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A Farmácia na Espanha – Referência da

Clínica Farmacêutica para o mundo

Por Egle Leonardi

O farmacêutico, gerente de apoio e desenvolvimento da profissão da Federación


Internacional Farmacéutica (FIP), na Espanha, Gonçalo Sousa Pinto, em
entrevista exclusiva ao ICTQ, falou sobre como funciona a farmácia e a profissão
farmacêutica em 6 aspectos. Confira a matéria.

1. O que é uma farmácia na Espanha

Na Espanha, as farmácias abertas ao público são estabelecimentos sanitários


onde se exercem as funções, atividades e serviços de assistência farmacêutica
e de saúde pública. O farmacêutico se envolve na elaboração e dispensação de
medicamentos e fórmulas magistrais, dispensação de especialidades
farmacêuticas, vigilância e controle das receitas médicas e demais prescrições,
além da conservação dos medicamentos e guarda dos produtos submetidos a
restrição especial de uso. Compete, ainda, ao farmacêutico colaborar na
assistência sanitária em matéria de informação de medicamentos,
farmacovigilância, promoção da saúde e educação sanitária.

A farmácia está focada na clínica e na


gestão do paciente. Promove a adesão ao
tratamento, principalmente para os
polimedicados e os pacientes acima de 65
anos, que correspondem a cerca de 11% do
número de pacientes do país. Essa
população consome 70% dos recursos em
saúde espanhóis.

2. Propriedade da farmácia

A exigência do diploma de farmacêutico é a condição fundamental para requerer


a licença de abertura de uma farmácia (Decreto Real de 21 de novembro de
1979). Assim, na Espanha, somente farmacêuticos e sociedades totalmente
constituídos por eles podem abrir uma farmácia. O proprietário deve ser o diretor
técnico. Não há redes; cada proprietário deve ter uma unidade.
3. Presença do profissional farmacêutico na farmácia

A presença de farmacêuticos é obrigatória durante todo o horário de


funcionamento da farmácia. No período de férias ou quando o farmacêutico não
está presente, as farmácias permanecem fechadas.

Só se pode abrir uma farmácia com uma distância superior a 500 metros de
outra, e quando o número total de farmácias comunitárias para a dispensação
de medicamentos em cada município não exceder uma para cada quatro mil
habitantes, com exceção de algumas circunstâncias de interesse público em
regiões com poucos habitantes. É obrigatória a residência do farmacêutico na
respectiva localidade.

4. Possibilidade de prescrição

A tarefa do farmacêutico espanhol é mais


evidente nos medicamentos de venda sem
receita médica, porém não há a prescrição
de maneira institucionalizada. Há a
orientação documentada sobre os MIPs.

As farmácias normalmente têm espaço reservado para a clínica, com


privacidade para o atendimento. Lá é feita a gestão de hipertensão, diabetes,
obesidade, nutrição, optometria etc. Não se aplica injeção na Espanha, nem
mesmo a de vacinas.

5. Localização dos medicamentos nos estabelecimentos

Não há medicamentos fora de farmácias, mesmo os MIPs mais simples. Todos


os medicamentos ficam atrás do balcão, até os de venda livre, como analgésicos,
antiácidos e xaropes. Antibióticos são vendidos apenas com receita. Somente
os suplementos alimentares e itens de higiene e beleza ficam no autosserviço.

6. Remuneração dos serviços farmacêuticos

A remuneração do farmacêutico é baseada na venda de medicamentos e no


pagamento por alguns serviços prestados na farmácia. Não há remuneração por
consulta ou pela orientação do profissional.

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