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AMBIENTAL – EIA
Complexo Fotovoltaico Sol de Itaueira
Teresina / 2022
ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL – EIA
COMPLEXO FOTOVOLTAICO SOL DE ITAUEIRA Página 2 | 326
ITAUEIRA / FLORIANO – PI
APRESENTAÇÃO
Este documento apresenta o Estudo de Impacto Ambiental - EIA com finalidade de subsidiar a
análise de viabilidade técnica-ambiental pela Secretaria do Meio Ambiente e Recursos Hídricos do Estado
do Piauí (SEMAR) no processo de licenciamento ambiental do Complexo Fotovoltaico Sol de Itaueira
composta por 26 Usinas (Usina Fotovoltaica – UFV Sol de Itaueira 1 até 26) e da Linha de Transmissão de
500 kV que conectará a subestação do Complexo ao barramento com LT 500kV CHESF São João do Piauí
– Boa Esperança. O projeto está projetado na zona rural, divisa dos Município de Itaueira e Floriano, distando
aproximadamente 41,7 km da zona urbana de Itaueira e 56 km da zona urbana de Floriano. O Complexo
fotovoltaico está projetado para uma capacidade de operação total de 1.300 MW e será instalado em uma
área de 2.032,67 hectares, já a Linha de Transmissão terá uma extensão de 635 metros.
O EIA foi elaborado tendo como orientação a Lei Federal Nº 6.938 de 31 de agosto de 1981, as
Resoluções do CONAMA Nº 001 de 23 de junho de 1986 e Nº 237 de 19 de dezembro de 1997, a Lei
Estadual Nº 4.854 de 10 de julho de 1996, em consonância com a Resolução do CONSEMA Nº 33 de 16
de junho de 2020, que estabelece através do anexo III as diretrizes e normas a serem adotadas na
elaboração do Estudo de Impacto Ambiental - EIA e seu respectivo Relatório de Impacto Ambiental – RIMA,
elaborada pela Secretaria do Meio Ambiente e Recursos Hídricos – SEMAR - PI, Órgão este que determina
a Política Estadual do Meio Ambiente e pelo Instituto do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis
IBAMA.
Deste modo, a organização e apresentação deste documento considera a sequência de informações
solicitadas no termo de referência, referente ao estudo de impacto ambiental deverá ter as seguintes
atividades técnicas:
I. Caracterização técnica do empreendimento a ser instalado.
II. Diagnóstico ambiental da área de influência do projeto completa descrição e análise dos recursos
ambientais e suas interações, tal como existem, de modo a caracterizar a situação ambiental da área, antes
da implantação do projeto, considerando:
a) o meio físico - o subsolo, as águas e o clima, destacando os recursos minerais, a topografia, os
tipos e aptidões do solo, os corpos d’água, o regime hidrológico;
b) o meio biológico e os ecossistemas naturais - a fauna e a flora, destacando as espécies
indicadoras da qualidade ambiental, de valor científico e econômico, raras e ameaçadas de
extinção e as áreas de preservação permanente;
Por fim, enfatiza-se que este documento tem como objetivo contribuir com o órgão licenciador, e
com a Secretaria do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (SEMAR- PI), que vem dedicando muita atenção
para a utilização racional dos recursos naturais e incentivando uma política de desenvolvimento sustentável.
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................17
3 CARACTERIZAÇÃO DO EMPREENDIMENTO................................................................................20
15 ANEXOS..........................................................................................................................................326
LISTA DE FIGURAS
LISTA DE FOTOS
LISTA DE MAPAS
LISTA DE QUADROS
1 INTRODUÇÃO
Ao passar dos anos, vem sendo notado que a tecnologia se encontra em constante evolução.
Contudo, apesar de todas as inovações, a partir dos diversos produtos desenvolvidos, ainda existem dois
elementos fundamentais à existência humana da atualidade que não podem ser substituídos por nenhum
outro: água e energia elétrica. O rápido crescimento populacional exigiu uma maior demanda por esses dois
bens, que são fontes esgotáveis e, embora, existem estudos e avanços tecnológicos, os pesquisadores
ainda procuram novas alternativas para supri-los de forma sustentável (OLIVEIRA, 2021). De modo que o
crescimento e o desenvolvimento de um país implicam no aumento do consumo de energia elétrica
A questão da demanda crescente de energia, porém, tem se tornado um desafio complexo nas
últimas décadas, impulsionado principalmente por problemáticas ambientais, como destruição de
ecossistemas, poluição hídrica e atmosférica, degradação do solo e extinção de espécies. O crescimento
de emissões de gases como dióxido de carbono (CO2), metano (CH4) e clorofluorcarbonos (CFC), os
chamados gases de efeito estufa (GEE), tem intensificado o fenômeno do efeito estufa, o que tem resultado
no aquecimento global e, por consequência, em mudanças climáticas. Mais ainda, aponta-se o aquecimento
global como principal responsável pela intensificação de catástrofes naturais extremas, como derretimento
de calotas polares, furacões, secas e enchentes, desertificação e aumento do nível do mar (SILVA,
MENEZES, 2007).
Na 21ª Conferência das Partes (COP21), em Paris, foi criado um novo acordo cujo o objetivo de
maior importância era de combater as mudanças climáticas e lidar com os impactos decorrentes dessas
mudanças. O compromisso firmado foi de reduzir as emissões de gases de efeito estufa em 37% abaixo
dos níveis de 2005, em 2025. Em 2021, aconteceu a COP26, em Glasgow na Escócia, o Brasil assumiu um
novo compromisso de mitigar 50% de suas emissões de gases de efeito estufa (GEE) até 2030, além disso
o Ministério do Meio Ambiente apresentou diretrizes para a agenda estratégica voltada à neutralidade
climática. Entre as medidas, estão:
• Zerar o desmatamento ilegal até 2028: 15% por ano até 2024, 40% em 2025 e 2026, e 50% em
2027, comparando com o ano de 2022;
• Restaurar e reflorestar 18 milhões de hectares de florestas até 2030;
• Alcançar, em 2030, a participação de 45% a 50% das energias renováveis na composição da matriz
energética;
• Recuperar 30 milhões de hectares de pastagens degradadas; e
• Incentivar a ampliação da malha ferroviária.
O caminho para limitar o aumento da temperatura global é reduzir as emissões de GEE, reforçado
pelo Acordo de Paris, um documento firmado por diversos países para responder à ameaça da mudança do
clima (MMA, 2018), e uma das soluções propostas é a utilização de fontes renováveis de energia.
A busca por uma matriz elétrica mais limpa e renovável tem sido objetivo almejado por muitos
países. A China estimava um investimento de cerca de US$ 360 bilhões, até o ano de 2020, em energias
renováveis, sendo que metade da nova capacidade instalada nesse período será proveniente de fontes
como eólica e solar (MASON, 2017). Já o Chile pretende ter em sua matriz elétrica 90% de energia renovável
até 2050. O governo brasileiro, em seu Plano Decenal de Expansão de Energia (PDE), indica que a
participação das fontes renováveis, incluindo as hidrelétricas, na geração total de eletricidade, passará de
81% em 2016 para 87% em 2026 (PINHEIRO E SILVA, 2019; EPE, 2017).
Com uma das matrizes energéticas mais limpas do mundo, o Brasil atualmente tem 79,4% de sua
capacidade instalada de geração elétrica composta por energias renováveis, sendo 57,6% advindo da
energia hídrica, 11% de energia eólica e 2,4% de energia fotovoltaica (ABSOLAR, 2022).
Por suas características geográficas, o Brasil apresenta algumas vantagens na geração de energia
solar. Além de dispor de elevados índices de irradiação em quase todo o país, há pouca variação na
incidência ao longo do ano por localizar-se próximo à linha do equador. Outras vantagens da energia solar
são: proveniente de uma fonte renovável e praticamente inesgotável que é o sol; baixa emissão de gases
de efeito estufa durante a operação; diversificação e descentralização da matriz elétrica; complementação
com relação a outras fontes; e pode ser instalada em terras pouco produtivas (PINHEIRO E SILVA, 2019).
Em 2018, a capacidade instalada de energia solar no mercado nacional atingiu 2,5 gigawatts, um
crescimento de cerca de 115% na comparação com o resultado de 2017. No ano de 2021, já havia uma
capacidade instalada de 13,0 GW e com um potencial total outorgada de 34,9 GW. Além disso com a
implantação da energia por fonte solar no Brasil, já foi possível evitar a emissão de mais de 17,5 milhões de
toneladas de CO2, segundos os dados da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (ABSOLAR,
2022).
A geração distribuída de energia fotovoltaica no Brasil está localizada, principalmente, nos estados
de Minas Gerais (17,5%), São Paulo (12,8%) Rio Grande do Sul (12,0%), Mato Grosso (7,1%) e Santa
Catarina (5,6%), sendo estes os 5 estados mais geradores de energia solar, representando juntos 55,0% da
potência instalada do Brasil. O Piauí aparece na 16º posição, com uma potência de 156,1 MW,
representando apenas 1,9% do total instalado no país, quando considerado a geração distribuída do país
(ABSOLAR, 2020).
2 INFORMAÇÕES GERAIS
CNPJ: 40.711.851/0001-67
CPF: 319.292.748-82
E-mail: raphael@quasarenergia.com.br
CNPJ: 40.711.851/0001-67
Potencia: 1.300 MW
Localização: Zona rural, divisa dos municípios de Itaueira e Floriano – 23 M 707.112 E | 9.197.503 S
Extensão: 0,635 km
CNPJ: 42.999.066/0001-87
E-mail: welytonjunior@hotmail.com
CREA: 1913341860
Representante legal: Welyton Martins de Freitas Souza
CTF: 6069748
3 CARACTERIZAÇÃO DO EMPREENDIMENTO
mais de R$ 17,1 bilhões em arrecadação de tributos (ABSOLAR, 2022). Somente nos primeiros seis meses
de 2020, o setor solar fotovoltaico foi responsável pela geração aos brasileiros de mais de 41 mil empregos,
mesmo com a queda da atividade econômica decorrente da pandemia da COVID -19 (MEYER, SAUAIA,
KOLOSZUK, 2021).
Diante ao exposto, este projeto irá contribuir com o desenvolvimento do setor econômico e energético
dentro do estado do Piauí, principalmente para os municípios em que estão inseridos, sendo eles Itaueira e
Floriano. Segundo a ABSOLAR, em 2022 o estado do Piauí já ocupava o terceiro lugar no ranking da
geração de energia centralizada, com 1.249 megawatts já contratados, sendo uma parcela dessa potência
já operante e outra em construção (ABSOLAR, 2022).
O projeto do Complexo Fotovoltaico Sol de Itaueira tem por objetivo principal produzir energia elétrica
a partir do sol, em escala comercial, visando o desenvolvimento econômico, social e ambiental da região. E
possui os seguintes objetivos específicos:
• Geração de energia renovável;
• Complementar a demanda nacional por meio da produção de energias renováveis;
• Permitir a diversificação das fontes de energia que compõem a matriz elétrica do país, propiciando
a garantia no abastecimento nacional de energia elétrica;
• Redução das emissões de Gases do Efeito Estufa (GEE) relacionadas à matriz energética do Brasil.
O Complexo Fotovoltaico Sol de Itaueira situa-se na zona rural, na divisa dos municípios de Floriano
e Itaueira, localizados no estado do Piauí, na mesorregião do Sudoeste Piauiense. O município de Floriano
na zona fisiográfica do Médio Parnaíba, à margem direita do rio Parnaíba, em frente à cidade de Barão de
Grajaú – MA, compreende uma área de 3.407,979 km², tendo como limites os municípios de Amarante,
Francisco Ayres e o Estado do Maranhão ao norte, ao sul com Itaueira e Flores do Piauí, a leste com Nazaré
do Piauí, Francisco Ayres e São José do Peixe, e a oeste com Jerumenha e o estado do Maranhão. A sede
municipal localiza-se em as coordenadas geográficas de 06°46’01” de latitude sul e 43°01’21” de longitude
oeste e dista cerca de 250 km de Teresina.
O acesso ao Complexo Fotovoltaico Sol de Itaueira, partindo da capital Teresina é pela BR-316 por
81,4 km até à Estaca Zero, entrando na primeira saída no rotatória e seguindo pela BR-343, sentido Floriano,
seguindo por 168 km até o município de Floriano. O acesso ao local de implantação do empreendimento
saindo da sede municipal de Floriano pela PI-140 sentido Itaueira percorrendo cerca de 58,5 km, até chegar
à área do projeto, que fica as margens da rodovia, nas coordenadas: 23M 707.112 E / 9.197.503 S. A
principal rodovia para acesso aos municípios onde ficará situado o Complexo Solar é a PI-140, que margeia
parte do terreno do projeto.
A B
C D
E F
Para o Complexo Fotovoltaico Sol de Itaueira foram utilizados, em projeto, módulos fotovoltaicos do
tipo “bifacial dual glass” de silício monocristalino, com potência nominal nas condições normalizadas de teste
(STC) de 660 Wp. A seguir estão representadas as principais características do módulo em questão:
Características Elétricas
Tolerância W 0 ~ +5
Características Mecânicas
Número de células Unid. 132
Dimensões mm 2384 x 1303 x 35
Peso Kg 38,7
Vidro frontal (alta transmissão com tratamento térmico) mm 2
Material de encapsulamento - POE/EVA
Vidro traseiro (com tratamento térmico) mm 2
Estrutura de alumínio anodizado mm 35
J-Box - IP 68
Cabo de tecnologia fotovoltaica de 4 mm²
Cabos - Retrato: 280/280 mm
Paisagem: 1400/1400 mm
Conector - MC4 EVO2 / TS4
Condições de Temperatura
Temperatura nominal de operação °C 43 ± 2
Coeficiente de temperatura da potência máxima %/ºC -0,34
Coeficiente de temperatura de tensão de circuito aberto %/ºC -0,25
Coeficiente de temperatura de corrente de curto circuito %/ºC 0,04
Máximos
Máxima temperatura operacional °C -40 ~ +85
Máxima tensão V 1.500 (DC)
Máxima corrente do sistema A 35
3.3.1.2 Inversores
Dados de Entrada CC
Dados de Saída CA
Número de fases/config. - 3
Eficiência máxima % 99
Interface de Comunicação
Condições de Operação
3.3.1.3 Eletrocentros
O projeto prevê quadros de proteção e paralelização na corrente contínua. Cada quadro será
composto por fusíveis, dispositivos de proteção contra surtos e chave de seccionamento. São previstas 16
caixas de 12 entradas e 1 caixa de 4 entradas (Figura 3.3 – A).
Dentro dos projetos fotovoltaicos, as conexões elétricas se iniciam na ligação em série entre os
módulos fotovoltaicos. Tais conexões são denominadas “strings” e são direcionadas às “strings boxes”, que
são as caixas de junção em corrente contínua. As saídas das “strings boxes” são direcionadas aos
inversores, que fazem a conversão da corrente contínua para a corrente alternada.
Dos inversores, a energia é conduzida para os transformadores elevadores que possibilitam, por
fim, a transmissão desta energia para uma subestação coletora. Os cabos CC das “strings” são fixados nas
estruturas metálicas de suporte e as travessias entre as “mesas geradoras” acontecem através de
eletrodutos, até as caixas de junção. Destas, os cabos seguem aos inversores através de valas, onde eles
trabalharão enterrados.
3.3.2.3 Conectores
Os conectores em CC fazem a conexão entre os cabos das “strings” e o cabo principal que faz o
paralelo do circuito e chega até o inversor. Todas as conexões de “strings” utilizam conectores do tipo Multi
Contact® MC4 ou similares. Em terminações de cabos que não utilizam os conectores citados deverão ser
utilizados terminais pré-isolados (Figura 3.3 – B).
A B
Para isso, no projeto em questão, as áreas a serem protegidas incluem: módulos fotovoltaicos,
“string boxes”, cabeamentos de média e baixa tensão e as subestações unitárias. Para a proteção de
equipamentos como transformadores, cabos, acessórios e outros, a utilização de para-raios com interface
tipo “C” está prevista nas extremidades dos circuitos de média tensão e serão devidamente definidos de
acordo com os estudos de isolamento a serem realizados no projeto executivo.
Toda a estrutura metálica do Complexo Fotovoltaico Sol de Itaueira será composta de “trackers”. Os
“trackers” são dispositivos que alteram a posição dos módulos solares a fim de que estes possam seguir o
caminho do sol da forma que possam captar a maior radiação possível, ou seja, aumentar a produção de
energia elétrica.
Tipo - Monofileira
Configuração - Retrato 2V
Interface de comunicação
Sistema de comunicação - RS-485 e Modbus Wireless (opcional)
Operação e Segurança
Dimensões
3.3.2.6 Fundações
O projeto considera hastes de fundação diretamente cravadas no solo (tanto do acionador quanto
das vigas de torção). Par a fixação das hastes se consideram a cravação direta ou o pré-furo com cravação.
Consideram-se como serviços auxiliares a iluminação na entrada da usina, o seu pátio de recepção,
a instalação das câmeras do serviço de segurança de todo empreendimento e o sistemas anti-intrusão.
3.3.2.10 Eletrodutos
A fim de proteger danos ao cabeamento, evitando falhas ou acidentes, serão instaladas placas de
proteção de polímero plástico nas valas de média tensão CA e valas dos cabos de baixa tensão CC que
ligam as “string boxes” aos inversores/eletrocentros.
A fim de proteger o sistema de acidentes ou falhas, fitas de sinalização em polietileno (10 cm,
aproximadamente) serão instaladas ao longo do circuito, indicando a presença de cabos energizados nas
valas respectivas.
A fim de sinalizar devidamente a localização das valas com cabeamentos, marcos de concreto
pintados com tinta refletiva deverão ser instalados ao longo da lateral das valas bem como na mudança de
direção. Em trechos retos, marcos espaçados com no máximo 50 metros deverão ser instalados. Para
identificação simplificada das redes, marcos pintados na cor amarela indicarão local de presença de rede
coletora; marcos pintados na cor vermelha o local de emenda dos cabos de média tensão.
3.3.2.14 Identificadores
Para ajudar na organização dos cabos e evitar que fiquem soltos embaixo dos “trackers”, serão
utilizadas abraçadeiras com serrilhado interno, indicada para aplicações externas. Ainda, para auxiliar na
organização dos cabos que serão enterrados, serão utilizados fitilhos plásticos de polipropileno a cada 1,5
metros. A aplicação deste material facilita o trabalho de reaterro nas valas e mantém a formação dos cabos.
3.3.2.16 Emendas
A variação topográfica do terreno do projeto é baixa, a área não possui grotas ou declividades que
justifiquem muitas atividades de regularização de terreno para a instalação dos “trackers”. Todo o material
resultante da atividade de supressão vegetal será alocado em um “bota-fora” no interior do terreno do
Complexo e/ou será encaminhado à um “bota-fora” licenciado pelo órgão ambiental competente. Se
houverem taludes de corte e aterro, estes serão protegidos por camada vegetal natural e/ou radicular, a fim
de evitar processos erosivos.
3.3.3.2 “Bota-Fora”
O projeto Complexo Fotovoltaico Sol de Itaueira contará com uma área separada especialmente
para o “bota-fora”, a fim de que se dê destinação a todo material proveniente da movimentação de terra e/ou
supressão vegetal que não pode ser utilizado em outra localidade. Da mesma forma, o “botafora” alocará os
materiais de possíveis demolições que se façam no terreno em questão.
As vias internas do Complexo Fotovoltaico Sol de Itaueira têm como utilidade, basicamente, a
movimentação de veículos e durante a fase de construção e operação do empreendimento. As vias totalizam
48,4 km e possuem 25 m de largura.
O Complexo Sol de Itaueira contará com cercas com mourões a cada 2,5 metros e a altura total de
2,2 metros.
As valas de cabos serão utilizadas para a passagem do cabeamento de baixa e média tensão, bem
como, também, dos cabos do sistema de comunicação. As valas de baixa tensão terão os cabos enterrados
diretamente no solo e o traçado destas se dará entre as fileiras dos “trackers”, ligando as “string boxes” até
os inversores, nas subestações unitárias. Da mesma forma que nas valas de baixa, os cabos de média
tensão também serão enterrados diretamente no solo, o traçado acompanhará os acessos, levando os
cabos das subestações unitárias até a subestação coletora, localizada às margens do canteiro de obras.
Com o objetivo de preservar as áreas protegida por lei, como a Área de Preservação Permanente,
posta para um pequeno curso d’água efêmero que corta a região de implantação do projeto solar e também
como forma de maximizar a utilização do terreno de forma tecnicamente viável, o Complexo Fotovoltaico
Sol de Itaueira contará com passagens aéreas a serem implantadas nesses ambientes.
A B
3.3.4.1 Construção
O Quadro 3.8 resume as principais atividades a serem realizadas na construção do Complexo Solar.
A execução das obras, segue a seguinte sequência:
• Instalações preliminares;
• Obras civis;
• Montagem mecânica;
• Montagem elétrica; e
• Comissionamento.
Instalações Preliminares
Mobilização
Topografia
Obras Civis
Acessos internos
Montagem Mecânica
Montagem Elétrica
Sistema de aterramento
Subestações unitárias
Comissionamento
Inspeção
Medição
Testes
Todas as etapas de construção do Complexo Solar devem estar em conformidade com todas as
normas e regulamentos vigentes bem como respeitar as exigências técnicas dos mais diversos fornecedores
de equipamentos e materiais. A conformidade do projeto com sua execução proporcionará toda a
confiabilidade e segurança que são exigidas na execução de projetos de engenharia desta magnitude. É
importante salientar que o Complexo Fotovoltaico Sol de Itaueira será construído em fases, a saber:
• 1ª fase: 300 megawatts
• 2ª fase: 300 megawatts
• 3ª fase: 300 megawatts
• 4ª fase: 400 megawatts
• Instalações Preliminares
a) Mobilização
A mobilização é realizada no mês em que a obra se inicia, respeitando os prazos já estabelecidos
em cronograma. Já a desmobilização ocorre parcialmente, de acordo com o caminhar da obra e nos meses
finais de sua conclusão. Geralmente, a desmobilização é feita após a execução de programas de
recuperação de áreas degradadas e alteradas, presente nos estudos ambientais respectivos.
b) Canteiro de Obras
O canteiro de obras está situado na localidade nordeste do terreno, próximo à subestação SE Sol
de Itaueira 34,5kV/500kV em área de aproximadamente 4,5 hectares. Todas as instalações tem como
objetivo facilitar a realização das atividades, dar maior funcionalidade ao espaço ocupado e, ainda, respeitar
todos os padrões de segurança e de saúde ocupacional vigentes. É importante salientar que construções
como sanitários, ambulatórios e cozinhas haverão de ser de alvenaria, pelo menos até meia parede,
permitindo melhores condições de salubridade. As instalações serão padronizadas e de simples
montagem/desmontagem, como construções modulares, containers metálicos ou, ainda, tendas.
• Obras Civis
a) Supressão Vegetal / Raspagem
Todo o processo de supressão vegetal respeitará minuciosamente as exigências técnicas do projeto
e, no caso de desmatamento, este seguirá as exigências previstas no código ambiental da autoridade
competente do estado.
b) Topografia
A medidas topográficas são feitas para identificar possíveis irregularidades no terreno que dificultem
a cravação das estruturas metálicas da usina solar.
c) Valas de Drenagem
As valas de drenagem serão feitas de acordo com o projeto executivo civil e o estudo hidráulico e
pluviométrico do local.
• Montagem Mecânica
Dentro das atividades relacionadas, temos: Montagem de mesas, posicionamento e fixação dos
módulos, fixação das “string boxes” e dos acionadores dos “trackers” e posicionamento dos eletrocentros
(inversores + transformadores).
• Montagem Elétrica
A montagem elétrica do parque solar segue as seguintes atividades sequenciais:
− Aterramento de estruturas;
− Lançamento de cabos: “string” para “string box”;
− Conexão dos módulos
− Montagem das “string boxes”
− Lançamento de cabos: “string box” para eletrocentro;
− Aferição da tensão dos módulos em circuito aberto;
− Aferição da corrente em curto circuito dos módulos em curto circuito;
− Lançamento de cabos de média tensão;
− Lascamento de cabos de comunicação; e
− Instalação dos eletrocentros.
• Comissionamento
O comissionamento é o momento em que se inspecionam e testam todos os equipamentos e
processos que envolvem a operação de determinado empreendimento. Para o Complexo Fotovoltaico Sol
de Itaueira, será o momento em que serão realizadas todas as inspeções finais, termografia dos módulos,
medições e testes gerais como de isolamento e aterramento.
Para a construção do Complexo Fotovoltaico Sol de Itaueira estimam-se 2200 trabalhadores no pico
de mão de obra, para cada fase de construção de 300 MW (367 trabalhadores a cada 50 MW,
aproximadamente). Para incentivar a economia local, estima-se a contratação de 80% trabalhadores locais
para as mais variadas atividades. Para a circulação interna de veículos, principalmente caminhões, estima-
se o volume de 120 caminhões diários no pico da construção de cada fase de 300 MW. Todas as vias de
circulação interna serão devidamente sinalizadas devido à grande circulação de equipamentos e de
materiais relacionados à construção.
Eletrocentro R$ 671.973.120,00
É importante que todos os projetos de geração fotovoltaica considerem a limpeza dos módulos como
atividade importante na qualidade da geração elétrica que se projeta. A falta de limpeza pode prejudicar
substancialmente o volume de energia gerado e, consequentemente, diminuir o aproveitamento do parque.
Como o Complexo Fotovoltaico Sol de Itaueira está localizado em uma região de baixa precipitação
de chuvas, a limpeza programada se faz, mais ainda, necessária para a preservação dos equipamentos.
A manutenção corretiva deve constar, também, nos planos de operação presentes no Projeto
Executivo. De modo geral, divide-se em atividades de manutenção crítica e não-crítica: a primeira
caracterizada pela urgência, representando algo risco para a produção ou para a segurança; a segunda por
reparos menores que, em muitos casos, podem aguardar o plano de visita programada. O monitoramento
do sistema deve ser capaz de identificar os possíveis problemas e, da mesma forma, classificar a urgência
da atividade.
Para cada UFV de 50 MWp, tem-se o seguinte custo anual de operação e manutenção:
Escritório 75.750
Drenagem 20.230
Predial 20.000
Inspeções 80.450
Ferramentaria 16.700
Consumíveis 54.560
Para que o projeto de instalação do Complexo Fotovoltaico Sol de Itaueira seja implantado, foi
necessário fazer um estudo técnico locacional para as análises de potenciais áreas da região. O diagnóstico
visa encontrar as condições adequadas para a instalação, assim como a definição das alternativas
tecnológicas que apresentem o melhor benefício para o empreendedor como também para o meio ambiente,
para o desenvolvimento socioeconômico da região e do país e o incremento no setor energético de fontes
de energias renováveis para a manutenção dos recursos naturais.
Desta forma, procurou-se estabelecer com este projeto a melhor relação custo x benefício,
procurando obter a maior taxa de produção de energia por área ocupada. Com relação a microlocalização,
o projeto foi desenhado de forma a minimizar a fragmentação de habitat, preservando corredores ecológicos
naturais, como por exemplo, nas áreas de drenagem naturais. Procurou-se otimizar a localização da área
para obter aproveitamento máximo de produção de energia por hectares. Dentre as medidas que foram
utilizadas no presente projeto proposto que ajudam a otimizar a eficiência do uso do terreno estão:
1) Maximizar o número de painéis no espaço disponível: O presente projeto procurou ocupar todas
as áreas disponíveis do terreno, dando preferência as áreas menos preservadas, excluindo apenas
áreas sensíveis, que foram selecionadas para funcionar como Reserva Legal e Área de Preservação
Permanente.
2) Minimizar o tamanho e/ou número de estruturas auxiliares: As estruturas auxiliares como
Subestação e Linha de transmissão foram otimizadas quanta a localização, a Subestação do projeto
está localizada de forma que a Linha de Transmissão apresente a menor distância entre a
Subestação elevadora do projeto e o seccionamento com a Linha de Transmissão de conexão.
3) Minimizar novas linhas de transmissão: A proximidade com a LT 500kV CHESF São João do
Piauí – Boa Esperança é um fator de otimização do projeto, por diminuir a extensão da Linha de
Transmissão, facilitando o escoamento da energia para o SIN Nacional.
Considerando-se os aspectos elencados anteriormente, vê-se que no estado do Piauí, muitas áreas
apresentavam potencial em relação à incidência dos raios solares, haja vista que a taxa de insolação média
no estado varia de 2.585 a 2.956. Na região de implantação do empreendimento, foi instalado uma estação
solarimetrica (Foto 3.2), para análise da viabilidade solar da região. Os dados foram analisados por 01 anos
e para o local, a média registrado foi de 2.008 kWh/m² de irradiação direta e 2.134 kWh/m² de irradiação
global horizontal.
A condição da morfologia do terreno é favorável, com altitude variando de 220m a 240m na maior
porção do empreendimento, com a altitude máxima na porção sudoeste do terreno, podendo chegar a 270
metros, já as menores altitudes (190m a 210m) são encontradas no trecho preservado da Área de
Preservação Permanente e Reserva Legal. No geral o relevo do local da usina pode ser considerado como
simples, o que é satisfatório para aplicações solares, pois permite menores custos com obras civis e
menores sombreamentos.
A área do Complexo está situada próxima da rodovia estadual PI-140, sendo esta asfaltada e de
boa conservação, melhorando a logística de transporte de equipamentos. Além disso, exige menores custos
para a abertura e pavimentação dos acessos internos, com pouco deslocamento de material para construção
dos acessos e acomodação dos conjuntos de suportes e painéis solares. Outro fator de importância foi a
proximidade da área do empreendimento dos centros das cidades de Itaueira e Floriano, que tão o suporta
de infraestrutura para os trabalhadores do Complexo.
Do ponto de vista social, procurou-se uma localidade onde os impactos negativos para as
populações sejam mínimos, preservando ao máximo as comunidades existentes no entorno do
empreendimento.
A Área Diretamente Afetada (ADA) corresponde à área de intervenção direta prevista para o
empreendimento, compreendendo todas as instalações físicas delimitadas dentro da área especificada dos
terrenos, incluindo as áreas ocupadas pelas estruturas de apoio, instalações associadas aos painéis solares,
subestações, canteiros de obras, área de estoque, acessos provisórios e definitivos, pátios,
estacionamentos, áreas de carga e descarga, depósitos, armazéns, pátios de estocagem dos materiais,
almoxarifados, escritórios e demais instalações que precisarão ser construídas, bem como todas as demais
estruturas associadas à obra e de uso privativo do empreendimento.
Para esse empreendimento a delimitação da Área Diretamente Afetada quantificou 2.032,671
hectares. Nessas áreas serão executadas as obras e ocorrerá as atividades que impliquem na
descaracterização física dos solos e formações superficiais tais como a limpeza do terreno para instalação
dos painéis, locais de instalação de estruturas auxiliares, as áreas das estradas e vias internas de acesso
construídas, ampliadas ou reformadas, área de canteiro de obras, áreas de subestação e da linha de
transmissão, entre outras sobre os impactos diretos e está localizada dentro dos limites das propriedade
arrendadas (Figura 4.1).
A Área de Influência Indireta (AII) compreende a área que será afetada pela implantação do
empreendimento de forma mais ampla, ou seja, onde as ações incidem de forma indireta, com a presença
de impactos em nível secundário e terciário, abrangendo os ecossistemas e o sistema socioeconômico que
podem ser impactados por alterações ocorridas na área de influência direta.
Levando em consideração o tipo de empreendimento e a relação estabelecida entre os diferentes
agentes relacionados às diversas etapas envolvidas no empreendimento, determinou-se como Área de
Influência Indireta o limite dos municípios de Itaueira e Floriano, devido às relações econômicas,
empresariais, tributárias, trabalhistas, fornecimento de materiais de construção e insumos, contratação de
mão-de-obra, prestação e terceirização de serviços, geração de renda e demais relações diretas e indiretas
oriundas da implantação e funcionamento do empreendimento (Mapa 4.1).
A legislação ambiental brasileira foi criada com o intuito de proteger o meio ambiente e reduzir as
consequências de ações negativas. É considerada uma das mais completas e avançadas do mundo, em
que seu cumprimento diz respeito tanto às pessoas físicas quanto às jurídicas.
A proteção ambiental é um princípio expresso na Constituição Federal de 1988, que foi responsável
pela inclusão do componente ambiental na gestão das políticas públicas no Brasil, pois estabeleceu o direito
ao meio ambiente equilibrado como um direito fundamental do indivíduo. De acordo com seu art. 225, todos
têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia
qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para
as presentes e futuras gerações. Este reconhecimento impõe ao Poder Público e à coletividade a
responsabilidade pela proteção ambiental.
Na intenção de organizar o Estado para garantir os direitos ambientais previstos na constituição de
1981, a Lei Federal Nº 6.938/81 criou o Sistema Nacional do Meio Ambiente – (SISNAMA). Esta é
considerada a lei ambiental mais importante depois da Constituição Federal/88, pois fortalece o controle
ambiental, fornecendo subsídios à preservação e servindo de base para vários outros instrumentos legais,
como a Resolução do Conselho Nacional de Meio Ambiente – CONAMA Nº 001/86 que estabelece critérios
básicos e diretrizes gerais para a Avaliação de Impacto Ambiental como instrumento da Política Nacional do
Meio Ambiente (PNMA).
Além disso, a Lei Federal Nº 6.938/81 estabelece que a construção, a ampliação e a operação de
empreendimentos e atividades potencialmente poluidoras, bem como aqueles capazes, sob qualquer forma,
de causar degradação ambiental, dependerão de prévio licenciamento ambiental por órgão competente,
integrante do Sistema Nacional de Meio Ambiente – SISNAMA.
A Resolução Nº 237/14 reitera que o licenciamento ambiental é um procedimento administrativo
pelo qual o órgão ambiental competente licencia a localização, a instalação, a ampliação e a operação de
empreendimentos e atividades utilizadoras de recursos ambientais, consideradas efetiva ou potencialmente
poluidoras ou daquelas que, sob qualquer forma, possam causar degradação ambiental, considerando as
disposições legais e regulamentares e as normas técnicas aplicáveis ao caso. A saber: Licença Previa,
Licença de Instalação e Licença de Operação.
A principal finalidade do licenciamento ambiental é compatibilizar o desenvolvimento econômico-
social com um meio ambiente ecologicamente equilibrado, garantindo a não geração de impactos ambientais
ou a minimização. Para isso, o CONAMA regulamentou a avaliação de impacto ambiental através da
Resolução nº 001/86 no qual determina que todo licenciamento ambiental de indústria potencialmente
poluidora terá de ser precedido de Estudo de Impacto Ambiental (EIA) e do Relatório de Impacto Ambiental
(RIMA).
Além disso, também foi utilizada a resolução Nº 237/97 que revisou procedimentos utilizados no
licenciamento ambiental e apresentou um conjunto de instrumentos para a execução da Política Ambiental,
como: estabelecimento da qualidade ambiental; zoneamento ambiental; avaliação de impacto ambiental;
licenciamento; criação dos espaços territoriais especialmente protegidos; incentivos à produção e instalação
de equipamentos e criação ou absorção de tecnologia, voltados para a melhoria da qualidade ambiental.
Visando assegurar a proteção da fauna brasileira foi instituído o Código de Proteção à Fauna – Lei
Nº 5.197/67 – (alterada pelas Leis 7.584/87, 7.653/88, 97.633/89 e 9.111/95). Esta estabelece que os
animais de quaisquer espécies em qualquer fase do seu desenvolvimento e que vivem naturalmente fora do
cativeiro, constituindo a fauna silvestre, bem como seus ninhos, abrigos e criadouros naturais são
propriedades do Estado, sendo proibida a sua utilização, perseguição, destruição, caça ou apanha, permitida
a caça quando autorizada pela União e, se for o caso, pelo proprietário da área onde ela se encontre. Prevê
ainda a criação de reservas biológicas onde a utilização, perseguição, caça ou apanha, ou a introdução de
espécies da flora e fauna silvestre e doméstica são proibidas e de parques onde a caça pode ser autorizada
e indica as infrações que configuram contravenção penal e regula a ação penal. Todas as espécies da fauna
brasileira ameaçadas de extinção constam na "Lista Nacional Oficial de Espécies da Fauna Ameaçadas de
Extinção" (Portaria MMA Nº 444/2014), que trata de mamíferos, aves, répteis, anfíbios e invertebrados
terrestres e indica o grau de risco de extinção de cada espécie.
Já a flora brasileira é amparada pela Portaria MMA Nº 443/2014 que reconhece como espécies da
flora brasileira ameaçadas de extinção aquelas constantes da "Lista Nacional Oficial de Espécies da Flora
Ameaçadas de Extinção" e inclui o grau de risco de extinção de cada espécie. Recentemente a lista de
espécies ameaçadas foi atualizada, através da Portaria MMA Nº 561/2021.
Com intuito de também proteger o meio ambiente e garantir o bem estar da população, foi criado o
Código Florestal Brasileiro em 1934 e editado em 1965, hoje revogadas. Atualmente, a proteção da
vegetação nativa é regulamentada pelo “Novo Código Florestal” instituído pela Lei Nº 12.651/2012 que
expressa as normas gerais de proteção da vegetação, áreas de Preservação Permanente e as áreas de
Reserva Legal; a exploração florestal, o suprimento de matéria-prima florestal, o controle da origem dos
produtos florestais e o controle e prevenção dos incêndios florestais, além de prever instrumentos
econômicos e financeiros para o alcance de seus objetivos, sendo alterada pela Lei Nº 12.727/2012.
Ao ser alterada, trouxe as definições de Área de Preservação Permanente – APP: área protegida,
coberta ou não por vegetação nativa, com a função ambiental de preservar os recursos hídricos, a paisagem,
a estabilidade geológica e a biodiversidade, facilitar o fluxo gênico de fauna e flora, proteger o solo e
assegurar o bem-estar das populações humanas; e Reserva Legal: área localizada no interior de uma
propriedade ou posse rural, delimitada nos termos do art. 12, com a função de assegurar o uso econômico
de modo sustentável dos recursos naturais do imóvel rural, auxiliar a conservação e a reabilitação dos
processos ecológicos e promover a conservação da biodiversidade, bem como o abrigo e a proteção de
fauna silvestre e da flora nativa.
De acordo com seu art. 4, considera-se Área de Preservação Permanente: I – as faixas marginais
de qualquer curso d’água natural perene e intermitente, excluídos os efêmeros, desde a borda da calha do
leito regular, em largura mínima de: a) 30m para os cursos d’água de menos de 10m de largura; b) 50m para
os cursos d’água que tenham de 10 a 50m de largura; c) 100m para os cursos d’água que tenham de 50 a
200m de largura; d) 200m para os cursos d’água que tenham de 200 a 600m de largura; e) 500m para os
cursos d’água que tenham largura superior a 600m; II – as áreas no entorno dos lagos e lagoas naturais,
em faixa com largura mínima de: a) 100m em zonas rurais, exceto para o corpo d’água com até 20 ha de
superfície, cuja faixa marginal será de 50m; b) 30m em zonas urbanas; III – as áreas no entorno dos
reservatórios d’água artificiais, decorrentes de barramento ou represamento de cursos d’água naturais, na
faixa definida na licença ambiental do empreendimento, entre outras.
A lei assegura que todo imóvel rural deve manter área com cobertura de vegetação nativa, a título
de Reserva Legal, sem prejuízo da aplicação das normas sobre as Áreas de Preservação Permanente.
Observando os seguintes percentuais mínimos em relação à área do imóvel, excetuados os casos previstos
no art. 68 desta Lei: I - localizado na Amazônia Legal: a) 80% (oitenta por cento), no imóvel situado em área
de florestas; b) 35% (trinta e cinco por cento), no imóvel situado em área de cerrado; c) 20% (vinte por
cento), no imóvel situado em área de campos gerais; II - localizado nas demais regiões do país: 20% (vinte
por cento).
Por fim podemos citar a criação da lei que foi considerado um marco para a legislação ambiental
brasileira, a Lei dos Crimes Ambientais, instituída através da Lei 9.605/98 dispõe sobre as sanções penais
e administrativas derivadas de condutas e atividades lesivas ao meio ambiente. Esta tem como principal
objetivo à reparação de danos ambientais, prevendo ações de prevenção e combate a esses danos, e
determina que até mesmo a pessoa jurídica e seus diretores, administradores, gerentes, representantes ou
mandatários que, tendo conhecimento da conduta criminosa de outrem, deixam de impedir a sua prática,
quando deveriam agir para evitá-la.
Abrange quase todas as infrações praticadas contra os elementos que compõem o meio ambiente:
crimes contra a Fauna; crimes contra a Flora; da Poluição e outros crimes Ambientais, crimes contra o
Ordenamento Urbano e o Patrimônio Cultural; crimes contra a Administração Ambiental; e da Infração
Administrativa. Também são considerados crimes ambientais todas as atividades que forem consideradas
prejudiciais ao meio ambiente, em que vincularão seus autores às sanções previstas nesta Lei, sem prejuízo
da responsabilidade de reparação do dano ambiental. As penas previstas são aplicadas conforme: a
gravidade da infração: quanto mais reprovável a conduta, mais severa a punição; os antecedentes do infrator
quanto ao cumprimento da legislação ambiental; e a situação econômica do infrator, no caso de multa.
Para fortalecer a dinâmica da preservação do meio ambiente no estado, foi criada a Lei Nº
4.854/1996 que dispõe sobre a política de meio ambiente do Estado do Piauí. Esta estabelece que o Meio
Ambiente é patrimônio comum da coletividade, bem de uso comum do povo, e sua proteção é dever do
Estado e de todas as pessoas e entidades que, para tanto, no uso da propriedade, no manejo dos meios de
produção e no exercício de atividade, deverão respeitar as limitações administrativas e demais
determinações estabelecidas pelo poder público, com vistas a assegurar um ambiente sadio e
ecologicamente equilibrado para as presentes e futuras gerações.
No processo de licenciamento ambiental estadual, a Instrução Normativa SEMAR Nº 07/2021
estabelece os procedimentos, informações e documentos necessários à instrução de processos de
licenciamento ambiental, além de outros atos e instrumentos emitidos pela SEMAR.
Visando estreitar a comunicação da SEMAR com seu público interno e externo, ficou instituído o
Sistema Integrado de Gestão Ambiental e Recursos Hídricos - SIGA no âmbito da Secretaria de Estado do
Meio Ambiente e Recursos Hídricos como sistema oficial para requerimento, processamento e emissão de
licenças ambientais, outorgas e demais atos autorizativos junto à SEMAR, com a finalidade de promover a
gestão das demandas e informatizar os serviços oferecidos e prestados.
A regulamentação das licenças ambientais se dá pelo Conselho Estadual de Meio Ambiente –
CONSEMA. A obrigação do licenciamento está expressa na Resolução N° 10/2009 em que todas as
atividades passíveis de licenciamento ambiental no Piauí são fundamentadas. De acordo com esta, os
empreendimentos e atividades modificadores do meio ambiente são incluídos em sete classes que se unem
ao porte e ao potencial de impacto ambiental: Classe 1: pequeno porte e pequeno potencial de impacto
ambiental; Classe 2: pequeno porte e médio potencial de impacto ambiental ou médio porte e pequeno
potencial de impacto ambiental; Classe 3: médio porte e médio potencial de impacto ambiental; Classe 4:
pequeno porte e grande potencial de impacto ambiental; Classe 5: grande porte e pequeno potencial de
impacto ambiental; Classe 6: grande porte e médio potencial de impacto ambiental ou médio porte e grande
potencial de impacto ambiental; Classe 7: grande porte e grande potencial de impacto ambiental.
Quanto ao enquadramento dos empreendimentos e atividades passíveis de licenciamento ambiental
no Estado do Piauí, a Resolução CONSEMA Nº 33/2020 destaca que será realizado com base na definição
de porte e classe. Entretanto, a Resolução Nº 40/2021 altera a Resolução Nº 33/2020, e estabelece que o
enquadramento das tipologias licenciáveis e o procedimento de licenciamento ambiental a serem adotados
serão definidos pelo seu porte, potencial poluidor e sua respectiva classe.
Em seu Art. 2º fica instituído que o órgão ambiental licenciador, extraordinariamente, poderá exigir
do empreendedor o licenciamento ambiental de empreendimento e/ou atividade potencialmente poluidores
ou capazes, sob qualquer forma, de causar degradação ambiental, ainda que não constante na resolução
ou quando o porte estabelecido esteja classificado no intervalo “não incidente”.
A Resolução determina ainda que, de acordo com o art. 16, terão enquadramento especial,
agravando-se a classe em um nível, ou mais níveis, motivadamente, os processos de licenciamento
ambiental de empreendimentos e/ou atividades de geração de energia elétrica a partir de fonte eólica ou
solar que estejam localizadas em: I – áreas em que o projeto incida diretamente em chapadas, cujo potencial
degradação poderá afetar áreas de preservação permanente e/ou comunidades a jusante da borda; II –
áreas de formações dunares, planícies fluviais e de deflação e demais áreas que a legislação estadual possa
legalmente instituir; III – zona Costeira e implicar alterações significativas das suas características naturais,
conforme dispõe a Lei Federal Nº 7.661/1988; IV – zonas de amortecimento de unidades de conservação
de proteção integral, adotando-se o limite de 3 km a partir do limite da unidade de conservação, cuja zona
de amortecimento não esteja ainda estabelecida; V – áreas regulares de rota, pousio, descanso, alimentação
e reprodução de aves migratórias constantes de Relatório Anual de Rotas e Áreas de Concentração de Aves
Migratórias no Brasil emitido pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade – ICMBio; VI –
locais em que venham a gerar impactos socioculturais diretos que impliquem inviabilização de atividades
cotidianas nas comunidades tradicionais, indígenas, extrativistas e quilombolas ou sua completa remoção;
VII – áreas de ocorrência de espécies ameaçadas de extinção e áreas de endemismo restrito, conforme
listas oficiais; e VIII – áreas que possam danificar ou tornar necessária a remoção de bens considerados
patrimônio arqueológico, histórico, cultural ou espeleológico.
Fica expresso em seu Art. 17 que terão enquadramento especial, atenuando-se a classificação
constante em anexos, os sistemas de transmissão e de distribuição de energia elétrica, independentemente
da tensão, quando a área da subestação ou faixa de servidão administrativa da linha não implicar em: I –
remoção de população que implique na inviabilização da comunidade e/ou sua completa remoção; II –
afetação de unidades de conservação de proteção integral; III – localização em sítios de: reprodução e
descanso identificados nas rotas de aves migratórias; endemismo restrito e espécies ameaçadas de
extinção reconhecidas oficialmente; IV – intervenção em terra indígena; V – intervenção em território
quilombola; VI – intervenção física em cavidades naturais subterrâneas pela implantação de torres ou
subestações; VII – supressão de vegetação nativa arbórea acima de 30% da área total da faixa de servidão
definida pela Declaração de Utilidade Pública ou de acordo com a NBR 5422 e suas atualizações, conforme
o caso; e VIII – extensão igual ou superior a 750 km.
O empreendimento fica localizado entre os municípios de Itaueira e Floriano, e por isso serão
adotadas as legislações pertinentes aos dois municípios. Em Floriano, a Lei Ambiental Nº 211/99 dispõe
sobre a política de proteção, conservação, recuperação e desenvolvimento do meio ambiente e nos traz a
Política Municipal de Meio Ambiente; as ações que devem ser executadas, de competência do município,
área de intervenção, controle da poluição, flora, fauna, ar e emissões atmosféricas, emissões sonoras, uso
do solo, mineração, saneamento básico, além da aplicação da Política Municipal de Meio Ambiente, que
inclui o Conselho Municipal de Meio Ambiente, Fundo Municipal de Meio Ambiente, Educação Ambiental,
fiscalizações, infrações e penalidades.
Além disso, o município conta com um Plano Municipal de Educação Ambiental (PMEA) embasado
no Decreto Municipal Nº 026/2019. É uma ferramenta importante no planejamento de ações de educação
ambiental local, um instrumento norteador das políticas públicas direcionadas ao meio ambiente. Este
documento é baseado no Plano Nacional de Educação Ambiental, na Lei Estadual de Educação Ambiental
e na própria Lei Municipal Nº 211/1999, sobre a política municipal de meio ambiente.
Sobre os instrumentos legais que embasam os processos de licenciamento e autorizações para
intervenção ambiental no estado do Piauí, através do instrumento legal – Resolução CONSEMA Nº 14/2010,
o município de Floriano está habilitado para realizar o Licenciamento Ambiental das Atividades de Impacto
Local.
Já o município de Itaueira, dispõe apenas da Lei Nº 471/2017 que trata da Criação do Conselho
Municipal de Meio Ambiente – CMMA, sendo considerado um órgão consultivo de assessoramento ao Poder
Executivo Municipal e deliberativo no âmbito de sua competência sobre as questões ambientais propostas
nesta e demais leis correlatas ao município.
As energias renováveis ganham cada vez mais força no país, isso por que a busca por implantação
de fontes renováveis continua alta. No Brasil, a regulamentação do uso de energias renováveis foi marcada
pela criação da ANEEL (Agência Nacional de Energia Elétrica), através da Lei Nº 2.427/96, que determina
as normas para utilização de qualquer fonte de energia elétrica no país.
Essa lei afirma que a ANEEL é responsável pela regulamentação e fiscalização de qualquer
produção, transmissão, distribuição e comercialização do insumo. Em complemento a essa lei, foi criado o
Decreto Nº 2.335/97, que diz respeito à organização interna dessa agência, incluindo suas competências,
atribuições, estatuto, autonomia, entre outros elementos nesse aspecto.
O mercado de geração solar residencial e comercial no país foi regulamentado efetivamente a partir
da Resolução Normativa Nº 482/2013 que institui a Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL), e
estabeleceu, de uma forma geral, os parâmetros de conexão, acesso, segurança e compensação de créditos
energéticos, oriundos de sistemas de geração distribuída solar ou de outras fontes, como eólica, pequenas
centrais hidrelétricas, biomassa e biogás.
O licenciamento de empreendimentos fotovoltaicos é mais simples do que aquele realizado em
usinas hidrelétricas e termelétricas, por exemplo, devido aos reduzidos impactos ambientais da tecnologia
fotovoltaica.
As formas de geração de energia solar que são permitidas no Brasil são pontuadas nas Resoluções
Normativas Nº 482/2012 e Nº 687/2015, em que: microgeração distribuída - são centrais de geração com
potência menor ou igual a 75 kW; minigeração - distribuída são centrais de geração que, no caso de energias
renováveis, como é a energia solar fotovoltaica, têm potência menor do que 5MW; sistema de compensação
de energia elétrica - quando há a geração de energia excedente, tanto no caso de microgeração quando no
caso de minigeração, o consumidor pode inserir a energia excedente na rede elétrica pública em troca de
créditos; empreendimento com múltiplas unidades consumidoras - consiste na geração de energia elétrica
para diversos consumidores, desde que todos estejam localizados em uma mesma propriedade ou em
propriedades contíguas; geração compartilhada - é a reunião de consumidores por meio de consórcio ou
cooperativa; autoconsumo remoto - geração de energia elétrica em unidades localizadas em região diferente
da qual a energia será consumida, desde que os locais sejam todos do mesmo dono.
Atualmente, o Licenciamento Ambiental para esse tipo de geração enfrenta algumas dificuldades.
Embora implícito na Resolução Nº 279/2001 do CONAMA, o licenciamento ambiental de projetos de geração
de energia solar fotovoltaica poderia ser contemplado dentro da categoria IV – usinas eólicas e outras fontes
alternativas de energia. Entretanto, a fonte fotovoltaica, em relação às demais energias alternativas,
apresenta baixo impacto ambiental, o que a tornaria merecedora de um tratamento diferenciado.
A Legislação Brasileira institui em 2018 a Política Nacional de Energia Solar Fotovoltaica
(PRONOSOLAR), que consiste em um programa de incentivos e metas para a expansão do segmento de
geração distribuída no Brasil, voltado exclusivamente para a fonte solar que, como consta, possui enorme
potencial no país, inclusive como complemento das fontes tradicionais.
6 DIAGNÓSTICO AMBIENTAL
Para conhecer melhor a região onde será implantado o Complexo Fotovoltaico Sol de Itaueira foi
realizado uma caracterização ambiental com base em diferentes aspectos associados aos meios físico,
biótico e socioeconômico.
O objetivo é conhecer e entender as características do meio físico, constituído pelo clima, as rochas,
o relevo, os tipos de solos, as águas superficiais (os rios) e subterrâneas (aquíferos), as cavernas, do meio
biótico constituído pela flora (ou vegetação) e a fauna (ou animais), e do meio socioeconômico, ou seja: a
população, com suas condições de vida, de trabalho e renda, de educação, saúde, habitação, segurança,
os serviços de infraestrutura oferecidos pelos municípios, as características históricas da região e os
aspectos culturais das comunidades.
A delimitação adequada das áreas de influência do empreendimento permitiu definir o referencial
espacial para o levantamento e análise de informações que conduziram a caracterização da situação
biogeofísica, socioeconômica e regional da área. Essa delimitação foi definida antes do início das obras e,
a partir desse diagnóstico, foi possível localizar territorialmente onde as consequências, positivas ou
negativas, da implantação do empreendimento atuarão no cotidiano da região.
Todos esses elementos foram pesquisados e analisados, tanto em consultas à bibliografia existente
(livros já publicados, documentos ou bases oficiais, artigos científicos, etc.), como foram feitos
levantamentos de campo, pelos profissionais especializados, que coletaram dados diretamente no local. Isto
permitiu compor um retrato da realidade atual do local em que será implantado o projeto, e da região em
torno dele, tal retrato é tecnicamente denominado Diagnóstico Ambiental.
Também foi examinado o nível de ruídos da AID, por meio de medições em campo, seguindo as
instruções das normas técnicas da Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental (CETESB). Cabe
destacar que esta etapa do estudo refletirá o trabalho interdisciplinar da equipe técnica, analisando as
interações dos diversos componentes físicos, biológicos e socioeconômicos. A seguir são apresentados os
resultados do diagnóstico ambiental na região de abrangência do Complexo Fotovoltaico Sol de Itaueira.
Na instalação de um Complexo Fotovoltaico são inúmeros os impactos ao meio físico local, pois há
modificações paisagísticas, que varia de acordo com o porte e local do empreendimento. Em alguns casos,
o meio sofre deterioração e/ou degradação, sendo necessárias medidas de controle, monitoramento, e
mitigação dos danos. Além disso, a atividade exige bastante movimentação de recursos humanos,
maquinário, equipamentos e alguns materiais (BARBOSA FILHO et al., 2015).
Outro elemento de grande importância e que geram impactos neste tipo de empreendimento, são
os resíduos sólidos gerados na construção e instalação do parque. Há também o armazenamento e
manuseio de produtos químicos, como óleos e graxas, além de materiais de limpeza. Assim, com a geração
destes passivos ambientais, há um risco de potencial contaminação do solo por vazamento ou
acondicionamento inadequado e ineficiente desses materiais (BARBOSA FILHO et al., 2015).
A geração de poeiras/gases e alterações na qualidade do ar também é um impacto negativo e se
dá devido a circulação de veículos e o manuseio de máquinas e equipamentos na área do canteiro, bem
como a deposição de materiais diversos e o manejo de materiais terrosos, que podem causar, durante o
andamento das obras, o lançamento material particulado e a emissão de CO 2, alterando o padrão da
qualidade do ar local. As poeiras podem ainda depositar-se sobre áreas de vegetação e/ou em cursos
d’água, causando alterações na paisagem e nos ciclos de suprimento da fauna e da sociedade local
(HOSENUZZAMAN et al., 2015).
Com o desmatamento da área, poderão ocorrer perdas das camadas superficiais do solo, pois as
raízes carregam volumes de solo superficiais, deixando a superfície mais susceptível a agentes erosivos.
Em razão disso, processos naturais de transporte e migração de sedimentos arenosos podem intensificar-
se para direções mais baixas, como vales de pequenos cursos d’água, podendo ocorrer assoreamento de
cursos de drenagens naturais, chegando até a afetar o comportamento hídrico local (TURNEY et al., 2011).
Ainda na etapa de implantação poderão ocorrer alterações no ciclo hidrológico superficial da área
de influência direta do empreendimento, tendo em vista que alguns trechos das vias poderão conter o fluxo
natural das águas, diminuindo a superfície de infiltração. Os processos erosivos estão diretamente
relacionados à dinâmica de escoamento das águas superficiais (BARBOSA FILHO et al., 2015).
Além disso, alterações geotécnicas e na morfologia do solo podem causar instabilidade na sua
superfície. Na implantação de complexos solares fotovoltaicas, podem ocorrer tais alterações, gerando
instabilidade no solo e nas bacias de suprimento hídrico do entorno da obra, o que favorece a movimentação
de materiais e sedimentos arenosos, levando ao assoreamento de escoamentos naturais e desencadeando
processos erosivos (HOSENUZZAMAN et al., 2015).
A avaliação dos impactos ao meio físico assegura uma análise sistemática dos impactos ambientais.
Nesse contexto, é indispensável realizar uma abordagem integrada do meio físico, caracterizando a
condição ambiental da região de instalação do empreendimento, subsidiar a avaliação dos possíveis
impactos ambientais referentes às atividades associadas à implantação e operação do empreendimento, e
garantir que os responsáveis pela tomada de decisão apresentem soluções adequadas à população e ao
meio ambiente, gerando medidas de controle e proteção, medidas mitigadoras e compensatórias, conforme
o impacto.
De modo geral, o Piauí apresenta variabilidade na distribuição dos índices climáticos, caracterizando
assim suas especificidades. Os fatores climáticos como as massas de ar, associados aos fatores
geográficos latitude, relevo e solo é que vão definir as condições de precipitação, temperatura do ar, dentre
outros.
A área de implantação do Complexo Fotovoltaico Sol de Itaueira está localizada entre as cidades
de Itaueira e Floriano, no estado do Piauí. A caracterização climatológica dos municípios baseou-se nos
dados coletados em três estações meteorológicas, uma convencional e uma automática em Floriano – PI, e
uma automática localizada no município de Canto do Buriti – PI (limítrofe a Itaueira).
De acordo com o modelo de classificação climática de Köppen (1928, 1931), proposto por Medeiros
et. al., (2020), a região do estudo apresenta clima tropical subúmido (Aw), com estação chuvosa no verão e
significativa seca no inverno. As chuvas são determinadas pela massa Equatorial Continental (EC) de ar
quente e nevoento, que é responsável pela ocorrência de precipitações em forma de aguaceiros (chuvas
mal distribuídas). O período chuvoso dá-se de novembro a março e as precipitações pluviométricas variam
de 800 mm a 1.400 mm (LIMA, 2020).
A classificação climatológica para o estado do Piauí está disposta no Mapa 6.1, em que é possível
observar os tipos de clima predominantes no estado, bem como as faixas de distribuição pluviométricas
registrado em todo o estado.
Mapa 6.1. Classificação climática proposta por Köppen para o estado do Piauí
Quadro 6.1. Dados pluviométricos para a região de implantação do empreendimento (Estações – 82678; A365; A311)
Anual
Média
Ago
Nov
Jun
Dez
Out
Fev
Mar
Abr
Jan
Set
Mai
Jul
Meses
Precipitação (mm) 138,0 167,5 158,1 104,3 41,9 3,7 2,4 0,2 7,8 44,8 73,0 100,1 70,1 841,7
Nº de Dias Precipitação 14 14 14 11 5 2 1 0 1 5 8 11 7 86
Figura 6.1. Dados pluviométricos para a região de implantação do projeto (Estações – 82678; A365; A311)
167,5
158,1
138,0
Pluviometria (mm)
104,3
100,1
73,0
70,1
41,9 44,8
7,8
3,7 2,4 0,2
Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez
Outro fator importante para determinação de efeitos atenuantes atmosféricos em função da radiação
solar é a umidade relativa do ar (UR), em conjunto com a temperatura e o ponto de orvalho, uma vez que a
fração de radiação que chega à superfície depende das condições atmosféricas locais, as quais
caracterizam a transmitância atmosférica para a radiação de ondas curtas (BORGES et al. 2010).
A Figura 6.2 representa a variação da Umidade Relativa do Ar (UR) durante todo o ano para a
região de implantação do Complexo Fotovoltaico Sol de Itaueira, com base nos dados coletados no Banco
de Dados Meteorológicos do INMET. Observa-se no gráfico que a umidade do ar variou entre a mínima de
40,3% e a máxima de 82,1%, com média anual de 63,2%. Quanto maior a umidade relativamente do ar,
maior é o aumento do ponto de orvalho e geração de partículas dispersas na atmosfera agregando no
aumento da nebulosidade e consequentemente na dispersão da radiação solar. Nota-se que as mínimas
são expostas nos meses de julho a outubro, e as máximas de dezembro a abril (período de maior
precipitação).
Figura 6.2. Umidade relativa do ar para região de implantação projeto (Estação 82678)
80,5 82,1
77,7 78,9
71,0 69,6
49,1
46,9
42,8
40,3
Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez
6.1.1.4 Evapotranspiração
diretamente no balanço de ondas curtas e ondas longas que, por sua vez, altera o saldo de radiação (FIETZ;
FISCH, 2009).
A Figura 6.3 representa as variações espaciais da evapotranspiração para a área de implantação
do parque solar. A flutuações máximas mensais ocorrem entre os meses de dezembro a abril, com as
maiores perdas de água para a atmosfera em relação aos demais meses do ano, o que corresponde a
70,95% de toda a evapotranspiração anual. As flutuações mínimas ocorreram entre os meses de junho a
setembro, em decorrência dos baixos índices de precipitação pluviométrica. O total acumulado para o ano
foi de 901 mm/ano, com evapotranspiração média de 75,1 mm.
Figura 6.3. Evapotranspiração máximas, médias e mínimas para a região de implantação do CFV (Estação – 82678)
144,2
127,7 127,8
120,1 119,5
Evapotranspiração (mm)
79,1
67,8 68,5 75,1
23,9
8,7 12,0
1,7
Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez
Fonte: BDMEP-INPE.
6.1.1.5 Evaporação
A evaporação é uma das variáveis climáticas determinantes das condições do clima de uma região,
bem como da sua variabilidade e mudança em longo prazo (SANTOS et al., 2009). As taxas de evaporação
são influenciadas pelo aumento da temperatura, causando influência direta na garantia de atendimento das
demandas de água. (NOBRE et al., 2011).
A região de instalação do CFV Sol de Itaueira possui também como característica natural um alto
potencial para a evaporação da água, em função da enorme disponibilidade de energia solar e das altas
temperaturas. Em boa parte dos meses do ano, os índices de evaporação são bem maiores que os índices
de precipitação, demonstrando que ocorre um déficit hídrico na região.
De acordo com a Figura 6.4, os índices de evaporação anual acumulada para a região foram de
2708,4 mm, sendo bastante expressivo quando comparado ao índice anual de precipitação. A média de
evaporação anual é de 225,7 mm/mês. Os menores índices de evaporação correspondem aos meses de
janeiro a abril, pois são os meses em que há maior taxa de precipitação, entretanto, o mês de setembro
apresenta taxa de evaporação expressiva (428,3 mm), pois é um dos meses de baixa precipitação.
Figura 6.4. Evaporação para a região de implantação do CFV Sol de Itaueira (Estação – 82678)
418,7 428,3
353,0 359,1
Evaporação (mm)
242,3 236,7
225,7
153,4 161,4
104,7 96,8
78,7 75,4
Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez
Fonte: BDMEP-INPE.
6.1.1.6 Temperatura
No Quadro 6.2 são apresentados os dados de temperaturas máximas, médias e mínimas anuais
para a área de implantação do Complexo Fotovoltaico Sol de Itaueira que foram obtidos junto a Estação
Meteorológica – 82678. Observa-se que a média da temperatura está em uma faixa entre os 23,2°C
(mínima) e 34,5 °C (máxima), tendo um certo padrão e pouca variância. A temperatura média anual é
predominantemente elevada (28,0 ºC). Os meses de agosto a novembro são considerados os mais quentes,
com temperatura máxima média diária superior a 36 °C e a mínima média de 24 °C. A estação mais amena
corresponde aos meses de janeiro a abril, com temperatura máxima abaixo dos 32,7 °C e mínima de
aproximadamente 22°C.
Quadro 6.2. Dados de temperatura para região de implantação do projeto (Estação – 82678)
Ago
Nov
Jun
Dez
Out
Fev
Mar
Abr
Jan
Set
Mai
Jul
Discriminção Média/Ano
Temp. Máxima °C 32,7 32,2 32,3 32,7 33,6 34,2 34,9 36,3 37,5 37,6 35,7 34,1 34,5
Temp. Média °C 27,0 26,5 26,5 26,8 27,2 27,4 27,7 28,9 30,4 30,7 29,3 27,9 28,0
Temp. Mínima °C 22,8 22,6 22,8 22,8 22,4 21,8 22,1 23,3 24,6 25,1 24,3 23,5 23,2
Fonte: BDMEP-INPE.
Na Figura 6.5 são apresentados o comportamento das temperaturas máximas, médias, e mínimas
anuais para a região. É possível identificar as flutuações das temperaturas, com maiores valores entre os
meses de agosto e novembro, e menores entre janeiro a abril.
40,0
35,0
Temperatura ° C
30,0
25,0
20,0
15,0
Fonte: BDMEP-INPE.
Direção dos Ventos Calma Calma Calma Calma Calma SE SE SE SE Calma Calma Calma Calma
Direção dos Ventos (Graus) 97,0 103,0 98,0 114,0 120,0 122,0 124,0 124,0 115,0 95,0 77,0 74,0 105,3
Velocidade (m/s) 1,3 1,2 1,2 1,3 1,6 2,2 2,6 2,6 2,5 2,1 1,6 1,4 1,8
Fonte: BDMEP-INPE.
6.1.1.8 Insolação
Considerando que o sol incide na superfície da terra de forma distinta, o melhor modo de captar a
insolação incidente em uma região será melhor quanto mais próximo à linha do equador for, pois não haverá
grande variação da duração de horas de luz solar incidente (GREENPRO, 2004).
Os índices de insolação em uma região são bastante variáveis, e um dos fatores responsáveis por
essa variação é a nebulosidade, pois, as nuvens fazem com que ocorra alteração na intensidade da radiação
solar incidente na superfície, e por conta disso, explica-se a variabilidade de radiações incidente de uma
região (SILVA, 2011). Em um dia nublado, por exemplo, a intensidade da radiação solar será menor e,
consequentemente, o desempenho do módulo será prejudicado. O contrário corre em dia claro ou com céu
sem nuvens (MARQUES et al., 2000; CAMPOS; ALCANTARA, 2016).
A Figura 6.6 ilustra os dados médios de insolação para a região de implantação do Complexo
Fotovoltaico Sol de Itaueira. Os dados compõem as Normais Climatológicas do Brasil, disponibilizadas pelo
Instituto Nacional de Meteorologia (INMET – Estação 82678). A insolação anual acumulada para a região é
de 2.811,3 horas de sol, em que o total anual médio de horas de insolação é de 234,3 horas. Observa-se
que nos meses de maior precipitação há as menores taxas de insolação, isso por que a insolação possui
tendência inversa ao grau de precipitação.
Coordenador do Responsável Técnico Responsável Técnico do Responsável Técnico Responsável
Coordenação Adjunta
Licenciamento do Meio Físico Meio Socioeconômico da Fauna Técnico da flora
ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL – EIA
COMPLEXO FOTOVOLTAICO SOL DE ITAUEIRA Página 73 | 326
ITAUEIRA / FLORIANO – PI
Figura 6.6. Insolação para a região de implantação do CFV Sol de Itaueira (Estação – 82678)
317,6
294,4 296,3
269,5 275,3
250,7
218,0
202,4 199,9
170,8
Horas
166,1
150,3
Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez
Fonte: BDMEP-INPE.
6.1.1.9 Nebulosidade
6,6 6,5
6,3
5,4 5,4
Nebulosidade (Octas)
5,0
3,9
3,2 3,3
2,5
Fonte: BDMEP-INPE
A Figura 6.8 mostra que o grau de nebulosidade ocorre de maneira proporcionalmente inversa à
insolação, e seus valores são maiores nos meses chuvosos, indicando que o céu está coberto por nuvens
que espalham a radiação solar e impendem que índices maiores de insolação cheguem à superfície, o que
influencia negativamente no comportamento do painel fotovoltaico (captação da energia solar) e
consequentemente, a sua capacidade de geração de energia é prejudicada no momento da nebulosidade.
350 8,0
300 7,0
6,0
250
5,0
Octas
200
Horas
4,0
150
3,0
100
2,0
50 1,0
0 0,0
Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez
Insolação Nebulosidade
Fonte: BDMEP-INPE
O Índice Solarimétrico (IS) é caracterizado pela quantidade de luz solar incidente em uma região, e
determina o potencial de insolação em um certo espaço, sinalizando a quantidade de watts incidente em
uma área de 1 m2 durante um dia na região onde o projeto será instalado.
A energia solar fotovoltaica tem um grande potencial no Brasil, devido à sua localização geográfica
e aos atributos naturais favoráveis ao desenvolvimento da tecnologia. A média anual brasileira da irradiação
global varia entre 1.200 kWh/m²/ano e 2.400 kWh/m²/ano, sendo superior a maioria dos países da União
Europeia, como por exemplo: a Alemanha (900 – 1250 kWh/m²/ano), França (900 – 1650kWh/m²/ano) e
Espanha (1200 – 1850 kWh/m²/ano), o que favorece o aumento da capacidade dos empreendimentos.
O valor máximo da média diária da irradiação global horizontal anual identificado no Brasil (6500
Wh/m²/dia) ocorre no norte do estado da Bahia, na fronteira com o Piauí, o que demostra que nessas regiões
há alta incidência de irradiação solar, longos períodos de estiagem e uma baixa média anual de cobertura
de nuvens (DANTAS; POMPERMAYER, 2018; MME, 2020).
O estado do Piauí é o 3º maior produtor de energia solar, e apresenta grande potencial gerador. Por
estar privilegiadamente localizado na região Nordeste, em especial no chamado ‘cinturão solar’, que possui
o melhor nível de incidência solar do Brasil, o estado conta com um alto potencial de energia solar, atingindo,
em média, um período de 12 horas de sol e, aproximadamente, 5 kWh/m² ao dia.
O Quadro 6.4 apresenta os índices médios da Radiação Global mensal e anual para região de
implantação do empreendimento solar, considerando os dados obtidos no ano de 2019, na estação
automática localizada no município de Canto do Buriti (A365), onde pode ser constado que em todos os
meses do ano a média da radiação está a cima de 150 kWh/m², sendo o período de agosto a dezembro os
que apresentam os maiores índices.
Quadro 6.4. Média mensal de Radiação Global (kWh/m²) para região de implantação do CFV Sol de Itaueira (Estação
Meteorológica – A365)
MÉDIA MENSAL MÉDIA DIA MÉDIA MENSAL MÉDIA DIA
MESES MESES
(kWh/m²) (kWh/m²) (kWh/m²) (kWh/m²)
Janeiro 181,6 5,9 Agosto 192,4 6,2
Fevereiro 160,0 5,7 Setembro 200,6 6,7
Março 177,3 5,7 Outubro 207,6 6,7
Abril 160,3 5,3 Novembro 191,9 6,4
Maio 166,0 5,4 Dezembro 204,6 6,6
Junho 156,8 5,2 MÉDIA 180,4 6,2
Julho 165,9 5,4 TOTAL 2.165,1 -
Fonte: BDMEP-INPE
Quadro 6.5. Resumo dos elementos meteorológicos para a região de implantação do projeto (Estações – 82678; A365;
e A311)
PARÂMETROS RESULTADO
Figura 6.9. Gráfico do balanço hídrico para a região de implantação do projeto solar
Fonte: BDMEP-INPE
6.1.2 Ruídos
A intervenção humana no meio ambiente natural pode transformar o espaço e os objetos nele
contidos, bem como pode criar produtos e ambientes novos ou inteiramente modificados, tornando-se objeto
de tutela das políticas públicas ambientais, constituindo o ambiente artificial. Por esse motivo, é
indispensável a construção de políticas públicas para regular a ação humana, exigindo que estas políticas
possam intervir de forma integrada para preservar e proteger a sadia qualidade de vida.
Entre os problemas ambientais mais comuns na implantação de grandes empreendimentos, como
o projeto solar em análise nesse relatório, está a emissão de ruídos, que se apresenta como um dos
problemas mais recorrentes. A poluição sonora afeta o ser humano, a flora e a fauna, reduzindo a qualidade
de vida, a qualidade ambiental desta e das futuras gerações.
Inevitáveis em algumas atividades, especialmente durante as etapas de supressão vegetal,
movimentação de terra e construção, as vibrações sonoras são geradas por equipamentos como
motosserras, tratores, betoneiras, bate-estacas, serras-circulares, rompedores, compressores entre outros.
Embora os impactos provocados pela poluição sonora não ser acumulativo no meio ambiente, como
outros tipos de poluição, os mesmos causam vários danos ao corpo e à qualidade de vida das pessoas bem
como, a fauna e a flora. A Organização Mundial da Saúde considera a poluição sonora, um problema de
saúde pública podendo causar problemas como dores de cabeça, enxaqueca, estresse e perda do potencial
auditivo.
Desta forma, o monitoramento de ruído ambiental está se consolidando cada vez mais como um
importante instrumento de prevenção e controle dos impactos socioambientais referentes ao aumento do
nível de pressão sonora provida de fontes não naturais, como as geradas na implantação de grandes
empreendimentos.
Para evitar doenças ocupacionais e conflitos com a vizinhança, a emissão de ruídos deve ser
controlada e estar dentro dos limites permitidos pela legislação. A caracterização das fontes de ruídos
possibilitar uma avaliação preliminar do padrão de ruído local (natural ou antropogênico), antes de qualquer
interferência decorrente das atividades de implantação e operação do Complexo Fotovoltaico Sol de Itaueira.
As alterações do padrão de ruído em consequência da implantação do empreendimento serão
posteriormente acompanhadas por um plano de monitoramento e deverão atender a legislação pertinente,
em especial a Resolução CONAMA Nº 001/90, que estabelece critérios e padrões para emissões de ruídos
por atividades industriais.
6.1.2.1 Metodologia
Para medir os níveis de ruido naturais e atuais nas áreas de influência do empreendimento foram
realizadas medições duas vezes em quatro pontos amostrais, uma no período diurno, entre 7h e 18h, e a
outra no período noturno, entre 18h e 7h. Durante a campanha foi utilizado um decibelímetro digital para as
medições dos níveis de ruídos. O equipamento operou em escala de medição automática, de 30 a 130 dB,
ponderação em frequência A (dBA).
Para a realização das medições o instrumento foi alocado com distanciamento do solo de 1,5
metros, e a pelo menos 1,0 metro de distância de obstáculos verticais. As medições sonoras foram
registradas a cada 10 segundos em um período de 300 segundos (5 minutos); desta forma, 62 valores de
nível de pressão sonora foram registrados em cada um dos três pontos de medição. O esforço amostral
realizado totalizou 40 minutos, sendo 10 min/ponto, e um esforço acumulado de 40 minutos na fase de
licença prévia.
As medições foram realizadas com o decibelímetro Digital Hikari Modelo HDB-911, que, segundo
as instruções técnicas contidas no manual, possui uma escala de 30 a 130 dB, com precisão de ± 1,4 dB,
escala de frequências de 31.5Hz a 8KHz, com respostas rápidas e lentas e memória de valor máximo (pico).
Em virtude da influência da velocidade do vento, foi posicionado sobre o microfone um protetor a
fim de minimizar interferências nas medições, conforme preconiza a NBR 10.151:2000. O medidor do nível
de pressão sonora foi ajustado para operar na curva de ponderação “A” e captar as frequências compatíveis
com a sensibilidade do ouvido humano na faixa de 30 Hz a 130 Hz.
A norma NBR 10.151:2000 estabelece as condições exigíveis de avaliação e método de avaliação
do nível de pressão sonora e apresenta valores de Nível de Critério de Avaliação – NCA para o período
diurno e para o período noturno em diferentes ambientes externos em decibéis (dB). A normativa apresenta
ainda, cálculo de nível de pressão sonora equivalente (LAeq) para a transformação dos dados coletados,
possibilitando desta forma a comparação com os níveis preestabelecidos pela NBR 10.151:2000.
LAeq=10log1nΣ1010Lini=I
onde: Li: é o nível de pressão sonora, em dB(A), lido em resposta rápida a cada 5 s, durante o tempo de
medição do ruído; n: é o número total de leituras.
No Quadro 6.6 estão dispostas as informações referentes aos pontos de amostragem, com as
respectivas fotografias e outros dados relevantes. No Mapa 6.2 podemos visualizar a distribuição dos pontos
em relação ao local destinado para implantação do empreendimento.
6.1.2.3 Resultados
Para análise dos resultados obtidos durante as medições realizadas, tomou-se como referência a
norma ABNT NBR 10.151:2000, que define o Nível de Critério de Avaliação – NCA, como disposto no
Quadro 6.7. No levantamento realizado foi considerado como referência Áreas de sítios e fazendas em
ambiente externo, sendo 40 dB para o turno diurno e 35 dB para turno noturno.
Sendo assim, para os pontos onde o LAeq não foi excedido aos limites definidos pela norma, os
resultados serão comparados ao Nível de Critério de Avaliação definido no Quadro 6.7. Para os pontos
onde os resultados foram superiores ao NCA, assume-se o valor medido como parâmetro de comparação.
Os resultados dos níveis de ruído dos três pontos de medição nos períodos diurno e noturno são
apresentados no Quadro 6.8.
COORDENADAS
DIURNO NOTURNO
UTM
PONTOS Nível de Ruído Nível de Ruído
Nível e Critério de Nível e Critério de
X Y Equivalente - Laeq Equivalente - Laeq
Avaliação - NCA Avaliação - NCA
(dB) (dB)
Durante o período de análise nos quatro pontos de amostragem, 66,93% das medições diurnas
apresentaram valores acima do limite estabelecido pela norma (40 dB), já no período noturno 83,87% das
medições estavam acima do estabelecido (35 dB). O ponto PMR-01 apresentou a menor média de medição
com poucas oscilações como pode ser verificado na Figura 6.10.
Diurno Noturno
65,0
60,0
55,0
Medição (dB)
50,0
45,0
40,0
35,0
30,0
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 110 120 130 140 150 160 170 180 190 200 210 220 230 240 250 260 270 280 290 300
Tempo de Medição (S)
No período diurno, o pico máximo medido foi 47,3 dB, mínimo de 32,7 dB, a média ficou em 35,84
dB e o valor acumulado somou 1164,20 dB. No período noturno, o padrão observado diferenciou,
principalmente pelos picos provocados pelo barulho emitido por chocalhos de animais que pastavam
Coordenador do Responsável Técnico Responsável Técnico do Responsável Técnico Responsável
Coordenação Adjunta
Licenciamento do Meio Físico Meio Socioeconômico da Fauna Técnico da flora
ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL – EIA
COMPLEXO FOTOVOLTAICO SOL DE ITAUEIRA Página 85 | 326
ITAUEIRA / FLORIANO – PI
próximo ao local, além da passagem esporádica de alguns veículos. O pico máximo medido alcançou 62,3
dB, a média ficou em 37,09 e o acumulado quantificou 1149,90 dB.
O ponto de medição PMR-02, localizado em meio a área de implantação do projeto solar,
apresentou medições diurnas muito acima do enquadramento, principalmente devido à proximidade do local
com a rodovia (PI-140) que passa veículos constantemente, além de barulhos provocado por outras fontes.
A média para o período diurno ficou em 56,33 dB, com pico máximo de 58,9 dB e acumulado de 1746,30
dB. No período noturno as medições apresentaram valores ameno quando comparado com o período diurno,
onde as principais fontes de emissão de barulho foram provocadas por pássaros e os chocalhos colocado
em gado bovino, a média para as medições noturnas ficou em 49,3 dB com picos máximos de 56,1 dB. As
medições do segundo ponto estão dispostas na Figura 6.11.
Diurno Noturno
70,0
65,0
60,0
55,0
Medições (dB)
50,0
45,0
40,0
35,0
30,0
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 110 120 130 140 150 160 170 180 190 200 210 220 230 240 250 260 270 280 290 300
Tempo de Medição (S)
Diurno Noturno
70,0
65,0
60,0
55,0
Medições (dB)
50,0
45,0
40,0
35,0
30,0
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 110 120 130 140 150 160 170 180 190 200 210 220 230 240 250 260 270 280 290 300
Tempo de Medição (S
As medições obtidas no último ponto (PMR-04), localizado em meio a comunidade Duas Lagoas,
representou grandes oscilações no período diurno, com média de 46,62 dB, atingindo vários picos de
oscilação, alguns alcançando medições próximas a 65 dB, o acumulado quantificou 1445,10 dB. Para o
período noturno, as medições permaneceram estável, com média de 40,16 dB, pico máximo de 56,3 dB e
acumulado de 1244,90 dB (Figura 6.13).
Diurno Noturno
70,0
65,0
60,0
55,0
Medições (dB)
50,0
45,0
40,0
35,0
30,0
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 110 120 130 140 150 160 170 180 190 200 210 220 230 240 250 260 270 280 290 300
Tempo de Medição (S
6.1.2.4 Simulação dos níveis de ruídos que serão ocasionados na implantação e operação do
empreendimento
De uma forma geral todos os pontos de medição apresentaram valores acima do estipulado pela
legislação, quando se considera o ambiente rural para áreas de fazendas. O PMR-01 foi o que apresentou
a medição mais aceitável, com os valores no período diurno abaixo do estabelecido e os noturnos um pouco
acima do aceitável. O PMR-02, localizado em meio a área de implantação do projeto solar em análise,
obteve as maiores medições, com valor bem acima do estabelecido, tanto para o período diurno, como
noturno, o que é justificável pela proximidade do local com a rodovia (PI-140) que transita veículos
constantemente, além disso, no local tem muita movimentação animal, como gado bovino.
Com o início das obras de implantação e operação do COMPLEXO FOTOVOLTAICO SOL DE
ITAUEIRA, consequentemente haverá um aumento do fluxo de veículos automotores e maquinários na
região e com isso, aumentará os níveis de ruídos o que se sugere a implantação de um Programa de
Monitoramento de Ruídos. Vale ressaltar que além de serem temporários, estes tipos de ruídos serão
mitigados ao máximo com a utilização de máquinas e equipamentos em bom estado de conservação e
manutenção.
6.1.3 Geomorfologia
A caracterização da geomorfologia de uma região é de grande importância, pois possibilita o
conhecimento detalhado dos conjuntos que compõem os compartimentos estruturais-topográficos, suas
características litoestruturais, processos morfodinâmicos e intempéricos, proporcionando o conhecimento
dos potenciais naturais existentes, contribuindo na identificação de áreas de risco de ocupação, ambientes
frágeis, impactos ambientais ocorridos, interferência antrópica e a dinâmica da evolução natural da
paisagem (LIMA, 2016).
Para Souza e Furrier (2019), as intervenções humanas sobre o relevo terrestre, sem um prévio e
amplo estudo de suas potencialidades e fragilidades, prejudica o meio ambiente, e a própria sociedade,
minimizando os recursos naturais que dele poderiam ser aproveitados.
Na instalação de empreendimento fotovoltaicos, o estudo deste componente é imprescindível, visto
que se identifica as principais características sobre a área, servindo de base para a definição dos melhores
locais para se realizar a obra. Quanto mais rochoso for a área, maior é a resistência da terra, e o sistema
fotovoltaico (SF) fica mais desprotegido às descargas elétricas que possam surgir, no entanto, um terreno
pantanoso também não é aconselhável uma vez que o suporte (estacas) dos módulos fica suscetível a
colapsos.
6.1.4 Geologia
Um dos impactos mais significantes na instalação de um empreendimento é sobre a geologia da
área, pois a maioria das atividades desencadeiam aumento da vulnerabilidade dos processos de erosão
hídrica e eólica causado pelo descobrimento dos solos. Em empreendimentos fotovoltaicos, este tipo de
impacto está diretamente relacionado à presença dos painéis (PV), que causam redução da área de
infiltração e diminui o escoamento superficial, aumentando assim o risco de erosão e o arrastamento das
partículas de solo pelas vertentes.
Considerando os principais impactos da exploração da atividade à geologia, o estudo das unidades
geológicas presentes na área do empreendimento é pertinente, visto que possibilita o levantamento e a
caracterização destas, classificando as rochas conforme suas características. Além disso, permite
particularizar simetricamente os aspectos das tipologias de solo e dos recursos hídricos associados ao
relevo. Na área de instalação do empreendimento, o quadro estratigráfico compreende totalmente a unidade
terciária, com idade cenozóico, denominadas de Coberturas Detrito-Lateríticas Neo-pleistocênicas (QPdl).
De acordo com a base cartográfica digital obtida pela CPRM (2006), as Coberturas Detrito-
Lateríticas Neo-pleistocênicas (QPdl) dispõem-se sobrepostas aos maios diversos tipos litológicos, desde
rochas metamórficas proterozóicas até sedimentos tércio-quaternários. Na área em questão, a cobertura
não se dispõe sobre nenhum tipo de sedimentos. No estado do Piauí sua ocorrência é mais perceptível à
parte sudoeste e uma porção do norte.
6.1.5 Pedologia
O estudo dos solos é importante na compreensão do comportamento de determinada área mediante
o seu uso, possibilitando, estabelecer limites de acordo com as características do mesmo, pois possuem
propriedades intrínsecas que determinam sua aptidão e limitação de uso, as quais são muitas vezes
desprezadas durante as atividades agrícolas.
O entendimento dos atributos pedológicos faz-se necessário na implantação de um
empreendimento, pois permite identificar a formação, classificação, mapeamento dos solos, e desenvolver
técnicas que viabilize a utilização agrícola dos mesmos, através da mitigação de fatores limitantes ou
maximização das potencialidades. Dessa forma, faz-se necessário o levantamento dos aspectos
pedológicos na instalação de empreendimentos, com o intuito de identificar e mitigar possíveis impactos que
possam ser gerados.
De acordo com a CEPRO (2004), a região de instalação do empreendimento está sob domínio dos
Latossolos Amarelos (LA) associados a Neossolos Litolíticos (RL). Estes são provenientes de alterações de
arenitos, siltitos, folhelhos, conglomerados, calcários e silexitos.
São considerados solos espessos, jovens, com influência do material subjacente, compreendendo
latossolos amarelos, álicos ou distróficos, textura média, associados com areias quartzosas e/ou podzólico
vermelho-amarelo concrecionário, plíntico ou não plíntico. Destaca-se a presença de estratificação cruzada
e horizontal de arenitos com camadas intermedias de folhelhos. Toda essa geomorfologia influencia a
hidrografia da região, repercutindo na densidade e desenvolvimento da vegetação.
Para a identificação dos tipos de solo existentes nas áreas de influência do empreendimento, foi
utilizado a Base de Dados do Mapeamento Sistemático do Brasil (IBGE, 2019). No diagnóstico, na ADA foi
identificado a ocorrência apenas dos Latossolos Amarelos (LA), já na AID foram identificadas e
caracterizadas as classes de solos: LA - Latossolo Amarelo e RL – Neossolo Litolítico, conforme consta na
Mapa 6.5.
Os Latossolos Amarelos (LA) são solos que apresentam avançado estágio de intemperização,
sendo considerados bastante evoluídos e profundos, com pouca diferenciação entre os horizontes, podendo
ser destituídos de minerais primários ou secundários menos resistentes ao intemperismo (EMBRAPA, 2018).
De acordo com o Sistema Brasileiro de Classificação de Solos (SiBCS), os Latossolos Amarelos
(LA) são solos de baixa fertilidade natural, arenosos e com pouca retenção de umidade, rico em matéria
orgânica na camada superficial. São solos com acúmulo de argila abaixo do horizonte B textural, drenagem
imperfeita e restrição da profundidade efetiva. (EMBRAPA, 2005).
Normalmente, são encontrados em relevos planos e suave ondulado, podendo também ser
presentes nas áreas de vales junto a neossolos. Esses solos se fazem presentes em uma extensa área no
território piauiense e a variação das classes de aptidão ocorre desde sua utilização, de forma regular para
lavouras, até seu uso apenas para pastagem plantada, o que pode ser justificado devido à baixa
disponibilidade hídrica em algumas regiões do estado, além de sua baixa fertilidade (DELARMELINDA,
2014).
Uma das limitações desse tipo de solo é a baixa fertilidade natural. Além disso, o relevo sofre
influência da mobilização dos sedimentos transportados pelo escoamento superficial e no fluxo de terra para
áreas rebaixadas. Quando em acentuadas declividades, não é recomendado o uso na agricultura devido
ao risco de degradação, pois contribuem para o processo erosivo, controlando a velocidade e o volume de
chuvas.
Já os Neossolos Litólicos (RL) são solos minerais não hidromórficos, rasos ou muito rasos, em que
a soma dos horizontes sobre a rocha não ultrapassa 50 cm, podendo estar associados a relevos mais
declivosos. Pedologicamente, são pouco evoluídos, com pouca espessura do horizonte A, facilitando a
erosão superficial em decorrência da rápida saturação dessa camada. São categorizados como solos jovens
com franja de intemperismo, pouco desenvolvido e evoluído de forma que o contato litólico é abrupto.
Normalmente, são solos de cerrado e que apresenta áreas bastante acidentadas, com relevo
ondulado a forte-ondulado, o que eleva a susceptibilidade à erosão. Apresentam textura variável – média
ou argilosa, e são heterogêneos quanto às propriedades químicas. Vale ressaltar, que usualmente a classe
Neossolo Litólico possui estrutura fraca granular muito pequena para o horizonte A e maciça para o horizonte
C, com consistência úmida friável no horizonte A e muito friável no C.
As limitações desse solo estão relacionadas à pouca profundidade, baixa disponibilidade hídrica,
presença da rocha e aos declives acentuados associados às áreas de ocorrência destes solos. Estes fatores
limitam o crescimento radicular, dificulta a mecanização e elevam o risco de erosão. Sua fertilidade está
condicionada à soma de bases e à presença de alumínio, sendo maior nos eutróficos e mais limitada nos
distrófios e alícos. Os teores de fósforo são baixos em condições naturais. Geralmente, estes são indicados
para preservação da flora e fauna, porém, em algumas regiões verifica-se que são utilizados na produção
de grandes culturas, como o milho, a soja, e arroz.
As análises na área de implantação do empreendimento confirmaram a ocorrência de Latossolo
Amarelo (LA) e de Neossolo Litólico (RL) apresentando textura franco arenosa, e cor vermelha-amarelada
(Foto 6.2).
A B
C D
6.1.6 Espeleologia
As cavidades naturais subterrâneas são protegidas em âmbito federal por diferentes normativas. A
Constituição Federal de 1988 as aponta como bens da União (art. 20, inciso X), sendo o Centro Nacional de
Estudo, Proteção e Manejo de Cavernas (CECAV), do Instituto Chico Mendes de Conservação da
Biodiversidade (ICMBio), o órgão responsável pela proteção e manejo das cavernas, conforme Portaria
IBAMA Nº 57 de 1997. Já o Decreto Federal n° 99.556/1990, alterado pelo Decreto Federal N° 6.640/2008,
aponta que as cavernas existentes no território nacional devem ser protegidas, determinando critérios de
classificação destas em graus de relevância, sendo que a metodologia para tal classificação é estabelecida
pela Instrução Normativa do Ministério do Meio Ambiente (IN/MMA) Nº 2/2009. Cabe ainda ressaltar que as
cavidades apresentam um entorno de proteção provisório de 250 metros, definido pela Resolução CONAMA
Nº 347/2004.
Cavernas são ecossistemas frágeis e delicados. Nestes ambientes, fluxos de energia estão se
processando a cada momento, sendo preciso todo cuidado quando existem intervenções humanas.
Constituídas por um sistema de canais horizontais e/ou verticais, com fraturas e estruturas geológicas de
variações irregulares, as cavernas formam um complexo sistema de condutos de excepcional beleza cênica,
onde a ação da água, em algum momento do tempo geológico e por meio de diferentes processos, dissolveu
a rocha matriz.
Os desenvolvimentos das cavernas estão intimamente relacionados às características dos aquíferos
cársticos que leva em conta a percolação da água em fraturas ou acamamentos, podendo ser ativas com
fluxo de água presente ou inativa sem fluxo de água (CARVALHO JUNIOR et al., 2008).
Auler e Zogb (2005), ressalta que são conhecidas cerca de 3% do provável potencial de cavernas
em rochas carbonáticas do Brasil, menos de 1% dos quartzitos e arenitos, aproximadamente 20% dos
minérios de ferro e menos de 10% das outras litologias.
Para este estudo os levantamentos espeleológicos foram compreendidos em três etapas distintas,
sendo elas: a primeira correspondeu às pesquisas de dados referentes à espeleologia da área de estudo, a
segunda etapa constituiu no levantamento de campo propriamente dito, quando foram percorridas as áreas
de estudo do complexo fotovoltaico; a terceira e última etapa correspondeu à análise dos dados de campo.
Grande parte do território brasileiro é composta por terrenos propícios à ocorrência de ambientes
cársticos em diferentes litologias. Conforme Piló e Auler (2011), apesar do potencial espeleológico brasileiro
situar-se na faixa de algumas centenas de milhares de cavernas, menos de 5% das cavidades naturais
subterrâneas brasileiras são conhecidas.
A primeira proposta de classificação do carste brasileiro surgiu na década 1970, elaborada por
Karmann e Sánchez (1979) que, a partir da distribuição de rochas carbonáticas, identificaram cinco
províncias espeleológicas, isto é, Vale do Ribeira, Bambuí, Serra da Bodoquena, Alto Rio Paraguai e
Chapada de Ibiapaba, além de outras nove áreas com fenômenos cársticos mais restritos. Em 1986, as
províncias Rio Pardo, Serra Geral e Alto Urubu, as duas últimas de formação arenítica, foram incluídas
nessa classificação (KARMANN; SÁNCHES, 1986).
Posteriormente, Auler, Rubbioli e Brandi (2001) caracterizaram geologicamente a distribuição de 14
áreas carbonáticas no Brasil, adotando a terminologia região cárstica para designar áreas com cavernas. E
em 2009, analistas ambientais do CECAV refinaram e ampliaram essa classificação, a partir dos dados
constantes do Mapa Geológico do Brasil, da litoestratigrafia do Geobank e da base de dados do CECAV.
Para a avaliação do potencial espeleológico foi considerado a base de dados da CECAV 2018, com
ênfase no parâmetro Litologia como fator indicativo de potencial espeleológico, associado ao levantamento
de cavernas já conhecidos e registrados no CECAV 2021.
Foram utilizadas as cinco classes de grau de potencialidade estabelecidas: “Muito Alto”; “Alto”;
“Médio”; “Baixo”; e “Ocorrência Improvável”. Para cada classe foram agrupados os tipos de rochas,
ponderando seus aspectos e respeitando a frequência de ocorrência de cavidades, assim como pode ser
observado no quadro abaixo:
Quadro 6.9. Grau de potencialidade de ocorrência de cavernas no Brasil de acordo com a litologia
GRAU DE
LITOLOGIA
POTENCIALIDADE
Calcário, Dolomito, Evaporito, Metacalcário, Formação ferrífera bandada, Itabirito e Jaspilito Muito Alto
A área de implantação do empreendimento é drenada pela Bacia Itaueira. O Rio Itaueira (Foto 6.3
– A e B), principal curso fluvial da bacia, nasce no município de Guaribas, região sul do Piauí, no limite com
o Estado da Bahia, seguindo na direção Sul para Norte, até desaguar no rio Parnaíba (Foto 6.3 – C e D)
(SEMAR, 2010).
A B
C D
A Bacia Hidrográfica (Mapa 6.7) do rio Itaueira localiza-se no sudoeste piauiense, ocupando uma
área de aproximadamente 10.122,4 km², que representa 3,8% da área total do estado. A bacia abrange,
total ou parcialmente, 15 municípios sendo: Amarante, Canavieira, Canto do Buriti, Caracol, Eliseu Martins,
Flores do Piauí, Floriano, Francisco Ayres, Guaribas, Itaueira, Jerumenha, Jurema, Nazaré do Piauí,
Pavussu e Rio Grande do Piauí (CPRM, 2004).
Geologicamente, de acordo com a SEMAR/ANA (2005), a sub-bacia hidrográfica do rio Itaueira, está
assentada na Bacia do Parnaíba, com predomínio de coberturas detríticas de planalto que recobrem
principalmente as formações Cabeças, Poti e Piauí. Do ponto de vista hidrogeológico, há o predomínio, na
metade norte da bacia, do aquífero Poti-Piauí, que apresenta condições medianas de exploração. Ao sul,
predomina o aquífero Cabeças e, em menor proporção, o Serra Grande, os dois principais aquíferos da
Bacia Sedimentar do Parnaíba (DIAS et al., 2020).
Com relação aos solos, há predominância de solos de baixa fertilidade natural, ‘profundos e de
textura media ou areno-argilosos, dos tipos latossolos, litossolos e podzólicos. Os latossolos amarelos (LA)
representam cerca de 50,0% da área total da sub-bacia, distribuídos nos municípios de Guaribas, Canto do
Buriti, Pavussu, Rio Grande do Piauí e Floriano, e caracteriza-se pela boa permeabilidade, textura media
aeração e drenagem que os tomam os mais adequados para o uso econômico. No entanto, devido à
presença de alumínio trocável e a baixa fertilidade natural, configuram-se como limitantes para a atividade
econômica. Os demais 50,0% da sub-bacia, são constituídos por solos podzólicos vermelho amarelo (PV),
litólicos (R) e podzólicos vermelho amarelo eutrófico (DIAS et al., 2020).
No que diz respeito à geomorfologia da bacia ocorrem as seguintes unidades de relevo (CPRM,
2004): Planaltos e Baixos Platôs, a unidade mais representativa, com a extensão de 4.829,2 km 2 (47,7%)
da área total; os Baixos Platôs com 3.164,3 km2 (31,3%) da bacia; Superfícies Aplainadas Degradadas com
a abrangência de 2.015 km² (19,9%) da área; os Inselbergs com 80,4 km 2 (0,8%) de extensão da área; os
Degraus Estruturais e Rebordos Erosivos com 26,7 km2 (0,3%) da bacia; Domínio de Colinas Amplas e
Suaves, unidade menos representativa, com 6,5 km2 (0,06%) de extensão da área total (DIAS et al., 2020).
Destaca-se que a Bacia Hidrográfica do Rio Itaueira possui 14 canais fluviais, sendo 3 rios (Itaueira,
Uica e Salinas) e 11 riachos (Angical, D’Anta, Milagroso, Papagaio, Areia, Prata, Éguas, Barreiro, Moreira,
Água Boa e Riachão). A bacia em questão, considerando os 14 canais fluviais, é uma bacia de 3ª ordem,
que desagua no rio Parnaíba. Na área de instalação do empreendimento, a ADA é cortada pelo riacho Água
Boa (Foto 6.4 – A e B), já na área de influência direta se destaca o rio Uica (Foto 6.4 – C), açude das
Cacimbas (Foto 6.4 - D) que é utilizado pra dessedentação animal.
A B
C D
A participação das águas subterrâneas no abastecimento do estado do Piauí apresenta 80% de sua
superfície assente sobre a bacia sedimentar do Parnaíba, sendo essa, uma das maiores províncias
hidrogeológicas do Brasil, apresentando profundidade de 3.000 metros e potencial de armazenamento e
exploração de águas subterrâneas.
O volume de águas subterrâneas presentes no estado é considerado elevado, por estar situado na
Bacia Sedimentar do Parnaíba em mais de dois terços de sua área, mesmo ficando em terceira posição em
relação às reservas dos demais aquíferos das bacias sedimentares do país.
A bacia sedimentar do Parnaíba possui três aquíferos principais de extensão regional, que
respondem por quase 90% dos recursos subterrâneos do estado: Serra Grande, Cabeças e sistema
Poti/Piauí. Apenas uma pequena parte do estado, fronteira com Pernambuco e Ceará, assente sobre escudo
cristalino, apresenta uma baixa produção e uma concentração de sólidos totais acima de 1.000 mg/L. Essa
mesma concentração também pode ser encontrada em aquíferos do litoral piauiense.
A área de implantação do Complexo está inserida no sistema aquífero Poti-Piauí, esse é o maior
em abrangência na Bacia Sedimentar do Parnaíba (117.012 km²), aflorando predominantemente na porção
ocidental do Piauí, mas atinge também o sul do Pará e o nordeste do Tocantins. Esse aquífero é composto
essencialmente de arenito fino a médio, com intercalações de folhelhos, esse sistema aquífero engloba os
aquíferos Poti e Piauí. Constitui um sistema aquífero poroso, espessura média de 450 metros, extensão
regional, contínuo (MONTEIRO et al, 2016).
Os recursos subterrâneos são muito explorados na região por meio da perfuração de poços
artesianos para atenuar o problema da seca. Atualmente consta no município de Itaueira a existência de
134 poços registrados, onde 70 encontravam-se em situação de funcionamento e 13 sem funcionamento
(obstruído, parado ou seco), já Floriano existem 516 poços registrados, com 363 em de funcionamento e 38
sem operar, a utilização da água está disposta no Quadro 6.11 (CPRM, 2020).
Abastecimento doméstico/irrigação - 9
Abastecimento industrial - 7
Abastecimento múltiplo 2 9
Abastecimento urbano 7 -
Doméstico/irrigação/animal 2 8
Irrigação - 12
Não informado 52 95
O diagnóstico do meio biótico em áreas onde pretende-se realizar interferências, constitui-se como
elemento de fundamental importância, pois possibilita o conhecimento das características e da dinâmica dos
seres vivos nestes ecossistemas e, dessa forma, subsidia a adoção de medidas que minimizam os impactos
decorrentes das ações de instalação do empreendimento.
Este estudo corresponde ao diagnóstico da flora e da fauna da área de instalação do Complexo
Fotovoltaico Sol de Itaueira, sobretudo suas Áreas de Influência (ADA e AID), e teve como objetivo realizar
o levantamento das espécies da flora encontradas na área do Complexo, a avaliação da estrutura da
comunidade vegetal e a dinâmica e organização florestal e a caracterização da fauna existente na região.
Estas informações são relevantes na tomada de decisões em planos de manejo florestal e subsídio para
elaboração de programas ambientais e outras estratégias de conservação aliadas às atividades do
empreendimento.
6.2.1 Flora
O bioma Cerrado destaca-se no cenário mundial como a savana tropical mais rica do mundo,
chegando a comportar 5% da flora e fauna global, sendo o segundo maior domínio fitogeográfico brasileiro,
depois da Amazônia, concentrando um terço da biodiversidade brasileira, com ampla distribuição geográfica
no território canarinho, cobrindo a área total dos estados de Goiás, Tocantins, Distrito Federal e partes dos
estados de Minas Gerais, Mato Grosso, Piauí, Maranhão, Mato Grosso do Sul, Bahia e São Paulo. Também
são encontradas áreas isoladas com fitofisionomia típica dos Cerrados nos estados do Ceará, Amapá,
Amazonas, Pará, Roraima e Paraná (AB’SABER, 2003; COUTINHO, 2016; CASTRO, 2010).
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Coordenação Adjunta
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ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL – EIA
COMPLEXO FOTOVOLTAICO SOL DE ITAUEIRA
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ITAUEIRA / FLORIANO – PI
O centro de distribuição do bioma cerrado tem como referência o planalto central, porém o mesmo
chega a ocupar cerca de 1,5 milhões de quilômetros quadrados, considerando apenas os limites do bioma,
o domínio dos cerrados chega a ocupar quase 2 milhões de quilômetros quadrados, haja vista que o domínio
dos cerrados adentro os limites de outros biomas (COUTINHO, 2016).
Na região nordeste a distribuição dos Cerrados é marcante principalmente nos estados do Piauí e
do Maranhão, ocupando as porções sudoeste e centro-norte do Piauí e centro-sul e nordeste do Maranhão,
cobrindo uma área estimada em cerca de 21,0 milhões de hectares, o que corresponde a aproximadamente
14% da área total da Região Nordeste, ou por volta de 10,8% da área total do cerrado sensu lato brasileiro
(CASTRO et al., 2007).
No estado do Piauí, os cerrados ocupam aproximadamente 11,5 milhões de hectares com
distribuição de norte a sul, ocorrendo em 20 municípios, com representação em quatro microrregiões
distintas, sendo um dos principais estados a compor os denominados cerrados marginais do Nordeste. O
cerrado sensu lato é o mais expressivo, ocupando 33,3% em área predominante e 14% em área de ecótono,
além de ocorrerem ricas e significativas áreas de transição (CASTRO, 2010).
Para a região de implantação do projeto solar em analise nesse estudo, divisa entre os municípios
de Floriano e Itaueira, a definição indicada pelo IBGE (2019) é para o Bioma Cerrado como pode ser
verificado no Mapa 6.9, porém a região sofre forte influência do bioma Caatinga e de outros ecossistemas
pontuais, podendo ser definido como um ecótono. Se destaca também no território a forte influência
antrópica provocada principalmente pela expansão agropecuária que vem substituído a vegetação nativa
dos cerrados em áreas com pastagem e plantios de monoculturas agrícolas e florestais.
A vegetação lenhosa apresenta folhas com superfície geralmente ampla, pilosas ou brilhantes, e
escleromorfas. Os troncos e ramos apresentam-se caracteristicamente tortuosos, em decorrência de fatores
genéticos e/ou ação do fogo. Outro aspecto notável das arvores e arbustos do cerrado é a espeça camada
de súber (cortiça) que reveste o tronco e ramos, o que é interpretado como uma adaptação ao fogo, uma
vez que a cortiça é um excelente isolante térmico (COUTINHO, 2016).
Tomando como base o porte, o espaçamento e a abundância, são distinguidos no Cerrado mais de
40 tipos fisionômicos. No entanto, as formações vegetacionais predominantes apresentam as seguintes
características: Cerradão, onde predominam árvores com porte arbóreo e o dossel contínuo ou quase
contínuo formando verdadeiras matas; Cerrado Sensu Stricto, que representa o grupamento de árvores
baixas, com ramificações irregulares, troncos retorcidos com casca grossa, folhas coriáceas e caducas,
distribuídas sobre um extrato herbáceo e subarbustivo; Campo Sujo, onde ocorre vegetação predominante
herbácea e arbustiva e pequenas árvores espaçadas na paisagem. Geralmente ocorre em solos mais rasos;
Campo Limpo, que apresenta vegetação herbácea com raros arbustos e ausência de árvores, apresenta
densa cobertura de gramíneas entremeadas por ervas, subarbustos e samambaias. Comum nas encostas,
chapadas e como vizinhas de nascentes, veredas e matas de galeria.
A região onde será implantado o Complexo Fotovoltaico Sol de Itaueira apresenta vegetação de
cerrado em sua maior parte com aspecto de campo sujo, característica adquirida devido a área já ter sido
objeto de supressão para desenvolvimento de atividade agropecuárias, apresentando hoje em sua maior
parte vegetação em estágio regenerativo, espaçada e de porte baixo.
Em meio ao terreno também é possível identificar vegetação típica de vereda com predomínio de
Palmeiras, além das áreas com vegetação típica de mata ciliar que flanqueia um pequeno curso d’água que
corta a propriedade. No entorno da área definida como diretamente afetada pelo empreendimento, como na
área de reserva legal da propriedade objeto do contrato de arrendamento, a vegetação apresenta aspecto
variando de cerrado Sensu Stricto a Cerradão, apresentando arvores altas formando matas homogêneas.
O uso e cobertura do solo especificamente na área destinada para alocação do empreendimento
objeto desse estudo se apresenta coberta em sua maior parte por vegetação, representando 95,0% da área
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COMPLEXO FOTOVOLTAICO SOL DE ITAUEIRA
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que será atingida pelo projeto como pode ser visualizado no Mapa 6.10. O restante da área encontra-se
consolidada com presença de estradas, pequenas áreas de pastagens, infraestruturas e áreas de solos
exposto.
Mapa 6.10. Mapa com uso e cobertura do solo na área diretamente afetada
Para melhor caracterizar a vegetação local nas áreas de influências do empreendimento em análise,
foi realizado um levantamento florístico e fitossociológico através do lançamento de unidades amostrais,
objetivando a identificação das principais tipologias vegetacionais, composição florística e estrutural das
comunidades vegetais, determinando as espécies que apresentam distribuição mais abrangente e as
maiores populações, espécies de distribuição mais pontual, além da obtenção dos principais parâmetros
fitossociológicos relacionados à estrutura horizontal e vertical das comunidades como, volume, área basal,
qualidade de fustes, valoração de espécies, etc.
• Sistema de amostragem
As áreas de estudo foram amostradas com a utilização do Método de Parcelas (MÜELLER-
DOMBOIS; ELLENBERG, 1974). Este método tem sido bastante empregado em estudos florísticos e
fitossociológicos por apresentar conceitos metodológicos bastante difundidos na literatura especializada,
além de uma grande quantidade de trabalhos publicados.
Os procedimentos empregados durante a realização do estudo fundamentaram-se nas
recomendações contidas no Manual para o Monitoramento de Parcelas Permanentes nos Biomas Cerrado
e Pantanal (FELFILI; CARVALHO; HAIDAR, 2005), além do Protocolo de Avaliação Fitossociológica Mínima
- PAFM (CASTRO; FARIAS, 2010).
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X Y X Y X Y X Y
X Y X Y X Y X Y
• Critério de inclusão
Dentro de cada uma das unidades de amostragem da vegetação foram considerados no tratamento
dos dados, todos os indivíduos lenhosos, vivos, desde que em posição vertical, com circunferência a altura
do peito (CAP) 3,18 cm, (equivalente a 10,0 cm de circunferência), os quais receberam uma placa de
identificação com o número correspondente de cada indivíduo (Foto 6.9).
Indivíduos cujos caules tocavam por fora as linhas de limite laterais das parcelas ou cujo sistema
radicular originava-se no interior da parcela foram selecionados para permitir um maior incremento de
espécimes. Indivíduos mortos e os cipós não foram amostrados. Elementos cujo sistema aéreo encontrava-
se radicalmente comprometido em função de agentes antrópicos não foram selecionados na amostra.
Indivíduos que apresentavam dúvidas quanto ao ingresso no critério de inclusão foram selecionados
preliminarmente com a utilização de um gabarito de exclusão.
vermelha para auxiliar na visualização dos limites e placa com a numeração de cada unidade amostral (Foto
6.10).
Todos os indivíduos selecionados nos critérios de inclusão estabelecidos para o estudo foram
numerados em ordem crescente, sendo coletados os dados biométricos, como circunferência altura do peito
(CAP), altura comercial (HC) e altura total (HT). A medição do CAP foi realizada com o auxílio de uma fita
métrica de 1,50 metros. Para medição das alturas total e comercial (altura do fuste) foi utilizada uma haste
de metal graduada, com subdivisões a cada 0,25 cm e comprimento total de 5,0 metros (Foto 6.11). As
medidas dos indivíduos que apresentavam alturas maiores que o comprimento total da haste de medição
foram determinadas através de estimativa visual utilizando a própria haste como referência, somado à altura
da pessoa responsável pelo registro.
Nas planilhas de campo foram anotados os seguintes dados:
− Número e dimensão das parcelas;
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ITAUEIRA / FLORIANO – PI
ni ni = Número de indivíduos da i-
Densidade
DAi = Número de indivíduos em relação à área. ésima espécie
absoluta (DA) A A = Área total amostrada
ni DRi = Densidade Relativa da i-
A ésima espécie
Densidade Número de indivíduos de cada espécie
DRi = 100 N = Número total de indivíduos
relativa (DR) N em relação à área.
amostrados de todas as
A
espécies
DoAi = Dominância Absoluta da
g
Dominância DoAi = Indica a proporção de tamanho ou i-ésima espécie;
A cobertura das árvores em relação à área g = Somatória das áreas basais
(Do)
amostrada. dos indivíduos da i-ésima
espécie
g DoRi = Dominância Relativa da i-
A Indica a proporção de tamanho ou ésima espécie;
Dominância
DoRi = 100 cobertura de cada espécie em relação à G = Área basal de todos os
relativa (DoR) G área amostrada e às demais espécies. indivíduos de todas as espécies
A
encontradas
Índice de Valor
Índice de Valor de Importância
de Importância 𝐼𝑉𝐼 = 𝐷𝑅 + 𝐹𝑅 + 𝐷𝑜R caracteriza a importância de cada
(IVI)
(IVI)
Índice de Valor
Expressa a importância das espécies na IVCi = Índice de Valor de
de Cobertura IVCi = DRi + DoRi
biocenose florestal (Longhi, 1987). Cobertura da i-ésima espécie
(IVC)
S
N - Número total de indivíduos amostrados;
N i ln( N i ) - ∑ ni ln(n i )
Índice de Shannon-Wiener H'=
i =1 S – n° de espécies amostradas;
N ni - Número de indivíduos da i-ésima espécie amostrada.
H'
Hmax - ln(S)
Equitatividade de Pielou E= S - de espécies amostradas
H max
H’- Índice de diversidade de Shannon-Weaver
Coeficiente de Mistura de S S - Número total de espécies amostradas;
QM =
Jentsch N N - número total de indivíduos amostrados
I = é a medida de dominância
C = índice de dominância de Simpson;
Simpson n i = número de indivíduos amostrados da i-ésima espécie;
N = número total de indivíduos amostrados;
S = número de espécies amostradas.
• Florística
Como resultado do levantamento realizado na área de implantação do empreendimento, que
apresenta como fitofisionomia vegetação típica de cerrado com variação de cerrado em regeneração e
cerradão, foram encontrados um total de 377 indivíduos, estes foram classificados em 33 espécies, 31
gêneros e 17 famílias. A espécie de maior destaque na área, considerando o número de indivíduos, foi a
candeia (Platymenia reticulata – Fabaceae) com 100 espécimes.
126
31 28
25 21
19 18
14 10
9 9 7 7 6 5 5 4 4 4 3 3 3 3 2 2 2 1 1 1 1 1 1 1
Bruto
Tingui
Cagaita
Pequi
Violete
Olho-de-boi
Mangabeira
Sambaiba
Candeia
Faveira
Fava-danta
Maçaranduba
Pau-terra-folha-pequena
Pau-marfim
Folha-larga
Jurema-de-bezerro
Vinhatiço-de-campo
Barbatimão
Cajuí
Pau-d'arco amarelo
Brinco-de-onça
Angelim
Catinga-de-porco
Amargoso
Jatobá-de-vaqueiro
Canela-de-velho
Pau-terra-folha-larga
Murici
Orelha-de-macaco
Jatobá
Gonçalo-alves
Araçá
Pau-de-leite
A B
C D
A B
C D
E F
G H
I J
parte da região amostrada é representada por cerrado em regeneração, o que favorece ainda mais a
dominância das Fabaceaes.
A Vochysiaceae, segundo maior grupo inventariado é uma família típica em áreas de cerrados sensu
stricto, sendo comumente encontrada e descrita em levantamentos florísticos e fitossociológicos
(FERREIRA et al., 2015). Muitas espécies de Vochysiaceae são típicas alumínio - acumuladoras
característica que proporciona uma vantagem competitiva para crescer e se propagar com sucesso nos
solos ácidos e ricos em alumínio (HARIDASAN; ARAÚJO, 1988).
4,77%
11,41%
64,99%
O Quadro 6.15 representa a lista geral das espécies da flora inventariadas/encontradas nas áreas
de amostragem da vegetação durante a realização do levantamento florístico e fitossociológico realizada na
área de implantação do projeto, destacando-se o nome popular, nome científico, família botânica.
ANACARDIACEAE
ANNONACEAE
APOCYNACEAE
BIGNONIACEAE
CARYOCARACEAE
COMBRETACEAE
DILLENIACEAE
EBENACEAE
FABACEAE
LYTHRACEAE
MALPIGHIACEAE
MYRTACEAE
OPILIACEAE
SAPINDACEAE
SAPOTACEAE
SIMAROUBACACEAE
VOCHYSIACEAE
Quanto à disposição das espécies por unidades amostrais, a candeia compreendeu uma ampla
distribuição, estando presente em 85,7% das amostras lançadas na área em estudo, a abrangência dessa
espécie destoou do padrão posto pela demais que foram registradas em menos de 50% das parcelas, fato
justificável devido à grande abrangência da área amostrada apresentando variados ecossistemas e estágios
de sucessão. Espécies como orelha-de-macaco, jatobá, jatobá-de-vaqueiro, folha-larga, pau-de-leite, pau-
d’árco-amarelo, canela-de-velho, brinco-de-onça, bruto e olho-de-boi ocorreram de forma discreta, estando
presente em apenas uma parcela, representando uma cobertura de apenas 4,7% para cada espécie. Pau-
terra-folha-larga, fava-danta e maçaranduba tiveram representatividade razoável sendo registradas em pelo
menos 40% das amostras (Figura 6.16).
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21
Candeia
Pau-terra-folha-larga
Fava-danta
Maçaranduba
Faveira
Barbatimão
Mangabeira
Amargoso
Jurema-de-bezerro
Pau-terra-folha-…
Catinga-de-porco
Tingui
Vinhatiço-de-campo
Pequi
Angelim
Gonçalo-alves
Murici
Cajuí
Cagaita
Pau-marfim
Violete
Araçá
Sambaiba
Orelha-de-macaco
Jatobá
Jatobá-de-vaqueiro
Folha-larga
Pau-de-leite
Pau-d'arco amarelo
Canela-de-velho
Brinco-de-onça
Bruto
Olho-de-boi
• Diversidade
A diversidade de espécies abrange os conceitos de riqueza e uniformidade, sendo o primeiro
referente ao número de espécies numa vegetação nativa e o segundo ao grau de dominância de
determinada espécie no povoamento. Diversos são os índices capazes de quantificar a diversidade de um
ecossistema. No Quadro 6.16 podemos analisar os índices de Shannon-Weaver (H’), Simpson (C), Pielou
(J’) e Coeficiente de Mistura de Jentsch (QM) calculados para este presente estudo.
Legenda: N: nº de indivíduos; S: nº de espécies; H’: índice de Shannon; C: índice de Simpson; J: índice de Pielou.
Fonte: WMetria, 2022.
O índice de dominância de Simpson (C) para esse estudo ficou em 0,86 e o índice de equabilidade
de Pielou (J’) em 0,75. Com isso, pode-se constatar que a área em estudo apresenta elevada riqueza e
diversidade, grande heterogeneidade ambiental e forte dominância ecológica.
O Coeficiente de Mistura de Jentsch (QM) dá uma ideia da composição florística da vegetação, pois
indica, em média, o número de indivíduos para cada espécie no povoamento. Dessa forma tem-se um fator
para se medir a intensidade de mistura das espécies. Neste estudo o QM geral resultou em 15,77, indicando
uma média de 16 indivíduos para cada espécie amostrada. Considerando a diversidade entre as unidades
amostrais, segundo esse parâmetro, as parcelas 19, 20 e 21 foram as que apresentaram melhor distribuição,
com uma proporção média de um indivíduo para cada espécie. De maneira oposta, a parcela 08
compreendeu a menor proporção, com uma distribuição de doze indivíduos para cada espécie levantada.
• Curva do coletor
A curva espécie-área, curva de acumulação de espécies ou curva de suficiência de amostragem é
um recurso amplamente utilizado para correlacionar o número de espécies inéditas com a quantidade de
unidades amostrais implantadas. Em muitos trabalhos é considerada primordial para indicar se a quantidade
de amostras implantadas é suficiente para arregimentar a diversidade biológica da área. Sua principal
aplicação é na definição do esforço amostral, admitindo-se que o mesmo é suficiente para contemplar a
diversidade do local quando a curva não apresentar mais um crescimento pronunciado ou ficar
completamente horizontalizada.
A Figura 6.17 apresenta a relação entre o número de espécies em função das unidades amostrais
implantadas na área de influência do empreendimento. Esta curva coletora foi construída seguindo a ordem
de implantação das parcelas para uma análise não tendenciosa da suficiência amostral, e considerou todas
as parcelas amostradas. Analisando a curva, percebe-se que após a implantação da sétima unidade
amostral, quando foram registadas 23 espécies (70% do total registrado), a curva cumulativa de riqueza das
parcelas apresentou uma tendencia a estabilização no incremento de novas espécies, conforme o aumento
da área de amostragem a curva apresentou incremento de mais 10 espécies após a implantação de mais
14 unidades amostrais.
A tendencia de estabilização da curva de suficiência de amostragem indica que o esforço amostral
demandado e a quantidade de áreas implantadas foram suficientes para contemplar a biodiversidade da
vegetação existente no local.
35
33
32
31
30 30
27
Número de Espécies
26
25 25
24 24
23 23 23 23 23 23
20 20
19
15 15
14
12
10
7
5
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21
• Fitossociologia
Os levantamentos florísticos e fitossociológicos têm como objetivo conhecer as comunidades
vegetais do ponto de vista florístico e estrutural. A caracterização fitossociológica de uma floresta é auxiliada
pela avaliação de diversos parâmetros que caracterizam a estrutura horizontal e vertical da mesma. Os
estudos fitossociológicos fornecem informações importantes relacionadas às populações com um maior
número de indivíduos, presença de espécies raras, vulneráveis, ameaçadas de extinção, antropismo, etc.
Os principais parâmetros utilizados estão descritos a seguir.
a) Estrutura Horizontal
As estimativas dos parâmetros referentes à estrutura horizontal incluem aspectos relacionados à
frequência, que mede a distribuição de cada espécie, em termos percentuais, sobre a área; densidade que
representa o número de indivíduos de cada espécie na composição florística do povoamento; dominância,
medida da projeção do corpo da planta no solo; além dos índices do valor de importância que indica a
combinação, em uma única expressão, dos valores relativos de densidade, dominância e frequência; e do
valor de cobertura que representa a soma das estimativas de densidade e dominância.
Para a avaliação da estrutura horizontal da vegetação neste trabalho, foi utilizado como parâmetro
fitossociológico quantitativo de caracterização o Índice de Valor de Importância (VI). Entendendo-se que seu
valor é composto pela soma das densidades, frequências e dominâncias relativas de cada espécie, este
índice aponta de forma comparativa, quando calculado em nível de espécie, para aquelas de maior
expressão na comunidade.
No Quadro 6.17, estão ordenadas pelo Valor de Importância – VI, todas as espécies registradas
no levantamento, juntamente com os outros parâmetros fitossociológicos, mostrando claramente as de
maior expressão dentro da comunidade. Posto isso, candeia é a espécie mais significativa na área
diretamente afetada pelo empreendimento, com um VI de 22,0 %, apresentando uma frequência de 86%,
densidade de 150 indivíduos por hectare e contribuindo com 33,42% no número total de indivíduos. Sua
área basal equivale a 17,7% do total de área basal estimado para a população em estudo.
As espécies, fava-danta, faveira, pau-terra-folha-larga, tingui, barbatimão e maçaranduba foram
outras que apresentaram VI de destaque, se caracterizando, junto com candeia como as principais espécies
na área. Outras espécies como jatobá, jatobá-de-vaqueiro, brinco-de-onça, pau-de-leite, folha-larga, canela-
de-velho, bruto, olho-de-boi e pau-d’arco-amarelo apareceram de forma pontual, com VI (%) inferior 1,0%,
frequência de 5,0%, sendo a soma da densidade de todas, estimada em 11 indivíduos por hectare.
A densidade constatada na área estudada (449 ind./ha) foi considerada baixa quando comparada
com outros trabalhos realizado na região, o que está condicionado as características de cerrado campo sujo,
em estágio de regeneração que a área apresenta atualmente. Para efeito de comparação, Lima et al. (2020)
em trabalho realizado no município de Jerumenha, próximo da área em análise nesse estudo, constatou
uma densidade de 724 indivíduos por hectares.
Candeia 126 18 0,403 150 33,42 86 15,00 0,48 17,7 51,1 25,6 66,1 22,0
Faveira 25 6 0,260 30 6,63 29 5,00 0,31 11,4 18,0 9,0 23,0 7,7
Fava-danta 19 10 0,196 23 5,04 48 8,33 0,23 8,6 13,7 6,8 22,0 7,3
Pau-terra-folha-larga 28 10 0,077 33 7,43 48 8,33 0,09 3,4 10,8 5,4 19,1 6,4
Tingui 6 4 0,271 7 1,59 19 3,33 0,32 11,9 13,5 6,7 16,8 5,6
Barbatimão 21 6 0,089 25 5,57 29 5,00 0,11 3,9 9,5 4,7 14,5 4,8
Maçaranduba 18 8 0,065 21 4,77 38 6,67 0,08 2,8 7,6 3,8 14,3 4,8
Amargoso 5 5 0,194 6 1,33 24 4,17 0,23 8,5 9,8 4,9 14,0 4,7
Jurema-de-bezerro 31 4 0,051 37 8,22 19 3,33 0,06 2,2 10,5 5,2 13,8 4,6
Pau-terra-folha-pequena 14 4 0,089 17 3,71 19 3,33 0,11 3,9 7,6 3,8 11,0 3,7
Violete 3 2 0,152 4 0,80 10 1,67 0,18 6,7 7,5 3,7 9,1 3,0
Mangabeira 9 5 0,025 11 2,39 24 4,17 0,03 1,1 3,5 1,7 7,7 2,6
Angelim 3 3 0,067 4 0,80 14 2,50 0,08 2,9 3,7 1,9 6,2 2,1
Catinga-de-porco 7 4 0,023 8 1,86 19 3,33 0,03 1,0 2,9 1,4 6,2 2,1
Vinhatico-de-campo 10 3 0,020 12 2,65 14 2,50 0,02 0,9 3,6 1,8 6,1 2,0
Araçá 3 2 0,065 4 0,80 10 1,67 0,08 2,9 3,7 1,8 5,3 1,8
Murici 9 2 0,023 11 2,39 10 1,67 0,03 1,0 3,4 1,7 5,1 1,7
Pau-marfim 4 2 0,044 5 1,06 10 1,67 0,05 1,9 3,0 1,5 4,6 1,5
Pequi 4 3 0,022 5 1,06 14 2,50 0,03 1,0 2,0 1,0 4,5 1,5
Cagaita 4 2 0,027 5 1,06 10 1,67 0,03 1,2 2,3 1,1 3,9 1,3
Sambaiba 2 2 0,038 2 0,53 10 1,67 0,05 1,7 2,2 1,1 3,9 1,3
Cajuí 5 2 0,014 6 1,33 10 1,67 0,02 0,6 2,0 1,0 3,6 1,2
Gonçalo-alves 3 3 0,005 4 0,80 14 2,50 0,01 0,2 1,0 0,5 3,5 1,2
Orelha-de-macaco 7 1 0,016 8 1,86 5 0,83 0,02 0,7 2,5 1,3 3,4 1,1
Jatobá 2 1 0,017 2 0,53 5 0,83 0,02 0,7 1,3 0,6 2,1 0,7
Jatobá-de-vaqueiro 2 1 0,008 2 0,53 5 0,83 0,01 0,4 0,9 0,4 1,7 0,6
Brinco-de-onça 1 1 0,004 1 0,27 5 0,83 0,00 0,2 0,4 0,2 1,3 0,4
Pau-de-leite 1 1 0,003 1 0,27 5 0,83 0,00 0,1 0,4 0,2 1,2 0,4
Folha-larga 1 1 0,002 1 0,27 5 0,83 0,00 0,1 0,4 0,2 1,2 0,4
Canela-de-velho 1 1 0,002 1 0,27 5 0,83 0,00 0,1 0,4 0,2 1,2 0,4
Bruto 1 1 0,002 1 0,27 5 0,83 0,00 0,1 0,4 0,2 1,2 0,4
Olho-de-boi 1 1 0,002 1 0,27 5 0,83 0,00 0,1 0,3 0,2 1,2 0,4
Pau-d'arco amarelo 1 1 0,001 1 0,27 5 0,83 0,00 0,0 0,3 0,2 1,1 0,4
TOTAL GERAL 377 21 1,34 449 100 100 100 2,71 100 200 100 300 100
Legenda: N: número de indivíduos amostrados; U: número de parcelas em que a espécie ocorreu; FA: frequência absoluta em % de ocorrência; FR: frequência relativa em % do FA total; DA:
densidade absoluta em indivíduos por hectare; DR: densidade relativa em %; DoA: dominância absoluta em m²/ha; DoR: dominância relativa em %; VI: valor de importância; VC: valor de cobertura.
Fonte: WMetria, 2022.
b) Estrutura Vertical
O número de estratos ocorrentes na floresta é uma peculiaridade do fragmento inventariado,
relacionada às diferenças em composição de espécies, relações competitivas, restrições ambientais e
perturbações antrópicas ou naturais. Para estratificar florestas nativas, em termos de altura total, vários
métodos têm sido propostos e empregados, para este estudo foi utilizado o critério de estratificação
empregado por Souza (1998) que estratifica a floresta em três estratos de altura total:
I - Estrato Inferior – Compreende as árvores com altura total menor que a altura média menos uma
unidade de desvio padrão das alturas totais;
II - Estrato Médio – Compreende as árvores com altura total maior que a altura média menos uma
unidade de desvio padrão das alturas totais e menor que a altura média mais uma unidade de desvio padrão
das alturas totais;
III - Estrato Superior – Compreende as árvores com altura total maior que a altura média mais uma
unidade de desvio padrão das alturas totais.
A Figura 6.18 mostra a distribuição dos indivíduos por altura, segundo o levantamento realizado na
área em estudo. A vegetação se caracterizou como heterogênea apresentando alta concentração dos
indivíduos no estrato médio, represento por 82,2% do total de indivíduos amostrados.
310
30 37
15,0
10,0
5,0
0,0
Pau-terra-folha-…
Pau-terra-folha-…
Araçá
Fava-danta
Pau-marfim
Amargoso
Barbatimão
Mangabeira
Catinga-de-porco
Brinco-de-onça
Cagaita
Murici
Angelim
Pau-d'arco amarelo
Cajuí
Candeia
Jatobá
Faveira
Bruto
Orelha-de-macaco
Jatobá-de-vaqueiro
Olho-de-boi
Tingui
Gonçalo-alves
Sambaiba
Pequi
Jurema-de-bezerro
Violete
Folha-larga
Maçaranduba
Canela-de-velho
Vinhatiço-de-campo
Pau-de-leite
• Volumetria
Levando-se em consideração o estágio sucessional em que se encontra a vegetação presente na
área, adotou-se para o cálculo de volume total com casca o modelo não linear de Schumacher e Hall
ajustada para equação adequada para ambientes de cerado (CIETEC, 1995):
Em que: Vt = volume total com casca, em m³; DAP = diâmetro com casca, medido a 1,30 m do solo, em cm; Ht = altura total, em m;
R2 = Coeficiente de correlação.
O volume medido em cada unidade amostral, como disposto na Figura 6.20, representa um padrão
homogêneo entre as parcelas 01 e 17, amostras estas postas em ambientes com aspecto de cerrado em
regeneração, apresentando volume não superior a 0,3 m³ de madeira. Nas unidades amostrais 18, 19, 20 e
21 o volume medido foi bem superior, haja visto que o local de implantação dessas amostras é representado
por vegetação com estrutura de Cerradão, além do padrão de preservação, a julgar que o local é definido
como área de reserva legal da fazenda arrendada.
5,17
2,16
1,71 1,65
0,65
0,31
0,17 0,16 0,11 0,12 0,17 0,22 0,12 0,22 0,19 0,14 0,06 0,17 0,15 0,11 0,28 0,18
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21
As espécies tingui, faveira, candeia, cajuí, cagaita e fava-danta somaram o maior quantitativo de
volume lenhoso, representando 73% do volume total inventariado, valores influenciados pela elevada
densidade que algumas espécies, como candeia estabeleceram na área e outras pelos altos valores
alcançados nos parâmetros biométricos como diâmetros e altura (Figura 6.21).
1,50 1,49
1,18 1,16
0,57
0,52
0,40
0,31
0,26 0,25 0,23 0,22
0,14 0,11 0,09 0,08 0,08 0,08 0,07 0,06 0,05 0,05 0,03 0,02 0,01 0,01 0,01 0,01 0,005 0,004 0,002
Cagaita
Pequi
Olho-de-boi
Sambaiba
Violete
Mangabeira
Folha-larga
Bruto
Faveira
Candeia
Pau-terra-folha-pequena
Pau-marfim
Tingui
Fava-danta
Angelim
Barbatimão
Maçaranduba
Jurema-de-bezerro
Vinhatiço-de-campo
Brinco-de-onça
Pau-d'arco amarelo
Amargoso
Cajuí
Catinga-de-porco
Jatobá-de-vaqueiro
Canela-de-velho
Gonçalo-alves
Pau-terra-folha-larga
Orelha-de-macaco
Murici
Jatobá
Araçá
Pau-de-leite
Fonte: WMetria, 2022.
Para a distribuição dos indivíduos por classes de diâmetro, cada fuste foi considerado um perfilho
independente, tendo em vista que a dimensão deles será primordial para determinar a indicação de
subprodutos e realizar a média quadrática pode ocasionar erros de indicação. Considerando isso, a
distribuição dos indivíduos por classes de diâmetro apresentou uma concentração de espécimes nas
primeiras classes. Essa distribuição configura o padrão de J reverso decrescente o que é considerada típica
das florestas inequiâneas como podemos constatar na Figura 6.22.
352
36
16 11 6
3|8 cm (Classe I) 8|13 cm (Classe II) 13|18 cm (Classe III) 18|23 cm (Classe IV) >|23 cm (Classe V)
Para fazer a indicação dos subprodutos foi considerado as classes de diâmetro com os respectivos
usos prevalecentes, onde se estabeleceu as seguintes categorias: classe I (3 a 8 cm) - Lenha e Vara; classe
II (8 a 13 cm) - Lenha e Estaca; classe III (13 a 18 cm) – Estaca e Mourão; classe IV (18 a 23 cm) – Mourão
e Serraria e Classe V (>23 cm) – Serraria. Baseado nos dados do Quadro 6.18, pode-se constatar que a
área apresenta potencial madeireiro diversificado com volume bem distribuído entre as classes, com
destaque para a indicação de uso em mourão ou serraria que representou 41% do total de volume
inventariado.
e Nordeste (Bahia, Ceará), podendo ser encontrada nos biomas Caatinga, Amazônia e Cerrado, apresenta
distribuição local e regional e sendo costumeiramente mantida preservada mesmo em áreas desmatadas
para a utilização agrícola, em função da importância econômica gerada pelo uso e comercialização dos seus
frutos. É uma árvore alta, podendo chegar a uma altura de 25 m. Possui uma madeira densa, bastante
resistente e de alta durabilidade. Da casca extrai-se tintura amarela para tecidos. O principal atrativo
econômico do pequi são seus frutos e castanhas, bastante apreciados na culinária na fabricação de doces,
licores, sorvetes, óleos, etc (FILHO, SARTORELLI, 2015).
6.2.2 Fauna
O Cerrado se destaca como o segundo maior bioma brasileiro, ocupando uma ampla extensão
territorial e abrangendo uma grande biodiversidade (MMA, 2020). É considerado um dos ‘’hotspots’’ do
mundo, ou seja, um dos biomas mais ricos e ameaços do planeta. Chamada de savana brasileira, abriga
mais de 200 espécies de mamíferos, 800 espécies de aves, 180 de répteis, 150 de anfíbios e 1200 espécies
de peixes (ICMBio, 2021).
Apesar da alta biodiversidade, o bioma é um dos mais ameaçados do mundo (VACCHIANO et al.,
2019). A perda e fragmentação do habitat é a principal ameaça, especialmente, por ações antrópicas, como
a implantação de grandes empreendimentos em áreas antes preservadas, causando perturbações, na
maioria das vezes, irreversíveis (SANTOS, 2014).
As transformações do habitat e a consequente redução da riqueza de espécies são duas
consequências do processo de transformação de áreas naturais contínuas em fragmentos (MARTINS FILHO
et al., 2019). Além disso, a diminuição da capacidade de dispersão, alteração no tamanho de áreas e
aumento da taxa de predação, são também influenciados pela fragmentação, sendo que estes podem
ocorrer em eventos isolados ou não, resultando no desaparecimento local de algumas espécies das regiões
afetadas (OLIVEIRA et al., 2016).
A construção de uma usina solar fotovoltaica, apesar de ser considerado uma fonte de energia
“limpa”, geram impactos negativos nos ecossistemas locais (BIASOTTO, 2017). Por utilizar grandes áreas,
dependendo do local em que for construída, pode levar a perda de cobertura vegetal nativa, mudança na
paisagem, formação de áreas degradadas, intensificação de processos erosivos, alteração dos padrões de
movimentação da fauna local, além da perda de habitat, afetando os ciclos de desenvolvimento (TURNEY
et al., 2011). A intensidade destes impactos provenientes da implantação e operação de uma usina solar
pode ser de maior ou menor grau, porém, é na fase de implantação que a maior quantidade de impactos
acontece (DOSSEL, 2014).
Para o planejamento da conservação e a obtenção de evidências a respeito da composição
faunística na área de instalação do projeto solar, listas de espécies para delinear as taxas em riscos de
extinção tem sido amplamente utilizadas. Além disso, estas servem para suportar a legislação de proteção
dos grupos animais, informar prioridades de conservação e subsidiar relatórios de impacto ambiental.
Entretanto, é válido considerar o conhecimento dos riscos regionais dos padrões de extinção e as grandes
lacunas de conhecimento (GILLESPIE et al., 2011).
Nesse sentido, os resultados obtidos através do levantamento de espécies pertencentes à fauna de
uma determinada região permite conhecer a diversidade de espécies, tornando-se fundamental para o
planejamento de preservação e valorização de espécies, em confrontação com o processo de degradação
ambiental, visando o planejamento de proposta de desenvolvimento dentro de premissas de
sustentabilidade.
No levantamento de espécies, muitos são os desafios enfrentados, no entanto, é de grande
importância adotar técnicas integradas ao cenário em que se encontra cada ambiente formado dentro da
área do empreendimento, possibilitando a visualização dos animais, registro fotográfico, além da obtenção
de rastros e vestígios que assegurem a ocorrência das espécies no local.
Considerando o exposto, para atender às exigências expostas na fase de avaliação de impacto da
implantação do Complexo Fotovoltaico Sol de Itaueira e compreender seus impactos sobre a fauna foi
realizado o levantamento dos principais grupos de animais (Avifauna, Mastofauna e Herpertofauna) que
ocorrem na área, por se apresentarem como organismos que respondem rapidamente aos possíveis
impactos oriundos de empreendimentos dessa natureza. Além de atualizar a lista de espécies existentes e
caracterizar o contexto atual de ocorrência dessas comunidades na área de estudo.
6.2.2.1 Objetivo
A obtenção de energia solar possui baixos impactos ambientais, sendo a fonte de energia com a
menor emissão de poluentes, porém a instalação e operação de parques fotovoltaicos causam impactos
ambientais consideráveis. A supressão e fragmentação dos ambientes altera o padrão de movimentação da
maioria das espécies terrestres, afetando assim na qualidade e disponibilidade de habitat, principalmente,
para as espécies que necessitam de hábitats mais conservados.
O levantamento faunístico tem como objetivo realizar o levantamento e diagnóstico da macrofauna
de vertebrados terrestres, promovendo o conhecimento para subsidiar a Avaliação de Impacto Ambiental e
a definição das respectivas medidas e programas ambientais de controle nas áreas de influência da
implantação do Complexo Fotovoltaico Sol de Itaueira, além de diagnosticar o estado de conservação e
diversidade das espécies que habitam, se reproduz e se alimentam na região.
Tem-se como objetivos específicos:
• Compor um checklist das espécies que ocorrem nas áreas de influência do empreendimento;
• Identificar as espécies raras, ameaçadas de extinção, endêmicas e de relevante interesse científico
e econômico;
• Investigar padrões nas comunidades que estejam relacionados aos aspectos espaço-temporais;
• Avaliar os impactos atuais sobre a fauna e fornecer informações para a identificação dos impactos
potenciais a serem gerados com a implantação do projeto durante sua implantação e operação;
• Propor medidas para proteção, conservação e/ou recuperação da comunidade faunística.
6.2.2.2 Metodologia
Mapa 6.12. Esforço amostral para a fauna nas áreas de influências do CFV Sol de Itaueira
Para o levantamento dos peixes, foi percorrido o trecho que corresponde ao riacho Água Boa, que
corta a área do empreendimento, onde foram empregados os métodos tradicionais, como Busca Ativa ou
Procura Visual (busca em ambientes de provável ocorrência). Para o levantamento de répteis, anfíbios, a
área de abrangência do empreendimento foi inventariada e monitorada por métodos tradicionais, como
Busca Ativa ou Procura Visual (busca em ambientes de provável ocorrência), além da utilização de
Armadilhas de Interceptação e Queda (pitfall).
A busca ativa foi realizada em transectos aleatórios, priorizando os locais com heterogeneidade de
micro-habitat nos períodos diurno e noturno. Em cada transecto foram vasculhados todos os locais de
provável presença de animais tais como serapilheira (folhiço), cupinzeiros, cascas de árvores, troncos
caídos, dentre outros possíveis locais de abrigo e forrageamento (BERNARDE, 2012). Já as armadilhas de
Interceptação e Queda (pitfall) foram instalados recipientes enterrados, de forma que a abertura
permanecesse no nível do solo, funcionando como armadilhas de queda (pitfall), interligados por cercas-
guia. Em cada sítio amostral foram instalados três módulos amostrais, compostos cada um por quatro baldes
de 20 litros dispostos em Y. Cada módulo foi separado um do outro por, pelo menos, 100 metros de distância.
As armadilhas permaneceram abertas durante cinco noites em cada área, sendo verificadas diariamente.
Os dados secundários foram obtidos através de pesquisa documental realizada em busca de
informações sobre a fauna local, com consultas em periódicos, sítios eletrônicos especializados (Web of
Science, ScIELO, Periódicos Capes e Google Acadêmico), livros, dissertações e outras publicações, como
relatórios técnicos, banco de dados da Wikiaves (2022), e outros documentos. Além dessas metodologias,
outros métodos complementares também foram utilizados, como os encontros oportunísticos, coleta por
terceiros e entrevistas, que consistiram em registros de animais vivos ou mortos durante outras atividades
como deslocamentos próximos as áreas amostrais. A Foto 6.15 apresenta um resumo do esforço amostral
empregado para caracterizar os grupos faunísticos diagnosticados.
Foto 6.15. Esforço amostral para levantamento faunístico da área de instalação do CFV Sol de Itaueira
A B
C D
E F
G H
Legenda: A – Entrevista com morador local; B – Busca ativa no transecto; C – Armadilha de pegada; D – Armadilha fotográfica;
E – Armadilha Pitfall; F – Busca ativa noturna; G – Entrevista sobre ictiofauna; H – Busca por possíveis pontos de pesca.
Fonte: WMetria, 2022.
O Brasil abriga uma das mais ricas avifaunas do mundo, representadas por mais de 1.919 espécies
distribuídas por todo o território e que apresentam uma variedade de especificidades em relação à
alimentação, reprodução e habitat (CBRO, 2022). A perda e fragmentação do habitat é o a principal ameaça
para a defaunação da avifauna no cerrado brasileiro, pois esses processos interferem na existência das
comunidades, afetando diretamente a manutenção das populações e as interações entre as espécies.
O conhecimento e o monitoramento avifaunístico de uma região são de grande importância, pois a
sensibilidade, a riqueza e abundância, assim como a presença ou ausência de determinados grupos
taxonômicos de aves, podem revelar informações importantes a respeito da qualidade de um determinado
ambiente, podendo contribuir na avaliação e mitigação das modificações ambientais, como também, na
identificação de áreas e habitats para a preservação e estabelecimento de áreas de proteção.
A instalação e operação de usinas solares tem provocado impactos negativos as comunidades de
aves. Os efeitos são variáveis e dependem de diversos fatores como a topografia da área, habitat afetado,
número de espécies presentes na área, condições meteorológicas, abundância, atividade e comportamento
das espécies, corredores de migração, dentre outros (SOVERNIGO, 2009).
Atualmente, um dos maiores problemas visualizados na operação desse tipo de empreendimento é
a morte dos pássaros devido ao calor dos raios solares refletidos. A luz refletida pelos espelhos dos módulos
atrai insetos que, por sua vez, atraem pássaros que morrem chamuscados devido aos intensos raios de luz
(CBD, 2020).
A instalação do Complexo Fotovoltaico Sol de Itaueira pode gerar impactos diretos sobre as
populações de aves que ocorrem na região. Estes podem ocorrer imediatamente, alterando a densidade
populacional de determinadas espécies em áreas adjacentes à área suprimida para a instalação do
empreendimento, resultando em alterações na estrutura da comunidade local, e na maioria das vezes,
reduzindo a diversidade da população avifaunística.
Os resultados da riqueza avifaunística foram apresentados em sua totalidade, ou seja, a soma dos
resultados obtidos em cada metodologia. Durante o levantamento na área do estudo foi possível registrar e
identificar um total de 53 espécies de aves ao longo das estações de observação. Esse número de espécies
é inferior ao encontrado por Guzzi et al., (2011) que realizando um levantamento qualitativo da avifauna em
uma área de ecótono entre os biomas Cerrado e Caatinga, que abrange os municípios de Eliseu Martins,
Rio Grande, Paes Landim e Itaueira, através de pontos de escuta, registraram 88 espécies. No Quadro 6.19
está disposta a composição taxonômica e a riqueza de espécies registradas na área do estudo.
Quadro 6.19. Lista de espécies registradas para a avifauna nas áreas de influência do CFV Sol de Itaueira
IUCN
MMA
2020
2014
NOME COMUM GSAA EPF
CIENTÍFICO IDENTIFICAÇÃO TRÓFICA
ACCIPITRIFORMES
Accipitridae
ANSERIFORMES
Anatidae
APODIFORMES
Trochilidae
Beija-flor-de-garganta-
Amazilia fimbriata ENT NI L U/C LC LC
verde
CARIAMIFORMES
Cariamidae
Cariama cristata Seriema AV CR M T LC LC
CHARADRIIFORMES
Charadriidae
Vanellus chilensis Quero-quero AV CR L T LC LC
Jacanidae
Jacana jacana Jaçanã AV ON L W LC LC
COLUMBIFORMES
Columbidae
Columbina picui Rolinha-picuí AV GR L T/C LC LC
Columbina squammata Fogo-apagou AV FR L T LC LC
Columbina talpacoti Sangue-de-boi AV GR L T LC LC
Patagioenas picazuro Asa-branca ENT FR M C LC LC
Zenaida auriculata Avoante ENT GR L T/C LC LC
CUCULIFORMES
Cuculidae
Crotophaga ani Anu-preto AV ON L T/C LC LC
Guira guira Anu-branco AV / ENT ON L T LC LC
IUCN
MMA
2020
2014
NOME COMUM GSAA EPF
CIENTÍFICO IDENTIFICAÇÃO TRÓFICA
FALCONIFORMES
Falconidae
Caracara plancus Carcará AV / ENT ON L T LC LC
Herpetotheres cachinnans Acauã AV / ENT CR M U LC LC
Milvago chimachima Carrapateiro AV CR L T/C LC LC
GALBULIFORMES
Bucconidae
Nystalus chacuru João-bobo AV CR M C LC LC
Nystalus maculatus Rapazinho-dos-velhos AV IN M U/C LC LC
GALLIFORMES
Cracidae
Penelope jacucaca Jacú ENT FR H T VU VU
PASSERIFORMES
Cardinalidae
Cyanoloxia brissonii Azulão AV GR M U/M LC LC
Piranga flava Sanhaço-de-fogo AV FR L C LC LC
Corvidae
Cyanocorax cristatellus Gralha-do-campo* AV ON M M/C LC LC
Furnariidae
Pseudoseisura cristata Casaca-de-couro AV ON L C LC LC
Icteridae
Chrysomus ruficapillus Garibaldi AV ON L T LC LC
Gnorimopsar chopi Pássaro-preto AV ON L T/C LC LC
Icterus pyrrhopterus Encontro AV ON M C LC LC
Leistes superciliaris Polícia-inglesa-do-sul AV ON L T/C LC LC
Mimidae
Mimus saturninus Sabiá-do-campo AV / ENT ON L C LC LC
Rhynchocyclidae
Todirostrum cinereum Ferreirinho-relógio AV IN L U/C LC LC
Thamnophilidae
Thamnophilus torquatus Choca-de-asa-vermelha ENT IN M U/C LC LC
IUCN
MMA
2020
2014
NOME COMUM GSAA EPF
CIENTÍFICO IDENTIFICAÇÃO TRÓFICA
Thraupidae
Turdidae
Tyrannidae
PICIFORMES
Picidae
Pica-pau-de-topete-
Campephilus melanoleucos AV IN L C LC LC
vermelho
Colaptes campestris Pica-pau-do-campo AV IN L T/C LC LC
Ramphastidae
PSITTACIFORMES
Psittacidae
RHEIFORMES
Rheidae
IUCN
MMA
2020
2014
NOME COMUM GSAA EPF
CIENTÍFICO IDENTIFICAÇÃO TRÓFICA
STRIGIFORMES
Strigidae
Athene cunicularia Coruja-buraqueira AV CR M T LC LC
TINAMIFORMES
Tinamidae
Nothura boraquira Codorna-do-nordeste AV ON M T LC LC
Legenda: Registro: AV – avistamento, ENT – entrevista, VE – vestígios. Status de Conservação: LC – preocupante, NT – quase
ameaçada, VU – Vulnerável, EM – Em perigo, CR – Criticamente em perigo, EW – Extinto da natureza. Grau de Sensibilidade a
Alterações Ambientais (GSAA): L – Baixa; M – Média; H – Alta. Estrato Preferencial de Forrageamento (EPF): T – Terrestre; U –
sub-bosque; M – médio bosque; C – Copa; A – Aéreo; W – Aquático. Guildas tróficas: GR – Granívoro; CR – Carnívoro; FR –
Frugívoro; IN – Insetívoro; ON – Onívoro; NI – Nectarívoro, PI – Piscívoro. Distribuição: Endêmica do Cerrado (*).
Fonte: WMetria, 2022.
Figura 6.23. Riqueza de espécies pertencentes à ordem Passeriformes e Não-Passeriformes registradas na área
30
23
17
10
Espécies Famílias
Passeriformes Não- Passeriformes
Figura 6.24. Famílias mais representativas nas áreas de influência do CFV Sol de Itaueira
5
Riqueza de Espécies
4 4
3 3 3
2 2 2 2
1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1
Famílias
A maior predominância de espécies da família Thraupidae na área não é surpresa, visto que são
espécies de ampla distribuição, ocupando principalmente bordas de florestas e áreas semiabertas
(SIGRIST, 2009). A facilidade com que as espécies desta família ocupam diversos habitats é associada aos
seus hábitos alimentares diversos (frutos, néctar e insetos) (SICK, 1997; SIGRIST, 2009), recursos esses,
presentes praticamente durante todo o ano.
Considerando os métodos de registros das espécies presentes na área de instalação da usina
fotovoltaica, verificou-se que 64% dos indivíduos foram registrados por avistamento, 21% por entrevistas e
avistamento, e apenas 15% foram identificados apenas por entrevistas a moradores, conforme mostra a
Figura 6.25.
ENT
15%
AV/ENT
21%
AV
64%
AV AV/ENT ENT
A maior parte dos indivíduos foram registrado no visualizadas e registradas no Transecto Linear,
através de fotografias feitas pelo observador/armadilhas fotográficas (câmeras trap), e por consultas a
moradores. Essa alta diversidade de espécies vistas ao longo da campanha pode ser explicada devido à
sazonalidade de certas espécies na área do estudo, período reprodutivo, hábitos alimentares, dentre outras
características.
Quanto à estrutura trófica da comunidade de aves, o cenário foi muito representativo para a região
do empreendimento. De acordo com a análise das guildas tróficas, a maior parte das espécies registradas
possuem hábito alimentar onívoras (47,17%), seguido de carnívoros (16,98%), frugívoros e granívoros,
abrangendo 11,32% cada (Figura 6.26).
O predomínio de aves onívoras registradas em regiões de Cerrado leva a uma discussão sobre a
relação entre alteração ambiental e a predominância desses indivíduos em determinado ambiente.
Perturbações ambientais, como fragmentação, ocorrência de áreas cobertas com vegetação secundária e
ação antrópica levariam a um aumento no número de espécies onívoras e insetívoras menos especializadas.
Assim, uma dieta mais variada como a de aves onívoras seria favorecida em ambientes que sofreram
perturbações ou fragmentação (WILLIS, 1976).
Nectarívoro 1,89%
Piscívoro 1,89%
Insetívoro 9,43%
Carnívoro 16,98%
Granívoro 11,32%
Onívoro 47,17%
Frugívoros 11,32%
regeneração. Figura 6.27 representa a distribuição das espécies levantadas segundo os seus estratos
preferenciais de forrageio.
Figura 6.27. Estratos preferenciais de forrageio das aves presentes na área de instalação do CFV Sol de Itaueira
23% 23%
19%
17%
6%
4% 4%
2% 2% 2%
62%
36%
2%
L M H
Foto 6.16. Aves registradas nas áreas de influência do CFV Sol de Itaueira
NI – 02 Columbina squammata
Durante a campanha foram utilizadas técnicas indiretas que certificasse a ocorrência de animais na
área, como observação de vestígios indiretos, casca de ovos, pegadas, carcaças, penas, excreções, e
localização de tocas e ninhos (Foto 6.17). Essas informações foram utilizadas em conjunto e confirmados
por consulta a material bibliográfico.
Os dados obtidos nesse estudo quando comparados com resultados de outros levantamentos
ornitológicos em áreas de cerrado, retrata a riqueza de aves visualizadas, pelo fato do cerrado ser composto
por diferentes habitats, o que possibilita encontrar espécies distintas de aves (KLINK; MACHADO, 2005).
De modo geral, a maior parte das espécies identificadas nesse estudo, incluindo as mais
abundantes, demonstra pouca preocupação em relação aos impactos ambientais decorrentes da
implantação do CFV Sol de Itaueira, não apenas por serem abundantes no cerrado, mas por apresentarem
grande capacidade de movimentação no bioma e se adaptarem ao mosaico de ambientes do local do
empreendimento.
Foto 6.17. Vestígios da ocorrência de espécies na área do estudo
A B
C D
Quadro 6.20. Lista taxonômica de mamíferos registrados na área de instalação do CFV Sol de Itaueira
ORDEM/FAMÍLIA/NOME MÉTODO DE GUILDA IUCN MMA
NOME COMUM
CIENTÍFICO IDENTIFICAÇÃO TRÓFICA 2020 2014
ARTIODACTYLA
Cervidae
Mazama gouazoubira Veado-catingueiro ENT HEB LC LC
Mazama sp. Veado ENT / VE HERB LC LC
Phyllostomidae
CINGULATA
Chlamyphoridae
Dasypodidae
CARNIVORA
Canidae
DIDELPHIMORPHIA
Didelphidae
PILOSA
Myrmecophagidae
RODENTIA
Caviidae
Dasyproctidae
do total de indivíduos. As espécies pertencentes a esses grupos de mamíferos terrestres são essenciais
componentes ecológicos dos ecossistemas, as quais controlam as populações de insetos e pequenos
invertebrados, influenciando na diversidade da comunidade (DAMASCENO et al., 2020). A distribuição de
famílias é similar à de espécies, onde a maioria das famílias registradas pertencem à ordem Rodentia (22%)
e da ordem dos Cingulata (22%) (Figura 6.29).
Figura 6.29. Riqueza de famílias e espécies de mamíferos na área de instalação do CFV Sol de Itaueira
3 3
2 2 2 2 2
1 1 1 1 1 1 1
FAMÍLIA ESPÉCIES
Em relação à proporção de famílias ao número de espécies para a região foi significativa, em que
as famílias Didelphidae, Cervidae, Myrmecophagidae, Caviidae e Dasypodidae e abrangeram o maior
número de espécies, cerca de 14% cada uma (Figura 6.30). A maior presença de indivíduos pertencentes
a essas classes reforça a necessidade da presença de requerimentos ambientais relevantes na região
(CÁCERES et al., 2010) enfatizando a importância dos fragmentos florestais como área de refúgio,
alimentação ou deslocamento da fauna silvestre. Além disso, algumas espécies pertencentes a essas
famílias estão inclusas nas listas de espécies ameaçadas de extinção, como é o caso do Tolypeutes
tricinctus.
Figura 6.30. Famílias que apresentaram maior número de espécies durante a campanha de amostragem
2 2 2 2 2
1 1 1 1
A abundância de espécies presentes na área foi estimada com base nos métodos de registros.
Considerando isso, a maioria das espécies de mamíferos foram registradas somente por visualização no
Transecto Linear ou armadilhas fotográficas (43%) e por consultas a moradores (36%) (Figura 6.31).
ENT/AV
ENT/VE 14%
7% AV
43%
ENT
36%
Apenas 14% foram identificadas pelos conjuntos dos métodos e 7% pelos métodos de entrevista e
vestígios. O padrão de registros entre as espécies foi distinto, com maior frequência de ocorrência nas áreas
antropizadas e estradas do que que nas áreas de vegetação nativa.
Com relação a análise dos grupos tróficos dos mamíferos registrados na área de instalação do
empreendimento, foi possível verificar que a maioria das espécies possuem dietas bastante diversificadas.
Aproximadamente 43% dos indivíduos são caracterizados como onívoros, sendo considerada uma das
classes de mamíferos mais importantes por explorar mais de uma categoria trófica, consumindo alimentos
tanto de origem vegetal quanto animal. Para esta categoria temos o gambá (Didelphis albiventris) e o tatu-
peba (Euphractus sexcinctus) que são as espécies frequentemente vistas nessas áreas.
Outro grupo trófico de destaque foi o dos herbívoros, fazendo parte da dieta alimentar de
aproximadamente 36% das espécies. Com destaque para as espécies preá (Cavia aperea) e o mocó
(Kerodon rupestris) que são os principais ocorrentes desses grupos.
ON 43%
NEC 7%
IN 14%
HERB 36%
ANURA
Bufonidae
Leptodactylidae
Microhylidae
ARANEIDA
Theraphosidae
SCORPIONES
Buthidae
SQUAMATA
Amphisbaenidae
Boidae
Chamaeleonidae
Colubridae
Dipsadidae
Iguanidae
Teiidae
Ameiva ameiva Bico-doce AV LC LC
68%
64%
21% 21%
7% 5% 7% 5%
FAMÍLIAS ESPÉCIES
Figura 6.34. Percentual de espécies dentro das famílias representantes da herpertofauna da área do empreendimento
3
Riqueza de Famílias
2 2 2
1 1 1 1 1 1 1 1 1 1
ENT
42% AV
47%
AV/ENT
11%
AV AV/ENT ENT
A Corre-campo é endêmica do Brasil, com registro em diversos estados brasileiros. Trata-se de uma
espécie especialista em fisionomias campestres de Cerrado, que têm sido drasticamente reduzidas e
fragmentadas. Nos últimos dez anos houve uma redução de 30,5% da área de ocupação da espécie devido
à expansão agrícola (conversão de áreas naturais em pastagem e plantio em larga escala de monoculturas).
Por esses motivos, Philodryas livida foi categorizada como, Vulnerável (VU) nas listas global e brasileira.
Outra espécie que deve-se preocupar é a Rhinella diptycha que de acordo com a União Internacional
para a Conservação da Natureza (IUCN), esta é classificada como DD (dados deficientes). É preciso que
se realizem novos estudos taxonômicos, pois existe a possibilidade de a espécie ser, na verdade, um
complexo específico.
Os ambientes aquáticos, tanto continentais quanto marinhos apresentam como forma de vida
dominante entre os vertebrados, os peixes. Sendo na região neotropical encontrada a maior diversidade de
peixes de água doce de todo o planeta, segundo Vari e Malabarba, 1998. Grande parte da diversidade de
peixes da região Neotropical se encontra no Brasil, onde em 2007 foi registrado 2.587 espécies válidas
exclusivas de água doce (BUCKUP, et al., 2007).
A diversidade local de espécies de peixes está fortemente relacionada com as características
ambientais. Ambientes com maior largura e volume tendem a fornecer mais micro-habitats e recursos
alimentares, permitindo maior coexistência entre espécies (CASATTI, 2002; SÚAREZ, 2008).
Durante as campanhas de campo não foi possível identificar espécies de peixes por meio de
visualização, uma vez que o riacho Água Boa se comporta como um curso d’água intermitente, sem acumulo
hídrico suficiente para realizar amostragem. Além disso, vale destacar que nos limites da AID não foram
identificados pontos de amostragem (pesca), o que dificultou o levantamento de espécies, durante as
entrevistas com os moradores das comunidades, não foi possível registrar espécies de ocorrência na região.
Quadro 6.22. Classificação das Áreas de Influência do Complexo Fotovoltaico Sol de Itaueira
− Informações publicadas nos sites oficiais do Governo do Piauí e das Prefeituras que, além da
estrutura governamental, apresenta também as principais ações realizadas pelas Secretarias de
Governo/Prefeituras;
− Levantamento de campo com aplicação de questionários e entrevistas com moradores e lideranças
das comunidades da AID; aos moradores das Áreas de Influência Direta (AID) e Área Diretamente Afetada
(ADA);
− Registros fotográficos em diversos pontos dos municípios, priorizando a obtenção de informações
sobre a infraestrutura, condições de saúde, educação, lazer, empregos, cultura, etc.
Quadro 6.23. Habitantes, Situação de Domicílio em %, Área Territorial e Densidade Demográfica – 2010
POPULAÇÃO POPULAÇÃO ÁREA DENSIDADE
NÚMERO DE
MUNICÍPIO URBANA RURAL TERRITORIAL DEMOGRÁFICA
HABITANTES
(%) (%) (km2) (hab/km2)
Floriano 57.690 86,62 13,38 3.410 16,92
Figura 6.36. População residente: dados reais dos últimos censos e estimados entre 2011 e 2021, para os municípios
de Floriano e Itaueira
Sobre a população flutuante, não foram encontrados dados oficiais, mas segundo declarações das
pessoas entrevistadas, a população que costuma circular pelo município tem o maior fluxo nos meses de
férias, e durante os feriados prolongados, onde os parentes que moram em outros municípios ou na capital,
vêm visitá-los.
Existe uma parcela da população que trabalha por temporada em obras públicas e privadas de
outras cidades ou estados, e, portanto, alternam períodos nos municípios e fora deles. Além da população
que transita de forma sazonal, há também os estudantes e trabalhadores do setor terciário (representantes
comerciais, médicos, etc.) que residem temporariamente ou de maneira intermitente, não representando, de
modo geral, uma população flutuante significativa e influenciando de maneira significativa a dinâmica
populacional dos municípios, especialmente em Floriano.
Outros dados que agregam para a caracterização da dinâmica populacional do município são as
informações sobre os gêneros e pirâmide etária da população. No Censo 2010, o IBGE identificou que
52,18% da população da área de intervenção era formada por mulheres e 47,82% por homens, resultado
muito parecido com o encontrado no município de Floriano, onde o número de mulheres era superior
Coordenador do Responsável Técnico Responsável Técnico do Responsável Técnico Responsável
Coordenação Adjunta
Licenciamento do Meio Físico Meio Socioeconômico da Fauna Técnico da flora
ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL – EIA
COMPLEXO FOTOVOLTAICO SOL DE ITAUEIRA
Página 188 |
326
ITAUEIRA / FLORIANO – PI
A população ativa da área de estudo, representada pela faixa etária entre 15 – 64 anos corresponde
a maior parte da população em 2010 (67,45%). Porém uma tendência observada ao longo dos anos é a
redução de 17,79% da população com faixa etária entre 0 – 14 anos e o aumento no percentual de habitantes
com faixa etária superior a 65 anos, que sofreu incremento de 41,33% entre os anos de 2000 e 2010,
representando o envelhecimento da população e consequente mudança da estrutura da Pirâmide Etária
municipal (Quadro 6.25 e Figura 6.37).
Quadro 6.25. População recenseada por faixas etárias nos anos de 1991,2000 e 2010
FLORIANO ITAUEIRA
GRUPO DE IDADE
1991 2000 2010 1991 2000 2010
0 – 4 anos 6.114 5.164 4.051 1.460 999 810
5 – 9 anos 6.680 5.286 4.607 1.732 1.024 891
10 – 14 anos 7.140 6.424 5.245 1.597 1.307 1.006
15 – 19 anos 6.377 6.878 5.659 1.232 1.331 964
20 – 24 anos 4.797 5.702 5.948 850 964 949
25 - 29 anos 3.745 4.180 5.355 717 676 904
30 - 39 anos 5.773 7.051 8.651 1.139 1.287 1.484
40 - 49 anos 4.326 5.352 6.826 923 972 1.299
50 - 59 anos 2.952 3.672 4.909 631 795 973
60 - 64 anos 1.092 1.518 1.797 216 365 398
65 - 69 anos 967 1.042 1.458 192 176 329
70 anos e mais 1.531 2.323 3.184 320 451 671
TOTAL 51.494 54.592 57.690 11.009 10.347 10.678
Figura 6.37. Percentual da população recenseada por faixas etárias nos anos de 1991,2000 e 2010
Quadro 6.26. Crescimento Total, Saldo Vegetativo e Saldo Migratório - 2000/2010 (em %)
O saldo migratório entre 2000 e 2010 encontrado para os municípios da AII foi positivo,
demonstrando que o número de migrantes foi maior do que o de imigrantes. Em números absolutos, o maior
acréscimo de migrantes foi em Floriano, com 111 pessoas.
É plausível supor que estes movimentos migratórios se devam pela posição geográfica privilegiada.
Floriano é ponto central entre a região sul do Estado e a capital Teresina, além de outras cidades do
Nordeste. É um importante polo de saúde, educação e comercio da região. O deslocamento é facilitado pela
existência das seguintes rodovias: BR-316, BR-343, BR-230, BR-135 e a PI-140 que liga Floriano a Itaueira,
distantes cerca de 100 km.
Em relação aos movimentos pendulares da população, identifica-se duas principais vertentes:
aqueles motivados por trabalho e aqueles motivados por estudo.
Para os deslocamentos motivados por trabalho, observa-se que os municípios de Floriano e Itaueira
apresentam percentual menor que a média nacional (11,75%) de deslocamento de população, sendo que
Itaueira apresentou o percentual um pouco maior (7,71%) que a do Estado (7,56%). O município de Floriano
apresentou o menor percentual de deslocamento, com 6,79%, podendo atrelar esse movimento, à atração
exercida, por possuir uma atividade comercial que atrai diretamente a população das cidades vizinhas,
conforme apresentado no Quadro 6.27.
No que diz respeito ao deslocamento da população motivado por estudo, Itaueira (8,59%)
apresentou percentual acima da média do Brasil (7,22%) e, novamente, Floriano apresentou o menor
percentual de população se deslocando para estudar, sendo considerado cidade-polo na área de educação
da região (Quadro 6.28).
Quadro 6.28. Deslocamento motivado por estudo
Para dar início à caracterização do Uso e Ocupação do Solo das áreas de influência do projeto
serão apresentados em linhas gerais o histórico da ocupação nos territórios de Floriano e Itaueira, e demais
informações históricas relevantes.
• Contextualização histórica
A ocupação do território piauiense se deu no final do século XVII, quando grupos de aventureiros a
procura de índios e de novas terras para a pecuária penetraram na região dos sertões, liderada pelo
bandeirante português Domingos Afonso Mafrense. Após atravessarem o divisor de águas entre os rios São
Francisco e Parnaíba, fundaram junto à margem oriental desse último várias fazendas de gado, em terras
que viriam a ser posteriormente o Piauí.
A ocupação inicial das terras que atualmente constituem o município de Floriano, se deu em meio
as chamadas Fazendas Nacionais, pertencentes ao patrimônio da Coroa Portuguesa, terras que,
anteriormente, tinham pertencido à sesmaria de Domingos Afonso Mafrense, criada em 1676.
Em 1873 foi criado o Estabelecimento Rural São Pedro de Alcântara para ser uma colônia de
propriedade do Governo Imperial. Foi projeto do agrônomo Francisco Parentes, que conseguiu sua
indicação para fundar e administrar o Estabelecimento pelo prazo de 15 anos.
O caráter rural do território ocupado pelo Estabelecimento, contudo, só se modificou em finais da
década de 1880 do século XIX, quando foi liberada, para particulares, uma área à beira do rio Parnaíba.
Vieram, então, ocupar o local pessoas de outras localidades. Com a chegada destes novos habitantes, o
lugar ocupado por eles foi-se desenvolvendo, espraiando-se em ruas executadas segundo traçado
planejado em Teresina, a pedido do Ministério da Agricultura. Estabelecia-se, assim, o núcleo urbano
primitivo da futura Floriano, nas proximidades da hoje Igreja Matriz. Em 1890, o povoado-sede do
Estabelecimento foi elevado à condição de vila e, em 1897 a Vila da Colônia à categoria de cidade, com o
nome de Cidade Floriano.
O processo histórico de ocupação urbana de Floriano foi lento, vindo a acelerar-se de forma mais
significativa apenas no século XX. Devido a sua localização geográfica favorável, além de ser uma colônia
agropastoril, Floriano torna-se ponto de referência por meio do porto fluvial as margens do rio Parnaíba e
devido à migração, ao território piauiense e estados circunvizinhos.
Com a construção das rodovias para o transporte rodoviário de cargas em todo o país, o comércio
realizado por via fluvial na cidade de Floriano encerrou em meados de 1950, quando houve uma grande
queda na economia local. Na década seguinte, com a construção da Usina Hidrelétrica de Boa Esperança,
houve a necessidade de mão de obra para as obras, e toda circulação passava pelas rodovias que liga
Floriano a Guadalupe, transportando alimentos e produtos em geral. Assim nos anos seguintes a população
continuou a crescer e o comércio cada vez mais se concretizando em expansão, tonando esta cidade como
uma das principais economias do estado piauiense.
Já Itaueira foi elevado a município em 1952, desmembrado de Floriano, pela Lei Estadual Nº 743,
de 29 de outubro do mesmo ano. A denominação Itaueira deve-se ao rio que banha seu território.
O município de Itaueira teve origem numa área conhecida como Maria das Virgens, onde foi
instalada uma fazenda para a criação de bovinos, de propriedade de Antônio Caú, que se denominou Piripiri
ou Piripiri dos Caús. Após a morte do proprietário, os herdeiros venderam as terras, ficando a maior área
com Joaquim Gonçalves, que veio com sua numerosa família de Assaré (Ceará). A localidade progrediu
principalmente por descobrirem a fertilidade de seus solos para o cultivo do milho.
Quanto ao município de Floriano, a Lei Nº 416, de 23 de abril de 2007, institui o Plano Diretor
Participativo, dispondo sobre a política municipal de desenvolvimento urbano, e dá outras providências,
define na Seção 2 a divisão do territorial do município:
Art. 17. O território do município de Floriano está dividido quatorze zonas urbanas e uma
zona rural, integrantes desta Lei.
Art. 18. As zonas urbanas são:
I - Zona de Proteção do Patrimônio Cultural (ZPPC);
II - Zona Central (ZC);
III - Zona de Proteção Ambiental Recreativa (ZPARE);
IV - Zona de Proteção Ambiental Especial (ZPAE);
V - Zona de Proteção Ambiental Rigorosa (ZPARI);
VI - Zona de Grandes Equipamentos (ZGE);
VII - Zona Educacional (ZE);
VIII - Zona Residencial (ZR);
IX - Zona de Verticalização Elevada (ZVE);
X - Zona de Verticalização Moderada (ZVM);
XI - Zona de Expansão Urbana (ZEU);
XII - Zona de Restrição à Ocupação (ZRO);
XIII - Zona Industrial (ZI);
XIV - Zona de Conjuntos Habitacionais (ZCH);
(...)
Art. 33. A Zona Rural é destinada a atividades econômicas não urbanas – agricultura,
pecuária, extrativismo, recreação, sistemas agroflorestais e congêneres.
§ 1. Na Zona Rural não são permitidos loteamentos urbanos.
§ 2. Estabelecimentos isolados que não constituem uso rural e que não são adequados a
áreas densamente povoadas como cemitérios, unidades de processamento de resíduos
sólidos, captação d’água para abastecimento público, dentre outros, serão permitidos em
área rural e sujeitos a disciplinamento e controle pela Prefeitura e pelo órgão ambiental
competente.
Art. 34. Fica estabelecida uma Zona de Proteção Ambiental Especial Rural (ZPEAR)
destinada à proteção do sistema de abastecimento d’água do Município.
Parágrafo único. O perímetro da ZPEAR está definido pelo setor do círculo com raio de
500 (quinhentos) metros, com centro na foz do riacho Tabocas, situado a Oeste do riacho
Tabocas, conforme o Mapa 2/3 anexo a esta Lei.
Art. 35. A Zona Rural inclui a Zona de Preservação do Sítio histórico da Vila da Manga,
sujeita ao estabelecido no Decreto Municipal Nº 367/2002.
As áreas definidas como expansão urbana em Floriano (ZEU 1 – Campo Velho, ZEU 2 – Tiberão e
ZEU 3 – Nossa Senhora da Guia) estão localizadas na região norte do município, nas proximidades da sede
municipal, não estando, então, inseridas na Área de Influência Direta do empreendimento, assim como, a
Zona de Preservação do Sítio histórico da Vila da Manga, localizada a leste da sede municipal, as margens
do rio Parnaíba. Dentro da Área de Influência Direta da implantação do empreendimento dos dois
municípios, os usos e ocupação do solo na região é basicamente rural.
• Estrutura fundiária
Tendo como análise os dados do IBGE/2017, se observa uma expressiva concentração de áreas
para estabelecimentos agrícolas em Floriano, onde haviam 98.485. hectares e 1.382 estabelecimentos, em
Itaueira haviam 78.112 hectares e 1.476 estabelecimentos. No Quadro 6.29 se observa que prevalece a
condição individual, seguida pela condição de condomínio.
Quanto a condição do produtor em relação às terras (Quadro 6.30), observa-se que a maioria dos
produtores da área de estudo se encontravam na condição de proprietários (71,27% em Floriano e 50,27%
em Itaueira). Em Floriano 12,88% como comodatário; em Itaueira 18,63% na situação de
concessionário/assentado e 12,06% como produtor sem área.
Quanto aos imóveis rurais, no que se refere à quantidade e área, estão registrados no Instituto
Nacional de Colonização e Reforma Agrária – INCRA (2021) cerca de 281 imóveis rurais, no qual estão
inseridos em uma área total de 275.868,89 hectares (Quadro 6.31).
FLORIANO ITAUEIRA
ÁREA
ESTABELECIMENTOS ÁREA TOTAL (ha) ESTABELECIMENTOS ÁREA TOTAL (ha)
< 100 ha 45 2.413,90 9 613,75
100 ha – 500 ha 103 26.709,00 24 5.418,05
> 500 ha 71 131.114,20 29 109.598,89
TOTAL 219 160.237,20 62 115.631,69
Quando pesquisados na base do Cadastro Ambiental Rural – CAR, registrou-se 219 propriedades
nos limites do município de Floriano, em que 52,05% foram classificadas como de médio e grande porte,
com mais de 04 módulos fiscais (< 300 ha), as quais em sua maioria são destinadas para a implantação da
empreendimentos de agropecuária. Em Itaueira foram registradas 62 propriedades, com 41,94%
classificadas como minifúndio a pequeno porte, de até 04 módulos fiscais (> 150 ha) (Quadro 6.32).
FLORIANO ITAUEIRA
MÓDULOS
CLASSIFICAÇÃO ÁREA TOTAL ÁREA TOTAL
FISCAIS ESTABELECIMENTOS ESTABELECIMENTOS
(ha) (ha)
Minifúndio > 01 28 946,44 5 236,95
Pequena 01 - 04 77 12.143,25 21 3.098,92
Média 04 - 16 76 40.126,34 17 10.500,64
Grande > 16 38 107.021,13 19 101.795,17
TOTAL - 219 160.237,16 62 115.631,69
1 INCRA. Projetos de Reforma Agrária Conforme Fases de Implementação. Disponível em: <https://www.gov.br/incra/pt-
br/assuntos/reforma-agraria/assentamentosgeral.pdf>. Acesso em agosto de 2021.
1.398.850,2028 ha, com capacidade para atender 34.406 famílias. Deste total, 30.643 famílias ocupam os
lotes disponíveis nos assentamentos, sendo jurisdicionados por duas instituições – o INCRA e o INTERPI.
O município de Floriano concentra 5 (cinco) projetos de assentamentos rurais, ocupando uma área
de 9.591,69 ha, o que corresponde à 2,81% da área total do município e, 87% das áreas regularizadas estão
ocupadas. No município de Itaueira estão assentadas 392 famílias, distribuídas em 8 (oito) assentamentos
que ocupam 7,29% (18.468,22 ha) da área total do município (Quadro 6.33).
ÁREA FAMÍLIAS
MUNICÍPIO PROJETO DE ASSENTAMENTO Nº DE FAMÍLIAS (CAPAC.)
(ha) ASSENTADAS
PA Sapé 1.054,33 20 19
PA Retiro 4.550,00 83 82
PE Jacú 51,40 16 12
Itaueira
PE Genipapeiro Coroatá 89,53 14 11
PE Caraíbas 408,05 5 4
Na AID do empreendimento não consta nenhum assentamento rural registrado no INCRA e/ou no
INTERPI (Mapa 6.13).
• Atividades agrossilvipastoris
Nos municípios da área de estudo haviam registrados 166.611 hectares referentes a áreas
agropecuárias, que correspondiam a 8.704 estabelecimentos, segundo o Censo Agropecuário 2017.
Quando observada o uso da terra (em hectares) pelos estabelecimentos agropecuários, nota-se que em
Floriano 51,98% nas áreas rurais eram utilizadas para cultivo com espécies florestais e também usada para
lavouras e pastoreio por animais (sistemas agroflorestais), seguido pelas áreas de pastagens (24,73%) e
matas ou florestas (22,90%) (Quadro 6.34).
Já em Itaueira haviam registrados 72.887 hectares referentes a áreas agropecuárias, que
correspondiam a 3.753 estabelecimentos, onde 34,04% das áreas eram constituídas por matas ou florestas,
26,45% para cultivo com espécies florestais e também usada para lavouras e pastoreio por animais, e
24,04% usadas para pastagem. Percebe-se que o desenvolvimento de sistemas agroflorestais se apresenta
como uma alternativa capaz de atender as perspectivas de uma agricultura multifuncional das famílias da
região.
Quadro 6.34. Distribuição das áreas e estabelecimentos para utilização agropecuária
FLORIANO ITAUEIRA
UTILIZAÇÃO DAS TERRAS
ÁREA (ha) ESTABELECIMENTOS ÁREA (ha) ESTABELECIMENTOS
Lavouras
Permanentes 820 122 276 169
Temporárias 3.663 1.232 10.945 1.232
Área para cultivo de flores - 5 - -
Pastagens
Naturais 15.334 819 12.033 748
Plantadas em boas condições 2.746 604 5.525 324
Plantadas em más condições 4.087 453 - 140
Matas ou Florestas
Naturais 10.446 390 21.647 307
Naturais destinadas à preservação
10.088 466 3.167 325
permanente ou reserva legal
Florestas plantadas - 2 - 2
Sistemas Agroflorestais
Área cultivada com espécies florestais
também usada para lavouras e pastoreio 46.555 754 19.279 610
por animais
Fonte: IBGE/Censo Agropecuário, 2017.
FLORIANO ITAUEIRA
Lavoura Permanente
Laranja 2 16 14.000,00 - - -
Lavoura Temporária
Amendoim - - - 10 12 34.000,00
Tomate 5 56 98.000,00 - - -
A pecuária, por sua vez, é praticada pelo sistema extensivo, destacando-se na criação de
galináceos, com 183.913 cabeças em Floriano e em Itaueira 42.745 cabeças. Uma boa parte da criação
bovina, é responsável pela produção de leite, correspondendo a um valor de R$ 1.824.000,00 em Floriano
e R$ 934.000,00 em Itaueira (Quadro 6.36).
Quadro 6.36. Efetivos dos animais criados e os produtos da pecuária nos municípios da AI – 2019
Produtos Animal
QUANT. VALOR DA QUANT. VALOR DA
DISCRIMINAÇÃO
PRODUZIDA PRODUÇÃO (R$) PRODUZIDA PRODUÇÃO (R$)
Leite (litro) 811.000 1.824.000,00 374.000 934.000,00
Além dos efetivos de animais citados, a piscicultura tem despontado como excelente alternativa de
diversificação de renda em Floriano, com a criação das espécies tambacu, tambatinga e tambaqui. Para a
atividade de extrativismo, o pó da carnaúba se destaca em ambos os municípios, com produção de 339
toneladas, representando 92,45% de todo o valor de produção em Floriano e 67,78% em Itaueira (Quadro
6.37).
Quadro 6.37. Atividades extrativistas realizadas nos municípios da AI - 2019
FLORIANO ITAUEIRA
EXTRATIVISMO QUANT. VALOR DA PRODUÇÃO QUANT. VALOR DA
PRODUZIDA (ton.) (R$) PRODUZIDA (ton.) PRODUÇÃO (R$)
Aromáticos, medicinais,
- - 2 3.000,00
tóxicos e corantes
Carnaúba (pó) 309 3.549.000,00 30 345.000,00
Eucalipto - - 507 -
Floriano historicamente vem se consolidando como polo de referência na oferta de serviços, desde
as primeiras formas de comércio na cidade, nesse sentido a produção do pó da carnaúba, trouxe uma grande
influência também para a produção do espaço urbano da cidade e continua sendo um dos fatores destaques
na economia piauiense.
FLORIANO ITAUEIRA
ATIVIDADES ECONÔMICAS
(X 1.000) R$ % (X 1.000) R$ %
Segundo dados do IBGE, em 2019, o salário médio mensal em Floriano era de 1,7 salários mínimos
e a proporção de pessoas ocupadas em relação à população total era de 20,97%. Enquanto que em Itaueira
o salário mínimo era de 1,6, a proporção de pessoas ocupadas em relação à população total era de 5,81%.
2Produto Interno Bruto (PIB): Total dos bens e serviços produzidos pelas unidades produtoras residentes sendo, portanto, a soma
dos valores adicionados pelos diversos setores acrescidos dos impostos, líquidos de subsídios, sobre produtos não incluídos na
valoração da produção. Por outro lado, o produto interno bruto é igual à soma dos consumos finais de bens e serviços valorados
a preço de mercado sendo, também, igual à soma das rendas primárias (IBGE, 2004).
Considerando os dados do último censo (2010), domicílios com rendimentos mensais de até meio salário
mínimo por pessoa, correspondiam a 17,50% em Itaueira e, 5,44% em Floriano.
Com relação ao mercado de trabalho, os municípios da área de estudo concentravam os empregos
formais, em 2019, principalmente nos serviços, na Administração Pública e no comércio. Analisando os
municípios, Itaueira concentra mais de 96% de seus empregos nos serviços, comércio e administração
pública, tendo a agropecuária certa importância (3,87%). Já o município de Floriano tem, também, os
serviços e na administração pública como o principal setor empregador, representando algo em torno de
87% dos empregos, seguida pela indústria com 9,91%, a construção com 1,47% e a agropecuária com
0,71% administração pública. A Figura 6.38 abaixo demonstra estas informações:
FLORIANO ITAUEIRA
SETOR DA ECONOMIA
MASC. FEM. TOTAL MASC. FEM. TOTAL
Agropecuária 63 10 73 15 4 19
FLORIANO ITAUEIRA
SETOR DA ECONOMIA
MASC. FEM. MÉDIA MASC. FEM. MÉDIA
Quanto à faixa etária, os munícipes de Floriano com idades entre 30 e 39 anos são os que ocupam
a maior parte das vagas formais de emprego com aproximadamente 33,86%; seguido pela faixa entre 40 e
49 anos, considerada a mais ativa, e responsável por 21,14% das vagas de postos de trabalho. Em Itaueira,
a faixa que ocupa maior parcela das vagas de emprego formal com 32,38% é a entre 40 e 49 anos, logo
depois a de 30 e 39 anos com 25,46% das vagas (Quadro 6.41).
FLORIANO ITAUEIRA
FAIXA ETÁRIA
VR. ABS. % VR. ABS. %
Sobre a escolaridade dos empregados formais nos municípios da área de estudo, encontrou-se que
dos 10.726 empregos registrados pelo Ministério do Trabalho em 2019, 52,45% eram ocupados por
profissionais com ensino médio, na segunda posição estavam os munícipes com nível superior completo,
ocupantes de 21,37% das vagas (Quadro 6.42).
FLORIANO ITAUEIRA
ESCOLARIDADE
VR. ABS. % VR. ABS. %
Agropecuária 32 3
Indústria 401 20
Construção 256 7
Serviços 1.811 74
A B
Em Floriano podemos encontrar quatro instituições financeiras (Banco do Brasil, Caixa Econômica,
Banco do Nordeste e Bradesco), e em Itaueira apenas uma instituição financeira (Banco do Brasil). Além
dessas, os municípios dispõem de um banco postal que é acessado através dos Correios e Lotérica (Foto
6.21).
A B
a) Educação
De acordo com os dados do no Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio
Teixeira (INEP), em 2020, Floriano possui 93 escolas em todo o município e, em 2020, foram efetuadas
16.536 matrículas (em todos os níveis educacionais). Como pode ser observado, há duas escolas de nível
federal, no ensino médio/profissional técnico/profissional técnico integrado ao ensino médio: trata-se do
Colégio Técnico de Floriano (UFPI) e do Instituto Técnico Federal – Campus Floriano, localizados no bairro
Meladão. No município de Itaueira tem-se um total de 57 instituições de ensino, onde foram matriculados
2.312 alunos, conforme apresentado no Quadro 6.44.
FLORIANO ITAUEIRA
MUNICIPAL
MUNICIPAL
ESTADUAL
ESTADUAL
FEDERAL
FEDERAL
PRIVADA
PRIVADA
ESTABELECIMENTOS DE ENSINO
FLORIANO ITAUEIRA
MUNICIPAL
MUNICIPAL
ESTADUAL
ESTADUAL
FEDERAL
FEDERAL
PRIVADA
PRIVADA
ESTABELECIMENTOS DE ENSINO
Creche - - 11 - - - 1 -
Pré-Escola - - 34 12 - - - -
A B
No município de Floriano o corpo docente é integrado por 1.048 professores e Itaueira 219
profissionais, sendo que a maioria está lotado na rede municipal de ensino (Quadro 6.45). Esclarecendo
que o mesmo professor pode exercer a função de docente em mais de uma escola ou em mais de um nível
de ensino (INEP, 2020).
Quadro 6.45. Número de docentes no ano de 2020
FLORIANO ITAUEIRA
MUNICIPAL
MUNICIPAL
ESTADUAL
ESTADUAL
FEDERAL
FEDERAL
PRIVADA
PRIVADA
ESTABELECIMENTOS DE ENSINO
Creche - 48 22 - - 10 1
Ensino Infantil
Pré-escola - 10 65 54 - - 23 7
No ano de 2020 havia nos municípios da área em estudo, 111 escolas, sendo 72 na zona urbana e
39 na zona rural. Nota que a rede pública é responsável pela maior parte do atendimento da demanda por
educação nos municípios em estudo (Quadro 6.46).
FLORIANO ITAUEIRA
MUNICIPAL
MUNICIPAL
ESTADUAL
ESTADUAL
FEDERAL
FEDERAL
PRIVADA
PRIVADA
ESTABELECIMENTOS DE ENSINO
Ensino Infantil - - 34 15 - 24 2
Ensino Fundamental - 4 45 18 - 1 26 2
Ensino Médio 2 5 5 - 1 - -
Educação Profissional 2 2 - 2 - 1 - -
TOTAL DE ESCOLAS 2 10 49 20 - 1 27 2
b) Saúde
Os municípios Floriano e Itaueira fazem parte da X Coordenação Regional de Saúde de Floriano e
compõe o Território do Vale dos Rios Piauí e Itaueira, cuja distância entre os dois municípios é de cerca de
100,0km, sendo Floriano referência em termos de infraestrutura de saúde para o centro-sul do estado do
Piauí e parte do Maranhão, no que diz respeito a estrutura, equipamentos e atendimentos especializados
(Foto 6.23). Assim, quando necessário, a população da região é encaminhada para a capital, Teresina.
A B
Legenda: A – Hospital Regional Tibério Nunes, Floriano; B – Hospital Municipal Daniel C, Andrade, Itaueira.
Fonte: WMetria, 2022.
A partir dos dados do Cadastro Nacional dos Estabelecimentos de Saúde do Brasil (CNES, 2021),
do Ministério da Saúde/DATASUS, foi possível analisar a situação dos municípios em relação ao tipo e ao
número de estabelecimentos de saúde. Floriano possui, atualmente, 148 estabelecimentos prestadores de
serviços de saúde, sendo 38 públicos, 109 privados e um (1) sem fins lucrativos, enquanto que em Itaueira
há 17 unidades públicas. O CNES demonstra que 102 desses estabelecimentos possuem contratos firmados
com o Sistema Único de Saúde (SUS) (Quadro 6.47).
Hospital Especializado 2 -
Hospital Geral 2 1
Clínica/Centro de Especialidade 38 -
Consultório Isolado 2 -
O quadro de profissionais que prestam serviços através do SUS aos municípios integram 1.281
funcionários em Floriano e 131 em Itaueira, distribuídos entre médicos, dentistas, enfermeiros, agentes
comunitários ou de combate às endemias, além de auxiliares, técnicos e outros profissionais da saúde de
nível superior e nível médio (Quadro 6.48). No atendimento à saúde bucal, preventiva e restauradora, os
municípios oferecem atendimentos através das Unidades Básicas de Saúde – UBSs (CNES/DATASUS,
2021).
Quadro 6.48. Profissionais da saúde ligados ao SUS
Atendente de Enfermagem 5 -
Auxiliar de Enfermagem 57 10
Biólogo 1 -
Biomédico 3 -
Cirurgião dentista 39 6
Enfermeiro 192 17
Farmacêutico 30 2
Fisioterapeuta Geral 71 10
Fonoaudiólogo 8 -
Médico Anatomopatologista 1 -
Médico Anestesiologista 3 1
Médico Cardiologista 4 -
Médico Clinico 34 3
Médico da ESF 21 4
Médico Dermatologista - 1
Médico Gastroenterologista 1 -
Médico Neurocirurgião 2 -
Médico Neurologista 3 -
Médico Oftalmologista 3 -
Médico Otorrinolaringologista 2 -
Médico Pediatra 10 -
Médico Psiquiatra 3 -
Médico Residente 1 -
Médico Veterinário 1 1
Nutricionista 15 1
Pedagogo 3 -
Psicanalista 1 -
Psicólogo Clinico 18 1
Psicólogo Hospitalar 4 -
Psicopedagogo 2 -
Técnico de Enfermagem 332 9
Tecnólogo em Radiologia 12 -
Terapeuta Ocupacional 1 -
Visitador Sanitário 47 2
habitantes3, atendendo o valor preconizado pela Organização Mundial de Saúde (OMS) que é de 3 a 5
leitos/mil habitantes. Floriano é o que apresenta melhor oferta, com 4,4 leitos/mil habitantes e Itaueira com
2,4. A média de leitos no Estado é de 2,4 leitos/mil habitantes (Quadro 6.49).
A B
Legenda: A – Via de acesso ao centro comercial de Floriano; B – Via de acesso ao centro comercial de Itaueira.
Fonte: WMetria, 2022.
d) Rodovias
De acordo com o Departamento de Estradas de Rodagem do Piauí (DER), os municípios da área
de estudo – Floriano e Itaueira – estão ligados aos principais pontos do estado e do país por meio de uma
rede de rodovias que inclui a BR-343 (Norte e Sudoeste), a BR-230 (Leste e Oeste) e a PI-140 (Sul):
− BR-343 – Liga o município de Floriano, a partir do bairro Cancela, ao norte do Estado no encontro
com a BR-230 (Rodovia Transamazônica) e a sudoeste com o município de Jerumenha;
− BR-230 (Rodovia Transamazônica) – Tem como origem o trevo de acesso à cidade Floriano junto
à BR-343 fazendo ligação à oeste com Barão de Grajaú-MA e a leste outros 6 municípios piauienses
até Fronteiras-PI.
− PI-140 (Sul) - Tem origem no entroncamento com as rodovias BR-230 e BR-343 nos limites ao sul
da área urbana de Floriano estende-se até o município Itaueira, ligando-o a Dirceu Arcoverde, na
região sudeste do Estado.
O sistema viário urbano das sedes municipais, não apresentam na maior parte do município,
superfícies e espaços destinados às diferentes categorias de tráfego. A pavimentação asfáltica existe em
grande parte da sede, entretanto, é concentrada na região central. Nas outras zonas das cidades existem
ruas pavimentadas com pedra tosca e paralelepípedo e, porem em sua grande maioria não apresentam
qualquer tipo de estrutura de pavimentação, ocasionando problemas a população, principalmente no período
chuvoso.
e) Aeroporto
Em Floriano há o aeroporto regional Cangapara, com capacidade para receber aeronaves de médio
a grande porte. A pista possui um pátio para estacionamento das aeronaves com capacidade para três
aviões de grande porte, além de pista para o taxiamento de aeronaves, biruta, cerca de proteção e
balizamento e iluminação noturna. A operação se dá por meio de solicitação de piloto via rádio. Fica
localizado cerca de 60 km da área do empreendimento.
f) Transporte
Quanto aos transportes, as motocicletas são o principal meio utilizado em Floriano e Itaueira,
representando 50,59% e 58,15% do total da frota de veículos, respectivamente, enquanto que o automóvel
aparece em segundo lugar com 25,22% em Floriano e do total (IBGE, 2020). Depois está a motoneta e a
caminhonete, conforme Quadro 6.50.
FLORIANO ITAUEIRA
TIPO DE VEÍCULO
ABS. % ABS. %
Além de meio transporte, as motocicletas e motonetas são utilizadas como fonte de renda para um
grande número de pessoas da área de estudo. Os mototáxis realizam o transporte de pessoas e mercadorias
dentro das sedes dos municípios e comunidades rurais. O transporte intermunicipal de pessoas é feito por
ônibus e vans disponíveis nas rodoviárias dos municípios.
Ao mesmo tempo em que há um crescente aumento de veículos, dá-se a necessidade de postos
de combustível (Foto 6.25), oficinas mecânicas, lojas de peças para caminhões, fabricantes e vendedores
de pneus, e metalúrgicas para atender a demanda de aumento da frota. Atualmente, os municípios dispõem
de uma boa estrutura para prestação de serviços automotivos:
A B
Quadro 6.51. Características dos domicílios dos municípios da área de estudo – 2010
FLORIANO ITAUEIRA
CONDIÇÕES DOMICILIAR
ABS. % ABS. %
Domicílios ocupados 16.113 100,00 3.097 100,00
Domicílios urbanos 14.018 87,00 1.776 57,35
Domicílios rurais 2.095 13,00 1.321 42,65
Domicílios com água encanada 13.765 85,43 1.825 58,93
Domicílios com banheiro e esgotamento sanitário 1.180 7,32 15 0,48
Domicílios com coleta de lixo 13.114 81,39 1.701 54,92
Domicílios com energia elétrica 15.312 95,03 2.709 87,47
Fonte: IBGE, 2010.
Em relação ao esgotamento sanitário, é possível observar uma carência nos dois municípios:
Floriano possui apenas 7,32% das residências ligadas à rede em operação e Itaueira somente 0,48%. Já
na coleta de lixo, Floriano tem a maior taxa de coleta de resíduos sólidos (81,39%) e Itaueira a menor
(54,92%).
A rede elétrica de Floriano e Itaueira é fornecida pela Companhia Hidrelétrica do São Francisco
(CHESF), através das Subestações Floriano, Itaueira e Canto do Buriti, e distribuída pela Equatorial Energia
Piauí. A companhia é responsável por cem por cento do fornecimento de energia dos municípios que tem
distribuição de rede elétrica tanto na sede quanto na zona rural. Diante dos números do Quadro 6.51, com
base em dados do IBGE, vê-se que o número de domicílios ligados à rede de energia elétrica foi maior que
96% em relação ao total de domicílios ocupados.
h) Telecomunicação
Segundo dados do último Censo do IBGE 2010, a televisão era o meio de comunicação mais
utilizado nos domicílios da área de estudo, os canais de TV abertos (Globo, SBT, Band, Record, TV Cultura
e RedeTV). Pacotes de canais contratados são também facilmente disponíveis nas sedes municipais
(Figura 6.39).
Figura 6.39. Domicílios que havia algum tipo de meio de comunicação em 2010
Outro meio de comunicação bastante popular e tradicional são as conhecidas rádios (AM e FM).
Esse tipo de veículo de comunicação é o principal meio de divulgação das notícias locais e de comunicação
política. Além disso, é um forte veículo de publicidade comercial e principalmente para a divulgação das
festas e eventos religiosos, comuns na região. Juntamente com as rádios, um veículo publicitário e noticiador
da região são os jornais Floriano News, Voz de Floriano e Perfil, além dos sites das prefeituras de Floriano
e Itaueira.
O telefone fixo convencional estava presente em 27,95% e 12,30% dos domicílios de Floriano e
Itaueira, respectivamente. Por outro lado, a parcela das residências em que haviam aparelho celular
alcançou 77,96% em Floriano e 37,58% em Itaueira. O sinal de celular das principais operadoras do país
(Claro, Oi, Tim e Vivo/Telefônica) e a rede 2G/3G/4G de internet está disponível nas sedes e na maior parte
das comunidades rurais.
Foto 6.26. Polícia Rodoviária Federal na BR-343/230,
i) Segurança pública Floriano
• Polícia Civil
A Polícia Civil de Floriano, promove e desenvolve investigação criminal, serviços administrativos e
fiscalização e controle. O município dispõe da Delegacia Regional da Polícia Civil, da Delegacia da Mulher
e dos 1º e 2º Distritos de Floriano, todos funcionam no mesmo prédio e realizam os procedimentos cabíveis
como a realização de boletins de ocorrência e dentre outros, no bairro Centro. Em Itaueira há uma Delegacia
de Polícia Civil, localizada no bairro Centro.
• Polícia Militar
A Polícia Militar é responsável pela segurança da população e por impedir que crimes ocorram,
fazendo o policiamento ostensivo e buscando garantir a paz e a tranquilidade das pessoas. Segundo dados
do site da Policia Militar do Piauí, a instituição conta com um efetivo de mais de 6 mil profissionais lotados
em 26 Batalhões e 8 Companhias Independentes em Teresina e em municípios do interior do Estado.
Desenvolve diversas ações socioeducativas em comunidades e escolas, como o Programa Educacional de
Resistência às Drogas e à Violência (PROERD) e o Pelotão Mirim.
Em Floriano o policiamento militar é fornecido pelo 3º Batalhão da Polícia Militar, localizado do bairro
Caixa d’Água, com aproximadamente 201 efetivos. Já a 3ª Companhia do 3º BPM atua no município de
Itaueira e conta com cerca de cinco efetivos.
• Corpo de Bombeiros
No estado do Piauí os bombeiros, além de suas atividades tradicionais de prevenção e combate a
incêndios, também possuem outras atribuições como de execução de atividades de defesa civil, busca,
salvamento e socorros públicos. A cidade de Floriano conta com uma Companhia Destacada do Corpo de
Bombeiros Militar, localizada no bairro Pedro Simplício.
• Defesa Civil
A Coordenadoria Municipal de Defesa Civil de Floriano foi criada em 2009, composta por
representantes das Secretarias Municipais e dos órgãos da Administração Pública Municipal, Estadual e
Federal sediados no município, e da sociedade civil organizada.
A Defesa Civil age preventivamente aos riscos e calamidades, no socorro, de forma assistencial e
recuperativa, realizando monitoramentos e, também, com o treinamento e projetos educacionais junto à
população e entidades.
• Criminalidade
Segundo dados do Atlas da Violência 2021, elaborado pelo Instituto de Pesquisa Econômica
Aplicada (Ipea), verificou-se que o número de mortes violentas no município de Floriano teve uma redução
de 5% entre 2018 e 2019, enquanto que em Itaueira esse índice aumentou para 50%.
O Quadro 6.52 mostra que a diminuição das taxas de mortes no município de Floriano aconteceu,
especialmente, em decorrência da redução de mortes por violência no trânsito. No entanto, percebe -se um
crescimento expressivo dos registros de mortes violentas por suicídio e/ou violência no trânsito em Itaueira,
que que tiveram incremento de 200% e 50% de 2018 para 2019, respectivamente.
Quadro 6.52. Tipo de mortes violentas nos municípios da área de estudo – 2018 e 2019
FLORIANO ITAUEIRA
TIPO
2018 2019 % 2018 2019 %
Homicídios 15 15 0 1 0 100
TOTAL 42 40 5 4 6 50
• Condições de Saúde
As condições de saúde da população são estudadas por meio de indicadores de morbidade
(sintomas, doenças e deficiências), de mortalidade e bem-estar (qualidade de vida). A partir dessas
dimensões de análise, foram elaborados painéis para a avaliação das condições de vida e saúde na
população da área em estudo.
a) Morbidade e Mortalidade
Para uma maior aproximação dos agravos que acometem uma dada população deve-se conhecer
as principais causas das internações hospitalares, como também as causas de mortalidade. Segundo o
Ministério da Saúde/DataSUS (2021), as doenças do aparelho circulatório, principalmente infarto e a
hipertensão são as maiores responsáveis pelas mortes no país. Em segundo lugar vem o câncer e, em
terceiro as causas externas, tais como as decorrentes de acidentes de trânsito, homicídios, suicídios, quedas
e afogamentos, sendo que estas afetam mais a população masculina.
Observa-se no que no Quadro 6.53 entre as principais causas de internações, no período de 2019-
2021, nos municípios da área de estudo estão relacionadas à gravidez, parto e puerpério, algumas doenças
infecciosas e parasitárias, e lesões, envenenamento e alguma outra consequência de causas externas. Já
as principais causas de óbitos foram por algumas doenças infecciosas e parasitárias, doenças de aparelhos
respiratório e circulatório. Pode-se concluir que o número maior de internação e óbitos, em 2020 e 2021,
provenientes de doença infecciosas ou parasitárias estão associadas à pandemia causada pelo vírus da
SARS-CoV-2.
FLORIANO ITAUEIRA
2021* 2020 2019 2021* 2020 2019
INTERNAÇÃO
INTERNAÇÃO
INTERNAÇÃO
INTERNAÇÃO
INTERNAÇÃO
INTERNAÇÃO
CAUSAS
ÓBITOS
ÓBITOS
ÓBITOS
ÓBITOS
ÓBITOS
ÓBITOS
Algumas doenças infecciosas e parasitárias 429 56 647 42 530 22 143 - 52 4 60 1
TOTAL 1.658 108 3.838 201 4.319 210 355 4 585 19 745 22
* Os dados referentes a 2021, são de janeiro a julho
Fonte: DATASUS, 2021.
b) Qualidade de vida
Há muito tempo estabeleceu-se a prática de avaliar o bem-estar de uma população e,
consequentemente, de classificar os países ou regiões pelo tamanho de seu PIB per capita. Entretanto, o
progresso humano e a evolução das condições de vida das pessoas não podem ser medidos apenas por
sua dimensão econômica. Por isso, existe uma busca constante por medidas socioeconômicas mais
abrangentes, que incluam também outras dimensões fundamentais da vida e da condição humana.
O Índice de Desenvolvimento Humano (IDH)4 é a síntese de três indicadores, sempre relativa aos
números de dois anos antes: renda, longevidade (ou saúde) e educação. É uma maneira padronizada de
avaliação e medida do bem-estar de uma população, especialmente das crianças e adolescentes.
Como pode ser observado na Figura 6.40, os municípios da área de estudo estão enquadrados na
categoria de “baixo” (IDH de 0,500 a 0,599) a “alto” desenvolvimento humano (IDH entre 0,700 e 0,799). No
período de 1991-2010, o Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM) desses municípios cresceu
entre 60,55%, em Floriano a 89,9%, em Itaueira.
4 O Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) é uma medida comparativa do Produto Interno Bruto (PIB) per capita, alfabetização
e taxa de matrícula e, a esperança de vida ao nascer. Varia de 0 (nenhum desenvolvimento) a 1 (desenvolvimento total) e foi
criado pelo economista paquinês Mahbub ul Haq, em 1990, e vem sendo usado desde 1993 pelo Programa da Nações Unidas
para o Desenvolvimento (PNUD). Países (estado ou município) com IDH de 0 a 0,499 são considerados de desenvolvimento
humano “muito baixo”; com índices entre 0,500 a 0,599 são “baixo”; de 0,600 a 0,699 são “médio”; entre 0,700 e 0,799 são
considerados de desenvolvimento humano “alto”; e com índices maiores que 0,800 são considerados de desenvolvimento
humano “muito alto”.
A dimensão que mais contribui para este crescimento, no período de 2000-2010, foi à educação,
especialmente em Itaueira (90,08%) e em Floriano aumentou 55,15%. O município de Floriano obteve os
menores índices de crescimento na renda (12,48%) e, Itaueira na expectativa de vida ao nascer (8,02%).
Isso significa que não houve melhoria equivalente ao bem-estar social da população (Figura 6.41).
A evolução da desigualdade de renda entre os anos 1991 a 2010 pode ser descrita através do Índice
de Gini, que é um instrumento usado para medir o grau de concentração de renda. Ele varia de 0 a 1, quanto
mais próximo de zero mais próximo se está de uma situação de total igualdade e, quanto mais próximo de
1, significa completa desigualdade.
Com base na Figura 6.42, nos municípios da área de estudo houve uma redução na desigualdade
de renda no período de 2000-2010. Em Floriano, passou de 0,6215 em 1991 para 0,604 em 2000, e para
0,5579 em 2010, já em Itaueira, em 1991 era de 0,5341, passou para 0,6342 em 2000, e para 0,5563 em
2010. Contudo, em ambos os municípios os níveis de desigualdade ainda são bastante significativos
(DATASUS, 2021).
Quadro 6.54. Evolução de casos de notificações de alguns agravos compulsórios – 2015, 2017, 2019 e 2020
2015 6 52 1 8 1 11
2017 8 67 5 5 2 15
Floriano
2019 5 38 1 7 1 18
2020 6 28 - 3 - 14
2015 - 7 - - - 4
2017 - 2 - - - 3
Itaueira
2019 - 4 - 2 - -
2020 - 2 1 - - 1
Com a descentralização das ações de controle da doença, a capacitação das equipes da Estratégia
de Saúde da Família (ESF) e a busca ativa de novos casos, tratamento adequado, prevenção de
incapacidade, reabilitação e controle de contatos, é possível observar uma leve redução de casos entre
2019 e 2020.
Quanto a contaminação ocasionada pelo coronavírus, também denominado COVID-19, teve início
na China no final de 2019 e, até o fechamento deste estudo, em janeiro de 2022, já havia ocasionado mais
de 621 mil óbitos no Brasil, mais de 7 mil no Piauí, 174 em Floriano e 26 em Itaueira (BRASIL.IO, 2022).
• Comunidades Indígenas
Com a Lei Federal Nº 7.294, de 10 de dezembro de 2019, que estabelece a Política de
Regularização Fundiária e prevê a doação de terras públicas aos povos e comunidades tradicionais do
Estado, e o estado do Piauí, por meio da Lei Nº 7.389/2020, reconhece formal e expressamente a existência
dos povos indígenas nos limites territoriais do Piauí, garantindo ao Estado a obrigação e os meios de realizar
a demarcação.
“As terras públicas e devolutas utilizadas coletivamente por comunidades indígenas
serão objeto de regularização fundiária para as respectivas comunidades, em caráter
de propriedade coletiva e irrevogável, sem prejuízo da demarcação dos seus
territórios, pelas instituições competentes nos terrenos da legislação federal” (Art. 6º
da Lei Nº 7.389/2020).
• Comunidades Quilombolas
Conforme a Fundação Cultural Palmares (FCP)5 e da ação de reconhecimento, demarcação e
titulação de áreas de remanescentes de quilombos, que faz parte do Programa Brasil Quilombola – Serviços
de Regularização de Territórios Quilombolas6 há 91 comunidades remanescentes de quilombos (CRQs),
conforme dados publicados no Diário Oficial da União (DOU) de 15/06/2021. Nos municípios de Itaueira e
Floriano não há comunidades remanescentes quilombolas certificados.
“Art. 1º Constitui o patrimônio histórico e artístico nacional o conjunto dos bens móveis
e imóveis existentes no país e cuja conservação seja de interesse público, quer por
sua vinculação a fatos memoráveis da história do Brasil, quer por seu excepcional valor
arqueológico ou etnográfico, bibliográfico ou artístico”.
O patrimônio cultural material protegido pelo IPHAN é composto por um conjunto de bens culturais
classificados conforme os quatro Livros do Tombo – Arqueológico, paisagístico e etnográfico; histórico; belas
artes; e artes aplicadas. Esse patrimônio material pode ser formado tanto por bens imóveis – como núcleos
urbanos, edificações, sítios arqueológicos – e bens móveis – coleções arqueológicas, acervos
museológicos, documentais, bibliográficos, fotográficos etc.
Já o patrimônio cultural imaterial está relacionado aos saberes, às habilidades e práticas, às crenças
e ao modo de ser e fazer. Alguns desses bens são: manifestações literárias, musicais, cênicas; rituais e
festas religiosas ou não; modos de fazer, comidas típicas, entre outras. Esse último passou a ser
devidamente reconhecido e preservado a partir do recente Decreto IPHAN Nº 3.551, de 4 de agosto de
2000, que institui o Registro de Bens Culturais de Natureza Imaterial que constituem o patrimônio Brasileiro.
Esse registro acontece por meio de 4 (quatro) Livros do tombo, quais sejam:
• Livro de Registro dos Saberes (inscritos conhecimentos e modos de fazer enraizados no cotidiano
da comunidade);
• Livro de Registro das Celebrações (onde se inscrevem rituais e festas que marcam a vivência
coletiva do trabalho, religiosidade e outras práticas da vida social);
• Livro de Registro das Formas de Expressão (onde serão inscritas manifestações literárias, musicais,
plásticas, cênicas e lúdicas); e
• Livro de Registro dos Lugares (mercados, feiras, santuários, praças e outros espaços onde se
concentram e reproduzem práticas culturais coletivas).
Na Área de Influência Indireta (AII) foram identificados 62 bens tombados em Floriano, sendo 1 (um)
a nível federal e 61 municipais e 1 (um) sítio histórico no município de Itaueira, conforme descrito abaixo.
Em consulta ao Sistema CNSA (Cadastro Nacional de Sítios Arqueológicos) do IPHAN 7, não foram
identificados sítios arqueológicos na Área Diretamente Afetada (ADA) do Empreendimento e nem na Área
de Influência Direta (AID).
• Município de Floriano
a) Patrimônio Material
Conforme a lista de Bens do Patrimônio Cultural Material (atualizado em 13/05/2021) identificada
no site do IPHAN.GOV, no município em questão consta 1 (um) bem tombado. Trata-se do “Estabelecimento
das Fazendas Nacionais do Piauí: Estabelecimento Rural São Pedro de Alcântara, no município de
Floriano”, tomado em 2008 na categoria edificação (Quadro 6.55).
CONTROLE DA CLASSIFICAÇÃO
ESTÁGIO DA
TRAMITAÇÃO / (RELACIONADA À ANO DE
NOME ATRIBUTO INSTRUÇÃO
LOCALIZAÇÃO DO FORMA DE ABERTURA
(PORTARIA Nº 11/86)
PROCESSO PROTEÇÃO)
Estabelecimento das Fazendas
Nacionais do Piauí:
SUPERINT Edificação Estabelecimento Rural São Pedro 2.008 Tombado
de Alcântara, no município de
Floriano
Além dessa edificação, seguem ainda, aquelas tombadas em nível Municipal, conforme Anexo III
da Lei Nº 416/2007 (Quadro 6.56).
TIPO DE
DESCRIÇÃO DO IMÓVEL ENDEREÇO
EDIFÍCIO
Consultório Dra. Sérgia Beatriz/Clínica de
Praça Dr. Sebastião Martins, 371 Comercial
Gastroenterologia e Pneumologia
Edifício Comercial Armazém São Francisco/Comercial
Av. Esmaragdo de freitas, S/N Comercial
Edmundo Gonçalves de Oliveira
Museu da Família Castro Av. Eurípedes Aguiar, 440 Institucional
Laboratório São Judas Tadeu Av. Eurípedes Aguiar, 350 Comercial
Antiga Residência Sr. Pedro Gaudêncio de Castro/Nagib
Av. Eurípedes Aguiar, S/N Comercial
Demes
Maçonaria Av. Eurípedes Aguiar, 298 Institucional
Igreja Nossa Senhora das Graças/Ibiapaba Rua Coelho Rodrigues- Bairro Ibiapaba Religioso
Grupo Escolar Agrônomo Parentes Rua Bento Leão, S/N Institucional
Edifício Kalume Esquina Rua Fernando Marques com Rua São Pedro Comercial
Igreja São João Batista Morro da Cruz-Bairro Sambaíba Religioso
Antiga Residência Sr. Emídio Gabriel Rua Emídio Gabriel, 505 Residencial
Antiga Residência Sr. José Guimarães/Antigo Bar
Av. Esmaragdo de Freitas, S/N Comercial
Bigodão
Biblioteca Pública Municipal/Antiga Residência Sra.
Rua Defala Attem, S/N Institucional
Emília Martins
Residência Sr. Oaci Alves Pereira da Rocha Av. Eurípedes Aguiar, 495 Residencial
Residência Sr. João Clímaco da Silva Av. Eurípedes Aguiar, 525 Residencial
Residência Paroquial/Antiga Residência Pe. Pedro
Rua Raimundo Castro, 598 Institucional
Oliveira
Antiga Residência Sr. João Mendes Rua Fernando Marques, 880 Residencial
Floriano Club Rua São Pedro, S/N Comercial
Antiga Residência Sr. Chico Pereira Av. Eurípedes Aguiar, 501 Residencial
Residência Sr. Manoel Almeida Rua São João, 734 Residencial
Residência Sr. José Bem (Resid. Profa. Maria Miranda) Praça do Cruzeiro, 705 Residencial
Residência Sra.Conceição Leão Rua Emídio Gabriel, 494 Residencial
Casa Vítor Praça Dr. Sebastião Martins, 307 Comercial
Residência Sr. Davi Mazuad Rua Alfredo Estrela, 336 Residencial
Residência Rua Hermano Brandão, 768 Residencial
Residência Sr. Sátiro Ferraz Rua Pe. Uchôa, 450 Residencial
Rua Emídio Gabriel, 538 Residencial
Residência Sr. Sebastião Ribeiro Rua São João, 753 Residencial
Antiga Residência Sr. Demerval Neiva Rua São João, 811 Residencial
YES-Curso de Inglês/Antiga Residência Sr. Afonso
Av. Eurípedes Aguiar, 632 Comercial
Carvalho
Fazendas Reunidas Raimundo Castro Rua Defala Attem, 438 Comercial
Escritório de Contabilidade Deusdete Pereira Av. Eurípedes Aguiar, 485. Comercial
TIPO DE
DESCRIÇÃO DO IMÓVEL ENDEREÇO
EDIFÍCIO
Antiga Residência Sr. Né Camarço/Atual Residência Sr.
Rua João Luiz Ferreira, 268A Residencial
Conegundes Oliveira
Antiga Residência Sr. Amílcar Sobral Rua Bento Leão, 220 Residencial
Residência Mariquinha Carnib Rua São João, 520 Residencial
Antiga Residência Sr.Almério Rua Pe. Uchôa, 496 Residencial
Antiga Residência Sr. Milad Kalume Praça Cel. Borges, 18 Residencial
Antiga Padaria do Sr. Gabriel Kalume Praça Cel. Borges, S/N Comercial
Antiga Residência Sr. Antônio Rocha Rua do Amarante, 112 Residencial
- Rua do Amarante, 106 Residencial
- Rua Marechal Pires Ferreira, 480 Comercial
- Rua Marechal Pires Ferreira, 295 Comercial
- Rua Marechal Pires Ferreira, 490 Comercial
- Rua Marechal Pires Ferreira, 493 Comercial
- Rua Marechal Pires Ferreira, 500 Comercial
- Rua Marechal Pires Ferreira, 494 Comercial
- Rua Marechal Pires Ferreira, 505 Comercial
- Rua Marechal Pires Ferreira, 512 Comercial
Fonte: FLORIANO, Lei Nº 416/2007.
b) Patrimônio Imaterial
Conforme lista de Bens do Patrimônio Cultural Imaterial (sem data de atualização) identificada no
site do IPHAN.GOV (Quadro 6.57), no município não há manifestações declaradas patrimônio a nível
federal. Contudo, pode existir as seguintes manifestações que são declaradas patrimônio a nível estadual.
c) Patrimônio Férreo
Conforme lista de Bens do Patrimônio Cultural Ferroviário (atualizado em 25/05/2021) identificada
no site do IPHAN.GOV, o mesmo não consta no município em questão.
d) Patrimônio Arqueológico
No Sistema de Gerenciamento de Patrimônio Arqueológico não consta sítios cadastrados para o
município de Floriano-PI.
• Município de Itaueira
a) Patrimônio Material
Conforme lista de Bens do Patrimônio Cultural Material (atualizado em 13/05/2021) identificada no
site do IPHAN.GOV, no município em questão não consta bem tombado ou em processo de tombamento.
b) Patrimônio Imaterial
O IPHAN não identificou bens imateriais que poderiam sofrer impacto pela implantação da obra.
Contudo, conforme lista de Bens do Patrimônio Cultural Imaterial (sem data de atualização) identificada no
site do IPHAN.GOV, pode existir as seguintes manifestações que são declaradas patrimônio a nível
estadual., conforme descrito no “Quadro 6.57. Lista de Bem Imaterial registrado no estado do Piauí”.
c) Patrimônio Férreo
Conforme lista de Bens do Patrimônio Cultural Ferroviário (atualizado em 25/05/2021) identificada
no site do IPHAN.GOV, o mesmo não consta no município em questão.
d) Patrimônio Arqueológico
No Sistema de Gerenciamento de Patrimônio Arqueológico consta 1 (um) sítio arqueológico
cadastrado para o município de Itaueira-PI, denominado Canavieira, com característica de sítio
multicomponencial em meio a um plantio de melancia apresentando fragmentos cerâmicos e artefatos líticos,
distante 35,9 km da AID do empreendimento (Mapa 6.14).
a) Município de Floriano
De acordo com as informações do governo municipal, os atrativos turísticos do município de Floriano
são bastante diversificados. O município promove durante todo o ano eventos culturais e turísticos como o
Carnaval, os festejos religiosos como Paixão de Cristo, a exposição agropecuária, festas juninas, o Florifolia,
a Feira da Empresa Piauiense (FEPEME) e eventos artísticos shows e festas temáticas nos espaços para
eventos e outros acontecimentos culturais marcam o calendário de festas ao longo do ano (Foto 6.27).
Além disso, o comércio, a culinária e a arquitetura de Floriano têm grande influência dos imigrantes
árabes (Sírios e Libaneses), que chegaram em 1889. Esses povos influenciaram o desenvolvimento local
e difundiram sua cultura conservando-a nos traços arquitetônicos, e nos saborosos quibes, esfirras e
charutos. São apresentados, no Quadro 6.58, os principais tipos de turismo no município e as atrações
disponíveis para visitação.
Quadro 6.58. Turismo e Principais Atrações em Floriano
Cidade Cenográfica
Clube da AABB
SESC
A B
b) Município de Itaueira
No município de Itaueira existem poucas estruturas de turismo e/ou lazer, o que existe, é a Barragem
de Poços, que atrai a população e os barraqueiro/vendedores ambulantes, estes aproveitam a
movimentação no local para faturar um dinheiro extra. Outro atrativo é o festejo do Bom Jesus da Lapa, que
acontece no período de 28 de julho a 6 de agosto, e atrai pessoas de cidades vizinhas, sendo considerado
o maior festejo da região (Foto 6.28).
Por ser o maior produtor de milho do Estado, recebendo o título de “Capital do Milho”, Itaueira realiza
o Festival do Milho. O evento acontece no mês de junho, durante as festas juninas, na praça central da
cidade e reuni atrações nacionais, moradores locais e turistas. Na ocasião é escolhida a Rainha do Milho.
A B
6.3.2 Caracterização da Área de Influência Direta (AID) e Área Diretamente Afetada (ADA)
Para o Meio Socioeconômico, a Área de Influência Direta (AID) foi considerada como a faixa de área
com largura de 5.000 metros no entorno da ADA e os acessos externos aos empreendimentos, considerando
as comunidades localizadas às suas margens. Analisando a AID apenas onde será inserido o Complexo
Fotovoltaico Sol de Itaueira, há seis (06) comunidades rurais e moradias espaçadas que poderão receber
impactos diretos na fase de implantação do empreendimento – Pé-de-juá e Exu, no município de Floriano;
Gado Bravo, Duas Lagoas, Três Lagoas e Ponta do Mato, no município de Itaueira. (Quadro 6.59).
A área diretamente afetada (ADA) é a mesma para os três meios analisados neste estudo,
corresponde às áreas privadas, onde haverá intervenção direta construtiva pelo empreendedor. Nesta área,
foram identificadas duas propriedades rurais localizadas na comunidade Gado Bravo, município de Itaueira.
O Mapa 6.15 apresenta a delimitação da AID, da ADA, a localização das residências visitadas e a
demarcação das vias de acesso principais do empreendimento.
Os dados apresentados para a caracterização da população e da infraestrutura social das
comunidades têm como base o Censo do IBGE de 2010 e pesquisas através de aplicação de questionários
com a população local entre os dias 10 e 14 janeiro de 2022 na AID (Foto 6.29).
Entrevista com morador da localidade Exu, Floriano Entrevista com morador da localidade Exu, Floriano
Entrevista com morador da localidade Gado Bravo, Itaueira Entrevista com morador da localidade Duas Lagoas, Itaueira
Entrevista com morador da localidade Ponta do Mato, Itaueira Entrevista com morador da localidade Três Lagoas, Itaueira
Verificou-se ainda que a participação da população em idade ativa (entre 15 a 69 anos) a grande
parcela do contingente populacional total (76,92%), a população dependente (menos de 15 e acima de 70
anos) ficou 30,77%.
De acordo com o Quadro 6.60, a maioria dos moradores da AID são homens (53,85%). Essa
estimativa mostra que os dados estão em consonância com os encontrados nos dados do IBGE 2010 para
a população residente em Itaueira.
0-4 1 2 3
5-9 1 2 3
10 - 14 2 - 2
15 - 19 2 - 2
20 - 24 3 4 7
25 - 29 3 2 5
30 - 34 - 2 2
35 - 39 1 2 3
40 - 44 1 2 3
45 - 49 5 - 5
50 - 54 1 2 3
55 - 59 2 3 5
60 - 64 1 2 3
65 - 70 - 2 2
>70 1 3 4
TOTAL 24 28 52
Fonte: WMetria, 2022.
6.3.2.3 Saúde
Nas comunidades visitadas os serviços de saúde pública são inexistentes, não havendo
infraestrutura hospitalar ou de atenção básica de saúde, levando os moradores a procurarem esses serviços
na sede municipal de Itaueira. Mais de 93% dos entrevistados afirmaram haver atendimento odontológico
na unidade de saúde onde buscam.
Quanto ao recebimento de visita de um agente de saúde, todos disseram haver visitas periódica
mensal. Em relação as doenças mais frequentes que acometem a população da AID, tem-se a gripe, alguma
inflamação e diarreia. Sobre os acidentes de trabalho, os entrevistados relataram sofrer cortes e fraturas.
6.3.2.4 Habitação
Durante as atividades de campo, registrou-se que 75% das residências são próprias e apresentam
estruturas variando de 5 a 8 cômodos (75%), habitadas por famílias a mais de 10 anos (75%), 25% das
famílias chegaram a menos de um ano e outras 25% estão a menos de 10 anos, assim, apresentando uma
média de moradores de 3,25 habitantes/residência.
Quanto à tipologia habitacional, salienta-se o uso, predominante, de alvenaria e/ou adobe com piso
cimentado e cobertura de telha, como material de construção. Porém, ainda é possível observar construções
em taipa (Foto 6.31). Em todas as residências entrevistadas tinham energia elétrica.
Residência em alvenaria na localidade Três Lagoas Residência em alvenaria na localidade Gado Bravo
Fonte: WMetria, 2022.
6.3.2.5 Desapropriação
Quanto aos serviços de saneamento básico, o abastecimento de água para o consumo é via poço
tubular (Foto 6.32). Segundo relato dos moradores, a água local é de boa qualidade para uso e consumo,
portanto não fazem uso de nenhuma forma de tratamento para o uso doméstico.
A B
Legenda: A – Poço tubular na localidade Três Lagoas; B – Poço tubular na localidade Ponta do Mato.
Fonte: WMetria, 2022.
Nas comunidades entrevistadas, todos informaram que há banheiro nas residências a água, onde
são empregadas soluções individuais como fossas rudimentares (56,3%) ou apenas o buraco (12,5%), em
31,3% dos domicílios os moradores fazem suas necessidades ao ar livre. O sistema de coleta de lixo nas
localidades é inexistente, predominando ainda a prática de queimar os resíduos domésticos, que são em
sua maioria madeira, papel, alimentos, plástico, vidro e metal.
A utilização das terras nas comunidades onde foram realizadas as entrevistas, normalmente
predomina o trabalho de forma rudimentar, com a agricultura de subsistência e a pecuária semiextensiva,
sendo que os animais geralmente servem para cortes (abates), uso de leite ou meio de transporte. Entre as
culturas produzidas nas residências entrevistadas, predomina o cultivo de milho, mandioca, feijão, arroz e
melancia, além de banana.
Na pecuária, cerca de 23,5% das famílias criam galináceos e caprinos, 17,6% equinos, e 11,8%
ovinos, suínos e bovinos, cada. Percebe-se que a avicultura e a caprinocultura são a mais importantes nas
relações de autoconsumo dos pequenos proprietários e moradores. Para caracterizar esta atividade de
subsistência é importante mencionar que o total de cabeças girava em torno de vinte a oitenta e, um dos
entrevistados (Ponta do Mato) possui criação de bovino com até 150 cabeças (Foto 6.33).
Os moradores das residências entrevistadas com idade e condições físicas para exercer algum
trabalho somavam 44 pessoas, destas 61,40% são trabalhadores rurais, 20,5% são aposentados e 18,2%
estão desempregados. De acordo com os entrevistados, 72,7% informaram não possuir nenhum tipo de
renda, 22,7% possuem renda de até 1 salário mínimo, 2,3% de 1 a 2 salários munimos e 2,3% de 2 a 3
salários mínimos. Das famílias entrevistadas, 56,3% declararam receber auxílio do governo federal através
do programa Bolsa Família.
A B
Legenda: A – Igreja Católica na localidade Exu, Floriano; B – Igreja Católica na localidade Ponta do Mato, Itaueira.
Fonte: WMetria, 2022.
A partir da discussão interdisciplinar do diagnóstico ambiental das áreas de influência e das ações
geradoras de impacto do Complexo Fotovoltaico Sol de Itaueira, estabeleceu-se uma metodologia própria
para identificação e classificação dos impactos, utilizando como instrumento básico a Matriz de Leopold et
al., (1971), integrado com os métodos propostos por Fearo (1978) e Fischer e Davis (1973). A identificação
de recursos e processos ambientais e a avaliação dos impactos associados incluem três etapas:
Etapa 1 – avaliação de cada uma das atividades previstas e sua correlação com os fatores
socioambientais;
Etapa 2 – identificação dos possíveis impactos ambientais;
Etapa 3 – avaliação dos impactos segundo os critérios estabelecidos.
➢ Abrangência: Classifica os impactos cujos efeitos se fazem sentir a nível local, regional ou global:
− Local: Área Diretamente Afetada (ADA);
− Regional: Área de Influência Direta (AID);
− Global: Área de Influência Indireta (AII).
➢ Forma de Incidência: Estabelece o grau de relação entre a ação impactante e o impacto gerado
ao meio ambiente:
− Direta (DIR);
− Indireta (IND).
➢ Temporalidade: Traduz o espaço de tempo em que o ambiente é capaz de retornar a sua condição
original:
− Curto (CUR);
− Médio (MED);
− Longo (LON).
O quadro a seguir resume os critérios para avaliação da importância dos potenciais impactos
identificados neste estudo.
Magnitude
Probabilidade
Alta Média Baixa Insignificante
Alta Alta Alta Média Baixa
Média Alta Média Baixa Insignificante
Baixa Média Baixa Insignificante Insignificante
0 5 10 15 20 25
Planejamento
Implantação
Operação
Negativo Positivo
Com relação aos impactos ambientais sobre os meios físico, biótico e antrópico, tem-se um total de
68 impactos prognosticados, isto porque alguns ocorrem em mais de um meio. Destes, 14 são de natureza
positiva e 54 de natureza negativa (Figura 7.3). Observou-se também, que do número de impactos positivos
gerados, 100% serão sobre o meio socioeconômico, onde a maioria estão relacionados à geração de
emprego e renda, arrecadação de impostos, circulação da moeda, capacitação da mão de obra, melhoria
da qualidade de vida, entre outros.
25
20
15
10
0
Meio Físico Meio Biótico Meio Antrópico
Negativo Positivo
Na fase de planejamento foram identificados quatro (4) impactos, todos sobre o meio antrópico,
sendo um (1) impacto de importância insignificante, dois (2) de baixa importância e um (1) impacto de alta
importância. Na fase de implantação foram identificados 40 impactos, sendo que 15 possuem alta
importância, 15 de média importância, seis (6) de baixa importância e quatro (4) de importância
insignificante. Já para a fase de operação, foram identificados 24 impactos, onde oito (8) são de alta
importância, seis (6) de média importância e 10 de importância baixa ou insignificante (Figura 7.4).
Figura 7.4. Impactos classificados de acordo com a importância em relação ao meio impactado
Fisico
Planejamento
Biotico
Antropico 1 2 1
Fisico 5 4 2
Implantação
Biotico 3 5 1 2
Antropico 7 6 3 2
Fisico 2 1 1
Operação
Biotico 2 1 3
Antropico 6 3 2 3
de postos de trabalho para segmentos específicos, absorvendo parte de demandas locais de mão de obra
não especializada e semiespecializada, o que poderá favorecer a geração de empregos indiretos,
proporcionando um aumento considerável nos rendimentos locais.
Na fase de operação do Complexo, a oferta de empregos diretos e indiretos é reduzida, bem como
durante a fase de operação da linha de transmissão. Contudo, deve-se ressaltar que nesta fase serão
demandados profissionais de diferentes áreas de conhecimento para atuar em distintas funções, tais como:
administração, manutenção, monitoramentos ambientais, entre outros.
A. Impactos Cumulativos
− Aquisição de serviços especializados;
− Crescimento do comércio local; e
− Aumento na arrecadação tributária.
B. Impactos Sinérgicos
− Pressão sobre a infraestrutura na região;
− Implantação de novas tecnologias; e
A. Impactos Cumulativos
− Aumento de renda dos funcionários;
− Crescimento do comércio local; e
− Aumento na arrecadação tributária.
B. Impacto Sinérgico
− Implantação de novas tecnologias.
Além disso, o projeto pode criar expectativas relacionadas também à alteração da paisagem, às
mudanças no cotidiano e à redefinição de um novo espaço social. Outros aspectos a serem considerados
são a expectativa pelo aumento de receitas municipais, e a possibilidade de ampliação do potencial de
distribuição de energia na região, geração de emprego e renda para a população.
A. Impacto Sinérgico
− Problemas de saúde com os funcionários.
A. Impacto Cumulativo
− Alteração da camada superficial do solo.
B. Impactos Sinérgicos
− Alteração da paisagem;
A. Impactos Cumulativos
− Perda da área de vegetação nativa;
− Alteração do escoamento e fluxo superficial do solo.
B. Impactos Sinérgicos
− Alteração da qualidade dos recursos hidricos; e
− Formação e/ou agravamento de processos erosivos.
A. Impacto Cumulativo
− Alteração da camada superficial do solo.
B. Impactos Sinérgicos
− Alteração da qualidade dos recursos hidricos; e
− Formação e/ou agravamento de processos erosivos.
A. Impacto Sinérgico
− Alteração da qualidade dos recursos hidricos.
A. Cumulativos
− Contaminação do solo;
− Surgimento de vetores de doenças.
B. Impactos Sinérgicos
− Alteração da qualidade dos recursos hídricos; e
− Problemas de saúde com os funcionários.
e de gases da combustão dos motores dos veículos pesados e leves e isso poderá causar alterações na
qualidade do ar. A alteração da qualidade do ar associa-se, também, com a emanação de gases tóxicos e
fuligem provenientes da queima de combustíveis fósseis dos motores de veículos e máquinas pesadas
utilizados em diversas etapas do empreendimento.
A. Impacto Sinérgico
− Aumento de doenças respiratórias.
A. Impacto Sinérgico
− Afugentamento da fauna.
a distúrbios ambientais. Isto poderá alterar a estrutura das comunidades destes remanescentes,
ocasionando um adensamento populacional.
A. Impactos Sinérgicos
− Perda dos habitats;
− Acidentes com animais peçonhentos; e
− Aumento da caça.
Localmente, as espécies que, mas se expõem ao risco de colisões com a LT são as de maior porte.
São espécies que realizam deslocamentos diários sobre rios, córregos ou marcos naturais de orientação. A
tentativa de construção de ninhos entre cabos e isoladores nas torres por algumas espécies de aves, em
especial falconiformes acipitrídeos e passeriformes furnarídeos, pode ocasionar acidentes.
O trecho interceptado pela linha de transmissão corresponde a um uma distância de 500 m, não
havendo intervenção em áreas de cursos d’água, além de não terem sido registrados rotas migratórias de
aves, nem mesmo espécies migratórias, segundo o relatório de rotas e áreas de concentração de aves
migratórios no Brasil (ICMBIO, 2019).
Durante a fase de operação os riscos de acidentes elétricos, são ocasionados pelo mal
funcionamento dos equipamentos ou, até mesmo, pela falta do uso correto dos equipamentos de proteções
ao executar uma manutenção o qualquer outro serviço na rede.
A. Impacto Sinérgico
− Problemas de saúde com os funcionários.
A. Impactos Cumulativos
− Aumento de renda dos trabalhadores; e
− Aumento da arrecadação tributária.
A. Impactos Cumulativos
− Geração de emprego e aumento da renda; e
− Incremento do comércio local.
B. Impactos Sinérgicos
− Melhoria da infraestrutura e serviços essenciais na região;
− Valorização das terras; e
− Aumento da oferta de trabalho.
Nessa etapa, não é comum a fixação de trabalhadores e suas famílias, mas a atração populacional
pode ser motivada, e continuar crescendo ao longo da fase operacional. A presença de trabalhadores
provocará a elevação na demanda por infraestrutura de saneamento ambiental, saúde, segurança pública,
alimentação, habitação, etc. No município de Itaueira, possivelmente ocorrerão fenômenos de pressão, pois
não possuem infraestrutura para sustentar grandes aumentos da demanda.
A. Impactos Cumulativos
− Geração de emprego e aumento da renda; e
− Incremento do comércio local.
A. Impacto Cumulativo
− Choques culturais e alteração da dinâmica da comunidade local.
A. Impacto Cumulativo
− Geração de emprego.
B. Impacto Sinérgico
− Melhoria da qualidade de vida local.
A. Impactos Cumulativos
− Geração de emprego e renda;
− Aquisição de serviços especializados;
B. Impactos Sinérgicos
− Aumentos da arrecadação tributária;
− Valorização das terras;
− Aumento da oferta de trabalho; e
− Pressão sobre a infraestrutura de serviços essenciais.
A. Impactos Sinérgicos
− Pertubação e afugentamento da fauna; e
− Acidentes com animais peçonhentos;
A produção de energia por meio de fonte renovável é de considerável importância para suprir o setor
energético durante períodos de baixa capacidade de produção das usinas hidroelétricas que, pelo Sistema
Interligado Nacional (SIN), forneça energia para a região de implantação. A descentralização no
fornecimento de energia elétrica pode configurar menor dependência das fontes convencionais, aumentando
a confiabilidade e, por conseguinte, melhorando a oferta de energia local.
Reversibilidade
Temporalidade
FASE DO
Probabilidade
Abrangência
Importância
Cumulativo
Magnitude
Incidência
Antrópico
IDENTIFICAÇÃO DOS IMPACTOS
Sinérgico
Natureza
Duração
Biótico
Fisico
1 Geração de emprego e renda X POS (+) AII TEMP DIR BAI REV CUR MED BAI C S
PLANEJAMENTO
Aquisição de serviços
2 X POS (+) AII TEMP IND BAI IRR CUR MED BAI C S
especializados
Geração de expectativa e
3 X NEG (-) AII TEMP IND MED REV MED ALT ALT NC NS
incertezas na população
4 Risco de acidente no trabalho X NEG (-) ADA TEMP DIR BAI REV CUR BAI INS NC S
5 X X NEG (-) ADA PER DIR ALT IRR LON ALT ALT C S
nativa
6 Alteração da paisagem X X X NEG (-) ADA PER DIR BAI IRR MED MED BAI NC NS
Reversibilidade
Temporalidade
FASE DO
Probabilidade
Abrangência
Importância
Cumulativo
Magnitude
Incidência
Antrópico
IDENTIFICAÇÃO DOS IMPACTOS
Sinérgico
Natureza
Duração
Biótico
Fisico
7 Efeito de borda X NEG (-) ADA PER DIR BAI IRR LON ALT MED NC NS
Invasão de espécies
8 X NEG (-) ADA PER DIR ALT IRR MED BAI MED NC NS
oportunistas
Interferência em vestígios
9 X NEG (-) ADA PER DIR ALT IRR LON MED ALT NC NS
arqueológicos
IMPLANTAÇÃO
Formação ou agravamento de
13 X NEG (-) ADA TEMP DIR ALT REV LON MED ALT NC NS
processos erosivos
Reversibilidade
Temporalidade
FASE DO
Probabilidade
Abrangência
Importância
Cumulativo
Magnitude
Incidência
Antrópico
IDENTIFICAÇÃO DOS IMPACTOS
Sinérgico
Natureza
Duração
Biótico
Fisico
14 Contaminação dos solos X NEG (-) ADA TEMP DIR ALT IRR LON BAI MED NC S
16 Alteração na qualidade do ar X X X NEG (-) AID TEMP DIR MED REV MED ALT ALT NC S
IMPLANTAÇÃO
17 Alteração dos níveis de ruídos X X X NEG (-) AID TEMP DIR BAI REV CUR ALT MED C NS
18 Perda dos habitats X NEG (-) AID PER DIR ALT IRR LON ALT ALT NC NS
Perturbação e afugentamento
19 X NEG (-) AID TEMP IND MED REV MED MED MED NC S
da fauna
Reversibilidade
Temporalidade
FASE DO
Probabilidade
Abrangência
Importância
Cumulativo
Magnitude
Incidência
Antrópico
IDENTIFICAÇÃO DOS IMPACTOS
Sinérgico
Natureza
Duração
Biótico
Fisico
Incidência de colisão da
21 avifauna com os cabos da linha X NEG (-) ADA TEMP DIR BAI REV CUR BAI INS NC NS
de transmissão
23 Risco de acidente no trabalho X NEG (-) AID TEMP DIR BAI REV CUR BAI INS NC S
IMPLANTAÇÃO
Aquisição de serviços
24 X POS (+) AII TEMP IND BAI IRR CUR MED BAI C S
especializados
Geração de expectativa e
26 X NEG (-) AII TEMP IND MED REV MED MED MED NC NS
incertezas na população
Reversibilidade
Temporalidade
FASE DO
Probabilidade
Abrangência
Importância
Cumulativo
Magnitude
Incidência
Antrópico
IDENTIFICAÇÃO DOS IMPACTOS
Sinérgico
Natureza
Duração
Biótico
Fisico
28 Arrecadação tributária X POS (+) AII TEMP IND ALT IRR CUR ALT ALT C S
29 Geração de emprego e renda X POS (+) AII CIC IND MED REV CUR ALT ALT C S
IMPLANTAÇÃO
Disseminação de doenças
32 endêmicas por meio dos X NEG (-) AII TEMP DIR INS REV MED MED BAI C NS
trabalhadores
Formação ou agravamento de
33 X NEG (-) ADA TEMP DIR ALT REV LON MED ALT NC NS
OPERAÇÃO
processos erosivos
Geração de expectativa e
34 X NEG (-) AII TEMP IND BAI REV MED ALT MED NC NS
incertezas na população
Reversibilidade
Temporalidade
FASE DO
Probabilidade
Abrangência
Importância
Cumulativo
Magnitude
Incidência
Antrópico
IDENTIFICAÇÃO DOS IMPACTOS
Sinérgico
Natureza
Duração
Biótico
Fisico
35 Valorização Imobiliária X POS (+) AII PER IND BAI REV MED MED BAI NC NS
Perturbação e afugentamento
37 X NEG (-) AID CIC IND BAI REV MED BAI INS NC S
da fauna
OPERAÇÃO
Invasão de espécies
41 X NEG (-) ADA PER DIR ALT IRR MED BAI MED NC NS
oportunistas
Reversibilidade
Temporalidade
FASE DO
Probabilidade
Abrangência
Importância
Cumulativo
Magnitude
Incidência
Antrópico
IDENTIFICAÇÃO DOS IMPACTOS
Sinérgico
Natureza
Duração
Biótico
Fisico
42 Contaminação dos solos X NEG (-) ADA CIC DIR BAI IRR LON BAI INS NC S
Incidência de colisão da
45 avifauna com os cabos da linha X NEG (-) ADA TEMP DIR BAI REV CUR BAI INS NC NS
de transmissão
46 Maior circulação de moeda X POS (+) AII CIC IND MED REV MED ALT ALT C NS
48 Arrecadação tributária X POS (+) AII TEMP IND ALT IRR CUR ALT ALT C S
Reversibilidade
Temporalidade
FASE DO
Probabilidade
Abrangência
Importância
Cumulativo
Magnitude
Incidência
Antrópico
IDENTIFICAÇÃO DOS IMPACTOS
Sinérgico
Natureza
Duração
Biótico
Fisico
49 Geração de emprego e renda X POS (+) AII CIC IND MED REV CUR ALT ALT C S
OPERAÇÃO
50 Risco de acidente no trabalho X NEG (-) AID CIC DIR BAI REV CUR BAI INS NC S
51 Redução no número de apagões X POS (+) AII PER DIR ALT IRR LON ALT ALT NC NS
LEGENDA:
Natureza: Abrangência: Duração: Incidência: Magnitude: Reversibilidade: Temporalidade: Importância: Probabilidade: Cumulativo: Sinérgico:
NEG (-) – ADA – Área TEMP – INS – REV – C– S–
DIR – Direto CUR – Curto BAI – Baixa BAI – Baixa
Negativo Diretamente afetada Temporário Insignificante Reversível Cumulativo Sinérgico
POS (+) – AID – Área de IRR – NC – Não NS – Não
CIC – Cíclico IND – Indireto BAI – Baixa MED – Médio MED – Média MED – Média
Positivo Influência Direta Irreversível Cumulativo Sinérgico
AII – Área de PER –
MED – Média LON - Longo ALT – Alta ALT – Alta
Influência Indireta Permanente
ALT – Alta
Fonte: WMetria, 2022.
Após o estudo detalhado de todas as características que compõem o cenário ambiental (meios
físico, biótico e socioeconômico) da área de influência do empreendimento, faz-se necessário em
atendimento ao que dispõem o Órgão Ambiental, propor medidas para prevenir minimizar e/ou compensar
os impactos negativos e ainda propor medidas que potencializem os impactos positivos, ambas decorrentes
do conjunto de atividades associadas a instalação e operação do empreendimento.
As medidas mitigadoras são propostas em uma sequência, levando-se em consideração as ações
dos componentes do empreendimento relativos às fases de implantação e operação, já que na fase de
estudos e projetos as ações do empreendimento pouco irão interferir no geoecossistema da sua área de
influência direta.
No que se refere à fase de operação, este estudo propõe a adoção de programas de controle
específicos a serem adotados em caráter temporário ou permanente, os quais serão apresentados na forma
de Planos e Programas de Controle e Monitoramento Ambiental. No Quadro 8.1 estão descritas as medidas
mitigadoras propostas.
Quadro 8.1. Medidas mitigadoras propostas
Geração de expectativa e
-
incerteza na população
Uso de roupas apropriadas, botinas protetoras, capacetes e os equipamentos de proteção
individual (EPI) e coletivos (EPC) de acordo com o tipo de serviço realizado;
Sinalização de orientação aos trabalhadores;
Riscos de acidentes de Restrição de acesso às áreas onde estão sendo realizados as atividades de supressão ou
trabalho plantio e colheita;
Evitar os trabalhos em horários noturnos;
Treinamento e conscientização dos trabalhadores a prevenção de acidentes e atendimento
de primeiros socorros quando necessário;
A supressão vegetal deverá ser restrita às áreas previstas e necessárias, buscando preservar
as áreas protegidas por lei, como reserva legal e áreas de preservação permanente, de forma
a impedir o aumento das áreas desmatadas e fragilizar a biodiversidade local;
Os trabalhos deverão ser executados mediante delimitação física das áreas constantes nas
autorizações para desmatamento, evitando assim supressão desnecessária de vegetação.
Perda de área de
Esta delimitação poderá ser feita por meio de piquetes, fitas de sinalização ou similares;
vegetação nativa
A instalação da LT deverá seguir as recomendações para a limpeza da faixa de servidão
expressas na NBR-5422/85 da ABNT, com o desmatamento limitando-se apenas ao
necessário para garantir a instalação e operação segura do empreendimento;
Preservar APP e Reservas Legais, com a implantação de sinalização de placas das mesmas.
Invasão de espécies
-
oportunistas
Interferência em vestígios
-
arqueológicos
A supressão vegetal deverá ser realizada somente quando estiver próximo do início das
obras, evitando que o terreno fique exposto aos agentes intempéricos por um longo período;
Alteração da camada Proceder a conformação topográfica de forma a evitar a formação de qualquer inclinação de
superficial do solo talude ou rampa;
Não promover a impermeabilização de pavimentos e pátios de estocagem, exceto aqueles
destinados a armazenamento e manuseio de óleos e combustíveis.
Geração de resíduos Instalação de banheiros químicos e de depósitos para coleta de resíduos sólidos com fins de
sólidos e efluentes líquidos evitar degradação ambiental;
Coleta e destinação adequada dos resíduos sólidos do canteiro de obras, alojamentos e
oficinas, priorizando sempre a REDUÇÃO, a RECICLAGEM e a REUTILIZAÇÃO.
A supressão vegetal só poderá ser iniciada quando a equipe de fauna estiver mobilizada em
campo para a realização da atividade de busca ativa e acompanhamento do desmatamento;
As frentes de supressão vegetal deverão adotar sentidos que levem ao afugentamento da
fauna para as áreas vegetadas, e não em direção as estradas de maior tráfego local, a fim de
se minimizar os riscos de atropelamentos de animais silvestres;
Proteção da reserva legal e das áreas de preservação permanente;
Perturbação e
afugentamento da fauna Controle da emissão de ruídos;
Veículos e máquinas agrícolas deverão transitar com velocidade reduzida, evitando
atropelamento dos animais;
Proibir e conscientizar os funcionários acerca da caça de animais para alimentação e mesmo
a matança de animais nocivos, como as serpentes, que devem ser alocadas para áreas de
mata, com os devidos cuidados.
Inclusão de métodos específicos para o monitoramento das espécies de aves com risco de
Incidência de colisão da colisão;
avifauna com os cabos da
Com base nos dados do monitoramento, avaliar os locais onde há necessidade de instalação
linha de transmissão
de sinalizadores visando facilitar a sua visualização por eventuais aves que cruzem a LT.
Risco de acidentes de Uso dos equipamentos de proteção individual (EPI) e equipamentos de proteção coletiva
trabalho (EPC) de acordo com o tipo de serviço realizado;
Arrecadação tributária -
Valorização Imobiliária -
Aumento da capacidade
-
técnica da população
• Programa de Sinalização
O Programa de Sinalização apresenta as diretrizes que devem ser adotadas no Empreendimento a
fim de evitar a ocorrência de incidentes ou acidentes no trânsito por veículos automotores. A sinalização tem
um papel fundamental de alertar, advertir ou identificar a forma correta de transitar em vias públicas ou
ambientes privados.
danos às pessoas, danos ao meio ambiente, danos ao patrimônio da empresa e danos envolvendo as
comunidades do entorno.
10 COMPENSAÇÃO AMBIENTAL
“Art 31. Para os fins de fixação da compensação ambiental de que trata o art. 36 da
Lei n° 9.985, e 2000, o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais
Renováveis – IBAMA estabelecerá o grau de impacto a partir de estudo prévio de
impacto ambiental e respectivo relatório – EIA/RIMA, ocasião em que considerará,
exclusivamente, os impactos ambientais negativos sobre o meio ambiente.
§ 1° O impacto causado será levado em conta apenas uma vez no cálculo.
§ 2° O cálculo deverá conter os indicadores do impacto gerado pelo empreendimento
e das características do ambiente a ser impactado.
§ 3° Não serão incluídos no cálculo da compensação ambiental os investimentos
referentes aos planos, projetos e programas exigidos no procedimento de
licenciamento ambiental para mitigação de impactos, bem como os encargos e custos
incidentes sobre o financiamento do empreendimento, inclusive os relativos às
garantias, e os custos com apólices e prêmios de seguros pessoais e reais.”
Sendo assim a compensação ambiental é relativa aos potenciais impactos negativos não mitigáveis
da implantação e operação de um empreendimento, devendo os recursos a serem disponibilizados pelo
empreendedor, beneficiar a área que poderá ser impactada através da instalação do empreendimento.
De acordo com o SNUC, o empreendedor deverá destinar, no mínimo, 0,5% dos custos totais da
implantação do empreendimento à criação ou gestão de UCs de proteção integral. A regulamentação do
artigo 36 da Lei Nº 9.985/2000 foi feita pelo Decreto Nº 4.340/2002, que posteriormente foi alterado pelo
Decreto Nº 5.566/2005.
Para a realizar o cálculo da compensação ambiental, devem ser apresentados as informações
necessárias ao cálculo do Grau de Impacto - GI - (calculado de acordo com o Decreto Federal Nº 6.848, de
maio de 2009), para fins de cálculo do valor da Compensação Ambiental, e a planilha de desembolso físico
e financeiro total dos investimentos do empreendimento.
O valor da Compensação Ambiental (CA) será calculado pelo produto do Grau de Impacto (GI) com
o Valor de Referência (VR), de acordo com a seguinte fórmula:
CA = VR x GI
Onde:
CA = Valor da Compensação Ambiental;
VR = somatório dos investimentos necessários para implantação do empreendimento, não incluídos os
investimentos referentes aos planos, projetos e programas exigidos no procedimento de licenciamento ambiental para
mitigação de impactos causados pelo empreendimento, bem como os encargos e custos incidentes sobre o
financiamento do empreendimento, inclusive os relativos às garantias, e os custos com apólices e prêmios de seguros
pessoais e reais.
GI: Grau de Impacto nos ecossistemas, podendo atingir valores de 0 a 0,5%.
Onde:
ISB = Impacto sobre a Biodiversidade;
CAP = Comprometimento de Área Prioritária; e
IUC = Influência em Unidades de Conservação.
O CAP tem por objetivo contabilizar efeitos do empreendimento sobre a área prioritária em que está
inserido, observando a relação entre a significância dos impactos perante áreas prioritárias afetadas, o valor
varia entre 0 e 0,25%. Empreendimentos que tenham impactos insignificantes para a biodiversidade local
podem, no entanto, mudar a dinâmica de processos ecológicos, afetando ou comprometendo as áreas
prioritárias.
𝑰𝑪𝑨𝑷 𝒙 𝑰𝑴 𝒙 𝑰𝑻
𝑪𝑨𝑷 =
𝟕𝟎
Onde:
IM = Índice Magnitude;
ICAP = Índice Comprometimento de Área Prioritária;
IT = Índice Temporalidade.
Para a área do empreendimento do Complexo Fotovoltaico Sol de Itaueira o IUC teve valoração 0
uma vez que o empreendimento não se encontra inserido em áreas de proteção ou em zona de
amortecimento.
VALOR ATRIBUTO
1 Pequena magnitude do impacto ambiental negativo em relação ao comprometimento dos recursos ambientais
2 Média magnitude do impacto ambiental negativo em relação ao comprometimento dos recursos ambientais
Ambiente (MMA, 2014) e na Lista Vermelha IUCN (2018), no entanto de acordo com a Portaria Estadual Nº
32, de 2019, o pequizeiro (Caryocar spp.) é protegido. Já considerando a fauna, foram identificadas 09
espécies classificadas com algum grau de ameaça.
VALOR ATRIBUTO
VALOR ATRIBUTO
2 Impactos que ultrapassem a área de uma microbacia, limitados à área de uma bacia de 3ª ordem
3 Impactos que ultrapassem a área de uma bacia de 3ª ordem e limitados à área de uma bacia de 1ª ordem
O índice de abrangência para o empreendimento se baseou para mensuração de seu índice nos
atributos para empreendimentos localizados em ambientes terrestres, fluviais e lacustre, limitados a área de
uma microbacia. Assim, os impactos referentes ao empreendimento são limitados a área de apenas uma
microbacia, IA = 1.
VALOR ATRIBUTO
VALOR ATRIBUTO
Inexistência de impactos sobre áreas prioritárias ou impactos em áreas prioritárias totalmente sobrepostas a
0
unidade de conservação
1 Impactos que afetam áreas de importância biológica alta
Nas áreas de influência direta do empreendimento não foi identificada nenhuma Área Prioritária,
sendo assim, o ICAP = 0.
Têm-se, assim, todos os valores dos índices necessários para determinar o Grau de Impacto:
GI = ISB + CAP + IUC
GI = 0,21 + 0 + 0
GI = 0,21%
10.2 Investimento
De acordo com a planilha de investimento apresentada no Item 3.3.5 Custo de implantação temos
que:
− Para implementar o Complexo Fotovoltaico Sol de Itaueira, estimou-se um gasto de R$
6.719.731.200,00 (seis bilhões, setecentos e dezenove milhões, setecentos e trinta e um mil e
duzentos reais).
11 PROGNOSTICO AMBIENTAL
socioeconômico da área. Para tanto, foram considerados aspectos da atual qualidade ambiental levantados
no diagnóstico ambiental, e da avaliação dos impactos ambientais. Assim, dois cenários foram definidos:
• Cenário 1: consiste na inserção do empreendimento e as respectivas premissas das consequências
da intervenção proposta.
• Cenário 2: compreende a não implantação do empreendimento, ficando a área dentro do contexto
da atual configuração espacial, ou seja, sem as alterações impostas pela intervenção.
Durante a instalação do Complexo Fotovoltaico, a Área de Influência Direta e o seu entorno imediato
passarão por alterações que poderão causar desconforto ambiental ocasionado pelo conjunto de ações
construtivas e de mobilização para implantação do projeto. As adversidades geradas ao meio ambiente são
mais significativas em razão das intervenções diretas nos componentes ambientais, como retirada de
vegetação, manejo de materiais, trânsito de equipamentos e veículos, o que reflete em alteração temporária
da sonoridade, do trânsito de veículos no local, alteração da qualidade do ar e desconforto ambiental.
Com a supressão vegetal ocorrerão as maiores alterações no meio receptor do empreendimento,
notadamente a eliminação de habitats, acirramento dos processos erosivos e modificação da paisagem.
Além disso, a intensa mobilização de máquinas e equipamentos na área durante a realização da supressão
vegetal levará o afugentamento da fauna.
Em relação aos aspectos climáticos, não haverá impactos suficientes para alterar o microclima da
área. O risco de deflagração de processos erosivos é baixo, apesar da possibilidade de existir, além disso,
não haverá alteração na estrutura dos solos fora da ADA e dos acessos construídos. A chance de ocorrer
interferências negativas com os mananciais hídricos é baixo, porém alguns cuidados devem ser tomados,
como a conformação topográfica de forma a evitar a formação de qualquer inclinação de talude ou rampa;
a implantação de sistemas de drenagem eficiente aliado a execução de estruturas para infiltração das águas
pluviométricas captadas nos módulos fotovoltaicos e nas vias de acesso e de serviços.
No que se refere à recarga dos aquíferos, pode-se predizer que a instalação do empreendimento,
isoladamente, não afetará as reservas subterrâneas em suas características quantitativas e qualitativas,
considerando o seu tamanho em relação a dimensão da bacia sedimentar do Parnaíba onde está inserido.
Ainda, ressalta-se que os projetos de pavimentação e drenagem propostos para o empreendimento serão
concebidos de forma a permitir a permeabilidade das águas pluviais, e que as áreas livres serão gramadas,
permitindo melhor infiltração hídrica, diminuindo o escoamento superficial, bem como o carreamento de
resíduos para os cursos d’água.
Temporariamente, o trânsito local sofrerá alterações, uma vez que haverá um maior fluxo de
veículos ligados às obras, sobretudo para a mobilização de equipamentos, materiais da construção e de
pessoal envolvido com as obras. É esperado o lançamento de poeiras fugitivas, geração de ruídos,
transtorno aos motoristas e à população local. Todavia, seus efeitos serão temporários e de curta duração.
Durante a implantação do empreendimento, será instalado o canteiro de obra, abrigando
temporariamente um contingente de trabalhadores na área. A partir de então a área já contará com
atividades antropogênicas onde se estabelecerão relações sociais e produtivas.
Quando da operação do empreendimento haverá um consumo de águas, produção de efluentes
líquidos e resíduos sólidos, estes efeitos são esperados e serão solucionados com medidas técnicas, como
a implantação de um Programa de Gerenciamento de Resíduos Sólidos e Efluentes Líquidos, a adoção de
um método eficaz de tratamento dos esgotos sanitários e conservação de áreas livres para a recarga dos
aquíferos subterrâneos.
A população a ser envolvida com o empreendimento passará a ter maior poder aquisitivo, resultando
em melhoria do nível de vida. Além dos empregos diretos, surgirão ocupações e rendas indiretas,
multiplicando as relações comerciais e de serviços desencadeadas pelo empreendimento. Além disso, com
a implantação do empreendimento o município contará com um componente multiplicador de receitas,
através da geração de serviços, empregos, tributos e impostos, beneficiando a economia da região e
contribuindo para a diminuição dos problemas sociais como o desemprego.
No entanto, com os trabalhadores advindos de outras localidades, poderão causar uma sobrecarga
na demanda por serviços de saúde e na demanda de saneamento. Além disso, a migração sazonal poderá
promover a sobrecarga na demanda por serviços de saúde e de saneamento, o aumento no consumo de
álcool e/ou drogas ilícitas, e a alteração de hábitos e dos costumes locais.
Quando em operação, as usinas fotovoltaicas serão controladas eletronicamente e à distância,
deste modo a movimentação de funcionários será mínima. Não havendo previsão de riscos de acidentes ou
prejuízos a saúde operacional de pessoas que transitarão pelo local durante o funcionamento do Complexo
Sol de Itaueira. Contudo, a área no entorno imediato das estruturas será de uso restrito, prevendo-se
proteção e sinalização no local.
Deve-se considerar, no entanto, que a implantação do Complexo Fotovoltaico Sol de Itaueira
favorecerá o crescimento dos índices de emprego na região de influência do empreendimento, bem como
atrairá empreendimentos ligados à cadeia produtiva. Além disso, áreas de entorno do Complexo serão
valorizadas, promovendo a atração de outros empreendimentos e do próprio setor energético.
12 CONSIDERAÇÕES FINAIS
A crescente busca pelo aproveitamento da energia solar para a geração de energia elétrica vem
sendo aperfeiçoada nos mais diversos locais do mundo, sobretudo no nordeste brasileiro. A região é
altamente beneficiada para a produção de energia solar em decorrência da sua localização, farta mão de
obra e ao alto potencial de radiação solar diário e mensal.
Este Estudo de Impacto Ambiental – EIA, bem como o seu Relatório de Impacto Ambiental – RIMA,
contemplam o projeto de implantação e operação do Complexo Fotovoltaico Sol de Itaueira, requerido pela
empresa SOL DE ITAUEIRA I SPE LTDA. O projeto será composto por 26 Sub Parques, com uma potência
total instalada de aproximadamente 1.300 MW e uma Linha de Transmissão de 500 kV, contemplando uma
área total de aproximadamente 2.035,146 ha, a ser instalado na zona rural, divisa entre os municípios de
Itaueira e Floriano, no Estado do Piauí.
O escoamento da energia gerada pela Complexo Fotovoltaico Sol de Itaueira se dará pela
construção de uma linha de transmissão de uso exclusivo, em circuito simples e de instalação aérea, com
nível de tensão de 500 kV e extensão aproximada de 635 m, que partirá da Subestação Elevadora e se
conectar a um barramento na Linha de Transmissão de 500kV CHESF São João do Piauí – Boa Esperança.
O empreendimento visa à produção de energia elétrica para fins comerciais, na modalidade de
Produtor Independente de Energia – PIE. Nesse contexto o projeto foi desenvolvido, tendo como finalidade
oferecer a produção de energia elétrica através de painéis fotovoltaicos que se constitui em uma atividade
de baixo impacto ambiental, se tratando de geração de energia limpa e renovável, aproveitar o potencial
natural da região e utilizar tecnologia de ponta para a geração de energia nos moldes do desenvolvimento
sustentável.
Para a realização da análise da implantação desse empreendimento e as suas interações com os
componentes ambientais da área que o comportará, foram considerados os aspectos legais pertinentes ao
empreendimento, bem como o conhecimento das condicionantes ambientais atuais, através do diagnóstico
ambiental, que englobam os meios físicos, biótico e socioambiental das áreas de influência do
empreendimento, o que possibilita compor o prognóstico sobre a viabilidade do empreendimento na área
pleiteada ao licenciamento ambiental.
A localização do empreendimento justifica-se por estar situada em uma área com posição geográfica
favorável, em zona de clima favorável, com intensa insolação, ausência de barreiras naturais ou artificiais,
com os aspectos topográficos e geotécnicos do terreno e disponibilidade de dimensões e condições
ambientais favoráveis ao desenvolvimento do projeto. Ao mesmo tempo que se encontra próximo da LT
500kV CHESF São João do Piauí – Boa Esperança, fatores relevantes para o escoamento da energia
produzida, o que gera facilidades para instalação e operação do empreendimento. Além disso, a área de
ocupação encontra-se recortada ou margeada por estradas, em destaque para a rodovia estadual PI-140, o
que permiti fácil acesso ao empreendimento.
No que diz respeito aos aspectos do meio físico o único fator de impossibilidade de implantação do
empreendimento é a formação e agravamento da processos erosivos, ocasionado principalmente pela
retirada da vegetação local e alteração do escoamento e fluxo superficial das águas. No entanto esse
impacto será acompanhado pelo Programa de Monitoramento e Controle de Processos Erosivos, bem como
será minimizado pela implantação de um sistema de drenagem eficiente aliado a execução de estruturas
para infiltração das águas pluviométricas captadas nos módulos fotovoltaicos e nas vias de acesso e de
serviços. Nos estudos dos demais fatores do meio físico conclui-se que não haverá impactos negativos que
pudessem inviabilizar a implantação e/ou operação do Complexo Fotovoltaico Sol de Itaueira.
Os recursos hídricos nessa região se apresentam como intermitentes ou efêmeros, segundo as
verificações em campo foi possível identificar um curso d’água efêmero com calha de distribuição mal
definida, na área diretamente afetada, porém o mesmo não sofrerá interferências e as Área de Preservação
Permanente estabelecidas para eles se conectaram com a área de Reserva Legal proposta.
Em relação aos aspectos levantados e catalogados sobre o meio biótico presentes nas áreas de
influência do empreendimento, conclui-se que a para a implantação do empreendimento será necessária a
remoção da vegetação e assim haverá a perda de habitat de alguns animais, contudo a locação da Reserva
Legal juntamente com as Área de Preservação Permanente favorecerá o afugentamento dos animais para
as áreas protegidas, bem como a manutenção de suas vidas, pois o local reservado para a Reserva Legal
apresenta características semelhantes do local modificado com vegetação nativa densa. De forma geral o
local onde será a Reserva Legal apresenta suas funções biológicas mais naturais em comparação ao local
que serão instaladas as placas de geração de energia.
A vegetação encontrada na região de implantação do empreendimento é demarcada pela presença
do Bioma Cerrado, porém a região sofre forte influência do bioma Caatinga e de outros ecossistemas
pontuais, podendo ser definido como um ecótono. A caracterização da vegetação que foi realizada por meio
do lançamento de unidades amostrais, onde estimou-se 449 indivíduos por hectare na área, distribuídos em
33 espécies, 31 gêneros e 17 famílias botânicas, segundo a PORTARIA MMA Nº 443, DE 17 DE
DEZEMBRO DE 2014, não foram identificadas espécies ameaçadas, no entanto de acordo com a Portaria
Estadual Nº 32, de 2019, o corte do pequizeiro é proibido, exceto quando, o órgão licenciador atestar a
13 EQUIPE TÉCNICA
RESPONSÁVEL TÉCNICO
FORMAÇÃO ASSINATURA
/ FUNÇÃO
Welyton Martins de Freitas Engenheiro Florestal
Souza Eng. de Segurança do Trabalho
Coordenador de CREA – 1913341860
Licenciamento CTF – 6069748
Engenheira Civil
Ana Paula Oliveira de
Técnica em Agropecuária
Macêdo
CREA – 1916910939
Coordenação Adjunta
CTF – 7708149
Káthia Raquel Lopes Engenheira Agrônoma
Fonseca Msc. em Fitotecnia
Responsável Técnico do CREA – Sem registro
Meio Físico CTF – 7694276
Licenciada em Geografia com Esp.
Antonia Luciana Soares
em Geografia e Educação
Pedrosa Almeida
Ambiental
Responsável Técnico do
CREA – Sem registro
Meio Socioeconômico
CTF – 1931088
Rafael Marques da Silva Biólogo
Responsável Técnico da CRBIO 107.188/05-D
Fauna CTF – 6774414
Euvaldo Sousa Estrela Engenheiro Florestal
Responsável Técnico da CREA – 071574864
Flora CTF – 7214869
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3º, 4º e 5º e acrescenta os arts. 5-A e 5-B ao Decreto nº 99.556, de 1º de outubro de 1990, que dispõe sobre
a proteção das cavidades naturais subterrâneas existentes no território nacional.
BRASIL. DECRETO FEDERAL Nº 9.985, de 18 de julho de 2000. Regulamenta o art. 225, § 1o, incisos I,
II, III e VII da Constituição Federal, institui o Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza e
dá outras providências.
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cavidades naturais subterrâneas existentes no território nacional, e dá outras providências.
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administrativas derivadas de condutas e atividades lesivas ao meio ambiente, e dá outras providências.
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espaço territorial e seus recursos ambientais.
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Federal, estabelece diretrizes gerais da política urbana e dá outras providências.
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e 11.428, de 22 de dezembro de 2006; revoga as Leis nºs 4.771, de 15 de setembro de 1965, e 7.754, de
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9.393, de 19 de dezembro de 1996, e 11.428, de 22 de dezembro de 2006; e revoga as Leis nº s 4.771, de
15 de setembro de 1965, e 7.754, de 14 de abril de 1989, a Medida Provisória nº 2.166-67, de 24 de agosto
de 2001, o item 22 do inciso II do art. 167 da Lei nº 6.015, de 31 de dezembro de 1973, e o § 2º do art. 4º
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15 ANEXOS
1. Responsável Técnico
WELYTON MARTINS DE FREITAS SOUZA
Título profissional: Engenheiro Florestal, Engenheiro de Segurança do Trabalho RNP: 1913341860
Registro: 26036
2. Dados do Contrato
Contratante: SOL DE ITAUEIRA I SPE LTDA CPF/CNPJ: 40711851000167
Logradouro: ROD PI-140 Nº: S/N
Complemento: FAZENDA CACIMBA - KM 55 Bairro: ZONA RURAL
Cidade: FLORIANO UF: PI CEP: 64809-899
Contrato: Sem número celebrado em 21/11/2021 Vinculado à ART:
Valor: R$ 7.000,00 Tipo de Contratante: PESSOA JURÍDICA DE DIREITO PRIVADO
Ação Institucional:
3. Dados da Obra/Serviço
Logradouro: ROD PI-140 Nº: S/N
Complemento: FAZENDA CACIMBA - KM 55 Bairro: ZONA RURAL
Cidade: ITAUEIRA UF: PI CEP: 64820-000
Data de Início: 07/01/2022 Previsão de Término: 07/06/2022 Coordenadas Geográficas: -7.256690, -43.138622
Finalidade: AMBIENTAL Código:
Proprietário SOL DE ITAUEIRA I SPE LTDA CPF/CNPJ: 40711851000167
4. Atividade Técnica
COORDENAÇÃO Quantidade Unidade
ESTUDO DE DESCRIÇÃO, CLASSIFICAÇÃO E CARACTERIZAÇÃO DOS SOLOS 1.0000 unidade
ESTUDO DE DIAGNÓSTICO E CARACTERIZAÇÃO AMBIENTAL CARACTERIZAÇÃO DO MEIO 1.0000 unidade
ANTRÓPICO
ESTUDO DE DIAGNÓSTICO E CARACTERIZAÇÃO AMBIENTAL CARACTERIZAÇÃO DO MEIO 1.0000 unidade
BIÓTICO
ESTUDO DE DIAGNÓSTICO E CARACTERIZAÇÃO AMBIENTAL CARACTERIZAÇÃO DO MEIO 1.0000 unidade
FÍSICO
ESTUDO DE DIAGNÓSTICO E CARACTERIZAÇÃO AMBIENTAL DE CARACTERIZAÇÃO 1.0000 unidade
FITOSSOCIOLÓGICA
ESTUDO DE DIAGNÓSTICO E CARACTERIZAÇÃO AMBIENTAL DIAGNÓSTICO AMBIENTAL 1.0000 unidade
ESTUDO DE DIAGNÓSTICO E CARACTERIZAÇÃO AMBIENTAL IDENTIFICAÇÃO E 1.0000 unidade
POTENCIALIZAÇÃO DE IMPACTOS AMBIENTAIS
ESTUDO DE DIAGNÓSTICO E CARACTERIZAÇÃO AMBIENTAL PROGNÓSTICO AMBIENTAL 1.0000 unidade
ESTUDO DE ESTUDO CLIMATOLÓGICO DE ÁREAS RURAIS 1.0000 unidade
ESTUDO DE INVENTÁRIO FLORESTAL 2035.0000 hectare
EXECUÇÃO Quantidade Unidade
EXECUÇÃO DE DESENHO TÉCNICO DE DADOS E INFORMAÇÕES CARTOGRÁFICAS, 21.0000 unidade
CARTOGRÁFICAS ESTATÍSTICAS E CARTOGRÁFICAS TEMÁTICAS
Após a conclusão das atividades técnicas o profissional deverá proceder a baixa desta ART
5. Observações
Coordenação e Elaboração técnica do Estudo de Impacto Ambiental (EIA), bem como Relatório de Impacto Ambiental (RIMA) referente ao Complexo
Fotovoltaico Sol de Itaueira, a ser implantado na zona rural dos municípios de Floriano e Itaueira, região sul do estado do Piauí. O projeto será construído em
uma área total de aproximadamente 2035,146 hectares e com uma potência planejada de 1300 MWac. Técnico Responsável pelos mapas e Arquivos digitais.
6. Declarações
Acessibilidade: Declaro que as regras de acessibilidade previstas nas normas técnicas da ABNT, na legislação específica e no Decreto nº 5.296, de 2 de dezembro
de 2004, não se aplicam às atividades profissionais acima relacionadas.