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NO SETOR PÚBLICO
Autoras: Márcia Costa Alves da Silva
Dados Pessoais
Nome:__________________________________________________________
Endereço:______________________________________________________
E-mail:_________________________________________________________
Equipe Multidisciplinar da
Pós-Graduação EAD: Prof.ª Bárbara Pricila Franz
Prof.ª Cláudia Regina Pinto Michelli
Prof. Ivan Tesck
Prof.ª Kelly Luana Molinari Corrêa
658.4012
S586g Silva; Márcia Costa Alves da
Gestão estratégica no setor público/ Márcia Costa Alves
da Silva; Maria das Graça Ribeiro das Neves :
UNIASSELVI, 2016. 129 p. : il.
ISBN 978-85-69910-12-1
Paulo Timm
Superintendente Geral do Instituto
Brasileiro de Administração Municipal – IBAM
APRESENTAÇÃO.......................................................................7
CAPÍTULO 1
As Bases Teóricas da Gestão Estratégica ..........................9
CAPÍTULO 2
As Bases da Nova Administração Pública .......................... 41
CAPÍTULO 3
Modelos de Gestão Organizacional .................................. 67
CAPÍTULO 4
Excelência na Gestão Pública .......................................... 111
APRESENTAÇÃO
Caro(a) pós-graduando(a):
A intenção do presente caderno é fornecer ao aluno uma visão geral que apoie
sua experiência profissional em administração. O documento está centrado no setor
público, mas o material nele contido permite descortinar várias dimensões do fazer
coletivo e cooperativo sem o qual o(a) administrador(a) não realiza seu trabalho. A
administração é um campo de atuação fundamentalmente prático, operativo, mas
sua efetividade resulta de exercício de crítica e reflexão que envolve conceitos de
diferentes campos das ciências sociais. E seus instrumentos são construídos com
apoio nas ciências exatas, nas engenharias e da tecnologia da informação.
As autoras.
C APÍTULO 1
As Bases Teóricas
da Gestão Estratégica
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Capítulo 1 As Bases Teóricas da Gestão Estratégica
Contextualização
Como os estudos científicos impactam a gestão e a realidade do trabalho?
Qual a diferença entre teoria e abordagem?
Teorias e Abordagens da
Administração – Conceitos,
Características Fundamentais e
Principais Representantes
Neste Capítulo iremos abordar as principais teorias e abordagens da ciência da
administração. Importante destacar que utilizamos o termo teoria (ou “escola”) como
o conjunto de conhecimentos e princípios de uma ciência e o termo abordagens
para indicar estudos relevantes, contribuições dentro de uma mesma teoria.
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Gestão Estratégica no Setor Público
Escola Clássica
Muitos dos métodos e instrumentos de gestão que são aplicados nas
organizações da sociedade da informação e do conhecimento encontram-se na
administração cientifica de Taylor e na gerência administrativa de Fayol.
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Capítulo 1 As Bases Teóricas da Gestão Estratégica
Atividade de Estudos:
14
Capítulo 1 As Bases Teóricas da Gestão Estratégica
exemplar de um indivíduo.
• Racional-legal – fundamentada na autoridade exercida pela natureza de
determinados cargos.
Robert Merton que utilizou os estudos realizados por Weber para análise das
organizações se referiu a burocracia como:
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Capítulo 1 As Bases Teóricas da Gestão Estratégica
a) Abordagem Estruturalista
Fonte: Etzioni (apud CARAVANTES; PANNO; KLOECKNER, 2005, p. 58, grifos nossos).
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Gestão Estratégica no Setor Público
Atividade de Estudos:
1) Registre sua opinião sobre o que Etzioni quis dizer com as frases
em negrito assinaladas no texto.
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Capítulo 1 As Bases Teóricas da Gestão Estratégica
• Kurt Lewin – a obra deste psicólogo alemão que se refugiou nos Estados
Unidos após a I Guerra Mundial, “mudou fundamentalmente o curso
da Ciência Social. [...] a essência e grande parte de seu trabalho mais
brilhante consiste em uma análise conceitual da natureza dos fenômenos
que previamente tinham tido apenas rótulos populares” (CARAVANTES;
PANNO; KLOECKNER, 2005, p. 129). Desenvolveu a Teoria de Campo na
qual tratou da diferença e importância entre “observação” e “interpretação”
a fim de evitar influência de ideias preconcebidas do observador na análise
dos fatos.
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Gestão Estratégica no Setor Público
O conceito de organização
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Capítulo 1 As Bases Teóricas da Gestão Estratégica
Embora bastante aceita e com grande reconhecimento, foi também criticada por
pesquisadores que questionaram sua validade teórica. Para alguns, “Maslow não
forneceu substanciação empírica, e muitos estudos que buscaram validar a teoria não
encontraram sustentação para ela” (ROBBINS, 1999, p. 110). Entretanto, “estudos
mais atuais sobre a motivação humana no trabalho mostram o grau de acerto e
antevisão de Maslow” (CARAVANTES; PANNO; KLOECKNER, 2005, p. 110).
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Gestão Estratégica no Setor Público
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Capítulo 1 As Bases Teóricas da Gestão Estratégica
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Gestão Estratégica no Setor Público
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Capítulo 1 As Bases Teóricas da Gestão Estratégica
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Gestão Estratégica no Setor Público
Conclusão
Referências bibliográficas:
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Capítulo 1 As Bases Teóricas da Gestão Estratégica
a) Abordagem Contingencial
Caracterizou-se por enfatizar a importância do ambiente na dinâmica
organizacional. Entretanto, cabe neste ponto lembrar que, até a Teoria de Sistemas
surgir, as organizações foram estudadas na perspectiva de compreensão de seu
ambiente interno como determinante para explicar as questões relacionadas ao
desempenho organizacional. A concepção até então era da organização como um
“sistema fechado”.
a) Abordagem Neoclássica
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Capítulo 1 As Bases Teóricas da Gestão Estratégica
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Gestão Estratégica no Setor Público
Teorias e Abordagens
Contemporâneas
Até aqui, vimos teorias e abordagens cujo foco foi dado predominantemente
às indústrias. Cabe, agora, apresentar para você pós-graduando(a), um novo
referencial, estabelecido a partir das mudanças mundiais que caracterizaram o
final do século XX e que indicam os caminhos que continuarão a ser trilhados
pelas organizações no século XXI. Questões que envolvem a preocupação com
o meio ambiente e a responsabilidade social das organizações, passam por
aspectos econômicos e sociais, imprevisibilidade e, como não poderia deixar de
ser, culminam no homem e seu papel na organização e na sociedade.
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Capítulo 1 As Bases Teóricas da Gestão Estratégica
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Gestão Estratégica no Setor Público
6. Instituir o treinamento, isto é, estar atento ao fato de que nas organizações falta
pessoal capaz de transmitir as novas ideias e conceitos, e por consequência,
quem treine as pessoas em novas habilidades e tarefas
14. Agir para consumar a transformação, isto é, contar com 100% de apoio da
cúpula da administração, sem o que o esforço voltado à qualidade jamais
prosseguirá.
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Capítulo 1 As Bases Teóricas da Gestão Estratégica
• Joseph M. Juran – para obter sucesso a organização deve adotar Trilogia Juran:
três processos de gerenciamento que ficaram conhecidos como a i) planejamento
trilogia Juran: i) planejamento da qualidade, ii) controle da qualidade da qualidade,
ii) controle da
e, iii) melhoramento da qualidade. O quadro a seguir mostra os 3
qualidade e, iii)
processos universais organizados por Juran para a Qualidade. melhoramento da
qualidade.
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Gestão Estratégica no Setor Público
1. Comprometimento da gerência;
2. Criação de times de melhoramento da qualidade;
3. Medidas da qualidade;
4. Avaliar o custo da qualidade;
5. Conscientização sobre a qualidade;
6. Ação corretiva;
7. Planejamento do Programa Zero Defeito;
8. Treinar supervisores;
9. Dia de zero defeito;
10. Estabelecer metas de melhoria;
11. Remoção das causas de erros;
12. Reconhecer e valorizar aquele que atinge sua meta de qualidade;
No Brasil a 13. Conselhos de qualidade;
Qualidade Total 14. Repetir tudo.
gerou uma
“revolução” na
No Brasil a Qualidade Total gerou uma “revolução” na década
década de 1980 e
influenciou a criação de 1980 e influenciou a criação de novos modelos de estrutura e
de novos modelos gestão. Nos anos 1990, com a abertura do mercado nacional para
de estrutura e produtos importados, empresas brasileiras tiveram que se ajustar
gestão. para sobreviver em um mercado repleto de produtos com padrões
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Capítulo 1 As Bases Teóricas da Gestão Estratégica
b) Reengenharia
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Gestão Estratégica no Setor Público
Algumas Considerações
Neste primeiro capítulo estudamos as sínteses das teorias e das abordagens
da ciência da administração, e seus respectivos representantes.
Referências
ARAUJO, Luis César G. de. Organização, sistemas e métodos e as
tecnologias de gestão organizacional: arquitetura organizacional,
benchmarking, empowerment, gestão pela qualidade total, reengenharia: volume
1. 3. ed. São Paulo: Atlas, 2007.
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Capítulo 2 As Bases da Nova Administração Pública
Contextualização
Reforma administrativa refere-se a um processo de mudança
Reformar a
e adequação do Estado ao momento histórico presente. As administração
transformações em diversas dimensões - social, econômica, política, pública é algo
ambiental dentre outras - de tempos em tempos exigem a introdução que se faz com
de reformas visando criar sincronia entre as diferentes faces do a participação
desenvolvimento. intensiva – mas
não exclusiva -
dos servidores
Falar de reforma administrativa implica, então, focalizar o Estado. públicos.
Uma forma didática de entendê-lo é pensar que tem duas dimensões
básicas: uma é organizacional, o aparelho de Estado ou a administração pública;
outra, é o sistema constitucional-legal. Seguindo a fala do professor Bresser-Pereira
(2011), reformar a administração pública é algo que se faz com a participação
intensiva – mas não exclusiva - dos servidores públicos. Reformar o sistema
constitucional, por sua vez, requer a participação de toda a sociedade e dos agentes
públicos eleitos e não eleitos.
O governo, por outro lado, traduz a condução política dos negócios públicos,
preferencialmente com base em planos e metas. Ou seja, um conjunto de funções
estatais exercidas para orientação e direcionamento das políticas do Estado que
definem suas macro diretrizes.
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Capítulo 2 As Bases da Nova Administração Pública
Nada melhor do que ler o texto de Motta (1972, p. 41-42) que é um clássico
sobre o assunto:
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Gestão Estratégica no Setor Público
Atividade de Estudos:
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Capítulo 2 As Bases da Nova Administração Pública
Como segundo passo, o interessante é ter uma visão geral das mudanças
administrativas ocorridas no país e, para tanto, um texto de Costa
A maioria dos estu- (2010) pode ser de grande valia. O autor apresenta sequência de
dos sobre reforma momentos em que tais mudanças ocorrem, com perspectiva bastante
administrativa co-
abrangente que pode ser útil para aqueles familiarizados com o estudo
meça por historiar
as experiências da administração pública e para os que só agora estão se aproximando
anteriores àquela do tema.
em apreço e toma
como ponto de par- Segundo Costa (2010) a história já foi contada pelos próprios
tida as iniciativas reformadores. É, quase sempre, uma sucessão de diagnósticos
modernizadoras
ligeiros e repertórios de razões para o fracasso das reformas. Pois a
dos anos de 1930.
maioria dos estudos sobre reforma administrativa começa por historiar
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Capítulo 2 As Bases da Nova Administração Pública
PROBLEMAS DE PERIODIZAÇÃO
[...] desde 1930, o Brasil viveu na era Vargas - uma era Vargas
com Vargas (1930-1954) e uma era Vargas sem Vargas (1955-1989).
Pode-se acrescentar que, a partir de 1990, o Brasil viveu uma era
Vargas contra Vargas. Quer dizer, as grandes reformas realizadas nos
24 anos em que Vargas esteve no centro da política nacional moldaram
a economia, a sociedade e o Estado brasileiros, pautando as reformas
subsequentes. Desde então, forças políticas à direita e à esquerda do
espectro ideológico tentam capturar ou renegar sua herança.
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Gestão Estratégica no Setor Público
PROBLEMAS DE PERIODIZAÇÃO
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Capítulo 2 As Bases da Nova Administração Pública
Aproximando o Olhar
A construção do Estado nacional remonta à Administração colonial portuguesa
que, a distância, administrava o território em seus primórdios. A gestão se dava
como se fosse um bloco, com limitada separação entre atribuições e com pouco
sentido de que a hierarquia poderia ajudar a organizar o trabalho. As esferas
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Gestão Estratégica no Setor Público
Com a transferência pública e privada não eram entendidas como o são presentemente.
da corte portuguesa Com a transferência da corte portuguesa para o Brasil, em 1808, é
para o Brasil, em que se inicia um processo de aparelhamento da administração que se
1808, é que se alonga até um pouco depois da proclamação da república.
inicia um processo
de aparelhamento
A Constituição de 1891 estabelece de forma nítida os contornos
da administração
que se alonga até da administração pública brasileira. Importantes e decisivas definições
um pouco depois ganham corpo e vão orientar o desenvolvimento nacional: federalismo,
da proclamação da presidencialismo, separação entre os poderes, fortalecimento do
república. bicameralismo no legislativo, autonomia do judiciário. Por cerca de 40
anos este modelo atendeu aos interesses da política dominante.
Em 1934 foi promulgada uma Constituição cuja vida foi curta – apenas três
anos – embora apresentasse ideias e princípios interessantes que só seriam
retomados muitos anos depois como, por exemplo, o federalismo cooperativo.
Assim, tributos eram repartidos entre as três esferas de governos, ensejando a
distribuição de atribuições e a articulação de ações entre elas.
Deu-se, no Governo
A Reforma de 1937
Vargas, o que
se considera a Para fazer frente à inquietude social vigente e responder a
primeira reforma demandas de uma necessária modernização econômica, deu-se, no
administrativa no Governo Vargas, o que se considera a primeira reforma administrativa
país, quando foi no país, quando foi também implantado o Estado Novo. Era o ano
também implantado
de 1937. Objetivava romper com a administração patrimonialista que
o Estado Novo. Era
o ano de 1937. caracterizara os períodos monárquicos e, em certo grau, se alongara
até a república nos idos de 1930. Este movimento de modernização
estava associado à necessidade de proteção de matérias-primas
O período que
e de criação de condições para que a industrialização ganhasse
ficou conhecido
como “Estado força. Subjacente a tais transformações alinhavava-se o modelo
Novo” (entre 1937 desenvolvimentista então pretendido.
e 1945), promoveu
mudanças de ordem O Plano de reformas proposto pelo governo incluía dois aspectos
social e econômica principais, um econômico e outro administrativo. Aqui nos interessa o
e foi caracterizado
segundo.
por um amplo
processo de
transformação das Destaca-se, neste caso, “a criação de uma burocracia profissional
práticas de gestão e nos moldes Weberianos, movida pela racionalidade” (REZENDE,
do papel do Estado, 2004, p. 48). A administração pública burocrática foi adotada porque
particularmente na era uma alternativa muito superior à administração patrimonialista em
gestão dos recursos
um momento em que era preciso dotar as organizações públicas de
humanos e do
orçamento. métodos e procedimentos de trabalho. O período que ficou conhecido
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Capítulo 2 As Bases da Nova Administração Pública
como “Estado Novo” (entre 1937 e 1945), promoveu mudanças de ordem social
e econômica e foi caracterizado por um amplo processo de transformação das
práticas de gestão e do papel do Estado, particularmente na gestão dos recursos
humanos e do orçamento.
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Gestão Estratégica no Setor Público
A Reforma de 1967
A reforma de 1967, também conhecida como Reforma da
A reforma de 1967,
também conhecida Desburocratização ou da modernização autoritária, ocorreu após o Golpe
como Reforma da Militar de 1964 e teve como objetivo principal melhorar a gestão que
Desburocratização se tornara excessivamente rígida e centralizada com uma evidente
ou da modernização distorção do conceito de burocracia proposto por Weber e, com isso,
autoritária, ocorreu melhorar a qualidade dos serviços públicos.
após o Golpe Militar
de 1964 e teve como
objetivo principal Para Carneiro (2006, p. 327), a Reforma de 1967 foi, “por certo
melhorar a gestão a mais ampla e orgânica das reformas, consubstanciada no Decreto-lei
que se tornara 200. Lá estão os princípios básicos da descentralização administrativa,
excessivamente da delegação de competência, da definição das empresas públicas
rígida e centralizada. e sociedades de economia mista, do planejamento, da coordenação
administrativa, dos orçamentos-programa e do regime de licitações públicas. Tudo isso
continua como referência obrigatória na história da administração pública brasileira”.
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Capítulo 2 As Bases da Nova Administração Pública
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Gestão Estratégica no Setor Público
A REFORMA GERENCIAL
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Capítulo 2 As Bases da Nova Administração Pública
É, aí, que surge a reforma gerencial; surge para dar conta dos
grandes serviços sociais e científicos do Estado social. Agora, não
bastava que o Estado fosse efetivo, que garantisse a lei; era preciso
que fosse eficiente, que realizasse os grandes serviços a um custo
baixo. Quem primeiro percebeu que o Estado social exigia a reforma
gerencial foram os ingleses, em 1987. Depois vários outros países,
especialmente os escandinavos, também perceberam esse fato e
adotaram a reforma gerencial. No Brasil essa reforma começou em
1995, por isso, eu a denomino “Reforma Gerencial do Estado de 1995”.
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Gestão Estratégica no Setor Público
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Capítulo 2 As Bases da Nova Administração Pública
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Gestão Estratégica no Setor Público
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Capítulo 2 As Bases da Nova Administração Pública
• a da co-gestão.
Atividade de Estudos:
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Gestão Estratégica no Setor Público
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Algumas Considerações
Analisar as características e resultados dos processos de mudança da
administração pública pode ser um exercício predominantemente técnico no qual
são avaliados os instrumentos e os procedimentos à disposição do gestor. Ou
pode se tornar mais complexo, fazendo-se uma leitura das intenções que orientam
as soluções técnicas utilizadas e, principalmente, que decifrem o campo de forças
subjacentes às mudanças preconizadas e implementadas.
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Capítulo 2 As Bases da Nova Administração Pública
Assim, a gestão pública não pode ser exercida de forma ingênua e descolada
do conjunto de valores que são considerados pertinentes ao Estado democrático.
Referências
BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil.
Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituicao.
htm>. Acesso em: 10 jun. 2016.
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Gestão Estratégica no Setor Público
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C APÍTULO 3
Modelos de Gestão Organizacional
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Capítulo 3 Modelos de Gestão Organizacional
Contextualização
No Capítulo 1, você estudou as contribuições das principais escolas e
abordagens da administração e viu que em resumo os estudos desenvolvidos visaram
o desenvolvimento da organização e sua estruturação para alcance de objetivos.
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Gestão Estratégica no Setor Público
Daniel Bell (1977 apud SILVA, 2005, p. 57), criador do termo sociedade
pós-industrial, ao se referir a organização e características do Estado na
sociedade pós-industrial destaca “o neoliberalismo, as instituições flexíveis e o
participacionismo” cujos “recursos principais são a inteligência, o conhecimento, a
criatividade, as informações e laboratórios científicos e culturais”.
Fonte: As autoras.
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Capítulo 3 Modelos de Gestão Organizacional
As Funções Administrativas
As funções administrativas (ou funções da organização) Os termos
originalmente propostas por Fayol foram: planejamento, organização, propostos por
comando, coordenação e controle. Embora Fayol tenha associado as Fayol foram
ajustados e na
funções administrativas às atividades do gerente, neste capítulo as
literatura é comum
abordaremos na perspectiva da influência nos modelos de gestão, encontrarmos
embora não sejam menos relevantes sua contribuição no campo da a indicação de
liderança. quatro (e não
cinco) processos
Ao longo do tempo os termos propostos por Fayol foram ajustados administrativos
básicos:
ao contexto sócio, econômico e político do mundo corporativo e na
planejamento,
literatura é comum encontrarmos a indicação de quatro (e não cinco) organização,
processos administrativos básicos: planejamento, organização, liderança e
liderança e controle. Robbins (2004, p. 7) define resumidamente cada controle.
um desses processos:
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Gestão Estratégica no Setor Público
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Capítulo 3 Modelos de Gestão Organizacional
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Gestão Estratégica no Setor Público
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Capítulo 3 Modelos de Gestão Organizacional
Atividade de Estudos:
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Gestão Estratégica no Setor Público
Um modelo pode ser entendido como uma referência, um exemplo, algo que
pode ser reproduzido.
Significado de Modelo
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Capítulo 3 Modelos de Gestão Organizacional
Planejamento Estratégico
Muitos são os autores que contribuíram e se dedicaram ao tema do planejamento
e da estratégia, entretanto, neste capítulo abordaremos o planejamento estratégico
a partir da contribuição daquele que é considerado no ambiente acadêmico como
um de seus mais ilustres representantes, trata-se de Henry Mintzberg.
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Gestão Estratégica no Setor Público
ConceitosImportantesnoPlanejamento
Estratégico e Definição da Estratégia
Organizacional
Alguns conceitos utilizados no planejamento estratégico são apresentados
resumidamente a seguir:
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Capítulo 3 Modelos de Gestão Organizacional
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Gestão Estratégica no Setor Público
No setor público, não apenas a promulgação de novas leis que trazem em sua
essência a importância do planejamento governamental, mas principalmente na
Reforma Gerencial de 1995, a questão do planejamento estratégico ganhou força
no serviço público federal. A lei 10257/2001 conhecida como Estatuto da Cidade e
a Lei Complementar nº 100/2000 conhecida como Lei de Responsabilidade Fiscal
são dois exemplos da ênfase atribuída ao planejamento.
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Capítulo 3 Modelos de Gestão Organizacional
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Gestão Estratégica no Setor Público
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Capítulo 3 Modelos de Gestão Organizacional
83
Gestão Estratégica no Setor Público
Ferramentas da Qualidade
Além do Ciclo PDCA (Plan, Do, Check, Act) já abordado no Capítulo 1,
o uso de métodos estatísticos foi defendido por Deming, um dos principais
representantes da Qualidade Total, como meio para controle dos processos de
trabalho. Algumas ferramentas e técnicas que servem de subsídio para a Gestão
da Qualidade são apresentadas a seguir.
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Capítulo 3 Modelos de Gestão Organizacional
85
Gestão Estratégica no Setor Público
Figura 12 – Fluxograma
• Incentive todos a se sentirem livres, não rejeite quaisquer ideias, mesmo que
no momento elas pareçam tolas, quanto mais ideias, melhor.
• Não deve haver discussões durante a sessão de brainstorming. Isto virá mais
tarde.
• Não se devem fazer julgamentos. Ninguém tem direito de criticar As ferramentas
as ideias dos outros, nem mesmo com um resmungo ou careta! da qualidade
• Deixe as pessoas “pegarem carona” – desenvolverem ideias dadas costumam ser
utilizadas por
por outros membros do grupo.
organizações
• Escreva TODAS as ideias em um flipchart, de modo que o grupo públicas ou
todo possa examiná-las facilmente. privadas em
diferentes
Importante destacar que as ferramentas da qualidade costumam situações,
independente do
ser utilizadas por organizações públicas ou privadas em diferentes
modelo de gestão
situações, independente do modelo de gestão adotado. adotado.
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Capítulo 3 Modelos de Gestão Organizacional
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Gestão Estratégica no Setor Público
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Capítulo 3 Modelos de Gestão Organizacional
Atividade de Estudos:
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Gestão Estratégica no Setor Público
Nas organizações
que adotam
Características da
a gestão por
processos as
Organização por Processos
equipes de
trabalho têm papel Nas organizações que adotam a gestão por processos as equipes
de destaque no de trabalho têm papel de destaque no monitoramento dos processos
monitoramento de trabalho em que atuam, reduzindo seu tempo de execução,
dos processos de melhorando seu desempenho e implementando melhorias.
trabalho em que
atuam, reduzindo
seu tempo De Toro e McCabe (1997 apud SORDI, 2008, p. 21) afirmam que
de execução, a gestão por processos pode ser considerada uma metodologia para
melhorando seu gerenciamento sistemático centrado no cliente, objetivando medição
desempenho e e melhoria de todos os processos da organização por meio de times
implementando multifuncionais e com delegação de autonomia aos funcionários
melhorias.
(empowerment).
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Capítulo 3 Modelos de Gestão Organizacional
A partir do que foi apresentado até o momento, você tem subsídios para
realizar a atividade de estudos proposta a seguir.
Atividade de Estudos:
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Gestão Estratégica no Setor Público
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A competência Essencial
Hamel e Prahalad (1990) definem a competência como um conjunto de
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Capítulo 3 Modelos de Gestão Organizacional
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Capítulo 3 Modelos de Gestão Organizacional
desenvolvimento de competências.
Carbone (2006, p. 51) dá como exemplo uma organização que tem como
visão de futuro, o “reconhecimento dos consumidores pela excelência de seus
produtos e serviços”. Para que tal visão de futuro possa ser concretizada em
um dado período de tempo, é relevante estabelecer o objetivo estratégico de
“elevar o grau de satisfação dos clientes em relação aos produtos e serviços
oferecidos pela empresa”. A partir daí, seria possível definir, como indicadores de
desempenho relacionados a esse objetivo estratégico, o percentual de produtos
entregues dentro do prazo acordado com o cliente (pontualidade das entregas)
e o percentual de clientes muito satisfeitos com os produtos e serviços da
empresa, os quais representariam medidas de eficiência e eficácia das ações a
serem adotadas pela empresa para concretizar sua visão de futuro. As metas,
então, poderiam hipoteticamente ser definidas como “elevar de 91 % para 95% o
percentual de produtos entregues no prazo, e de 57% para 65% o percentual de
clientes muito satisfeitos”.
Gestão do Conhecimento – GC
A palavra conhecimento está em evidência. Isolada ou associada a outros
termos ou expressões, destaca-se a discussão tanto no ambiente acadêmico
quanto no mundo corporativo em torno do conhecimento e sua relevância para
sobrevivência e competitividade das organizações.
“O aspecto central dessa nova sociedade que bate às portas do século XXI é a
caracterização do conhecimento como o ativo de produção mais importante, diante
dos ativos tradicionais de mão-de-obra, capital e tecnologia” (ZABOT, 2002, p. 11).
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Capítulo 3 Modelos de Gestão Organizacional
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Gestão Estratégica no Setor Público
100
Capítulo 3 Modelos de Gestão Organizacional
A principal caracte-
A contribuição Americana para rística da abor-
dagem ocidental,
Gestão do Conhecimento representada pelos
norte-americanos é
a ênfase atribuída
A principal característica da abordagem ocidental, representada ao conhecimento
pelos norte-americanos é a ênfase atribuída ao conhecimento explícito, explícito.
ou seja, aquele que é codificado, sistematizado.
101
Gestão Estratégica no Setor Público
Nesse aspecto, cabe neste ponto destacar a contribuição de Peter Senge que na
década de 1990, lançou o clássico livro A Quinta Disciplina e que foi fundamental para
que se lançasse um novo olhar sobre os processos de aprendizagem na organização.
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Capítulo 3 Modelos de Gestão Organizacional
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Capítulo 3 Modelos de Gestão Organizacional
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Gestão Estratégica no Setor Público
Outro aspecto que merece ser enfatizado diz respeito à utilização do BSC
no setor público. Segundo Carneiro (2010), os autores reconhecem sua limitação
no que se refere a perspectiva financeira e sugerem uma adaptação ao modelo
originalmente proposto e propõem que as perspectivas financeira e do cliente
fiquem subordinadas à missão da organização.
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Capítulo 3 Modelos de Gestão Organizacional
Considerações Finais
Neste Capítulo estudamos modelos, métodos e instrumentos de gestão
utilizados por organizações privadas e que, mais recentemente, passarão a integrar
o conjunto de estratégias de governo em nível federal, estadual ou municipal.
Referências
ANGELONI, Maria Therezinha (org); autores, Andréa Valéria Steil [et al.]. Gestão
do Conhecimento no Brasil: casos, experiências e práticas de empresas
públicas. Rio de Janeiro: Qualitymark, 2008.
SENGE, Peter. A quinta disciplina. São Paulo: Editora Nova Cultural, Best
Seller, 1990.
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Capítulo 3 Modelos de Gestão Organizacional
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Gestão Estratégica no Setor Público
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C APÍTULO 4
Excelência na Gestão Pública
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Capítulo 4 Excelência na Gestão Pública
Contextualização
Os esforços de modernização da administração pública no Brasil se
traduziram por iniciativas resumidamente descritas no capítulo 2. Ao aparelho do
Estado, ao longo da Republica – de 1889 em diante –, foi permitido experienciar
momentos importantes e transformadores, chegando-se ao final do século XX
com um cabedal significativo capaz de provocar um passo mais ousado rumo ao
seu aperfeiçoamento, mediante a avaliação de desempenho, o reconhecimento
de méritos e o monitoramento de práticas.
Vale acrescentar que este movimento não foi apenas local, mas tinha
dimensões supranacionais, em um movimento de adesão quase que globalizada
do que se denominou a Nova Gestão Pública.
Arcabouço Legal
A Constituição Federal, a Constituição Cidadã, de 1988 já provocara
significativas mudanças na relação entre os entes federados e previra a criação de
Escolas de Governo nos Estados e Municípios da Federação. Respectivamente
ligadas aos Ministérios da Fazenda e do Planejamento, Orçamento e Gestão
já existiam a Escola de Administração Fazendária – ESAF (1973) e a Escola
Nacional de Administração Pública – ENAP (1986).
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Capítulo 4 Excelência na Gestão Pública
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Capítulo 4 Excelência na Gestão Pública
Relembrando com atenção o que já foi lido nos capítulos anteriores, é possível
observar que há ideias nestas premissas que já foram arroladas em diversas
discussões sobre o tema. Antes que se pense que há repetição, vale a
A excelência em
pena considerar que há continuidade e evolução. gestão pública
pretende atingir alto
Com a implementação do Gespública considerava-se a desempenho com
possibilidade de melhorar a qualidade dos serviços prestados aos sustentabilidade.
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Gestão Estratégica no Setor Público
FUNDAMENTOS DA EXCELÊNCIA
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Capítulo 4 Excelência na Gestão Pública
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Atividade de Estudos:
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Capítulo 4 Excelência na Gestão Pública
Algumas Considerações
Muito embora o Gespública, como programa, valorize os resultados da
gestão dos diferentes órgãos e entidades que a ele se somam, a avaliação do
programa, em si não é simples.
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Gestão Estratégica no Setor Público
Referências
BRASIL. Ministério da Administração Federal e Reforma do Estado. Programa
da qualidade e participação na administração pública: Caderno 4. Ministério
da Administração Federal e Reforma do Estado: Brasília: MARE, 1997.
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