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Instituto Superior de Estudos Universitários de Nampula-ISEUNA

Engenharia Mecânica 8ª edição

Tema: Metais Não Ferrosos: Processo de Produção de Cobre e Suas Ligas

Nampula

2023
Instituto Superior de Estudos Universitários de Nampula-ISEUNA

Metais Não Ferrosos: Processo de Produção de Cobre e Suas

Trabalho de pesquisa de carácter


avaliativo administrada por docente
Emílio Francisco da cadeira de Matérias
de Construção Mecânica II

Discentes:
Helgas dos Santos
Piedoso dos Santos Micorosse

Nampula
2023
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Índice

Introdução ....................................................................................................................................... 4

Apresentação E Usos ...................................................................................................................... 5

Reservas Minerais ........................................................................................................................... 5

Reservas Mundiais de Cobre – 1996 .............................................................................................. 6

TECNOLOGIA E PROCESSOS .................................................................................................... 8

Fluxo de Cobre................................................................................................................................ 9

MERCADO MUNDIAL ............................................................................................................... 11

Produção de Cobre Concentrado por País .................................................................................... 12

Cobre e Suas Ligas........................................................................................................................ 12

1. Cobres .................................................................................................................................... 12

2. Cobres Ligados ...................................................................................................................... 13

3. Ligas de Cobre ....................................................................................................................... 14

Classificação e Designação ........................................................................................................... 17

Sistema de designação de têmperas .............................................................................................. 18

Ligas Trabalhadas: ........................................................................................................................ 18

Ligas Fundidas .............................................................................................................................. 18

Conclusão...................................................................................................................................... 19

Bibliografia ................................................................................................................................... 20

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Introdução
Este trabalho aborda de como é feita a cadeia produtiva do cobre e as suas ligas.

O cobre é um metal de transição maleável, dúctil e com resistência à corrosão, elemento de


cor alaranjada, pode ser encontrado de forma nativa. Aplicável na construção civil, na fabricação
de objetos e ferramentas, e em tubos e fios condutores de energia.

O cobre foi provavelmente o primeiro metal minerado e trabalhado pelo homem. Foi originalmente
obtido como um mineral nativo e posteriormente da fundição de minérios. Estimativas iniciais da
descoberta do cobre sugerem por volta de 9000 a.C. no Oriente Médio. Foi o mais importante dos
materiais da humanidade durante a Era do Cobre e Bronze. Objetos de cobre de 6000 a.C. foram
encontrados em Çatal Höyük, Anatolia. Em 5000 a.C. já se realizava a fusão e refinação do cobre
a partir de óxidos como a malaquita e azurita. Os primeiros indícios de utilização do ouro não
foram vislumbrados até 4000 a.C. Descobriram-se moedas, armas, utensílios domésticos sumérios
de cobre e bronze de 3000 a.C., assim como egípcios da mesma época, inclusive tubos de cobre.
Os egípcios também descobriram que a adição de pequenas quantidades de estanho facilitava a
fusão do metal e aperfeiçoaram os métodos de obtenção do bronze; ao observarem a durabilidade
do material representaram o cobre com o Ankh, símbolo da vida eterna.

Na antiga China o uso do cobre é conhecido desde, pelo menos, 2000 anos antes da nossa era, e
em 1200 a.C. já fabricavam-se bronzes de excelente qualidade estabelecendo um manifesto
domínio na metalurgia sem comparação com a do Ocidente. Na Europa o homem de
gelo encontrado no Tirol (Itália) em 1991, cujos restos têm uma idade de 5300 anos, estava
acompanhado de um machado de cobre com uma pureza de 99,7%, e os elevados índices
de arsênico encontrados em seu cabelo levam a supor que fundiu o metal para a fabricação da
ferramenta.

O cobre é um material versátil pelas suas propriedades metálicas e, principalmente, pela facilidade
de moldagem. Suspeita-se ter sido o primeiro metal manipulado pelo ser humano. Marcou o fim
da Idade da Pedra Polida com a substituição das ferramentas de pedra por ferramentas de cobre e
ligas de cobre, esse período histórico ficou conhecido como Idade do Bronze.

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Apresentação E Usos
A indústria de cobre primário se organiza em torno de quatro tipos de produtos, originados em
etapas distintas dos processos de extração, fundição e refino, os quais estão relacionados a seguir:

 Minério de cobre: corresponde ao mineral extraído da mina, cujo conteúdo oscila entre
0,7% e 2,5% de cobre;
 Concentrado de cobre: corresponde ao minério de cobre que, através de um processo de
moagem das rochas e mistura com água e reagentes, passa a apresentar entre 30% e 38%
de cobre fino;
 Cobre fundido: corresponde aos concentrados que, por meio de processos piro
metalúrgicos, se transformam no chamado cobre blister (98,5%) e, posteriormente, no
ânodo de cobre, cujo teor é de 99,7% de cobre;
 Cobre refinado: corresponde aos ânodos e às soluções (no caso da lixiviação) que são
refinados por processo de eletrólise, resultando nos catodos, com pureza de 99,9% de
cobre.

Em relação ao cobre secundário, pode-se citar dois tipos principais de sucata:

 Sucata para refino - é a sucata industrial de processo, assim como a sucata comprada de
 Terceiros no mercado, necessitando processamento de refino;
 Sucata para uso direto - direcionada aos transformadores, sem necessidade de refino.
 O cobre tem extenso uso nas indústrias de fios e cabos elétricos, que absorve mais de 50%.
Desse metal, sendo o restante utilizado em ligas especiais, tubos, laminados e extrudados.

Reservas Minerais
As reservas mundiais de cobre, medidas e indicadas, atingem atualmente cerca de 607 milhões de
t de metal contido. Considerando a demanda atual de cobre refinado, da ordem de 11,8 milhões de
t, tais reservas dariam para abastecer o mundo por cerca de 50 anos. (Matta, Agosto de 1997)

Mais de 40% das reservas mundiais estão localizadas no Chile (27%) e nos Estados Unidos (15%).
A seguir, com valores representativos, pode-se citar Polônia (6%), Zâmbia (6%), Rússia (5%) e

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Peru (4%). As reservas brasileiras medidas e indicadas atingiram, em 1995, 11,6 milhões de t de
cobre contido, representando 1,9% do total mundial.

Reservas Mundiais de Cobre – 1996


País Reserva Percentagem
Chile 163.000 26.9 %
EUA 90.000 14.8 %
Polonia 36.000 5.9 %
Zâmbia 34.000 5.6 %
Zaire 30.000 4.9 %
Rússia 30.000 4.9 %
Peru 24.000 4.0 %
Canada 23.000 3.8 %
Áustria 23.000 3.8 %
Cazaquistão 20.000 3.3 %
Indonésia 15.000 2.5 %
Brasil 11.636 1.9 %
Filipinas 11.000 1.8 %
China 8.000 1.3 %
Outros Países 88.364 14.6 %
Total 607.000 100 %

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Figura 1 Reservas Mundias de Cobre

Os principais tipos de ocorrência de cobre são de minério sulfetado, de minério oxidado ou


ocorrências mistas, com presença de sulfetos, óxidos, hidróxidos e carbonatos. Das reservas
mundiais, cerca de 80% são de minério sulfetado, sendo que mais da metade é do tipo sulfetado
porfirético, como as da mina de Escondida, no Chile. Normalmente, são reservas de grande
significado econômico pelo volume de minério, podem ser lavradas a céu aberto e apresentam
baixo teor de cobre, até 1,5%, visto que este encontra-se disseminado em rochas.

As reservas mundiais de alto teor encontram-se esgotadas, sendo que as mais ricas atualmente
apresentam teores de cerca de 4% de cobre. Note-se que unidades novas para lavra subterrânea de
minérios apresentam viabilidade econômica para teores normalmente superiores a 1,5% de cobre.
(Matta, Agosto de 1997)

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TECNOLOGIA E PROCESSOS
(Matta, Agosto de 1997) Existem dois processos básicos de produção de cobre primário: o
processo piro metalúrgico, mais utilizado para os minérios sulfetados, e o processo
hidrometalúrgico, apropriado para a extração de cobre de minérios oxidados de baixo teor.

 Processo Piro metalúrgico

A indústria de transformação do cobre tem início a partir do minério, cuja extração se dá a céu
aberto ou em galerias subterrâneas. Com um teor metálico que varia normalmente entre 0,7% e
2,5%, o minério é submetido à britagem, moagem, flotação e secagem, obtendo-se o concentrado
cujo teor de cobre contido já alcança 30%. O concentrado é então submetido ao forno flash, de
onde sai o mate com teor de 45% a 60%, e este ao forno conversor de onde obtêm-se o blister com
98,5% de cobre. Dependendo da pureza desejável para o cobre, tendo em vista a sua utilização
final, o blister pode ser submetido apenas ao refino a fogo, onde se obtém cobre com 99,7%
(ânodo) ou ser também refinado electroliticamente, atingindo um grau de pureza de 99,9%
(cátodo).

Os cátodos são submetidos ao processo de refusão para obtenção do cobre no formato de tarugos
ou placas. A partir da trefilação destes tarugos, produz-se os semielaborados de cobre nas formas
de barras, perfis e tubos e através da laminação das placas, são produzidos seme elaborados nos
formatos de tiras, chapas e arames. Se, entretanto, ao invés da simples refusão o cátodo for fundido
e laminado em processo contínuo, obtêm-se o vergalhão, a partir do qual serão fabricados os fios
e cabos.

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Fluxo de Cobre

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Figura 2 Fluxo de Cobre

Conforme o fluxograma apresentado, o gás sulfídrico resultante da fundição é utilizado como


insumo para a produção do subproduto ácido sulfúrico, visando reduzir o impacto ambiental.

No refino eletrolítico, obtêm-se subprodutos como ouro, prata, platina e outros metais, através da
lama anódica que se deposita e é retirada por sifão. Ressalte-se que o ritmo de difusão do processo
técnico na pirometalurgia de cobre é relativamente lento, sendo esta rota tecnológica utilizada de
longa data. A principal mudança tecnológica foi a substituição dos fornos de revérbero por fornos
elétricos flash na etapa de fundição a partir dos anos 50. Pretendeu-se com tal substituição atender
às exigências de conservação energética e de redução de poluição.

 Processo Hidrometalúrgico

A hidrometalurgia é apropriada, principalmente, para a extração de cobre de minérios oxidados de


baixo teor. A utilização deste processo para minérios sulfetados implica em uma etapa anterior de
beneficiamento do minério para obtenção do concentrado sulfetado, o qual deve sofrer processo
de ustulação para transformação em produto intermediário oxidado.

O processo hidrometalúrgico consiste, em linhas gerais, em lixiviar o minério moído com solventes
adequados, sendo o mais utilizado o ácido sulfúrico, obtendo-se soluções ricas. Segue-se a
filtragem da solução e a precipitação do metal através de concentração (utilizando-se ferro), de
aquecimento ou por eletrólise. No caso da eletrólise, promove-se a eletrodeposição do cobre sob a
forma de cátodos com 99,9% de pureza a partir das soluções ricas. Trata-se do processo SX-EW
(solvent extraction an eletrowinning).

 Processo SX-EW

O processo SX-EW, ao contrário do processo piro metalúrgico que é utilizado há 6000 anos, foi
desenvolvido há apenas cerca de 25 anos. Neste período, sua utilização vem crescendo largamente
devido às facilidades de aproveitamento de depósitos oxidados de baixo teor, partindo-se
diretamente do minério e obtendo-se o cátodo com teor 99,9% de cobre, sem necessitar de fundição
e refinaria. Além do menor custo de produção do cobre obtido pelo processo SX-EW, podem ser
citadas vantagens relativas ao meio ambiente, visto que não há emissão de gases poluentes. No
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processo piro metalúrgico, a etapa de fundição tem como subproduto gás com enxofre, sendo por
este motivo necessária a existência de planta acoplada para produção de ácido sulfúrico a partir
deste gás.

Outra vantagem do processo SX-EW é o reaproveitamento de minérios de baixo teor não


aproveitados pelos processos tradicionais de concentração. O investimento no processo SX-EW é
cerca de 30% superior ao processo tradicional, porém a maior desvantagem refere-se à dificuldade
do aproveitamento de subprodutos como ouro e prata, que também se apresentam em menores
teores nos minérios oxidados. Neste caso, são necessárias instalações adicionais de neutralização
e cianetação, que geralmente não apresentam viabilidade econômica, enquanto no processo
tradicional estes subprodutos são obtidos diretamente na lama anódica, na etapa de refino
eletrolítico do cobre.

Em termos de escala, o processo SX-EW apresenta maior flexibilidade, podendo-se operar


economicamente plantas de até 30.000 t/ano de cobre contido. No processo piro metalúrgico, a
escala mínima atualmente utilizada é de 200.000 t/ano.

O processo SX-EW é utilizado principalmente nos Estados Unidos, Chile e Zâmbia, sendo que
metade da expansão prevista para a produção do Chile será através desta rota.

MERCADO MUNDIAL
1. Concentrado
2. Produção

A produção mundial de cobre concentrado alcançou em 1996, 9,3 milhões de t de cobre contido,
registrando aumento de 3,6% em relação a 1995. No período 1990/96, a taxa média anual de
crescimento da produção de cobre concentrado foi de 1,9%. Os principais países produtores foram
aqueles que detêm as maiores reservas de minério. O Chile, com 26,5 % do total da produção, e
os Estados Unidos, com 14,7%, lideraram a produção mundial.

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Produção de Cobre Concentrado por País

Figura 3 Produção de Cobre Concentrado por País

Cobre e Suas Ligas


O cobre e as ligas de cobre podem ser reunidos em três categorias básicas, que são: Cobres,
Cobres ligados e ligas de cobre.

1. Cobres
Reúne os principais tipos de cobre de emprego na indústria de eletro eletrônicos, incluindo o cobre
eletrolítico tenaz e o cobre isento de oxigênio. Nas aplicações em sistemas mecânicos onde a
soldabilidade é importante, é usado cobre desoxidado com fósforo.

O cobre eletrolítico tenaz apresenta teor residual de oxigênio de 0,04wt%, que pode se combinar
com o hidrogênio proveniente da atmosfera criada pelo processo de soldagem e provocar a
fragilização da junta soldada. O cobre isento de oxigênio não apresenta o problema de soldagem
supra citado, entretanto, pela fabricação em processos a vácuo, é mais caro.

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Considera-se cobre, comumente, o metal que contém 99,3 wt% ou mais desse elemento (incluindo
o teor de prata), ao qual não foi adicionado outro elemento, exceto para fins de desoxidação.

 Cobre eletrolítico tenaz

Contém um teor mínimo de cobre de 99,80 wt% (incluindo a prata até 0,1wt%), um residual de
oxigênio entre 0,02 e 0,07 wt% e o restante de outras impurezas (0,01wt%).

 Cobre desoxidado com fósforo

Contém desde 99,80 a 99,90wt% de cobre (e prata), teores residuais de fósforo entre 0,004 e
0,040wt%. Em casos especiais com baixo teor de fósforo, a faixa está entre 0,001 e 0,005wt% de
fósforo.

 Cobre isento de oxigênio

Apresenta cobre na faixa de 99,95 a 99,99wt% de cobre (e prata), sem teores individuais de óxido
cuproso ou desoxidantes (como o fósforo).

2. Cobres Ligados
Os cobres ligados são ligas que apresentam teor de elementos de liga muito baixo. A adição destes
pequenos teores de elementos de liga visa elevar as outras propriedades (exceto a condutividade
elétrica e térmica), como: resistência em temperatura mais elevada, resistência mecânica em
temperatura ambiente ou ainda usinabilidade.

 Ligas Cobre-prata

Apresentam entre 0,025 e 0,095 wt% de prata. Nestes teores, a prata solubiliza-se totalmente no
cobre. A presença de prata eleva a resistência à fluência em temperaturas relativamente elevadas,
preservando a elevada condutividade elétrica (100% IACS). Quando encruado, apresenta maior
resistência até temperatura na faixa da soldagem por brasagem fraca (branca).

 Ligas Cobre-cádmio

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Apresentam teor de cádmio entre 0,05 e 0,3 wt%, o qual se solubiliza totalmente no cobre. A
presença do cádmio eleva a resistência à fadiga e ao desgaste, entretanto, a condutividade elétrica
é reduzida para a faixa de 85 a 96% IACS.

 Ligas Cobre-cromo

Apresentam entre 0,6 e 1,2 wt% de cromo. Nestes teores, o cromo promove a formação de fases
que permitem a aplicação do tratamento térmico de solubilização e envelhecimento. Assim,
quando tratado termicamente, atinge elevada resistência mecânica e resistência à queda de dureza
em alta temperatura (até cerca de 4000C). Desta forma, as ligas apresentam condutividade elétrica
entre 40 e 80% IACS.

 Ligas Cobre-zircônio

Apresentam teor de zircônio entre 0,13 e 0,20 wt%, o qual permite a aplicação de tratamento
térmico de solubilização e envelhecimento, elevando a resistência mecânica e a resistência a
quente até cerca de 4500C. A condutividade elétrica é muito boa, sendo mantida em cerca de 93%
IACS.

 Ligas Cobre-telúrio

Apresentam entre 0,4 e 0,6 wt% de telúrio. Nestes teores, o telúrio promove a formação de finas
partículas de fases intermetálicas cobre-telúrio, o que eleva a usinabilidade das ligas. Desta forma,
as ligas apresentam condutividade elétrica de cerca de 93% IACS.

3. Ligas de Cobre
As ligas de cobre se classificam de acordo com o tipo de elemento básico adicionado recebendo,
em alguns casos, algumas denominações tradicionais como: latão, bronze ou alpacas, etc.

Latões – ligas cobre-zinco

Bronzes – ligas cobre-estanho

Cuproníqueis – ligas cobre-níquel ou Alpacas

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Ligas cobre-alumínio (ou bronzes ao alumínio)

Bronzes de silício – ligas cobre-silício

Ligas Cobre-berílio

 Latões – ligas cobre-zinco

Os latões, utilizados mais como ligas conformadas do que fundidas, abrangem um grande número
de ligas com teores de zinco entre 5 e 50 wt%, podendo conter ainda outros elementos de liga.

Os latões com até 37 wt% de zinco são monofásicos em temperatura ambiente (latões alfa).Os
latões com zinco na faixa de 37 a 45 wt% são bifásicos, apresentando a fase beta em adição à alfa.
Os latões com zinco na faixa de 45 a 50 wt% tornam-se monofásicos novamente, entretanto,
apresentam somente fase beta (latões beta).Latões alfa apresentam aumento da resistência
mecânica e da ductilidade para aumento do teor de zinco até 30 wt%. Latões bifásicos (alfa-beta)
apresentam aumento mais significativo da resistência mecânica, com redução da ductilidade.

A resistência à corrosão é reduzida em determinados meios com o aumento do teor de zinco, uma
vez que aparece o fenômeno de deszincificação.

 Bronzes – ligas cobre-estanho

Os bronzes comuns apresentam entre 2 e 10 wt% de estanho nas ligas conformadas e entre 5 e 11
wt% de estanho para as ligas fundidas. Até cerca de 8 wt%, as ligas podem ser trabalhadas a frio,
a fim de elevar a dureza e o limite de escoamento.

O aumento do teor de estanho até cerca de 15% é acompanhado de elevação da resistência


mecânica, com consequente queda da ductilidade a partir de 5 wt% deste elemento. As
propriedades mecânicas melhoram com a desoxidação com fósforo.

Ligas contendo entre 8 e 16 wt% de estanho podem ser monofásicas, com fase alfa (solução sólida
de estanho em cobre). Para teores superiores a 16 wt%, surge uma fase intermetálica cobre-
estanho, chamada de fase delta, com elevada dureza.

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A associação de uma matriz dúctil e relativamente resistente à tração (fase alfa), com partículas
dispersas de elevada dureza (fase delta), confere à liga características de material antifricção, o que
torna a liga adequada para a fabricação de mancais de deslizamento.

Chumbo pode ser adicionado aos bronzes, conferindo melhores propriedades antifricção, melhor
usinabilidade e estanqueidade (peças fundidas). Ao contrário dos latões, os bronzes são
preferencialmente fabricados por fundição.

 Cupro-níqueis – ligas cobre-níquel

Estas ligas formam uma série contínua de soluções sólidas, permanecendo monofásicas para
qualquer composição. Pequenos teores de ferro e manganês elevam a resistência à corrosão-erosão
pela ação do fluxo de água.

Podem aparecer silício e berílio nas ligas para fundição, o que eleva a resistência à corrosão e
resistência mecânica.

 Ligas Cobre-níquel-zinco

Alpacas são ligas ternárias cobre-níquel-zinco, que eventualmente podem conter teores
significativos de outros elementos, como o chumbo, por exemplo. Estas ligas contêm de 10 a 30
wt% de níquel, porém comercialmente em geral até 18 wt% de níquel, 45 a 70 wt% de cobre e o
restante de zinco.

As alpacas são soluções sólidas homogêneas que podem ser deformadas a frio e a quente, além de
serem resistentes à corrosão.

A adição de chumbo, além de aumentar a usinabilidade, permite o uso das alpacas para a fabricação
de materiais para gravação com fins decorativos.

 Ligas cobre-alumínio (ou bronzes ao alumínio)

As ligas com até 5 wt% de alumínio desenvolvem estrutura monofásica, caracterizando-se pela
elevada resistência mecânica e resistência à corrosão, além da elevada conformabilidade à frio.
Para ligas com alumínio entre 8 e 9 wt%, a estrutura é bifásica e as ligas caracterizam-se pela

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elevada resistência à oxidação e conformabilidade a quente. O ferro adicionado eleva a resistência
mecânica, enquanto o manganês, eleva a soldabilidade.

 Bronzes de silício – ligas cobre-silício

Apresentam elevada resistência à corrosão por ácidos e elevada soldabilidade, como


consequência do teor de silício. As ligas conformadas apresentam até 3 wt% de silício,
enquanto para fundição podem ter entre 4 e 5 wt% deste elemento.

 Ligas cobre-berílio

Estas ligas contém entre 1,5 e 3,0 wt% de berílio, além de pequenos teores de cobalto, níquel e
ferro.Na condição solubilizada e envelhecida, essas ligas apresentam elevada resistência mecânica,
elevado limite de escoamento e maior resistência à fadiga.

Classificação e Designação
Os materiais à base de cobre podem ser divididos em duas categorias: ligas trabalhadas e ligas
fundidas. Cobres dúcteis são usados na forma de produtos conformados (barras, tubos, chapas,
perfis e arames). Na forma fundida, estão normalmente os latões e os bronzes.

A designação do cobre e suas ligas segue a numeração UNS (Unified Numbering System – SAE /
ASTM), conforme segue:

Ligas trabalhadas:

 Cobres (incluindo cobre ligado com prata): 10100 a 13000;


 Cobres ligados: 14000 a 16000;
 Ligas de cobre: 17000 a 70000.

Ligas fundidas:

 Utilizam a numeração entre 80000 e 90000.

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Sistema de designação de têmperas

Cobre apresenta um sistema de designação de têmpera baseada no mecanismo de endurecimento:

 Grau de encruamento obtido nos processos de conformação;


 Grau de endurecimento por tratamento térmico (solubilização e envelhecimento).

H00 – H86 – Encruamento por trabalho a frio em diversos níveis

HR01 a HR50 – Encruamento + tratamento térmico de alívio de tensões

M01 a M45 – Condição como fabricado (fundido ou forjado)

O10 – O82 – Tratamento térmico de recozimento visando determinadas propriedades mecânicas

OS005 a OS200 – Recozimento para acerto do tamanho de grão

TB00, TD00 a TD04, TF00, TH01 a TH04, TL00 a TL10 – usado para diversas combinações de
tratamentos termomecânicos, encruamento e tratamento térmico de solubilização e
envelhecimento, além de outras designações incluindo a soldagem.

Ligas Trabalhadas:
 C1XXXX - Cobre e Cobre ligado;
 C2XXXX – Latões (Cu-Zn);
 C3XXXX – Bronzes (Cu-Sn);
 C4XXXX - Bronze com Zn;
 C5XXXX - Bronze Fosforoso;
 C61XXX - C64XXX- Cobre Alumínio;
 C65XXX- Cobre Silício;
 C66XXX - C69XXX- bronzes especiais;
 C7XXXX - Cobre Níquel.

Ligas Fundidas
 C8XXXX – Latões (Cu-Zn), ligas Cu-Cr, Cu-Co e Cu-Be;
 C9XXXX – Bronzes (Cu-Sn), ligas Cu-Al, Cu-Ni e Cu-Ni-Zn.

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Conclusão
Epilogasse que o cobre é, portanto, um metal importantíssimo, pois permite aplicações diversas:
conservação de recursos, redução de resíduos, diminuição dos efeitos nas mudanças climáticas,
reciclagem e aumento dos ciclos de vida de diversos produtos. Todas estas qualidades fazem do
cobre um metal fundamental para o desenvolvimento econômico da humanidade.

O cobre apresenta largo uso na indústria por suas características de condutibilidade de calor, sendo
mais de 50% de seu consumo efetuado sob a forma de fios e cabos elétricos. O metal é
principalmente utilizado nos setores de construção civil e eletroeletrônico, os quais absorvem cerca
de 60% do consumo. O uso dos produtos de cobre em setores como a informática,
telecomunicações e outros de igual importância, denota a incontestável participação dessa
indústria no processo de globalização.

A nível mundial, a demanda de cobre deverá crescer cerca de 5% a. Até o ano 2000, grandemente
influenciada pelo consumo da China, Tigres Asiáticos e América Latina. Levando em
consideração os projetos em perspetiva, verifica-se que haverá ampliação significativa da
capacidade de produção, correspondente a 3,7 milhões de t de concentrado, 1 milhão de t de cobre
através do processo SX-EW e 1,9 milhão de t de cobre refinado, gerando excedente de oferta no
período 1997/2000.

Em consequência, os preços projetados para o cobre no mercado internacional - LME - deverão


apresentar tendência de queda no período considerado. O Chile é o maior produtor de concentrado
e de cobre obtido através do processo SX-EW, devendo ampliar a sua participação neste último de
41%, atualmente, para 58% no ano 2000.

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Bibliografia
(s.d.).

Matta, M. C. (Agosto de 1997). GERÊNCIA SETORIAL DE MINERAÇÃO E METALURGIA.


Brasil.

Vale. Minério de ferro e pelotas . Disponível em:

<http://www.vale.com/brasil/PT/business/mining/iron-ore-pellets/Paginas/default.aspx

>. Acesso em: 29 abr 2020.

Chiaverini, Vicente (1986). Tecnologia Mecânica . São Paulo: McGraw Hill.

Páginas 115-119.

INSTITUTO AÇO BRASIL. Relatório de Sustentabilidade . 2018. Disponível em:

<http://www.acobrasil.org.br/sustentabilidade/>. Acesso em: 28 abr 2020.

International stainless steel forum. The stainless steel family . Disponível em:

<https://www.worldstainless.org/Files/issf/non-image-files/PDF/TheStainlessSteelFa

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