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IBEN

INSTITUTO BÍBLICO EVANGÉLICO NAZARENO

PSICOLOGIA CRISTÃ
Professora: Rebeca Lima
1º Semestre de 2021.
IBEN – Instituto Bíblico Evangélico Nazareno 2
PSICOLOGIA CRISTÃ

ÍNDICE

Página

INTRODUÇÃO 3

Unidade I – INTRODUÇÃO À PSICOLOGIA 3


1. O que é Psicologia 3
2. A Psicologia e o Cristianismo 4

Unidade II – ESTRUTURA DA PERSONALIDADE 6


1. Tipos de Personalidade 6
2. Abrangência da Personalidade 7
3. A Formação da Personalidade 8
4. Mecanismos de Defesa 8
5. Como agradar a Deus com a nossa Personalidade 9
Questionário I 9

Unidade III – AUTO-IMAGEM 10


1. Áreas de Percepção – Janela Johari 10
2. O que é Auto-Imagem 12
3. Formação da Auto-Imagem 13
4. Desenvolvendo uma Auto-Imagem saudável 14
Questionário II 15

Unidade IV – O DESENVOLVIMENTO DAS EMOÇÕES 16


1. Ansiedade 16
2. Stress 18
3. Solidão 20
4. Depressão 22
5. Ira / Raiva 24
6. Culpa 26
Questionário III 27

Unidade V – ACONSELHAMENTO CRISTÃO 28


Qualidades Essenciais do Conselheiro Bíblico 29
Técnicas de Aconselhamento 31
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UNIDADE I
INTRODUÇÃO À PSICOLOGIA

1. O QUE É PSICOLOGIA

Definição: A palavra Psicologia é formada de duas palavras gregas: psique, que significa alma, e
logos, que significa estudo, ciência. Portanto, Psicologia significa estudo da alma. Com o
passar do tempo, a palavra psicologia tem sido usada para indicar o estudo da mente e do
comportamento. A definição mais aceita pelos psicólogos é a seguinte: Psicologia é a ciência
do comportamento humano.
A Psicologia só foi considerada ciência no fim do século XIX, quando os estudiosos
empregaram métodos de observação cuidadosos e sistemáticos e mensuração dos
acontecimentos, muitas vezes com o auxílio de experimentos planejados especificamente para
isso.

Importância do estudo da Psicologia: sendo uma ciência que estuda o comportamento


humano, é importante para melhorar nossa compreensão de nós mesmos e dos outros.
Através do estudo da Psicologia, descobrimos a natureza da motivação, das emoções, da
aprendizagem, do pensamento e da personalidade como um todo. Aprendemos como as
pessoas diferem umas das outras sob todos esses aspectos.

Freud é amplamente considerado como o psicólogo mais influente da nossa época; dos seus
experimentos se originaram várias teorias. Seus estudos se basearam nas observações que se
processaram tanto em seus pacientes com distúrbios mentais como em pacientes normais. De
acordo com Freud, a psiquê humana é constituída de três sistemas principais de forças
psicológicas que, interagindo dinamicamente, provocam o comportamento do indivíduo:

ID EGO SUPEREGO

ID – É a parte biológica e hereditária do sistema psíquico, que se apresenta na forma de


instintos inconscientes que impulsionam o organismo.
Instintos da vida – ligados à sobrevivência: a fome, a sede, o sexo
Instintos da morte – ligados aos impulsos de destruição: formas de agressão
EGO – Sistema de forças que tem a função de controle consciente, e a de re-dirigir os impulsos
do ID, de acordo com as realidades do mundo externo (ambiente). É o sistema de processos
cognitivos – perceber, pensar, planejar, decidir. O EGO harmoniza o conflito existente entre o
ID e o SUPEREGO.
SUPEREGO – Representa as normas sociais e as proibições. Está voltado para nossa consciência
moral, sua preocupação é decidir se uma coisa é certa ou não. Um superego bem desenvolvido
tende a tornar-se um controle automático e inconsciente dos impulsos do ID.
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Freud explicou que a nossa vida mental é constituída de três níveis:


Consciente – conhecimento de todos os nossos atos
Subconsciente (pré-consciente) – age como um arquivo em nossa mente, que podemos
evocar quando quisermos (fatos, lembranças, emoções)
Inconsciente – fenômenos que se realizam em nossa mente sem que saibamos (sonhos, atos
falhos)

Os distúrbios de comportamento ocorrem quando não existe harmonia entre os instintos


naturais, os valores morais e a realidade presente do indivíduo. Ex. maníacos, estupradores,
religiosos fanáticos, etc.

Toda esta dinâmica do comportamento humano vai sendo desenvolvida no decorrer da vida,
através das experiências de cada um, das aprendizagens, das punições, das repressões, de
traumas, etc. Este conjunto todo vai determinar como será nosso comportamento em cada
situação.

Quando tomamos consciência da influência de determinadas experiências em nosso


comportamento, conseguimos modificar e melhorar nossas reações e motivações. Ex. timidez,
medos, etc.

“Não podemos entender as razões que levam uma pessoa a se comportar de determinada
maneira enquanto não tentarmos ver o mundo a partir do seu ponto de vista” – Gary Collins.

2. A PSICOLOGIA E O CRISTIANISMO

Psicólogo Cristão ou Cristão Psicólogo ?

A Psicologia deve ser utilizada no meio cristão como uma ferramenta que auxilie na
compreensão dos problemas, dos conflitos e dos relacionamentos do ser humano.

Sendo Deus o Criador do mundo e do ser humano em particular, Ele com certeza conhece toda
a complexidade do nosso ser, das nossas emoções, reações e sentimentos. Daí porque não
podemos utilizar a Psicologia sem conhecer a Palavra de Deus, e o que Deus diz a respeito do
ser humano.
Rm 9:20 – “Quem és tu, ó homem, para discutires com Deus?!”
Sl 139:1-18 – A Onisciência de Deus
Is 40:12-31 – A Onipotência de Deus

Larry Crabb em seu livro Como Compreender as Pessoas (Ed. Vida), diz: “Ao tentar desenvolver
um modelo de aconselhamento, inicio com a certeza de que devo permitir que meu estudo da
Palavra de Deus controle meu pensamento mais do que quaisquer outras informações.” (p.47)

E “Os dados reais da pesquisa psicológica não podem, naturalmente, ser desconsiderados.
Precisamos enfrentar o que observamos e depois nos achegar às Escrituras para entendermos
o porque da existência dos dados e de que maneira devemos reagir ao que observamos. Mas,
em cada caso, a instrução da Escritura deve ser a palavra final.” (p.48)
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O que Deus diz sobre o comportamento humano

A natureza humana
o É pecaminosa – Rm 7:18-25; Gl 5:16,17; Jr 17:9; Mc 7:21-23
A Palavra de Deus
o Nos ensina como agir – II Tm 3:14-17 (Timóteo recebeu o ensinamento em sua
casa); Sl 119:9,11 (obedecer para não pecar); Sl 119:67,71 (as aflições produzem
crescimento)
A escolha do homem
o Livre arbítrio – Jo 1:12 (escolhemos seguir a Jesus); Gl 5:13,16 (escolhemos não dar
ocasião à carne); Sl 119:15,30,44-48 (escolhemos obedecer à Palavra de Deus)

O homem tem liberdade de viver sua própria vida, de tomar suas próprias decisões morais.
Isso significa que existe sempre dentro do homem uma tensão entre Deus e a vontade
egocêntrica do homem. Essa tensão dificulta a vida, dela resultam nossos constantes conflitos
morais, tormentos internos e sentimentos de culpa.

O homem que decide seguir o caminho de Deus conta com o próprio Criador para ajudá-lo nas
suas dificuldades. É mais fácil para o cristão entender e tratar seus problemas emocionais do
que para aquele que não conhece a Deus. Há muitos textos bíblicos que falam também sobre
casamento, família, filhos, finanças, conduta moral, etc.

Exemplos:
Fp 4:6 – ansiedade
Hb 4:16 - misericórdia, graça, socorro
Is 26:3,4 – confiança
Is 40:29-31 - renovação

Outros versículos:
Fp 1:6 -
Is 51:12 -
Is 49:15,16 -
Is 43:1,2 –
Is 41:9,10 –
Js 1:9 –
Sl 37:4,5,7 –
Sl 40:1-3 –
Mt 5:4 –
Sl 4:4,8 –
Ec 3:11,14 -
II Tm 1:7 -
Jo 16:33 –
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Unidade II
ESTRUTURA DA PERSONALIDADE

Efeitos Externos da Personalidade – a impressão que a outra pessoa causa em nós,


popularmente refere-se a um conjunto de traços que sejam socialmente atraentes ou
eficientes.
Ex.: “personalidade forte ou fraca”; “você não tem personalidade”; “tem dupla personalidade”
As definições através de efeitos externos confundem personalidade com reputação; uma
pessoa pode ter muitas reputações.

Etimologia – do latim, persona = máscara


Depois passou a significar outras coisas, entre as quais o ator colocado atrás da máscara, isto é,
seu verdadeiro conjunto de qualidades íntimas e pessoais.

Estrutura Interna da Personalidade – é a organização mental total de um ser humano, em


qualquer estágio de seu desenvolvimento. Abrange todos os aspectos do caráter humano,
do intelecto, do temperamento, da habilidade, da moralidade e todas as atitudes
constituídas durante a vida da pessoa.

Traço – é uma característica duradoura do indivíduo, e que se manifesta da maneira


consistente de comportar-se em várias situações diferentes.
Ex. ser reservado, ser bem-humorado, ser expansivo, etc.

1. Tipos de Personalidade

A teoria mais conhecida é a de Jung, que distingue introversão e extroversão.

Introvertido – o tipo de pessoa que tem orientação subjetiva; tem um interesse


fundamental em idéias, imaginação e vida interior. Concentra a maior parte de sua atenção
em si mesmo, tende a desinteressar-se do meio ambiente. Fala pouco, parece estar sempre
triste, mostra-se constrangido e desajeitado.

Extrovertido – o tipo de pessoa que tem uma orientação dirigida para fora, para o mundo
objetivo das coisas e dos acontecimentos; está interessado fundamentalmente nas
atividades sociais e nas atividades práticas; é racionalista e realista. Exterioriza os seus
sentimentos, é aberto a intercâmbios afetivos e intelectuais e se abre ao contato com
outros.

Entretanto, na realidade, a mesma pessoa pode alternar entre introversão e extroversão. É


difícil uma pessoa apresentar-se introvertida ou extrovertida em todas as ocasiões. A maioria
das pessoas são ambivertidas.
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2. Abrangência da Personalidade

CARÁTER – do grego = gravar. É a marca de um homem – seu padrão de traços ou seu


estilo de vida. Faz referência a um padrão moral, a um julgamento de valor. É um aspecto
da personalidade, um quadro de valores que molda a vida do indivíduo e que diferencia
um indivíduo do outro. Abrange consciência moral e crenças religiosas.
Característica = marca, uma gravação única.
Algumas teorias consideram caráter como sinônimo de personalidade.

TEMPERAMENTO – característica da personalidade que demonstra as reações emocionais


do indivíduo. Aquilo que movimenta para a ação. Está ligado a aspectos biológicos – tipo
de sensibilidade aos estímulos (reações). O temperamento é inato (constitucional), e
hereditário.

Como o físico e a inteligência, o temperamento pode ser alterado (dentro de certos limites) no
decurso da aprendizagem e das experiências de vida. O temperamento pode alterar-se
durante o desenvolvimento da personalidade.

Existe uma teoria antiga de que o temperamento seria determinado pelos “humores”
(secreções glandulares) do corpo. Embora esta teoria não esteja de acordo com o
conhecimento moderno de Fisiologia, os quatro tipos de temperamento ainda são aceitos
hoje:

Sanguíneo – tipo amigável, falador, gosta de ser o centro das atenções, ousado, têm forte
tendência a agir com base em seus impulsos e só pensar depois de agir, parece sempre ansioso
em agradar os outros, não gosta de estar só, se interessa pelas pessoas.

Colérico – tem vontade forte e espírito determinado, tem iniciativa, é ativo, tem forte
tendência para liderança, organizado, autoconfiante e auto-suficiente, sempre diz o que pensa
mesmo que não agrade aos outros.

Melancólico – pensador profundo e criativo, é sensível, magoa-se facilmente, tem tendência


ao perfeccionismo, não gosta de ser criticado, é pessimista, exige muito de si mesmo, fica
frustrado e deprimido quando não atinge seus alvos, sente-se inferiorizado.

Fleumático – é naturalmente tranquilo, um espectador da vida, sempre deixa que os outros


façam as coisas, vagaroso, tem pouca motivação, avarento e egoísta, provocador, distraído.

Ninguém se encaixa perfeitamente na descrição de um único temperamento; todos nós somos


uma combinação de pelo menos dois temperamentos, que podem variar em proporção e
intensidade.

IDENTIDADE – dados biográficos de cada um: nome, sexo, idade, parentesco, profissão,
religião, aparência, pensamento próprio.

ORGANISMO – parte biológica, o corpo físico, objetivamente observável, é o objeto de


estudo do fisiólogo, do geneticista, do neurologista, assim como do psicólogo.
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EU – aquilo que identifica o indivíduo, o centro da personalidade (SELF). Dá à pessoa a


consciência de si mesmo em seus pensamentos, sentimentos e ações, a forma como se vê.
O indivíduo percebe a si mesmo como um determinado “tipo de pessoa”, com
determinados traços, hábitos, padrões característicos de comportamento; com certas
aptidões, habilidades e conhecimento; com certas crenças, valores e atitudes; voltado para
determinados objetivos, alvos e aspirações. E percebe também, a si mesmo, através da
maneira pela qual se liga ao ambiente – os objetos que possui, os grupos sociais a que
pertence, o status social, os papéis que desempenha e a maneira de ser visto por outras
pessoas. Se assemelha à função do EGO.

“Quem sou eu?”

3. A Formação da Personalidade

Fatores hereditários (inatos) – ainda não são totalmente explicados, embora as diferenças
já sejam visíveis nos bebês. Ex. físico, temperamento, inteligência.

Habilidades – capacidades, talentos. As crianças com capacidades marcantes em geral as


demonstram logo cedo. Ex. música, mecânica, etc.

Aprendizagem Social (ambiente) – aprendizagem por observação, por condicionamento,


por ensaio e erro. A família é a mais importante de todas as influências ambientais na
formação da personalidade.

A formação da personalidade se inicia no nascimento, e é dinâmica no decorrer da vida, à


medida em que continuamente surgem novas circunstâncias e problemas que a pessoa tem
que resolver, e que não poucas vezes trazem frustração e ansiedade.

4. Mecanismos de Defesa

Freud chamou de Mecanismos de Defesa as maneiras pelas quais as pessoas tipicamente se


conduzem para evitar ou diminuir as ansiedades. Os principais são:

Esquecimento (Recalque) – recusa de pensar sobre alguma coisa desagradável. Ex.


esquecer de pagar uma conta.
Inversão de Motivos (Formação de Reação) – adotar motivos mais aceitáveis, opostos ao
motivo verdadeiro. Ex. pessoa excessivamente preocupada em agradar aos outros, pode
Ter medo de desagradá-los por não gostar deles.
Culpar os Outros (Projeção) – reconhece o seu motivo, mas o atribui a outra pessoa, para
aliviar-se da culpa. Ex. racismo, acusar os outros de coisas que gostaria de fazer (colar)
Desculpas (Racionalização) – um motivo inaceitável é substituído por um aceitável. Ex.
bater no filho com raiva, e dizer que é para o seu bem.
Deslocamento (Displacement) – deslocamento da meta do motivo, para uma outra meta
diferente. Ex. ficar zangado com o chefe, e brigar com a esposa em casa.
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Fantasia – procura resolver os conflitos evadindo-os, imaginando como gostaria de ser,


fuga da realidade. Ex. rapaz não muito popular que se faz de conquistador.
Identificação – sentir ou agir como outra pessoa para Ter a sensação de que atingiu a meta.
Ex. imitar modo de falar, de vestir, tornar-se amigo de pessoa importante.
Agir como Criança (Regressão) – agir de maneira infantil ou primitiva de comportamento.
Ex. irmão recém-nascido, adulto “magoado”.
Sublimação e Compensação – recorrer a uma atividade alternativa para satisfazer um
motivo social. Ex. um homem feio e fracassado em relacionamentos com o sexo oposto,
vestindo-se com extrema elegância, ou conquistando posição social.

Os uso dos Mecanismos de Defesa jamais resolvem o verdadeiro problema, apenas aliviam a
ansiedade. Se ocorrerem com intensidade, podem vir a tornar-se desordem mental ou
perturbação psicológica.

5. Como agradar a Deus com a nossa Personalidade

II Co 5:17 –
Ef 5:18-21 –
Gl 5:22,23 –
Gl 5:16 –
Gn 17:1 / Mt 5:48 –

QUESTIONÁRIO I

1. Defina Personalidade.
2. Quais são os dois tipos de personalidade, segundo a teoria de Jung?
3. Fale sobre os quatro temperamentos.
4. Explique, em suas palavras, as diferenças entre as definições de Personalidade, Caráter,
Temperamento, Identidade, Organismo e Eu.
5. Como se dá a formação da Personalidade?
6. Qual a função dos Mecanismos de Defesa? Fale sobre três deles, à sua escolha.
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Unidade III
AUTO-IMAGEM

“O que os outros pensam de mim?”

1. Áreas de Percepção – Janela Johari

O modelo de áreas de percepção que chamamos de Janela Johari estabelece como cada
indivíduo se relaciona com os outros no meio ambiente. Através de suas palavras e atos,
projeta uma espécie de janela em relação a si mesmo, que é observado pelos outros.

Conhecido Desconhecido
pelo indivíduo pelo indivíduo

Conhecido ABERTA (ARENA) CEGA (MANCHA CEGA)


pelos outros

Desconhecido SECRETA (FACHADA) DESCONHECIDA


pelos outros

ÁREA ABERTA – Conhecida pelo indivíduo e pelos outros. Relações francas, as cartas em cima
da mesa. É a máxima abertura e franqueza do indivíduo dentro do grupo, muitas vezes
expondo seus problemas e sendo ajudado pelos outros.

ÁREA CEGA – Conhecida pelos outros, mas desconhecida pelo indivíduo. Esta área
compreende pensamentos, sentimentos, atitudes, que o indivíduo tem sem se dar conta.
Entretanto, outras pessoas estão cientes destas coisas porque o indivíduo se revela através de
seus atos e de suas palavras.
Ex. pessoa com forte tendência de domínio, de monopólio de discussão; o chato; o
preconceituoso.

ÁREA SECRETA – Conhecida pelo indivíduo, mas desconhecida pelos outros. Consiste nos
sentimentos, motivações, etc., que o indivíduo tem, mas guarda escondido por alguma razão,
muitas vezes porque considera a revelação como imprópria ou vergonhosa.
Ex. maus pensamentos / julgamentos com relação a outra pessoa; pensamentos ou atitudes
imorais e pervertidas; certos medos e fraquezas.

ÁREA DESCONHECIDA – Desconhecida pelo indivíduo e pelos outros. Compreende aquilo que
ainda não foi explorado, continua latente, inconsciente, simplesmente desconhecido. Somente
em situações inusitadas é que haverá possibilidade de aparecerem.
Ex. covardia; medos; fraquezas; situação de assalto.

Todas estas áreas da nossa percepção são conhecidas por Deus, até mesmo a Área
Desconhecida. Tem coisas que só Deus sabe a respeito de nós – Salmo 139.
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Conhecendo estas áreas de percepção, podemos entender porque nunca conhecemos


verdadeiramente uma pessoa, por mais que convivamos muitos anos com ela. Nem a nós
mesmos chegaremos a conhecer plenamente, mas devemos estar abertos para isso.

Uma forma de nos conhecermos melhor é observarmos e analisarmos o que os outros pensam
a nosso respeito, qual a impressão que tem de nós (Área Cega). Teremos dificuldade de aceitar
algumas coisas, mas serão importantes para o nosso aperfeiçoamento. As críticas construtivas
e colocadas com sabedoria são importantes para isso.

Também devemos procurar, na medida do possível, mostrar quem somos e o que pensamos
(Área Secreta), para vencermos também obstáculos que se encontram nessa área da nossa
vida, e mudarmos o que precisa ser mudado. Nesta área provavelmente vamos precisar de um
Aconselhamento espiritual competente.

DEUS

ESPÍRITO

Culpa
Auto-imagem negativa

Traumas ALMA Baixa auto-estima

etc... Mágoas / raiz de amargura

CORPO

Ações Reações

O Espírito de Deus não pode fluir através de uma alma “bloqueada” por sentimentos negativos
– falta liberdade.
O corpo sofre, muitas vezes, as consequencias das feridas e doenças da alma –
psicosomatização.
Ex. ansiedade, raiva, dores inexplicáveis, alergias, quedas de cabelo, etc..
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2. O que é Auto-Imagem

Cada um de nós traz consigo outro retrato de si mesmo, a fotografia mais importante do que
qualquer outra em nossa carteira. A este nosso retrato mental chamamos de auto-imagem.

Muitos de nós ficariam embaraçados se nosso coração se abrisse como uma carteira e alguém
acidentalmente visse o que pensamos de nós mesmos.

Quer gostemos ou não, nossa auto-imagem exerce grande influência em nosso bem estar
emocional e espiritual. Temos a tendência de agir em harmonia com nosso auto-retrato. Se
não gostamos do tipo de pessoa que somos, achamos que mais ninguém gosta de nós. Esta
atitude influencia nossa vida social, nosso desenvolvimento profissional e o relacionamento
com outras pessoas.

Pv 23:7 – A maneira como você se imagina na sua mente é como você é.


Nm 13:33 – “gafanhotos” – auto-imagem negativa
Nm 14:6-9 – auto-imagem correta

A auto-imagem é como um banquinho de três pernas. Se uma delas faltar ou estiver


incompleta, ele cai.

AUTO-IMAGEM

Senso de
Valor
Senso de Senso de
Aceitação Competência

Senso de Aceitação – Conhecer a si mesmo, e aceitar-se como é.


Ex. aparência, habilidades, virtudes e defeitos.

Senso de Valor – Consciência da importância de sua existência; que faz diferença para as
outras pessoas.
Ex. a importância das palavras dos pais para os filhos. O filho vai Ter a história que os pais
escrevem.

Senso de Competência – Consciência de ser capaz de realizar determinadas coisas que são
importantes.
Ex. criança começando a andar, aprendendo a calçar, etc.
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3. Formação da auto-imagem

Influência Interna – a natureza humana; características inatas.

Influência Externa – a família, a sociedade, as experiências da vida. Quando recebemos


mensagens positivas, temos pensamentos positivos sobre nós mesmos. Quando
recebemos críticas e acusações constantes, nossa auto-imagem pode ficar prejudicada.
Quando enfrentamos situações difíceis (separação, desemprego, perda de um ente
querido), muitas vezes nossa auto-imagem é afetada.

Satanás – usa três máscaras:


o Jo 8:44 – mentira; tenta nos fazer acreditar no que não somos.
o Ap 12:10 – acusação; tenta nos colocar culpas que não temos.
o II Co 4:4 – cega o entendimento para que os homens não vejam como são importantes
para Deus.

Deus
o Que direito você tem de menosprezar uma pessoa a quem Deus tanto ama? – Jo 3:16
o Que direito você tem de depreciar uma pessoa a quem Deus honrou tanto? – I Jo 3:1,2
/ Ef 1:3-5
o Que direito você tem de menosprezar a quem Deus dá tanto valor? – Rm 5:8 / Ef 2:4-
5,6
o Que direito você tem de depreciar uma pessoa de quem Deus cuida com tanto carinho?
– Mt 7:11 / Mt 6:26,28-30
o Que direito você tem de depreciar uma pessoa que Deus criou com planejamento tão
cuidadoso? – Sl 139:13,14
o Que direito você tem de depreciar uma pessoa em quem Deus se compraz? – Sl 37:23 /
Pv 11:20

Uma auto-imagem inadequada tira do homem a energia e o poder de atenção necessários


para o bom relacionamento com os outros. O senso de inadequação impossibilita a pessoa de
amar e de dar atenção aos outros.

Pessoas com auto-imagem inadequada preocupam-se com as opiniões, elogios ou críticas dos
outros como fatores determinantes da maneira como vão se sentir ou pensar num dado
momento. São escravos da opinião dos outros e não se sentem livres para serem eles mesmos.

Muitas pessoas olham para si mesmas mais de acordo com o auto-retrato formado no início da
vida do que de acordo com as suas realizações com adultos. Exteriormente demonstram Ter
alcançado sucesso, mas interiormente sentem-se deprimidos e ansiosos por causa da auto-
imagem pobre que desenvolveram na infância. Aparentemente são fortes e resistentes, mas
na verdade são frágeis e, em situações de crise, o alicerce inadequado da auto-imagem fica
evidente.

Pessoas com frágil senso de valor esperam ser enganadas, rejeitadas, censuradas, aguardam o
pior e muitas vezes criam motivos para Ter medo, lutam com a tensão de “tentarem ser
aceitos” sem acreditar que o serão.
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4. Desenvolvendo uma auto-imagem saudável

É possível perceber a diferença que a iluminação correta pode fazer em uma fotografia, ou a
distorção que uma sombra escura produz. Saber que temos grande valor aos olhos de Deus
pode iluminar nosso auto-retrato. Por outro lado, o pecado resultante de nossa natureza
pecaminosa, pode jogar uma sombra sobre nossa auto-imagem.

Podemos Ter nossa auto-imagem transformada através do conhecimento e aplicação dos


princípios bíblicos. Sl 27:3 / Fp 4:13 / Sl 125:1 / II Tm 1:7 / Is 44:22-24

Pessoas que tem um bom senso de valor sentem-se importantes, acreditam que tem valor e
que o mundo é um lugar melhor porque elas estão aqui. Aceita a si mesmas como agradáveis a
Deus e acreditam em si mesmos como parte da criação de Deus, amadas, valorizadas e
capazes, pecadores por natureza, mas redimidos e reconciliados com Deus para se tornarem
tudo o que Deus deseja que sejam.

AUTO-AVALIAÇÃO

- Examine sua auto-imagem e veja como você se encontra. Está satisfeito(a) com o que
você é nesta altura da vida, presumindo-se que ambicione um maior desenvolvimento
pessoal no futuro? _____________________________________

- Você tem uma visão exagerada de si mesmo, quando se compara com outras pessoas?
__________________________________________________________

- Você gosta do seu retrato mental? __________________________________

- Anote cinco pontos fortes e cinco pontos fracos que você observa em si mesmo.
Pontos Fortes:
1. ________________________________________________________________
2. ________________________________________________________________
3. ________________________________________________________________
4. ________________________________________________________________
5. ________________________________________________________________
Pontos Fracos:
1. ________________________________________________________________
2. ________________________________________________________________
3. ________________________________________________________________
4. ________________________________________________________________
5. ________________________________________________________________
- Qual das listas você levou mais tempo para relacionar, os pontos fortes ou fracos?
____________________________________________________________

- Isto lhe diz alguma coisa sobre a sua auto-imagem? O que? _________________
__________________________________________________________________
__________________________________________________________________
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QUESTIONÁRIO II

1. Explique as áreas de percepção de acordo com o modelo da Janela Johari.


2. Como os nossos problemas emocionais (alma) podem influenciar em nosso corpo e nosso
espírito?
3. Explique o que é auto-imagem.
4. Quais são as três “pernas” que sustentam nossa auto-imagem? Defina cada uma.
5. Que fatores influenciam na formação da auto-imagem?
6. Como desenvolver uma auto-imagem saudável?
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Unidade IV
O DESENVOLVIMENTO DAS EMOÇÕES

A emoção é uma força motivadora dos problemas humanos. Está na raiz de guerras,
assassinatos, conflito racial e todos os outros conflitos entre pessoas. Por outro lado, a emoção
é o sal da vida; as coisas seriam bem monótonas sem a emoção.

O que são as Emoções?

De um lado, é um estado de excitação do corpo, marcada por muitas mudanças fisiológicas. De


outro, é um sentimento, que em parte decorre do estado de excitação, que pode ser agradável
ou desagradável. A emoção é algo que a pessoa exprime: com a voz, com o rosto, com o gesto.

Muitas vezes os cristãos ficam confusos com toda esta questão de sentimentos. Alguns
pensam que, se você anda com o Senhor, confessando todo o pecado conhecido, então
sempre se sentirá bem. Outros ensinam que é possível ao crente Ter emoções negativas, mas
essas devem ser mantidas trancadas a sete chaves e nunca expressas. Para estas pessoas, as
emoções infelizes são uma vergonha para o testemunho cristão e assim não devem jamais ser
vistas. Estes sentimentos produzem hipócritas espirituais.

Todos nós nos sentimos mal algumas vezes. E todos os “maus sentimentos” não são
moralmente maus. Alguns sentimentos negativos, mesmo que muito dolorosos, são
perfeitamente aceitáveis, são experiências normais no andar cristão e podem coexistir com um
senso profundo de gozo e paz. Outras emoções negativas são resultado de pensamentos e
vivências pecaminosos. Mas mesmo estes não devem ser abafados e enterrados, e sim
enfrentados com um exame de suas causas e fazendo algo construtivo para melhorar.

“O cristianismo nunca foi planejado como uma risada após a outra” (L. Crabb). Crentes que não
entendem isso por vezes se sentem culpados e questionam sua fé cristã se não estiverem
conscientemente felizes o tempo todo. O apóstolo Paulo não estava sempre “vibrando” e o
próprio Jesus soube o que era sentir ira, solidão e angústia. Então não devemos nos
surpreender se nós também passarmos por tempos extremamente angustiosos.

1. ANSIEDADE

Sentimento íntimo de apreensão, mal estar, inquietude e impaciência, preocupação, angústia


e/ou medo, acompanhado de reações físicas intensas (agitação e tremores, sudorese, boca
seca, palpitações, vertigens e tonturas, náuseas, desarranjo intestinal, necessidade frequente
de urinar; dor de cabeça, etc.) Ela pode surgir:

Como uma reação a um perigo identificável (muitos escritores chamam isto de “medo” em
lugar de ansiedade). Ex. soldado na guerra; animal perigoso

Em resposta a um perigo imaginário, quando a pessoa sente que alguma coisa terrível vai
acontecer, mas não sabe o que é nem por quê. Pode não estar relacionado a um perigo
real externo, mas uma expressão de conflitos interiores.
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PSICOLOGIA CRISTÃ

Existem vários tipos de ansiedade, que podem variar de intensidade. A ansiedade moderada
talvez seja desejável e sadia, porque com frequência motiva e ajuda as pessoas a evitarem
situações perigosas. Ex. segurar-se no alto de um prédio; não reagir a um assalto; a expectativa
por uma entrevista de emprego; apreensão antes de falar em público.

A ansiedade intensa pode diminuir nosso período de atenção, dificultar a concentração,


interferir com a solução de problemas, bloquear a comunicação eficaz, despertar o sentimento
de pânico e algumas vezes sintomas físicos indesejáveis, como paralisia ou terrível dor de
cabeça. Ex. não conseguir executar uma tarefa importante, dar “branco” na prova, reagir a um
assalto, reações histéricas, etc.

Desempenho

Ansiedade

A Bíblia e a Ansiedade

o Aflição ou angústia (aperto) – é resultado de um afastamento de Deus. Em vez de


reconhecer sua soberania e superioridade, carregamos sozinhos os fardos da vida e
supomos poder solucionar os problemas sem ajuda dEle. Traz a sensação de iminente
perda de controle sobre a situação, porque sabemos que a nossa capacidade é
limitada. Mt 6:25-34 / Fp 4:6,7 / I Pe 5:7 / Sl 55:22

o Preocupação não-ansiosa (realista) – reconhecer com realismo os problemas


identificáveis em nossa vida e tentar resolvê-los; previsão de possível evento futuro
que não causa desobediência a Deus mas provoca planejamento inteligente antes do
acontecimento. II Co 11:28 (Paulo preocupado com o bem-estar das igrejas) / Pv 6:6-11
(formiga) / Ec 3:1-8 (tempo certo para todas as coisas) / Jo 14:27 (paz) / Fp 4:8 (pensar
corretamente).
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2. STRESS

Este termo está sendo bastante utilizado hoje para definir qualquer situação de cansaço ou
ansiedade extrema, seja por causa do trânsito, do excesso de trabalho ou estudo, problemas
familiares, etc..

Mas o conceito de Stress vai um pouco além dessa utilização popular. Pode ser definido como
um conjunto de reações e estímulos que causam distúrbios no equilíbrio do organismo,
frequentemente com efeitos danosos; é decorrente de uma situação enfrentada pelo indivíduo
onde existe um grande desgaste físico, mental e/ou emocional, com o qual o indivíduo não
consegue lidar, ou seja, não pode “fugir” nem “atacar”.

Resumindo, é um descontrole do equilíbrio do organismo por pressão ou ameaça, pode levar a


um ESGOTAMENTO.

Sintomas do Stress
o Imobilidade – baixa atividade física e psíquica
 Dificuldade para tomar decisões
 Dificuldade de concentração
 Preocupação excessiva / ansiedade
 Esquecimentos (compromissos, prazos)
o Falta de apetite
o Queda de temperatura – frio / palidez
o Pressão baixa ou Hipertensão
o Súbita explosão de raiva
o Sensação de inconformidade – nada está bom
o Mal estar geral
o Dores (em alguns casos)

Origens do Stress:
o Somatogênicas – originadas do próprio corpo: doenças, dores, cansaço extremo,
sobrecarga de trabalho, falta de descanso adequado
o Psicogênicas – ira, fúria, raiva, sofrimento – situações nas quais se sente perda de
perspectiva, infelicidade, pressão ou ameaça, expectativa do pior

Prevenção da Ansiedade e do Stress

o Confiança em Deus – “Não sei o que o futuro reserva, mas sei quem controla o futuro”.
Esta convicção pode trazer grande segurança para a pessoa que aprende a andar em
contato diário com Deus. A Bíblia encoraja o confronto realista dos problemas e
flexibilidade na tomada de decisões. Isto capacita o indivíduo a crescer e adaptar-se às
mudanças ou ao perigo, enquanto conservam a confiança na soberania e sabedoria de
um Deus Todo-Poderoso.

o Aprender a Enfrentar – envolve os seguintes elementos:


o Admitir temores, inseguranças, conflitos e ansiedades quando surgem
 Falar sobre os mesmos com alguém, se necessário regularmente
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 Construir a auto-estima
 Evitar o distanciamento das pessoas – manter contato com amigos e construir
novos relacionamentos
 Buscar a ajuda de Deus e de outras pessoas para satisfazer nossas necessidades
 Aprender a comunicar-se
 Aprender alguns princípios e técnicas de descontração
 Avaliar periodicamente nossas prioridades, objetivos de vida e controle do
tempo
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3. SOLIDÃO

Sentir-se solitário é tomar consciência de que falta um contato significativo com os outros. A
solidão envolve um sentimento íntimo de vazio que pode ser acompanhado de tristeza,
desânimo, sensação de isolamento, inquietação, ansiedade e um desejo intenso de ser amado
e necessário a alguém.

É importante distinguir solidão de isolamento. Isolar-se é afastar-se voluntariamente das


pessoas, e pode terminar conforme a nossa vontade, enquanto a solidão é envolvente e
persiste apesar dos melhores esforços para expulsá-la.

Três tipo de Solidão

o Solidão Emocional – envolve a falta ou perda de uma relação psicologicamente íntima


com outra pessoa ou pessoas. A pessoa recupera-se quando estabelece novos
relacionamentos mais profundos com outros.

o Solidão Social – é o sentimento de falta de propósito, ansiedade e vazio. A pessoa sente-


se como se estivesse “fora de tudo”, e à margem da vida. A pessoa precisa de um grupo
de apoio composto de amigos que a aceitem.

o Solidão Existencial – refere-se ao sentido de isolamento que vem quando a pessoa está
afastada de Deus e sente que a vida não tem significado ou propósito. Estas pessoas
precisam de uma comunhão e relação crescentes com Deus, de preferência ao lado de
crentes interessados e que lhe dêem atenção.

Causas da Solidão

o Causas Sociais
 Tecnologia – as pessoas sentem-se menores e menos necessárias, desenvolvem
relações superficiais e impessoais. Ex. internet
 Mobilidade – transporte próprio, promessa de uma vida melhor em outra região ou
país
 Urbanização – Novos vizinhos, medo de estranhos, ansiedade pelo sossego
 Televisão – Comunicação unilateral, superficialidade nos relacionamentos

o Causas de Desenvolvimento
 Necessidade de Afeição – carência afetiva no desenvolvimento da criança,
principalmente filhos de pais separados ou mães que trabalham fora.
 Necessidade de Aceitação – é transmitida pelos pais através do toque, gastando
tempo com eles, ouvindo, disciplinando, mostrando afeição. Gera dificuldade de
confiança nas pessoas e o desenvolvimento de relacionamentos íntimos.

o Causas Psicológicas
 Baixa auto-estima – refere-se à opinião que temos de nós mesmos.
 Incapacidade de Comunicação – quando a pessoa não quer ou não sabe comunicar-
se
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 Hostilidade – atitudes negativas e queixas constantes motivadas por frustrações,


iras, ressentimentos
 Medo – da intimidade, da rejeição, de ser ferido; criam barreiras que mantém os
outros afastados

o Causas Situacionais
 Condições especiais em que a pessoa se encontra: solteiros, viúvos, idosos,
estrangeiros, deformados fisicamente ou doentes.

o Causas Espirituais
 Pecados não reconhecidos e confessados, culpa, rebelião contra Deus, ignorância
da preocupação de Deus com sua vida

A Bíblia e a Solidão

“Não é bom que o homem esteja só; far-lhe-ei uma auxiliadora que lhe seja idônea”. Na
comunhão com Deus e um com o outro, Adão e Eva não se sentiam isolados nem solitários.
Davi queixou-se certa vez por sentir-se sozinho e aflito – Sl 25:16
Paulo pede pela presença de Timóteo, porque havia sido abandonado pelos outros irmãos – II
Tm 4:9-12
A Bíblia inteira se concentra na nossa necessidade de comunhão com Deus e com nossos
semelhantes, especialmente cristãos, necessidade de amar, ajudar, encorajar, perdoar e cuidar
uns dos outros.

Prevenção da Solidão

o Edificar a igreja local – acolher as pessoas, desenvolver relacionamentos de confiança


mútua e aceitação
o Aconselhamento – trabalhar problemas como baixa auto-estima, atitudes hostis, etc.
o Aumento da Espiritualidade – construir relacionamentos íntimos com Deus e com
outros seres humanos
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4. DEPRESSÃO

A depressão (antes chamada de melancolia) é algo que todos experimentam até certo ponto e
em períodos diferentes da vida. É comparada com o “vale da sombra da morte”, ou “dias
sombrios”, quando nos arrastamos pesadamente através do desânimo, desespero, dúvida e
confusão. Esses períodos podem se estender às vezes durante meses ou mesmo anos. Quando
persistem, os dias sombrios são dias de depressão.

A depressão é diferente e mais profunda do que o sentimento de desânimo e tristeza que


eventualmente sentimos em algumas situações.

Sinais da Depressão
o Tristeza
o Choro fácil
o Apatia, inércia - torna difícil continuar vivendo ou tomar decisões
o Perda de energia e fadiga - normalmente acompanhada de insônia
o Pessimismo e desesperança
o Medo
o Auto-imagem negativa
o Sentimentos de culpa e desamparo
o Perda de interesse no trabalho, sexo e atividades usuais, perda de espontaneidade
o Dificuldade de concentração
o Perda de apetite.

As depressão pode ocorrer em qualquer idade (inclusive na infância) e apresenta-se de várias


formas.

Causas da Depressão

o Causas Físico-Genéticas – A falta de sono, uma alimentação imprópria, efeito de


entorpecentes, tumores cerebrais ou desordens glandulares
o Causas Ambientais – Rejeição, abandono na infância, separação dos pais.
o Incapacidade Aprendida / Tensão – quando encontramos situações sobre as quais não
temos controle, no sentimos incapazes e desistimos de tentar. Ex. desemprego, perdas
(posição, saúde, bens liberdade, etc.), divórcio, morte, separações prolongadas.
o Pensamento Negativo – com relação ao mundo e às experiências da vida, com relação a
si mesmo e ao futuro. Pode ser causa e também resultado da depressão.
o Ira – A depressão frequentemente oculta mágoa, ira e ressentimentos (acúmulo de ira
não expressa). Se a ira é negada ou empurrada para fora da nossa mente, ela inflama
em oculto. Algumas pessoas se condenam pelas suas atitudes e ficam deprimidas.
o Culpa – quando a pessoa sente que falhou ou fez algo errado, surge a culpa e
juntamente com ela a autocondenação, frustração, desesperança e outros sintomas de
depressão. A depressão também pode causar culpa.
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A Bíblia e a Depressão

A depressão é um termo clínico, não discutido na Bíblia, mas várias descrições bíblicas
sugerem o problema.
Salmos – 88, 102, 142; Jó – 3; Moisés – Nm 11:10-15; Pedro – Mt 26:75; Jesus – Mt 26:37,38.

A Bíblia trata este sentimento com realismo contrastado com uma certa esperança. Cada um
dos crentes que afundou na depressão, eventualmente livrou-se dela e experimentou uma
alegria nova e duradoura. A ênfase bíblica é menor na depressão, e maior na fé em Deus e na
certeza de uma vida abundante no céu e aqui mesmo na terra – Mt 11:28-30; Jo 14:1;
15:10,11; Rm 8:28; Sl 43.

Como evitar a Depressão

Talvez não seja possível nem desejável evitar momentos de desânimo, mas as depressões de
longa duração são evitáveis.

o Confiança em Deus – aprender a viver contente e a confiar em Deus em toda e


qualquer situação – Fp 4:11-13,19; Rm 15:13
o Espere o Desânimo – ser realista para contar com o sofrimento, mas saber que Deus
está sempre no controle.
o Aprenda a tratar com a Ira e a Culpa – não remoer injustiças ou fracassos passados;
aprender a perdoar aos outros e a nós mesmos.
o Aprenda a enfrentar os pensamentos – desviar a mente dos pensamentos negativos
que tendem a produzir depressão; meditar na Palavra de Deus e a respeito de tudo o
que é bom, positivo e justo.
o Fornecer apoio e encorajamento – evitar a superproteção de crianças e adultos, que
interfere na sua capacidade de aprender a enfrentar as tensões da vida; interesse
mútuo e estímulo à convivência em grupo e à comunhão; ajuda mútua e orientação.
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5. IRA / RAIVA

É um estado emocional experimentado vez ou outra por todos. Ocorre em vários graus de
intensidade, desde o aborrecimento leve até à raiva violenta. Sua duração pode ser curta,
surgindo e desaparecendo rapidamente, ou persistindo durante décadas na forma de
amargura, ressentimento e ódio. A ira pode ser destrutiva, especialmente quando persiste na
forma de agressão, falta de perdão ou vingança. E pode ser construtiva, quando nos motiva a
corrigir a injustiça ou pensar criativamente.

Causas da Ira

o Injustiça – é uma das razões mais válidas para a ira, mas é uma das causas menos
comuns. É a razão da ira divina e deveria despertar a ira dos crentes.
o Frustração – é um obstáculo (um acontecimento, pessoa ou barreira física) que impede
nosso progresso em direção a um alvo. Ex. fracassar numa prova importante, perder
uma promoção.
o Ameaça e Mágoa – quando a pessoa é rejeitada, deixada de lado, humilhada, criticada
injustamente, ou ameaçada de qualquer outra forma. Mexem com a nossa auto-
estima, e muitas vezes nos obriga a tomar consciência de nossas imperfeições.
Normalmente a mágoa e a ira andam juntas.
o Aprendizado – observando e ouvindo outros, as pessoas aprendem a tornar-se mais
facilmente iradas e amis agressivas externamente. Ex. a violência na televisão estimula
à intolerância e atos de agressão.

A Bíblia e a Ira

A ira divina e humana é mencionada repetidamente na Bíblia. A ira contra a injustiça é reta e
boa, tanto em Deus como nos seres humanos. Pelo fato de Deus ser sábio, soberano,
poderoso, perfeito e onisciente, ele jamais interpreta mal uma situação, jamais sente-se
ameaçado, não perde nunca o controle, e fica sempre irado com o pecado e a injustiça.
Em contraste, nós humanos interpretamos mal as circunstâncias, cometemos erros de
julgamento, reagimos na hora quando nos sentimos ameaçados ou feridos, e algumas vezes
respondemos com atos de vingança e represália.
Como resultado, a ira humana pode ser prejudicial e perigosa, ela fornece uma brecha para
Satanás – Ef 4:26.

Algumas considerações sobre a ira humana:


o A ira humana é normal, não sendo necessariamente pecaminosa
o A ira humana pode ser prejudicial – Tg 1:19,20; Pv 16:32
o A ira humana geralmente resulta de uma percepção distorcida – somos imperfeitos e
egoístas
o A ira humana frequentemente leva ao pecado – vingança (amargura, ódio, represália,
crítica); abuso verbal; recusa em partilhar (a pessoa que reprime a ira tem mais facilidade
para tornar-se amarga e deprimida)
o A ira humana pode ser controlada – deve ser reconhecida e admitida; pensar antes de agir;
reflexão; confissão e perdão;
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Rm 12:19; 14:4; Ef 4:31; Hb 12:15; Mt 7:1-5; Pv 14:29; 15:18; 29:11,20,22; Tg 1:19; 3:14; 4:1;
5:9; Pv 15:28

Como prevenir a Ira

o Ensino bíblico
o Evitar situações e pessoas que provoquem ira
o Aprender a avaliar as situações – dominar os pensamentos que dão lugar a esses
sentimentos
o Edificar a auto-estima – a ira é menos destrutiva e mais facilmente controlada quando a
pessoa é segura e não se deixa dominar por sentimentos excessivos de inferioridade ou
desconfiança de sua própria capacidade
o Evitar remoer sentimentos negativos
o Aprender a confrontar – demonstrar mutuamente pensamentos, sentimentos e
desejos, num contexto de amor
o O controle pelo Espírito – a ira descontrolada é uma obra da carne, mas o autocontrole
é parte do fruto do Espírito.
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6. CULPA

Tipos de Culpa
Vários tipos de culpa já foram identificados, e podem ser divididos em duas categorias:

o Culpa Objetiva – existe em separado de nossos sentimentos. Ocorre quando uma lei foi
violada e o transgressor é culpado, embora talvez não se sinta culpado.
 Culpa Legal – violação das leis sociais. Ex. roubar, ultrapassar farol vermelho.
 Culpa Social – quebrar uma norma não escrita, mas socialmente esperada. Ex.
comportar-se com grosseria, críticas maldosas, ignorar necessitados, etc.
 Culpa Pessoal – a pessoa viola os seus padrões pessoais ou resiste aos apelos da
consciência. Ex. tirar férias quando tem muito trabalho no escritório, bater nos
filhos e ficar com remorso, etc.
 Culpa Teológica – muitas vezes chamada de culpa verdadeira, envolve a violação
das leis de Deus = pecado.
É possível a pessoa violar todos os padrões acima, e ainda assim não sentir culpa. Ex.
criminosos endurecidos.

o Culpa Subjetiva – está associada aos sentimentos íntimos de remorso, pesar, vergonha
e autocondenação que surge com frequência quando fazemos ou pensamos algo que
sentimos estar errado, deixando de fazer algo que deveria Ter sido feito. Esta culpa
pode gerar perda de auto-estima e sentimentos de solidão, rejeição ou isolamento, e
pode ser destrutiva.

A Bíblia e a Culpa

Psicólogos seculares falam de culpa geralmente referindo-se aos complexos de culpa


subjetivos, mas na Bíblia há pouca diferença entre culpa e pecado.

o Tristeza Construtiva – II Co 7:8-10 – Paulo contrasta a “tristeza segundo o mundo”


(auto-condenatória e não bíblica) e a “tristeza segundo a vontade de Deus”, que é
saudável, construtiva, e leva à modificação construtiva.

o Perdão divino – através do sacrifício de Jesus Cristo, que morreu para que todos os
seres humanos pecadores pudessem ser perdoados e restaurados à plena comunhão
com Deus. Exige arrependimento em primeiro lugar. Mc 6:12; At 2:38; 3:19; Rm
3:23,24; Sl 38 (Arrependimento do pecador); Sl 32 (A bem-aventurança de quem
recebe o perdão)
Resultados da culpa por falta de arrependimento e confissão de pecado: problemas
físicos, depressão, tristeza, descontrole.

Como prevenir a Culpa

o Ensinar na igreja a doutrina bíblica do perdão. Ajudar os cristãos a compreenderem que


Deus conhece nossas fraquezas, perdoa livremente e nos ajuda, cheio de amor, a
crescer e amadurecer.
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o Mostre a diferença entre sentimentos de culpa e tristeza construtiva. Encoraje as


pessoas a examinarem seus padrões de certo e errado, se estão de acordo com os
padrões bíblicos ou não.

o Aprender sobre o perdão, perdoando uns aos outros. Se os membros da igreja


puderem buscar a ajuda de Deus para perdoarem uns aos outros, haverá uma redução
na amargura e na recusa de compreender ou aceitar o perdão de Deus.

o Ensinar aos pais que, se forem rígidos e condenadores, exigindo e não sabendo
perdoar, os filhos se sentirão como verdadeiros fracassos, que colabora para produzir
sentimentos de culpa prolongados.

o Ensinar a obediência à Deus. Jo 8:10,11 – “vai e não peques mais”.

QUESTIONÁRIO III

1. Quais as diferenças entre a Ansiedade moderada e a Ansiedade intensa?


2. Como prevenir o Stress?
3. Quais são os três tipos de Solidão? Explique cada um deles.
4. Como evitar a Depressão?
5. O que a Bíblia diz sobre a Ira?
6. O que a Bíblia diz sobre a Culpa?
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Unidade V
ACONSELHAMENTO CRISTÃO

O aconselhamento é uma relação em que uma pessoa (o ajudador) busca assistir outro ser
humano nos problemas da vida. “Levar a carga sem o peso de resolver o problema”. (Gl 6:1-5)

O que o Aconselhamento NÃO É

o Não é dizer o que a outra pessoa deve fazer, mas orientá-la a buscar a melhor
alternativa, a tomar as suas próprias decisões com confiança e sabedoria (encorajar).
o Não é dizer o que a pessoa quer ouvir, mas sim o que ela precisa ouvir naquele
momento.
o Não é simplesmente uma relação de amizade, mas às vezes requer um distanciamento
emocional para que o aconselhamento possa ser mais eficaz.
o Não é compartilhar a nossa experiência, quando já passamos por problemas
semelhantes, e dizer “eu fiz assim e deu certo; faça isto também”.

Quase todos nós encontramos pessoas que gostariam de desempenhar o papel de conselheiro,
muitas vezes por se tratar de uma atividade fascinante. Na verdade, a maioria das pessoas se
acha capacitada a aconselhar, e o resultado pode ser um estrago na vida da outra pessoa.
O aconselhamento pode ser um trabalho gratificante, mas é uma tarefa árdua,
emocionalmente exaustiva. Requer uma análise da situação, da pessoa, e das consequências
envolvidas.

Quando as pessoas não conseguem melhoras, como acontece com frequência, é fácil o
conselheiro sentir-se culpado e tentar dar mais de si, ou ficar imaginando o que aconteceu de
errado e continuar tentando consertar.

O aconselhamento não é um processo tipo passo-a-passo, com fórmulas preparadas, como


assar um bolo, trocar um pneu, ou mesmo preparar um sermão. Cada aconselhado é único
(com atitudes, valores e expectativas próprias). O conselheiro deve abordar cada pessoa de um
modo um pouco diferente e irá descobrir que o curso do aconselhamento vai variar de pessoa
a pessoa. (Ex. o caso de um casal que quer se separar; como tratar um adolescente rebelde).

Tipos de Aconselhamento

o Aconselhamento Hokmático (hokma) – implica na utilização da sabedoria/habilidade


ao relacionar-se com o aconselhado, ao conhecer o aconselhado e ao orientar o
aconselhado na prática da Palavra de Deus. Tg 3:13-17

o Aconselhamento Noutético (nouthetéo) - por a verdade na mente da pessoa (correção)


– implica na confrontação direta com a Palavra de Deus, e pode ser feito por qualquer
cristão, mas principalmente pela liderança ministerial. (Jay Adams) – Cl 3:16
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QUALIDADES ESSENCIAIS DO CONSELHEIRO BÍBLICO

Qualificações Espirituais e Éticas

o Novo Nascimento – Jo 3:3,5; Lc. 6:39-42; I Jo 5:11-13


o Comunhão e Consagração (gastar tempo adorando a Deus e meditando na Sua Palavra)
– Sl 1
o O Fruto do Espírito – Gl 5:22,23
o Sabedoria – Pv 8:35. Como se manifesta:
 Conselho (plano, projeto, estratégia) – Pv 16:9
 Conhecimento / Entendimento / Discernimento / Inteligência – Pv 2:10; Pv 2:6;
20:5; Hb 5:14
 Bom senso / Perspicácia
 Instrução / Ensino / Disciplina / Treinamento – Pv 12:1; 1:7
 Repreensão / Correção – Pv 15:10; 17:10
 Direção (dirigir no rumo certo)
 Tato / discrição – Pv 11:22
 Prudência – Pv 22:3
 Persuasão – Pv 16:21,23
 Competência / Eficácia / Habilidade
 Compromisso em praticar a justiça, juízo, retidão, verdade – Pv 11:1; I Rs 3:16-28; Sl
86:11
 Compaixão (sympathesai – sofrer com) – Hb 4:15
 Humildade / dependência total de Deus – Mt 5:3; Gl 6:3; Fp 2:3
 Misericórdia – Cl 3:12 ; Pv 19:22
o Autenticidade / coerência / sinceridade / transparência – Jo 1:47; Fp 2:22; II Co 10:18;
Pv 25:23; 23:7; 3:3; Pv 20:6,19

Qualificações Educacionais

Para ser um conselheiro eficaz, é preciso conhecer bem:


o O Padrão
 Deus
 O conselho de Deus
 A vontade de Deus
o A Pessoa
 Quem é o homem do ponto de vista de Deus
 Quem é a pessoa que está diante de você
o O problema
 Qual é o problema do homem do ponto de vista de Deus
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Qualificações Práticas

o Experiência na Palavra – Hb 4:12-14; 5:12-14


o Experiência no ministério mútuo – Rm 15:14
 Relacionamento
 Conhecimento
 Orientação

Qualificações Motivacionais

o Para a glória de Deus – I Co 10:31; Cl 3:23-24


o Em nome de Jesus – Cl 3:17
o Para o benefício do seu irmão – Cl 3:14
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TÉCNICAS DE ACONSELHAMENTO

O aconselhamento deve ser focalizado nas emoções, nos pensamentos e no


comportamento do aconselhado – todos os três.

O conselheiro deve desenvolver algumas habilidades essenciais:


o Atenção – conceder atenção integral ao aconselhado
 Contato visual
 Postura
 Gestos
o Ouvir – é mais do que uma recepção passiva de mensagens. Envolve:
 Aguardar pacientemente durante períodos de silêncio ou lágrimas
 Ouvir não apenas o que o aconselhado diz, mas o que está tentando dizer ou deixou
de dizer (entrelinhas)
 Evitar expressões de surpresa, julgamento, indignação, ou qualquer outra
manifestação das suas emoções pessoais que possam interferir no aconselhamento
o Responder – as colocações feitas pelo conselheiro devem ser voltadas para o objetivo
do aconselhamento:
 Orientar
 Levar à reflexão
 Perguntar
 Confrontar
 Informar
 Interpretar
 Apoiar e encorajar
o Ensinar – através da instrução e orientação ao aconselhado, à medida que ele aprende
a enfrentar os problemas da vida. O aconselhamento é mais eficaz quando as
discussões são específicas e não vagas, focalizando situações concretas e práticas em
lugar de alvos nebulosos (“eu quero ser mais feliz”).

Observar as recomendações básicas do aconselhamento:


o Confidencialidade e sigilo, a não ser em caso de risco para o aconselhado ou outra
pessoa
o Dar preferência ao aconselhamento a pessoas do mesmo sexo
o Não falar dos seus problemas pessoais
o Evitar exemplos e comparações – procurar preferencialmente exemplos bíblicos
o Não “invadir” a pessoa, tratar somente aquilo que ela traz, a não ser que se faça
necessário para a eficácia do aconselhamento
o Estar sempre disponível e sensível à orientação do Espírito Santo

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