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1.

Introdução

O presente trabalho tem como tema


2. Fundamentação Teórica

2.1. Resumo da evolução do conceito – Turismo

O termo turismo provém da palavra francesa turisme, datado de 1760, e as


actividades hoje classificadas como turísticas tiveram início no seculo XVIII. A
actividade turística, embora considerada um fenómeno ligado a civilização moderna,
surgiu junto com o homem ao descobrir a possibilidade de locomover-se a procura de
satisfação das suas necessidades.

Turismo é o conjunto de actividades realizadas pelos indivíduos durante as suas


viagens e estadias em lugares diferentes daqueles do seu entorno habitual por um
período de tempo consecutivo inferior a um ano, geralmente com fins de lazer.

Na idade média foi o contrário, ocorrendo um retrocesso, onde as pessoas


preferiram não viajar ou se deslocar para outros feudos devido aos impostos, já que cada
feudo poderia criar as suas regras. A pesar disso, surgiram nessa época as peregrinações
religiosas que, mesmo já existindo na Grécia antiga o Cristianismo assim como o Islã,
tinha um número maior de peregrinos e um deslocamento maior como as famosas
expedições a Veneza e a Terra Santa. De referenciar que a concepcao do Turismo na
Idade Média foi conotado de viagens missionárias e religiosas.

Actualmente, o turismo é uma das principais indústrias a nível global. Pode-se


estabelecer uma diferença entre o turismo de massa (um grupo de pessoas agrupado por
um operador turístico) e o turismo individual (viajantes que decidem as suas actividades
e itinerários sem intervenção de operadores)

Denomina-se turismo, o conjunto de resultados de carácter económica,


financeiro, politico, social e cultural produzido numa localidade, decorrentes de
relacionamento entre os visitantes com os locais visitados durante a presença temporal
das pessoas que se deslocam do seu local habitual do residências para outros, de forma
espontânea e sem fins lucrativos.”

A Organização Mundial do Turismo (OMT) define como: “um conjunto de


actividades realizadas pelas pessoas durante as suas viagens e paragens em diferentes
lugares, que não são seu habitat, por um tempo consecutivo inferior a 1 ano, com
finalidade de lazer, negocio ou outros motivos, sem lucrativos.
A Associação Internacional dos Peritos Científico de Turismo (AIPCT), afirma
que: “ o turismo é o conjunto de relacções e fenómenos produzidos pelo deslocamento e
permanência de pessoas fora do seu local habitual desde que esses deslocamentos e
permanência não sejam motivados por uma actividade lucrativa principal, permanente
ou temporal.” O turismo é uma actividade económica pertencente ao sector terciário e
que consiste num conjunto de serviços que se vende ao turista, ou seja, turismo é uma
“industria” que se integra várias empresas inter-dependentes.

2.2. Evolução histórica do Turismo

Concordando com COLANTUONO (2015, p. 33), considera-se enigmático o


momento histórico em que iniciou-se a actividade turística no mundo, tendo em conta
que as viagens sempre foram comuns em diferentes sociedades, desde tempos remotos
até à contemporaneidade, com diversas finalidades, como a busca por novos territórios,
exploração de paisagens naturais ou até busca de formas de divertimento.

Esta actividade passou por um longo processo, no qual sofreu transformações,


até tornar-se o turismo que se é conhecido actualmente. E como tal, pode-se ter um
vislumbre desse processo mais adiante no presente trabalho.

2.2.1. Turismo na Antiguidade

A actividade turística, de acordo com JOSÉ (2020), iniciou quando os seres


humanos tornaram-se capazes de se locomoverem a longas distâncias buscando
satisfação para o corpo e para o espírito, assim como para a necessidade de comércio.
Entretanto, o turismo pode ter surgido através dos babilónios, por volta de 4000 a. C.

“Em 3000 anos a. C. o Egipto já era uma meca para os viajantes que fluíam
para contemplar as pirâmides e os restantes monumentos. Esses visitantes viajavam
pelo rio Nilo em embarcações com cabines bem confortáveis ou em carruagens por
terra.” (JOSÉ, 2020).

JOSÉ (2020), ainda dá a possibilidade de terem sido os fenícios, os que mais


desenvolveram o conceito moderno de viagens, dado que a Fenícia se revelava uma
região inóspita para a prática da agricultura, daí surgiu a necessidade destes povos
contactarem com outros povos, desenvolvendo o comércio internacional.

BOSISIO (2005), citado por COLANTUONO ( 2015, p. 33), diz que enquanto
existem registos na caverna de Madasin, nos Pirenéus (cordilheira europeia), de que os
habitantes locais viajavam até o mar e retornavam há mais de 13 mil anos; a viagem
realizada pela rainha de Sabá, da Arábia a Jerusalém no século X a. C., para visitar o rei
Salomão, é considerada o marco inicial do turismo na Antiguidade.

Contudo COLANTUONO (2015, p.33), afirma que foi na Antiguidade Clássica,


especificamente na Grécia e em Roma, que a actividade turística começou a
desenvolver-se e assumir rumos económicos, pois a cada 4 anos, os jogos olímpicos
atraiam atletas e espectadores para a cidade-estado de Olímpia. Isto fez com que os
cidadãos gregos criassem estruturas de alojamento, alimentação e transporte para esses
primeiros turistas que eram motivados pelo lazer. Também que a expansão do Império
romano estimulou o intenso intercâmbio comercial e favoreceu as viagens de
entretenimento, dada a quantidade de espetáculos, teatros, lugares termais e locais de
lutas de gladiadores oferecidos em Roma.

Ibidem (p. 33), ressalta que o desenvolvimento de várias obras (estradas, pontes,
entre outras) pelos romanos, permitiu que os viajantes europeus realizassem viagens
cada vez mais longas.

SILVA & KEMP (2008, p.3), pontua que do século VII ao IX os deslocamentos
expandiram-se tanto, que tornaram-se comuns viagens comemorativas das festas anuais,
principalmente dos povos bárbaros como os ostrogodos, visigodos, vândalos e
burgúndios.

JOSÉ (2020), também diz que as grandes viagens exploratórias dos povos
antigos possuíam interesses económicos, pois estes buscavam conhecer novas terras
para a sua ocupação e posterior exploração. Assim, destaca dos grandes viajantes da
época, Heródoto, um incansável viajante da Grécia Antiga, historiador e geógrafo que
percorreu a Fenícia, Egipto, Grécia e Mar Morto. Destaca também, Alexandre, o
Grande, ao serviço do Império Romano e Chang Chien que realizou uma grande viagem
no ano 138 a. C., desde a China até a Pérsia e a Síria.

2.2.2. Turismo na Idade Média

A Idade Média, na perspetiva de MACEDO (2010), é o período compreendido à


partir do ano 476 d.C. (desintegração do Império Romano ocidental) até o ano 1453
d.C. (fim do Império Romano oriental, com a queda de Constantinopla). Neste período,
inicialmente ocorre um retrocesso na actividade turística devido aos inúmeros conflitos
e a forte recessão económica.

“Com o fim do Império Romano, as viagens sofreram um grande decréscimo.


Com o feudalismo, que se caracterizava por uma sociedade fechada e auto-suficiente”
(JOSÉ, 2020), as viagens tornaram-se numa grande aventura, pois a sua realização era
perigosa, os viajantes ficavam expostos ao risco de sofrerem assaltos.

Segundo SILVA & KEMP (2008), neste período as viagens de lazer findaram-se
e assumiram um cunho religioso, o écumeno conhecido pelos seres humanos limitava-se
ao norte de África, o Oriente médio e a Europa, e os dogmas religiosos sobressaíram-se
aos conhecimentos científicos e as explicações racionais. Assim, BADARÓ (2003)
citado em SILVA & KEMP (2008, p.3), diz que com a expansão do cristianismo, as
peregrinações religiosas a Jerusalém multiplicaram-se.

De acordo com BARRETO (2001 apud SILVA & KEMP, 2008), a descoberta
da tumba de Santiago de Compostela, no século IX, foi um dos marcos importantes da
Idade Média, pois desta descoberta iniciaram as primeiras excursões pagas registadas
pela história, estas que contavam com líderes de equipe que serviam de “guia”,
organizavam o grupo, estipulavam regras de horários, alimentação e orações de suas
equipes.

“Três séculos mais tarde (no século XII), um monge chamado Aymeric Picaud,
organizou um roteiro completo de viagem indicando o caminho a partir da França até
a tumba de Santiago de Compostela, sendo esse documento, conhecido como o
primeiro guia turístico impresso da história (BARRETO, 2001) citado em SILVA &
KEMP (2008)”.

Nesse mesmo período, os reis católicos europeus, organizavam expedições,


religiosas e militares rumo a Jerusalém. O objetivo dos mesmos era o de libertar
Jerusalém do domínio Muçulmano, essas expedições eram denominadas cruzadas.
IGNARRA (2003, p. 4) apud SILVA & KEMP (2008), considera que as cruzadas foram
“precursoras do turismo de grupos”, bem como o início do desenvolvimento de técnicas
de acampamentos, que deram origem ao campismo.

A partir do século XI, destaca IGNARRA (2003) IBIDEM (2008) as viagens


tornaram-se mais seguras, surgindo novas vias terrestres que serviam para o transporte
de pessoas e mercadorias. Nessas viagens, as pessoas de maiores posses podiam se
hospedar em castelos e casas particulares, hospedarias e até mesmo barracas. Foi
também, a partir da Idade Média que as famílias nobres começaram a enviar seus filhos
para viagens de estudo e intercâmbio cultural nas principais cidades européias
(IGNARRA, 2003). BADARÓ (2003) destaca também que foi a partir do XIII, que as
relações entre Comércio e Turismo tornaram-se mais sólidas. (SILVA & KEMP, 2008).

2.2.3. Turismo na Idade Moderna

“Durante a Idade Moderna as peregrinações continuaram, em Roma


aproximadamente 1.500 peregrinos morrem por causa da peste negra. E neste contexto
surgem os primeiros alojamentos com o nome de hotel (palavra francesa que designava
os palácios urbanos). (MACEDO, 2010)”

Segundo COLANTUONO (2008, p.4), durante a época do Renascentismo


(século XIV a XVI), despontou na Europa uma grande produção artística e científica,
com isso, viajar tornou-se uma ambição cultural, oportunidade para adquirir
conhecimentos, aprender outros idiomas e desfrutar de aventuras. Estas viagens eram
realizadas principalmente pela parte masculina da nobreza e pelo clero. Também neste
período, Roma e Florença desenvolveram-se como destinos culturais, e não havendo
meios de comunicação abrangente (livros eram limitados), a única forma de conhecer o
mundo, era viajando.

Nessa época, também, o comércio passava por um período de grande expansão,


e já no século XVI surge o primeiro hotel do mundo, o Wekalet-Al-Ghury, no Cairo
(Egito), para atender mercadores. Na Itália apareceram as primeiras carruagens, que
tinham mais luxo do que conforto. Havia também algumas viagens de prazer; no mesmo
século registraram-se doze spas no continente, para pobres e doentes, com programas de
entretenimento (COLANTUONO, 2008). No século XVII houve uma considerável
melhora nos transportes, surgindo às primeiras linhas regulares de diligências
(BARRETO, 2001 apud COLANTUONO, 2008).

ANDRADE (1999) citado em COLANTUONO (2008), diz que nos séculos


XVIII e XIX, existia uma modalidade de turismo denominada “ Grand tour”, era
rotulada como “viagem de estudo” e assumia o valor de um diploma. Os turistas que
realizam o grand tour adquiriam um status social, por mais que na realidade as viagens
consistiam em grandes passeios de qualidade com atrativos prazerosos. Sendo uma
viagem de longa duração (entre 3 e 5 anos) que se fazia por distintos países europeus.
Desta atividade nasce palavras como turismo e turista. (MACEDO, 2010).

MACEDO (2010), afirma que também foi neste período da história, que
ressurgiram os interesses de visitar-se as antigas termas que haviam decaído na Idade
Média. Estas viagens tinham como motivação o entretenimento, a diversão, mas
também interesses medicinais em estâncias termais, pois também foi neste período que
descobriu-se o valor medicinal da argila, que era usada no banho para fins terapêuticos.

2.2.4. Turismo na Idade Contemporânea

De acordo com MACEDO (2010), a Idade Contemporânea inicia-se partindo da


Revolução Francesa (1789) e vai até à actual história do mundo ocidental. E nesta época
em que ocorrem os grandes avanços tecnológicos, para além do fenómeno da
globalização (revolução dos meios de comunicação e transporte), que alavancaram o
turismo, colocando-o em destaque dentro da economia global.

Também segundo MACEDO (2010), a Revolução Industrial foi o principal


factor contribuinte para esses avanços, dado que ao consolidar-se colocou a burguesia
em situação favorável e esta passou a dispor de recursos económicos e tempo livre para
a realização de viagens. Também a invenção das máquinas a vapor revolucionaram os
meios de transporte, tornando possível a substituição da tração animal pelo Comboio a
vapor, que percorre grandes distâncias com rapidez e o uso do vapor nas navegações
reduz o tempo de deslocamento.

Na Inglaterra surgem os primeiros empreendimentos que passam a oferecer


passagens de travessias transoceânicas e passam a dominar o mercado marítimo na
segunda metade do século XIX, o que favorece as correntes migratórias europeias para
as Américas. Sendo este o grande momento dos transportes marítimos e das companhias
navais (MACEDO, 2010), surgiu nessa época, o turismo de montanha ou saúde,
famosos sanatórios e clínicas privadas europeias e também era muito praticado o
turismo de balneário ao longo de toda a costa do mediterrâneo.
Segundo o CANAL HISTÓRIA (2020), o surgimento de Thomas Cook, como
empresário do turismo, foi fundamental para o desenvolvimento do turismo como
indústria. Sendo considerado o pai do turismo, Cook começou a escrever guias de
viagem (como conhecemos actualmente), denominados “Manual do Turista”.

Em 1841, Thomas Cook organizou a primeira viagem turística da história e, em


1855, levou um grupo de turistas numa rota através dos Países Baixos, Bélgica,
Alemanha e França. Também realizou uma volta ao mundo com um grupo de nove
turistas, que durou 222 dias (CANAL HISTÓRIA, 2020). Posteriormente, começaram a
aparecer as primeiras agências de viagens como a de Thomas Cook e a American
Express. Mais tarde, com o aparecimento do automóvel, a indústria do turismo não
parou de crescer, e graças a ele, o conhecimento cultural e histórico da população
também aumentaram exponencialmente, podendo visitar lugares históricos como as
pirâmides do Egipto ou o Coliseu Romano.

3. Conclusão
4. Referências Bibliográficas

CANAL HISTÓRIA. (2020, Setembro 28). Turismo: como começou o turismo na


história? [Web log post]. Extraído de: https://canalhistoria.pt/blogue/turismo-como-
comecou-o-turismo-na-historia/

COLANTUONO, A. C. S. (2015, 33-34). O processo histórico da actividade turística


mundial e nacional. [PDF].

JOSÉ, F. (2020, Junho 19). Turismo: conceito e a evolução histórica do Turismo. [Web
log post]. Extraído de: https://www.escolamz.com/2020/07/turismo-conceito-e-
evolucao-historica.html#gsc.tab=0

MACEDO, L. (2010, Janeiro 8). História do Turismo – Idade Média (Parte III). [Web
log post]. Extraído de: http://turismocriativo.blogspot.com/2010/01/historia-do-turismo-
parte-iii.html?m=1

MACEDO, L. (2010, Janeiro 18). História do Turismo – Idade Moderna (Parte IV).
[Web log post]. Extraído de: http://turismocriativo.blogspot.com/2010/01/historia-do-
turismo-parte-iv.html?m=1

MACEDO, L. (2010, Janeiro 20). História do Turismo – Idade Contemporânea (Parte


Final). [Web log post]. Extraído de:
http://turismocriativo.blogspot.com/2010/01/historia-do-turismo-parte-v.html?m=1

SILVA, O. V. & KEMP, S. R. A. (2008, Junho). A evolução histórica do Turismo: da


Antiguidade clássica a revolução industrial – século XVIII. [PDF].

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