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A importância da gestão ambiental no Agronegócio

Alexandre Victor Silva Abreu - OAB/MG 167.857


Advogado da área Ambiental e Minerário do Lacerda, Diniz, Sena Advogados

A crescente evolução no Agronegócio brasileiro revela um setor que sempre se


mostrou fundamental no desenvolvimento da economia brasileira. O recente processo
de expansão aliado a melhores práticas ambientais e uso de novas tecnologias
representam uma nova ordem ao Agro que se vê integrado à economia de mercado e
aos diversos segmentos industriais.

Neste sentido, como importante aliado neste processo de desenvolvimento, as


novas tecnologias têm auxiliado cada vez mais na melhoria da produtividade, com
menor uso dos recursos naturais, deixando o Agronegócio de ser uma atividade
essencialmente primária e passando a ser reconhecido pela capacidade de gerar
riqueza de forma sustentável.

Neste contexto, não cabe mais dizer que o campo é somente produtor de
grãos, e o Agronegócio não pode ser visto apenas como uma série de atividades
estritamente de produção do campo, seria uma visão limitada de um setor amplo que
envolve uma série de cadeias produtivas, por pequenos, médios e grandes produtores,
além de todo processamento, armazenamento e distribuição, estando a agropecuária
diretamente relacionada com todo o setor agroindustrial.

Sabe-se que a gestão ambiental de modo geral tem sido cada vez mais
reconhecida como importante aliado na redução de demandas judiciais e
administrativas e por minorar possíveis danos ao meio ambiente inerentes às
atividades que tem sido objeto de fiscalização por parte dos órgãos ambientais de
forma recorrente.

Não é intenção deste artigo negar ou deixar de reconhecer que algumas das
diversas atividades relacionadas ao agronegócio utiliza de insumos que são capazes
de causar impactos negativos no meio ambiente, em especial contaminação do solo,
da água e do ar ou supressão de vegetação em áreas que poderiam ser preservadas.
Também merece ser reconhecido a dificuldade em se dar a necessária destinação
adequada dos resíduos sólidos devido a crescente produção de resíduos gerados no
processo produtivo agropecuário.

Diante deste cenário, a “solução” encontrada pelos órgãos ambientais para


buscar minimizar os riscos de dano foi aumentar a fiscalização, endurecer a legislação
ambiental e aplicar multas cada vez mais altas. Neste sentido, temos percebido que
tem havido um significativo aumento da intervenção Estatal com o objetivo de proteger
o interesse social e o equilíbrio econômico.

Mas quais os principais riscos e infrações cometidas no setor de agronegócio e


quais as principais penalidades que vem sendo atribuídas?

Nos casos que envolvem descumprimento das exigências legais ambientais,


lançamento de efluentes líquidos, supressão de vegetação ou outros danos e o
empreendimento recebe a fiscalização do órgão ambiental tem sido aplicada sanções
administrativas sendo a mais comum destas a imposição de pagamento de multas e
embargos / suspensão da atividades, penalidades que geram prejuízo ao setor do
agronegócio em todo o Brasil, mas, em especial em Minas Gerais, onde a fiscalização
é atuante e por vezes rigorosas.

Importante destacar que a penalidade de multa não exclui a obrigação legal de


recuperar o dano ao meio ambiente nos termos do § 3º do Art. 225 da Constituição
Federal que prevê que as condutas e atividades consideradas lesivas ao meio
ambiente sujeitarão os infratores, a sanções penais e administrativas,
independentemente da obrigação de reparar os danos causados o que eleva o
prejuízo financeiro.

Por outro lado, é evidente o crescente incentivo por práticas mais conscientes,
aliando desenvolvimento sustentável ao Agronegócio e possibilitando diversos
benefícios relacionados à redução de demandas jurídicas e gastos com custas
processuais, redução de passivos ambientais e dos riscos de sanções com multas e
principalmente viabilizando a conquista de um relacionamento ético e dinâmico com os
órgãos de fiscalização e a garantia de segurança e credibilidade a seus clientes
quanto ao cumprimento das normas ambientais, dentre outros.

A nossa concepção é que empreendimentos reconhecidos pelo cumprimento


de normas de sistemas de gestão ambiental e que adotam boa gestão ambiental tem
tido resultados mais satisfatórios quando comparados a empreendimentos que ainda
não fazem uma gestão ambiental legal preventiva, além disso, a gestão ambiental
pode ser um fator positivo se considerado a estimativa de crescimento da produção
em até 80% até o ano de 2050 segundo dados da Organização das Nações Unidas
para Alimentação e Agricultura (FAO) em razão do aumento da população mundial.

Iniciativas que busquem melhorias na qualidade da produção seja na produção


agrícola ou industrial por meio da utilização de tecnologia têm sido valorizadas pelos
consumidores devido ao recente movimento de conscientização da população que de
modo geral busca apoiar a sustentabilidade fazendo-se necessário ao setor do
agronegócio como um todo buscar equilíbrio entre crescimento econômico,
crescimento social do meio rural e proteção ao Meio Ambiente.

O momento é propício para investimentos que promovem melhorias ambientais


e implantação de processos eficientes de controle e aproveitamento de terras e uso
racional de recursos uma vez que o mercado nacional e mundial tende a demandar
mais e remunerar melhor aqueles que são ambientalmente sustentáveis.

Quer saber mais sobre a importância da gestão ambiental nos imóveis rurais e
sobre como ter uma gestão ambiental legal correta em empreendimentos e atividades
do Agronegócio? A Lacerda Diniz Sena conta com equipe especializada em Direito
Ambiental voltado para o Agronegócio pronta para responder ao seu questionamento.
Faça uma gestão ambiental legal preventiva.

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