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Suponha que havia sido publicada uma lei com o seguinte preâmbulo e artigo.

Desde há mais de cindo séculos que Portugal determinou a exigência de os proprietários das
farmácias serem farmacêuticos. Esta solução vai no sentido de tornar mais eficiente e segura
a ação do farmacêutico no desempenho da sua profissão. A melhor garantia para a sua
valorização profissional é o interesse direto do farmacêutico na propriedade da farmácia.
Assim:
Artigo A
Propriedade das farmácias
1 – As farmácias só podem funcionar mediante alvará apenas concedido a farmacêuticos ou a
sociedades em nome coletivo ou por quotas, se todos os sócios forem farmacêuticos e enquanto
o forem.
2 – Falecendo o proprietário de qualquer farmácia, se algum dos interessados diretos na
partilha for farmacêutico ou aluno do curso de Farmácia, é-lhe adjudicada a farmácia, salvo
oposição sua, pelo valor fixado no competente inventário, podendo, neste último caso,
qualquer interessado requerer segunda avaliação da farmácia.
3 – Se a farmácia integrada na herança ou nos bens do casal vier a ser adjudicada a cônjuge
ou herdeiro legitimário que não seja farmacêutico ou aluno de Farmácia, deve, no prazo de
dois anos, ser objeto de trespasse ou de cessão da exploração a favor de farmacêutico, sob pena
de caducidade do alvará.
4 – É nulo o legado de farmácia a favor de pessoa que, não sendo farmacêutico ou aluno de
Farmácia, não seja chamado à sucessão na qualidade de herdeiro legítimo ou legitimário ou,
sendo-o, haja cônjuge ou outro herdeiro farmacêutico ou aluno de Farmácia.

Considerando o enunciado normativo transcrito, pronuncie-se quanto à


constitucionalidade material das normas nele contidas, à luz do princípio da
proibição do excesso.

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