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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS

Faculdade de Engenharia Civil, Arquitetura e Urbanismo

MARIANA GRECO TAVORA DAINESE

ÁREAS VERDES URBANAS: POR UMA


ABORDAGEM SISTÊMICA

CAMPINAS
2016
MARIANA GRECO TAVORA DAINESE

ÁREAS VERDES URBANAS: POR UMA


ABORDAGEM SISTÊMICA

Dissertação de Mestrado apresentada à


Faculdade de Engenharia Civil, Arquitetura e
Urbanismo da Unicamp, para obtenção do
título de Mestra em Arquitetura, Tecnologia e
Cidade na área de Arquitetura, Tecnologia e
Cidade.

Orientador: Prof. Dr. Evandro Ziggiatti


Monteiro

ESTE EXEMPLAR CORRESPONDE À VERSÃO FINAL DA


DISSERTAÇÃO DEFENDIDA PELA ALUNA MARIANA GRECO
TAVORA DAINESE E ORIENTADA PELO PROF. DR. EVANDRO
ZIGGIATTI MONTEIRO

ASSINATURA DO ORIENTADOR

CAMPINAS
2016
UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS
FACULDADE DE ENGENHARIA CIVIL, ARQUITETURA E URBANISMO

ÁREAS VERDES URBANAS: POR UMA ABORDAGEM SISTÊMICA

Mariana Greco Távora Dainese

Dissertação de Mestrado aprovada pela Banca Examinadora, constituída por:

Prof. Dr. Evandro Ziggiatti Monteiro


Presidente e Orientador / UNICAMP

Profa. Dra. Norma Regina Truppel Constantino


UNESP

Profa. Dra. Lucila Chebel Labaki


UNICAMP

A Ata da defesa com as respectivas assinaturas dos membros encontra-se


no processo de vida acadêmica do aluno.

Campinas, 26 de agosto de 2016


Dedico este trabalho aos meus

queridos avós: João, Ester,

Mauro e Assunta.
AGRADECIMENTOS

Esta dissertação foi possível graças à participação de muitos colaboradores!

Agradeço ao professor Evandro pelo tempo dedicado à orientação deste trabalho.

Ao meu pai, pelas prazerosas discussões e por sempre se dispor a ler meus textos e
contribuir com suas sugestões. Ao meu marido e a todos da minha família pela
compreensão e apoio. Às minhas filhas, Cecília e Laura, pela paciência ao longo deste
trabalho, pela companhia tão especial nas visitas aos parques e por,
espontaneamente, testarem cada equipamento voltado ao lazer infantil! À minha mãe,
pelo apoio incondicional!

À minha irmã, Beatriz, e ao amigo Clewerson Schraiber, que gentilmente muito me


ajudaram na elaboração dos mapas. À amiga Bruna Zanotto pela ajuda com mapas e
ícones dos equipamentos. À amiga Thaís Onaga, com quem sempre pude contar para
as visitas a campo, classificação e organização de várias informações. À Renata pela
pronta ajuda com a revisão do resumo em inglês. À Isabel e ao Mauro Vitor, irmãos
queridos que também me apoiaram.

Às professoras Rozely dos Santos Ferreira e Lucila Chebel Labaki, pela participação
na banca de qualificação e pelas contribuições. À professora Norma Regina Truppel
Constantino e, novamente, a professora Lucila Chebel Labaki que compuseram a
banca de defesa.

À querida Clarice Spoladore, pela atenção e revisão do texto.

À equipe da Secretaria do Verde e Desenvolvimento Sustentável, pela


disponibilização de informações, especialmente a Mariana Cisotto e Paulo Egydio,
pela atenção.

Agradeço também aos amigos da Caixa Econômica Federal, pela compreensão e


apoio. E ao incentivo das queridas Rosângela Maria Greco e Sílvia Távora, Carla
Cordeiro, Vânia Nakajima, Camila Souza, Vivian Rondon, Érica Nakahashi, Mika
Daido, Lea Patrício, Valéria Peres e Patrícia Sanches.

Muito obrigada!
RESUMO

Diversos estudos destacam os benefícios relacionados à presença das áreas verdes


para os ambientes urbanos e o bem estar da sociedade. Nas cidades, de modo geral,
as áreas verdes são elementos vulneráveis e cada vez mais escassos. O aumento da
população urbana e a percepção de efeitos negativos da urbanização apontam para
a importância de planejar espaços urbanos com as devidas considerações dos
processos naturais. Neste contexto, as áreas verdes urbanas são elementos
fundamentais. O presente trabalho propõe uma investigação acerca das áreas verdes
da cidade de Campinas, no Estado de São Paulo. O objetivo da pesquisa é analisar
as áreas verdes do Município de forma sistêmica, abordando aspectos quantitativos,
qualitativos, morfológicos e de distribuição. Adotaram-se quatro categorias de análise
e duas escalas de abordagem. Por meio das categorias de análise quantitativa e
distributiva, foram investigados os índices de área verde por habitante e a distribuição
das áreas verdes para o recorte do perímetro urbano, escala da cidade. As categorias
de análise qualitativa e morfológica foram aplicadas para as análises da escala local,
neste caso, os parques e seu entorno. Apesar de Campinas apresentar um índice
geral de áreas verdes considerado alto, aspectos como a baixa densidade urbana, a
distribuição espacial das áreas verdes e a efetiva porcentagem de áreas com potencial
para utilização social revelam que boa parte da cidade é ainda carente de áreas
verdes. Os resultados da pesquisa contribuem para reforçar a importância de analisar
as áreas verdes de forma sistêmica, contemplando tanto aspectos quantitativos como
aspectos qualitativos.

Palavras-chave: Paisagem urbana; Área verde; Infraestrutura verde; Morfologia


urbana; Sustentabilidade.
ABSTRACT

Several studies highlight the benefits related to the presence of green areas for urban
environments and society’s well being. In the cities, in general, the green areas are
vulnerable elements and increasingly scarce. The increase of urban population and
the perception of the negative effects of urbanization point to the importance of
planning urban spaces with due consideration of the natural processes. In this context,
urban green areas are key elements. This paper proposes an investigation about the
green areas of the city of Campinas, state of São Paulo. The purpose of the research
is to analyze the green areas of the municipality, in a systematic way, addressing
quantitative, qualitative, morphological and distribution aspects. Four categories and
two scales of analysis were adopted. Through quantitative and distributional analysis
categories, the green areas index per inhabitant and its distribution to outline the city
limits were investigated, which is the city scale. The categories of qualitative and
morphological analysis were applied to the local scale analysis, in this case, the parks
and its surroundings. Although Campinas total green area index is considered high,
aspects such as, the low urban density, the green areas spatial distribution and the
effective percentage of areas with potential for social use, reveal that most of the city
is still lacking in green areas. This survey results contributes to reinforce the
importance of green areas analysis in a systematic way, covering both quantitative and
qualitative aspects.

Keywords: Urban landscape; Green area; Green infrastructure; Urban morphology,


Sustainability.
LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Plano original do Emerald Necklace (1894), proposto por Olmsted .......... 19
Figura 2 - Modelos esquemáticos de distribuição dos espaços livres ....................... 29
Figura 3 - Áreas verdes de Curitiba 2007 .................................................................. 32
Figura 4 - Conformação do Município conforme a estratificação social. Gráfico
inspirado no clássico de Hoyt, da Escola de Chicago ............................................... 36
Figura 5 - Evolução do perímetro urbano do Município de Campinas....................... 38
Figura 6 - Legenda ampliada da evolução do perímetro urbano do Município de
Campinas .................................................................................................................. 38
Figura 7 - Evolução do perímetro urbano de Campinas ............................................ 39
Figura 8 - Mapa de ocupação urbana do território de Campinas .............................. 40
Figura 9 - Mapa das Macrozonas de Campinas ........................................................ 41
Figura 10 - Mapa das Unidades de Conservação de Campinas ............................... 45
Figura 11 - Perímetro urbano de Campinas .............................................................. 48
Figura 12 - Mapeamento das Áreas Verdes de Campinas - 2012............................. 50
Figura 13 - Mapeamento de Áreas Verdes de Campinas - 2015 .............................. 51
Figura 14 - Parques e Bosques de Campinas ........................................................... 52
Figura 15 - Categorias de Índice de Áreas Verdes Social (IAVS) por Habitante e
distribuição das UTBs por IAVS ................................................................................ 53
Figura 16 - Mapa 1: Densidade populacional e índices de área verde por habitante
por UTB ..................................................................................................................... 57
Figura 17 - Mapa 2: Densidade populacional e índices de área verde por habitante
por Setores Censitários – Censo 2010 (IBGE) .......................................................... 59
Figura 18 - Mapa 3 – Índices de área verde por habitante e densidade populacional
das UTBs................................................................................................................... 60
Figura 19 - Gráficos com as porcentagens do perímetro urbano que representa cada
intervalo de índice de área verde e densidade populacional consideradas .............. 61
Figura 20 - Mapa dos parques de Campinas ............................................................ 62
Figura 21 - Ficha resumo do Parque Lago do Café .................................................. 64
Figura 22 - Ficha resumo do Bosque dos Cambarás ................................................ 66
Figura 23 - Ficha resumo do Parque Pedreira do Chapadão .................................... 67
Figura 24 - Ficha resumo do Bosque dos Italianos ................................................... 69
Figura 25 - Ficha resumo do Bosque São José ........................................................ 70
Figura 26 - Ficha resumo do Bosque Augusto Ruschi .............................................. 71
Figura 27 - Ficha resumo do Bosque Valença .......................................................... 72
Figura 28 - Ficha resumo do Bosque dos Jequitibás ................................................ 73
Figura 29 - Ficha resumo do Bosque dos Artistas..................................................... 74
Figura 30 - Ficha resumo do Bosque dos Alemães................................................... 75
Figura 31 - Ficha resumo do Parque Ecológico Hermógenes de Freitas Leitão ....... 76
Figura 32 - Ficha resumo do Bosque Chico Mendes ................................................ 77
Figura 33 - Ficha resumo do Parque das Águas ....................................................... 78
Figura 34 - Ficha resumo do Bosque dos Guarantãs ................................................ 80
Figura 35 - Ficha resumo do Bosque da Paz ............................................................ 81
Figura 36 - Ficha resumo do Parque Portugal........................................................... 82
Figura 37 - Ficha resumo do Parque Ecológico Monsenhor Emilio José Salim ........ 84
Figura 38 - Ficha resumo do Parque Botânico .......................................................... 86
Figura 39 - Ficha resumo do Bosque Silvia Brandão Bertazzoli Bellucci .................. 87
Figura 40 - Ficha resumo do Parque Natural Municipal da Mata .............................. 88
Figura 41 - Ficha resumo do Parque Linear Ribeirão das Cabras ............................ 89
Figura 42 - Ficha resumo do Parque Linear Ribeirão das Pedras............................. 90
Figura 43 - Croqui com a análise morfológica do Bosque Valença ........................... 93
Figura 44 - Croqui com a análise morfológica da Pedreira do Chapadão ................. 95
Figura 45 - Croqui com a análise morfológica do Parque Ecológico Monsenhor José
Salim ......................................................................................................................... 97
Figura 47 - Croqui com a análise morfológica do Parque Portugal ........................... 99
LISTA DE ABREVATURAS E SIGLAS

APA – Área de Proteção Ambiental


APP – Área de Proteção Permanente
ARIE- Área de Relevante Interesse Ecológico
CEPAGRI - Centro de Pesquisas Meteorológicas e Climáticas Aplicadas a Agricultura
CONDEPACC - Conselho de Defesa do Patrimônio Cultural de Campinas
EMPLASA - Empresa Paulista de Planejamento Metropolitano
EPA - A Agencia de Proteção da Água dos Estados Unidos
IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
IGC - Instituto Geográfico e Cartográfico
IPPUC - Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Curitiba
PMC – Prefeitura Municipal de Campinas
PMV – Plano Municipal do Verde
RMC – Região Metropolitana de Campinas
RMSP – Região Metropolitana de São Paulo
SEPLAMA – Secretaria Municipal de Planejamento e Desenvolvimento Urbano
(Prefeitura Municipal de Campinas)
UTB – Unidade Territorial Básica
SUMÁRIO

AGRADECIMENTOS ........................................................................................... 06

RESUMO .............................................................................................................. 07

ABSTRACT .......................................................................................................... 08

LISTA DE FIGURAS ............................................................................................ 09

LISTA DE ABREVATURAS E SIGLAS ............................................................... 11

1 INTRODUÇÃO ..................................................................... 133

2 REVISÃO DE LITERATURA ....................................................................... 16

2.1 ÁREAS VERDES URBANAS ...................................................................... 16

2.2 O MUNICÍPIO DE CAMPINAS ................................................................... 344

3 MATERIAL E MÉTODOS ............................................................................ 46

3.1 BASE DE DADOS E MAPAS ...................................................................... 47

3.2 LEVANTAMENTOS E VISITAS A CAMPO ................................................. 53

4 RESULTADOS ....................................................................... 57

4.1 ÍNDICES DE ÁREA VERDE POR HABITANTE E DISTRIBUIÇÃO DAS


ÁREAS VERDES DE CAMPINAS ....................................................................... 57

4.2 PARQUES DE CAMPINAS ......................................................................... 62

4.3 BOSQUE VALENÇA, PARQUE PEDREIRA DO CHAPADÃO, PARQUE


ECOLÓGICO MONSENHOR JOSÉ SALIM E PARQUE PORTUGAL ............... 92

5 DISCUSSÃO ................................................................... 102

6 CONCLUSÕES ..................................................................... 108

REFERÊNCIAS .................................................................................................. 110

APÊNDICE ......................................................................................................... 115


13

1 INTRODUÇÃO

O aumento da população urbana e a percepção dos efeitos negativos da


urbanização apontam para a importância de planejar os espaços da cidade com as
devidas considerações dos processos naturais. A preocupação com a
sustentabilidade desses ambientes tornou-se uma grande inquietação, por aglutinar
aspectos sociais, econômicos e ambientais. O equilíbrio entre cidade e natureza e as
diversas possibilidades de interação entre seus elementos é parte integrante da
discussão sobre a sustentabilidade urbana. A presença das áreas verdes nas cidades
e a relação dessas áreas com a distribuição da população pelo território representam
aspectos objetivos cujos dados são imprescindíveis para fomentar as tomadas de
decisão.
No Brasil, alguns programas propõem classificar os municípios com base
em determinados indicadores, como os índices de área verde por habitante dos
municípios. Entretanto, os diferentes critérios de mapeamento de áreas verdes muitas
vezes permitem distorções do índice de áreas verdes, e as diferentes terminologias e
metodologias adotadas para o cálculo dos índices dessas áreas acabam resultando
na má utilização das informações. Nesse contexto, além da questão quantitativa,
aspectos como a qualidade, a morfologia e a distribuição das áreas verdes, também
são importantes, mais que isso, podem ser condicionantes para o bom desempenho
dos seus benefícios e da garantia da sustentabilidade em ambientes urbanos.
Esta dissertação propõe uma investigação acerca das áreas verdes da
cidade de Campinas, no Estado de São Paulo. O objetivo da pesquisa é analisar as
áreas verdes do Município de forma sistêmica, abordando aspectos quantitativos,
qualitativos, morfológicos e de distribuição. Esse objetivo resulta da crítica aos índices
apenas quantitativos que são comumente calculados.
O Município, sede da região metropolitana, está localizado a 100
quilômetros (km) da capital do Estado. Por meio do documento intitulado Plano
Municipal do Verde – Diagnóstico, a Prefeitura Municipal de Campinas (PMC)
divulgou, em novembro de 2015, que as “Áreas Verdes do município totalizam 9,46
mil ha, o que corresponde a 87,67 m²/habitante” (PMC, 2015a, p. 22). Nesse
diagnóstico, para o conceito de áreas verdes, consideraram-se áreas com vegetação
de qualquer porte, área permeável mínima de 70% e área mínima de 200 metros
14

quadrados (m²). A população considerada foi a determinada pelo Instituto Brasileiro


de Geografia e Estatística (IBGE) no Censo de 2010: 1.080.113 habitantes (IBGE,
2010). O mesmo diagnóstico traz a relação de parques e áreas de proteção da cidade.
A pesquisa buscou responder às seguintes questões: Alto índice geral de
áreas verdes significa, para o caso de Campinas, que a cidade oferece à população,
de forma democrática, a possibilidade de contato com áreas verdes? Quais aspectos,
além dos quantitativos, devem ser considerados para analisar as áreas verdes do
ponto de vista urbanístico? Onde e como estão os parques da cidade?
A esta introdução, segue-se o capítulo 2, REVISÃO DE LITERATURA,
subdividido em três tópicos. No tópico AS ÁREAS VERDES NOS ESTUDOS
URBANOS, abordam-se pesquisas de autores consagrados da área do urbanismo –
que se destacam por terem considerado, em suas pesquisas ou propostas
urbanísticas, a presença do verde na cidade. Nos tópicos TERMOS, CONCEITOS E
PRINCIPAIS BENEFÍCIOS e QUANTIFICAÇÃO E QUALIFICAÇÃO DAS ÁREAS
VERDES, abordam-se as definições para áreas verdes, os principais benefícios
associados a elas e a problemática relativa à quantificação e qualificação das áreas
verdes. No tópico O MUNICÍPIO DE CAMPINAS, apresentam-se, resumidamente,
aspectos históricos sobre a cidade com base no trabalho de pesquisadores que
analisaram o Município sob essa perspectiva, considerando também a óptica das
áreas verdes e aspectos físico-territoriais. Pesquisas realizadas sobre as áreas verdes
da cidade de Campinas – tanto aquelas com o objetivo de inventariar áreas verdes da
cidade ou compreender o impacto da expansão urbana da cidade sobre as áreas
verdes, como as que investigaram, em áreas verdes da cidade, impactos no conforto
térmico que elas proporcionam.
No terceiro capítulo, MATERIAL E MÉTODOS, relacionam-se e
descrevem-se as categorias e escalas de análise adotadas, os materiais utilizados e
os procedimentos aplicados para a elaboração das bases de dados utilizadas,
realização das visitas a campo e organização e apresentação das informações.
Nos RESULTADOS, quarto capítulo, encontram-se os resultados obtidos a
partir dos mapas com a distribuição dos índices de área verde e densidades
populacionais da cidade de Campinas. Encontram-se também a leitura dos parques,
as análises qualitativas dos equipamentos e estrutura e as fichas-resumo de cada
15

parque. Para quatro dos parques estudados, encontram-se também os resultados das
análises dos aspectos morfológicos e da relação desses parques com o entorno.
Na DISCUSSÃO, quinto capítulo, discute-se acerca dos índices de área
verde por habitante, a interferência da densidade urbana e a possível relação dos
baixos índices de áreas verdes com aspectos econômicos e sociais no caso do
Município de Campinas. A respeito dos parques da cidade, discute-se, além de
algumas questões quantitativas, aspectos físicos e morfológicos e a relação desses
parques com o entorno. Por fim, apresenta-se uma breve discussão sobre a
comparação de alguns dos dados de Campinas com dados da cidade de Curitiba, que
é considerada nacionalmente referência em áreas verdes e em planejamento urbano.
As conclusões da pesquisa apresentam-se no sexto capítulo. A partir dos
resultados obtidos e discutidos, foi possível concluir que, apesar da cidade de
Campinas apresentar um índice geral de áreas verdes considerado alto, aspectos
como a baixa densidade urbana e a distribuição espacial das áreas verdes revelam
que boa parte da cidade é ainda carente de áreas verdes. Em relação aos parques da
cidade, foi possível constatar que ainda são poucos os que oferecem multiplicidade
de usos e bom estado de conservação de seus equipamentos. Constatou-se também
que os parques não se apresentam integrados a um sistema de áreas verdes: a
maioria dos parques implantam-se como ilhas verdes dentro do tecido urbano,
apresentando conexão visual exclusivamente com o seu entorno imediato, não
apontando, de modo geral, conexões com outras infraestruturas urbanas como vias,
calçadas, ciclovias, ou com outras áreas verdes. Conclui-se que a cidade, ao contar
com uma rede de áreas verdes que integre parques, praças, avenidas, corredores e
fragmentos verdes, poderia passar a oferecer melhor distribuição e diversificação do
verde pelo território.
16

2 REVISÃO DE LITERATURA

2.1 ÁREAS VERDES URBANAS

A presença dos elementos verdes nas cidades já foi tema de diversos


pesquisadores de várias áreas do conhecimento ao longo dos estudos sobre as
cidades. Atualmente a preocupação com a relação entre cidade e natureza parece
estar sendo abordada com mais frequência, especialmente em razão dos impactos
gerados pela cidade sobre o meio ambiente. As áreas verdes urbanas, assim como o
ar, as águas urbanas e o solo são elementos naturais presentes nas cidades. No caso
das áreas verdes, são elementos que podem ser encontrados em remanescentes
florestais, em parques, praças, bosques, reservas, áreas de preservação e áreas de
cultura e cultivo. São consideradas essenciais à manutenção da diversidade biológica
de espécies animais e vegetais, ao equilíbrio climático, à proteção do solo. Oferecem
ainda qualidade estética e identidade aos ambientes e paisagens urbanas, além de
diversas oportunidades para práticas esportivas, lazer ao ar livre e contemplação.
Tornaram-se objeto de diversos estudos, alguns dos quais, considerados mais
relevantes para a presente pesquisa, serão abordados a seguir.

2.1.1 As Áreas Verdes nos Estudos Urbanos

Cidade e natureza, abordadas de forma interdisciplinar, passaram a ser


temática bastante explorada, e urbanistas, geógrafos, biólogos, economistas e muitos
outros profissionais de diferentes campos do conhecimento se ocupam do estudo dos
instigantes espaços urbanos e suas relações com a natureza.
As cidades são consideradas “o maior artefato já criado pelo homem [...]
objetos de desejos, desafios, oportunidades” (LEITE, 2012). Na definição de Rueda
(2000), “as cidades são ecossistemas interdependentes de outros sistemas que
constituem seu entorno, formando uma unidade íntima cidade-entorno“.
Spirn (1995) se debruçou sobre o estudo da relação entre natureza e
cidade e defende que os processos naturais sejam considerados nos projetos de
expansão e redesenho das cidades. Nas palavras de Spirn (1995, p 15), “A natureza
permeia a cidade, forjando as relações entre ela e o ar, o solo, a água e os organismos
17

vivos em seu interior e em sua volta”. A autora destaca que as cidades refletem, sob
diversas formas, a busca do homem pelo contato com a natureza através de jardins,
parques, alamedas, propostas utópicas e cidades-jardins.
Segawa (1996) observa que a apreciação e valorização da paisagem
resultava de uma redefinição das relações entre o homem e a natureza e refletem no
surgimento, a partir do século XVI, de parques e jardins públicos em cidades da
Europa simultaneamente ao surgimento dos primeiros espaços ajardinados na
América.
Ao tratar das áreas verdes em diferentes épocas da história das cidades,
Loboda e De Angelis (2005) resgatam, por meio da contribuição de Segawa (1996),
registros, a partir do século XVI, do aparecimento de parques, jardins públicos e
espaços ajardinados na Europa e dos primeiros espaços ajardinados na América.
Spirn (1995) relata que, no século XIX, o intenso crescimento das cidades
e o aumento da poluição do ar e da água precipitaram o movimento da reforma
sanitarista, que, por sua vez, resultou em maciços investimentos em paisagismo e
infraestrutura: “À medida que as cidades se tornaram maiores e mais congestionadas,
a distância do campo e a nostalgia da natureza aumentaram enquanto queixas contra
a vida urbana” (SPIRN, 1995, p. 47).
Segawa (1996) destaca que “No final do século 19, o conceito de rua e do
parque arborizados como pulmões urbanos estava amplamente assimilado. Não
apenas em sua dimensão salubrista, como por um suposto caráter cívico” (SEGAWA,
1996, p. 70). O referido autor relata ainda que, também no Brasil, saneamento e
embelezamento eram debatidos em 1901 por ocasião do Congresso de Engenharia e
Indústria no Rio de Janeiro.
Os modelos, “imagens da cidade futura”, surgiram como resposta aos
efeitos negativos promovidos pela urbanização, alternativas aos modelos correntes,
considerados fracassados (CHOAY, 2005). Choay (2005) refere que urbanistas
desenharam suas concepções de alternativas à cidade liberal. Dentro das propostas
utópicas, está a da Cidade-Jardim, apresentada por Ebenezer Howard, no final do
século XIX.
O conceito das cidades-jardins de Howard que publicou em 1902,
recomendava a integração da indústria e comércio com habitações, jardins e
fazendas. O desenho da cidade, partindo de círculos concêntricos, tinha o objetivo de
18

garantir o contato dos habitantes com a natureza. O campo seria o elemento


separador das diversas cidades-jardins, cada qual com um número limite de
habitantes estabelecido. O modelo recomendava a descentralização com controle da
ocupação física das cidades e a aproximação entre cidade e áreas verdes por meio
da integração entre as vantagens da cidade com as belezas e benefícios do campo
(CALABI, 2012; CHOAY, 2005; SPIRN, 1995).
A proposta de Howard (2013) e a imagem de integração entre natureza e
cidade influenciaram outros planos para as cidades e, ainda hoje, as alternativas de
vida urbana em contato com os espaços verdes são muito valorizadas.
O biólogo escocês Patrick Geddes incorporou uma visão mais real e
contextualizada ao estudo dos espaços urbanos quando introduziu análises
geomorfológicas, demográficas, socioeconômicas e históricas para o estudo do
território. Para Geddes, as “formas da natureza são expressão de um fenômeno
vitalista unitário” (CALABI, 2012). Geddes, ao contrário de Howard, não preconizava
que a cidade devesse se limitar a um tamanho ideal ou a um determinado número
máximo de habitantes: ele a entendia como uma continuidade do campo e como um
organismo em constante evolução. Abordou assim o planejamento em escala
regional, não se limitando à escala da cidade, defendendo também a existência de
uma confederação das cidades mundiais a fim de promover a paz e a cooperação
(SARMENTO, 2004).
A preocupação com questões ambientais tornou-se frequente e mais
presente à medida que outras demandas passaram a ser incluídas na pauta de
discussões. O arquiteto paisagista Frederick Law Olmsted, por exemplo, por meio de
projetos de parques e bulevares, incorporou às suas propostas aspectos ambientais.
Ele considerava que o contato com a natureza trazia contribuições para a saúde física
e mental da sociedade. Considerado visionário no século XIX, seus projetos
incorporavam elementos naturais locais e tinham como objetivo oferecer qualidade de
vida aos usuários (AKINAGA, 2014). O projeto do Emerald Park (Figura 1), localizado
em Boston (no estado de Massachusetts, Estados Unidos), desenvolvido por Olmsted
entre 1878 e 1895, é um importante exemplo de intervenção que, ao ser concebido,
incluiu a consideração de questões sanitárias e a integração de parques existentes.
Seu projeto original, que não foi totalmente executado, abarcava uma área de oito
milhões de metros quadrados (BONZI, 2014).
19

Executado apenas em parte, o famoso Emerald Necklace é um dos projetos


de paisagem mais importantes da história. O “colar de esmeraldas” tem 10
km de extensão e é formado por parques interligados por parkways e cursos
d’água, em traçado que envolve boa parte dos setores norte e oeste da
cidade de Boston. [...] O Emerald Necklace também se conecta a parques
existentes antes de sua criação: o histórico Boston Common, o parque mais
antigo dos Estados Unidos, e o Arnold Arboretum (BONZI, 2014).

Figura 1 - Plano original do Emerald Necklace (1894), proposto por Olmsted

Fonte: Bonzi (2014).

Ndubisi1 (1997) apud Monteiro (2012) relata a abordagem das questões


ambientais como uma ampliação do enfoque higienista, cuja preocupação era mais
restrita e as soluções propostas eram de cunho imediatista. A abordagem “ambiental”
pretende incluir de forma holística os vários temas associados ao meio ambiente,
abarcando, dessa forma, a preocupação com aspectos culturais e com os impactos
futuros das ações e intervenções atuais, não se restringindo à solução dos problemas
presentes.

Paralelamente às iniciativas de embelezamento e higienistas, que tanto


caracterizaram os primeiros esforços no sentido de reequilibrar as naturezas
artificial e natural das cidades, desde o século XVII houve ações pioneiras a
buscar esse equilíbrio através de métodos de planejamento da paisagem
(MONTEIRO, 2012).

1 NDUBISI, Forster. Landscape ecological planning. In: THOMPSON, G.; STEINER, F. (Ed.).
Ecological design and planning. New York: John Wiley & Sons, 1997. Cap.1. p. 9-44.
20

Jane Jacobs (2003), ao analisar a vitalidade urbana, aborda, sob diversos


aspectos, as áreas verdes da cidade. Em seu livro, publicado originalmente em 1961,
a autora discorre sobre a importância da diversidade e da saudável multiplicidade de
usos para garantia da vitalidade dos espaços urbanos, entre eles, os parques e áreas
livres e verdes da cidade. Para ela, parques impopulares oferecem tanta insegurança
quanto ruas desertas.

Os parques impopulares preocupam não só pelo desperdício e pelas


oportunidades perdidas que implicam, mas também pelos efeitos negativos
constantes. Eles sofrem dos mesmos problemas das ruas sem olhos, e seus
riscos espalham-se pela vizinhança, de modo que as ruas que os margeiam
ganham fama de perigosas e são evitadas (JACOBS, 2003, p. 103).

Jacobs (2003) discorre sobre as características de parques que contribuem


para que esses espaços sejam apropriados e utilizados de forma diversificada e
destaca quatro elementos de projeto: “complexidade”, entendida como múltiplos
possíveis motivos para que um parque seja frequentado em diversos horários;
“centralidade”, local de destaque; “insolação” e “delimitação espacial” (p. 112-116). A
respeito da localização, Jacobs (2003, p. 112-113) afirma que “os parques mais
problemáticos localizam-se exatamente onde as pessoas não passam e
provavelmente nunca vão passar”.

Quanto mais a cidade conseguir mesclar a diversidade de usos e usuários do


dia a dia das ruas, mais a população conseguirá animar e sustentar com
sucesso e naturalidade (e também economicamente) os parques bem-
localizados, que assim poderão dar em troca à vizinhança prazer e alegria
em vez de sensação de vazio (JACOBS, 2003, p. 121).

Contemporâneo de Jacobs, Kevin Lynch (2010) pesquisou a percepção


social dos espaços urbanos e a imagem da cidade enquanto uma produção coletiva
de seus usuários e observou que estes relataram alterar os percursos realizados
dentro da cidade para passarem por áreas com paisagens mais agradáveis conferidas
por áreas verdes. Lynch propôs como elementos de análise da imagem da cidade:
caminhos, bairros, limites, pontos nodais e marcos visuais. Esses elementos e a
metodologia de leitura da imagem da cidade desenvolvida pelo autor são ainda hoje
frequentemente considerados nos estudos dos espaços urbanos.
21

2.1.2 Termos, Conceitos e Principais Benefícios Associados às Áreas Verdes


Urbanas

Áreas verdes urbanas são consideradas uma categoria dos espaços livres
das cidades caracterizadas por apresentar predominantemente elementos vegetais
em sua composição (BARGOS; MATIAS, 2011; BENINI; MARTIN, 2011;
CAVALHEIRO et al., 1999; HIJIOKA et al., 2007; LIMA et al., 1994).
Em inúmeros estudos sobre áreas verdes, termos como espaços verdes,
áreas verdes, verde urbano, cobertura vegetal, entre outros, são frequentemente
adotados indistintamente como sinônimos. A falta de consenso quanto aos conceitos
reflete-se nas diferentes formas adotadas para a mensuração das áreas verdes
urbanas. Divergências conceituais e metodológicas dificultam, por sua vez, a
comparação de dados e o acompanhamento da evolução dos índices e formas de
inserção das áreas verdes nos espaços urbanos (MASCARÓ; MASCARÓ, 2010;
OLIVEIRA; MASCARÓ, 2007)
As áreas verdes urbanas exercem, em razão do seu volume, distribuição,
densidade e tamanho, inúmeros benefícios ao seu entorno, proporcionando a
melhoria da qualidade de vida ao oferecerem áreas destinadas ao lazer, paisagismo
e preservação ambiental (CISOTTO, 2009). Além de contribuírem para que os
ambientes urbanos sejam mais saudáveis, os serviços ecossistêmicos prestados
pelas infraestruturas verdes podem trazer benefícios tanto para a saúde física como
para a saúde psicológica dos residentes (TZOULAS et al., 2007).
Dentre os benefícios ambientais relacionados à presença das áreas verdes
nas cidades está amenização da sensação térmica, alteração da velocidade e direção
dos ventos, atuação como barreiras acústicas, favorecimento e manutenção da
diversidade de flora e fauna, proteção de encostas, contribuição para a manutenção
do ciclo hidrológico e controle da poluição atmosférica, entre outros (MASCARÓ;
MASCARÓ, 2010; OLIVEIRA; MASCARÓ, 2007) .
Os espaços arborizados têm a capacidade de amenizar a sensação térmica
e os efeitos das ilhas de calor dos centros urbanos. A contribuição das áreas verdes
para o conforto térmico ocorre a partir da amenização do clima e está diretamente
relacionada ao sombreamento que é produzido por essas áreas.
22

As árvores, isoladas ou em grupos, atenuam grande parte da radiação


incidente, impedindo que sua totalidade atinja o solo ou as construções. A
vegetação propicia resfriamento passivo em uma edificação por meio do
sombreamento e da evapotranspiração. O sombreamento atenua a radiação
solar incidente e, consequentemente, o aquecimento das superfícies,
reduzindo a temperatura superficial destas, portanto, a emissão de radiação
de onda longa para o meio. Através da evapotranspiração, ocorre o
resfriamento das folhas e do ar adjacente, devido à retirada de calor latente
(LABAKI et al., 2011).

Labaki et al. (2011) destacaram que a quantidade e o arranjo das espécies


arbóreas, bem como suas características morfológicas, interferem diretamente nos
níveis de atenuação da radiação solar.

Os agrupamentos arbóreos exercem influência numa escala maior do que


uma única árvore. Ou seja, a disposição de elementos arbóreos pode
aumentar a capacidade de redução da temperatura do ar e a atenuação da
radiação incidente, bem como intensificar as sensações de conforto térmico
ao usuário num determinado raio (LABAKI et al., 2011).

Pesquisas apontam ainda que as características físicas das diferentes


espécies arbóreas influenciam o desempenho da atenuação da radiação solar
incidente no solo e que a disposição das árvores influencia no desempenho e raio de
ação para modificação do microclima e conforto térmico (ABREU; LABAKI, 2010;
ABREU-HARBICH; LABAKI; MATZARAKIS, 2015; MASCARÓ, 2008).
A pesquisa de Dobbert (2014) comprovou a interferência das árvores no
microclima urbano pelo estudo de caso de quatro bairros de Campinas, em que
constatou que a presença das árvores contribui para a redução da temperatura do ar
e para o aumento da umidade relativa. Dacanal et al. (2008, p. 10), ao estudarem
comparativamente três diferentes pontos localizados em fundo de vale em Campinas,
demonstraram que “as edificações funcionam como barreiras na condução do ar
canalizado” e identificaram maior permeabilidade do ar em regiões menos adensadas
e mais vegetadas. Dacanal (2011, p. 37), com base em estudos de pesquisadores,
observa que “há indícios de que o efeito de parques urbanos sobre o entorno tenha
uma extensão aproximadamente igual à sua largura. Assim, em áreas verdes de
pequena dimensão, o efeito oásis é localizado”.
Quando conformadas como um sistema, ou seja, quando interligadas entre
si, as áreas verdes compõem corredores ecológicos que permitem o fluxo da fauna e
as trocas biológicas necessárias à sua manutenção. Em especial os remanescentes
florestais, mas também as áreas urbanas reflorestadas, cumprem importante papel
23

quanto à manutenção de espécies, contribuindo para evitar o processo de extinção de


vegetação (DRAMSTAD; OLSON; FORMAN, 1996; MASCARÓ; MASCARÓ, 2010).
Os benefícios sociais oferecidos pelas áreas verdes urbanas incluem a
possibilidade do lazer ao ar livre, contribuições à saúde física e psicológica, contato
social, oportunidades educacionais, esportivas e científicas para públicos de todas as
idades (LOBODA; DE ANGELIS, 2005; OLIVEIRA; MASCARÓ, 2007; WOLCH;
BYRNE; NEWELL, 2014; ZHOU; PARVES RANA, 2012).

(...) epidemiological studies have provided evidence of a positive relationship


between longevity and access to green space (Takano et al.,
2002 and Tanaka et al., 1996), and between green space and self-reported
health (de Vries et al., 2003) (TZOULAS et al., 2007).

As áreas verdes, sobretudo praças, parques e jardins urbanos, permitem


sua utilização como espaços de lazer e recreação. O lazer ao ar livre contribui para o
desenvolvimento físico e emocional, estimula o convívio entre classes sociais
diferentes, oferece oportunidades para práticas esportivas e assim contrapõe a
segregação social da vida restrita às áreas de lazer de clubes e condomínios e aos
hábitos sedentários (MAZZEI; COLESANTI; DOS SANTOS, 2007; ZHOU; PARVES
RANA, 2012). Quando localizadas a até 300 metros de distancia das residências as
áreas são mais facilmente acessadas e os benefícios sociais ocorrem com mais
intensidade (STIGSDOTTER et al., 2010).
Mascaró (2008, p. 153), destaca que o mobiliário urbano “contribui para a
estética e para funcionalidade dos espaços, da mesma forma que promove a
segurança e conforto dos usuários”. Nos parques e praças, mobiliário, equipamentos
voltados ao lazer e à prática de esportes contribui para aumentar a diversidade e
possíveis benefícios sociais desses espaços.
Além dos benefícios ambientais e sociais, as áreas verdes urbanas são
elementos da paisagem em conjunto com outras formas de espaços livres e os
espaços construídos. A esse respeito, Lamas (1993) destaca:

Do canteiro à árvore, ao jardim de bairro ou grande parque urbano, as


estruturas verdes constituem também elementos identificáveis na estrutura
urbana; caracterizam a imagem da cidade; têm a individualidade própria;
desempenham funções precisas; são elementos de composição e do
desenho urbano; servem para organizar, definir e conter espaços (LAMAS,
1993, p. 106)..
24

A possibilidade de integrar áreas urbanas descontínuas é uma importante


função que pode ser exercida pelas áreas verdes, especialmente quando
conformadas como um sistema de áreas verdes. A esse respeito, Moreno (2006, p. 2)
destaca: “Além de colaborar com o conforto térmico, a economia urbana e a qualidade
de vida do citadino, as áreas verdes podem promover uma continuidade entre as
áreas periféricas e o tecido urbano”.
Loboda e De Angelis apontam, porém, que poucas cidades possuem áreas
verdes distribuídas de forma organizada e que, apesar de todas as cidades possuírem
áreas verdes públicas, tratam-se de “espaços dispersos pela malha
urbana”(LOBODA; DE ANGELIS, 2009, p. 137). A população deveria poder desfrutar
de espaços públicos abertos, entre os quais, áreas verdes, parques e praças, de forma
equitativa e com mais ou menos a mesma facilidade de acesso – o que dependeria
da quantidade adequada aliada à “ordenação de um sistema”. (PUPPI2, 1981 apud
OLIVEIRA; MASCARÓ, 2007).

2.1.3 Quantificação e Qualificação das Áreas Verdes Urbanas

A disponibilidade de áreas verdes acessíveis e atraentes é considerada


uma parte integrante da qualidade de vida urbana (Van HERZELE; WIEDEMANN,
2002). Os autores destacam que, segundo a maioria dos estudos a respeito, parques
de bairro podem ser considerados acessíveis quando são situados a cinco minutos
em uma caminhada, em outras palavras, quando se localizam a até 400 m de distância
das residências, e que as pessoas buscam nas áreas verdes urbanas diversidade de
equipamentos e estruturas naturais e sociais.
De acordo com Morero, Santos e Fidalgo (2007), no País ainda há muita
parcimônia em dispor espaços para o lazer, sobretudo em áreas urbanas mais pobres,
o que pode degradar a qualidade de vida dos moradores.

Há mais de vinte anos atrás Gold (1980) já afirmava que a tarefa do


planejamento de áreas verdes é inventariar, analisar e projetar informações
que relacionem pessoas (comportamentos), tempo (lazer) e atividades
(recreação) num espaço (recursos do meio) e numa área geográfica (unidade
de planejamento), usando critérios ou dimensões (indicadores) que são
sensíveis a mudanças de características físicas, necessidades sociais e

2 PUPPI, I. C. Estruturação sanitária das cidades. In: Estruturação sanitária das cidades. [s.l.]
CETESB, 1981.
25

prioridades políticas de uma comunidade (MORERO; SANTOS; FIDALGO,


2007, p. 19)

Bargos e Matias (2011) destacam a importância do conhecimento tanto da


localização como da classificação das áreas verdes urbanas para direcionar a tomada
de decisão dos responsáveis pelo poder público no que diz respeito a ações de
controle, manutenção e ampliação dessas áreas. Os pesquisadores ressalvam que as
diferentes terminologias e metodologias adotadas para o cálculo dos índices de áreas
verdes pode resultar em má utilização das informações:

A falta de clareza e consenso para a definição das terminologias e as


diferentes metodologias utilizadas para obtenção do IAV pode induzir a falsas
interpretações e a um uso político incorreto dessas áreas no ambiente
urbano. (BARGOS, 2010, p. 38)

Existem diversas formas de mensurar as áreas verdes urbanas; as


diferenças metodológicas podem ser justificadas com base nas diferentes abordagens
e objetivos quanto aos estudos sobre as áreas verdes. Entretanto, conforme colocado
por Morero (1996),

De maneira geral, independentemente da abordagem considerada, a


avaliação das áreas verdes fundamenta-se primeiro no cálculo da superfície
disponível em relação ao número de habitantes e são qualificadas por seus
equipamentos e infraestrutura de serviços. (MORERO, 1996, p. 2)

A Sociedade Brasileira de Arborização Urbana (SBAU) propôs o índice


mínimo de 15 m² por habitante para áreas verdes públicas destinadas à recreação
(HARDER; RIBEIRO; TAVARES, 2006). Sobre o difundido índice – supostamente
recomendado pela ONU, OMS ou FAO3 – de 12 m² de área verde por habitante,
Cavalheiro e Del Picchia (1992) realizaram consulta aos órgãos e não obtiveram a
confirmação de tal informação (KONRAD, 2014).
Os pesquisadores Izard e Guyot4 (1983) apud Castro (1999) recomendam
que 30% da área urbanizada de uma cidade seja representada por vegetação para
cumprimento adequado da função microclimática e apontam que as espécies
arbóreas retêm 10 vezes mais partículas em suspensão do ar em comparação a áreas
gramadas e 37 vezes mais em comparação com superfícies asfaltadas. A

3 ONU: Organização das Nações Unidas; OMS: Organização Mundial da Saúde; FAO: Organização
das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura.
4 IZARD, Jean-Louis; GUYOT, Alain. Arquitectura bioclimatica. 2 ed. Ciudad de México: Gustavo Gili,

1983.
26

porcentagem de 30% foi também recomendada por Oke5 (1973) e Sattler6 (1990) apud
Castro, (1999).
O Quadro 1 a seguir apresenta a sugestão de índices urbanísticos para
espaços livres (JANTZEN7, 1973 apud CAVALHEIRO; DEL PICCHIA, 1992).
Quadro 1 - Sugestão de índices urbanísticos para espaços livres
Distância
Categorias M²/hab. Área mínima Propriedade
residência
Vizinhança
Até 6 anos 0,75 150 m² Até 100 m Pub. ou Part.
06-10 anos 0,75 450 m² Até 500 m Pub. ou Part.
10-17 anos 0,75 5000 m² 1.000 m Público
1.000 m ou
Parque de Bairro 6,0 10 ha Público
10 min.
1.200 m ou 30
Parque Distrital ou Setorial 6,0/7,0 100ha Público
min/veículo
200ha Área c/ Qualquer parte
Parque Regional s/ref. Público
água da cidade
Público ou
Cemitério 4,5 s/ref. s/ref.
Particular
3-5 ha p/ cada Perto de Público ou
Área para Esporte 5,5
1500 hab. escolas Particular
1,0 2 ha para cada Perto de Público ou
Balneário
1/10 0,2 hab. escolas Particular
Público ou
Horta Comunitária 12,0 300m² s/ref.
Particular
Junto ao
Verde viário s/ref. s/ref. Público
sistema viário
Fonte: Jantzen (1973) apud Cavalheiro e Del Picchia (1992).

A respeito do quadro 1, Cavalheiro e Del Picchia (1992) ressalvam que as


referências quantitativas sugeridas não devem ser adotadas dissociadas do
planejamento dinâmico, mas sim em consonância com as necessidades e aspirações
sociais. Desse modo, os autores entendem os índices do quadro como “apoio para
reflexão sobre a qualidade e disponibilidade de diversas categorias de espaços livres,
bem como termos de comparação entre cidades diferentes” (CAVALHEIRO; DEL
PICCHIA, 1992, p.4).

5 OKE, T. R. City size and the urban heat island. Atmospheric Environment (1967), v. 7, n. 8, 1973.
p. 769-847. Department of Geography, University of British Columbia, Vancouver, B.C., Canada.
6 SATTLER, M. A. Medições de campo da transmissão da radiação solar através das árvores. In: I

ENCONTRO NACIONAL DE CONFORTO NO AMBIENTE CONSTRUÍDO. Anais ... Gramado-RS.


1990. p. 93-96.
7 JANTZEN, F. Grünflächenbedarf Parkanlagen. 2 ed. Hamburg: SKGAL/R.F.A., 1973, 43p.
27

Atualmente, no Brasil, alguns programas propõem classificar os municípios


a partir de determinados indicadores, entre os quais alguns se referem direta ou
indiretamente às áreas verdes urbanas.
No Estado de São Paulo, o Protocolo Município VerdeAzul, lançado em
2007, recomendava o índice de áreas verdes por habitante. Em 2008, a
recomendação era de 12 m²/habitante, passando a 25m²/habitante em 2009 e
100m²/habitante em 2010. A partir de 2011, não mais se estabeleceu um índice e o
programa passou a considerar a existência de plano de áreas verdes para as cidades
(SÃO PAULO, 2015).
O Programa Cidades Sustentáveis, criado em 2010 por uma parceria entre
o Instituto Ethos, a Rede Nossa São Paulo e a Rede Social Brasileira por Cidades
Justas e Sustentáveis, considera como um dos indicadores o índice de área verde por
habitante. Este indicador é obtido pelo número total, em m², de áreas verdes /
população total, considerando o total de metros quadrados de área verde por
habitante (medida anual) (PROGRAMA CIDADES SUSTENTÁVEIS, 2016). O
Programa não esclarece, entretanto, se há uma uniformização no método adotado
para a quantificação destas áreas por parte dos municípios considerados. A
participação no programa é aberta a todas as cidades do Brasil, contudo, são poucos
os municípios que possuem o índice de área verde por habitante disponibilizado pelo
Programa.
Quanto à forma de mensuração das áreas verdes urbanas e dos critérios
adotados para cálculos dos índices de áreas verdes por habitante, um problema
frequentemente abordado diz respeito às diferentes metodologias adotadas, o que
dificulta a comparação dos índices de cidades diferentes, ou até mesmo da evolução
do índice ao longo dos anos (BARGOS; MATIAS, 2011; BENINI; MARTIN, 2011;
CAVALHEIRO et al., 1999). Alguns pesquisadores comentam que diferentes critérios
de mapeamento de áreas verdes são ainda adotados com o objetivo de “aumentar” o
índice de áreas verdes. Conforme Cavalheiro e Nucci8 (1998) apud Harder, Ribeiro e
Tavares (2006, p. 278) “muitas cidades procuram aumentar seus índices colocando
todo espaço não construído como área verde e considerando a projeção das copas
das árvores sobre as calçadas”.

8 CAVALHEIRO, F.; NUCCI, J.C. Espaços livres e qualidade de vida urbana. Paisagem Ambiente
Ensaios, n.11, p. 279-288, 1998.
28

Cabe ressalvar ainda que as diferentes densidades populacionais podem


influenciar a variação dos índices de áreas verdes por pessoa. Um alto índice de áreas
verdes pode não significar abundância de áreas verdes, quando se tratar de locais
com baixas densidades populacionais (ROSSET, 2005).

Em geral, estes índices (índices de áreas verdes por habitante e


porcentagens de área verde) expressam apenas uma informação
quantitativa, e não necessariamente o estado em que essas áreas verdes se
encontram, ou como estão sendo utilizadas e nem a distribuição das mesmas
na área urbana. (ROSSET, 2005, p. 7)

Além dos aspectos quantitativos, autores destacam aspectos qualitativos e


morfológicos como condicionantes para o bom desempenho dos benefícios
associados à presença das áreas verdes nas cidades. Tzoulas et al. (2007), por meio
da contribuição de outros autores (Li et al.9, 2005 e Schrijnen10, 2000), destacam que
os elementos verdes devem estar presentes no ambiente urbano em quantidade
suficiente e interligados em todas as escalas, a fim de criar uma infraestrutura verde
contínua. Ainda a esse respeito, Hildebrand et al. (2001) destaca que

(...) índices de área verde por habitante, embora sejam indicadores bastante
utilizados na determinação da qualidade ambiental das áreas urbanas, por si
só não são suficientes para garantir este objetivo. Em outras palavras, além
da quantidade devem ser considerados outros fatores, não menos
importantes, como a qualidade e distribuição das áreas verdes
(HILDEBRAND, 2001, p. 77).

Do ponto de vista ecológico, áreas maiores permitem maior diversidade de


espécies vegetais e animais. Entretanto não apenas o tamanho das áreas, mas
também o formato e a relação com o entorno interferem nas possibilidades de
conservação dos ecossistemas (DRAMSTAD; OLSON; FORMAN, 1996). A paisagem
pode estar estruturada por meio das manchas (grandes ou pequenas, arredondadas
ou alongadas, dispersas ou agrupadas etc.), matrizes (simples ou subdivididas,
diversificada ou próximo a homogênea, contínua ou perfurada etc.) e corredores
(estreitos ou largos, retos ou curvos, contínuos ou desconexos etc.) (DRAMSTAD;
OLSON; FORMAN, 1996).

9 LI, F. et al. Comprehensive concept planning of urban greening based on ecological principles: a case
study in Beijing, China. Landscape Urban Plann, v. 72, p. 325-356, 2005.
10 SCHRIJNEN, P. M. Infrastructure networks and red-green patterns in city regions. Landscape Urban

Plann, v. 48, p. 191-204, 2000.


29

Benedict e McMahon (2006) definem que a infraestrutura verde é como


uma rede interligada de zonas naturais e outros espaços abertos, que conecta
paisagens e ecossistemas por meio de um sistema de hubs, links e sites. Hubs são
as âncoras, áreas com diferentes formas e dimensões, que podem ser parques,
estaduais ou regionais, reservas ecológicas, que abrigam vegetação nativa e grupos
de animais. Links são as ligações ou conexões, áreas capazes de interligar o sistema
e garantir a manutenção dos processos ecológicos. Parques lineares, corredores
verdes são exemplos de conexões que podem associar usos recreativos. Sites são
locais menores que as âncoras, mas que também associam funções ecológicas e de
recreação para as comunidades do entorno. Akinaga (2014, p. 48) destaca que “o
conceito de infraestrutura verde [...] tem origem em duas iniciativas fundamentais:
proteger e conectar áreas verdes para o benefício das pessoas [...] e proteger e
conectar áreas naturais para o benefício da biodiversidade”.
Magnoli (2006) chama a atenção para a importância da distribuição dos
parques urbanos como uma parte do sistema de espaços livres da cidade. A Figura 2
ilustra modelos esquemáticos de distribuição dos espaços verdes. Magnoli (2006)
considera a questão da distribuição dos espaços livres da cidade prioritária em relação
à questão da quantidade de espaços livres: “A distribuição de espaços livres para
serem apropriados pelo homem (sistema de parques) fica vinculada às maneiras de
acessos disponíveis em cada uma das escalas de urbanização, e à frequência dos
usuários” (MAGNOLI, 2006, p. 203).

Figura 2 - Modelos esquemáticos de distribuição dos espaços livres

Fonte: Magnoli (2006).


30

Os esquemas da Figura 2 representam diferentes configurações possíveis


para espaços livres e espaços construídos, exemplificando algumas implicações da
distribuição e das relações espaciais entre esses espaços. Magnoli (2006) destaca
que em cada configuração foram consideradas as mesmas quantidades de espaços
livres ou construídos.
Nesse contexto, o Central Park, na cidade de Nova York, talvez o mais
famoso parque público urbano, é um caso paradigmático para a discussão acerca da
distribuição das áreas verdes. Projetado por Olmsted em 1858, surpreende por sua
implantação ao concentrar o verde no tecido urbano de Manhattan.

O Central Park não oferece uma distribuição uniforme do verde pelo tecido
urbano de Manhattan; entretanto oferece a implantação e escala corretas
somadas a múltiplos possíveis usos, ou seja, são parâmetros além de
questões quantitativas que permitem a compreensão do conjunto urbano e
de sua relação com a área verde (TAVORA; MONTEIRO, 2015).

Monteiro destaca que a implantação “central” e “proporções corretas”


fizeram com que o parque pudesse ser acessado de “forma quase igualitária de todos
os cantos da ilha que viria a ser o coração da futura metrópole” (MONTEIRO, 2012).
Por outro lado, em Vitoria-Gasteiz, no norte da Espanha, implantou-se, a
partir do início dos anos 1990, um cinturão verde, como objetivo de recuperar social e
ambientalmente a região periférica da cidade, oferecer possibilidades de recreação e
garantir o acesso democrático às áreas verdes (TAVORA; MONTEIRO, 2015).

Na tentativa de ampliação da sua cobertura vegetal na área urbana, um


cinturão verde circunscreveu o centro da cidade, assegurando que todos os
habitantes num raio até 300 metros das suas casas tivessem acesso imediato
a áreas verdes. A oportunidade de desenvolvimento e contato com hortas
comunitárias configura outra promoção da natureza para a cidade, o que,
simultaneamente potencializou biodiversidade e os ecossistemas existentes
(SILVA, 2014).

Algumas cidades se destacaram quanto às suas iniciativas de


planejamento urbano no que diz respeito às suas áreas verdes. Leite (2012) aponta
As cidades de Barcelona, Vancouver, Nova York, Bogotá e Curitiba como exemplos
de metrópoles verdes que incorporaram critérios de sustentabilidade nas esferas
pública e privada (LEITE, 2012). No Brasil, o município de Curitiba, capital do Paraná,
é considerado referência em planejamento urbano e gestão de áreas verdes urbanas.
No ano de 2010, Curitiba possuía 1.751.907 habitantes e era a oitava cidade mais
31

populosa do Brasil (IBGE 2010). O município de Curitiba possui uma área territorial
de 435,036 km² e densidade demográfica de 4.027,04 hab/km².
No final do ano de 2014, Curitiba atingiu pontuação acima da média no ranking
verde do Siemens Index11 e foi a única cidade da América Latina a ser incluída no
ranking das cidades eco-friendly, ou ecologicamente corretas. A cidade foi premiada
com o título “Cidade Verde” pelo Global Green City Award12, durante a Rio + 20, sendo
a única cidade da América do Sul a receber este título.
A respeito de Curitiba, Castelnou (2009) destaca que “foi a partir da década
de 1970 que se introduziu na cidade o conceito de aproveitamento de áreas verdes
como espaços de lazer e recreação, além de indicadores de qualidade de vida
urbana”. O mesmo autor chama a atenção para o processo de espetacularização da
natureza e apropriação dos parques enquanto instrumentos de marketing para
divulgação da cidade. Ribeiro e Silveira (2006) apontam para a menor preocupação
com as áreas periféricas em comparação com as áreas mais centrais e com mais
apelo turístico.
A cidade possui 101.607.497,69 m² de áreas verdes, o que equivale a
23,51% da área da cidade e representa um índice de 58m²/habitante (IPPUC, 2015).

11The Green City Index. Disponível em:


<https://www.siemens.com/entry/cc/features/greencityindex_international/all/en/pdf/gci_report_sum
mary.pdf>
12 PREFEITURA MUNICIPAL DE CURITIBA. Curitiba recebe prêmio internacional da Rio+20.

Disponível em: <http://www.curitiba.pr.gov.br/noticias/curitiba-recebe-premio-internacional-da-


rio20/27108>. Acesso em: 13 nov 2015
32

Figura 3 - Áreas verdes de Curitiba 2007

Fonte: Elaborado pelo IPPUC, em abril de 2012, com base em dados da Secretaria
Municipal do Meio Ambiente da Prefeitura Municipal de Curitiba (2007).

O município de Curitiba possui 38 bosques ou parques implantados, que


totalizam uma área de 20.028.627 m² segundo dados de 2013.(IPPUC, 2016)
33

Barbosa, Rossi e Drach (2014) destacam que a “morfologia urbana é um


dos fatores determinantes na busca pela sustentabilidade urbana” e que a qualidade
dos espaços, a mobilidade e o conforto bioclimático local sofrem influências das
definições e alterações morfológicas:
A morfologia urbana também pode contribuir para a integração entre o natural
e o ambiente construído, melhorando o contexto urbano através da
introdução de vegetação na área urbana e facilitando a criação de corredores
naturais. (BARBOSA; ROSSI; DRACH, 2014, p. 279)

Para realizar análise e diagnóstico dos parques urbanos da cidade de


Maringá, localizada no Paraná, Bovo e Amorim (2011) adotaram a metodologia
proposta por Bovo (2009), a fim de avaliar os aspectos qualitativos das estruturas e
dos equipamentos de cada parque. As estruturas foram representadas por símbolos
e foram avaliadas quanto ao estado de conservação em bom, regular e ruim. A
metodologia proposta por Bovo (2009) será considerada nesta pesquisa para a
análise dos equipamentos dos parques de Campinas, conforme detalhado em
Material e Métodos.
34

2.2 O MUNICÍPIO DE CAMPINAS

2.2.1 Aspectos Históricos

Campinas teve seu desenvolvimento historicamente impulsionado pelas


culturas da cana-de-açúcar e do café, beneficiadas pelas condições favoráveis de
clima, relevo e fertilidade do solo (BADARÓ, 1996). O entroncamento ferroviário das
linhas da Companhia Paulista, Companhia Mogiana, Estrada de Ferro Sorocabana,
Ramal Férreo Campineiro e Estrada de Ferro Funilense conferiu importância ao
Município, que se destacou como centro comercial e de serviços (CISOTTO, 2009;
GONTIJO; QUEIROGA, 2005).

Campinas se constituiu em um dos mais importantes nós ferroviários já no


último quartel do século XIX, sediando duas das mais ricas estradas de ferro
do país (Companhia Paulista de Estradas de Ferro, 1872, e Companhia
Mogiana de Estradas de Ferro, 1875), além de outras de menor porte. A
riqueza do café e a malha ferroviária campineira possibilitaram à cidade
tornar-se um grande centro comercial e de serviços para extensos territórios
interioranos, inclusive fora da província de São Paulo (GONTIJO;
QUEIROGA, 2005, p.77).

No final do século XIX, o Município foi acometido por surtos de febre


amarela; em resposta, a cidade recebeu apoio para implantação de melhorias
sanitárias como a Comissão Sanitária do Estado, chefiada pelo médico Emílio Ribas
(1862-1925), e teve a colaboração do engenheiro sanitarista Saturnino de Brito (1864-
1929), engenheiro-chefe na Comissão de Saneamento do Estado de São Paulo.
Nessa época, surgem parques urbanos com funções paisagísticas e sanitaristas,
muitos deles a partir de antigas áreas privadas. Antigos largos são transformados em
praças, e bosques passam a compor espaços de lazer (CISOTTO, 2009).
Gontijo e Queiroga (2005) destacam que, com o Plano de Melhoramentos
Urbanos de Campinas, realizado na cidade entre os anos de 1934 e 1962, o Município
passou a priorizar o transporte de veículos. O Plano foi coordenado por Francisco
Prestes Maia, engenheiro e ex-prefeito da cidade de São Paulo, que definiu eixos de
expansão urbana por meio da criação e do alargamento de avenidas.

Pautados principalmente na questão da circulação, os planos e teorias


urbanísticas do início do século XX, utilizaram os espaços públicos e áreas
verdes como elementos estruturadores do traçado urbano, mas, sobretudo,
estas áreas foram tratadas como um equipamento necessário à nova cidade
em formação e ao viver urbano, imprimindo profundas mudanças na estrutura
35

e organização das cidades (...). Com base nos modelos dos movimentos
norte-americanos Civic Art e City Beautiful, dois novos conceitos foram
amplamente difundidos naquele período e se fizeram presentes nos Planos
de Prestes Maia: o de Parque, com dimensões e atividades diferenciadas dos
antigos Jardins Públicos, e o de Sistema de Áreas Verdes, o qual abrangia
todas as áreas urbanas arborizadas, bem como todas as áreas públicas
destinadas ao deleite e recreação, visualizando toda a cidade como um
grande parque. (LIMA, 2007, p.2)

Landim (2004) destaca a homogeneidade dos padrões de urbanização de


cidades do interior de São Paulo. A autora identifica que muitas dessas cidades
passaram por ciclos econômicos e de desenvolvimento semelhantes e,
consequentemente, tiveram processos de desenvolvimento urbano também muito
parecidos – processos estes que foram marcados pela expansão do ciclo do café,
pela implantação da rede ferroviária, seguida da valorização do sistema rodoviário.
Landim (2004) destaca que a presença da ferrovia em diversas cidades paulistas
impôs dentro do território urbano uma relação de frente e fundo a partir de suas
estações principais; assim, áreas localizadas à frente das principais estações eram
regiões privilegiadas em detrimento de áreas localizadas ao fundo (LANDIM, 2004).
Para o caso de Campinas, Monteiro (2014) destaca o eixo da antiga
Ferrovia Paulista – atualmente ocupado pela Rodovia Anhanguera – como vetor
territorial da separação entre porções de maior e menor valorização, ocupadas
respectivamente por população de alta e baixa renda e maior e menor influência
política. A região sudoeste da cidade foi historicamente ocupada por matadouros,
galpões, depósitos e habitação de baixa renda e, em contraponto, a região nordeste
foi ocupada pelo centro metropolitano, pelos principais parques e bairros para média
e alta renda.
Perez Filho e Camargo (2009) destacam a influência do meio físico sobre
o processo de organização espacial. A região norte de Campinas, solos de textura
predominantemente argilosa, proporcionou historicamente boas condições para o
cultivo agrícola, o que, por sua vez, aumentou o valor da terra e onde atualmente
condomínios de alto padrão têm presença marcante. Já as regiões sul e sudeste do
Município, com solo infértil para a produção agrícola, foram historicamente
desvalorizadas e apresenta-se hoje como região onde predominam residências
populares voltadas às classes de baixa renda.
O padrão de ocupação do território da cidade, marcado pela desigualdade
socioespacial, ainda se mantém, como pode ser observado na representação de
36

Monteiro (2014), na Figura 4. Dessa forma, a região localizada a noroeste do atual


eixo da Rodovia Anhanguera continua sendo uma região mais bem servida por
infraestrutura urbana e é a região ocupada por população com renda mais alta;
também na porção norte e nordeste vêm sendo implantados condomínios fechados.
Na região sudoeste, continua o Distrito Industrial, aterro sanitário e bairros voltados,
em sua maioria, para a média e baixa renda. Nos últimos anos, os principais
empreendimentos realizados pelo Programa Minha Casa Minha Vida, do Governo
Federal, também ocorrem sobretudo na porção menos valorizada do território.

Figura 4 - Conformação do Município conforme a estratificação social. Gráfico


inspirado no clássico de Hoyt, da Escola de Chicago

Fonte: Monteiro, 2014.

2.2.2 Aspectos Físico-Territoriais do Município de Campinas

Campinas é o município sede da Região Metropolitana de Campinas


(RMC), formalmente instituída pela Lei Complementar Estadual nº 870, de 19/06/2000
37

(SÃO PAULO, 2000). A cidade está localizada entre a latitude 22°53'20"S e longitude
47°04'40"W, a 680 m de altitude; possui área de 796,4 km², sendo 388,9km² de
perímetro urbano e 407,5 km² de área rural (PMC, 2015c). O clima caracteriza-se por
verão quente e chuvoso e inverno seco e ameno, com precipitação média de 1.424,5
milímetros por ano (CEPAGRI, 2016). O Município está a 100 km de distância da
capital do Estado de São Paulo. Tem como principais vias de acesso as rodovias
Bandeirantes, Anhanguera, D. Pedro I e Santos Dumont (PMC, 2015)
O Município possui atualmente um perímetro urbano com área de 388,9
km², resultado de uma sequência de leis que foram sendo criadas para as
consecutivas ampliações da delimitação da sua área urbana, que pode ser observado
na Figura 5 (na Figura 6, apresenta-se a ampliação da legenda, para melhor
compreensão). O documento intitulado Caracterização Urbana (PMC, 2006),
disponível no Termos de Referência do Plano Diretor de 2006, aponta que, por
diversas vezes, o perímetro foi alterado com o objetivo de “ajustar legalmente dentro
do perímetro as ampliações e aprovações de loteamentos efetuadas anteriormente”
ou, ainda, para atender a “pedidos de parcelamento aprovados, bem como aqueles
que se encontravam em tramitação nos órgãos públicos da administração municipal”.
38

Figura 5 - Evolução do perímetro urbano do Município de Campinas

Fonte: PMC – Plano Diretor (2006).

Figura 6 - Legenda ampliada da evolução do perímetro urbano do Município de


Campinas

Fonte: PMC – Plano Diretor (2006).

O gráfico na Figura 7 permite visualizar o aumento de áreas e a área total


do perímetro urbano de Campinas ao longo dos anos.
39

Figura 7 - Evolução do perímetro urbano de Campinas


1400
Milhões

1200

1000

800
Acréscimo de área (m²)
600
Área total (m²)
400

200

Fonte: Elaborado pela autora.

Como observado por Freitas (2008), “só no ano de 1979, ano de publicação
da Lei 6.766, foram acrescidos mais de 227 milhões de metros quadrados à área
urbana” (FREITAS, 2008, p. 101). A referida lei federal impôs uma restrição em seu
artigo 3º ao definir que “somente será admitido o parcelamento do solo para fins
urbanos em zonas urbanas, de expansão urbana ou de urbanização específica, assim
definidas pelo plano diretor ou aprovadas por lei municipal” (BRASIL, 1979). Freitas
(2008, p. 103) destaca também que, com base na Instrução Normativa 17-b, de 1980,
do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária-INCRA, “proprietários de terra
têm conseguido empreender loteamentos rurais para fins urbanos, fechados na forma
de ‘condomínio’”. Destaca também que essas implantações causam grandes
impactos ambientais:

Por não obedecerem às regras de parcelamento urbano, possuem áreas


nunca inferiores a um milhão de metros quadrados, mas não elaboram
estudos de impacto, mesmo que este seja grande devido à proximidade de
áreas naturais, desocupadas e de uso rural. A impermeabilização de grandes
áreas no meio rural deverá acarretar alterações nas dinâmicas naturais da
região, trazendo consequências para as áreas urbanas situadas nas mesmas
sub-bacias (FREITAS, 2008, p. 104).

O Mapa de Ocupação do Território de Campinas (Figura 8) – elaborado


pela PMC, compõe o caderno de subsídios do Plano Diretor de 2006 – divide o
território em áreas que diferem pelo tipo de ocupação. Foram definidas quatro
categorias: Área Urbana de Resgate, Área Urbana Ocupada Recentemente e/ou em
40

Processo de Ocupação, Área Urbana Não Ocupada e Área Rural. Esse mapa, definido
pela Prefeitura como de Leitura Ambiental, oferece mais do que informações
ambientais, pois apresenta consonância com as diretrizes do Estatuto da Cidade, ao
diferenciar áreas com base no tipo de ocupação e destacar as áreas de expansão
urbana, representadas pelas Áreas Urbanas Não Ocupadas. . A PMC optou, no Plano
Diretor de 2006, por dar mais ênfase a macrozonas que levavam em conta aspectos
urbano-morfológicos antes da definição dos limites rural-urbano e da salvaguarda de
mananciais. O Plano definiu assim nove macrozonas, conforme Figura 9.
Figura 8 - Mapa de ocupação urbana do território de Campinas

Fonte: PMC – Plano Diretor (2006).


41

Figura 9 - Mapa das Macrozonas de Campinas

Fonte: PMC – Plano Diretor (2006).


Conforme legenda: MZ 1: Área de Proteção Ambiental; MZ 2: Área de Controle Ambiental;
MZ 3: Área de Urbanização Controlada; MZ 4: Área de Urbanização Prioritária; MZ 5: Área
Prioritária de Requalificação; MZ 6: Área de Vocação Agrícola: MZ 7: Área de Influência da
Operação Aeroportuária: MZ 8: Área de Urbanização Específica: MZ 9: Área de Integração
Noroeste.

Sobre a distribuição da população no território de Campinas, Freire (2014,


p. 35) destaca que a RMC passa por um “período de dispersão e fragmentação da
mancha urbana” e identifica o processo de conurbação pelo qual passam municípios
da região, especialmente ao longo da Rodovia Anhanguera, a partir de Vinhedo,
avançando para Valinhos, Campinas, Hortolândia, Sumaré, Nova Odessa, Americana
e Santa Bárbara d’Oeste. O referido autor aponta para a importância da formação das
regiões metropolitanas no que diz respeito à promoção do desenvolvimento
econômico regional e social, ressaltando os desafios sociais, ambientais, políticos e
administrativos e, em especial, que as áreas verdes recebam a merecida atenção
42

quanto à manutenção e preservação de suas áreas em regiões ainda não conurbadas


(FREIRE, 2014).
A respeito da densidade populacional, Freitas (2008) destaca que a RMC
apresenta densidades muito baixas quando comparadas com a Região Metropolitana
de São Paulo (RMSP):

É uma metrópole [RMC] quase tão extensa quanto a de São Paulo, embora
possua um quinto da população da RMSP. Apresenta densidades muito
baixas, pois mescla trechos urbanizados de forma descontínua com áreas de
características rurais. As áreas dispersas localizam-se ao longo de rodovias,
próximas de entroncamentos viários, pois buscam boa acessibilidade. [...]
Não há mais distinção entre área urbana e área rural, pois a urbanização está
onde existe infraestrutura (FREITAS, 2008, p. 129).

2.2.3 Áreas Verdes de Campinas

A respeito das áreas verdes de Campinas, a pesquisa de Morero (1996)


apontou que a distribuição dessas áreas privilegia partes do território, concentrando-
se em áreas ocupadas por população de renda mais alta:

O município de Campinas mostra-se como área de interesse a um estudo


ligado as áreas verdes urbanas e peri-urbanas basicamente em função de
suas contradições. [...] áreas (verdes) privilegiam uma parte do assentamento
urbano, deixando descobertas amplas zonas densamente povoadas. As
áreas verdes concentram-se na região norte-noroeste, onde encontra-se boa
parte da população de alta renda. Não se observa coerência entre tipos e
características de áreas verdes e densidade populacional ou características
próprias de prováveis usuários (MORERO, 1996, p. 43).

Os remanescentes florestais da cidade foram levantados e analisados


quanto ao seu estado de conservação e diversidade por Santin (1999). Classificado
como o primeiro mapeamento da vegetação remanescente, identificou 2.033,55
hectares (ha) de vegetação nativa, o que representava 2,55% da área total do
Município naquela época. Quanto às fitofisionomias, foram identificados 1.927,22 ha
(2,42%) de Floresta Estacional Semidecidual, 65,49 ha (0,08%) de Cerrado (senso
latu) e 40,89 ha (0,05%) de Florestas Paludosas (matas brejosas). Ficou constatado
que as campinas ou o campo limpo, que é uma das variações da fisionomia do
cerrado, foram definitivamente extintas (SANTIN, 1999). O mapeamento de Santin
(1999) foi adotado e atualizado pela Prefeitura em trabalhos posteriores, como o
Mapeamento das Áreas Verdes de Campinas, publicado em 2012, abordado neste
estudo (PMC, 2012a).
43

Futada (2007) analisou os fragmentos florestais da bacia do Ribeirão


Anhumas e identificou a redução das áreas dos fragmentos entre os anos de 1962,
1972 e 2002. A referida pesquisadora concluiu que, além de significativa redução de
área, a condição geral dos fragmentos da bacia era “desentusiasmante” (FUTADA,
2007).
Já a relação entre os fragmentos florestais e a urbanização de Campinas
foi estudada por Cisotto (2009), que relacionou a dispersão urbana com a preservação
e valorização de áreas verdes. A referida pesquisadora caracterizou a ocupação
urbana de Campinas como sendo dispersa e espraiada e observou que os fragmentos
florestais são incorporados aos condomínios e loteamentos fechados propostos nos
últimos anos. Cisotto (2009) destacou em seu trabalho os bosques da cidade de
Campinas que apresentam vegetação remanescente: Bosque dos Jequitibás, Bosque
dos Italianos, Bosque dos Alemães, Bosque São José, Bosque da Paz, Bosque Chico
Mendes, Bosque Guarantãs, Bosque dos Cambarás, Bosque Augusto Ruschi, Parque
Prado, Bosque Valença, Bosque Santa Bárbara e Bosque do Itajaí.
O impacto da presença da arborização urbana para o conforto ambiental
foi estudado em quatro bairros da cidade de Campinas por Dobbert (2014) que
demonstrou a influência positiva das espécies arbóreas para ambientes urbanos. A
pesquisa desenvolveu-se no Bairro Jardim das Paineiras, Bairro Cambuí, Centro e
Comunidade Vila Brandina.
O Plano Diretor de Campinas, de 2006, apesar de prever a criação de
parques corredores verdes e parques lineares, prevê a definição de parâmetros e
diretrizes por meio de Planos Locais de Gestão. A esse respeito, Benfatti e Silva
(2013) observam:
Nem o plano diretor nem os planos locais estabelecem os responsáveis pela
gestão no desenvolvimento dos levantamentos, projetos e implantação dos
parques lineares. Também não estabelecem prioridades ou diretrizes que
possibilitem estabelecer as áreas prioritárias. Tampouco os parques lineares
surgem de uma análise do sistema de espaços livres. Estão no plano como
resposta oportuna a uma pressão exercida pela legislação ambiental. Não
respondem as demandas urbanas nem buscam equalizar o acesso as áreas
de lazer. [...] Portanto, a criação de parques lineares por si só não qualifica o
sistema de espaços livres de edificações (BENFATTI; SILVA, 2013. p. 15).

No município de Campinas, a definição das áreas verdes dos loteamentos


respeita a Resolução SMA Nº 31/09 (SÃO PAULO, 2009), sendo avaliada pela
Prefeitura no momento da Análise Prévia de Loteamentos, conforme o Decreto
44

Municipal n.º 17.742/12 (PMC, 2012b). A arborização urbana é disciplinada pela Lei
Municipal nº 11.571/03 (PMC, 2003), que, entre outros, disciplina o plantio, o replantio,
a poda, a supressão e o uso adequado e planejado da arborização urbana, e pelo
Decreto nº 15.986/07 (PMC, 2007), que dispõe sobre o Guia de Arborização Urbana
de Campinas.
A Prefeitura Municipal de Campinas divulgou em 2012 o Mapeamento das
Áreas Verdes de Campinas, que registrou um total de 10.038 ha de áreas verdes
incluindo remanescentes florestais, bosques, parques, praças e canteiros.
Os dados obtidos com o mapeamento foram comparados aos resultados
do mapeamento realizado por Santin (1999); foram incluídas áreas de bosques
mistos, capoeiras, capões de vegetação exótica e nativa, agrupamentos de indivíduos
arbóreos, reflorestamentos e áreas de várzea que não haviam sido mapeados no
trabalho de Santin (1999), por não se configurarem como remanescentes florestais. O
mapeamento foi concluído em 2012 e está disponível em ambiente digital (PMC,
2012a).
O Município possui duas Unidades de Conservação de Proteção Integral e
quatro Unidades de Conservação de Uso Sustentável. As Unidades de Conservação
de Proteção Integral são o Parque Natural Municipal do Campo Grande e o Parque
Natural Municipal dos Jatobás. As Unidades de Conservação de Uso Sustentável são
a Área de Relevante Interesse Ecológico Mata de Santa Genebra, a Área de Proteção
Ambiental (APA) de Campo Grande, a APA de Campinas, a APA Juqueri-Mirim
(Figura 10).
45

Figura 10 - Mapa das Unidades de Conservação de Campinas

Fonte: Secretaria Municipal de Campinas – Secretaria Municipal do Verde, Meio


Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Jan/2014).

Em novembro de 2015, a PMC divulgou o Diagnóstico do Plano Municipal


do Verde. Esse documento foi realizado pela Secretaria do Verde e do
Desenvolvimento Sustentável. O diagnóstico inclui o Mapeamento de Áreas Verdes,
que foi atualizado pela equipe da Secretaria do Verde e do Desenvolvimento
Sustentável e registrou um total de 9,46 mil há de áreas verdes (PMC, 2015a). O
diagnóstico apontou que as áreas verdes mais frequentadas da cidade são o Parque
Portugal, o Bosque dos Jequitibás e o Parque Hermógenes de Freitas Leitão. Tanto o
Diagnóstico quanto o Mapeamento foram utilizados para a realização desta pesquisa
e serão mais bem detalhados no capítulo Material e Métodos.
46

3 MATERIAL E MÉTODOS

Considerando a complexidade característica do tema “áreas verdes


urbanas” e o objetivo de abordar aspectos quantitativos e qualitativos na pesquisa
sobre as áreas verdes da cidade de Campinas, o presente trabalho adotou quatro
categorias de análise e duas escalas de abordagem. Por meio das categorias de
análise quantitativa e distributiva, foram analisados os índices de área verde por
habitante e a distribuição das áreas verdes para o recorte do perímetro urbano da
cidade. As categorias de análise qualitativa e morfológica foram aplicadas para as
análises da escala local, neste caso, os parques e entorno. Com relação a essas
categorias, foram realizadas visitas a campo para levantamento de informações e
registro fotográfico. Foram levantados e analisados os equipamentos dos parques
implantados da cidade.
Categorias de análise quantitativas e qualitativas foram identificadas como
etapas metodológicas para o estudo sobre as áreas verdes por Morero (1996), que
destacou que “a avaliação das áreas verdes fundamenta-se primeiro no cálculo da
superfície disponível em relação ao número de habitantes e são qualificadas por seus
equipamentos e infraestrutura de serviços” (MORERO, 1996, p. 2). Para o
levantamento e análise dos equipamentos dos parques, adotou-se como base a
metodologia elaborada por Bovo (2009) e adotada por Bovo e Amorim (2011) para
avaliação de parques da cidade de Maringá-PR. Para o caso de Campinas, foram
considerados os 23 parques relacionados no Diagnóstico Preliminar do Plano
Municipal do Verde, divulgado em agosto de 2015 (PMC, 2015b).
As informações levantadas foram organizadas nas fichas de avaliação
(Apêndice A). Para quatro parques, representativos da amostra analisada, foram
elaborados croquis com a identificação de aspectos morfológicos da inserção física
no tecido urbano e do uso e ocupação do entorno.
Para discussão dos resultados analisados sobre as áreas verdes de
Campinas, foi tomada como benchmark, ou seja, como referência, o município de
Curitiba. A escolha de Curitiba justifica-se por ser considerada nacionalmente como
uma cidade referência em planejamento urbano e valorização das áreas verdes
urbanas. Os dados de Campinas que foram discutidos em relação a Curitiba foram
organizados e tabelados.
47

3.1 BASE DE DADOS E MAPAS

Na categoria de análises quantitativa e distributiva, foram identificados os


índices de áreas verdes por habitante, a interferência das taxas de baixa densidade
no cálculo dos índices e a relação entre a distribuição das áreas verdes e da
população. Para realizar tais análises, elaborou-se uma base de dados
georreferenciados por meio da sobreposição de mapas disponibilizados pela PMC,
através da Secretaria do Verde, Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável e da
Secretaria de Planejamento Urbano, e de dados demográficos do Censo 2010 do
IBGE. O Mapeamento de Áreas Verdes de Campinas e os mapas com a divisão do
território em Macrozonas e em Unidades Territoriais Básicas (UTBs) foram
sobrepostos aos dados do IBGE por meio do programa ArcGis. As UTBs são divisões
do território do Município que foram criadas pelo Plano Diretor de 1996 e
correspondem a um conjunto de loteamentos com características semelhantes e são
normalmente delimitadas por barreiras físicas. O Município possui um total de 86
UTBs (PMC, 2015a)
Relação dos materiais utilizados que foram disponibilizados pela Secretaria
do Verde, Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável e pela Secretaria de
Planejamento:
• Arquivo com os shapes do Mapeamento de Áreas Verdes de Campinas – dados
de 2012.
• Arquivo com os shapes do Mapeamento de Áreas Verdes de Campinas – dados
de 2015.
• Mapa com o limite do Município;
• Mapa do perímetro urbano do Município;
• Mapa com a divisão do Município em Macrozonas;
• Mapa com a divisão do Município em Áreas de Planejamento e UTBs.

O Mapeamento de Áreas Verdes de Campinas utilizado para a composição


das bases e elaboração dos mapas apresentados nesta pesquisa foi realizado e
disponibilizado pela Prefeitura em 2015.
48

As primeiras análises quantitativas foram realizadas sobre os índices de


áreas verdes da cidade tendo como base o Mapeamento de 2012. Os resultados
dessas primeiras análises permitiram constatar a interferência da inclusão de recortes
da cidade com baixas taxas de densidade demográfica na obtenção do índice geral
de áreas verdes por habitante da cidade. Esses primeiros dados foram organizados
em artigo científico e apresentado em congresso sob o título “Áreas verdes urbanas:
oportunidades e desafios na cidade de Campinas-SP” (TAVORA; MONTEIRO, 2015).
Ao longo da pesquisa, a Secretaria do Verde, Meio Ambiente e Desenvolvimento
Sustentável desenvolveu o Diagnóstico de Áreas Verde de Campinas e, por meio
desse documento, publicou, em novembro de 2015, uma versão atualizada do
Mapeamento de Áreas Verdes de Campinas. As bases de dados foram refeitas a partir
do mapeamento atualizado.
O recorte definido para a realização da análise quantitativa foi o perímetro
urbano do Município de Campinas (Figura 11).
Figura 11 - Perímetro urbano de Campinas

Fonte: PMC – Plano Diretor (2006).


49

Os dados demográficos considerados na pesquisa foram os obtidos pelo


Censo realizado no ano de 2010 pelo IBGE e disponibilizados pelos ambientes
eletrônicos do IBGE e da PMC.
A população do Município em 2010 era de 1.080.113 habitantes, conforme
o IBGE. Nesse mesmo ano, a população urbana de Campinas era de 1.061.540
habitantes, equivalente a 98% da população do município (AGEMCAMP, 2015). O
Quadro 2 abaixo, resume alguns dos principais dados populacionais da cidade para o
ano de 2010.
Quadro 2 - Dados demográficos de Campinas no ano de 2010
Pop. Pop.
urbana População urbana Densidade
População População na sede urbana - na sede Área total demográfic
total urbana municipal* percentual municipal km² a hab/km²
1.080.113 1.061.540 954.611 98% 88% 795,00 1.358,63
* Sede Urbana Municipal: população urbana menos os distritos de Barão Geraldo, Sousas,
Joaquim Egídio e Nova Aparecida.

Fonte: Adaptado pela autora a partir de dados da PMC e do IBGE.

3.1.1 O Mapeamento das Áreas Verdes de Campinas de 2012

O Mapeamento das Áreas Verdes de Campinas divulgado em 2012


registrou um total de 10.038 ha de áreas verdes, incluindo remanescentes florestais,
bosques, parques, praças e canteiros. Ele resultou de um convênio entre a PMC e o
Núcleo de Estudos e Pesquisas Ambientais (Nepam), da Universidade Estadual de
Campinas (Unicamp), através da Fundação para o Desenvolvimento da UNICAMP
(Funcamp).
O levantamento preliminar foi realizado pela técnica de mapeamento temático
por fotointerpretação, em ambiente SIG. Utilizando os programas de
geoprocessamento AutoCad e ArcGIS os dados foram sistematizados e
editados em uma base cartográfica dinâmica. Foram utilizadas Imagens da
EMPLASA, o mosaico iconográfico digital de 2008 e a Base Cartográfica IGC
(2003) modificada pela PMC (PMC, 2012a).
50

Figura 12 - Mapeamento das Áreas Verdes de Campinas - 2012

Fonte: Mapeamento de Áreas Verdes de Campinas (2012), disponível em:


http://ambientecampinas.wix.com/mapeamento#!%C3%A1reas-verdes

Para este mapeamento, seguindo a recomendação de Guirao et al. (2009),


foram consideradas áreas públicas ou privadas, rurais ou urbanas com no mínimo
70% de sua área total permeável, com função ecológica e/ou social e com vegetação
(de qualquer porte). Não foram mapeadas áreas verdes com função exclusivamente
comercial, como as voltadas à produção agrícola, às culturas anuais e perenes, à
silvicultura, entre outras. O mapeamento foi concluído em 2012 e está disponível em
ambiente digital.
51

3.1.2 O Mapeamento das Áreas Verdes de Campinas de 2015

O Mapeamento de Áreas Verdes de 2015, realizado como parte integrante


do Diagnóstico do Plano Municipal do Verde, foi elaborado partindo do seguinte
conceito de Áreas Verdes: “aquela que possui funções ecológicas e sociais, cuja área
permeável ocupe, no mínimo, 70% de sua área total, possuindo vegetação em
qualquer porte (herbácea, arbustiva e/ou arbórea), ocorrendo em áreas públicas ou
privadas, rurais ou urbanas” (PMC, 2015a, p. 19).
Figura 13 - Mapeamento de Áreas Verdes de Campinas - 2015

Fonte: Diagnóstico das Áreas Verdes de Campinas (2015)

O Diagnóstico das Áreas Verdes do Município de Campinas foi coordenado


pela a Secretaria Municipal do Verde, Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável
– SVDS e contou com a participação e colaboração de órgãos da administração
pública e também da população da cidade por meio de oficinas e reuniões. Este
documento foi divulgado em versão preliminar: “Plano Municipal do Verde –
Diagnóstico Preliminar”, em agosto de 2015 e em versão final: “Plano Municipal do
Verde – Diagnóstico”, em novembro de 2015. O Diagnóstico Preliminar divulgou uma
relação de 23 parques e bosques da cidade (Figura 14). Os parques relacionados
52

neste documento foram considerados na presente pesquisa para realização das


análises qualitativas.
Figura 14 - Parques e Bosques de Campinas

Fonte: Plano Municipal do Verde – Diagnóstico Preliminar (PMC, 2015b).

O Diagnóstico divulgado em novembro de 2015 apontou que “Campinas


possuía, em 2010, um Índice de Áreas Verdes por habitante de 87,67 m²/habitante”
(PMC 2015a). As áreas verdes foram agrupadas em Áreas Verdes Sociais e Áreas
Verdes predominantemente Ecológicas.
A respeito das Áreas Verdes Sociais, o documento calculou o índice de
área verde social (IAVS) para cada UTB em metros quadrados por habitante,
classificou-as em cinco categorias e constatou que a maioria das UTBs não possuem
parque ou bosque ou apresentam um IAVS considerado muito baixo (Figura 15).
53

Figura 15 - Categorias de Índice de Áreas Verdes Social (IAVS) por Habitante e


distribuição das UTBs por IAVS

Fonte: Plano Municipal do Verde – Diagnóstico (PMC, 2015a).

3.2 LEVANTAMENTOS E VISITAS A CAMPO

Nas categorias de análise qualitativa e morfológica, foram analisados os


parques implantados da cidade e de seus entornos, considerando-se a distância de
300 m definidos a partir dos limites dos parques. A seleção dos parques foi
determinada por se tratar de áreas verdes que abrangem amplo conjunto de funções
e benefícios sociais, ambientais e estéticos. Os parques representam também um
recorte que permite que as análises sejam realizadas em escala local, incorporando
aspectos qualitativos e morfológicos.
Nessa etapa, foram considerados os 23 parques implantados do Município,
que estão relacionados no Diagnóstico do Plano Municipal do Verde, divulgado em
agosto de 2015. Foram realizadas visitas a campo para levantamento de informações
e registro fotográfico. Os equipamentos dos parques foram levantados, analisados a
partir do olhar técnico especializado da pesquisadora. As informações e fotografias
foram organizadas nas Fichas de Análise dos Parques (Apêndice).
Nas Fichas de Avaliação dos Parques, foram identificados e avaliados os
equipamentos ali encontrados. Conforme a metodologia adotada, proposta por Bovo
(2009), os aspectos qualitativos dos equipamentos foram avaliados como Bom,
Regular ou Ruim, representados, respectivamente, pelas cores verde, laranja e
vermelha. Os aspectos que foram considerados na avaliação de cada equipamento
seguem descritos no Quadro 3 a seguir.
54

Quadro 3 – Relação e critérios de avaliação dos equipamentos e estruturas dos


parques de Campinas
Equipamento /
Símbolo Aspectos considerados
Estrutura

Cercamento Material e estado de conservação

Transporte público Presença / ausência de transporte público – sem avaliação

Estacionamento Quantidade e distribuição das vagas e presença de árvores

Iluminação Qualidade dos materiais e estado de conservação

Lixeira Qualidade dos materiais e estado de conservação

Banco Qualidade dos materiais e estado de conservação

Quiosque Qualidade dos materiais e estado de conservação

Bebedouro Qualidade dos materiais e estado de conservação

Sanitário Qualidade dos materiais e estado de conservação

Pista/trilha caminhada Qualidade dos materiais e estado de conservação

Academia terceira Disposição e quantidade de equipamentos e estado de


idade conservação
Aparelhos de Disposição e quantidade de equipamentos e estado de
exercícios físicos conservação
Disposição e quantidade de equipamentos e estado de
Brinquedos infantis
conservação

Quadra/Campo Qualidade dos materiais e estado de conservação

Edificação cultural Estado de conservação

Monumento/obra de
Estado de conservação
arte
Lago / espelho d’água
Presença / ausência – sem avaliação
/ curso d'água

Segurança Presença / ausência – sem avaliação

Fonte: Elaborado pela autora a partir de Bovo (2009).


55

Os símbolos acima são apresentados em diferentes cores, conforme


avaliação: verde – Bom; laranja – Regular; vermelho – Ruim, também conforme
metodologia de Bovo (2009).
Transporte público, lagos ou espelhos d’água e segurança foram
identificados como presentes (cor preta) ou ausentes (cor cinza) e não foram
avaliados quanto à sua qualidade. Os demais equipamentos identificados como
ausentes também foram representados em cinza.
Foram atribuídas as notas 3 (bom), 2 (regular) e 1 (ruim) a cada
equipamento avaliado. Ao final, calculou-se a nota com base na média das notas dos
equipamentos de cada parque.
Para a seleção de quatro parques representativos da amostra analisada,
tomou-se como base a nota atribuída aos equipamentos e a área dos parques. Os
parques foram distribuídos em matriz, considerando nota média da estrutura e dos
equipamentos até 2,5 ou acima de 2,5 e área total do parque até 200.000 m² ou acima
de 200.000 m², conforme o modelo do Quadro 4, a seguir.

Quadro 4 - Modelo esquemático para arranjo em matriz dos parques e bosques


Média da avaliação dos Média da avaliação dos
equipamentos até 2,5 equipamentos acima de 2,5
Até 200.000m²

Parques e bosques com área de até Parques e bosques com área de até
200.000 m² e média da nota da 200.000 m² e média da nota da
avaliação dos equipamentos até 2,5. avaliação dos equipamentos acima de
Selecionado o parque ou bosque com 2,5. Selecionado o parque ou bosque
menor nota. com menor nota.

Parques e bosques com área acima de


Parques e bosques com área acima de
200.000m²

200.000
Acima de

200.000 m² e média da nota da


m² e média da nota da avaliação dos
avaliação dos equipamentos até 2,5.
equipamentos acima de 2,5.
Selecionado o parque ou bosque com
Selecionado o parque ou bosque com
menor nota.
menor nota.
Fonte: Elaborado pela autora

Para os parques representativos, elaboraram-se croquis dos aspectos


morfológicos identificados a partir da análise da inserção e do entorno. Os croquis
foram desenvolvidos sobre mapa do ano de 2016 da cidade de Campinas,
disponibilizado pelo Google Maps. Nos croquis, destacaram-se os limites dos parques,
os contornos a 300 m de distância dos limites, as curvas de nível, o uso e ocupação
56

predominantes e as principais estruturas físicas e morfológicas encontradas, como as


entradas dos parques, as principais vias de acesso, as ciclovias, as calçadas
utilizadas para corridas e caminhadas e demais informações consideradas
necessárias à compreensão das principais características das áreas em que os
parques estão inseridos. Os croquis foram elaborados por meio dos programas
AutoCad 2013 e Photoshop CS2.
57

4 RESULTADOS

4.1 ÍNDICES DE ÁREA VERDE POR HABITANTE E DISTRIBUIÇÃO DAS ÁREAS


VERDES DE CAMPINAS

As primeiras análises quantitativas foram realizadas sobre os índices de


áreas verdes da cidade. Calcularam-se o índice de áreas verdes do Município e os
índices de áreas verdes de cada UTB. A partir da base de dados georreferenciados,
produziram-se mapas com a identificação dos índices de área verde por habitante da
área urbana do Município de Campinas.
Para o Mapa 1 (Figura 16) – produzido com o auxílio do ArcGis com o
cruzamento do Mapeamento de Áreas Verdes de 2012 com os dados demográficos
do Censo 2010 –, considerou-se o perímetro urbano (Figura 11) do Município e a
subdivisão do território em UTBs, identificando o índice de área verde por habitante e
a densidade populacional de cada UTB.

Figura 16 - Mapa 1: Densidade populacional e índices de área verde por habitante


por UTB

Fonte: Elaborado, especialmente para este trabalho, por Clewerson Scheraiber.


58

A partir do Mapa 1 (Figura 16), foi possível observar que áreas com baixas
taxas de densidade populacional fazem parte do perímetro urbano do Município e que
elas apresentam altos índices de áreas verdes quando comparadas com os índices
do restante da área analisada. Partindo dessa primeira observação, optou-se por
produzir outros mapas que permitissem a análise dos índices de área verde de regiões
do perímetro urbano que já apresentassem densidade urbana mínima, ou seja, que
não fossem áreas do perímetro urbano voltadas à expansão urbana, mas áreas
urbanizadas propriamente ditas. Para permitir maior precisão quanto à identificação
das diferentes taxas de densidade populacional, considerou-se, na produção dos
próximos mapas, a divisão do território em Setores Censitários, adotada pelo IBGE.

O Mapa 2 (Figura 17) foi elaborado também a partir do cruzamento do


Mapeamento de Áreas Verdes de 2012 com os dados demográficos do Censo 2010,
respeitando a divisão territorial em Setores Censitários. Foram representadas em
duas cores diferentes áreas com taxas de densidade populacional menor que 5 hab/ha
e maior que 5hab/ha. Para tanto, adotou-se o critério definido por Freire (2014) em
pesquisa sobre densidade e diversidade urbana, que apontou que, na cidade de
Campinas, essas áreas correspondem a regiões de expansão urbana, não
apresentando ainda características próprias de bairros.

A partir do Mapa 2, passou-se a calcular o Índice de Área Verde por


Habitante e a Porcentagem de Área Verde considerando todo o perímetro urbano e
levando em conta apenas as áreas do perímetro urbano com densidade acima de
5hab/ha. O Índice de Área Verde por Habitante, foi dado pela razão entre o total de
áreas verdes pelo número de habitantes do local, e a Porcentagem de Área Verde,
pela razão entre a área verde e a área total considerada. Os valores médios
encontrados considerando todo o perímetro urbano foram, respectivamente,
36,87m²/hab e 10,10%. Os valores encontrados foram, respectivamente, 15,34m²/hab
e 7,28% (TAVORA; MONTEIRO, 2015).
59

Figura 17 - Mapa 2: Densidade populacional e índices de área verde por habitante


por Setores Censitários – Censo 2010 (IBGE)

Fonte: Elaborado, especialmente para este trabalho, por Clewerson Scheraiber.

O quadro 5 a seguir resume as informações baseadas no Mapa 2 e


demonstraram que considerar áreas com baixas taxas de densidade populacional
interfere significativamente nos resultados obtidos com os cálculos do índice de área
verde e da porcentagem de área verde.
Quadro 5 - Índices de área verde por habitante e Porcentagem de área verde
obtidos com o Mapa 2
Índice de área verde Porcentagem de área
(m²/hab.) verde (%)
Perímetro urbano total 36,87 10,10
Áreas do perímetro urbano com 15,34 7,28
mais de de 5 hab/ha
Fonte: Elaborada pela autora

O Mapa 3 (Figura 18) foi elaborado para a realização das análises sobre a
distribuição das áreas verdes mapeadas. Esse mapa foi produzido a partir do
cruzamento do Mapeamento de Áreas Verdes de 2015 com os dados demográficos
60

do Censo 2010, considerando o perímetro urbano do município e a subdivisão do


território em UTBs.

Pode-se identificar, por meio dele, o índice de área verde por habitante e a
densidade populacional de cada UTB. Foram adotados intervalos para o índice de
área verde até 15m²/hab, entre 16 e 30m²/hab, entre 31 e 60m²/hab e acima de
60m²/hab. Para as taxas de densidade populacional, os intervalos adotados foram até
500hab/km², entre 501 e 1.000hab/km², entre 1.001 e 3.000hab/km², entre 3.001 e
6.000hab/km², e acima de 6.000hab/km².

Figura 18 - Mapa 3 – Índices de área verde por habitante e densidade


populacional das UTBs

Fonte: Elaborado, especialmente para este trabalho, por Clewerson Scheraiber.

O Mapa 3 (Figura 18) permite observar que, em geral, as áreas com índices
mais altos de área verde por habitante coincidem com as áreas com mais baixas taxas
de densidade populacional. As UTBs com índice de área verde acima de 60m²/hab
possuem densidade populacional de até 3.000 hab/km². Nenhuma UTB com
densidade acima de 6.000hab/km² apresenta índice de área verde acima de
61

15hab/km². Com exceção das UTBs 23, 36 e 45, uma parcela reduzidíssima do
território de Campinas apresenta densidade populacional acima de 3.000hab/km² e
índice de área verde acima de 30hab/km².

Os gráficos (Figura 19) a seguir também foram elaborados com base nos
dados do Mapa 3. O gráfico da esquerda permite observar as porcentagens do
perímetro urbano que apresenta cada um dos intervalos que foram considerados para
índice de área verde por habitante e para densidade populacional. A partir do gráfico,
é possível verificar que 26,45% do perímetro urbano apresentam densidade
populacional de até 500 hab/km². Quanto aos índices de área verde, 30,27% do
perímetro urbano apresentam índice de área verde acima de 30m²/hab, 10,52%
apresentam entre 20 e 30m²/hab, 15,01% apresentam entre 10 e 20m²/hab e 17,75%
apresentam até 10m²/hab. O gráfico da direita identifica os intervalos das taxas de
densidade para cada intervalo de índice de área verde que foi considerado.

Figura 19 - Gráficos com as porcentagens do perímetro urbano que representa


cada intervalo de índice de área verde e densidade populacional consideradas

a) Índice de área verde b) Densidade populacional

Fonte: Elaborado pela autora


62

4.2 PARQUES DE CAMPINAS

A Figura 20, retirada do Diagnóstico Preliminar do Plano Municipal do Verde (PMC,


2015b), destaca os 23 parques implantados de Campinas.

Figura 20 - Mapa dos parques de Campinas

Fonte: Diagnóstico do Plano do Verde (PMC, 2015b).

Quanto à distribuição dos parques no território de Campinas, pode-se


constatar que, apesar da cidade possuir mais de 20 parques implantados, a região
delimitada pela Macrozona 4 é a que possui a maior metragem quadrada de parques,
enquanto a Macrozona 3 possui o mais alto índice de parque por habitante. Cabe
ressalvar que a Macrozona 1 - APA, apesar de possuir apenas um parque oficialmente
implantado, é uma região marcada pela presença do verde e conhecida por ser
frequentada para atividades de lazer ao ar livre, como trilhas, caminhadas, ciclismo,
entre outras. Os quadros 6 e 7, a seguir, relacionam os parques de Campinas por
63

Macrozona. A numeração corresponde à do Mapa dos Parques de Campinas (Figura


20):
Quadro 6 – Parques implantados de Campinas – Localização e área.

Área do
Parque Macrozona
Parque (m²)
1 Parque Lago do Café MZ4 330.000
2 Bosque dos Cambarás MZ5 58.300
3 Pedreira do Chapadão MZ4 130.000
4 Bosque dos Italianos MZ4 14.411
5 Bosque São José MZ4 33.600
6 Bosque Augusto Ruschi MZ5 26.000
7 Bosque Valença MZ5 37.958,14
8 Bosque dos Jequitibás MZ4 104.111,49
9 Bosque dos Artistas MZ4 7.773
10 Bosque dos Alemães MZ4 20.580
11 Parque Ecológico Hermógenes de Freitas Leitão MZ3 135.000
12 Bosque Chico Mendes MZ4 34.000
13 Parque das Águas MZ4 287.518,49
14 Bosque dos Guarantãs MZ4 87.016
15 Bosque da Paz - Bosque Yitzhak Rabin MZ4 65.000
16 Parque Portugal – Lagoa do Taquaral MZ4 2.200.000
17 Parque Ecológico Monsenhor Emílio José Salim MZ4 2.850.000
18 Parque Botânico MZ4 411.978,90
19 Bosque Silvia Brandão Bertazzoli Bellucci MZ9 18.160
20 Parque do Aterro Santa Bárbara*
21 PNM da Mata MZ9 335.162,25
22 Parque Linear Ribeirão das Cabras MZ1 16.140,30
23 Parque Linear Ribeirão das Pedras MZ3 390.739,79
*Parque não implantado / não identificado
Fonte: Elaborado pela autora a partir do Plano do Verde – Diagnóstico Preliminar (2015a) e do PMC –
Plano Diretor (2006).

Quadro 7 - Resumo dos Índices e Porcentagens de parques por Macrozona


Índice de
População Área de parques
Macrozona parque
(m²)
(m²/hab.)
MZ1 28.494 16.140,30 0,57
MZ2 7.362 - -
MZ3 47.434 525.739,79 11,08
MZ4 622.421 6.575.988,88 10,57
MZ5 214.176 122.258,14 0,57
MZ6 12.508 - -
MZ7 47.853 - -
MZ08 19217 - -
MZ09 80.648 353.322,25 4,38
TOTAL 1.080.113 7.610.593,24 7,04

Fonte: Elaborado pela autora


64

A seguir, são apresentados os resultados das análises dos parques de


Campinas, a síntese das informações contidas nas Fichas de Avaliação dos Parques
e, para o Parque Portugal, Bosque Valença, Parque Ecológico Monsenhor José Salim
e Pedreira do Chapadão, os croquis com a análise dos aspectos físicos e morfológicos
do entorno (300 m). As fichas completas de todos os parques analisados estão no
Apêndice.

4.2.1 PARQUE LAGO DO CAFÉ

Figura 21 - Ficha resumo do Parque Lago do Café


PARQUE LAGO DO CAFÉ (parque de bairro)

Área: 330.000 m2
UTB: 25
Bairro: Taquaral
Macrozona: MZ4

Densidade e Índice de área verde/habitante da UTB:


Densidade entre 1.001 e 3.000hab/km²
Índice de área verde por habitante entre 31 e 60m²/hab

Estrutura Física

Equipamentos – Esporte, Lazer e Cultura

O Parque Lago do Café está localizado no bairro Taquaral, próximo ao


Parque Portugal. Foi inaugurado em 1992 como espaço de lazer, após a extinção do
Instituto Brasileiro do Café, em 1990, ao qual pertencia até então. A importância
histórica dessa área foi relatada por Cisotto (2009):

A área do Lago do Café é remanescente da antiga sesmaria de Barreto Leme


[...] No final do século XVIII, estas terras se voltariam para a produção de
açúcar e, em meados do século XIX, para a produção de café, integrando-se
a então Fazenda Taquaral a um processo produtivo que em pouco tempo
65

transformaria toda a história do Estado de São Paulo. Já na década de 1940,


a crise cafeeira levaria a incorporação de parte da Fazenda Taquaral ao
poder da União, e mais particularmente, ao Instituto Brasileiro do Café (IBC),
permanecendo estas terras por cerca de 50 anos com a função de pesquisas
agrícolas.

O parque possui 330.000 m2 e seu acesso é feito pela avenida Heitor


Penteado. Além do lago, o parque abriga o Museu do Café, o Palácio de Cristal – que
abrigava, até o ano de 2015, o Arquivo Público Municipal e o Espaço Permanente de
Artesanato –, pista para caminhada e sanitários. Oferece pouca diversidade de
equipamentos, e sua estrutura geral apresenta-se mal conservada. Diversas placas
de alerta colocadas no interior do parque alertam quanto ao risco da presença de
carrapatos. A mais recente edição do evento de decoração Campinas Decor, ocorrida
no primeiro semestre de 2016, foi realizada no Palácio de Cristal, erguido em 1971,
com projeto de Roberto José Goulart Tibau.
O entorno do parque é ocupado a norte e oeste, predominantemente, por
residências unifamiliares de até dois pavimentos e por pequenos condomínios
residenciais horizontais com casas de padrão médio a alto. Também a norte do parque
há uma instituição de ensino, acessada pela avenida Júlio Prestes – um dos trechos
da ligação norte-sul da cidade. A avenida Heitor Penteado, ao sul do parque, separa-
o do Parque Portugal – Lagoa do Taquaral.
66

4.2.2 BOSQUE DOS CAMBARÁS

Figura 22 - Ficha resumo do Bosque dos Cambarás


BOSQUE DOS CAMBARÁS (parque de vizinhança)

Área: 58.300m²
UTB: 51
Bairro: DIC V
Macrozona: MZ5

Densidade e Índice de área verde/habitante da UTB:


Densidade acima de 6.000hab/km²
Índice de área verde por habitante abaixo de 15m²/hab

Estrutura Física

Equipamentos – Esporte, Lazer e Cultura

O Bosque dos Cambarás, com área de 58.300 m², está localizado no


Distrito Industrial de Campinas V (DIC V) e foi inaugurado em 1995: “O bosque foi
estruturado a partir de um fragmento de mata nativa remanescente em terreno com
características arenosas, com fisionomia de cerrado” (CISOTTO, 2009, p. 137).
O acesso ao parque pode ser feito por três portões de acesso localizados
nas três vias que fazem limite com o parque: a avenida Emily Cristienne Giovanni, rua
Elza do Amaral e a rua Ibrantina Cardona. O entorno do bosque é marcado pela
proximidade com a Rodovia dos Bandeirantes, pela presença de habitações
populares e por vazios urbanos.
O bosque contém lago, brinquedos infantis, quadras de esportes, pista para
caminhada e equipamentos para exercícios físicos. A estrutura física do bosque é
antiga, com estado geral de manutenção regular. O cercamento apresenta-se em mal
estado de conservação e as calçadas externas são precárias e com pouca
arborização.
4.2.3 PARQUE PEDREIRA DO CHAPADÃO – PARQUE ULYSSES GUIMARÃES
67

Figura 23 - Ficha resumo do Parque Pedreira do Chapadão


PARQUE PEDREIRA DO CHAPADÃO (parque de bairro)

Área: 130.000m²
UTB: 17
Bairro: Chapadão
Macrozona: MZ4

Densidade e Índice de área verde/habitante da UTB:


Densidade entre 3.001 e 6.000hab/km²
Índice de área verde por habitante entre 16 e 30m²/hab

Estrutura Física

Equipamentos – Esporte, Lazer e Cultura

O Parque Pedreira do Chapadão, cujo nome oficial é Parque Ulysses


Guimarães, possui 130.000 m² e está localizado no bairro Chapadão. A área, que
abrigava uma pedreira, foi recentemente revitalizada pela prefeitura e reinaugurada
no final de 2013.
O parque apresenta-se pouco integrado ao seu entorno, marcado pela
ocupação de condomínios residenciais de alto padrão e por bairros com predomínio
de residências de padrão médio, por alguns trechos de uso misto, com a presença de
pequenos comércios e serviços concentrados próximos à avenida Marechal Rondon.
Duas torres com mais de dez pavimentos, recém-construídas e ainda não totalmente
ocupadas, configuram um único condomínio vertical de uso misto com uma torre de
apartamentos e uma de salas comerciais.
O parque tem um acesso principal, na avenida Marechal Rondon, e dois acessos
secundários, na rua Dr. Alcides de Carvalho. Próximo ao acesso principal, o parque
oferece estacionamento.
68

Quanto aos equipamentos, o parque possui parque infantil, equipamentos


para exercícios físicos, trilha para caminhada, lago, quiosques, arena para realização
de shows e quadras esportivas. O conjunto do parque inclui equipamentos de esporte,
lazer e recreação, e sua infraestrutura geral, que conta com sanitários, bebedouros e
estacionamento, apresenta-se em bom estado de conservação.
Além da diversidade de equipamentos, o parque possui três esculturas: o
Memorial Ulysses Guimarães, do escultor Fábio Penteado; a “Vitória Régia”, de
Gilberto Salvador, e “Ulysses, o Elefante Biruta”, de Guto Lacaz.
A paisagem interna é um diferencial desse espaço, que é configurado pela
presença marcante das altas paredes de pedra da antiga pedreira e do contraste
desses elementos com a vegetação e com a água do lago.
69

4.2.4 BOSQUE DOS ITALIANOS – PRAÇA SAMUEL WAINER

Figura 24 - Ficha resumo do Bosque dos Italianos


BOSQUE DOS ITALIANOS – PRAÇA SAMUEL WAINER (parque de vizinhança)

Área: 14.411m²
UTB: 18
Bairro: Guanabara
Macrozona: MZ4

Densidade e Índice de área verde/habitante da UTB:


Densidade entre 3.001 e 6.000hab/km²
Índice de área verde por habitante abaixo de 15m²/hab

Estrutura Física

Equipamentos – Esporte, Lazer e Cultura

Localizado no bairro Guanabara, tem 14.411m². O bosque, uma das áreas


de remanescente florestal da cidade, é parte da antiga fazenda Chapadão e passou
à municipalidade em 1927, após aprovação do loteamento do Jardim Chapadão.
O bosque é limitado pelas ruas Paulo Justi, Dr. Miguel Penteado, Dr. Albano de
Almeida Lima e pela avenida Tenente Haraldo Egídio de Souza Santos. Possui três
portões de acesso. O entorno é caracterizado pela presença de residências de até
dois pavimentos. Nos lotes voltados para as vias com fluxo de veículos mais intenso,
como as avenidas Brasil e Andrade Neves, predominam os estabelecimentos
comerciais e de serviços.

O bosque conta com equipamentos de lazer infantil, equipamentos para


exercícios físicos, trilha para caminhada, sanitários e acolhe a Biblioteca Municipal
Monteiro Lobato, voltada ao público infantil, inaugurada em outubro de 1985. O estado
geral de conservação dos equipamentos e estrutura do parque é regular.
70

4.2.5 BOSQUE SÃO JOSÉ – PRAÇA FRANCISCO VIVALDI

Figura 25 - Ficha resumo do Bosque São José


BOSQUE SÃO JOSÉ – PRAÇA FRANCISCO VIVALDI (parque de vizinhança)

Área: 33.600m²
UTB: 57
Bairro: Vila Lemos
Macrozona: MZ4

Densidade e Índice de área verde/habitante da UTB:


Densidade acima de 6.000hab/km²
Índice de área verde por habitante abaixo de 15m²/hab

Estrutura Física

Equipamentos – Esporte, Lazer e Cultura

O Bosque São José foi inaugurado em 1972. Localizado na Vila Lemos,


possui área de 33.600m² e 3,25ha de remanescente de floresta nativa. É limitado
pelas ruas Capistrano de Abreu, Serra do Piauí, Cristóvão Bonini, Barretos e Afonso
Pena. Em alguns trechos, o cercamento do bosque mantém um recuo em relação ao
limite da calçada, conferindo mais amplitude e qualidade à calçada. Nas quatro
esquinas o cercamento é chanfrado, oferecendo a possibilidade de atalho para os
pedestres e configurando pequenos espaços verdes abertos.
Sete portões de acesso permitem que o parque seja atravessado em
diversos sentidos. O entorno é ocupado predominantemente por residências de até
dois pavimentos, de padrão médio.
O bosque possui parque infantil, equipamentos para exercícios físicos e
pista para caminhada. Todos esses equipamentos então em áreas bem sombreadas,
cercados pela floresta nativa remanescente.
71

4.2.6 BOSQUE AUGUSTO RUSCHI

Figura 26 - Ficha resumo do Bosque Augusto Ruschi


BOSQUE AUGUSTO RUSCHI (parque de vizinhança)

Área: 26.000m²
UTB: 51
Bairro: DIC I
Macrozona: MZ5

Densidade e Índice de área verde/habitante da UTB:


Densidade acima de 6.000hab/km²
Índice de área verde por habitante abaixo de 15m²/hab

Estrutura Física

Equipamentos – Esporte, Lazer e Cultura

O Bosque Augusto Ruschi, de 26.000m², está localizado no bairro DIC I.


Foi inaugurado em 1986. Possui apenas dois portões de acesso, ambos para a rua
Carlos Roberto Gallo. Boa parte das calçadas que circulam o parque oferece pouca
condição de uso; a passagem é dificultada por trechos estreitos com postes e troncos
de árvores ou pela falta de pavimento. O entorno é marcado pela presença de
habitações populares, com pequenos comércios locais. A paisagem do entorno é
pouco diversificada e carente de qualidade estética.
O bosque possui parque infantil, queda d'água natural, lago com patos,
pista para caminhada, sanitários, minizoológico, equipamentos para ginástica e área
para piquenique. Com exceção do parque infantil, que oferece boas condições de uso
e manutenção, os equipamentos para esporte, lazer e recreação oferecidos pelo
parque apresentam-se em estado geral de conservação regular e condições de uso
prejudicadas.
72

4.2.7 BOSQUE VALENÇA – BOSQUE FERNANDO TILLI

Figura 27 - Ficha resumo do Bosque Valença


BOSQUE VALENÇA – BOSQUE FERNANDO TILLI (parque de vizinhança)

Área: 38.000m²
UTB: 45
Bairro: Valença I
Macrozona: MZ5

Densidade e Índice de área verde/habitante da UTB:


Densidade entre 3.001 e 6.000hab/km²
Índice de área verde por habitante entre 31 e 60m²/hab

Estrutura Física

Equipamentos – Esporte, Lazer e Cultura

O Bosque Valença está localizado no bairro Valença I, possui 38.000m² e


foi inaugurado em 1988. Faz limite com a Escola Municipal de Ensino Fundamental
Leão Vallerie Padre, com uma área desocupada e com as ruas Benedito Cândido
Ramos, Guilherme de Campos e Olindo Gardelin. O bosque possui cinco portões de
acesso. A maioria das calçadas das ruas que fazem limite com o bosque não estão
pavimentadas e, em diversos trechos, a passagem é impedida pela presença de mato,
lixo e entulho.
O entorno é ocupado por residências de até dois pavimentos, conjuntos de
edifícios residenciais de padrão baixo e por alguns pequenos estabelecimentos de
comércio local.
O bosque possui parque infantil, pista de caminhada, equipamentos para
ginástica, quadras de basquete, minicampo de futebol, campo de futebol com
arquibancada e sanitários.
73

4.2.8 BOSQUE DOS JEQUITIBÁS

Figura 28 - Ficha resumo do Bosque dos Jequitibás


BOSQUE DOS JEQUITIBÁS (parque de bairro)

Área: 104.111,49m²
UTB: 35
Bairro: Bosque
Macrozona: MZ4

Densidade e Índice de área verde/habitante da UTB:


Densidade acima de 6.000hab/km²
Índice de área verde por habitante abaixo de 15m²/hab

Estrutura Física

Equipamentos – Esporte, Lazer e Cultura

O Bosque dos Jequitibás é uma das mais antigas áreas de lazer da cidade.
Com 104.111,49m², está localizado em área densamente urbanizada, na região
central da cidade. O bosque, que recebeu intervenções propostas por Ramos de
Azevedo, a pedido do então proprietário Francisco Bueno de Miranda, passou à
administração pública municipal em 1915 (LIMA, 2012). Em 1970, o zoológico do
bosque foi tombado pelo Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arquitetônico,
Artístico e Turístico do Estado de São Paulo (CONDEPHAAT); em 1993, todo o
conjunto do bosque foi tombado pelo Conselho de Defesa do Patrimônio Artístico e
Cultural de Campinas (CONDEPACC) e, em 1995, o zoológico foi reconhecido pelo
Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA).
O entorno do parque é marcado pela proximidade de importantes vias de
ligação da cidade, como o cruzamento da avenida Aquidaban e via expressa
Waldemar Paschoal e, as avenidas Dr. Moraes Salles e Princesa D´Oeste, sendo que
esta última compõe o eixo de ligação norte-sul da cidade. O acesso ao bosque é feito
pela Avenida Aquidaban, por um único portão de acesso. Os terrenos de frente para
74

os limites do parque apresentam uso misto representado predominantemente por


serviços. Em virtude do tombamento do conjunto do bosque pelo CONDEPACC, que
incluiu também sua área envoltória, é proibida a construção de edificações com mais
de dois pavimentos num raio de 100m.
O bosque possui 10 hectares de reserva florestal nativa, abriga o zoológico
e o aquário municipais, o Museu de História Natural, o Teatro Carlos Maia, a Casa do
Caboclo – réplica em pau-a-pique de moradia rural – e estátua de São Francisco de
Assis. O parque ainda possui parquinho com brinquedos infantis, pista de caminhada
e equipamentos para ginástica. É um espaço que oferece oportunidade de contato
com uma dos fragmentos de floresta nativa da cidade, opções para o lazer, cultura e
esporte. Seu estacionamento é utilizado ainda para a realização de feira de produtos
orgânicos às quartas-feiras. Durante as férias escolares, há programação infantil
especial, com peças de teatro e oficinas infantis.

4.2.9 BOSQUE DOS ARTISTAS

Figura 29 - Ficha resumo do Bosque dos Artistas


BOSQUE DOS ARTISTAS (parque de vizinhança)

Área: 7.773m²
UTB: 61
Bairro: Swift
Macrozona: MZ4

Densidade e Índice de área verde/habitante da UTB:


Densidade entre 3.001 e 6.000hab/km²
Índice de área verde por habitante abaixo de 15m²/hab

Estrutura Física

Equipamentos – Esporte, Lazer e Cultura


75

O Bosque dos Artistas é o menor dos parques relacionados pelo Plano


Municipal do Verde analisado por este trabalho. Possui 7.773m² e está localizado no
bairro Swift. Com formato triangular, faz limite com a rua da Abolição e avenida
Engenheiro Augusto de Figueiredo, ambas as vias de intenso fluxo de veículos. O
bosque possui três portões de acesso, sendo o principal deles voltado para a avenida
Engenheiro Augusto de Figueiredo. O bosque é pouco denso, cercado, equipado com
banheiro e pista interna para caminhada. As espécies arbóreas ali presentes já
tiveram placas de identificação: cada placa trazia ainda o nome de um artista da
cidade. Atualmente restaram apenas as bases de concreto onde se fixavam as placas.

4.2.10 BOSQUE DOS ALEMÃES – PRAÇA JOÃO LECH JÚNIOR

Figura 30 - Ficha resumo do Bosque dos Alemães


BOSQUE DOS ALEMÃES (parque de vizinhança)

Área: 20.580m²
UTB: 18
Bairro: Jd. Guanabara
Macrozona: MZ4

Densidade e Índice de área verde/habitante da UTB:


Densidade entre 3.001 e 6.000hab/km²
Índice de área verde por habitante abaixo de 15m²/hab

Estrutura Física

Equipamentos – Esporte, Lazer e Cultura

O Bosque dos Alemães está localizado no Jardim Guanabara, com área de


20.580m². Com quatro portões de acesso, é limitado pelas ruas Dr. Albano de Almeida
Lima, Dr. Barros Monteiro, Pereira Tangerino e Rocha Camargo.
76

A área do bosque foi doada à prefeitura em 1928 pela empresa San Paulo
Land Company Limited. O bosque é um resquício de mata do complexo do planalto
central. No final da década de 1970, fez-se um projeto de reurbanização para o parque
com o objetivo de preservar a mata remanescente; o local foi cercado, foram
instalados equipamentos de lazer e executou-se o percurso interno (FUTADA, 2007).

4.2.11 PARQUE ECOLÓGICO HERMÓGENES DE FREITAS LEITÃO

Figura 31 - Ficha resumo do Parque Ecológico Hermógenes de Freitas Leitão


PARQUE ECOLÓGICO HERMÓGENES DE FREITAS LEITÃO (parque de bairro)

Área: 135.000m²
UTB: 5
Bairro: Barão Geraldo
Macrozona: MZ3

Densidade e Índice de área verde/habitante da UTB:


Densidade entre 1.001 e 3.000hab/km²
Índice de área verde por habitante entre 31 e 60m²/hab

Estrutura Física

Equipamentos – Esporte, Lazer e Cultura

O Parque Ecológico Hermógenes de Freitas Leitão localiza-se no distrito


de Barão Geraldo, possui 135.000m² e foi inaugurado em 1996. O parque leva o nome
do engenheiro agrônomo e professor que pesquisou e orientou pesquisas sobre a
vegetação de Campinas.
O parque faz limite com a Unicamp e com as ruas Dr. Mário de Nucci e
Plínio do Amaral e com a avenida Dr. Luis de Tela. Os bairros vizinhos ao parque são
predominantemente residenciais, com casas de até dois pavimentos para classe
média alta.
77

Dispõe de pista de caminhada com 1.700m, que circula a lagoa Chico


Mendes, quiosques com churrasqueira, mesas e cadeiras, parque infantil e
equipamentos de ginástica.

4.2.12 BOSQUE CHICO MENDES

Figura 32 - Ficha resumo do Bosque Chico Mendes


BOSQUE CHICO MENDES (parque de vizinhança)

Área: 34.000 m²
UTB: 26
Bairro: Pq. São Quirino
Macrozona: MZ4

Densidade e Índice de área verde/habitante da UTB:


Densidade entre 3.001 e 6.000hab/km²
Índice de área verde por habitante entre 16 e 30m²/hab

Estrutura Física

Equipamentos – Esporte, Lazer e Cultura

O Bosque Chico Mendes situa-se no bairro Parque São Quirino. A área foi
doada ao Município no início da década de 1970, época em que ocorreu o loteamento
Chácaras São Quirino (CISOTTO, 2009). O bosque é um dos remanescentes de
floresta nativa da cidade. Limita-se com as ruas Moscou e Herculano Graciole e com
o muro do Condomínio Chácaras de São Quirino.
O entorno do bosque Chico Mendes é ocupado predominantemente por
uso residencial. A tipologia e o padrão das edificações do entorno são muito
contrastantes. Na rua Moscou, o núcleo residencial Parque Dom Bosco, conhecido
como favela Moscou, é uma área que começou com a ocupação irregular às margens
do córrego Anhumas e que abriga população de baixa renda. No Condomínio
78

Chácaras de São Quirino, as casas são todas de alto padrão, com grandes terrenos
e áreas de lazer privativas. Residências com até dois pavimentos de padrão médio
são também encontradas nas proximidades.
O bosque conta com quadra poliesportiva, minicampo, equipamentos de
ginástica, playground, passarela de cimento e bancos públicos.

4.2.13 PARQUE DAS ÁGUAS

Figura 33 - Ficha resumo do Parque das Águas


PARQUE DAS ÁGUAS (parque de bairro)

Área: 287.518,49m²
UTB: 63
Bairro: Pq. Jambeiro
Macrozona: MZ4

Densidade e Índice de área verde/habitante da UTB:


Densidade entre 1.001 e 3.000hab/km²
Índice de área verde por habitante acima de 60m²/hab

Estrutura Física

Equipamentos – Esporte, Lazer e Cultura

O Parque das Águas está localizado no bairro Parque Jambeiro. Possui


287.518,49m² e foi inaugurado em 2007. Esse parque foi criado como parte de uma
contrapartida ambiental firmada em Termo de Ajuste de Conduta (TAC) entre a
construtora Rossi e a Prefeitura de Campinas. O TAC previa que a responsabilidade
pela manutenção da área deveria ser da construtora, até agosto de 2010. Em 2014, a
Prefeitura de Campinas, por meio do Departamento de Parques e Jardins (DPJ),
assumiu a responsabilidade pela manutenção do parque (TONON, 2014).
79

O acesso ao parque é feito por único portão de entrada localizado na


avenida Washington Luiz. Seu entorno é ocupado por residências de até dois
pavimentos e por condomínios residenciais verticais implantados mais recentemente.
O entorno é marcado ainda por amplas áreas não ocupadas.
O parque oferece inúmeras opções de lazer infantil e diferentes formas de
contato com a água por meio de decks e pontes sobre o lago, espelhos d’água e fontes
de chão. O Centro de Conhecimento da Água, no Parque das Águas, abriga biblioteca,
o museu da Sanasa, companhia de saneamento, e oferece informações sobre meio
ambiente, saneamento e tratamento de água. O parque oferece também pista de
caminhada, equipamentos para atividades físicas e quiosques. Nos fins de semana,
os quiosques são utilizados também para festas de aniversário. A maior parte das
espécies deste parque ainda é jovem, por isso o parque oferece poucas áreas de
sombra. Apesar da estrutura bem diversificada e em bom estado de conservação, o
paisagismo do parque não se encontra bem conservado.
80

4.2.14 BOSQUE DOS GUARANTÃS

Figura 34 - Ficha resumo do Bosque dos Guarantãs


BOSQUE DOS GUARANTÃS (parque de vizinhança)

Área: 87.016m²
UTB: 60
Bairro: Jd. Nova Europa
Macrozona: MZ4

Densidade e Índice de área verde/habitante da UTB:


Densidade entre 3.001 e 6.000hab/km²
Índice de área verde por habitante entre 16 e 30m²/hab

Estrutura Física

Equipamentos – Esporte, Lazer e Cultura

Com 87.016m², o Bosque dos Guarantãs, no Jardim Nova Europa, abrange


uma das áreas de remanescente de floresta nativa.
O bosque é limitado pelas ruas Santa Rita do Passa Quatro, Ubatuba, São
José do Rio Preto, Viradouro e Vera Cruz, com a EMEF/EJA Presidente Humberto de
Alencar Castelo Branco e com muros dos condomínios residenciais verticais
entregues nos últimos anos. As ruas mais próximas ao bosque são ocupadas por uso
de residências de até dois pavimentos e condomínios residenciais verticais mais
recentes. A avenida Baden Powell, a 200 metros do limite do bosque, é ocupada por
uso misto com pequenos estabelecimentos comerciais de pequeno porte. O bosque
fica próximo do Ribeirão Piçarrão e da rodovia Anhanguera, um importante eixo de
ligação da região metropolitana.
Com dois portões de acesso – sendo a entrada principal pela rua Santa
Rita do Passa Quatro –, possui calçadas externas e cercamento. As quadras
esportivas ficam próximas aos limites do bosque e, dessa forma, são bem visíveis
81

para quem passa perto do cercamento. Além de quadras poliesportivas, o bosque


oferece quadra de vôlei de areia, equipamentos para exercícios físicos, parque infantil,
lago, quiosques com churrasqueiras e trilha para caminhada. Sua estrutura esportiva
oferecida está em bom estado de conservação e é utilizada com frequência pela
população.

4.2.15 BOSQUE DA PAZ – YIZHAK RABIN

Figura 35 - Ficha resumo do Bosque da Paz


BOSQUE DA PAZ (parque de vizinhança)

Área: 65.000 m²
UTB: 29
Bairro: Jd. Madalena
Macrozona: MZ4

Densidade e Índice de área verde/habitante da UTB:


Densidade acima de 6.000hab/km²
Índice de área verde por habitante abaixo de 15m²/hab

Estrutura Física

Equipamentos – Esporte, Lazer e Cultura

O Bosque da Paz está localizado no bairro Jardim Madalena, em área de


acentuado desnível. Faz limite com as ruas Prof. Ary Monteiro Galvão, com a avenida
Carlos Grimaldi, com a avenida Eng. José Francisco Bento Homem de Melo e com o
muro do condomínio fechado Residencial Vila Verde. O bosque é parte da antiga
Fazenda São Quirino, transformada em parque em 1995.
O entorno do bosque é ocupado predominantemente por residências, com
exceção da avenida Carlos Grimaldi, que concentra estabelecimentos comerciais e
de prestação de serviços. Possui três portões de acesso; o principal está localizado
na rua Prof. Ary Monteiro Galvão.
82

Na parte mais baixa do terreno ocupado pelo bosque há um lago,


equipamentos para lazer infantil, equipamentos para ginástica, área gramada e
pequena edificação que abriga a administração do parque e os sanitários. Os muros
do condomínio vizinho ao parque e o fundo de vale do córrego Anhumas funcionam
como barreiras que dificultam a integração da área com o entorno. As calçadas
externas do parque são estreitas e encontram-se mal conservadas.
4.2.16 PARQUE PORTUGAL – LAGOA DO TAQUARAL

Figura 36 - Ficha resumo do Parque Portugal


PARQUE PORTUGAL – LAGOA DO TAQUARAL (parque regional)

Área: 2.200.000m²
UTB: 27
Bairro: Taquaral
Macrozona: MZ4

Densidade e Índice de área verde/habitante da UTB:


Densidade entre 3.001 e 6.000hab/km²
Índice de área verde por habitante entre 31 e 60m²/hab

Estrutura Física

Equipamentos – Esporte, Lazer e Cultura

O Parque Portugal, também conhecido como Lagoa do Taquaral, está


localizado no bairro Taquaral e possui área total de 2.200.000m². A via de acesso,
avenida Dr. Heitor Penteado, que contorna todo o parque é bem arborizada, possui
canteiro central, calçadas largas, ciclofaixa e é servida por transporte público. O
parque é uma área em destaque no bairro, visível tanto a partir da avenida Dr. Heitor
Penteado, que o contorna, como também a partir da avenida Júlio Prestes, no trecho
em que esta passa sobre as pistas da avenida Dr. Heitor Penteado. A calçada que
contorna o parque contorna também a praça Arautos da Paz, frequentemente utilizada
83

para a prática de corridas e caminhadas. O Parque Portugal apresenta pouca


integração com o parque vizinho, Lago do Café; a separação entre os dois é
estabelecida pela avenida Julio Prestes e pelo cercamento dos parques.
Em relação ao uso e ocupação do solo no entorno do parque, o predomínio
é o uso residencial. O uso misto, representado por comércios, serviços e residências,
é observado nos terrenos que fazem frente para a avenida Dr. Heitor Penteado e
prolongamentos.
O parque possui 8 portões de acesso. Banca de jornais e revistas,
quiosques de alimentos e vagas de estacionamento são encontrados próximos à
Entrada 1, que é a entrada principal do parque. As Entradas 2 e 5 também contam
com bolsões de estacionamento.
O Parque Portugal é um dos parques de Campinas com maior diversidade
de equipamentos voltados ao lazer, ao esporte e a atividades culturais. Oferece mais
opções de equipamentos do que o modelo que foi considerado para relacionar e
avaliar os equipamentos disponíveis nos parques. Entre os equipamentos esportivos,
há 16 quadras poliesportivas, ginásio de esportes com quadra de vôlei e de basquete,
piscinas, pista de corrida e caminhada com 2.800m, kartódromo com pista de 800m,
equipamentos para terceira idade, aparelhos para exercícios físicos, entre outros. São
frequentes as atividades culturais sediadas pelo parque, que possui concha acústica
com capacidade para 2 mil pessoas.
84

4.2.17 PARQUE ECOLÓGICO MONSENHOR EMÍLIO JOSÉ SALIM

Figura 37 - Ficha resumo do Parque Ecológico Monsenhor Emilio José Salim


PARQUE ECOLÓGICO MONSENHOR EMILIO JOSÉ SALIM (parque regional)

Área: 2.850.000m²
UTB: 37
Bairro: Vila Brandina
Macrozona: MZ4

Densidade e Índice de área verde/habitante da UTB:


Densidade abaixo de 500hab/km²
Índice de área verde por habitante acima de 60m²/hab

Estrutura Física

Equipamentos – Esporte, Lazer e Cultura

O Parque Ecológico Monsenhor Emilio José Salim, na Vila Brandina, é o


maior parque analisado neste trabalho, com 2.850.000m². A área pertencia à antiga
fazenda Mato Dentro, incorporada em 1937 pela Secretaria Estadual de Agricultura
como estação experimental do Instituto Biológico, e transformado em Parque
Ecológico pelo governo estadual em 1987. O nome do parque é uma homenagem ao
sacerdote (1903-1968) que nasceu no distrito de Sousas e foi ordenado em Roma;
um dos fundadores da Pontifícia Universidade Católica (PUC) de Campinas (FUTADA,
2007).
Por meio da Resolução nº 37/2002, o CONDEPACC estabeleceu o
tombamento do parque, incluindo os edifícios Casa Sede, Casa Anexa, Tulha, Capela
e Remanescentes Arquitetônicos e Áreas Verdes do Projeto Paisagístico de Roberto
Burle Marx como bem de interesse cultural, histórico, arquitetônico e ambiental. É
também tombado pelo CONDEPHAAT por meio da Resolução nº 34/1982.
85

A sede é um sobrado de grandes dimensões, com técnicas construtivas


diversas, como a pedra entaipada na fundação, taipa de pilão e alvenaria de
tijolos nas paredes. Coberta por telhas do tipo capa e canal, a estrutura do
telhado, em tesouras de madeira, vence longos vãos, sem apoios
intermediários (SILVA13, 1982 apud CONDEPHAAT, 2016).

O acesso ao parque ecológico se dá por dois portões de entrada


localizados na avenida Dr. Manoel Afonso Ferreira e pela avenida Dr. Moraes Salles.
Os dois acessos possuem estacionamentos com vagas para até mil veículos. O
entorno é ocupado por bairros e condomínios de alto padrão e baixa densidade de
ocupação.
Além das edificações de importância histórica, o parque possui lago,
quadras poliesportivas, campos de futebol society, parque infantil, pista para corridas
e caminhadas. Em junho de 2015, foram inauguradas pistas para mountain bike, uma
pista iniciante com 4,2 km e uma pista de competição com 6,2km de extensão.
Conforme informado pela prefeitura, o projeto paisagístico do parque foi elaborado por
Roberto Burle Marx, porém não foi possível confirmar se esse projeto foi ali
implantado.
No estacionamento localizado próximo ao acesso pela avenida Dr. Moraes
Salles, realiza-se aos domingos de manhã uma feira de produtos orgânicos bastante
conhecida e muito frequentada pela população da cidade. Além da feira, alguns
eventos como aulas abertas de ginástica, competições de corrida e de ciclismo, food
truck, entre outros, são promovidos pela prefeitura e conferem mais uso ao local.
Apesar de oferecer diversos equipamentos culturais, esportivos e de lazer, o parque,
de forma geral, é pouco frequentado. Os usos se concentram próximos do portão de
acesso da avenida Moraes Salles. Em especial perto do lago, diversas placas alertam
quanto ao risco de presença de carrapatos.

13 Heloísa Barbosa da Silva, citada como fonte do texto ilustrativo da página do CONDEPHAAT a
respeito do tombamento da sede da Fazenda Mato Dentro, na Estrada de Souzas, Campinas.
Disponível em:
<http://www.cultura.sp.gov.br/portal/site/SEC/menuitem.bb3205c597b9e36c3664eb10e2308ca0/?v
gnextoid=91b6ffbae7ac1210VgnVCM1000002e03c80aRCRD&Id=976044e37d52c010VgnVCM100
0001c01a8c0____>. Acesso em: 11 set. 2001.
86

4.2.18 PARQUE BOTÂNICO

Figura 38 - Ficha resumo do Parque Botânico


PARQUE BOTÂNICO (parque de bairro)

Área: 500.000m²
UTB: 64
Bairro: Swiss Park
Macrozona: MZ4

Densidade e Índice de área verde/habitante da UTB:


Densidade entre 1.001 e 3.000hab/km²
Índice de área verde por habitante entre 16 e 30m²/hab

Estrutura Física

Equipamentos – Esporte, Lazer e Cultura

O Parque Botânico possui 500.000m² e foi inaugurado em 2009. Está


localizado no loteamento Swiss Park, conjunto de dezenove condomínios fechados,
sendo dois comerciais e dezessete residenciais, inaugurado em 2006. Ruas longas e
limitadas por muros ou gradis altos marcam a paisagem monótona desta região. O
parque se insere como uma ilha cercada, muito pouco integrada ao entorno.
Possui dez lagos, pista de corrida, biblioteca, brinquedos infantis,
equipamentos para exercícios físicos e restaurante. Apesar de oferecer uma boa
estrutura física, o isolamento do parque em relação ao restante da cidade contribui
para que seja pouco conhecido e pouquíssimo frequentado.
Conforme informado pelo Departamento de Parques e Jardins da
prefeitura, a manutenção desse parque é realizada pelo próprio loteamento Swiss
Park.
87

4.2.19 BOSQUE SILVIA BRANDÃO BERTAZZOLI BELLUCCI

Figura 39 - Ficha resumo do Bosque Silvia Brandão Bertazzoli Bellucci


BOSQUE SILVIA BRANDÃO BERTAZZOLI BELLUCCI (parque de vizinhança)

Área: 18.160m²
UTB: 12
Bairro: Pq. Sta. Bárbara
Macrozona: MZ5

Densidade e Índice de área verde/habitante da UTB:


Densidade entre 3.001 e 6.000hab/km²

Índice de área verde por habitante abaixo de 15m²/hab

Estrutura Física

Equipamentos – Esporte, Lazer e Cultura

O Bosque Silvia Brandão Bertazzoli Bellucci, de 18.160m², está localizado


no Parque Santa Bárbara. Inaugurado em 2013, abrange um dos remanescentes de
mata nativa. É limitado pelas ruas Sebastião Pereira, Leonor de Moraes, Armando
Júlio Bisogni e Benevenuto de Figueiredo Torres, com três portões de acesso. A
entrada principal do bosque é feita pela rua Sebastião Pereira.
O bosque possui dois lagos, quiosques, pistas de caminhada, parque
infantil e equipamentos de ginástica.
O entorno do bosque é ocupado por uso predominantemente residencial,
com casas de até dois pavimentos de padrão médio-baixo. Próximos ao bosque, estão
os parques Aterro Santa Bárbara e o Parque Natural Municipal da Mata.
88

4.2.20 PARQUE DO ATERRO SANTA BÁRBARA

Apesar de estar relacionado no Diagnóstico do Plano Municipal do Verde,


o parque não foi localizado. O Departamento de Parques e Jardins informou, por fim,
que ainda não está implantado. O aterro sanitário do Parque de Santa Bárbara
funcionou entre 1984 e 1992.

4.2.21 PARQUE NATURAL MUNICIPAL DA MATA

Figura 40 - Ficha resumo do Parque Natural Municipal da Mata


PARQUE NATURAL MUNICIPAL DA MATA (parque de bairro)

Área: 335.162,25 m²
UTB: 12
Bairro: Pq. São Jorge
Macrozona: MZ5

Densidade e Índice de área verde/habitante da UTB:


Densidade entre 3.001 e 6.000hab/km²
Índice de área verde por habitante abaixo de 15m²/hab

Estrutura Física

Equipamentos – Esporte, Lazer e Cultura

Localizado no bairro Parque São Jorge, na Área de Preservação


Permanente (APP) do córrego São Jorge, o parque abrange um fragmento de Floresta
Estacional Semidecidual denominado Reserva da Mata. O parque é uma
contrapartida para a realização do empreendimento imobiliário Residencial Parque da
Mata. O parque oferece parque infantil, trilhas para caminhada e pequeno anfiteatro
aberto.
89

4.2.22 PARQUE LINEAR RIBEIRÃO DAS CABRAS

Figura 41 - Ficha resumo do Parque Linear Ribeirão das Cabras


PARQUE LINEAR RIBEIRÃO DAS CABRAS (parque linear)

Área: 16.140,30 m²
UTB: 41 e 42
Bairro: Sousas e J. Egídio
Macrozona: MZ1

Densidade e Índice de área verde/habitante da UTB 42:


Densidade abaixo de 500hab/km²
Índice de área verde por habitante acima de 60m²/hab

O Parque Linear Ribeirão das Cabras localiza-se na APA de Campinas,


entre os distritos de Sousas e Joaquim Egídio, ligando o centro do distrito de Sousas
à Estação Ambiental do distrito de Joaquim Egídio; ocupa parte do antigo caminho do
bonde da extinta Companhia Ramal Férreo Campineiro (CAMPINAS, 2015).
A população utiliza o parque para caminhadas, cavalgadas e passeios de
bicicleta. Ao longo do parque, estão instaladas algumas placas de identificação de
espécies e equipamentos para exercícios físicos. Sua principal característica é a
paisagem natural e bem vegetada. Os caminhos não são pavimentados e os
equipamentos foram feitos de madeira, de forma bem integrada à paisagem.
Processo de Tombamento n° 001/96 - Mata Ribeirão Cachoeira, Distrito de Sousas.
90

4.2.23 PARQUE LINEAR RIBEIRÃO DAS PEDRAS

Figura 42 - Ficha resumo do Parque Linear Ribeirão das Pedras


PARQUE LINEAR RIBEIRÃO DAS PEDRAS (parque linear)

Área: 390.739,79 m²
UTB: 5, 23 e 25
Bairro: Diversos bairros
Macrozona: MZ3

Densidade e Índice de área verde/habitante da UTB 23:


Densidade entre 3.001 e 6.000hab/km²
Índice de área verde por habitante entre 31 e 60m²/hab

O Parque Linear Ribeirão das Pedras se estende do bairro Alto do Taquaral


até o distrito de Barão Geraldo, onde recebe água dos afluentes que passam pelo
Parque Ecológico Hermógenes de Freitas Leitão. O ribeirão das Pedras é afluente da
margem esquerda do ribeirão das Anhumas, que é afluente do rio Atibaia, que, por
sua vez vai se constituir num dos formadores do rio Piracicaba, na bacia dos rios Tietê-
Paraná (PMC, 2010).
O parque tem 10 km de extensão, passa por 23 bairros e começou a ser
implantado em 1998. O projeto do parque previa a implantação de reservatórios para
contenção de cheias, recuperação da mata ciliar e implantação de ciclovia. Relatório
divulgado pela PMC aponta que sua implantação atendeu aos objetivos (PMC, 2010).
O parque não é identificado com facilidade e, aparentemente, é pouquíssimo
apropriado e utilizado pela população. Não há placas com informações ou indicações
sobre ele. Uma ciclovia, com 2,7km de extensão, é o único equipamento oferecido. O
parque é, sem dúvida, uma importante área verde da cidade, entretanto, até o
momento, não apresenta características e equipamentos que contribuam para sua
utilização social.
91

Quadro 8 - Resultados dos itens avaliados dos parques e bosques de Campinas

Fonte: Elaborado pela autora


92

4.3 BOSQUE VALENÇA, PARQUE PEDREIRA DO CHAPADÃO, PARQUE


ECOLÓGICO MONSENHOR JOSÉ SALIM E PARQUE PORTUGAL

Foram selecionados o Bosque Valença, a Pedreira do Chapadão, o Parque


Ecológico Monsenhor José Salim e o Parque Portugal, para os quais se elaboraram
croquis com a identificação da inserção física do parque em relação ao entorno e das
suas principais características morfológicas. Para a seleção dos parques
representativos, os parques e bosques avaliados foram distribuídos em matriz (quadro
9). Para o arranjo em matriz, foram consideradas as variáveis: Área total do parque
(m²) e Média da avaliação dos equipamentos (pontos). Os parques foram separados
quanto à área em parques com até 200.000m² e em parques com mais de 200.000m²;
quanto à média das avaliações, em parques cuja média foi de até 2,5 pontos e em
parques com média acima de 2,5 pontos. As médias foram calculadas com base no
Quadro 8 e foram obtidas por meio da divisão do somatório de pontos referentes aos
equipamentos pela quantidade de equipamentos analisada.

Quadro 9 - Arranjo em matriz dos parques e bosques


Média da avaliação dos Média da avaliação dos
equipamentos até 2,5 equipamentos acima de 2,5
Parque/Bosque Média Parque/Bosque Média

Bosque Valença 1,70 Bosque Silvia B. B. Bellucci 2,60

Bosque dos Alemães 1,75 Bosque São José 2,60

Bosque dos Artistas 1,86 Bosque dos Guarantãs 2,73


Até 200.000m²

Bosque da Paz 1,90 Pq. Ec. Hermógenes de Freitas 2,82

Bosque Chico Mendes 1,90 Bosque dos Jequitibás 2,85

Bosque Augusto Ruschi 2,00 Pedreira do Chapadão 2,87

Bosque dos Italianos 2,00

Bosque dos Cambarás 2,10


Parque/Bosque Média Parque/Bosque Média

Pq. Ec. Monsenhor José Salim 2,07 Parque Botânico 2,56


200.000m²
Acima de

Lago do Café 2,10 Parque das Águas 2,77

PNM da Mata 2,38 Parque Portugal 2,87


Fonte: Elaborado apela autora
93

4.3.1 BOSQUE VALENÇA – BOSQUE FERNANDO TILLI

Figura 43 - Croqui com a análise morfológica do Bosque Valença

Localização do bosque na UTB


1 - Entrada 2 - Entorno

3 – Entorno 4 - Entorno 5 – Entorno

Fonte: Elaborado pela autora.


94

O croqui da análise morfológica do Bosque Valença permite observar que


o entorno do parque é marcado pela baixa densidade de ocupação com presença
predominante de residências unifamiliares de padrão baixo (classe E) com até dois
pavimentos. Condomínios residenciais murados com torres de até cinco pavimentos
estão presentes numa área menor e contrastam com a ocupação horizontal vizinha.
Na área ocupada por uso misto, foram observados pequenos estabelecimentos
comerciais, como bares, salões de beleza, lojas de variedades, oficinas mecânicas e
lojas de autopeças. A paisagem do entorno é árida, com pouca diversidade e baixa
qualidade estética. As duas áreas sem ocupação também contribuem para o aspecto
degradado do entorno pois tratam-se de terrenos com aparência de abandono,
tomados por mato e sem calçadas. O Terminal de ônibus Campo Grande e as duas
escolas presentes no entorno conferem maior fluxo de pessoas na região.
O cercamento do bosque apresenta-se em mal estado de conservação,
assim como as calçadas que em muitos trechos não se apresenta pavimentada.
Apesar de mal conservado fisicamente, o bosque foi a única estrutura de lazer
identificada na área analisada e aparenta ser importante para o convívio social, o lazer
e a prática esportiva dos moradores da região.
95

4.3.2 PARQUE PEDREIRA DO CHAPADÃO

Figura 44 - Croqui com a análise morfológica da Pedreira do Chapadão

Localização do bosque na UTB


1 - Entrada 2 - Entorno

3 – Entorno 4 - Entorno 5 – Entorno

Fonte: Elaborado pela autora.


96

O croqui com a análise morfológica do Parque Pedreira do Chapadão


permite identificar que o parque, com formato irregular e limites sinuosos, está
localizado próximo a uma via de fluxo intenso, que é a avenida Marechal Rondon.
Essa avenida acompanha um pequeno trecho do limite do parque e é por meio dela
que se faz o acesso à entrada principal do parque e ao estacionamento. Outros dois
portões secundários de acesso estão localizados na rua Dr. Alcides Carvalho, que
também acompanha um trecho do limite do parque. A avenida Marechal Rondon e a
rua Dr. Alcides de Carvalho são as duas únicas vias que coincidem com os limites do
parque. Os demais limites fazem divisa com terrenos particulares, ocupados a norte
e leste, e com uma área não ocupada. O parque não apresenta conexão física com
outra estrutura verde urbana.
O entorno do parque é marcado pela presença predominante de
residências unifamiliares de padrão médio e alto com até dois pavimentos e,
consequentemente, pela baixa densidade de ocupação e baixa diversidade de usos.
O parque está localizado numa área alta da cidade e do bairro, entretanto, por se
tratar de uma antiga pedreira, a área interna do parque é pouco visível a partir das
vias de acesso. Os condomínios residenciais horizontais que fazem divisa com o
parque também impedem a visão. Internamente o parque apresenta boa diversidade
de equipamentos, que se encontram em bom estado de conservação. A presença das
altas paredes de pedra é marcante e um diferencial da sua paisagem interna. Em
visitas realizadas em dias úteis, observou-se a presença de poucos usuários. Nas
visitas realizadas em fins de semana, observou-se concentração de usuários nos
quiosques para piqueniques e festas de aniversário, nos equipamentos esportivos,
brinquedos infantis e demais estruturas físicas oferecidas.
97

4.3.3 PARQUE ECOLÓGICO MONSENHOR JOSÉ SALIM


Figura 45 - Croqui com a análise morfológica do Parque Ecológico Monsenhor José
Salim

Localização do bosque na UTB


1 - Entrada 2 - Entorno

3 – Entorno 4 - Entorno 5 – Entorno

Fonte: Elaborado pela autora.


98

O croqui da análise morfológica do Parque Ecológico Monsenhor Emílio


José Salim permite identificar que o entorno do parque é marcado pela ocupação de
residências de alto, médio e baixo padrão e pela presença de áreas vazias ou com
baixa ocupação. Observa-se que, apesar da proximidade com a rodovia Heitor
Penteado, o entorno do parque é ocupado predominantemente por uso residencial, o
que lhe confere pouca diversidade de uso. A rodovia Heitor Penteado liga a região
central de Campinas aos distritos de Sousas e Joaquim Egídio. Conforme dados de
2010 da Empresa Municipal de Desenvolvimento de Campinas–EMDEC, a rodovia
recebia por dia uma média de 46.600 carros.
Excetuando-se os parques lineares, este parque é o maior implantado na
cidade. Não está integrado aos bairros do entorno e, aparentemente, não se configura
como um parque de referência para a população da cidade. Nas visitas realizadas nos
fins de semana, observou-se que o estacionamento do portão principal de acesso
recebe, aos domingos de manhã, uma feira de produtos orgânicos e aulas de algumas
atividades físicas, promovidas por academias da cidade com o apoio da Prefeitura.
Tal programação confere ao parque maior fluxo de visitas aos domingos de manhã
em comparação com os outros dias da semana.
O Parque Ecológico Monsenhor Emílio José Salim está localizado numa
área com topografia irregular, assim, para acessar o parque, devem ser vencidos
trechos em aclive. Associados a tais condições topográficas, as calçadas mal
conservadas e o reduzido número de portões de acesso dificultam a entrada ao
parque e impedem que se integre ao entorno. O parque, neste caso, se estabelece
como uma grande barreira física no bairro.
99

4.3.4 PARQUE PORTUGAL – LAGOA DO TAQUARAL


Figura 46 - Croqui com a análise morfológica do Parque Portugal

Localização do bosque na UTB 1 - Entrada 2 - Entorno

3 – Entorno 4 - Entorno 5 – Entorno

Fonte: Elaborado pela autora.


100

O croqui da análise morfológica do Parque Portugal permite observar que


o parque, com formato alongado, localiza-se próximo do parque Lago do Café e da
praça Arautos da Paz, inserido em uma região com ocupação de residências de
padrão médio e alto e de comércios e serviços concentrados nas principais vias de
ligação – avenidas Heitor Penteado e Júlio Prestes.
A relação de integração entre o Parque Portugal e os dois espaços públicos
– parque Lago do Café e praça Arautos da Paz – exemplifica relações de proximidade
com características bastante diferentes uma da outra. A relação de proximidade com
o parque Lago do Café representa um exemplo de situação em que duas áreas
verdes, por estarem próximas, permitem, até certo ponto, o fluxo da fauna (ao menos
aves e insetos) e as trocas biológicas necessárias à manutenção da sua
biodiversidade.
A proximidade dessas duas áreas não representa, porém, nenhum tipo de
integração física, uma vez que ambas são cercadas e isoladas uma da outra. Ainda
que tal proximidade possa ser considerada positiva do ponto de vista ecológico,
quanto aos aspectos sociais, o Parque Portugal se configura como um parque
consolidado na cidade, com grande diversidade de equipamentos e atividades
oferecidas, enquanto o Lago do Café, além da baixa diversidade de equipamentos,
está com seu espaço mal conservado e pouco utilizado para a realização de eventos.
No caso da proximidade do Parque Portugal com a praça Arautos da Paz,
trata-se de uma integração física que se consolida por meio do uso das calçadas tanto
do parque como da praça, frequentemente utilizadas para prática de corridas e
caminhadas, e da ciclovia que contorna o parque e a praça. Nesse caso, trata-se de
uma integração de programa, oferecido pelas duas estruturas, que, neste caso,
extrapola os limites definidos pelo cercamento do Parque Portugal. Além de promover
a integração entre essas duas estruturas urbanas, as atividades físicas realizadas ao
redor do parque e da praça conferem movimento a esse entorno, com a presença
constante de usuários, o que, por sua vez, representa mais segurança para essas
regiões.
No Parque Portugal, além da significativa diversidade de equipamentos, o
local sedia inúmeros eventos promovidos pela Prefeitura, entre eles, o Concerto de
Natal, realizado na Concha Acústica, pela Orquestra Sinfônica Municipal. Além dos
eventos culturais, a Prefeitura promoveu em 2015 um concurso de arquitetura para
101

selecionar propostas para a construção da “Casa da Sustentabilidade” no Parque


Portugal.
102

5 DISCUSSÃO

A comparação entre o índice de área verde por habitante de Campinas,


que foi obtido considerando-se áreas com baixa densidade populacional, com o índice
que foi obtido sem considerar áreas com baixa densidade populacional (abaixo de
5hab/km²), demonstra que, para este caso, a consideração das áreas com baixas
densidades interfere significativamente nos resultados obtidos. Os dados,
organizados no Quadro 5, que foram gerados com base no Mapa 2, confirmam a
ressalva de Rosset (2005), de que altos índices de áreas verdes podem não significar
abundância de áreas verdes no caso de áreas com baixas densidades populacionais.
Constata-se, a partir desses primeiros dados, a importância, para o caso de
Campinas, de analisar, além do índice geral de área verde por habitante do perímetro
urbano, o índice de área verde das áreas efetivamente ocupadas da cidade. No caso
em questão, um município que apresenta áreas com baixas taxas de ocupação em
seu perímetro urbano, calcular o índice de área verde incluindo as áreas com baixas
taxas de densidade populacional poderá distorcer alguns dados e mascarar outros
sobre o estoque de áreas verdes disponíveis em áreas efetivamente habitadas. Ainda
que áreas verdes localizadas em áreas com baixas taxas de densidade populacional
cumpram importantes papéis ambientais, os possíveis benefícios associados ao uso
dessas áreas para atividades de esporte e lazer, sua contribuição para amenização
da sensação térmica das áreas urbanas, entre outros proveitos voltados à população,
não estarão sendo plenamente contemplados.
As análises sobre a distribuição dos índices de área verde por habitante
para as UTBs que apresentassem densidade acima de 500 hab/km² permitiram
observar que apenas 30,27% do perímetro urbano do Município apresentam índices
acima de 30m²/hab, o que equivale a uma área de 124.335,9 km². Para 10,52% do
perímetro urbano, os índices estão entre 20 e 30m²/hab; para 15,01%, estão entre 10
e 20m2/hab, e para 17,75% estão abaixo de 10m²/hab. Vale destacar que, para essas
análises, foram excluídas as áreas do perímetro urbano com ocupação abaixo de
500hab/km², que, por sua vez, representam 26,45%. Esses dados permitem destacar
que a maior parte do território efetivamente ocupado da cidade apresenta índices de
área verde por habitante muito abaixo dos 87,67 m²/hab identificados pela PMC
103

(2015a), quando considerou a área total do Município sem distinção entre áreas rurais
ou urbanas, ocupadas ou não.
A identificação e visita aos 22 parques implantados de Campinas permitiu
reconhecer, além dos equipamentos e estrutura física oferecidos em cada parque, sua
inserção no tecido urbano. Em relação à inserção dos parques no tecido urbano, foi
possível observar que eles estão isolados, sem interligação com outras estruturas
verdes da cidade. Nesse sentido, não atendem à recomendação apontada por
Tzoulas et al. (2007), de que os elementos verdes das cidades devem estar presentes
em quantidade suficiente e interligados, a fim de criar uma estrutura verde contínua.
As exceções são os parques lineares, que, pela configuração física e por
acompanharem cursos d’água, apresentam continuidade, promovendo a interligação
de fragmentos verdes e dos parques Portugal e Lago do Café, que se localizam lado
a lado.
Dos parques analisados, doze possuem lago, lagoa, espelho d’água ou
curso d’água. São eles: Lago do Café, Pedreira do Chapadão, Bosque Augusto
Ruschi, Bosque dos Jequitibás, Parque Ecológico Hermógenes de Freitas Leitão,
Parque das Águas, Bosque da Paz, Parque Botânico, Bosque Sílvia Brandão
Bertazzoli Bellucci, Parque Linear Ribeirão das Cabras e Parque Linear Ribeirão das
Pedras.
Fragmentos de remanescentes florestais estão presentes em onze
parques: Bosque dos Cambarás, Bosque dos Italianos, Bosque São José, Bosque
Augusto Ruschi, Bosque dos Jequitibás, Bosque dos Alemães, Bosque Chico
Mendes, Bosque dos Guarantãs, Parque Ecológico Monsenhor Emílio José Salim,
Bosque Sílvia Brandão Bertazzoli Bellucci, Parque Linear Ribeirão das Pedras. A
presença dos remanescentes confere aos parques funções ecológicas associadas à
preservação de espécies e suporte à fauna. Os fragmentos de mata nativa atribuem
também valor estético a eles e ao entorno imediato, além de contribuírem para o
controle do microclima – como constatado, por exemplo, pelo trabalho de Castro
(1999). Essas áreas, em razão da densidade e disposição das espécies arbóreas,
podem interferir positivamente na atenuação do clima urbano, que, conforme
apontado por Labaki et al. (2011), está associada às densidades e disposição das
árvores.
104

Em visitas aos parques de Campinas para realização das análises


qualitativas desses espaços, foi possível identificar que a PMC, por meio do
Departamento de Parques e Jardins promove diversas ações de manutenção dos
jardins, mobiliário e equipamentos de esporte e lazer. Ainda assim, constatou-se que
diversos parques apresentam-se carentes de manutenção, conforme relatado e
representado resumidamente nas fichas de análise de cada parque. Cabe destacar
que, exceção feita aos parques Portugal, Pedreira do Chapadão, Hermógenes de
Freitas Leitão, Guarantãs, Parque das Águas e Bosque dos Jequitibás, os parques e
bosques analisados são pouco convidativos à visitação e oferecem pouca diversidade
de equipamentos voltados ao esporte e lazer, além de os equipamentos oferecidos
apresentarem baixa qualidade geral em relação aos materiais empregados e ao
estado geral de manutenção.
Dos 22 parques analisados, apenas 6 atenderiam minimamente às
recomendações de pesquisadores que apontam que as áreas verdes, a fim de
contribuírem com a qualidade de vida urbana, devem ser atraentes e acessíveis, com
diversidade de equipamentos e estruturas naturais e sociais (MASCARÓ, 2005;
TZOULAS et al., 2007; Van HERZELE; WIEDEMANN, 2003). Em contrapartida, a
baixa multiplicidade de usos e baixa atratividade dos parques contribuem para torná-
los áreas impopulares e, consequentemente, inseguros, conforme alertado por Jane
Jacobs (2003). A impopularidade e insegurança dos parques refletem-se nas ruas que
os margeiam e no entorno, que, nas palavras de Jacobs, “ganham fama de perigosas
e são evitadas”.
Ao comparar os dados quanto a área territorial, população e densidade
demográfica das cidades de Campinas e Curitiba, pôde-se observar que Campinas,
apesar de contar com área territorial maior que a de Curitiba, tem uma população
menor.
Segundo dados do IBGE (ano) e das prefeituras municipais de cada cidade,
a área territorial de Campinas é de 794,571km², enquanto a de Curitiba é de
435,036km². Com relação à população, enquanto Campinas tinha 1.080.113
habitantes, Curitiba tinha 1.751.907 habitantes. Assim, a densidade demográfica de
Campinas é significativamente inferior à de Curitiba. O Quadro 10 a seguir resume
esses dados.
105

Quadro 10 – Comparação dados de Campinas e Curitiba – Área territorial,


população e densidade demográfica

Densidade
Cidade Área territorial (km²) População (2010)
demográfica (hab/km²)

Campinas 794,571 1.080.113 1.359,60


Curitiba 435,036 1.751.907 4.027,04
Fonte: Elaborado pela autora.

Com relação às áreas verdes, Campinas possui um total de 94.600.000,00


m² de áreas verdes enquanto Curitiba possui 101.607.497,69 m². O índice de áreas
verdes por habitante de Campinas equivale a 87,67m²/hab enquanto o de Curitiba
equivale a 58m²/hab. Quanto à porcentagem de área verde, Campinas possui 11,91%
de área verde e Curitiba tem 23,36%. Os dados estão organizados no Quadro 11
abaixo.

Quadro 11 - Comparação dados de Campinas e Curitiba – Área verde, área verde


por habitante e porcentagem de área verde / área territorial
Porcentagem área
Área verde por
Cidade Área verde (m²) verde/área territorial
habitante (m²/hab)
(%)
Campinas 94.600.000,00 87,67 11,91%
Curitiba 101.607.497,69 58,00 23,36%
Fonte: Elaborado pela autora.

Com base nos dados acima expostos, é possível observar que, apesar de
apresentar um índice de área verde por habitante inferior ao de Campinas, Curitiba
apresenta o dobro da porcentagem de área verde. Essa comparação também ilustra
a ressalva de Rosset (2005) acerca da interferência da densidade populacional nos
estudos sobre as áreas verdes.
Como para o caso de Campinas foi possível identificar que áreas com
densidades abaixo de 5hab/km² fazem parte do perímetro urbano e que uma alta
porcentagem do Município é ocupada por área rural, o Quadro 12 a seguir permite
comparar os dados quanto às porcentagens de área verde considerando cada um
desses recortes.
106

Quadro 12 - Comparação dados de Campinas e Curitiba – Área do recorte, área


verde e porcentagem de área verde para cada recorte.

Porcentagem de
Cidade - recorte Área (km²) Área verde (m²)
área verde
Campinas - município 794,57 94.600.000,00 11,91%

Campinas - perímetro urbano 410,79 42.105.391,30 10,25%

Campinas - perímetro urbano


302,12 24.223.481,02 8,02%
densidade > 5hab/km²
Curitiba - município 435,04 101.607.497,69 23,36%
Fonte: Elaborado pela autora.

Os diferentes arranjos quantitativos – como os observados nas duas


cidades mencionadas, especialmente em relação às diferentes densidades
populacionais – podem refletir diretamente nas condições de vitalidade social das
áreas verdes de cada cidade. Ainda que a densidade urbana, por si só, não possa ser
considerada como determinante para a vitalidade social das áreas verdes, a maior
quantidade de pessoas fisicamente próximas a elas indica facilidade de acesso a um
número maior de possíveis frequentadores.
Em relação ao conjunto de parques das duas cidades, o Quadro 13, abaixo,
permite identificar a porcentagem representada pelos parques de cada cidade em
relação à área total do recorte considerado e em relação às áreas verdes mapeadas
de cada cidade.

Quadro 13 - Comparação entre dados de Campinas e Curitiba – parques,


porcentagem de parques / áreas verdes e porcentagem de parques / área do recorte
considerado.

Porcentagem Porcentagem
Cidade - recorte Parques (m²) parques/áreas parques/área
verdes (%) recorte (%)
Campinas - município 7.593.449,36 8,03% 0,96%

Campinas - perímetro urbano 7.593.449,36 18,03% 1,85%

Campinas - perímetro urbano


7.593.449,36 31,35% 2,51%
densidade > 5hab/km²

Curitiba - município 20.028.627,00 19,71% 4,60%


Fonte: Elaborado pela autora.

É possível observar que Campinas apresenta uma porcentagem de


parques em relação à área territorial considerada significativamente menor em relação
107

a Curitiba. A porcentagem de parques em relação às áreas mapeadas somente é


superior à de Curitiba quando se considera o recorte das áreas do perímetro urbano
com densidade acima de 5hab/km².
108

6 CONCLUSÕES

A partir da comparação entre os índices de área verde por habitante


calculados para Campinas, foi possível identificar que a consideração de áreas de
baixas densidades interferiu de forma significativa no cálculo de tais índices. Dessa
forma, pode-se concluir que, para o caso de Campinas, que é um município cujo
perímetro urbano abrange áreas com baixas taxas de densidade populacional, deve-
se levar em conta no cálculo e na análise, além do índice geral de área verde, o índice
de área verde da área efetivamente ocupada pela população.
Com base na análise da relação entre a distribuição das áreas verdes e a
distribuição da população, foi possível observar a grande variação nos índices de
áreas verdes por habitante para Campinas e demonstrar que a cidade não apresenta
uma distribuição equilibrada de áreas verdes por habitante. Em geral, áreas com mais
altas taxas de densidade populacional apresentam baixos índices de área verde por
habitante. Assim, pode-se concluir que se deveria considerar a análise da distribuição
das áreas verdes em relação à distribuição da população nos processos de
planejamento e implantação de áreas verdes urbanas para o município de Campinas.
A respeito dos aspectos qualitativos e morfológicos dos parques que foram
analisados, verificou-se que os parques não se apresentam integrados a um sistema
de áreas verdes: a maioria dos parques implantam-se como ilhas verdes dentro do
tecido urbano, apresentando conexão visual exclusivamente com o seu entorno
imediato, não evidenciando, de modo geral, conexões com outras infraestruturas
urbanas, como vias, calçadas, ciclovias, ou com outras áreas verdes. Foi possível
constatar que ainda são poucos os parques de Campinas que oferecem multiplicidade
de usos e bom estado de conservação de seus equipamentos.
Nas visitas a campo, não foram realizadas entrevistas com os usuários dos
parques, dessa forma, este trabalho poderia ser futuramente complementado com
uma pesquisa sobre a percepção dos usuários acerca dos parques da cidade e, nesse
caso, os resultados obtidos da presente pesquisa poderiam ser confrontados com os
resultados obtidos por meio das entrevistas.
Evidenciou-se que, apesar do índice de área verde por habitante de
Campinas ser mais alto do que o de Curitiba, esta apresenta porcentagem do território
ocupado por áreas verdes mais alta do que aquela. E que o índice de área verde por
109

habitante de Campinas é alto, mesmo com menos porcentagem de área verde em


razão da baixa densidade populacional do município, que inclui em seu território áreas
rurais e, em seu perímetro urbano, áreas ainda não ocupadas e áreas com baixas
taxas de densidade populacional.
Ainda como possível complementação futura para esta pesquisa, entende-
se que a metodologia adotada neste trabalho poderia ser aplicada ao município de
Curitiba e a outros municípios o que permitiria a comparação mais detalhada de dados
sobre as áreas verdes abordando seus aspectos quantitativos, qualitativos,
morfológicos e de distribuição. A partir das considerações e observações acima
expostas, este trabalho conclui que uma abordagem sistêmica, que contemple
aspectos ambientais e sociais, quantitativos, distributivos, qualitativos e morfológicos,
seja imprescindível ao planejamento das áreas verdes de Campinas. A
implementação de uma rede de áreas verdes que inclua parques, bosques, praças,
avenidas, corredores e fragmentos verdes, poderia oferecer uma melhor distribuição
e diversificação do verde pelo território. A ocupação dispersa do território e a histórica
ausência de uma abordagem integrada das áreas verdes no planejamento do
Município refletem nos resultados observados dessa pesquisa. As amplas áreas
pouco adensadas do território de Campinas, representam a oportunidade de um
redesenho do diálogo entre cidade e natureza.
110

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115

APÊNDICE

O Apêndice é composto por 22 fichas dos parques que foram analisados.


Cada ficha inclui informações quanto à localização, o resultado da avaliação dos
equipamentos e fotos do local.
116

LAGO DO CAFÉ

Área: 330.000 m2
UTB: 25
Bairro: Taquaral
Macrozona: MZ4

Densidade e Índice de área verde/habitante da UTB:


Densidade entre 1.001 e 3.000hab/km²
Índice de área verde por habitante entre 31 e 60m²/hab

Estrutura Física

Equipamentos – Esporte, Lazer e Cultura

Fotos

Portão de entrada do parque Vista geral 01

Vista geral 02 Lago do café

BOSQUE DOS CAMBARÁS


117

Área: 58.300m²
UTB: 51
Bairro: DIC V
Macrozona: MZ5

Densidade e Índice de área verde/habitante da UTB:


Densidade acima de 6.000hab/km²
Índice de área verde por habitante abaixo de 15m²/hab

Estrutura Física

Equipamentos – Esporte, Lazer e Cultura

Fotos

Portão de entrada do parque Vista geral 01

Vista geral 02 Parque infantil

PEDREIRA DO CHAPADÃO
118

Área: 130.000m²
UTB: 17
Bairro: Chapadão
Macrozona: MZ4

Densidade e Índice de área verde/habitante da UTB:


Densidade entre 3.001 e 6.000hab/km²
Índice de área verde por habitante entre 16 e 30m²/hab

Estrutura Física

Equipamentos – Esporte, Lazer e Cultura

Fotos

Vista geral 01 Parque infantil

Vista geral 02 Lago

BOSQUE DOS ITALIANOS – PRAÇA SAMUEL WAINER


119

Área: 14.411m²
UTB: 18
Bairro: Guanabara
Macrozona: MZ4

Densidade e Índice de área verde/habitante da UTB:


Densidade entre 3.001 e 6.000hab/km²
Índice de área verde por habitante abaixo de 15m²/hab

Estrutura Física

Equipamentos – Esporte, Lazer e Cultura

Fotos

Portão de entrada do parque Vista geral

Biblioteca infantil Cercamento do parque

BOSQUE SÃO JOSÉ – PRAÇA FRANCISCO VIVALDI


120

Área: 33.600m²
UTB: 57
Bairro: Vila Lemos
Macrozona: MZ4

Densidade e Índice de área verde/habitante da UTB:


Densidade acima de 6.000hab/km²
Índice de área verde por habitante abaixo de 15m²/hab

Estrutura Física

Equipamentos – Esporte, Lazer e Cultura

Fotos

Vista geral 01 Academia ao ar livre

Banheiros Parque infantil

BOSQUE AUGUSTO RUSCHI


121

Área: 26.000m²
UTB: 51
Bairro: DIC I
Macrozona: MZ5

Densidade e Índice de área verde/habitante da UTB:


Densidade acima de 6.000hab/km²
Índice de área verde por habitante abaixo de 15m²/hab

Estrutura Física

Equipamentos – Esporte, Lazer e Cultura

Fotos

Vista geral 01 Vista geral 02

Academia ao ar livre Parque infantil

BOSQUE VALENÇA – BOSQUE FERNANDO TILLI


122

Área: 38.000m²
UTB: 45
Bairro: Valença I
Macrozona: MZ5

Densidade e Índice de área verde/habitante da UTB:


Densidade entre 3.001 e 6.000hab/km²
Índice de área verde por habitante entre 31 e 60m²/hab

Estrutura Física

Equipamentos – Esporte, Lazer e Cultura

Fotos

Vista geral 01 Vista geral 02

Sede administrativa Campo de futebol


123

BOSQUE DOS JEQUITIBÁS

Área: 104.111,49m²
UTB: 35
Bairro: Bosque
Macrozona: MZ4

Densidade e Índice de área verde/habitante da UTB:


Densidade acima de 6.000hab/km²
Índice de área verde por habitante abaixo de 15m²/hab

Estrutura Física

Equipamentos – Esporte, Lazer e Cultura

Fotos

Vista geral 01 Vista geral 02

Museu de História Natural Parque infantil


124

BOSQUE DOS ARTISTAS

Área: 7.773m²
UTB: 61
Bairro: Swift
Macrozona: MZ4

Densidade e Índice de área verde/habitante da UTB:


Densidade entre 3.001 e 6.000hab/km²
Índice de área verde por habitante abaixo de 15m²/hab

Estrutura Física

Equipamentos – Esporte, Lazer e Cultura

Fotos

Entrada do parque Vista geral 01

Vista geral 02 Sede administrativa


125

BOSQUE DOS ALEMÃES

Área: 20.580m²
UTB: 18
Bairro: Jd. Guanabara
Macrozona: MZ4

Densidade e Índice de área verde/habitante da UTB:


Densidade entre 3.001 e 6.000hab/km²
Índice de área verde por habitante abaixo de 15m²/hab

Estrutura Física

Equipamentos – Esporte, Lazer e Cultura

Fotos

Portão de entrada do parque Vista geral

Banheiro público Parque infantil


126

PARQUE ECOLÓGICO HERMÓGENES DE FREITAS LEITÃO

Área: 135.000m²
UTB: 5
Bairro: Barão Geraldo
Macrozona: MZ3

Densidade e Índice de área verde/habitante da UTB:


Densidade entre 1.001 e 3.000hab/km²
Índice de área verde por habitante entre 31 e 60m²/hab

Estrutura Física

Equipamentos – Esporte, Lazer e Cultura

Fotos

Vista geral Academia ao ar livre

Parque infantil Lago


127

BOSQUE CHICO MENDES

Área: 34.000 m²
UTB: 26
Bairro: Pq. São Quirino
Macrozona: MZ4

Densidade e Índice de área verde/habitante da UTB:


Densidade entre 3.001 e 6.000hab/km²
Índice de área verde por habitante entre 16 e 30m²/hab

Estrutura Física

Equipamentos – Esporte, Lazer e Cultura

Fotos

Entrada do parque Vista geral 01

Vista geral 02 Parque infantil


.
128

PARQUE DAS ÁGUAS

Área: 287.518,49m²
UTB: 63
Bairro: Pq. Jambeiro
Macrozona: MZ4

Densidade e Índice de área verde/habitante da UTB:


Densidade entre 1.001 e 3.000hab/km²
Índice de área verde por habitante acima de 60m²/hab

Estrutura Física

Equipamentos – Esporte, Lazer e Cultura

Fotos

Portão de entrada do parque Vista geral 01

Vista geral 02 Parque infantil


129

BOSQUE DOS GUARANTÃS

Área: 87.016m²
UTB: 60
Bairro: Jd. Nova Europa
Macrozona: MZ4

Densidade e Índice de área verde/habitante da UTB:


Densidade entre 3.001 e 6.000hab/km²
Índice de área verde por habitante entre 16 e 30m²/hab

Estrutura Física

Equipamentos – Esporte, Lazer e Cultura

Fotos

Portão de entrada do parque Quadras poliesportivas

Vista geral Academia ao ar livre

BOSQUE DA PAZ
130

Área: m²
UTB: 29
Bairro: Jd. Madalena
Macrozona: MZ4

Densidade e Índice de área verde/habitante da UTB:


Densidade acima de 6.000hab/km²
Índice de área verde por habitante abaixo de 15m²/hab

Estrutura Física

Equipamentos – Esporte, Lazer e Cultura

Fotos

Vista geral Banheiro público

Parque infantil Campo de futebol


131

PARQUE PORTUGAL – LAGOA DO TAQUARAL

Área: 2.200.000m²
UTB: 27
Bairro: Taquaral
Macrozona: MZ4

Densidade e Índice de área verde/habitante da UTB:


Densidade entre 3.001 e 6.000hab/km²
Índice de área verde por habitante entre 31 e 60m²/hab

Estrutura Física

Equipamentos – Esporte, Lazer e Cultura

Fotos

Vista geral 01 Vista geral 02

Parque infantil Lagoa do Taquaral


132

PARQUE ECOLÓGICO MONSENHOR EMILIO JOSÉ SALIM

Área: 2.850.000m²
UTB: 37
Bairro: Vila Brandina
Macrozona: MZ4

Densidade e Índice de área verde/habitante da UTB:


Densidade abaixo de 500hab/km²
Índice de área verde por habitante acima de 60m²/hab

Estrutura Física

Equipamentos – Esporte, Lazer e Cultura

Fotos

Portão de entrada do parque Lago

Vista geral Academia ao ar livre


PARQUE BOTÂNICO

Área: 500.000m²
133

UTB: 64
Bairro: Swiss Park
Macrozona: MZ4

Densidade e Índice de área verde/habitante da UTB:


Densidade entre 1.001 e 3.000hab/km²
Índice de área verde por habitante entre 16 e 30m²/hab

Estrutura Física

Equipamentos – Esporte, Lazer e Cultura

Fotos

Portão de entrada do parque Lago

Quiosques Vista geral

BOSQUE SILVIA BRANDÃO BERTAZZOLI BELLUCCI


134

Área: 18.160m²
UTB: 12
Bairro: Pq. Sta. Bárbara
Macrozona: MZ5

Densidade e Índice de área verde/habitante da UTB:


Densidade entre 3.001 e 6.000hab/km²

Índice de área verde por habitante abaixo de 15m²/hab

Estrutura Física

Equipamentos – Esporte, Lazer e Cultura

Fotos

Vista geral Lagoa

Parque infantil Academia ao ar livre


135

PARQUE NATURAL MUNICIPAL DA MATA

Área: 335.162,25 m²
UTB: 12
Bairro: Pq. São Jorge
Macrozona: MZ5

Densidade e Índice de área verde/habitante da UTB:


Densidade entre 3.001 e 6.000hab/km²
Índice de área verde por habitante abaixo de 15m²/hab

Estrutura Física

Equipamentos – Esporte, Lazer e Cultura

Fotos

Portão de entrada do parque Banheiro público

Parque infantil Anfiteatro


136

PARQUE LINEAR RIBEIRÃO DAS CABRAS

Área: 16.140,30 m²
UTB: 41 e 42
Bairro: Sousas e J. Egídio
Macrozona: MZ1

Densidade e Índice de área verde/habitante da UTB 42:


Densidade abaixo de 500hab/km²
Índice de área verde por habitante acima de 60m²/hab

Fotos

Vista geral 01 Vista geral 02

Vegetação nativa Academia ao ar livre


137

PARQUE LINEAR RIBEIRÃO DAS PEDRAS

Área: 390.739,79 m²
UTB: 5, 23 e 25
Bairro: Diversos bairros
Macrozona: MZ3

Densidade e Índice de área verde/habitante da UTB 23:


Densidade entre 3.001 e 6.000hab/km²
Índice de área verde por habitante entre 31 e 60m²/hab

Fotos

Vista geral 01 Pista de caminhada

Vista geral 02 Ribeirão das Pedras

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