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ESTUDO DE IMPACTO

AMBIENTAL – EIA
Complexo Fotovoltaico Sol de Itaueira

Teresina / 2022
ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL – EIA
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ITAUEIRA / FLORIANO – PI

APRESENTAÇÃO

Este documento apresenta o Estudo de Impacto Ambiental - EIA com finalidade de subsidiar a
análise de viabilidade técnica-ambiental pela Secretaria do Meio Ambiente e Recursos Hídricos do Estado
do Piauí (SEMAR) no processo de licenciamento ambiental do Complexo Fotovoltaico Sol de Itaueira
composta por 26 Usinas (Usina Fotovoltaica – UFV Sol de Itaueira 1 até 26) e da Linha de Transmissão de
500 kV que conectará a subestação do Complexo ao barramento com LT 500kV CHESF São João do Piauí
– Boa Esperança. O projeto está projetado na zona rural, divisa dos Município de Itaueira e Floriano, distando
aproximadamente 41,7 km da zona urbana de Itaueira e 56 km da zona urbana de Floriano. O Complexo
fotovoltaico está projetado para uma capacidade de operação total de 1.300 MW e será instalado em uma
área de 2.032,67 hectares, já a Linha de Transmissão terá uma extensão de 635 metros.
O EIA foi elaborado tendo como orientação a Lei Federal Nº 6.938 de 31 de agosto de 1981, as
Resoluções do CONAMA Nº 001 de 23 de junho de 1986 e Nº 237 de 19 de dezembro de 1997, a Lei
Estadual Nº 4.854 de 10 de julho de 1996, em consonância com a Resolução do CONSEMA Nº 33 de 16
de junho de 2020, que estabelece através do anexo III as diretrizes e normas a serem adotadas na
elaboração do Estudo de Impacto Ambiental - EIA e seu respectivo Relatório de Impacto Ambiental – RIMA,
elaborada pela Secretaria do Meio Ambiente e Recursos Hídricos – SEMAR - PI, Órgão este que determina
a Política Estadual do Meio Ambiente e pelo Instituto do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis
IBAMA.
Deste modo, a organização e apresentação deste documento considera a sequência de informações
solicitadas no termo de referência, referente ao estudo de impacto ambiental deverá ter as seguintes
atividades técnicas:
I. Caracterização técnica do empreendimento a ser instalado.
II. Diagnóstico ambiental da área de influência do projeto completa descrição e análise dos recursos
ambientais e suas interações, tal como existem, de modo a caracterizar a situação ambiental da área, antes
da implantação do projeto, considerando:
a) o meio físico - o subsolo, as águas e o clima, destacando os recursos minerais, a topografia, os
tipos e aptidões do solo, os corpos d’água, o regime hidrológico;
b) o meio biológico e os ecossistemas naturais - a fauna e a flora, destacando as espécies
indicadoras da qualidade ambiental, de valor científico e econômico, raras e ameaçadas de
extinção e as áreas de preservação permanente;

Coordenador do Responsável Técnico Responsável Técnico do Responsável Técnico Responsável


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c) o meio socioeconômico - o uso e ocupação do solo, os usos da água e a sócio economia,


destacando os sítios e monumentos arqueológicos, históricos e culturais da comunidade, as
relações de dependência entre a sociedade local, os recursos ambientais e a potencial utilização
futura desses recursos.
III. Análise dos impactos ambientais do projeto e de suas alternativas, através de identificação, previsão
da magnitude e interpretação da importância dos prováveis impactos relevantes, discriminando: os impactos
positivos e negativos (benéficos e adversos), diretos e indiretos, imediatos e a médio e longo prazos,
temporários e permanentes; seu grau de reversibilidade; magnitude; e suas propriedades cumulativas e
sinérgicas.
IV. Definição das medidas mitigadoras que venham a minimizar ou eliminar impactos adversos
analisados, abrangendo as áreas de implantação e influência do empreendimento.
V. Indicação dos planos e programas ambientais, para acompanhamento e monitoramento dos
impactos positivos e negativos, indicando os fatores e parâmetros a serem considerados.
VI. O prognostico ambiental, levando em consideração a implantação do empreendimento e a não
realização da instalação do Complexo Fotovoltaico Sol de Itaueira na região estudada.

Por fim, enfatiza-se que este documento tem como objetivo contribuir com o órgão licenciador, e
com a Secretaria do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (SEMAR- PI), que vem dedicando muita atenção
para a utilização racional dos recursos naturais e incentivando uma política de desenvolvimento sustentável.

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................17

2 INFORMAÇÕES GERAIS .................................................................................................................19

2.1 Identificação do empreendedor ....................................................................................................19


2.2 Identificação do empreendimento .................................................................................................19
2.3 Identificação do responsável técnico pelo estudo ambiental ........................................................19

3 CARACTERIZAÇÃO DO EMPREENDIMENTO................................................................................20

3.1 Justificativa e objetivo ...................................................................................................................20


3.2 Localização do empreendimento ..................................................................................................21
3.3 Descrição técnica do projeto ........................................................................................................24
3.3.1 Características das unidades geradoras .................................................................................26
3.3.1.1 Módulos fotovoltaicos ......................................................................................................26
3.3.1.2 Inversores ........................................................................................................................27
3.3.1.3 Eletrocentros....................................................................................................................28
3.3.1.4 Configuração dos arranjos ...............................................................................................30
3.3.2 Descrição dos demais componentes .......................................................................................30
3.3.2.1 Caixa de junção e proteção CC (“string box”) ..................................................................30
3.3.2.2 Circuitos e condutores elétricos .......................................................................................30
3.3.2.3 Conectores ......................................................................................................................31
3.3.2.4 Aterramento e proteção contra descargas atmosféricas (para-raios) ..............................31
3.3.2.5 Estrutura de suporte dos módulos fotovoltaicos – “Trackers” ..........................................32
3.3.2.6 Fundações .......................................................................................................................33
3.3.2.7 Serviços auxiliares ...........................................................................................................33
3.3.2.8 Sistema de supervisão e controle ....................................................................................33
3.3.2.9 Subestação 34,5 kV / 500 kV...........................................................................................33
3.3.2.10 Eletrodutos.......................................................................................................................34
3.3.2.11 Placas de proteção ..........................................................................................................34
3.3.2.12 Fitas de sinalização .........................................................................................................34
3.3.2.13 Marcos de Concreto ........................................................................................................34
3.3.2.14 Identificadores .................................................................................................................34

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3.3.2.15 Fixação dos cabos ...........................................................................................................34


3.3.2.16 Emendas..........................................................................................................................35
3.3.3 Obras civis ...............................................................................................................................35
3.3.3.1 Movimentação de terra ....................................................................................................35
3.3.3.2 “Bota-Fora” ......................................................................................................................36
3.3.3.3 Acessos internos .............................................................................................................36
3.3.3.4 Cercas e portão de acesso ..............................................................................................36
3.3.3.5 Valas e caixas de passagem ...........................................................................................37
3.3.3.6 Passagem aérea..............................................................................................................37
3.3.4 Construção e operação da Central Fotovoltaica ......................................................................37
3.3.4.1 Construção ......................................................................................................................37
3.3.4.2 Consumo de água ...........................................................................................................41
3.3.4.3 Histogramas: mão de obra e equipamentos ....................................................................41
3.3.5 Custo de implantação ..............................................................................................................41
3.3.6 Operação e Manutenção .........................................................................................................42
3.3.6.1 Monitoramento do sistema...............................................................................................42
3.3.6.2 Limpeza dos módulos ......................................................................................................42
3.3.6.3 Manutenção preventiva ...................................................................................................42
3.3.6.4 Manutenção Corretiva .....................................................................................................42
3.3.6.5 Custo fixo anual de operação e manutenção ...................................................................43
3.4 Alternativas locacionais e tecnológicas ........................................................................................43
3.4.1 Alternativas locacionais ...........................................................................................................44
3.4.2 Alternativas tecnológicas .........................................................................................................48

4 ÁREAS DE INFLUÊNCIA DO EMPREENDIMENTO ........................................................................49

4.1 Área Diretamente Afetada (ADA) .................................................................................................49


4.2 Área de Influência Direta (AID) .....................................................................................................50
4.3 Área de Influência Indireta (AII) ....................................................................................................50

5 LEGISLAÇÃO APLICÁVEL E COMPATIBILIDADES ......................................................................52

5.1 Considerações gerais ...................................................................................................................52


5.2 Política Nacional de Meio Ambiente .............................................................................................52
5.3 Política Estadual de Meio Ambiente .............................................................................................55

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5.4 Legislação Municipal ....................................................................................................................58


5.5 Legislação específica ao empreendimento...................................................................................58

6 DIAGNÓSTICO AMBIENTAL ...........................................................................................................61

6.1 Meio físico ....................................................................................................................................61


6.1.1 Caracterização climatológica ...................................................................................................63
6.1.1.1 Análise climatológica da Área de Influência Indireta ........................................................64
6.1.1.2 Caracterização pluviométrica...........................................................................................66
6.1.1.3 Umidade relativa do ar .....................................................................................................68
6.1.1.4 Evapotranspiração ...........................................................................................................68
6.1.1.5 Evaporação......................................................................................................................69
6.1.1.6 Temperatura ....................................................................................................................70
6.1.1.7 Ventos (Velocidade e direção) .........................................................................................72
6.1.1.8 Insolação .........................................................................................................................72
6.1.1.9 Nebulosidade ...................................................................................................................73
6.1.1.10 Potencial Solarimétrico ....................................................................................................75
6.1.1.11 Sinopse dos elementos meteorológicos ..........................................................................76
6.1.2 Ruídos .....................................................................................................................................77
6.1.2.1 Metodologia .....................................................................................................................78
6.1.2.2 Embasamento legal .........................................................................................................83
6.1.2.3 Resultados .......................................................................................................................83
6.1.2.4 Simulação dos níveis de ruídos que serão ocasionados na implantação e operação do
empreendimento .............................................................................................................................87
6.1.3 Geomorfologia .........................................................................................................................87
6.1.4 Geologia ..................................................................................................................................91
6.1.5 Pedologia ................................................................................................................................94
6.1.6 Espeleologia ............................................................................................................................97
6.1.6.1 Potencialidade de ocorrência de cavernas ......................................................................98
6.1.7 Hidrologia e hidrogeologia .....................................................................................................101
6.1.7.1 Águas subterrâneas .......................................................................................................107
6.2 Meio biótico ................................................................................................................................108
6.2.1 Flora ......................................................................................................................................108

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6.2.1.1 Caracterização fitogeográfica da paisagem ...................................................................108


6.2.1.2 Metodologia utilizada .....................................................................................................115
6.2.1.3 Resultados e discussão .................................................................................................123
6.2.2 Fauna ....................................................................................................................................142
6.2.2.1 Objetivo .........................................................................................................................144
6.2.2.2 Metodologia ...................................................................................................................144
6.2.2.3 Resultado da avifauna ...................................................................................................148
6.2.2.4 Resultado da mastofauna ..............................................................................................169
6.2.2.5 Resultado da herpetofauna............................................................................................177
6.2.2.6 Resultado da ictiofauna .................................................................................................184
6.3 Meio socioambiental ...................................................................................................................184
6.3.1 Descrição da Área de Influência Indireta (AII) .......................................................................186
6.3.1.1 Caracterização populacional..........................................................................................186
6.3.1.2 Uso e ocupação do solo ................................................................................................191
6.3.1.3 Estrutura produtiva e de serviços ..................................................................................202
6.3.1.4 Condições de saúde e de doenças endêmicas .............................................................221
6.3.1.5 Caracterização das comunidades tradicionais, indígenas e quilombolas ......................226
6.3.1.6 Patrimônio histórico, cultural e arqueológico .................................................................227
6.3.1.7 Turismo e lazer ..............................................................................................................234
6.3.2 Caracterização da Área de Influência Direta (AID) e Área Diretamente Afetada (ADA) ........236
6.3.2.1 Formação etária e distinção por sexo ............................................................................240
6.3.2.2 Educação .......................................................................................................................241
6.3.2.3 Saúde ............................................................................................................................242
6.3.2.4 Habitação.......................................................................................................................242
6.3.2.5 Desapropriação .............................................................................................................244
6.3.2.6 Saneamento básico e limpeza pública...........................................................................244
6.3.2.7 Atividades produtivas.....................................................................................................244
6.3.2.8 Emprego e renda ...........................................................................................................245
6.3.2.9 Aspectos culturais e religiosos.......................................................................................246
6.3.2.10 Problemas sociais e ambientais ....................................................................................246
6.3.2.11 Expectativa ....................................................................................................................247

7 IDENTIFICAÇÃO E ANÁLISE DOS IMPACTOS AMBIENTAIS .....................................................248


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7.1 Critérios de avaliação dos impactos ...........................................................................................249


7.2 Resultados dos impactos identificados .......................................................................................252
7.3 Análise dos impactos identificados .............................................................................................254
7.3.1 Geração de emprego e renda................................................................................................254
7.3.2 Aquisição de serviços especializados ...................................................................................255
7.3.3 Geração de expectativa e incerteza na população ................................................................255
7.3.4 Riscos de acidentes de trabalho............................................................................................256
7.3.5 Perda de área de vegetação nativa .......................................................................................256
7.3.6 Alteração da paisagem ..........................................................................................................257
7.3.7 Efeito de borda ......................................................................................................................257
7.3.8 Invasão de espécies oportunistas .........................................................................................257
7.3.9 Interferência em vestígios arqueológicos ..............................................................................258
7.3.10 Alteração da camada superficial do solo ...............................................................................258
7.3.11 Alteração do escoamento e fluxo superficial das águas ........................................................259
7.3.12 Alteração da qualidade dos recursos hídricos .......................................................................260
7.3.13 Formação e agravamento de processos erosivos .................................................................260
7.3.14 Contaminação dos solos .......................................................................................................261
7.3.15 Geração de resíduos sólidos e efluentes líquidos .................................................................261
7.3.16 Alteração da qualidade do ar .................................................................................................261
7.3.17 Alteração dos níveis de ruídos ..............................................................................................262
7.3.18 Perda dos habitats.................................................................................................................262
7.3.19 Perturbação e afugentamento da fauna ................................................................................263
7.3.20 Acidentes com animais peçonhentos ....................................................................................263
7.3.21 Incidência de colisão da avifauna com os cabos da linha de transmissão ............................263
7.3.22 Pressão sobre a infraestrutura viária .....................................................................................264
7.3.23 Risco de acidentes de trabalho .............................................................................................264
7.3.24 Maior circulação de moeda e incremento do comércio local .................................................265
7.3.25 Choques culturais e alteração da dinâmica da comunidade local .........................................265
7.3.26 Arrecadação tributária ...........................................................................................................266
7.3.27 Pressão sobre a infraestrutura de serviços essenciais ..........................................................266
7.3.28 Melhoria da qualidade de vida local ......................................................................................267
7.3.29 Disseminação de doenças endêmicas por meio dos trabalhadores ......................................267

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7.3.30 Valorização Imobiliária ..........................................................................................................267


7.3.31 Aumento da capacidade técnica da população .....................................................................267
7.3.32 Crescimento dos setores produtivos .....................................................................................268
7.3.33 Aumento da pressão de caça sobre a fauna silvestre ...........................................................268
7.3.34 Redução no número de apagões ..........................................................................................269
7.4 Matriz de impacto ambiental .......................................................................................................269

8 MEDIDAS MITIGADORAS, COMPENSATÓRIAS E OU POTENCIALIZADORAS ........................278

9 PLANOS E PROGRAMAS AMBIENTAIS PROPOSTOS ...............................................................284

10 COMPENSAÇÃO AMBIENTAL ......................................................................................................288

10.1 Cálculo do valor de Compensação Ambiental ............................................................................289


10.1.1 Grau de impacto ....................................................................................................................289
10.1.1.1 Impacto sobre a Biodiversidade (ISB)............................................................................290
10.1.1.2 Comprometimento de Área Prioritária (CAP) .................................................................290
10.1.1.3 Influência em Unidades de Conservação (IUC) .............................................................290
1.1.1.1. Cálculo dos índices de avaliação...................................................................................291
1.1.1.2. Cálculo do Grau de Impacto – GI ..................................................................................294
10.2 Investimento ...............................................................................................................................294

11 PROGNOSTICO AMBIENTAL ........................................................................................................295

11.1 Prognóstico ambiental com o empreendimento ..........................................................................296


11.2 Prognóstico ambiental sem o empreendimento ..........................................................................298

12 CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................................................299

13 EQUIPE TÉCNICA ..........................................................................................................................303

14 REFERENCIAL BIBLIOGRÁFICO ..................................................................................................304

15 ANEXOS..........................................................................................................................................326

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LISTA DE FIGURAS

Figura 3.1. Módulos fotovoltaicos.................................................................................................................27


Figura 3.2. Eletrocentro................................................................................................................................29
Figura 3.3. Demais componentes de instalação ..........................................................................................31
Figura 3.4. Tracker .......................................................................................................................................32
Figura 3.5. Cerca do Complexo Fotovoltaico Sol de Itaueira .......................................................................36
Figura 3.6. Passagem dos cabos .................................................................................................................37
Figura 6.1. Dados pluviométricos para a região de implantação do projeto (Estações – 82678; A365;
A311)..... ......................................................................................................................................................67
Figura 6.2. Umidade relativa do ar para região de implantação projeto (Estação 82678) ............................68
Figura 6.3. Evapotranspiração máximas, médias e mínimas para a região de implantação do CFV (Estação
– 82678) .......................................................................................................................................................69
Figura 6.4. Evaporação para a região de implantação do CFV Sol de Itaueira (Estação – 82678) .............70
Figura 6.5. Temperaturas máximas, médias e mínimas (Estação – 82678) ................................................71
Figura 6.6. Insolação para a região de implantação do CFV Sol de Itaueira (Estação – 82678) .................73
Figura 6.7. Nebulosidade registrada na Estação Meteorológica – 82678 ....................................................74
Figura 6.8. Gráfico da climatologia da insolação e nebulosidade ................................................................74
Figura 6.9. Gráfico do balanço hídrico para a região de implantação do projeto solar ................................77
Figura 6.10. Medições no ponto PMR-01.....................................................................................................84
Figura 6.11. Medições no ponto PMR-02.....................................................................................................85
Figura 6.12. Medições no ponto PMR-03.....................................................................................................86
Figura 6.13. Medições no ponto PMR-04.....................................................................................................86
Figura 6.14. Distribuição dos indivíduos por espécies ...............................................................................123
Figura 6.15. Famílias mais representativas na área inventariada ..............................................................127
Figura 6.16. Distribuição das espécies por unidades amostrais ................................................................130
Figura 6.17. Curva de suficiência de amostragem da vegetação...............................................................133
Figura 6.18. Posição sociológica das espécies inventariadas ...................................................................137
Figura 6.19. Alturas das principais espécies levantadas............................................................................138
Figura 6.20. Volume obtido por unidade amostral......................................................................................139
Figura 6.21. Volume obtido por espécie.....................................................................................................140
Figura 6.22. Volume obtido por espécie.....................................................................................................140

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Figura 6.23. Riqueza de espécies pertencentes à ordem Passeriformes e Não-Passeriformes registradas na


área ............................................................................................................................................................153
Figura 6.24. Famílias mais representativas nas áreas de influência do CFV Sol de Itaueira .....................154
Figura 6.25. Registros de espécies por método de amostragem ...............................................................155
Figura 6.26. Guilda trófica das espécies de aves na área do empreendimento .........................................156
Figura 6.27. Estratos preferenciais de forrageio das aves presentes na área de instalação do CFV Sol de
Itaueira .......................................................................................................................................................157
Figura 6.28. Grau de Sensibilidade das espécies à Alterações no Ambiente ............................................158
Figura 6.29. Riqueza de famílias e espécies de mamíferos na área de instalação do CFV Sol de
Itaueira.......... .............................................................................................................................................171
Figura 6.30. Famílias que apresentaram maior número de espécies durante a campanha de amostragem
...................................................................................................................................................................172
Figura 6.31. Métodos de registros de espécies na área do CFV Sol de Itaueira .......................................172
Figura 6.32. Composição trófica das espécies da Mastofauna ..................................................................173
Figura 6.33. Porcentagem de espécies e famílias amostradas dentro dos grupos da herpertofauna ........179
Figura 6.34. Percentual de espécies dentro das famílias representantes da herpertofauna da área do
empreendimento ........................................................................................................................................180
Figura 6.35. Métodos de registros de espécies da herpetofauna da área do empreendimento .................181
Figura 6.36. População residente: dados reais dos últimos censos e estimados entre 2011 e 2021, para os
municípios de Floriano e Itaueira ...............................................................................................................187
Figura 6.37. Percentual da população recenseada por faixas etárias nos anos de 1991,2000 e 2010 .....189
Figura 6.38. Distribuição da População Ocupada dos municípios da AI - 2019 (em %) ............................203
Figura 6.39. Domicílios que havia algum tipo de meio de comunicação em 2010 .....................................218
Figura 6.40. Índice de Desenvolvimento Humano Municipal - IDHM (1991 a 2010) ..................................223
Figura 6.41. Índices de Desenvolvimento Humano e Social – 1991 a 2010 ..............................................224
Figura 6.42. Índices de Gini – 1991 a 2010 ...............................................................................................225
Figura 6.43. Distribuição da população de acordo com a faixa etária ........................................................240
Figura 6.44. Escolaridade da população da área de influência direta ........................................................242
Figura 6.45. Problemas sociais e ambientais relatados pelos entrevistados .............................................247
Figura 6.46. Expectativa da população da área de influência direta ..........................................................247
Figura 7.1. Ocorrência da sinergia dos impactos .......................................................................................252
Figura 7.2. Resultados gerais dos impactos ..............................................................................................252

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Figura 7.3. Impactos classificados de acordo com o meio impactado .......................................................253


Figura 7.4. Impactos classificados de acordo com a importância em relação ao meio impactado ............254

LISTA DE FOTOS

Foto 3.1. Estradas de acesso externas e internas .......................................................................................22


Foto 3.2. Estação Solarimétrica ...................................................................................................................45
Foto 6.1. Afloramentos rochosos próximos a área do empreendimento ......................................................88
Foto 6.2. Caracterização dos solos predominantes na região .....................................................................97
Foto 6.3. Principais cursos d’água da região .............................................................................................102
Foto 6.4. Linhas de drenagem e curso d’água na região ...........................................................................105
Foto 6.5. Estratificação da vegetação do Cerrado .....................................................................................111
Foto 6.6. Caracterização das espécies do bioma Cerrado ........................................................................111
Foto 6.7. Caracterização vegetação do bioma Cerrado .............................................................................112
Foto 6.8. Caracterização do uso e cobertura do solo.................................................................................113
Foto 6.9. Demarcação e identificação dos indivíduos ................................................................................119
Foto 6.10. Demarcação e identificação das parcelas.................................................................................120
Foto 6.11. Coleta dos dados biométricos dos indivíduos ...........................................................................121
Foto 6.12. Caracterização morfológica da espécie candeia (Plathymenia reticulata) ................................124
Foto 6.13. Espécies com destaque na área inventariada ..........................................................................125
Foto 6.14. Espécies de interesse econômico: Caryocar coriaceum ...........................................................142
Foto 6.15. Esforço amostral para levantamento faunístico da área de instalação do CFV Sol de Itaueira 147
Foto 6.16. Aves registradas nas áreas de influência do CFV Sol de Itaueira ............................................158
Foto 6.17. Vestígios da ocorrência de espécies na área do estudo ...........................................................166
Foto 6.18. Espécies registradas no levantamento .....................................................................................174
Foto 6.19. Exemplares da herpertofauna registrados no levantamento em campo ...................................181
Foto 6.20. Estabelecimentos Comerciais ...................................................................................................206
Foto 6.21. Instituições financeiras ..............................................................................................................207
Foto 6.22. Instituições de ensino ...............................................................................................................208
Foto 6.23. Estabelecimentos de Saúde nos municípios da Área de Influência ..........................................210
Foto 6.24. Vias de Acesso nos municípios da Área de Influência ..............................................................214
Foto 6.25. Postos de combustíveis nos municípios da Área de Influência .................................................217
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Foto 6.26. Polícia Rodoviária Federal na BR-343/230, Floriano ................................................................219


Foto 6.27. Atrações Turísticas e de Lazer em Floriano..............................................................................235
Foto 6.28. Atrações Turísticas e de Lazer em Floriano..............................................................................236
Foto 6.29. Entrevistas realizadas como moradores das comunidades da AID ..........................................239
Foto 6.30. Escola Municipal na localidade Exu, município Floriano ...........................................................241
Foto 6.31. Tipologia habitacional ...............................................................................................................243
Foto 6.32. Forma de abastecimento de água ............................................................................................244
Foto 6.33. Área de curral na localidade Ponta do Mato .............................................................................245
Foto 6.34. Templos religiosos ....................................................................................................................246

LISTA DE MAPAS

Mapa 3.1. Mapa de localização do empreendimento ..................................................................................23


Mapa 3.2. Localização das 26 UFVs do Complexo Fotovoltaico Sol de Itaueira .........................................25
Mapa 3.3. Alocação do empreendimento .....................................................................................................47
Mapa 4.1. Mapa com a delimitação das áreas de influência do empreendimento .......................................51
Mapa 6.1. Classificação climática proposta por Köppen para o estado do Piauí .........................................65
Mapa 6.2. Mapa com distribuição dos pontos de monitoramento de ruídos ................................................82
Mapa 6.3. Geomorfologia predominante na região do empreendimento .....................................................90
Mapa 6.4. Mapa das unidades geológicas regionais da área do empreendimento......................................93
Mapa 6.5. Classes de solos presente na região do empreendimento..........................................................95
Mapa 6.6. Mapa de potencialidade de ocorrência de cavernas no Brasil ..................................................100
Mapa 6.7. Bacia hidrográfica onde o empreendimento será inserido ........................................................104
Mapa 6.8. Cursos d’água na região de implantação do projeto .................................................................106
Mapa 6.9. Distribuição do bioma Cerrado no estado do Piauí ...................................................................110
Mapa 6.10. Mapa com uso e cobertura do solo na área diretamente afetada ...........................................114
Mapa 6.11. Distribuição das unidades amostrais .......................................................................................118
Mapa 6.12. Esforço amostral para a fauna nas áreas de influências do CFV Sol de Itaueira ....................145
Mapa 6.13. Assentamento Rurais nos municípios da Área de Influência ..................................................198
Mapa 6.14. Sítio Arqueológico Identificado no município de Itaueira-PI ....................................................233
Mapa 6.15. Mapa com a delimitação dos pontos de entrevistas ................................................................238

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LISTA DE QUADROS

Quadro 3.1. Unidades de produção – UFVs ................................................................................................24


Quadro 3.2. Características técnicas gerais do Complexo Solar .................................................................26
Quadro 3.3. Características dos módulos fotovoltaicos ...............................................................................26
Quadro 3.4. Características dos inversores .................................................................................................28
Quadro 3.5. Características dos eletrocentros .............................................................................................29
Quadro 3.6. Configuração dos arranjos das unidades geradoras ................................................................30
Quadro 3.7. Características da estrutura de “Trackers” ...............................................................................32
Quadro 3.8. Atividades de construção do Complexo Solar ..........................................................................38
Quadro 3.9. Planilha de investimento ..........................................................................................................42
Quadro 3.10. Custos de manutenção anual para cada UFV de 50 MWp ....................................................43
Quadro 6.1. Dados pluviométricos para a região de implantação do empreendimento (Estações – 82678;
A365; A311) .................................................................................................................................................66
Quadro 6.2. Dados de temperatura para região de implantação do projeto (Estação – 82678) ..................71
Quadro 6.3. Demonstrativo da direção e velocidade climatológica do vento (Estação – 82678) .................72
Quadro 6.4. Média mensal de Radiação Global (kWh/m²) para região de implantação do CFV Sol de Itaueira
(Estação Meteorológica – A365) ..................................................................................................................75
Quadro 6.5. Resumo dos elementos meteorológicos para a região de implantação do projeto (Estações –
82678; A365; e A311) ..................................................................................................................................76
Quadro 6.6. Pontos de Monitoramento de Ruídos e suas respectivas descrições ......................................79
Quadro 6.7. Níveis de critérios de avaliação de ruído..................................................................................83
Quadro 6.8. Níveis de ruído equivalente medidos .......................................................................................84
Quadro 6.9. Grau de potencialidade de ocorrência de cavernas no Brasil de acordo com a litologia ..........99
Quadro 6.10. Vazões naturais das regiões hidrográficas presentes no Piauí ............................................102
Quadro 6.11. Uso da água dos poços perfurados......................................................................................107
Quadro 6.12. Coordenadas UTM das unidades amostrais ........................................................................116
Quadro 6.13. Equações utilizadas no estudo fitossociológico ...................................................................121
Quadro 6.14. Medidas de diversidade e suas respectivas fórmulas ..........................................................122
Quadro 6.15. Elenco de espécies vegetais presentes na área em estudo ................................................127
Quadro 6.16. Índices de Diversidade para as unidades amostrais inventariadas ......................................131
Quadro 6.17. Estrutura horizontal das espécies inventariadas ..................................................................135

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Quadro 6.18. Classes diamétrica e classificação de uso ...........................................................................141


Quadro 6.19. Lista de espécies registradas para a avifauna nas áreas de influência do CFV Sol de Itaueira
...................................................................................................................................................................150
Quadro 6.20. Lista taxonômica de mamíferos registrados na área de instalação do CFV Sol de Itaueira .169
Quadro 6.21. Lista geral de espécies da herpetofauna registradas na área do empreendimento .............178
Quadro 6.22. Classificação das Áreas de Influência do Complexo Fotovoltaico Sol de Itaueira................185
Quadro 6.23. Habitantes, Situação de Domicílio em %, Área Territorial e Densidade Demográfica – 2010
...................................................................................................................................................................186
Quadro 6.24. População recenseada por gênero – Floriano e Itaueira......................................................188
Quadro 6.25. População recenseada por faixas etárias nos anos de 1991,2000 e 2010 ..........................188
Quadro 6.26. Crescimento Total, Saldo Vegetativo e Saldo Migratório - 2000/2010 (em %) .....................189
Quadro 6.27. Deslocamento motivado por trabalho ...................................................................................190
Quadro 6.28. Deslocamento motivado por estudo .....................................................................................190
Quadro 6.29. Estabelecimentos agropecuários – condição legal do produtor ...........................................195
Quadro 6.30. Estabelecimentos agropecuários – condição do produtor em relação às terras ..................195
Quadro 6.31. Áreas certificadas no INCRA nos municípios da AII.............................................................196
Quadro 6.32. Áreas cadastradas no sistema SICAR para os municípios da AII ........................................196
Quadro 6.33. Projetos de assentamento existentes nos municípios de Floriano e Itaueira .......................197
Quadro 6.34. Distribuição das áreas e estabelecimentos para utilização agropecuária ............................199
Quadro 6.35. Produção agrícola nos municípios da Área de influência em 2019 ......................................200
Quadro 6.36. Efetivos dos animais criados e os produtos da pecuária nos municípios da AI – 2019........201
Quadro 6.37. Atividades extrativistas realizadas nos municípios da AI - 2019 ..........................................201
Quadro 6.38. Produto Interno Bruto por setores no ano de 2018 ..............................................................202
Quadro 6.39. Informações sobre as empregabilidades por sexo - 2019 ....................................................204
Quadro 6.40. Informações sobre a remuneração (R$) - 2019 ...................................................................204
Quadro 6.41. Empregos formais por faixa etária - 2019 ............................................................................205
Quadro 6.42. Empregos formais segundo a escolaridade - 2019 ..............................................................205
Quadro 6.43. Estabelecimentos por setor - 2021 .......................................................................................206
Quadro 6.44. Número de Matrícula e Escolas – 2020 ...............................................................................207
Quadro 6.45. Número de docentes no ano de 2020 ..................................................................................209
Quadro 6.46. Número de escolas no ano de 2020.....................................................................................209
Quadro 6.47. Estabelecimento prestador de serviços ao SUS ..................................................................211

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Quadro 6.48. Profissionais da saúde ligados ao SUS................................................................................211


Quadro 6.49. Quantitativo de profissionais e Leitos/habitantes ................................................................214
Quadro 6.50. Frota de veículos dos municípios da área de estudo – 2020 ...............................................216
Quadro 6.51. Características dos domicílios dos municípios da área de estudo – 2010 ...........................217
Quadro 6.52. Tipo de mortes violentas nos municípios da área de estudo – 2018 e 2019 ........................221
Quadro 6.53. Internações e óbitos no período de 2019 a 2021 .................................................................222
Quadro 6.54. Evolução de casos de notificações de alguns agravos compulsórios – 2015, 2017, 2019 e 2020
...................................................................................................................................................................226
Quadro 6.55. Bem tombado no município de Floriano-PI ..........................................................................229
Quadro 6.56. Bens edificados tombados em nível municipal .....................................................................229
Quadro 6.57. Lista de Bem Imaterial registrado no estado do Piauí ..........................................................231
Quadro 6.58. Turismo e Principais Atrações em Floriano ..........................................................................235
Quadro 6.59. Localização das comunidades rurais identificadas na AID e ADA .......................................237
Quadro 6.60. Distinção da população por idade e sexo .............................................................................240
Quadro 7.1. Avaliação da importância dos potenciais impactos identificados ...........................................251
Quadro 7.2. Matriz de impacto ...................................................................................................................270
Quadro 8.1. Medidas mitigadoras propostas .............................................................................................278
Quadro 10.1. Valores de referência para o Índice de Magnitude ...............................................................291
Quadro 10.2. Valores de referência para o Índice de Biodiversidade ........................................................292
Quadro 10.3. Valores de referência para o Índice de Abrangência............................................................292
Quadro 10.4. Valores de referência para o Índice de Temporalidade ........................................................293
Quadro 10.5. Valores de referência para o Índice de Comprometimento de Áreas Prioritárias .................293

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1 INTRODUÇÃO

Ao passar dos anos, vem sendo notado que a tecnologia se encontra em constante evolução.
Contudo, apesar de todas as inovações, a partir dos diversos produtos desenvolvidos, ainda existem dois
elementos fundamentais à existência humana da atualidade que não podem ser substituídos por nenhum
outro: água e energia elétrica. O rápido crescimento populacional exigiu uma maior demanda por esses dois
bens, que são fontes esgotáveis e, embora, existem estudos e avanços tecnológicos, os pesquisadores
ainda procuram novas alternativas para supri-los de forma sustentável (OLIVEIRA, 2021). De modo que o
crescimento e o desenvolvimento de um país implicam no aumento do consumo de energia elétrica
A questão da demanda crescente de energia, porém, tem se tornado um desafio complexo nas
últimas décadas, impulsionado principalmente por problemáticas ambientais, como destruição de
ecossistemas, poluição hídrica e atmosférica, degradação do solo e extinção de espécies. O crescimento
de emissões de gases como dióxido de carbono (CO2), metano (CH4) e clorofluorcarbonos (CFC), os
chamados gases de efeito estufa (GEE), tem intensificado o fenômeno do efeito estufa, o que tem resultado
no aquecimento global e, por consequência, em mudanças climáticas. Mais ainda, aponta-se o aquecimento
global como principal responsável pela intensificação de catástrofes naturais extremas, como derretimento
de calotas polares, furacões, secas e enchentes, desertificação e aumento do nível do mar (SILVA,
MENEZES, 2007).
Na 21ª Conferência das Partes (COP21), em Paris, foi criado um novo acordo cujo o objetivo de
maior importância era de combater as mudanças climáticas e lidar com os impactos decorrentes dessas
mudanças. O compromisso firmado foi de reduzir as emissões de gases de efeito estufa em 37% abaixo
dos níveis de 2005, em 2025. Em 2021, aconteceu a COP26, em Glasgow na Escócia, o Brasil assumiu um
novo compromisso de mitigar 50% de suas emissões de gases de efeito estufa (GEE) até 2030, além disso
o Ministério do Meio Ambiente apresentou diretrizes para a agenda estratégica voltada à neutralidade
climática. Entre as medidas, estão:
• Zerar o desmatamento ilegal até 2028: 15% por ano até 2024, 40% em 2025 e 2026, e 50% em
2027, comparando com o ano de 2022;
• Restaurar e reflorestar 18 milhões de hectares de florestas até 2030;
• Alcançar, em 2030, a participação de 45% a 50% das energias renováveis na composição da matriz
energética;
• Recuperar 30 milhões de hectares de pastagens degradadas; e
• Incentivar a ampliação da malha ferroviária.

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O caminho para limitar o aumento da temperatura global é reduzir as emissões de GEE, reforçado
pelo Acordo de Paris, um documento firmado por diversos países para responder à ameaça da mudança do
clima (MMA, 2018), e uma das soluções propostas é a utilização de fontes renováveis de energia.
A busca por uma matriz elétrica mais limpa e renovável tem sido objetivo almejado por muitos
países. A China estimava um investimento de cerca de US$ 360 bilhões, até o ano de 2020, em energias
renováveis, sendo que metade da nova capacidade instalada nesse período será proveniente de fontes
como eólica e solar (MASON, 2017). Já o Chile pretende ter em sua matriz elétrica 90% de energia renovável
até 2050. O governo brasileiro, em seu Plano Decenal de Expansão de Energia (PDE), indica que a
participação das fontes renováveis, incluindo as hidrelétricas, na geração total de eletricidade, passará de
81% em 2016 para 87% em 2026 (PINHEIRO E SILVA, 2019; EPE, 2017).
Com uma das matrizes energéticas mais limpas do mundo, o Brasil atualmente tem 79,4% de sua
capacidade instalada de geração elétrica composta por energias renováveis, sendo 57,6% advindo da
energia hídrica, 11% de energia eólica e 2,4% de energia fotovoltaica (ABSOLAR, 2022).
Por suas características geográficas, o Brasil apresenta algumas vantagens na geração de energia
solar. Além de dispor de elevados índices de irradiação em quase todo o país, há pouca variação na
incidência ao longo do ano por localizar-se próximo à linha do equador. Outras vantagens da energia solar
são: proveniente de uma fonte renovável e praticamente inesgotável que é o sol; baixa emissão de gases
de efeito estufa durante a operação; diversificação e descentralização da matriz elétrica; complementação
com relação a outras fontes; e pode ser instalada em terras pouco produtivas (PINHEIRO E SILVA, 2019).
Em 2018, a capacidade instalada de energia solar no mercado nacional atingiu 2,5 gigawatts, um
crescimento de cerca de 115% na comparação com o resultado de 2017. No ano de 2021, já havia uma
capacidade instalada de 13,0 GW e com um potencial total outorgada de 34,9 GW. Além disso com a
implantação da energia por fonte solar no Brasil, já foi possível evitar a emissão de mais de 17,5 milhões de
toneladas de CO2, segundos os dados da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (ABSOLAR,
2022).
A geração distribuída de energia fotovoltaica no Brasil está localizada, principalmente, nos estados
de Minas Gerais (17,5%), São Paulo (12,8%) Rio Grande do Sul (12,0%), Mato Grosso (7,1%) e Santa
Catarina (5,6%), sendo estes os 5 estados mais geradores de energia solar, representando juntos 55,0% da
potência instalada do Brasil. O Piauí aparece na 16º posição, com uma potência de 156,1 MW,
representando apenas 1,9% do total instalado no país, quando considerado a geração distribuída do país
(ABSOLAR, 2020).

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2 INFORMAÇÕES GERAIS

2.1 Identificação do empreendedor

SOL DE ITAUEIRA I SPE LTDA

CNPJ: 40.711.851/0001-67

Endereço: Rod. PI 140, km 55, Fazenda Cacimba, zona rural - Floriano

Representante Legal: Raphael Esteves Fernandes Pinto

CPF: 319.292.748-82

E-mail: raphael@quasarenergia.com.br

2.2 Identificação do empreendimento

SOL DE ITAUEIRA I SPE LTDA

CNPJ: 40.711.851/0001-67

Tipo: Usina Solar Fotovoltaica

Potencia: 1.300 MW

Situação: Licença Prévia

Atividade: Geração de energia por fonte fotovoltaica

Localização: Zona rural, divisa dos municípios de Itaueira e Floriano – 23 M 707.112 E | 9.197.503 S

Área de Intervenção: 2.032,671 hectares

Atividade secundária: Linha de Transmissão de 500 kV

Extensão: 0,635 km

2.3 Identificação do responsável técnico pelo estudo ambiental

WMETRIA CONSULTORIA AMBIENTAL

CNPJ: 42.999.066/0001-87

Endereço: Rua Marechal Dutra, nº 4.300, Teresina – PI, CEP: 64.022-250

Telefone: (89) 9 9911 9936

E-mail: welytonjunior@hotmail.com

CREA: 1913341860
Representante legal: Welyton Martins de Freitas Souza
CTF: 6069748

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3 CARACTERIZAÇÃO DO EMPREENDIMENTO

O Complexo Fotovoltaico Sol de Itaueira é um empreendimento de geração de energia elétrica, de


propriedade da empresa Sol de Itaueira I SPE Ltda a ser instalada entre os municípios de Itaueira e Floriano,
no estado do Piauí. A área projetada compreende aproximadamente, 2.032,671 hectares, o arranjo do
complexo é composto por um conjunto de 26 usinas de 50.000 kW ac e 60.150 kWp dc (UFV Sol de Itaueira
1 até 26) e uma Linha de Transmissão de Alta Tensão 500 kV, que ligará a subestação de elevação ao
barramento com a rede de escoamento da energia gerada.
A produção de energia elétrica no Complexo se dará através de corrente contínua (“CC’) e será
entregue aos consumidores em corrente alternada (“CA”). Tal transformação resultará em uma potência final
de 1.300 megawatts.

3.1 Justificativa e objetivo

A crescente preocupação com a preservação do meio ambiente e a busca pela diversificação da


matriz energética, associada ao aumento na demanda por energia e o desenvolvimento da indústria,
impulsionou a geração de energia elétrica no mundo a partir de fontes renováveis (NETO, 2018). Juntamente
com a expansão da produção e do comércio mundial de etanol e de óleos vegetais, em associação com a
disseminação de tecnologias que melhoram o aproveitamento dos subprodutos, alterou o perfil de uso da
energia em muitos segmentos. No caso dos países que ainda possuíam potencial para expansão das usinas
hídricas, houve uma priorização do uso desses recursos (EPE, 2020).
Entretanto, outras tecnologias ganharam o mercado, por exemplo, a fotovoltaica. O aproveitamento
da energia solar pode ser realizado diretamente para iluminação, aquecimento de fluidos e ambientes ou
ainda para geração de potência mecânica ou elétrica, como fonte de energia térmica. Segundo a ANEEL,
em 2005 houve o melhor aproveitamento da radiação solar, com o auxílio de técnicas sofisticadas de
arquitetura e construção de usinas e complexos fotovoltaicos (ANEEL, 2017).
De acordo com a Empresa de Pesquisa Energética (2020), a produção de energia elétrica através de
usinas fotovoltaicas ocorre de forma renovável, limpa e viável nos três pilares da sustentabilidade: social,
ambiental e econômico. Na esfera ambiental, comparado a outras fontes de energia, essa tecnologia produz
em menor escala, poluentes atmosféricos, contaminação no solo e baixa geração de resíduos sólidos e
líquidos, ou seja, um empreendimento de baixo impacto ambiental.
Do ponto de vista econômico, consequentemente social, desde 2012 a fonte solar já trouxe R$ 66,3
bilhões em novos investimentos privados ao país, tendo gerado mais de 390 mil empregos acumulados e

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mais de R$ 17,1 bilhões em arrecadação de tributos (ABSOLAR, 2022). Somente nos primeiros seis meses
de 2020, o setor solar fotovoltaico foi responsável pela geração aos brasileiros de mais de 41 mil empregos,
mesmo com a queda da atividade econômica decorrente da pandemia da COVID -19 (MEYER, SAUAIA,
KOLOSZUK, 2021).
Diante ao exposto, este projeto irá contribuir com o desenvolvimento do setor econômico e energético
dentro do estado do Piauí, principalmente para os municípios em que estão inseridos, sendo eles Itaueira e
Floriano. Segundo a ABSOLAR, em 2022 o estado do Piauí já ocupava o terceiro lugar no ranking da
geração de energia centralizada, com 1.249 megawatts já contratados, sendo uma parcela dessa potência
já operante e outra em construção (ABSOLAR, 2022).
O projeto do Complexo Fotovoltaico Sol de Itaueira tem por objetivo principal produzir energia elétrica
a partir do sol, em escala comercial, visando o desenvolvimento econômico, social e ambiental da região. E
possui os seguintes objetivos específicos:
• Geração de energia renovável;
• Complementar a demanda nacional por meio da produção de energias renováveis;
• Permitir a diversificação das fontes de energia que compõem a matriz elétrica do país, propiciando
a garantia no abastecimento nacional de energia elétrica;
• Redução das emissões de Gases do Efeito Estufa (GEE) relacionadas à matriz energética do Brasil.

3.2 Localização do empreendimento

O Complexo Fotovoltaico Sol de Itaueira situa-se na zona rural, na divisa dos municípios de Floriano
e Itaueira, localizados no estado do Piauí, na mesorregião do Sudoeste Piauiense. O município de Floriano
na zona fisiográfica do Médio Parnaíba, à margem direita do rio Parnaíba, em frente à cidade de Barão de
Grajaú – MA, compreende uma área de 3.407,979 km², tendo como limites os municípios de Amarante,
Francisco Ayres e o Estado do Maranhão ao norte, ao sul com Itaueira e Flores do Piauí, a leste com Nazaré
do Piauí, Francisco Ayres e São José do Peixe, e a oeste com Jerumenha e o estado do Maranhão. A sede
municipal localiza-se em as coordenadas geográficas de 06°46’01” de latitude sul e 43°01’21” de longitude
oeste e dista cerca de 250 km de Teresina.
O acesso ao Complexo Fotovoltaico Sol de Itaueira, partindo da capital Teresina é pela BR-316 por
81,4 km até à Estaca Zero, entrando na primeira saída no rotatória e seguindo pela BR-343, sentido Floriano,
seguindo por 168 km até o município de Floriano. O acesso ao local de implantação do empreendimento
saindo da sede municipal de Floriano pela PI-140 sentido Itaueira percorrendo cerca de 58,5 km, até chegar
à área do projeto, que fica as margens da rodovia, nas coordenadas: 23M 707.112 E / 9.197.503 S. A

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principal rodovia para acesso aos municípios onde ficará situado o Complexo Solar é a PI-140, que margeia
parte do terreno do projeto.

Foto 3.1. Estradas de acesso externas e internas

A B

C D

E F

Legenda: A – PI-140; B – Entrada da Fazenda; C a F – Estradas de acesso dentro da propriedade.


Fonte: WMetria, 2022.

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Mapa 3.1. Mapa de localização do empreendimento

Fonte: WMetria, 2022.


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3.3 Descrição técnica do projeto

O Complexo Fotovoltaico Sol de Itaueira, levando em consideração todas as suas 26 UFVs de 50


MW, totalizando uma potência instalada de 1,3 GW, assim como pode ser observado no quadro abaixo:

Quadro 3.1. Unidades de produção – UFVs

NOME POTÊNCIA (MWac) ÁREA (ha)


UFV Sol de Itaueira 1 50 70,43
UFV Sol de Itaueira 2 50 70,97
UFV Sol de Itaueira 3 50 68,81
UFV Sol de Itaueira 4 50 69,91
UFV Sol de Itaueira 5 50 69,67
UFV Sol de Itaueira 6 50 69,30
UFV Sol de Itaueira 7 50 68,46
UFV Sol de Itaueira 8 50 70,14
UFV Sol de Itaueira 9 50 68,59
UFV Sol de Itaueira 10 50 68,55
UFV Sol de Itaueira 11 50 68,80
UFV Sol de Itaueira 12 50 70,21
UFV Sol de Itaueira 13 50 68,78
UFV Sol de Itaueira 14 50 69,30
UFV Sol de Itaueira 15 50 68,46
UFV Sol de Itaueira 16 50 69,28
UFV Sol de Itaueira 17 50 70,00
UFV Sol de Itaueira 18 50 69,18
UFV Sol de Itaueira 19 50 69,02
UFV Sol de Itaueira 20 50 68,84
UFV Sol de Itaueira 21 50 70,19
UFV Sol de Itaueira 22 50 68,75
UFV Sol de Itaueira 23 50 68,52
UFV Sol de Itaueira 24 50 69,93
UFV Sol de Itaueira 25 50 69,93
UFV Sol de Itaueira 26 50 68,92
TOTAL 1.300 1.802,94
Fonte: Memorial descritivo, 2022.

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Mapa 3.2. Localização das 26 UFVs do Complexo Fotovoltaico Sol de Itaueira

Fonte: WMetria, 2022.


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O Complexo Fotovoltaico Sol de Itaueira possui, portanto, as seguintes características gerais:

Quadro 3.2. Características técnicas gerais do Complexo Solar

DESCRITIVO UNIDADE VALORES (TOTAL) VALORES (UFVn*)

Tecnologia - Bifacial mono-Si Bifacial mono-Si

Potência nominal do módulo Wp 660 660

Inclinação/orientação ° + 55º à – 55º (Tracker 1V) + 55º à – 55°

Inversores (nominal) kVA 3125 (50 ºC) 3125 (50 ºC)

Número de módulos Unid. 2.369.640 91.140

Número de inversores Unid. 390 15


442 (416 com 12 inputs e 26 com 4 17 (16 com 12 inputs e 1
Número de caixas de junção Unid.
inputs) com 4 inputs)
Potência CC kWp 1.563.900 60.150

Potência CA kW 1.300.000 50.000


* Válido para todas as 26 usinas do complexo
Fonte: Memorial descritivo, 2022.

3.3.1 Características das unidades geradoras

3.3.1.1 Módulos fotovoltaicos

Para o Complexo Fotovoltaico Sol de Itaueira foram utilizados, em projeto, módulos fotovoltaicos do
tipo “bifacial dual glass” de silício monocristalino, com potência nominal nas condições normalizadas de teste
(STC) de 660 Wp. A seguir estão representadas as principais características do módulo em questão:

Quadro 3.3. Características dos módulos fotovoltaicos

CARACTERÍSTICAS – STC UNIDADE VALORES

Características Elétricas

Potência nominal Wp 660

Tolerância W 0 ~ +5

Tensão de máxima potência V 38,1

Corrente de máxima potência A 17,35

Tensão de circuito aberto V 46

Corrente de curto circuito A 18,45

Eficiência do módulo % 21,2

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CARACTERÍSTICAS – STC UNIDADE VALORES

Características Mecânicas
Número de células Unid. 132
Dimensões mm 2384 x 1303 x 35
Peso Kg 38,7
Vidro frontal (alta transmissão com tratamento térmico) mm 2
Material de encapsulamento - POE/EVA
Vidro traseiro (com tratamento térmico) mm 2
Estrutura de alumínio anodizado mm 35
J-Box - IP 68
Cabo de tecnologia fotovoltaica de 4 mm²
Cabos - Retrato: 280/280 mm
Paisagem: 1400/1400 mm
Conector - MC4 EVO2 / TS4
Condições de Temperatura
Temperatura nominal de operação °C 43 ± 2
Coeficiente de temperatura da potência máxima %/ºC -0,34
Coeficiente de temperatura de tensão de circuito aberto %/ºC -0,25
Coeficiente de temperatura de corrente de curto circuito %/ºC 0,04
Máximos
Máxima temperatura operacional °C -40 ~ +85
Máxima tensão V 1.500 (DC)
Máxima corrente do sistema A 35

Fonte: Memorial descritivo, 2022.

Toda a instalação dos módulos fotovoltaicos bem como das


estruturas adjacentes seguirá as recomendações do fabricante.

3.3.1.2 Inversores

Os inversores são os equipamentos elétricos responsáveis pela


transformação da corrente contínua (CC) gerada nos módulos para
corrente alternada (CA). A seguir estão as principais características
destes equipamentos.

Figura 3.1. Módulos fotovoltaicos

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Quadro 3.4. Características dos inversores

CARACTERÍSTICAS UNIDADE VALORES

Dados de Entrada CC

Tensão máxima CC V 1.500

Corrente máxima CC A 3.997

Intervalo de tensão MPPT V 875 – 1.300

Proteção contra sobretensão - Sim

Proteção dos pólos de entrada - Sim

Dados de Saída CA

Tensão nominal CA V 600

Potência CA nominal kVA 3.125 kVA @ 50 ℃ / 3.437 kVA @ 45 ℃

Faixa de ajuste do FP cosφ >0,99 / 0,8 capacitivo - 0,8 indutivo

Corrente máxima de saída A 3.308

Número de fases/config. - 3

Eficiência e Consumo Interno

Eficiência máxima % 99

Eficiência européia % 98,7

Interface de Comunicação

Protocolo padrão - RS485, Ethernet (fibra ótica opcional)

Condições de Operação

Grau de proteção - IP55

Faixa de operação padrão ºC -35 a +60

Faixa de umidade relativa % rel 0 - 100

Fonte: Memorial descritivo, 2022.

3.3.1.3 Eletrocentros

Os eletrocentros são sistemas elétricos modulares que compõe, basicamente, todo os


equipamentos elétricos responsáveis para as transformações elétricas que ocorrem em um sistema de
geração de energia. Sua modularidade facilita a instalação de todo aparato elétrico e diminui,
substancialmente, trabalho e tempo necessários para toda a instalação. Neles estão incluídos os inversores,
transformadores e demais equipamentos. As características principais dos eletrocentros utilizados no
Complexo Fotovoltaico Sol de Itaueira são:

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Quadro 3.5. Características dos eletrocentros

CARACTERÍSTICAS UNIDADE VALORES


Transformador
Potência nominal kVA 3.125
Potência máxima kVA 3.437
Tensão mínima/tensão média kV 0,6 / (20-35)
Grupo vetorial - Dy11
Proteção - IP54
Sistema de resfriamento - ONAN
Tipo de óleo - Mineral
Altitude máxima de operação m 1.000
Eletrocentro
Dimensões (L x A x C) mm 6.058 x 2.896 x 2.438
Peso Kg 15.000
Proteção de saída do Inversor - Disjuntor
Proteção de entrada - Disjuntor + fusível
Proteção contra sobretensão - CC Tipo I+II / CA Tipo II
Fonte de alimentação auxiliar kVA 5
Sistema de resfriamento - Ar

Fonte: Memorial descritivo, 2022.

Figura 3.2. Eletrocentro

Fonte: Memorial descritivo, 2022.

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3.3.1.4 Configuração dos arranjos

A configuração do módulo/inversor ou dos arranjos elétricos do sistema fotovoltaico provém da


adequação que leva em consideração as características dos módulos fotovoltaicos junto com as condições
de operação do inversor definido, portanto, a operação do sistema em corrente contínua.
Todos os inversores serão conectados às “strings” com a mesma configuração indicada e com o
mesmo número de “strings” por inversor. O quadro a seguir resume as configurações do Complexo
Fotovoltaico Sol de Itaueira:

Quadro 3.6. Configuração dos arranjos das unidades geradoras

CARACTERÍSTICAS UFVn* TOTAL

Potência (kWp) 60.150 1.563.900

Potência (kW) 50.000 1.300.000

Subs. Unitárias (un.) 8 208

Inversores (un.) 15 390

Trackers (un.) 1.470 38.220

Strings (un.) 2.940 76.440

Módulos PV (un.) 91.140 2.369.640


* Válido para todas as 26 usinas do complexo
Fonte: Memorial descritivo, 2022.
3.3.2 Descrição dos demais componentes
A seguir serão apresentados os demais componentes e equipamentos utilizados no Complexo
Fotovoltaico Sol de Itaueira.

3.3.2.1 Caixa de junção e proteção CC (“string box”)

O projeto prevê quadros de proteção e paralelização na corrente contínua. Cada quadro será
composto por fusíveis, dispositivos de proteção contra surtos e chave de seccionamento. São previstas 16
caixas de 12 entradas e 1 caixa de 4 entradas (Figura 3.3 – A).

3.3.2.2 Circuitos e condutores elétricos

Dentro dos projetos fotovoltaicos, as conexões elétricas se iniciam na ligação em série entre os
módulos fotovoltaicos. Tais conexões são denominadas “strings” e são direcionadas às “strings boxes”, que
são as caixas de junção em corrente contínua. As saídas das “strings boxes” são direcionadas aos
inversores, que fazem a conversão da corrente contínua para a corrente alternada.

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Dos inversores, a energia é conduzida para os transformadores elevadores que possibilitam, por
fim, a transmissão desta energia para uma subestação coletora. Os cabos CC das “strings” são fixados nas
estruturas metálicas de suporte e as travessias entre as “mesas geradoras” acontecem através de
eletrodutos, até as caixas de junção. Destas, os cabos seguem aos inversores através de valas, onde eles
trabalharão enterrados.

3.3.2.3 Conectores

Os conectores em CC fazem a conexão entre os cabos das “strings” e o cabo principal que faz o
paralelo do circuito e chega até o inversor. Todas as conexões de “strings” utilizam conectores do tipo Multi
Contact® MC4 ou similares. Em terminações de cabos que não utilizam os conectores citados deverão ser
utilizados terminais pré-isolados (Figura 3.3 – B).

Figura 3.3. Demais componentes de instalação

A B

Legenda: A - “String box”; B - Conector MC4


Fonte: Memorial descritivo, 2022.

3.3.2.4 Aterramento e proteção contra descargas atmosféricas (para-raios)

O aterramento elétrico tem como principais funções:


• Proteger o usuário do equipamento de descargas atmosféricas através da viabilização de um
caminho alternativo para terra;
• Descarregar cargas acumuladas na carcaça de equipamentos e máquinas; e
• Facilitar o funcionamento dos dispositivos de proteção (disjuntores, fusíveis, etc).

Para isso, no projeto em questão, as áreas a serem protegidas incluem: módulos fotovoltaicos,
“string boxes”, cabeamentos de média e baixa tensão e as subestações unitárias. Para a proteção de

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equipamentos como transformadores, cabos, acessórios e outros, a utilização de para-raios com interface
tipo “C” está prevista nas extremidades dos circuitos de média tensão e serão devidamente definidos de
acordo com os estudos de isolamento a serem realizados no projeto executivo.

3.3.2.5 Estrutura de suporte dos módulos fotovoltaicos – “Trackers”

Toda a estrutura metálica do Complexo Fotovoltaico Sol de Itaueira será composta de “trackers”. Os
“trackers” são dispositivos que alteram a posição dos módulos solares a fim de que estes possam seguir o
caminho do sol da forma que possam captar a maior radiação possível, ou seja, aumentar a produção de
energia elétrica.

Figura 3.4. Tracker

Fonte: Memorial descritivo, 2022.

O quadro a seguir demonstra as características principais da estrutura de “trackers” que será


utilizada no projeto:

Quadro 3.7. Características da estrutura de “Trackers”

CARACTERÍSTICAS UNIDADE VALORES

Tipo - Monofileira

Quantidade de módulos un. 62

Amplitude de giro máximo ° +60 / -60 (120º)

Configuração - Retrato 2V

Alimentação e Consumo Interno

Suprimento de energia - Autônomo

Potência do motor W 100

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CARACTERÍSTICAS UNIDADE VALORES

Interface de comunicação
Sistema de comunicação - RS-485 e Modbus Wireless (opcional)

Operação e Segurança

Vento máximo (horizontal) km/h 140

Dimensões

LxC m 5,16 x 41,03

Fonte: Memorial descritivo, 2022.

3.3.2.6 Fundações

O projeto considera hastes de fundação diretamente cravadas no solo (tanto do acionador quanto
das vigas de torção). Par a fixação das hastes se consideram a cravação direta ou o pré-furo com cravação.

3.3.2.7 Serviços auxiliares

Consideram-se como serviços auxiliares a iluminação na entrada da usina, o seu pátio de recepção,
a instalação das câmeras do serviço de segurança de todo empreendimento e o sistemas anti-intrusão.

3.3.2.8 Sistema de supervisão e controle

Sistemas de supervisão e controle tem como finalidade o monitoramento do desempenho da planta


e garantir a segurança e qualidade tanto da produção de energia quanto das interfaces de conexão com o
sistema de transmissão/distribuição. O sistema é composto pela estação solarimétrica/meteorológica,
dataloggers, sensores e demais componentes necessários para o registro das atividades da planta e,
também, ambientais.
O sistema de supervisão e controle deve ser capaz de captar dados meteorológicos gerais
necessários para o funcionamento da planta bem como captar dados dos inversores, de todos os medidores
de energia, das células de média tensão, interruptores, proteções e, por fim, de todo o sistema de segurança.

3.3.2.9 Subestação 34,5 kV / 500 kV

Todas as 26 Usinas Fotovoltaicas do Complexo Fotovoltaicos Sol de Itaueira serão conectadas ao


SIN (Sistema Interligado Nacional) através de uma subestação elevadora, localizada no site do Complexo,
em 34,5kV para 500kV e uma subestação adjacente de seccionamento que fará o seccionamento da linha
LT 500kV CHESF São João do Piauí – Boa Esperança.

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3.3.2.10 Eletrodutos

Os eletrodutos de baixa tensão serão instalados enterrados em travessias entre as fileiras de


“trackers” presentes na ligação de uma “string box”, nas entradas dos inversores dos eletrocentros e nos
acessos e/ou drenagem de baixa tensão e fibra óptica. Já os eletrodutos de média tensão serão instalados
enterrados apenas em travessias, saídas e entradas dos cabos de média tensão dos eletrocentros.

3.3.2.11 Placas de proteção

A fim de proteger danos ao cabeamento, evitando falhas ou acidentes, serão instaladas placas de
proteção de polímero plástico nas valas de média tensão CA e valas dos cabos de baixa tensão CC que
ligam as “string boxes” aos inversores/eletrocentros.

3.3.2.12 Fitas de sinalização

A fim de proteger o sistema de acidentes ou falhas, fitas de sinalização em polietileno (10 cm,
aproximadamente) serão instaladas ao longo do circuito, indicando a presença de cabos energizados nas
valas respectivas.

3.3.2.13 Marcos de Concreto

A fim de sinalizar devidamente a localização das valas com cabeamentos, marcos de concreto
pintados com tinta refletiva deverão ser instalados ao longo da lateral das valas bem como na mudança de
direção. Em trechos retos, marcos espaçados com no máximo 50 metros deverão ser instalados. Para
identificação simplificada das redes, marcos pintados na cor amarela indicarão local de presença de rede
coletora; marcos pintados na cor vermelha o local de emenda dos cabos de média tensão.

3.3.2.14 Identificadores

Os identificadores ou “tags” deverão estar em ambas as extremidades dos condutores e seguir a


codificação especificada em projeto. Ainda, deverão respeitar as respectivas especificações técnicas e a
futura lista de cabos.

3.3.2.15 Fixação dos cabos

Para ajudar na organização dos cabos e evitar que fiquem soltos embaixo dos “trackers”, serão
utilizadas abraçadeiras com serrilhado interno, indicada para aplicações externas. Ainda, para auxiliar na
organização dos cabos que serão enterrados, serão utilizados fitilhos plásticos de polipropileno a cada 1,5
metros. A aplicação deste material facilita o trabalho de reaterro nas valas e mantém a formação dos cabos.

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3.3.2.16 Emendas

A utilização de emendas, quando necessário, se dará somente em cabos de média tensão. As


emendas serão do tipo contrátil a frio de dois tipos:
• Emendas que interligam as blindagens dos cabos e depois fazem o condicionamento total; e
• Emendas com ponto de aterramento nas blindagens (utilizado para mitigar a tensão induzida nas
blindagens).

3.3.3 Obras civis

3.3.3.1 Movimentação de terra

Os serviços de movimentação de terra no Complexo Fotovoltaico Sol de Itaueira são divididos em


duas atividades:
i. Supressão Vegetal: Serviço caracterizado pela retirada de árvores, raízes e arbustos do terreno, a
supressão vegetal também garante que uma camada de 20 cm de solo seja retirada, a fim de que
possam se retirar todas as raízes presentes. No local existe, em parte, resquícios do cultivo de
eucaliptos que serão retirados e comercializados sob responsabilidade do proprietário das terras do
empreendimento.
ii. Regularização: Serviço caracterizado pela adequação topográfica do terreno após a supressão
vegetal. Na regularização do terreno levam-se em consideração aspectos necessários para a
correta circulação de veículos no terreno bem como a possível correção de declividades que
possam atrapalhar ou, até inviabilizar a instalação das estruturas do “tracker”. É importante salientar
que se seguirão as instruções dos fornecedores dos equipamentos a serem instalados na usina
para que o aproveitamento da geração de energia elétrica seja o máximo possível.

A variação topográfica do terreno do projeto é baixa, a área não possui grotas ou declividades que
justifiquem muitas atividades de regularização de terreno para a instalação dos “trackers”. Todo o material
resultante da atividade de supressão vegetal será alocado em um “bota-fora” no interior do terreno do
Complexo e/ou será encaminhado à um “bota-fora” licenciado pelo órgão ambiental competente. Se
houverem taludes de corte e aterro, estes serão protegidos por camada vegetal natural e/ou radicular, a fim
de evitar processos erosivos.

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3.3.3.2 “Bota-Fora”

O projeto Complexo Fotovoltaico Sol de Itaueira contará com uma área separada especialmente
para o “bota-fora”, a fim de que se dê destinação a todo material proveniente da movimentação de terra e/ou
supressão vegetal que não pode ser utilizado em outra localidade. Da mesma forma, o “botafora” alocará os
materiais de possíveis demolições que se façam no terreno em questão.

3.3.3.3 Acessos internos

As vias internas do Complexo Fotovoltaico Sol de Itaueira têm como utilidade, basicamente, a
movimentação de veículos e durante a fase de construção e operação do empreendimento. As vias totalizam
48,4 km e possuem 25 m de largura.

3.3.3.4 Cercas e portão de acesso

O Complexo Sol de Itaueira contará com cercas com mourões a cada 2,5 metros e a altura total de
2,2 metros.

Figura 3.5. Cerca do Complexo Fotovoltaico Sol de Itaueira

Fonte: Memorial descritivo, 2022.

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3.3.3.5 Valas e caixas de passagem

As valas de cabos serão utilizadas para a passagem do cabeamento de baixa e média tensão, bem
como, também, dos cabos do sistema de comunicação. As valas de baixa tensão terão os cabos enterrados
diretamente no solo e o traçado destas se dará entre as fileiras dos “trackers”, ligando as “string boxes” até
os inversores, nas subestações unitárias. Da mesma forma que nas valas de baixa, os cabos de média
tensão também serão enterrados diretamente no solo, o traçado acompanhará os acessos, levando os
cabos das subestações unitárias até a subestação coletora, localizada às margens do canteiro de obras.

3.3.3.6 Passagem aérea

Com o objetivo de preservar as áreas protegida por lei, como a Área de Preservação Permanente,
posta para um pequeno curso d’água efêmero que corta a região de implantação do projeto solar e também
como forma de maximizar a utilização do terreno de forma tecnicamente viável, o Complexo Fotovoltaico
Sol de Itaueira contará com passagens aéreas a serem implantadas nesses ambientes.

Figura 3.6. Passagem dos cabos

A B

Legenda: A - Vala de cabeamento; B – Passagem aérea


Fonte: Memorial descritivo, 2022.

3.3.4 Construção e operação da Central Fotovoltaica

3.3.4.1 Construção

O Quadro 3.8 resume as principais atividades a serem realizadas na construção do Complexo Solar.
A execução das obras, segue a seguinte sequência:
• Instalações preliminares;
• Obras civis;

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• Montagem mecânica;
• Montagem elétrica; e
• Comissionamento.

Quadro 3.8. Atividades de construção do Complexo Solar

ATIVIDADE DE CONSTRUÇÃO DO COMPLEXO

Instalações Preliminares

Mobilização

Topografia

Instalação de cercas e portões

Construção do canteiro de obras

Obras Civis

Supressão vegetal / Raspagem

Locação complementar das fundações

Acessos internos

Valas (drenagem e cabeamento)

Montagem Mecânica

Cravação das hastes metálicas

Montagem das mesas de suporte

Instalação dos módulos fotovoltaicos

Montagem Elétrica

Lançamento dos cabos de baixa tensão

Instalação das caixas de junção

Sistema de aterramento

Lançamento dos cabos de média tensão

Subestações unitárias

Comissionamento

Inspeção

Medição

Testes

Fonte: Memorial descritivo, 2022.

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Todas as etapas de construção do Complexo Solar devem estar em conformidade com todas as
normas e regulamentos vigentes bem como respeitar as exigências técnicas dos mais diversos fornecedores
de equipamentos e materiais. A conformidade do projeto com sua execução proporcionará toda a
confiabilidade e segurança que são exigidas na execução de projetos de engenharia desta magnitude. É
importante salientar que o Complexo Fotovoltaico Sol de Itaueira será construído em fases, a saber:
• 1ª fase: 300 megawatts
• 2ª fase: 300 megawatts
• 3ª fase: 300 megawatts
• 4ª fase: 400 megawatts

Assim sendo, todas as distribuições de atividades, construções e montagens deverão respeitar as


fases de instalação como única, facilitando a implantação de todo o Complexo. A seguir se colocarão breves
considerações sobre as etapas listadas no Quadro 3.8.

• Instalações Preliminares
a) Mobilização
A mobilização é realizada no mês em que a obra se inicia, respeitando os prazos já estabelecidos
em cronograma. Já a desmobilização ocorre parcialmente, de acordo com o caminhar da obra e nos meses
finais de sua conclusão. Geralmente, a desmobilização é feita após a execução de programas de
recuperação de áreas degradadas e alteradas, presente nos estudos ambientais respectivos.

b) Canteiro de Obras
O canteiro de obras está situado na localidade nordeste do terreno, próximo à subestação SE Sol
de Itaueira 34,5kV/500kV em área de aproximadamente 4,5 hectares. Todas as instalações tem como
objetivo facilitar a realização das atividades, dar maior funcionalidade ao espaço ocupado e, ainda, respeitar
todos os padrões de segurança e de saúde ocupacional vigentes. É importante salientar que construções
como sanitários, ambulatórios e cozinhas haverão de ser de alvenaria, pelo menos até meia parede,
permitindo melhores condições de salubridade. As instalações serão padronizadas e de simples
montagem/desmontagem, como construções modulares, containers metálicos ou, ainda, tendas.

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• Obras Civis
a) Supressão Vegetal / Raspagem
Todo o processo de supressão vegetal respeitará minuciosamente as exigências técnicas do projeto
e, no caso de desmatamento, este seguirá as exigências previstas no código ambiental da autoridade
competente do estado.

b) Topografia
A medidas topográficas são feitas para identificar possíveis irregularidades no terreno que dificultem
a cravação das estruturas metálicas da usina solar.

c) Valas de Drenagem
As valas de drenagem serão feitas de acordo com o projeto executivo civil e o estudo hidráulico e
pluviométrico do local.

• Montagem Mecânica
Dentro das atividades relacionadas, temos: Montagem de mesas, posicionamento e fixação dos
módulos, fixação das “string boxes” e dos acionadores dos “trackers” e posicionamento dos eletrocentros
(inversores + transformadores).

• Montagem Elétrica
A montagem elétrica do parque solar segue as seguintes atividades sequenciais:
− Aterramento de estruturas;
− Lançamento de cabos: “string” para “string box”;
− Conexão dos módulos
− Montagem das “string boxes”
− Lançamento de cabos: “string box” para eletrocentro;
− Aferição da tensão dos módulos em circuito aberto;
− Aferição da corrente em curto circuito dos módulos em curto circuito;
− Lançamento de cabos de média tensão;
− Lascamento de cabos de comunicação; e
− Instalação dos eletrocentros.

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• Comissionamento
O comissionamento é o momento em que se inspecionam e testam todos os equipamentos e
processos que envolvem a operação de determinado empreendimento. Para o Complexo Fotovoltaico Sol
de Itaueira, será o momento em que serão realizadas todas as inspeções finais, termografia dos módulos,
medições e testes gerais como de isolamento e aterramento.

• Segurança, higiene e medicina do trabalho


Nesta etapa, se dá atenção especial à prevenção de acidentes, danos em equipamentos e
instalações e, também, com grande destaque à segurança do trabalhador e melhoria da salubridade das
atividades como um todo. A gestão de segurança, higiene e medicina do trabalho será de responsabilidade
da empresa contratada e seguirá todos os protocolos vigentes de acordo com o regulamento que rege a
atividade.

3.3.4.2 Consumo de água

A utilização da água para as atividades na cozinha, refeitório, ambulatórios, instalações sanitárias e


demais localidades onde ela se torne necessária A água será fornecida, em boa parte, por caminhões pipa
ou estação própria de tratamento de água de poço artesiano local, estimando um consumo diário de 220 m³
para o consumo humano.

3.3.4.3 Histogramas: mão de obra e equipamentos

Para a construção do Complexo Fotovoltaico Sol de Itaueira estimam-se 2200 trabalhadores no pico
de mão de obra, para cada fase de construção de 300 MW (367 trabalhadores a cada 50 MW,
aproximadamente). Para incentivar a economia local, estima-se a contratação de 80% trabalhadores locais
para as mais variadas atividades. Para a circulação interna de veículos, principalmente caminhões, estima-
se o volume de 120 caminhões diários no pico da construção de cada fase de 300 MW. Todas as vias de
circulação interna serão devidamente sinalizadas devido à grande circulação de equipamentos e de
materiais relacionados à construção.

3.3.5 Custo de implantação


O montante de capital aplicado para a aquisição dos equipamentos fotovoltaicos e seus acessórios,
bem como as obras civis, está descrito no Quadro 3.9.

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Quadro 3.9. Planilha de investimento

COMPOSIÇÃO DO CAPEX INVESTIMENTO (MM R$)

Módulos Solares R$ 3.023.879.040,00

String Box R$ 67.197.312,00

Sistema Tracker R$ 1.679.932.800,00

Eletrocentro R$ 671.973.120,00

Subestações (500kV) R$ 201.591.936,00


Serviços (Logística, Seguro, Materiais de Instalação, Engenharia, Montagem
R$ 1.075.156.992,00
Eletromecânica e Obra Civil).
TOTAL R$ 6.719.731.200,00

3.3.6 Operação e Manutenção

3.3.6.1 Monitoramento do sistema

Através da operação assistida do Complexo Solar, é possível identificar quaisquer problemas


relacionados ao parque. Da mesma forma, a operação do sistema deve produzir relatórios de desempenho
que serão utilizados para as futuras manutenções preventivas.

3.3.6.2 Limpeza dos módulos

É importante que todos os projetos de geração fotovoltaica considerem a limpeza dos módulos como
atividade importante na qualidade da geração elétrica que se projeta. A falta de limpeza pode prejudicar
substancialmente o volume de energia gerado e, consequentemente, diminuir o aproveitamento do parque.
Como o Complexo Fotovoltaico Sol de Itaueira está localizado em uma região de baixa precipitação
de chuvas, a limpeza programada se faz, mais ainda, necessária para a preservação dos equipamentos.

3.3.6.3 Manutenção preventiva

A manutenção preventiva é atividade obrigatória para o bom desempenho de qualquer planta de


geração solar. A limpeza dos módulos, da estrutura, verificações periódicas dos equipamentos elétricos e a
inspeção de demais equipamentos entram no plano de manutenção.

3.3.6.4 Manutenção Corretiva

A manutenção corretiva deve constar, também, nos planos de operação presentes no Projeto
Executivo. De modo geral, divide-se em atividades de manutenção crítica e não-crítica: a primeira
caracterizada pela urgência, representando algo risco para a produção ou para a segurança; a segunda por
reparos menores que, em muitos casos, podem aguardar o plano de visita programada. O monitoramento

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do sistema deve ser capaz de identificar os possíveis problemas e, da mesma forma, classificar a urgência
da atividade.

3.3.6.5 Custo fixo anual de operação e manutenção

Para cada UFV de 50 MWp, tem-se o seguinte custo anual de operação e manutenção:

Quadro 3.10. Custos de manutenção anual para cada UFV de 50 MWp

ATIVIDADE VALOR (R$)

Vigilância e segurança patrimonial 170.000

Escritório 75.750

Limpeza anual 130.00

Poda da vegetação local 230.00

Acessos e caminhos 45.000

Cercas e portões 8.000

Drenagem 20.230

Predial 20.000

Inspeções 80.450

Substituições / Reparos 345.540

Ferramentaria 16.700

Aferições de equipamentos 9.000

Consumíveis 54.560

Peças sobressalentes 95.000

Fonte: Memorial descritivo, 2022.

3.4 Alternativas locacionais e tecnológicas

Para que o projeto de instalação do Complexo Fotovoltaico Sol de Itaueira seja implantado, foi
necessário fazer um estudo técnico locacional para as análises de potenciais áreas da região. O diagnóstico
visa encontrar as condições adequadas para a instalação, assim como a definição das alternativas
tecnológicas que apresentem o melhor benefício para o empreendedor como também para o meio ambiente,
para o desenvolvimento socioeconômico da região e do país e o incremento no setor energético de fontes
de energias renováveis para a manutenção dos recursos naturais.

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3.4.1 Alternativas locacionais


Este tópico vai de encontro com as determinações do art. 5º da Resolução CONAMA 01/86, ou seja,
abrange as alternativas de localização do Complexo, confrontando com a circunstância de uma não
efetivação do projeto e suas alternativas. Na escolha de um local adequado para o desenvolvimento de um
projeto de geração de energia a partir de placas fotovoltaicas, faz-se necessária uma análise multidisciplinar
detalhada, observando inúmeros critérios técnicos, sociais, ambientais e econômicos pré-definidos.
Para que o empreendedor pudesse avançar com o projeto do Complexo Fotovoltaico Sol de Itaueira,
foi necessário fazer um estudo detalhado afim de encontrar o local ideal para instalação do empreendimento
proposto assim como definir alternativas tecnológicas que apresentasse um melhor benefício para o
empreendedor e para e desenvolvimento socioeconômico da região e do País.
Na definição de um local para desenvolver um projeto de tecnologia fotovoltaica é necessário
abordar e definir inúmeros critérios com diferentes pesos. Alguns dos critérios analisados são:
• Áreas com alto índice de radiação solar;
• Localização o mais próximo possível das estruturas de distribuição (rede de média tensão,
subestação e linha de transmissão), facilitando a conexão ao SIN – Sistema Interligado Nacional;
• Disponibilidade de terrenos para aquisição, próximos a subestação, grandes suficientes para um
parque com potência de 1,3 GW;
• Disponibilidade de terrenos com condições geológicas favoráveis, com gradientes topográficos
suaves, situação que favorece a instalação de painéis solares;
• Área compatível com o porte do empreendimento, Imóvel com documentação regularizada e sem
impedimentos ambientais;
• Minimização de interferências com recursos minerais, hídricos, paleontológicos e espeleológicos;
• Infraestrutura da região. A existência de uma infraestrutura adequada dentro e nas imediações do
sítio da usina fotovoltaica é pré-requisito que dá segurança ao empreendimento, tanto nos aspectos
técnicos quanto econômicos;
• Acessos: a logística de transporte de equipamentos exige estradas de boa qualidade e em bom
estado de conservação.

Desta forma, procurou-se estabelecer com este projeto a melhor relação custo x benefício,
procurando obter a maior taxa de produção de energia por área ocupada. Com relação a microlocalização,
o projeto foi desenhado de forma a minimizar a fragmentação de habitat, preservando corredores ecológicos
naturais, como por exemplo, nas áreas de drenagem naturais. Procurou-se otimizar a localização da área

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para obter aproveitamento máximo de produção de energia por hectares. Dentre as medidas que foram
utilizadas no presente projeto proposto que ajudam a otimizar a eficiência do uso do terreno estão:
1) Maximizar o número de painéis no espaço disponível: O presente projeto procurou ocupar todas
as áreas disponíveis do terreno, dando preferência as áreas menos preservadas, excluindo apenas
áreas sensíveis, que foram selecionadas para funcionar como Reserva Legal e Área de Preservação
Permanente.
2) Minimizar o tamanho e/ou número de estruturas auxiliares: As estruturas auxiliares como
Subestação e Linha de transmissão foram otimizadas quanta a localização, a Subestação do projeto
está localizada de forma que a Linha de Transmissão apresente a menor distância entre a
Subestação elevadora do projeto e o seccionamento com a Linha de Transmissão de conexão.
3) Minimizar novas linhas de transmissão: A proximidade com a LT 500kV CHESF São João do
Piauí – Boa Esperança é um fator de otimização do projeto, por diminuir a extensão da Linha de
Transmissão, facilitando o escoamento da energia para o SIN Nacional.

Considerando-se os aspectos elencados anteriormente, vê-se que no estado do Piauí, muitas áreas
apresentavam potencial em relação à incidência dos raios solares, haja vista que a taxa de insolação média
no estado varia de 2.585 a 2.956. Na região de implantação do empreendimento, foi instalado uma estação
solarimetrica (Foto 3.2), para análise da viabilidade solar da região. Os dados foram analisados por 01 anos
e para o local, a média registrado foi de 2.008 kWh/m² de irradiação direta e 2.134 kWh/m² de irradiação
global horizontal.

Foto 3.2. Estação Solarimétrica

Fonte: WMetria, 2022.

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A condição da morfologia do terreno é favorável, com altitude variando de 220m a 240m na maior
porção do empreendimento, com a altitude máxima na porção sudoeste do terreno, podendo chegar a 270
metros, já as menores altitudes (190m a 210m) são encontradas no trecho preservado da Área de
Preservação Permanente e Reserva Legal. No geral o relevo do local da usina pode ser considerado como
simples, o que é satisfatório para aplicações solares, pois permite menores custos com obras civis e
menores sombreamentos.
A área do Complexo está situada próxima da rodovia estadual PI-140, sendo esta asfaltada e de
boa conservação, melhorando a logística de transporte de equipamentos. Além disso, exige menores custos
para a abertura e pavimentação dos acessos internos, com pouco deslocamento de material para construção
dos acessos e acomodação dos conjuntos de suportes e painéis solares. Outro fator de importância foi a
proximidade da área do empreendimento dos centros das cidades de Itaueira e Floriano, que tão o suporta
de infraestrutura para os trabalhadores do Complexo.
Do ponto de vista social, procurou-se uma localidade onde os impactos negativos para as
populações sejam mínimos, preservando ao máximo as comunidades existentes no entorno do
empreendimento.

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Mapa 3.3. Alocação do empreendimento

Fonte: WMetria, 2022.


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3.4.2 Alternativas tecnológicas


O Brasil possui uma matriz energética com uma grande participação de energias renováveis (79,4%)
se comparado à de outros países. Somente o aproveitamento hidroelétrico é responsável pela geração de
mais de 57,6% da eletricidade do país (ABSOLAR, 2022). No entanto, quando a oferta de energia
hidroelétrica é prejudicada por fenômenos naturais como secas e diminuição de precipitações, outras fontes
são acionadas, como carvão mineral e gás natural, cuja produção é mais cara e mais poluente. Isto é ainda
severo quando se pensa sobre a vulnerabilidade do sistema elétrico brasileiro às mudanças climáticas, que
tendem a intensificar eventos extremos como as secas (ALMEIDA, 2018).
Diante disto, fontes renováveis se mostram necessárias quando se analisa as principais premissas
para o setor elétrico brasileiro: o Brasil precisa de mais energia para crescer; o potencial hidrelétrico já não
é mais suficiente para suprir toda a demanda; há necessidade de diversidade na matriz elétrica; a
modicidade tarifária poderia se beneficiar com a inserção de novas fontes de energia; e o modelo
convencional de complemento térmico vai de encontro às questões ambientais. Portanto, investir em fontes
de energia renovável é a melhor forma de atender à demanda crescente, trazendo mais segurança
energética para o desenvolvimento econômico sustentável.
O Plano Nacional de Energia (PNE), aponta um cenário de crescimento de usinas solar nos
próximos 30 anos. Essa expansão do referido setor pode ser justificada devido a facilidade de instalação
quando comparado com as usinas hidrelétricas e redução dos impactos ambientais (MME, 2007).
Quanto a disponibilidade para a instalação de usinas fotovoltaicas o Brasil inteiro possui grande
atratividade, mas a região do semiárido nordestino, que envolve o Estado do Piauí, onde está localizado o
projeto em estudo, é um grande potencial para geração de energia solar.
Os dispositivos fotovoltaicos são robustos e simples em design, exigem pouca manutenção e sua
maior vantagem é a construção deles como sistemas autônomos para fornecer saídas de micro a
megawatts. A orientação de painéis fotovoltaicos segundo a inclinação é útil para otimização do
aproveitamento solar, para se aumentar o rendimento no aproveitamento da energia solar, são utilizados os
seguidores solares ou trackers.

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4 ÁREAS DE INFLUÊNCIA DO EMPREENDIMENTO

O Inciso III do artigo 5º da Resolução CONAMA Nº 001/86 estabelece a seguinte diretriz na


elaboração de EIA/RIMA: “Definir os limites da área geográfica a ser direta ou indiretamente afetada pelos
impactos, denominada área de influência do projeto”. Logo as áreas de influência de um empreendimento
serão aquelas consideradas como áreas susceptíveis direta ou indiretamente aos seus possíveis impactos,
sejam eles positivos e/ou negativos.
A definição das áreas de influência é importante para o zoneamento ambiental e a avaliação da
abrangência dos impactos ambientais, sendo uma condição de grande relevância no direcionamento das
ações e programas destinados a avaliar e minimizar os impactos negativos que podem ocorrer nos
diferentes meios em função das atividades relacionadas as fases de projeto, implantação e operação da
obra.
Na área diretamente afetada e de influência direta é que os impactos serão percebidos com maior
intensidade e será exatamente onde os programas estipulados pela empresa responsável pela obra devem
aplicar os procedimentos, instrumentos e ações de forma direta, para que os impactos não venham a trazer
transtornos para as comunidades situadas no entorno e ao meio ambiente.
Diante disto, as áreas de influência do Complexo Fotovoltaico Sol de Itaueira foram definidas em
função do prognóstico das suas interferências ambientais, bem como do tipo de impacto ambiental gerado
sobre os componentes do meio físico, bióticos, culturais, socioeconômicos. Nesse contexto, a área de
influência do empreendimento compreende uma Área Diretamente Afetada (ADA), uma Área de Influência
Direta (AID) e uma Área de Influência Indireta (AII).

4.1 Área Diretamente Afetada (ADA)

A Área Diretamente Afetada (ADA) corresponde à área de intervenção direta prevista para o
empreendimento, compreendendo todas as instalações físicas delimitadas dentro da área especificada dos
terrenos, incluindo as áreas ocupadas pelas estruturas de apoio, instalações associadas aos painéis solares,
subestações, canteiros de obras, área de estoque, acessos provisórios e definitivos, pátios,
estacionamentos, áreas de carga e descarga, depósitos, armazéns, pátios de estocagem dos materiais,
almoxarifados, escritórios e demais instalações que precisarão ser construídas, bem como todas as demais
estruturas associadas à obra e de uso privativo do empreendimento.
Para esse empreendimento a delimitação da Área Diretamente Afetada quantificou 2.032,671
hectares. Nessas áreas serão executadas as obras e ocorrerá as atividades que impliquem na

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descaracterização física dos solos e formações superficiais tais como a limpeza do terreno para instalação
dos painéis, locais de instalação de estruturas auxiliares, as áreas das estradas e vias internas de acesso
construídas, ampliadas ou reformadas, área de canteiro de obras, áreas de subestação e da linha de
transmissão, entre outras sobre os impactos diretos e está localizada dentro dos limites das propriedade
arrendadas (Figura 4.1).

4.2 Área de Influência Direta (AID)

A AID corresponde a área geográfica diretamente afetada pelos impactos decorrentes do


empreendimento, onde as relações sociais, econômicas, culturais e as características físico-biológicas
absorvem esses impactos imediatamente. Entretanto, na prática é representada pelo espaço territorial
contíguo e ampliado da ADA, e assim como essa, absorve os impactos de forma mais intensa. Esses
impactos e os seus efeitos diretos e indiretos resultantes são induzidos pela existência do empreendimento
e não como consequência de uma atividade isolada.
Para estabelecer a AID, definiu-se um delimitador (um raio imaginário) de 5.000 metros a partir dos
limites da ADA, que funciona como zona de amortecimentos dos impactos diretos, conforme consta na
(Figura 4.1). Essa área funciona como um setor que sustentará o acúmulo dos impactos, diminuindo assim,
aspectos indesejáveis como ruídos, poeiras, materiais particulados, dentre outros.

4.3 Área de Influência Indireta (AII)

A Área de Influência Indireta (AII) compreende a área que será afetada pela implantação do
empreendimento de forma mais ampla, ou seja, onde as ações incidem de forma indireta, com a presença
de impactos em nível secundário e terciário, abrangendo os ecossistemas e o sistema socioeconômico que
podem ser impactados por alterações ocorridas na área de influência direta.
Levando em consideração o tipo de empreendimento e a relação estabelecida entre os diferentes
agentes relacionados às diversas etapas envolvidas no empreendimento, determinou-se como Área de
Influência Indireta o limite dos municípios de Itaueira e Floriano, devido às relações econômicas,
empresariais, tributárias, trabalhistas, fornecimento de materiais de construção e insumos, contratação de
mão-de-obra, prestação e terceirização de serviços, geração de renda e demais relações diretas e indiretas
oriundas da implantação e funcionamento do empreendimento (Mapa 4.1).

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Mapa 4.1. Mapa com a delimitação das áreas de influência do empreendimento

Fonte: WMetria, 2022.


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5 LEGISLAÇÃO APLICÁVEL E COMPATIBILIDADES

5.1 Considerações gerais

A introdução gradual de fontes de energias renováveis e sustentáveis para satisfazer as


necessidades atuais e futuras, tem buscado mitigar o impacto do consumo de energia procedente de
combustíveis fósseis (BIST; SIRCAR; YADAV, 2020). No Brasil, quase metade da matriz energética
produzida vem de fontes renováveis, onde a energia solar tem se destacado, representando mais de 2% da
matriz elétrica do país, com perspectiva de crescimento para os próximos anos (MME, 2021). Considerando
as políticas públicas ambientais e as normas certificáveis de sistemas de gestão de qualidade ambiental,
organizações de diferentes setores buscam meios de garantir melhoria contínua aos aspectos ambientais.
Assim, a análise dos aspectos legais objetiva compreender a legislação vigente e pertinente, baseando-se
na Constituição Federal, Legislação do Estado do Piauí e na legislação dos municípios diretamente afetados
pelo empreendimento.

5.2 Política Nacional de Meio Ambiente

A legislação ambiental brasileira foi criada com o intuito de proteger o meio ambiente e reduzir as
consequências de ações negativas. É considerada uma das mais completas e avançadas do mundo, em
que seu cumprimento diz respeito tanto às pessoas físicas quanto às jurídicas.
A proteção ambiental é um princípio expresso na Constituição Federal de 1988, que foi responsável
pela inclusão do componente ambiental na gestão das políticas públicas no Brasil, pois estabeleceu o direito
ao meio ambiente equilibrado como um direito fundamental do indivíduo. De acordo com seu art. 225, todos
têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia
qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para
as presentes e futuras gerações. Este reconhecimento impõe ao Poder Público e à coletividade a
responsabilidade pela proteção ambiental.
Na intenção de organizar o Estado para garantir os direitos ambientais previstos na constituição de
1981, a Lei Federal Nº 6.938/81 criou o Sistema Nacional do Meio Ambiente – (SISNAMA). Esta é
considerada a lei ambiental mais importante depois da Constituição Federal/88, pois fortalece o controle
ambiental, fornecendo subsídios à preservação e servindo de base para vários outros instrumentos legais,
como a Resolução do Conselho Nacional de Meio Ambiente – CONAMA Nº 001/86 que estabelece critérios

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básicos e diretrizes gerais para a Avaliação de Impacto Ambiental como instrumento da Política Nacional do
Meio Ambiente (PNMA).
Além disso, a Lei Federal Nº 6.938/81 estabelece que a construção, a ampliação e a operação de
empreendimentos e atividades potencialmente poluidoras, bem como aqueles capazes, sob qualquer forma,
de causar degradação ambiental, dependerão de prévio licenciamento ambiental por órgão competente,
integrante do Sistema Nacional de Meio Ambiente – SISNAMA.
A Resolução Nº 237/14 reitera que o licenciamento ambiental é um procedimento administrativo
pelo qual o órgão ambiental competente licencia a localização, a instalação, a ampliação e a operação de
empreendimentos e atividades utilizadoras de recursos ambientais, consideradas efetiva ou potencialmente
poluidoras ou daquelas que, sob qualquer forma, possam causar degradação ambiental, considerando as
disposições legais e regulamentares e as normas técnicas aplicáveis ao caso. A saber: Licença Previa,
Licença de Instalação e Licença de Operação.
A principal finalidade do licenciamento ambiental é compatibilizar o desenvolvimento econômico-
social com um meio ambiente ecologicamente equilibrado, garantindo a não geração de impactos ambientais
ou a minimização. Para isso, o CONAMA regulamentou a avaliação de impacto ambiental através da
Resolução nº 001/86 no qual determina que todo licenciamento ambiental de indústria potencialmente
poluidora terá de ser precedido de Estudo de Impacto Ambiental (EIA) e do Relatório de Impacto Ambiental
(RIMA).
Além disso, também foi utilizada a resolução Nº 237/97 que revisou procedimentos utilizados no
licenciamento ambiental e apresentou um conjunto de instrumentos para a execução da Política Ambiental,
como: estabelecimento da qualidade ambiental; zoneamento ambiental; avaliação de impacto ambiental;
licenciamento; criação dos espaços territoriais especialmente protegidos; incentivos à produção e instalação
de equipamentos e criação ou absorção de tecnologia, voltados para a melhoria da qualidade ambiental.
Visando assegurar a proteção da fauna brasileira foi instituído o Código de Proteção à Fauna – Lei
Nº 5.197/67 – (alterada pelas Leis 7.584/87, 7.653/88, 97.633/89 e 9.111/95). Esta estabelece que os
animais de quaisquer espécies em qualquer fase do seu desenvolvimento e que vivem naturalmente fora do
cativeiro, constituindo a fauna silvestre, bem como seus ninhos, abrigos e criadouros naturais são
propriedades do Estado, sendo proibida a sua utilização, perseguição, destruição, caça ou apanha, permitida
a caça quando autorizada pela União e, se for o caso, pelo proprietário da área onde ela se encontre. Prevê
ainda a criação de reservas biológicas onde a utilização, perseguição, caça ou apanha, ou a introdução de
espécies da flora e fauna silvestre e doméstica são proibidas e de parques onde a caça pode ser autorizada
e indica as infrações que configuram contravenção penal e regula a ação penal. Todas as espécies da fauna

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brasileira ameaçadas de extinção constam na "Lista Nacional Oficial de Espécies da Fauna Ameaçadas de
Extinção" (Portaria MMA Nº 444/2014), que trata de mamíferos, aves, répteis, anfíbios e invertebrados
terrestres e indica o grau de risco de extinção de cada espécie.
Já a flora brasileira é amparada pela Portaria MMA Nº 443/2014 que reconhece como espécies da
flora brasileira ameaçadas de extinção aquelas constantes da "Lista Nacional Oficial de Espécies da Flora
Ameaçadas de Extinção" e inclui o grau de risco de extinção de cada espécie. Recentemente a lista de
espécies ameaçadas foi atualizada, através da Portaria MMA Nº 561/2021.
Com intuito de também proteger o meio ambiente e garantir o bem estar da população, foi criado o
Código Florestal Brasileiro em 1934 e editado em 1965, hoje revogadas. Atualmente, a proteção da
vegetação nativa é regulamentada pelo “Novo Código Florestal” instituído pela Lei Nº 12.651/2012 que
expressa as normas gerais de proteção da vegetação, áreas de Preservação Permanente e as áreas de
Reserva Legal; a exploração florestal, o suprimento de matéria-prima florestal, o controle da origem dos
produtos florestais e o controle e prevenção dos incêndios florestais, além de prever instrumentos
econômicos e financeiros para o alcance de seus objetivos, sendo alterada pela Lei Nº 12.727/2012.
Ao ser alterada, trouxe as definições de Área de Preservação Permanente – APP: área protegida,
coberta ou não por vegetação nativa, com a função ambiental de preservar os recursos hídricos, a paisagem,
a estabilidade geológica e a biodiversidade, facilitar o fluxo gênico de fauna e flora, proteger o solo e
assegurar o bem-estar das populações humanas; e Reserva Legal: área localizada no interior de uma
propriedade ou posse rural, delimitada nos termos do art. 12, com a função de assegurar o uso econômico
de modo sustentável dos recursos naturais do imóvel rural, auxiliar a conservação e a reabilitação dos
processos ecológicos e promover a conservação da biodiversidade, bem como o abrigo e a proteção de
fauna silvestre e da flora nativa.
De acordo com seu art. 4, considera-se Área de Preservação Permanente: I – as faixas marginais
de qualquer curso d’água natural perene e intermitente, excluídos os efêmeros, desde a borda da calha do
leito regular, em largura mínima de: a) 30m para os cursos d’água de menos de 10m de largura; b) 50m para
os cursos d’água que tenham de 10 a 50m de largura; c) 100m para os cursos d’água que tenham de 50 a
200m de largura; d) 200m para os cursos d’água que tenham de 200 a 600m de largura; e) 500m para os
cursos d’água que tenham largura superior a 600m; II – as áreas no entorno dos lagos e lagoas naturais,
em faixa com largura mínima de: a) 100m em zonas rurais, exceto para o corpo d’água com até 20 ha de
superfície, cuja faixa marginal será de 50m; b) 30m em zonas urbanas; III – as áreas no entorno dos
reservatórios d’água artificiais, decorrentes de barramento ou represamento de cursos d’água naturais, na
faixa definida na licença ambiental do empreendimento, entre outras.

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A lei assegura que todo imóvel rural deve manter área com cobertura de vegetação nativa, a título
de Reserva Legal, sem prejuízo da aplicação das normas sobre as Áreas de Preservação Permanente.
Observando os seguintes percentuais mínimos em relação à área do imóvel, excetuados os casos previstos
no art. 68 desta Lei: I - localizado na Amazônia Legal: a) 80% (oitenta por cento), no imóvel situado em área
de florestas; b) 35% (trinta e cinco por cento), no imóvel situado em área de cerrado; c) 20% (vinte por
cento), no imóvel situado em área de campos gerais; II - localizado nas demais regiões do país: 20% (vinte
por cento).
Por fim podemos citar a criação da lei que foi considerado um marco para a legislação ambiental
brasileira, a Lei dos Crimes Ambientais, instituída através da Lei 9.605/98 dispõe sobre as sanções penais
e administrativas derivadas de condutas e atividades lesivas ao meio ambiente. Esta tem como principal
objetivo à reparação de danos ambientais, prevendo ações de prevenção e combate a esses danos, e
determina que até mesmo a pessoa jurídica e seus diretores, administradores, gerentes, representantes ou
mandatários que, tendo conhecimento da conduta criminosa de outrem, deixam de impedir a sua prática,
quando deveriam agir para evitá-la.
Abrange quase todas as infrações praticadas contra os elementos que compõem o meio ambiente:
crimes contra a Fauna; crimes contra a Flora; da Poluição e outros crimes Ambientais, crimes contra o
Ordenamento Urbano e o Patrimônio Cultural; crimes contra a Administração Ambiental; e da Infração
Administrativa. Também são considerados crimes ambientais todas as atividades que forem consideradas
prejudiciais ao meio ambiente, em que vincularão seus autores às sanções previstas nesta Lei, sem prejuízo
da responsabilidade de reparação do dano ambiental. As penas previstas são aplicadas conforme: a
gravidade da infração: quanto mais reprovável a conduta, mais severa a punição; os antecedentes do infrator
quanto ao cumprimento da legislação ambiental; e a situação econômica do infrator, no caso de multa.

5.3 Política Estadual de Meio Ambiente

Na esfera estadual, a proteção ao meio ambiente é assegurada pela Constituição do Estado do


Piauí de 1989 (alterada pela Emenda Constitucional Nº 54/2019 e atualizada em 2020). No seu capítulo VII
que trata sobre o meio ambiente, o art. 237 determina que todos têm direito ao meio ambiente
ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-
se ao Poder Público e à coletividade a responsabilidade pela proteção ambiental.
Com o intuito de estruturar as leis ambientais no estado foi criado pela Lei Estadual Nº 4.797/1995
a Secretaria Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos do Piauí (SEMAR/PI), sendo o órgão
responsável pela gestão dos recursos hídricos e o uso sustentável do meio ambiente.

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Para fortalecer a dinâmica da preservação do meio ambiente no estado, foi criada a Lei Nº
4.854/1996 que dispõe sobre a política de meio ambiente do Estado do Piauí. Esta estabelece que o Meio
Ambiente é patrimônio comum da coletividade, bem de uso comum do povo, e sua proteção é dever do
Estado e de todas as pessoas e entidades que, para tanto, no uso da propriedade, no manejo dos meios de
produção e no exercício de atividade, deverão respeitar as limitações administrativas e demais
determinações estabelecidas pelo poder público, com vistas a assegurar um ambiente sadio e
ecologicamente equilibrado para as presentes e futuras gerações.
No processo de licenciamento ambiental estadual, a Instrução Normativa SEMAR Nº 07/2021
estabelece os procedimentos, informações e documentos necessários à instrução de processos de
licenciamento ambiental, além de outros atos e instrumentos emitidos pela SEMAR.
Visando estreitar a comunicação da SEMAR com seu público interno e externo, ficou instituído o
Sistema Integrado de Gestão Ambiental e Recursos Hídricos - SIGA no âmbito da Secretaria de Estado do
Meio Ambiente e Recursos Hídricos como sistema oficial para requerimento, processamento e emissão de
licenças ambientais, outorgas e demais atos autorizativos junto à SEMAR, com a finalidade de promover a
gestão das demandas e informatizar os serviços oferecidos e prestados.
A regulamentação das licenças ambientais se dá pelo Conselho Estadual de Meio Ambiente –
CONSEMA. A obrigação do licenciamento está expressa na Resolução N° 10/2009 em que todas as
atividades passíveis de licenciamento ambiental no Piauí são fundamentadas. De acordo com esta, os
empreendimentos e atividades modificadores do meio ambiente são incluídos em sete classes que se unem
ao porte e ao potencial de impacto ambiental: Classe 1: pequeno porte e pequeno potencial de impacto
ambiental; Classe 2: pequeno porte e médio potencial de impacto ambiental ou médio porte e pequeno
potencial de impacto ambiental; Classe 3: médio porte e médio potencial de impacto ambiental; Classe 4:
pequeno porte e grande potencial de impacto ambiental; Classe 5: grande porte e pequeno potencial de
impacto ambiental; Classe 6: grande porte e médio potencial de impacto ambiental ou médio porte e grande
potencial de impacto ambiental; Classe 7: grande porte e grande potencial de impacto ambiental.
Quanto ao enquadramento dos empreendimentos e atividades passíveis de licenciamento ambiental
no Estado do Piauí, a Resolução CONSEMA Nº 33/2020 destaca que será realizado com base na definição
de porte e classe. Entretanto, a Resolução Nº 40/2021 altera a Resolução Nº 33/2020, e estabelece que o
enquadramento das tipologias licenciáveis e o procedimento de licenciamento ambiental a serem adotados
serão definidos pelo seu porte, potencial poluidor e sua respectiva classe.
Em seu Art. 2º fica instituído que o órgão ambiental licenciador, extraordinariamente, poderá exigir
do empreendedor o licenciamento ambiental de empreendimento e/ou atividade potencialmente poluidores

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ou capazes, sob qualquer forma, de causar degradação ambiental, ainda que não constante na resolução
ou quando o porte estabelecido esteja classificado no intervalo “não incidente”.
A Resolução determina ainda que, de acordo com o art. 16, terão enquadramento especial,
agravando-se a classe em um nível, ou mais níveis, motivadamente, os processos de licenciamento
ambiental de empreendimentos e/ou atividades de geração de energia elétrica a partir de fonte eólica ou
solar que estejam localizadas em: I – áreas em que o projeto incida diretamente em chapadas, cujo potencial
degradação poderá afetar áreas de preservação permanente e/ou comunidades a jusante da borda; II –
áreas de formações dunares, planícies fluviais e de deflação e demais áreas que a legislação estadual possa
legalmente instituir; III – zona Costeira e implicar alterações significativas das suas características naturais,
conforme dispõe a Lei Federal Nº 7.661/1988; IV – zonas de amortecimento de unidades de conservação
de proteção integral, adotando-se o limite de 3 km a partir do limite da unidade de conservação, cuja zona
de amortecimento não esteja ainda estabelecida; V – áreas regulares de rota, pousio, descanso, alimentação
e reprodução de aves migratórias constantes de Relatório Anual de Rotas e Áreas de Concentração de Aves
Migratórias no Brasil emitido pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade – ICMBio; VI –
locais em que venham a gerar impactos socioculturais diretos que impliquem inviabilização de atividades
cotidianas nas comunidades tradicionais, indígenas, extrativistas e quilombolas ou sua completa remoção;
VII – áreas de ocorrência de espécies ameaçadas de extinção e áreas de endemismo restrito, conforme
listas oficiais; e VIII – áreas que possam danificar ou tornar necessária a remoção de bens considerados
patrimônio arqueológico, histórico, cultural ou espeleológico.
Fica expresso em seu Art. 17 que terão enquadramento especial, atenuando-se a classificação
constante em anexos, os sistemas de transmissão e de distribuição de energia elétrica, independentemente
da tensão, quando a área da subestação ou faixa de servidão administrativa da linha não implicar em: I –
remoção de população que implique na inviabilização da comunidade e/ou sua completa remoção; II –
afetação de unidades de conservação de proteção integral; III – localização em sítios de: reprodução e
descanso identificados nas rotas de aves migratórias; endemismo restrito e espécies ameaçadas de
extinção reconhecidas oficialmente; IV – intervenção em terra indígena; V – intervenção em território
quilombola; VI – intervenção física em cavidades naturais subterrâneas pela implantação de torres ou
subestações; VII – supressão de vegetação nativa arbórea acima de 30% da área total da faixa de servidão
definida pela Declaração de Utilidade Pública ou de acordo com a NBR 5422 e suas atualizações, conforme
o caso; e VIII – extensão igual ou superior a 750 km.

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Serão consideradas de baixo impacto ambiental, as linhas de transmissão e distribuição implantadas


ao longo da faixa de domínio de rodovias, ferrovias, linhas de transmissão e outros empreendimentos
lineares pré-existentes.

5.4 Legislação Municipal

O empreendimento fica localizado entre os municípios de Itaueira e Floriano, e por isso serão
adotadas as legislações pertinentes aos dois municípios. Em Floriano, a Lei Ambiental Nº 211/99 dispõe
sobre a política de proteção, conservação, recuperação e desenvolvimento do meio ambiente e nos traz a
Política Municipal de Meio Ambiente; as ações que devem ser executadas, de competência do município,
área de intervenção, controle da poluição, flora, fauna, ar e emissões atmosféricas, emissões sonoras, uso
do solo, mineração, saneamento básico, além da aplicação da Política Municipal de Meio Ambiente, que
inclui o Conselho Municipal de Meio Ambiente, Fundo Municipal de Meio Ambiente, Educação Ambiental,
fiscalizações, infrações e penalidades.
Além disso, o município conta com um Plano Municipal de Educação Ambiental (PMEA) embasado
no Decreto Municipal Nº 026/2019. É uma ferramenta importante no planejamento de ações de educação
ambiental local, um instrumento norteador das políticas públicas direcionadas ao meio ambiente. Este
documento é baseado no Plano Nacional de Educação Ambiental, na Lei Estadual de Educação Ambiental
e na própria Lei Municipal Nº 211/1999, sobre a política municipal de meio ambiente.
Sobre os instrumentos legais que embasam os processos de licenciamento e autorizações para
intervenção ambiental no estado do Piauí, através do instrumento legal – Resolução CONSEMA Nº 14/2010,
o município de Floriano está habilitado para realizar o Licenciamento Ambiental das Atividades de Impacto
Local.
Já o município de Itaueira, dispõe apenas da Lei Nº 471/2017 que trata da Criação do Conselho
Municipal de Meio Ambiente – CMMA, sendo considerado um órgão consultivo de assessoramento ao Poder
Executivo Municipal e deliberativo no âmbito de sua competência sobre as questões ambientais propostas
nesta e demais leis correlatas ao município.

5.5 Legislação específica ao empreendimento

As energias renováveis ganham cada vez mais força no país, isso por que a busca por implantação
de fontes renováveis continua alta. No Brasil, a regulamentação do uso de energias renováveis foi marcada
pela criação da ANEEL (Agência Nacional de Energia Elétrica), através da Lei Nº 2.427/96, que determina
as normas para utilização de qualquer fonte de energia elétrica no país.

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Essa lei afirma que a ANEEL é responsável pela regulamentação e fiscalização de qualquer
produção, transmissão, distribuição e comercialização do insumo. Em complemento a essa lei, foi criado o
Decreto Nº 2.335/97, que diz respeito à organização interna dessa agência, incluindo suas competências,
atribuições, estatuto, autonomia, entre outros elementos nesse aspecto.
O mercado de geração solar residencial e comercial no país foi regulamentado efetivamente a partir
da Resolução Normativa Nº 482/2013 que institui a Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL), e
estabeleceu, de uma forma geral, os parâmetros de conexão, acesso, segurança e compensação de créditos
energéticos, oriundos de sistemas de geração distribuída solar ou de outras fontes, como eólica, pequenas
centrais hidrelétricas, biomassa e biogás.
O licenciamento de empreendimentos fotovoltaicos é mais simples do que aquele realizado em
usinas hidrelétricas e termelétricas, por exemplo, devido aos reduzidos impactos ambientais da tecnologia
fotovoltaica.
As formas de geração de energia solar que são permitidas no Brasil são pontuadas nas Resoluções
Normativas Nº 482/2012 e Nº 687/2015, em que: microgeração distribuída - são centrais de geração com
potência menor ou igual a 75 kW; minigeração - distribuída são centrais de geração que, no caso de energias
renováveis, como é a energia solar fotovoltaica, têm potência menor do que 5MW; sistema de compensação
de energia elétrica - quando há a geração de energia excedente, tanto no caso de microgeração quando no
caso de minigeração, o consumidor pode inserir a energia excedente na rede elétrica pública em troca de
créditos; empreendimento com múltiplas unidades consumidoras - consiste na geração de energia elétrica
para diversos consumidores, desde que todos estejam localizados em uma mesma propriedade ou em
propriedades contíguas; geração compartilhada - é a reunião de consumidores por meio de consórcio ou
cooperativa; autoconsumo remoto - geração de energia elétrica em unidades localizadas em região diferente
da qual a energia será consumida, desde que os locais sejam todos do mesmo dono.
Atualmente, o Licenciamento Ambiental para esse tipo de geração enfrenta algumas dificuldades.
Embora implícito na Resolução Nº 279/2001 do CONAMA, o licenciamento ambiental de projetos de geração
de energia solar fotovoltaica poderia ser contemplado dentro da categoria IV – usinas eólicas e outras fontes
alternativas de energia. Entretanto, a fonte fotovoltaica, em relação às demais energias alternativas,
apresenta baixo impacto ambiental, o que a tornaria merecedora de um tratamento diferenciado.
A Legislação Brasileira institui em 2018 a Política Nacional de Energia Solar Fotovoltaica
(PRONOSOLAR), que consiste em um programa de incentivos e metas para a expansão do segmento de
geração distribuída no Brasil, voltado exclusivamente para a fonte solar que, como consta, possui enorme
potencial no país, inclusive como complemento das fontes tradicionais.

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Quanto as outorgas e registros de geração de energia renovável, a Resolução Normativa Nº 876/


2020 estabelece os requisitos e procedimentos necessários à obtenção de outorga de autorização para
exploração de centrais geradoras Eólicas, Fotovoltaicas, Termelétricas e outras fontes alternativas, com
potência superior a 5.000 kW, à alteração da capacidade instalada dessas usinas e à comunicação de
implantação de centrais geradoras com capacidade instalada reduzida.
Atualmente, foi sancionada a Lei Nº 14.300/2022 que institui o marco legal da microgeração e
minigeração distribuída, o Sistema de Compensação de Energia Elétrica (SCEE) e o Programa de Energia
Renovável Social (PERS); e altera as Leis Nº 10.848/ 2004, e 9.427/1996.
Esta disciplina a microgeração e a minigeração distribuída de energia elétrica, bem como institui o
Sistema de Compensação de Energia Elétrica e o Programa de Energia Renovável Social, que é destinado
a investimentos na instalação de sistemas fotovoltaicos e de outras fontes renováveis, na modalidade local
ou remota compartilhada, aos consumidores da Subclasse Residencial Baixa Renda de que trata a Lei Nº
12.212/2010.

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6 DIAGNÓSTICO AMBIENTAL

Para conhecer melhor a região onde será implantado o Complexo Fotovoltaico Sol de Itaueira foi
realizado uma caracterização ambiental com base em diferentes aspectos associados aos meios físico,
biótico e socioeconômico.
O objetivo é conhecer e entender as características do meio físico, constituído pelo clima, as rochas,
o relevo, os tipos de solos, as águas superficiais (os rios) e subterrâneas (aquíferos), as cavernas, do meio
biótico constituído pela flora (ou vegetação) e a fauna (ou animais), e do meio socioeconômico, ou seja: a
população, com suas condições de vida, de trabalho e renda, de educação, saúde, habitação, segurança,
os serviços de infraestrutura oferecidos pelos municípios, as características históricas da região e os
aspectos culturais das comunidades.
A delimitação adequada das áreas de influência do empreendimento permitiu definir o referencial
espacial para o levantamento e análise de informações que conduziram a caracterização da situação
biogeofísica, socioeconômica e regional da área. Essa delimitação foi definida antes do início das obras e,
a partir desse diagnóstico, foi possível localizar territorialmente onde as consequências, positivas ou
negativas, da implantação do empreendimento atuarão no cotidiano da região.
Todos esses elementos foram pesquisados e analisados, tanto em consultas à bibliografia existente
(livros já publicados, documentos ou bases oficiais, artigos científicos, etc.), como foram feitos
levantamentos de campo, pelos profissionais especializados, que coletaram dados diretamente no local. Isto
permitiu compor um retrato da realidade atual do local em que será implantado o projeto, e da região em
torno dele, tal retrato é tecnicamente denominado Diagnóstico Ambiental.
Também foi examinado o nível de ruídos da AID, por meio de medições em campo, seguindo as
instruções das normas técnicas da Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental (CETESB). Cabe
destacar que esta etapa do estudo refletirá o trabalho interdisciplinar da equipe técnica, analisando as
interações dos diversos componentes físicos, biológicos e socioeconômicos. A seguir são apresentados os
resultados do diagnóstico ambiental na região de abrangência do Complexo Fotovoltaico Sol de Itaueira.

6.1 Meio físico

Na instalação de um Complexo Fotovoltaico são inúmeros os impactos ao meio físico local, pois há
modificações paisagísticas, que varia de acordo com o porte e local do empreendimento. Em alguns casos,
o meio sofre deterioração e/ou degradação, sendo necessárias medidas de controle, monitoramento, e

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mitigação dos danos. Além disso, a atividade exige bastante movimentação de recursos humanos,
maquinário, equipamentos e alguns materiais (BARBOSA FILHO et al., 2015).
Outro elemento de grande importância e que geram impactos neste tipo de empreendimento, são
os resíduos sólidos gerados na construção e instalação do parque. Há também o armazenamento e
manuseio de produtos químicos, como óleos e graxas, além de materiais de limpeza. Assim, com a geração
destes passivos ambientais, há um risco de potencial contaminação do solo por vazamento ou
acondicionamento inadequado e ineficiente desses materiais (BARBOSA FILHO et al., 2015).
A geração de poeiras/gases e alterações na qualidade do ar também é um impacto negativo e se
dá devido a circulação de veículos e o manuseio de máquinas e equipamentos na área do canteiro, bem
como a deposição de materiais diversos e o manejo de materiais terrosos, que podem causar, durante o
andamento das obras, o lançamento material particulado e a emissão de CO 2, alterando o padrão da
qualidade do ar local. As poeiras podem ainda depositar-se sobre áreas de vegetação e/ou em cursos
d’água, causando alterações na paisagem e nos ciclos de suprimento da fauna e da sociedade local
(HOSENUZZAMAN et al., 2015).
Com o desmatamento da área, poderão ocorrer perdas das camadas superficiais do solo, pois as
raízes carregam volumes de solo superficiais, deixando a superfície mais susceptível a agentes erosivos.
Em razão disso, processos naturais de transporte e migração de sedimentos arenosos podem intensificar-
se para direções mais baixas, como vales de pequenos cursos d’água, podendo ocorrer assoreamento de
cursos de drenagens naturais, chegando até a afetar o comportamento hídrico local (TURNEY et al., 2011).
Ainda na etapa de implantação poderão ocorrer alterações no ciclo hidrológico superficial da área
de influência direta do empreendimento, tendo em vista que alguns trechos das vias poderão conter o fluxo
natural das águas, diminuindo a superfície de infiltração. Os processos erosivos estão diretamente
relacionados à dinâmica de escoamento das águas superficiais (BARBOSA FILHO et al., 2015).
Além disso, alterações geotécnicas e na morfologia do solo podem causar instabilidade na sua
superfície. Na implantação de complexos solares fotovoltaicas, podem ocorrer tais alterações, gerando
instabilidade no solo e nas bacias de suprimento hídrico do entorno da obra, o que favorece a movimentação
de materiais e sedimentos arenosos, levando ao assoreamento de escoamentos naturais e desencadeando
processos erosivos (HOSENUZZAMAN et al., 2015).
A avaliação dos impactos ao meio físico assegura uma análise sistemática dos impactos ambientais.
Nesse contexto, é indispensável realizar uma abordagem integrada do meio físico, caracterizando a
condição ambiental da região de instalação do empreendimento, subsidiar a avaliação dos possíveis
impactos ambientais referentes às atividades associadas à implantação e operação do empreendimento, e

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garantir que os responsáveis pela tomada de decisão apresentem soluções adequadas à população e ao
meio ambiente, gerando medidas de controle e proteção, medidas mitigadoras e compensatórias, conforme
o impacto.

6.1.1 Caracterização climatológica


A análise e compreensão das condições atmosféricas e meteorológicas incidentes sobre uma região
é de extrema importância para a produção de energia elétrica a partir de fontes renováveis como os sistemas
fotovoltaicos, pois ajuda a compreender melhor a eficiência e difusão dessa tecnologia, além da
caracterização climática do local de instalação (MME, 2020).
Dentre as diversas variáveis analisadas em uma determinada região, têm-se os índices climáticos
de aridez, de umidade e hídrico, e outros que representam parte dessa caracterização, obtidos por meio de
variáveis meteorológicas, tais como precipitação pluvial, temperatura, umidade, evapotranspiração, pressão
velocidade do vento, entre outros (FREITAS, 2012).
O conhecimento da distribuição espacial e temporal destas variáveis, especialmente, das principais
variáveis físicas influenciadoras das condições climáticas, pode favorecer ou não os níveis de radiação solar
que chegam nos painéis, interferindo diretamente na produção de energia elétrica.
Além disso, é importante a constância do clima na região de implantação para os sistemas, Oliveira
et al. (2017) afirmam que o clima não deve possuir variações bruscas, pois podem aumentar o risco de
danificar os equipamentos. Portanto, quanto mais estável as condições climáticas de uma região, melhor
aproveitamento das placas solares e prolongação da vida útil do sistema como um todo.
O estado do Piauí está localizado na região Nordeste do Brasil (NEB), e se mostra extremamente
propício para a geração de energia solar. O estado está situado entre duas zonas de transição climática:
meio norte úmido e o nordeste semiárido, e este fato reflete no clima. A primeira predomina na maior parte
do território, sendo a região Norte mais úmido e com índices pluviométricos mais elevados, e a segunda
abrange, principalmente, o sudoeste do estado, em que os índices pluviométricos são baixos, e as chuvas
são distribuídas de forma irregular, resultando em secas prolongadas (MEDEIROS et al., 2020).
Em estudos para classificar o clima do Piauí, Medeiros et al., (2020) aplicaram o modelo de
classificação de Köppen (1928, 1931) utilizando o método da Krigagen. As classificações indicadas
mostraram-se muito sensíveis à orografia, aos índices pluviais e às oscilações de temperatura resultando
em três tipos climáticos: tropical quente e úmido (Aw), caracterizado por apresentar estação seca de inverno;
tropical chuvoso (As) que apresenta verão seco; e semiárido quente (BSh), com chuvas de verão e inverno
seco.

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De modo geral, o Piauí apresenta variabilidade na distribuição dos índices climáticos, caracterizando
assim suas especificidades. Os fatores climáticos como as massas de ar, associados aos fatores
geográficos latitude, relevo e solo é que vão definir as condições de precipitação, temperatura do ar, dentre
outros.

6.1.1.1 Análise climatológica da Área de Influência Indireta

A área de implantação do Complexo Fotovoltaico Sol de Itaueira está localizada entre as cidades
de Itaueira e Floriano, no estado do Piauí. A caracterização climatológica dos municípios baseou-se nos
dados coletados em três estações meteorológicas, uma convencional e uma automática em Floriano – PI, e
uma automática localizada no município de Canto do Buriti – PI (limítrofe a Itaueira).
De acordo com o modelo de classificação climática de Köppen (1928, 1931), proposto por Medeiros
et. al., (2020), a região do estudo apresenta clima tropical subúmido (Aw), com estação chuvosa no verão e
significativa seca no inverno. As chuvas são determinadas pela massa Equatorial Continental (EC) de ar
quente e nevoento, que é responsável pela ocorrência de precipitações em forma de aguaceiros (chuvas
mal distribuídas). O período chuvoso dá-se de novembro a março e as precipitações pluviométricas variam
de 800 mm a 1.400 mm (LIMA, 2020).
A classificação climatológica para o estado do Piauí está disposta no Mapa 6.1, em que é possível
observar os tipos de clima predominantes no estado, bem como as faixas de distribuição pluviométricas
registrado em todo o estado.

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Mapa 6.1. Classificação climática proposta por Köppen para o estado do Piauí

Fonte: WMetria, 2022.


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6.1.1.2 Caracterização pluviométrica

A precipitação está entre as variáveis meteorológicas mais importantes para os estudos de


aproveitamento energético da tecnologia solar fotovoltaica, uma vez que sua variabilidade espacial e
temporal pode interferir nos índices de radiação solar incidente nas unidades (SILVA, 2011).
No Piauí, os mecanismos climáticos definidores das precipitações são complexos e estão ligados
às influências e à conjugação de vários sistemas de circulação atmosférica, agindo separadamente nas
diferentes regiões do estado. Entretanto, acredita-se que esses mecanismos estejam ligados,
principalmente, ao comportamento das massas de ar predominantes, que apresentam dois regimes
definidos: o equatorial marítimo e o equatorial continental (LIMA, 2020).
O regime equatorial marítimo é caracterizado pela grande capacidade de penetração até maiores
altitudes e pela grande instabilidade. Nele são frequentes as nuvens convectivas, de grande influência na
redução da radiação solar que atinge a superfície, respondendo pela variação na temperatura observada no
período anterior à estação chuvosa. já o regime equatorial continental ocorre antes do regime equatorial
marítimo e tem influência sobre a maioria dos municípios pertencentes à bacia do Rio Canindé. O período
compreendido entre janeiro e março compreende o trimestre mais chuvoso do ano. Este regime é
condicionado pela massa amazônica úmida e instável que alcança a região no período do verão (LIMA,
2020).
O deslocamento das massas polares para o Norte também exerce influência nos índices
pluviométricos do estado, entretanto, essas massas polares já chegam enfraquecidas e não produzem
efeitos muito significativos. Além desses fatores, é frequente a ocorrência de chuvas decorrentes de
fenômenos transientes, como os Vórtices Ciclônicos de Ar Superior (VCAS) e Centros de Baixa Pressão e,
também, de efeitos orográficos (JACOMINE et al., 1986).
Os dados da Precipitação Acumulada Mensal e Anual (mm) – Normas Climatológicas do Brasil
(1990 – 2020) para a área de implantação do Complexo Fotovoltaico Sol de Itaueira estão dispostos no
Quadro 6.1, e foram obtidos junto ao INMET: Estação Convencional – Floriano (82678) e Estações
Automáticas – Floriano (A311) e Canto do Buriti (A365).

Quadro 6.1. Dados pluviométricos para a região de implantação do empreendimento (Estações – 82678; A365; A311)
Anual
Média
Ago

Nov
Jun

Dez
Out
Fev

Mar

Abr
Jan

Set
Mai

Jul

Meses

Precipitação (mm) 138,0 167,5 158,1 104,3 41,9 3,7 2,4 0,2 7,8 44,8 73,0 100,1 70,1 841,7

Nº de Dias Precipitação 14 14 14 11 5 2 1 0 1 5 8 11 7 86

Fonte: BDMEP – INPE.

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A caracterização do período chuvoso na área do estudo inicia-se no mês de dezembro e prolonga-


se até o mês de abril, tendo como trimestre mais chuvoso os meses de janeiro, fevereiro e março,
acumulando 133,6 mm, o correspondente a 79,36% de toda a chuva registrada no ano todo. A ocorrência
de períodos de veranicos é esperada para a região. O período de menores índices pluviométricos
compreende aos meses de junho a setembro, referindo-se ao quadrimestre mais seco, com precipitação
média de 3,5 mm/mês.
Os fatores provocadores de chuva que se apresentam em predominância para a região são
definidos com base no comportamento das massas de ar. Normalmente as chuvas têm intensidade
moderada (de tempo regular, podendo variar de sete a oito horas de chuvas descontínuas diárias), seguidas
de irregularidade devido às falhas dos sistemas meteorológicos atuantes (MEDEIROS, 2022). O período de
dias durante o ano com chuvas é em torno de 86 dias, sendo o trimestre de janeiro a março responsáveis
por quase a metade de dias com chuva no ano.
A precipitação pluviométrica no local de estudo possui intensa variação ao longo do ano, com meses
de chuvas abundantes e outros com pouca/nenhuma chuva. A Figura 6.1 demonstra as variações das
precipitações pluviométricas máxima, média e mínimas anuais. É possível verificar uma variação sazonal
extrema na precipitação mensal, caracterizando-se por uma ampla variação e excepcionalidades no regime
e ritmo de chuvas (SILVA, 2014).

Figura 6.1. Dados pluviométricos para a região de implantação do projeto (Estações – 82678; A365; A311)

167,5
158,1

138,0
Pluviometria (mm)

104,3
100,1

73,0
70,1

41,9 44,8

7,8
3,7 2,4 0,2

Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez

Fonte: BDMEP – INPE.

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6.1.1.3 Umidade relativa do ar

Outro fator importante para determinação de efeitos atenuantes atmosféricos em função da radiação
solar é a umidade relativa do ar (UR), em conjunto com a temperatura e o ponto de orvalho, uma vez que a
fração de radiação que chega à superfície depende das condições atmosféricas locais, as quais
caracterizam a transmitância atmosférica para a radiação de ondas curtas (BORGES et al. 2010).
A Figura 6.2 representa a variação da Umidade Relativa do Ar (UR) durante todo o ano para a
região de implantação do Complexo Fotovoltaico Sol de Itaueira, com base nos dados coletados no Banco
de Dados Meteorológicos do INMET. Observa-se no gráfico que a umidade do ar variou entre a mínima de
40,3% e a máxima de 82,1%, com média anual de 63,2%. Quanto maior a umidade relativamente do ar,
maior é o aumento do ponto de orvalho e geração de partículas dispersas na atmosfera agregando no
aumento da nebulosidade e consequentemente na dispersão da radiação solar. Nota-se que as mínimas
são expostas nos meses de julho a outubro, e as máximas de dezembro a abril (período de maior
precipitação).
Figura 6.2. Umidade relativa do ar para região de implantação projeto (Estação 82678)

80,5 82,1
77,7 78,9

71,0 69,6

59,2 60,4 63,2


Umidade Relativa (%)

49,1
46,9
42,8
40,3

Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez

Fonte: BDMEP – INPE.

6.1.1.4 Evapotranspiração

A evapotranspiração é diretamente proporcional à disponibilidade de energia solar e ao saldo de


radiação, logo esta é influenciada pela quantidade de radiação que chega na superfície. A variação da
quantidade de vapor d’agua na atmosfera, geralmente, está relacionada com a nebulosidade e interfere

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diretamente no balanço de ondas curtas e ondas longas que, por sua vez, altera o saldo de radiação (FIETZ;
FISCH, 2009).
A Figura 6.3 representa as variações espaciais da evapotranspiração para a área de implantação
do parque solar. A flutuações máximas mensais ocorrem entre os meses de dezembro a abril, com as
maiores perdas de água para a atmosfera em relação aos demais meses do ano, o que corresponde a
70,95% de toda a evapotranspiração anual. As flutuações mínimas ocorreram entre os meses de junho a
setembro, em decorrência dos baixos índices de precipitação pluviométrica. O total acumulado para o ano
foi de 901 mm/ano, com evapotranspiração média de 75,1 mm.

Figura 6.3. Evapotranspiração máximas, médias e mínimas para a região de implantação do CFV (Estação – 82678)

144,2

127,7 127,8
120,1 119,5
Evapotranspiração (mm)

79,1
67,8 68,5 75,1

23,9

8,7 12,0
1,7

Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez

Fonte: BDMEP-INPE.

6.1.1.5 Evaporação

A evaporação é uma das variáveis climáticas determinantes das condições do clima de uma região,
bem como da sua variabilidade e mudança em longo prazo (SANTOS et al., 2009). As taxas de evaporação
são influenciadas pelo aumento da temperatura, causando influência direta na garantia de atendimento das
demandas de água. (NOBRE et al., 2011).
A região de instalação do CFV Sol de Itaueira possui também como característica natural um alto
potencial para a evaporação da água, em função da enorme disponibilidade de energia solar e das altas
temperaturas. Em boa parte dos meses do ano, os índices de evaporação são bem maiores que os índices
de precipitação, demonstrando que ocorre um déficit hídrico na região.

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De acordo com a Figura 6.4, os índices de evaporação anual acumulada para a região foram de
2708,4 mm, sendo bastante expressivo quando comparado ao índice anual de precipitação. A média de
evaporação anual é de 225,7 mm/mês. Os menores índices de evaporação correspondem aos meses de
janeiro a abril, pois são os meses em que há maior taxa de precipitação, entretanto, o mês de setembro
apresenta taxa de evaporação expressiva (428,3 mm), pois é um dos meses de baixa precipitação.

Figura 6.4. Evaporação para a região de implantação do CFV Sol de Itaueira (Estação – 82678)

418,7 428,3

353,0 359,1
Evaporação (mm)

242,3 236,7
225,7

153,4 161,4

104,7 96,8
78,7 75,4

Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez

Fonte: BDMEP-INPE.

6.1.1.6 Temperatura

A temperatura indica a disponibilidade energética do ambiente, além de contribuir para a


determinação do albedo, que segundo Leitão et al (2002) é um parâmetro muito importante no balanço de
radiação de uma superfície e bastante utilizado em modelos climáticos. Normalmente as estações
meteorológicas o consideram para obter estimativas do fluxo de vapor d'água e do saldo de radiação.
Considerando que a temperatura está condicionada ao albedo, isto é, as superfícies atingem
temperaturas mais baixas com um alto emissividade do albedo expostas à Radiação Solar, reduzindo a
transferência de calor para o ar em seu entorno (FERREIRA; PRADO, 2003).
Além disso, nos sistemas fotovoltaicos, temperaturas elevadas contribuem na redução de eficiência
de painéis. Estudando locais de instalação de parques solares, Oliveira et al. (2017) afirmam que se o local
do projeto apresentar temperaturas elevadas (acima de 35°C), algumas medidas mitigatórias devem ser
levadas em consideração na fase de implantação dos sistemas, como módulos fotovoltaicos de baixo
coeficientes de temperatura.
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No Quadro 6.2 são apresentados os dados de temperaturas máximas, médias e mínimas anuais
para a área de implantação do Complexo Fotovoltaico Sol de Itaueira que foram obtidos junto a Estação
Meteorológica – 82678. Observa-se que a média da temperatura está em uma faixa entre os 23,2°C
(mínima) e 34,5 °C (máxima), tendo um certo padrão e pouca variância. A temperatura média anual é
predominantemente elevada (28,0 ºC). Os meses de agosto a novembro são considerados os mais quentes,
com temperatura máxima média diária superior a 36 °C e a mínima média de 24 °C. A estação mais amena
corresponde aos meses de janeiro a abril, com temperatura máxima abaixo dos 32,7 °C e mínima de
aproximadamente 22°C.

Quadro 6.2. Dados de temperatura para região de implantação do projeto (Estação – 82678)

Ago

Nov
Jun

Dez
Out
Fev

Mar

Abr
Jan

Set
Mai

Jul
Discriminção Média/Ano

Temp. Máxima °C 32,7 32,2 32,3 32,7 33,6 34,2 34,9 36,3 37,5 37,6 35,7 34,1 34,5

Temp. Média °C 27,0 26,5 26,5 26,8 27,2 27,4 27,7 28,9 30,4 30,7 29,3 27,9 28,0

Temp. Mínima °C 22,8 22,6 22,8 22,8 22,4 21,8 22,1 23,3 24,6 25,1 24,3 23,5 23,2

Fonte: BDMEP-INPE.

Na Figura 6.5 são apresentados o comportamento das temperaturas máximas, médias, e mínimas
anuais para a região. É possível identificar as flutuações das temperaturas, com maiores valores entre os
meses de agosto e novembro, e menores entre janeiro a abril.

Figura 6.5. Temperaturas máximas, médias e mínimas (Estação – 82678)

40,0

35,0
Temperatura ° C

30,0

25,0

20,0

15,0

Temp. Máxima °C Temp. Média °C Temp. Mínima °C

Fonte: BDMEP-INPE.

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6.1.1.7 Ventos (Velocidade e direção)

O vento atua em processos de troca de calor com o ambiente, consequentemente, reduz a


temperatura de módulos fotovoltaicos. Quanto maior for a velocidade do vento, maior será a troca de calor
por convecção na superfície de um módulo. Em sistemas fotovoltaicos (FVs), a temperatura do módulo pode
ser reduzida cerca de 1,45 ºC por cada m/s de velocidade do vento (TAMIZHMANI et al., 2003).
O Quadro 6.3 apresenta a velocidade e a direção dos ventos para a região de implantação do
empreendimento. A velocidade climatológica do vento varia entre 1,2 m/s a 2,6 m/s, caracterizando baixas
velocidades, de acordo com a Escala Beaufort. A velocidade média anual do vento é de 1,8 metros por
segundo. Nota-se que no local de estudo os ventos possuem pouca influência no desempenho de sistemas
fotovoltaicos devido às baixas velocidades encontradas. Nos meses de maior ventania, o sentido dos ventos
é predominantemente no sentido sudeste.
Quadro 6.3. Demonstrativo da direção e velocidade climatológica do vento (Estação – 82678)
Discriminção Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Média/Ano

Direção dos Ventos Calma Calma Calma Calma Calma SE SE SE SE Calma Calma Calma Calma

Direção dos Ventos (Graus) 97,0 103,0 98,0 114,0 120,0 122,0 124,0 124,0 115,0 95,0 77,0 74,0 105,3

Velocidade (m/s) 1,3 1,2 1,2 1,3 1,6 2,2 2,6 2,6 2,5 2,1 1,6 1,4 1,8

Fonte: BDMEP-INPE.
6.1.1.8 Insolação

Considerando que o sol incide na superfície da terra de forma distinta, o melhor modo de captar a
insolação incidente em uma região será melhor quanto mais próximo à linha do equador for, pois não haverá
grande variação da duração de horas de luz solar incidente (GREENPRO, 2004).
Os índices de insolação em uma região são bastante variáveis, e um dos fatores responsáveis por
essa variação é a nebulosidade, pois, as nuvens fazem com que ocorra alteração na intensidade da radiação
solar incidente na superfície, e por conta disso, explica-se a variabilidade de radiações incidente de uma
região (SILVA, 2011). Em um dia nublado, por exemplo, a intensidade da radiação solar será menor e,
consequentemente, o desempenho do módulo será prejudicado. O contrário corre em dia claro ou com céu
sem nuvens (MARQUES et al., 2000; CAMPOS; ALCANTARA, 2016).
A Figura 6.6 ilustra os dados médios de insolação para a região de implantação do Complexo
Fotovoltaico Sol de Itaueira. Os dados compõem as Normais Climatológicas do Brasil, disponibilizadas pelo
Instituto Nacional de Meteorologia (INMET – Estação 82678). A insolação anual acumulada para a região é
de 2.811,3 horas de sol, em que o total anual médio de horas de insolação é de 234,3 horas. Observa-se
que nos meses de maior precipitação há as menores taxas de insolação, isso por que a insolação possui
tendência inversa ao grau de precipitação.
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Figura 6.6. Insolação para a região de implantação do CFV Sol de Itaueira (Estação – 82678)

317,6
294,4 296,3
269,5 275,3
250,7
218,0
202,4 199,9
170,8
Horas

166,1
150,3

Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez

Fonte: BDMEP-INPE.
6.1.1.9 Nebulosidade

A nebulosidade está relacionada à variação da intensidade da radiação solar incidente na superfície,


em razão da composição da atmosfera, em função da presença de nuvens, de poeira, de poluição, dentre
outros (SILVA, 2011).
Para verificar o potencial de operação de instalações fotovoltaicas quanto a sua viabilidade e
eficiência é necessário obter os índices de nebulosidade para a região de instalação do empreendimento,
com base na atuação da radiação solar incidente. Pinho e Galdino (2014) afirmam que a intensidade da
radiação varia conforme a nebulosidade, por exemplo: em um dia totalmente sem nuvens no mínimo 20%
da irradiância que incide sobre uma superfície de captação é difusa, enquanto que em um dia totalmente
nublado 100% da irradiação que incide sobre uma superfície de captação é difusa.
Na Figura 6.7 são apresentados os índices de nebulosidade referentes a região de implantação do
CFV Sol de Itaueira, registrados na Estação Meteorológica – 82678. Observa-se que os períodos de maior
nebulosidade correspondem aos meses de maior precipitação, pois o grau de nebulosidade tende a
acompanhar o de precipitação. Em agosto, nota-se um bom aproveitamento da radiação solar global, devido
ao baixo índice de nebulosidade, sendo considerado o período em que o painel fotovoltaico poderia
desempenhar um melhor rendimento energético.

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Figura 6.7. Nebulosidade registrada na Estação Meteorológica – 82678

7,3 7,4 7,4

6,6 6,5
6,3

5,4 5,4
Nebulosidade (Octas)

5,0

3,9

3,2 3,3

2,5

Fonte: BDMEP-INPE

A Figura 6.8 mostra que o grau de nebulosidade ocorre de maneira proporcionalmente inversa à
insolação, e seus valores são maiores nos meses chuvosos, indicando que o céu está coberto por nuvens
que espalham a radiação solar e impendem que índices maiores de insolação cheguem à superfície, o que
influencia negativamente no comportamento do painel fotovoltaico (captação da energia solar) e
consequentemente, a sua capacidade de geração de energia é prejudicada no momento da nebulosidade.

Figura 6.8. Gráfico da climatologia da insolação e nebulosidade

350 8,0

300 7,0

6,0
250
5,0
Octas

200
Horas

4,0
150
3,0
100
2,0

50 1,0

0 0,0
Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez

Insolação Nebulosidade

Fonte: BDMEP-INPE

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6.1.1.10 Potencial Solarimétrico

O Índice Solarimétrico (IS) é caracterizado pela quantidade de luz solar incidente em uma região, e
determina o potencial de insolação em um certo espaço, sinalizando a quantidade de watts incidente em
uma área de 1 m2 durante um dia na região onde o projeto será instalado.
A energia solar fotovoltaica tem um grande potencial no Brasil, devido à sua localização geográfica
e aos atributos naturais favoráveis ao desenvolvimento da tecnologia. A média anual brasileira da irradiação
global varia entre 1.200 kWh/m²/ano e 2.400 kWh/m²/ano, sendo superior a maioria dos países da União
Europeia, como por exemplo: a Alemanha (900 – 1250 kWh/m²/ano), França (900 – 1650kWh/m²/ano) e
Espanha (1200 – 1850 kWh/m²/ano), o que favorece o aumento da capacidade dos empreendimentos.
O valor máximo da média diária da irradiação global horizontal anual identificado no Brasil (6500
Wh/m²/dia) ocorre no norte do estado da Bahia, na fronteira com o Piauí, o que demostra que nessas regiões
há alta incidência de irradiação solar, longos períodos de estiagem e uma baixa média anual de cobertura
de nuvens (DANTAS; POMPERMAYER, 2018; MME, 2020).
O estado do Piauí é o 3º maior produtor de energia solar, e apresenta grande potencial gerador. Por
estar privilegiadamente localizado na região Nordeste, em especial no chamado ‘cinturão solar’, que possui
o melhor nível de incidência solar do Brasil, o estado conta com um alto potencial de energia solar, atingindo,
em média, um período de 12 horas de sol e, aproximadamente, 5 kWh/m² ao dia.
O Quadro 6.4 apresenta os índices médios da Radiação Global mensal e anual para região de
implantação do empreendimento solar, considerando os dados obtidos no ano de 2019, na estação
automática localizada no município de Canto do Buriti (A365), onde pode ser constado que em todos os
meses do ano a média da radiação está a cima de 150 kWh/m², sendo o período de agosto a dezembro os
que apresentam os maiores índices.

Quadro 6.4. Média mensal de Radiação Global (kWh/m²) para região de implantação do CFV Sol de Itaueira (Estação
Meteorológica – A365)
MÉDIA MENSAL MÉDIA DIA MÉDIA MENSAL MÉDIA DIA
MESES MESES
(kWh/m²) (kWh/m²) (kWh/m²) (kWh/m²)
Janeiro 181,6 5,9 Agosto 192,4 6,2
Fevereiro 160,0 5,7 Setembro 200,6 6,7
Março 177,3 5,7 Outubro 207,6 6,7
Abril 160,3 5,3 Novembro 191,9 6,4
Maio 166,0 5,4 Dezembro 204,6 6,6
Junho 156,8 5,2 MÉDIA 180,4 6,2
Julho 165,9 5,4 TOTAL 2.165,1 -
Fonte: BDMEP-INPE

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6.1.1.11 Sinopse dos elementos meteorológicos

De acordo com a classificação de Köppen (1928, 1931), o clima da área de implantação do


Complexo Fotovoltaico Sol de Itaueira é do tipo Aw, caracterizado como clima tropical chuvoso com estação
seca de inverno, apresentando estação chuvosa no verão, e expressiva estação seca no inverno.
A estação com os maiores índices pluviométricos apresenta céu encoberto, com ventos calmos e
taxas de evapotranspiração acima da média. O período de baixas precipitações (seca) apresentam ventos
suaves, altas taxas de insolação e céu com poucas nuvens. Durante todo o ano o clima é considerado
quente, com taxas de temperatura variando de 23,2°C a 34,5 ºC.
A precipitação total anual é de 841,7 mm/ano, associado a uma evapotranspiração potencial de 901
mm/ano, apresentando saldo negativo de 56,3 mm. Observa-se também quatro meses (junho a setembro)
de déficit de água e cinco meses (dezembro a abril) de excesso. O Quadro 6.5 apresenta uma síntese dos
elementos climatológicos para a região de implantação do empreendimento.

Quadro 6.5. Resumo dos elementos meteorológicos para a região de implantação do projeto (Estações – 82678; A365;
e A311)

PARÂMETROS RESULTADO

Pluviosidade média anual 841,7 mm

Período mais chuvoso Dez-Abr

Evaporação média anual 225,7 mm

Temperatura média anual 28,0 °C

Umidade relativa média anual 63,2%

Velocidade média dos ventos 1,80 m/s

O balanço hídrico climatológico referente a região de instalação do empreendimento está ilustrado


na Figura 6.9. Verifica-se a ocorrência de excedente hídrico entre os meses de dezembro a abril, com
excessos nos meses de março e abril. As deficiências hídricas ocorrem entre os meses de maio a setembro,
sendo os meses de julho a novembro com maiores taxas de deficiência. Ocorre reposição de água no solo
nos meses de dezembro a fevereiro.
De acordo com os dados do balanço hídrico climatológico obtido, a região é classificada como apto
para a instalação do parque fotovoltaico, em função da média anual de temperatura ser superior a 8 °C e
ter uma boa disponibilidade de luz e energia solar.

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Figura 6.9. Gráfico do balanço hídrico para a região de implantação do projeto solar

Fonte: BDMEP-INPE

6.1.2 Ruídos
A intervenção humana no meio ambiente natural pode transformar o espaço e os objetos nele
contidos, bem como pode criar produtos e ambientes novos ou inteiramente modificados, tornando-se objeto
de tutela das políticas públicas ambientais, constituindo o ambiente artificial. Por esse motivo, é
indispensável a construção de políticas públicas para regular a ação humana, exigindo que estas políticas
possam intervir de forma integrada para preservar e proteger a sadia qualidade de vida.
Entre os problemas ambientais mais comuns na implantação de grandes empreendimentos, como
o projeto solar em análise nesse relatório, está a emissão de ruídos, que se apresenta como um dos
problemas mais recorrentes. A poluição sonora afeta o ser humano, a flora e a fauna, reduzindo a qualidade
de vida, a qualidade ambiental desta e das futuras gerações.
Inevitáveis em algumas atividades, especialmente durante as etapas de supressão vegetal,
movimentação de terra e construção, as vibrações sonoras são geradas por equipamentos como
motosserras, tratores, betoneiras, bate-estacas, serras-circulares, rompedores, compressores entre outros.
Embora os impactos provocados pela poluição sonora não ser acumulativo no meio ambiente, como
outros tipos de poluição, os mesmos causam vários danos ao corpo e à qualidade de vida das pessoas bem
como, a fauna e a flora. A Organização Mundial da Saúde considera a poluição sonora, um problema de

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saúde pública podendo causar problemas como dores de cabeça, enxaqueca, estresse e perda do potencial
auditivo.
Desta forma, o monitoramento de ruído ambiental está se consolidando cada vez mais como um
importante instrumento de prevenção e controle dos impactos socioambientais referentes ao aumento do
nível de pressão sonora provida de fontes não naturais, como as geradas na implantação de grandes
empreendimentos.
Para evitar doenças ocupacionais e conflitos com a vizinhança, a emissão de ruídos deve ser
controlada e estar dentro dos limites permitidos pela legislação. A caracterização das fontes de ruídos
possibilitar uma avaliação preliminar do padrão de ruído local (natural ou antropogênico), antes de qualquer
interferência decorrente das atividades de implantação e operação do Complexo Fotovoltaico Sol de Itaueira.
As alterações do padrão de ruído em consequência da implantação do empreendimento serão
posteriormente acompanhadas por um plano de monitoramento e deverão atender a legislação pertinente,
em especial a Resolução CONAMA Nº 001/90, que estabelece critérios e padrões para emissões de ruídos
por atividades industriais.

6.1.2.1 Metodologia

Para medir os níveis de ruido naturais e atuais nas áreas de influência do empreendimento foram
realizadas medições duas vezes em quatro pontos amostrais, uma no período diurno, entre 7h e 18h, e a
outra no período noturno, entre 18h e 7h. Durante a campanha foi utilizado um decibelímetro digital para as
medições dos níveis de ruídos. O equipamento operou em escala de medição automática, de 30 a 130 dB,
ponderação em frequência A (dBA).
Para a realização das medições o instrumento foi alocado com distanciamento do solo de 1,5
metros, e a pelo menos 1,0 metro de distância de obstáculos verticais. As medições sonoras foram
registradas a cada 10 segundos em um período de 300 segundos (5 minutos); desta forma, 62 valores de
nível de pressão sonora foram registrados em cada um dos três pontos de medição. O esforço amostral
realizado totalizou 40 minutos, sendo 10 min/ponto, e um esforço acumulado de 40 minutos na fase de
licença prévia.
As medições foram realizadas com o decibelímetro Digital Hikari Modelo HDB-911, que, segundo
as instruções técnicas contidas no manual, possui uma escala de 30 a 130 dB, com precisão de ± 1,4 dB,
escala de frequências de 31.5Hz a 8KHz, com respostas rápidas e lentas e memória de valor máximo (pico).
Em virtude da influência da velocidade do vento, foi posicionado sobre o microfone um protetor a
fim de minimizar interferências nas medições, conforme preconiza a NBR 10.151:2000. O medidor do nível

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de pressão sonora foi ajustado para operar na curva de ponderação “A” e captar as frequências compatíveis
com a sensibilidade do ouvido humano na faixa de 30 Hz a 130 Hz.
A norma NBR 10.151:2000 estabelece as condições exigíveis de avaliação e método de avaliação
do nível de pressão sonora e apresenta valores de Nível de Critério de Avaliação – NCA para o período
diurno e para o período noturno em diferentes ambientes externos em decibéis (dB). A normativa apresenta
ainda, cálculo de nível de pressão sonora equivalente (LAeq) para a transformação dos dados coletados,
possibilitando desta forma a comparação com os níveis preestabelecidos pela NBR 10.151:2000.

LAeq=10log1nΣ1010Lini=I

onde: Li: é o nível de pressão sonora, em dB(A), lido em resposta rápida a cada 5 s, durante o tempo de
medição do ruído; n: é o número total de leituras.

No Quadro 6.6 estão dispostas as informações referentes aos pontos de amostragem, com as
respectivas fotografias e outros dados relevantes. No Mapa 6.2 podemos visualizar a distribuição dos pontos
em relação ao local destinado para implantação do empreendimento.

Quadro 6.6. Pontos de Monitoramento de Ruídos e suas respectivas descrições

PMR – 01 – Povoado Exú


Data da medição: 19 e 20/01/2022;
Condições do tempo: Céu aberto, com poucas nuvens;
Característica do ponto de amostragem: Em meio a estrada vicinal que corta o povoado Exu, zona rural de Floriano, distante
cerca de 4,8 km da área definida como diretamente afetada pelo empreendimento;
Fontes audíveis: Ação do vento e sonorização de pássaros (Diurno); Barulho provocado por chocalho de gado e passagem
esporádica de veículos.
Coordenada: X 708.046 Y 9.191.534

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PMR – 02 – Fazenda Gado Bravo


Data da medição: 19 e 20/01/2022;
Condições do tempo: Céu aberto com algumas nuvens;
Característica do ponto de amostragem: Em meio a área destinada para implantação do projeto solar, fazenda Gado Bravo,
zona rural de Itaueira;
Fontes audíveis: Sonorização de pássaros, barulho provocado por chocalho de gado, passagem de veículos na rodovia
Próximo (PI-140) (Diurno); Sonorização de pássaros (Quero-quero) e outros animais, barulho provocado por chocalho de gado,
vocalização de pessoas a cerca de 100 metros (Noturno);
Coordenada: X 701.132 Y 9.201.430

PMR – 03 – Povoado Pé-de-Juá


Data da medição: 19 e 20/01/2022;
Condições do tempo: Céu aberto com poucas nuvens;
Característica do ponto de amostragem: Em meio a estrada vicinal que corta o povoado Pé-de-Juá, distante cerca de 1
km da área de implantação do empreendimento, zona rural do município de Floriano;
Fontes audíveis: Sonorização de pássaros, barulho provocado por chocalho de gado (Diurno); Sonorização de pássaros e
outros animais, barulho provocado por chocalho de gado (Noturno);
Coordenada: X 705.557.132 Y 9.197.378

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PMR – 04 – Povoado Duas Lagoas


Data da medição: 18/01/2022;
Condições do tempo: Céu fechado com muitas nuvens;
Característica do ponto de amostragem: Em meio a estrada vicinal que corta o povoado Duas lagoas, zona rural do
município de Itaueira, distante cerca de 3,5 km do local de implantação do projeto solar;
Fontes audíveis: Sonorização de pássaros e outros animais, barulho provocado por chocalho de gado (Diurno); Sonorização
de pássaros e outros animais, barulho provocado por chocalho de gado (Noturno);
Coordenada: X 705.248 Y 9.205.374

Fonte: WMetria, 2022.

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Mapa 6.2. Mapa com distribuição dos pontos de monitoramento de ruídos

Fonte: WMetria, 2022.


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6.1.2.2 Embasamento legal

De maneira a assegurar a conformidade com a legislação vigente, o monitoramento do nível de


ruído relacionado ao processo de licenciamento ambiental do empreendimento busca atender aos requisitos
legais apresentados abaixo:
• Resolução CONAMA Nº 01:1990 - Dispõe sobre critérios de padrões de emissão de ruídos
decorrentes de quaisquer atividades industriais, comerciais, sociais ou recreativas, inclusive as de
propaganda política;
• NBR 10.151:2000: Acústica – Avaliação do ruído em áreas habitadas, visando o conforto da
comunidade – Procedimento.

6.1.2.3 Resultados

Para análise dos resultados obtidos durante as medições realizadas, tomou-se como referência a
norma ABNT NBR 10.151:2000, que define o Nível de Critério de Avaliação – NCA, como disposto no
Quadro 6.7. No levantamento realizado foi considerado como referência Áreas de sítios e fazendas em
ambiente externo, sendo 40 dB para o turno diurno e 35 dB para turno noturno.

Quadro 6.7. Níveis de critérios de avaliação de ruído

TIPO DE ÁREA DIURNO (dB) NOTURNO (dB)

Áreas de sítio e fazendas 40 35

Área estritamente residencial urbana ou de hospitais ou de escolas 50 45

Área mista, predominantemente residencial 55 50

Área mista, com vocação comercial e administrativa 60 55

Área mista, com vocação recreacional 65 55

Área predominantemente industrial 70 60

Fonte: NBR 10.151:2000.

Sendo assim, para os pontos onde o LAeq não foi excedido aos limites definidos pela norma, os
resultados serão comparados ao Nível de Critério de Avaliação definido no Quadro 6.7. Para os pontos
onde os resultados foram superiores ao NCA, assume-se o valor medido como parâmetro de comparação.
Os resultados dos níveis de ruído dos três pontos de medição nos períodos diurno e noturno são
apresentados no Quadro 6.8.

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Quadro 6.8. Níveis de ruído equivalente medidos

COORDENADAS
DIURNO NOTURNO
UTM
PONTOS Nível de Ruído Nível de Ruído
Nível e Critério de Nível e Critério de
X Y Equivalente - Laeq Equivalente - Laeq
Avaliação - NCA Avaliação - NCA
(dB) (dB)

PMR-01 708.046 9.191.534 35,84 40,0 37,09 35,0

PMR-02 701.132 9.201.430 56,33 40,0 49,31 35,0

PMR-03 705.557 9.197.378 45,07 40,0 41,86 35,0

PMR-04 705.248 9.205.374 46,62 40,0 40,16 35,0

Fonte: WMetria, 2022.

Durante o período de análise nos quatro pontos de amostragem, 66,93% das medições diurnas
apresentaram valores acima do limite estabelecido pela norma (40 dB), já no período noturno 83,87% das
medições estavam acima do estabelecido (35 dB). O ponto PMR-01 apresentou a menor média de medição
com poucas oscilações como pode ser verificado na Figura 6.10.

Figura 6.10. Medições no ponto PMR-01

Diurno Noturno

65,0

60,0

55,0
Medição (dB)

50,0

45,0

40,0

35,0

30,0
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 110 120 130 140 150 160 170 180 190 200 210 220 230 240 250 260 270 280 290 300
Tempo de Medição (S)

Fonte: WMetria, 2022.

No período diurno, o pico máximo medido foi 47,3 dB, mínimo de 32,7 dB, a média ficou em 35,84
dB e o valor acumulado somou 1164,20 dB. No período noturno, o padrão observado diferenciou,
principalmente pelos picos provocados pelo barulho emitido por chocalhos de animais que pastavam
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próximo ao local, além da passagem esporádica de alguns veículos. O pico máximo medido alcançou 62,3
dB, a média ficou em 37,09 e o acumulado quantificou 1149,90 dB.
O ponto de medição PMR-02, localizado em meio a área de implantação do projeto solar,
apresentou medições diurnas muito acima do enquadramento, principalmente devido à proximidade do local
com a rodovia (PI-140) que passa veículos constantemente, além de barulhos provocado por outras fontes.
A média para o período diurno ficou em 56,33 dB, com pico máximo de 58,9 dB e acumulado de 1746,30
dB. No período noturno as medições apresentaram valores ameno quando comparado com o período diurno,
onde as principais fontes de emissão de barulho foram provocadas por pássaros e os chocalhos colocado
em gado bovino, a média para as medições noturnas ficou em 49,3 dB com picos máximos de 56,1 dB. As
medições do segundo ponto estão dispostas na Figura 6.11.

Figura 6.11. Medições no ponto PMR-02

Diurno Noturno

70,0

65,0

60,0

55,0
Medições (dB)

50,0

45,0

40,0

35,0

30,0
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 110 120 130 140 150 160 170 180 190 200 210 220 230 240 250 260 270 280 290 300
Tempo de Medição (S)

Fonte: WMetria, 2022.

As medições obtidas no PMR-03 apresentaram um padrão no período diurno, não contabilizando


muitas oscilações, com a maioria das medições próximas a média de 45,07 dB, os picos máximos
alcançados ficaram próximo a 48,00 dB com acumulado de 1397,20 dB. Já no período noturno, as medições
oscilaram muito, com quatro picos que alcançando 50,00 dB, onde estes foram provocados principalmente
por barulho emitido por animais, como gado bovino. A média noturna ficou em 41,86 dB com acumulado de
1297,80 dB (Figura 6.12).
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Figura 6.12. Medições no ponto PMR-03

Diurno Noturno

70,0

65,0

60,0

55,0
Medições (dB)

50,0

45,0

40,0

35,0

30,0
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 110 120 130 140 150 160 170 180 190 200 210 220 230 240 250 260 270 280 290 300
Tempo de Medição (S

Fonte: WMetria, 2022.

As medições obtidas no último ponto (PMR-04), localizado em meio a comunidade Duas Lagoas,
representou grandes oscilações no período diurno, com média de 46,62 dB, atingindo vários picos de
oscilação, alguns alcançando medições próximas a 65 dB, o acumulado quantificou 1445,10 dB. Para o
período noturno, as medições permaneceram estável, com média de 40,16 dB, pico máximo de 56,3 dB e
acumulado de 1244,90 dB (Figura 6.13).

Figura 6.13. Medições no ponto PMR-04

Diurno Noturno

70,0

65,0

60,0

55,0
Medições (dB)

50,0

45,0

40,0

35,0

30,0
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 110 120 130 140 150 160 170 180 190 200 210 220 230 240 250 260 270 280 290 300
Tempo de Medição (S

Fonte: WMetria, 2022.

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6.1.2.4 Simulação dos níveis de ruídos que serão ocasionados na implantação e operação do
empreendimento

De uma forma geral todos os pontos de medição apresentaram valores acima do estipulado pela
legislação, quando se considera o ambiente rural para áreas de fazendas. O PMR-01 foi o que apresentou
a medição mais aceitável, com os valores no período diurno abaixo do estabelecido e os noturnos um pouco
acima do aceitável. O PMR-02, localizado em meio a área de implantação do projeto solar em análise,
obteve as maiores medições, com valor bem acima do estabelecido, tanto para o período diurno, como
noturno, o que é justificável pela proximidade do local com a rodovia (PI-140) que transita veículos
constantemente, além disso, no local tem muita movimentação animal, como gado bovino.
Com o início das obras de implantação e operação do COMPLEXO FOTOVOLTAICO SOL DE
ITAUEIRA, consequentemente haverá um aumento do fluxo de veículos automotores e maquinários na
região e com isso, aumentará os níveis de ruídos o que se sugere a implantação de um Programa de
Monitoramento de Ruídos. Vale ressaltar que além de serem temporários, estes tipos de ruídos serão
mitigados ao máximo com a utilização de máquinas e equipamentos em bom estado de conservação e
manutenção.

6.1.3 Geomorfologia
A caracterização da geomorfologia de uma região é de grande importância, pois possibilita o
conhecimento detalhado dos conjuntos que compõem os compartimentos estruturais-topográficos, suas
características litoestruturais, processos morfodinâmicos e intempéricos, proporcionando o conhecimento
dos potenciais naturais existentes, contribuindo na identificação de áreas de risco de ocupação, ambientes
frágeis, impactos ambientais ocorridos, interferência antrópica e a dinâmica da evolução natural da
paisagem (LIMA, 2016).
Para Souza e Furrier (2019), as intervenções humanas sobre o relevo terrestre, sem um prévio e
amplo estudo de suas potencialidades e fragilidades, prejudica o meio ambiente, e a própria sociedade,
minimizando os recursos naturais que dele poderiam ser aproveitados.
Na instalação de empreendimento fotovoltaicos, o estudo deste componente é imprescindível, visto
que se identifica as principais características sobre a área, servindo de base para a definição dos melhores
locais para se realizar a obra. Quanto mais rochoso for a área, maior é a resistência da terra, e o sistema
fotovoltaico (SF) fica mais desprotegido às descargas elétricas que possam surgir, no entanto, um terreno
pantanoso também não é aconselhável uma vez que o suporte (estacas) dos módulos fica suscetível a
colapsos.

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A geomorfologia do estado do Piauí origina-se da influência dos fatores litoestruturais, dos


processos morfodinâmicos e variações climáticas responsáveis pela dinâmica passada e atual do seu
modelado. Os aspectos geomorfológicos apontam bases geológicas assentadas no Embasamento
Cristalino Pré-Cambriano, Sedimentos Paleozóicos da Bacia Sedimentar do Maranhão-Piauí, Sedimentos
Terciários da Formação Barreiras e Sedimentos Costeiros Quaternários.
O relevo piauiense é constituído por linhas suaves, desde a forma subtabular das cuestas, planos
horizontais das chapadas, tabuleiros e colinas, seguidos pela planície litorânea que se estende até a linha
costeira. A identificação de feições geomorfológicas no estado do Piauí compreende uma compartimentação
regional classificada em seis tipos: Depressões Periféricas, Chapadões do Alto-Médio Parnaíba, Planalto
Oriental da Bacia Maranhão-Piauí, Baixos Planaltos do Médio-Baixo Parnaíba, Tabuleiros do Parnaíba ou
Pré-Litorâneos e Planície Costeira (LIMA, 1987).
As formas de relevo compreendem, principalmente, superfícies tabulares reelaboradas (chapadas
baixas), relevo plano com partes suavemente onduladas e altitudes variando de 150 a 300 metros;
superfícies tabulares cimeiras (chapadas altas), com relevo plano, altitudes entre 400 a 500 metros, com
grandes mesas recortadas e superfícies onduladas com relevo movimentado, encostas e prolongamentos
residuais de chapadas, desníveis e encostas mais acentuadas de vales, elevações (serras, morros e
colinas), com altitudes de 150 a 500 metros. Seqüência de platôs e chapadas de altitudes médias de 600 a
400 metros acima do nível do mar, podendo alcançar 800 metros (CPRM, 2004).

Foto 6.1. Afloramentos rochosos próximos a área do empreendimento

Fonte: WMetria, 2022.

Nos municípios de Itaueira e Floriano há sete compartimentos geomorfológicos que compõe o


relevo: Tabuleiros do Parnaíba, Vale do Gurgueia, Chapadões do Alto Parnaíba, Cuesta de Bom Jesus do

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Gurguéia, Planícies e Terraços Fluviais, Patamares do Parnaíba e Vãos do Médio Parnaíba. O


compartimento geomorfológico no qual abrange a Área de Influência Direta (AID) e a Área Diretamente
Afetada (ADA) é exclusivamente no domínio dos Tabuleiros do Parnaíba (Mapa 6.3).
A unidade geomorfológica do Tabuleiro do Parnaíba dispõe-se ao longo do médio curso do rio
Parnaíba, em geral correspondendo a planos retocados e irregulares. Os Tabuleiros do Parnaíba
compreendem as Baixas Chapadas e Tabuleiros do Médio Rio Parnaíba, e consiste em uma vasta superfície
arrasada por processos de erosão generalizados do relevo em diferentes níveis altimétricos, invariavelmente
em cotas baixas, entre 50 e 300 m (BDIA, 2021).
Este compartimento compreende o conjunto de extensos planaltos ao sul do Piauí, dentro da grande
unidade estrutural da bacia sedimentar do Maranhão-Piauí. Inicia-se no contato com a área das depressões
cristalinas, periféricas à bacia sedimentar, sendo representada pelos grandes planaltos conhecidos
popularmente como Serras. Limita-se com o Tocantins, o Maranhão e pequena porção da Bahia,
precisamente no contato com as Serras Semitumba e Tabatinga. A litologia dessa unidade é constituída
principalmente pelos arenitos da Formação Sambaíba (Triásico), que corresponde aos altos interflúvios do
Parnaíba/Gurguéia/Itaueira/Piauí (LIMA, 1987).

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Mapa 6.3. Geomorfologia predominante na região do empreendimento

Fonte: WMetria, 2022.

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A unidade geomorfológica do Tabuleiro do Parnaíba dispõe-se ao longo do médio curso do rio


Parnaíba, em geral correspondendo a planos retocados e irregulares. Os Tabuleiros do Parnaíba
compreendem as Baixas Chapadas e Tabuleiros do Médio Rio Parnaíba, e consiste em uma vasta superfície
arrasada por processos de erosão generalizados do relevo em diferentes níveis altimétricos, invariavelmente
em cotas baixas, entre 50 e 300 m (BDIA, 2021).
Este compartimento compreende o conjunto de extensos planaltos ao sul do Piauí, dentro da grande
unidade estrutural da bacia sedimentar do Maranhão-Piauí. Inicia-se no contato com a área das depressões
cristalinas, periféricas à bacia sedimentar, sendo representada pelos grandes planaltos conhecidos
popularmente como Serras. Limita-se com o Tocantins, o Maranhão e pequena porção da Bahia,
precisamente no contato com as Serras Semitumba e Tabatinga. A litologia dessa unidade é constituída
principalmente pelos arenitos da Formação Sambaíba (Triásico), que corresponde aos altos interflúvios do
Parnaíba/Gurguéia/Itaueira/Piauí (LIMA, 1987).

6.1.4 Geologia
Um dos impactos mais significantes na instalação de um empreendimento é sobre a geologia da
área, pois a maioria das atividades desencadeiam aumento da vulnerabilidade dos processos de erosão
hídrica e eólica causado pelo descobrimento dos solos. Em empreendimentos fotovoltaicos, este tipo de
impacto está diretamente relacionado à presença dos painéis (PV), que causam redução da área de
infiltração e diminui o escoamento superficial, aumentando assim o risco de erosão e o arrastamento das
partículas de solo pelas vertentes.
Considerando os principais impactos da exploração da atividade à geologia, o estudo das unidades
geológicas presentes na área do empreendimento é pertinente, visto que possibilita o levantamento e a
caracterização destas, classificando as rochas conforme suas características. Além disso, permite
particularizar simetricamente os aspectos das tipologias de solo e dos recursos hídricos associados ao
relevo. Na área de instalação do empreendimento, o quadro estratigráfico compreende totalmente a unidade
terciária, com idade cenozóico, denominadas de Coberturas Detrito-Lateríticas Neo-pleistocênicas (QPdl).
De acordo com a base cartográfica digital obtida pela CPRM (2006), as Coberturas Detrito-
Lateríticas Neo-pleistocênicas (QPdl) dispõem-se sobrepostas aos maios diversos tipos litológicos, desde
rochas metamórficas proterozóicas até sedimentos tércio-quaternários. Na área em questão, a cobertura
não se dispõe sobre nenhum tipo de sedimentos. No estado do Piauí sua ocorrência é mais perceptível à
parte sudoeste e uma porção do norte.

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Há dois principais eventos de laterização durante o Cenozóico: um primeiro, no Eoceno-Oligoceno,


formador das lateritas maduras ricas em caulinita e outro mais bem recente, no Pleistoceno, formador das
lateritas imaturas com alto teor de ferro. A cobertura detrito-laterítica neopleistocênica é, portanto, similar. A
laterita é também conhecida como canga ou concreções ferruginosas. Elas são utilizadas em construções
e em especial em leitos de estradas (LANI et al., 2012).
Compõem-se de sedimentos argilo-arenosos de cor amarelada, parcial a totalmente
pedogeneizados, gerados por processos alúvio-coluviais (Mapa 6.4). Essas coberturas constituem extensas
superfícies de aplainamentos encimadas por uma crosta ferruginosa a qual serve como referência na
identificação de deslocamentos neotectônicos manifestados nos desnivelamentos de platôs.
As rochas são identificadas à superfície e dificultam a mecanização. Quando a ocorrência é intensa
são extraídos para servirem de piso nas estradas, neste caso são denominados de cascalheiras.

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Mapa 6.4. Mapa das unidades geológicas regionais da área do empreendimento

Fonte: WMetria, 2022.

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6.1.5 Pedologia
O estudo dos solos é importante na compreensão do comportamento de determinada área mediante
o seu uso, possibilitando, estabelecer limites de acordo com as características do mesmo, pois possuem
propriedades intrínsecas que determinam sua aptidão e limitação de uso, as quais são muitas vezes
desprezadas durante as atividades agrícolas.
O entendimento dos atributos pedológicos faz-se necessário na implantação de um
empreendimento, pois permite identificar a formação, classificação, mapeamento dos solos, e desenvolver
técnicas que viabilize a utilização agrícola dos mesmos, através da mitigação de fatores limitantes ou
maximização das potencialidades. Dessa forma, faz-se necessário o levantamento dos aspectos
pedológicos na instalação de empreendimentos, com o intuito de identificar e mitigar possíveis impactos que
possam ser gerados.
De acordo com a CEPRO (2004), a região de instalação do empreendimento está sob domínio dos
Latossolos Amarelos (LA) associados a Neossolos Litolíticos (RL). Estes são provenientes de alterações de
arenitos, siltitos, folhelhos, conglomerados, calcários e silexitos.
São considerados solos espessos, jovens, com influência do material subjacente, compreendendo
latossolos amarelos, álicos ou distróficos, textura média, associados com areias quartzosas e/ou podzólico
vermelho-amarelo concrecionário, plíntico ou não plíntico. Destaca-se a presença de estratificação cruzada
e horizontal de arenitos com camadas intermedias de folhelhos. Toda essa geomorfologia influencia a
hidrografia da região, repercutindo na densidade e desenvolvimento da vegetação.
Para a identificação dos tipos de solo existentes nas áreas de influência do empreendimento, foi
utilizado a Base de Dados do Mapeamento Sistemático do Brasil (IBGE, 2019). No diagnóstico, na ADA foi
identificado a ocorrência apenas dos Latossolos Amarelos (LA), já na AID foram identificadas e
caracterizadas as classes de solos: LA - Latossolo Amarelo e RL – Neossolo Litolítico, conforme consta na
Mapa 6.5.
Os Latossolos Amarelos (LA) são solos que apresentam avançado estágio de intemperização,
sendo considerados bastante evoluídos e profundos, com pouca diferenciação entre os horizontes, podendo
ser destituídos de minerais primários ou secundários menos resistentes ao intemperismo (EMBRAPA, 2018).
De acordo com o Sistema Brasileiro de Classificação de Solos (SiBCS), os Latossolos Amarelos
(LA) são solos de baixa fertilidade natural, arenosos e com pouca retenção de umidade, rico em matéria
orgânica na camada superficial. São solos com acúmulo de argila abaixo do horizonte B textural, drenagem
imperfeita e restrição da profundidade efetiva. (EMBRAPA, 2005).

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Mapa 6.5. Classes de solos presente na região do empreendimento

Fonte: WMetria, 2022.

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Normalmente, são encontrados em relevos planos e suave ondulado, podendo também ser
presentes nas áreas de vales junto a neossolos. Esses solos se fazem presentes em uma extensa área no
território piauiense e a variação das classes de aptidão ocorre desde sua utilização, de forma regular para
lavouras, até seu uso apenas para pastagem plantada, o que pode ser justificado devido à baixa
disponibilidade hídrica em algumas regiões do estado, além de sua baixa fertilidade (DELARMELINDA,
2014).
Uma das limitações desse tipo de solo é a baixa fertilidade natural. Além disso, o relevo sofre
influência da mobilização dos sedimentos transportados pelo escoamento superficial e no fluxo de terra para
áreas rebaixadas. Quando em acentuadas declividades, não é recomendado o uso na agricultura devido
ao risco de degradação, pois contribuem para o processo erosivo, controlando a velocidade e o volume de
chuvas.
Já os Neossolos Litólicos (RL) são solos minerais não hidromórficos, rasos ou muito rasos, em que
a soma dos horizontes sobre a rocha não ultrapassa 50 cm, podendo estar associados a relevos mais
declivosos. Pedologicamente, são pouco evoluídos, com pouca espessura do horizonte A, facilitando a
erosão superficial em decorrência da rápida saturação dessa camada. São categorizados como solos jovens
com franja de intemperismo, pouco desenvolvido e evoluído de forma que o contato litólico é abrupto.
Normalmente, são solos de cerrado e que apresenta áreas bastante acidentadas, com relevo
ondulado a forte-ondulado, o que eleva a susceptibilidade à erosão. Apresentam textura variável – média
ou argilosa, e são heterogêneos quanto às propriedades químicas. Vale ressaltar, que usualmente a classe
Neossolo Litólico possui estrutura fraca granular muito pequena para o horizonte A e maciça para o horizonte
C, com consistência úmida friável no horizonte A e muito friável no C.
As limitações desse solo estão relacionadas à pouca profundidade, baixa disponibilidade hídrica,
presença da rocha e aos declives acentuados associados às áreas de ocorrência destes solos. Estes fatores
limitam o crescimento radicular, dificulta a mecanização e elevam o risco de erosão. Sua fertilidade está
condicionada à soma de bases e à presença de alumínio, sendo maior nos eutróficos e mais limitada nos
distrófios e alícos. Os teores de fósforo são baixos em condições naturais. Geralmente, estes são indicados
para preservação da flora e fauna, porém, em algumas regiões verifica-se que são utilizados na produção
de grandes culturas, como o milho, a soja, e arroz.
As análises na área de implantação do empreendimento confirmaram a ocorrência de Latossolo
Amarelo (LA) e de Neossolo Litólico (RL) apresentando textura franco arenosa, e cor vermelha-amarelada
(Foto 6.2).

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Foto 6.2. Caracterização dos solos predominantes na região

A B

C D

Legenda: A – Coordenadas do perfil do solo; B e C – Latossolo amarelo; e D – Neossolo Litólico.


Fonte: WMetria, 2022.

Os solos identificados na área de instalação do empreendimento representam o padrão topográfico


regional. A classe de solo de maior abrangência foi dos Latossolos, portanto, visando a contenção da erosão,
se faz necessário a adoção de práticas de conservação de solos. Quanto aos neossolos, estes são solos
rasos e frágeis, entretanto, ficarão preservados por encontrarem-se nas faixas de proteção ambiental como
a reserva legal e área de preservação permanente dentro deste empreendimento.

6.1.6 Espeleologia
As cavidades naturais subterrâneas são protegidas em âmbito federal por diferentes normativas. A
Constituição Federal de 1988 as aponta como bens da União (art. 20, inciso X), sendo o Centro Nacional de
Estudo, Proteção e Manejo de Cavernas (CECAV), do Instituto Chico Mendes de Conservação da
Biodiversidade (ICMBio), o órgão responsável pela proteção e manejo das cavernas, conforme Portaria
IBAMA Nº 57 de 1997. Já o Decreto Federal n° 99.556/1990, alterado pelo Decreto Federal N° 6.640/2008,

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aponta que as cavernas existentes no território nacional devem ser protegidas, determinando critérios de
classificação destas em graus de relevância, sendo que a metodologia para tal classificação é estabelecida
pela Instrução Normativa do Ministério do Meio Ambiente (IN/MMA) Nº 2/2009. Cabe ainda ressaltar que as
cavidades apresentam um entorno de proteção provisório de 250 metros, definido pela Resolução CONAMA
Nº 347/2004.
Cavernas são ecossistemas frágeis e delicados. Nestes ambientes, fluxos de energia estão se
processando a cada momento, sendo preciso todo cuidado quando existem intervenções humanas.
Constituídas por um sistema de canais horizontais e/ou verticais, com fraturas e estruturas geológicas de
variações irregulares, as cavernas formam um complexo sistema de condutos de excepcional beleza cênica,
onde a ação da água, em algum momento do tempo geológico e por meio de diferentes processos, dissolveu
a rocha matriz.
Os desenvolvimentos das cavernas estão intimamente relacionados às características dos aquíferos
cársticos que leva em conta a percolação da água em fraturas ou acamamentos, podendo ser ativas com
fluxo de água presente ou inativa sem fluxo de água (CARVALHO JUNIOR et al., 2008).
Auler e Zogb (2005), ressalta que são conhecidas cerca de 3% do provável potencial de cavernas
em rochas carbonáticas do Brasil, menos de 1% dos quartzitos e arenitos, aproximadamente 20% dos
minérios de ferro e menos de 10% das outras litologias.
Para este estudo os levantamentos espeleológicos foram compreendidos em três etapas distintas,
sendo elas: a primeira correspondeu às pesquisas de dados referentes à espeleologia da área de estudo, a
segunda etapa constituiu no levantamento de campo propriamente dito, quando foram percorridas as áreas
de estudo do complexo fotovoltaico; a terceira e última etapa correspondeu à análise dos dados de campo.

6.1.6.1 Potencialidade de ocorrência de cavernas

Grande parte do território brasileiro é composta por terrenos propícios à ocorrência de ambientes
cársticos em diferentes litologias. Conforme Piló e Auler (2011), apesar do potencial espeleológico brasileiro
situar-se na faixa de algumas centenas de milhares de cavernas, menos de 5% das cavidades naturais
subterrâneas brasileiras são conhecidas.
A primeira proposta de classificação do carste brasileiro surgiu na década 1970, elaborada por
Karmann e Sánchez (1979) que, a partir da distribuição de rochas carbonáticas, identificaram cinco
províncias espeleológicas, isto é, Vale do Ribeira, Bambuí, Serra da Bodoquena, Alto Rio Paraguai e
Chapada de Ibiapaba, além de outras nove áreas com fenômenos cársticos mais restritos. Em 1986, as

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províncias Rio Pardo, Serra Geral e Alto Urubu, as duas últimas de formação arenítica, foram incluídas
nessa classificação (KARMANN; SÁNCHES, 1986).
Posteriormente, Auler, Rubbioli e Brandi (2001) caracterizaram geologicamente a distribuição de 14
áreas carbonáticas no Brasil, adotando a terminologia região cárstica para designar áreas com cavernas. E
em 2009, analistas ambientais do CECAV refinaram e ampliaram essa classificação, a partir dos dados
constantes do Mapa Geológico do Brasil, da litoestratigrafia do Geobank e da base de dados do CECAV.
Para a avaliação do potencial espeleológico foi considerado a base de dados da CECAV 2018, com
ênfase no parâmetro Litologia como fator indicativo de potencial espeleológico, associado ao levantamento
de cavernas já conhecidos e registrados no CECAV 2021.
Foram utilizadas as cinco classes de grau de potencialidade estabelecidas: “Muito Alto”; “Alto”;
“Médio”; “Baixo”; e “Ocorrência Improvável”. Para cada classe foram agrupados os tipos de rochas,
ponderando seus aspectos e respeitando a frequência de ocorrência de cavidades, assim como pode ser
observado no quadro abaixo:

Quadro 6.9. Grau de potencialidade de ocorrência de cavernas no Brasil de acordo com a litologia
GRAU DE
LITOLOGIA
POTENCIALIDADE
Calcário, Dolomito, Evaporito, Metacalcário, Formação ferrífera bandada, Itabirito e Jaspilito Muito Alto

Calcrete, Carbonatito, Mármore e Marga Alto


Arenito, Conglomerado, Filito, Folhelho, Fosforito, Grauvaca, Metaconglomerado, Metapelito,
Metassiltito, Micaxisto, Milonito, Quartzito, Pelito, Riolito, Ritmito, Rocha calci-silicática, Siltito e Médio
Xisto
Anortosito, Arcóseo, Augengnaisse, Basalto, Charnockito, Diabasio, Diamictito, Enderbito, Gabro,
Gnaisse, Granito, Granitóide, Granodiorito, Hornfels, Kinzigito, Komatito, Laterita, Metachert,
Baixo
Migmatito, Monzogranito, Olivina gabro, Ortoanfibolito, Sienito, Sienogranito, Tonalito,
Trondhjemito, entre outros litotipos
Aluvião, Areia, Argila, Cascalho, Lamito, Linhito, Turfa e outros sedimentos Ocorrência improvável

Fonte: CECAV, 2022.

Considerando as áreas de influência do empreendimento tem-se que o empreendimento não se


encontra dentro de nenhuma litologia com provável ocorrência de cavernas, assim como pode ser observado
no Mapa 6.6.

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Mapa 6.6. Mapa de potencialidade de ocorrência de cavernas no Brasil

Fonte: WMetria, 2022.


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Segundo o Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de Cavernas, em seu último relatório


estatístico, foram contabilizadas 465 cavernas no estado do Piauí. Onde as cavernas mais próximas da área
do empreendimento, localizam-se cerca de 66 km de distância em linha reta, no município de Barão de
Grajaú já no estado do Maranhão (Toca do Inferno) e 101 km no município de Brejo do Piauí (Toca Nova da
Estrada) (CECAV, 2022). Durante a campanha de campo, na qual foi possível caracterizar toda a área
diretamente afetada e as áreas de influencias direta, realizada entre os dias 10 e 20 do mês de janeiro, não
foram identificados nenhum ponto com presença de cavidades, fato esse se justifica pela área de inserção
do empreendimento ser considerada como plana, não havendo afloramentos rochosos nas proximidades.
Segundos os dados do CECAV, (2022) não há cavidades registradas nos municípios de Itaueira e Floriano.

6.1.7 Hidrologia e hidrogeologia


A caracterização hidrológica e o levantamento morfométrico de uma bacia hidrográfica são
procedimentos importantes para as análises hidrológicas ou ambientais, cujo objetivo é proporcionar o
entendimento da dinâmica ambiental local e regional de forma integrada (TEODORO et al., 2007). O estado
do Piauí está dividido em duas províncias. A primeira e maior delas é representada pelos sedimentos que
constituem a Bacia Sedimentar do Parnaíba, e a segunda constitui o Embasamento Cristalino.
A Bacia Sedimentar do Parnaíba apresenta-se com uma estrutura fechada, tendo o rio Parnaíba
como eixo geral de drenagem superficial e subterrânea. Sua superfície abrange as áreas limítrofes do
Maranhão (a oeste) e a uma pequena extensão do Ceará (ao leste). Sob o domínio geológico desta bacia
encontram-se, aproximadamente 80% da área do estado, onde se destacam as unidades Serra Grande,
Cabeças, Poti/Piauí, disponíveis às explorações em situações de aquíferos livres e confinados.
Atualmente, as vazões naturais do estado estão divididas em 12 bacias hidrográficas/conjunto de
bacias: Bacias Difusas do Litoral; Bacia do Rio Piranji; Bacias Difusas do Baixo Parnaíba; Bacia do Rio
Longá; Bacia do Rio Poti; Bacia dos Rios Canindé; Bacias Difusas do Médio Parnaíba; Bacia do Rio Itaueira;
Bacia do Rio Gurguéia; Bacias Difusas da Barragem de Boa Esperança; Bacia do Rio Uruçuí Preto; e Bacias
Difusas do Alto Parnaíba.
De acordo com as vazões medidas nos postos fluviométricos e na simulação hidrológica, utilizando
o modelo chuva-deflúvio SMAP, foram determinadas as vazões específicas naturais e a potencialidade
hídrica de cada uma delas (Quadro 6.10). A potencialidade hídrica representa a capacidade de produção
hídrica das bacias hidrográficas, considerando somente a porção piauiense das bacias de domínio federal
(SEMAR, 2010).

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Quadro 6.10. Vazões naturais das regiões hidrográficas presentes no Piauí


VAZÃO DEFLÚVIO VOLUME
ÁREA DA VAZÃO
BACIA ESPECIFICA MÉDIO ANUAL ANUAL
BACIA (km²) NATURAL
(l/s/km²) (mm) PRODUZIDO
Canindé 75.683 0,73 23,02 1.742,32 55,25

Difusas Barragem Boa Esperança 8.030 2,44 76,95 617,86 19,59

Difusas do Alto Parnaíba 17.091 6,97 219,81 3.756,81 119,13

Difusas do Baixo Parnaíba 7.643 2,20 69,38 530,29 16,82

Difusas do Litoral 2.071 5,08 160,20 331,77 10,52

Difusas do Médio Parnaíba 6.320 2,35 74,11 468,40 14,85

Gurgueia 48.826 0,75 23,65 1.154,83 36,62

Itaueira 10.247 1,64 51,72 529,97 16,81

Longá 22.623 7,27 229,27 5.186,59 164,47

Piranji 1.082 4,42 139,39 150,89 4,78

Poti 39.050 1,85 58,34 2.278,25 72,24

Uruçuí Preto 15.784 2,42 76,32 1.204,62 38,20

TOTAL 254.451 - 1.202,15 17.952,60 569,27

Fonte: SEMAR, 2010.

A área de implantação do empreendimento é drenada pela Bacia Itaueira. O Rio Itaueira (Foto 6.3
– A e B), principal curso fluvial da bacia, nasce no município de Guaribas, região sul do Piauí, no limite com
o Estado da Bahia, seguindo na direção Sul para Norte, até desaguar no rio Parnaíba (Foto 6.3 – C e D)
(SEMAR, 2010).

Foto 6.3. Principais cursos d’água da região

A B

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C D

Legenda: A, B – Rio Itaueira; C e D – Rio Parnaíba.


Fonte: WMetria, 2022.

A Bacia Hidrográfica (Mapa 6.7) do rio Itaueira localiza-se no sudoeste piauiense, ocupando uma
área de aproximadamente 10.122,4 km², que representa 3,8% da área total do estado. A bacia abrange,
total ou parcialmente, 15 municípios sendo: Amarante, Canavieira, Canto do Buriti, Caracol, Eliseu Martins,
Flores do Piauí, Floriano, Francisco Ayres, Guaribas, Itaueira, Jerumenha, Jurema, Nazaré do Piauí,
Pavussu e Rio Grande do Piauí (CPRM, 2004).
Geologicamente, de acordo com a SEMAR/ANA (2005), a sub-bacia hidrográfica do rio Itaueira, está
assentada na Bacia do Parnaíba, com predomínio de coberturas detríticas de planalto que recobrem
principalmente as formações Cabeças, Poti e Piauí. Do ponto de vista hidrogeológico, há o predomínio, na
metade norte da bacia, do aquífero Poti-Piauí, que apresenta condições medianas de exploração. Ao sul,
predomina o aquífero Cabeças e, em menor proporção, o Serra Grande, os dois principais aquíferos da
Bacia Sedimentar do Parnaíba (DIAS et al., 2020).
Com relação aos solos, há predominância de solos de baixa fertilidade natural, ‘profundos e de
textura media ou areno-argilosos, dos tipos latossolos, litossolos e podzólicos. Os latossolos amarelos (LA)
representam cerca de 50,0% da área total da sub-bacia, distribuídos nos municípios de Guaribas, Canto do
Buriti, Pavussu, Rio Grande do Piauí e Floriano, e caracteriza-se pela boa permeabilidade, textura media
aeração e drenagem que os tomam os mais adequados para o uso econômico. No entanto, devido à
presença de alumínio trocável e a baixa fertilidade natural, configuram-se como limitantes para a atividade
econômica. Os demais 50,0% da sub-bacia, são constituídos por solos podzólicos vermelho amarelo (PV),
litólicos (R) e podzólicos vermelho amarelo eutrófico (DIAS et al., 2020).

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Mapa 6.7. Bacia hidrográfica onde o empreendimento será inserido

Fonte: WMetria, 2022.


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No que diz respeito à geomorfologia da bacia ocorrem as seguintes unidades de relevo (CPRM,
2004): Planaltos e Baixos Platôs, a unidade mais representativa, com a extensão de 4.829,2 km 2 (47,7%)
da área total; os Baixos Platôs com 3.164,3 km2 (31,3%) da bacia; Superfícies Aplainadas Degradadas com
a abrangência de 2.015 km² (19,9%) da área; os Inselbergs com 80,4 km 2 (0,8%) de extensão da área; os
Degraus Estruturais e Rebordos Erosivos com 26,7 km2 (0,3%) da bacia; Domínio de Colinas Amplas e
Suaves, unidade menos representativa, com 6,5 km2 (0,06%) de extensão da área total (DIAS et al., 2020).
Destaca-se que a Bacia Hidrográfica do Rio Itaueira possui 14 canais fluviais, sendo 3 rios (Itaueira,
Uica e Salinas) e 11 riachos (Angical, D’Anta, Milagroso, Papagaio, Areia, Prata, Éguas, Barreiro, Moreira,
Água Boa e Riachão). A bacia em questão, considerando os 14 canais fluviais, é uma bacia de 3ª ordem,
que desagua no rio Parnaíba. Na área de instalação do empreendimento, a ADA é cortada pelo riacho Água
Boa (Foto 6.4 – A e B), já na área de influência direta se destaca o rio Uica (Foto 6.4 – C), açude das
Cacimbas (Foto 6.4 - D) que é utilizado pra dessedentação animal.

Foto 6.4. Linhas de drenagem e curso d’água na região

A B

C D

Legenda: A, B – Riacho Água Boa; C – Rio Uica e D – Açude Cacimba.


Fonte: WMetria, 2022.

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Mapa 6.8. Cursos d’água na região de implantação do projeto

Fonte: WMetria, 2022.


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6.1.7.1 Águas subterrâneas

A participação das águas subterrâneas no abastecimento do estado do Piauí apresenta 80% de sua
superfície assente sobre a bacia sedimentar do Parnaíba, sendo essa, uma das maiores províncias
hidrogeológicas do Brasil, apresentando profundidade de 3.000 metros e potencial de armazenamento e
exploração de águas subterrâneas.
O volume de águas subterrâneas presentes no estado é considerado elevado, por estar situado na
Bacia Sedimentar do Parnaíba em mais de dois terços de sua área, mesmo ficando em terceira posição em
relação às reservas dos demais aquíferos das bacias sedimentares do país.
A bacia sedimentar do Parnaíba possui três aquíferos principais de extensão regional, que
respondem por quase 90% dos recursos subterrâneos do estado: Serra Grande, Cabeças e sistema
Poti/Piauí. Apenas uma pequena parte do estado, fronteira com Pernambuco e Ceará, assente sobre escudo
cristalino, apresenta uma baixa produção e uma concentração de sólidos totais acima de 1.000 mg/L. Essa
mesma concentração também pode ser encontrada em aquíferos do litoral piauiense.
A área de implantação do Complexo está inserida no sistema aquífero Poti-Piauí, esse é o maior
em abrangência na Bacia Sedimentar do Parnaíba (117.012 km²), aflorando predominantemente na porção
ocidental do Piauí, mas atinge também o sul do Pará e o nordeste do Tocantins. Esse aquífero é composto
essencialmente de arenito fino a médio, com intercalações de folhelhos, esse sistema aquífero engloba os
aquíferos Poti e Piauí. Constitui um sistema aquífero poroso, espessura média de 450 metros, extensão
regional, contínuo (MONTEIRO et al, 2016).
Os recursos subterrâneos são muito explorados na região por meio da perfuração de poços
artesianos para atenuar o problema da seca. Atualmente consta no município de Itaueira a existência de
134 poços registrados, onde 70 encontravam-se em situação de funcionamento e 13 sem funcionamento
(obstruído, parado ou seco), já Floriano existem 516 poços registrados, com 363 em de funcionamento e 38
sem operar, a utilização da água está disposta no Quadro 6.11 (CPRM, 2020).

Quadro 6.11. Uso da água dos poços perfurados

USO DA ÁGUA ITAUEIRA FLORIANO

Abastecimento doméstico 50 201

Abastecimento doméstico/animal 21 173

Abastecimento doméstico/irrigação - 9

Abastecimento industrial - 7

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USO DA ÁGUA ITAUEIRA FLORIANO

Abastecimento múltiplo 2 9

Abastecimento urbano 7 -

Doméstico/irrigação/animal 2 8

Irrigação - 12

Outros (lazer, etc.) - 2

Não informado 52 95

TOTAL GERAL 134 516

Fonte: CPRM, 2022.

6.2 Meio biótico

O diagnóstico do meio biótico em áreas onde pretende-se realizar interferências, constitui-se como
elemento de fundamental importância, pois possibilita o conhecimento das características e da dinâmica dos
seres vivos nestes ecossistemas e, dessa forma, subsidia a adoção de medidas que minimizam os impactos
decorrentes das ações de instalação do empreendimento.
Este estudo corresponde ao diagnóstico da flora e da fauna da área de instalação do Complexo
Fotovoltaico Sol de Itaueira, sobretudo suas Áreas de Influência (ADA e AID), e teve como objetivo realizar
o levantamento das espécies da flora encontradas na área do Complexo, a avaliação da estrutura da
comunidade vegetal e a dinâmica e organização florestal e a caracterização da fauna existente na região.
Estas informações são relevantes na tomada de decisões em planos de manejo florestal e subsídio para
elaboração de programas ambientais e outras estratégias de conservação aliadas às atividades do
empreendimento.

6.2.1 Flora

6.2.1.1 Caracterização fitogeográfica da paisagem

O bioma Cerrado destaca-se no cenário mundial como a savana tropical mais rica do mundo,
chegando a comportar 5% da flora e fauna global, sendo o segundo maior domínio fitogeográfico brasileiro,
depois da Amazônia, concentrando um terço da biodiversidade brasileira, com ampla distribuição geográfica
no território canarinho, cobrindo a área total dos estados de Goiás, Tocantins, Distrito Federal e partes dos
estados de Minas Gerais, Mato Grosso, Piauí, Maranhão, Mato Grosso do Sul, Bahia e São Paulo. Também
são encontradas áreas isoladas com fitofisionomia típica dos Cerrados nos estados do Ceará, Amapá,
Amazonas, Pará, Roraima e Paraná (AB’SABER, 2003; COUTINHO, 2016; CASTRO, 2010).
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O centro de distribuição do bioma cerrado tem como referência o planalto central, porém o mesmo
chega a ocupar cerca de 1,5 milhões de quilômetros quadrados, considerando apenas os limites do bioma,
o domínio dos cerrados chega a ocupar quase 2 milhões de quilômetros quadrados, haja vista que o domínio
dos cerrados adentro os limites de outros biomas (COUTINHO, 2016).
Na região nordeste a distribuição dos Cerrados é marcante principalmente nos estados do Piauí e
do Maranhão, ocupando as porções sudoeste e centro-norte do Piauí e centro-sul e nordeste do Maranhão,
cobrindo uma área estimada em cerca de 21,0 milhões de hectares, o que corresponde a aproximadamente
14% da área total da Região Nordeste, ou por volta de 10,8% da área total do cerrado sensu lato brasileiro
(CASTRO et al., 2007).
No estado do Piauí, os cerrados ocupam aproximadamente 11,5 milhões de hectares com
distribuição de norte a sul, ocorrendo em 20 municípios, com representação em quatro microrregiões
distintas, sendo um dos principais estados a compor os denominados cerrados marginais do Nordeste. O
cerrado sensu lato é o mais expressivo, ocupando 33,3% em área predominante e 14% em área de ecótono,
além de ocorrerem ricas e significativas áreas de transição (CASTRO, 2010).
Para a região de implantação do projeto solar em analise nesse estudo, divisa entre os municípios
de Floriano e Itaueira, a definição indicada pelo IBGE (2019) é para o Bioma Cerrado como pode ser
verificado no Mapa 6.9, porém a região sofre forte influência do bioma Caatinga e de outros ecossistemas
pontuais, podendo ser definido como um ecótono. Se destaca também no território a forte influência
antrópica provocada principalmente pela expansão agropecuária que vem substituído a vegetação nativa
dos cerrados em áreas com pastagem e plantios de monoculturas agrícolas e florestais.

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Mapa 6.9. Distribuição do bioma Cerrado no estado do Piauí

Fonte: WMetria, 2022.


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Os domínios do Cerrado se caracterizam pela sua estrutura bioestratificada e extensivamente


particularizada pelo estrato inferior dominado por gramíneas. Distingue-se de todos os outros modelos
vegetais por formar uma fisionomia bem particular, apresentando componentes florísticos bastante
característicos, facilmente reconhecidos. No geral a vegetação apresenta duas camadas ou estratos: uma
herbácea, contínua, e outra lenhosa, descontínua, formada por árvores e/ou arbustos. No cerradão, o estrato
lenhoso é relativamente continuo, com poucas herbáceas em seu interior.

Foto 6.5. Estratificação da vegetação do Cerrado

Fonte: WMetria, 2022.

A vegetação lenhosa apresenta folhas com superfície geralmente ampla, pilosas ou brilhantes, e
escleromorfas. Os troncos e ramos apresentam-se caracteristicamente tortuosos, em decorrência de fatores
genéticos e/ou ação do fogo. Outro aspecto notável das arvores e arbustos do cerrado é a espeça camada
de súber (cortiça) que reveste o tronco e ramos, o que é interpretado como uma adaptação ao fogo, uma
vez que a cortiça é um excelente isolante térmico (COUTINHO, 2016).

Foto 6.6. Caracterização das espécies do bioma Cerrado

Fonte: WMetria, 2022.

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Tomando como base o porte, o espaçamento e a abundância, são distinguidos no Cerrado mais de
40 tipos fisionômicos. No entanto, as formações vegetacionais predominantes apresentam as seguintes
características: Cerradão, onde predominam árvores com porte arbóreo e o dossel contínuo ou quase
contínuo formando verdadeiras matas; Cerrado Sensu Stricto, que representa o grupamento de árvores
baixas, com ramificações irregulares, troncos retorcidos com casca grossa, folhas coriáceas e caducas,
distribuídas sobre um extrato herbáceo e subarbustivo; Campo Sujo, onde ocorre vegetação predominante
herbácea e arbustiva e pequenas árvores espaçadas na paisagem. Geralmente ocorre em solos mais rasos;
Campo Limpo, que apresenta vegetação herbácea com raros arbustos e ausência de árvores, apresenta
densa cobertura de gramíneas entremeadas por ervas, subarbustos e samambaias. Comum nas encostas,
chapadas e como vizinhas de nascentes, veredas e matas de galeria.
A região onde será implantado o Complexo Fotovoltaico Sol de Itaueira apresenta vegetação de
cerrado em sua maior parte com aspecto de campo sujo, característica adquirida devido a área já ter sido
objeto de supressão para desenvolvimento de atividade agropecuárias, apresentando hoje em sua maior
parte vegetação em estágio regenerativo, espaçada e de porte baixo.

Foto 6.7. Caracterização vegetação do bioma Cerrado

Fonte: WMetria, 2022.

Em meio ao terreno também é possível identificar vegetação típica de vereda com predomínio de
Palmeiras, além das áreas com vegetação típica de mata ciliar que flanqueia um pequeno curso d’água que
corta a propriedade. No entorno da área definida como diretamente afetada pelo empreendimento, como na
área de reserva legal da propriedade objeto do contrato de arrendamento, a vegetação apresenta aspecto
variando de cerrado Sensu Stricto a Cerradão, apresentando arvores altas formando matas homogêneas.
O uso e cobertura do solo especificamente na área destinada para alocação do empreendimento
objeto desse estudo se apresenta coberta em sua maior parte por vegetação, representando 95,0% da área
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que será atingida pelo projeto como pode ser visualizado no Mapa 6.10. O restante da área encontra-se
consolidada com presença de estradas, pequenas áreas de pastagens, infraestruturas e áreas de solos
exposto.

Foto 6.8. Caracterização do uso e cobertura do solo

Fonte: WMetria, 2022.

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Mapa 6.10. Mapa com uso e cobertura do solo na área diretamente afetada

Fonte: WMetria, 2022.


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Para melhor caracterizar a vegetação local nas áreas de influências do empreendimento em análise,
foi realizado um levantamento florístico e fitossociológico através do lançamento de unidades amostrais,
objetivando a identificação das principais tipologias vegetacionais, composição florística e estrutural das
comunidades vegetais, determinando as espécies que apresentam distribuição mais abrangente e as
maiores populações, espécies de distribuição mais pontual, além da obtenção dos principais parâmetros
fitossociológicos relacionados à estrutura horizontal e vertical das comunidades como, volume, área basal,
qualidade de fustes, valoração de espécies, etc.

6.2.1.2 Metodologia utilizada

A abordagem metodológica utilizada para a caracterização da área objeto do estudo compreendeu


principalmente a realização de análises referentes aos principais componentes físicos e ambientais
definidores na formação dos ecossistemas, além de designar o atual uso e ocupação do solo da área.
Foram avaliados aspectos gerais como a fragmentação geográfica da paisagem, tipologias vegetais mais
representativas, composição florística e fitossociológica, estado geral de conservação da vegetação,
aspectos relacionados ao relevo e ao solo, recursos hídricos e presença de espécies de importância
econômica e ameaçadas de extinção. Foi estabelecido como procedimentos metodológicos seis etapas
principais, as quais foram realizadas de acordo com a sequência apresentada a seguir:
1 - Analise dos dados de geoprocessamento;
2 - Reconhecimento da área em estudo;
3 - Distribuição e sorteio das unidades amostrais;
4 - Implantação das unidades amostrais em campo;
5 - Tabulação e processamento dos dados e;
6 - Elaboração do relatório.

• Sistema de amostragem
As áreas de estudo foram amostradas com a utilização do Método de Parcelas (MÜELLER-
DOMBOIS; ELLENBERG, 1974). Este método tem sido bastante empregado em estudos florísticos e
fitossociológicos por apresentar conceitos metodológicos bastante difundidos na literatura especializada,
além de uma grande quantidade de trabalhos publicados.
Os procedimentos empregados durante a realização do estudo fundamentaram-se nas
recomendações contidas no Manual para o Monitoramento de Parcelas Permanentes nos Biomas Cerrado
e Pantanal (FELFILI; CARVALHO; HAIDAR, 2005), além do Protocolo de Avaliação Fitossociológica Mínima
- PAFM (CASTRO; FARIAS, 2010).
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O processo de amostragem empregado foi o de Amostragem Aleatória Simples. Segundo Péllico


Netto e Brena (1997) esse é um processo fundamental de seleção a partir do qual se derivam todos os
demais procedimentos. Tal método requer que todas as combinações possíveis de (n) unidades amostrais
da população tenham iguais chances de participar da amostra.
O número total de parcelas e a distribuição das amostras em campo foram determinados pelo
binômio tempo/esforço para a obtenção dos parâmetros de interesse, diversidade biológica,
representatividade da vegetação, erro amostral, etc.
A suficiência da amostragem da vegetação foi determinada com a elaboração da curva do coletor.
O esforço amostral é definido como aquele possível de ser trabalhado em tempo razoável e suficiente para
descrever a fitodiversidade da vegetação. Além das espécies selecionadas no interior das parcelas também
foram destacadas espécies inéditas encontradas no entorno dos locais de estudo, além de outras
particularidades relacionadas ao relevo, solo, regeneração natural, antropismo, etc.

• Instalação das parcelas


As parcelas foram distribuídas em locais distintos dentro limite da área designada para a locação
do empreendimento, contemplando um total de 21 unidades de amostragem da vegetação (UA) com
dimensões de 20 x 20 m (400 m²), totalizando 0,84 ha de área amostrada.
Para a demarcação das parcelas foi utilizado trena de 50,0 metros, além da fixação de quatro
estacas madeira com 1,0 metro de comprimento posicionadas nos vértices de cada unidade. A delimitação
física do espaço correspondente a parcela foi realizada com a utilização de cordoalha poliéster. No Quadro
6.12 estão dispostas as coordenadas UTM dos quatro extremos de cada unidade amostral alocada em
campo. No Mapa 6.11 também podemos observar a distribuição das UA em campo, onde vale destacar que
todas foram implantadas seguindo protocolos e procedimentos metodológicos usuais contidos nos manuais
especificados anteriormente, havendo padronização de todas as etapas e procedimentos executados em
campo de modo que todas as amostras pudessem ser avaliadas em conjunto ou individualmente.

Quadro 6.12. Coordenadas UTM das unidades amostrais

COORDENADAS UTM ZONA 23 M

PARCELAS VÉRTICE 01 VÉRTICE 02 VÉRTICE 03 VÉRTICE 04

X Y X Y X Y X Y

UA - 01 705.487 9.197.122 705.467 9.197.122 705.471 9.197.102 705.489 9.197.104

UA - 02 701.718 9.198.508 701.737 9.198.505 701.735 9.198.524 701.715 9.198.526

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COORDENADAS UTM ZONA 23 M

PARCELAS VÉRTICE 01 VÉRTICE 02 VÉRTICE 03 VÉRTICE 04

X Y X Y X Y X Y

UA - 03 702.789 9.199.412 702.769 9.199.414 702.772 9.199.394 702.792 9.199.393

UA - 04 703.070 9.198.417 703.070 9.198.400 703.051 9.198.399 703.053 9.198.417

UA - 05 705.071 9.196.436 705.070 9.196.456 705.050 9.196.455 705.053 9.196.436

UA - 06 705.823 9.195.976 705.819 9.195.996 705.839 9.195.995 705.839 9.195.974

UA - 07 706.028 9.196.688 706.007 9.196.686 706.015 9.196.666 706.034 9.196.667

UA - 08 706.318 9.197.611 706.316 9.197.631 706.296 9.197.631 706.298 9.197.610

UA - 09 706.961 9.197.326 706.959 9.197.346 706.939 9.197.345 706.938 9.197.323

UA - 10 704.520 9.197.186 704.500 9.197.183 704.521 9.197.205 704.503 9.197.204

UA - 11 703.642 9.197.840 703.642 9.197.860 703.621 9.197.859 703.622 9.197.840

UA - 12 703.692 9.199.019 703.692 9.199.038 703.672 9.199.036 703.671 9.199.017

UA - 13 704.196 9.198.756 704.197 9.198.776 704.177 9.198.774 704.177 9.198.754

UA - 14 704.758 9.197.950 704.757 9.197.969 704.739 9.197.948 704.738 9.197.968

UA - 15 700.699 9.199.480 700.699 9.199.499 700.680 9.199.498 700.681 9.199.478

UA - 16 704.115 9.199.337 704.114 9.199.317 704.133 9.199.315 704.134 9.199.334

UA - 17 704.942 9.199.297 704.945 9.199.278 704.964 9.199.278 704.963 9.199.299

UA - 18 697.587 9.195.967 697.585 9.195.986 697.605 9.195.987 697.607 9.195.968

UA - 19 698.684 9.196.587 698.705 9.196.587 698.702 9.196.607 698.682 9.196.606

UA - 20 700.020 9.196.837 700.020 9.196.818 700.040 9.196.816 700.041 9.196.836

UA - 21 700.810 9.198.109 700.814 9.198.089 700.834 9.198.089 700.832 9.198.109

Fonte: WMetria, 2022.

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Mapa 6.11. Distribuição das unidades amostrais

Fonte: WMetria, 2022.


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• Critério de inclusão
Dentro de cada uma das unidades de amostragem da vegetação foram considerados no tratamento
dos dados, todos os indivíduos lenhosos, vivos, desde que em posição vertical, com circunferência a altura
do peito (CAP) 3,18 cm, (equivalente a 10,0 cm de circunferência), os quais receberam uma placa de
identificação com o número correspondente de cada indivíduo (Foto 6.9).

Foto 6.9. Demarcação e identificação dos indivíduos

Fonte: WMetria, 2022.

Indivíduos cujos caules tocavam por fora as linhas de limite laterais das parcelas ou cujo sistema
radicular originava-se no interior da parcela foram selecionados para permitir um maior incremento de
espécimes. Indivíduos mortos e os cipós não foram amostrados. Elementos cujo sistema aéreo encontrava-
se radicalmente comprometido em função de agentes antrópicos não foram selecionados na amostra.
Indivíduos que apresentavam dúvidas quanto ao ingresso no critério de inclusão foram selecionados
preliminarmente com a utilização de um gabarito de exclusão.

• Materiais e equipamentos utilizados


Os trabalhos de campo foram realizados entre os dias 10 e 20 de janeiro de 2022. Nos primeiros
dias foi realizado um reconhecimento de toda a área de implantação do empreendimento, sendo nessa
ocasião demarcados com receptor GPS (modelo Garmin Map64) as áreas de maior interesse e pontos
importantes para implantação das unidades amostrais.
Após o reconhecimento de campo as unidades amostrais foram demarcadas com o uso de fita
métrica de 50,0 m. As unidades foram georreferenciadas e delimitadas com piquetes de madeiras de 1m de
comprimento pintado de cor vermelha para auxiliar na identificação. Foi utilizada também, cordoalha

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vermelha para auxiliar na visualização dos limites e placa com a numeração de cada unidade amostral (Foto
6.10).

Foto 6.10. Demarcação e identificação das parcelas

Fonte: WMetria, 2022.

Todos os indivíduos selecionados nos critérios de inclusão estabelecidos para o estudo foram
numerados em ordem crescente, sendo coletados os dados biométricos, como circunferência altura do peito
(CAP), altura comercial (HC) e altura total (HT). A medição do CAP foi realizada com o auxílio de uma fita
métrica de 1,50 metros. Para medição das alturas total e comercial (altura do fuste) foi utilizada uma haste
de metal graduada, com subdivisões a cada 0,25 cm e comprimento total de 5,0 metros (Foto 6.11). As
medidas dos indivíduos que apresentavam alturas maiores que o comprimento total da haste de medição
foram determinadas através de estimativa visual utilizando a própria haste como referência, somado à altura
da pessoa responsável pelo registro.
Nas planilhas de campo foram anotados os seguintes dados:
− Número e dimensão das parcelas;
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− Coordenadas de localização da parcela;


− Altitude média;
− Nome popular e/ou científico;
− Circunferência ao nível do peito (CAP);
− Altura do fuste (altura comercial) e;
− Altura total.

Foto 6.11. Coleta dos dados biométricos dos indivíduos

Fonte: WMetria, 2022.

• Análise dos parâmetros fitossociológicos


Para as áreas de amostragem da vegetação foram calculados os seguintes parâmetros
fitossociológicos: Número de indivíduos (N), área basal (AB), densidade absoluta (DA), densidade relativa
(DR), dominância absoluta (DoA), dominância relativa (DoR), frequência absoluta (FA), frequência relativa
(FR) índice de valor de importância (IVI) e índice de valor de cobertura (IVC).

Quadro 6.13. Equações utilizadas no estudo fitossociológico

PARÂMETRO FÓRMULA DESCRIÇÃO EXPLICAÇÃO DOS TERMOS


Diâmetro do fuste das árvores à altura de
Diâmetro à CAP 1,30 m acima do nível do solo. Básico CAP = circunferência à altura do
Altura do Peito DAP = para as estimativas de área basal, peito (medido a 1,30 m acima do
(DAP)  volume, índices de cobertura e de valor nível do solo)
de importância.
Superfície da secção transversal da
árvore à altura do peito (1,30 m). A
Área Basal
AB =
(DAP 2
 ) somatória da área basal dos indivíduos
-
(AB) 4 de uma espécie é um indicador da
densidade dessa espécie na área de
estudo.

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PARÂMETRO FÓRMULA DESCRIÇÃO EXPLICAÇÃO DOS TERMOS

ni ni = Número de indivíduos da i-
Densidade
DAi = Número de indivíduos em relação à área. ésima espécie
absoluta (DA) A A = Área total amostrada
  ni   DRi = Densidade Relativa da i-
 A   ésima espécie
Densidade   Número de indivíduos de cada espécie
DRi =   100 N = Número total de indivíduos
relativa (DR)  N   em relação à área.
amostrados de todas as
 A  
   espécies
DoAi = Dominância Absoluta da
g
Dominância DoAi =    Indica a proporção de tamanho ou i-ésima espécie;
 A cobertura das árvores em relação à área g = Somatória das áreas basais
(Do)
amostrada. dos indivíduos da i-ésima
espécie
 g  DoRi = Dominância Relativa da i-
 A  Indica a proporção de tamanho ou ésima espécie;
Dominância  
DoRi =   100 cobertura de cada espécie em relação à G = Área basal de todos os
relativa (DoR)  G   área amostrada e às demais espécies. indivíduos de todas as espécies
 A  
   encontradas
Índice de Valor
Índice de Valor de Importância
de Importância 𝐼𝑉𝐼 = 𝐷𝑅 + 𝐹𝑅 + 𝐷𝑜R caracteriza a importância de cada
(IVI)
(IVI)
Índice de Valor
Expressa a importância das espécies na IVCi = Índice de Valor de
de Cobertura IVCi = DRi + DoRi
biocenose florestal (Longhi, 1987). Cobertura da i-ésima espécie
(IVC)

Os índices de diversidade fornecem informações relacionadas ao número de espécies da


comunidade, permitindo a comparação entre diferentes áreas locais os regionais, com outros estudos
semelhantes, desde que empregado à mesma metodologia e os mesmos critérios de inclusão.
Foram determinados nas análises os seguintes índices: índice de diversidade de Shannon-Weaver
(H’), índice de dominância de Simpson (C), índice de equabilidade de Pielou (J), coeficiente de mistura de
Jentsch (QM).
Quadro 6.14. Medidas de diversidade e suas respectivas fórmulas

ÍNDICES FORMULAS VARIÁVEIS

 S
 N - Número total de indivíduos amostrados;
 N i ln( N i ) - ∑ ni ln(n i ) 
Índice de Shannon-Wiener H'=
 i =1  S – n° de espécies amostradas;
N ni - Número de indivíduos da i-ésima espécie amostrada.

H'
Hmax - ln(S)
Equitatividade de Pielou E= S - de espécies amostradas
H max
H’- Índice de diversidade de Shannon-Weaver
Coeficiente de Mistura de S S - Número total de espécies amostradas;
QM =
Jentsch N N - número total de indivíduos amostrados
I = é a medida de dominância
C = índice de dominância de Simpson;
Simpson n i = número de indivíduos amostrados da i-ésima espécie;
N = número total de indivíduos amostrados;
S = número de espécies amostradas.

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6.2.1.3 Resultados e discussão

• Florística
Como resultado do levantamento realizado na área de implantação do empreendimento, que
apresenta como fitofisionomia vegetação típica de cerrado com variação de cerrado em regeneração e
cerradão, foram encontrados um total de 377 indivíduos, estes foram classificados em 33 espécies, 31
gêneros e 17 famílias. A espécie de maior destaque na área, considerando o número de indivíduos, foi a
candeia (Platymenia reticulata – Fabaceae) com 100 espécimes.

Figura 6.14. Distribuição dos indivíduos por espécies

126

31 28
25 21
19 18
14 10
9 9 7 7 6 5 5 4 4 4 3 3 3 3 2 2 2 1 1 1 1 1 1 1
Bruto
Tingui

Cagaita
Pequi

Violete

Olho-de-boi
Mangabeira

Sambaiba
Candeia

Faveira

Fava-danta
Maçaranduba
Pau-terra-folha-pequena

Pau-marfim

Folha-larga
Jurema-de-bezerro

Vinhatiço-de-campo
Barbatimão

Cajuí

Pau-d'arco amarelo

Brinco-de-onça
Angelim
Catinga-de-porco

Amargoso

Jatobá-de-vaqueiro

Canela-de-velho
Pau-terra-folha-larga

Murici

Orelha-de-macaco

Jatobá
Gonçalo-alves
Araçá

Pau-de-leite

Fonte: WMetria, 2022.

Plathymenia reticulata, conhecida popularmente como Candeia ou Vinhático, ocorre em formações


abertas de Cerrado e em áreas de transição para florestas semidecíduas, seus indivíduos apresentam altura
variando de 6 a 12 m e o diâmetro do tronco, de 30 a 50 cm. A espécie possui potencial para uso em projetos
destinados a recuperar áreas degradadas, pois é uma espécie pioneira. Devido as características de baixa
densidade a sua madeira é fácil de ser manuseada em carpintaria e possui alta resistência natural a
organismos xilófagos. A seu período fértil é definido entre setembro e novembro com amadurecimento dos
frutos nos meses de agosto e setembro do ano seguinte, enquanto a copa está totalmente sem folhas. Os
frutos são possuem alta porcentagem de sementes abortadas (10% a 64%) e baixa porcentagem de
sementes predadas (13% a 19%) (LORENZI, 2009).
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Foto 6.12. Caracterização morfológica da espécie candeia (Plathymenia reticulata)

A B

C D

Legenda: A – Indivíduo; B – Tronco; C – folhas; D – Frutos.


Fonte: WMetria, 2022.

Outras espécies consideradas representativas no levantamento foram jurema-de-bezerro


(Pityrocarpa moniliformis - Fabaceae) (Foto 6.13 – A), pau-terra-folha-grande (Qualea grandiflora –
Vochysiaceae) (Foto 6.13 – B), faveira (Parkia platycephala – Fabaceae) (Foto 6.13 – C), barbatimão
(Stryphnodendron coriaceum – Fabaceae) (Foto 6.13 – D), fava-danta (Dimorphandra gardneriana –
Fabaceae) (Foto 6.13 – E), maçaranduba (Pouteria ramiflora – Sapotaceae) (Foto 6.13 – F), Pau-terra-
folha-pequena (Qualea parviflora – Vochysiaceae), vinhático-de-campo (Simarouba versicolor –
Simaroubaceae), murici (Byrsonima crassifolia – Malpighiaceae) (Foto 6.13 – G), mangueira (Lafoensia
replicata – Lythraceae), orelha-de-macaco (Enterolobium gummiferum – Fabaceae), catinga-de-porco
(Terminalia fagifolia – Combretaceae) e tingui (Magonia pubescens – Sapindaceae) (Foto 6.13 – H).
Outras espécies foram inventariadas de forma ocasional, apresentando distribuição mais restrita e
pontual com densidade bem reduzida, tais como pau-d’árco-amarelo (Handroanthus ochraceus –
Fabaceae), bruto (Annona crassiflora – Annonaceae) (Foto 6.13 – I), folha-larga (Salvertia convallariaeodora

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– Vochysiaceae), Brinco-de-onça (Aspidosperma macrocarpon – Apocynaceae), pau-de-leite (Himathanhus


obovatus – Apocynaceae) (Foto 6.13 – J) e canela-de-velho (Cenostigma gardinerianum – Fabaceae).

Foto 6.13. Espécies com destaque na área inventariada

A B

C D

E F

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G H

I J

Legenda: A - Jurema-de-bezerro; B - Pau-terra-folha-larga; C - Faveira; D - Barbatimão; E – Fava-danta; F–


Maçaranduba; G - Murici; H – Tingui; I - Bruto; J – Pau-de-leite.
Fonte: WMetria, 2022.

A maior riqueza de espécies da comunidade em estudo se concentra na família botânica Fabaceae


que quantificou 12 espécies diferentes, representando 64,99% do total de indivíduos amostrados. Seguido
pela família Vochysiaceae (11,41%) que foi representada por três espécies diferentes. Outras famílias em
destaque na área foram Sapotaceae (4,77%), Simaroubaceae (2,65%), Malpighiaceae (2,99%) e Lythraceae
(2,39%) (Figura 6.15).
A dominância da família Fabaceae é comum nas regiões cobertas com a vegetação típica do Bioma
Cerrado, podendo ser registrado elevada diversidade de espécies em abundância. Associado a isso, está o
fato dessa família ser definida como cosmopolita, ter elevado número de espécies e estar presente em
praticamente todos os ambientes terrestres. Lopes (2016) fundamenta o sucesso adaptativo da família a
elevada capacidade fixar nitrogênio do solo associado a presença de nódulos presentes nas raízes das
espécies, capacitando os indivíduos a colonizar ambientes pobres nesse elemento. Vale citar, que grande

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parte da região amostrada é representada por cerrado em regeneração, o que favorece ainda mais a
dominância das Fabaceaes.
A Vochysiaceae, segundo maior grupo inventariado é uma família típica em áreas de cerrados sensu
stricto, sendo comumente encontrada e descrita em levantamentos florísticos e fitossociológicos
(FERREIRA et al., 2015). Muitas espécies de Vochysiaceae são típicas alumínio - acumuladoras
característica que proporciona uma vantagem competitiva para crescer e se propagar com sucesso nos
solos ácidos e ricos em alumínio (HARIDASAN; ARAÚJO, 1988).

Figura 6.15. Famílias mais representativas na área inventariada

2,12% 1,86% 1,86%


2,39%
5,57%
2,39%
2,65%

4,77%

11,41%

64,99%

Fabaceae Vochysiaceae Sapotaceae Simaroubaceae Malpighiaceae


Lythraceae Anacardiaceae Myrtaceae Combretaceae Outras

Fonte: WMetria, 2022.

O Quadro 6.15 representa a lista geral das espécies da flora inventariadas/encontradas nas áreas
de amostragem da vegetação durante a realização do levantamento florístico e fitossociológico realizada na
área de implantação do projeto, destacando-se o nome popular, nome científico, família botânica.

Quadro 6.151. Elenco de espécies vegetais presentes na área em estudo

FAMÍLIA/NOME CIENTÍFICO NOME COMUM

ANACARDIACEAE

Anacardium Humile Cajuí

Astronium fraxinifolium Gonçalo-alves

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FAMÍLIA/NOME CIENTÍFICO NOME COMUM

ANNONACEAE

Annona crassiflora Bruto

APOCYNACEAE

Aspidosperma macrocarpon Brinco-de-onça

Himathanhus obovatus Pau-de-leite

BIGNONIACEAE

Handroanthus ochraceus Pau-d'arco amarelo

CARYOCARACEAE

Caryocar coriaceum Pequi

COMBRETACEAE

Terminalia fagifolia Caatinga-de-porco

DILLENIACEAE

Curatella americana Sambaíba

EBENACEAE

Diospyros burchellii Olho-de-boi

FABACEAE

Cenostigma gardinerianum Canela-de-velho

Dalbergia cearensis Violete

Dimorphandra gardneriana Fava-danta

Enterolobium gummiferum Orelha-de-macaco

Hymenaea courbaril Jatobá

Hymenaea stigonocarpa Jatobá-de-vaqueiro

Luetzelburgia auriculata Angelim

Parkia platycephala Faveira

Pityrocarpa moniliformis Jurema-de-bezerro

Platymenia reticulata Candeia

Stryphnodendron coriaceum Barbatimão

Vatairea macrocarpa Amargoso

LYTHRACEAE

Lafoensia replicata Mangabeira

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FAMÍLIA/NOME CIENTÍFICO NOME COMUM

MALPIGHIACEAE

Byrsonima crassifolia Murici

MYRTACEAE

Eugenia dysenterica Cagaita

Psidium sp. Araçá

OPILIACEAE

Agonandra brasiliensis Pau-marfim

SAPINDACEAE

Magonia pubescens Tingui

SAPOTACEAE

Pouteria ramiflora Maçaranduba

SIMAROUBACACEAE

Simarouba versicolor Vinhatico-de-campo

VOCHYSIACEAE

Qualea grandiflora Pau-terra-folha-larga

Qualea parviflora Pau-terra-folha-pequena

Salvertia convallariaeodora Folha-larga

Fonte: WMetria, 2022.

Quanto à disposição das espécies por unidades amostrais, a candeia compreendeu uma ampla
distribuição, estando presente em 85,7% das amostras lançadas na área em estudo, a abrangência dessa
espécie destoou do padrão posto pela demais que foram registradas em menos de 50% das parcelas, fato
justificável devido à grande abrangência da área amostrada apresentando variados ecossistemas e estágios
de sucessão. Espécies como orelha-de-macaco, jatobá, jatobá-de-vaqueiro, folha-larga, pau-de-leite, pau-
d’árco-amarelo, canela-de-velho, brinco-de-onça, bruto e olho-de-boi ocorreram de forma discreta, estando
presente em apenas uma parcela, representando uma cobertura de apenas 4,7% para cada espécie. Pau-
terra-folha-larga, fava-danta e maçaranduba tiveram representatividade razoável sendo registradas em pelo
menos 40% das amostras (Figura 6.16).

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Figura 6.16. Distribuição das espécies por unidades amostrais

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21
Candeia
Pau-terra-folha-larga
Fava-danta
Maçaranduba
Faveira
Barbatimão
Mangabeira
Amargoso
Jurema-de-bezerro
Pau-terra-folha-…
Catinga-de-porco
Tingui
Vinhatiço-de-campo
Pequi
Angelim
Gonçalo-alves
Murici
Cajuí
Cagaita
Pau-marfim
Violete
Araçá
Sambaiba
Orelha-de-macaco
Jatobá
Jatobá-de-vaqueiro
Folha-larga
Pau-de-leite
Pau-d'arco amarelo
Canela-de-velho
Brinco-de-onça
Bruto
Olho-de-boi

Fonte: WMetria, 2022.

• Diversidade
A diversidade de espécies abrange os conceitos de riqueza e uniformidade, sendo o primeiro
referente ao número de espécies numa vegetação nativa e o segundo ao grau de dominância de
determinada espécie no povoamento. Diversos são os índices capazes de quantificar a diversidade de um
ecossistema. No Quadro 6.16 podemos analisar os índices de Shannon-Weaver (H’), Simpson (C), Pielou
(J’) e Coeficiente de Mistura de Jentsch (QM) calculados para este presente estudo.

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Quadro 6.162. Índices de Diversidade para as unidades amostrais inventariadas

PARCELA N S ln(S) H' C J QM

1 22 7 1,95 1,48 0,79 0,76 1 | 3,14

2 17 6 1,79 1,23 0,73 0,68 1 | 2,83

3 15 4 1,39 1,08 0,58 0,78 1 | 3,75

4 23 4 1,39 0,64 0,31 0,46 1 | 5,75

5 22 8 2,08 1,59 0,77 0,76 1 | 2,75

6 23 5 1,61 1,17 0,58 0,73 1 | 4,60

7 22 9 2,20 1,58 0,80 0,72 1 | 2,44

8 24 2 0,69 0,66 0,47 0,95 1 | 12,00

9 18 4 1,39 0,98 0,54 0,71 1 | 4,50

10 19 4 1,39 1,12 0,60 0,81 1 | 4,75

11 20 6 1,79 1,31 0,72 0,73 1 | 3,33

12 18 3 1,10 0,56 0,29 0,51 1 | 6,00

13 22 9 2,20 1,71 0,78 0,78 1 | 2,44

14 18 4 1,39 1,32 0,72 0,95 1 | 4,50

15 14 5 1,61 1,33 0,67 0,83 1 | 2,80

16 21 6 1,79 1,43 0,78 0,80 1 | 3,50

17 12 5 1,61 1,35 0,69 0,84 1 | 2,40

18 19 9 2,20 1,79 0,86 0,82 1 | 2,11

19 8 6 1,79 1,30 0,92 0,73 1 | 1,33

20 8 6 1,79 1,47 0,83 0,82 1 | 1,33

21 12 8 2,08 1,77 0,85 0,85 1 | 1,50

GERAL 377 33 3,50 2,62 0,86 0,75 1| 15,77

Legenda: N: nº de indivíduos; S: nº de espécies; H’: índice de Shannon; C: índice de Simpson; J: índice de Pielou.
Fonte: WMetria, 2022.

O índice de Shannon-Weaver (H’) expressa a riqueza e uniformidade da população, sendo que


quanto maior for o valor de H’, maior será a diversidade florística do povoamento. No estudo em questão o
H’ geral obtido foi 2,62 nats/ind, valor inferior aos encontrados em outros trabalhos realizados em áreas de
cerrado, como os encontrados por Lima et al, (2020) que em trabalho realizado no município de Jerumenha,
distante cerca de 30 km do local amostrado nesse trabalho, quantificou 3,22 nats/ind.

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O índice de dominância de Simpson (C) para esse estudo ficou em 0,86 e o índice de equabilidade
de Pielou (J’) em 0,75. Com isso, pode-se constatar que a área em estudo apresenta elevada riqueza e
diversidade, grande heterogeneidade ambiental e forte dominância ecológica.
O Coeficiente de Mistura de Jentsch (QM) dá uma ideia da composição florística da vegetação, pois
indica, em média, o número de indivíduos para cada espécie no povoamento. Dessa forma tem-se um fator
para se medir a intensidade de mistura das espécies. Neste estudo o QM geral resultou em 15,77, indicando
uma média de 16 indivíduos para cada espécie amostrada. Considerando a diversidade entre as unidades
amostrais, segundo esse parâmetro, as parcelas 19, 20 e 21 foram as que apresentaram melhor distribuição,
com uma proporção média de um indivíduo para cada espécie. De maneira oposta, a parcela 08
compreendeu a menor proporção, com uma distribuição de doze indivíduos para cada espécie levantada.

• Curva do coletor
A curva espécie-área, curva de acumulação de espécies ou curva de suficiência de amostragem é
um recurso amplamente utilizado para correlacionar o número de espécies inéditas com a quantidade de
unidades amostrais implantadas. Em muitos trabalhos é considerada primordial para indicar se a quantidade
de amostras implantadas é suficiente para arregimentar a diversidade biológica da área. Sua principal
aplicação é na definição do esforço amostral, admitindo-se que o mesmo é suficiente para contemplar a
diversidade do local quando a curva não apresentar mais um crescimento pronunciado ou ficar
completamente horizontalizada.
A Figura 6.17 apresenta a relação entre o número de espécies em função das unidades amostrais
implantadas na área de influência do empreendimento. Esta curva coletora foi construída seguindo a ordem
de implantação das parcelas para uma análise não tendenciosa da suficiência amostral, e considerou todas
as parcelas amostradas. Analisando a curva, percebe-se que após a implantação da sétima unidade
amostral, quando foram registadas 23 espécies (70% do total registrado), a curva cumulativa de riqueza das
parcelas apresentou uma tendencia a estabilização no incremento de novas espécies, conforme o aumento
da área de amostragem a curva apresentou incremento de mais 10 espécies após a implantação de mais
14 unidades amostrais.
A tendencia de estabilização da curva de suficiência de amostragem indica que o esforço amostral
demandado e a quantidade de áreas implantadas foram suficientes para contemplar a biodiversidade da
vegetação existente no local.

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Figura 6.17. Curva de suficiência de amostragem da vegetação

35
33
32
31
30 30

27
Número de Espécies

26
25 25
24 24
23 23 23 23 23 23

20 20
19

15 15
14
12
10

7
5
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21

Unidades Amostrais (UA)

Fonte: WMetria, 2022.

• Fitossociologia
Os levantamentos florísticos e fitossociológicos têm como objetivo conhecer as comunidades
vegetais do ponto de vista florístico e estrutural. A caracterização fitossociológica de uma floresta é auxiliada
pela avaliação de diversos parâmetros que caracterizam a estrutura horizontal e vertical da mesma. Os
estudos fitossociológicos fornecem informações importantes relacionadas às populações com um maior
número de indivíduos, presença de espécies raras, vulneráveis, ameaçadas de extinção, antropismo, etc.
Os principais parâmetros utilizados estão descritos a seguir.

a) Estrutura Horizontal
As estimativas dos parâmetros referentes à estrutura horizontal incluem aspectos relacionados à
frequência, que mede a distribuição de cada espécie, em termos percentuais, sobre a área; densidade que
representa o número de indivíduos de cada espécie na composição florística do povoamento; dominância,
medida da projeção do corpo da planta no solo; além dos índices do valor de importância que indica a
combinação, em uma única expressão, dos valores relativos de densidade, dominância e frequência; e do
valor de cobertura que representa a soma das estimativas de densidade e dominância.
Para a avaliação da estrutura horizontal da vegetação neste trabalho, foi utilizado como parâmetro
fitossociológico quantitativo de caracterização o Índice de Valor de Importância (VI). Entendendo-se que seu

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valor é composto pela soma das densidades, frequências e dominâncias relativas de cada espécie, este
índice aponta de forma comparativa, quando calculado em nível de espécie, para aquelas de maior
expressão na comunidade.
No Quadro 6.17, estão ordenadas pelo Valor de Importância – VI, todas as espécies registradas
no levantamento, juntamente com os outros parâmetros fitossociológicos, mostrando claramente as de
maior expressão dentro da comunidade. Posto isso, candeia é a espécie mais significativa na área
diretamente afetada pelo empreendimento, com um VI de 22,0 %, apresentando uma frequência de 86%,
densidade de 150 indivíduos por hectare e contribuindo com 33,42% no número total de indivíduos. Sua
área basal equivale a 17,7% do total de área basal estimado para a população em estudo.
As espécies, fava-danta, faveira, pau-terra-folha-larga, tingui, barbatimão e maçaranduba foram
outras que apresentaram VI de destaque, se caracterizando, junto com candeia como as principais espécies
na área. Outras espécies como jatobá, jatobá-de-vaqueiro, brinco-de-onça, pau-de-leite, folha-larga, canela-
de-velho, bruto, olho-de-boi e pau-d’arco-amarelo apareceram de forma pontual, com VI (%) inferior 1,0%,
frequência de 5,0%, sendo a soma da densidade de todas, estimada em 11 indivíduos por hectare.
A densidade constatada na área estudada (449 ind./ha) foi considerada baixa quando comparada
com outros trabalhos realizado na região, o que está condicionado as características de cerrado campo sujo,
em estágio de regeneração que a área apresenta atualmente. Para efeito de comparação, Lima et al. (2020)
em trabalho realizado no município de Jerumenha, próximo da área em análise nesse estudo, constatou
uma densidade de 724 indivíduos por hectares.

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Quadro 6.17. Estrutura horizontal das espécies inventariadas

ESPÉCIE N U AB (m²) DA DR FA FR DoA DoR VC VC (%) VI VI (%)

Candeia 126 18 0,403 150 33,42 86 15,00 0,48 17,7 51,1 25,6 66,1 22,0

Faveira 25 6 0,260 30 6,63 29 5,00 0,31 11,4 18,0 9,0 23,0 7,7

Fava-danta 19 10 0,196 23 5,04 48 8,33 0,23 8,6 13,7 6,8 22,0 7,3

Pau-terra-folha-larga 28 10 0,077 33 7,43 48 8,33 0,09 3,4 10,8 5,4 19,1 6,4

Tingui 6 4 0,271 7 1,59 19 3,33 0,32 11,9 13,5 6,7 16,8 5,6

Barbatimão 21 6 0,089 25 5,57 29 5,00 0,11 3,9 9,5 4,7 14,5 4,8

Maçaranduba 18 8 0,065 21 4,77 38 6,67 0,08 2,8 7,6 3,8 14,3 4,8

Amargoso 5 5 0,194 6 1,33 24 4,17 0,23 8,5 9,8 4,9 14,0 4,7

Jurema-de-bezerro 31 4 0,051 37 8,22 19 3,33 0,06 2,2 10,5 5,2 13,8 4,6

Pau-terra-folha-pequena 14 4 0,089 17 3,71 19 3,33 0,11 3,9 7,6 3,8 11,0 3,7

Violete 3 2 0,152 4 0,80 10 1,67 0,18 6,7 7,5 3,7 9,1 3,0

Mangabeira 9 5 0,025 11 2,39 24 4,17 0,03 1,1 3,5 1,7 7,7 2,6

Angelim 3 3 0,067 4 0,80 14 2,50 0,08 2,9 3,7 1,9 6,2 2,1

Catinga-de-porco 7 4 0,023 8 1,86 19 3,33 0,03 1,0 2,9 1,4 6,2 2,1

Vinhatico-de-campo 10 3 0,020 12 2,65 14 2,50 0,02 0,9 3,6 1,8 6,1 2,0

Araçá 3 2 0,065 4 0,80 10 1,67 0,08 2,9 3,7 1,8 5,3 1,8

Murici 9 2 0,023 11 2,39 10 1,67 0,03 1,0 3,4 1,7 5,1 1,7

Pau-marfim 4 2 0,044 5 1,06 10 1,67 0,05 1,9 3,0 1,5 4,6 1,5

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ESPÉCIE N U AB (m²) DA DR FA FR DoA DoR VC VC (%) VI VI (%)

Pequi 4 3 0,022 5 1,06 14 2,50 0,03 1,0 2,0 1,0 4,5 1,5

Cagaita 4 2 0,027 5 1,06 10 1,67 0,03 1,2 2,3 1,1 3,9 1,3

Sambaiba 2 2 0,038 2 0,53 10 1,67 0,05 1,7 2,2 1,1 3,9 1,3

Cajuí 5 2 0,014 6 1,33 10 1,67 0,02 0,6 2,0 1,0 3,6 1,2

Gonçalo-alves 3 3 0,005 4 0,80 14 2,50 0,01 0,2 1,0 0,5 3,5 1,2

Orelha-de-macaco 7 1 0,016 8 1,86 5 0,83 0,02 0,7 2,5 1,3 3,4 1,1

Jatobá 2 1 0,017 2 0,53 5 0,83 0,02 0,7 1,3 0,6 2,1 0,7

Jatobá-de-vaqueiro 2 1 0,008 2 0,53 5 0,83 0,01 0,4 0,9 0,4 1,7 0,6

Brinco-de-onça 1 1 0,004 1 0,27 5 0,83 0,00 0,2 0,4 0,2 1,3 0,4

Pau-de-leite 1 1 0,003 1 0,27 5 0,83 0,00 0,1 0,4 0,2 1,2 0,4

Folha-larga 1 1 0,002 1 0,27 5 0,83 0,00 0,1 0,4 0,2 1,2 0,4

Canela-de-velho 1 1 0,002 1 0,27 5 0,83 0,00 0,1 0,4 0,2 1,2 0,4

Bruto 1 1 0,002 1 0,27 5 0,83 0,00 0,1 0,4 0,2 1,2 0,4

Olho-de-boi 1 1 0,002 1 0,27 5 0,83 0,00 0,1 0,3 0,2 1,2 0,4

Pau-d'arco amarelo 1 1 0,001 1 0,27 5 0,83 0,00 0,0 0,3 0,2 1,1 0,4

TOTAL GERAL 377 21 1,34 449 100 100 100 2,71 100 200 100 300 100

Legenda: N: número de indivíduos amostrados; U: número de parcelas em que a espécie ocorreu; FA: frequência absoluta em % de ocorrência; FR: frequência relativa em % do FA total; DA:
densidade absoluta em indivíduos por hectare; DR: densidade relativa em %; DoA: dominância absoluta em m²/ha; DoR: dominância relativa em %; VI: valor de importância; VC: valor de cobertura.
Fonte: WMetria, 2022.

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b) Estrutura Vertical
O número de estratos ocorrentes na floresta é uma peculiaridade do fragmento inventariado,
relacionada às diferenças em composição de espécies, relações competitivas, restrições ambientais e
perturbações antrópicas ou naturais. Para estratificar florestas nativas, em termos de altura total, vários
métodos têm sido propostos e empregados, para este estudo foi utilizado o critério de estratificação
empregado por Souza (1998) que estratifica a floresta em três estratos de altura total:
I - Estrato Inferior – Compreende as árvores com altura total menor que a altura média menos uma
unidade de desvio padrão das alturas totais;
II - Estrato Médio – Compreende as árvores com altura total maior que a altura média menos uma
unidade de desvio padrão das alturas totais e menor que a altura média mais uma unidade de desvio padrão
das alturas totais;
III - Estrato Superior – Compreende as árvores com altura total maior que a altura média mais uma
unidade de desvio padrão das alturas totais.

A Figura 6.18 mostra a distribuição dos indivíduos por altura, segundo o levantamento realizado na
área em estudo. A vegetação se caracterizou como heterogênea apresentando alta concentração dos
indivíduos no estrato médio, represento por 82,2% do total de indivíduos amostrados.

Figura 6.18. Posição sociológica das espécies inventariadas

310

30 37

HT ≤ 2,94 m 2,94 m < HT ≤ 6,55 m HT > 6,55 m

Fonte: WMetria, 2022.

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As espécies que se destacaram por apresentarem maior quantidade de indivíduos enquadrados no


estrato superior (HT > 6,55m) foram cajuí, tingui, cagaita, faveira, fava-danta, candeia, pau-terra-folha-
pequena e gonçalo-alves, onde juntas representam 78,37%, o que evidencia que essas espécies dominam
o estrato arbóreo superior com maior quantidade de arvores emergentes. Candeia, pau-terra-folha-larga e
pau-terra-folha-pequena compreenderam a maior quantidade de indivíduos no sub-bosque indicando alto
potencial regenerativa dessas espécies.
Na Figura 6.19, onde estão dispostos os valores referentes às alturas mínimas, médias e máximas
para cada espécie levantada, pode se constatar que as maiores altitudes foram alcanças por indivíduos das
espécies faveira, tingui, cajuí, angelim, pau-terra-folha-pequena entre outras. A média geral da altura do
povoamento ficou em 4,7 m, destacando assim o porte baixo do povoamento como é comum nas áreas de
cerrado em regeneração.

Figura 6.19. Alturas das principais espécies levantadas


20,0
HT (Min) HT (Med) HT (Max)

15,0

10,0

5,0

0,0
Pau-terra-folha-…

Pau-terra-folha-…
Araçá
Fava-danta

Pau-marfim

Amargoso
Barbatimão

Mangabeira
Catinga-de-porco

Brinco-de-onça
Cagaita

Murici
Angelim

Pau-d'arco amarelo
Cajuí

Candeia
Jatobá
Faveira

Bruto
Orelha-de-macaco

Jatobá-de-vaqueiro

Olho-de-boi
Tingui

Gonçalo-alves

Sambaiba

Pequi

Jurema-de-bezerro
Violete

Folha-larga
Maçaranduba

Canela-de-velho
Vinhatiço-de-campo

Pau-de-leite

Fonte: WMetria, 2022.

• Volumetria
Levando-se em consideração o estágio sucessional em que se encontra a vegetação presente na
área, adotou-se para o cálculo de volume total com casca o modelo não linear de Schumacher e Hall
ajustada para equação adequada para ambientes de cerado (CIETEC, 1995):

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𝑉𝑉𝑡 = 0,000066 ∗ 𝐷𝐴𝑃2,475293 ∗ 𝐻𝑡 0,30022 𝑅2 = 0,981

Em que: Vt = volume total com casca, em m³; DAP = diâmetro com casca, medido a 1,30 m do solo, em cm; Ht = altura total, em m;
R2 = Coeficiente de correlação.

O volume medido em cada unidade amostral, como disposto na Figura 6.20, representa um padrão
homogêneo entre as parcelas 01 e 17, amostras estas postas em ambientes com aspecto de cerrado em
regeneração, apresentando volume não superior a 0,3 m³ de madeira. Nas unidades amostrais 18, 19, 20 e
21 o volume medido foi bem superior, haja visto que o local de implantação dessas amostras é representado
por vegetação com estrutura de Cerradão, além do padrão de preservação, a julgar que o local é definido
como área de reserva legal da fazenda arrendada.

Figura 6.20. Volume obtido por unidade amostral

5,17

2,16
1,71 1,65

0,65
0,31
0,17 0,16 0,11 0,12 0,17 0,22 0,12 0,22 0,19 0,14 0,06 0,17 0,15 0,11 0,28 0,18

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21

Fonte: WMetria, 2022.

As espécies tingui, faveira, candeia, cajuí, cagaita e fava-danta somaram o maior quantitativo de
volume lenhoso, representando 73% do volume total inventariado, valores influenciados pela elevada
densidade que algumas espécies, como candeia estabeleceram na área e outras pelos altos valores
alcançados nos parâmetros biométricos como diâmetros e altura (Figura 6.21).

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Figura 6.21. Volume obtido por espécie


2,30 2,30

1,50 1,49

1,18 1,16

0,57
0,52
0,40
0,31
0,26 0,25 0,23 0,22
0,14 0,11 0,09 0,08 0,08 0,08 0,07 0,06 0,05 0,05 0,03 0,02 0,01 0,01 0,01 0,01 0,005 0,004 0,002
Cagaita

Pequi

Olho-de-boi
Sambaiba

Violete
Mangabeira

Folha-larga

Bruto
Faveira
Candeia

Pau-terra-folha-pequena

Pau-marfim
Tingui

Fava-danta
Angelim

Barbatimão

Maçaranduba

Jurema-de-bezerro

Vinhatiço-de-campo

Brinco-de-onça

Pau-d'arco amarelo
Amargoso
Cajuí

Catinga-de-porco

Jatobá-de-vaqueiro

Canela-de-velho
Gonçalo-alves

Pau-terra-folha-larga

Orelha-de-macaco
Murici
Jatobá

Araçá

Pau-de-leite
Fonte: WMetria, 2022.

Para a distribuição dos indivíduos por classes de diâmetro, cada fuste foi considerado um perfilho
independente, tendo em vista que a dimensão deles será primordial para determinar a indicação de
subprodutos e realizar a média quadrática pode ocasionar erros de indicação. Considerando isso, a
distribuição dos indivíduos por classes de diâmetro apresentou uma concentração de espécimes nas
primeiras classes. Essa distribuição configura o padrão de J reverso decrescente o que é considerada típica
das florestas inequiâneas como podemos constatar na Figura 6.22.

Figura 6.22. Volume obtido por espécie

352

36
16 11 6

3|8 cm (Classe I) 8|13 cm (Classe II) 13|18 cm (Classe III) 18|23 cm (Classe IV) >|23 cm (Classe V)

Fonte: WMetria, 2022.

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Para fazer a indicação dos subprodutos foi considerado as classes de diâmetro com os respectivos
usos prevalecentes, onde se estabeleceu as seguintes categorias: classe I (3 a 8 cm) - Lenha e Vara; classe
II (8 a 13 cm) - Lenha e Estaca; classe III (13 a 18 cm) – Estaca e Mourão; classe IV (18 a 23 cm) – Mourão
e Serraria e Classe V (>23 cm) – Serraria. Baseado nos dados do Quadro 6.18, pode-se constatar que a
área apresenta potencial madeireiro diversificado com volume bem distribuído entre as classes, com
destaque para a indicação de uso em mourão ou serraria que representou 41% do total de volume
inventariado.

Quadro 6.18. Classes diamétrica e classificação de uso

3|8 cm 8|13 cm 13|18 cm 18|23 cm >|23 cm


CLASSE TOTAL
(CLASSE I) (CLASSE II) (CLASSE III) (CLASSE IV) (CLASSE V)
N 352 36 16 11 6 421

AB 0,74 0,286 0,326 0,377 0,550 2,279

VT (m³) 2,19 1,224 1,918 2,638 5,611 13,579

VT (m³/ha) 2,60 1,458 2,283 3,141 6,680 16,166

VT (st/ha) 6,90 3,863 6,050 8,323 17,702 42,840

VT (mdc/ha) 1,30 0,729 1,141 1,570 3,340 8,083

VT (%) 16% 9% 14% 19% 41% 100%

Fonte: WMetria, 2022.

• Espécies vulneráveis, raras e ameaçadas de extinção


Para determinar as espécies ameaçadas de extinção presente na área em estudo, os dados obtidos
no levantamento foram cruzados com a Lista Nacional Oficial de Espécies da Flora Ameaçadas de Extinção
– Portaria MMA Nº 443, de 17 de dezembro de 2014 e a Portaria MMA Nº 561, de 15 de dezembro de 2021,
foi constatado que nenhuma das espécies inventariadas está oficialmente ameaçada de extinção.
No entanto de acordo com a Portaria Nº 32, de 2019, o corte do pequizeiro (Caryocar spp.) em áreas
situadas fora dos limites do bioma Amazônia é proibido, exceto quando, o órgão licenciador atestar a
inexistência de alternativa técnica e locacional para a implantação de empreendimento, cabendo aqui
recomendar adoção de programa de reposição do quantitativo de indivíduos da espécie removido na fase
de implantação do empreendimento.

• Espécies de importância econômica regional


Entre as espécies consideradas de importância econômica na região destacamos o pequi (Caryocar
coriaceum – Caryocaraceae) (Foto 6.14), espécie endêmica do Brasil, ocorre nas regiões Norte (Amazonas)
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e Nordeste (Bahia, Ceará), podendo ser encontrada nos biomas Caatinga, Amazônia e Cerrado, apresenta
distribuição local e regional e sendo costumeiramente mantida preservada mesmo em áreas desmatadas
para a utilização agrícola, em função da importância econômica gerada pelo uso e comercialização dos seus
frutos. É uma árvore alta, podendo chegar a uma altura de 25 m. Possui uma madeira densa, bastante
resistente e de alta durabilidade. Da casca extrai-se tintura amarela para tecidos. O principal atrativo
econômico do pequi são seus frutos e castanhas, bastante apreciados na culinária na fabricação de doces,
licores, sorvetes, óleos, etc (FILHO, SARTORELLI, 2015).

Foto 6.14. Espécies de interesse econômico: Caryocar coriaceum

Fonte: WMetria, 2022.

6.2.2 Fauna
O Cerrado se destaca como o segundo maior bioma brasileiro, ocupando uma ampla extensão
territorial e abrangendo uma grande biodiversidade (MMA, 2020). É considerado um dos ‘’hotspots’’ do
mundo, ou seja, um dos biomas mais ricos e ameaços do planeta. Chamada de savana brasileira, abriga
mais de 200 espécies de mamíferos, 800 espécies de aves, 180 de répteis, 150 de anfíbios e 1200 espécies
de peixes (ICMBio, 2021).
Apesar da alta biodiversidade, o bioma é um dos mais ameaçados do mundo (VACCHIANO et al.,
2019). A perda e fragmentação do habitat é a principal ameaça, especialmente, por ações antrópicas, como
a implantação de grandes empreendimentos em áreas antes preservadas, causando perturbações, na
maioria das vezes, irreversíveis (SANTOS, 2014).
As transformações do habitat e a consequente redução da riqueza de espécies são duas
consequências do processo de transformação de áreas naturais contínuas em fragmentos (MARTINS FILHO
et al., 2019). Além disso, a diminuição da capacidade de dispersão, alteração no tamanho de áreas e

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aumento da taxa de predação, são também influenciados pela fragmentação, sendo que estes podem
ocorrer em eventos isolados ou não, resultando no desaparecimento local de algumas espécies das regiões
afetadas (OLIVEIRA et al., 2016).
A construção de uma usina solar fotovoltaica, apesar de ser considerado uma fonte de energia
“limpa”, geram impactos negativos nos ecossistemas locais (BIASOTTO, 2017). Por utilizar grandes áreas,
dependendo do local em que for construída, pode levar a perda de cobertura vegetal nativa, mudança na
paisagem, formação de áreas degradadas, intensificação de processos erosivos, alteração dos padrões de
movimentação da fauna local, além da perda de habitat, afetando os ciclos de desenvolvimento (TURNEY
et al., 2011). A intensidade destes impactos provenientes da implantação e operação de uma usina solar
pode ser de maior ou menor grau, porém, é na fase de implantação que a maior quantidade de impactos
acontece (DOSSEL, 2014).
Para o planejamento da conservação e a obtenção de evidências a respeito da composição
faunística na área de instalação do projeto solar, listas de espécies para delinear as taxas em riscos de
extinção tem sido amplamente utilizadas. Além disso, estas servem para suportar a legislação de proteção
dos grupos animais, informar prioridades de conservação e subsidiar relatórios de impacto ambiental.
Entretanto, é válido considerar o conhecimento dos riscos regionais dos padrões de extinção e as grandes
lacunas de conhecimento (GILLESPIE et al., 2011).
Nesse sentido, os resultados obtidos através do levantamento de espécies pertencentes à fauna de
uma determinada região permite conhecer a diversidade de espécies, tornando-se fundamental para o
planejamento de preservação e valorização de espécies, em confrontação com o processo de degradação
ambiental, visando o planejamento de proposta de desenvolvimento dentro de premissas de
sustentabilidade.
No levantamento de espécies, muitos são os desafios enfrentados, no entanto, é de grande
importância adotar técnicas integradas ao cenário em que se encontra cada ambiente formado dentro da
área do empreendimento, possibilitando a visualização dos animais, registro fotográfico, além da obtenção
de rastros e vestígios que assegurem a ocorrência das espécies no local.
Considerando o exposto, para atender às exigências expostas na fase de avaliação de impacto da
implantação do Complexo Fotovoltaico Sol de Itaueira e compreender seus impactos sobre a fauna foi
realizado o levantamento dos principais grupos de animais (Avifauna, Mastofauna e Herpertofauna) que
ocorrem na área, por se apresentarem como organismos que respondem rapidamente aos possíveis
impactos oriundos de empreendimentos dessa natureza. Além de atualizar a lista de espécies existentes e
caracterizar o contexto atual de ocorrência dessas comunidades na área de estudo.

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6.2.2.1 Objetivo

A obtenção de energia solar possui baixos impactos ambientais, sendo a fonte de energia com a
menor emissão de poluentes, porém a instalação e operação de parques fotovoltaicos causam impactos
ambientais consideráveis. A supressão e fragmentação dos ambientes altera o padrão de movimentação da
maioria das espécies terrestres, afetando assim na qualidade e disponibilidade de habitat, principalmente,
para as espécies que necessitam de hábitats mais conservados.
O levantamento faunístico tem como objetivo realizar o levantamento e diagnóstico da macrofauna
de vertebrados terrestres, promovendo o conhecimento para subsidiar a Avaliação de Impacto Ambiental e
a definição das respectivas medidas e programas ambientais de controle nas áreas de influência da
implantação do Complexo Fotovoltaico Sol de Itaueira, além de diagnosticar o estado de conservação e
diversidade das espécies que habitam, se reproduz e se alimentam na região.
Tem-se como objetivos específicos:
• Compor um checklist das espécies que ocorrem nas áreas de influência do empreendimento;
• Identificar as espécies raras, ameaçadas de extinção, endêmicas e de relevante interesse científico
e econômico;
• Investigar padrões nas comunidades que estejam relacionados aos aspectos espaço-temporais;
• Avaliar os impactos atuais sobre a fauna e fornecer informações para a identificação dos impactos
potenciais a serem gerados com a implantação do projeto durante sua implantação e operação;
• Propor medidas para proteção, conservação e/ou recuperação da comunidade faunística.

6.2.2.2 Metodologia

Para realizar o levantamento e a caracterização faunística de uma área, alguns procedimentos e


metodologias devem ser adotados. Entretanto, a escolha do método deve buscar abranger as áreas com
maior potencialidade de ocorrência da fauna, identificando espécies importantes, endêmicas, raras,
ameaçadas de extinção, e protegidas por lei. Juntamente à lista geral de espécies, é realizado um
diagnóstico da distribuição dos grupos por hábitat, incluindo aspectos comportamentais, reprodutivos,
alimentícios, ecológicos, pressão ambiental, caça, dentre outros.
Para o levantamento e a caracterização da fauna local foram utilizados levantamentos rápidos
qualitativos (observação direta/vocalizações) associados à levantamentos quantitativos (pontos
fixos/transectos lineares, pitfall e caixa de areia) conforme indicado na Figura 6.12.

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Mapa 6.12. Esforço amostral para a fauna nas áreas de influências do CFV Sol de Itaueira

Fonte: WMetria, 2022.


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Físico Socioeconômico
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Para caracterizar a fauna da área de instalação do empreendimento, inicialmente, utilizou-se


métodos de observação direta. A técnica de pontos fixos, onde o observador permaneceu inerte em um
ponto por determinado tempo, anotando todos os indivíduos ou grupos registrados por contato visual,
registros fotográficos ou auditivos. As observações foram baseadas na metodologia proposta por Robisn
(1978) e Viellard e Silva (2010), no qual o observador permanece parado por cerca de 10 minutos em cada
ponto (tempo no qual registra todas as espécies visualizadas e ouvidas em um raio de detecção de no
máximo 50 metros) que foram reutilizadas em dias consecutivos nas mesmas trilhas.Para o presente estudo
foi estabelecido um total de 04 pontos de espera separados entre si. Esse monitoramento foi realizado uma
vez por dia em cada um dos pontos amostrais, no período da manhã (logo após o amanhecer) em cada
ponto amostral.
Para a amostragem no Transecto Linear, o observador percorreu um trajeto pré-definido, em que
anotando todas as espécies detectadas visivelmente e sonoramente nos dois lados da trilha, registrando no
caderno de campo ou fichas descritivas para auxílio posterior (GREGORY et al., 2004; BIBBY et al., 1998).
Esse monitoramento foi realizado ao longo de transectos pré-estabelecidos e em 09 Pontos Fixos (PT)
dentro dos transectos, afim de abordar os ambientes característicos da área do empreendimento.
Outro método de amostragem utilizado foram as armadilhas fotográficas (Câmeras Traps – CT). As
câmeras foram acopladas a árvores em trilhas e áreas de possível trânsito da fauna, fixadas próximo ao
solo (aproximadamente 50 cm). As armadilhas foram distribuídas aleatoriamente, mas procurando locais
propícios a passagem dos animais, como trilhas, abrigos e locais de alimentação. Na instalação das
armadilhas também foram considerados aspectos de risco ao equipamento e de periculosidade. O esforço
amostral desta metodologia foi de 05 câmeras ligadas por oito dias consecutivos. Esse tipo de amostragem
é um sucesso para as espécies de médio e grande porte da Mastofauna e da avifauna terrestre. Por ser
uma técnica menos invasiva, possibilita o levantamento, inventário e a análise comportamental desses
animais em seu ambiente natural.
Um método indireto de amostragem que foi utilizado na área do estudo foi a armadilha de pegada
ou também chamada de Caixa de Areia (CA). Consiste na deposição de areia em locais de grande
possibilidade de passagem de animais, possibilitando o registro de espécies de difícil visualização,
especialmente, aves e mamíferos terrestres. Para atraí-los, utiliza-se iscas, frutas, carnes, entre outros. Na
área do estudo foram instaladas 03 caixas de tamanhos regulares (1 x 1 metro ou 1,5 x 1,5 metros) ao longo
dos transectos. Foram confeccionadas com o auxílio de uma enxada para revolver o solo e uma peneira
para limpeza, separação de sujeiras, e cobertura dos sedimentos mais finos, além da utilização de um
recipiente plástico para dispor as iscas.

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Para o levantamento dos peixes, foi percorrido o trecho que corresponde ao riacho Água Boa, que
corta a área do empreendimento, onde foram empregados os métodos tradicionais, como Busca Ativa ou
Procura Visual (busca em ambientes de provável ocorrência). Para o levantamento de répteis, anfíbios, a
área de abrangência do empreendimento foi inventariada e monitorada por métodos tradicionais, como
Busca Ativa ou Procura Visual (busca em ambientes de provável ocorrência), além da utilização de
Armadilhas de Interceptação e Queda (pitfall).
A busca ativa foi realizada em transectos aleatórios, priorizando os locais com heterogeneidade de
micro-habitat nos períodos diurno e noturno. Em cada transecto foram vasculhados todos os locais de
provável presença de animais tais como serapilheira (folhiço), cupinzeiros, cascas de árvores, troncos
caídos, dentre outros possíveis locais de abrigo e forrageamento (BERNARDE, 2012). Já as armadilhas de
Interceptação e Queda (pitfall) foram instalados recipientes enterrados, de forma que a abertura
permanecesse no nível do solo, funcionando como armadilhas de queda (pitfall), interligados por cercas-
guia. Em cada sítio amostral foram instalados três módulos amostrais, compostos cada um por quatro baldes
de 20 litros dispostos em Y. Cada módulo foi separado um do outro por, pelo menos, 100 metros de distância.
As armadilhas permaneceram abertas durante cinco noites em cada área, sendo verificadas diariamente.
Os dados secundários foram obtidos através de pesquisa documental realizada em busca de
informações sobre a fauna local, com consultas em periódicos, sítios eletrônicos especializados (Web of
Science, ScIELO, Periódicos Capes e Google Acadêmico), livros, dissertações e outras publicações, como
relatórios técnicos, banco de dados da Wikiaves (2022), e outros documentos. Além dessas metodologias,
outros métodos complementares também foram utilizados, como os encontros oportunísticos, coleta por
terceiros e entrevistas, que consistiram em registros de animais vivos ou mortos durante outras atividades
como deslocamentos próximos as áreas amostrais. A Foto 6.15 apresenta um resumo do esforço amostral
empregado para caracterizar os grupos faunísticos diagnosticados.
Foto 6.15. Esforço amostral para levantamento faunístico da área de instalação do CFV Sol de Itaueira

A B

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C D

E F

G H

Legenda: A – Entrevista com morador local; B – Busca ativa no transecto; C – Armadilha de pegada; D – Armadilha fotográfica;
E – Armadilha Pitfall; F – Busca ativa noturna; G – Entrevista sobre ictiofauna; H – Busca por possíveis pontos de pesca.
Fonte: WMetria, 2022.

6.2.2.3 Resultado da avifauna

O Brasil abriga uma das mais ricas avifaunas do mundo, representadas por mais de 1.919 espécies
distribuídas por todo o território e que apresentam uma variedade de especificidades em relação à

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alimentação, reprodução e habitat (CBRO, 2022). A perda e fragmentação do habitat é o a principal ameaça
para a defaunação da avifauna no cerrado brasileiro, pois esses processos interferem na existência das
comunidades, afetando diretamente a manutenção das populações e as interações entre as espécies.
O conhecimento e o monitoramento avifaunístico de uma região são de grande importância, pois a
sensibilidade, a riqueza e abundância, assim como a presença ou ausência de determinados grupos
taxonômicos de aves, podem revelar informações importantes a respeito da qualidade de um determinado
ambiente, podendo contribuir na avaliação e mitigação das modificações ambientais, como também, na
identificação de áreas e habitats para a preservação e estabelecimento de áreas de proteção.
A instalação e operação de usinas solares tem provocado impactos negativos as comunidades de
aves. Os efeitos são variáveis e dependem de diversos fatores como a topografia da área, habitat afetado,
número de espécies presentes na área, condições meteorológicas, abundância, atividade e comportamento
das espécies, corredores de migração, dentre outros (SOVERNIGO, 2009).
Atualmente, um dos maiores problemas visualizados na operação desse tipo de empreendimento é
a morte dos pássaros devido ao calor dos raios solares refletidos. A luz refletida pelos espelhos dos módulos
atrai insetos que, por sua vez, atraem pássaros que morrem chamuscados devido aos intensos raios de luz
(CBD, 2020).
A instalação do Complexo Fotovoltaico Sol de Itaueira pode gerar impactos diretos sobre as
populações de aves que ocorrem na região. Estes podem ocorrer imediatamente, alterando a densidade
populacional de determinadas espécies em áreas adjacentes à área suprimida para a instalação do
empreendimento, resultando em alterações na estrutura da comunidade local, e na maioria das vezes,
reduzindo a diversidade da população avifaunística.
Os resultados da riqueza avifaunística foram apresentados em sua totalidade, ou seja, a soma dos
resultados obtidos em cada metodologia. Durante o levantamento na área do estudo foi possível registrar e
identificar um total de 53 espécies de aves ao longo das estações de observação. Esse número de espécies
é inferior ao encontrado por Guzzi et al., (2011) que realizando um levantamento qualitativo da avifauna em
uma área de ecótono entre os biomas Cerrado e Caatinga, que abrange os municípios de Eliseu Martins,
Rio Grande, Paes Landim e Itaueira, através de pontos de escuta, registraram 88 espécies. No Quadro 6.19
está disposta a composição taxonômica e a riqueza de espécies registradas na área do estudo.

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Quadro 6.19. Lista de espécies registradas para a avifauna nas áreas de influência do CFV Sol de Itaueira

ORDEM/FAMÍLIA/NOME MÉTODO DE GUILDA

IUCN

MMA
2020

2014
NOME COMUM GSAA EPF
CIENTÍFICO IDENTIFICAÇÃO TRÓFICA

ACCIPITRIFORMES

Accipitridae

Geranoaetus albicaudatus Gavião-de-rabo-branco ENT CR L T LC LC

Heterospizias meridionalis Gavião-caboclo AV / ENT CR L T/C LC LC

Rupornis magnirostris Gavião-carijó AV / ENT CR L C LC LC

ANSERIFORMES

Anatidae

Dendrocygna viduata Irerê AV PI M T/W LC LC

APODIFORMES
Trochilidae
Beija-flor-de-garganta-
Amazilia fimbriata ENT NI L U/C LC LC
verde
CARIAMIFORMES
Cariamidae
Cariama cristata Seriema AV CR M T LC LC
CHARADRIIFORMES
Charadriidae
Vanellus chilensis Quero-quero AV CR L T LC LC
Jacanidae
Jacana jacana Jaçanã AV ON L W LC LC
COLUMBIFORMES
Columbidae
Columbina picui Rolinha-picuí AV GR L T/C LC LC
Columbina squammata Fogo-apagou AV FR L T LC LC
Columbina talpacoti Sangue-de-boi AV GR L T LC LC
Patagioenas picazuro Asa-branca ENT FR M C LC LC
Zenaida auriculata Avoante ENT GR L T/C LC LC
CUCULIFORMES
Cuculidae
Crotophaga ani Anu-preto AV ON L T/C LC LC
Guira guira Anu-branco AV / ENT ON L T LC LC

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ORDEM/FAMÍLIA/NOME MÉTODO DE GUILDA

IUCN

MMA
2020

2014
NOME COMUM GSAA EPF
CIENTÍFICO IDENTIFICAÇÃO TRÓFICA

FALCONIFORMES
Falconidae
Caracara plancus Carcará AV / ENT ON L T LC LC
Herpetotheres cachinnans Acauã AV / ENT CR M U LC LC
Milvago chimachima Carrapateiro AV CR L T/C LC LC
GALBULIFORMES
Bucconidae
Nystalus chacuru João-bobo AV CR M C LC LC
Nystalus maculatus Rapazinho-dos-velhos AV IN M U/C LC LC
GALLIFORMES
Cracidae
Penelope jacucaca Jacú ENT FR H T VU VU
PASSERIFORMES
Cardinalidae
Cyanoloxia brissonii Azulão AV GR M U/M LC LC
Piranga flava Sanhaço-de-fogo AV FR L C LC LC
Corvidae
Cyanocorax cristatellus Gralha-do-campo* AV ON M M/C LC LC
Furnariidae
Pseudoseisura cristata Casaca-de-couro AV ON L C LC LC
Icteridae
Chrysomus ruficapillus Garibaldi AV ON L T LC LC
Gnorimopsar chopi Pássaro-preto AV ON L T/C LC LC
Icterus pyrrhopterus Encontro AV ON M C LC LC
Leistes superciliaris Polícia-inglesa-do-sul AV ON L T/C LC LC
Mimidae
Mimus saturninus Sabiá-do-campo AV / ENT ON L C LC LC
Rhynchocyclidae
Todirostrum cinereum Ferreirinho-relógio AV IN L U/C LC LC
Thamnophilidae
Thamnophilus torquatus Choca-de-asa-vermelha ENT IN M U/C LC LC

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ORDEM/FAMÍLIA/NOME MÉTODO DE GUILDA

IUCN

MMA
2020

2014
NOME COMUM GSAA EPF
CIENTÍFICO IDENTIFICAÇÃO TRÓFICA

Thraupidae

Charitospiza eucosma Mineirinho AV ON M T/C NT LC

Coryphospingus pileatus Tico-tico-rei-cinza AV ON L T/U LC LC

Neothraupis fasciata Cigarra-do-campo AV / ENT ON M U/C NT LC

Paroaria dominicana Cardeal-do-nordeste AV GR L U/M LC LC

Saltatricula atricollis Batuqueiro* AV / ENT ON M U/C LC LC

Schistochlamys ruficapillus Bico-de-veludo ENT GR M U/C LC LC

Volatinia jacarina Tiziu AV ON L T/U LC LC

Turdidae

Turdus rufiventris Sabiá-laranjeira AV ON L T/C LC LC

Tyrannidae

Guyramemua affine Suiriri-da-chapada AV ON L C NT LC

Myiarchus ferox Maria-cavaleira AV / ENT ON L M/C LC LC

Tyrannus melancholicus Suiriri AV ON L C LC LC

Tyrannus savana Rabo-de-tesoura AV ON L C LC LC

PICIFORMES

Picidae
Pica-pau-de-topete-
Campephilus melanoleucos AV IN L C LC LC
vermelho
Colaptes campestris Pica-pau-do-campo AV IN L T/C LC LC

Melanerpes candidus Pica-pau-branco AV ON L M/C LC LC

Ramphastidae

Ramphastos toco Tucanuçu AV ON M C LC LC

PSITTACIFORMES

Psittacidae

Eupsittula aurea Periquito-rei AV / ENT FR M U/C LC LC

Thectocercus acuticaudatus Aratinga-de-testa-azul ENT FR M U/C LC LC

RHEIFORMES

Rheidae

Rhea americana Ema AV / ENT ON L T NT NT

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ORDEM/FAMÍLIA/NOME MÉTODO DE GUILDA

IUCN

MMA
2020

2014
NOME COMUM GSAA EPF
CIENTÍFICO IDENTIFICAÇÃO TRÓFICA

STRIGIFORMES
Strigidae
Athene cunicularia Coruja-buraqueira AV CR M T LC LC
TINAMIFORMES
Tinamidae
Nothura boraquira Codorna-do-nordeste AV ON M T LC LC

Legenda: Registro: AV – avistamento, ENT – entrevista, VE – vestígios. Status de Conservação: LC – preocupante, NT – quase
ameaçada, VU – Vulnerável, EM – Em perigo, CR – Criticamente em perigo, EW – Extinto da natureza. Grau de Sensibilidade a
Alterações Ambientais (GSAA): L – Baixa; M – Média; H – Alta. Estrato Preferencial de Forrageamento (EPF): T – Terrestre; U –
sub-bosque; M – médio bosque; C – Copa; A – Aéreo; W – Aquático. Guildas tróficas: GR – Granívoro; CR – Carnívoro; FR –
Frugívoro; IN – Insetívoro; ON – Onívoro; NI – Nectarívoro, PI – Piscívoro. Distribuição: Endêmica do Cerrado (*).
Fonte: WMetria, 2022.

Na área de instalação do CFV Sol de Itaueira as espécies estão distribuídas em 27 famílias, 16


ordens e 50 gêneros distintos, em que 37% das famílias estão inseridas na ordem dos Passeriformes e 63%
na ordem dos Não-Passeriformes. No que tange a distribuição de espécies, nota-se que a maior parte
pertence à ordem dos Não-Passeriformes (57%), e a menor parte à ordem dos Passeriformes (43%), ou
seja, na área de instalação do empreendimento existe uma grande diversidade de famílias e espécies
(Figura 6.23).

Figura 6.23. Riqueza de espécies pertencentes à ordem Passeriformes e Não-Passeriformes registradas na área

30

23

17

10

Espécies Famílias
Passeriformes Não- Passeriformes

Fonte: WMetria, 2022.

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No diagnóstico da ornitofauna local, os resultados evidenciaram maior representatividade da família


Thraupidae que abrange o maior número de espécies (13%), seguida da família Columbidae (9%). Outras
famílias que se destacaram foram Icteridae e Tyrannidae em que ambas representam 8% do total de
indivíduos. Já as famílias Accipitridae, Falconidae, e Picidae absorveram juntas 18% dos espécimes. As
demais famílias não apresentaram número de indivíduos significativos na área. A Figura 6.24 apresenta as
famílias e sua distribuição em número de espécies ao término do monitoramento.

Figura 6.24. Famílias mais representativas nas áreas de influência do CFV Sol de Itaueira

5
Riqueza de Espécies

4 4

3 3 3

2 2 2 2

1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1

Famílias

Fonte: WMetria, 2022.

A maior predominância de espécies da família Thraupidae na área não é surpresa, visto que são
espécies de ampla distribuição, ocupando principalmente bordas de florestas e áreas semiabertas
(SIGRIST, 2009). A facilidade com que as espécies desta família ocupam diversos habitats é associada aos
seus hábitos alimentares diversos (frutos, néctar e insetos) (SICK, 1997; SIGRIST, 2009), recursos esses,
presentes praticamente durante todo o ano.
Considerando os métodos de registros das espécies presentes na área de instalação da usina
fotovoltaica, verificou-se que 64% dos indivíduos foram registrados por avistamento, 21% por entrevistas e
avistamento, e apenas 15% foram identificados apenas por entrevistas a moradores, conforme mostra a
Figura 6.25.

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Figura 6.25. Registros de espécies por método de amostragem

ENT
15%

AV/ENT
21%

AV
64%

AV AV/ENT ENT

Legenda: AV (Avistamento); ENT (Entrevista); AV/ENT (avistamento + entrevista).


Fonte: WMetria, 2022.

A maior parte dos indivíduos foram registrado no visualizadas e registradas no Transecto Linear,
através de fotografias feitas pelo observador/armadilhas fotográficas (câmeras trap), e por consultas a
moradores. Essa alta diversidade de espécies vistas ao longo da campanha pode ser explicada devido à
sazonalidade de certas espécies na área do estudo, período reprodutivo, hábitos alimentares, dentre outras
características.
Quanto à estrutura trófica da comunidade de aves, o cenário foi muito representativo para a região
do empreendimento. De acordo com a análise das guildas tróficas, a maior parte das espécies registradas
possuem hábito alimentar onívoras (47,17%), seguido de carnívoros (16,98%), frugívoros e granívoros,
abrangendo 11,32% cada (Figura 6.26).
O predomínio de aves onívoras registradas em regiões de Cerrado leva a uma discussão sobre a
relação entre alteração ambiental e a predominância desses indivíduos em determinado ambiente.
Perturbações ambientais, como fragmentação, ocorrência de áreas cobertas com vegetação secundária e
ação antrópica levariam a um aumento no número de espécies onívoras e insetívoras menos especializadas.
Assim, uma dieta mais variada como a de aves onívoras seria favorecida em ambientes que sofreram
perturbações ou fragmentação (WILLIS, 1976).

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Figura 6.26. Guilda trófica das espécies de aves na área do empreendimento

Nectarívoro 1,89%

Piscívoro 1,89%

Insetívoro 9,43%

Carnívoro 16,98%

Granívoro 11,32%

Onívoro 47,17%

Frugívoros 11,32%

Legenda: FR – Frugívoros; ON – Onívoro; GR – Granívoro; CR – Carnívoro; IN – Insetívoro; PI – Piscívoro; NI – Nectarívoro.


Fonte: WMetria, 2022.

Em estudos avifaunísticos, Batista et al., (2016) também obtiveram em seus resultados a


dominância de onívoros em uma área da restinga piauiense. Estes representaram cerca de 59% da riqueza
total de espécies presentes próximos a área de instalação de uma linha de transmissão (LT).
A presença de espécies carnívoras também foi significativa na área de estudo, cerca de 16,98% dos
indivíduos possuem esse hábito alimentar. Em relação a isso, dois aspectos importantes devem ser
comentados, o primeiro é que por estarem nos níveis mais altos da cadeia alimentar, são bastante
vulneráveis à fragmentação do habitat devido sua necessidade de grandes áreas de forrageamento, e o
outro aspecto a ser considerado é o fato de que estas aves estão entre as mais propensas a sofrerem danos
dos painéis fotovoltaicos, devido ao seu grande porte (OLIVEIRA et al., 2014).
Detalhes sobre o comportamento do forrageamento e dieta frequentemente fornecem subsídios
para inferências sobre os grupos de aves existentes em uma determinada área. Os estratos de
forrageamento são indicadores da variação da complexidade do habitat em função do local de forrageio,
dieta e tamanho corporal dos animais (THIOLLAY, 1999).
Desta forma, as informações sobre os estratos preferenciais de alimentação podem servir como
indicadores de espécies sensíveis à modificação do habitat, além de servirem como indicadoras do estado
de conservação de remanescentes florestais, pois algumas ocorrem somente em áreas mais avançadas de

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regeneração. Figura 6.27 representa a distribuição das espécies levantadas segundo os seus estratos
preferenciais de forrageio.

Figura 6.27. Estratos preferenciais de forrageio das aves presentes na área de instalação do CFV Sol de Itaueira

23% 23%

19%
17%

6%
4% 4%
2% 2% 2%

C C/M T T/C T/U T/W U U/C U/M W

Legenda: EPF: T – Terrestre; U – Sub-bosque; M – Médio-bosque; C – Copa; A – Aéreo; e W – Aquático.


Fonte: WMetria, 2022.

Dentre as espécies registradas na área de instalação do empreendimento, 23% utilizam igualmente


o estrato terrestre e a copa das árvores para buscar alimentos, e há ainda aquelas que preferem os dois
estratos (19%). Cerca de 17% dos indivíduos estão relacionados às áreas abertas de Cerrado, cujo estrato
de forrageamento é sub-bosque e copa das árvores.
As aves foram separadas pela seu Grau de Sensibilidade a Alterações Ambientais (GSAA). Esses
dados caracterizam o quanto esses animais são adaptados a ambientes preservados e o quanto são
sensíveis a mudanças no ambiente, de forma que, quanto maior a quantidade de baixa sensibilidade, mais
fácil será para essa comunidade se manter apesar dos distúrbios causados por intervenções antrópicas. As
espécies verificadas na área, no geral, são adaptadas ao convívio humano já que 62% dos indivíduos foram
caracterizadas como espécies de baixa sensibilidade a ações antrópicas, em que apenas a Penelope
jacucaca (Jacú) se mostrou altamente sensível a mudanças no ambiente (Figura 6.28).

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Figura 6.28. Grau de Sensibilidade das espécies à Alterações no Ambiente

62%

36%

2%

L M H

Legenda: GSAA: L – Baixa; M – Média; e H – Alta.


Fonte: WMetria, 2022.

Do ponto de vista faunístico, a área de instalação do CFV Sol de Itaueira, caracteriza-se,


principalmente, pela ocorrência de aves de hábitos generalistas (que se adaptam muito bem em diferentes
locais). No quadro de Foto 6.16 estão elencadas as espécies que foram registradas na área durante a
campanha.

Foto 6.16. Aves registradas nas áreas de influência do CFV Sol de Itaueira

Herpetotheres cachinnans Saltatricula atricollis

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Guira guira Cyanoloxia brissonii

Crotophaga ani Paroaria dominicana

Nothura boraquira Athene cunicularia

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Chrysomus ruficapillus Rupornis magnirostris

Heterospizias meridionalis Dendrocygna viduata

Nystalus chacuru Eupsittula aurea

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Melanerpes candidus Colaptes campestris

Vanellus chilensis Columbina picui

Mimus saturninus Columbina talpacoti

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Tyrannus melancholicus Ramphastos toco

Leistes superciliaris Pseudoseisura cristata

NI – 02 Columbina squammata

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Jacana jacana Milvago chimachima

Tyrannus savana Nystalus maculatus

Turdus rufiventris Volatinia jacarina

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Caracara plancus Gnorimopsar chopi

Icterus pyrrhopterus Campephilus melanoleucos

Piranga flava Rhea americana

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Cariama cristata Charitospiza eucosma

Guyramemua affine Coryphospingus pileatus

Myiarchus ferox Neothraupis fasciata

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Cyanocorax cristatellus Todirostrum cinereum


Fonte: WMetria, 2022.

Durante a campanha foram utilizadas técnicas indiretas que certificasse a ocorrência de animais na
área, como observação de vestígios indiretos, casca de ovos, pegadas, carcaças, penas, excreções, e
localização de tocas e ninhos (Foto 6.17). Essas informações foram utilizadas em conjunto e confirmados
por consulta a material bibliográfico.
Os dados obtidos nesse estudo quando comparados com resultados de outros levantamentos
ornitológicos em áreas de cerrado, retrata a riqueza de aves visualizadas, pelo fato do cerrado ser composto
por diferentes habitats, o que possibilita encontrar espécies distintas de aves (KLINK; MACHADO, 2005).
De modo geral, a maior parte das espécies identificadas nesse estudo, incluindo as mais
abundantes, demonstra pouca preocupação em relação aos impactos ambientais decorrentes da
implantação do CFV Sol de Itaueira, não apenas por serem abundantes no cerrado, mas por apresentarem
grande capacidade de movimentação no bioma e se adaptarem ao mosaico de ambientes do local do
empreendimento.
Foto 6.17. Vestígios da ocorrência de espécies na área do estudo

A B

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C D

Legenda: A e B – Filhotes no ninho; C e D – Ninho com ovos.


Fonte: WMetria, 2022.

• Espécies endêmicas, raras, ameaçadas de extinção, de interesses econômico e científico


O cerrado é considerado um hotspot global de biodiversidade, com alta diversidade biológica e
grande proporção de espécies endêmicas, representando uma das áreas prioritárias no mundo para
conservação da biodiversidade (MMA, 2022). A perda e a fragmentação de habitat são os principais
impactos para as aves do cerrado decorrentes da instalação de usinas solares.
Ainda que o bioma seja rico em diversidade de aves, o número de espécies endêmicas é
considerado baixo. Isto se dá em decorrência da sinergia existente entre as espécies provenientes de todos
os biomas associados, o que o torna rico e essencial para a manutenção da riqueza biológica brasileira.
Dentre as espécies que se encontra em risco de extinção, aproximadamente 13 espécies ocorrem no
cerrado (ICMBIO, 2020).
Na área do estudo, das 53 espécies registradas, pelo menos duas são endêmicas do bioma, a saber
a Cyanocorax cristatellus e a Saltatricula atricollis. A Cyanocorax cristatellus é uma espécie relacionada às
áreas abertas de cerrado, cujo estrato de forrageamento é médio-bosque e copa das árvores. Onívora,
potencialmente predadora e dispersora de sementes, possui média sensibilidade a alterações ambientais.
Já a Saltatricula atricollis é uma espécie relacionada às áreas abertas de cerrado, cujo estrato de
forrageamento é sub-bosque e copa das árvores. Onívora, potencialmente dispersora de sementes, possui
média sensibilidade a alterações ambientais (STOTZ et al., 1996).
As espécies de importância econômica englobam as espécies cinegéticas e aquelas visadas pelo
tráfico de animais. De acordo com o ICMBIO (2021), a caça e captura de indivíduos (tráfico de animais) se
apresentam como um dos principais fatores do declínio populacional de muitas espécies. Para as espécies
cinegéticas, estas são apreciadas por caçadores e comumente utilizadas na culinária pela população,

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especialmente, os representantes da família Columbidae (avoante – Zenaida auriculata; rolinha-picuí –


Columbina picui; sangue-de-boi – Columbina talpacoti; e fogo-apagou – Columbina squammata) que foram
registrados na área.
Quanto às espécies visadas pelo tráfico de animais, as cores, o canto e a inteligência estão entre
os principais atrativos. Dentre as espécies registradas em campo estão os representantes das famílias
Psittacidae (periquito-rei – Eupsittula aurea e aratinga-de-testa-azul – Thectocercus acuticaudatus),
Corvidae (gralha-do-campo – Cyanocorax cristatellus), Turdidae (sabiá-laranjeira – Turdus rufiventris),
Thraupidae (batuqueiro – Saltatricula atricollis; tiziu – Volatinia jacarina; mineirinho – Charitospiza eucosma;
tico-tico-rei-cinza – Coryphospingus pileatus; cigarra-do-campo – Neothraupis fasciata; e bico-de-veludo –
Schistochlamys ruficapillus) e Ramphastidae (Tucanuçu - Ramphastos toco).
Dentre as 53 espécies registradas em campo, nenhuma está ameaçada em extinção. Entretanto,
as espécies Charitospiza eucosma, Guyramemua affine, e Neothraupis fasciata encontram-se na categoria
Near Threatened (NT) da lista apresentada pela IUCN (2020). A espécie Rhea americana aparece nessa
lista também como quase ameaçada e na Lista Oficial Brasileira ameaçada de extinção (MMA, 2014).
A ema (Rhea americana) é classificada globalmente como quase ameaçada devido aos aparentes
declínios populacionais observados nos últimos anos, sendo que a população tem diminuído drasticamente
nos estados brasileiros. A caça intensiva tem contribuído para a diminuição das populações desta ave em
seu habitat natural, além de outras ações antrópicas como queimadas, perda de habitat para monoculturas
no cerrado bem como a eliminação de ovos por maquinário agrícola. Por estes motivos, a espécie está
inserida nas duas listas de espécies ameaçadas de extinção.
Além disso, a Penelope jacucaca encontra-se na Lista Vermelha das Espécies Ameaçadas da IUCN
- International Union for Conservation of Nature (União Internacional para a Conservação da
Natureza) – IUCN, 2020 na categoria vulnerable (VU) e na lista do MMA, 2014.
A Penelope jacucaca, popularmente conhecida como Jacú, é endêmica do Brasil. Ocorre
principalmente na Caatinga e em diversas partes do bioma Cerrado. Atualmente, as maiores populações
ocorrem em unidades de conservação do Piauí, Ceará, Bahia e Pernambuco, e apesar de possuir ampla
extensão de ocorrência, os registros são de poucos exemplares por localidade. Sua população está
severamente fragmentada e há declínio continuado da sua população devido à redução de áreas florestais
no bioma e da qualidade do habitat, como também, à caça indiscriminada (MMA Nº 444/2014). Por essas
razões, P. jacucaca foi categorizada como vulnerável (VU) (MMA, 2014; IUCN, 2020).

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6.2.2.4 Resultado da mastofauna

Os mamíferos desempenham um papel fundamental na manutenção e equilíbrio dos ecossistemas


afetando a população de presas, a estrutura e composição das espécies na vegetação ao entorno, por meio da
dispersão de sementes (espécies frugivoras), além da uniformização natural de populações pelas espécies
carnívoras (DUPRAT; ANDRIOLO, 2011).
A sobrevivência das populações de mamíferos está seriamente ameaçada pela fragmentação dos
ecossistemas. A perda de habitat pela ação antrópica e mudanças climáticas estão aumentando rapidamente o
risco de extinção de espécies endêmicas do Cerrado (COLLI et al., 2020), limitando frequentemente a presença
de mamíferos de grande porte pelo tamanho da área (CHIARELLO, 1999). Áreas climaticamente remanescentes
ocupadas por mamíferos ameaçados são mais impactadas, alterando os domínios ecológicos e influenciando
nos padrões de extinção e adaptação das espécies (DE MARCO et al., 2020). Além disso, o número reduzido
de áreas protegidas em unidades de conservação é insuficiente para garantir a manutenção ou a
representatividade das espécies de plantas e animais (LATRUBESSE et al., 2019).
O conhecimento sobre a Mastofauna de uma região é fundamental para avaliar a conservação da
biodiversidade em um ambiente alterado e seriamente ameaçado como o cerrado. Os dados de levantamentos
prévios podem auxiliar programas de monitoramento das atividades humanas sobre os habitats e subsidiar
estratégias de ações e políticas de conservação, além de fornecerem medidas para gestão mais adequada e
ampliação de áreas protegidas.
Os resultados da riqueza de mamíferos foram apresentados em sua totalidade, a partir do
levantamento e monitoramento da Mastofauna na região de instalação do empreendimento e nos limites
das áreas de influências, como resultado foi possível registrar um total de 14 espécies, distribuídas em 07
ordens e 09 famílias (Quadro 6.20). Esse número de espécies revela uma baixa diversidade, com pouca
expressividade quando comparado a outros estudos dentro do bioma. Porém, condizente com alguns,
Martins-Oliveira et al., (2019), por exemplo, em estudos em área de cerrado registraram 10 espécies de
mamíferos de pequeno e médio porte.

Quadro 6.20. Lista taxonômica de mamíferos registrados na área de instalação do CFV Sol de Itaueira
ORDEM/FAMÍLIA/NOME MÉTODO DE GUILDA IUCN MMA
NOME COMUM
CIENTÍFICO IDENTIFICAÇÃO TRÓFICA 2020 2014
ARTIODACTYLA
Cervidae
Mazama gouazoubira Veado-catingueiro ENT HEB LC LC
Mazama sp. Veado ENT / VE HERB LC LC

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ORDEM/FAMÍLIA/NOME MÉTODO DE GUILDA IUCN MMA


NOME COMUM
CIENTÍFICO IDENTIFICAÇÃO TRÓFICA 2020 2014
CHIROPTERA

Phyllostomidae

Glossophaga soricina Morcego-beija-flor AV NEC LC LC

CINGULATA

Chlamyphoridae

Euphractus sexcinctus Tatu-peba AV / ENT ON LC LC

Dasypodidae

Dasypus septemcinctus Tatuí AV / ENT ON LC LC

Tolypeutes tricinctus Tatu-bola ENT ON VU EN

CARNIVORA

Canidae

Lycalopex vetulus Raposa-do-campo AV ON NT VU

DIDELPHIMORPHIA

Didelphidae

Didelphis albiventris Gambá AV ON LC LC

Didelphis marsupialis Mucura ENT ON LC LC

PILOSA

Myrmecophagidae

Myrmecophaga tridactyla Tamanduá-bandeira AV IN VU VU

Tamandua tetradactyla Tamanduá-mirim AV IN LC LC

RODENTIA

Caviidae

Kerodon rupestris Mocó ENT HERB LC VU

Cavia aperea Preá AV HERB LC LC

Dasyproctidae

Dasyprocta sp. Cutia ENT HERB LC LC


Legenda: Registro: AV – avistamento, ENT – entrevista, VE – vestígios. Status de Conservação: LC – preocupante, NT – quase
ameaçada, VU – Vulnerável, EM – Em perigo, CR – Criticamente em perigo, EW – Extinto da natureza. Guildas tróficas: GR –
Granívoro; CR – Carnívoro; FR – Frugívoro; IN – Insetívoro; ON – Onívoro; NEC – Nectarívoro, HEB – Herbívoro.
Fonte: WMetria, 2022.

As espécies registradas estão distribuídas em 09 famílias distintas dentro de 07 ordens, onde a


maior proporção de espécies está inserida nas ordens Chiroptera e Pilosa, representando cada uma 21%
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do total de indivíduos. As espécies pertencentes a esses grupos de mamíferos terrestres são essenciais
componentes ecológicos dos ecossistemas, as quais controlam as populações de insetos e pequenos
invertebrados, influenciando na diversidade da comunidade (DAMASCENO et al., 2020). A distribuição de
famílias é similar à de espécies, onde a maioria das famílias registradas pertencem à ordem Rodentia (22%)
e da ordem dos Cingulata (22%) (Figura 6.29).

Figura 6.29. Riqueza de famílias e espécies de mamíferos na área de instalação do CFV Sol de Itaueira

3 3

2 2 2 2 2

1 1 1 1 1 1 1

Artiodactyla Carnivora Chiroptera Cingulata Didelphimorphia Pilosa Rodentia

FAMÍLIA ESPÉCIES

Fonte: WMetria, 2022.

Em relação à proporção de famílias ao número de espécies para a região foi significativa, em que
as famílias Didelphidae, Cervidae, Myrmecophagidae, Caviidae e Dasypodidae e abrangeram o maior
número de espécies, cerca de 14% cada uma (Figura 6.30). A maior presença de indivíduos pertencentes
a essas classes reforça a necessidade da presença de requerimentos ambientais relevantes na região
(CÁCERES et al., 2010) enfatizando a importância dos fragmentos florestais como área de refúgio,
alimentação ou deslocamento da fauna silvestre. Além disso, algumas espécies pertencentes a essas
famílias estão inclusas nas listas de espécies ameaçadas de extinção, como é o caso do Tolypeutes
tricinctus.

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Figura 6.30. Famílias que apresentaram maior número de espécies durante a campanha de amostragem

2 2 2 2 2

1 1 1 1

Fonte: WMetria, 2022.

A abundância de espécies presentes na área foi estimada com base nos métodos de registros.
Considerando isso, a maioria das espécies de mamíferos foram registradas somente por visualização no
Transecto Linear ou armadilhas fotográficas (43%) e por consultas a moradores (36%) (Figura 6.31).

Figura 6.31. Métodos de registros de espécies na área do CFV Sol de Itaueira

ENT/AV
ENT/VE 14%
7% AV
43%

ENT
36%

AV ENT ENT/VE ENT/AV

Legenda: AV (Avistamento); ENT (Entrevista); VE (Vestígios).


Fonte: WMetria, 2022.

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Apenas 14% foram identificadas pelos conjuntos dos métodos e 7% pelos métodos de entrevista e
vestígios. O padrão de registros entre as espécies foi distinto, com maior frequência de ocorrência nas áreas
antropizadas e estradas do que que nas áreas de vegetação nativa.
Com relação a análise dos grupos tróficos dos mamíferos registrados na área de instalação do
empreendimento, foi possível verificar que a maioria das espécies possuem dietas bastante diversificadas.
Aproximadamente 43% dos indivíduos são caracterizados como onívoros, sendo considerada uma das
classes de mamíferos mais importantes por explorar mais de uma categoria trófica, consumindo alimentos
tanto de origem vegetal quanto animal. Para esta categoria temos o gambá (Didelphis albiventris) e o tatu-
peba (Euphractus sexcinctus) que são as espécies frequentemente vistas nessas áreas.
Outro grupo trófico de destaque foi o dos herbívoros, fazendo parte da dieta alimentar de
aproximadamente 36% das espécies. Com destaque para as espécies preá (Cavia aperea) e o mocó
(Kerodon rupestris) que são os principais ocorrentes desses grupos.

Figura 6.32. Composição trófica das espécies da Mastofauna

ON 43%

NEC 7%

IN 14%

HERB 36%

Legenda: ON – Onívoro; IN – Insetívoro; HER – Herbívoro; NEC – Nectarívoro.


Fonte: WMetria, 2022.

No levantamento da Mastofauna realizado na área do empreendimento, algumas espécies foram


visualizadas por meio de registros fotográficos, totalizando 14 exemplares em todo o estudo, a Foto 6.18
elenca alguns dos indivíduos inventariados na área de instalação do empreendimento. De modo geral, todas as
espécies registradas são comuns de serem observadas nos ambientes de Cerrado.

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Foto 6.18. Espécies registradas no levantamento

Didelphis albiventris Myrmecophaga tridactyla

Tamandua tetradactyla Lycalopex vetulus

Dasypus septemcinctus Glossophaga soricina

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Euphractus sexcinctus Cavia aperea

Pegadas de Mazama sp. Buracos de tatu

Fonte: WMetria, 2022.

Os indivíduos representantes da Mastofauna são importantes indicadores ecológicos da integridade


dos ecossistemas, exercendo papel fundamental para o funcionamento dos mesmos. A diversidade de
espécies indica predominância de indivíduos de hábitats pela variedade de paisagens e ambientes.
Entretanto, apresenta valor conservacionista adicional pela presença de espécies como a cutia (D. azarae)
e as ameaçadas como tatu-bola (Tolypeutes tricinctus), tamanduá-bandeira (Myrmecophaga tridactyla),
tamanduá-mirim (Tamandua tetradactyla) e raposa-do-campo (Lycalopex vetulus), indicando necessidade
de ambientais conservados na região (CÁCERES et al., 2010) e reforçando a relevância dos fragmentos
florestais como áreas de refúgio, alimentação ou deslocamento da fauna silvestre.

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• Espécies Endêmicas, Raras, Ameaçadas de Extinção, de Interesses Econômico e Científico


Os mamíferos são de grande importância para o ser humano, uma vez que podem fornecer uma
diversidade de serviços ecossistêmicos, como alimento, vestuário (peles e ornamentos) e companhia
(mercado pet). O mosaico de habitat e a consequente perda de ecossistemas em razão da intensa ação
antrópica representam as principais ameaças aos mamíferos.
Algumas espécies têm impacto econômico por afetar negativamente os ecossistemas naturais,
como espécies que possuem maior potencial de propagação de patógenos e vetores de doenças em áreas
antes não impactadas ou até mesmo ao ser humano, consideradas como de importância para a saúde. A
espécie Didelphis albiventris (representante da Mastofauna nativa) é considerada de importância econômica
devido a fatores relacionados à saúde como espécie transmissora de zoonoses.
Espécies ameaçadas e vulneráveis pela intensa pressão da caça são importantes indicadores para
avaliação da capacidade de proteção dos fragmentos florestais na área e poderão ser úteis para fornecer
base para o manejo conservacionista das espécies de mamíferos nestas regiões (ALVES, 2014).
Dentre as espécies registradas nas áreas de influência previstas para a instalação do CFV Sol de
Itaueira, quatro estão presentes na Lista das Espécies da Fauna Brasileira Ameaçadas de Extinção (MMA,
2014) e lista das espécies mundialmente ameaçadas e disponível no site da IUCN - International Union for
Conservation of Nature (IUCN, 2020), a saber: tatu-bola (Tolypeutes tricinctus), mocó (Kerodon rupestris),
tamanduá-bandeira (Myrmecophaga tridactyla) e a raposa-do-campo (Lycalopex vetulus).
A espécie Tolypeutes tricinctus é considerada vulnerável (VU) em território global e em perigo (EN)
em território brasileiro. É a menor, menos conhecida e única espécie de tatu endêmica do Brasil, pois a sua
distribuição se restringe à caatinga e ao cerrado brasileiro (PAGLIA et al., 2012). A tendência populacional
é decrescente devido a redução da área nativa de Caatinga, principal bioma de ocorrência para T. tricinctus
(46,6% em 2011) e também da perda de hábitats do Cerrado (54,8% em 2010), principalmente no oeste
baiano e sul do Piauí, área de ocorrência da espécie (MMA, 2022). A alta vulnerabilidade à caça e o registro
recorrente de extinções locais também contribuem para essa tendência de redução populacional. Portanto,
infere-se que nos últimos 27 anos, a espécie tenha sofrido uma redução de sua população em mais de 50%.
Outra espécie é o mocó (Kerodon rupestris) que está categorizada como VU (vulnerável) em
território brasileiro, porém, é classificado como preocupante (LC) na lista global. Esses mamíferos tem sua
distribuição restrita a caatinga e cerrado. Está associado a afloramentos rochosos e é muito caçada para
alimentação humana, a qual, juntamente com a destruição dos afloramentos rochosos, são apontados como
fatores responsáveis pelo seu declínio populacional (FREITAS, 2012). Além disso, algumas doenças são
trazidas ao seu habitat por espécies introduzidas, ocasionando a sua extinção.

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O tamanduá-bandeira (Myrmecophaga tridactyla) é uma espécie de mamífero de grande porte, que


se alimenta de formigas e cupins, utilizando diferentes habitats (MIRANDA et al. 2015). Por causa do seu
hábito alimentar especializado e seu requerimento por áreas amplas, a espécie é fortemente impactada pela
perda e fragmentação de habitats (GALLO et al., 2017).
A raposa-do-campo (Lycalopex vetulus) é a única espécie de canídeo brasileiro endêmica do
Cerrado, bioma sob alta pressão antrópica e com menos de 20% de sua área original ainda em estado
primitivo. As maiores ameaças à conservação da raposa-do-campo parecem ser a destruição de seu hábitat
e outros efeitos negativos diretos e indiretos causados pelo homem, as ações antrópicas aparentemente
representam a maior fonte de mortalidade da espécie. Atualmente a espécie é categorizada como VU
(vulnerável) em território brasileiro, porém, é classificado com quase ameaçada (NT) na lista global.
A ausência de outras espécies de mamíferos, com preferência a ambientais maiores, como onça
pintada (Panthera onca) e onça parda (Puma concolor) pode ser indicativo do efeito de fragmentação desse
ambiente (CALAÇA et al., 2010).

6.2.2.5 Resultado da herpetofauna

O Cerrado abriga uma grande biodiversidade de espécies de répteis e anfíbios, entretanto,


diversidade e distribuição da herpertofauna no bioma são altamente associadas à variação horizontal e à
alta sazonalidade (NOGUEIRA et al., 2010). A herpertofauna terrestre pertencente a este bioma é composta
por mais de 180 de répteis e 150 de anfíbios (ICMBio, 2021). Apesar da expressiva riqueza, a descrição
dessas espécies ainda é escassa. Isto demonstra que esses indivíduos ainda são pouco conhecidos e a
riqueza de espécies nesse ecossistema deve aumentar com o acréscimo de informações e amostragens
intensivas em áreas pouco conhecidas.
Com o avanço do desenvolvimento humano e a exploração dos recursos naturais, grandes desafios
para a conservação da diversidade de espécies têm sido impostos. Este grupo de animais vem sofrendo um
severo declínio das populações e as extinções vem acontecendo em crescimento brusco (NOGUEIRA et
al., 2011).
Os resultados da campanha de amostragem da herpertofauna foram exibidos em sua totalidade
para as Áreas de Influência Direta e Área Diretamente Afetada pelo empreendimento. Foram registradas um
total de 04 espécies de anfíbios (25%) e 13 espécies de répteis terrestres (75%), além de duas espécies de
aracnídeos, totalizando 19 espécies, com diferentes registros e métodos de observação, conforme disposto
na (Quadro 6.21).

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Quadro 6.21. Lista geral de espécies da herpetofauna registradas na área do empreendimento

MÉTODO DE STATUS DE CONSERVAÇÃO


ORDEM/FAMÍLIA/NOME CIENTÍFICO NOME COMUM
IDENTIFICAÇÃO IUCN 2020 MMA 2014

ANURA

Bufonidae

Rhinella diptycha Sapo-cururu AV − −

Rhinella marina Sapo-boi AV LC −

Leptodactylidae

Physalaemus cicada Sapinho AV LC LC

Microhylidae

Dermatonotus muelleri Sapo-bode AV LC LC

ARANEIDA

Theraphosidae

Hysterocrates gigas Tarântula AV − −

SCORPIONES

Buthidae

Tityus stigmurus Escorpião AV − −

SQUAMATA

Amphisbaenidae

Amphisbaena alba Cobra-de-duas-cabeças ENT LC LC

Boidae

Boa constrictor Jiboia AV LC LC

Chamaeleonidae

Chamaeleo chamaeleon Camaleão ENT LC LC

Colubridae

Chironius bicarinatus Cobra-cipó ENT LC LC

Dipsadidae

Erythrolamprus aesculapii Coral-falsa ENT LC LC

Philodryas livida Cobra-corre-campo AV / ENT VU VU

Iguanidae

Iguana iguana Iguana ENT LC LC

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MÉTODO DE STATUS DE CONSERVAÇÃO


ORDEM/FAMÍLIA/NOME CIENTÍFICO NOME COMUM
IDENTIFICAÇÃO IUCN 2020 MMA 2014

Teiidae
Ameiva ameiva Bico-doce AV LC LC

Cnemidophorus ocellifer Calango ENT LC LC

Salvator merianae Teju ENT LC LC


Tropiduridae

Tropidurus hispidus Lagartixa AV/ENT LC LC

Tropidurus oreadicus Lagarto AV LC LC


Viperidae

Crotalus durissus Cobra cascavel ENT LC LC


Legenda: Registro: AV – avistamento, ENT – entrevista, VE – vestígios. Status de Conservação: LC – preocupante, NT – quase
ameaçada, VU – Vulnerável, EN – Em perigo, CR – Criticamente em perigo, EW – Extinto da natureza. FONTE: Pesquisa de
Campo, 2021.
Fonte: WMetria, 2022.

Durante as atividades de campo relacionadas ao levantamento da herpertofauna para subsidiar a


instalação do CFV Sol de Itaueira, foram registrados 19 indivíduos, distribuídos em 04 ordens, 14 famílias e
19 espécies, sendo a ordem Squamata de maior riqueza. Em relação a abundância, essa mesma ordem
apresentou maior abrangência de famílias (64%) e espécies (68%), seguida pela ordem dos Anuras (21%)
(Figura 6.33).
Figura 6.33. Porcentagem de espécies e famílias amostradas dentro dos grupos da herpertofauna

68%
64%

21% 21%

7% 5% 7% 5%

Anura Araneida Scorpiones Squamata

FAMÍLIAS ESPÉCIES

Fonte: WMetria, 2022.

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Das 14 famílias registradas no presente estudo, Teiidae apresentou a maior abundância em


espécies, com aproximadamente 16% dos registros, seguido da Bufonidae, Dipsadidae, e Tropiduridae que
juntas representaram a 33% do número total de indivíduos. Geralmente, os répteis se destacam por
apresentarem espécies de ampla distribuição e hábito de vida com maior atividade em ambientes de cerrado
(Figura 6.34).

Figura 6.34. Percentual de espécies dentro das famílias representantes da herpertofauna da área do empreendimento

3
Riqueza de Famílias

2 2 2

1 1 1 1 1 1 1 1 1 1

Fonte: WMetria, 2022.

De acordo com os métodos de registros de espécies da herpertofauna na área de instalação da


usina solar, aproximadamente 47% das espécies foram registradas pelo método de avistamento, 42% por
entrevistas, e apenas 11% foram identificadas pelos dois métodos (Figura 6.35). A maioria das espécies,
apesar de ter ampla distribuição, normalmente possuem populações menores, o que dificulta o registro
delas. Vale lembrar que, a maior parte das espécies foram registradas pelo método das estações de Pitfall,
seguido pelo método de Busca Ativa (Transectos).

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Figura 6.35. Métodos de registros de espécies da herpetofauna da área do empreendimento

ENT
42% AV
47%

AV/ENT
11%
AV AV/ENT ENT

Legenda: AV (Avistamento); ENT (Entrevista); VE (Vestígios).


Fonte: WMetria, 2022.

Ao longo do esforço amostral foram registradas 19 espécies de indivíduos pertencentes a


herpertofauna da área de instalação do empreendimento. A Foto 6.19 traz alguns exemplares que foram
registrados pelos principais métodos de registros.

Foto 6.19. Exemplares da herpertofauna registrados no levantamento em campo

Bufo paracnemis Physalaemus cicada

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Boa constrictor Philodryas livida

Rhinella marina Dermatonotus muelleri

Tropidurus hispidus Ameiva ameiva

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Tropidurus oreadicus Hysterocrates gigas

Aranha (NI) Tityus stigmurus


Fonte: WMetria, 2022.

• Espécies Endêmicas, Raras, Ameaçadas de Extinção, de Interesses Econômico e Científico


O Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) e o Ministério do Meio
Ambiente (MMA) vem promovendo nos últimos anos a avaliação do risco de extinção das espécies da fauna
brasileira. De acordo com as instituições, no bioma Cerrado existem pelo menos 40 espécies e subespécies
de anfíbios e 80 espécies e subespécies de répteis considerados ameaçados de extinção e uma extinta,
utilizando os mesmos critérios e categorias adotadas pela União Internacional para a Conservação da
Natureza e dos Recursos Naturais (IUCN, 2020).
A maioria das espécies que se encontram ameaçadas é em decorrência da perda ou qualidade de
hábitat, da expansão de atividades antrópicas, da ocupação urbana, da poluição do solo e dos recursos
hídricos, dentre outros. No estudo desenvolvido na área do empreendimento foi possível identificar o nível
de ameaça das espécies pertencentes a herpertofauna local, no qual de acordo com critérios da (IUCN,
2020) apenas uma foi categorizada como vulnerável (VU) no bioma Cerrado: a cobra corre-campo
(Philodryas livida) que também é considerado vulnerável pela (MMA, 2014).
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A Corre-campo é endêmica do Brasil, com registro em diversos estados brasileiros. Trata-se de uma
espécie especialista em fisionomias campestres de Cerrado, que têm sido drasticamente reduzidas e
fragmentadas. Nos últimos dez anos houve uma redução de 30,5% da área de ocupação da espécie devido
à expansão agrícola (conversão de áreas naturais em pastagem e plantio em larga escala de monoculturas).
Por esses motivos, Philodryas livida foi categorizada como, Vulnerável (VU) nas listas global e brasileira.
Outra espécie que deve-se preocupar é a Rhinella diptycha que de acordo com a União Internacional
para a Conservação da Natureza (IUCN), esta é classificada como DD (dados deficientes). É preciso que
se realizem novos estudos taxonômicos, pois existe a possibilidade de a espécie ser, na verdade, um
complexo específico.

6.2.2.6 Resultado da ictiofauna

Os ambientes aquáticos, tanto continentais quanto marinhos apresentam como forma de vida
dominante entre os vertebrados, os peixes. Sendo na região neotropical encontrada a maior diversidade de
peixes de água doce de todo o planeta, segundo Vari e Malabarba, 1998. Grande parte da diversidade de
peixes da região Neotropical se encontra no Brasil, onde em 2007 foi registrado 2.587 espécies válidas
exclusivas de água doce (BUCKUP, et al., 2007).
A diversidade local de espécies de peixes está fortemente relacionada com as características
ambientais. Ambientes com maior largura e volume tendem a fornecer mais micro-habitats e recursos
alimentares, permitindo maior coexistência entre espécies (CASATTI, 2002; SÚAREZ, 2008).
Durante as campanhas de campo não foi possível identificar espécies de peixes por meio de
visualização, uma vez que o riacho Água Boa se comporta como um curso d’água intermitente, sem acumulo
hídrico suficiente para realizar amostragem. Além disso, vale destacar que nos limites da AID não foram
identificados pontos de amostragem (pesca), o que dificultou o levantamento de espécies, durante as
entrevistas com os moradores das comunidades, não foi possível registrar espécies de ocorrência na região.

6.3 Meio socioambiental

O estudo das principais características do meio socioeconômico permite a identificação e análise


dos componentes do referido meio, suscetíveis de sofrerem alterações, tanto benéficas quanto adversas,
em função do planejamento, da implantação e operação do Complexo Fotovoltaico Sol de Itaueira, no
município de Itaueira-PI.
A Área Diretamente Afetada (ADA), corresponde à área de implantação do empreendimento.
Compreende a área de fato onde ocorrerão as obras e onde serão feitas desapropriações. Como Área de

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Influência Direta (AID) definiu-se a área compreendida ao raio de 5 km a partir da poligonal do


empreendimento e/ou aquelas cuja localização fica na via de acesso ao empreendimento. Já na Área de
Influência Indireta (AII) situam-se os componentes socioambientais inseridos no território dos municípios
piauienses de Floriano e Itaueira, em virtude da importância que o empreendimento exercerá em todo o
município, contribuindo para a melhoria da produção de energia elétrica a partir do recurso solar. O Quadro
6.22 mostra a classificação de cada estrutura populacional identificada no entorno do empreendimento.

Quadro 6.22. Classificação das Áreas de Influência do Complexo Fotovoltaico Sol de Itaueira

LOCALIZAÇÃO CLASSIFICAÇÃO CRITÉRIOS


Via de acesso; Uso da infraestrutura;
Sede do município de Itaueira AII
Relações institucionais e comerciais
Gado Brabo AID e ADA Local do empreendimento e Via de Acesso
Duas Lagoas AID Proximidade
Três Lagoas AID Proximidade
Ponta do Mato AII e AID Via de Acesso
Via de acesso; Uso da infraestrutura;
Sede do município de Floriano AII
Relações institucionais e comerciais
Pé-de-Juá AID Proximidade e Via de Acesso
Exú AID Proximidade e Via de Acesso
Fonte: WMetria, 2022.

Tendo em vista a natureza e abrangência do presente estudo, inserido em um contexto sociocultural


amplo a ser investigado (...) “por um contato direto do pesquisador com a situação pesquisada (...)” (ANDRÉ,
1998, p.41), para o qual observamos a origem, a evolução e o significado de aspectos específicos, optou-
se pela combinação de elementos quantitativos e qualitativos, tais como a coleta de dados, a análise das
informações e técnicas de inferência, que permitam o máximo de generalização possível dos resultados
(BAINBRIDGE; LEE, 2014).
E, nesta perspectiva, elaborou-se como suporte os seguintes procedimentos de referência:
− Levantamento bibliográfico de instituições públicas que realizam estudos sobre a área estudada e
consulta a base de dados oficiais do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), PNUD/Atlas do
Desenvolvimento Humano no Brasil, Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira
(INEP), Sistema Único de Saúde (SUS), o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (CAGED) e
Relação Anual de Informações Sociais (RAIS), que atuam juntamente ao Ministério do Trabalho (MTb);
Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA), Fundação Nacional do Índio (FUNAI),
Fundação Cultural Palmares (FCP), dentre outros;

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− Informações publicadas nos sites oficiais do Governo do Piauí e das Prefeituras que, além da
estrutura governamental, apresenta também as principais ações realizadas pelas Secretarias de
Governo/Prefeituras;
− Levantamento de campo com aplicação de questionários e entrevistas com moradores e lideranças
das comunidades da AID; aos moradores das Áreas de Influência Direta (AID) e Área Diretamente Afetada
(ADA);
− Registros fotográficos em diversos pontos dos municípios, priorizando a obtenção de informações
sobre a infraestrutura, condições de saúde, educação, lazer, empregos, cultura, etc.

Os municípios de Floriano e Itaueira estão localizados na porção Sudoeste do estado do Piauí, e


distantes da capital Teresina cerca de 240 km e 340 km, respectivamente. De acordo com a classificação
do IBGE (2017), Floriano e Itaueira pertencem a Região Intermediária de Floriano, composta por 13
municípios com população estimada de 128.960 habitantes, dispostos em uma área de 19.235,960 km²
(IBGE, 2021).

6.3.1 Descrição da Área de Influência Indireta (AII)

6.3.1.1 Caracterização populacional

• Quantitativo, distribuição e mapeamento da população, densidade e crescimento


populacional
De acordo com o Censo Demográfico de 2010, os municípios de Floriano e Itaueira possuíam em
2010 uma população de 57.690 e 10.678 habitantes, respectivamente, e diante disso, apresentaram baixos
índices de densidade demográfica, com uma variação entre 4,21 a 16,92 hab./km². Observando a
distribuição da população, no Quadro 6.23, verificar-se que a maior parte da população reside na zona
urbana, representando 86,62% em Floriano e 55,71% em Itaueira (IBGE, 2010).

Quadro 6.23. Habitantes, Situação de Domicílio em %, Área Territorial e Densidade Demográfica – 2010
POPULAÇÃO POPULAÇÃO ÁREA DENSIDADE
NÚMERO DE
MUNICÍPIO URBANA RURAL TERRITORIAL DEMOGRÁFICA
HABITANTES
(%) (%) (km2) (hab/km2)
Floriano 57.690 86,62 13,38 3.410 16,92

Itaueira 10.678 55,71 44,29 2.535 4,21


Fonte: IBGE - Censo Demográfico e IBGE - Cidades, 2010.

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Ao analisar a projeção do crescimento populacional até 2021, verificou-se um leve aumento de


4,20% no número de habitantes em Floriano e 3,36% em Itaueira, em comparação ao total de habitantes
residentes nos municípios no ano de 2010, alterando assim a tendência geral apresentada em anos
anteriores (Figura 6.36).

Figura 6.36. População residente: dados reais dos últimos censos e estimados entre 2011 e 2021, para os municípios
de Floriano e Itaueira

Fonte: IBGE/SIDRA, 2021.

Sobre a população flutuante, não foram encontrados dados oficiais, mas segundo declarações das
pessoas entrevistadas, a população que costuma circular pelo município tem o maior fluxo nos meses de
férias, e durante os feriados prolongados, onde os parentes que moram em outros municípios ou na capital,
vêm visitá-los.
Existe uma parcela da população que trabalha por temporada em obras públicas e privadas de
outras cidades ou estados, e, portanto, alternam períodos nos municípios e fora deles. Além da população
que transita de forma sazonal, há também os estudantes e trabalhadores do setor terciário (representantes
comerciais, médicos, etc.) que residem temporariamente ou de maneira intermitente, não representando, de
modo geral, uma população flutuante significativa e influenciando de maneira significativa a dinâmica
populacional dos municípios, especialmente em Floriano.
Outros dados que agregam para a caracterização da dinâmica populacional do município são as
informações sobre os gêneros e pirâmide etária da população. No Censo 2010, o IBGE identificou que
52,18% da população da área de intervenção era formada por mulheres e 47,82% por homens, resultado
muito parecido com o encontrado no município de Floriano, onde o número de mulheres era superior
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(52,66%) ao de homens. Já em Itaueira, a população masculina é um pouco acima, 50,43%, conforme


apresenta o Quadro 6.24.

Quadro 6.24. População recenseada por gênero – Floriano e Itaueira

MUNICÍPIO GÊNERO 1991 2000 2010


Homem 24.058 25.732 27.309
Floriano
Mulher 27.436 28.859 30.381
Homem 5.490 5.222 5.385
Itaueira
Mulher 5.519 5.125 5.293
Fonte: IBGE - Censo Demográfico e IBGE - Cidades, 2010.

A população ativa da área de estudo, representada pela faixa etária entre 15 – 64 anos corresponde
a maior parte da população em 2010 (67,45%). Porém uma tendência observada ao longo dos anos é a
redução de 17,79% da população com faixa etária entre 0 – 14 anos e o aumento no percentual de habitantes
com faixa etária superior a 65 anos, que sofreu incremento de 41,33% entre os anos de 2000 e 2010,
representando o envelhecimento da população e consequente mudança da estrutura da Pirâmide Etária
municipal (Quadro 6.25 e Figura 6.37).

Quadro 6.25. População recenseada por faixas etárias nos anos de 1991,2000 e 2010

FLORIANO ITAUEIRA
GRUPO DE IDADE
1991 2000 2010 1991 2000 2010
0 – 4 anos 6.114 5.164 4.051 1.460 999 810
5 – 9 anos 6.680 5.286 4.607 1.732 1.024 891
10 – 14 anos 7.140 6.424 5.245 1.597 1.307 1.006
15 – 19 anos 6.377 6.878 5.659 1.232 1.331 964
20 – 24 anos 4.797 5.702 5.948 850 964 949
25 - 29 anos 3.745 4.180 5.355 717 676 904
30 - 39 anos 5.773 7.051 8.651 1.139 1.287 1.484
40 - 49 anos 4.326 5.352 6.826 923 972 1.299
50 - 59 anos 2.952 3.672 4.909 631 795 973
60 - 64 anos 1.092 1.518 1.797 216 365 398
65 - 69 anos 967 1.042 1.458 192 176 329
70 anos e mais 1.531 2.323 3.184 320 451 671
TOTAL 51.494 54.592 57.690 11.009 10.347 10.678

Fonte: IBGE - Censos Demográficos, 1991, 2000 e 2010.

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Figura 6.37. Percentual da população recenseada por faixas etárias nos anos de 1991,2000 e 2010

Fonte: IBGE - Censos Demográficos, 1991, 2000 e 2010.

• Padrões de migração existentes e as interferências sobre os serviços públicos


O saldo migratório para os municípios da AII foi obtido conforme demonstrado nas considerações
metodológicas. O Quadro 6.26 traz o cálculo de saldo vegetativo e migratório entre os dois últimos censos
para os municípios.

Quadro 6.26. Crescimento Total, Saldo Vegetativo e Saldo Migratório - 2000/2010 (em %)

CRESCIMENTO TOTAL SALDO VEGETATIVO SALDO MIGRATÓRIO


MUNICÍPIO NÚMEROS NÚMEROS NÚMEROS
% % %
ABSOLUTOS ABSOLUTOS ABSOLUTOS
Floriano 3.099 100 3.210 103,6 111 3,6

Itaueira 331 100 396 119,6 65 19,5

Fonte: MS/SVS/DASIS - Sistema de Informações sobre Nascidos Vivos – SINASC


e Sistema de Informações sobre Mortalidade - SIM, 2000 a 2010.

O saldo migratório entre 2000 e 2010 encontrado para os municípios da AII foi positivo,
demonstrando que o número de migrantes foi maior do que o de imigrantes. Em números absolutos, o maior
acréscimo de migrantes foi em Floriano, com 111 pessoas.
É plausível supor que estes movimentos migratórios se devam pela posição geográfica privilegiada.
Floriano é ponto central entre a região sul do Estado e a capital Teresina, além de outras cidades do

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Nordeste. É um importante polo de saúde, educação e comercio da região. O deslocamento é facilitado pela
existência das seguintes rodovias: BR-316, BR-343, BR-230, BR-135 e a PI-140 que liga Floriano a Itaueira,
distantes cerca de 100 km.
Em relação aos movimentos pendulares da população, identifica-se duas principais vertentes:
aqueles motivados por trabalho e aqueles motivados por estudo.
Para os deslocamentos motivados por trabalho, observa-se que os municípios de Floriano e Itaueira
apresentam percentual menor que a média nacional (11,75%) de deslocamento de população, sendo que
Itaueira apresentou o percentual um pouco maior (7,71%) que a do Estado (7,56%). O município de Floriano
apresentou o menor percentual de deslocamento, com 6,79%, podendo atrelar esse movimento, à atração
exercida, por possuir uma atividade comercial que atrai diretamente a população das cidades vizinhas,
conforme apresentado no Quadro 6.27.

Quadro 6.27. Deslocamento motivado por trabalho

PESSOAS QUE SE DESLOCAM DO MUNICÍPIO DE ORIGEM PARA TRABALHAR


MUNICÍPIO
NÚMEROS ABSOLUTOS %

Floriano 1.699 6,79

Itaueira 331 7,71

Piauí 91.877 7,56

Brasil 10.146.721 11,75

Fonte: IBGE - Censo Demográfico, 2010.

No que diz respeito ao deslocamento da população motivado por estudo, Itaueira (8,59%)
apresentou percentual acima da média do Brasil (7,22%) e, novamente, Floriano apresentou o menor
percentual de população se deslocando para estudar, sendo considerado cidade-polo na área de educação
da região (Quadro 6.28).
Quadro 6.28. Deslocamento motivado por estudo

PESSOAS QUE SE DESLOCAM DO MUNICÍPIO DE ORIGEM PARA ESTUDAR


MUNICÍPIO
NÚMEROS ABSOLUTOS %

Floriano 615 2,94

Itaueira 281 8,59

Brasil 4.301.914 7,22

Fonte: IBGE - Censo Demográfico, 2010.

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• Identificar os vetores de crescimento regional


Em relação à implantação do Complexo Fotovoltaico Sol de Itaueira, poucos são os locais que
merecem um maior cuidado quanto à presença de área urbanizada e/ou em expansão em direção ao projeto.
Nenhum dos municípios terá efetivamente parte de sua área urbanizada interceptada pelo empreendimento.
As comunidades localizadas na ADA, apesar da proximidade e não havendo nenhuma barreira
restritiva entre elas, prevê-se que em caso de crescimento planejado este possa ser direcionado para
direções contrárias e que não conflitam com a implantação do empreendimento.

• Grupos e instituições sociais (associações e movimentos comunitários)


A capacidade dos indivíduos de se organizarem para solucionar problemas comuns tem sido um
importante mecanismo de mudanças nos processos decisórios do Estado. Portanto, diagnosticar o grau de
organização social de grupos nos estudos ambientais é peça fundamental para a boa gestão dos programas
ambientais.
Identificar e conhecer os indivíduos e as organizações de maior representatividade dentro de uma
comunidade é uma das maneiras mais eficazes e legítimas de se compreender uma pouco da história, do
modo de vida e da dinâmica como esses cidadãos pensam, se expressam e se posicionam diante dos
assuntos de seu interesse. Além disso, é o modo mais coerente e perene que um novo ator ou uma nova
ideia tem para se inserir numa organização social, por meio da transparência, do respeito às opiniões
existentes e da construção de uma realidade conjunta.
Na Área de Influência Direta do empreendimento não foi identificado nenhum tipo de grupo e/ou
organização social.

6.3.1.2 Uso e ocupação do solo

Para dar início à caracterização do Uso e Ocupação do Solo das áreas de influência do projeto
serão apresentados em linhas gerais o histórico da ocupação nos territórios de Floriano e Itaueira, e demais
informações históricas relevantes.

• Contextualização histórica
A ocupação do território piauiense se deu no final do século XVII, quando grupos de aventureiros a
procura de índios e de novas terras para a pecuária penetraram na região dos sertões, liderada pelo
bandeirante português Domingos Afonso Mafrense. Após atravessarem o divisor de águas entre os rios São
Francisco e Parnaíba, fundaram junto à margem oriental desse último várias fazendas de gado, em terras
que viriam a ser posteriormente o Piauí.

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A ocupação inicial das terras que atualmente constituem o município de Floriano, se deu em meio
as chamadas Fazendas Nacionais, pertencentes ao patrimônio da Coroa Portuguesa, terras que,
anteriormente, tinham pertencido à sesmaria de Domingos Afonso Mafrense, criada em 1676.
Em 1873 foi criado o Estabelecimento Rural São Pedro de Alcântara para ser uma colônia de
propriedade do Governo Imperial. Foi projeto do agrônomo Francisco Parentes, que conseguiu sua
indicação para fundar e administrar o Estabelecimento pelo prazo de 15 anos.
O caráter rural do território ocupado pelo Estabelecimento, contudo, só se modificou em finais da
década de 1880 do século XIX, quando foi liberada, para particulares, uma área à beira do rio Parnaíba.
Vieram, então, ocupar o local pessoas de outras localidades. Com a chegada destes novos habitantes, o
lugar ocupado por eles foi-se desenvolvendo, espraiando-se em ruas executadas segundo traçado
planejado em Teresina, a pedido do Ministério da Agricultura. Estabelecia-se, assim, o núcleo urbano
primitivo da futura Floriano, nas proximidades da hoje Igreja Matriz. Em 1890, o povoado-sede do
Estabelecimento foi elevado à condição de vila e, em 1897 a Vila da Colônia à categoria de cidade, com o
nome de Cidade Floriano.
O processo histórico de ocupação urbana de Floriano foi lento, vindo a acelerar-se de forma mais
significativa apenas no século XX. Devido a sua localização geográfica favorável, além de ser uma colônia
agropastoril, Floriano torna-se ponto de referência por meio do porto fluvial as margens do rio Parnaíba e
devido à migração, ao território piauiense e estados circunvizinhos.
Com a construção das rodovias para o transporte rodoviário de cargas em todo o país, o comércio
realizado por via fluvial na cidade de Floriano encerrou em meados de 1950, quando houve uma grande
queda na economia local. Na década seguinte, com a construção da Usina Hidrelétrica de Boa Esperança,
houve a necessidade de mão de obra para as obras, e toda circulação passava pelas rodovias que liga
Floriano a Guadalupe, transportando alimentos e produtos em geral. Assim nos anos seguintes a população
continuou a crescer e o comércio cada vez mais se concretizando em expansão, tonando esta cidade como
uma das principais economias do estado piauiense.
Já Itaueira foi elevado a município em 1952, desmembrado de Floriano, pela Lei Estadual Nº 743,
de 29 de outubro do mesmo ano. A denominação Itaueira deve-se ao rio que banha seu território.
O município de Itaueira teve origem numa área conhecida como Maria das Virgens, onde foi
instalada uma fazenda para a criação de bovinos, de propriedade de Antônio Caú, que se denominou Piripiri
ou Piripiri dos Caús. Após a morte do proprietário, os herdeiros venderam as terras, ficando a maior área
com Joaquim Gonçalves, que veio com sua numerosa família de Assaré (Ceará). A localidade progrediu
principalmente por descobrirem a fertilidade de seus solos para o cultivo do milho.

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• Caracterização do uso e ocupação do solo


A ocupação inicial das terras que atualmente constituem os municípios de Floriano e Itaueira, se
deu em meio a grandes fazendas de criação de gado e a produção agrícola de milho, sendo por esse motivo,
predominantemente agrícola o uso e ocupação do solo no município.
No tocante aos usos urbanos do solo, o tema é trabalhado no tópico 6.3.1.2 Estrutura Produtiva e
de Serviços, com destaque para os serviços institucionais e públicos, como os principais usos comerciais
praticados nas sedes dos municípios, dentre os quais está o comércio varejista em geral, dentre outras
atividades.

• Usos predominantes, áreas urbanas e malha viária


Os critérios de uso e ocupação do solo urbano em Floriano e Itaueira seguiram o modelo orgânico
e intuitivo, como a maioria das cidades antigas. Portanto, não foi planejado o tipo de uso durante a instituição
da cidade.
Contudo, em Floriano há uma setorização intuitiva e uma setorização legal, na qual o poder público
disciplina o uso e ocupação do solo por meio de legislação específica (Lei Nº 416/2007). Já Itaueira não
dispõem de legislação especifica para uso e ocupação do solo.

• Planos diretores ou de ordenamento territorial nos municípios interceptados


Para o ordenamento territorial, que objetiva a distribuição espacial da população e das atividades
econômicas no município de modo a evitar e corrigir distorções do crescimento urbano, dois dispositivos
são fundamentais: o Plano Diretor Municipal, que é o instrumento básico da política de desenvolvimento
urbano do município, incluindo temas como ordenamento territorial e mobilidade urbana; e a Lei de
Zoneamento, que fixa as regras básicas de ordenamento e controle do uso do solo. Nesse sentido, o
Complexo Fotovoltaico Sol de Itaueira, deve estar em concordância com estes dois dispositivos de
legislação urbanística municipal.
Segundo a Lei Nº 10.257/01 (Estatuto da Cidade), o Plano Diretor é um dispositivo obrigatório para
municípios com população igual ou maior que 20 mil habitantes. Assim, somente o município de Floriano
enquadra-se nesta categoria, considerando-se a contagem do Censo Demográfico de 2010.
O município de Itaueira não possui Plano Diretor, portanto deverá seguir às disposições da
legislação federal e estadual para atender o licenciamento ambiental para implantação do empreendimento
com significativo impacto ambiental de âmbito local.

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Quanto ao município de Floriano, a Lei Nº 416, de 23 de abril de 2007, institui o Plano Diretor
Participativo, dispondo sobre a política municipal de desenvolvimento urbano, e dá outras providências,
define na Seção 2 a divisão do territorial do município:

Art. 17. O território do município de Floriano está dividido quatorze zonas urbanas e uma
zona rural, integrantes desta Lei.
Art. 18. As zonas urbanas são:
I - Zona de Proteção do Patrimônio Cultural (ZPPC);
II - Zona Central (ZC);
III - Zona de Proteção Ambiental Recreativa (ZPARE);
IV - Zona de Proteção Ambiental Especial (ZPAE);
V - Zona de Proteção Ambiental Rigorosa (ZPARI);
VI - Zona de Grandes Equipamentos (ZGE);
VII - Zona Educacional (ZE);
VIII - Zona Residencial (ZR);
IX - Zona de Verticalização Elevada (ZVE);
X - Zona de Verticalização Moderada (ZVM);
XI - Zona de Expansão Urbana (ZEU);
XII - Zona de Restrição à Ocupação (ZRO);
XIII - Zona Industrial (ZI);
XIV - Zona de Conjuntos Habitacionais (ZCH);
(...)
Art. 33. A Zona Rural é destinada a atividades econômicas não urbanas – agricultura,
pecuária, extrativismo, recreação, sistemas agroflorestais e congêneres.
§ 1. Na Zona Rural não são permitidos loteamentos urbanos.
§ 2. Estabelecimentos isolados que não constituem uso rural e que não são adequados a
áreas densamente povoadas como cemitérios, unidades de processamento de resíduos
sólidos, captação d’água para abastecimento público, dentre outros, serão permitidos em
área rural e sujeitos a disciplinamento e controle pela Prefeitura e pelo órgão ambiental
competente.
Art. 34. Fica estabelecida uma Zona de Proteção Ambiental Especial Rural (ZPEAR)
destinada à proteção do sistema de abastecimento d’água do Município.
Parágrafo único. O perímetro da ZPEAR está definido pelo setor do círculo com raio de
500 (quinhentos) metros, com centro na foz do riacho Tabocas, situado a Oeste do riacho
Tabocas, conforme o Mapa 2/3 anexo a esta Lei.
Art. 35. A Zona Rural inclui a Zona de Preservação do Sítio histórico da Vila da Manga,
sujeita ao estabelecido no Decreto Municipal Nº 367/2002.

As áreas definidas como expansão urbana em Floriano (ZEU 1 – Campo Velho, ZEU 2 – Tiberão e
ZEU 3 – Nossa Senhora da Guia) estão localizadas na região norte do município, nas proximidades da sede
municipal, não estando, então, inseridas na Área de Influência Direta do empreendimento, assim como, a
Zona de Preservação do Sítio histórico da Vila da Manga, localizada a leste da sede municipal, as margens
do rio Parnaíba. Dentro da Área de Influência Direta da implantação do empreendimento dos dois
municípios, os usos e ocupação do solo na região é basicamente rural.

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• Estrutura fundiária
Tendo como análise os dados do IBGE/2017, se observa uma expressiva concentração de áreas
para estabelecimentos agrícolas em Floriano, onde haviam 98.485. hectares e 1.382 estabelecimentos, em
Itaueira haviam 78.112 hectares e 1.476 estabelecimentos. No Quadro 6.29 se observa que prevalece a
condição individual, seguida pela condição de condomínio.

Quadro 6.29. Estabelecimentos agropecuários – condição legal do produtor


FLORIANO ITAUEIRA
ESTABELECIMENTOS
AGROPECUÁRIOS ÁREA ÁREA
ESTABELECIMENTOS ESTABELECIMENTOS
TOTAL (ha) TOTAL (ha)
Condomínio, consórcio ou união de
608 60.054 364 11.093
pessoas
Instituição de utilidade pública 1 - - -
Produtor individual 771 38.431 1.112 67.019
Outra condição 2 - - -
TOTAL 1.382 98.485 1.476 78.112
Fonte: IBGE, 2017.

Quanto a condição do produtor em relação às terras (Quadro 6.30), observa-se que a maioria dos
produtores da área de estudo se encontravam na condição de proprietários (71,27% em Floriano e 50,27%
em Itaueira). Em Floriano 12,88% como comodatário; em Itaueira 18,63% na situação de
concessionário/assentado e 12,06% como produtor sem área.

Quadro 6.30. Estabelecimentos agropecuários – condição do produtor em relação às terras


FLORIANO ITAUEIRA
ESTABELECIMENTOS
AGROPECUÁRIOS ÁREA ÁREA
ESTABELECIMENTOS ESTABELECIMENTOS
TOTAL (ha) TOTAL (ha)
Proprietário(a) inclusive os(as)
coproprietários(as) de terras 985 86.025 742 68.506
tituladas coletivamente
Concessionário(a) ou assentado(a)
113 2.272 275 6.089
aguardando titulação definitiva
Arrendatário(a) 1 - 38 387
Parceiro(a) 15 - 47 751
Comodatário(a) (inclusive com
termo de autorização de uso 178 5.203 56 1.109
sustentável - taus)
Ocupante (a justo título ou por
66 1.677 140 1.269
simples ocupação)
Produtor sem área 24 - 178 -
TOTAL 1.382 95.177 1.476 78.111
Fonte: IBGE, 2017.

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Quanto aos imóveis rurais, no que se refere à quantidade e área, estão registrados no Instituto
Nacional de Colonização e Reforma Agrária – INCRA (2021) cerca de 281 imóveis rurais, no qual estão
inseridos em uma área total de 275.868,89 hectares (Quadro 6.31).

Quadro 6.31. Áreas certificadas no INCRA nos municípios da AII

FLORIANO ITAUEIRA
ÁREA
ESTABELECIMENTOS ÁREA TOTAL (ha) ESTABELECIMENTOS ÁREA TOTAL (ha)
< 100 ha 45 2.413,90 9 613,75
100 ha – 500 ha 103 26.709,00 24 5.418,05
> 500 ha 71 131.114,20 29 109.598,89
TOTAL 219 160.237,20 62 115.631,69

Fonte: INCRA, 2021.

Quando pesquisados na base do Cadastro Ambiental Rural – CAR, registrou-se 219 propriedades
nos limites do município de Floriano, em que 52,05% foram classificadas como de médio e grande porte,
com mais de 04 módulos fiscais (< 300 ha), as quais em sua maioria são destinadas para a implantação da
empreendimentos de agropecuária. Em Itaueira foram registradas 62 propriedades, com 41,94%
classificadas como minifúndio a pequeno porte, de até 04 módulos fiscais (> 150 ha) (Quadro 6.32).

Quadro 6.32. Áreas cadastradas no sistema SICAR para os municípios da AII

FLORIANO ITAUEIRA
MÓDULOS
CLASSIFICAÇÃO ÁREA TOTAL ÁREA TOTAL
FISCAIS ESTABELECIMENTOS ESTABELECIMENTOS
(ha) (ha)
Minifúndio > 01 28 946,44 5 236,95
Pequena 01 - 04 77 12.143,25 21 3.098,92
Média 04 - 16 76 40.126,34 17 10.500,64
Grande > 16 38 107.021,13 19 101.795,17
TOTAL - 219 160.237,16 62 115.631,69

Fonte: SICAR, 2021.

• Projetos de assentamentos rurais


Segundo dados do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA) 1, até julho de 2021,
foram implementados no estado do Piauí 500 projetos de assentamentos rurais, numa área de

1 INCRA. Projetos de Reforma Agrária Conforme Fases de Implementação. Disponível em: <https://www.gov.br/incra/pt-
br/assuntos/reforma-agraria/assentamentosgeral.pdf>. Acesso em agosto de 2021.

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1.398.850,2028 ha, com capacidade para atender 34.406 famílias. Deste total, 30.643 famílias ocupam os
lotes disponíveis nos assentamentos, sendo jurisdicionados por duas instituições – o INCRA e o INTERPI.
O município de Floriano concentra 5 (cinco) projetos de assentamentos rurais, ocupando uma área
de 9.591,69 ha, o que corresponde à 2,81% da área total do município e, 87% das áreas regularizadas estão
ocupadas. No município de Itaueira estão assentadas 392 famílias, distribuídas em 8 (oito) assentamentos
que ocupam 7,29% (18.468,22 ha) da área total do município (Quadro 6.33).

Quadro 6.33. Projetos de assentamento existentes nos municípios de Floriano e Itaueira

ÁREA FAMÍLIAS
MUNICÍPIO PROJETO DE ASSENTAMENTO Nº DE FAMÍLIAS (CAPAC.)
(ha) ASSENTADAS
PA Sapé 1.054,33 20 19

PA Retiro 4.550,00 83 82

Floriano PA Fazenda Coelho 1.852,55 70 60

PCA Cidadania 285,00 40 25

PA Santo Antônio 1.849,81 30 26

PA Calumbi 7.342,40 142 132

PA Olho D’água do Canto 3.315,58 120 119

PA Fazenda Serra 5.875,74 90 85

PE Jacú 51,40 16 12
Itaueira
PE Genipapeiro Coroatá 89,53 14 11

PE Caraíbas 408,05 5 4

PE Resfriado Carpina 95,48 16 15

PA Tabuleiro Redondo 1.385,52 30 29

Fonte: INCRA, 2021.

Na AID do empreendimento não consta nenhum assentamento rural registrado no INCRA e/ou no
INTERPI (Mapa 6.13).

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Mapa 6.13. Assentamento Rurais nos municípios da Área de Influência

Fonte: WMetria, 2022.


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• Atividades agrossilvipastoris
Nos municípios da área de estudo haviam registrados 166.611 hectares referentes a áreas
agropecuárias, que correspondiam a 8.704 estabelecimentos, segundo o Censo Agropecuário 2017.
Quando observada o uso da terra (em hectares) pelos estabelecimentos agropecuários, nota-se que em
Floriano 51,98% nas áreas rurais eram utilizadas para cultivo com espécies florestais e também usada para
lavouras e pastoreio por animais (sistemas agroflorestais), seguido pelas áreas de pastagens (24,73%) e
matas ou florestas (22,90%) (Quadro 6.34).
Já em Itaueira haviam registrados 72.887 hectares referentes a áreas agropecuárias, que
correspondiam a 3.753 estabelecimentos, onde 34,04% das áreas eram constituídas por matas ou florestas,
26,45% para cultivo com espécies florestais e também usada para lavouras e pastoreio por animais, e
24,04% usadas para pastagem. Percebe-se que o desenvolvimento de sistemas agroflorestais se apresenta
como uma alternativa capaz de atender as perspectivas de uma agricultura multifuncional das famílias da
região.
Quadro 6.34. Distribuição das áreas e estabelecimentos para utilização agropecuária

FLORIANO ITAUEIRA
UTILIZAÇÃO DAS TERRAS
ÁREA (ha) ESTABELECIMENTOS ÁREA (ha) ESTABELECIMENTOS
Lavouras
Permanentes 820 122 276 169
Temporárias 3.663 1.232 10.945 1.232
Área para cultivo de flores - 5 - -
Pastagens
Naturais 15.334 819 12.033 748
Plantadas em boas condições 2.746 604 5.525 324
Plantadas em más condições 4.087 453 - 140
Matas ou Florestas
Naturais 10.446 390 21.647 307
Naturais destinadas à preservação
10.088 466 3.167 325
permanente ou reserva legal
Florestas plantadas - 2 - 2
Sistemas Agroflorestais
Área cultivada com espécies florestais
também usada para lavouras e pastoreio 46.555 754 19.279 610
por animais
Fonte: IBGE/Censo Agropecuário, 2017.

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Em relação às principais lavouras, percebe-se uma diversidade de culturas temporadas quando


comparadas às permanentes (Quadro 6.35). O plantio de feijão e milho representam as principais produções
agrícolas de Floriano (55,11%) e Itaueira (81,04%), respectivamente (IBGE, 2019).

Quadro 6.35. Produção agrícola nos municípios da Área de influência em 2019

FLORIANO ITAUEIRA

PRODUÇÃO AGRÍCOLA ÁREA QUANTIDADE VALOR DA ÁREA QUANTIDADE VALOR DA


PLANTADA PRODUZIDA PRODUÇÃO PLANTADA PRODUZIDA PRODUÇÃO
(ha) (ton.) (R$) (ha) (ton.) (R$)

Lavoura Permanente

Banana 3 30 39.000,00 5 50 50.000

Castanha de caju 966 220 440.000,00 135 54 135.000

Coco-da-baía 54 900 756.000,00 - - -

Laranja 2 16 14.000,00 - - -

Manga 12 108 108.000,00 - - -

Lavoura Temporária

Amendoim - - - 10 12 34.000,00

Arroz 5 4 4.000,00 400 828 814.000,00

Fava 3 1 10.000,00 5 1 10.000,00

Feijão 1.260 641 1.667.000,00 700 315 914.000,00

Mandioca/Macaxeira 35 350 140.000,00 80 960 192.000,00

Melancia 10 210 168.000,00 - - -

Milho 1.000 1.250 938.000,00 8.000 14.400 8.395.000,00

Tomate 5 56 98.000,00 - - -

Fonte: IBGE/Produção Agrícola, 2019.

A pecuária, por sua vez, é praticada pelo sistema extensivo, destacando-se na criação de
galináceos, com 183.913 cabeças em Floriano e em Itaueira 42.745 cabeças. Uma boa parte da criação
bovina, é responsável pela produção de leite, correspondendo a um valor de R$ 1.824.000,00 em Floriano
e R$ 934.000,00 em Itaueira (Quadro 6.36).

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Quadro 6.36. Efetivos dos animais criados e os produtos da pecuária nos municípios da AI – 2019

DISCRIMINAÇÃO FLORIANO ITAUEIRA

Efetivos das espécies animais (cabeça)

Bovino 10.945 14.035

Caprino 17.739 9.605

Equino 985 672

Galináceo (Total) 183.913 42.745

Galináceo - Galinha 139.098 15.131

Ovino 8.892 13.608

Suíno (Total) 6.737 8.332

Suíno (matrizes) 1.145 1.216

Produtos Animal
QUANT. VALOR DA QUANT. VALOR DA
DISCRIMINAÇÃO
PRODUZIDA PRODUÇÃO (R$) PRODUZIDA PRODUÇÃO (R$)
Leite (litro) 811.000 1.824.000,00 374.000 934.000,00

Mel de abelha (kg) 4.149 41.000,00 8.650 78.000,00

Fonte: IBGE/Pecuária, 2019.

Além dos efetivos de animais citados, a piscicultura tem despontado como excelente alternativa de
diversificação de renda em Floriano, com a criação das espécies tambacu, tambatinga e tambaqui. Para a
atividade de extrativismo, o pó da carnaúba se destaca em ambos os municípios, com produção de 339
toneladas, representando 92,45% de todo o valor de produção em Floriano e 67,78% em Itaueira (Quadro
6.37).
Quadro 6.37. Atividades extrativistas realizadas nos municípios da AI - 2019

FLORIANO ITAUEIRA
EXTRATIVISMO QUANT. VALOR DA PRODUÇÃO QUANT. VALOR DA
PRODUZIDA (ton.) (R$) PRODUZIDA (ton.) PRODUÇÃO (R$)
Aromáticos, medicinais,
- - 2 3.000,00
tóxicos e corantes
Carnaúba (pó) 309 3.549.000,00 30 345.000,00

Carvão vegetal 98 102.000,00 116 77.000,00

Lenha 9.026 173.000,00 4.520 52.000,00

Madeira em tora 187 15.000,00 960 32.000,00

Eucalipto - - 507 -

Fonte: IBGE/Extração vegetal e silvicultura, 2019.

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Floriano historicamente vem se consolidando como polo de referência na oferta de serviços, desde
as primeiras formas de comércio na cidade, nesse sentido a produção do pó da carnaúba, trouxe uma grande
influência também para a produção do espaço urbano da cidade e continua sendo um dos fatores destaques
na economia piauiense.

6.3.1.3 Estrutura produtiva e de serviços

• Caracterização dos setores produtivos e de serviços


Na sequência é demonstrada a grandeza do PIB municipais desagregada pelos grandes setores da
economia: o setor da agropecuária que corresponde ao primário, a indústria que corresponde ao setor
secundário e os serviços, que corresponde ao setor terciário (Quadro 6.38).
Em 2018, a contribuição dos municípios da área de estudo para o Produto Interno Bruto (PIB)2 do
estado do Piauí, foi de 2,11% (IBGE, 2018). O setor de Serviços é o que possui maior participação em
Floriano (61,77%) e em Itaueira, é a Administração Pública que se destaca, com participação de 51,49%.
Cabe notar também que, o setor agropecuário de Itaueira é destaque com 11,83%, especialmente, pela
produção de milho.

Quadro 6.38. Produto Interno Bruto por setores no ano de 2018

FLORIANO ITAUEIRA
ATIVIDADES ECONÔMICAS
(X 1.000) R$ % (X 1.000) R$ %

Agropecuária 15.781,71 1,65 12.206,94 11,83

Indústria 89.602,11 9,35 4.457,92 4,32


Serviços - exclusive administração, defesa, educação e
591.804,17 61,77 33.388,09 32,36
saúde públicas e seguridade social
Administração, defesa, educação e saúde públicas e
260.841,56 27,23 53.137,70 51,49
seguridade social
TOTAL 958.029,55 100,00 103.190,65 100,00

Fonte: IBGE/PIB, 2018.

Segundo dados do IBGE, em 2019, o salário médio mensal em Floriano era de 1,7 salários mínimos
e a proporção de pessoas ocupadas em relação à população total era de 20,97%. Enquanto que em Itaueira
o salário mínimo era de 1,6, a proporção de pessoas ocupadas em relação à população total era de 5,81%.

2Produto Interno Bruto (PIB): Total dos bens e serviços produzidos pelas unidades produtoras residentes sendo, portanto, a soma
dos valores adicionados pelos diversos setores acrescidos dos impostos, líquidos de subsídios, sobre produtos não incluídos na
valoração da produção. Por outro lado, o produto interno bruto é igual à soma dos consumos finais de bens e serviços valorados
a preço de mercado sendo, também, igual à soma das rendas primárias (IBGE, 2004).

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Considerando os dados do último censo (2010), domicílios com rendimentos mensais de até meio salário
mínimo por pessoa, correspondiam a 17,50% em Itaueira e, 5,44% em Floriano.
Com relação ao mercado de trabalho, os municípios da área de estudo concentravam os empregos
formais, em 2019, principalmente nos serviços, na Administração Pública e no comércio. Analisando os
municípios, Itaueira concentra mais de 96% de seus empregos nos serviços, comércio e administração
pública, tendo a agropecuária certa importância (3,87%). Já o município de Floriano tem, também, os
serviços e na administração pública como o principal setor empregador, representando algo em torno de
87% dos empregos, seguida pela indústria com 9,91%, a construção com 1,47% e a agropecuária com
0,71% administração pública. A Figura 6.38 abaixo demonstra estas informações:

Figura 6.38. Distribuição da População Ocupada dos municípios da AI - 2019 (em %)

Fonte: PDET/MT/CAGED, 2019.

De acordo com dados do Painel de Informações do Registro Administrativo (RAIS) do Ministério do


Trabalho (MTb), entre 2018 e 2019 o percentual de empregos formais em Floriano subiu para 4,07%,
enquanto que em Itaueira caiu 2,39%. Dessa forma, o Quadro 6.39 apresenta a distribuição dos empregos
formais por setor da economia e gênero, destacando que 17,74% dos residentes do município de Floriano
estavam formalmente empregados em 2019, sendo desse total 54,55% do gênero masculino. Já em Itaueira,
apenas 4,60% da população residente ocupa algum trabalho formal, sendo ocupado por mais de 68% por
mulheres.

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Quadro 6.39. Informações sobre as empregabilidades por sexo - 2019

FLORIANO ITAUEIRA
SETOR DA ECONOMIA
MASC. FEM. TOTAL MASC. FEM. TOTAL

Agropecuária 63 10 73 15 4 19

Indústria 721 293 1.014 - - -

Construção 125 25 150 - - -

Serviços 2.134 2.887 5.021 88 277 365

Comércio 2.539 1.436 3.975 54 53 107

TOTAL 5.582 4.651 10.233 157 334 491

Fonte: MT/RAIS, 2019.

Dentre os setores da economia em Floriano, a agropecuária e a indústria da construção civil


empregam 86,30% e 83,33% dos homens, respectivamente. Em Itaueira, as vagas de emprego no setor de
serviços são ocupadas por mulheres, com 75,89%, em contrapartida, o comércio emprega mais de 49%
desse gênero.
No que diz respeito à remuneração (Quadro 6.40), ocorrem de modo geral pequenas variações que
remunera a população do gênero masculino. Em Floriano a variação é de 5,71% no setor de serviços a
18,12% no setor da indústria. Em Itaueira o setor do comércio remunera cerca de 8,39% a mais em relação
ao gênero masculino.

Quadro 6.40. Informações sobre a remuneração (R$) - 2019

FLORIANO ITAUEIRA
SETOR DA ECONOMIA
MASC. FEM. MÉDIA MASC. FEM. MÉDIA

Agropecuária 1.206,96 1.060,00 1.133,48 1.089,54 1.010,00 1.049,77

Indústria 1.983,43 1.624,03 1.803,73 - - -

Construção 1.159,02 950,95 1.054,99 - - -

Serviços 2.004,42 1.889,97 1.947,20 1.802,50 1.675,26 1.738,88

Comércio 1.560,39 1.384,34 1.472,37 1.218,45 1.320,71 1.269,58

MÉDIA (R$) 1.582,84 1.381,86 1.482,35 1.370,16 1.335,32 1.352,74

Fonte: MT/RAIS, 2019.

Quanto à faixa etária, os munícipes de Floriano com idades entre 30 e 39 anos são os que ocupam
a maior parte das vagas formais de emprego com aproximadamente 33,86%; seguido pela faixa entre 40 e

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49 anos, considerada a mais ativa, e responsável por 21,14% das vagas de postos de trabalho. Em Itaueira,
a faixa que ocupa maior parcela das vagas de emprego formal com 32,38% é a entre 40 e 49 anos, logo
depois a de 30 e 39 anos com 25,46% das vagas (Quadro 6.41).

Quadro 6.41. Empregos formais por faixa etária - 2019

FLORIANO ITAUEIRA
FAIXA ETÁRIA
VR. ABS. % VR. ABS. %

Até 17 anos 42 0,41 1 0,20

18 - 24 anos 1.353 13,22 25 5,09

25-29 anos 1.668 16,30 44 8,96

30 - 39 anos 3.465 33,86 125 25,46

40 - 49 anos 2.163 21,14 159 32,38

50 - 59 anos 1.215 11,87 109 22,20

60 anos ou mais 328 3,21 28 5,70

TOTAL 10.234 100,00 491 100,00

Fonte: MT/RAIS, 2019.

Sobre a escolaridade dos empregados formais nos municípios da área de estudo, encontrou-se que
dos 10.726 empregos registrados pelo Ministério do Trabalho em 2019, 52,45% eram ocupados por
profissionais com ensino médio, na segunda posição estavam os munícipes com nível superior completo,
ocupantes de 21,37% das vagas (Quadro 6.42).

Quadro 6.42. Empregos formais segundo a escolaridade - 2019

FLORIANO ITAUEIRA
ESCOLARIDADE
VR. ABS. % VR. ABS. %

Analfabeto 18 0,18 1 0,20

Fundamental incompleto 970 9,48 13 2,64

Fundamental Completo 517 5,05 91 18,46

Médio Incompleto 714 6,98 12 2,43

Médio Completo 5.412 52,89 214 43,41

Superior incompleto 461 4,51 11 2,23

Superior Completo 2.141 20,92 151 30,63

TOTAL 10.233 100,00 493 100,00


Fonte: MT/RAIS, 2019.

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Segundo a plataforma DataSebrae (SEBRAE, 2021) haviam 4.719 estabelecimentos/empresas em


Floriano e 365 em Itaueira, sendo a maior parte delas (2.219 e 261 unidades) pertencentes ao comércio
atacadistas/varejistas (Quadro 6.43) (Foto 6.20).

Quadro 6.43. Estabelecimentos por setor - 2021

CATEGORIA FLORIANO ITAUEIRA

Agropecuária 32 3

Indústria 401 20

Construção 256 7

Comércio 2.219 261

Serviços 1.811 74

TOTAL 4.719 365

Fonte: DATASEBRAE, 2021.

Foto 6.20. Estabelecimentos Comerciais

A B

Legenda: A – Estabelecimentos comerciais, Floriano; B – Estabelecimentos comerciais, Itaueira.


Fonte: Wmetria, 2022.

Em Floriano podemos encontrar quatro instituições financeiras (Banco do Brasil, Caixa Econômica,
Banco do Nordeste e Bradesco), e em Itaueira apenas uma instituição financeira (Banco do Brasil). Além
dessas, os municípios dispõem de um banco postal que é acessado através dos Correios e Lotérica (Foto
6.21).

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Foto 6.21. Instituições financeiras

A B

Legenda: A – Agência do Banco do Brasil em Floriano; B – Agência dos Correios em Itaueira.


Fonte: WMetria, 2022.

• Caracterização da infraestrutura existente e as demandas


Dentre os serviços básicos e infraestruturas disponíveis nas áreas de influência direta e indireta do
Complexo Fotovoltaico Sol de Itaueira estão: educação, saúde, sistema viário e meios de transportes
coletivos, energia elétrica, comunicação, coleta e disposição de lixo e segurança pública.

a) Educação
De acordo com os dados do no Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio
Teixeira (INEP), em 2020, Floriano possui 93 escolas em todo o município e, em 2020, foram efetuadas
16.536 matrículas (em todos os níveis educacionais). Como pode ser observado, há duas escolas de nível
federal, no ensino médio/profissional técnico/profissional técnico integrado ao ensino médio: trata-se do
Colégio Técnico de Floriano (UFPI) e do Instituto Técnico Federal – Campus Floriano, localizados no bairro
Meladão. No município de Itaueira tem-se um total de 57 instituições de ensino, onde foram matriculados
2.312 alunos, conforme apresentado no Quadro 6.44.

Quadro 6.44. Número de Matrícula e Escolas – 2020

FLORIANO ITAUEIRA
MUNICIPAL

MUNICIPAL
ESTADUAL

ESTADUAL
FEDERAL

FEDERAL
PRIVADA

PRIVADA

ESTABELECIMENTOS DE ENSINO

Creche - - 635 198 - - 114 1


Ensino Infantil
Pré-escola - - 1.083 660 - - 218 43

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FLORIANO ITAUEIRA

MUNICIPAL

MUNICIPAL
ESTADUAL

ESTADUAL
FEDERAL

FEDERAL
PRIVADA

PRIVADA
ESTABELECIMENTOS DE ENSINO

Anos Iniciais - - 2.746 1.626 - - 656 75


Ensino Fundamental
Anos Finais - 493 1.563 1.033 - 111 524 42

Classes Comuns 167 800 - 372 - 279 - -


Ensino Médio
Educação Profissional 980 1.896 - 306 - 69 - -

Educação de EJA Ens. Fundamental - 382 505 - - - 54 -


Jovens e Adultos EJA Ens. Médio - 485 - - - - 77 -

Creche - - 11 - - - 1 -

Pré-Escola - - 34 12 - - - -

Ens. Fundamental - 20 328 32 - - 31 -


Educação Especial
Ens. Médio - 49 - - - - 4 -

EJA Ens. Fundamental - 10 91 - - - 13 -

EJA Ens. Médio - 19 - - - - - -

TOTAL DE MATRÍCULAS 1.147 4.154 6.996 4.239 - 459 1.692 161

Fonte: INEP, 2020.

Foto 6.22. Instituições de ensino

A B

Legenda: A – Escola Particular no município de Floriano; B – Escola Estadual no município de Itaueira.


Fonte: WMetria, 2022.

No município de Floriano o corpo docente é integrado por 1.048 professores e Itaueira 219
profissionais, sendo que a maioria está lotado na rede municipal de ensino (Quadro 6.45). Esclarecendo

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que o mesmo professor pode exercer a função de docente em mais de uma escola ou em mais de um nível
de ensino (INEP, 2020).
Quadro 6.45. Número de docentes no ano de 2020

FLORIANO ITAUEIRA

MUNICIPAL

MUNICIPAL
ESTADUAL

ESTADUAL
FEDERAL

FEDERAL
PRIVADA

PRIVADA
ESTABELECIMENTOS DE ENSINO

Creche - 48 22 - - 10 1
Ensino Infantil
Pré-escola - 10 65 54 - - 23 7

Anos Iniciais - 67 190 116 - 11 92 17


Ensino Fundamental
Anos Finais - 148 254 129 - 20 81 19
Propedêutico/
Ensino Médio Normal/Magistério/ 89 232 - 78 28 9 -
Curso Técnico Integrado
Educação Profissional 19 95 2 118 - 2 -

Educação de Jovens e Adultos 20 149 153 8 - 17 35 4

TOTAL DE DOCENTES 108 242 393 305 - 26 168 25

Fonte: INEP, 2020.

No ano de 2020 havia nos municípios da área em estudo, 111 escolas, sendo 72 na zona urbana e
39 na zona rural. Nota que a rede pública é responsável pela maior parte do atendimento da demanda por
educação nos municípios em estudo (Quadro 6.46).

Quadro 6.46. Número de escolas no ano de 2020

FLORIANO ITAUEIRA
MUNICIPAL

MUNICIPAL
ESTADUAL

ESTADUAL
FEDERAL

FEDERAL
PRIVADA

PRIVADA

ESTABELECIMENTOS DE ENSINO

Ensino Infantil - - 34 15 - 24 2

Ensino Fundamental - 4 45 18 - 1 26 2

Ensino Médio 2 5 5 - 1 - -

Educação Profissional 2 2 - 2 - 1 - -

Educação de Jovens e Adultos - 9 12 - - - 1 -

TOTAL DE ESCOLAS 2 10 49 20 - 1 27 2

Fonte: INEP, 2020.

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Do total de escolas de Floriano (81), 49 escolas oferecem a educação infantil, 67 o ensino


fundamental, 12 o ensino médio, 6 a educação profissional e 21 a Educação de Jovens e Adultos (EJA).
Em Itaueira o número é bem menor (30) e a maioria dos estabelecimentos pertencem a rede municipal, no
entanto, 26 escolas oferecem a educação infantil, 29 de ensino fundamental, e somente uma de ensino
médio, educação profissional e EJA. Nota que a mesma escola pode oferecer mais de uma etapa de ensino
(INEP, 2020). Em relação ao ensino superior, em Floriano há 2 instituições de ensino superior públicas (UFPI
e UESPI) e 7 instituições privadas.

b) Saúde
Os municípios Floriano e Itaueira fazem parte da X Coordenação Regional de Saúde de Floriano e
compõe o Território do Vale dos Rios Piauí e Itaueira, cuja distância entre os dois municípios é de cerca de
100,0km, sendo Floriano referência em termos de infraestrutura de saúde para o centro-sul do estado do
Piauí e parte do Maranhão, no que diz respeito a estrutura, equipamentos e atendimentos especializados
(Foto 6.23). Assim, quando necessário, a população da região é encaminhada para a capital, Teresina.

Foto 6.23. Estabelecimentos de Saúde nos municípios da Área de Influência

A B

Legenda: A – Hospital Regional Tibério Nunes, Floriano; B – Hospital Municipal Daniel C, Andrade, Itaueira.
Fonte: WMetria, 2022.

A partir dos dados do Cadastro Nacional dos Estabelecimentos de Saúde do Brasil (CNES, 2021),
do Ministério da Saúde/DATASUS, foi possível analisar a situação dos municípios em relação ao tipo e ao
número de estabelecimentos de saúde. Floriano possui, atualmente, 148 estabelecimentos prestadores de
serviços de saúde, sendo 38 públicos, 109 privados e um (1) sem fins lucrativos, enquanto que em Itaueira
há 17 unidades públicas. O CNES demonstra que 102 desses estabelecimentos possuem contratos firmados
com o Sistema Único de Saúde (SUS) (Quadro 6.47).

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Quadro 6.47. Estabelecimento prestador de serviços ao SUS

ESTABELECIMENTOS FLORIANO ITAUEIRA

Hospital Especializado 2 -

Hospital Geral 2 1

Unidade Básica de Saúde (UBS) 24 16

Central de Gestão em Saúde 1 -

Central de Regulação de AIHS 1 -

Centro de Atenção Psicossocial (CAPS) 1 -

Centro de Controle de Zoonoses Dr. Ariosto Martins 1 -

Centro de Especialidades Odontológicas (CEO) 1 -

Centro de Testagem e Aconselhamento (CTA) DSTHIVAIDS 1 -

Clínica/Centro de Especialidade 38 -

Consultório Isolado 2 -

Polo Academia da Saúde 1 -

Posto de Assistência Médica (PAM) 1 -

Serviço de Atenção Domiciliar Isolado (Home Care) 1 -

Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) 4 -

Unidade de Apoio Diagnose e Terapia (SADT Isolado) 4 -

Fonte: CNES/DATAUS, 2021.

O quadro de profissionais que prestam serviços através do SUS aos municípios integram 1.281
funcionários em Floriano e 131 em Itaueira, distribuídos entre médicos, dentistas, enfermeiros, agentes
comunitários ou de combate às endemias, além de auxiliares, técnicos e outros profissionais da saúde de
nível superior e nível médio (Quadro 6.48). No atendimento à saúde bucal, preventiva e restauradora, os
municípios oferecem atendimentos através das Unidades Básicas de Saúde – UBSs (CNES/DATASUS,
2021).
Quadro 6.48. Profissionais da saúde ligados ao SUS

PROFISSIONAIS DA SAÚDE FLORIANO ITAUEIRA

Agente Comunitário de Saúde 132 32

Agente de Combate as endemias 30 12


Assistente Social 26 2

Atendente de Enfermagem 5 -

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PROFISSIONAIS DA SAÚDE FLORIANO ITAUEIRA

Auxiliar de Enfermagem 57 10

Auxiliar Técnico em Patologia Clinica 2 -


Auxiliar Técnico em Saúde Bucal - 4

Biólogo 1 -

Biomédico 3 -
Cirurgião dentista 39 6

Enfermeiro 192 17

Farmacêutico 30 2

Fisioterapeuta Geral 71 10

Fonoaudiólogo 8 -

Médico Anatomopatologista 1 -
Médico Anestesiologista 3 1

Médico Cardiologista 4 -

Médico Cirurgião Cardiovascular 1 -


Médico Cirurgião de Cabeça e Pescoço 1 -

Médico Cirurgião Geral 6 -

Médico Cirurgião Pediátrico 1 -

Médico Clinico 34 3

Médico da ESF 21 4

Médico em Cirurgia Vascular 2 -

Médico Dermatologista - 1

Médico em Medicina Intensiva 1 -

Médico em Radiologia e Diagnóstico por Imagem 4 -

Médico Endocrinologista e Metabologista 2 -

Médico Gastroenterologista 1 -

Médico Ginecologista e Obstetra 8 1


Médico Nefrologista 4 -

Médico Neurocirurgião 2 -

Médico Neurologista 3 -
Médico Oftalmologista 3 -

Médico Ortopedista e Traumatologista 12 1

Médico Otorrinolaringologista 2 -

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PROFISSIONAIS DA SAÚDE FLORIANO ITAUEIRA

Médico Pediatra 10 -

Médico Psiquiatra 3 -
Médico Residente 1 -

Médico Veterinário 1 1

Nutricionista 15 1
Pedagogo 3 -

Profissional de Educação Física na Saúde 4 -

Psicanalista 1 -

Psicólogo Clinico 18 1

Psicólogo Hospitalar 4 -

Psicopedagogo 2 -
Técnico de Enfermagem 332 9

Técnico de Enfermagem da ESF 49 9

Técnico em Laboratório de Farmácia 2 -


Técnico em Patologia Clinica 27 1

Técnico em Radiologia e Imagenologia 12 -

Técnico em Saúde Bucal 3 -

Técnico em Saúde Bucal da ESF 22 1

Tecnólogo em Radiologia 12 -

Terapeuta Ocupacional 1 -

Visitador Sanitário 47 2

TOTAL 1.281 131

Fonte: CNES/DATAUS, 2021.

Verifica-se que a quantidade de profissionais médicos que atendem ao SUS é aceitável,


considerando os parâmetros assistenciais do SUS, que estabelece como ideal a proporção de 1 médico
para cada 1.000 habitantes (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2006). A proporção de 1 médico/1.000 habitantes é
de 2,2 em Floriano e 1,1 em Itaueira (DATASUS, 2021). No caso dos profissionais da odontologia, a média
era 1,1 por cada mil habitantes Floriano e 0,3 em Itaueira, valor inferior ao índice do estado do Piauí (1,3)
(CRO, 2021).
Nos municípios da área em estudo existem cerca de 289 leitos de diferentes modalidades
disponíveis para atendimento da população (DATASUS, 2021), gerando uma relação de 4,1 leitos/mil

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habitantes3, atendendo o valor preconizado pela Organização Mundial de Saúde (OMS) que é de 3 a 5
leitos/mil habitantes. Floriano é o que apresenta melhor oferta, com 4,4 leitos/mil habitantes e Itaueira com
2,4. A média de leitos no Estado é de 2,4 leitos/mil habitantes (Quadro 6.49).

Quadro 6.49. Quantitativo de profissionais e Leitos/habitantes

CATEGORIA FLORIANO ITAUEIRA

Médicos por 1.000 habitantes 2,2 1,4

Dentistas por 1.000 habitantes 1,1 0,2

Leitos por 1.000 habitantes 4,4 2,4

Fonte: CNES/DATAUS e CRO, 2021.

c) Sistema viário e de transporte


O desenvolvimento de uma região está intrinsicamente ligado à existência de uma boa estrutura da
malha viária, uma vez que ela proporciona condições para tornar mais eficiente a locomoção da população
e a distribuição de matérias-primas e produtos.
O município de Floriano está localizado estrategicamente a mais de 1.000 km da cidade portuária
de Cabedelo-PB conectados pela rodovia Transamazônica, projetada para conectar as regiões Nordeste e
Norte com os países Peru e Equador e é a porta de entrada do Sul piauiense. As principais vias de acesso
às cidades estão em bom estado de conservação, pavimentadas e sinalizadas (Foto 6.24)

Foto 6.24. Vias de Acesso nos municípios da Área de Influência

A B

Legenda: A – Via de acesso ao centro comercial de Floriano; B – Via de acesso ao centro comercial de Itaueira.
Fonte: WMetria, 2022.

3 Considerando a população estimada para 2021, segundo dados do IBGE.

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d) Rodovias
De acordo com o Departamento de Estradas de Rodagem do Piauí (DER), os municípios da área
de estudo – Floriano e Itaueira – estão ligados aos principais pontos do estado e do país por meio de uma
rede de rodovias que inclui a BR-343 (Norte e Sudoeste), a BR-230 (Leste e Oeste) e a PI-140 (Sul):
− BR-343 – Liga o município de Floriano, a partir do bairro Cancela, ao norte do Estado no encontro
com a BR-230 (Rodovia Transamazônica) e a sudoeste com o município de Jerumenha;
− BR-230 (Rodovia Transamazônica) – Tem como origem o trevo de acesso à cidade Floriano junto
à BR-343 fazendo ligação à oeste com Barão de Grajaú-MA e a leste outros 6 municípios piauienses
até Fronteiras-PI.
− PI-140 (Sul) - Tem origem no entroncamento com as rodovias BR-230 e BR-343 nos limites ao sul
da área urbana de Floriano estende-se até o município Itaueira, ligando-o a Dirceu Arcoverde, na
região sudeste do Estado.

O sistema viário urbano das sedes municipais, não apresentam na maior parte do município,
superfícies e espaços destinados às diferentes categorias de tráfego. A pavimentação asfáltica existe em
grande parte da sede, entretanto, é concentrada na região central. Nas outras zonas das cidades existem
ruas pavimentadas com pedra tosca e paralelepípedo e, porem em sua grande maioria não apresentam
qualquer tipo de estrutura de pavimentação, ocasionando problemas a população, principalmente no período
chuvoso.

e) Aeroporto
Em Floriano há o aeroporto regional Cangapara, com capacidade para receber aeronaves de médio
a grande porte. A pista possui um pátio para estacionamento das aeronaves com capacidade para três
aviões de grande porte, além de pista para o taxiamento de aeronaves, biruta, cerca de proteção e
balizamento e iluminação noturna. A operação se dá por meio de solicitação de piloto via rádio. Fica
localizado cerca de 60 km da área do empreendimento.

f) Transporte
Quanto aos transportes, as motocicletas são o principal meio utilizado em Floriano e Itaueira,
representando 50,59% e 58,15% do total da frota de veículos, respectivamente, enquanto que o automóvel
aparece em segundo lugar com 25,22% em Floriano e do total (IBGE, 2020). Depois está a motoneta e a
caminhonete, conforme Quadro 6.50.

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Quadro 6.50. Frota de veículos dos municípios da área de estudo – 2020

FLORIANO ITAUEIRA
TIPO DE VEÍCULO
ABS. % ABS. %

Automóvel 10.738 25,22 421 14,96

Caminhão 1.271 2,99 84 2,98

Caminhão trator 165 0,39 25 0,89

Caminhonete 3.044 7,15 288 10,23

Camioneta 404 0,95 29 1,03

Ciclomotor 147 0,35 3 0,11

Micro-ônibus 126 0,30 10 0,36

Motocicleta 21.540 50,59 1.637 58,15

Motoneta 4.222 9,92 231 8,21

Ônibus 87 0,20 8 0,28

Reboque 358 0,84 23 0,82

Semi-reboque 249 0,58 47 1,67

Sidecar 4 0,01 0 0,00

Triciclo 22 0,05 2 0,07

Utilitário 197 0,46 7 0,25

TOTAL 42.574 100,00 2.815 100,00

Fonte: IBGE, 2020.

Além de meio transporte, as motocicletas e motonetas são utilizadas como fonte de renda para um
grande número de pessoas da área de estudo. Os mototáxis realizam o transporte de pessoas e mercadorias
dentro das sedes dos municípios e comunidades rurais. O transporte intermunicipal de pessoas é feito por
ônibus e vans disponíveis nas rodoviárias dos municípios.
Ao mesmo tempo em que há um crescente aumento de veículos, dá-se a necessidade de postos
de combustível (Foto 6.25), oficinas mecânicas, lojas de peças para caminhões, fabricantes e vendedores
de pneus, e metalúrgicas para atender a demanda de aumento da frota. Atualmente, os municípios dispõem
de uma boa estrutura para prestação de serviços automotivos:

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Foto 6.25. Postos de combustíveis nos municípios da Área de Influência

A B

Legenda: A – Posto de combustível em Floriano; B – Posto de combustível em Itaueira.


Fonte: WMetria, 2022.

g) Características das condições de habitação


Os dados do Censo de 2010 apontam que a maior parte dos domicílios da área de estudo se
encontram na área urbana e possuem baixos índices relacionados ao saneamento básico. O município de
Floriano possui 16.113 domicílios particulares permanentes ocupados, dos quais 87% estão na zona urbana,
e 57,35% dos domicílios de Itaueira são urbanos (Quadro 6.51).
Ainda com base no Quadro 6.51, os dados sobre o abastecimento de água nos municípios da área
de estudo apresentam pelo menos 70% dos domicílios cobertos por rede geral de abastecimento, sendo
Itaueira o que tem a menor cobertura (58,93%). Nos municípios da área de estudo, o abastecimento de água
é realizado pela Companhia de Águas e Esgotos do Piauí S.A. – AGESPISA e, ainda, segundo dados do
CPRM, existem cerca de 516 poços tubulares no município de Floriano e 134 poços em Itaueira com a
finalidade para abastecimento doméstico e animal (CPRM, 2021).

Quadro 6.51. Características dos domicílios dos municípios da área de estudo – 2010

FLORIANO ITAUEIRA
CONDIÇÕES DOMICILIAR
ABS. % ABS. %
Domicílios ocupados 16.113 100,00 3.097 100,00
Domicílios urbanos 14.018 87,00 1.776 57,35
Domicílios rurais 2.095 13,00 1.321 42,65
Domicílios com água encanada 13.765 85,43 1.825 58,93
Domicílios com banheiro e esgotamento sanitário 1.180 7,32 15 0,48
Domicílios com coleta de lixo 13.114 81,39 1.701 54,92
Domicílios com energia elétrica 15.312 95,03 2.709 87,47
Fonte: IBGE, 2010.

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Em relação ao esgotamento sanitário, é possível observar uma carência nos dois municípios:
Floriano possui apenas 7,32% das residências ligadas à rede em operação e Itaueira somente 0,48%. Já
na coleta de lixo, Floriano tem a maior taxa de coleta de resíduos sólidos (81,39%) e Itaueira a menor
(54,92%).
A rede elétrica de Floriano e Itaueira é fornecida pela Companhia Hidrelétrica do São Francisco
(CHESF), através das Subestações Floriano, Itaueira e Canto do Buriti, e distribuída pela Equatorial Energia
Piauí. A companhia é responsável por cem por cento do fornecimento de energia dos municípios que tem
distribuição de rede elétrica tanto na sede quanto na zona rural. Diante dos números do Quadro 6.51, com
base em dados do IBGE, vê-se que o número de domicílios ligados à rede de energia elétrica foi maior que
96% em relação ao total de domicílios ocupados.

h) Telecomunicação
Segundo dados do último Censo do IBGE 2010, a televisão era o meio de comunicação mais
utilizado nos domicílios da área de estudo, os canais de TV abertos (Globo, SBT, Band, Record, TV Cultura
e RedeTV). Pacotes de canais contratados são também facilmente disponíveis nas sedes municipais
(Figura 6.39).
Figura 6.39. Domicílios que havia algum tipo de meio de comunicação em 2010

Fonte: IBGE, 2010.

Outro meio de comunicação bastante popular e tradicional são as conhecidas rádios (AM e FM).
Esse tipo de veículo de comunicação é o principal meio de divulgação das notícias locais e de comunicação

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política. Além disso, é um forte veículo de publicidade comercial e principalmente para a divulgação das
festas e eventos religiosos, comuns na região. Juntamente com as rádios, um veículo publicitário e noticiador
da região são os jornais Floriano News, Voz de Floriano e Perfil, além dos sites das prefeituras de Floriano
e Itaueira.
O telefone fixo convencional estava presente em 27,95% e 12,30% dos domicílios de Floriano e
Itaueira, respectivamente. Por outro lado, a parcela das residências em que haviam aparelho celular
alcançou 77,96% em Floriano e 37,58% em Itaueira. O sinal de celular das principais operadoras do país
(Claro, Oi, Tim e Vivo/Telefônica) e a rede 2G/3G/4G de internet está disponível nas sedes e na maior parte
das comunidades rurais.
Foto 6.26. Polícia Rodoviária Federal na BR-343/230,
i) Segurança pública Floriano

Na região do Território do Vale dos Rios


Piauí e Itaueira, o sistema de segurança é
gerenciado no município de Floriano pelas seguintes
corporações: a Polícia Militar do Estado do Piauí, a
Polícia Civil do Estado do Piauí e o Corpo de
Bombeiro Militar do Estado do Piauí. Além disso, o
município possui em seu território, a Penitenciária
Gonçalo de Castro Lima – Vereda Grande e uma
unidade da Policia Rodoviária Federal que fica
Fonte: WMetria, 2022.
situada na BR-343/230 (Foto 6.26).
A estrutura da segurança pública na região é apresentada a seguir:

• Polícia Civil
A Polícia Civil de Floriano, promove e desenvolve investigação criminal, serviços administrativos e
fiscalização e controle. O município dispõe da Delegacia Regional da Polícia Civil, da Delegacia da Mulher
e dos 1º e 2º Distritos de Floriano, todos funcionam no mesmo prédio e realizam os procedimentos cabíveis
como a realização de boletins de ocorrência e dentre outros, no bairro Centro. Em Itaueira há uma Delegacia
de Polícia Civil, localizada no bairro Centro.

• Polícia Militar
A Polícia Militar é responsável pela segurança da população e por impedir que crimes ocorram,
fazendo o policiamento ostensivo e buscando garantir a paz e a tranquilidade das pessoas. Segundo dados

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do site da Policia Militar do Piauí, a instituição conta com um efetivo de mais de 6 mil profissionais lotados
em 26 Batalhões e 8 Companhias Independentes em Teresina e em municípios do interior do Estado.
Desenvolve diversas ações socioeducativas em comunidades e escolas, como o Programa Educacional de
Resistência às Drogas e à Violência (PROERD) e o Pelotão Mirim.
Em Floriano o policiamento militar é fornecido pelo 3º Batalhão da Polícia Militar, localizado do bairro
Caixa d’Água, com aproximadamente 201 efetivos. Já a 3ª Companhia do 3º BPM atua no município de
Itaueira e conta com cerca de cinco efetivos.

• Corpo de Bombeiros
No estado do Piauí os bombeiros, além de suas atividades tradicionais de prevenção e combate a
incêndios, também possuem outras atribuições como de execução de atividades de defesa civil, busca,
salvamento e socorros públicos. A cidade de Floriano conta com uma Companhia Destacada do Corpo de
Bombeiros Militar, localizada no bairro Pedro Simplício.

• Defesa Civil
A Coordenadoria Municipal de Defesa Civil de Floriano foi criada em 2009, composta por
representantes das Secretarias Municipais e dos órgãos da Administração Pública Municipal, Estadual e
Federal sediados no município, e da sociedade civil organizada.
A Defesa Civil age preventivamente aos riscos e calamidades, no socorro, de forma assistencial e
recuperativa, realizando monitoramentos e, também, com o treinamento e projetos educacionais junto à
população e entidades.

• Criminalidade
Segundo dados do Atlas da Violência 2021, elaborado pelo Instituto de Pesquisa Econômica
Aplicada (Ipea), verificou-se que o número de mortes violentas no município de Floriano teve uma redução
de 5% entre 2018 e 2019, enquanto que em Itaueira esse índice aumentou para 50%.
O Quadro 6.52 mostra que a diminuição das taxas de mortes no município de Floriano aconteceu,
especialmente, em decorrência da redução de mortes por violência no trânsito. No entanto, percebe -se um
crescimento expressivo dos registros de mortes violentas por suicídio e/ou violência no trânsito em Itaueira,
que que tiveram incremento de 200% e 50% de 2018 para 2019, respectivamente.

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Quadro 6.52. Tipo de mortes violentas nos municípios da área de estudo – 2018 e 2019

FLORIANO ITAUEIRA
TIPO
2018 2019 % 2018 2019 %

Homicídios 15 15 0 1 0 100

Mortes violentas por causa indeterminada 1 3 200 0 0 0

Suicídios 3 4 100 1 3 200

Violência no trânsito 23 18 -22 2 3 50

TOTAL 42 40 5 4 6 50

Fonte: IPEA, 2021

6.3.1.4 Condições de saúde e de doenças endêmicas

• Condições de Saúde
As condições de saúde da população são estudadas por meio de indicadores de morbidade
(sintomas, doenças e deficiências), de mortalidade e bem-estar (qualidade de vida). A partir dessas
dimensões de análise, foram elaborados painéis para a avaliação das condições de vida e saúde na
população da área em estudo.

a) Morbidade e Mortalidade
Para uma maior aproximação dos agravos que acometem uma dada população deve-se conhecer
as principais causas das internações hospitalares, como também as causas de mortalidade. Segundo o
Ministério da Saúde/DataSUS (2021), as doenças do aparelho circulatório, principalmente infarto e a
hipertensão são as maiores responsáveis pelas mortes no país. Em segundo lugar vem o câncer e, em
terceiro as causas externas, tais como as decorrentes de acidentes de trânsito, homicídios, suicídios, quedas
e afogamentos, sendo que estas afetam mais a população masculina.
Observa-se no que no Quadro 6.53 entre as principais causas de internações, no período de 2019-
2021, nos municípios da área de estudo estão relacionadas à gravidez, parto e puerpério, algumas doenças
infecciosas e parasitárias, e lesões, envenenamento e alguma outra consequência de causas externas. Já
as principais causas de óbitos foram por algumas doenças infecciosas e parasitárias, doenças de aparelhos
respiratório e circulatório. Pode-se concluir que o número maior de internação e óbitos, em 2020 e 2021,
provenientes de doença infecciosas ou parasitárias estão associadas à pandemia causada pelo vírus da
SARS-CoV-2.

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Quadro 6.53. Internações e óbitos no período de 2019 a 2021

FLORIANO ITAUEIRA
2021* 2020 2019 2021* 2020 2019

INTERNAÇÃO

INTERNAÇÃO

INTERNAÇÃO

INTERNAÇÃO

INTERNAÇÃO

INTERNAÇÃO
CAUSAS

ÓBITOS

ÓBITOS

ÓBITOS

ÓBITOS

ÓBITOS

ÓBITOS
Algumas doenças infecciosas e parasitárias 429 56 647 42 530 22 143 - 52 4 60 1

Neoplasias (tumores) 62 3 151 4 210 4 8 1 33 - 59 -


Doenças do sangue, dos órgãos hematopoiéticos
10 - 25 3 50 1 1 - 1 - 6 -
e transtornos imunitário
Doenças endócrinas nutricionais e metabólicas 20 4 64 8 84 10 4 1 25 - 32 3

Transtornos mentais e comportamentais 2 1 4 - 3 - 1 - 4 - 1 -

Doenças do sistema nervoso 13 2 39 3 42 5 - 1 - 20 -

Doenças do olho e anexos 1 - 7 - 8 - - - - - 1 -

Doenças do ouvido e da apófise mastoide - - 2 - 3 - - - - - 1 -

Doenças do aparelho circulatório 81 11 278 42 304 39 21 - 67 4 68 4

Doenças do aparelho respiratório 57 12 170 28 316 50 26 - 46 3 76 7

Doenças do aparelho digestivo 85 3 291 14 458 28 15 - 40 - 95 3

Doenças da pele e do tecido subcutâneo 29 2 61 4 74 3 7 - 24 - 10 -


Doenças do sistema osteomuscular e tec.
22 - 48 - 67 1 4 - 7 - 11 -
conjuntivo
Doenças do aparelho geniturinário 39 6 161 12 163 13 29 2 55 1 65 2

Gravidez parto e puerpério 382 - 961 - 1.027 1 57 - 116 158 -

Algumas afecções originadas no período perinatal 40 2 102 11 71 6 2 - 6 4 5 1


Malformação congênita deformidade e anomalias
9 - 15 - 26 1 1 - 2 2 -
cromossômicas
Sintomas, sinais e achados anormais, exames
36 2 130 19 227 9 2 - 9 2 16 1
clínicos e laboratoriais
Lesões, envenenamento e alguma outra
278 4 605 11 599 16 27 - 84 1 52 -
consequência de causas externas
Contatos com serviços de saúde 63 - 77 - 57 1 7 - 13 - 7 -

TOTAL 1.658 108 3.838 201 4.319 210 355 4 585 19 745 22
* Os dados referentes a 2021, são de janeiro a julho
Fonte: DATASUS, 2021.

b) Qualidade de vida
Há muito tempo estabeleceu-se a prática de avaliar o bem-estar de uma população e,
consequentemente, de classificar os países ou regiões pelo tamanho de seu PIB per capita. Entretanto, o

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progresso humano e a evolução das condições de vida das pessoas não podem ser medidos apenas por
sua dimensão econômica. Por isso, existe uma busca constante por medidas socioeconômicas mais
abrangentes, que incluam também outras dimensões fundamentais da vida e da condição humana.
O Índice de Desenvolvimento Humano (IDH)4 é a síntese de três indicadores, sempre relativa aos
números de dois anos antes: renda, longevidade (ou saúde) e educação. É uma maneira padronizada de
avaliação e medida do bem-estar de uma população, especialmente das crianças e adolescentes.
Como pode ser observado na Figura 6.40, os municípios da área de estudo estão enquadrados na
categoria de “baixo” (IDH de 0,500 a 0,599) a “alto” desenvolvimento humano (IDH entre 0,700 e 0,799). No
período de 1991-2010, o Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM) desses municípios cresceu
entre 60,55%, em Floriano a 89,9%, em Itaueira.

Figura 6.40. Índice de Desenvolvimento Humano Municipal - IDHM (1991 a 2010)

Fonte: PNUD, 2013.

4 O Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) é uma medida comparativa do Produto Interno Bruto (PIB) per capita, alfabetização
e taxa de matrícula e, a esperança de vida ao nascer. Varia de 0 (nenhum desenvolvimento) a 1 (desenvolvimento total) e foi
criado pelo economista paquinês Mahbub ul Haq, em 1990, e vem sendo usado desde 1993 pelo Programa da Nações Unidas
para o Desenvolvimento (PNUD). Países (estado ou município) com IDH de 0 a 0,499 são considerados de desenvolvimento
humano “muito baixo”; com índices entre 0,500 a 0,599 são “baixo”; de 0,600 a 0,699 são “médio”; entre 0,700 e 0,799 são
considerados de desenvolvimento humano “alto”; e com índices maiores que 0,800 são considerados de desenvolvimento
humano “muito alto”.

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A dimensão que mais contribui para este crescimento, no período de 2000-2010, foi à educação,
especialmente em Itaueira (90,08%) e em Floriano aumentou 55,15%. O município de Floriano obteve os
menores índices de crescimento na renda (12,48%) e, Itaueira na expectativa de vida ao nascer (8,02%).
Isso significa que não houve melhoria equivalente ao bem-estar social da população (Figura 6.41).

Figura 6.41. Índices de Desenvolvimento Humano e Social – 1991 a 2010

Fonte: PNUD, 2013.

A evolução da desigualdade de renda entre os anos 1991 a 2010 pode ser descrita através do Índice
de Gini, que é um instrumento usado para medir o grau de concentração de renda. Ele varia de 0 a 1, quanto
mais próximo de zero mais próximo se está de uma situação de total igualdade e, quanto mais próximo de
1, significa completa desigualdade.
Com base na Figura 6.42, nos municípios da área de estudo houve uma redução na desigualdade
de renda no período de 2000-2010. Em Floriano, passou de 0,6215 em 1991 para 0,604 em 2000, e para
0,5579 em 2010, já em Itaueira, em 1991 era de 0,5341, passou para 0,6342 em 2000, e para 0,5563 em
2010. Contudo, em ambos os municípios os níveis de desigualdade ainda são bastante significativos
(DATASUS, 2021).

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Figura 6.42. Índices de Gini – 1991 a 2010

Fonte: DATASUS, 2021.

c) Doenças endêmicas e transmissíveis


A situação epidemiológica das doenças transmissíveis tem apresentado mudanças significativas,
observadas através dos padrões de morbimortalidade em todo o mundo. Esse grupo de doenças continua
a oferecer desafios aos programas de prevenção como a introdução de novas doenças ou de agentes que
sofrem modificações genéticas e se disseminam rapidamente por meio das populações de países e
continentes, a exemplo da atual pandemia produzida pelo vírus Coronavírus (SARS-CoV-2).
De acordo com o DATASUS entre 2018 e 2020, o município de Floriano registrou 25 casos de
dengue e 127 casos de leishmaniose visceral e tegumentar. O município de Itaueira não tem registro de
nenhum caso de doença endêmica (DATASUS, 2021).
Considerando as doenças transmissíveis, os maiores casos identificados são de pessoas com
hanseníase entre 2015 a 2020, nos dois municípios da área de estudo. Em Floriano a Tuberculose, a Aids
e a Sífilis Congênita apresentam expressivos números de casos. No entanto, tem acompanhado a tendência
de redução das doenças apresentadas no estado e no país (Quadro 6.54).

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Quadro 6.54. Evolução de casos de notificações de alguns agravos compulsórios – 2015, 2017, 2019 e 2020

MUNICÍPIO ANOS AIDS HANSENÍASE HEPATITE B SÍFILIS CONGÊNITA MENINGITE TUBERCULOSE

2015 6 52 1 8 1 11

2017 8 67 5 5 2 15
Floriano
2019 5 38 1 7 1 18

2020 6 28 - 3 - 14

2015 - 7 - - - 4

2017 - 2 - - - 3
Itaueira
2019 - 4 - 2 - -

2020 - 2 1 - - 1

Fonte: DATASUS, 2021

Com a descentralização das ações de controle da doença, a capacitação das equipes da Estratégia
de Saúde da Família (ESF) e a busca ativa de novos casos, tratamento adequado, prevenção de
incapacidade, reabilitação e controle de contatos, é possível observar uma leve redução de casos entre
2019 e 2020.
Quanto a contaminação ocasionada pelo coronavírus, também denominado COVID-19, teve início
na China no final de 2019 e, até o fechamento deste estudo, em janeiro de 2022, já havia ocasionado mais
de 621 mil óbitos no Brasil, mais de 7 mil no Piauí, 174 em Floriano e 26 em Itaueira (BRASIL.IO, 2022).

6.3.1.5 Caracterização das comunidades tradicionais, indígenas e quilombolas

O Decreto Nº 6.040, de 7 de fevereiro de 2007, institui a Política Nacional de Desenvolvimento


Sustentável dos Povos e Comunidades Tradicionais (PNPCT). De acordo com essa Política, Povos e
Comunidades Tradicionais (PCTs) são definidos como:

“grupos culturalmente diferenciados e que se reconhecem como tais, que possuem


formas próprias de organização social, que ocupam e usam territórios e recursos
naturais como condição para sua reprodução cultural, social, religiosa, ancestral e
econômica, utilizando conhecimentos, inovações e práticas gerados e transmitidos
pela tradição”.

Entre os povos e comunidades tradicionais do Brasil, estão os povos indígenas, os quilombolas, as


comunidades tradicionais de matriz africana ou de terreiro, os extrativistas, os ribeirinhos, os caboclos, os
pescadores artesanais, os pomeranos, entre outros.

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• Comunidades Indígenas
Com a Lei Federal Nº 7.294, de 10 de dezembro de 2019, que estabelece a Política de
Regularização Fundiária e prevê a doação de terras públicas aos povos e comunidades tradicionais do
Estado, e o estado do Piauí, por meio da Lei Nº 7.389/2020, reconhece formal e expressamente a existência
dos povos indígenas nos limites territoriais do Piauí, garantindo ao Estado a obrigação e os meios de realizar
a demarcação.
“As terras públicas e devolutas utilizadas coletivamente por comunidades indígenas
serão objeto de regularização fundiária para as respectivas comunidades, em caráter
de propriedade coletiva e irrevogável, sem prejuízo da demarcação dos seus
territórios, pelas instituições competentes nos terrenos da legislação federal” (Art. 6º
da Lei Nº 7.389/2020).

Com as terras registradas e matriculadas em nome do Estado, o Governo do Piauí, através do


Instituto de Terras do Piauí (INTERPI) concedeu a regularização fundiária de três grupos indígenas
organizados que estão localizados em Queimada Nova, Lagoa de São Francisco e em Piripiri, compostas
pelos grupos Tabajara, Tabajara Ipy, Tabajara Tapuio, Itamaraty, Kariri e Gamela. Os municípios de Itaueira
e Floriano não possuem nenhuma terra indígena demarcada pela Fundação Nacional do Índio (FUNAI) ou
pelo Estado.

• Comunidades Quilombolas
Conforme a Fundação Cultural Palmares (FCP)5 e da ação de reconhecimento, demarcação e
titulação de áreas de remanescentes de quilombos, que faz parte do Programa Brasil Quilombola – Serviços
de Regularização de Territórios Quilombolas6 há 91 comunidades remanescentes de quilombos (CRQs),
conforme dados publicados no Diário Oficial da União (DOU) de 15/06/2021. Nos municípios de Itaueira e
Floriano não há comunidades remanescentes quilombolas certificados.

6.3.1.6 Patrimônio histórico, cultural e arqueológico

De acordo com as disposições da Constituição da República Federativa do Brasil de 1988:


“[...] Art. 216 Constituem patrimônio cultural brasileiro os bens de natureza material e
imaterial, tomados individualmente ou em conjunto, portadores de referência à
identidade, à ação, à memória dos diferentes grupos formadores da sociedade
brasileira, nos quais se incluem:
[...]
IV - as obras, objetos, documentos, edificações e demais espaços destinados às
manifestações artístico-culturais;

5 Comunidades certificadas. Disponível em: <http://www.palmares.gov.br/> Acesso em agosto de 2021.


6 Ação de responsabilidade do Instituto Nacional de Colonização e Reformas Agrária (INCRA).

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V - os conjuntos urbanos e sítios de valor histórico, paisagístico, artístico, arqueológico,


paleontológico, ecológico e científico [...]”.

Nos termos do Decreto-Lei n° 25, de 30 de novembro de 1937:

“Art. 1º Constitui o patrimônio histórico e artístico nacional o conjunto dos bens móveis
e imóveis existentes no país e cuja conservação seja de interesse público, quer por
sua vinculação a fatos memoráveis da história do Brasil, quer por seu excepcional valor
arqueológico ou etnográfico, bibliográfico ou artístico”.

O patrimônio cultural material protegido pelo IPHAN é composto por um conjunto de bens culturais
classificados conforme os quatro Livros do Tombo – Arqueológico, paisagístico e etnográfico; histórico; belas
artes; e artes aplicadas. Esse patrimônio material pode ser formado tanto por bens imóveis – como núcleos
urbanos, edificações, sítios arqueológicos – e bens móveis – coleções arqueológicas, acervos
museológicos, documentais, bibliográficos, fotográficos etc.
Já o patrimônio cultural imaterial está relacionado aos saberes, às habilidades e práticas, às crenças
e ao modo de ser e fazer. Alguns desses bens são: manifestações literárias, musicais, cênicas; rituais e
festas religiosas ou não; modos de fazer, comidas típicas, entre outras. Esse último passou a ser
devidamente reconhecido e preservado a partir do recente Decreto IPHAN Nº 3.551, de 4 de agosto de
2000, que institui o Registro de Bens Culturais de Natureza Imaterial que constituem o patrimônio Brasileiro.
Esse registro acontece por meio de 4 (quatro) Livros do tombo, quais sejam:
• Livro de Registro dos Saberes (inscritos conhecimentos e modos de fazer enraizados no cotidiano
da comunidade);
• Livro de Registro das Celebrações (onde se inscrevem rituais e festas que marcam a vivência
coletiva do trabalho, religiosidade e outras práticas da vida social);
• Livro de Registro das Formas de Expressão (onde serão inscritas manifestações literárias, musicais,
plásticas, cênicas e lúdicas); e
• Livro de Registro dos Lugares (mercados, feiras, santuários, praças e outros espaços onde se
concentram e reproduzem práticas culturais coletivas).
Na Área de Influência Indireta (AII) foram identificados 62 bens tombados em Floriano, sendo 1 (um)
a nível federal e 61 municipais e 1 (um) sítio histórico no município de Itaueira, conforme descrito abaixo.
Em consulta ao Sistema CNSA (Cadastro Nacional de Sítios Arqueológicos) do IPHAN 7, não foram
identificados sítios arqueológicos na Área Diretamente Afetada (ADA) do Empreendimento e nem na Área
de Influência Direta (AID).

7 Disponível em: http://portal.iphan.gov.br/sgpa/cnsa_resultado.php, acessado em janeiro de 2022.

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• Município de Floriano

a) Patrimônio Material
Conforme a lista de Bens do Patrimônio Cultural Material (atualizado em 13/05/2021) identificada
no site do IPHAN.GOV, no município em questão consta 1 (um) bem tombado. Trata-se do “Estabelecimento
das Fazendas Nacionais do Piauí: Estabelecimento Rural São Pedro de Alcântara, no município de
Floriano”, tomado em 2008 na categoria edificação (Quadro 6.55).

Quadro 6.55. Bem tombado no município de Floriano-PI

CONTROLE DA CLASSIFICAÇÃO
ESTÁGIO DA
TRAMITAÇÃO / (RELACIONADA À ANO DE
NOME ATRIBUTO INSTRUÇÃO
LOCALIZAÇÃO DO FORMA DE ABERTURA
(PORTARIA Nº 11/86)
PROCESSO PROTEÇÃO)
Estabelecimento das Fazendas
Nacionais do Piauí:
SUPERINT Edificação Estabelecimento Rural São Pedro 2.008 Tombado
de Alcântara, no município de
Floriano

Fonte: IPHAN, 2022.

Além dessa edificação, seguem ainda, aquelas tombadas em nível Municipal, conforme Anexo III
da Lei Nº 416/2007 (Quadro 6.56).

Quadro 6.56. Bens edificados tombados em nível municipal


TIPO DE
DESCRIÇÃO DO IMÓVEL ENDEREÇO
EDIFÍCIO
Diocese de Floriano Av. Eurípedes Aguiar, 653 Institucional
Consultórios/Escritórios Anexo Ginásio Primeiro de Maio Av. Eurípedes Aguiar, 467 Comercial
Secretaria de Saúde/Antiga FSESP Av. Eurípedes Aguiar, 592 Institucional
Ginásio Primeiro de Maio Av. Eurípedes Aguiar, S/N Institucional
Antiga Residência Sr. Orfila Leão/Padaria Pena Branca Rua Pe. Uchoa, 606 Residencial
Antiga Residência Sra. Celi Nogueira Rua Pe. Uchoa, S/N Residencial
Antiga Residência Sr. Mundico Castro Rua Raimundo Castro, 532. Residencial
Farmácia Carvalho Praça Dr. Sebastião Martins, 366 Comercial
Antiga loja e Residência Sr. José Demes Praça Dr. Sebastião Martins, 348 Comercial
Farmácia Santa Adelaide Praça Dr. Sebastião Martins, 329 Comercial
Prédio Iracema Attem Praça Dr. Sebastião Martins, 309 Comercial
Farmácia Rocha Praça Dr. Sebastião Martins, 360 Comercial
Edifício Calisto Lobo Praça Dr. Sebastião Martins, 240 Comercial

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TIPO DE
DESCRIÇÃO DO IMÓVEL ENDEREÇO
EDIFÍCIO
Consultório Dra. Sérgia Beatriz/Clínica de
Praça Dr. Sebastião Martins, 371 Comercial
Gastroenterologia e Pneumologia
Edifício Comercial Armazém São Francisco/Comercial
Av. Esmaragdo de freitas, S/N Comercial
Edmundo Gonçalves de Oliveira
Museu da Família Castro Av. Eurípedes Aguiar, 440 Institucional
Laboratório São Judas Tadeu Av. Eurípedes Aguiar, 350 Comercial
Antiga Residência Sr. Pedro Gaudêncio de Castro/Nagib
Av. Eurípedes Aguiar, S/N Comercial
Demes
Maçonaria Av. Eurípedes Aguiar, 298 Institucional
Igreja Nossa Senhora das Graças/Ibiapaba Rua Coelho Rodrigues- Bairro Ibiapaba Religioso
Grupo Escolar Agrônomo Parentes Rua Bento Leão, S/N Institucional
Edifício Kalume Esquina Rua Fernando Marques com Rua São Pedro Comercial
Igreja São João Batista Morro da Cruz-Bairro Sambaíba Religioso
Antiga Residência Sr. Emídio Gabriel Rua Emídio Gabriel, 505 Residencial
Antiga Residência Sr. José Guimarães/Antigo Bar
Av. Esmaragdo de Freitas, S/N Comercial
Bigodão
Biblioteca Pública Municipal/Antiga Residência Sra.
Rua Defala Attem, S/N Institucional
Emília Martins
Residência Sr. Oaci Alves Pereira da Rocha Av. Eurípedes Aguiar, 495 Residencial
Residência Sr. João Clímaco da Silva Av. Eurípedes Aguiar, 525 Residencial
Residência Paroquial/Antiga Residência Pe. Pedro
Rua Raimundo Castro, 598 Institucional
Oliveira
Antiga Residência Sr. João Mendes Rua Fernando Marques, 880 Residencial
Floriano Club Rua São Pedro, S/N Comercial
Antiga Residência Sr. Chico Pereira Av. Eurípedes Aguiar, 501 Residencial
Residência Sr. Manoel Almeida Rua São João, 734 Residencial
Residência Sr. José Bem (Resid. Profa. Maria Miranda) Praça do Cruzeiro, 705 Residencial
Residência Sra.Conceição Leão Rua Emídio Gabriel, 494 Residencial
Casa Vítor Praça Dr. Sebastião Martins, 307 Comercial
Residência Sr. Davi Mazuad Rua Alfredo Estrela, 336 Residencial
Residência Rua Hermano Brandão, 768 Residencial
Residência Sr. Sátiro Ferraz Rua Pe. Uchôa, 450 Residencial
Rua Emídio Gabriel, 538 Residencial
Residência Sr. Sebastião Ribeiro Rua São João, 753 Residencial
Antiga Residência Sr. Demerval Neiva Rua São João, 811 Residencial
YES-Curso de Inglês/Antiga Residência Sr. Afonso
Av. Eurípedes Aguiar, 632 Comercial
Carvalho
Fazendas Reunidas Raimundo Castro Rua Defala Attem, 438 Comercial
Escritório de Contabilidade Deusdete Pereira Av. Eurípedes Aguiar, 485. Comercial

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TIPO DE
DESCRIÇÃO DO IMÓVEL ENDEREÇO
EDIFÍCIO
Antiga Residência Sr. Né Camarço/Atual Residência Sr.
Rua João Luiz Ferreira, 268A Residencial
Conegundes Oliveira
Antiga Residência Sr. Amílcar Sobral Rua Bento Leão, 220 Residencial
Residência Mariquinha Carnib Rua São João, 520 Residencial
Antiga Residência Sr.Almério Rua Pe. Uchôa, 496 Residencial
Antiga Residência Sr. Milad Kalume Praça Cel. Borges, 18 Residencial
Antiga Padaria do Sr. Gabriel Kalume Praça Cel. Borges, S/N Comercial
Antiga Residência Sr. Antônio Rocha Rua do Amarante, 112 Residencial
- Rua do Amarante, 106 Residencial
- Rua Marechal Pires Ferreira, 480 Comercial
- Rua Marechal Pires Ferreira, 295 Comercial
- Rua Marechal Pires Ferreira, 490 Comercial
- Rua Marechal Pires Ferreira, 493 Comercial
- Rua Marechal Pires Ferreira, 500 Comercial
- Rua Marechal Pires Ferreira, 494 Comercial
- Rua Marechal Pires Ferreira, 505 Comercial
- Rua Marechal Pires Ferreira, 512 Comercial
Fonte: FLORIANO, Lei Nº 416/2007.

Consta ainda, como patrimônio histórico do município de Floriano, o Restaurante Flutuante,


constituído por meio da Lei Nº 411, de 23 de abril de 2007.

b) Patrimônio Imaterial
Conforme lista de Bens do Patrimônio Cultural Imaterial (sem data de atualização) identificada no
site do IPHAN.GOV (Quadro 6.57), no município não há manifestações declaradas patrimônio a nível
federal. Contudo, pode existir as seguintes manifestações que são declaradas patrimônio a nível estadual.

Quadro 6.57. Lista de Bem Imaterial registrado no estado do Piauí

DESCRIÇÃO LOCAL DE REGISTRO DATA


Ofício das Baiana de Acarajé Livro dos Registros dos Saberes 14/01/2005
Roda de Capoeira Livro dos Registros das Formas de Expressão 21/10/2008
Oficio dos Mestres de Capoeira Livro dos Registros dos Saberes 21/10/2008
Produção Tradicional e Práticas Socioculturais
Livro dos Registros dos Saberes 15/05/2014
Associadas à Cajuína no Piauí
Literatura de Cordel Livro dos Registros das Formas de Expressão 19/09/2018
Fonte: IPHAN, 2022.

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c) Patrimônio Férreo
Conforme lista de Bens do Patrimônio Cultural Ferroviário (atualizado em 25/05/2021) identificada
no site do IPHAN.GOV, o mesmo não consta no município em questão.

d) Patrimônio Arqueológico
No Sistema de Gerenciamento de Patrimônio Arqueológico não consta sítios cadastrados para o
município de Floriano-PI.

• Município de Itaueira

a) Patrimônio Material
Conforme lista de Bens do Patrimônio Cultural Material (atualizado em 13/05/2021) identificada no
site do IPHAN.GOV, no município em questão não consta bem tombado ou em processo de tombamento.

b) Patrimônio Imaterial
O IPHAN não identificou bens imateriais que poderiam sofrer impacto pela implantação da obra.
Contudo, conforme lista de Bens do Patrimônio Cultural Imaterial (sem data de atualização) identificada no
site do IPHAN.GOV, pode existir as seguintes manifestações que são declaradas patrimônio a nível
estadual., conforme descrito no “Quadro 6.57. Lista de Bem Imaterial registrado no estado do Piauí”.

c) Patrimônio Férreo
Conforme lista de Bens do Patrimônio Cultural Ferroviário (atualizado em 25/05/2021) identificada
no site do IPHAN.GOV, o mesmo não consta no município em questão.

d) Patrimônio Arqueológico
No Sistema de Gerenciamento de Patrimônio Arqueológico consta 1 (um) sítio arqueológico
cadastrado para o município de Itaueira-PI, denominado Canavieira, com característica de sítio
multicomponencial em meio a um plantio de melancia apresentando fragmentos cerâmicos e artefatos líticos,
distante 35,9 km da AID do empreendimento (Mapa 6.14).

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Mapa 6.14. Sítio Arqueológico Identificado no município de Itaueira-PI

Fonte: WMetria, 2021


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6.3.1.7 Turismo e lazer

O Brasil é reconhecido como um país com grandes potencialidades turísticas, devido,


principalmente, à sua extensão territorial, que oferece, no âmbito do turismo de lazer, destinos bastante
diversificados, como praias, montanhas, áreas rurais e selva (IBGE, 2021). O crescimento da demanda
turística exige uma infraestrutura compatível com a demanda, especialmente no que se refere à melhoria
dos serviços turísticos (transportes, serviços de excursões, serviços de transfer, locadoras de automóveis,
agências de viagens, serviços de hospedagem e de alimentação).
O Mapa do Turismo Brasileiro, instrumento de orientação para a atuação do Ministério do Turismo
no desenvolvimento de políticas públicas, tem como foco a gestão, estruturação e promoção do turismo, de
forma regionalizada e descentralizada. Esse instrumento identifica o desempenho da economia do turismo
para tornar mais fácil a identificação e apoio a cada um. Na metodologia aplicada, identificou-se, por
exemplo, que as cidades contempladas nas categorias A, B e C contam com 95% dos empregos formais
em meios de hospedagem, 87% dos estabelecimentos formais de meios de hospedagem, 93% do fluxo
doméstico e têm fluxo internacional. Já os municípios dos grupos D e E, reúnem características de apoio às
cidades geradoras de fluxo turístico, ou seja, aqueles que fornecem mão-de-obra ou insumos necessários
para atendimento aos turistas, de acordo com o Ministério do Turismo (2019).
O estado do Piauí possui 7 (sete) regiões turísticas: Polo Costa do Delta, Polo Aventura e
Mistério, Polo das Águas, Polo Histórico Cultura, Polo das Nascentes, Polo das Origens e Polo
Teresina.
Os municípios da área de intervenção do empreendimento – Floriano e Itaueira – não foram
enquadrados em nenhuma categoria de regionalização turística do estado do Piauí. Isso não quer dizer que
não tenham atrativos importantes para a população da região e que, portanto, são atrações turísticas
daquele local.

a) Município de Floriano
De acordo com as informações do governo municipal, os atrativos turísticos do município de Floriano
são bastante diversificados. O município promove durante todo o ano eventos culturais e turísticos como o
Carnaval, os festejos religiosos como Paixão de Cristo, a exposição agropecuária, festas juninas, o Florifolia,
a Feira da Empresa Piauiense (FEPEME) e eventos artísticos shows e festas temáticas nos espaços para
eventos e outros acontecimentos culturais marcam o calendário de festas ao longo do ano (Foto 6.27).
Além disso, o comércio, a culinária e a arquitetura de Floriano têm grande influência dos imigrantes
árabes (Sírios e Libaneses), que chegaram em 1889. Esses povos influenciaram o desenvolvimento local

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e difundiram sua cultura conservando-a nos traços arquitetônicos, e nos saborosos quibes, esfirras e
charutos. São apresentados, no Quadro 6.58, os principais tipos de turismo no município e as atrações
disponíveis para visitação.
Quadro 6.58. Turismo e Principais Atrações em Floriano

TIPO DE TURISMO ATRAÇÕES

Espaço Cultural Maria Bonita

Espaço Cultural Christino Castro

Igreja Nossa Senhora do Desterro

Cidade Cenográfica

Catedral de São Pedro de Alcântara


Histórico e Cultural
Comunidade Curtume

Igreja Nossa Senhora da Guia

Convento de São Pio de Pietetrine

Mosteiro das Monjas

Terminal Turístico Beira Rio

Clube da AABB

Comércio Esporte Clube


Lazer e Entretenimento
Clube dos Professores

SESC

Turismo Rural Balneário Manga


Fonte: Floriano, 2021.

Foto 6.27. Atrações Turísticas e de Lazer em Floriano

A B

Legenda: A – Beira Rio / Restaurante Flutuante; B – Catedral de São Pedro de Alcântara.


Fonte: WMetria, 2022.

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b) Município de Itaueira
No município de Itaueira existem poucas estruturas de turismo e/ou lazer, o que existe, é a Barragem
de Poços, que atrai a população e os barraqueiro/vendedores ambulantes, estes aproveitam a
movimentação no local para faturar um dinheiro extra. Outro atrativo é o festejo do Bom Jesus da Lapa, que
acontece no período de 28 de julho a 6 de agosto, e atrai pessoas de cidades vizinhas, sendo considerado
o maior festejo da região (Foto 6.28).
Por ser o maior produtor de milho do Estado, recebendo o título de “Capital do Milho”, Itaueira realiza
o Festival do Milho. O evento acontece no mês de junho, durante as festas juninas, na praça central da
cidade e reuni atrações nacionais, moradores locais e turistas. Na ocasião é escolhida a Rainha do Milho.

Foto 6.28. Atrações Turísticas e de Lazer em Floriano

A B

Legenda: A – Igreja Matriz Bom Jesus da Lapa; B – Praça Central.


Fonte: WMetria, 2022.

6.3.2 Caracterização da Área de Influência Direta (AID) e Área Diretamente Afetada (ADA)
Para o Meio Socioeconômico, a Área de Influência Direta (AID) foi considerada como a faixa de área
com largura de 5.000 metros no entorno da ADA e os acessos externos aos empreendimentos, considerando
as comunidades localizadas às suas margens. Analisando a AID apenas onde será inserido o Complexo
Fotovoltaico Sol de Itaueira, há seis (06) comunidades rurais e moradias espaçadas que poderão receber
impactos diretos na fase de implantação do empreendimento – Pé-de-juá e Exu, no município de Floriano;
Gado Bravo, Duas Lagoas, Três Lagoas e Ponta do Mato, no município de Itaueira. (Quadro 6.59).

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Quadro 6.59. Localização das comunidades rurais identificadas na AID e ADA

ORDEM COORDENADAS UTM


MUNICÍPIO LOCALIDADE CLASSIFICAÇÃO
ENTREVISTA X Y

E-03 AID 700.819 9.201.383


Pé-de-juá
E-04 AID 705.172 9.204.378

E-05 AID 705.320 9.205.334


Floriano
E-06 AID 705.543 9.205.279
Exu
E-07 AID 705.553 9.205.443

E-08 AID 705.396 9.205.306

E-01 AID 707.916 9.198.081

E-02 AID 706.426 9.199.594


Gado Bravo
E-15 ADA 704.628 9.195.948

E-16 ADA 705.508 9.197.347

E-09 Duas Lagoas AID 708.137 9.191.633


Itaueira
E-10 AID 706.859 9.190.565
Três Lagoas
E-11 AID 706.083 9.189.883

E-12 AII/AID 699.455 9.187.214

E-13 Ponta do Mato AII/AID 699.358 9.187.322

E-14 AII/AID 699.585 9.187.173

Fonte: WMetria, 2022.

A área diretamente afetada (ADA) é a mesma para os três meios analisados neste estudo,
corresponde às áreas privadas, onde haverá intervenção direta construtiva pelo empreendedor. Nesta área,
foram identificadas duas propriedades rurais localizadas na comunidade Gado Bravo, município de Itaueira.
O Mapa 6.15 apresenta a delimitação da AID, da ADA, a localização das residências visitadas e a
demarcação das vias de acesso principais do empreendimento.
Os dados apresentados para a caracterização da população e da infraestrutura social das
comunidades têm como base o Censo do IBGE de 2010 e pesquisas através de aplicação de questionários
com a população local entre os dias 10 e 14 janeiro de 2022 na AID (Foto 6.29).

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Mapa 6.15. Mapa com a delimitação dos pontos de entrevistas

Fonte: WMetria, 2022.


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Foto 6.29. Entrevistas realizadas como moradores das comunidades da AID

Entrevista com morador da localidade Exu, Floriano Entrevista com morador da localidade Exu, Floriano

Entrevista com morador da localidade Gado Bravo, Itaueira Entrevista com morador da localidade Duas Lagoas, Itaueira

Entrevista com morador da localidade Ponta do Mato, Itaueira Entrevista com morador da localidade Três Lagoas, Itaueira

Fonte: WMetria, 2022.

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6.3.2.1 Formação etária e distinção por sexo

Ao observar a formação da faixa etária da população residente na Área de Influência Direta,


percebe-se que a maior parcela da população se encontra na idade adulta (20 a 59 anos), representando
63,46%, seguido pelos jovens (0 a 19 anos) com 19,23% e pela população idosa (> 60 anos) que
compreendeu 17,31% (Figura 6.43).

Figura 6.43. Distribuição da população de acordo com a faixa etária

Fonte: WMetria, 2022.

Verificou-se ainda que a participação da população em idade ativa (entre 15 a 69 anos) a grande
parcela do contingente populacional total (76,92%), a população dependente (menos de 15 e acima de 70
anos) ficou 30,77%.
De acordo com o Quadro 6.60, a maioria dos moradores da AID são homens (53,85%). Essa
estimativa mostra que os dados estão em consonância com os encontrados nos dados do IBGE 2010 para
a população residente em Itaueira.

Quadro 6.60. Distinção da população por idade e sexo

IDADE FEMININO MASCULINO TOTAL

0-4 1 2 3

5-9 1 2 3

10 - 14 2 - 2

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IDADE FEMININO MASCULINO TOTAL

15 - 19 2 - 2

20 - 24 3 4 7

25 - 29 3 2 5

30 - 34 - 2 2

35 - 39 1 2 3

40 - 44 1 2 3

45 - 49 5 - 5

50 - 54 1 2 3

55 - 59 2 3 5

60 - 64 1 2 3

65 - 70 - 2 2

>70 1 3 4

TOTAL 24 28 52
Fonte: WMetria, 2022.

6.3.2.2 Educação Foto 6.30. Escola Municipal na localidade Exu, município

Em se tratando da estrutura educacional Floriano

nas localidades rurais da AID do


empreendimento, verificou-se que os moradores
tinham carência de escolas próximas de casa
(Foto 6.30). As crianças e adolescentes com
idade escolar (5 a 17 anos) estão matriculados no
ensino fundamental e médio, e para se
deslocarem até as escolas mais próximas, os
entrevistados utilizam o transporte escolar ou vão
a pé.
Entre os membros das famílias entrevistadas, mais de 55% não concluíram o ensino fundamental,
17,31% concluiu o ensino fundamental, mais de 11% são analfabetos, 5,77% tem o ensino médio
incompleto, 5,77% não tem idade escolar e 3,85% concluíram o ensino médio e o ensino superior (Figura
6.44).

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Figura 6.44. Escolaridade da população da área de influência direta

Fonte: WMetria, 2022.

6.3.2.3 Saúde

Nas comunidades visitadas os serviços de saúde pública são inexistentes, não havendo
infraestrutura hospitalar ou de atenção básica de saúde, levando os moradores a procurarem esses serviços
na sede municipal de Itaueira. Mais de 93% dos entrevistados afirmaram haver atendimento odontológico
na unidade de saúde onde buscam.
Quanto ao recebimento de visita de um agente de saúde, todos disseram haver visitas periódica
mensal. Em relação as doenças mais frequentes que acometem a população da AID, tem-se a gripe, alguma
inflamação e diarreia. Sobre os acidentes de trabalho, os entrevistados relataram sofrer cortes e fraturas.

6.3.2.4 Habitação

Durante as atividades de campo, registrou-se que 75% das residências são próprias e apresentam
estruturas variando de 5 a 8 cômodos (75%), habitadas por famílias a mais de 10 anos (75%), 25% das
famílias chegaram a menos de um ano e outras 25% estão a menos de 10 anos, assim, apresentando uma
média de moradores de 3,25 habitantes/residência.
Quanto à tipologia habitacional, salienta-se o uso, predominante, de alvenaria e/ou adobe com piso
cimentado e cobertura de telha, como material de construção. Porém, ainda é possível observar construções
em taipa (Foto 6.31). Em todas as residências entrevistadas tinham energia elétrica.

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Foto 6.31. Tipologia habitacional

Residência em alvenaria na localidade Exu Residência em alvenaria na localidade Duas Lagoas

Residência em taipa na localidade Pé-de-juá Residência em alvenaria na localidade Ponta do Mato

Residência em alvenaria na localidade Três Lagoas Residência em alvenaria na localidade Gado Bravo
Fonte: WMetria, 2022.

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6.3.2.5 Desapropriação

No que se refere a processos de desapropriação de imóveis da ADA em decorrência da implantação


e operação do Complexo Solar Itaueira, será necessária a desapropriação de dois imóveis localizados na
localidade Gado Bravo, município de Itaueira, sob as coordenadas UTM 704.628 E / 9.195.948 S e 705.508
E / 9.197.347 S.

6.3.2.6 Saneamento básico e limpeza pública

Quanto aos serviços de saneamento básico, o abastecimento de água para o consumo é via poço
tubular (Foto 6.32). Segundo relato dos moradores, a água local é de boa qualidade para uso e consumo,
portanto não fazem uso de nenhuma forma de tratamento para o uso doméstico.

Foto 6.32. Forma de abastecimento de água

A B

Legenda: A – Poço tubular na localidade Três Lagoas; B – Poço tubular na localidade Ponta do Mato.
Fonte: WMetria, 2022.

Nas comunidades entrevistadas, todos informaram que há banheiro nas residências a água, onde
são empregadas soluções individuais como fossas rudimentares (56,3%) ou apenas o buraco (12,5%), em
31,3% dos domicílios os moradores fazem suas necessidades ao ar livre. O sistema de coleta de lixo nas
localidades é inexistente, predominando ainda a prática de queimar os resíduos domésticos, que são em
sua maioria madeira, papel, alimentos, plástico, vidro e metal.

6.3.2.7 Atividades produtivas

A utilização das terras nas comunidades onde foram realizadas as entrevistas, normalmente
predomina o trabalho de forma rudimentar, com a agricultura de subsistência e a pecuária semiextensiva,
sendo que os animais geralmente servem para cortes (abates), uso de leite ou meio de transporte. Entre as

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culturas produzidas nas residências entrevistadas, predomina o cultivo de milho, mandioca, feijão, arroz e
melancia, além de banana.
Na pecuária, cerca de 23,5% das famílias criam galináceos e caprinos, 17,6% equinos, e 11,8%
ovinos, suínos e bovinos, cada. Percebe-se que a avicultura e a caprinocultura são a mais importantes nas
relações de autoconsumo dos pequenos proprietários e moradores. Para caracterizar esta atividade de
subsistência é importante mencionar que o total de cabeças girava em torno de vinte a oitenta e, um dos
entrevistados (Ponta do Mato) possui criação de bovino com até 150 cabeças (Foto 6.33).

Foto 6.33. Área de curral na localidade Ponta do Mato

Fonte: WMetria, 2022.

Ao analisar as atividades produtivas de uma determinada região é importante destacar a


participação em formas de organização social, que têm como objetivo, dentre outros, a defesa dos interesses
profissionais e econômicos de determinadas categorias profissionais. Ao longo da visita de campo e
realização de entrevistas, os residentes das áreas onde foram realizadas as entrevistas foram interrogados
sobre a existência de organizações sociais e sobre a sua participação nas mesmas, e com isso foi possível
identificar que 100% informaram não haver e nem participar de nenhum tipo de organização social.

6.3.2.8 Emprego e renda

Os moradores das residências entrevistadas com idade e condições físicas para exercer algum
trabalho somavam 44 pessoas, destas 61,40% são trabalhadores rurais, 20,5% são aposentados e 18,2%
estão desempregados. De acordo com os entrevistados, 72,7% informaram não possuir nenhum tipo de
renda, 22,7% possuem renda de até 1 salário mínimo, 2,3% de 1 a 2 salários munimos e 2,3% de 2 a 3
salários mínimos. Das famílias entrevistadas, 56,3% declararam receber auxílio do governo federal através
do programa Bolsa Família.

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6.3.2.9 Aspectos culturais e religiosos

Com base na entrevista de campo, ao serem questionados sobre o conhecimento e participação de


instituições religiosas, todos informaram conhecer uma ou mais instituição religiosa, no qual 70% informaram
conhecer a Igreja Católica (Foto 6.34) e 30% a Igreja Assembleia de Deus. Pelo menos 37,5% informaram
não pertencer a nenhuma instituição religiosa, 70% participam da igreja Católica e 30% participam da igreja
Assembleia de Deus.

Foto 6.34. Templos religiosos

A B

Legenda: A – Igreja Católica na localidade Exu, Floriano; B – Igreja Católica na localidade Ponta do Mato, Itaueira.
Fonte: WMetria, 2022.

Quanto as manifestações folclóricas/populares na região, 62,5% dos entrevistados informaram


haver, como o Festejo de Santo Expedito realizado no mês de abril, e a Festa Junina entre os meses de
junho e julho.

6.3.2.10 Problemas sociais e ambientais

As entrevistas realizadas demonstram que 68,75% dos entrevistados confirmaram problemas


sociais na região, ressaltando, sobretudo, o desemprego, assalto/roubo e o alcoolismo. No que diz respeito
aos problemas ambientais, verificou-se que estes, assim como os sociais, alcançaram percentuais elevados,
particularmente com referência a falta de saneamento, citado por 75% dos participantes da entrevista, além
de animais soltos e o problema do lixo a céu aberto (Figura 6.45).
As comunidades rurais da AID do empreendimento carecem dos serviços de atenção básica à
saúde, ao saneamento básico, à educação básica de forma completa (educação infantil, fundamental e
ensino médio), bem como melhoria da infraestrutura e serviços de apoio.

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Figura 6.45. Problemas sociais e ambientais relatados pelos entrevistados

Fonte: WMetria, 2022.


6.3.2.11 Expectativa

Quando indagados se são a favor da expansão em larga escala de empreendimentos fotovoltaicos


na região, 93,75% dos entrevistados afirmaram serem a favor. Em relação às suas opiniões sobre os
maiores benefícios proporcionadas pela implantação desse empreendimento, sobressaiu-se a outros
melhoria da infraestrutura (61,54%) e a oportunidade de oferta de trabalho (38,46%) (Figura 6.46).

Figura 6.46. Expectativa da população da área de influência direta

Fonte: WMetria, 2022.

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7 IDENTIFICAÇÃO E ANÁLISE DOS IMPACTOS AMBIENTAIS

A Avaliação de Impactos Ambientais (AIA) é um instrumento da Política Nacional de Meio Ambiente


(Lei Nº 6.938/1981) que permite identificar os impactos ambientais relevantes a partir da relação de causa
e efeito entre as potenciais intervenções do empreendimento e as características socioambientais. É
considerada como um instrumento de gestão ambiental preventivo, que tem como objetivo dar ao ambiente
o seu devido lugar no processo de tomada de decisão, por meio da avaliação clara das consequências
ambientais de uma atividade proposta, antes dela ser implementada.
Moreira (1992) afirma que a avaliação de impacto ambiental é um instrumento de política ambiental,
formado por um conjunto de procedimentos, capaz de assegurar, desde o início do processo, que se faça
um exame sistemático dos impactos ambientais de uma ação proposta (projeto, programa, plano ou política)
e de suas alternativas, e que os resultados sejam apresentados de forma adequada ao público e aos
responsáveis pela tomada de decisão, e por eles sejam considerados.
Assim, a finalidade da avaliação de impacto ambiental é prever mudanças nos sistemas naturais e
sociais decorrentes de um projeto de desenvolvimento permitindo que as decisões sejam tomadas de forma
lógica e racional. Dessa forma, vê-se a necessidade de identificar e avaliar os possíveis impactos ambientais
oriundos das fases de planejamento, implantação, operação e desmobilização, sejam eles diretos ou
indiretos.
O Complexo Fotovoltaico Sol de Itaueira é um empreendimento de geração de energia limpa e
renovável, considerado de baixo potencial poluidor, e irá ocupar uma área de 2.035,146 ha., onde o mesmo
é considerado pela SEMAR (RESOLUÇÃO CONSEMA Nº 40/21) de PORTE EXCEPCIONAL (Capacidade
instalada >1.000MW, classe C6).
Para a identificação e análise dos possíveis impactos ambientais gerados com a implantação e
operação do Complexo Fotovoltaico Sol de Itaueira, foram fundamentais as considerações gerais e
específicas que integram o Diagnóstico Ambiental de cada componente ambiental, como também as
atividades previstas para serem desenvolvidas na Área de Influência do empreendimento em suas fases de
implantação.
Para cada aspecto ambiental foram descritos individualmente os impactos ambientais resultantes,
contemplando diversas óticas – sociais, físicas, bióticas e socioeconômicas –, além das suas interações.
Este procedimento atende completamente a resolução CONAMA Nº 001, de 23 de janeiro de 1986,
principalmente em relação ao seu artigo 6°, que trata do conteúdo mínimo de um Estudo de Impacto
Ambiental e declara em seu inciso II:

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“Análise dos impactos ambientais do projeto e de suas alternativas, através de


identificação, previsão da magnitude e interpretação da importância dos prováveis
impactos relevantes, discriminando: os impactos positivos e negativos (benéficos e
adversos), diretos e indiretos, imediatos e a médio e longo prazos, temporários e
permanentes; seu grau de reversibilidade; suas propriedades cumulativas e sinérgicas;
a distribuição dos ônus e benefícios sociais”.

A avaliação dos impactos ambientais do Complexo Fotovoltaico Sol de Itaueira permitirá a


identificação das consequências futuras de uma ação presente ou proposta, assim como, propor medidas
mitigadoras ou compensatórias que visam diminuir as consequências negativas e ampliar ou potencializar
os benefícios atingidos.
Sanches (2013) elucida que é possível prever a evolução da qualidade ambiental da área de
intervenção e seu entorno, por meio de indicadores, em uma área definida, considerando-se a escala
temporal. Através deste método, todas as ações referentes à implantação do Complexo Fotovoltaico Sol de
Itaueira serão relacionadas de acordo com as várias fases previstas para a atividade de implantação,
identificando-se para cada ação os impactos ambientais gerados e/ou previsíveis.

7.1 Critérios de avaliação dos impactos

A partir da discussão interdisciplinar do diagnóstico ambiental das áreas de influência e das ações
geradoras de impacto do Complexo Fotovoltaico Sol de Itaueira, estabeleceu-se uma metodologia própria
para identificação e classificação dos impactos, utilizando como instrumento básico a Matriz de Leopold et
al., (1971), integrado com os métodos propostos por Fearo (1978) e Fischer e Davis (1973). A identificação
de recursos e processos ambientais e a avaliação dos impactos associados incluem três etapas:
Etapa 1 – avaliação de cada uma das atividades previstas e sua correlação com os fatores
socioambientais;
Etapa 2 – identificação dos possíveis impactos ambientais;
Etapa 3 – avaliação dos impactos segundo os critérios estabelecidos.

Os Critérios adotados para elaboração da Matriz de Impactos estão definidos a seguir:

➢ Fase de Ocorrência: Indica em que fase do empreendimento o impacto se manifesta:


− Planejamento;
− Implantação;
− Operação.

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➢ Natureza: Identifica os efeitos dos impactos sobre o meio ambiente:


− Positivo: POS (+);
− Negativo: NEG (-).

➢ Abrangência: Classifica os impactos cujos efeitos se fazem sentir a nível local, regional ou global:
− Local: Área Diretamente Afetada (ADA);
− Regional: Área de Influência Direta (AID);
− Global: Área de Influência Indireta (AII).

➢ Duração: Divide o impacto de acordo com a temporalidade de sua manifestação:


− Permanente (PER);
− Temporário (TEM);
− Cíclico (CIC).

➢ Forma de Incidência: Estabelece o grau de relação entre a ação impactante e o impacto gerado
ao meio ambiente:
− Direta (DIR);
− Indireta (IND).

➢ Magnitude: Diz respeito à característica do impacto relacionada ao porte ou grandeza da


intervenção no ambiente.
− Insignificante (INS);
− Baixa (BAI);
− Média (MED);
− Alta (ALT).

➢ Reversibilidade: Traduz a capacidade do ambiente de retornar ou não a sua condição original


depois de cessada a ação impactante:
− Irreversível (REV);
− Reversível (IRR).

➢ Temporalidade: Traduz o espaço de tempo em que o ambiente é capaz de retornar a sua condição
original:

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− Curto (CUR);
− Médio (MED);
− Longo (LON).

➢ Probabilidade: Se refere à probabilidade de um impacto ocorrer:


− Baixa (BAI);
− Média (MED);
− Alta (ALT).

➢ Importância: Está associada ao grau de interferência que ações específicas ou processos


operacionais podem ter sobre os diferentes parâmetros ambientais. Leva-se em consideração não
apenas a magnitude do impacto, mas também a sua probabilidade de ocorrência.
− Insignificante (INS):
− Baixa (BAI);
− Média (MED);
− Alta: (ALT).

O quadro a seguir resume os critérios para avaliação da importância dos potenciais impactos
identificados neste estudo.

Quadro 7.1. Avaliação da importância dos potenciais impactos identificados

Magnitude
Probabilidade
Alta Média Baixa Insignificante
Alta Alta Alta Média Baixa
Média Alta Média Baixa Insignificante
Baixa Média Baixa Insignificante Insignificante

➢ Cumulativo: um impacto ambiental cumulativo é derivado da soma de outros impactos ou de


cadeias de impacto que se somam, gerados por um ou mais de um empreendimento isolado, porém
contíguo, num mesmo sistema ambiental.

➢ Sinergia: são referentes à capacidade de um efeito específico induzir a ocorrência de um novo


impacto, ao interagir com outro, não necessariamente associado ao mesmo empreendimento ou atividade:

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Figura 7.1. Ocorrência da sinergia dos impactos

7.2 Resultados dos impactos identificados

Foi identificado um total de 51 impactos considerando a soma de todas as fases do empreendimento


e dos diferentes meios. Deste total, 14 (27,45%) impactos são de caráter positivo e 37 (72,55%) impactos
são de caráter negativo. É importante destacar que conforme esperado para esse tipo de empreendimento,
o maior número de impactos (54,9%) ocorrerá na fase de implantação (Figura 7.2), que tem caráter
temporário de seus impactos, ou seja, àqueles que são reversíveis, eles cessam assim que finalizadas as
atividades.

Figura 7.2. Resultados gerais dos impactos

0 5 10 15 20 25

Planejamento

Implantação

Operação

Negativo Positivo

Fonte: WMetria, 2022.

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Com relação aos impactos ambientais sobre os meios físico, biótico e antrópico, tem-se um total de
68 impactos prognosticados, isto porque alguns ocorrem em mais de um meio. Destes, 14 são de natureza
positiva e 54 de natureza negativa (Figura 7.3). Observou-se também, que do número de impactos positivos
gerados, 100% serão sobre o meio socioeconômico, onde a maioria estão relacionados à geração de
emprego e renda, arrecadação de impostos, circulação da moeda, capacitação da mão de obra, melhoria
da qualidade de vida, entre outros.

Figura 7.3. Impactos classificados de acordo com o meio impactado

25

20

15

10

0
Meio Físico Meio Biótico Meio Antrópico

Negativo Positivo

Fonte: WMetria, 2022.

Na fase de planejamento foram identificados quatro (4) impactos, todos sobre o meio antrópico,
sendo um (1) impacto de importância insignificante, dois (2) de baixa importância e um (1) impacto de alta
importância. Na fase de implantação foram identificados 40 impactos, sendo que 15 possuem alta
importância, 15 de média importância, seis (6) de baixa importância e quatro (4) de importância
insignificante. Já para a fase de operação, foram identificados 24 impactos, onde oito (8) são de alta
importância, seis (6) de média importância e 10 de importância baixa ou insignificante (Figura 7.4).

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Figura 7.4. Impactos classificados de acordo com a importância em relação ao meio impactado

Importância dos impactos


0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20

Fisico
Planejamento

Biotico
Antropico 1 2 1
Fisico 5 4 2
Implantação

Biotico 3 5 1 2
Antropico 7 6 3 2
Fisico 2 1 1
Operação

Biotico 2 1 3
Antropico 6 3 2 3

ALT MED BAI INS

Fonte: WMetria, 2022.

7.3 Análise dos impactos identificados

A seguir são apresentados os impactos identificados ou prognosticados, decorrentes do projeto,


construção e operação do Complexo Fotovoltaico Sol de Itaueira, bem como da proposição de medidas
mitigadoras, para prevenir, mitigar ou compensar os impactos negativos e potencializar os impactos
positivos decorrentes do empreendimento.
Destaca-se que durante a operação de um empreendimento desse porte decorrerá muitos impactos
positivos, como a contribuição para o desenvolvimento local e regional, favorecendo a implantação de várias
outras indústrias e gerando muitos empregos formais e informais, direto e indiretamente, significativo
aumento na arrecadação de tributos, além de contribuir com a produção de uma energia renovável. Porém,
não se podem ignorar os possíveis impactos negativos que poderão ocorrer nos meios físico, biótico e
antrópico, como consequência da implantação do empreendimento.
Ao fim da descrição é apresentado o quadro Matriz de Impacto que contém a identificação do
impacto e a avaliação com os atributos definidos, de acordo com os aspectos analisados

7.3.1 Geração de emprego e renda


Durante a fase de planejamento a oferta de emprego na região não deverá ser grande,
especialmente porque parte da mão de obra é especializada e não será recrutada localmente. Entretanto,
na fase de implantação do Complexo Fotovoltaico e da Linha de Transmissão de 500 kV, haverá a abertura

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de postos de trabalho para segmentos específicos, absorvendo parte de demandas locais de mão de obra
não especializada e semiespecializada, o que poderá favorecer a geração de empregos indiretos,
proporcionando um aumento considerável nos rendimentos locais.
Na fase de operação do Complexo, a oferta de empregos diretos e indiretos é reduzida, bem como
durante a fase de operação da linha de transmissão. Contudo, deve-se ressaltar que nesta fase serão
demandados profissionais de diferentes áreas de conhecimento para atuar em distintas funções, tais como:
administração, manutenção, monitoramentos ambientais, entre outros.
A. Impactos Cumulativos
− Aquisição de serviços especializados;
− Crescimento do comércio local; e
− Aumento na arrecadação tributária.
B. Impactos Sinérgicos
− Pressão sobre a infraestrutura na região;
− Implantação de novas tecnologias; e

7.3.2 Aquisição de serviços especializados


Para as fases de planejamento e implantação do empreendimento, a aquisição de serviços
especializados e, por conseguinte, a contratação de mão de obra especializada, irão refletir e crescimento
do comércio, o que resultará em benefícios ao poder púbico e à coletividade. A implantação e manutenção
desses serviços são de fundamental importância para a boa qualidade ambiental local.

A. Impactos Cumulativos
− Aumento de renda dos funcionários;
− Crescimento do comércio local; e
− Aumento na arrecadação tributária.
B. Impacto Sinérgico
− Implantação de novas tecnologias.

7.3.3 Geração de expectativa e incerteza na população


A presença de pessoas de fora na região para realização dos estudos ambientais e de engenharia,
entre outras ações preliminares, somada às notícias relacionadas ao empreendimento, podem gerar
expectativas em relação à geração de emprego, ao crescimento da economia da região, à intensificação do
comércio local, às melhorias na infraestrutura, entre outros fatores.
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Além disso, o projeto pode criar expectativas relacionadas também à alteração da paisagem, às
mudanças no cotidiano e à redefinição de um novo espaço social. Outros aspectos a serem considerados
são a expectativa pelo aumento de receitas municipais, e a possibilidade de ampliação do potencial de
distribuição de energia na região, geração de emprego e renda para a população.

7.3.4 Riscos de acidentes de trabalho


A ação de implantação do empreendimento aumentará a probabilidade de ocorrência de acidentes,
principalmente devido ao fluxo intenso de pessoas e máquinas, especialmente durante a instalação do
canteiro de obras, limpeza da área, construção das vias de acesso, instalações dos módulos fotovoltaicos e
das torres. Por isso é necessária a ação de medidas de segurança.
Durante a fase de operação os riscos de acidentes elétricos, são ocasionados pelo mal
funcionamento dos equipamentos ou até mesmo pela falta do uso correto dos equipamentos de proteção
ao executar uma manutenção o qualquer outro serviço na rede.

A. Impacto Sinérgico
− Problemas de saúde com os funcionários.

7.3.5 Perda de área de vegetação nativa


Para a implantação do empreendimento, será necessária a supressão de áreas com vegetação para
execução dos serviços de terraplanagem, realização das obras civis, instalação do canteiro de obras,
construção de vias internas, e implantação dos módulos fotovoltaicos. A área ocupada e que sofrerá
intervenção é de, aproximadamente 2.035,146 hectares, sendo 1.802,94 ha para a área de implantação das
26 Usinas Fotovoltaicas, 7,437 ha para a Subestação e 2,0 ha para a Linhas de Transmissão.
A supressão de vegetação local para implantação do empreendimento, possivelmente se
caracteriza como um dos principais impactos sobre a biota. Ao retirarem indivíduos das populações das
espécies de fauna e flora, reduz-se sua abundância e diversidade genética e, indiretamente, a partir da
mudança das estruturas das comunidades e dos processos e interações biológicas, altera-se a riqueza e a
composição de espécies localmente.

A. Impacto Cumulativo
− Alteração da camada superficial do solo.
B. Impactos Sinérgicos
− Alteração da paisagem;

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− Invasão de espécies oportunistas;


− Alteração do escoamento e fluxo superficial das águas;
− Formação e agravamento de processos erosivos.

7.3.6 Alteração da paisagem


Considera-se a alteração da paisagem um impacto, pois as caraterísticas cênicas atuais são
habituais à observação da população local. Esta alteração se dá, portanto, pela descaracterização física e
espacial dos componentes integrantes da paisagem.
Quando da implantação do empreendimento relativamente aos valores paisagísticos, o
empreendimento se mostrará como um novo elemento de organização do espaço físico/geográfico em
função das modificações dos aspectos atuais existentes na paisagem a partir da implantação de estruturas.
Além disso a inclusão das torres de transmissão, mesmo que sejam poucas torres instaladas, como
elementos desta paisagem constituirá, num primeiro momento, um elemento crítico da qualidade visual,
destoando do contexto paisagístico. Esta detração da qualidade visual da paisagem se dará de forma
negativa, pois a inclusão de estruturas exóticas à paisagem, apesar da subjetividade implícita, pode não ser
bem vista pelos usuários desta paisagem.

7.3.7 Efeito de borda


Com a supressão de vegetação, durante a fase de implantação do empreendimento haverá a
fragmentação das áreas e algumas espécies terão dificuldades de adaptação aos novos aspectos naturais
à sua volta. A dinâmica do fragmento depende de diversos fatores: tipo de vizinhança, formato da área e
grau de isolamento. Além de muito mais vulneráveis às intempéries, as florestas fragmentadas acabam
sendo invadidas por parasitas: plantas rasteiras, trepadeiras e capim adentram a mata e sufocam o
crescimento e desenvolvimento de outras espécies.

7.3.8 Invasão de espécies oportunistas


A devastação da flora autóctone abre caminhos para a invasão por espécies exóticas, que podem
desencadear grandes impactos sobre a biodiversidade, alterando a estrutura das comunidades e inibindo a
regeneração das espécies nativas. As espécies invasoras causam impactos de longo prazo que podem levar
à extinção de espécies nativas, seja de forma direta pela competição de recursos ou de forma indireta
através de alterações no sistema.

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7.3.9 Interferência em vestígios arqueológicos


A supressão vegetal e as atividades de terraplenagem, que ocorrerão na implantação do
empreendimento, poderão causar a perda de ocorrências e/ou sítios arqueológicos, uma vez que poderá
afetar a matriz arqueológica, causando a descontextualização e obstrução ao material e estruturas
arqueológicas. Durante a abertura de cavas para implantação das sapatas que sustentarão as torres, as
praças de torres, bota-fora e áreas de empréstimos poderão, por sua vez, colocar em risco de destruição
total ou parcial, estruturas arqueológicas em superfície e subsuperfície.
A critério do IPHAN, a atividade poderá ser acompanhada por arqueólogo, desde que sejam
constatadas evidências arqueológicas durante avaliação de impacto ao patrimônio arqueológico da Área
Diretamente Afetada.

7.3.10 Alteração da camada superficial do solo


Com o desmate e os destocamentos do terreno, poderão ocorrer perdas da camada superficial do
solo, pois as raízes carregam volumes de solo superficiais, deixando a superfície mais susceptível a agentes
erosivos. Quando as estradas estiverem efetivamente implantadas e ativas, poderão ocorrer processos
erosivos em seus leitos durante o período chuvoso, se tais vias não forem pavimentadas e não tiverem um
sistema de drenagem eficiente.
A ação da água da chuva e, mais especificamente, o impacto das gotas sobre o solo (efeito splash)
pode dar origem a um processo denominado erosão hídrica, caracterizado pela ação de desagregação,
transporte e deposição das partículas minerais e demais componentes a elas aderidos, como defensivos e
fertilizantes agrícolas, matéria orgânica, biota do solo, sementes, entre outros materiais. De modo geral,
quanto maior a intensidade e duração da chuva, maior a probabilidade de que a capacidade de infiltração
de água no solo seja superada ou que este atinja o ponto de saturação mais rapidamente, dando origem a
escoamentos superficiais, com diferentes características de fluxo, tais como: laminar, linear (concentrado),
difuso e anastomosado.
Adicionalmente, a movimentação de veículos, equipamentos e máquinas pesadas nas vias internas
de acesso, canteiro de obras e pátio de montagem promovem a compactação das camadas mais superficiais
do solo, diminuindo a infiltração e aumentando o escoamento superficial, com a possibilidade de formação
de escoamentos concentrados que podem evoluir para processos erosivos. Nas áreas de bota-fora de
materiais de rejeito pode ocorrer a formação de taludes de material desagregado, também sujeitos a
instabilidade e ao desenvolvimento de processos erosivos.

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A. Impactos Cumulativos
− Perda da área de vegetação nativa;
− Alteração do escoamento e fluxo superficial do solo.

B. Impactos Sinérgicos
− Alteração da qualidade dos recursos hidricos; e
− Formação e/ou agravamento de processos erosivos.

7.3.11 Alteração do escoamento e fluxo superficial das águas


A modificação do sistema natural de drenagem é um impacto decorrente da exposição de solos nas
áreas de supressão, abertura e melhoramento de vias, áreas de corte e aterro e disposição de bota-fora,
propiciando ambientes favoráveis para a formação de processos erosivos.
Como consequência da movimentação de terra, decapeamento superficial e remoção da cobertura
vegetal, poderá haver o incremento do carreamento de sólidos para as faixas mais rebaixadas como é o
caso dos riachos Água Boa, e das Cacimbas, e desaguam no rio Uica. Esses cursos d’águas que estão
distribuídos em meio a área definida como de influência direta, apresentam apenas pequenas linhas de
drenagem perenes, apresentando-se com regimes temporários, mais que poderão contribuir para o
processo de assoreamento dos rios devido à supressão da vegetação.
No entanto, durante a fase de operação com a manutenção preventiva na rede de drenagem e com
revegetação das áreas expostas, este impacto deverá diminuir e/ou cessar. Deverá ser feito um sistema de
drenagem eficiente na área de implantação dos módulos fotovoltaicos preservando o direcionamento
vigente.
As características do sistema de drenagem superficial das estradas deverão levar em consideração
a capacidade de escoamento superficial do leito da estrada e a taxa de infiltração da área do projeto, e
principalmente, deverão ser definidas em função dos declives e aclives da estrada.

A. Impacto Cumulativo
− Alteração da camada superficial do solo.

B. Impactos Sinérgicos
− Alteração da qualidade dos recursos hidricos; e
− Formação e/ou agravamento de processos erosivos.

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7.3.12 Alteração da qualidade dos recursos hídricos


A supressão vegetal deixa o solo exposto, sem a proteção da vegetação e propenso à erosão,
podendo causar o carreamento sólidos para os riachos próximos do empreendimento. As consequências
decorrentes do carreamento de sólidos compreendem uma cadeia de fatores que culminam na alteração da
qualidade das águas.
A alteração da qualidade das águas, superficiais ou subterrâneas, poderá ocorrer também, através
da contaminação por resíduos e efluentes sanitários, derrames ou vazamentos de óleos, graxas ou produtos
químicos, diretamente no solo ou nos corpos d’água receptores, provenientes de canteiros, alojamentos,
banheiros, máquinas e/ou equipamentos utilizados nas obras.
Além da contaminação do solo, os efluentes sanitários podem afetar a balneabilidade, biota aquática
e demais usos destas áreas, principalmente por causa dos níveis de coliformes fecais e nitrogênio amoniacal
acima dos níveis permitidos.
A contaminação poderá ocorrerá em casos de acidentes, por meio de óleos e graxas
(hidrocarbonetos, gorduras, éteres, etc.) que em seu processo de decomposição podem reduzir o oxigênio
dissolvido nas águas elevando a Demanda Bioquímica de Oxigênio (DBO5,20), podendo ocasionar
alterações no equilíbrio bioquímico do ecossistema aquático.

7.3.13 Formação e agravamento de processos erosivos


Os processos erosivos ocorrem naturalmente, contudo, com a implantação e operação do Complexo
Fotovoltaico esses processos poderão ser acelerados, tendo em vista a perda da camada superficial do
solo, uma vez que na retirada da vegetação e destocamento, as raízes carregam volumes de solos, deixando
a superfície mais susceptível aos agentes erosivos. Tais fatores, associados ao trafego de veículos e
máquinas, provocarão modificações na estrutura do solo, que se negligenciadas, a suscetibilidade à erosão
repercutirá em sérios prejuízos, tanto ao empreendimento como aos espaços e usos nos arredores.
Os módulos fotovoltaicos constituem uma superfície impermeabilizada que escoa integramente a
água de chuva, reduzindo o coeficiente de infiltração da área total e possibilitando a acumulação de águas
superficiais.
A drenagem da água que incide sobre os módulos fotovoltaicos cai diretamente sobre o solo
desprotegido e desagregado, com a possibilidade de formação de sulcos que podem evoluir para processos
de escoamento concentrado, com consequente erosão dos terrenos.

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7.3.14 Contaminação dos solos


Nas instalações do canteiro de obras serão gerados efluentes líquidos, oriundos dos esgotos
sanitários e águas servidas que, se não forem tratados de forma adequada, representam risco potencial de
contaminação de solos.
O cravamento de estacas para suporte e a montagem dos painéis solares implica na utilização de
equipamentos movidos por motor a combustão, os quais fazem uso de combustíveis, óleos e graxa, que
podem contaminar o solo em casos de vazamento. A movimentação e manutenção dos veículos poderá
haver o derramamento de óleo, graxas e derivados de petróleo, ocasionando a contaminação do solo ou
dos corpos hídricos.

A. Impacto Sinérgico
− Alteração da qualidade dos recursos hidricos.

7.3.15 Geração de resíduos sólidos e efluentes líquidos


No canteiro de obra, durante a implantação do Complexo, serão gerados efluentes líquidos
originados principalmente de sanitários, lavabos e refeitórios, já os resíduos serão, em sua maioria,
constituídos principalmente por papelão, madeira, plásticos, estolho vegetal (galhos, raízes, troncos), restos
de fios, metal (sinalização), cimento, e alimentos, entre outros.
A posteriori, durante a fase operacional os funcionários ainda produzirão resíduos, contudo em
menor quantidade. Esses resíduos quando depositados em locais inadequados, podem causar danos ao
meio ambiente, como poluição visual, poluição do solo e riscos de acidentes com animais domésticos e
silvestres.

A. Cumulativos
− Contaminação do solo;
− Surgimento de vetores de doenças.
B. Impactos Sinérgicos
− Alteração da qualidade dos recursos hídricos; e
− Problemas de saúde com os funcionários.

7.3.16 Alteração da qualidade do ar


Devido às atividades de supressão da vegetação e ao acréscimo de tráfego veicular na região
necessários para a instalação dos módulos fotovoltaicos e das torres intensificará a emissão de particulado

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e de gases da combustão dos motores dos veículos pesados e leves e isso poderá causar alterações na
qualidade do ar. A alteração da qualidade do ar associa-se, também, com a emanação de gases tóxicos e
fuligem provenientes da queima de combustíveis fósseis dos motores de veículos e máquinas pesadas
utilizados em diversas etapas do empreendimento.

A. Impacto Sinérgico
− Aumento de doenças respiratórias.

7.3.17 Alteração dos níveis de ruídos


A poluição sonora relacionada à obra ocorre em quase todas as atividades de implantação do
empreendimento, devido principalmente ao funcionamento do canteiro de obras e instalação dos painéis
solares. Além dos serviços de terraplanagem que envolve a utilização de tratores, carregadeiras e
caminhões de transporte, neste tipo de obra é prevista a operação de máquinas para cravação de estacas,
escavação de fundações, abertura de valetas para cabeamento, máquinas compactadoras, além dos
serviços de montagem das estruturas e de fixação dos painéis solares que fazem uso de equipamentos e
de ferramentas elétricas.
Durante a operação do empreendimento os ruídos se limitam ao deslocamento de veículos nas
atividades de manutenção das estruturas, cabos e acessos à linha de transmissão, sendo considerados
mínimos, porém deverá ser realizado a monitoramento periódico das emissões de ruídos atendendo aos
padrões estabelecidos pela legislação vigente.

A. Impacto Sinérgico
− Afugentamento da fauna.

7.3.18 Perda dos habitats


A supressão da vegetação necessária para a implementação das estruturas causará danos aos
habitats e micro habitats, além do aumento da fragmentação e perda da conectividade entre os mesmos. A
perda de habitats da fauna também decorre da intensificação do efeito de borda através da modificação do
habitat remanescente, provocando alterações de temperatura, insolação, umidade e entrada ventos. Além
disso, há o risco de introdução de espécies predadoras, oportunistas, exóticas e invasoras, resultantes da
fragmentação dos habitats.
A perda e a alteração dos habitats naturais poderão causar o deslocamento de algumas espécies
da fauna para remanescentes de vegetação próximos, em especial as de maior mobilidade e mais sensíveis

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a distúrbios ambientais. Isto poderá alterar a estrutura das comunidades destes remanescentes,
ocasionando um adensamento populacional.

7.3.19 Perturbação e afugentamento da fauna


Com a supressão vegetal na fase de implantação, haverá o deslocamento da fauna para áreas
adjacentes, podendo produzir pressão sobre a fauna residente e consequentemente, o aumento de disputas
por territórios, alimentos ou parceiros sexuais, causando estresse nos ambientes de entorno. Se não houver
um adequado programa de salvamento e relocação da fauna, poderá ocorrer o abate de animais que não
consigam fugir para áreas adjacentes.
Além disso, a circulação de pessoas e aumento de máquinas e veículos resultará na emissão de
ruídos, que causarão o afugentamento de animais, e os mesmos estarão sujeitos a atropelamentos nas
estradas existentes ou que venham a ser implantadas. Além de que o movimento de máquinas durante a
retirada da vegetação poderá causar a destruição de áreas de reprodução, de ninhos, bem como o
esmagamento de ovos de lagartos e serpentes, entre outros.

A. Impactos Sinérgicos
− Perda dos habitats;
− Acidentes com animais peçonhentos; e
− Aumento da caça.

7.3.20 Acidentes com animais peçonhentos


Durante a fase de implantação do Complexo Fotovoltaico e das torres, a perda de vegetação dos
remanescentes vegetais locais poderá causar a migração e afugentamento de espécimes para as áreas
adjacentes. Além disso, os colaboradores envolvidos na execução da ação ficarão expostos a riscos de
acidentes envolvendo animais peçonhentos. Esses fatores, associados ao acúmulo de resíduos sólidos que
poderá atrair animais silvestres que podem atuar como vetores de zoonoses, podendo gerar risco de
acidentes quando em contato com humanos, tais como: insetos, aves, lagartos, canídeos, gambás e
roedores, que utilizam estes recursos como fonte de alimento.

7.3.21 Incidência de colisão da avifauna com os cabos da linha de transmissão


A ocorrência de colisões da avifauna com os cabos da LT é impacto esperado tanto na fase de
instalação, durante o lançamento dos cabos, quanto na fase de operação, quando os cabos mais finos se
tornam imperceptíveis para algumas espécies.

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Localmente, as espécies que, mas se expõem ao risco de colisões com a LT são as de maior porte.
São espécies que realizam deslocamentos diários sobre rios, córregos ou marcos naturais de orientação. A
tentativa de construção de ninhos entre cabos e isoladores nas torres por algumas espécies de aves, em
especial falconiformes acipitrídeos e passeriformes furnarídeos, pode ocasionar acidentes.
O trecho interceptado pela linha de transmissão corresponde a um uma distância de 500 m, não
havendo intervenção em áreas de cursos d’água, além de não terem sido registrados rotas migratórias de
aves, nem mesmo espécies migratórias, segundo o relatório de rotas e áreas de concentração de aves
migratórios no Brasil (ICMBIO, 2019).

7.3.22 Pressão sobre a infraestrutura viária


A execução das obras de implantação do Complexo Fotovoltaico e das torres, causará interferências
no sistema viário, uma vez que ocorrerá o aumento do fluxo de veículos e/ou equipamentos pesados, que
poderão danificar as vias, sobretudo na época chuvosa, podendo, eventualmente, acarretar em um aumento
de acidentes de trânsito, especialmente nas principais rodovias inseridas na AII e AID, localizadas no
entorno dos municípios de Itaueira e Floriano, nos núcleos urbanos, zonas rurais e estradas vicinais.
Adicionalmente, é provável o aumento do fluxo de veículos nos logradouros públicos das cidades
de melhor infraestrutura, por serem essas as localidades que abrigarão setores administrativos e parte dos
trabalhadores instalados no canteiro de obra.
Além disso, é provável o aumento do fluxo de veículos nos logradouros públicos das cidades de
melhor infraestrutura, por serem essas as localidades que abrigarão setores administrativos e parte dos
trabalhadores instalados no canteiro de obra, como também pode causar transtornos às comunidades
próximas ao empreendimento, como a deterioração das vias de acesso, ruídos, gases e materiais
particulados, bem como conflitos no tráfego e riscos de acidentes e com pessoas e animais, ou até o
afastamento destes de seu habitat natural. A circulação de veículos ocorrerá sobretudo nos horários de
entrada e saída da jornada de trabalho, portanto o impacto será maior em períodos específicos do dia do
empreendimento.

7.3.23 Risco de acidentes de trabalho


Durante as atividades de implantação, que envolvem a mobilização de equipamentos e materiais, a
instalação de canteiro de obras, a limpeza da área e construção das vias de acesso, o risco de acidentes é
iminente. A ação de implantação do empreendimento aumentará a probabilidade de ocorrência de acidentes,
principalmente devido ao fluxo intenso de pessoas e máquinas.

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Durante a fase de operação os riscos de acidentes elétricos, são ocasionados pelo mal
funcionamento dos equipamentos ou, até mesmo, pela falta do uso correto dos equipamentos de proteções
ao executar uma manutenção o qualquer outro serviço na rede.

A. Impacto Sinérgico
− Problemas de saúde com os funcionários.

7.3.24 Maior circulação de moeda e incremento do comércio local


Com a implantação do empreendimento haverá o aumento no aporte de recursos humanos e
financeiros para a região que engloba os municípios de Itaueira e Floriano. Somando-se as dezenas de
trabalhadores, que irão usufruir dos serviços oferecidos pelo comércio local. A empresa responsável pela
execução da obra também irá utilizar a estrutura comercial dos municípios, adquirindo materiais para a
execução de suas atividades, tais como: materiais de construção, alimentos e medicamentos, além do
aluguel de residências e hospedagem em hotéis e pousadas.
Na fase de operação este impacto será menor, pois a demanda por bens e serviços para a
manutenção do Complexo Fotovoltaico serão reduzidas.

A. Impactos Cumulativos
− Aumento de renda dos trabalhadores; e
− Aumento da arrecadação tributária.

7.3.25 Choques culturais e alteração da dinâmica da comunidade local


A implantação e operação do Complexo Fotovoltaico irá requerer a inclusão de profissionais em
diferentes funções/cargos. Tais especializações, muitas vezes, não são supridas pela mão de obra local,
sendo, portanto, comum a chegada de profissionais de outras localidades. Situação que será intensificada
caso esse contingente tenha hábitos sociais e culturais muito distintos daqueles existentes na população
residente na região.
Dentre as possibilidades de interferência no cotidiano, estão o consumo de álcool e drogas ilícitas,
aumento da prostituição e ampliação dos casos de doenças endêmicas da região. Além disso, o aumento
da circulação de pessoas e a movimentação de maquinário de obra nas principais rodovias da região, das
vias secundárias e das estradas vicinais, a emissão de ruídos e poeiras deverão causar eventuais
transtornos.

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7.3.26 Arrecadação tributária


O volume de trabalhadores empregados no empreendimento tende a movimentar as operações
comerciais locais e regionais, justamente pelo aumento da renda e do poder de compra dos grupos
familiares, gerando certo dinamismo no mercado local, devido a maior circulação de moeda. Há ainda uma
série de operações comerciais derivadas das necessidades do próprio empreendimento. Com o crescimento
do comércio, espera-se aumento de arrecadação tributária.
O aumento da massa salarial gerada pelos empregos, pela prestação de serviços e as taxas e
tributos provenientes do empreendimento deverão promover um incremento de arrecadação de impostos e
taxas no município.
As obras de implantação e operação do Complexo Fotovoltaico Sol de Itaueira irão contribuir para
o quadro de melhoria da finança pública do município de Itaueira em decorrência do aumento da
arrecadação de Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza (ISS). Durante o período de sua construção,
deverá ser recolhido o ISS, uma vez que a execução de obras de construção civil é considerada um serviço
sujeito a esse tributo (Lei Federal Complementar Nº 116, de 31/07/2003). A alíquota de incidência do ISS,
que é um imposto municipal devido no local onde é prestada o serviço, pode varia de 2% a 5% sobre o preço
do serviço prestado na região.

A. Impactos Cumulativos
− Geração de emprego e aumento da renda; e
− Incremento do comércio local.
B. Impactos Sinérgicos
− Melhoria da infraestrutura e serviços essenciais na região;
− Valorização das terras; e
− Aumento da oferta de trabalho.

7.3.27 Pressão sobre a infraestrutura de serviços essenciais


A implantação do Complexo Fotovoltaico Sol de Itaueira movimentará a economia regional e poderá
incidir sobre a infraestrutura urbana dos municípios da área de influência que servem a população quanto
as necessidades de saúde, saneamento, educação, circulação, entre outras.
A realização de obras civis e o transporte de materiais implicarão num aumento de consumo de
combustíveis, materiais de construção, assistência técnica e outros serviços. Tais demandas inicialmente
não serão atendidas, podendo gerar desabastecimento e aumentos no custo de vida, além de especulações.

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Nessa etapa, não é comum a fixação de trabalhadores e suas famílias, mas a atração populacional
pode ser motivada, e continuar crescendo ao longo da fase operacional. A presença de trabalhadores
provocará a elevação na demanda por infraestrutura de saneamento ambiental, saúde, segurança pública,
alimentação, habitação, etc. No município de Itaueira, possivelmente ocorrerão fenômenos de pressão, pois
não possuem infraestrutura para sustentar grandes aumentos da demanda.

7.3.28 Melhoria da qualidade de vida local


A implantação do Complexo Fotovoltaico Sol de Itaueira demandará a criação de novos serviços e
negócios. Com a geração de emprego e renda a qualidade de vida da comunidade local tende a melhorar.

A. Impactos Cumulativos
− Geração de emprego e aumento da renda; e
− Incremento do comércio local.

7.3.29 Disseminação de doenças endêmicas por meio dos trabalhadores


Em função do afluxo de pessoas para a região para a implantação do Complexo Fotovoltaico Sol
de Itaueira, poderão ocorrer alterações no quadro de saúde das regiões de influência, com a probabilidade
de ocorrência de novos hospedeiros de doenças contagiosas.

A. Impacto Cumulativo
− Choques culturais e alteração da dinâmica da comunidade local.

7.3.30 Valorização Imobiliária


A implantação de um empreendimento solar pode gerar efeitos diversos em uma região, que vão
desde a pressão sob a melhoria da infraestrutura viária e infraestrutura básica do município, até a atração
de novos empreendimentos, havendo assim uma valorização das propriedades que estão inseridas nos
municípios da região.

7.3.31 Aumento da capacidade técnica da população


Em virtude da dimensão do empreendimento, estima-se uma disponibilidade de postos de trabalho
de baixa importância para a construção civil, abertura, alargamento e adequação dos acessos viários e
demais serviços correlatos. Tal fenômeno assume importância maior pelo fato que a absorção de mão de
obra local permitirá a qualificação dos trabalhadores, garantindo melhor posicionamento dos mesmos no
mercado de trabalho.
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Assim, os trabalhadores contratados deverão ser previamente orientados, treinados e capacitados


quanto ao desenvolvimento de suas atividades no local de trabalho, diminuindo as possibilidades de
ocorrência de acidentes de trabalho e acidentes ambientais.

A. Impacto Cumulativo
− Geração de emprego.
B. Impacto Sinérgico
− Melhoria da qualidade de vida local.

7.3.32 Crescimento dos setores produtivos


Este impacto está diretamente ligado a oferta de energia, porém especificamente para a região há
que se considerar que a energia gerada tem dois aspectos: a energia solar não emite gases poluentes e o
terreno onde será implantado o Complexo Solar passará a ter um uso que reverte em desenvolvimento
econômico não só para a própria região, mas para o sistema de abastecimento como um todo.
A demanda crescente de energia com confiabilidade e garantia de fornecimento tem se
transformado em premissa positiva para instalação de novas indústrias ao longo do território nacional. Estes
outros investimentos trazem consigo a perspectiva de desenvolvimento socioeconômico, traduzindo na
criação de novos postos de trabalho, aumento da arrecadação de impostos para os municípios,
investimentos setoriais, melhoria das condições de renda da população, e consequentemente, do nível de
vida de seus habitantes.

A. Impactos Cumulativos
− Geração de emprego e renda;
− Aquisição de serviços especializados;
B. Impactos Sinérgicos
− Aumentos da arrecadação tributária;
− Valorização das terras;
− Aumento da oferta de trabalho; e
− Pressão sobre a infraestrutura de serviços essenciais.

7.3.33 Aumento da pressão de caça sobre a fauna silvestre


Com a mobilização de mão de obra necessária as atividades de implantação do Complexo
fotovoltaico e da LT acarretarão no aumento do número de pessoas nas proximidades, bem como a

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proximidade de algumas residências na área de influência do empreendimento. Este fato, associado ao


acesso facilitado ao interior de fragmentos de vegetação nativa, em função da supressão de vegetação na
área de implantação do Complexo Fotovoltaico e da faixa de servidão e torres, poderá acarretar no aumento
da caça sobre as espécies em geral.
Esta ação é tratada como um crime ambiental, sem direito a fiança, respondendo o infrator pela Lei
de Crimes Ambientais. Se um dos trabalhadores da linha vier a efetivar uma ação semelhante, além de ser
submetido a processo de demissão por justa causa, ainda será preso por autoridade policial e responderá
criminalmente. O cidadão comum também estará sujeito a processo semelhante.

A. Impactos Sinérgicos
− Pertubação e afugentamento da fauna; e
− Acidentes com animais peçonhentos;

7.3.34 Redução no número de apagões

A produção de energia por meio de fonte renovável é de considerável importância para suprir o setor
energético durante períodos de baixa capacidade de produção das usinas hidroelétricas que, pelo Sistema
Interligado Nacional (SIN), forneça energia para a região de implantação. A descentralização no
fornecimento de energia elétrica pode configurar menor dependência das fontes convencionais, aumentando
a confiabilidade e, por conseguinte, melhorando a oferta de energia local.

7.4 Matriz de impacto ambiental

A matriz de interação resultante da avaliação de impactos potenciais do empreendimento solar


Complexo Fotovoltaico Sol de Itaueira é apresentada considerando as atividades impactantes e os
compartimentos dos três meios atingidos (físico, biótico e antrópico). Como resultado, os impactos
identificados são apresentados na Matriz de Impactos, apresentada no Quadro 7.2.

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Quadro 7.2. Matriz de impacto

MEIO IMPACTANTE CLASSIFICAÇÃO DOS IMPACTOS


EMPREENDIMENTO

Reversibilidade

Temporalidade
FASE DO

Probabilidade
Abrangência

Importância

Cumulativo
Magnitude
Incidência
Antrópico
IDENTIFICAÇÃO DOS IMPACTOS

Sinérgico
Natureza

Duração
Biótico
Fisico
1 Geração de emprego e renda X POS (+) AII TEMP DIR BAI REV CUR MED BAI C S
PLANEJAMENTO

Aquisição de serviços
2 X POS (+) AII TEMP IND BAI IRR CUR MED BAI C S
especializados

Geração de expectativa e
3 X NEG (-) AII TEMP IND MED REV MED ALT ALT NC NS
incertezas na população

4 Risco de acidente no trabalho X NEG (-) ADA TEMP DIR BAI REV CUR BAI INS NC S

Perda de área de vegetação


IMPLANTAÇÃO

5 X X NEG (-) ADA PER DIR ALT IRR LON ALT ALT C S
nativa

6 Alteração da paisagem X X X NEG (-) ADA PER DIR BAI IRR MED MED BAI NC NS

Responsável Técnico do Meio Responsável Técnico do Meio


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MEIO IMPACTANTE CLASSIFICAÇÃO DOS IMPACTOS


EMPREENDIMENTO

Reversibilidade

Temporalidade
FASE DO

Probabilidade
Abrangência

Importância

Cumulativo
Magnitude
Incidência
Antrópico
IDENTIFICAÇÃO DOS IMPACTOS

Sinérgico
Natureza

Duração
Biótico
Fisico
7 Efeito de borda X NEG (-) ADA PER DIR BAI IRR LON ALT MED NC NS

Invasão de espécies
8 X NEG (-) ADA PER DIR ALT IRR MED BAI MED NC NS
oportunistas

Interferência em vestígios
9 X NEG (-) ADA PER DIR ALT IRR LON MED ALT NC NS
arqueológicos
IMPLANTAÇÃO

Alteração da camada superficial


10 X NEG (-) ADA PER DIR ALT IRR LON ALT ALT C S
do solo

Alteração do escoamento e fluxo


11 X NEG (-) AID CIC DIR MED REV MED BAI BAI C S
superficial das águas

Alteração da qualidade dos


12 X X X NEG (-) AII TEMP DIR BAI REV MED ALT MED NC NS
recursos hídricos

Formação ou agravamento de
13 X NEG (-) ADA TEMP DIR ALT REV LON MED ALT NC NS
processos erosivos

Responsável Técnico do Meio Responsável Técnico do Meio


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MEIO IMPACTANTE CLASSIFICAÇÃO DOS IMPACTOS


EMPREENDIMENTO

Reversibilidade

Temporalidade
FASE DO

Probabilidade
Abrangência

Importância

Cumulativo
Magnitude
Incidência
Antrópico
IDENTIFICAÇÃO DOS IMPACTOS

Sinérgico
Natureza

Duração
Biótico
Fisico
14 Contaminação dos solos X NEG (-) ADA TEMP DIR ALT IRR LON BAI MED NC S

Geração de resíduos sólidos e


15 X X NEG (-) ADA TEMP DIR MED REV MED ALT ALT C S
efluentes líquidos

16 Alteração na qualidade do ar X X X NEG (-) AID TEMP DIR MED REV MED ALT ALT NC S
IMPLANTAÇÃO

17 Alteração dos níveis de ruídos X X X NEG (-) AID TEMP DIR BAI REV CUR ALT MED C NS

18 Perda dos habitats X NEG (-) AID PER DIR ALT IRR LON ALT ALT NC NS

Perturbação e afugentamento
19 X NEG (-) AID TEMP IND MED REV MED MED MED NC S
da fauna

Acidentes com animais


20 X X NEG (-) AID TEMP DIR BAI IRR MED BAI INS NC NS
peçonhentos

Responsável Técnico do Meio Responsável Técnico do Meio


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MEIO IMPACTANTE CLASSIFICAÇÃO DOS IMPACTOS


EMPREENDIMENTO

Reversibilidade

Temporalidade
FASE DO

Probabilidade
Abrangência

Importância

Cumulativo
Magnitude
Incidência
Antrópico
IDENTIFICAÇÃO DOS IMPACTOS

Sinérgico
Natureza

Duração
Biótico
Fisico
Incidência de colisão da
21 avifauna com os cabos da linha X NEG (-) ADA TEMP DIR BAI REV CUR BAI INS NC NS
de transmissão

Pressão sobre a infraestrutura


22 X X NEG (-) AII TEMP IND MED REV CUR MED MED NC NS
viária

23 Risco de acidente no trabalho X NEG (-) AID TEMP DIR BAI REV CUR BAI INS NC S
IMPLANTAÇÃO

Aquisição de serviços
24 X POS (+) AII TEMP IND BAI IRR CUR MED BAI C S
especializados

Maior circulação de moeda e


25 X POS (+) AII CIC IND MED REV MED ALT ALT C NS
incremento do comércio local

Geração de expectativa e
26 X NEG (-) AII TEMP IND MED REV MED MED MED NC NS
incertezas na população

Choques culturais e alteração


27 da dinâmica da comunidade X NEG (-) AII TEMP IND MED REV LON MED MED NC NS
local

Responsável Técnico do Meio Responsável Técnico do Meio


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MEIO IMPACTANTE CLASSIFICAÇÃO DOS IMPACTOS


EMPREENDIMENTO

Reversibilidade

Temporalidade
FASE DO

Probabilidade
Abrangência

Importância

Cumulativo
Magnitude
Incidência
Antrópico
IDENTIFICAÇÃO DOS IMPACTOS

Sinérgico
Natureza

Duração
Biótico
Fisico
28 Arrecadação tributária X POS (+) AII TEMP IND ALT IRR CUR ALT ALT C S

29 Geração de emprego e renda X POS (+) AII CIC IND MED REV CUR ALT ALT C S
IMPLANTAÇÃO

Pressão sobre a infraestrutura


30 X NEG (-) AII TEMP IND ALT REV CUR MED ALT NC NS
de serviços essenciais

Melhoria da qualidade de vida


31 X POS (+) AID PER IND MED IRR MED MED MED NC NS
local

Disseminação de doenças
32 endêmicas por meio dos X NEG (-) AII TEMP DIR INS REV MED MED BAI C NS
trabalhadores

Formação ou agravamento de
33 X NEG (-) ADA TEMP DIR ALT REV LON MED ALT NC NS
OPERAÇÃO

processos erosivos

Geração de expectativa e
34 X NEG (-) AII TEMP IND BAI REV MED ALT MED NC NS
incertezas na população

Responsável Técnico do Meio Responsável Técnico do Meio


Coordenador do Licenciamento Coordenação Adjunta Responsável Técnico da Fauna Responsável Técnico da flora
Físico Socioeconômico
ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL – EIA
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MEIO IMPACTANTE CLASSIFICAÇÃO DOS IMPACTOS


EMPREENDIMENTO

Reversibilidade

Temporalidade
FASE DO

Probabilidade
Abrangência

Importância

Cumulativo
Magnitude
Incidência
Antrópico
IDENTIFICAÇÃO DOS IMPACTOS

Sinérgico
Natureza

Duração
Biótico
Fisico
35 Valorização Imobiliária X POS (+) AII PER IND BAI REV MED MED BAI NC NS

Aumento da capacidade técnica


36 X POS (+) AII PER IND BAI IRR LON BAI INS C S
da população

Perturbação e afugentamento
37 X NEG (-) AID CIC IND BAI REV MED BAI INS NC S
da fauna
OPERAÇÃO

Acidentes com animais


38 X X NEG (-) AID CIC DIR BAI REV MED BAI INS NC NS
peçonhentos

Crescimento dos setores


39 X POS (+) AII CIC IND ALT IRR MED MED ALT C S
produtivos

Geração de resíduos sólidos e


40 X X NEG (-) ADA CIC DIR MED REV MED ALT ALT C S
efluentes líquidos

Invasão de espécies
41 X NEG (-) ADA PER DIR ALT IRR MED BAI MED NC NS
oportunistas

Responsável Técnico do Meio Responsável Técnico do Meio


Coordenador do Licenciamento Coordenação Adjunta Responsável Técnico da Fauna Responsável Técnico da flora
Físico Socioeconômico
ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL – EIA
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MEIO IMPACTANTE CLASSIFICAÇÃO DOS IMPACTOS


EMPREENDIMENTO

Reversibilidade

Temporalidade
FASE DO

Probabilidade
Abrangência

Importância

Cumulativo
Magnitude
Incidência
Antrópico
IDENTIFICAÇÃO DOS IMPACTOS

Sinérgico
Natureza

Duração
Biótico
Fisico
42 Contaminação dos solos X NEG (-) ADA CIC DIR BAI IRR LON BAI INS NC S

Alteração da qualidade dos


43 X X X NEG (-) AII CIC DIR BAI REV MED ALT MED NC NS
recursos hídricos

Aumento da pressão de caça


44 X X NEG (-) AID TEMP IND MED REV MED BAI BAI NC S
sobre a fauna silvestre
OPERAÇÃO

Incidência de colisão da
45 avifauna com os cabos da linha X NEG (-) ADA TEMP DIR BAI REV CUR BAI INS NC NS
de transmissão

46 Maior circulação de moeda X POS (+) AII CIC IND MED REV MED ALT ALT C NS

Choques culturais e alteração


47 da dinâmica da comunidade X NEG (-) AII TEMP DIR MED REV LON MED MED NC NS
local

48 Arrecadação tributária X POS (+) AII TEMP IND ALT IRR CUR ALT ALT C S

Responsável Técnico do Meio Responsável Técnico do Meio


Coordenador do Licenciamento Coordenação Adjunta Responsável Técnico da Fauna Responsável Técnico da flora
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MEIO IMPACTANTE CLASSIFICAÇÃO DOS IMPACTOS


EMPREENDIMENTO

Reversibilidade

Temporalidade
FASE DO

Probabilidade
Abrangência

Importância

Cumulativo
Magnitude
Incidência
Antrópico
IDENTIFICAÇÃO DOS IMPACTOS

Sinérgico
Natureza

Duração
Biótico
Fisico
49 Geração de emprego e renda X POS (+) AII CIC IND MED REV CUR ALT ALT C S
OPERAÇÃO

50 Risco de acidente no trabalho X NEG (-) AID CIC DIR BAI REV CUR BAI INS NC S

51 Redução no número de apagões X POS (+) AII PER DIR ALT IRR LON ALT ALT NC NS

LEGENDA:
Natureza: Abrangência: Duração: Incidência: Magnitude: Reversibilidade: Temporalidade: Importância: Probabilidade: Cumulativo: Sinérgico:
NEG (-) – ADA – Área TEMP – INS – REV – C– S–
DIR – Direto CUR – Curto BAI – Baixa BAI – Baixa
Negativo Diretamente afetada Temporário Insignificante Reversível Cumulativo Sinérgico
POS (+) – AID – Área de IRR – NC – Não NS – Não
CIC – Cíclico IND – Indireto BAI – Baixa MED – Médio MED – Média MED – Média
Positivo Influência Direta Irreversível Cumulativo Sinérgico
AII – Área de PER –
MED – Média LON - Longo ALT – Alta ALT – Alta
Influência Indireta Permanente
ALT – Alta
Fonte: WMetria, 2022.

Responsável Técnico do Meio Responsável Técnico do Meio


Coordenador do Licenciamento Coordenação Adjunta Responsável Técnico da Fauna Responsável Técnico da flora
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8 MEDIDAS MITIGADORAS, COMPENSATÓRIAS E OU POTENCIALIZADORAS

Após o estudo detalhado de todas as características que compõem o cenário ambiental (meios
físico, biótico e socioeconômico) da área de influência do empreendimento, faz-se necessário em
atendimento ao que dispõem o Órgão Ambiental, propor medidas para prevenir minimizar e/ou compensar
os impactos negativos e ainda propor medidas que potencializem os impactos positivos, ambas decorrentes
do conjunto de atividades associadas a instalação e operação do empreendimento.
As medidas mitigadoras são propostas em uma sequência, levando-se em consideração as ações
dos componentes do empreendimento relativos às fases de implantação e operação, já que na fase de
estudos e projetos as ações do empreendimento pouco irão interferir no geoecossistema da sua área de
influência direta.
No que se refere à fase de operação, este estudo propõe a adoção de programas de controle
específicos a serem adotados em caráter temporário ou permanente, os quais serão apresentados na forma
de Planos e Programas de Controle e Monitoramento Ambiental. No Quadro 8.1 estão descritas as medidas
mitigadoras propostas.
Quadro 8.1. Medidas mitigadoras propostas

IMPACTO MEDIDAS MITIGADORAS / COMPENSATÓRIAS / POTENCIALIZADORAS

Divulgação e esclarecimentos quanto à quantidade, perfil e à qualificação da mão de obra


que será empregada na construção e operação do Complexo Fotovoltaico;
Geração de emprego e
renda Priorizar a contratação da mão de obra local;
Realizar treinamento e qualificação da mão de obra.

Planejamento adequado do empreendimento e posterior execução;


Aquisição de serviços
especializados Realização de estudos básicos, levantamentos topográficos e outros estudos necessários.

Geração de expectativa e
-
incerteza na população
Uso de roupas apropriadas, botinas protetoras, capacetes e os equipamentos de proteção
individual (EPI) e coletivos (EPC) de acordo com o tipo de serviço realizado;
Sinalização de orientação aos trabalhadores;

Riscos de acidentes de Restrição de acesso às áreas onde estão sendo realizados as atividades de supressão ou
trabalho plantio e colheita;
Evitar os trabalhos em horários noturnos;
Treinamento e conscientização dos trabalhadores a prevenção de acidentes e atendimento
de primeiros socorros quando necessário;

Coordenador do Responsável Técnico Responsável Técnico do Responsável Técnico Responsável


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IMPACTO MEDIDAS MITIGADORAS / COMPENSATÓRIAS / POTENCIALIZADORAS

Realizar a manutenção preventiva dos equipamentos;


Para a operação de máquinas e equipamentos, todas as medidas de segurança devem ser
tomadas para proteção aos colaboradores, e as máquinas devem ser utilizadas sempre em
boas condições;
Realizar inspeções de saúde nos empregados antes da sua contratação e treinamento sobre
a proteção individual dos empregados.

A supressão vegetal deverá ser restrita às áreas previstas e necessárias, buscando preservar
as áreas protegidas por lei, como reserva legal e áreas de preservação permanente, de forma
a impedir o aumento das áreas desmatadas e fragilizar a biodiversidade local;
Os trabalhos deverão ser executados mediante delimitação física das áreas constantes nas
autorizações para desmatamento, evitando assim supressão desnecessária de vegetação.
Perda de área de
Esta delimitação poderá ser feita por meio de piquetes, fitas de sinalização ou similares;
vegetação nativa
A instalação da LT deverá seguir as recomendações para a limpeza da faixa de servidão
expressas na NBR-5422/85 da ABNT, com o desmatamento limitando-se apenas ao
necessário para garantir a instalação e operação segura do empreendimento;
Preservar APP e Reservas Legais, com a implantação de sinalização de placas das mesmas.

Alteração do solo e da vegetação apenas nos locais estritamente necessários para a


Alteração da paisagem implementação e operação do empreendimento.

Evitar a fragmentação da reserva legal;


Efeito de borda
Sempre que possível, optar por reservas legais em condômino com as propriedades vizinhas.

Invasão de espécies
-
oportunistas

Interferência em vestígios
-
arqueológicos
A supressão vegetal deverá ser realizada somente quando estiver próximo do início das
obras, evitando que o terreno fique exposto aos agentes intempéricos por um longo período;

Alteração da camada Proceder a conformação topográfica de forma a evitar a formação de qualquer inclinação de
superficial do solo talude ou rampa;
Não promover a impermeabilização de pavimentos e pátios de estocagem, exceto aqueles
destinados a armazenamento e manuseio de óleos e combustíveis.

Implantação de sistemas de drenagem eficiente aliado a execução de estruturas para


infiltração das águas pluviométricas captadas nos módulos fotovoltaicos e nas vias de acesso
e de serviços;
Alteração do escoamento e Disciplinamento do escoamento das águas pluviais com a implantação sistema de drenagem
fluxo superficial das águas nas áreas de canteiro e vias de circulação;
Preservar as áreas de APP e Reservas Legais;
Evitar a compactação dos solos.

Coordenador do Responsável Técnico Responsável Técnico do Responsável Técnico Responsável


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IMPACTO MEDIDAS MITIGADORAS / COMPENSATÓRIAS / POTENCIALIZADORAS

Não desmatar as áreas de APP e Reserva Legal da propriedade;


Instalação de cobertura, pavimento impermeável e sistema de drenagem com caixa
Alteração da qualidade dos separadora água/óleo nas áreas destinadas a estocagem de combustível, praça de
recursos hídricos abastecimento, lubrificação e oficinas de manutenção de máquinas e veículos;
Os efluentes originários dos sanitários deverão ter destinação correta, a fim de evitar
contaminação dos cursos d’água.

Alteração do solo e da vegetação apenas nos locais estritamente necessários para a


operação do empreendimento;
Proceder a conformação topográfica de forma a evitar a formação de qualquer inclinação de
talude ou rampa;
Avaliação da susceptibilidade do solo à erosão nos locais de abertura de caminhos de serviço
e das praças (praça de torre, praça de lançamento de cabo, ancoragem de cabos, etc.) no
Formação e agravamento momento em que irá se iniciar as atividades de implantação;
de processos erosivos
Recomenda-se a adoção de medidas de contenção, como sistema de drenagem adequado,
no intuito de minimizar o deslocamento dos sedimentos, principalmente por ação das águas
durante o período chuvoso;
Implantação de sistemas de drenagem eficiente aliado a execução de estruturas para
infiltração das águas pluviométricas captadas nos módulos fotovoltaicos e nas vias de acesso
e de serviços.

Destinação adequada dos esgotos sanitários, de águas servidas e de resíduos sólidos


gerados no canteiro de obras;
Educação sanitária orientada aos funcionários da obra;
Contaminação dos solos
Utilização de fossas sépticas nos sanitários ou uso de banheiros químicos;
Adoção de sistemas de contenção e disposição de caixas separadoras de óleos e graxas, nas
áreas de oficinas mecânicas, locais de lavagem e nos pontos de abastecimento;

Realizar campanha para esclarecer sobre as formas de acondicionar e destinar os resíduos


de forma correta;

Geração de resíduos Instalação de banheiros químicos e de depósitos para coleta de resíduos sólidos com fins de
sólidos e efluentes líquidos evitar degradação ambiental;
Coleta e destinação adequada dos resíduos sólidos do canteiro de obras, alojamentos e
oficinas, priorizando sempre a REDUÇÃO, a RECICLAGEM e a REUTILIZAÇÃO.

Promover a manutenção regular das estradas e caminhos de serviço;


Determinar velocidades máximas a serem praticadas por funcionários e prestadores de
serviços do empreendimento;
Alteração da qualidade do
ar Umectação constante das vias de acesso, canteiro e áreas de montagem;
Aferição regular dos veículos e equipamentos visando manter a emissão de gases dentro dos
padrões recomendados;

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IMPACTO MEDIDAS MITIGADORAS / COMPENSATÓRIAS / POTENCIALIZADORAS

Manutenção e reposição de peças com desgaste, dos veículos;


Evitar a utilização de equipamentos que emitam ruídos abusivos;
Alteração dos níveis de
ruídos Utilização de Equipamento de Proteção Individual – EPIs pelos colaboradores;
Estabelecer horários regulares e evitar atividades no período noturno.

A atividade de supressão vegetal só poderá ser iniciada quando a equipe de fauna


devidamente autorizada estiver mobilizada em campo para a realização da atividade de
Perda dos habitats busca ativa e acompanhamento do desmatamento, com o afugentamento e resgate de
animais silvestres.

A supressão vegetal só poderá ser iniciada quando a equipe de fauna estiver mobilizada em
campo para a realização da atividade de busca ativa e acompanhamento do desmatamento;
As frentes de supressão vegetal deverão adotar sentidos que levem ao afugentamento da
fauna para as áreas vegetadas, e não em direção as estradas de maior tráfego local, a fim de
se minimizar os riscos de atropelamentos de animais silvestres;
Proteção da reserva legal e das áreas de preservação permanente;
Perturbação e
afugentamento da fauna Controle da emissão de ruídos;
Veículos e máquinas agrícolas deverão transitar com velocidade reduzida, evitando
atropelamento dos animais;
Proibir e conscientizar os funcionários acerca da caça de animais para alimentação e mesmo
a matança de animais nocivos, como as serpentes, que devem ser alocadas para áreas de
mata, com os devidos cuidados.

Utilização de EPIs adequados pelos trabalhadores;


Acidentes com animais Acondicionar os resíduos sólidos de forma adequada;
peçonhentos
Orientar a comunidade mais próximas do possível surgimento de animais silvestres.

Inclusão de métodos específicos para o monitoramento das espécies de aves com risco de
Incidência de colisão da colisão;
avifauna com os cabos da
Com base nos dados do monitoramento, avaliar os locais onde há necessidade de instalação
linha de transmissão
de sinalizadores visando facilitar a sua visualização por eventuais aves que cruzem a LT.

Planejamento de trajetos, antecipadamente, em função do porte dos equipamentos/veículos


pesados e do fluxo de tráfego para os acessos a serem utilizados, de forma a possibilitar as
manobras com o máximo de segurança e rapidez;
Pressão sobre a Planejamento do horário de transporte de pessoal, materiais e equipamentos, evitando-se,
infraestrutura viária sempre que possível, os horários de pico e noturnos, de forma a não perturbar o sossego das
comunidades próximas;
Providenciar o transporte dos trabalhadores dos alojamentos até os locais das obras.

Risco de acidentes de Uso dos equipamentos de proteção individual (EPI) e equipamentos de proteção coletiva
trabalho (EPC) de acordo com o tipo de serviço realizado;

Coordenador do Responsável Técnico Responsável Técnico do Responsável Técnico Responsável


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IMPACTO MEDIDAS MITIGADORAS / COMPENSATÓRIAS / POTENCIALIZADORAS

Sinalização de orientação aos trabalhadores;


Restrição de acesso às áreas onde estão sendo realizados as atividades de supressão;
Evitar os trabalhos em horários noturnos;
Treinamento e conscientização dos trabalhadores a prevenção de acidentes e atendimento
de primeiros socorros quando necessário;
Realizar a manutenção preventiva dos equipamentos;
Para a operação de máquinas e equipamentos, todas as medidas de segurança devem ser
tomadas para proteção aos colaboradores, e as máquinas devem ser utilizadas sempre em
boas condições;
Realizar inspeções de saúde nos empregados antes da sua contratação e treinamento sobre
a proteção individual dos empregados.

Priorizar a contratação de trabalhadores, serviços e materiais na região de implantação do


Maior circulação de moeda empreendimento;
e incremento do comércio
Priorizar, sempre que possível, a contratação de empresas sediadas na região afetada pelo
local
empreendimento.

Orientação contínua com os funcionários advindos de outras localidades, enfatizando o


respeito ao próximo;
Informar a população acerca de práticas de segurança em caso de situações de risco
Choques culturais e relacionados ao empreendimento;
alteração da dinâmica da
Executar ações visando à disseminação de conceitos de educação sexual, gestão de
comunidade local
resíduos, caça a animais silvestres e uso dos recursos naturais;
Prioridade na contratação da mão de obra local, reduzindo, ao máximo, o contingente de
trabalhadores externos.

Arrecadação tributária -

Realizar a instalação de estruturas sanitárias adequadas nos canteiros de obras, de acordo


com os requisitos legais correspondentes, implementando medidas preventivas de
manutenção da saúde dos trabalhadores, para evitar a propagação de doenças;
Promover esclarecimentos à população quanto à quantidade, ao perfil e à qualificação da
mão de obra que será contratada para as obras, a fim de evitar que o número de atraídos
Pressão sobre a pela obra sobrecarregue a infraestrutura dos municípios;
infraestrutura de serviços Seguir as normas e leis trabalhistas com referência à realização de exames admissionais e
essenciais periódicos dos trabalhadores das obras, tendo em vista controlar o padrão de saúde dessa
população e evitar possíveis ocorrências e disseminação de doenças e epidemias;
Adotar os canteiros de obras com estruturas ambulatoriais, garantindo um serviço básico de
atendimento aos trabalhadores, em consonância com a legislação vigente;
Providenciar o transporte dos trabalhadores dos alojamentos até os locais das obras.

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IMPACTO MEDIDAS MITIGADORAS / COMPENSATÓRIAS / POTENCIALIZADORAS

Melhoria da qualidade de Priorização da contratação de mão de obra e a aquisição de insumos e equipamentos na


vida local região.
Disseminação de doenças
Implementar o Programa de Comunicação Social, com ênfase na educação e em saúde
endêmicas por meio dos
pública.
trabalhadores

Valorização Imobiliária -

Aumento da capacidade
-
técnica da população

Crescimento dos setores


-
produtivos
Executar ações de educação ambiental junto aos operários envolvidos na obra sobre
Aumento da pressão de
condutas ambientalmente responsáveis, com enfoque na proibição da caça de animais
caça sobre a fauna silvestre
silvestres.
Redução no número de
-
apagões

Coordenador do Responsável Técnico Responsável Técnico do Responsável Técnico Responsável


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9 PLANOS E PROGRAMAS AMBIENTAIS PROPOSTOS

A instalação do empreendimento no meio natural pode resultar em alterações dos parâmetros


físicos, biológicos e socioeconômico e culturais locais, tendo em vista a necessidade de manejar os recursos
naturais existentes na área. A adoção de planos para controle e monitoramento ambiental visa à mitigação
ou absorção dos impactos adversos. O aproveitamento dos impactos benéficos é de suma importância,
tendo em vista que a não incorporação poderá resultar em danos ao meio natural e a própria
operacionalização do empreendimento.
Os planos de controle e monitoramento técnico e ambiental têm como objetivo propor soluções para
atenuar e/ou compensar os impactos ambientais adversos gerados e/ou previsíveis aos componentes do
sistema ambiental pelas ações do projeto de implantação e operação do empreendimento.
Desse modo, constituem elementos básicos de planejamento e de saneamento ambiental para a
implantação do projeto, bem como de gerenciamento ambiental durante a fase de operação. As ações e
medidas sugeridas serão executadas durante todo o processo de implantação e operação do
empreendimento. Os Programas e Planos de Controle e Monitoramento propostos no Estudo de Impacto
Ambiental foram:

• Programa de Desmatamento Racional


A execução do Programa de Desmatamento Racional é justificada pela necessidade de tomar
medidas para minimizar acidentes de trabalho e impactos sobre a fauna e a flora. O Programa apresenta os
aspectos técnicos que devem ser observados durante a supressão da vegetação e descreve os
procedimentos operacionais necessários para redução dos impactos da atividade.

• Programa de Capacitação de Mão de Obra


Este Programa tem por finalidade, capacitar e recrutar moradores das Áreas de Influência Direta e
Indireta do Empreendimento para atuar nas diversas frentes de serviço, principalmente, em sua fase de
instalação. Além de contribuir para a redução dos índices de desemprego e para o aquecimento da
economia na região, o Programa reduz a sobrecarga nas infraestruturas municipais, ocasionada pela
contratação massiva de mão de obra externa, a qual usufruirá juntamente com sua família dos equipamentos
e serviços da localidade: escolas, unidades de saúde, equipamentos de lazer, entre outros. Nesse programa
também serão abordados a Educação Ambiental junto aos trabalhadores.

Coordenador do Responsável Técnico Responsável Técnico do Responsável Técnico Responsável


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• Programa de Comunicação Social


A implementação do Programa de Comunicação Social tem como objetivo principal estabelecer um
fluxo de informações entre o empreendedor e as comunidades circunvizinhas através do repasse de
informações sobre as principais etapas e ações do empreendimento, proporcionando um diálogo franco e
transparente, minimizando, consequentemente, eventuais situações de conflito.

• Programa de Monitoramento dos Níveis de Ruídos


Esse programa objetiva monitorar os níveis de ruídos decorrentes das atividades das obras de
implantação do Complexo Fotovoltaico Sol de Itaueira, atendendo aos limites estabelecidos na Norma
Técnica ABNT NBR Nº 10.151/2019, bem como subsidiar eventual implantação de medidas de controle e/ou
minimização do incômodo sonoro, quando caracterizada a necessidade.

• Programa de Controle e Monitoramento de Material Particulado


Esse Programa busca controlar as possíveis formas e fontes de poluição atmosférica decorrente
das intervenções previstas no Complexo Fotovoltaico Sol de Itaueira, apontando os principais métodos para
o controle e/ou atenuação das emissões atmosféricas nas Áreas de Influência Direta e Indireta do
empreendimento.

• Programa de Gerenciamento de Resíduos Sólidos e Efluentes Líquidos


O Programa de Gerenciamento dos Resíduos Sólidos e Efluentes Líquidos visa descrever as
medidas necessárias para o correto gerenciamento dos resíduos que serão gerados durante todas as
atividades, priorizando a Lei Nº 12. 305/2010 – Política Nacional de Resíduos Sólidos – como eixo central
na sua gestão e demais instrumentos jurídicos pertinentes.
As atividades de instalação e operação de um empreendimento de geração de energia são passíveis
de produzir quantidades variáveis de resíduos sólidos (incluindo materiais orgânicos e não orgânicos) e
efluentes líquidos, que por sua vez, quando não gerenciados de forma adequada, podem causar impactos
significativos, resultando em danos ao meio ambiente.

• Programa de Sinalização
O Programa de Sinalização apresenta as diretrizes que devem ser adotadas no Empreendimento a
fim de evitar a ocorrência de incidentes ou acidentes no trânsito por veículos automotores. A sinalização tem
um papel fundamental de alertar, advertir ou identificar a forma correta de transitar em vias públicas ou
ambientes privados.

Coordenador do Responsável Técnico Responsável Técnico do Responsável Técnico Responsável


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• Programa de Monitoramento e Controle dos Processos Erosivos


O Programa de Monitoramento e Controle dos Processos Erosivos apresenta os procedimentos e
os critérios a serem adotados com a finalidade de proteger e estabilizar as vias de acesso e as demais
estruturas do Complexo da atuação de processos erosivos e de áreas instáveis, visando manter uma
coexistência harmônica com as áreas circunvizinhas.

• Programa de Recuperação das Áreas Degradadas


A instalação do Complexo Fotovoltaico Sol de Itaueira implicará na construção de estruturas
provisórias, tais como o canteiro de obras e áreas de estocagem, as quais, acarretarão a modificação da
paisagem e implicarão na remoção da vegetação e movimentação de solo. Após a conclusão da instalação
do empreendimento, esses espaços não serão mais úteis às obras e não sofrerão mais intervenções,
podendo ser, assim, desmobilizados.
Esse Programa irá prevenir a instalação ou intensificação de processos erosivos e recuperar áreas
que poderão ser degradadas com a implantação do Empreendimento, reintegrando habitats e paisagens
degradadas, potencializando assim a utilização dos recursos do solo, dos recursos hídricos, da flora e da
fauna associada.

• Programa de Resgate e Monitoramento da Fauna


Este programa tem como objetivo minimizar os impactos sobre a fauna silvestre durante a fase de
supressão vegetal para implantação do empreendimento, através de ações de condução, captura, manejo
e atendimento veterinário dos animais, quando necessário.

• Plano de Resgate do Patrimônio Arqueológico


O objetivo geral deste plano converge para a necessidade de proteção e salvaguarda dos Bens
Culturais acautelados a partir da avaliação de impactos e o prognóstico de medidas mitigadoras. De acordo
com as determinações legais estabelecidas pelo IPHAN, estes estudos e atividades visam assegurar a
preservação dos vestígios arqueológicos, assim como a inserção cultural da comunidade situada no entorno
da área, pela via do esclarecimento e conscientização da preservação patrimonial.

• Plano de Gerenciamento de Riscos


O Plano de Gerenciamento de Risco é uma importante ferramenta no reconhecimento dos riscos
existentes durante toda a fase de instalação do empreendimento, bem como na fase de operação, de modo
que possibilita a adoção de medidas de controle capazes de prevenir as ocorrências de acidentes com

Coordenador do Responsável Técnico Responsável Técnico do Responsável Técnico Responsável


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danos às pessoas, danos ao meio ambiente, danos ao patrimônio da empresa e danos envolvendo as
comunidades do entorno.

Quanto à responsabilidade pela execução dos Planos e Programas, o empreendedor poderá


designar dentro da sua equipe de trabalho os responsáveis ou equipe de trabalho responsável por cada
medida. Caso avalie ser mais eficiente, poderão contratar mão de obra técnica terceirizada, também
especializada e habilitada junto ao órgão ambiental competente; em ambos os casos, é papel do
empreendedor responsável realizar ações periódicas de avaliação e fiscalização da execução das medidas,
avaliando a importância do impacto, com a finalidade de verificar sua eficiência e adequação às normas,
orientações e outros dispositivos legais ambientais que orientam a implementação das medidas.

Coordenador do Responsável Técnico Responsável Técnico do Responsável Técnico Responsável


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10 COMPENSAÇÃO AMBIENTAL

A compensação ambiental é um instrumento do governo que vincula custos referentes a danos


ambientais e sociais aos custos globais de uma empresa. Ao ser identificado que as atividades realizadas
impactam de maneira significativa o meio ambiente, a empresa em questão deve apoiar a aplicação de
medidas ecologicamente benéficas, como a implantação e manutenção de unidades de conservação ou
uma Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN).
De acordo com o Decreto Federal N°. 6.848 de 14 de maio de 2009, para fins de regulamentação
da compensação ambiental, o qual alterou artigos do Decreto N° 4.340/2002, sendo este o decreto
regulamentador da Lei N° 9.985/2000 que instituiu o Sistema Nacional das Unidades de Conservação –
SNUC:

“Art 31. Para os fins de fixação da compensação ambiental de que trata o art. 36 da
Lei n° 9.985, e 2000, o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais
Renováveis – IBAMA estabelecerá o grau de impacto a partir de estudo prévio de
impacto ambiental e respectivo relatório – EIA/RIMA, ocasião em que considerará,
exclusivamente, os impactos ambientais negativos sobre o meio ambiente.
§ 1° O impacto causado será levado em conta apenas uma vez no cálculo.
§ 2° O cálculo deverá conter os indicadores do impacto gerado pelo empreendimento
e das características do ambiente a ser impactado.
§ 3° Não serão incluídos no cálculo da compensação ambiental os investimentos
referentes aos planos, projetos e programas exigidos no procedimento de
licenciamento ambiental para mitigação de impactos, bem como os encargos e custos
incidentes sobre o financiamento do empreendimento, inclusive os relativos às
garantias, e os custos com apólices e prêmios de seguros pessoais e reais.”

Sendo assim a compensação ambiental é relativa aos potenciais impactos negativos não mitigáveis
da implantação e operação de um empreendimento, devendo os recursos a serem disponibilizados pelo
empreendedor, beneficiar a área que poderá ser impactada através da instalação do empreendimento.
De acordo com o SNUC, o empreendedor deverá destinar, no mínimo, 0,5% dos custos totais da
implantação do empreendimento à criação ou gestão de UCs de proteção integral. A regulamentação do
artigo 36 da Lei Nº 9.985/2000 foi feita pelo Decreto Nº 4.340/2002, que posteriormente foi alterado pelo
Decreto Nº 5.566/2005.
Para a realizar o cálculo da compensação ambiental, devem ser apresentados as informações
necessárias ao cálculo do Grau de Impacto - GI - (calculado de acordo com o Decreto Federal Nº 6.848, de

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maio de 2009), para fins de cálculo do valor da Compensação Ambiental, e a planilha de desembolso físico
e financeiro total dos investimentos do empreendimento.

10.1 Cálculo do valor de Compensação Ambiental

O valor da Compensação Ambiental (CA) será calculado pelo produto do Grau de Impacto (GI) com
o Valor de Referência (VR), de acordo com a seguinte fórmula:

CA = VR x GI

Onde:
CA = Valor da Compensação Ambiental;
VR = somatório dos investimentos necessários para implantação do empreendimento, não incluídos os
investimentos referentes aos planos, projetos e programas exigidos no procedimento de licenciamento ambiental para
mitigação de impactos causados pelo empreendimento, bem como os encargos e custos incidentes sobre o
financiamento do empreendimento, inclusive os relativos às garantias, e os custos com apólices e prêmios de seguros
pessoais e reais.
GI: Grau de Impacto nos ecossistemas, podendo atingir valores de 0 a 0,5%.

10.1.1 Grau de impacto


O cálculo do Grau de Impacto considera, exclusivamente, os impactos ambientais negativos sobre
o meio ambiente, ou seja, aqueles que apresentam Caráter Adverso. Estes impactos estão listados no Item
7 IDENTIFICAÇÃO E ANÁLISE DOS IMPACTOS AMBIENTAIS, do Estudo de Impacto Ambiental desse
empreendimento. O cálculo do impacto leva ainda em consideração a Magnitude, Abrangência e
Temporalidade (Duração) dos mesmos, atribuindo valores inteiros, que variam de 0 (zero) a 4 (quatro),
dependendo da variável analisada. Segue abaixo a metodologia empregada para o Cálculo do Grau de
Impacto Ambiental:

GI = ISB + CAP + IUC

Onde:
ISB = Impacto sobre a Biodiversidade;
CAP = Comprometimento de Área Prioritária; e
IUC = Influência em Unidades de Conservação.

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10.1.1.1 Impacto sobre a Biodiversidade (ISB)

O ISB tem como objetivo contabilizar os impactos do empreendimento diretamente sobre a


biodiversidade na área de influência direta e indireta. Os impactos diretos sobre a biodiversidade que não
se propaguem além das áreas de influência não serão contabilizados nesse estudo. O valor de ISB varia
entre 0 e 0,25%.
𝑰𝑴 𝒙 𝑰𝑩 (𝑰𝑨 + 𝑰𝑻)
𝑰𝑺𝑩 =
𝟏𝟒𝟎
Onde:
IM = Índice Magnitude;
IB = Índice Biodiversidade;
IA = Índice Abrangência;
IT = Índice Temporalidade.

10.1.1.2 Comprometimento de Área Prioritária (CAP)

O CAP tem por objetivo contabilizar efeitos do empreendimento sobre a área prioritária em que está
inserido, observando a relação entre a significância dos impactos perante áreas prioritárias afetadas, o valor
varia entre 0 e 0,25%. Empreendimentos que tenham impactos insignificantes para a biodiversidade local
podem, no entanto, mudar a dinâmica de processos ecológicos, afetando ou comprometendo as áreas
prioritárias.
𝑰𝑪𝑨𝑷 𝒙 𝑰𝑴 𝒙 𝑰𝑻
𝑪𝑨𝑷 =
𝟕𝟎
Onde:
IM = Índice Magnitude;
ICAP = Índice Comprometimento de Área Prioritária;
IT = Índice Temporalidade.

10.1.1.3 Influência em Unidades de Conservação (IUC)

A Influência em Unidade de Conservação (IUC) varia de 0 a 0,15% (valor máximo acumulável) e


avalia o impacto do empreendimento sobre as unidades de conservação ou suas zonas de amortecimento.
O IUC será diferente de zero quando for constatada a incidência de impactos em unidades de conservação
ou suas zonas de amortecimento de acordo com os valores abaixo:
• G1 - parque (nacional, estadual ou municipal), reserva biológica, estação ecológica, refúgio de vida
silvestre e monumento natural = 0,15%;
• G2 - florestas (nacionais ou estaduais) e reserva de fauna = 0,10%;
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• G3 - reserva extrativista e reserva de desenvolvimento sustentável = 0,10%;


• G4 - área de proteção ambiental, área de interesse ecológico relevante e reservas particulares do
patrimônio natural = 0,10%;
• G5 - zonas de amortecimento de unidades de conservação = 0,05%.

Para a área do empreendimento do Complexo Fotovoltaico Sol de Itaueira o IUC teve valoração 0
uma vez que o empreendimento não se encontra inserido em áreas de proteção ou em zona de
amortecimento.

1.1.1.1. Cálculo dos índices de avaliação

Para o cálculo de Impacto sobre e Biodiversidade e o Comprometimento de Área Prioritária é


necessário a valorização de 05 índices:

• Índice de Magnitude (IM):


O Índice Magnitude (IM) varia de 0 a 3 e avalia a existência e a relevância dos impactos ambientais
negativos significativos sobre os diversos aspectos ambientais associados ao empreendimento, analisados
de forma integrada. No Quadro 10.1 estão dispostos os valores de referência:

Quadro 10.1. Valores de referência para o Índice de Magnitude

VALOR ATRIBUTO

0 Ausência de impacto ambiental significativo negativo

1 Pequena magnitude do impacto ambiental negativo em relação ao comprometimento dos recursos ambientais

2 Média magnitude do impacto ambiental negativo em relação ao comprometimento dos recursos ambientais

3 Alta magnitude do impacto ambiental negativo

Considerando as atividades a serem exercidas, localização e interferência sobre o meio, o


empreendimento é considerado de média magnitude, uma vez que serão realizadas diversas ações a fim
de atenuar os impactos sobre o meio ambiente. Sendo assim, IM = 2.

• Índice de Biodiversidade (IB):


O índice de Biodiversidade (IB) varia de 0 a 3 e avalia o estado da biodiversidade previamente à
implantação do empreendimento.
De acordo com o Diagnóstico do Meio Biótico, em relação a flora não foram identificadas na área
de estudo a ocorrência de espécies endêmicas e ameaçadas presentes nas listas do Ministério do Meio

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Ambiente (MMA, 2014) e na Lista Vermelha IUCN (2018), no entanto de acordo com a Portaria Estadual Nº
32, de 2019, o pequizeiro (Caryocar spp.) é protegido. Já considerando a fauna, foram identificadas 09
espécies classificadas com algum grau de ameaça.

Quadro 10.2. Valores de referência para o Índice de Biodiversidade

VALOR ATRIBUTO

0 Biodiversidade se encontra muito comprometida

1 Biodiversidade se encontra medianamente comprometida

2 Biodiversidade se encontra pouco comprometida

3 Área de trânsito ou reprodução de espécies consideradas endêmicas ou ameaçadas de extinção

Diante das condições apresentadas o valor definido para este índice é: IB = 3.

• Índice de Abrangência (IA):


O Índice de Abrangência (IA) varia de 1 a 4 e avalia a extensão espacial de impactos negativos
sobre os recursos ambientais. No Quadro 10.3 está disposto os valores de referência para o Índice de
Abrangência, considerando os atributos para empreendimentos terrestres fluviais e lacustres.

Quadro 10.3. Valores de referência para o Índice de Abrangência

VALOR ATRIBUTO

1 Impactos limitados à área de uma microbacia

2 Impactos que ultrapassem a área de uma microbacia, limitados à área de uma bacia de 3ª ordem

3 Impactos que ultrapassem a área de uma bacia de 3ª ordem e limitados à área de uma bacia de 1ª ordem

4 Impactos que ultrapassem a área de uma bacia de 1ª ordem

O índice de abrangência para o empreendimento se baseou para mensuração de seu índice nos
atributos para empreendimentos localizados em ambientes terrestres, fluviais e lacustre, limitados a área de
uma microbacia. Assim, os impactos referentes ao empreendimento são limitados a área de apenas uma
microbacia, IA = 1.

• Índice de Temporalidade (IT)


O Índice de Temporalidade (IT) varia de 1 a 4 e se refere à resiliência do ambiente ou bioma em
que se insere o empreendimento. Esse índice avalia a persistência dos impactos negativos do
empreendimento.
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Quadro 10.4. Valores de referência para o Índice de Temporalidade

VALOR ATRIBUTO

1 Imediata: até 5 anos após a instalação do empreendimento

2 Curta: superior a 5 anos e até 15 anos após a instalação do empreendimento

3 Média: superior a 15 anos e até 30 anos após a instalação do empreendimento

4 Longa: superior a 30 anos após a instalação do empreendimento

Considerando a longa vida útil do empreendimento entende-se que o IT = 4.

• Índice de Comprometimento de Áreas Prioritárias (ICAP)


O Índice de Comprometimento de Área Prioritária (ICAP) varia de 0 a 3 e avalia o comprometimento
sobre a integridade de fração significativa da área prioritária impactada pela implantação do
empreendimento, conforme mapeamento oficial de áreas prioritárias aprovado mediante ato do Ministro do
Meio Ambiente. Os atributos do ICAP e seus respectivos valores estão apresentados a seguir.

Quadro 10.5. Valores de referência para o Índice de Comprometimento de Áreas Prioritárias

VALOR ATRIBUTO
Inexistência de impactos sobre áreas prioritárias ou impactos em áreas prioritárias totalmente sobrepostas a
0
unidade de conservação
1 Impactos que afetam áreas de importância biológica alta

2 Impactos que afetam áreas de importância biológica muito alta


Impactos que afetam áreas de importância biológica extremamente alta ou classificada como insuficientemente
3
conhecida

Para a identificação de áreas prioritárias na região dos empreendimentos utilizou-se o a Portaria Nº


463, de 18 de dezembro de 2018, que define as Áreas Prioritárias para a Conservação, Utilização
Sustentável e Repartição de Benefícios da Biodiversidade Brasileira ou Áreas Prioritárias para a
Biodiversidade e do Decreto Nº 5.092 de 21 de maio de 2004 que identifica as áreas Prioritárias:

Art. 2º define a identificação de áreas e ações prioritárias para a conservação,


utilização sustentável e repartição da biodiversidade far-se-á considerando-se os
seguintes conjuntos de biomas:
I - Amazônia;
II - Cerrado e Pantanal;
III - Caatinga;
IV - Mata Atlântica e Campos Sulinos; e
V - Zona Costeira e Marinha.

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Nas áreas de influência direta do empreendimento não foi identificada nenhuma Área Prioritária,
sendo assim, o ICAP = 0.

1.1.1.2. Cálculo do Grau de Impacto – GI

• Impacto Sobre a Biodiversidade:


𝐼𝑀 𝑥 𝐼𝐵 (𝐼𝐴 + 𝐼𝑇)
𝐼𝑆𝐵 =
140
2 𝑥 3 (1 + 4)
𝐼𝑆𝐵 =
140
𝐼𝑆𝐵 = 0,21%

• Comprometimento de Área Prioritária:


𝐼𝐶𝐴𝑃 𝑥 𝐼𝑀 𝑥 𝐼𝑇
𝐶𝐴𝑃 =
70
0𝑥2𝑥4
𝐶𝐴𝑃 =
70
𝐶𝐴𝑃 = 0%

Têm-se, assim, todos os valores dos índices necessários para determinar o Grau de Impacto:
GI = ISB + CAP + IUC
GI = 0,21 + 0 + 0
GI = 0,21%

10.2 Investimento

De acordo com a planilha de investimento apresentada no Item 3.3.5 Custo de implantação temos
que:
− Para implementar o Complexo Fotovoltaico Sol de Itaueira, estimou-se um gasto de R$
6.719.731.200,00 (seis bilhões, setecentos e dezenove milhões, setecentos e trinta e um mil e
duzentos reais).

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11 PROGNOSTICO AMBIENTAL

O prognóstico ambiental reflete um quadro complexo de consequências em cadeia que podem


resultar da implantação do empreendimento, tendo em vista os processos naturais e antrópicos que se
efetivam em um cenário pré-existente de ocupação espacial bastante limitada e qualidade ambiental
retratada por ecossistemas variados.
A definição dos cenários futuros da área, com a implantação do Complexo Fotovoltaico Sol de
Itaueira parte de prognósticos feitos com base na relação entre causa e efeitos, através das ações do
empreendimento sobre os meios (físico, biótico e antrópico) que comportará o projeto proposto levantando-
se as possíveis reações, considerando-se os benefícios e as adversidades desencadeadas pela presença
do empreendimento nas suas diversas fases.
Salienta-se que o desenvolvimento do projeto passa por uma avaliação criteriosa, sendo submetido
previamente aos estudos ambientais que avaliarão os aspectos técnicos, legais, ambientais e de uso e
ocupação do solo, seguida as adequações de projeto necessárias à viabilidade do empreendimento. Além
disso, também passa pelo crivo do órgão ambiental licenciador (SEMAR), o qual constará o enquadramento
legal do empreendimento.
Nesta perspectiva, o projeto passará por um processo de licenciamento ambiental que resultará no
planejamento ambiental das fases de projeto, implantação e operação do empreendimento, considerando
as características do meio onde o mesmo está inserido e os impactos ambientais previstos. Com este
processo é esperado a eliminação de alguns impactos ambientais adversos, a mitigação de outros, bem
como a maximização de impactos positivos.
O prognóstico ambiental tem como objetivo tentar fazer a previsão de como será a ocupação da
área para duas situações distintas. Primeiramente, contemplando a área sem a implantação do
empreendimento e em segundo com a implantação do empreendimento e as respectivas consequência da
intervenção proposta.
Em termos de abrangência espacial, tomando-se os resultados da análise dos impactos ambientais,
a área diretamente afetada (ADA) será a mais impactada com a instalação e operação do Complexo
Fotovoltaico Sol de Itaueira, especialmente durante a fase de instalação, na qual se identificou a maior parte
dos impactos adversos.
Neste capítulo será apresentada a análise comparativa entre os cenários futuros, considerando as
hipóteses de execução e a de não execução do empreendimento, com destaque para as vantagens e
desvantagens de cada cenário em relação aos aspectos ambientais dos meios físico, biótico e

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socioeconômico da área. Para tanto, foram considerados aspectos da atual qualidade ambiental levantados
no diagnóstico ambiental, e da avaliação dos impactos ambientais. Assim, dois cenários foram definidos:
• Cenário 1: consiste na inserção do empreendimento e as respectivas premissas das consequências
da intervenção proposta.
• Cenário 2: compreende a não implantação do empreendimento, ficando a área dentro do contexto
da atual configuração espacial, ou seja, sem as alterações impostas pela intervenção.

11.1 Prognóstico ambiental com o empreendimento

Durante a instalação do Complexo Fotovoltaico, a Área de Influência Direta e o seu entorno imediato
passarão por alterações que poderão causar desconforto ambiental ocasionado pelo conjunto de ações
construtivas e de mobilização para implantação do projeto. As adversidades geradas ao meio ambiente são
mais significativas em razão das intervenções diretas nos componentes ambientais, como retirada de
vegetação, manejo de materiais, trânsito de equipamentos e veículos, o que reflete em alteração temporária
da sonoridade, do trânsito de veículos no local, alteração da qualidade do ar e desconforto ambiental.
Com a supressão vegetal ocorrerão as maiores alterações no meio receptor do empreendimento,
notadamente a eliminação de habitats, acirramento dos processos erosivos e modificação da paisagem.
Além disso, a intensa mobilização de máquinas e equipamentos na área durante a realização da supressão
vegetal levará o afugentamento da fauna.
Em relação aos aspectos climáticos, não haverá impactos suficientes para alterar o microclima da
área. O risco de deflagração de processos erosivos é baixo, apesar da possibilidade de existir, além disso,
não haverá alteração na estrutura dos solos fora da ADA e dos acessos construídos. A chance de ocorrer
interferências negativas com os mananciais hídricos é baixo, porém alguns cuidados devem ser tomados,
como a conformação topográfica de forma a evitar a formação de qualquer inclinação de talude ou rampa;
a implantação de sistemas de drenagem eficiente aliado a execução de estruturas para infiltração das águas
pluviométricas captadas nos módulos fotovoltaicos e nas vias de acesso e de serviços.
No que se refere à recarga dos aquíferos, pode-se predizer que a instalação do empreendimento,
isoladamente, não afetará as reservas subterrâneas em suas características quantitativas e qualitativas,
considerando o seu tamanho em relação a dimensão da bacia sedimentar do Parnaíba onde está inserido.
Ainda, ressalta-se que os projetos de pavimentação e drenagem propostos para o empreendimento serão
concebidos de forma a permitir a permeabilidade das águas pluviais, e que as áreas livres serão gramadas,
permitindo melhor infiltração hídrica, diminuindo o escoamento superficial, bem como o carreamento de
resíduos para os cursos d’água.

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Temporariamente, o trânsito local sofrerá alterações, uma vez que haverá um maior fluxo de
veículos ligados às obras, sobretudo para a mobilização de equipamentos, materiais da construção e de
pessoal envolvido com as obras. É esperado o lançamento de poeiras fugitivas, geração de ruídos,
transtorno aos motoristas e à população local. Todavia, seus efeitos serão temporários e de curta duração.
Durante a implantação do empreendimento, será instalado o canteiro de obra, abrigando
temporariamente um contingente de trabalhadores na área. A partir de então a área já contará com
atividades antropogênicas onde se estabelecerão relações sociais e produtivas.
Quando da operação do empreendimento haverá um consumo de águas, produção de efluentes
líquidos e resíduos sólidos, estes efeitos são esperados e serão solucionados com medidas técnicas, como
a implantação de um Programa de Gerenciamento de Resíduos Sólidos e Efluentes Líquidos, a adoção de
um método eficaz de tratamento dos esgotos sanitários e conservação de áreas livres para a recarga dos
aquíferos subterrâneos.
A população a ser envolvida com o empreendimento passará a ter maior poder aquisitivo, resultando
em melhoria do nível de vida. Além dos empregos diretos, surgirão ocupações e rendas indiretas,
multiplicando as relações comerciais e de serviços desencadeadas pelo empreendimento. Além disso, com
a implantação do empreendimento o município contará com um componente multiplicador de receitas,
através da geração de serviços, empregos, tributos e impostos, beneficiando a economia da região e
contribuindo para a diminuição dos problemas sociais como o desemprego.
No entanto, com os trabalhadores advindos de outras localidades, poderão causar uma sobrecarga
na demanda por serviços de saúde e na demanda de saneamento. Além disso, a migração sazonal poderá
promover a sobrecarga na demanda por serviços de saúde e de saneamento, o aumento no consumo de
álcool e/ou drogas ilícitas, e a alteração de hábitos e dos costumes locais.
Quando em operação, as usinas fotovoltaicas serão controladas eletronicamente e à distância,
deste modo a movimentação de funcionários será mínima. Não havendo previsão de riscos de acidentes ou
prejuízos a saúde operacional de pessoas que transitarão pelo local durante o funcionamento do Complexo
Sol de Itaueira. Contudo, a área no entorno imediato das estruturas será de uso restrito, prevendo-se
proteção e sinalização no local.
Deve-se considerar, no entanto, que a implantação do Complexo Fotovoltaico Sol de Itaueira
favorecerá o crescimento dos índices de emprego na região de influência do empreendimento, bem como
atrairá empreendimentos ligados à cadeia produtiva. Além disso, áreas de entorno do Complexo serão
valorizadas, promovendo a atração de outros empreendimentos e do próprio setor energético.

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A implantação do empreendimento será acompanhada da adoção de medidas mitigadoras e da


implementação dos planos e programas de controle e monitoramento técnico ambiental que cobrirão toda a
área de interferência do projeto, o que irá minimizar os efeitos adversos e maximizar os efeitos benéficos.

11.2 Prognóstico ambiental sem o empreendimento

O prognóstico a respeito da área sem a instalação do empreendimento, presume-se que o cenário


ambiental da área de influência prosseguiria em suas atuais tendências evolutivas e manteria sua tendência
de alteração considerando a atual ocupação social e local.
Considerando-se as características físicas e locacionais da área do estudo, um prognóstico sobre a
evolução futura aponta para a sua exploração através do desenvolvimento de atividades econômicas
voltadas para o setor da pecuário. A paisagem natural não será afetada, mantendo-se o valor cênico local e
a biodiversidade, a recarga do aquífero continuará ocorrendo de forma máxima, pois não haverá
impermeabilização do solo.
Sem o empreendimento a população da região deixará de usufruir uma perspectiva de melhoria do
nível de vida, pela falta de oportunidade de qualificação de mão de obra e empregos, tanto diretos quanto
indiretos e o município deixará de contar com os significativos aumentos reais (valores) das receitas de
ICMS, ISS e outros impostos e taxas durante o período de obras civis.
É importante salientar que a ausência do empreendimento não garantirá uma estabilidade ambiental
maior do que a existente atualmente na região, já que, tendencialmente, o local possui predomínio de
atividades agropastoris e extração mineral, podendo ocorrer sua expansão, e assim exercer uma pressão
maior sobre o meio físico e biótico.

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12 CONSIDERAÇÕES FINAIS

A crescente busca pelo aproveitamento da energia solar para a geração de energia elétrica vem
sendo aperfeiçoada nos mais diversos locais do mundo, sobretudo no nordeste brasileiro. A região é
altamente beneficiada para a produção de energia solar em decorrência da sua localização, farta mão de
obra e ao alto potencial de radiação solar diário e mensal.
Este Estudo de Impacto Ambiental – EIA, bem como o seu Relatório de Impacto Ambiental – RIMA,
contemplam o projeto de implantação e operação do Complexo Fotovoltaico Sol de Itaueira, requerido pela
empresa SOL DE ITAUEIRA I SPE LTDA. O projeto será composto por 26 Sub Parques, com uma potência
total instalada de aproximadamente 1.300 MW e uma Linha de Transmissão de 500 kV, contemplando uma
área total de aproximadamente 2.035,146 ha, a ser instalado na zona rural, divisa entre os municípios de
Itaueira e Floriano, no Estado do Piauí.
O escoamento da energia gerada pela Complexo Fotovoltaico Sol de Itaueira se dará pela
construção de uma linha de transmissão de uso exclusivo, em circuito simples e de instalação aérea, com
nível de tensão de 500 kV e extensão aproximada de 635 m, que partirá da Subestação Elevadora e se
conectar a um barramento na Linha de Transmissão de 500kV CHESF São João do Piauí – Boa Esperança.
O empreendimento visa à produção de energia elétrica para fins comerciais, na modalidade de
Produtor Independente de Energia – PIE. Nesse contexto o projeto foi desenvolvido, tendo como finalidade
oferecer a produção de energia elétrica através de painéis fotovoltaicos que se constitui em uma atividade
de baixo impacto ambiental, se tratando de geração de energia limpa e renovável, aproveitar o potencial
natural da região e utilizar tecnologia de ponta para a geração de energia nos moldes do desenvolvimento
sustentável.
Para a realização da análise da implantação desse empreendimento e as suas interações com os
componentes ambientais da área que o comportará, foram considerados os aspectos legais pertinentes ao
empreendimento, bem como o conhecimento das condicionantes ambientais atuais, através do diagnóstico
ambiental, que englobam os meios físicos, biótico e socioambiental das áreas de influência do
empreendimento, o que possibilita compor o prognóstico sobre a viabilidade do empreendimento na área
pleiteada ao licenciamento ambiental.
A localização do empreendimento justifica-se por estar situada em uma área com posição geográfica
favorável, em zona de clima favorável, com intensa insolação, ausência de barreiras naturais ou artificiais,
com os aspectos topográficos e geotécnicos do terreno e disponibilidade de dimensões e condições
ambientais favoráveis ao desenvolvimento do projeto. Ao mesmo tempo que se encontra próximo da LT

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500kV CHESF São João do Piauí – Boa Esperança, fatores relevantes para o escoamento da energia
produzida, o que gera facilidades para instalação e operação do empreendimento. Além disso, a área de
ocupação encontra-se recortada ou margeada por estradas, em destaque para a rodovia estadual PI-140, o
que permiti fácil acesso ao empreendimento.
No que diz respeito aos aspectos do meio físico o único fator de impossibilidade de implantação do
empreendimento é a formação e agravamento da processos erosivos, ocasionado principalmente pela
retirada da vegetação local e alteração do escoamento e fluxo superficial das águas. No entanto esse
impacto será acompanhado pelo Programa de Monitoramento e Controle de Processos Erosivos, bem como
será minimizado pela implantação de um sistema de drenagem eficiente aliado a execução de estruturas
para infiltração das águas pluviométricas captadas nos módulos fotovoltaicos e nas vias de acesso e de
serviços. Nos estudos dos demais fatores do meio físico conclui-se que não haverá impactos negativos que
pudessem inviabilizar a implantação e/ou operação do Complexo Fotovoltaico Sol de Itaueira.
Os recursos hídricos nessa região se apresentam como intermitentes ou efêmeros, segundo as
verificações em campo foi possível identificar um curso d’água efêmero com calha de distribuição mal
definida, na área diretamente afetada, porém o mesmo não sofrerá interferências e as Área de Preservação
Permanente estabelecidas para eles se conectaram com a área de Reserva Legal proposta.
Em relação aos aspectos levantados e catalogados sobre o meio biótico presentes nas áreas de
influência do empreendimento, conclui-se que a para a implantação do empreendimento será necessária a
remoção da vegetação e assim haverá a perda de habitat de alguns animais, contudo a locação da Reserva
Legal juntamente com as Área de Preservação Permanente favorecerá o afugentamento dos animais para
as áreas protegidas, bem como a manutenção de suas vidas, pois o local reservado para a Reserva Legal
apresenta características semelhantes do local modificado com vegetação nativa densa. De forma geral o
local onde será a Reserva Legal apresenta suas funções biológicas mais naturais em comparação ao local
que serão instaladas as placas de geração de energia.
A vegetação encontrada na região de implantação do empreendimento é demarcada pela presença
do Bioma Cerrado, porém a região sofre forte influência do bioma Caatinga e de outros ecossistemas
pontuais, podendo ser definido como um ecótono. A caracterização da vegetação que foi realizada por meio
do lançamento de unidades amostrais, onde estimou-se 449 indivíduos por hectare na área, distribuídos em
33 espécies, 31 gêneros e 17 famílias botânicas, segundo a PORTARIA MMA Nº 443, DE 17 DE
DEZEMBRO DE 2014, não foram identificadas espécies ameaçadas, no entanto de acordo com a Portaria
Estadual Nº 32, de 2019, o corte do pequizeiro é proibido, exceto quando, o órgão licenciador atestar a

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inexistência de alternativa técnica e locacional para a implantação de empreendimento, cabendo aqui


recomendar adoção de programa de reposição do quantitativo de indivíduos da espécie removido.
No levantamento realizado para caracterizar a fauna da região foram registradas 53 espécies de
avifauna, 14 espécies de Mastofauna, 21 espécies de herpertofauna (sendo 13 espécies de repteis e 04 de
anfíbios), e não foram registradas nenhuma espécie do grupo da ictiofauna. Entre todas as espécies
identificadas, 09 apresentaram algum grau de ameaça, são elas: Penelope jacucaca, Charitospiza eucosma,
Neothraupis fasciata, Guyramemua affine, Rhea americana, Tolypeutes tricinctus, Lycalopex vetulus,
Myrmecophaga tridactyla, Philodryas lívida.
No que concerne aos aspectos socioeconômicos, a implantação do Complexo Fotovoltaico Sol de
Itaueira poderá ser considerado um desconforto ambiental com alteração no trânsito nas proximidades do
empreendimento e AID, apenas na fase de instalação, visto que, durante a operação do Complexo diminuem
consideravelmente. No entanto é de suma importância ressaltar o impacto positivo no setor terciário da
economia (comércio, prestação de serviços, entidades etc.) e do alto crescimento de vagas de emprego
diretos e indiretos, desencadeando uma intensificação na economia regional.
Não haverá interferência deste empreendimento, considerando um raio de 5 km, com áreas de
populações tradicionais, tais como Terras Indígenas (TIs) e Comunidades Quilombolas (CQs), bem como
não haverá interferência em Unidades de Conservação (UCs). Na Área de Influência Direta, estabelecida
no pelo raio de 5 km foram registradas seis comunidades, sendo elas: Pé-de-juá e Exu, no município de
Floriano e Gado Bravo, Duas Lagoas, Três Lagoas e Ponta do Mato, no município de Itaueira. Estas poderão
sofrer com os impactos gerados nas atividades de implantação e operação do Complexo Fotovoltaico Sol
de Itaueira.
As Análises dos Impactos Ambientais, expõe as possibilidades de um cenário futuro de operação
do Complexo e seus impactos mediante as ações socioambientais do empreendimento. Desse modo, a
avaliação de impactos descrita no estudo, identificou um total de 51 impactos nas três fases: planejamento
(04), implantação (28) e operação (19) do Complexo, a saber, 14 são impactos positivos ao empreendimento
e 37 são impactos negativos ao mesmo.
A maior parte dos impactos ocorrem durante a fase de implantação, esses por sua vez caracterizam-
se por ser impactos temporários ou cíclicos (71,4%) e 57,1% como sendo reversíveis. Os negativos recairão
principalmente sobre o meio antrópico da área de influência direta, tendo em vista os possíveis incômodos
e riscos à segurança da população causados por emissão de ruídos ou geração de poeira, além de risco de
acidentes de trânsito e de trabalho. Seguido pelos meios físico e biótico onde as ações do projeto acarretarão
transformações adversas ao geoecossistema local, nos parâmetros ambientais.

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Visando a garantia da manutenção da qualidade ambiental dos sistemas envolvidos e viabilidade


ambiental do projeto, é imprescindível a implementação, nas diversas fases do empreendimento, dos planos
e programas propostos nesse EIA, onde foram definidos 12 programas que irão minimizar e/ou conter os
impactos com suas medidas propostas. Estes programas constituem-se de elementos básicos de
planejamento e de gerenciamento ambiental que visam não só minimizar possíveis degradações, como
também suavizar e/ou compensar os impactos ambientais adversos, que serão resultantes da implantação
e operação do empreendimento.
A adoção das medidas e recomendações estabelecidas neste relatório para mitigação, juntamente
com o controle dos impactos ambientais adversos prognosticados, contribuirão para atestar a viabilidade
socioambiental do empreendimento recomendando que o projeto executivo seja elaborado e submetido ao
processo de licenciamento ambiental.
A elaboração do Estudo de Impacto Ambiental e seu respectivo Relatório de Impacto Ambiental
atendem aos princípios que norteiam o direito do ambiente, sobretudo o princípio da prevenção, através do
monitoramento dos recursos hídricos, fauna, flora, prevenção de processos erosivos, entre outras; e os
princípios democráticos, por meio do Programa de Educação Ambiental e do princípio do Desenvolvimento
Sustentável, com a busca de ações que atuem integrando a exploração racional e a conservação dos
recursos, com melhor resposta social.

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13 EQUIPE TÉCNICA

RESPONSÁVEL TÉCNICO
FORMAÇÃO ASSINATURA
/ FUNÇÃO
Welyton Martins de Freitas Engenheiro Florestal
Souza Eng. de Segurança do Trabalho
Coordenador de CREA – 1913341860
Licenciamento CTF – 6069748
Engenheira Civil
Ana Paula Oliveira de
Técnica em Agropecuária
Macêdo
CREA – 1916910939
Coordenação Adjunta
CTF – 7708149
Káthia Raquel Lopes Engenheira Agrônoma
Fonseca Msc. em Fitotecnia
Responsável Técnico do CREA – Sem registro
Meio Físico CTF – 7694276
Licenciada em Geografia com Esp.
Antonia Luciana Soares
em Geografia e Educação
Pedrosa Almeida
Ambiental
Responsável Técnico do
CREA – Sem registro
Meio Socioeconômico
CTF – 1931088
Rafael Marques da Silva Biólogo
Responsável Técnico da CRBIO 107.188/05-D
Fauna CTF – 6774414
Euvaldo Sousa Estrela Engenheiro Florestal
Responsável Técnico da CREA – 071574864
Flora CTF – 7214869

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ALMEIDA, D. A. Zoneamento para exploração de energia solar concentrada (CSP) e fotovoltaica (PV)
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ANEEL – AGÊNCIA NACIONAL DE ENERGIA ELÉTRICA. RESOLUÇÃO NORMATIVA Nº 482, de 17 de


abril de 2012. Estabelece as condições gerais para o acesso de microgeração e minigeração distribuída
aos sistemas de distribuição de energia elétrica, o sistema de compensação de energia elétrica, e dá outras
providências.

ANEEL – AGÊNCIA NACIONAL DE ENERGIA ELÉTRICA. RESOLUÇÃO NORMATIVA Nº 687, de 24 de


novembro de 2015. Altera a Resolução Normativa Nº 482, de 17 de abril de 2012, e os Módulos 1 e 3 dos
Procedimentos de Distribuição – PRODIST.

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ARTIGO 225 da Constituição Federal de 1988. Dispõe que todos têm direito ao meio ambiente
ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida,
impondo-se ao poder público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes
e futuras gerações.

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BRASIL. DECRETO FEDERAL Nº 2.335, de 05 de outubro de 1997. Constitui a Agência Nacional de


Energia Elétrica – ANEEL, autarquia sob regime especial, aprova sua Estrutura Regimental e o Quadro
Demonstrativo dos Cargos em Comissão e Funções de Confiança e dá outras providências.

BRASIL. DECRETO FEDERAL Nº 4.340, de 22 de agosto de 2002. Regulamenta artigos da Lei no 9.985,
de 18 de julho de 2000, que dispõe sobre o Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza -
SNUC, e dá outras providências.

BRASIL. DECRETO FEDERAL Nº 5.092, de 21 de maio de 2004. Define regras para identificação de áreas
prioritárias para a conservação, utilização sustentável e repartição dos benefícios da biodiversidade, no
âmbito das atribuições do Ministério do Meio Ambiente.

BRASIL. DECRETO FEDERAL Nº 5.566, de 26 de outubro de 2005. Dá nova redação ao caput do art. 31
do Decreto nº 4.340, de 22 de agosto de 2002, que regulamenta artigos da Lei nº 9.985, de 18 de julho de
2000, que dispõe sobre o Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza - SNUC.

BRASIL. DECRETO FEDERAL Nº 6.040, de 7 de fevereiro de 2007. Institui a Política Nacional de


Desenvolvimento Sustentável dos Povos e Comunidades Tradicionais. Diário Oficial, Brasília, DF, 8/2/2007.
Seção 1, p. 316.

BRASIL. DECRETO FEDERAL Nº 6.640, de 07 de novembro de 2008. Dá nova redação aos arts. 1º, 2º,
3º, 4º e 5º e acrescenta os arts. 5-A e 5-B ao Decreto nº 99.556, de 1º de outubro de 1990, que dispõe sobre
a proteção das cavidades naturais subterrâneas existentes no território nacional.

BRASIL. DECRETO FEDERAL Nº 6.848, de 14 de maio de 2009. Altera e acrescenta dispositivos ao


Decreto no 4.340, de 22 de agosto de 2002, para regulamentar a compensação ambiental.

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BRASIL. DECRETO FEDERAL Nº 9.985, de 18 de julho de 2000. Regulamenta o art. 225, § 1o, incisos I,
II, III e VII da Constituição Federal, institui o Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza e
dá outras providências.

BRASIL. DECRETO FEDERAL Nº 99.556, de 01 de outubro de 1990. Dispõe sobre a proteção das
cavidades naturais subterrâneas existentes no território nacional, e dá outras providências.

BRASIL. LEI FEDERAL Nº 5.197, de 03 de janeiro de 1967. Dispõe sobre a proteção à fauna e dá outras
Providências.

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Ambiente, seus fins e mecanismos de formulação e aplicação, e dá outras providências.

BRASIL. LEI FEDERAL Nº 7.294, de 10 de dezembro de 2019. Estabelece a Política de Regularização


Fundiária e prevê a doação de terras públicas aos povos e comunidades tradicionais do Estado.

BRASIL. LEI FEDERAL Nº 8.629, de 25 de fevereiro de 1993. Leva em conta o módulo fiscal.

BRASIL. LEI FEDERAL Nº 9.427, de 26 de dezembro de 1996. Institui a Agência Nacional de Energia
Elétrica - ANEEL, disciplina o regime das concessões de serviços públicos de energia elétrica e dá outras
providências.

BRASIL. LEI FEDERAL Nº 9.605, de 12 de fevereiro de 1998. Dispõe sobre as sanções penais e
administrativas derivadas de condutas e atividades lesivas ao meio ambiente, e dá outras providências.

BRASIL. LEI FEDERAL Nº 9.985, de 18 de julho de 2000. Define as Unidades de Conservação como
espaço territorial e seus recursos ambientais.

BRASIL. LEI FEDERAL Nº 10.257, de 10 de julho de 2011. Regulamenta os arts. 182 e 183 da Constituição
Federal, estabelece diretrizes gerais da política urbana e dá outras providências.

BRASIL. LEI FEDERAL Nº 12.305, de 02 de agosto de 2010. Institui a Política Nacional de Resíduos
Sólidos; altera a Lei no 9.605, de 12 de fevereiro de 1998; e dá outras providências.

BRASIL. LEI FEDERAL Nº 12.651, de 25 de maio de 2012. Novo Código Florestal. Dispõe sobre a proteção
da vegetação nativa; altera as Leis nºs 6.938, de 31 de agosto de 1981, 9.393, de 19 de dezembro de 1996,

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e 11.428, de 22 de dezembro de 2006; revoga as Leis nºs 4.771, de 15 de setembro de 1965, e 7.754, de
14 de abril de 1989, e a Medida Provisória nº 2.166- 67, de 24 de agosto de 2001; e dá outras providências.

BRASIL. LEI FEDERAL Nº 12.727, de 17 de outubro de 2012. Altera a Lei nº 12.651, de 25 de maio de
2012. Dispõe sobre a proteção da vegetação nativa; altera as Leis nº s 6.938, de 31 de agosto de 1981,
9.393, de 19 de dezembro de 1996, e 11.428, de 22 de dezembro de 2006; e revoga as Leis nº s 4.771, de
15 de setembro de 1965, e 7.754, de 14 de abril de 1989, a Medida Provisória nº 2.166-67, de 24 de agosto
de 2001, o item 22 do inciso II do art. 167 da Lei nº 6.015, de 31 de dezembro de 1973, e o § 2º do art. 4º
da Lei nº 12.651, de 25 de maio de 2012.

BRASIL. LEI FEDERAL Nº 14.300, de 06 de janeiro de 2022. Institui o marco legal da microgeração e
minigeração distribuída, o Sistema de Compensação de Energia Elétrica (SCEE) e o Programa de Energia
Renovável Social (PERS); altera as Leis nºs 10.848, de 15 de março de 2004, e 9.427, de 26 de dezembro
de 1996; e dá outras providências.

BRASIL. RESOLUÇÃO CONAMA Nº 001, de 23 de janeiro de 1986. Define que o Estudo de Impacto
Ambiental é o conjunto de estudos realizados por especialistas de diversas áreas, com dados técnicos
detalhados.

BRASIL. RESOLUÇÃO CONAMA Nº 237, de 19 de dezembro de 1997. Criada com o objetivo de revisar
os procedimentos e regular os aspectos, de forma a propiciar uma efetiva utilização do instrumento do
licenciamento ambiental como forma para uma gestão ambiental otimizada, buscando um desenvolvimento
de forma sustentável e continua inclusive estabelecendo critérios para delimitação das competências, em
todas as esferas da Federação.

BRASIL. RESOLUÇÃO CONAMA Nº 347/04 de 10 de setembro de 2004. Dispõe sobre a proteção do


patrimônio espeleológico.

BRASIL. RESOLUÇÃO NORMATIVA ANEEL Nº 954, de 30 de novembro de 2021. Altera as Resoluções


Normativas nº 77, de 18 de agosto de 2004, nº 247, de 21 de dezembro de 2006, nº 559, de 27 de junho de
2013, nº 583, de 22 de outubro de 2013, nº 666, de 23 de junho de 2015 e nº 876, de 10 de março de 2020,
para estabelecer tratamento regulatório para a implantação de Central Geradora Híbrida (UGH) e centrais
geradoras associadas.

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PIAUÍ. EMENDA CONSTITUCIONAL Nº 54, de 18 de dezembro de 2019. Altera a disciplina do regime


próprio de previdência social no âmbito do Estado do Piauí, prevê regras de transição, disposições
transitórias e dá outras providências.

PIAUÍ. INSTRUÇÃO NORMATIVA SEMAR Nº 07, de 02 de março de 2021. Estabelece os procedimentos,


informações e documentos necessários à instrução de processos de licenciamento ambiental, além de
outros atos e instrumentos emitidos pela SEMAR e dá outras providências.

PIAUÍ. RESOLUÇÃO CONSEMA Nº 10, de 25 de novembro de 2009. Estabelece critérios para


classificação, segundo o porte e potencial de impacto ambiental, de empreendimentos e atividades
modificadoras do meio ambiente passíveis de declaração de baixo impacto ou de licenciamento ambiental
no nível estadual, determina estudos ambientais compatíveis com o potencial de impacto ambiental e dá
outras providências.

PIAUÍ. RESOLUÇÃO CONSEMA Nº 33, de 16 de junho de 2020. Estabelece o enquadramento dos


empreendimentos e atividades passíveis de licenciamento ambiental no Estado do Piauí, destacando os
considerados de impacto de âmbito local para o exercício da competência municipal no licenciamento
ambiental e dá outras providências.

PIAUÍ. RESOLUÇÃO CONSEMA Nº 40, de 17 de agosto de 2021. Dispõe sobre a homologação e alteração
de dispositivos da Resolução CONSEMA Nº 033, de 16 de junho de 2020, que estabelece o enquadramento
dos empreendimentos e atividades passíveis de licenciamento ambiental no Estado do Piauí, destacando
os considerados de impacto de âmbito local para o exercício da competência municipal no licenciamento
ambiental e dá outras providências.

PIAUÍ. LEI ESTADUAL Nº 4.797, de 24 de outubro de 1995. Cria a Secretaria de Meio Ambiente e dos
Recursos Hídricos do Estado do Piauí.

PIAUÍ. LEI ESTADUAL Nº 4.854, de 10 de julho de 1996. Dispõe sobre a política de meio ambiente do
Estado do Piauí, e dá outras providências.

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PIAUÍ. LEI ESTADUAL Nº 7.389, de 27 de agosto de 2020. Reconhece formal e expressamente a


existência de Povos Indígenas nos limites territoriais do Estado do Piauí.

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15 ANEXOS

• Anotação de Responsabilidade Técnica – ART

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Página 1/2

Anotação de Responsabilidade Técnica - ART ART de Obra ou Serviço


Lei nº 6.496, de 7 de dezembro de 1977 CREA-PI 1920220008400
Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Piauí Equipe

1. Responsável Técnico
WELYTON MARTINS DE FREITAS SOUZA
Título profissional: Engenheiro Florestal, Engenheiro de Segurança do Trabalho RNP: 1913341860

Registro: 26036

2. Dados do Contrato
Contratante: SOL DE ITAUEIRA I SPE LTDA CPF/CNPJ: 40711851000167
Logradouro: ROD PI-140 Nº: S/N
Complemento: FAZENDA CACIMBA - KM 55 Bairro: ZONA RURAL
Cidade: FLORIANO UF: PI CEP: 64809-899
Contrato: Sem número celebrado em 21/11/2021 Vinculado à ART:
Valor: R$ 7.000,00 Tipo de Contratante: PESSOA JURÍDICA DE DIREITO PRIVADO
Ação Institucional:

3. Dados da Obra/Serviço
Logradouro: ROD PI-140 Nº: S/N
Complemento: FAZENDA CACIMBA - KM 55 Bairro: ZONA RURAL
Cidade: ITAUEIRA UF: PI CEP: 64820-000
Data de Início: 07/01/2022 Previsão de Término: 07/06/2022 Coordenadas Geográficas: -7.256690, -43.138622
Finalidade: AMBIENTAL Código:
Proprietário SOL DE ITAUEIRA I SPE LTDA CPF/CNPJ: 40711851000167

4. Atividade Técnica
COORDENAÇÃO Quantidade Unidade
ESTUDO DE DESCRIÇÃO, CLASSIFICAÇÃO E CARACTERIZAÇÃO DOS SOLOS 1.0000 unidade
ESTUDO DE DIAGNÓSTICO E CARACTERIZAÇÃO AMBIENTAL CARACTERIZAÇÃO DO MEIO 1.0000 unidade
ANTRÓPICO
ESTUDO DE DIAGNÓSTICO E CARACTERIZAÇÃO AMBIENTAL CARACTERIZAÇÃO DO MEIO 1.0000 unidade
BIÓTICO
ESTUDO DE DIAGNÓSTICO E CARACTERIZAÇÃO AMBIENTAL CARACTERIZAÇÃO DO MEIO 1.0000 unidade
FÍSICO
ESTUDO DE DIAGNÓSTICO E CARACTERIZAÇÃO AMBIENTAL DE CARACTERIZAÇÃO 1.0000 unidade
FITOSSOCIOLÓGICA
ESTUDO DE DIAGNÓSTICO E CARACTERIZAÇÃO AMBIENTAL DIAGNÓSTICO AMBIENTAL 1.0000 unidade
ESTUDO DE DIAGNÓSTICO E CARACTERIZAÇÃO AMBIENTAL IDENTIFICAÇÃO E 1.0000 unidade
POTENCIALIZAÇÃO DE IMPACTOS AMBIENTAIS
ESTUDO DE DIAGNÓSTICO E CARACTERIZAÇÃO AMBIENTAL PROGNÓSTICO AMBIENTAL 1.0000 unidade
ESTUDO DE ESTUDO CLIMATOLÓGICO DE ÁREAS RURAIS 1.0000 unidade
ESTUDO DE INVENTÁRIO FLORESTAL 2035.0000 hectare
EXECUÇÃO Quantidade Unidade
EXECUÇÃO DE DESENHO TÉCNICO DE DADOS E INFORMAÇÕES CARTOGRÁFICAS, 21.0000 unidade
CARTOGRÁFICAS ESTATÍSTICAS E CARTOGRÁFICAS TEMÁTICAS

Após a conclusão das atividades técnicas o profissional deverá proceder a baixa desta ART

5. Observações
Coordenação e Elaboração técnica do Estudo de Impacto Ambiental (EIA), bem como Relatório de Impacto Ambiental (RIMA) referente ao Complexo
Fotovoltaico Sol de Itaueira, a ser implantado na zona rural dos municípios de Floriano e Itaueira, região sul do estado do Piauí. O projeto será construído em
uma área total de aproximadamente 2035,146 hectares e com uma potência planejada de 1300 MWac. Técnico Responsável pelos mapas e Arquivos digitais.

6. Declarações
Acessibilidade: Declaro que as regras de acessibilidade previstas nas normas técnicas da ABNT, na legislação específica e no Decreto nº 5.296, de 2 de dezembro
de 2004, não se aplicam às atividades profissionais acima relacionadas.

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