Você está na página 1de 2

Vovó Maria Conga

Filha da luz

Texto: Adrianno Perez

Personagens:
Rei do Congo (Octacílio);
Maria Mãe;

Vovó Maria Conga;


Senhor de Engenho (Francisco Alvarez);
Benedito;
Constância.

Luz Geral
Em cena, Francisco Alvarez e gritos de fundo, negros são levados ao tronco.
Francisco Alvarez: escuta-me, eu quero que pegue Maria, a negra, e deixe-a no tronco.
Vamos ver até onde vai a sua fé! Enquanto ela não clamar pelo seu Deus, não pare de
açoita-la.
Octacílio: “Maria filha minha”. Benedito, ela se mostra guerreira mas ao mesmo tempo,
senhora de uma sabedoria espiritual elevada e com essa sabedoria ajuda muitos irmãos
a caminhar.
Benedito: Senhor meu rei, até quando sinhô ela há de resistir as dores do tronco?
Precisamos retirar ela de lá! Nossos irmãos negros, brancos e crianças, precisam dela.
Octacílio: Quando sua mãe desencarnou, Maria era uma pequena jovem, eu lembro que
ela foi tomada por uma tristeza profunda.
Em plano baixo, foco de luz em Vovó Maria Conga. Ora e busca pelo amor de sua mãe.
Vovó Maria Conga: Mamãe, com lágrimas nos olhos, eu te peço, dai-me forças para
suportar tamanha dor ei de caminhar sempre na luz, e cuidar dos meus irmãos, mas a
dor consume o meu corpo físico e minha alma.
Entram dois homens retiram Maria Conga do tronco a leva até seu pai.
Vovó Maria Conga em seu tronco, surge uma luz no alto.
Maria Mãe: Filha amada, peço para você ter forças, suportar o que vem pela frente, terá
dias de dor e lágrimas, terá uma grande vontade de desistir, demonstre Maria, que as
lagrimas que irá perder, só irá deixar a sua fé mais forte. Filha minha, seja ponto de luz
para os que precisam.
Entra Constância trazendo seu filho muito doente.
Constância: Maria... Maria... eis o meu filho, esta ardendo em febre, me ajuda! Pede a
Zambi para que retire essa dor e essa febre do corpo do meu pequeno.

Vovó se levanta com muita dificuldade, apanha as ervas e começa a benzer a criança.
Vovó Maria Conga: Dai-me aqui o seu fio, seu menino (ela reza baixinho, quase que um
sussurro).
Constância: Vovó, que toda sua luz irradiada em nossas vidas a de ser recompensada
por Zambi, com as bênçãos virá luz, trazida por suas mãos.
Vovó Maria Conga: A veia tá cansada fia, mas ei de cuidar de vós mesmo depois que for
descansar, vai, leva seu fio, que nosso senhor abençoe.
Constância: Sua benção vovó (de joelhos pede a benção a vovó).
Vovó sai do seu tronco com muita dificuldade e se deita em sua enim de palha coberta
por ervas.
Vovó Maria Conga: Senhor meu pai, oro a ti e peço, que a sua luz transborde em meu
coração, tamanho é o meu amor por ti Zambi. Tome me seus braços todas criaturas,
negros, brancos e crianças e que vivam em paz e equilíbrio.
Vovó deita na enim e assim deixa de existir no plano físico.
Benedito: Rei Octacílio, posso-lhe fazer uma pergunta?

Octacílio: Sim Benedito, o que quer?


Benedito: Rei, o que é pro senhor, ser pai de Vovó Maria Conga?
Octacílio: Benedito filho, ser pai de Vovó Maria Conga é se filho da luz, a muito deixei
de ser pai e passei a ser filho.
Foco em Vovó Maria Conga já desencarnada.
Adorei as almas.

Você também pode gostar