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NATAL/RN
2021
FELIPE BEZERRA LOPES LISBOA DE OLIVEIRA
NATAL/RN
2021
Universidade Federal do Rio Grande do Norte - UFRN
Sistema de Bibliotecas - SISBI
Catalogação de Publicação na Fonte. UFRN - Biblioteca Setorial do Centro Ciências Sociais Aplicadas - CCSA
PROJETO DE INTERVENÇÃO
BANCA EXAMINADORA:
_______________________________________
Prof. Dr. Antônio Alves Filho
Orientador
________________________________________
Prof. Dra. Maria Teresa Pires Costa
Examinador Interno
_________________________________________
Prof. Prof. Dr. Miler Franco D'anjour
Examinador Externo
AGRADECIMENTOS
A Gestão de Pessoas representa uma área desafiadora para os gestores públicos. Nos últimos
anos, o cenário de instabilidade política no âmbito do Governo Federal e de crise fiscal, tem
tornado sua gestão cada vez mais complexa. Este cenário tem levado as organizações públicas
a buscarem alternativas gerenciais para aumentar sua capacidade de resposta às demandas da
sociedade ao mesmo tempo em que têm sofrido com as restrições orçamentárias e a redução do
quadro de servidores. Nesse sentido, com intuito de apresentar soluções gerenciais adequadas
aos problemas identificados no diagnóstico deste projeto de intervenção, este trabalho tem
como objetivo propor um alinhamento estratégico na Política de Gestão de Pessoas da UFRN,
a partir da adoção de um modelo de gestão estratégica de pessoas por competências para a
Carreira de Técnico-Administrativos em Educação, utilizando-se a metodologia de Design
Science Research (DSR). Essa proposta está fundamentada no diagnóstico da situação
problema, elaborado a partir da realização de uma pesquisa caracterizada como aplicada,
descritiva e qualitativa, que se utilizou do estudo de caso com estratégia, por meio do
procedimento documental e bibliográfico. Para sua condução, foram seguidas as seguintes
etapas do DSR: escolha do problema de campo a ser resolvido; revisão sistemática; sínteses da
pesquisa; proposições de design; teste para desenvolvimento. A utilização desse método
proporcionou uma conexão mais próxima entre pesquisador e o ambiente pesquisado,
favorecendo a construção de um modelo alinhado às particularidades da instituição. Além disso,
possibilitou a construção de um artefato, a partir de um conhecimento generalizável a uma
classe de problemas, permitindo que o conhecimento gerado para solução dos problemas
trabalhados neste projeto, possa ser reaplicado na solução dos demais problemas dessa classe.
Outrossim, o modelo proposto neste trabalho poderá ser replicado para outras instituições
públicas, em especial às Instituições Federais de Ensino Superior, observadas as peculiaridades
de cada instituição. Espera-se que a proposta, quando implementada pela UFRN, possa
representar uma inovação administrativa no direcionamento dos processos de Gestão de
Pessoas, como: Planejamento da Força de Trabalho; Desenvolvimento de Pessoas; Avaliação
de Desempenho; Provisão dos Cargos, dentre outros.
People Management represents a challenging area for public managers. In recent years, the
scenario of political instability within the scope of the Federal Government and the fiscal crisis,
has made its management increasingly complex. This scenario has led public organizations to
seek managerial alternatives to increase their capacity to respond to the demands of society at
the same time that they have suffered from budgetary restrictions and the reduction of the staff.
In this sense, in order to present appropriate management solutions to the problems identified
in the diagnosis of this intervention project, this work aims to propose a strategic alignment in
the UFRN People Management Policy, based on the adoption of a strategic people management
model for competences for the Technical-Administrative Career in Education, using the
methodology of Design Science Research. This proposal is based on the diagnosis of the
problem situation, elaborated from the realization of a research characterized as applied,
descriptive and qualitative, which used the case study with strategy, through the documental
and bibliographic procedure. For its conduction, the following DSR steps were followed:
choosing the field problem to be solved; systematic review; research syntheses; design
propositions; development test. The use of this method provided a closer connection between
the researcher and the researched environment, favoring the construction of a model in line with
the institution's particularities. In addition, it enabled the construction of an artifact, based on
generalizable knowledge to a class of problems, allowing the knowledge generated to solve the
problems worked on in this project, to be reapplied in the solution of the other problems of that
class. Furthermore, the model proposed in this work may be replicated to other public
institutions, in particular to Federal Institutions of Higher Education, observing the peculiarities
of each institution. It is expected that the proposal, when implemented by UFRN, may represent
an administrative innovation in directing People Management processes, such as: Workforce
Planning; Developing people; Performance evaluation; Provision of Positions, among others.
Gráfico 01- Impacto das possíveis aposentadorias dos servidores TAE’s na evolução da força
de trabalho na UFRN ................................................................................................................ 26
Gráfico 02 – Percentual de etapas concluídas nos Planos anuais (2015-2019) ........................ 28
LISTA DE SIGLAS
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................ 13
3.1.7 Síntese dos aspectos identificados que poderão influenciar na construção do modelo a
ser proposto neste projeto de intervenção............................................................................... 117
3.2.2 Adoção do Modelo de Gestão Estratégica de pessoas por Competências para a carreira
de servidores Técnico-Administrativos em Educação da UFRN ........................................... 137
4 CONCLUSÕES.................................................................................................................. 140
1 INTRODUÇÃO
Este capítulo visa apresentar a introdução deste projeto de intervenção que está
estruturada da seguinte forma: contextualização do tema; caracterização da instituição objeto
da intervenção; diagnóstico da situação problema; intervenção proposta, na qual será
demonstrado o objetivo geral, os específicos e a sua justificativa; e, por fim, a metodologia
utilizada neste trabalho.
gerenciais nos processos de trabalho e adoção de uma gestão estratégica de pessoas baseada em
competências (ANTONELLO; PANTOJA, 2010).
A Gestão por Competências tem sido considerada uma tecnologia de gestão de pessoas
em fase de incorporação pelas organizações públicas em diferentes amplitudes e circunstâncias.
Dentre seus aspectos, propõe uma redefinição de uma estratégia de gestão de pessoas
concentrada nos cargos para uma abordagem focada nos servidores e suas competências, que
passa orientar os processos dessa área, quais sejam a gestão de desempenho, a gestão da
capacitação e a política de movimentação de servidores (BERGUE, 2019).
Na Administração Pública Federal, a Política Nacional de Desenvolvimento de Pessoal
(PNDP), introduzida pelo Decreto nº 5.707/ 2006, é considerada um marco para Gestão por
Competências por estabelecer diretrizes para sua implementação, bem como sistematizar a
política de desenvolvimento de pessoas no âmbito federal. Contudo, as disposições inseridas
nesse decreto se restringiram a uma redução do conceito de Gestão por Competências à Gestão
da Capacitação (CAMÕES; MENESES, 2016; SILVA, BISPO E AYRES 2019).
Para Souza e Barbosa (2018, p.33), “o modelo por competências adotado nos processos
de gestão de pessoas nos órgãos da Administração Pública brasileira, ainda em evolução, está
mais focado nas ações de capacitação e desenvolvimento”. Entende-se que a Gestão por
competências tem um potencial estratégico mais amplo, podendo contribuir para um melhor
desenvolvimento da função de Gestão de Pessoas nas organizações públicas em diversas
atividades, como: Planejamento, Dimensionamento de Pessoal, Recrutamento e Seleção,
Movimentação de servidores; Gestão de desempenho, política de desenvolvimento de Pessoas,
Políticas de Qualidade de Vida no Trabalho, Política de Saúde e Segurança no Trabalho, dentre
outras. (ODCE, 2010; SOUZA, BARBOSA,2018; SILVA, BISPO E AYRES 2019; BERGUE,
2019).
Assim, apesar de a PNDP ser considerada um avanço para o desenvolvimento de pessoas
no âmbito federal, a Gestão por Competências é uma abordagem estratégica mais ampla que
tem por finalidade mobilizar as competências organizacionais à consecução dos objetivos
estratégicos definidos pela instituição. Além disso, direciona as Políticas de Gestão de Pessoas
para o desenvolvimento das competências organizacionais necessárias, por meio de atividades
que favoreçam os ajustes das lacunas de competências existentes na organização (SILVA,
BISPO E AYRES 2019; BERGUE, 2019).
Entende-se que as competências não podem ser trabalhadas separadas do ambiente
estratégico da organização. Essas competências isoladas têm pouco valor organizacional e
dificultam uma articulação das ações realizadas pela gestão de pessoas que visam favorecer ao
16
Quadro 01 - Estudos realizados em Instituições de Ensino Superior acerca da implementação da Gestão por
Competências
Referência Objetivo Resultados
Identificar e descrever
aspectos que influenciam Foi identificado que dentre as sete universidades analisadas,
políticas de Gestão por nenhuma delas possui o modelo de gestão por competências
Competências em consolidado, havendo universidades em etapa de
Landfeldt,2016 Universidades Federais e desenvolvimento e outras com processos avançados. As
como ocorre aprendizagem principais áreas que são atingidas pela gestão por competências
nas organizações a partir do nas universidades são a avaliação de desempenho e
desenvolvimento e capacitação.
implantação destas políticas.
Os resultados permitiram identificar que a adoção da gestão por
Analisar, a partir do espectro competências no contexto das universidades federais não está
do campo CTS, a consolidada e há desafios a serem enfrentados que contemplem
implantação da atual Política a complexidade do ambiente dessas instituições. Também foi
Perseguino,2017 Nacional de possível identificar que o campo de estudos CTS pode
Desenvolvimento de Pessoal contribuir para construir diretrizes que considerem a
(PNDP) no contexto das complexidade tanto do modelo quanto do universo das IFES
universidades federais.
em geral.
18
A Universidade do Rio Grande do Norte, foi criada em 1958, por meio da Lei Estadual
no 2.307, de 25 de junho de 1958, e federalizada pela Lei no 3.849, de 18 de dezembro de 1960,
a partir de faculdades e escolas de nível superior já existentes em Natal, como a Faculdade de
Farmácia e Odontologia; a Faculdade de Direito; a Faculdade de Medicina; a Escola de
Engenharia, entre outras (UFRN, 2020).
É uma instituição universitária de caráter público, organizada sob a forma de autarquia
de regime especial, vinculada ao Ministério da Educação (MEC), com sede e foro na cidade de
Natal, capital do Estado do Rio Grande do Norte que goza de autonomia didático-científica,
administrativa e de gestão financeira e patrimonial, em conformidade com a Constituição
Federal (UFRN, 2011).
Conforme disposto em seu Estatuto, a Universidade é regida pelos seguintes
instrumentos normativos: Estatuto; Regimento Geral; Regimento Interno da Reitoria;
Regimentos Internos dos Centros Acadêmicos e dos demais órgãos componentes de sua
estrutura organizacional; normas emanadas dos Colegiados Superiores (UFRN, 2011).
A Universidade, segundo disposto em seu Estatuto, tem os seguintes objetivos:
ministrar educação em nível universitário; desenvolver, de forma plural, um processo formativo
em diferentes campos do saber necessários à compreensão da natureza e da cultura; contribuir
para o progresso nos diversos ramos do conhecimento, por meio do ensino, da pesquisa e da
extensão; desenvolver e difundir o conhecimento e a pesquisa científica (UFRN, 2011).
A missão da UFRN é educar, produzir e disseminar o saber universal, preservar e
difundir as artes e a cultura, e contribuir para o desenvolvimento humano, comprometendo-se
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entender de que forma é realizada a Gestão de Pessoas nesta instituição, tendo por finalidade
apresentar um diagnóstico da sua situação atual.
Para análise desses documentos, utilizou-se como referências os parâmetros
estabelecidos pela literatura para adoção de um modelo de Gestão Estratégica de Pessoas por
Competências, bem como as diretrizes estabelecidas para Governança de Gestão de Pessoas na
Administração Pública Federal. Essa pesquisa subsidiou a construção desse diagnóstico cujos
procedimentos metodológicos adotados para sua realização estão descritos no item 1.5.1 deste
capítulo que trará a metodologia deste trabalho.
Nesse sentido, a partir das informações extraídas nos últimos relatórios de Gestão desta
Universidade, encaminhados ao TCU, que tem por finalidade prestar contas das atividades
realizadas pelas organizações públicas à sociedade, foram identificados os principais aspectos
que tem influenciado a condução da Política de Gestão de Pessoas da UFRN.
Assim, ao analisar-se o Relatório de Gestão 2019, observou-se que os normativos
federais que buscam flexibilizar as relações de trabalho nas organizações públicas têm
impactado na gestão da força de trabalho da UFRN. Esses normativos podem ocasionar uma
redução exponencial no seu quadro de servidores técnico-administrativos em educação (TAE),
sendo considerada uma ameaça para o desenvolvimento de diversas atividades dessa instituição
nos próximos anos (UFRN, 2020).
Dentre essas ameaças, podem-se destacar os impactos ocasionados pelo Decreto de nº.
9.262/2018 e Decreto nº 10.185/2019, bem como da Portaria nº 443/2018- MPDG, que
extinguiram e restringiram a recomposição do quadro de diversos cargos, quando vagos, por
meio de concurso público, estabelecendo a terceirização como forma de prestação de diversos
serviços. Além disso, os limites físicos e financeiros para provimento dos cargos não extintos
estabelecidos pela Portaria nº 1.469/2019, tem dificultado ainda mais a recomposição do quadro
de servidores técnico-administrativos (UFRN, 2020).
Com vistas a identificar as implicações desses normativos no quadro de servidores
TAE’s dessa instituição em termos quantitativos, analisou-se o estudo realizado pela PROGESP
acerca dos possíveis impactos das aposentadorias previstas para o período de 2019 a 2023
desses servidores (Gráfico 01).
26
Gráfico 01- Impacto das possíveis aposentadorias dos servidores TAE’s na evolução da força de trabalho na
UFRN
trabalho dessa organização, por meio de práticas cada vez mais eficazes e inovadoras que se
adequem ao cenário atual e futuro (UFRN, 2018).
Por fim, identificou-se nesse relatório a necessidade descrita pela PROGESP em
aprimorar seus processos gerenciais, tendo em vista o cenário de constantes transformações que
tem impactado no desenvolvimento de suas atividades. De acordo com a PROGESP, as
mudanças nas normas que disciplinam sua atuação, incorporação de novas tecnologias,
restrições orçamentárias, tem estimulado a busca por soluções gerenciais, que proporcione a
construção de novos modelos de gestão mais flexíveis capazes de contribuir para o alcance dos
objetivos estratégico dessa instituição (UFRN, 2020).
Com base nesse contexto, entendendo a importância de uma abordagem cada vez mais
estratégica na gestão de pessoas, tendo em vista o cenário apresentado, procurou-se analisar
como a PROGESP tem direcionado suas atividades. Para isso, foram analisados os últimos
planos anuais da PROGESP e Relatório de Governança em Gestão de pessoas do TCU, por
meio do qual se procurou entender quais instrumentos tem sido utilizado e seus resultados.
Assim, ao analisar os últimos Planos Anuais (2019 e 2020), percebeu-se um
alinhamento estratégico dos seus objetivos e metas às diretrizes estratégicas institucionais. Para
a construção desse plano, são observadas a Missão e a Visão da UFRN, as políticas, metas e
programas estruturantes contidos no Plano de Desenvolvimento Institucional (PDI) e no Plano
de Gestão, as metas estratégicas cadastradas no Plano de Gestão de Logística Sustentável,
resultados inseridos no Relatório de Governança e Gestão de Pessoas do TCU, conforme
demonstrado na Figura 04 (UFRN, 2019; UFRN, 2020).
Com base nas informações extraídas do Plano Anual de 2020, identificou-se 161 ações
operacionais, divididas nas três diretorias da PROGESP (DDP, DAP, DAS) e Gabinete da
PROGESP, que tem por objetivo auxiliar na formulação, implementação e condução das
Políticas de Gestão de Pessoas na UFRN (UFRN, 2020).
As recentes avaliações dos Planos Anuais têm demonstrado uma evolução percentual
na conclusão das etapas previstas para as ações descritas nesses Planos, conforme Gráfico 02.
70%
60%
50%
40%
30%
20%
10%
0%
2015 2016 2017 2018 2019
Ao analisar esses planos anuais, procurou-se avaliar também aspectos qualitativos que
demonstrassem como essa abordagem estratégica poderia contribuir para construção de um
modelo de gestão estratégica de pessoas por competências, tendo em vista a necessidade de
aumentar a capacidade dessa área em atender as demandas organizacionais e individuais dos
servidores, por meio de soluções gerenciais adequadas aos cenários apresentados.
Assim, com base nas informações extraídas desses Planos, bem como do Relatório de
Governança em Gestão de Pessoas do TCU dos últimos anos (2017 e 2018), identificou-se
aspectos inerentes as diretrizes da política de gestão de pessoas que podem contribuir para
adoção desse modelo de Gestão de Pessoas na UFRN (UFRN,2019, 2020; TCU, 2018),
conforme demonstrado no Quadro 02.
Quadro 02 – Aspectos inerentes às diretrizes da política de gestão de pessoas que podem contribuir para adoção
do modelo de Gestão Estratégica de Pessoas por Competências na UFRN
29
2560/2018-R (UFRN, 2018). Apesar de a Portaria atual trazer um conceito mais estratégico
desse modelo, observou-se que ele continua sendo associado à Política de Desenvolvimento de
Pessoas, tendo suas ações centradas em ações de capacitação e qualificação dos seus servidores
(UFRN, 2020).
Depreende-se que a Gestão por Competências deve estar associada a um contexto
estratégico mais amplo para o alcance dos resultados pretendidos com esse modelo, tendo em
vista que o gerenciamento dessas competências isoladas terem pouco valor estratégico para
instituição (BÜNDCHEN; SILVA 2005). Assim, é importante a adoção de um modelo de
Gestão Estratégica de Pessoas por Competência que permita um alinhamento vertical e
horizontal das ações realizadas no gerenciamento dessas competências. No alimento vertical
procura-se alinhar as competências individuais às competências organizacionais (Gestão de
competências); no horizontal refere-se ao alinhamento dos Subsistemas de Gestão de Pessoas
às estratégias organizacionais (Gestão Estratégica de Pessoas) (SILVA, BISPO, AYRES,
2019).
Diante dessa análise situacional, tendo em vista a necessidade apresentada pela
PROGESP em aumentar a sua capacidade de atender as demandas organizacionais, por meio
do aprimoramento dos seus processos gerenciais, identificou-se como oportunidade para
melhoria desses processos gerenciais o alinhamento estratégico da Política de Gestão de
Pessoas a partir da adoção um modelo de gestão estratégica de pessoas por competências para
a Carreira de Técnico-Administrativos em Educação.
Nesse sentido, a Intervenção Proposta a ser apresentada no próximo tópico desse
capítulo buscou desenvolver um modelo de gestão estratégica de pessoas por competências para
a carreira de servidores Técnico-Administrativos em Educação da UFRN que possa contribuir
para a solução dos problemas identificados neste diagnóstico. Para isso, foi utilizada a
Metodologia de Design Science Research.
Neste tópico serão apresentados o objetivo geral e os objetivos específicos que foram
trabalhados para consecução dos resultados pretendidos com essa proposta de intervenção, bem
como suas justificativas.
1.4.3 Justificativa
conexão mais próxima entre pesquisador e o ambiente pesquisado, bem como uma interação
maior entre o pesquisador e os atores locais, envolvendo a participação desses atores em todas
as etapas dessa pesquisa. Sendo caracterizada por uma construção conjunta, proporcionando
uma maior aderência entre os problemas identificados durante esse processo e a construção de
soluções adequadas (SANTOS, KOERICH, ALPERSTEDT, 2018; LACERDA et al,2013).
Assim, diante da complexidade do tema trabalhado, bem como um número reduzido de
trabalhos científicos que demonstrem a adoção prática do modelo proposto neste trabalho em
organizações públicas, a utilização dessa metodologia favorecerá uma maior exequibilidade
dessa proposta. A utilização do DSR permitiu a construção de um modelo alinhado às
particularidades da instituição escolhida, que poderá contribuir para o alcance dos objetivos
pretendidos neste trabalho.
Além disso, a aplicação dessa metodologia proporcionou a construção de um artefato, a
partir de um conhecimento generalizável a uma classe de problemas, permitindo que o
conhecimento gerado para solução dos problemas trabalhados neste projeto, possa ser
reaplicado na solução de outros problemas, bem como o desenvolvimento de novos artefatos
para a mesma classe de problemas identificado no diagnóstico deste trabalho. Outrossim, o
modelo proposto neste trabalho poderá ser replicado para outras instituições públicas, em
especial às Instituições Federais de Ensino Superior, observadas as peculiaridades de cada
instituição.
Ademais, observa-se que a proposta de intervenção tem aderência à área de
concentração do programa de Pós-Graduação em Gestão Pública da UFRN e suas linhas de
pesquisa. O alinhamento estratégico proposto, sendo, posteriormente, implementado pela
UFRN, poderá melhorar o direcionamento das atividades desenvolvidas pela Gestão de Pessoas
da instituição, e, consequentemente, contribuir para o alcance dos objetivos estratégicos da
organização, gerando impacto à sociedade. Além disso, essa proposta, quando implementada,
representará uma inovação administrativa no direcionamento de atividades de Gestão de
Pessoas, como: Planejamento da Força de Trabalho; Desenvolvimento de Pessoas; Avaliação
de Desempenho; Provisão dos Cargos, dentre outras.
Este Capítulo tem por finalidade apresentar os Procedimentos Metodológicos que foram
utilizados na elaboração desse Projeto de Intervenção. Para isso, fundamentou-se nas diretrizes
37
Assim, quanto à natureza, a pesquisa foi classificada como aplicada, visto que pretendeu
gerar conhecimentos necessários acerca da Política de Gestão de Pessoas da UFRN, visando à
construção desse diagnóstico, bem como subsidiar a elaboração da Proposta de intervenção
presente neste trabalho.
Quanto aos objetivos, essa pesquisa é caracterizada como exploratória e descritiva. É
exploratória, uma vez que procurou aprofundar os conhecimentos acerca dos fatores internos e
externos que têm impactado e influenciado a condução da política de Gestão de Pessoas da
UFRN. Para Prodanov e Freitas (2013 p. 51), a “pesquisa exploratória [...] tem como finalidade
proporcionar mais informações sobre o assunto [...]”.
Quanto à característica descritiva, buscou interpretar e descrever os fatores que tem
impactado e influenciado na condução da política de Gestão de Pessoas UFRN, por meio de
uma análise documental que auxiliou na interpretação desses dados. Para Prodanov e Freitas
(2013 p. 52), “Visa a descrever as características de determinada população ou fenômeno ou o
estabelecimento de relações entre variáveis”.
Quanto à abordagem essa pesquisa tem caráter qualitativo, uma vez que não empregou
em sua essência aspectos estatísticos. Procurou-se entender e descrever os aspectos inerentes à
Política de Gestão de Pessoas da UFRN, por meio de uma análise mais flexível e ampla, tendo
em vista a necessidade de compreender suas especificidades e descrevê-las. De acordo com
Prodanov e Freitas (2013 p. 128), nesse tipo de abordagem, “o ambiente natural é fonte direta
para coleta de dados, interpretação de fenômenos e atribuição de significados”.
Como estratégia de pesquisa, usou-se o estudo de caso, que dentre seus propósitos
“busca descrever a situação do contexto em que está sendo feita determinada investigação”
39
(PRODANOV; FREITAS, 2013, p. 62), que neste trabalho, foi Política de Gestão de Pessoas
da UFRN.
Quanto aos procedimentos da pesquisa foram utilizadas fontes bibliográficas e
documentais. A pesquisa bibliográfica foi realizada com o objetivo de realizar uma revisão na
literatura acerca do tema a ser estudado, por meio de livros, dissertações, artigos, dentre outros
materiais bibliográficos que pudessem proporcionar ao pesquisador um conhecimento mais
aprofundado acerca dessa temática. Para isso, foram utilizadas as plataformas de pesquisa,
como: Catálogo de Teses e Dissertações da Capes; Periódicos Capes; Spell; Google Acadêmico;
Repositório Enap, dentre outras. Essa pesquisa proporcionou um melhor direcionamento para
seleção de documentos a serem identificados, bem como um maior embasamento teórico para
sua posterior análise. Para Gil (2002 p.44), “a pesquisa bibliográfica é desenvolvida com base
em material já elaborado, constituído principalmente de livros e artigos científico”.
A pesquisa documental, teve como objetivo aprofundar o conhecimento acerca da
Política de Gestão de Pessoas da UFRN, buscando entender de que forma é realizada a Gestão
de Pessoas nesta instituição. De acordo com Gil (2002 p.45), “assemelha-se muito à pesquisa
bibliográfica”. Para isso foram contemplados os documentos estratégicos que estabelecem as
diretrizes da Política Gestão de Pessoas da UFRN (PDI (2020-2029), Plano de Gestão (2019-
2023), PLS(2018-2020), Planos Anuais da PROGESP (2015, 2016, 2017, 2018, 2019, 2020,
2021), dentre outros documentos institucionais. Além disso, utilizou-se dos instrumentos que
descrevem e avaliam essas políticas, como: Relatórios Governança em Gestão de Pessoas do
TCU (2017,2018), Relatório Anual de Gestão da UFRN (2018 e 2019).
Para análise e tratamento dos dados coletados nesses documentos, foi utilizada a técnica
de análise de conteúdo, que contemplou as três fases propostas por com Bardin (2011):
inicialmente foi realizada pré-análise dos documentos institucionais; na sequência foram
explorados os materiais catalogados; e por fim, foi realizado o tratamento dos dados
documentais coletados, inferências e intepretação dos dados. Dessa forma, a partir da análise
do Relatório de Gestão da UFRN (2018 e 2019), identificaram-se os principais desafios a serem
enfrentados por essa instituição na Gestão da sua força de trabalho, bem como a necessidade
indicada por esta Universidade em buscar tecnologias gerenciais que proporcione modelos de
gestão mais flexíveis que se adéquem ao cenário apresentado.
Com base nessas constatações, buscou-se identificar os documentos institucionais que
demonstrassem as diretrizes estratégicas da UFRN para condução da Política de Gestão, tendo
em vista a importância de uma abordagem estratégica nesse processo. Para análise desses
documentos, utilizou-se como referência os parâmetros estabelecidos pela literatura para
40
adoção de um modelo de gestão estratégica de pessoas por competências, bem como a diretrizes
estabelecidas para Governança de Gestão de Pessoas na Administração Pública Federal.
Assim, a partir da análise desses documentos, apresentou-se o diagnóstico da situação
problema deste projeto (alinhamento estratégico). A partir desse diagnóstico foi elaborada a
proposta da intervenção presente na introdução desse trabalho que tem como objetivo geral:
Propor um alinhamento estratégico na Política de Gestão de Pessoas da UFRN, a partir da
adoção de um modelo de Gestão estratégica de pessoas por competências para a Carreira de
Técnico-Administrativos em Educação, utilizando-se a metodologia de Design Science
Research. Para a condução dessa proposta de intervenção seguiu-se os procedimentos
metodológicos descritos no item 1.5.2 deste capítulo.
De acordo com Lacerda et al., (2013), essa abordagem prescritiva tem dentre suas
principais características: foco (na solução), perspectiva (participativa), lógica (intervenção
para alcançar um resultado), questão de pesquisa (soluções alternativas para uma classe de
problemas), produto (regra teológica testada e fundamentada).
Para condução e avaliação dessa proposta de intervenção foram utilizadas as diretrizes
estabelecidas por Hevner, March e Park (2004), com base em Lacerda et al., (2013.p.751),
conforme Quadro 04.
Esse ciclo iniciou-se com a escolha do problema de campo a ser resolvido, que foi
demonstrado no item 1.5.1 deste capítulo, conforme explicitado nesse tópico. Por outro lado,
tendo em vista as características dessa abordagem, a primeira etapa deste trabalho (diagnóstico,
revisão da literatura inicial e proposta de intervenção) foi apresentada à PROGESP para que
essa etapa pudesse ter um tratamento mais refinado na escolha do problema e proposição para
sua solução. Essa apresentação ocorreu por meio de reunião virtual, via plataforma de
videoconferência do Google Meet, assim como nas demais reuniões e entrevistas realizadas
durante a construção dessa proposta, sendo utilizado o programa PowerPoint para sua
visualização, envolvendo a participação de dois dos gestores responsáveis pela condução da
Política de Gestão de Pessoas da UFRN. Entende-se que:
Após a apresentação desse trabalho aos atores locais, foi aberta a fala para que eles
pudessem dirimir eventuais dúvidas em relação ao pré-projeto de intervenção, por meio de
44
Após seleção das palavras-chave, foi realizada a busca nas fontes mencionadas e
armazenamento dos seus resultados, que corresponderam a um total inicial de 297, dentre as
teses e dissertações e 95 artigos. Em seguida, foram utilizados os seguintes filtros para busca
de teses, dissertações e artigos nas fontes de pesquisa utilizadas: temporal (último 5 anos - 2016
a 2020); área de conhecimento (Administração e Administração Pública). A escolha dos últimos
5 anos se deu devido à inserção da temática estudada na administração pública, sob uma
perspectiva de uma abordagem mais estratégica, ser recente, sendo necessário essa delimitação
temporal. A partir da utilização desses filtros, foram encontrados 77 trabalhos, sendo 49, dentre
teses e dissertações e 28 artigos.
Na sequência, foi realizada a seleção das produções pelo título, resumo e leitura do
conteúdo da obra, utilizando-se dos seguintes critérios de inclusão e exclusão estabelecidos:
Natureza Jurídica das organizações estudadas, sendo inserido apenas os estudos relacionados
as organizações públicas, devido aos aspectos legais dessas instituições; Teórica, sendo
inseridas apenas as produções que discorrem acerca do modelo de Gestão por competências,
46
com um olhar mais estratégico, não limitando à utilização da gestão por competências apenas
ao subsistema de capacitação.
Após aplicação desses critérios, somados aos filtros já mencionados (temporal e área de
conhecimento), foram selecionados 12 trabalhos, sendo 3 dissertações e 9 artigos, sendo
utilizada a planilha eletrônica do Excel para tabulação dos dados, inserção de filtros e utilização
de tabelas dinâmicas, que auxiliassem na seleção desses trabalhos. A parir dessa base de dados,
foram avaliados os trabalhos quanto ao seu alinhamento dos temas à abordagem pretendida
nessa proposta de intervenção, sendo observado, dentre outros aspectos, as seguintes partes:
Objetivos; Referencial Teórico; Metodologia; Resultados das pesquisas.
Com base nessas avaliações, os trabalhos selecionados foram inseridos no referencial
teórico deste trabalho (Capítulo 2), após a síntese e interpretação dos dados inseridos nesses
trabalhos, apresentado soluções para a classe de problemas e construção do artefato proposto
neste projeto.
Somados aos trabalhos selecionados, após o sequenciamento das etapas descritas nessa
revisão, foram realizadas novas pesquisas em diversas plataformas para buscas de produções
cientificas remetidas ou não pelos trabalhos anteriormente revisados. Essas pesquisas
ocorreram pela demonstração de novas proposições acerca do tema estudado durante o processo
de condução dessa proposta de intervenção, bem como pela verificação de inconsistências e
observação de lacunas entre a abordagem teórica e prática dos trabalhos revisados.
Entende-se que:
[...] o desenvolvimento de proposições para um determinado tipo de problema de
campo começa com uma revisão sistemática da base de conhecimentos existente sobre
essa questão, seguida por uma síntese das proposições a respeito. A avaliação e a
síntese da base existente podem produzir novas proposições a serem desenvolvidas,
mas também pode revelar falhas na literatura existente, como explicações teóricas
insuficientes sobre certos aspectos, deficiência nos testes de campo ou ausência de
conhecimento para fundamentar as proposições (ALPERSTEDT, ET AL.2018, p 266-
267).
Assim, a partir dessas inconsistências, podem ser utilizadas diversas fontes que possam
suprir as lacunas literárias identificadas, que demonstrem na prática como o problema em tela
vem sendo tratado na administração pública federal, como: Relatórios, Revistas
Governamentais, Livros Governamentais, além de uma nova busca nas fontes utilizadas,
utilizando-se diferentes filtros e critérios para seleção desses novos trabalhos (SANTOS,
KOERICH, ALPERSTEDT, 2018; ALPERSTEDT, ET AL.2018). Com isso, foram inseridos
novos dados científicos e documentais ao referencial teórico e empírico deste trabalho. A
inserção desses dados somados aos já revisados contribuíram para proposições de soluções para
47
Técnico-Administrativos em
educação da UFRN
Fonte: Elaborado pelo autor (2021)
Logo, ainda no momento de empatia, foi alcançado o primeiro objetivo específico dessa
proposta de intervenção: realizar um diagnóstico acerca da situação atual do Modelo de Gestão
Estratégica de Pessoas da UFRN. As informações presentes nesse capítulo foram coletadas, por
meio de fontes documentais, observação participante e entrevistas. Na pesquisa documental
foram contemplados os documentos que descrevem as diretrizes estratégicas da instituição
(PDI, Plano de Gestão, PLS, Planos Anuais da PROGESP, dentre outros documentos
institucionais, que descrevem a Política de Gestão de Pessoas na UFRN). Além disso, utilizou-
se dos instrumentos que descrevem e avaliam essas políticas, como: Relatórios Governança em
Gestão de Pessoas do TCU, Relatório Anual de Gestão da UFRN.
Na observação participante, o autor desse projeto participou de reuniões destinadas à
apresentação dos resultados da PROGESP em 2020, bem como da metodologia estabelecida
para construção do planejamento das ações a serem realizadas no ano de 2021 pela Assessoria
Técnica da PROGESP à sua equipe. Aliado a isso, esteve presente em reuniões realizadas pela
PROGESP destinadas ao processo de preenchimento do questionário de autoativação
correspondente ao ciclo de avaliação 2021 do TCU. Após análise e tratamento dos coletados,
por meio da pesquisa documental e observação participante, foram realizadas entrevistas
semiestruturadas com 5 (cinco) gestores responsáveis pela condução da Política de Gestão de
Pessoas da UFRN, para sanar as lacunas identificadas durante o processo de construção desse
diagnóstico, sendo que a primeira entrevista contou com a participação de dois dos gestores e
as demais foram realizadas de forma individualizada.
Após ganhar a empatia dos atores locais da instituição, com a apresentação da primeira
parte deste trabalho à PROGESP, bem como o alcance do primeiro objetivo específico que
proporcionou um entendimento mais amplo acerca das diretrizes estratégicas da Política de
Gestão de Pessoas da UFRN, foi descrito o modelo atual de Gestão Estratégica de Pessoas,
presente no capítulo 3.1 deste trabalho.
A partir da descrição do modelo atual, entrando no pilar da Colaboração do DT para co-
criação de proposições para a elaboração da versão inicial do modelo de Gestão Estratégica de
Pessoas por Competências, foram alcançados o segundo e terceiro objetivo específico desse
trabalho. Para o alcance do segundo objetivo específico (Identificar os aspectos limitadores e
facilitadores que podem influenciar na construção do modelo a ser proposto neste projeto de
intervenção), somadas as informações já coletadas, foram realizadas entrevistas com 5 gestores
49
UFRN. Por fim, o quarto capítulo apresentará as considerações finais desse trabalho, onde serão
demonstrados os objetivos atingidos neste trabalho, contribuições futuras, limitações e os
aspectos gerais desse trabalho.
52
2 REFERENCIAL TEÓRICO
A construção desse capítulo ocorreu em sintonia com as demais etapas que contemplam
o ciclo do Design Science Research (DSR). Assim, consistiu na síntese e interpretação dos
dados obtidos a partir do sequenciamento das etapas seguidas na Revisão Sistemática da
Literatura (RSL), conforme descrito no item 1.5.2 do capítulo que trata da metodologia utilizada
na condução da Proposta de Intervenção presente neste projeto. Essa Síntese proporcionou o
embasamento teórico e empírico necessário que serviu como uma das fontes para proposição
de soluções para esse trabalho.
A Gestão Pessoas na administração pública ao longo dos anos tem sido uma das áreas
das organizações que tem requerido uma maior atenção dos gestores públicos. Para Bergue
(2019, p.16), “[...] é um processo complexo, significando dizer: amplo, dinâmico,
multidimensional, envolto em certa medida de caos, entre outros aspectos [...].” Entende-se que
cada colaborador tem características próprias que não são estáticas e que podem ser modificadas
por diversos fatores controláveis ou incontroláveis às organizações. Aliado a isso, no setor
público, esse processo contempla peculiaridades inerentes a cada instituição que influenciam
nas ações dos servidores públicos no desenvolvimento de suas atividades (BERGUE, 2019).
Essas variáveis têm demonstrado uma heterogeneidade de perfis dos servidores
existentes em uma organização, bem como a imprevisibilidade quanto a mudanças que
impactam ações a serem desenvolvidas nessas instituições. Nesse sentido, a função de gestão
de pessoas não deve se restringir a estabelecer padrões uniformes as suas práticas, sendo
necessário desenvolver ações que favoreçam uma atuação mais adequada dos seus servidores
em cada contexto situacional (BERGUE, 2019), especialmente num cenário de constantes
transformações que tem afetado as organizações públicas.
Na administração pública, desde período dos anos de 1990, foram vivenciadas diversas
reformas que buscaram dar maior efetividade ao modelo gerencial de administração. Essas
transformações tiveram como principais pilares aumentar a governança pública, a
governabilidade e a eficiência na prestação de serviços à população. Essas reformas tinham
como ponto de convergência a necessidade de criação de estruturas organizacionais
direcionadas por meio de princípios de descentralização, accountability, inclusão social, e
eficiência fiscal (RESENDE, 2009).
53
reunindo características similares aos ajustes ficais reformistas. Nesse sentido, pode-se destacar
a Emenda Constitucional nº 95/2016 que estabeleceu o teto de gastos públicos (BRASIL, 2016)
e seus desdobramentos, por meio da edição de normativos, que buscam flexibilizar as relações
de trabalho na Administração Pública, tendo como objetivo a redução dos quadros de servidores
efetivos nas organizações públicas (BRASIL 2020).
Aliado a esses fatores, a Sociedade vem demandando do Estado uma prestação de
serviços públicos que não tem se restringido à eficiência, mas também a uma prestação efetiva
e eficaz desses serviços, que tragam uma maior qualidade de vida à população. A partir desse
cenário, se faz necessário a promoção de mudanças organizacionais, que contribuam para uma
atuação mais estratégica da função de Gestão de Pessoas nas organizações públicas, e supere a
concepção dos padrões gerenciais herdados pela administração pública, proporcionando uma
organização pautada por resultados (SCHIKMANN, 2010).
Para Marques (2015), as instituições públicas
Para Schikmann (2010, p.14), a busca por “essas transformações têm promovido
movimentos orientados para mudanças em alguns traços característicos comumente associados
à organização do serviço público e ao conjunto dos servidores públicos que reclamam um
repensar”. Contudo, apesar da evolução da evolução da área gestão de pessoas nas organizações
públicas ao longo dos anos, ainda tem sido observado uma lacuna significativa entre o
pensamento de uma gestão estratégica de pessoas e sua aplicação (DUTRA, 2009; MARQUES,
2015; CAMÕES E MENESES 2016), sendo esse distanciamento evidenciado, por meio de
algumas pesquisas realizadas em instituições públicas federais.
55
Nesse sentido, um estudo realizado por Moura e Souza (2016) analisou a correlação
entre o discurso e a prática da área de gestão de pessoas na administração indireta do setor
público federal brasileiro, sob o prisma de uma Gestão Estratégica por Competências em 43
instituições. A partir desse estudo, foi identificado um distanciamento entre o discurso e a
prática, demonstrado que a sua aplicabilidade na estrutura, bem como no seu processo decisório
das organizações estudadas ainda estão bastante incipientes. Os resultados dessa pesquisa
apontam para aspectos internos das instituições como a inexistência de uma abordagem
estratégica e questões culturais relacionadas ao histórico das instituições públicas que têm
favorecido esse distanciamento.
Para Moura e Souza (2016), embora essas organizações visualizem a necessidade de
uma atuação mais estratégica frente a demandas cada vez mais complexa, ensejando um
discurso nesse sentido, na prática aspectos internos têm limitado a capacidade de resposta a
essas demandas. Por fim, esse estudo sinaliza que para não reproduzir práticas ineficazes e
tradicionais de gestão de pessoas, a adoção de novos modelos de gestão de pessoas, a exemplo
do modelo analisado, deve considerar os aspectos internos existentes nas organizações para
adoção de um modelo de gestão estratégica de pessoas na administração pública.
Nessa linha, a pesquisa realizada por Carmo et al., (2017) cujo objetivo foi analisar
percepção e atitudes de gestores e funcionários acerca da gestão de pessoas em uma autarquia
federal, apontou para ausência de uma gestão estratégica de pessoas nessa instituição, ensejados
por fatores limitadores presentes na administração pública. Assim, apesar das constantes
transformações na área de gestão de pessoas ao longo dos anos, características tradicionais do
serviço público, tem dificultado uma atuação mais estratégica da função de gestão de pessoas
na autarquia estudada corroborando com os resultados da pesquisa de Moura e Souza (2016).
Os resultados do estudo de Carmo et al., (2017), demonstraram que o aparato de normas
pouco flexíveis que regulam a atuação da gestão de pessoas nas organizações públicas, bem
como a opção por modelos tradicionais de gestão, tem dificultado a inserção da Gestão
Estratégica de Pessoas na administração pública. Além disso, as alterações nos normativos não
tem sido suficiente para flexibilizar e modernizar a função de gestão de pessoas na instituição
objeto desse estudo, pois na maioria das vezes traz mudanças operacionais como objetivo de
atender às recomendações de órgãos de controle.
Observa-se como grande desafio a adoção de uma abordagem estratégica a partir de uma
reestruturação e modernização da gestão de pessoas nas instituições, tendo em vista os aspectos
internos e normativos que tem limitado a atuação dessa área nas organizações públicas ao longo
dos anos (CARMO et al., 2017). Nesse sentido, estudos teóricos e empíricos vêm demonstrando
56
A Gestão Estratégica de Pessoas pode ser definida como uma abordagem que procura
alinhar as funções de Gestão de Pessoas aos objetivos estratégicos de uma instituição, tendo
ênfase numa maior assertividade das ações realizadas nessa área que possam contribuir para
um melhor desempenho organizacional. Essa abordagem procura adequar a força de trabalho
existente na organização às necessidades organizacionais atuais e futuras, bem como identificar
possíveis carências quantitativas e qualitativas de servidores na instituição (SCHIKMANN,
2010; CAMÕES; MENESES 2016).
Para isso, se faz necessário o estabelecimento de políticas institucionais que deem uma
maior efetividade às ações planejadas, fazendo com que essas ações não se tornem uma simples
lista de procedimentos que fiquem somente no papel. Essas ações deverão integrar um plano
que norteará a atuação da Gestão de Pessoas nas organizações. Nesse Plano, serão definidos os
resultados desejados, bem como a definição de como se dará o planejamento, organização,
direção e controle de suas ações (SCHIKMANN, 2010; TERABE, BERGUE, 2011).
Para Andrade e Santos (2007), a Gestão Estratégica de Pessoas servirá como o processo
integral, contínuo, flexível e criativo que irá propiciar um ajuste aos outros componentes da
gestão considerando os princípios do pensamento estratégico e ferramentas de planejamento,
desenvolvimento, controle e avaliação. Além disso, “[...] a estratégia de gestão de pessoas pode
ser utilizada como um instrumento de mudança da cultura organizacional e de aprendizagem, o
que pode levar a organização a obter o seu desenvolvimento.” (LEITE E ALBUQUERQUE
2007, p.11). Para Schikmann (2010), os principais aspectos a serem contemplados por essa
política incluem os Subsistemas de Gestão de Pessoas demonstrados no Quadro 07.
Assim,
[...] o gerenciamento de pessoas é compromisso de todos os gestores do órgão ou
entidade. Nessa perspectiva, pensar estrategicamente a gestão de pessoas pressupõe,
entre outros aspectos, deslocar a crença de que os temas relacionados a pessoal são
problemas da área de RH (presente e explícita aqui a perspectiva funcional de arranjo
organizacional) (TERABE BERGUE, 2011, p. 7).
Nesse sentido, os gestores e os servidores em geral “não são meros receptores passivos
das ações coordenadas pelas áreas de RH; como público-alvo eles devem participar ativamente,
sendo que o não engajamento desses atores pode gerar o fracasso na implementação da Política”
(CAMÕES; MENESES, 2016. p.57).
Para Schikmann (2010) Os principais instrumentos da gestão estratégica de pessoas,
são: o Planejamento de Recursos Humanos; a Gestão de Competências; a Capacitação
Continuada com Base em Competências; a Avaliação de Desempenho e de Competências.
Esses instrumentos são interdependentes, conforme demonstrado na Figura 09.
• Capacitação • Gestão de
Continuada com Competências
Base em
Competências
Direciona as Define as
capacitações competências e
com base nas os perfis dos
informações servidores
forrncedidas necessários à
pela avalição organização
Analisa o
desempenho dos Realiza o
servidores e os dimensionamen
perfis definidos e to e a alocação
verifica a dos perfis
efetividade
• Avaliação de • Planejamento de
Desempenho e de Recursos
Competências Humanos
(Rhinow, 1998; Amatucci, 2000; Fleury e Fleury, 2000; Hipolito, 2000; Rodrigues,
2000; Ruas, 2000) (Fleury e Fleury, (2001 p.186-187).
[...] processo contínuo que toma como referência a estratégia da empresa e direciona
suas ações de recrutamento e seleção, treinamento, gestão de carreira, avaliação de
desempenho e formalização de alianças estratégicas, entre outras, para captação e
desenvolvimento das competências necessárias ao atingimento de seus objetivos.
Entende-se que a gestão de competências pode ser caracterizada como uma tecnologia
gerencial que contempla diversos mecanismos e instrumentos de gestão de pessoas em seu
processo, sendo um processo dinâmico que pode ser alimentado por diferentes variáveis em
circunstâncias distintas durante seu ciclo. Nesse processo, a formação das competências
organizacionais e pessoais não deve guardar uma relação de hierarquia aonde uma determina a
outra, mas sim uma retroalimentação na construção dessas competências, estando sempre
associadas aos objetivos estratégicos da instituição (BRANDÃO E GUIMARÃES 2001).
Assim,
Esse processo envolve o ciclo contínuo que deve estar conectado ao ambiente interno e
externo à instituição, buscando favorecer o acompanhamento das competências organizacionais
existentes às competências exigidas num cenário de constantes transformações. As atividades
realizadas pelos servidores nesse ciclo poderão ser consideradas para o desenvolvimento da
carreira desses profissionais, por meio do reconhecimento de mérito e progressões. Esse
programa deve ser alimentado pelas informações constantes na avaliação de desempenho e
competências, que fornecerá insumos importantes para uma atuação mais assertiva no
desenvolvimento dessas ações (SCHIKMANN, 2010).
Na Administração Pública Federal o Decreto nº 5.707/2006, que instituiu a Política
Nacional de Desenvolvimento de Pessoal é considerado um grande marco para o
direcionamento de ações e programas de capacitação baseados em competências (CAMÕES e
MENESES,2016). Dentre as finalidades dessa Política, podemos destacar a busca pelo
desenvolvimento permanente do servidor e adequação das competências requeridas dos
servidores aos objetivos das instituições, tendo como foco a melhoria da qualidade dos serviços
públicos prestados à população com uma utilização eficiente dos recursos públicos (BRASIL,
2006).
Para Perseguino (2017, p.59),
Contudo, apesar dos avanços alcançados com a instituição dessa política, a pesquisa
realizada por Camões e Meneses 2016 demonstrou que houve falhas em sua implementação,
influenciando negativamente na obtenção dos resultados pretendidos com essa política. A partir
dessa pesquisa foram identificados possíveis fatores que podem ter contribuído para essas
falhas. Dentre esses fatores, foram destacadas questões contextuais que não foram observadas
65
Quadro 09 - Níveis de avaliação e suas contribuições e características comuns dos processos de avaliação de
desempenho
Níveis Contribuições Principais características
Individual • Avaliar o desempenho profissional; • Envolvimento de todos os níveis
• Identificar necessidades de aprimoramento das da organização;
habilidades pessoais e profissionais; • Integrada com a política de
• Refletir sobre os pontos fortes e fracos de cada capacitação e vinculada ao plano
avaliado; de desenvolvimento de pessoas,
• Conhecer o potencial do funcionário; • Prevê o diálogo entre a chefia e
• Obter subsídios para a progressão na carreira, cada um dos subordinados para a
com base em competências e desempenho, análise dos resultados da
entre outros benefícios. avaliação comparados com os da
Equipes, • Maior alinhamento das unidades da autoavaliação;
Áreas, organização com suas metas e objetivos • Promove o alinhamento entre as
Institucionais estratégicos; expectativas de ambas as partes e
• O desenvolvimento de uma visão sistêmica por a identificação das habilidades,
parte dos indivíduos em relação à organização; das realizações, das deficiências e
• O desenvolvimento do espírito de equipe; das mudanças necessárias ao
• A percepção da interdependência entre áreas e perfil de cada indivíduo;
pessoas. • Proporciona o estabelecimento de
metas para o período seguinte.
Fonte: Elaborado pelo autor (2020), a partir de Schikmann (2010)
de decisão mais assertiva nas ações a serem desenvolvidas para melhorar o desempenho
organizacional e proporcionar incentivos aos servidores (SCHIKMANN, 2010).
Com base nessas informações, as organizações poderão identificar aonde intervir para
aprimorar as competências de seus servidores, bem como atuar no balanceamento das
competências entre as diversas unidades ou processos de trabalho. Além disso, pode-se
aperfeiçoar os demais aspectos que podem influenciar no alcance dos resultados das atividades
a serem desenvolvidas pela organização (BERGUE,2019).
Neste contexto, a avaliação de desempenho deve ter como principal objetivo a busca
pelo desenvolvimento individual do servidor e consequentemente no desenvolvimento
organizacional e não ter em sua essência a preocupação remuneratória dos servidores,
orçamentária, punição de servidores, dentre outras finalidades que tem desviado a importância
estratégica desse sistema para a melhoria dos resultados organizacionais (BERGUE,2019).
Assim, sua utilização não deve se restringir a um processo burocrático que busca atribuir um
resultado que servirá como requisito para concessões de benefícios aos servidores, como por
exemplo, a progressão por mérito do servidor (SCHIKMANN, 2010).
Quadro 10 - Diferenças conceituais entre gestão de pessoas por competências e sua perspectiva tradicional
Gestão de Pessoas Tradicional Gestão de Pessoas por
Competências
Cargo Pessoa
Atribuições do cargo Competências das pessoas
69
Quadro 11 - Processos e diretrizes para adoção de um sistema de gestão de pessoas por competências
Subsistemas de Gestão de Pessoas Diretrizes
Planejamento de recursos humanos a) Mapeamento das necessidades da força de trabalho
de cada unidade da instituição, levando em
consideração as tecnologias do processo de trabalho.
b) Definição da composição etária e da saúde
ocupacional da força de trabalho. c) Apropriação e
aprimoramento dos processos de trabalho e dos
sistemas integrados de gestão, a exemplo de sistemas
de gestão de pessoas, de gestão de processos, do
patrimônio, do financeiro, de compras, entre outros. d)
Orientação para os resultados, com ênfase na
implantação da gestão de processos e de sistemas de
gestão da qualidade dos serviços prestados.
Avaliação de desempenho a) Gestão do desempenho como instrumento
gerencial, articulado ao planejamento estratégico. b)
Processo pedagógico e sistemático de análise do
desempenho das atividades técnicas e administrativas,
alinhado às competências institucionais e aos
ambientes organizacionais. c) Relevância à integração
dos níveis de atuação organizacional, a partir das
metas institucionais e setoriais que norteiam o
planejamento individual de trabalho. d) Foco na coleta
de dados qualitativos e quantitativos sobre o
desempenho dos indivíduos e equipes de trabalho com
o objetivo de subsidiar o planejamento de outras
políticas de gestão de pessoas, a exemplo da
capacitação e aperfeiçoamento, planejamento de
70
De acordo com Silva, Bispo e Ayres (2019, p.44), essas diretrizes podem
Para Bergue (2019, p.26), “A gestão por competências constitui uma tecnologia de
gestão de pessoas em processo de transposição para o contexto do serviço público
nas múltiplas esferas de governo, em distintos níveis de intensidade”. Na Administração
Pública Federal, o conceito de gestão por competência foi introduzido pelo Decreto nº
5.707/2006 (Inciso II, do art., 2º), com a seguinte redação: “gestão da capacitação orientada
para o desenvolvimento do conjunto de conhecimentos, habilidades e atitudes necessárias ao
71
desempenho das funções dos servidores, visando ao alcance dos objetivos da instituição”
(BRASIL, 2006).
Este conceito demonstra uma abordagem preocupada com utilização de programas de
capacitação continuada, que traduza uma cultura organizacional voltada para o
desenvolvimento permanente dos seus servidores. Para um primeiro momento, entende-se que
seria necessário atuar na estruturação do subsistema de desenvolvimento de pessoal como forma
de alinhar as políticas a serem desenvolvidas nesse sentido às necessidades organizacionais
(ODCE,2010). Entende-se, também, que a Gestão por competências desempenha “um papel tão
importante na gestão de pessoas estratégica, pois é preciso desenvolver as pessoas para que elas
tenham um papel ativo no cumprimento de metas que estejam alinhadas aos propósitos da
organização” (FERNANDES; SIHLER, 2018, p.4).
Nessa linha, a pesquisa realizada por Camões e Meneses (2016), que teve como objetivo
analisar a implementação da Política Nacional de Desenvolvimento de Pessoa (PNDP) nas
organizações públicas, demonstrou que os objetivos explícitos e implícitos dessa política
estavam voltados inicialmente para o subsistema de capacitação, conforme demonstrado no
Quadro 12, para após essa fase inicial sua metodologia ser utilizada nos demais subsistemas de
Gestão de Pessoas, numa perspectiva de uma maior amplitude estratégica para a organização.
incorporação desse modelo aos demais subsistemas de Gestão de Pessoas. Diante disso, tem
sido percebida a necessidade das organizações públicas em desenvolver modelos capazes de se
adequarem às peculiaridades da administração pública, bem como às necessidades de cada
organização (SOUZA E BARBOSA, 2018, BERGUE, 2019).
Para Perseguino (2017), que procurou analisar a implementação do modelo de Gestão
por Competências nas universidades federais, a adoção da Gestão por competências nessas
instituições ainda é bastante incipiente, embora suas diretrizes estejam dispostas em alguns de
seus instrumentos estratégicos. Esse estudo demonstrou que essas instituições se encontravam
em diferentes estágios na implementação dessa política, mas em nenhuma das organizações
estudadas foi incorporada aos subsistemas de Gestão de pessoas em sua totalidade. Observou-
se que essas instituições ainda encontram dificuldades e desafios para incorporação desse
modelo sob as diretrizes estabelecidas pela PNDP. Dentre eles, foram destacados os seguintes
aspectos:
1) a não inserção do tema na cultura organizacional das instituições, necessitando de
melhor entendimento das dimensões da gestão por competências por parte das IFES;
2) a falta de pessoal capacitado para conduzir o processo de discussão; 3) necessidade
de unidades de gestão de pessoas devidamente estruturadas e de alinhamento entre a
política de gestão de pessoas e o planejamento estratégico das IFES; 4) limitações da
legislação no setor público que podem interferir na adoção da GPC; 5) limitação
orçamentária para aquisição ou desenvolvimento de sistema de informação adequado
ao modelo de GPC e à realidade da instituição(PERSEGUINO 2017,p.107).
Logo,
De maneira geral, as percepções dos gestores revelam uma preocupação com a
necessidade de compartilhamento de experiências já implantadas, o que denota um
estágio de aprendizado sobre o conceito de competências e o modelo propriamente
dito, o que corrobora o que vem sendo tratado na literatura científica sobre gestão por
competências na esfera pública. Porém, verifica-se que é um processo já em
construção nas instituições consultadas (PERSEGUINO 2017,p.108).
Para Souza e Barbosa (2018, p.33), “o modelo por competências adotado nos processos
de gestão de pessoas nos órgãos da Administração Pública brasileira, ainda em evolução, está
mais focado nas ações de capacitação e desenvolvimento”. Entende-se que a Gestão por
competências tem um potencial estratégico mais amplo, podendo contribuir para um melhor
desenvolvimento da função de Gestão de Pessoas nas organizações públicas em diversas
atividades, como: Planejamento, Dimensionamento de Pessoal, Recrutamento e Seleção,
Movimentação de servidores; Gestão de desempenho, política de desenvolvimento de Pessoas,
Políticas de Qualidade de Vida no Trabalho, Política de Saúde e Segurança no Trabalho, dentre
outras. (ODCE, 2010; SOUZA, BARBOSA,2018; SILVA, BISPO E AYRES, 2019; BERGUE,
2019).
74
O estudo realizado por Kriigeret.al. (2018), que procurou analisar os desafios para
implementação da gestão por competências em uma autarquia federal, identificou como
principais barreiras: a descontinuidade na construção de modelos gerenciais na administração
pública e a necessidade de apoio da alta administração, bem como do envolvimento de um
número mais amplo de servidores em sua construção conjunta. Nessa pesquisa, os autores
evidenciam a importância dos servidores na condução dos processos de gestão de pessoas, bem
como a promoção de ações que favoreçam a participação desses profissionais para superação
desses obstáculos (Quadro 13).
Quadro 13 - Importâncias da participação dos servidores para superação dos obstáculos na implementação do
modelo de Gestão por competências nas organizações públicas
✓ A gestão pública, nas diferentes realidades institucionais em que opera, ainda enfatiza muito mais as
estratégias, os processos e a estrutura, muitas vezes em detrimento de políticas e ações que fortaleçam
a práxis e contribuam para o incremento da capacidade de mobilização das pessoas;
✓ A centralidade da pessoa fica mais uma vez realçada, seja no seu aspecto positivo, que faz as coisas
acontecerem mesmo em face das maiores dificuldades situacionais, por conta de um voluntarismo que
impulsiona as ações, seja no seu aspecto negativo, que tende a conformar atitudes reativas de descrença
e desânimo dos seus servidores;
✓ Poder-se-ia dizer assim que a atitude do profissional é, de fato, fator relevante na implantação de
modelos de gestão por competências para o setor público. A sua própria perenidade na instituição pode
fazer frente aos impulsos pro-fragmentação identificados na pesquisa;
✓ A Gestão por competências enseja uma transversalidade temática e uma perspectiva interdisciplinar
capaz de produzir vínculos complexos no abrangente cenário da administração pública, tendo como
centro efetivo as pessoas;
✓ Fica evidente que se a experiência real da implantação do modelo não for antecedida da criação de
ambiência organizacional adequada para acolhê-lo, ainda assim, a experiência tem a capacidade, dadas
as suas características mobilizadoras e participativas, de iniciar o impulso de uma mudança cultural
necessária, quando de sua implementação e implantação em cada órgão.
Fonte: Elaborado pelo autor, a partir de Kriigeret.al (2018, p.728-729)
Para Kriigeret.al. (2018), o modelo de gestão por competência deve ser estruturado de
acordo com as características de cada organização pública, não existindo padrão único e
inflexivo que inviabilize os ganhos organizacionais que essa tecnologia gerencial pode trazer
para essas instituições. Para ODCE (2010), ao utilizar-se dessa estratégia de forma mais ampla,
essas organizações poderão melhorar seus resultados nos seus diversos subsistemas, a partir dos
benefícios descritos no Quadro 14.
Quadro 14 – Benefícios da Gestão Estratégica de Pessoas por Competências para as organizações públicas
Subsistemas Benefícios
Desenvolvimento Por meio de uma melhor formação e definição de prioridades de desenvolvimento,
de Pessoas tornando o investimento nesta área mais rentável.
Recrutamento e Melhorando os métodos de recrutamento e seleção por meio da utilização de perfis de
Seleção de Pessoas competências no processo de recrutamento.
Ajudando a desenvolver o planejamento estratégico da força de trabalho por meio da
Planejamento definição das necessidades de competências, planejando como preencher as lacunas de
competência e utilizando modelos de competências para estabelecer ligações claras
75
Assim, a Gestão por competências, por meio da interligação dos diversos subsistemas
de gestão de pessoas, permite um melhor planejamento estratégico da Gestão de Pessoas nas
organizações, favorecendo um gerenciamento da sua força de trabalho não apenas restrito ao
quantitativo de servidores e seus impactos financeiros. Para isso, se faz necessário que a
identificação das competências necessárias às instituições e as atividades desenvolvidas para o
alinhamento das competências individuais às competências exigidas não seja os seus fins, mas
sim o meio para que essa tecnologia gerencial proporcione às organizações melhores resultados
(ODCE, 2010).
Para Bergue (2019),
Nesse sentido, o estudo realizado por Montezano et al. (2019), que analisou a produção
científica acerca da gestão por competências na Administração Pública, entre os períodos de
2008 a 2018, demonstra diversas contribuições dessa tecnologia às organizações que podem
favorecer o alcance de melhores resultados em diversas práticas gestão de pessoas, bem como
na melhoria dos resultados organizacionais, individuais de seus servidores e benefícios para a
sociedade (Quadro 15).
Para Bergue (2019), logo, a partir implementação do Modelo Gestão por Competências,
as organizações públicas poderão conhecer as contribuições desse modelo sob as perspectivas
organizacionais e individuais aos seus processos de Gestão de Pessoas, conforme demonstrado
na Figura 10.
Figura 10 - Contribuições iniciais da implementação do Modelo Gestão por Competências nas organizações
públicas
Quadro 16 - Características a serem observadas pelas organizações na adoção do modelo de Gestão por
competências
✓ Observe seu contexto de apropriação em suas peculiaridades. A organização específica é este
contexto peculiar. Particular em atribuições, estrutura funcional, normativas estruturantes de atuação
e trabalho, cargos e carreiras, entre outros aspectos;
✓ Seja permeável em suas fronteiras para conhecer o novo. Estar aberta e permitir-se aprender formas
diferentes de perceber a gestão;
✓ Pressuponha comprometimento e autonomia de pensamento das pessoas envolvidas na elaboração
do conceito e na construção das soluções gerenciais;
✓ Identifique os pressupostos e conceitos essenciais envolvidos. A elaboração de uma efetiva solução
tecnológica em gestão exige que os recursos estruturantes – os conceitos – sejam bem compreendidos
e colocados;
✓ Ressignifique conceitos e elabore soluções próprias. Bem assentar, articular de modo coerente e
significativo esses elementos é condição não única, mas determinante, para a adoção e consolidação
de uma tecnologia gerencial. Desse modo, a adoção significativa dos conceitos poderá gerar uma
configuração de solução gerencial peculiar à organização.
Fonte: elaboração do autor (2020), a partir de Bergue (2019, p53-54); Bergue, Klering (2010, p.144)
Além disso,
Esse processo é caracterizado por possuir cronogramas flexíveis, tendo o foco nas
pessoas e nos objetivos dessa proposição. Após o sequenciamento dessas etapas, as
organizações poderão utilizar-se dessa tecnologia gerencial no desenvolvimento de suas
atividades, tendo como finalidade o alcance dos objetivos pretendidos que esse instrumento
estratégico pode proporcionar a cada contexto organizacional (BERGUE, 2019).
Diante das contribuições teóricas apresentadas neste capítulo que proporcionaram ao
pesquisador um maior aprofundamento acerca da Gestão de Pessoas na Administração Pública,
pretende-se no próximo capítulo, a partir da metodologia do DSR descrita no tópico 1.5.2 desse
trabalho, apresentar proposições para o desenvolvimento de um modelo de Gestão Estratégica
de Pessoas por Competências para os servidores Técnico-Administrativos da UFRN. No
processo de elaboração desse modelo, a revisão da literatura consistiu como um dos elementos
fundamentais para proposição de soluções aos problemas identificados.
81
3 PROPOSIÇÃO DE MUDANÇA
As informações inseridas neste tópico foram coletadas por meio da consulta e análise
dos principais documentos estratégicos da UFRN, responsáveis pelo estabelecimento das
diretrizes estratégicas em níveis institucionais, táticos e operacionais que direcionam a Política
de Gestão da UFRN. Além desses documentos, foram analisados Relatórios de Gestão da
UFRN, bem como os Relatórios de Acompanhamento de Governança do TCU, que estabelece
os parâmetros de Governança em Gestão de Pessoas e capacidades de Gestão de Pessoas para
as organizações integrantes da Administração Pública Federal.
Aliado à pesquisa documental, o autor desse projeto atuou como pesquisador
participante em reuniões realizadas pela PROGESP destinadas ao planejamento da política de
gestão de Pessoas da UFRN para o exercício de 2021, bem como reuniões destinadas ao
82
A área de Gestão de Pessoas da UFRN tem conquistado um papel cada vez mais
estratégico ao longo dos últimos anos, conforme demonstrado na análise dos documentos
estratégicos dessa instituição (PDI, Plano de Gestão, PLS), Planos Anuais de Gestão de Pessoas,
Relatórios de Gestão, resultados dos índices de Governança e Gestão de Pessoas e da
Capacidade em Gestão de Pessoas da UFRN parametrizados pelo Tribunal de Contas da União.
De acordo com o PDI 2020-2029 ao descrever a análise situacional acerca do perfil
institucional e seus desafios:
Quadro 18 - Estrutura do questionário de autoavaliação de Governança do TCU- Ciclo 2021- Gestão de Pessoas
Tópicos Subtópicos Aspectos
Estratégia Estabelecer a • A alta administração estabeleceu modelo de gestão de pessoas;
Organizacional estratégia • A liderança monitora o desempenho da gestão de pessoa.
Realizar • Definiram-se objetivos, indicadores e metas de desempenho
planejamento para cada função (subsistema) de gestão de pessoas;
da gestão de • Há plano(s) específico(s) para orientar a gestão de pessoas na
pessoas organização;
• A organização verifica se os gestores cumprem as políticas de
gestão de pessoas.
Definir, em • Os perfis profissionais desejados para cada ocupação ou grupo
termos de ocupações de gestão estão definidos e documentados;
qualitativos e • Os perfis profissionais desejados para cada ocupação ou grupo
quantitativos, a de ocupações de colaboradores da organização estão definidos
demanda por e documentados;
colaboradores • Há definição do quantitativo necessário de pessoal por unidade
e gestores organizacional ou por processo de trabalho;
• Monitora-se um conjunto de indicadores relevantes sobre força
de trabalho;
Assegurar o • A escolha dos gestores ocorre segundo perfis profissionais
provimento previamente definidos e documentados;
das vagas • Os métodos e critérios das seleções externas (p.ex. dos
Gestão de existentes concursos públicos; colaboradores requisitados em seleções
Pessoas
externas) são definidos com base nos perfis profissionais
desejados definidos na prática “4120(Definir adequadamente,
em termos qualitativos e quantitativos, a demanda por
colaboradores e gestores)”;
• O número de vagas solicitadas para serem preenchidas nas
seleções externas é estabelecido a partir do quantitativo
necessário de pessoal por unidade organizacional ou por
processo de trabalho, atualizado conforme a prática
“4120(Definir adequadamente, em termos qualitativos e
quantitativos, a demanda por colaboradores e gestores)”;
• A organização aloca os colaboradores com base na comparação
entre os perfis profissionais apresentados por eles e os perfis
profissionais desejados (documentados) pelas unidades
organizacionais.
Assegurar a • Há uma política, ou programa, de sucessão;
disponibilidade • As ocupações críticas da organização estão identificadas;
de sucessores • Há plano de sucessão para as ocupações críticas;
qualificados
84
Ser uma universidade com inserção internacional e sustentabilidade em suas ações, com uso disseminado de tecnologias de informação
e de comunicação nas práticas acadêmicas, flexibilidade curricular na formação e mobilidade interna e externa, mantendo a oferta de
cursos em áreas estratégicas e qualidade da formação com novas modalidades e educação continuada e sendo referência em produção
de conhecimentos em áreas de fronteira e estratégicas para o desenvolvimento socioeconômico, buscando a inovação, com estreita
interação com sociedade, poderes públicos, setor produtivo e movimentos sociais, induzindo políticas públicas e públicas e
compartilhando conhecimento.
Política de
Política de Ensino Política de Pesquisa Política de Extensão Política de Gestão Responsabilidade
Social
Gestão de pessoas,
ualidade desenvolvimento
Gestão eficiente, Cidadania, inclusão Ciência, tecnologia,
acadêmica, institucional e
participativa e digital e inovação e
interiorização e qualidade de vida
transparente sustentabilidade desenvolvimento
internacionalização das pessoas
níveis de bem-estar físico, mental e social dos servidores do campus central e dos campi do
interior.
Além das diretrizes destacadas, ficou demonstrado que as demais estabelecidas para a
Política de Gestão, bem como para as Políticas do PDI, nortearão as atividades a serem
desenvolvidas pela Gestão de Pessoas da UFRN, por meio o estabelecimento de ações
específicas e transversais alinhadas aos referenciais estratégicos da UFRN. Essas informações
foram coletadas, por meio da atuação do autor desse projeto como pesquisador participante em
reunião destinada à apresentação dos resultados da PROGESP em 2020, bem como da
metodologia estabelecida para construção do planejamento das ações a serem realizadas no ano
de 2021 pela Assessoria Técnica da PROGESP à sua equipe.
Alinhado às diretrizes estabelecidas no PDI, o Plano de Gestão estabelece as metas
estratégicas para o período de 4 (quatro) anos que nortearão a instituição no desenvolvimento
de suas atividades, sob os eixos: Sociedade, Desenvolvimento Acadêmico e Desenvolvimento
Institucional, conforme demonstrado na Figura 13.
Fonte: Elaborada pelo autor, a partir do Plano de Gestão 2019-2023 UFRN (2019)
Índice de Qualidade de
Vida no Trabalho
Número de ações de
esporte e lazer
Taxa de aprimoramento
do modelo de avaliação
de desempenho do
Docente
alinhados aos principais instrumentos estratégicos da UFRN (PDI, Plano de Gestão, PLS),
assim como ao Relatório de Avaliação de Governança do TCU (PROGESP,2020).
Desenvolvimento de
Pesssoas
Gestão do Conhecimento e
Inovação
Macro Objetivos
Qualidade de Vida e
Promoção à Saude e
Segurança no Trabalho
Responsabilidade
Ambiental
Atendimento de
Excelência
Controle e
Acompanhamento
Para isso, cada ação a ser inserida no Plano Anual deverá responder aos seguintes
campos: Título da ação planejada; Alinhamento estratégico (de acordo com a meta global);
Descrição detalhada da ação; Equipe responsável pela implementação (líder, setor participante
e parceiros); Cronograma previsto; Recursos envolvidos; Metas e indicadores operacionais de
acompanhamento (PROGESP,2020)
As ações inseridas no Plano deverão ser validadas internamente pela PROGESP e
externamente por instâncias superiores da UFRN, a exemplo da Câmara de Gestão de Pessoas.
Para implantação das ações previstas no Plano, cada ação deverá observar seus respectivos
cronogramas de execução e serão acompanhadas internamente pela PROGESP e externamente
pela Pró-reitora de Planejamento (PROPLAN) e pela comissão gestora do PLS, conforme o
Quadro 20 (PROGESP, 2020).
Quadro 21 - Resultado comparativo dos Planos Anuais da PROGESP por Macro Objetivos
MACRO OBJETIVOS 2018 2019 2020
Gestão da Força de Trabalho 64,93% 80% 100%
Desenvolvimento de Pessoas 47,08% 61% 60,61%
Gestão do Conhecimento e Inovação 61,08% 61% 62,5%
Concessão e Controle dos Direitos e Vantagens 73,27% 68% 54,83%
Qualidade de Vida e promoção à Saúde e Segurança do 93,85% 85% 60,81%
Trabalho
Responsabilidade Ambiental * * *
Atendimento de Excelência 0% 55% 62,5%
Controle e Acompanhamento 77,43% 73% 66,16%
Total acumulado 59,66% 73% 62,43%
*metas inseridas no PLS
91
Para essa análise, no primeiro momento, é importante avaliar a evolução entre o período
de 2018 e 2019 que está simetricamente alinhada à evolução percentual do total de etapas
concluídas analisados no diagnóstico presente na introdução desse trabalho, que traz uma
evolução gradativa e constante dessas etapas nos períodos de 2015 a 2019 (PROGESP,2019;
PROGESP, 2020; PROGESP,2021).
No segundo momento, para análise da redução percentual em 2020 em relação ao
período de 2019, se faz necessário considerar o cenário da Pandemia do Coronavírus que afetou
diretamente as ações inseridas no Plano de 2020, especialmente no primeiro semestre daquele
ano. Nesse período, foi necessário direcionar os esforços para diversas ações que não estavam
previstas para aquele período, a fim de adaptar-se a esse novo cenário, fazendo que essas ações,
muitas vezes, sobrepusessem as ações já planejadas (PROGESP,2021). Ainda assim, apesar da
redução apresentada, observou-se que ações relacionadas ao Macro Objetivos Gestão da Força
de Trabalho e Atendimento de Excelência conseguiram apresentar resultados superiores aos
anos anteriores.
Dentre as ações realizadas nesse período, destacam-se as relacionadas à instituição e
regulamentação do trabalho remoto, construção de soluções destinadas à adaptação dos
processos de trabalho, criação de mecanismos de controle e acompanhamento; promoção de
ações relacionadas à atenção à saúde do servidor, perícia médica; Qualidade de Vida e
Segurança no Trabalho; capacitações, dentre outras. Ainda no primeiro semestre, houve o
replanejamento das ações anteriormente estabelecidas, resultando na criação, modificação e
cancelamento de ações para uma melhor adequação do planejamento de gestão de pessoas ao
novo cenário apresentado (PROGESP,2021).
De acordo com a PROGESP, o cenário apresentado no ano de 2020, reforça ainda mais
a importância do planejamento de gestão de pessoas (PROGESP,2021). Nesse sentido, os
trabalhos realizados, ao longo dos últimos anos, no alinhamento dos planos de ações inseridos
nos Planos Anuais aos documentos estratégicos da instituição, contribuíram para que a
PROGESP pudesse adaptar-se a esse contexto. Para o ano de 2021, o planejamento contemplou
o estabelecimento de metas para o período semestral, tendo em vista o aprendizado obtido no
acompanhamento do planejamento de 2021 (PROGESP,2021).
Aliado aos resultados dos Planos anuais, observou-se uma evolução nos índices de
Governança e Gestão de Pessoas e da Capacidade em Gestão de Pessoas da UFRN de
aproximadamente 12% e 7% respectivamente nos últimos dois ciclos (2017 e 2018) de
92
avaliações realizados pelo TCU (Quadro 22). O aprimoramento das práticas avaliadas nesses
índices pode favorecer um melhor alinhamento das políticas e ações de gestão de pessoas às
necessidades institucionais, contribuindo para o alcance dos objetivos organizacionais (TCU,
2020).
Quadro 22 - Resultado dos índices de Governança
Índice 2017 2018
iGovPessoas (índice de
governança e gestão de 68% 80%
pessoas)
iGestPessoas (índice de
capacidade em gestão de 79% 86%
pessoas)
A partir da análise dos resultados das metas operacionais inseridas nos Planos Anuais
da PROGESP, PLS e SIGPP, bem como dos indicadores de governança em gestão de pessoas,
percebeu-se que a UFRN tem buscado aprimorar os instrumentos estratégicos presentes em sua
Política de Gestão de Pessoas para os processos de Gestão de Pessoas, como: identificação da
necessidade de pessoal; recrutamento e seleção de pessoas; provimento do cargo; ingresso do
servidor na instituição, monitorar pessoas e vacância de pessoal.
De acordo com a PROGESP, a UFRN tem adotado mecanismos e instrumentos que
garantam uma maior efetividade aos subsistemas de Gestão de Pessoas para a consecução dos
objetivos estabelecidos na Política de Gestão da UFRN. Para isso, foram definidos objetivos,
indicadores e metas de desempenho, alinhados às diretrizes de Governança para o componente
de Gestão de Pessoas descritas pelo TCU, que buscam dar um melhor direcionamento as
atividades desenvolvidas nesses subsistemas às diretrizes estratégicas da Política de Gestão de
Pessoas da UFRN (PROGESP,2020; UFRN,2020)
Para a consecução dos fins pretendidos nesse diagnóstico, além da estrutura de
planejamento demonstrada neste tópico, serão apresentados nos próximos tópicos uma análise
acerca dos Subsistemas de Planejamento da força de trabalho, Avaliação de Desempenho,
Desenvolvimento de pessoas e Provisão dos cargos, bem como o modelo atual de Gestão por
competências que auxiliaram na descrição do modelo atual de Gestão Estratégica de Pessoas
da UFRN.
Periodicidade É um processo contínuo que deve ser revisto periodicamente, uma vez que as
necessidades mudam ao longo do tempo e os perfis profissionais, composição
e quantitativo, devem acompanhar essas alterações.
Caráter Contributivo A utilização contínua desse processo propiciará a adequação do
dimensionamento do quadro de pessoal no serviço público.
Fonte: Elaborado pelo autor, a partir de Schikmann (2010)
Para análise desses aspectos, foi realizada uma entrevista com dois dos gestores da
PROGESP, onde procurou-se coletar dados que permitissem avaliar a aderência desse
subsistema aos aspectos descritos no Quadro 21. De acordo com os entrevistados, o
Planejamento da Força de Trabalho da UFRN está alinhado aos documentos estratégicos da
instituição, bem como vinculado as disponibilidades orçamentárias. Esse planejamento possui
caráter participativo, envolvendo, em suas etapas, os gestores e demais servidores.
94
Diante dos aspectos externos que tem limitado um melhor resultado do planejamento da
Força de Trabalho no balanceamento adequado de pessoal às necessidades organizacionais, os
entrevistados afirmaram que a UFRN tem trabalhado continuamente nos aspectos internos que
possam contribuir no enfretamento dessas limitações. Dentre os quais, foi destacado o
desenvolvimento e aperfeiçoamento do modelo de dimensionamento de Pessoal da instituição,
que atualmente encontra-se no terceiro modelo, estando trabalhando na construção do quarto
modelo. Para os gestores, esse processo é um dos mais importantes e desafiadores na gestão de
pessoas das organizações públicas.
Dando continuidade à análise desse subsistema, foram analisados os aspectos
relacionados à Governança avaliados pelo TCU acerca do Planejamento de Recursos Humanos
da UFRN quanto à definição em termos qualitativos e quantitativos, da demanda por
colaboradores e gestores, sendo eles: os perfis profissionais desejados para cada ocupação ou
grupo de ocupações de gestão estão definidos e documentados; os perfis profissionais desejados
para cada ocupação ou grupo de ocupações de gestão estão definidos e documentados; os perfis
profissionais desejados para cada ocupação ou grupo de ocupações de colaboradores da
organização estão definidos e documentados; há definição do quantitativo necessário de pessoal
por unidade organizacional ou por processo de trabalho; monitora-se um conjunto de
indicadores relevantes sobre força de trabalho
Nessa etapa, o autor desse trabalho atuou como pesquisador participante em reuniões
realizadas pela PROGESP destinadas ao processo de preenchimento do questionário de
autoativação correspondente ao ciclo de avaliação 2021 do TCU. As reuniões ocorreram na
primeira quinzena de março de 2021, onde foram analisados os critérios a serem avaliados nesse
ciclo. De início, realizou-se um estudo comparativo entre os critérios avaliados no ciclo de 2018
e o ciclo de 2021. A partir desse estudo, verificou-se que o TCU manteve os critérios de
avaliação para esse subsistema. Na sequência, foram analisadas as respostas do ciclo anterior,
onde observou-se que foi atribuída nota máxima (nível aprimorado) a todos os itens avaliados,
bem como os documentos institucionais que amparam essas respostas.
Após análise dos resultados do ciclo 2018, a PROGESP realizou uma revisão em todos
os critérios estabelecidos, bem como analisou quais documentos poderiam ser inseridos,
mantidos, ou excluídos para responder o questionário de autoavaliação correspondente ao ciclo
atual. Após essa revisão, foram elencados os documentos comprobatórios que seriam anexados
às respostas referente ao ciclo 2021, sendo mantida as respostas anteriores para os itens
avaliados nesse ciclo. Sendo assim, a PROGESP entendeu que adota em maior parte ou
totalmente, todos os critérios estabelecidos para Governança desse subsistema.
96
levantamento de planejamento e
necessidade de trilhas de
capacitação aprendizagem
acompanhamento e
desenvolvimento
avaliação
atitudes dos servidores para gerar as competências necessárias ao melhor desempenho das
unidades e à consecução dos objetivos estratégicos da UFRN, bem como as demandas de cursos
de Educação Formal e de atividades de capacitação.
O planejamento deverá ser realizado pelos servidores em conjunto suas chefias
imediatas para a escolha e programação das atividades de capacitação e qualificação que o
servidor realizará. Nessa etapa, serão consideradas as atividades de desenvolvimento pessoal e
profissional do servidor prioritárias para o desenvolvimento de suas atividades, bem como os
interesses e necessidades institucionais (UFRN,2017).
O desenvolvimento ocorre, por meio de atividades internas de capacitação, realizadas
pela CCEP; atividades externas de capacitação; grupos formais de estudos institucionais;
aprendizagem em serviço. Por fim, o acompanhamento e avaliação de forma contínua e
sistemática, tendo como direcionamentos, por meio de indicadores, objetivos e metas
estipuladas do Plano Anual de Capacitação e Qualificação e nos programas específicos, bem
como análise quantitativa e qualitativa dos mecanismos avaliativos (reação, impacto, evasão)
(UFRN,2017).
A partir de 2019, a Política Nacional de Desenvolvimento de Pessoas (PNDP), que tem
como objetivo “promover o desenvolvimento dos servidores públicos nas competências
necessárias à consecução da excelência na atuação dos órgãos e das entidades da administração
pública federal direta, autárquica e fundacional” (art.1º, Decreto 9.991/2019), estabeleceu
novos instrumentos para as ações de desenvolvimento de pessoas na Administração Pública
Federal.
Dentre os instrumentos introduzidos por esse normativo, destaca-se o Plano de
Desenvolvimento de Pessoas (PDP), que foi introduzido e aprovado pela UFRN no ano de 2019,
passando a elaborar o PDP para o exercício anual subsequente, sendo seu primeiro PDP
formulado para o ano de 2020. Esse documento foi elaborado pela Pró-Reitora de Gestão de
Pessoas respeitando os dispositivos presentes no PCQ da UFRN, tendo como objetivo
estabelecer as ações de capacitações que auxiliem no desenvolvimento dos servidores da UFRN
para consecução dos objetivos institucionais pretendidos (UFRN,2020) De acordo com a
PNDP, a concepção do PDP deverá observar as seguintes etapas (Figura 18):
107
Atividades de
Encaminhar proposta
• Normativos capacitação previstas • Identificação dos eventos
regulamentadores • Avaliação dos riscos
• Definição de conceitos • Definição de respostas • Aprovação das instâncias
• Ações • Implementação de medidas competentes na UFRN
de controle • Envio ao órgão central do
Sistema de Pessoal Civil da
Administração Federal
Alinhar ações às Realizar a gestão de
necessidades da riscos das ações de
instituição desenvolvimento
De acordo com a PROGESP, para formulação do PDP 2020 utilizou-se como referência
os principais normativos internos e externos que disciplinam os atos de desenvolvimento de
pessoas na Administração Pública Federal, dentre os quais: Plano de Desenvolvimento
Institucional, Políticas Institucionais, Resoluções, Levantamento das Necessidades de
Capacitação, Decreto 9.991/2019 e Instrução Normativa 201/2019 do Ministério da Economia
(UFRN,2020).
Nessa linha, ao analisar-se as informações extraídas do Relatório de Gestão da UFRN
referente ao exercício de 2019, observou-se que o planejamento das atividades de capacitação
tem sido fundamentado, a partir da análise do instrumento de Levantamento de Necessidades
de Capacitação, das demandas dos programas específicos de capacitação, das competências
institucionais e gerenciais mapeadas, bem como do alinhamento de suas ações às necessidades
institucionais descritas em seus instrumentos normativos, dos resultados de avaliações
institucionais, os resultados de auditorias internas e externas, dos relatórios de órgãos de
controle, dentre outros instrumentos (UFRN,2020)
Dentre os programas específicos de capacitação pode-se destacar o Programa de
Qualificação Institucional (PQI), que contribuído para evolução do nível de escolaridade dos
servidores Técnico-Administrativo em Educação. A partir desse programa, são ofertadas vagas
nos diversos programas de Pós- Graduação da UFRN, a exemplo dos mestrados profissionais
em Gestão Pública, Gestão de Processos Institucionais, bem como os cursos oferecidos às áreas
da Saúde, Design, Engenharia de Software, dentre outras áreas de atuação (UFRN,2020).
108
capacitações, bem como, uma estrutura física adequada e um quadro de instrutores internos
qualificados que possibilitam a oferta interna dessas capacitações.
No poder executivo federal, a política de capacitação tem estimulado a otimização de
recursos para as ações de capacitação, seja por intermédio dos cursos já oferecidos pela Escola
Nacional de Administração Pública (ENAP), ou seja, realizando parcerias com outras
instituições do Poder Executivo. De acordo com o entrevistado, a PROGESP tem sempre que
possível utilizado da plataforma de cursos oferecidos pela ENAP. Porém, algumas vezes, ainda
é necessário a oferta de cursos pela própria PROGESP, mesmo constando na plataforma da
ENAP. Isso ocorre por se tratar de cursos, que, muitas vezes, possuem uma abordagem mais
genérica, quando, naquele momento, necessitaria de uma abordagem mais específica para um
determinado conhecimento inerente aos processos de trabalho da UFRN. Por esse motivo,
quanto à realização de parcerias com outras instituições, a UFRN, tem trabalhado em conjunto
com as demais universidades a criação de mecanismos que possibilite a realização de cursos de
forma integralizada entre essas instituições de ensino superior.
Em relação ao desenvolvimento de competências técnicas e gerenciais de forma
articulada à função social da instituição, foi demonstrado que a PROGESP tem procurado
realizar capacitações que favoreçam o desenvolvimento dessas competências alinhadas à
função social da UFRN. Por outro lado, foi mencionado que as capacitações, por si só, não
alcançam o desenvolvimento dessas competências, sendo necessária a consolidação total do
modelo de gestão de competências na UFRN. Nesse sentido, a PROGESP, inicialmente, tem
trabalhado na oferta de capacitações baseadas no desenvolvimento de competências mapeadas
e documentadas, a exemplo dos cargos gerenciais, e a partir dos dados coletados no LNC. Essas
competências estão alinhadas às competências institucionais mapeadas, que foram
estabelecidas, utilizando-se como referência a função social da UFRN.
Quanto à promoção de programas de capacitação com foco nas competências técnicas
e comportamentais dos ambientes organizacionais como requisito para a promoção funcional,
foi demonstrado que os programas específicos inseridos no Plano de Desenvolvimento de
Pessoas, além dos demais cursos ofertados pela instituição aos seus servidores, procuram
contribuir para o desenvolvimento dessas competências, sempre que possível adequado aos
ambientes organizacionais. Dentre os programas ofertados pela PROGESP, foi destacado o
Programa de Integração ao Serviço Público para os Servidores Técnico-administrativos em
Educação ingressantes, que visa proporcionar aos servidores, recém-empossados na instituição,
a apropriação às diretrizes gerais acerca da instituição. Esses conhecimentos poderão ser
111
servidores nos seus processos de trabalho. A análise desses dados em conjunto com as
informações coletadas, a partir de avaliação de aprendizagem, avaliação de reação e evasão,
são utilizadas para avaliar cada ação de capacitação realizada, que posteriormente serão
trabalhados para melhoria de cada ação de capacitação a ser ofertada, dentro da Política de
Desenvolvimento de Pessoas.
Entende-se que a melhoria das ações realizadas na política de Desenvolvimento de
Pessoa das em conjunto com as demais políticas de gestão de pessoas, contribuem para o
fortalecimento da Política de Gestão de Pessoas da UFRN. A instituição tem trabalhado na
construção de mecanismo que garanta uma melhor mensuração desses resultados em suas
políticas, com vistas a fortalecer o sistema de gestão de pessoas da UFRN, e consequentemente
poder contribuir para o alcance dos objetivos organizacionais da instituição e individuais dos
seus servidores. Por outro lado, acredita-se que esse processo está em construção contínua,
podendo evoluir para que, além da mensuração do impacto das ações de capacitação nos
processos de trabalho do servidor, possam demonstrar o impacto dessas ações nos objetivos
estratégicos finalísticos (ensino, pesquisa e extensão) da instituição.
para nomeação esse processo fica prejudicado, uma vez que a definição da unidade lotação já
foi escolhida no momento da distribuição da vaga.
Em relação à Sensibilização dos gestores da instituição a fim de evitar que indicações
políticas interfiram na lotação dos novos servidores para que o processo seja eminentemente
técnico, foi demonstrado que a UFRN tem trabalhado bem essa questão ao longo dos últimos
anos. Acredita-se que após a instauração da CPPTAE em 2013, os processos de distribuição
vêm ganhando uma maior transparência na divulgação dos seus fluxos, nos processos de Gestão
do quadro de servidores como um todo, fazendo com que os gestores entendam melhor os
processos de distribuição de vaga e a lotação do servidor no cargo.
Após o processo de seleção interna realizado pela Diretoria de Desenvolvimento de
Pessoas da PROGESP, os servidores ao ingressarem na UFRN, serão inseridos no Programa de
Integração ao Serviço Público para os Servidores Técnico-Administrativos em Educação da
UFRN, que tem por finalidade propiciar um melhor acolhimento do servidor, por meio do
acesso às principais normas institucionais, utilizando-se métodos de socialização e ambientação
do servidor na instituição. Esse programa é regulamentado pela Portaria 102/2016-PROGESP,
sendo composto pelo Seminário de Integração, e por Trilhas de Capacitação.
com a realidade de trabalho das IFES, mas centro acadêmico e nas funções de
também conectadas com as competências chefe de departamento acadêmico,
institucionais e com a realidade de trabalho coordenador de curso de graduação
dos professores-gestores acadêmicos, e pós-graduação. E, ainda, para os
considerando os atravessamentos de ordem gestores das unidades
subjetiva, laboral e social. administrativas da UFRN, nas
funções de pró-reitores,
superintendentes e secretários;
diretores, coordenadores; chefes de
setor; assessor técnico e secretários
administrativos.
Mapeamento Realizou-o mapeamento das competências Identificação e documentação das
das individuais Gerais competências individuais Gerais
competências
individuais
Fonte: Elaborado pelo autor, a partir de UFRN (2020).
docentes para esse período, para que posteriormente seja realizado o mapeamento dos
servidores Técnico-Administrativos.
De acordo com a Portaria nº 946/2020-R que Instituiu e regulamentou o Modelo de
Gestão por Competências da UFRN, as competências mapeadas “[...] irão subsidiar as políticas
de desenvolvimento, capacitação e reconhecimento, recrutamento, seleção, dimensionamento,
retenção, movimentação, sucessão e avaliação de desempenho” (UFRN,2020, §4º, art.1º). Além
disso, poderão auxiliar no planejamento e desenvolvimento das ocupações e das competências
críticas da UFRN (UFRN,2020).
Para Brandão e Bahry, 2005, o mapeamento de competências permite aos demais
subsistemas de gestão de pessoas informações que servirão de base para a identificação de
possíveis lacunas de competências organizacionais. A partir disso, as organizações poderão
trabalhar a redução dessas lacunas, por meio de ações que visam a captação e o
desenvolvimento das competências existentes.
Nesse sentido, a partir da implementação desse modelo de mapeamento pretende-se
desenvolver as competências institucionais necessárias, por meio do desenvolvimento de
competências individuais. Para isso, a UFRN dispõe de instrumentos estratégicos fundamentais
para a identificação das competências necessárias para a instituição, bem como o
desenvolvimento dessas competências. Nessa linha, pode-se destacar os subsistemas Avaliação
de Desempenho, Desenvolvimento de pessoas, que foram apresentados nos tópicos 3.3 e 3.4
desse capítulo respectivamente.
A partir da análise de dados coletados acerca do modelo de Gestão por Competências,
observou-se que que a UFRN avançou na definição do modelo de mapeamento de
competências, bem como no mapeamento dos cargos, mas, não foi identificado uma definição
das etapas posteriores ao mapeamento para implementação do Modelo de Gestão por
Competências na UFRN. Por outro lado, foi observado que o modelo, após implementado,
pretende subsidiar as políticas de dimensionamento de pessoal, avaliação de desempenho,
desenvolvimento de pessoas, movimentação de servidores, provisão dos cargos, dentre outras.
3.1.7 Síntese dos aspectos identificados que poderão influenciar na construção do modelo a
ser proposto neste projeto de intervenção
Quadro 27 - Aspectos limitadores e facilitadores que podem influenciar na construção do modelo a ser proposto
Descrição da Avaliação de Aspectos identificados
Literatura Governança do
TCU Facilitadores Dificultadores
3.2.1 Modelo de Gestão Estratégica de Pessoas por Competências para a carreira de servidores
Técnico-Administrativos em Educação da UFRN
Para Kriigeret.al. (2018), o modelo de gestão por competência deve ser estruturado de
acordo com as características de cada organização pública, não existindo padrão único e
inflexivo que inviabilize os ganhos organizacionais que essa tecnologia gerencial pode trazer
para essas instituições. Diante disso, a utilização metodologia (DSR) e abordagem (DT)
utilizada neste trabalho proporcionou uma conexão mais próxima entre pesquisador e o
ambiente pesquisado, tendo como finalidade a construção de um modelo alinhado às
particularidades da UFRN, observando os parâmetros estabelecidos.
Nessa linha, o Modelo de Gestão Estratégica de Pessoas por Competências para a
carreira dos servidores TAE da UFRN foi fundamentado no alinhamento horizontal dos
mecanismos e instrumentos da Política de Gestão de Pessoas aos referenciais estratégicos
institucionais e; no alinhamento vertical das competências individuais dos servidores às
competências organizacionais da UFRN. A figura X demonstra o alinhamento pretendido nesse
modelo.
Figura 20 - Alinhamento do modelo de Gestão estratégica de pessoas por competências
Entende-se que esse alinhamento permitirá uma maior aderência da Política de Gestão
de Pessoas ao ambiente interno e externo da instituição, favorecendo a mobilização das
competências organizacionais para o alcance dos objetivos institucionais e individuais dos seus
servidores (BERGUE, 2019; SILVA BISPO E AYRES, 2019).
Para isso, o modelo de gestão estratégica de pessoas por competências para a carreira
dos servidores TAE da UFRN, foi disposto, por meio do sequenciamento das etapas descritas
na Figura 21.
Figura 21 - Modelo de gestão estratégica de pessoas por competências para a carreira dos servidores TAE da
UFRN
Análise do
RSTA e
Ações destinadas
identificação das
ao suprimento
necessidades
das necessidades
quantitativas e
quantitativas e
qualitativas de
qualitativas de
servidores TAE
servidores TAE
nas unidades
organizacionais
No modelo proposto neste trabalho, para todas as etapas, procurou-se delimitar sua
abrangência às implicações inerentes às práticas de gestão de pessoas voltadas para o
gerenciamento da carreira dos servidores Técnico-Administrativos em Educação. Nos
126
próximos tópicos, será apresentado o detalhamento de cada uma das etapas estabelecidas nesse
modelo:
Ambiente externo
Leis e normativos
externos UFRN
Recomendação e
determinações dos
órgãos de controle
e MPU PDI
Politica de Gestão de Pessoas
Atuação dos
Sindicatos Plano de Gestão
Definição de
Marcro- Ações metas e
Planos anuais
Objetivos opercionais indicadores de
desempenho
PLS
Insersão de novas
tecnologias
No alinhamento ao ambiente externo, foram elencados alguns dos aspectos que devem
ser considerados na condução da política de gestão de pessoas da UFRN, tendo como referência
as informações coletadas na elaboração diagnóstico presente neste capítulo. Assim, pretende-
se que a política de gestão de pessoas seja planejada considerando as amarras impostas pela
127
legislação que disciplinam sua atuação. Além do cumprimento das normas estabelecidas, suas
práticas estão sujeitas a recomendações e determinações dos órgãos de controle interno
(Controladoria Geral da União) e externo (Tribunal de Contas da União) e a atuação do
Ministério Público da União (MPU).
Essa atuação dos órgãos de controle e MPU, somadas aos limites normativos, muitas
vezes, tem resultado numa menor autonomia e flexibilidade na condução das atividades de
gestão na instituição. Ao mesmo tempo, observa-se a inserção constante de novas tecnologias
nos processos de trabalho, tendo que a instituição atuar no desenvolvimento e mobilização dos
seus servidores para atuarem frente a essas novas transformações. Na relação com os sindicatos,
pretende-se alinhar os interesses da instituição aos interesses dos servidores. Nesse sentido, o
modelo de gestão de pessoas proposto prevê a adequação da política de gestão de pessoas aos
aspectos externos, de forma a minimizar os aspectos negativos e maximizar os aspectos
positivos no desenvolvimento de suas atividades.
No alinhamento ao ambiente interno, a UFRN dispõe de documentos estratégicos (PDI;
Plano de Gestão; PLS), que direcionam a atuação das políticas de Gestão da UFRN, a exemplo
da Política de Gestão de Pessoas, aos referenciais Estratégicos organizacionais (Missão, Visão,
Valores). Aqui, pretende-se que política de gestão de pessoas seja orientada para o alcance dos
objetivos institucionais inseridos nesses referenciais, conforme demonstrado na Figura 23.
Plano PDI
de
Gestão
PLS
modelo tem como finalidade favorecer o alcance dos objetivos estratégicos da instituição e os
interesses individuais dos seus servidores (ORSI E BOSE 2003; MATOS, COSTA, ROWE,
2017; SILVA, 2019). Nesse contexto, a Política de Gestão de pessoas deverá contribuir para o
cumprimento das linhas de ações e metas globais presentes no PDI, indicadores referentes aos
objetivos estratégicos da política de gestão da UFRN presentes no Plano de Gestão e as metas
inseridas no PLS.
Assim, com base no alinhamento ao ambiente interno e externo, é elaborado o
planejamento da Política de Gestão de Pessoas, sendo definidos os Macro Objetivos da Política
de Gestão de Pessoas. Nos Plano Anuais de Gestão de pessoas, são formulados planos de ações
operacionais para a consecução dos objetivos pretendidos na condução da política de gestão de
pessoas. Para o acompanhamento e avaliação, são definidas metas e indicadores de
desempenho, conforme demonstrado na Figura 24.
Política de Gestão
de Pessoas
Acompnhamento e
Planos Anuais
Avaliação
Definição de metas
e indicadores de Macro Objetivos
desempenho
Ações Operacionais
para os demais cargos da UFRN, adaptada a esta fase. Assim, foram elencadas as seguintes
etapas: formação de um grupo de trabalho multiprofissional composto por membros da
PROGESP e os diversos ambientes organizacionais; escolha e definição do método a ser
aplicado no mapeamento, a exemplo de entrevistas e/ou questionários; identificação das
competências individuais por ambiente organizacional; validação junto às equipes, e, por fim,
alimentar os bancos de dados e sistemas de informações gerenciais.
Na quarta fase, tem-se a avaliação das competências dos servidores TAE, que envolverá
a comparação do grupo de competências requeridas por ambiente organizacional ao conjunto
de competências individuais dos servidores existentes em cada ambiente organizacional. Esse
processo está relacionado aos Macro Objetivos da Gestão da Força de Trabalho, sendo
conduzido pelos subsistemas de Gestão de Competências, Avaliação de desempenho e
competências e Banco de Dados e Sistema de Informações Gerenciais.
Nessa avaliação, utilizar-se-á o sistema de avaliação de desempenho e competências da
UFRN, que dispõe dos instrumentos, como: plano gerencial e o plano individual de trabalho.
No plano gerencial são cadastradas o grupo de atividades desenvolvidas em cada unidade
organizacional, que permitirá a inserção das competências requiridas para o seu
desenvolvimento; nos planos individuais de trabalho são elencadas o conjunto de atividades a
serem desenvolvidas pelos servidores, que terão como referência as competências individuais
dos servidores.
A partir desse sistema, será possível identificar as lacunas de competências existentes
em cada unidade organizacional, por meio da comparação do conjunto de competências
individuais existentes em cada unidade organizacional ao grupo de competências requeridas
por ambiente organizacional. Com base nas informações geradas nessa avaliação, serão
identificadas as competências organizacionais necessárias, sendo alimentado os demais
subsistemas de gestão de pessoas para o desenvolvimento das lacunas das competências
individuais existentes e mobilização das competências organizacionais para a consecução dos
objetivos organizacionais pretendidos.
A disposição das atividades e práticas descritas nesta etapa foi analisada, avaliada e
testada, junto à instituição, sendo aprovada, sem a necessidade de adequações e/ou ajustes para
elaboração da versão final deste modelo. Entendeu-se que as fases propostas nesta etapa estão
aderentes ao modelo atual de Gestão estratégica de pessoas da UFRN, às legislações pertinentes
e às necessidades institucionais. Além disso, observou-se que essa etapa possibilitará um
melhor direcionamento às demais etapas presentes no Modelo proposto.
132
Nessa etapa, serão seguidas as diretrizes descritas por Silva e Costa (2015) para a adoção
de um modelo de gestão estratégica de pessoas por competências, nas fases de provisão dos
cargos e desenvolvimento de pessoas que estão alinhadas aos instrumentos utilizados pela
UFRN em suas atividades, conforme demonstrado no item 3.1.1 desse capítulo, que são
(Quadro 29):
de Gestão de Pessoas não são estáticas, sendo executadas ao mesmo tempo em seus diferentes
estágios, conforme demonstrado no diagnostico realizado acerca da situação atual do Modelo
de Gestão Estratégica de Pessoas da UFRN e sua posterior descrição.
Assim, a setas inseridas no alinhamento do eixo vertical e horizontal neste modelo,
buscam demonstrar um sequenciamento ordenado das etapas a serem percorridas, ao mesmo
tempo que demonstram uma interligação entre todas as etapas em seus diferentes estágios de
execução. Na etapa de acompanhamento e avaliação será possível o monitoramento das etapas
dispostas, por meio dos indicadores de desempenho estabelecidos.
Esse monitoramento, permitirá a análise da conformidade das atividades e práticas
desenvolvidas, fornecendo informações para a realização dos ajustes necessários na execução
de cada uma das etapas. A utilização do Banco de Dados e Sistemas de Informação Gerenciais,
proporcionará informações às etapas descritas neste modelo, contribuindo para o alcance dos
objetivos pretendidos no alinhamento proposto.
A interligação das etapas dispostas no modelo de Gestão estratégica de pessoas por
competência foi analisada, avaliada e testada, junto à instituição, sendo aprovada, sem a
necessidade de adequações e/ou ajustes para elaboração da versão final deste modelo.
Entendeu-se que esta interligação possibilitará um melhor direcionamento às demais etapas
presentes no Modelo proposto.
3.2.2 Adoção do Modelo de Gestão Estratégica de pessoas por Competências para a carreira
de servidores Técnico-Administrativos em Educação da UFRN
Após apresentada a versão final do Modelo, esse tópico tem por finalidade demonstrar
as fases que poderão ser seguidas pela instituição para implementação e adoção do modelo
proposto neste trabalho. Para isso, utilizou-se das fases propostas por Bergue (2019), com as
devidas adaptações, sendo elas: preparação interna; mapeamento de competências dos
servidores TAE; produção de soluções gerenciais; utilização e aperfeiçoamento do modelo de
Gestão estratégica de pessoas por competências.
A fase de preparação interna, poderá iniciar-se com a apresentação da versão final deste
trabalho à instituição para a disseminação dos conhecimentos gerados na construção desta
proposta de intervenção aos gestores e servidores da PROGESP. Nesse momento, será
demonstrado a importância e relevância do alinhamento proposto neste trabalho para a
condução da Política de Gestão de Pessoas da UFRN.
138
avaliativo de servidores nas organizações públicas, que ainda tem dificultado uma melhor
utilização desse sistema como um processo pedagógico e sistemático alinhado às competências
institucionais e aos ambientes organizacionais; soluções que contribuam para uma melhor
mensuração dos resultados das ações de desenvolvimento de pessoas realizadas nos resultados
organizacionais. Acredita-se que a identificação e utilização de soluções gerenciais para esses
aspectos, poderá contribuir para um melhor alinhamento estratégico no sequenciamento das
etapas descritas neste modelo, e, consequentemente, o fortalecimento da Política de Gestão de
Pessoas da UFRN.
Na fase de utilização e aperfeiçoamento do modelo de Gestão estratégica de pessoas por
competências, ocorrerá, efetivamente, o alinhamento estratégico na Política de Gestão de
Pessoas da UFRN, a partir da adoção de um modelo proposto neste trabalho. Esse alinhamento
proporcionará uma melhor mobilização das competências organizacionais para o alcance dos
objetivos institucionais e individuais dos seus servidores. Após a implementação e adoção deste
modelo, poderão ser necessários o desenvolvimento de instrumentos e mecanismos para
aperfeiçoamento das atividades e práticas realizadas no eixo horizontal e vertical deste modelo.
Por fim, entende-se que o processo de implantação e adoção desta proposta de
intervenção deverá possuir cronogramas flexíveis, tendo o foco nas pessoas e nos objetivos
dessa proposição. Após o sequenciamento destas fases, a UFRN poderá utilizar-se deste
Modelo, tendo como finalidade o alcance dos objetivos institucionais pretendidos aos quais esse
instrumento estratégico poderá proporcionar à organização.
Apresentado modelo de gestão estratégica de pessoas por competências para a Carreira
de Técnico-Administrativos em Educação proposto neste trabalho (item 3.2.1), bem como as
fases que poderão ser seguidas pela instituição para implementação e adoção do modelo
proposto, parte-se, no próximo capítulo, para as conclusões deste trabalho.
140
4 CONCLUSÕES
(PNDP), com uma abordagem mais estratégica a exemplo deste trabalho. Para isso, recomenda-
se que sejam utilizados os parâmetros estabelecidos pela literatura, respeitando as
particularidades de cada instituição. Sugere-se também a realização de trabalhos no campo da
gestão de pessoas, que se utilizem da metodologia de Design Science Research, tendo em vista
seu potencial em gerar soluções adequadas para os problemas identificados nas pesquisas
realizadas.
145
REFERÊNCIAS
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repertoire of organization and management studies. Organization Management Journal, 6 (1),
5-12.
ANDRADE, Marcos Vinícius Mendonça. SANTOS, Ana Rosa dos. Princípios Da Gestão
Estratégica E Suas Aplicações Na Biblioteca Universitária. Universidade Federal
Fluminense, Niterói – RJ, 2007.
ARARUNA,J. D.; Gestão por Competências e sua articulação com a Gestão Estratégica
de Pessoas no Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE). ENAP. 2018,
p. 1-27
DUTRA, J.S. (org) Gestão por competências. São Paulo: Editora Gente, 2001.
GIL, A.C. Como elaborar projetos de pesquisa. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2002.
PORTAL UFRN. Portal da Universidade Federal do Rio Grande do Norte - UFRN. 2020.
Disponível em: < https://www.ufrn.br/>. Acesso em: JUN. 2020.
REZENDE, F. DA S. Por que reformas administrativas falham?. Rev. bras. Ci. Soc.,São
Paulo , v. 17, n. 50.2002. p. 123-142.
VAN AKEN, J. E. Management Research Based on the Paradigm of the Design Sciences:
The Quest for Field- Tested and Grounded Technological Rules. Journal of Management
Studies, v. 41, n. 2, p. 219-246, 2004.
155
➢ Aderência aos aspectos que podem contribuir para obtenção de melhores resultados no
gerenciamento da força de trabalho da UFRN:
• Alinhamento Estratégico: Ele inclui a definição de estratégias e ações para viabilizar o
suprimento das necessidades de pessoal alinhadas aos objetivos e metas
organizacionais, integradas ao seu planejamento estratégico, vinculadas às
disponibilidades orçamentárias e dentro das exigências legais?
• Caráter Participativo: Há envolvimento da alta gestão e dos diversos níveis gerenciais,
além de representantes de todas as áreas da organização?
• Análise de Cenários: É realizada uma avaliação de possíveis mudanças no contexto
interno e externo à organização, a fim de identificar os gaps de competências e
desenvolver estratégias para o seu suprimento?
• Visão de futuro: Pressupõe a construção de um cenário futuro para a definição de perfis
profissionais e composição qualitativa e quantitativa do quadro de servidores Técnico-
Administrativos em Educação?
• Periodicidade: É um processo contínuo revisto periodicamente?
• Caráter Contributivo: A utilização contínua desse processo consegue proporcionar a
adequação do dimensionamento do quadro de servidores Técnico-Administrativos em
Educação às necessidades institucionais?
Desenvolvimento de Pessoas
APÊNDICE B - MODELO DE GESTÃO ESTRATÉGICA DE PESSOAS POR COMPETÊNCIAS PARA A CARREIRA DOS
SERVIDORES TAE DA UFRN
Análise do
RSTA e
Ações destinadas
identificação das
ao suprimento
necessidades
das necessidades
quantitativas e
quantitativas e
qualitativas de
qualitativas de
servidores TAE
servidores TAE
nas unidades
organizacionais
159
Ministério da Educação
Universidade Federal do Rio Grande do Norte
REITORIA
PRÓ-REITORIA DE GESTÃO DE PESSOAS
CARTA DE ANUÊNCIA
Esclarecimentos
Esta é uma solicitação para realização da pesquisa intitulada “Gestão Estratégica de Pessoas:
Proposta de um Modelo de Gestão Estratégica de Pessoas por Competências para
Carreira de Servidores Técnico-Administrativos em Educação da UFRN” - realizada pelo
pesquisador Felipe Bezerra Lopes Lisboa de Oliveira, orientado pela Professor Dr. Antônio
Alves Filho, do Programa de Pós-graduação em Gestão Pública (PPGP-UFRN) - que terá sua
metodologia baseada em uma pesquisa documental acerca da Política de Gestão de Pessoas da
UFRN e a aplicação de entrevistas junto a servidores dessa Pró-reitoria para elaboração e
avalição do modelo a ser proposto neste trabalho. O objetivo principal deste trabalho é “Propor
um alinhamento estratégico na Política de Gestão de Pessoas da UFRN, a partir da adoção de
um modelo de gestão de estratégica de pessoas por competências para a Carreira de Técnico-
Administrativos em Educação, utilizando-se a metodologia de Design Science Research”
necessitando, portanto, da concordância e autorização institucional para a realização das etapas
referidas junto aos servidores a serem envolvidos.
Ressaltamos que os dados coletados serão mantidos em sigilo, de acordo com a
Resolução nº 510/2016 - Conselho Nacional de Saúde/Ministério da Saúde, que tratam da
Pesquisa envolvendo Seres Humanos na área de Ciências Humanas e Sociais. Salientamos
ainda que tais dados serão utilizados tão somente para realização deste estudo.
(CPF: XXX.XXX.XXX-XX)
Consentimento
Por ter sido informado verbalmente e por escrito sobre os objetivos e metodologia desta
pesquisa, concordo em autorizar a realização da mesma nesta Instituição que represento: Pró-
Reitoria de Gestão de Pessoas – Universidade Federal do Rio Grande do Norte
(PROGESP/UFRN), localizada na Avenida Senador Salgado Filho, 3000, Lagoa Nova, CEP:
59078 970, Telefone: (84) xxxx.xxxx e E-mail: xxxxx@xxxx.xxx.xx.
Esta Instituição está ciente de suas corresponsabilidades como instituição coparticipante
do presente projeto de pesquisa, dispondo de infraestrutura necessária para realização das etapas
supracitadas.
O descumprimento desses condicionamentos assegura-me o direito de retirar minha
anuência a qualquer momento da pesquisa.