Você está na página 1de 56

INSTITUTO FEDERAL DE SANTA CATARINA

CAMPUS ARARANGUÁ
CURSO TÉCNICO INTEGRADO EM ELETROMECÂNICA
DISCIPLINA DE ACIONAMENTO DE MÁQUINAS ELÉTRICAS – 4ª ANO

Motor de Indução
Trifásico – MIT

Professor Cristian Rutz Krumreich


cristian.rutz@ifsc.edu.br
Motor de Indução Trifásico
São motores elétricos que funcionam a partir de uma fonte
de energia elétrica trifásica
São amplamente utilizados na indústria devido ao seu
melhor custo-benefício em comparação aos outros tipos

Acionamento de Máquinas Elétricas Prof. Cristian Rutz Krumreich - cristian.rutz@ifsc.edu.br 2


Principais Partes

Carcaça
Parte envolvente do
motor, geralmente feita de ferro
fundido. Serve como proteção
das partes internas do motor e
também auxilia na refrigeração
dele.

Acionamento de Máquinas Elétricas Prof. Cristian Rutz Krumreich - cristian.rutz@ifsc.edu.br 3


Principais Partes

Núcleo do estator
Pacote de chapas de
aço-silício isoladas entre si.
Serve de caminho para o fluxo
magnético. Possui ranhuras
em que são acondicionadas as
bobinas ou barras do
enrolamento do estator.

Acionamento de Máquinas Elétricas Prof. Cristian Rutz Krumreich - cristian.rutz@ifsc.edu.br 4


Principais Partes

Enrolamento do estator
Conjunto de grupos
de bobinas de várias espiras
de fio de cobre esmaltado,
em raros casos, de alumínio.
Para motores de grande
potência estas bobinas são
substituídas por barras de
cobre.

Acionamento de Máquinas Elétricas Prof. Cristian Rutz Krumreich - cristian.rutz@ifsc.edu.br 5


Principais Partes

Caixa de ligações
Local onde estão os
fios ou bornes referentes as
extremidades das bobinas,
onde serão realizadas as
devidas conexões das
bobinas e conexão da
alimentação trifásica.

Acionamento de Máquinas Elétricas Prof. Cristian Rutz Krumreich - cristian.rutz@ifsc.edu.br 6


Principais Partes
Núcleo do rotor
Pacotes de chapas de aço-silício isoladas entre si.

Acionamento de Máquinas Elétricas Prof. Cristian Rutz Krumreich - cristian.rutz@ifsc.edu.br 7


Principais Partes

Enrolamento do rotor
Em um grande número de MITs os
enrolamentos do rotor são construídos com
barras de alumínio curto-circuitadas, formando
uma espécie de gaiola, daí o nome de “motor de
gaiola de esquilo”. Servem para conduzir a
corrente induzida neste enrolamento para que
com a interação com o campo magnético
produzido pelo estator obtenha-se a força
eletromagnética necessária para produzir o
torque do motor.

Acionamento de Máquinas Elétricas Prof. Cristian Rutz Krumreich - cristian.rutz@ifsc.edu.br 8


Principais Partes

Enrolamento do rotor
Além deste tipo de rotor podemos ter
um rotor bobinado. Neste rotor são formados
grupos de bobinas, de forma semelhante ao
estator, sendo as mesmas geralmente ligadas
em estrela. As extremidades são ligadas a
anéis coletores. Os condutores devem ser
isolados do núcleo e entre si. Este enrolamento
deve ser construído de forma a suportar
vibrações e a força centrífuga a que está
sujeito.

Acionamento de Máquinas Elétricas Prof. Cristian Rutz Krumreich - cristian.rutz@ifsc.edu.br 9


Principais Partes

Anéis coletores

Nos rotores bobinados são


utilizados anéis coletores, os quais
possibilitam, por meio de contato
deslizante com as escovas, a
conexão de resistências aos
enrolamentos do rotor de forma a
possibilitar o controle do torque de
partida e da corrente.

Acionamento de Máquinas Elétricas Prof. Cristian Rutz Krumreich - cristian.rutz@ifsc.edu.br 10


Principais Partes
Eixo
Feito de aço de alto grau de dureza. Serve para transportar
para a carga, a potência mecânica produzida pelo motor.

Acionamento de Máquinas Elétricas Prof. Cristian Rutz Krumreich - cristian.rutz@ifsc.edu.br 11


Vista Explodida de Um MIT

Vista Explodida de
um MIT

Acionamento de Máquinas Elétricas Prof. Cristian Rutz Krumreich - cristian.rutz@ifsc.edu.br 12


Acionamento de Máquinas Elétricas Prof. Cristian Rutz Krumreich - cristian.rutz@ifsc.edu.br 13
Funcionamento do MIT
O CAMPO GIRANTE

Acionamento de Máquinas Elétricas Prof. Cristian Rutz Krumreich - cristian.rutz@ifsc.edu.br 14


Funcionamento do MIT
A aplicarmos uma tensão trifásica alternada ao enrolamento
trifásico do MIT, surgirá um campo magnético girante, com
intensidade e velocidade constantes.
Este campo girante é o responsável melo movimento
produzido pelo rotor.

Acionamento de Máquinas Elétricas Prof. Cristian Rutz Krumreich - cristian.rutz@ifsc.edu.br 15


Relembrando...
Uma corrente elétrica circulando por um condutor produz um
campo magnético.

Acionamento de Máquinas Elétricas Prof. Cristian Rutz Krumreich - cristian.rutz@ifsc.edu.br 16


Relembrando...
O sentido do campo magnético criado pela corrente pode ser
determinado pela regra da mão direita.

Acionamento de Máquinas Elétricas Prof. Cristian Rutz Krumreich - cristian.rutz@ifsc.edu.br 17


Relembrando...
Quando uma bobina é percorrida por uma corrente elétrica,
é criado um campo magnético dirigido conforme o eixo da
bobina e de valor proporcional à corrente.

Acionamento de Máquinas Elétricas Prof. Cristian Rutz Krumreich - cristian.rutz@ifsc.edu.br 18


Relembrando...
Sempre que houver uma variação entre o fluxo magnético e
um circuito elétrico, nele será induzida uma força
eletromotriz (tensão induzida). Se ele estiver fechado,
ocorrerá a circulação de corrente.

Acionamento de Máquinas Elétricas Prof. Cristian Rutz Krumreich - cristian.rutz@ifsc.edu.br 19


Relembrando...

“Toda carga elétrica imersa num campo e


dotada de velocidade, de direção não
coincidente com a direção do campo, fica
sujeita a uma força de origem eletromagnética”,
Lorentz. Desta forma, se um condutor imerso
em um campo com uma certa densidade
magnética e percorrido por uma corrente, fica
submetido a uma força de origem
eletromagnética. O sentido desta força pode
ser obtido pela regra da mão esquerda.

Acionamento de Máquinas Elétricas Prof. Cristian Rutz Krumreich - cristian.rutz@ifsc.edu.br 20


Funcionamento do MIT
Campo girante

Acionamento de Máquinas Elétricas Prof. Cristian Rutz Krumreich - cristian.rutz@ifsc.edu.br 21


Funcionamento do MIT
Campo girante

R’ R

Acionamento de Máquinas Elétricas Prof. Cristian Rutz Krumreich - cristian.rutz@ifsc.edu.br 22


Funcionamento do MIT
Campo girante

R’ R

Acionamento de Máquinas Elétricas Prof. Cristian Rutz Krumreich - cristian.rutz@ifsc.edu.br 23


Funcionamento do MIT
Campo girante
S’
+

R’ R
+

Acionamento de Máquinas Elétricas Prof. Cristian Rutz Krumreich - cristian.rutz@ifsc.edu.br 24


Funcionamento do MIT
Campo girante
T S’
+

R’ R
+
+

S T’

Acionamento de Máquinas Elétricas Prof. Cristian Rutz Krumreich - cristian.rutz@ifsc.edu.br 25


Funcionamento do MIT
Campo girante

T S’
+

R’ R
+
+

S T’

Acionamento de Máquinas Elétricas Prof. Cristian Rutz Krumreich - cristian.rutz@ifsc.edu.br 26


Funcionamento do MIT
Campo girante

T S’
+

R’ R
+
+ +

-
T’
-
S
1

Acionamento de Máquinas Elétricas Prof. Cristian Rutz Krumreich - cristian.rutz@ifsc.edu.br 27


Funcionamento do MIT
Campo girante

T S’
+

R’ R
+
+ +
+ -
-
T’
-
S +
1 2

Acionamento de Máquinas Elétricas Prof. Cristian Rutz Krumreich - cristian.rutz@ifsc.edu.br 28


Funcionamento do MIT
Campo girante

T S’
+

R’ R
+
+ +
+ - -

-
-
T’
-
S + +
1 2 3

Acionamento de Máquinas Elétricas Prof. Cristian Rutz Krumreich - cristian.rutz@ifsc.edu.br 29


Funcionamento do MIT
Campo girante

T S’
+

R’ R
+
+ +
+ - - +
+
-
-
T’
- -
S + +
1 2 3 4

Acionamento de Máquinas Elétricas Prof. Cristian Rutz Krumreich - cristian.rutz@ifsc.edu.br 30


Funcionamento do MIT
Campo girante

T S’
+

R’ R
+
+ + -
+ - - +
+
-
-
T’
- - + -
S + +
1 2 3 4 5

Acionamento de Máquinas Elétricas Prof. Cristian Rutz Krumreich - cristian.rutz@ifsc.edu.br 31


Funcionamento do MIT
Campo girante

T S’
+

R’ R
+
+ + -
+ - - + -
+ +
-
-
T’
- - + -
S + + +
1 2 3 4 5 6

Acionamento de Máquinas Elétricas Prof. Cristian Rutz Krumreich - cristian.rutz@ifsc.edu.br 32


Funcionamento do MIT
Campo girante

T S’
+

R’ R
+
+

S T’

Acionamento de Máquinas Elétricas Prof. Cristian Rutz Krumreich - cristian.rutz@ifsc.edu.br 33


Funcionamento do MIT
O campo girante

Acionamento de Máquinas Elétricas Prof. Cristian Rutz Krumreich - cristian.rutz@ifsc.edu.br 34


Funcionamento do MIT

Acionamento de Máquinas Elétricas Prof. Cristian Rutz Krumreich - cristian.rutz@ifsc.edu.br 35


Resumo do Funcionamento do MIT
Aplicando-se corrente alternada trifásica ao enrolamento trifásico do estator, forma-se
um campo magnético de módulo constante, que gira na velocidade síncrona;

Este campo, ao girar, corta-se contra os condutores do rotor, gerando neles fems e
correntes. Estas correntes, imersas no campo magnético, geram forças mecânicas, que
produzem o torque do motor.

A velocidade do rotor cresce até que a sua fem induzida faça circular uma corrente que
dê origem a um torque igual ao torque resistente da carga. Se as duas velocidades
fossem iguais não haveria indução de correntes no rotor.

Acionamento de Máquinas Elétricas Prof. Cristian Rutz Krumreich - cristian.rutz@ifsc.edu.br 36


Funcionamento do MIT
Velocidade Síncrona
Chama-se de velocidade síncrona (ns) à velocidade de
rotação do campo girante, a qual é diretamente proporcional
à frequência da rede (f) a qual o motor está ligado e
inversamente ao número de polos do motor (P)

120. 𝑓
𝑛𝑠 =
𝑃

Acionamento de Máquinas Elétricas Prof. Cristian Rutz Krumreich - cristian.rutz@ifsc.edu.br 37


Funcionamento do MIT
Escorregamento (s)
Nome dado à diferença de velocidades entre o campo
girante e o rotor do motor de indução.

𝑛𝑠 − 𝑛
𝑠= × 100%
𝑛𝑠

onde n representa a velocidade desenvolvida pelo rotor.

Acionamento de Máquinas Elétricas Prof. Cristian Rutz Krumreich - cristian.rutz@ifsc.edu.br 38


Número de Polos

T S’

R’ R

R’

S T’

Acionamento de Máquinas Elétricas Prof. Cristian Rutz Krumreich - cristian.rutz@ifsc.edu.br 39


Número de Polos

T S’

R’ R

R’

S T’

Acionamento de Máquinas Elétricas Prof. Cristian Rutz Krumreich - cristian.rutz@ifsc.edu.br 40


Número de Polos

T S’

R’ R

R’

S T’

Acionamento de Máquinas Elétricas Prof. Cristian Rutz Krumreich - cristian.rutz@ifsc.edu.br 41


Número de Polos

T S’

R’ R

R’

S T’

Acionamento de Máquinas Elétricas Prof. Cristian Rutz Krumreich - cristian.rutz@ifsc.edu.br 42


Número de Polos

T S’

R’ R

R’

S T’

Acionamento de Máquinas Elétricas Prof. Cristian Rutz Krumreich - cristian.rutz@ifsc.edu.br 43


Número de Polos

T S S’

R’ R

R’

S N T’

2 Polos

Acionamento de Máquinas Elétricas Prof. Cristian Rutz Krumreich - cristian.rutz@ifsc.edu.br 44


Número de Polos

R1
S4 T4

T3 R1 S1

R2 R2
R4
R3

S3 R4 T1

T2 S2
R3

Acionamento de Máquinas Elétricas Prof. Cristian Rutz Krumreich - cristian.rutz@ifsc.edu.br 45


Número de Polos

R1
S4 T4

T3 R1 S1

R2 R2
R4
R3

S3 R4 T1

T2 S2
R3

Acionamento de Máquinas Elétricas Prof. Cristian Rutz Krumreich - cristian.rutz@ifsc.edu.br 46


Número de Polos

R1
S4 T4

T3 R1 S1

R2 R2
R4
R3

S3 R4 T1

T2 S2
R3

Acionamento de Máquinas Elétricas Prof. Cristian Rutz Krumreich - cristian.rutz@ifsc.edu.br 47


Número de Polos

R1
S4 T4

T3 R1 S1

R2 R2
R4
R3

S3 R4 T1

T2 S2
R3

Acionamento de Máquinas Elétricas Prof. Cristian Rutz Krumreich - cristian.rutz@ifsc.edu.br 48


Número de Polos

R1
S4 T4

T3 R1 S1

R2 R2
R4
R3

S3 R4 T1

T2 S2
R3

Acionamento de Máquinas Elétricas Prof. Cristian Rutz Krumreich - cristian.rutz@ifsc.edu.br 49


Número de Polos

R1
S4 T4

T3 S R1 N S1

R2 R2
R4
R3

N R4 S T1
S3

T2 S2
R3
4 Polos

Acionamento de Máquinas Elétricas Prof. Cristian Rutz Krumreich - cristian.rutz@ifsc.edu.br 50


Motofreio
Sua aplicação se dá em ambientes
industriais quando há a
necessidade de paradas rápidas
por medida de segurança, bem
como precisão no posicionamento
de máquinas
Existe um eletroímã CC que
controla o deslocamento do freio
Ex.: guindastes, elevadores,
correias transportadoras, etc.

Acionamento de Máquinas Elétricas Prof. Cristian Rutz Krumreich - cristian.rutz@ifsc.edu.br 51


MIT Com Mais De Uma Velocidade

É possível ter um MIT com mais de uma velocidade nominal


Para alterar a velocidade nominal, é realizada a mudança da
velocidade síncrona
Não sendo variada a frequência da tensão de alimentação
do motor, a velocidade síncrona será diferente quando o
número de polos for diferente.
120 × 𝑓
𝑛𝑠 =
𝑃

Acionamento de Máquinas Elétricas Prof. Cristian Rutz Krumreich - cristian.rutz@ifsc.edu.br 52


Motor Dahlander

Acionamento de Máquinas Elétricas Prof. Cristian Rutz Krumreich - cristian.rutz@ifsc.edu.br 53


Motor Dahlander
O Motor Dahlander possui seis bobinas, que podem ser ligadas de
duas formas diferentes, proporcionando duas velocidades
diferentes

A velocidade maior sempre será o dobro da velocidade menor

Isto ocorre, porque com a alteração das ligações, o número de


polos é alterado; o número de polos sempre terá a razão de dobro
ou metade.

Acionamento de Máquinas Elétricas Prof. Cristian Rutz Krumreich - cristian.rutz@ifsc.edu.br 54


Motor de Duplo Enrolamento

Acionamento de Máquinas Elétricas Prof. Cristian Rutz Krumreich - cristian.rutz@ifsc.edu.br 55


Motor de Duplo Enrolamento
Neste tipo de motor existem dois enrolamentos separados, o
que possibilita duas velocidades em um só motor
Cada enrolamento é ligado para obter a respectiva
velocidade, deixando o segundo enrolamento desligado
Cada enrolamento terá um determinado número de polos,
produzindo um campo magnético girante com uma
determinada velocidade síncrona
Neste caso as velocidades não necessariamente terão a
razão de dobro ou metade.
Acionamento de Máquinas Elétricas Prof. Cristian Rutz Krumreich - cristian.rutz@ifsc.edu.br 56

Você também pode gostar