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Havia um imperador que acreditava poder reinar satisfeito, sem o risco de cometer
nenhuma falha, desde que conhecesse a resposta a três perguntas:
O imperador prometeu dar um alto prêmio ao súdito que fosse capaz de responder
às perguntas. Inúmeras pessoas dirigiram-se ao palácio e ofereceram diferentes
respostas.
Ele decidiu, então, sair à procura de um eremita que vivia na montanha e que diziam
ser um homem iluminado. Dizia-se que o ermitão jamais deixava a montanha e só
recebia os homens humildes. Assim, o imperador decidiu disfarçar-se de camponês
e ir ao encontro do sábio. Acompanhado por seus guardas até o pé da montanha, o
monarca ordenou que lá o esperassem e subiu sozinho.
Encontrou o eremita lavrando uma pequena horta ao lado de sua cabana. O ancião,
ao ver o visitante, acenou com a cabeça e continuou o árduo trabalho. A cada golpe
de enxada que desferia contra o solo, dava um profundo suspiro, demonstrando o
grande esforço que empreendia na tarefa.
O monarca aproximou-se do sábio e disse que fora até ali para lhe fazer três
perguntas. Ao terminar de fazer as perguntas, ficou esperando que o eremita as
respondesse, mas ele se limitou a lhe dar um amistoso tapinha e continuou a
capinar a horta.
O monarca afastou as mãos do homem e viu que havia um profundo corte em seu
abdômen. Com a própria camisa, limpou a ferida e usou-a para estancar o
sangramento. Depois deu de beber ao ferido e levou-o para a cabana do eremita,
pois a noite caía e começava a fazer frio. Esgotado por ter subido a montanha e
capinado o dia todo, o imperador sentou-se no chão e ali mesmo adormeceu. Só
acordou com o dia claro, encontrando o homem ferido já acordado e olhando
fixamente para ele.
O imperador sentiu extrema satisfação por haver se reconciliado com um inimigo tão
facilmente. Não só o perdoou como prometeu chamar seus médicos para tratá-lo e
devolver-lhe todas as propriedades confiscadas.