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A Farmácia e a profissão Farmacêutica

no Reino Unido

Por Egle Leonardi

O presidente da Royal Pharmaceutical Society, Ashok Soni falou sobre a


legislação geral da farmácia no Reino Unido. Além disso, a farmacêutica da
renomada rede BOOTS, da Irlanda, Lorna Linx, foi entrevistada pelo
correspondente do ICTQ país, Jan Noronha – Gerente de relacionamento do
Paraná. Confira a seguir as principais informações levantadas sobre o cotidiano
do farmacêutico.

- O que fazem os farmacêuticos na farmácia

Há cerca de 40 mil farmacêuticos em todo o Reino Unido. Na Inglaterra, a


farmácia e o farmacêutico realizam basicamente duas funções na distribuição de
medicamentos: uma sanitária e outra comercial. Em termos de serviços, os
farmacêuticos desses países fazem o controle da pressão, glicemia, exame de
sangue, teste de gripe, tratamento do tabagismo e dispensam medicamentos.

Na Irlanda, o órgão responsável pelo


registro dos farmacêuticos é o
Pharmaceutical Society of Ireland – PSI. Há
farmacêuticos em diversos cargos na
indústria, mas com menor frequência, pois
farmácias comunitárias e hospitais pagam
mais para esses profissionais.
Farmacêuticos clínicos com curso de pós-
graduação são mais bem remunerados.

- Sobre a propriedade da farmácia

Nos termos dos Artigos 69, 70, 71 e 72 do “Medicines Act”, apenas podem ser
proprietários de farmácias: a) os farmacêuticos e as sociedades total ou
parcialmente constituídas por farmacêuticos; b) os “bodies corporate”; c) os
herdeiros de farmacêutico falecido e os representantes de farmacêutico tornado
incapaz (a medida temporal da situação é variável, indo de cinco anos em caso
de morte a três anos em caso de falência ou doença mental). A composição de
grandes redes de farmácia é perfeitamente legal.

- Permanência do profissional na farmácia

Em toda farmácia é obrigada a ter o farmacêutico presente durante o seu


funcionamento, fechando no período de férias e nas ausências ocasionais do
farmacêutico. No entanto, as farmácias ficam abertas apenas no horário
comercial, geralmente.

- Possibilidade de prescrição

A prescrição independente é recorrente no Reno Unido, mas há limitações. Para


fazer a prescrição é preciso frequentar um curso específico para tal por mais de
seis meses. A prescrição exige treinamento e competência clínica. A prática
ocorre principalmente em casos de asma, problemas gastrointestinais,
hipertensão e diabetes.

Para a prescrição em farmácia o desafio é


como receber dinheiro por isso, já que a
prescrição está no orçamento federal da
prescrição médica. Os atendimentos são
registrados nos prontuários dos pacientes.
Já na Irlanda a prática da prescrição está
mais concentrada nas mãos dos médicos.

- Legislações

No Reino Unido a lei dos medicamentos “Medicines Act” de 1968 é um


instrumento legislativo completo para o controle e a distribuição de
medicamentos. Em vigência desde setembro de 1971, exerce o controle sobre a
fabricação, a importação, a venda, a distribuição, a etiquetagem e a publicidade
dos medicamentos.

Os medicamentos são classificados em três tipos: a) medicamentos que


somente podem ser vendidos com receita médica ou odontológica; b)
medicamentos de farmácia, que podem ser vendidos livremente só em farmácia
e exclusivamente pelo farmacêutico; e c) medicamentos de venda totalmente
livre (em supermercados, por exemplo).
No caso dos prescritos, interessante salientar que o farmacêutico faz a
dispensação apenas da quantidade exata de pílulas ou quantidade de
medicação que o médico receitou, ou seja, a venda é fracionada.

- Remuneração dos serviços farmacêuticos

Pelo desempenho de suas atividades, o farmacêutico recebe uma remuneração


ou compensação econômica que se baseia em diferentes conceitos. Para tanto,
o preço de venda dos medicamentos ao público é fixado pelo laboratório
industrial farmacêutico. A remuneração do farmacêutico se produz por diversos
fatores, baseada no volume de vendas e na remuneração fixa. Na prática, cabe
distinguir duas formas de atendimento ao público. Os medicamentos pagos pelo
paciente, que são os medicamentos de farmácia, e aqueles do receituário
médico privado, que não são reembolsados pela National Health Service (NHS),
e os medicamentos que são pagos pela NHS.

Na Irlanda predomina o seguro privado de saúde para a população, que cobre


os gastos com medicamentos realizados nas farmácias. Apenas 10% da
população, que não tem condições de pagar o seguro privado, é atendida pelo
poder público, que reembolsa os farmacêuticos pelos gastos com
medicamentos.

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