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CAMPINAS
2016
MARIANA GRECO TAVORA DAINESE
ASSINATURA DO ORIENTADOR
CAMPINAS
2016
UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS
FACULDADE DE ENGENHARIA CIVIL, ARQUITETURA E URBANISMO
Mauro e Assunta.
AGRADECIMENTOS
Ao meu pai, pelas prazerosas discussões e por sempre se dispor a ler meus textos e
contribuir com suas sugestões. Ao meu marido e a todos da minha família pela
compreensão e apoio. Às minhas filhas, Cecília e Laura, pela paciência ao longo deste
trabalho, pela companhia tão especial nas visitas aos parques e por,
espontaneamente, testarem cada equipamento voltado ao lazer infantil! À minha mãe,
pelo apoio incondicional!
Às professoras Rozely dos Santos Ferreira e Lucila Chebel Labaki, pela participação
na banca de qualificação e pelas contribuições. À professora Norma Regina Truppel
Constantino e, novamente, a professora Lucila Chebel Labaki que compuseram a
banca de defesa.
Muito obrigada!
RESUMO
Several studies highlight the benefits related to the presence of green areas for urban
environments and society’s well being. In the cities, in general, the green areas are
vulnerable elements and increasingly scarce. The increase of urban population and
the perception of the negative effects of urbanization point to the importance of
planning urban spaces with due consideration of the natural processes. In this context,
urban green areas are key elements. This paper proposes an investigation about the
green areas of the city of Campinas, state of São Paulo. The purpose of the research
is to analyze the green areas of the municipality, in a systematic way, addressing
quantitative, qualitative, morphological and distribution aspects. Four categories and
two scales of analysis were adopted. Through quantitative and distributional analysis
categories, the green areas index per inhabitant and its distribution to outline the city
limits were investigated, which is the city scale. The categories of qualitative and
morphological analysis were applied to the local scale analysis, in this case, the parks
and its surroundings. Although Campinas total green area index is considered high,
aspects such as, the low urban density, the green areas spatial distribution and the
effective percentage of areas with potential for social use, reveal that most of the city
is still lacking in green areas. This survey results contributes to reinforce the
importance of green areas analysis in a systematic way, covering both quantitative and
qualitative aspects.
Figura 1 - Plano original do Emerald Necklace (1894), proposto por Olmsted .......... 19
Figura 2 - Modelos esquemáticos de distribuição dos espaços livres ....................... 29
Figura 3 - Áreas verdes de Curitiba 2007 .................................................................. 32
Figura 4 - Conformação do Município conforme a estratificação social. Gráfico
inspirado no clássico de Hoyt, da Escola de Chicago ............................................... 36
Figura 5 - Evolução do perímetro urbano do Município de Campinas....................... 38
Figura 6 - Legenda ampliada da evolução do perímetro urbano do Município de
Campinas .................................................................................................................. 38
Figura 7 - Evolução do perímetro urbano de Campinas ............................................ 39
Figura 8 - Mapa de ocupação urbana do território de Campinas .............................. 40
Figura 9 - Mapa das Macrozonas de Campinas ........................................................ 41
Figura 10 - Mapa das Unidades de Conservação de Campinas ............................... 45
Figura 11 - Perímetro urbano de Campinas .............................................................. 48
Figura 12 - Mapeamento das Áreas Verdes de Campinas - 2012............................. 50
Figura 13 - Mapeamento de Áreas Verdes de Campinas - 2015 .............................. 51
Figura 14 - Parques e Bosques de Campinas ........................................................... 52
Figura 15 - Categorias de Índice de Áreas Verdes Social (IAVS) por Habitante e
distribuição das UTBs por IAVS ................................................................................ 53
Figura 16 - Mapa 1: Densidade populacional e índices de área verde por habitante
por UTB ..................................................................................................................... 57
Figura 17 - Mapa 2: Densidade populacional e índices de área verde por habitante
por Setores Censitários – Censo 2010 (IBGE) .......................................................... 59
Figura 18 - Mapa 3 – Índices de área verde por habitante e densidade populacional
das UTBs................................................................................................................... 60
Figura 19 - Gráficos com as porcentagens do perímetro urbano que representa cada
intervalo de índice de área verde e densidade populacional consideradas .............. 61
Figura 20 - Mapa dos parques de Campinas ............................................................ 62
Figura 21 - Ficha resumo do Parque Lago do Café .................................................. 64
Figura 22 - Ficha resumo do Bosque dos Cambarás ................................................ 66
Figura 23 - Ficha resumo do Parque Pedreira do Chapadão .................................... 67
Figura 24 - Ficha resumo do Bosque dos Italianos ................................................... 69
Figura 25 - Ficha resumo do Bosque São José ........................................................ 70
Figura 26 - Ficha resumo do Bosque Augusto Ruschi .............................................. 71
Figura 27 - Ficha resumo do Bosque Valença .......................................................... 72
Figura 28 - Ficha resumo do Bosque dos Jequitibás ................................................ 73
Figura 29 - Ficha resumo do Bosque dos Artistas..................................................... 74
Figura 30 - Ficha resumo do Bosque dos Alemães................................................... 75
Figura 31 - Ficha resumo do Parque Ecológico Hermógenes de Freitas Leitão ....... 76
Figura 32 - Ficha resumo do Bosque Chico Mendes ................................................ 77
Figura 33 - Ficha resumo do Parque das Águas ....................................................... 78
Figura 34 - Ficha resumo do Bosque dos Guarantãs ................................................ 80
Figura 35 - Ficha resumo do Bosque da Paz ............................................................ 81
Figura 36 - Ficha resumo do Parque Portugal........................................................... 82
Figura 37 - Ficha resumo do Parque Ecológico Monsenhor Emilio José Salim ........ 84
Figura 38 - Ficha resumo do Parque Botânico .......................................................... 86
Figura 39 - Ficha resumo do Bosque Silvia Brandão Bertazzoli Bellucci .................. 87
Figura 40 - Ficha resumo do Parque Natural Municipal da Mata .............................. 88
Figura 41 - Ficha resumo do Parque Linear Ribeirão das Cabras ............................ 89
Figura 42 - Ficha resumo do Parque Linear Ribeirão das Pedras............................. 90
Figura 43 - Croqui com a análise morfológica do Bosque Valença ........................... 93
Figura 44 - Croqui com a análise morfológica da Pedreira do Chapadão ................. 95
Figura 45 - Croqui com a análise morfológica do Parque Ecológico Monsenhor José
Salim ......................................................................................................................... 97
Figura 47 - Croqui com a análise morfológica do Parque Portugal ........................... 99
LISTA DE ABREVATURAS E SIGLAS
AGRADECIMENTOS ........................................................................................... 06
RESUMO .............................................................................................................. 07
ABSTRACT .......................................................................................................... 08
4 RESULTADOS ....................................................................... 57
1 INTRODUÇÃO
parque. Para quatro dos parques estudados, encontram-se também os resultados das
análises dos aspectos morfológicos e da relação desses parques com o entorno.
Na DISCUSSÃO, quinto capítulo, discute-se acerca dos índices de área
verde por habitante, a interferência da densidade urbana e a possível relação dos
baixos índices de áreas verdes com aspectos econômicos e sociais no caso do
Município de Campinas. A respeito dos parques da cidade, discute-se, além de
algumas questões quantitativas, aspectos físicos e morfológicos e a relação desses
parques com o entorno. Por fim, apresenta-se uma breve discussão sobre a
comparação de alguns dos dados de Campinas com dados da cidade de Curitiba, que
é considerada nacionalmente referência em áreas verdes e em planejamento urbano.
As conclusões da pesquisa apresentam-se no sexto capítulo. A partir dos
resultados obtidos e discutidos, foi possível concluir que, apesar da cidade de
Campinas apresentar um índice geral de áreas verdes considerado alto, aspectos
como a baixa densidade urbana e a distribuição espacial das áreas verdes revelam
que boa parte da cidade é ainda carente de áreas verdes. Em relação aos parques da
cidade, foi possível constatar que ainda são poucos os que oferecem multiplicidade
de usos e bom estado de conservação de seus equipamentos. Constatou-se também
que os parques não se apresentam integrados a um sistema de áreas verdes: a
maioria dos parques implantam-se como ilhas verdes dentro do tecido urbano,
apresentando conexão visual exclusivamente com o seu entorno imediato, não
apontando, de modo geral, conexões com outras infraestruturas urbanas como vias,
calçadas, ciclovias, ou com outras áreas verdes. Conclui-se que a cidade, ao contar
com uma rede de áreas verdes que integre parques, praças, avenidas, corredores e
fragmentos verdes, poderia passar a oferecer melhor distribuição e diversificação do
verde pelo território.
16
2 REVISÃO DE LITERATURA
vivos em seu interior e em sua volta”. A autora destaca que as cidades refletem, sob
diversas formas, a busca do homem pelo contato com a natureza através de jardins,
parques, alamedas, propostas utópicas e cidades-jardins.
Segawa (1996) observa que a apreciação e valorização da paisagem
resultava de uma redefinição das relações entre o homem e a natureza e refletem no
surgimento, a partir do século XVI, de parques e jardins públicos em cidades da
Europa simultaneamente ao surgimento dos primeiros espaços ajardinados na
América.
Ao tratar das áreas verdes em diferentes épocas da história das cidades,
Loboda e De Angelis (2005) resgatam, por meio da contribuição de Segawa (1996),
registros, a partir do século XVI, do aparecimento de parques, jardins públicos e
espaços ajardinados na Europa e dos primeiros espaços ajardinados na América.
Spirn (1995) relata que, no século XIX, o intenso crescimento das cidades
e o aumento da poluição do ar e da água precipitaram o movimento da reforma
sanitarista, que, por sua vez, resultou em maciços investimentos em paisagismo e
infraestrutura: “À medida que as cidades se tornaram maiores e mais congestionadas,
a distância do campo e a nostalgia da natureza aumentaram enquanto queixas contra
a vida urbana” (SPIRN, 1995, p. 47).
Segawa (1996) destaca que “No final do século 19, o conceito de rua e do
parque arborizados como pulmões urbanos estava amplamente assimilado. Não
apenas em sua dimensão salubrista, como por um suposto caráter cívico” (SEGAWA,
1996, p. 70). O referido autor relata ainda que, também no Brasil, saneamento e
embelezamento eram debatidos em 1901 por ocasião do Congresso de Engenharia e
Indústria no Rio de Janeiro.
Os modelos, “imagens da cidade futura”, surgiram como resposta aos
efeitos negativos promovidos pela urbanização, alternativas aos modelos correntes,
considerados fracassados (CHOAY, 2005). Choay (2005) refere que urbanistas
desenharam suas concepções de alternativas à cidade liberal. Dentro das propostas
utópicas, está a da Cidade-Jardim, apresentada por Ebenezer Howard, no final do
século XIX.
O conceito das cidades-jardins de Howard que publicou em 1902,
recomendava a integração da indústria e comércio com habitações, jardins e
fazendas. O desenho da cidade, partindo de círculos concêntricos, tinha o objetivo de
18
1 NDUBISI, Forster. Landscape ecological planning. In: THOMPSON, G.; STEINER, F. (Ed.).
Ecological design and planning. New York: John Wiley & Sons, 1997. Cap.1. p. 9-44.
20
Áreas verdes urbanas são consideradas uma categoria dos espaços livres
das cidades caracterizadas por apresentar predominantemente elementos vegetais
em sua composição (BARGOS; MATIAS, 2011; BENINI; MARTIN, 2011;
CAVALHEIRO et al., 1999; HIJIOKA et al., 2007; LIMA et al., 1994).
Em inúmeros estudos sobre áreas verdes, termos como espaços verdes,
áreas verdes, verde urbano, cobertura vegetal, entre outros, são frequentemente
adotados indistintamente como sinônimos. A falta de consenso quanto aos conceitos
reflete-se nas diferentes formas adotadas para a mensuração das áreas verdes
urbanas. Divergências conceituais e metodológicas dificultam, por sua vez, a
comparação de dados e o acompanhamento da evolução dos índices e formas de
inserção das áreas verdes nos espaços urbanos (MASCARÓ; MASCARÓ, 2010;
OLIVEIRA; MASCARÓ, 2007)
As áreas verdes urbanas exercem, em razão do seu volume, distribuição,
densidade e tamanho, inúmeros benefícios ao seu entorno, proporcionando a
melhoria da qualidade de vida ao oferecerem áreas destinadas ao lazer, paisagismo
e preservação ambiental (CISOTTO, 2009). Além de contribuírem para que os
ambientes urbanos sejam mais saudáveis, os serviços ecossistêmicos prestados
pelas infraestruturas verdes podem trazer benefícios tanto para a saúde física como
para a saúde psicológica dos residentes (TZOULAS et al., 2007).
Dentre os benefícios ambientais relacionados à presença das áreas verdes
nas cidades está amenização da sensação térmica, alteração da velocidade e direção
dos ventos, atuação como barreiras acústicas, favorecimento e manutenção da
diversidade de flora e fauna, proteção de encostas, contribuição para a manutenção
do ciclo hidrológico e controle da poluição atmosférica, entre outros (MASCARÓ;
MASCARÓ, 2010; OLIVEIRA; MASCARÓ, 2007) .
Os espaços arborizados têm a capacidade de amenizar a sensação térmica
e os efeitos das ilhas de calor dos centros urbanos. A contribuição das áreas verdes
para o conforto térmico ocorre a partir da amenização do clima e está diretamente
relacionada ao sombreamento que é produzido por essas áreas.
22
2 PUPPI, I. C. Estruturação sanitária das cidades. In: Estruturação sanitária das cidades. [s.l.]
CETESB, 1981.
25
3 ONU: Organização das Nações Unidas; OMS: Organização Mundial da Saúde; FAO: Organização
das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura.
4 IZARD, Jean-Louis; GUYOT, Alain. Arquitectura bioclimatica. 2 ed. Ciudad de México: Gustavo Gili,
1983.
26
porcentagem de 30% foi também recomendada por Oke5 (1973) e Sattler6 (1990) apud
Castro, (1999).
O Quadro 1 a seguir apresenta a sugestão de índices urbanísticos para
espaços livres (JANTZEN7, 1973 apud CAVALHEIRO; DEL PICCHIA, 1992).
Quadro 1 - Sugestão de índices urbanísticos para espaços livres
Distância
Categorias M²/hab. Área mínima Propriedade
residência
Vizinhança
Até 6 anos 0,75 150 m² Até 100 m Pub. ou Part.
06-10 anos 0,75 450 m² Até 500 m Pub. ou Part.
10-17 anos 0,75 5000 m² 1.000 m Público
1.000 m ou
Parque de Bairro 6,0 10 ha Público
10 min.
1.200 m ou 30
Parque Distrital ou Setorial 6,0/7,0 100ha Público
min/veículo
200ha Área c/ Qualquer parte
Parque Regional s/ref. Público
água da cidade
Público ou
Cemitério 4,5 s/ref. s/ref.
Particular
3-5 ha p/ cada Perto de Público ou
Área para Esporte 5,5
1500 hab. escolas Particular
1,0 2 ha para cada Perto de Público ou
Balneário
1/10 0,2 hab. escolas Particular
Público ou
Horta Comunitária 12,0 300m² s/ref.
Particular
Junto ao
Verde viário s/ref. s/ref. Público
sistema viário
Fonte: Jantzen (1973) apud Cavalheiro e Del Picchia (1992).
5 OKE, T. R. City size and the urban heat island. Atmospheric Environment (1967), v. 7, n. 8, 1973.
p. 769-847. Department of Geography, University of British Columbia, Vancouver, B.C., Canada.
6 SATTLER, M. A. Medições de campo da transmissão da radiação solar através das árvores. In: I
8 CAVALHEIRO, F.; NUCCI, J.C. Espaços livres e qualidade de vida urbana. Paisagem Ambiente
Ensaios, n.11, p. 279-288, 1998.
28
(...) índices de área verde por habitante, embora sejam indicadores bastante
utilizados na determinação da qualidade ambiental das áreas urbanas, por si
só não são suficientes para garantir este objetivo. Em outras palavras, além
da quantidade devem ser considerados outros fatores, não menos
importantes, como a qualidade e distribuição das áreas verdes
(HILDEBRAND, 2001, p. 77).
9 LI, F. et al. Comprehensive concept planning of urban greening based on ecological principles: a case
study in Beijing, China. Landscape Urban Plann, v. 72, p. 325-356, 2005.
10 SCHRIJNEN, P. M. Infrastructure networks and red-green patterns in city regions. Landscape Urban
O Central Park não oferece uma distribuição uniforme do verde pelo tecido
urbano de Manhattan; entretanto oferece a implantação e escala corretas
somadas a múltiplos possíveis usos, ou seja, são parâmetros além de
questões quantitativas que permitem a compreensão do conjunto urbano e
de sua relação com a área verde (TAVORA; MONTEIRO, 2015).
populosa do Brasil (IBGE 2010). O município de Curitiba possui uma área territorial
de 435,036 km² e densidade demográfica de 4.027,04 hab/km².
No final do ano de 2014, Curitiba atingiu pontuação acima da média no ranking
verde do Siemens Index11 e foi a única cidade da América Latina a ser incluída no
ranking das cidades eco-friendly, ou ecologicamente corretas. A cidade foi premiada
com o título “Cidade Verde” pelo Global Green City Award12, durante a Rio + 20, sendo
a única cidade da América do Sul a receber este título.
A respeito de Curitiba, Castelnou (2009) destaca que “foi a partir da década
de 1970 que se introduziu na cidade o conceito de aproveitamento de áreas verdes
como espaços de lazer e recreação, além de indicadores de qualidade de vida
urbana”. O mesmo autor chama a atenção para o processo de espetacularização da
natureza e apropriação dos parques enquanto instrumentos de marketing para
divulgação da cidade. Ribeiro e Silveira (2006) apontam para a menor preocupação
com as áreas periféricas em comparação com as áreas mais centrais e com mais
apelo turístico.
A cidade possui 101.607.497,69 m² de áreas verdes, o que equivale a
23,51% da área da cidade e representa um índice de 58m²/habitante (IPPUC, 2015).
Fonte: Elaborado pelo IPPUC, em abril de 2012, com base em dados da Secretaria
Municipal do Meio Ambiente da Prefeitura Municipal de Curitiba (2007).
e organização das cidades (...). Com base nos modelos dos movimentos
norte-americanos Civic Art e City Beautiful, dois novos conceitos foram
amplamente difundidos naquele período e se fizeram presentes nos Planos
de Prestes Maia: o de Parque, com dimensões e atividades diferenciadas dos
antigos Jardins Públicos, e o de Sistema de Áreas Verdes, o qual abrangia
todas as áreas urbanas arborizadas, bem como todas as áreas públicas
destinadas ao deleite e recreação, visualizando toda a cidade como um
grande parque. (LIMA, 2007, p.2)
(SÃO PAULO, 2000). A cidade está localizada entre a latitude 22°53'20"S e longitude
47°04'40"W, a 680 m de altitude; possui área de 796,4 km², sendo 388,9km² de
perímetro urbano e 407,5 km² de área rural (PMC, 2015c). O clima caracteriza-se por
verão quente e chuvoso e inverno seco e ameno, com precipitação média de 1.424,5
milímetros por ano (CEPAGRI, 2016). O Município está a 100 km de distância da
capital do Estado de São Paulo. Tem como principais vias de acesso as rodovias
Bandeirantes, Anhanguera, D. Pedro I e Santos Dumont (PMC, 2015)
O Município possui atualmente um perímetro urbano com área de 388,9
km², resultado de uma sequência de leis que foram sendo criadas para as
consecutivas ampliações da delimitação da sua área urbana, que pode ser observado
na Figura 5 (na Figura 6, apresenta-se a ampliação da legenda, para melhor
compreensão). O documento intitulado Caracterização Urbana (PMC, 2006),
disponível no Termos de Referência do Plano Diretor de 2006, aponta que, por
diversas vezes, o perímetro foi alterado com o objetivo de “ajustar legalmente dentro
do perímetro as ampliações e aprovações de loteamentos efetuadas anteriormente”
ou, ainda, para atender a “pedidos de parcelamento aprovados, bem como aqueles
que se encontravam em tramitação nos órgãos públicos da administração municipal”.
38
1200
1000
800
Acréscimo de área (m²)
600
Área total (m²)
400
200
Como observado por Freitas (2008), “só no ano de 1979, ano de publicação
da Lei 6.766, foram acrescidos mais de 227 milhões de metros quadrados à área
urbana” (FREITAS, 2008, p. 101). A referida lei federal impôs uma restrição em seu
artigo 3º ao definir que “somente será admitido o parcelamento do solo para fins
urbanos em zonas urbanas, de expansão urbana ou de urbanização específica, assim
definidas pelo plano diretor ou aprovadas por lei municipal” (BRASIL, 1979). Freitas
(2008, p. 103) destaca também que, com base na Instrução Normativa 17-b, de 1980,
do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária-INCRA, “proprietários de terra
têm conseguido empreender loteamentos rurais para fins urbanos, fechados na forma
de ‘condomínio’”. Destaca também que essas implantações causam grandes
impactos ambientais:
Processo de Ocupação, Área Urbana Não Ocupada e Área Rural. Esse mapa, definido
pela Prefeitura como de Leitura Ambiental, oferece mais do que informações
ambientais, pois apresenta consonância com as diretrizes do Estatuto da Cidade, ao
diferenciar áreas com base no tipo de ocupação e destacar as áreas de expansão
urbana, representadas pelas Áreas Urbanas Não Ocupadas. . A PMC optou, no Plano
Diretor de 2006, por dar mais ênfase a macrozonas que levavam em conta aspectos
urbano-morfológicos antes da definição dos limites rural-urbano e da salvaguarda de
mananciais. O Plano definiu assim nove macrozonas, conforme Figura 9.
Figura 8 - Mapa de ocupação urbana do território de Campinas
É uma metrópole [RMC] quase tão extensa quanto a de São Paulo, embora
possua um quinto da população da RMSP. Apresenta densidades muito
baixas, pois mescla trechos urbanizados de forma descontínua com áreas de
características rurais. As áreas dispersas localizam-se ao longo de rodovias,
próximas de entroncamentos viários, pois buscam boa acessibilidade. [...]
Não há mais distinção entre área urbana e área rural, pois a urbanização está
onde existe infraestrutura (FREITAS, 2008, p. 129).
Municipal n.º 17.742/12 (PMC, 2012b). A arborização urbana é disciplinada pela Lei
Municipal nº 11.571/03 (PMC, 2003), que, entre outros, disciplina o plantio, o replantio,
a poda, a supressão e o uso adequado e planejado da arborização urbana, e pelo
Decreto nº 15.986/07 (PMC, 2007), que dispõe sobre o Guia de Arborização Urbana
de Campinas.
A Prefeitura Municipal de Campinas divulgou em 2012 o Mapeamento das
Áreas Verdes de Campinas, que registrou um total de 10.038 ha de áreas verdes
incluindo remanescentes florestais, bosques, parques, praças e canteiros.
Os dados obtidos com o mapeamento foram comparados aos resultados
do mapeamento realizado por Santin (1999); foram incluídas áreas de bosques
mistos, capoeiras, capões de vegetação exótica e nativa, agrupamentos de indivíduos
arbóreos, reflorestamentos e áreas de várzea que não haviam sido mapeados no
trabalho de Santin (1999), por não se configurarem como remanescentes florestais. O
mapeamento foi concluído em 2012 e está disponível em ambiente digital (PMC,
2012a).
O Município possui duas Unidades de Conservação de Proteção Integral e
quatro Unidades de Conservação de Uso Sustentável. As Unidades de Conservação
de Proteção Integral são o Parque Natural Municipal do Campo Grande e o Parque
Natural Municipal dos Jatobás. As Unidades de Conservação de Uso Sustentável são
a Área de Relevante Interesse Ecológico Mata de Santa Genebra, a Área de Proteção
Ambiental (APA) de Campo Grande, a APA de Campinas, a APA Juqueri-Mirim
(Figura 10).
45
3 MATERIAL E MÉTODOS
Monumento/obra de
Estado de conservação
arte
Lago / espelho d’água
Presença / ausência – sem avaliação
/ curso d'água
Parques e bosques com área de até Parques e bosques com área de até
200.000 m² e média da nota da 200.000 m² e média da nota da
avaliação dos equipamentos até 2,5. avaliação dos equipamentos acima de
Selecionado o parque ou bosque com 2,5. Selecionado o parque ou bosque
menor nota. com menor nota.
200.000
Acima de
4 RESULTADOS
A partir do Mapa 1 (Figura 16), foi possível observar que áreas com baixas
taxas de densidade populacional fazem parte do perímetro urbano do Município e que
elas apresentam altos índices de áreas verdes quando comparadas com os índices
do restante da área analisada. Partindo dessa primeira observação, optou-se por
produzir outros mapas que permitissem a análise dos índices de área verde de regiões
do perímetro urbano que já apresentassem densidade urbana mínima, ou seja, que
não fossem áreas do perímetro urbano voltadas à expansão urbana, mas áreas
urbanizadas propriamente ditas. Para permitir maior precisão quanto à identificação
das diferentes taxas de densidade populacional, considerou-se, na produção dos
próximos mapas, a divisão do território em Setores Censitários, adotada pelo IBGE.
O Mapa 3 (Figura 18) foi elaborado para a realização das análises sobre a
distribuição das áreas verdes mapeadas. Esse mapa foi produzido a partir do
cruzamento do Mapeamento de Áreas Verdes de 2015 com os dados demográficos
60
Pode-se identificar, por meio dele, o índice de área verde por habitante e a
densidade populacional de cada UTB. Foram adotados intervalos para o índice de
área verde até 15m²/hab, entre 16 e 30m²/hab, entre 31 e 60m²/hab e acima de
60m²/hab. Para as taxas de densidade populacional, os intervalos adotados foram até
500hab/km², entre 501 e 1.000hab/km², entre 1.001 e 3.000hab/km², entre 3.001 e
6.000hab/km², e acima de 6.000hab/km².
O Mapa 3 (Figura 18) permite observar que, em geral, as áreas com índices
mais altos de área verde por habitante coincidem com as áreas com mais baixas taxas
de densidade populacional. As UTBs com índice de área verde acima de 60m²/hab
possuem densidade populacional de até 3.000 hab/km². Nenhuma UTB com
densidade acima de 6.000hab/km² apresenta índice de área verde acima de
61
15hab/km². Com exceção das UTBs 23, 36 e 45, uma parcela reduzidíssima do
território de Campinas apresenta densidade populacional acima de 3.000hab/km² e
índice de área verde acima de 30hab/km².
Os gráficos (Figura 19) a seguir também foram elaborados com base nos
dados do Mapa 3. O gráfico da esquerda permite observar as porcentagens do
perímetro urbano que apresenta cada um dos intervalos que foram considerados para
índice de área verde por habitante e para densidade populacional. A partir do gráfico,
é possível verificar que 26,45% do perímetro urbano apresentam densidade
populacional de até 500 hab/km². Quanto aos índices de área verde, 30,27% do
perímetro urbano apresentam índice de área verde acima de 30m²/hab, 10,52%
apresentam entre 20 e 30m²/hab, 15,01% apresentam entre 10 e 20m²/hab e 17,75%
apresentam até 10m²/hab. O gráfico da direita identifica os intervalos das taxas de
densidade para cada intervalo de índice de área verde que foi considerado.
Área do
Parque Macrozona
Parque (m²)
1 Parque Lago do Café MZ4 330.000
2 Bosque dos Cambarás MZ5 58.300
3 Pedreira do Chapadão MZ4 130.000
4 Bosque dos Italianos MZ4 14.411
5 Bosque São José MZ4 33.600
6 Bosque Augusto Ruschi MZ5 26.000
7 Bosque Valença MZ5 37.958,14
8 Bosque dos Jequitibás MZ4 104.111,49
9 Bosque dos Artistas MZ4 7.773
10 Bosque dos Alemães MZ4 20.580
11 Parque Ecológico Hermógenes de Freitas Leitão MZ3 135.000
12 Bosque Chico Mendes MZ4 34.000
13 Parque das Águas MZ4 287.518,49
14 Bosque dos Guarantãs MZ4 87.016
15 Bosque da Paz - Bosque Yitzhak Rabin MZ4 65.000
16 Parque Portugal – Lagoa do Taquaral MZ4 2.200.000
17 Parque Ecológico Monsenhor Emílio José Salim MZ4 2.850.000
18 Parque Botânico MZ4 411.978,90
19 Bosque Silvia Brandão Bertazzoli Bellucci MZ9 18.160
20 Parque do Aterro Santa Bárbara*
21 PNM da Mata MZ9 335.162,25
22 Parque Linear Ribeirão das Cabras MZ1 16.140,30
23 Parque Linear Ribeirão das Pedras MZ3 390.739,79
*Parque não implantado / não identificado
Fonte: Elaborado pela autora a partir do Plano do Verde – Diagnóstico Preliminar (2015a) e do PMC –
Plano Diretor (2006).
Área: 330.000 m2
UTB: 25
Bairro: Taquaral
Macrozona: MZ4
Estrutura Física
Área: 58.300m²
UTB: 51
Bairro: DIC V
Macrozona: MZ5
Estrutura Física
Área: 130.000m²
UTB: 17
Bairro: Chapadão
Macrozona: MZ4
Estrutura Física
Área: 14.411m²
UTB: 18
Bairro: Guanabara
Macrozona: MZ4
Estrutura Física
Área: 33.600m²
UTB: 57
Bairro: Vila Lemos
Macrozona: MZ4
Estrutura Física
Área: 26.000m²
UTB: 51
Bairro: DIC I
Macrozona: MZ5
Estrutura Física
Área: 38.000m²
UTB: 45
Bairro: Valença I
Macrozona: MZ5
Estrutura Física
Área: 104.111,49m²
UTB: 35
Bairro: Bosque
Macrozona: MZ4
Estrutura Física
O Bosque dos Jequitibás é uma das mais antigas áreas de lazer da cidade.
Com 104.111,49m², está localizado em área densamente urbanizada, na região
central da cidade. O bosque, que recebeu intervenções propostas por Ramos de
Azevedo, a pedido do então proprietário Francisco Bueno de Miranda, passou à
administração pública municipal em 1915 (LIMA, 2012). Em 1970, o zoológico do
bosque foi tombado pelo Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arquitetônico,
Artístico e Turístico do Estado de São Paulo (CONDEPHAAT); em 1993, todo o
conjunto do bosque foi tombado pelo Conselho de Defesa do Patrimônio Artístico e
Cultural de Campinas (CONDEPACC) e, em 1995, o zoológico foi reconhecido pelo
Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA).
O entorno do parque é marcado pela proximidade de importantes vias de
ligação da cidade, como o cruzamento da avenida Aquidaban e via expressa
Waldemar Paschoal e, as avenidas Dr. Moraes Salles e Princesa D´Oeste, sendo que
esta última compõe o eixo de ligação norte-sul da cidade. O acesso ao bosque é feito
pela Avenida Aquidaban, por um único portão de acesso. Os terrenos de frente para
74
Área: 7.773m²
UTB: 61
Bairro: Swift
Macrozona: MZ4
Estrutura Física
Área: 20.580m²
UTB: 18
Bairro: Jd. Guanabara
Macrozona: MZ4
Estrutura Física
A área do bosque foi doada à prefeitura em 1928 pela empresa San Paulo
Land Company Limited. O bosque é um resquício de mata do complexo do planalto
central. No final da década de 1970, fez-se um projeto de reurbanização para o parque
com o objetivo de preservar a mata remanescente; o local foi cercado, foram
instalados equipamentos de lazer e executou-se o percurso interno (FUTADA, 2007).
Área: 135.000m²
UTB: 5
Bairro: Barão Geraldo
Macrozona: MZ3
Estrutura Física
Área: 34.000 m²
UTB: 26
Bairro: Pq. São Quirino
Macrozona: MZ4
Estrutura Física
O Bosque Chico Mendes situa-se no bairro Parque São Quirino. A área foi
doada ao Município no início da década de 1970, época em que ocorreu o loteamento
Chácaras São Quirino (CISOTTO, 2009). O bosque é um dos remanescentes de
floresta nativa da cidade. Limita-se com as ruas Moscou e Herculano Graciole e com
o muro do Condomínio Chácaras de São Quirino.
O entorno do bosque Chico Mendes é ocupado predominantemente por
uso residencial. A tipologia e o padrão das edificações do entorno são muito
contrastantes. Na rua Moscou, o núcleo residencial Parque Dom Bosco, conhecido
como favela Moscou, é uma área que começou com a ocupação irregular às margens
do córrego Anhumas e que abriga população de baixa renda. No Condomínio
78
Chácaras de São Quirino, as casas são todas de alto padrão, com grandes terrenos
e áreas de lazer privativas. Residências com até dois pavimentos de padrão médio
são também encontradas nas proximidades.
O bosque conta com quadra poliesportiva, minicampo, equipamentos de
ginástica, playground, passarela de cimento e bancos públicos.
Área: 287.518,49m²
UTB: 63
Bairro: Pq. Jambeiro
Macrozona: MZ4
Estrutura Física
Área: 87.016m²
UTB: 60
Bairro: Jd. Nova Europa
Macrozona: MZ4
Estrutura Física
Área: 65.000 m²
UTB: 29
Bairro: Jd. Madalena
Macrozona: MZ4
Estrutura Física
Área: 2.200.000m²
UTB: 27
Bairro: Taquaral
Macrozona: MZ4
Estrutura Física
Área: 2.850.000m²
UTB: 37
Bairro: Vila Brandina
Macrozona: MZ4
Estrutura Física
13 Heloísa Barbosa da Silva, citada como fonte do texto ilustrativo da página do CONDEPHAAT a
respeito do tombamento da sede da Fazenda Mato Dentro, na Estrada de Souzas, Campinas.
Disponível em:
<http://www.cultura.sp.gov.br/portal/site/SEC/menuitem.bb3205c597b9e36c3664eb10e2308ca0/?v
gnextoid=91b6ffbae7ac1210VgnVCM1000002e03c80aRCRD&Id=976044e37d52c010VgnVCM100
0001c01a8c0____>. Acesso em: 11 set. 2001.
86
Área: 500.000m²
UTB: 64
Bairro: Swiss Park
Macrozona: MZ4
Estrutura Física
Área: 18.160m²
UTB: 12
Bairro: Pq. Sta. Bárbara
Macrozona: MZ5
Estrutura Física
Área: 335.162,25 m²
UTB: 12
Bairro: Pq. São Jorge
Macrozona: MZ5
Estrutura Física
Área: 16.140,30 m²
UTB: 41 e 42
Bairro: Sousas e J. Egídio
Macrozona: MZ1
Área: 390.739,79 m²
UTB: 5, 23 e 25
Bairro: Diversos bairros
Macrozona: MZ3
5 DISCUSSÃO
(2015a), quando considerou a área total do Município sem distinção entre áreas rurais
ou urbanas, ocupadas ou não.
A identificação e visita aos 22 parques implantados de Campinas permitiu
reconhecer, além dos equipamentos e estrutura física oferecidos em cada parque, sua
inserção no tecido urbano. Em relação à inserção dos parques no tecido urbano, foi
possível observar que eles estão isolados, sem interligação com outras estruturas
verdes da cidade. Nesse sentido, não atendem à recomendação apontada por
Tzoulas et al. (2007), de que os elementos verdes das cidades devem estar presentes
em quantidade suficiente e interligados, a fim de criar uma estrutura verde contínua.
As exceções são os parques lineares, que, pela configuração física e por
acompanharem cursos d’água, apresentam continuidade, promovendo a interligação
de fragmentos verdes e dos parques Portugal e Lago do Café, que se localizam lado
a lado.
Dos parques analisados, doze possuem lago, lagoa, espelho d’água ou
curso d’água. São eles: Lago do Café, Pedreira do Chapadão, Bosque Augusto
Ruschi, Bosque dos Jequitibás, Parque Ecológico Hermógenes de Freitas Leitão,
Parque das Águas, Bosque da Paz, Parque Botânico, Bosque Sílvia Brandão
Bertazzoli Bellucci, Parque Linear Ribeirão das Cabras e Parque Linear Ribeirão das
Pedras.
Fragmentos de remanescentes florestais estão presentes em onze
parques: Bosque dos Cambarás, Bosque dos Italianos, Bosque São José, Bosque
Augusto Ruschi, Bosque dos Jequitibás, Bosque dos Alemães, Bosque Chico
Mendes, Bosque dos Guarantãs, Parque Ecológico Monsenhor Emílio José Salim,
Bosque Sílvia Brandão Bertazzoli Bellucci, Parque Linear Ribeirão das Pedras. A
presença dos remanescentes confere aos parques funções ecológicas associadas à
preservação de espécies e suporte à fauna. Os fragmentos de mata nativa atribuem
também valor estético a eles e ao entorno imediato, além de contribuírem para o
controle do microclima – como constatado, por exemplo, pelo trabalho de Castro
(1999). Essas áreas, em razão da densidade e disposição das espécies arbóreas,
podem interferir positivamente na atenuação do clima urbano, que, conforme
apontado por Labaki et al. (2011), está associada às densidades e disposição das
árvores.
104
Densidade
Cidade Área territorial (km²) População (2010)
demográfica (hab/km²)
Com base nos dados acima expostos, é possível observar que, apesar de
apresentar um índice de área verde por habitante inferior ao de Campinas, Curitiba
apresenta o dobro da porcentagem de área verde. Essa comparação também ilustra
a ressalva de Rosset (2005) acerca da interferência da densidade populacional nos
estudos sobre as áreas verdes.
Como para o caso de Campinas foi possível identificar que áreas com
densidades abaixo de 5hab/km² fazem parte do perímetro urbano e que uma alta
porcentagem do Município é ocupada por área rural, o Quadro 12 a seguir permite
comparar os dados quanto às porcentagens de área verde considerando cada um
desses recortes.
106
Porcentagem de
Cidade - recorte Área (km²) Área verde (m²)
área verde
Campinas - município 794,57 94.600.000,00 11,91%
Porcentagem Porcentagem
Cidade - recorte Parques (m²) parques/áreas parques/área
verdes (%) recorte (%)
Campinas - município 7.593.449,36 8,03% 0,96%
6 CONCLUSÕES
REFERÊNCIAS
GÓMEZ, F.; TAMARIT, N.; JABALOYES, J. Green zones, bioclimatics studies and
human comfort in the future development of urban planning. Landscape and Urban
Planning, v. 55, n. 3, p. 151–161, 2001.
TZOULAS, K. et al. Promoting ecosystem and human health in urban areas using
Green Infrastructure: A literature review. Landscape and Urban Planning, v. 81, n.
3, p. 167–178, 20 jun. 2007.
ZHOU, X.; PARVES RANA, M. Social benefits of urban green space: A conceptual
framework of valuation and accessibility measurements. Management of
Environmental Quality: An International Journal, v. 23, n. 2, p. 173–189, 24 fev.
2012.
115
APÊNDICE
LAGO DO CAFÉ
Área: 330.000 m2
UTB: 25
Bairro: Taquaral
Macrozona: MZ4
Estrutura Física
Fotos
Área: 58.300m²
UTB: 51
Bairro: DIC V
Macrozona: MZ5
Estrutura Física
Fotos
PEDREIRA DO CHAPADÃO
118
Área: 130.000m²
UTB: 17
Bairro: Chapadão
Macrozona: MZ4
Estrutura Física
Fotos
Área: 14.411m²
UTB: 18
Bairro: Guanabara
Macrozona: MZ4
Estrutura Física
Fotos
Área: 33.600m²
UTB: 57
Bairro: Vila Lemos
Macrozona: MZ4
Estrutura Física
Fotos
Área: 26.000m²
UTB: 51
Bairro: DIC I
Macrozona: MZ5
Estrutura Física
Fotos
Área: 38.000m²
UTB: 45
Bairro: Valença I
Macrozona: MZ5
Estrutura Física
Fotos
Área: 104.111,49m²
UTB: 35
Bairro: Bosque
Macrozona: MZ4
Estrutura Física
Fotos
Área: 7.773m²
UTB: 61
Bairro: Swift
Macrozona: MZ4
Estrutura Física
Fotos
Área: 20.580m²
UTB: 18
Bairro: Jd. Guanabara
Macrozona: MZ4
Estrutura Física
Fotos
Área: 135.000m²
UTB: 5
Bairro: Barão Geraldo
Macrozona: MZ3
Estrutura Física
Fotos
Área: 34.000 m²
UTB: 26
Bairro: Pq. São Quirino
Macrozona: MZ4
Estrutura Física
Fotos
Área: 287.518,49m²
UTB: 63
Bairro: Pq. Jambeiro
Macrozona: MZ4
Estrutura Física
Fotos
Área: 87.016m²
UTB: 60
Bairro: Jd. Nova Europa
Macrozona: MZ4
Estrutura Física
Fotos
BOSQUE DA PAZ
130
Área: m²
UTB: 29
Bairro: Jd. Madalena
Macrozona: MZ4
Estrutura Física
Fotos
Área: 2.200.000m²
UTB: 27
Bairro: Taquaral
Macrozona: MZ4
Estrutura Física
Fotos
Área: 2.850.000m²
UTB: 37
Bairro: Vila Brandina
Macrozona: MZ4
Estrutura Física
Fotos
Área: 500.000m²
133
UTB: 64
Bairro: Swiss Park
Macrozona: MZ4
Estrutura Física
Fotos
Área: 18.160m²
UTB: 12
Bairro: Pq. Sta. Bárbara
Macrozona: MZ5
Estrutura Física
Fotos
Área: 335.162,25 m²
UTB: 12
Bairro: Pq. São Jorge
Macrozona: MZ5
Estrutura Física
Fotos
Área: 16.140,30 m²
UTB: 41 e 42
Bairro: Sousas e J. Egídio
Macrozona: MZ1
Fotos
Área: 390.739,79 m²
UTB: 5, 23 e 25
Bairro: Diversos bairros
Macrozona: MZ3
Fotos