Palestra - O Que É Fotografia de Rua

O Que é
nas Ruas.
Essenciais
Fotografia
de Rua? Dicas
para Fotografar
© Magnesio, Salvador (BA) 2021.
Material de suporte, proibida a comercialização e reprodução. © Maneco Magnesio Guimarães. 2022. Todos os direitos reservados.
TÓPICOS ABORDADOS
01 Quem sou eu para falar de Fotografia de Rua? DICAS

02 Para você o que é Fotografia de Rua? 1. NÃO FAÇA ROTEIRO
03 Princípios básicos da Fotografia de Rua 2. CONHEÇA DE ANTEMÃO OS LOCAIS QUE VC VAI PASSAR
04 Sua origem dentre as demais vertentes da fotografia 3. CONHEÇA SEU EQUIPAMENTO
05 Referências principais 4. FOTOGRAFE O ENTORNO
06 O que eu uso para fotografar na rua / equipamentos mais indicados 5. NÃO PENSE, CLIQUE
07 Panorama geral sobre a legislação 6. FOTOGRAFE PESSOAS
08 Direito do autor e direito de uso de imagem 7. CRIE ATRAVÉS DE NOVOS PONTOS DE VISTA, ÂNGULOS,
09 Possíveis abordagens para fotografar pessoas, lugares públicos e privados PROFUNDIDADE DE CAMPO E DE NOVAS COMPOSIÇÕES
10 Posicionamento ético do fotógrafo de rua
Sinopse
A proposta dessa palestra é abordar os princípios básicos da Fotografia de Rua
na forma de um breve manual. Com dicas essenciais para fotografar nas ruas,
equipamentos mais indicados, sua origem dentre as demais vertentes da fotografia, suas
referências principais durante os séculos XX e XXI e ainda um panorama geral sobre a
legislação que rege, no Brasil, as possíveis abordagens para fotografar pessoas, lugares
públicos e privados, posicionamento ético do fotógrafo, além da relação de direito do
autor e de uso de imagem, nas suas publicações em redes sociais, livros, entre outras.
Palestra: O Que é Fotografia De Rua? Dicas essenciais para fotografar nas ruas. Material de suporte, proibida a comercialização e reprodução. © Maneco Magnesio Guimarães. 2022. Todos os direitos reservados. 2
QUEM SOU EU PARA FALAR
DE FOTOGRAFIA DE RUA?
Maneco Magnesio Guimarães

(Manaus, 1974)
Em 1997 graduou-se em Desenho e Plástica Casa da Luz (Estação da Luz, São Paulo).
na UFBA. Desde 2003 vive e trabalha em São
Paulo. Cursou Fotografia com Marcello Vitorino Em 2020 foi convidado para fazer parte do
no MAM-SP em 2015. A partir de 2018 se envolve catálogo da Blombô Artes Visuais. Foi convidado
mais com a Fotografia de Rua. para fazer parte do catálogo do Front Files, uma
plataforma para produtores de imagem editorial.
Em janeiro de 2019 ministra workshop Fotografia Foi Pré-selecionado para concorrer no Festival
de Rua, Clique, Conceito e Projeto no Centro Paraty em Foco 2020, na categorias Foto Única,
Universitário Belas Artes de São Paulo. Participa e na categoria Ensaio/Portfólio com o a série
da mostra coletiva Mirares 2019 – Cultura da Vida Que Segue. Entre os meses de outubro e
Paz, em São Paulo, em cartaz na Unibes Cultural. novembro, ministrou, para três turmas distintas,
Pré-selecionado no Festival Paraty em Foco a Oficina de Fotografia de Rua, dos Mestres ao
2019 na categoria Foto Única. Premiado com a Instagram, a convite das Oficinas Culturais do
Medalha de Bronze no Paris Street Photography Estado de São Paulo.
Awards 2019, na categoria Road Trip.
Selecionado na categoria Leitura de Portfólio no Participou, em janeiro de 2021, com duas imagens,
Festival Foto Kariri (Juazeiro do Norte) com 20 da Mostra Todxs Por Sampa, em cartaz entre 11
imagens. Convidado para participar com uma de janeiro à 8 de março, na Passagem Literária
© Magnesio, São Paulo 2021.
obra na Mostra SALON des Refusés da Luz, na da Consolação, em São Paulo (SP).
“NADA ACONTECE
QUANDO VOCÊ
FICA EM CASA.
EU SEMPRE FAÇO
DISSO UMA RAZÃO
PARA CARREGAR
A CÂMERA COMIGO
TODO O TEMPO.
EU SÓ FOTOGRAFO
O QUE ME INTERESSA
NAQUELE MOMENTO.”
– ELLIOTT ERWITT © Elliott Erwitt. New York City, USA.
2000 | Magnum Photos.
PARA VOCÊ, O QUE É FOTOGRAFIA DE RUA?
Definições A primeira grande definição
© Marcel Giró, Aeroporto, 1950.
e Conceitos para a Fotografia de Rua é que
Básicos não existe realmente uma definição
clara do que é a “fotografia de rua”.
A palavra ‘rua’ é um eufemismo, opondo-se

essencialmente ao estúdio que a precedeu
e, em última análise, a qualquer tipo de
enquadramento restritivo - é uma fotografia
livre de regras.
– Pauline Vermare, Magnum Photos
Ou seja, a “fotografia de rua” não se trata

necessariamente de fotografar a rua. A ‘rua’ se
trata do espaço público, das áreas urbanas de
convívio social. A rua é o espaço de convívio e
de trocas entre os diferentes, e você como ativo
participante desse movimento precisa saber
como vai se posicionar.
Um segundo elemento definidor do
gênero é a presença humana. Corpos,
rostos, silhuetas, olhares e expressões
das mais diversas, geralmente de
estranhos, compõe um cenário de
infinitas possibilidades.
Assim como animais domésticos, objetos, elementos

gráficos, cartazes, ou o próprio espaço público
esvaziado por conta de uma pandemia, fazem parte
dessa aura da presença e condição humanas.
Minha fotografia de rua é baseada em

pessoas reais fazendo coisas reais, e eu
observando-as, reagindo a elas e tentando
comprimi-las em um retângulo.
– Richard Kalvar
Flores gêmeas. Carnaval. La Louviere. © Richard Kalvar. Bélgica. 1979 | Magnum Photos.
O QUE A ‘RUA’ REPRESENTA PARA VOCÊ?
Como é a sua relação pessoal com a
O QUE A ‘RUA’
rua? Como cidadã, como cidadão, como
REPRESENTA pessoa que circula nos espaços urbanos.
PARA VOCÊ? Você se relaciona com as outras pessoas
na rua? Independente da fotografia,
independente da arte, você se sente
seguro? Se sente livre? Sente medo?
Se sente desprotegido? Onde você se
encaixa nesse espaço?
Só entendendo qual é o seu papel nesse contexto que

podemos partir pro ato fotográfico, de registrar a rua
e todos seus aspectos humanos e urbanos. Só assim
vamos estar aptos a compreender que ao fotografar
você também se coloca no outro, você está contido
no entorno e na cena, porém atrás da câmera.
© Inge Morath,
Uma Lhama na Times Square,
Nova York, 1957.
© Bruce Davidson.
Nova York, 1966.
CONCEITOS
BÁSICOS DA
FOTOGRAFIA
DE RUA A prática da fotografia de rua se
dá de diversas formas e geralmente
está muito mais presente do que
se percebe.
As fotografias que fazemos durante viagens, em pontos

turísticos ou para eternizar alguns momentos raros em
uma esquina qualquer.
Um registro da arquitetura de um espaço público, uma

pessoa que nos chama atenção numa avenida, um
acontecimento curioso ou trágico em uma fachada
qualquer, uma manifestação popular. São todos
exemplos de fotografias de rua que costumamos
fazer sem nos darmos conta. © David Gibson. Stratford, Londres. 1996.
© João Machado,
Xique-Xique.-BA. 2010.
ARTE EM
FORMA DE
PEQUENOS
REGISTROS
COTIDIANOS. © Helen Levitt | Magnum Photos.
UMA FORMA
ARTÍSTICA DE
CAÇA E COLETA. Curiosidade, abertura para
o mundo, e uma forte crença
“A fotografia de rua é a arte na serendipidade. Além da sua câmera,
de recolher o que está à mão estes são os itens essenciais para
- temas, luzes, formas - para a Fotografia de Rua.
criar imagens lindamente
compostas e atraentes. É Uma proposta de fotografia livre de regras, focada no
uma forma artística de humano e em suas pegadas. Autoral em seu conceito
caça e coleta, uma caça ao mais pronfudo. Compulsiva. Furtiva. Criativa. Onde
tesouro conduzida por uma a capacidade de observação e a sagacidade são
necessidade consciente ou exploradas ao extremo.
subconsciente de coletar
padrões e cenas que se A Fotografia de Rua teve seu crescimento, e
oferecem livremente distanciamento das demais vertentes da fotografia,
à mente e aos olhos do a partir de uma apropriação e prática, como
fotógrafo.” ferramente de contestação, durante o crescimento da
- Pauline Vermare Contracultura no final da década de 50 e início de 60.
© German Lorca.
A ARTE DE
CAPTURAR O
INESPERADO
O acaso é o seu maior
aliado para fotografar
nas ruas.
Na Fotografia de Rua o
fotógrafo não dirige a cena. Não
controla a luz. Tudo é definido
pelo acaso. Você não sabe o
que vai encontrar na próxima
esquina. Não pode prever o
que o que virá no próximo
segundo. O ato fotográfico deve
ser imediato, instantâneo. O
disparador é um gatilho que
pode registrar a mais bela
© Josef Koudelka. © Saul Leiter. composição naquele instante.
Clique primeiro, pense depois.
SUA ORIGEM
DENTRE
AS DEMAIS
VERTENTES DA FOTOJORNALISMO
FOTOGRAFIA
O fotojornalismo vem do ramo da fotografia,
onde a informação é clara e objetivada, © Rafael Vilela / NatGeo. (+) http://bit.ly/VilelaNatGeo
A Fotografia de Rua foi uma através das imagens. Pode também
dissidência natural e orgânica ser considerada uma especialização do
do Fotojornalismo e da jornalismo.
Fotografia Documental.
Através do fotojornalismo, a fotografia pode
As diferenças parecem exibir toda a sua capacidade de transmitir
sutis, mas ao se debruçar informações. Essas informações são transmitidas
pelo enquadramento, distancia focal, composição,
sobre cada caminho escolhidos pelo repórter-fotográfico diante dos
fotográfico fica bem claro fatos. Nas comunicações impressas, como jornais
o que cada um procura e revistas, bem como na internet, o endosso da
representar. A seguir alguns informação através da fotografia é constante.
conceitos que podem nos Fonte: Wikipedia. (+) https://bit.ly/3tuDj8T
ajudar a clarear o tema.
© Amir Hamja / Bloomberg / Getty. (+) https://bit.ly/3bg9lPA
FOTOJORNALISMO: A IMAGEM EM CONTEXTO
As imagens dentro
de seus contextos
originais parecem ter
um motivo lógico para
terem sido feitas.
Já não são “apenas”
registros urbanos, ou obras
de arte. São criadas sobre
pautas preestabelecidas
e dependem do crivo de
um editor que direciona
a pauta de acordo com
a abordagem que o
veículo assume.
© Rafael Vilela / NatGeo. (+) http://bit.ly/VilelaNatGeo © Amir Hamja / Bloomberg / Getty. (+) https://bit.ly/3bg9lPA
FOTOGRAFIA DOCUMENTAL FOTOGRAFIA DOCUMENTAL:
A IMAGEM EM CONTEXTO
A fotografia documental geralmente se
refere a uma forma popular de fotografia
usada para registrar eventos ou ambientes
significativos e relevantes para a história
e eventos históricos, bem como a vida
cotidiana. Normalmente é coberto por
fotojornalismo profissional ou reportagem
da vida real, mas também pode ser uma
© Sebastião Salgado. Garimpo de Serra Pelada. Trabalhadores, A foto no contexto do livro Trabalhadores, de autoria do
atividade amadora, artística ou acadêmica. Cia das Letras; 1ª edição (6 março 1997). (+) https://amzn.to/3xQOpIG fotógrafo mineiro Sebastião Salgado. (+) https://bit.ly/3xVdd2h
Desde o final da década de 1990, pode-se observar

um maior interesse pela fotografia documental e
sua perspectiva de longo prazo. Nicholas Nixon
documentou extensivamente questões cercadas
pela vida americana. O fotógrafo documental sul-
africano Pieter Hugo se envolveu em documentar
tradições artísticas com foco nas comunidades
africanas. Antonin Kratochvil fotografou uma
grande variedade de assuntos, incluindo as
crianças de rua da Mongólia para o Museu de
História Natural. Fazal Sheikh procurou refletir
as realidades dos povos mais desfavorecidos
© Olivia Arthur | Magnum Photos. Restaurante de fast food Al Baik.
de diferentes países do terceiro mundo. Jeddah, Arábia Saudita. 2009. Imagem que faz parte do livro Jeddah A foto no contexto do livro Jeddah Diary, de autoria da
Fonte: Wikipedia. (+) https://bit.ly/3h94CTL Diary (2012, FISHBAR). (+) https://bit.ly/3w5Lpqr fotógrafa londrina Olivia Arthur. (+) https://bit.ly/3tBcUpP
Fotografia Moderna Brasileira /
Foto Cine Clube Bandeirante
e a Escola Paulista
FOTOGRAFIA FOTOCLUBISMO NO BRASIL Photo-Club Helios (Porto Alegre-RS)
Enquanto nos outros países Fundado em 02 de março de 1907 por
MODERNA alemães e descendentes, o Photo-Club
E FOTOCLUBISMO já se contavam com muitas Helios dispunha de espaço cedido nas
sociedades fotográficas – Royal dependências do Turnerbund, antigo
NO BRASIL Photographic Society (Londres, nome da atual Sociedade de Ginástica
1853), Societé Française De Porto Alegre, 1867 – SOGIPA, para
desenvolver suas atividades em torno
Photographie (Paris, 1854), da fotografia amadora. Seu surgimento
Societá Fotográfica Subalpina ocorreu ao tempo dos primeiros
(Turim, 1889) – aqui no Brasil, os fotoclubes no Brasil, originários do final
do século XIX, e alguns tiveram curta
primeiros fotoclubes surgiram
existência ou poucos são os registros
no início do século XX, mas foi a documentais que foram preservados,
partir dos anos 30 que passaram demandando, assim, pesquisas
a ter papel de destaque na substanciais que investiguem as ações
desses grupos num prolífero circuito de
formação e no aperfeiçoamento modernidade que se instaurava no país,
técnico dos fotógrafos brasileiros. em constante conexão com a Europa.
(Vivípara) https://bit.ly/3soJE7s (Fonte) https://bit.ly/3B0pMuY.
PLAQUETA PHOTO CLUB ‘HÉLIOS’. Prêmio
antigamente oferecido pelo Photo Club Hélios
para o concurso anual.
(Fonte) Do Photo-Club Helios ao DECIFOTOS:
memória e património em Porto Alegre no séc.
XX. Luzia Costa Rodeghiero. Acervo Memorial Portuário. Jacob Prudêncio Herrmann, 1930.
SOGIPA. (+) https://bit.ly/3B0pMuY
FOTOGRAFIA No início do séc. XX, mesmo período
em que o Photo Club Hélios estava em
MODERNA atuação, o Sploro Photo-Club, também
E FOTOCLUBISMO em Porto Alegre (RS), e o Photo Club do
Rio de Janeiro também teriam as suas
NO BRASIL primeiras atividades. Alguns autores
citam a criação do Photo Club Paulista
por volta de 1897, mas com pouquissimas
informações de uma associação de
fotógrafos amadores neste período.
(+) https://bit.ly/3GvvSER
FOTO CLUBE BRASILEIRO

O Foto Clube Brasileiro é uma associação
de fotógrafos criada no Rio de Janeiro,
em 1923, por um grupo de amadores
que se reúnem para debater as relações
entre arte e fotografia, juntamente
com sócios do Photo Club do Rio de
Janeiro, inaugurado em 1910. Segundo
a pesquisadora Maria Teresa Bandeira
Dois filósofos. Lunara (Luiz do Nascimento de Mello, trata-se do primeiro clube de Aspecto da quarta exposição
Ramos) / IMS. 1900, Porto Alegre - RS.
(Brasiliana) https://bit.ly/3LljkDA fotógrafos efetivamente organizado anual promovida pelo Photo Club
Brasileiro – Revista da Semana de
1º de outubro de 1927.
no Brasil: promove exposições, cursos a prática do pictorialismo. Como havia Friedmann, João Nogueira Borges e Hermínia Borges (1894
teóricos e práticos, debates, concursos, ocorrido em centros urbanos como - ca.1989). De modo geral, a produção é pautada por temas
excursões, salões e a publicação das Paris e Londres, no fim do século XIX, a e regras de composição características da pintura ensinada
revistas Photo Revista do Brasil e intenção dos associados é defender o na Escola Nacional de Belas Artes - Enba, seus associados
Photogramma. Além disso, mantém estatuto artístico da fotografia. Reagem registram cenas de gênero, retratos, paisagens, naturezas-
correspondência com sociedades contra a industrialização dos processos, mortas e nus e, na organização do quadro, buscam o
internacionais, funcionando como uma pois consideram que a popularização equilíbrio entre as formas e as áreas de luz e sombra.
instituição divulgadora de novidades da fotografia provoca sua banalização.
técnicas e estéticas. Até o fim dos anos Para os pictorialistas, é preciso afastá-
1940, exerce papel fundamental na la de suas características de imagem
difusão da idéia de fotografia como arte. mecânica e objetiva. Empregam técnicas
manuais na cópia ou no negativo com
Nas duas primeiras décadas do século a intenção de eliminar a nitidez da
XX, a produção fotográfica no país imagem fotográfica, conferindo-lhe uma
é praticamente restrita a estúdios aparência de desenho ou gravura. O
especializados em retratos oficiais, festas bromóleo, a goma bicromatada e o flou2
de família e álbuns de paisagem. Inicia- são os métodos mais conhecidos. Sua
se a comercialização de equipamentos e noção de fotografia artística se baseia na
procedimentos químicos que facilitam a idéia de obra única e expressão subjetiva.
prática fotográfica de amadores. Nesse
contexto, o Foto Clube Brasileiro passa O Foto Clube Brasileiro reúne profissionais
a funcionar conforme os moldes do e amadores, entre os quais se destacam
fotoclubismo europeu, em que predomina Fernando Guerra Duval, Alberto Pretenso Bombeiro. © Hermínia Borges, 1936.
Nhô João deixa disso.
Lunara (Luiz do Nascimento Ramos)
/ IMS. 1900, Porto Alegre - RS.
(Brasiliana) https://bit.ly/3LljkDA
Membros do FCCB em excursão à Ilha de Paquetá
para visitar a Sociedade Fluminense de Fotografia.
Com destaque para algumas das fotógrafas do
grupo. Boletim foto-cine 17 (setembro 1947). Imagem
e anotações cortesia de Rubens Fernandes Junior.
(MoMA) https://mo.ma/360eLyz
FOTO-CINE Em São Paulo, a primeira tentativa de – Radio Difusora, mantinha um programa diário
organização de um clube fotográfico sobre fotografia – “Instantâneos no Ar”- no qual dava
CLUBE ocorreu em 1926. A “Sociedade Paulista conselhos, anunciava as novidades, comentava as
BANDEIRANTE de Photographia (Imagem Boletim Foto fotos enviadas por ouvintes e promovia concursos.
Nas reuniões vespertinas na “loja do Gomes “, esse
FOTOGRAFIA Cine 1959)“, entretanto, não durou muito;
extinguiu-se em 1929, após a realização aficionados mostravam e discutiam suas fotos e
MODERNA de sua primeira exposição pública, tais as experiências, as câmaras, objetivas, etc. Até que um
dia,não se sabe de quem partiu a idéia,decidiram
NO BRASIL dificuldades encontradas para se manter.
fundar um novo foto-clube. Abriram-se listas
Chegara a editar também uma ótima
revista: “Sombras e Luzes”. Mas, ainda não de adesões e ao atingir o número considerado
havia ambiente para a fotografia – arte. mínimo necessário -50 aderentes – convocou-se a
Poucos acreditavam nela e os críticos Assembléia Geral de Fundação, para a noite de 28
de arte não a admitiam como tal. de Abril de 1939, no salão do Portugal Clube, no
Somente 10 anos depois destacados Edifício Martinelli, gentilmente cedido.
(FCCB) https://bit.ly/35Oh7Ao
aficionados paulistanos voltaram a pensar
em nova sociedade. Eles costumavam
reunir-se na “Photo-Dominadora ”,uma
loja de artigos fotográficos na Rua São
Bento, de propriedade de Antônio Gomes
de Oliveira e Lourival Bastos Cordeiro,
eles próprios adiantados praticantes da
fotografia. Um desses freqüentadores era
José Medina, que pelas ondas da P.R.K.9 –
Radio Difusora, mantinha um programa Foto da fundação: 28 de Abril de 1939 (acervo FCCB).
Boletim 001 Foto-Cine Clube Bandeirante. 1946.
FOTO-CINE O pictorialismo era o estilo predominante formas geométricas, manipulações de luz
nos primeiros anos dos foto clubes e sombra, e todos os elementos básicos
CLUBE brasileiros, incluindo o bandeirante. para criar novos tipos de composições,
BANDEIRANTE No clube de São Paulo destacaram-se como percebemos nos trabalhos de
as pesquisas de fotógrafos como Eduardo Salvatore e Gertrudes Altschul,
FOTOGRAFIA Valencio de Barros, Ismael Alberto uma das poucas mulheres presentes
MODERNA de Souza e Guilherme Malfatti. nas primeiras décadas do clube.
NO BRASIL
Rua da Gloria (Ouro Preto). © Valencio de Barros, 1943.
As investigações do modernismo acerca

das formas – e suas possibilidades
de construção e desconstrução –
começaram a ganhar força no clube
paulistano no final da década de 1940, se
estendendo por pelo menos mais duas
décadas. Muitos trabalhos valorizavam as Sem título. © Gertrudes Martha Altschul, 1943.
Boletim 056 Foto-Cine Clube Bandeirante. 1951. Composição. © Gertrudes Altschul, 1950.
A fotografia arquitetônica foi
intensamente explorada por José Yalenti,
Thomas Farkas e Gaspar Gasparian,
nomes de peso para a fotografia nacional.
Outra corrente marcante na história do
foto clube é a fotografia abstrata, com
diversos desdobramentos, inclusive na
trajetória do premiado José Oiticica Filho.
O Foto Cine Clube Bandeirante foi

também casa de Geraldo de Barros,
entre tantos nomes importantes para
a fotografia moderna. O artista que
trabalhava em diversas mídias ganhou Ângulos. © José Yalenti. 1951.
destaque com as fotoformas, seu
procedimento artístico baseado em
sobreposições geometrizadas, chegando Divergente.
© Gaspar Gasparian. 1949.
a expor essa pesquisa no MASP em 1950.
É importante lembrar que esses fotógrafos

não se prendiam a um único estilo e, ao
longo de suas carreiras, contribuíram para
o desenvolvimento de diversas correntes.
Entre estes que se aventuraram em muitos
caminhos, se destacando
Fachada lateral do Ministério
da Educação e Saúde.
© Thomaz Farkas. 1945.
pela versatilidade, podemos citar: Marcel
Giró, German Lorca, Kazuo Kawahara,
Aldo de Souza Lima, João Bizarro Nave
Filho, Rubens Teixeira Scavone, Ademar
Manarini, Ivo Ferreira da Silva, Roberto
Yoshida, Dulce Carneiro e Raul Eitelberg.
As exposições realizadas pelo foto clube

foram cruciais para seu impacto no circuito
das artes. O clube paulistano foi pioneiro ao
realizar salões de fotografia em São Paulo
a partir de 1942, aos moldes dos salões de
arte, incluindo as premiações, almejando
reunir produções fotográficas de diversos
lugares do mundo. Em sua terceira edição,
no ano de 1944, o Salão Paulista de Arte
Fotográfica já apresentava trabalhos de
oito países diferentes.
Uma importante conquista ocorreu

em 1965, quando uma sala dedicada a
fotografias foi criada na VIII Bienal de Arte
Moderna. Este evento comprova o sucesso
do foto clube em sua missão inicial
© Kazuo Kawahara © Dulce Carneiro
© Rubens Teixeira Scavone de propagar a fotografia no sistema da arte, legitimando-a
enquanto linguagem artística.
O legado do clube se reafirma a cada exposição que reúne

trabalhos provenientes de suas atividades. Em 2015 o MASP
realizou uma exposição trazendo um panorama do FCCB com
279 obras de 85 integrantes. A curadoria foi de Rosângela
Rennó, que também incluiu na exposição 31 cartazes dos
primeiros salões realizados, e trechos retirados dos boletins
publicados pelo clube.
Recentemente o Museu de Arte Moderna de Nova

York (MoMA) anunciou uma exposição exclusivamente
dedicada aos experimentos fotográficos do Foto Cine
Clube Bandeirante. A exposição “Fotoclubismo: Fotografia
Modernista Brasileira, 1946-1964” tem abertura prevista
para março de 2021, e promete apresentar cerca de 140
fotografias do acervo do museu. Esta será a maior exposição
com trabalhos do FCCB no exterior, reforçando o impacto
internacional da produção brasileira na fotografia moderna.
Trecho de O papel dos foto clubes na incorporação

da fotografia moderna brasileira nos circuitos artísticos
por Diogo Barros. (ArtSoul) https://bit.ly/3sn8GDX
José Yalenti
(1895 - 1967)
José Vicente Eugenio Yalenti

(São Paulo). Fotógrafo. Filho
de imigrantes italianos,
forma-se em engenharia civil
pela Escola Politécnica da
Universidade de São Paulo
© José Yalenti
(Poli/USP). Combate na
Revolução Constitucionalista
de 1932. Entre 1936 e 1965, trabalha como
funcionário público na Subprefeitura de Santo
Amaro, em São Paulo.
Em abril de 1939, ao lado de outros fotógrafos

paulistas, funda o Foto Cine Clube Bandeirante
(FCCB). Nos primeiros anos de atividade
do FCCB, atua como diretor de excursões,
em geral para cidades próximas à capital
paulista, como Guararema e Ribeirão Pires.
Desde a fundação, é membro do Conselho
Deliberativo do clube, no qual também
desenvolve atividade didática. Participa de
diversos salões nacionais e internacionais e
obtém reconhecimento de entidades ligadas
à fotografia, como Federation Internationale
de l’Art Photographique (Fiap) e Cercle Royal
d’Études Photographiques et Scientifique
d’Anvers (Crepsa), da Bélgica.
Todas as imagens sob os direitos

de © José Yalenti
Gertrudes Altschul
(1904 - 1962)
Gertrudes Altschul
(1904-1962) foi uma figura
pioneira no contexto da
fotografia modernista
brasileira. Embora ela seja
bastante admirada no meio
fotográfico no país, sua
© Gertrudes Altschul obra ainda é conhecida
apenas em círculos especializados, tendo sido
escassamente publicada e exibida — algo que
esta mostra, a primeira em um museu, e seu
catálogo pretendem modificar.
De origem judaica, Altschul migrou para o

Brasil em 1939 de sua cidade natal, Berlim,
com o marido, Leon Altschul (1890-1975),
fugindo do regime nazista. Radicou-se em
São Paulo, onde dividiu seu tempo entre a
fotografia e a produção de flores para chapéus
em uma fábrica administrada pelo casal.
No final da década de 1940, aproximou-se do

famoso Foto Cine Clube Bandeirante (FCCB)
em São Paulo. Após começar a frequentar as
reuniões do FCCB e a enviar suas fotografias
para a avaliação dos membros, foi aceita em
1952 como associada, tendo sido uma das
poucas mulheres do grupo. (MASP) https://bit.
ly/3uG52Ia
Todas as imagens sob os direitos

de © Gertrudes Altschul.
Marcel Giró
(1912 - 2011)
Marcel Giró em 1945.

© Toni Ricart Giró /
Marcel Giró Estate.
Nasceu em Badalona, em 20 de outubro
de 1912. Já no Brasil, em 1953, abriu o seu
próprio estúdio em São Paulo, chamado de
Estúdio Giró. Tornou-se um dos principais
fotógrafos do pais, membro destacado do
que se conheceu como Escola Paulista. Este
movimento pioneiro da fotografia modernista
no Brasil, nasceu em torno do Foto Cine Clube
Bandeirante, nos anos 1950.
Marcel expôs as suas obras por todo o Brasil e

ao redor do mundo. Atualmente, existem obras
de Giró no Museu de Arte de São Paulo (MASP)
no MoMA, em Nova Iorque, no MNAC em
Barcelona e em numerosas colecções privadas
em todo o mundo.
Todas as imagens sob os direitos de

© Toni Ricart Giró / Marcel Giró Estate.
https://www.marcelgiro.com
Hildegard
Rosenthal
(1913 - 1990)
Hildegard Rosenthal trabalhando no amplificador.

© Hildegard Rosenthal/Instituto Moreira Salles.
Vive até a adolescência em Frankfurt, Alemanha,

onde estuda pedagogia, de 1929 a 1933. Mora
em Paris entre 1934 e 1935. De volta a Frankfurt,
estuda fotografia com Paul Wolff (1887-1951) e
técnicas de laboratório no Instituto Gaedel. Em
consequência do regime nazista transfere-se
para São Paulo, em 1937. Poucos meses depois,
é contratada como fotojornalista pela agência
Press Information, e realiza reportagens para
periódicos nacionais e internacionais.
Considerada uma das pioneiras do

fotojornalismo brasileiro, registrou paisagens
e cenas urbanas de diversas cidades, tipos
humanos e retratos de personalidades do meio
cultural e artístico de sua época.

© Hildegard Rosenthal/Instituto Moreira Salles.
https://ims.com.br/titular-colecao/hildegard-rosenthal/
José Medeiros
(1921 - 1990)
© Fotógrafo desconhecido
/ Coleção José Medeiros /
Acervo IMS.
Começa a fotografar por volta de 1937
como amador, em sua cidade natal. Em
1939, transfere-se com a família para o Rio
de Janeiro, onde trabalha como funcionário
público na Companhia de Correios e
Telégrafos e no Departamento Nacional
do Café. Paralelamente, retrata artistas em
um estúdio montado em casa e atua como
freelancer para as revistas Tabu e Rio. Em
1946, o fotógrafo francês Jean Manzon (1915-
1990) o convida para integrar a equipe da
revista O Cruzeiro, onde permanece até 1962.
Publica, em 1957, o livro Candomblé, o primeiro
a documentar a religião afro-brasileira.

© Coleção José Medeiros / Acervo IMS.
https://ims.com.br/titular-colecao/jose-medeiros/
German Lorca
(1922 - 2021)
German Lorca.
© German Lorca
/ MASP - SP
Forma-se em ciências contábeis pelo Liceu
Acadêmico, em 1940. Em 1949, participa
do Foto Cine Clube Bandeirantes (FCCB),
associação de fotógrafos que introduzem
novas tendências na fotografia (modernismo
brasileiro), como José Yalenti (1895-1967),
Thomaz Farkas (1924-2011) e Geraldo de
Barros (1923-1998). Nessa época produz
imagens que se tornam muito conhecidas,
como Malandragem, 1949, À Procura de
Emprego, 1951, e Apartamentos, 1952.
Registra a paisagem da cidade de São Paulo,
em especial os locais da região central. Abre
estúdio próprio em 1952.

© German Lorca / MASP - Museu de Arte
de São Paulo
http://enciclopedia.itaucultural.org.br/pessoa21819/german-lorca
Thomaz Farkas
(1924 - 2011)
© Thomas Farkas
/ Acervo IMS.
Nasceu em Budapeste, Hungria. Fotógrafo,
professor, produtor e diretor de cinema.
Thomaz Farkas registra em suas fotografias
cenas cotidianas dos grandes centros e
sua atuação no audiovisual contribui para a
divulgação da cultura popular do interior do
país por meio do projeto Caravana Farkas.
Em 1942, Thomaz Farkas se associa ao Foto

Cine Clube Bandeirantes (FCCB), onde a
ênfase dos debates é fazer da fotografia uma
obra de arte com base na exploração criativa
de meios puramente fotográficos, e não
mais por meio do pictorialismo. Os artistas
modernos querem mostrar que a fotografia
não é apenas um espelho da realidade, mas
também uma técnica que proporciona outra
maneira de ver o mundo.

© Thomas Farkas / Acervo IMS.
https://ims.com.br/titular-colecao/thomaz-farkas/
REFERÊNCIAS NA
FOTOGRAFIA DE RUA
Henri Cartier-
Bresson
(1908 - 2004)
© Ara Güler. Henri Cartier-

Bresson with Leica M3.
Contar a história de Henri Cartier-Bresson e

desvendar sua obra é essencialmente contar
a história de um olhar. Ao longo do século
20, esse olhar vagante e lúcido capturou o
fascínio da África na década de 1920, cruzou as
trágicas fortunas dos republicanos espanhóis,
acompanhou a libertação de Paris, capturou
Gandhi cansado poucas horas antes de seu
assassinato e testemunhou a vitória
do comunistas na China. Também foi assistente
de Jean Renoir em três filmes importantes, um
artista que se vê um artesão, mas que, no entanto,
fundou a Magnum, a mais prestigiosa de todas
as agências de fotografia, e que imortalizou seus
principais contemporâneos: Mauriac em um
estado de levitação mística, Giacometti, Sartre,
Faulkner ou Camus, e tantos outros.

© Henri Cartier-Bresson | Magnum Photos.
https://www.magnumphotos.com/photographer/henri-cartier-bresson/
Gordon Parks
(1912 - 2006)
Gordon Parks, 1941.

© Gordon Parks
Foundation.
Nascido no Kansas, em 1912, Parks foi atraído
para a fotografia ainda jovem quando viu
imagens de trabalhadores migrantes em uma
revista. Depois de comprar uma câmera em
uma casa de penhores, ele aprendeu sozinho
a usá-la. Seu ensaio fotográfico de 1948 sobre
a vida de um líder de gangue do Harlem lhe
rendeu aclamação generalizada e uma posição
como o primeiro fotógrafo e escritor afro-
americano da Life. Parks permaneceria na
revista por duas décadas, cobrindo assuntos
relacionados ao racismo e à pobreza, mas
também à moda e ao entretenimento, e tirando
fotos memoráveis de figuras como Muhammad
Ali, Malcolm X, Adam Clayton Powell, Jr. e
Stokely Carmichael. Suas imagens mais
famosas, por exemplo, American Gothic(1942)
e Emerging Man (1952).

© Gordon Parks Foundation.
https://www.gordonparksfoundation.org
Helen Levitt
(1913 - 2009)
Helen Levitt, autorretrato.

© Estate of Helen Levitt
Levitt começou sua carreira na fotografia aos
18 anos, trabalhando em um estúdio de retratos
no Bronx . Depois de ver os trabalhos de Henri-
Cartier Bresson, ela se inspirou a comprar uma
câmera Leica de 35 mm e começou a vasculhar
os bairros pobres de sua Nova York natal em
busca de temas. Por volta de 1938, ela levou
seu portfólio para o estúdio Estúdio de Walker
Evans, onde também conheceu romancista
e crítico de cinema James Agee. Ela fez
amizade com os dois homens, ocasionalmente
acompanhando o primeiro em suas sessões de
fotos na cidade.
Foi uma das pioneiras da fotografia colorida,

mas teve seu trabalho ofuscado, Joel
Meyerowitz, Stephen Shore e William Eggleston
sempre foram aclamados como os pioneiros da
fotografia colorida de belas artes, mas Levitt fez
sua exibição de trabalhos coloridos no Museu
de Arte Moderna dois anos antes de Eggleston.

© Estate of Helen Levitt.
https://www.icp.org/browse/archive/constituents/helen-levitt
Saul Leiter
(1923 - 2013)
© Saul Leiter
Foundation.
Filho de um rabino e estudioso do Talmude,
nasceu em Pittsburgh. Seu interesse pela pintura
começou no final da adolescência. Em 1946,
mudou-se para Nova York para se dedicar à
pintura. Pouco depois, ele conheceu o pintor
expressionista abstrato Richard Pousette-
Dart, que estava fazendo experiências com a
fotografia. A amizade de Leiter com Pousette-
Dart, e logo depois com W. Eugene Smith, além
das exposições de fotografia que viu em NY,
particularmente a de Cartier-Bresson no Museu
de Arte Moderna em 1947, o inspiraram.
Ele se aventurou na fotografia colorida em 1948.

As fotografias coloridas de moda de Leiter foram
publicadas por Henry Wolfe na Esquire and
Harper’s Bazaar no final dos anos 1950. Isso deu
início a sua carreira de 20 anos em fotografia de
moda, levando a publicações em revistas como
Vogue britânica, Elle, Nova, Show e Queen.

© Saul Leiter Foundation.
http://saulleiterfoundation.org
Robert Frank
(1924 - 2019)
Robert Frank por Wayne Miller.

© Wayne Miller / Magnum Photos.
Nascido na Suíça em 1924. Fotógrafo e cineasta:

independente, não convencional e pessoal em
ambas as mídias, Frank é mais conhecido por seu
trabalho em fotografia - indiscutivelmente seu
livro The Americans é o livro mais influente de
fotografias dos últimos cinquenta anos, com nove
edições separadas, sem contar as estrangeiras-
-no entanto, Frank interpretou o estranho ao
longo de sua carreira.
Frank emigrou para a América em 1947;

trazendo com ele seu livro publicado 40 fotos, ele
conseguiu um emprego com Alexey Brodovitch;
foi diretor de arte da Harper’s Bazaar e trabalhou
para eles como fotógrafo de moda até 1952. Em
1950, Frank participou da mostra coletiva com
curadoria de Edward Steichen 51 Fotógrafos
Americanos no Museu de Arte Moderna.

© Robert Frank.
https://www.icp.org/browse/archive/constituents/robert-frank
Vivian Maier
(1926 - 2009)
© Vivian Maier
/ Maloof Collection.
Foi uma fotógrafa de rua americana nascida
na cidade de Nova York. Embora tenha
nascido nos Estados Unidos, foi na França que
Maier passou a maior parte de sua juventude.
Maier retornou aos Estados Unidos em 1951,
onde trabalhou como babá e cuidadora pelo
resto da vida. Em seu lazer, porém, Maier
começou a se aventurar na arte da fotografia.
Tirando fotos de forma consistente ao longo
de cinco décadas, ela acabou deixando mais
de 100.000 negativos, a maioria deles feitos
em Chicago e Nova York. Vivian se entregaria
ainda mais à sua devoção apaixonada por
documentar o mundo ao seu redor por meio
de filmes, gravações e coleções caseiras,
montando uma das janelas mais fascinantes
da vida americana na segunda metade do
século XX.

© Vivian Maier / Maloof Collection.
http://www.vivianmaier.com
Elliott Erwitt
(1928)
© Elliott Erwitt
/ Magnum Photos.
Nascido em Paris em 1928, passou a infância em
Milão, até que, em 1939, mudou-se para os EUA
com sua família para escapar do fascismo.
Foi influenciado por seu encontro com os

fotógrafos Edward Steichen, Robert Capa e
Roy Stryker. O ex-diretor do departamento
de fotografia da Farm Security Administration
contratou Erwitt para trabalhar em um projeto
de fotografia para a Standard Oil Company.
Começou sua carreira como fotógrafo
freelancer e fez trabalhos para as revistas
Collier’s, Look, Life e Holiday. Juntou-se à
agência Magnum Photos em 1953, o que lhe
permitiu fotografar por todo o mundo. Erwitt
tinha uma certa predileção por fotografar
cachorros e suas “relações” com o ser humano.
Fotografou, também, rostos conhecidos como
Marilyn Monroe e Che Guevara.

© Elliott Erwitt / Magnum Photos.
https://www.magnumphotos.com/photographer/elliott-erwitt/
Garry
Winogrand
(1928 - 1984)
© Garry Winogrand.
Nasceu na cidade de NY e se interessou por

fotografia enquanto servia nas forças armadas
como meteorologista. Estudou pintura no City
College (1947-48) e na Columbia University
(1948-51), onde aprendeu a revelar e imprimir.
Em 1951 ele estudou fotografia com Alexey
Brodovitch na New School for Social Research.
Depois disso, ele trabalhou comercialmente
para agências de fotografia, como freelancer
para revistas e também fez trabalhos
pessoais. As fotografias de Winogrand foram
amplamente expostas durante sua vida, em A
Família do Homem no Museu de Arte Moderna
de Edward Steichen, Rumo a uma paisagem
social na Casa George Eastman e Novos
documentos no Museu de Arte Moderna.

© Garry Winogrand.
https://www.icp.org/browse/archive/constituents/garry-winogrand
Fan Ho
(1931 - 2016)
© Fan Ho Trust and Estate.
Nascido em Xangai em 1931. A carreira

fotográfica começou com a idade de 14 anos,
quando recebeu seu primeiro Kodak Brownie de
seu pai. No primeiro ano, ele ganhou seu primeiro
prêmio em 1949, em Xangai. Aos 18 anos, adquiriu
sua dupla lente Rolleiflex com a qual capturou
todos os seus famosos trabalhos.
Em grande parte autodidata, suas fotos mostram

um fascínio pela vida urbana, vielas exploradas,
favelas, mercados e ruas. Muito de seu trabalho
consiste em fotos espontâneas de vendedores
ambulantes e crianças apenas alguns anos
mais jovens que ele. Ele logo construiu um corpo
significativo de trabalho, narrando Hong Kong
nos anos 1950 e 1960, enquanto se tornava um
grande centro metropolitano. Ho usaria o mesmo
Rolleiflex K4A ao longo de toda a sua carreira.
Todas as imagens sob os direitos de © Fan Ho.

https://fanho-forgetmenot.com
Daido
Moriyama
(1938)
© Daido Moriyama.
Nascido em Ikeda , Osaka , Moriyama estudou

fotografia com Takeji Iwamiya (baseado em
Osaka), antes de se mudar para Tóquio em 1961
para trabalhar como assistente do fotógrafo
Eikoh Hosoe por três anos. Ele produziu uma
coleção de fotografias, publicado no seu 1º livro
intitulado “Nippon Gekijō Shashinchō”, que
mostrava os lados mais sombrios da vida urbana
e as partes menos vistas das cidades. Neles, ele
tentou mostrar como a vida em certas áreas
estava sendo deixada para trás em outras partes
industrializadas. Seu trabalho subsequente gira
em torno de temas de mistério urbano, memória
e exploração do meio fotográfico. O estilo de
Moriyama é sinônimo do da revista Provoke ,
com a qual ele esteve envolvido em 1969, isto é
‘are, bure, bokeh’, que seria algo como ‘granulado
/ áspero, borrado e fora de foco’.

© Daido Moriyama Photo Foundation.
https://www.moriyamadaido.com/en/
Bruce Gilden
(1946)
© Bruce Gilden.
Gilden nasceu no Brooklyn, Nova York.

Enquanto estudava sociologia na Penn
State, ele viu o filme Blowup de Michelangelo
Antonioni em 1968. Influenciado pelo filme, ele
comprou sua primeira câmera e começou a
ter aulas noturnas de fotografia na Escola de
Artes Visuais de Nova York. Fascinado pelas
pessoas na rua e pela ideia de espontaneidade
visual, Gilden voltou-se para uma carreira na
fotografia. Seu trabalho é caracterizado por
seu uso de flash em suas fotografias.
Ele fotografou pessoas nas ruas de Nova York,

mafiosos da yakuza do Japão, moradores
de rua, prostitutas e membros de gangues
de bicicletas entre 1995 e 2000. Ele também
fotografou a Irlanda rural e corridas de cavalos
lá, bem como rituais de vodu no Haiti.

© Bruce Gilden | Magnum Photos.
https://www.brucegilden.com
Alex Webb
(1952)
© Alex Webb
É um fotógrafo conhecido por suas vibrantes e
complexas fotografias coloridas. Ele é membro
da Magnum Photos desde 1979.
É autor de 16 livros, incluindo From The

Sunshine State (1996), Amazon (1997)
Crossings (2003), Istanbul (2007), The
Suffering of Light (2011), La Calle (2016), bem
como cinco livros com a fotógrafa Rebecca
Norris Webb, sua esposa e parceira criativa
- Violet Isle (2009), Memory City (2014), Alex
Webb e Rebecca Norris Webb sobre Street
Photography and the Poetic Image (2014).
Expôs em museus em todo o mundo, incluindo

o Whitney Museum of Art, NYC, o Metropolitan
Museum e o NYC. Foi premiado com uma bolsa
Guggenheim em 2007. Ele contribuiu para Geo,
Time, National Geographic e The New York
Times Magazine, entre outros.

© Alex Webb | Magnum Photos
https://www.magnumphotos.com/photographer/alex-webb/
David Gibson
(1957)
© David Gibson.
David Gibson tira fotografias de rua há quase
30 anos e é um dos membros fundadores do
coletivo internacional de fotógrafos de rua
In Public. Seu trabalho foi amplamente exposto,
incluindo o FORMAT Festival em Derby, The
Billy Hertz Gallery em Kentucky e em 2013
no TCDC em Bangkok. Algumas de suas
fotografias são apresentadas no livro Thames
and Hudson, ‘Street Photography Now’, uma
antologia de alguns dos principais fotógrafos
de rua do mundo. Além de sua fotografia, David
conduz regularmente workshops de fotografia
de rua em Londres e outras cidades em todo o
mundo. Seu livro Manual do Fotógrafo de Rua
foi publicado em 2014 e já foi traduzido para 8
idiomas.

© David Gibson Estate.
https://www.instagram.com/davidgibsonstreetphotography/
Ximena Echague
(1966)
© Ximena Echague
Nascida em Buenos Aires, é uma fotógrafa de

rua e documentarista, atualmente residente
entre Nova York e Bruxelas.
Ela é júri, produtora e mentora da Women

Street Photographers, criada por Gulnara
Samoilova em 2017, a Women Street
Photographers é uma comunidade on-line e
presencial que apoia e amplifica o trabalho de
mulheres artistas de todas as raças, etnias,
credos, gerações, habilidades e identidades
sexuais e de gênero.
Seu trabalho foi exibido em 20 países da

Europa, América e Ásia, incluindo 4 exposições
individuais e mais de 50 exposições coletivas.
Ela publicou em Eyeshot, Fotografiska, Leica
Fotografie International, LensCulture, Life
Framer, National Geographic, Inspired Eye,
Urban Eye, Women in Street e muitos outros.

© Ximena Echague.
https://www.ximenaechague.com
Aniruddha Guha
Sarkar (1967)
© Aniruddha Guha Sarkar.
Nasci em Nova Delhi, Índia. Sou um

engenheiro por formação, um profissional
de serviços de TI por profissão e um artista
fotográfico por paixão.
Depois de passar décadas em escritórios de

vidro ao redor do mundo (morei em Munique
e Londres por alguns anos nos anos 90 e viajo
para o exterior com frequência até agora), o
chamado interno para fazer muito mais do que
“nada tecnológico e administrativo” tornou-se
muito forte ao redor 4 anos atrás. Desde então,
passo algumas horas todos os fins de semana,
independentemente da parte do mundo em
que estou, caminhando em novos ambientes
entre novas pessoas para experimentar e
expressar a vida em sua forma mais crua.
A fotografia de rua me dá os meios para
expressar essas novas experiências.

© Aniruddha Guha Sarkar.
https://www.instagram.com/aniruddha_gs/
João Machado
(1969)
© João Machado.
Natural de Xique-Xique (BA), radicado

em São Paulo desde 1990. Fotógrafo
profissional desde 1993. Trabalhou com
fotografia social até 1999, passou pelo Estúdio
CBC (Central Brasileira de Catálogo) fotografia
publicitária de 1999 a 2002, Fotojornalismo de
2005 a 2012, trabalhou nos jornais Metrô News,
Diário de Guarulhos, Folha Metropolitana, se
dedicou a fotografia documental, e desde
2002 documenta a tradicional romaria de
Bom Jesus da Lapa, Bahia. Premiado no
concurso Leica/Fotografe em 2011, em 2015 foi
o primeiro fotógrafo Brasileiro a participar de
uma campanha publicitária da Nikon, (Eu sou
a diferença no olhar). Hoje é representado por
duas galerias em São Paulo. Docente do curso
Introdução a Fotografia no Sesc/Guarulhos-
SP, ministra workshops, palestras e cursos de
fotografia pelo Brasil.

© João Machado.
https://www.instagram.com/joaomachadoart/
Narelle Autio
(1969)
© Narelle Autio.
É uma fotógrafa australiana. Autio é membro

do coletivo de fotografia de rua In-Public e é
membro fundador da agência fotográfica Oculi.
É casada com o fotógrafo Trent Parke , com
quem colabora frequentemente.
Autio começou a expor em 2000, colaborando

com seu marido Parke no The Seventh Wave.
Em 2002, veio a série Not of this Earth . Sua
apresentação solo em 2004, Watercolors,
continuou sua exploração dos australianos à
vontade. Ela seguiu em 2010 com The Summer
of Us, um documento do que é deixado para
trás na praia, naturalmente e pela humanidade.
Ela ganhou dois prêmios Walkley de jornalismo,
dois primeiros prêmios World Press Photo e o
prêmio Oskar Barnack de fotografia.

© Narelle Autio..
http://www.stillsgallery.com.au/artists/autio/
Gustavo Minas
(1981)
© Gustavo Minas.
Nascido em Cássia (MG). É formado em

jornalismo pela Universidade Estadual de
Londrina (PR) e estudou história e linguagem
da fotografia com Carlos Moreira, além de
ter participado de oficinas com os fotógrafos
Gueorgui Pinkhassov e Nikos Economopoulos
(Magnum).
Desde 2009, se dedica a fotografar o dia a dia

das cidades por onde passa. Em 2017, sua série
“Rodoviária” foi vencedora do prêmio POY
LATAM na categoria “O Futuro das Cidades”,
além de ter sido finalista do Prêmio Conrado
Wessel e de ter sido exposta no Centro de
Fotografía de Montevideo em 2018. Em 2019,
lançou seu primeiro livro, “Maximum Shadow
Minimal Light” (Edition Lammerhuber), e teve
o trabalho exposto na galeria Freelens em
Hamburgo (Alemanha).
Trabalha como jornalista e fotógrafo freelance

em BSB. Ministra oficinas sobre fotografia de rua.
Faz parte do coletivo internacional Burn My Eye.
Todas as imagens sob os direitos de https://www.gustavominas.com

© Gustavo Minas.
EQUIPAMENTOS Recomendo câmeras
compactas, de preferência que
MAIS INDICADOS O QUE EU LEVO NA MOCHILA
permitam o intercambiamento
E O QUE EU de lentes, e com sensores
USO PARA acima de 24MP. Assim é
possível investir menos
FOTOGRAFAR inicialmente. A possibilidade de
adquirir objetivas que tragam
O melhor equipamento para resultados diferentes para o
fotografia de rua é o que seu trabalho é importante com
você tem mais familiaridade o amadurecimento do seu
e prática. Também é muito olhar na fotografia. Além de
importante que ele esteja permitir uma boa ampliação,
sempre ao alcance das mãos. inclusive para impressões
conhecidas como fine art*.
A agilidade é um dos
fatores mais importantes Atualmente utilizo o
Câmera semiprofissional Sony a6000 iPhone XS Max. 256GB.
para fotografar no espaço smartphone como uma
com sensor APS-C. (+) https://bit.ly/33v0hC9
público. As cenas surgem (+) https://bit.ly/33v0hC9
segunda opção de câmera.
e desaparecem no mesmo Prefiro os resultados óticos
instante. que a câmera me possibilita.
EQUIPAMENTO:
COMPARATIVO
DSLRs vs Smartphones
Para comparação, foi escolhida uma das melhores câmeras
mirrorless full-frame—definidas para modo padrão e captura
JPEG—para enfrentar quatro câmeras de smartphone atuais
de alta classificação.
No comparativo ao lado
é possível identificar os
resultados inferiores dos
smartphones. Mas não
por muito tempo, logo vai
ser bem difícil diferenciar
esses resultados. O grande
diferencial ainda vai
ser a liberdade criativa
proporcionada pelo controle
que o fotógrafo tem do seu
equipamento, seja qual for ele.
A liberdade permitida pelo
controle total dos ajustes de
uma câmera fotográfica pode
Fonte: https://bit.ly/3bcRd9A Fonte: https://bit.ly/3bcRd9A
dar uma solução estética
única ao seu trabalho.
ABORDAGEM
Existem mil e uma abordagens
para fotografar nas ruas,
invente a sua!
Eu particularmente prefiro ser

o mais discreto possível, mas
mantendo a minha câmera
sempre a vista. No meu
entender a minha relação com
a rua e com os personagens Cartier Bresson. Assista aqui.
http://bit.ly/YTBresson Bruce Gilden. Assista aqui.
http://bit.ly/YTBGilden Everybody Street. http://bit.ly/YTEStreet
Assista aqui.
que encontro é de respeito e
encantamento. Respeito todos
e exijo respeito de volta, sou
um profissional, esse é o meu
trabalho e eu só fotografo
o que me encanta.
Ao lado temos alguns vídeos

de abordagens diferentes
de alguns dos grandes da
Fotografia de Rua. Garry Winogrand. http://bit.ly/YTGWinogrand
Assista aqui. David Gibson. http://bit.ly/VMDGibson
Assista aqui. Eric Kim. Assista aqui.
http://bit.ly/YTEricKim
PANORAMA
GERAL SOBRE
A LEGISLAÇÃO
BRASILEIRA
A legislação dita alguns
limites para fotografar na rua.
Porém o mais importante
com relação a fotografar
pessoas em espaços
públicos não cabe à esfera
das leis, e sim à forma que
você se sente como
cidadão e artista.
Sua atitude fala em todos

os âmbitos. Suas imagens
são resultado dessa
atitude. Respeito e
empatia sempre devem
ser o seu norte nas ruas.
© Magnesio. MASP, São Paulo-SP. 2018.
O QUE É CONSIDERADO ‘RUA’
Trecho retirado do livro
Manual do Fotógrafo de Rua. Trecho retirado do livro A Prática da
Fotografia de Rua de Glauco Tavares.
“Vale a pena identificar o que a Informações do advogado e fotógrafo
especializado em Direito Autoral e
fotografia de rua é de uma maneira de Direito do Uso de Imagem, Marcelo Pretto.
ligeiramente imparcial. Muitas pessoas
não querem ser fotografadas na Local Público
rua dada uma escolha, embora, O mesmo que logradouro, ou seja, local onde
em geral, elas saibam que estão se pode ir, vir e permanecer sem que haja
necessidade de pedir autorização a alguma
sendo fotografadas. É aí que autoridade.
reside uma verdade incômoda © Gustavo Minas. Brasília-DF. (+) https://bit.ly/3xWzTiL.
sobre buscar a fotografia de rua, Logradouro Público

porque, objetivamente, ela pode ser Terreno ou espaço anexo a uma habitação
considerada furtiva, estranha e, às usado para serventia, espaço público comum
que pode ser usufruído por toda a população.
vezes, intrusiva ou irritante.
Locais reconhecidos pela administração de
um município como largos, praças, jardins,
Esses fatos não são apresentados ruas e praias.
como impedimentos, mas meramente
como aspectos que devem ser Bem Público
reconhecidos. O princípio ético São todos os bens móveis ou imóveis
pertencentes à União, estados, Distrito Federal,
subjacente à profissão é simplesmente municípios e suas respectivas autarquias e
o respeito por outras pessoas.” associações públicas. Ou seja, o patrimônio
© Nick Turpin. Série On The Night Bus. Londres. 2017.
que pertence ao poder público. Ex: parques,
– David Gibson. (+) https://amzn.to/3tCEkvv (+) https://bit.ly/3vQwtMw
prédios públicos, equipamentos públicos.
(+) https://amzn.to/3f4vgdU
DIREITO AUTORAL © seja a representação fiel de seus onde a imagem física do indivíduo
Direito autoral ou direito de autor é um aspectos físicos (fotografia, retratos, agregue valor econômico ao produto
conjunto de prerrogativas conferidas pinturas, gravuras etc.), como o usufruto ou serviço.
por lei à pessoa física ou jurídica representação de sua aparência
criadora da obra intelectual, para que ela individual e distinguível, concreta ou CONCLUSÃO
possa usufruir de quaisquer benefícios abstrata. Então vemos que fotografar alguém não
morais e patrimoniais resultantes da é algo limitado como possa ter parecido
exploração de suas criações. O direito do criador da imagem diz nos argumentos anteriores. Podemos,
respeito à autoria, já o direito do sim, fotografar um indivíduo na rua, por
INTRODUÇÃO Divide-se em direitos morais retratado encontra-se no uso de sua exemplo, sem que seja necessário pedir
e patrimoniais: os direitos morais imagem, sendo dois direitos distintos,
AO DIREITO asseguram a autoria da criação ao autor exercidos por pessoas distintas e com
sua autorização quando:
a) tal cena fotografada que
DE IMAGEM da obra intelectual e são intransferíveis existência jurídica distinta.
contenha uma pessoa humana não
e irrenunciáveis. Já os direitos
E DIREITO patrimoniais se referem principalmente É válido lembrar que o ato de
a deixe numa situação vexatória,
degradante, humilhante;
DE AUTOR à utilização econômica da obra fotografar é permitido por lei,
intelectual, podendo ser transferidos e/ inclusive pela Constituição Federal.
ou cedidos a outras pessoas. Portanto, se estivermos num local b) tal fotografia não seja utilizada
Lei de Direitos A transferência dos direitos patrimoniais público, não há lei que o impeça de para fins comerciais.
Autorais, lei nº se dá por meio de licenciamento fotografar. A violação do direito de
e/ou cessão. imagem pode se dar na circulação Fontes:
9.610, de 19 de dessa fotografia, ou seja, se essa Direito autoral no Brasil. Wikipédia
Fevereiro de 1998, DIREITO DE IMAGEM fotografia for publicada e constranger o https://bit.ly/3o0dY5u
prevê os direitos O direito à imagem é um dos direitos indivíduo fotografado. Ou ainda, quando
Definição de servidor público
da personalidade dos quais todos os a imagem dessa pessoa estiver sendo
de imagem e direito seres humanos gozam, facultando- utilizada numa campanha publicitária,
https://bit.ly/3nZUmP9
de autor. lhes o controle do uso de sua imagem, um catálogo de moda ou ação comercial
Dicas Essenciais para Fotografar nas Ruas.
1.
NÃO FAÇA
ROTEIRO
O fotógrafo de rua é
“A FOTO EM SI NÃO ME
o ‘flâneur’ moderno
INTERESSA, MAS, SIM,
A REPORTAGEM, A Conhecer os caminhos, seguir sem destino,
é a melhor forma de se envolver com o acaso
COMUNICAÇÃO ENTRE O que os espaços públicos oferecem.
MUNDO E O HOMEM COMUM.
Flanar, perceber o ambiente é um exercício
E HÁ ESTE INSTRUMENTO poderoso e geralmente subestimado.
MARAVILHOSO, A CÂMERA, Perder a oportunidade de se perder nacidade
QUE PASSA DESPERCEBIDO. com uma câmera nas mãos é perder
a oportunidade de exercitar seu olhar
É UMA DANÇA!”. e de coletar a poesia das ruas.
© Vivian Maier.
– HENRI CARTIER-BRESSON
2.
CONHEÇA
DE ANTEMÃO
OS LOCAIS
QUE VOCÊ VAI
PERCORRER
Se existir um receio muito
grande em caminhar sem
destino, faça uma visita aos
locais que pretende percorrer © Helen Levitt | Magnum Photos.
para se sentir mais seguro.

3.
CONHEÇA SEU
EQUIPAMENTO
Sua câmera deve ser uma
extensão do seu corpo.
Conhecer os detalhes, o
funcionamento, os recursos do
seu equipamento, é uma forma
de construir um diferencial
para o seu trabalho. Luz,
enquadramento, composição
só podem ser feitos a partir © Gustavo Minas
desse conhecimento.
4. “Para a imagem, pode-se dizer
que a cidade e a fotografia
FOTOGRAFE andam juntas desde o
surgimento da segunda.”
O ENTORNO (...)
“Quando Niépce escolheu a
paisagem de sua janela para
O entorno não precisa ser a primeira fotografia fixada
da história, inaugurou aquela
necessariamente fora de
que seria um dos gestos mais
sua casa ou de sua rua. naturais desde sua descoberta:
Exercite seu olhar, reconheça registrar o ambiente em que
os espaços em que você se vive.”
circula. Registre os detalhes, – Lillian Andreza dos Santos Souza
as mínimas coisas que lhe e Roberto Berton de Ângelo
© Henri Cartier-Bresson | Magnum Photos
chamam a atenção.
5.
NÃO PENSE,
CLIQUE!
“Tirar fotos é prender a
respiração quando todas as
faculdades convergem para
a realidade fugaz. É organizar
rigorosamente as formas
visuais percebidas para
expressar o seu significado.
É pôr numa mesma linha
cabeça, olho e coração.” © Bruce Gilden
– Henri Cartier-Bresson
6. © Martin Parr
FOTOGRAFE
PESSOAS
Como já vimos anteriormente,
fotografar pessoas não
é um problema e não
necessariamente vai
gerar problemas legais. O
importante é o como lidar com
as imagens e com a decisão
de abordar ou não as pessoas
antes ou depois de clicar.
7.
CRIE ATRAVÉS
DE NOVOS
PONTOS DE
VISTA
Testar novos ângulos, além de
usar os recursos de profundidade
de campo, velocidade, abertura
do obturador, ISO, são escolhas
estéticas que enriquecem a sua © Daido Moriyama
composição.
PERGUNTAS?
Referências Referências Bibliográficas Links
Bibliográficas • GIBSON, David. Manual do Fotógrafo de Rua. 1. ed. Brasil: GG, 2015. 192 p.
• TAVARES, Glauco. A prática da fotografia de rua. 1. ed. Brasil: GG, 2018. 140 p.
• 50 Minute Documentary on HENRI CARTIER BRESSON Pen, Brush & Camera
https://youtu.be/WsNnJLv1pkk
e Links Úteis • PRETTO, Marcelo. Direito Autoral Para Fotógrafos. 1. ed.

Brasil: iPhoto Editora, 2013. p. 146.
• SARAH MEISTER: MOMA DEBATE A FOTOGRAFIA BRASILEIRA NO IMS
Curadora do MoMA-NY analisa o Instagram e outros fenômenos da imagem contemporânea
através da lente do Foto Cine Clube Bandeirante
https://www.select.art.br/sarah-meister-moma-debate-a-fotografia-brasileira-no-ims/
• MCLAREN, Stephen. Magnum Streetwise: The Ultimate Collection of Street
Photography. 1. ed. United Kingdom : Thames & Hudson, 2019. p. 383. • What Makes a Good Street Photograph? - Take it or Leave it with Bruce Gilden
https://youtu.be/jNilCJTcJxA
• CARTIER-BRESSON, Henri. Images à la Sauvette : Photographies par Henri
Cartier-Bresson (The The Decisive Moment). Paris, França: Verve, 1952. 158 p. • Everybody Street (completo/legendado)
https://youtu.be/xbPTODjQaYI
• COSTA, Helouise; RODRIGUES DA SILVA, Renato. Fotografia moderna no Brasil.
1. ed. Brasil: Cosacnaify, 2004. 222 p. • O flâneur: o acaso na fotografia de rua, o novo flâneur e suas maneiras de registrar o cotidiano
com dispositivos móveis
• CARTIER-BRESSON, Henri. O Imaginário Segundo a Natureza. 1. https://www.portalintercom.org.br/anais/sul2014/resumos/R40-0802-1.pdf
ed. Brasil: GG BRASIL, 2008. 100 p.
• A garota do elevador de Robert Frank se vê anos depois
• CARROLL, Henry. Leia isto se quer tirar fotos incríveis. 8. ed. Brasil: GG, 2012. 128 p. https://www.npr.org/2009/08/30/112389032/robert-franks-elevator-girl-sees-herself-years-later
• CARROLL, Henry. Leia isto se quer tirar fotos incríveis de gente. 3. • David Gibson clip from In-Sight Documentary
ed. Brasil: GG, 2015. 128 p. https://vimeo.com/27940109
• ANDRADE, Alécio De. ALÉCIO DE ANDRADE: Fotografia. 1. ed. Brasil: Editora IMS, • WNYC Street Shots: Bruce Gilden
2009. p. 1-208. https://youtu.be/kkIWW6vwrvM
• NAKAGAWA, Rosely. CARLOS MOREIRA | SÃO PAULO. 1. ed. Brasil: Edições Sesc • Daido Moriyama – In Pictures | Tate
São Paulo | Editora Tempo d’Imagem, 2014. p. 1-204. https://youtu.be/foWAs3V_lkg
• HEMENWAY, Priya. O Código Secreto: A fórmula misteriosa que governa a arte, • Eric Kim
a retuerza e a ciência. 1. ed. Brasil: Taschen, 2020. p. 1-208. https://youtu.be/YpFB2GU2Mvk
• Garry Winogrand - Photographer

https://youtu.be/3RM9KcYEYXs
• Trent Parke: The Camera is God

https://www.magnumphotos.com/theory-and-practice/trent-parke-the-camera-is-god/
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