (WHITELEY, 2020). Entretanto, a despeito
da falta de significância estatística, melhores resultados foram obtidos nos grupos tratados
com ultrassom de baixa intensidade, como ratificado por outros autores (BAWIEC et al.,
2015; WEICHENTHAL et al., 1997).

Em comparação a outros métodos inovadores, o uso de ondas de ultrassom ainda


permanece sendo o que possui melhores resultados, como é percebido no artigo feito por
Dolibog e colaboradores, que destacou também a terapia com ondas de choque radiais, sendo
um outro grupo experimental. Contudo, os índices de melhora com choques radiais ainda
assim foram inferiores (38%) quando comparado ao tratamento com ondas de ultrassom
(68%) e melhores se comparado à terapia padrão (16%) (DOLIBOG et al., 2018).

Além disso, nos artigos analisados, nota-se que não são todos que afirmam a
efetividade do tratamento com ultrassom para a cura de úlceras venosas, como é percebido no
trabalho de Eriksson, Lundeberg e Malm, que considera o mesmo nível de recuperação para
pacientes que foram submetidos ao uso do ultrassom e pacientes do grupo controle, e Franek e
colaboradores, que não encontraram diferenças consideráveis entre os grupos controle e
experimental (ERIKSSON; LUNDEBERG; MALM, 1991; FRANEK et al., 2004).
Entretanto, cumpre ressaltar que ambos os trabalhos utilizaram ondas ultrassônicas de alta
frequência no tratamento das úlceras venosas, e, conforme demonstrado na análise de
subgrupos da metanálise da presente revisão sistemática de literatura, as ondas de baixa
frequência são mais efetivas nesse tratamento, trazendo melhores resultados de cura e
diminuição de área (DOLIBOG et al., 2018).

As diferenças no ultrassom de alta e baixa frequência são bem conhecidas e aplicadas


à terapêutica de uma miríade de doenças. O ultrassom de alta frequência é utilizado, pelo seu
efeito térmico e alto poder de penetração nos tecidos biológicos, no tratamento de tecidos
profundos no corpo humano, ao passo que o ultrassom de baixa frequência, devido ao seu
menor poder de penetração, é comumente utilizado para tratamento de tecidos superficiais,
como leitos de feridas crônicas (JOHNSON, 2003). Ondas de ultrassom de baixa frequência
entregam cerca de 0.1 a 0.3 W/cm2. Essas razões podem explicar o porquê de ondas de
ultrassom de baixa frequência e intensidade de 0.1 W/cm 2, foram as mais efetivas na cura
total das úlceras venosas de perna, em conformidade com as análises de subgrupos da
presente metanálise e autores pregressos (BAWIEC et al., 2015).

Outro fator a se considerar é a utilização do ultrassom em associação com o


tratamento padrão das úlceras venosas da perna, nos quais foram obtidos os resultados mais
expressivos quando comparados ao uso único, tanto do ultrassom quanto do tratamento
padrão.

A principal limitação da presente revisão é não ser possível subcategorizar os


subgrupos analisados, isto é, separá-los de maneira mais efetiva. É possível que os subgrupos
acabem por atuar, em certo momento, como fatores de confusão para a análise, o que
dificultaria a interpretação clínica dos resultados. Sabe-se que a análise por frequência tem
base para a análise de subgrupos, mas não encontramos se encontrou evidências para análises
por intensidade ultrassônica. Neste caso, acabaríamos por atribuir à intensidade ultrassônica a
eficiência no tratamento, quando na verdade esse efeito pertenceria à frequência ultrassônica.
Se isso for verdade, a falta de braços para os estudos acabaria por enviesar a análise de
subgrupos clínicos.

Diante disso, os autores consideram crucial a realização de mais ensaios clínicos


randomizados com mais braços de intervenção e a presença de subgrupos dentro dos estudos
originais, o que permitirá, futuramente, a condução de novas metanálises mais precisas e
clinicamente assertivas.

5. CONCLUSÃO

O uso do ultrassom terapêutico tem mostrado consideráveis contribuições para o


tratamento das úlceras venosas da perna e diversos subgrupos clínicos foram considerados na
presente revisão sistemática. Apesar disso, novos ensaios clínicos podem ser feitos com
subcategorias adicionais, de modo a fracionaras análises e eliminar possíveis fatores de
confusão presentes nas análises de subgrupos. Políticas públicas poderão ser estabelecidas
quando metanálises e ECRs mais adequados forem conduzidos.

REFERÊNCIAS

ABBADE, L. P. F.; LASTÓRIA, S.; ROLLO, H. de A. Venous Ulcer: Clinical Characteristics


and Risk Factors. International Journal of Dermatology, v. 50, n. 4, p. 405–411, abr. 2011.

BALDUZZI, S.; RÜCKER, G.; SCHWARZER, G. How to perform a meta-analysis with R:


A practical tutorial. Evidence-Based Mental Health, v. 22, n. 4, p. 153–160, 2019.
BAWIEC, C. R.; SUNNY, Y.; DIAZ, D.; NADKARNI, S.; WEINGARTEN, M. S.;
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