Você está na página 1de 85

Instituto Federal de Santa Catarina

Campus Florianópolis
Departamento Acadêmico de Metal-Mecânica
Curso Técnico em Mecânica

Tecnologia dos Materiais


Cobre e Suas Ligas

Módulo II

Prof. Henrique Cezar Pavanati


E-mail: pavanati@ifsc.edu.br
www.pavanati.com.br
Cobre e Suas Ligas

BREVE HISTÓRICO
• A palavra COBRE deriva do termo “aes cyprium”, que significa
metal proveniente da Ilha de CHIPRE, onde foi descoberto em es-
tado natural durante a Antiguidade, mais tarde conhecido como
“cuprum”, palavra latina que deu origem ao símbolo Cu;

• O cobre é um dos metais mais antigos da civilização mundial,


datando seus primeiros usos desde 8.700 anos a.C;

• Marcou a história com a Idade do Bronze (Cobre + Estanho) e o


domínio de posse e tecnologia do cobre representava nos povos
da época riqueza e poder;

• O cobre é um metal de transição avermelhado, que apresenta alta


condutibilidade elétrica e térmica, só superada pela prata.

Materiais e Processos de Fabricação Prof. Henrique Cezar Pavanati 2/85


Cobre e Suas Ligas

CARACTERÍSTICAS
• não magnético;
• é o 3º metal mais utilizado no mundo;
• elevada resistência a corrosão e oxidação;
• excelente condutividade térmica e elétrica;
• excelente soldabilidade;
• elevada ductilidade - excelente trabalhabilidade;
• razoável resistência mecânica - 50 a 450 MPa;
• ampla aplicação das ligas de Cu (bronze, latão);
• produzido a partir do minério e de sucata;
• totalmente reciclável.

Materiais e Processos de Fabricação Prof. Henrique Cezar Pavanati 3/85


Cobre e Suas Ligas
Reservas Mundiais de Cobre
2%

Brasil
28% Chile
36%
Peru
EUA
China
Austrália
13%
Outros países
12%
4% 5%

As reservas mundiais são da ordem de 690 milhões de tons.


Fonte: DNPM – Departamento Nacional de Produção Mineral, ano base 2011.

Materiais e Processos de Fabricação Prof. Henrique Cezar Pavanati 4/85


Cobre e Suas Ligas
Produção Mundial de Cobre
(a partir do minério)
1%

Brasil
33% Chile
37%
Peru
EUA
China
Austrália
Outros países
8%
6%
8% 7%

A produção mundial anual é da ordem de 16 milhões de ton.


Fonte: DNPM – Departamento Nacional de Produção Mineral, ano base 2011.

Materiais e Processos de Fabricação Prof. Henrique Cezar Pavanati 5/85


Cobre e Suas Ligas
Obtenção do Cobre
Na natureza o cobre é encon-
trado principalmente no miné-
rio calcopirita
(CuFeS2).
0,007%

Elementos químicos na Crosta Terrestre.


Materiais e Processos de Fabricação Prof. Henrique Cezar Pavanati 6/85
Cobre e Suas Ligas

Comparativo das propriedades com aço

Propriedades Físicas Cobre Aço

Massa específica (g/cm3) 8,96 7,86

Temperatura de fusão (°C) 1083 1300

Módulo de elasticidade (MPa) 12000 205940

Coeficiente de expansão linear term. - (L/°C) 16,5x10-6 11,7x10-6

Condutibilidade térmica (W/m-°C) 398 51,9

Condutibilidade elétrica (IACS) % 100 (ref) 14,50

Materiais e Processos de Fabricação Prof. Henrique Cezar Pavanati 7/85


Cobre e Suas Ligas

BENEFICIAMENTO DO COBRE

1. Extração do minério (em geral sulfetos de cobre);


2. Trituração e moagem;
3. Flotação (ou concentração);
4. Obtenção do “mate”;
5. Obtenção do cobre “blíster”;
6. Refino.

Materiais e Processos de Fabricação Prof. Henrique Cezar Pavanati 8/85


Cobre e Suas Ligas

BENEFICIAMENTO DO COBRE
Extração do minério e trituração e moagem.

Materiais e Processos de Fabricação Prof. Henrique Cezar Pavanati 9/85


Cobre e Suas Ligas

BENEFICIAMENTO DO COBRE

Flotação
(ou concentração)

Obs.: sai em torno de 1% do


material que entrou

Materiais e Processos de Fabricação Prof. Henrique Cezar Pavanati 10/85


Cobre e Suas Ligas

BENEFICIAMENTO DO COBRE
Sulfeto de cobre concentrado (15 a 30% de cobre)

Forno de revérbero
Sulfeto de cobre parcialmente
(Reverberatory Furnace) reduzido (35 a 55% Cu) + escória

Conversor de Cobre Cobre oxidado (Blíster)


(injeção de ar no mate) (98% a 99,5%Cu) + escória

Forno de refino Cobre Tenaz (99,9%Cu)

Refinamento Eletrolítico Cobre Eletrolítico (99,99%Cu)

Materiais e Processos de Fabricação Prof. Henrique Cezar Pavanati 11/85


Cobre e Suas Ligas
BENEFICIAMENTO DO COBRE
Obtenção do Mate (Forno revérbero)

Mate
35 a 55% de cobre
(Cu2S + FeS)
Materiais e Processos de Fabricação Prof. Henrique Cezar Pavanati 12/85
Cobre e Suas Ligas
BENEFICIAMENTO DO COBRE
Obtenção do Blíster (conversores)

Conversor
Blíster
99,5%
de Cobre

Com adição de O,
oxida-se o mate e é
obtido o cobre.

Materiais e Processos de Fabricação Prof. Henrique Cezar Pavanati 13/85


Cobre e Suas Ligas

BENEFICIAMENTO DO COBRE

REFINO DO COBRE

Cobre
Refino 99,9%
Térmico de Cobre
Placa para o
refino

Refino Cobre
Eletrolítico 99,99%
de Cobre

Materiais e Processos de Fabricação Prof. Henrique Cezar Pavanati 14/85


Cobre e Suas Ligas
BENEFICIAMENTO DO COBRE
REFINO ELETROLÍTICO DO COBRE

VÍDEO

Materiais e Processos de Fabricação Prof. Henrique Cezar Pavanati 15/85


Cobre e Suas Ligas
CARACTERÍSTICAS DO COBRE
(CFC)

Materiais e Processos de Fabricação Prof. Henrique Cezar Pavanati 16/85


Cobre e Suas Ligas

MICROESTRUTURA - COBRE NÃO LIGADO

Materiais e Processos de Fabricação Prof. Henrique Cezar Pavanati 17/85


Cobre e Suas Ligas

COBRE NÃO LIGADO


Classificação do Cobre não ligado
- de acordo com o teor de oxigênio :
• cobre eletrolítico tenaz
• cobre isento de oxigênio
• cobre desoxidado com fósforo
Propriedades Mecânicas
- no estado recozido ou trabalhado a quente
LR = 50 a 80 MPa - Alongamento = 48 a 35%
- no estado encruado
LR = 180 a 350 MPa - Alongamento = 30 a 6%

Materiais e Processos de Fabricação Prof. Henrique Cezar Pavanati 18/85


Cobre e Suas Ligas

CARACTERÍSTICAS DO COBRE NÃO LIGADO


• Resistência à corrosão: o cobre e a maioria de suas
ligas comerciais não se altera ao ar seco, mas se reveste
de uma camada esverdeada no ar úmido (azinhavre);

• Soldabilidade: as peças fabricadas com ligas de cobre


são unidas mediante soldagem e/ou brasagem;

• Bom condutor de calor: por ter baixa resistividade


térmica (ou alta condutibilidade) e boa resistência à
corrosão, é aplicado em trocadores de calor.

Materiais e Processos de Fabricação Prof. Henrique Cezar Pavanati 19/85


Cobre e Suas Ligas

APLICAÇÕES GERAIS DO COBRE

1. Fios e Cabos Elétricos - Cobre Eletrolítico (baixo


% de impurezas);
2. Canalização – Instalações de Água Quente e Gás;
3. Coberturas;
4. Trocadores de calor;
5. Decorativo (Moedas).

Materiais e Processos de Fabricação Prof. Henrique Cezar Pavanati 20/85


Cobre e Suas Ligas
APLICAÇÕES ELÉTRICAS
Cobre eletrolítico (mín. 99,99% de Cu).

• Fios elétricos;
• Bobinas;
• Conectores;
• Motores;
• Circuitos integrados.

Materiais e Processos de Fabricação Prof. Henrique Cezar Pavanati 21/85


Cobre e Suas Ligas

EFEITO DAS
IMPUREZAS NA
CONDUTIVIDADE
ELÉTRICA

Materiais e Processos de Fabricação Prof. Henrique Cezar Pavanati 22/85


Cobre e Suas Ligas

APLICAÇÕES INDUSTRIAIS

• Tubos;
• Trocadores de calor;
• Conexões;
• Rolamentos para
trabalho a seco (re-
vestimento superf.).

Materiais e Processos de Fabricação Prof. Henrique Cezar Pavanati 23/85


Cobre e Suas Ligas

APLICAÇÕES EM CONSTRUÇÕES
- Estátuas;
- Torres;
- Estruturas submetidas a
atmosferas agressivas.

Torre de cobre – Minneapolis City Hall Estátua da Liberdade – Nova York


81,3 toneladas de cobre
Materiais e Processos de Fabricação Prof. Henrique Cezar Pavanati 24/85
Cobre e Suas Ligas

APLICAÇÕES - MOEDAS

Materiais e Processos de Fabricação Prof. Henrique Cezar Pavanati 25/85


Cobre e Suas Ligas

APLICAÇÕES AUTOMOTIVAS

• Carro “tradicional”:
• de 22 a 25 kg de Cu;
• fios e cabos;
• como elemento de liga.

• Carro elétrico:
• de 68 a 81 kg de Cu;

Materiais e Processos de Fabricação Prof. Henrique Cezar Pavanati 26/85


Cobre e Suas Ligas
CUSTO X BENEFÍCIO
• Existem alguns fatores que contribuem para a redução de
custos em componentes de cobre:
• Tolerâncias pequenas (estreitas) podem ser empregadas
durante a manufatura, garantindo que o custo final do
produto a ser produzido seja minimizado;
• A fácil trabalhabilidade do metal indica que os custos de
produção podem ser minimizados (tempos de fabricação
reduzidos, menos consumo de ferramentas, etc;
• A boa resistência à corrosão significa que os custos com
acabamentos para proteção (pintura e outros tratamentos
superficiais) são menores do que para muitos outros
materiais.

Materiais e Processos de Fabricação Prof. Henrique Cezar Pavanati 27/85


Cobre e Suas Ligas

COBRE - BAIXO TEOR DE ELEMENTOS DE LIGA


• Liga cobre-arsênico desoxidado com fósforo - 0,013 e 0,050%
Arsênico, melhorar as propriedades mecânicas a temperatu-
ras elevadas e a resistência à corrosão;
• Liga cobre-prata tenaz- 0,02 a 0,12% de Prata, confere maior
resistência mecânica e resistência à fluência. Aplicação na
indústria elétrica (bobinas);
• Liga cobre-cromo (CuCr) - 0,8% de Cromo, presta-se a trata-
mento de endurecimento por precipitação, o qual provoca
elevação de resistência mecânica;
• Liga cobre-chumbo (CuPb) - 0,8 a 1,2% de Chumbo, com
objetivo de melhorar a usinabilidade do cobre, aplicada em
componentes elétricos: conectores, componentes de chaves,
parafusos.
Materiais e Processos de Fabricação Prof. Henrique Cezar Pavanati 28/85
Cobre e Suas Ligas

LIGAS DE COBRE (ALTO TEOR DE E.L.)

Materiais e Processos de Fabricação Prof. Henrique Cezar Pavanati 29/85


Cobre e Suas Ligas
NOMENCLATURA DAS LIGAS DE COBRE
Ligas Trabalhadas Ligas Fundidas
C1xx - Cu puro ( >99,3%) C8xx - Cobre fundido
Ligas elev. Cu (99,3 a 96%) Ligas fundidas (elev. %Cu)
Latão fundido de vários tipos
C2xx - Ligas Cu-Zn (Latão)
Bronze fundido de vários tipos
C3xx - Ligas Cu-Zn-Pb (latão Pb)
C4xx - Ligas Cu-Zn-Sn (latão Sn) C9xx - Ligas fundidas Cu-Sn
C5xx - Ligas Cu-Sn (bronze) Ligas fundidas Cu-Sn-Pb
C6xx - Ligas Cu-Al (bronze alumínio) Ligas fundidas Cu-Sn-Ni
Ligas fundidas Cu-Al-Fe
Ligas Cu-Si
Ligas fundidas Cu-Ni-Fe
C7xx - Ligas Cu-Ni e Cu-Ni-Zn

101 - 99.99%Cu 210 - 95.0Cu-5.0Zn


120 - 99.9%Cu 260 - 70.0Cu-30.0Zn
122 - 99,90Cu-0.02P 464 - 60Cu-39.25Zn-0.75Sn
694 - 81.5Cu-14.5Zn-4.0Si

Pela CDA – Copper Development Association ou ASTM

Materiais e Processos de Fabricação Prof. Henrique Cezar Pavanati 30/85


Cobre e Suas Ligas

BRONZE

Materiais e Processos de Fabricação Prof. Henrique Cezar Pavanati 31/85


Cobre e Suas Ligas
BRONZE - CARACTERÍSTICAS
• Liga de cobre + estanho. Nos bronzes comerciais (dispo-
níveis nas lojas) o teor de estanho varia de 2 a 12%. Acima
de 13% as ligas tornam-se frágeis (presença da fase );
• A medida que aumenta o teor de estanho, aumentam a du-
reza e as propriedades relacionadas com a resistência
mecânica, sem queda da ductilidade;
• Frequentemente adiciona-se chumbo para melhorar as
prop. lubrificantes das ligas, além da usinabilidade;
• Os bronzes possuem elevada resistência à corrosão, o
que amplia o campo de seu emprego;
• O fósforo é geralmente adicionado ao bronze como agente
desoxidante e por isso os bronzes também são conheci-
dos como bronzes fosforosos.
Materiais e Processos de Fabricação Prof. Henrique Cezar Pavanati 32/85
Cobre e Suas Ligas

BRONZE

• É a liga mais antiga;


• 5 a 25% de Sn - Vermelho 5%
- Amarelo 5 a 25%
- Branco > 25%
• Emprego do Bronze - Aplicações: tubos flexíveis,
torneiras, varetas de soldagem, válvulas, buchas
(mancais), engrenagens, registros, esculturas,
sinos.

Materiais e Processos de Fabricação Prof. Henrique Cezar Pavanati 33/85


Cobre e Suas Ligas
BRONZE – DIAGRAMA DE FASE (Cu-Sn)

Materiais e Processos de Fabricação Prof. Henrique Cezar Pavanati 34/85


Cobre e Suas Ligas
BRONZE – FASES
- A liga Cu-Sn possui 7 fases sólidas (, , , , , , )

- Fase  - Maleáveis a frio e a quente. Para trabalhos a frio,


menor deve ser a quantidade de Sn. Ao ser conformado a
frio aumenta muito seu limite elástico (molas);

- Fase  +  - Boas características autolubrificantes devido


a presença de matriz plástica e precipitados duros;

- Fase  +  - Difícil laminação, deformáveis a quente ou


após tratamento de recozimento;

- Fase  – Ocorre somente quando o material é resfriado


muito rapidamente (%Sn entre 10-20%).

Materiais e Processos de Fabricação Prof. Henrique Cezar Pavanati 35/85


Cobre e Suas Ligas
BRONZE – Ligas mais comuns
- Bronze trabalhável
- Contém de 1,25 a 10% de Sn (fase  com prec. ) – tam-
bém conhecidos como bronze fosforoso por terem 0,1% P;
- O fósforo forma Cu3P que acaba aumentando a resistência
mecânica do bronze;
- A resistência mecânica e a resistência à corrosão do
Bronze é maior que a maioria dos Latões.
- Bronze para fundição
- Mais que 10% de Sn no bronze faz a liga se tornar não
conformável;
- Para ligas fundidas tem-se até 16% de Sn – usadas prin-
cipalmente para buchas de alta resistência e engrenagens.

Materiais e Processos de Fabricação Prof. Henrique Cezar Pavanati 36/85


Cobre e Suas Ligas

BRONZE – MICROESTRUTURA

Microestrutura
dentrítica do
Bronze fundido
(Cu + 5%Sn)

200µm

Materiais e Processos de Fabricação Prof. Henrique Cezar Pavanati 37/85


Cobre e Suas Ligas

BRONZE – MICROESTRUTURA

Microestrutura
dentrítica do
Bronze fundido
(Cu + 10%Sn
+ 0,5%P)

Ampliação 100x

Materiais e Processos de Fabricação Prof. Henrique Cezar Pavanati 38/85


Cobre e Suas Ligas
BRONZE – PROPRIEDADES E APLICAÇÕES
- Ligas até 2% Sn – Boa condutividade elétrica e melhores proprie-
dades mecânicas que o cobre puro;
- Ligas de 4 a 10% Sn – Medalhas e moedas, equipamentos elétri-
cos, indústria química, indústria mecânica, parafusos, molas,
rebites, porcas, etc. (Liga típica Cu + 5%Sn);
- Ligas de 10 a 12% Sn – Apresentam as melhores propriedades
mecânicas. Torneiras e acessórios de tubulações, discos de
fricção, bronzinas, molas para serviço pesado;
- Ligas 14 a 18% Sn – Peças com boa resistência ao desgaste por
abrasão e usadas em águas salinas;
- Acima de 20% Sn - Sinos, para formação do intermetálico Cu31Sn8
(fase ), melhoram a “sonoridade” da liga.
Autolubrificação e resistência à corrosão são as proprie-
dades que levam à maioria de suas aplicações.
Materiais e Processos de Fabricação Prof. Henrique Cezar Pavanati 39/85
Cobre e Suas Ligas
BRONZE – OUTRAS LIGAS TÍPICAS
• Cu-11Sn + fósforo - contendo 0,10 a 0,30% de fósforo;
entre as aplicações, podem-se citar engrenagens para
diversos fins;
• Cu-10Sn + 2% zinco — contendo 1,0 a 3,0% de zinco e
1,0% máx. de chumbo — conexões de tubos grandes,
engrenagens, parafusos, válvulas e flanges;
• Cu-6Sn + 4,5% Zn + 1,5% Pb — contendo 3,0 a 5,0% de
zinco e 1,0 a 2,0% de chumbo — válvulas para tempera-
turas até 290°C, bombas de óleo e engrenagens;
• Cu-11Sn + 1% Pb + 1% Ni — contendo 1,0 a 1,5% de
chumbo e 0,5 a 1,5% de níquel — buchas e engrena-
gens para diversos fins.
Materiais e Processos de Fabricação Prof. Henrique Cezar Pavanati 40/85
Cobre e Suas Ligas

BRONZE - APLICAÇÕES

Materiais e Processos de Fabricação Prof. Henrique Cezar Pavanati 41/85


Cobre e Suas Ligas

LATÃO

Materiais e Processos de Fabricação Prof. Henrique Cezar Pavanati 42/85


Cobre e Suas Ligas

LATÃO - CARACTERÍSTICAS
• Liga metálica de cobre e zinco, com Zn de 5% a 45%;
• o zinco confere maior tenacidade (capacidade de
absorção de energia), porém com o Zn acima de 30%
tem-se uma nova fase mais frágil que torna o latão
menos conformável;
• adição de estanho ou alumínio aumenta resistência a
corrosão por água do mar;
• uso: moedas, medalhas, bijuterias, radiadores de
automóveis, componentes conformados, etc.

Materiais e Processos de Fabricação Prof. Henrique Cezar Pavanati 43/85


Cobre e Suas Ligas
LATÃO - CARACTERÍSTICAS
(comparando com o aço)

• Excelente usinabilidade;
• Excelente resistência à corrosão (é geralmente o
fator principal de escolha da liga);
• Boa condutividade elétrica e térmica;
• Resistência ao desgaste razoável;
• Coloração interessante (decorativo);
• Facilidade de se fazer acabamento final;
• Boa soldabilidade;
• Higiene (propriedades bactericidas).

Materiais e Processos de Fabricação Prof. Henrique Cezar Pavanati 44/85


Cobre e Suas Ligas
LATÃO

Materiais e Processos de Fabricação Prof. Henrique Cezar Pavanati 45/85


Cobre e Suas Ligas

LATÃO
• Latão  - CFC;
- Liga típica: 70% Cu + 30% Zn ;
- Excelente plasticidade.

• Latão  +  - (a fase  é CCC)


- Liga típica: 60% Cu + 40% Zn;
- Mais dura e maior resistencia mecânica;
- 1% Sn Aumenta a Resistência à Corrosão;
- 2% de Pb Aumenta a Usinabilidade.

• fase  - muito frágil

Materiais e Processos de Fabricação Prof. Henrique Cezar Pavanati 46/85


Cobre e Suas Ligas

Microestrutura do Latão 

75X
75X

Latão comercial  Latão comercial 


90%Cu-10%Zn 70%Cu-30%Zn
recozido

Materiais e Processos de Fabricação Prof. Henrique Cezar Pavanati 47/85


Cobre e Suas Ligas

LATÃO 
1. A resistência mecânica e o alongamento aumentam
com o aumento do % de Zn até 30%;
2. Estas ligas têm boa aptidão para conformação a frio;
3. Endurecem fortemente por deformação (encruamen-
to);
4. Boa resistência à corrosão em águas salinas.

Materiais e Processos de Fabricação Prof. Henrique Cezar Pavanati 48/85


Cobre e Suas Ligas

Microestrutura do Latão  + 
fase 
fase  (escuro)

fase 
fase  (claro)

75X 75X

Latão 60%Cu-40%Zn Latão 60%Cu-40%Zn


dendritas  matriz  Metal Muntz
estado bruto estado
de fusão trabalhado a quente

Materiais e Processos de Fabricação Prof. Henrique Cezar Pavanati 49/85


Cobre e Suas Ligas

Microestrutura do Latão  + 

Dureza
178 HK Dureza
185 HK

fase 
(escuro)
fase 
(claro)

Cu + 40%Zn
Materiais e Processos de Fabricação Prof. Henrique Cezar Pavanati 50/85
Cobre e Suas Ligas

Latão  + 

1. Nesta fase a resistência mecânica aumenta, mas o


alongamento diminui com o aumento do % de Zn;
2. A temperatura ambiente a fase  é mais dura que a
fase ;
3. O Latão  +  é pouco conformável a frio;
4. Acima de 470 ºC a liga torna-se repentinamente
macia e a 800ºC é mais fácil de conformar que a
fase .

Materiais e Processos de Fabricação Prof. Henrique Cezar Pavanati 51/85


Cobre e Suas Ligas

RESUMO - LATÃO  vs LATÃO +


Latão  (até 35%Zn)
Ótimo para fabricação de peças por conformação a frio;
Aumento da tenacidade com o aumento do % de Zn.

Latão  +  (entre 36 e 50%Zn)


Liga mais dura que o latão ;
Ideal para produtos conformados a quente.

Materiais e Processos de Fabricação Prof. Henrique Cezar Pavanati 52/85


Cobre e Suas Ligas
LATÃO – Propriedades Mecânicas

Materiais e Processos de Fabricação Prof. Henrique Cezar Pavanati 53/85


Cobre e Suas Ligas

LATÃO – Variação de cor com o % de Zn


A cor avermelhada do cobre adquire uma faixa de
tonalidades de amarelo com a adição de zinco
%Zn Descrição da cor
> 5% Cor vermelha do cobre
5% a 20% Diferentes tons de dourado
30% Latão amarelo
40% Amarelo claro

+ Mn Latão com tonalidade bronze


+ Al Latão com tonalidade prateada

Materiais e Processos de Fabricação Prof. Henrique Cezar Pavanati 54/85


Cobre e Suas Ligas

LATÃO – Adição de outros elementos de liga

Adiciona-se outros elementos de liga ao Latão prin-


cipalmente devido às seguintes razões:

1. Melhorar usinabilidade;
2. Melhorar resistência mecânica;
3. Melhorar resistência ao desgaste;
4. Melhorar resistência à corrosão.

Materiais e Processos de Fabricação Prof. Henrique Cezar Pavanati 55/85


Cobre e Suas Ligas

LATÃO – Outros elementos de liga

Pb – Favorece a usinabilidade (entre 0,1 e 3%);


Al – Aumenta a resistência mecânica dos latões;
Sn – Aumenta a resistência mecânica (acima de 1%) e au-
menta a resist. a corrosão em ambientes salinos;
Mn – Aumenta a resistência mecânica (é o E.L. mais uti-
lizado para este fim);
Ni – Confere tonalidade prateada ao latão;
Si – Melhora a fluidez no estado líquido (ideal para fun-
dição) aumenta a resistência ao desgaste dos latões.

Materiais e Processos de Fabricação Prof. Henrique Cezar Pavanati 56/85


Cobre e Suas Ligas
LATÃO – TRATAMENTOS TÉRMICOS

Recozimento para alívio de tensões


T = 300 ºC / 1h

Recozimento para recristalização


Usado para permitir subseqüentes deformações plásticas

Recozimento para homogeneização


Após solidificação pode-se fazer recozimento para
homogeneização (600 a 650 ºC)

Precipitação (“têmpera”)
Ligas Cu-Zn40 (+) – Aquecimento acima de 600 ºC

Materiais e Processos de Fabricação Prof. Henrique Cezar Pavanati 57/85


Cobre e Suas Ligas

LATÃO – APLICAÇÕES

Latões 
Destinam-se especialmente a laminação a frio, estiramento,
fabricação de tubos, etc..
- Liga Cu-Zn5 – Medalhas, moedas, objetos decorativos
- Liga Cu-Zn15 – Imitação de jóias, devido à semelhança
com o ouro, e artigos conformados;
- Liga Cu-Zn30 – Trocadores de calor, cápsula de rosca de
lâmpadas, fabricação de rebites, pregos e parafusos,
cartuchos de projéteis, etc..

Materiais e Processos de Fabricação Prof. Henrique Cezar Pavanati 58/85


Cobre e Suas Ligas

LATÃO – APLICAÇÕES

Latões  + 
Destinam-se especialmente a
extrusão, estampagem a
quente.
- Liga Cu-Zn40 – Geralmente
vendido como semi-acabado.
Na forma de perfis sextava-
dos, barras, peças vazadas
(torneiras, acessórios para
canalização, etc).

Materiais e Processos de Fabricação Prof. Henrique Cezar Pavanati 59/85


Cobre e Suas Ligas

LATÃO – CUSTO (vs. Aço)


- Custo do material é maior que o do aço;

- Se adicionarmos o custo do material + o custo de


produção das peças (near-net-shape) = aplicação do
latão pode ser vantajosa;

- Se considerarmos o custo do material + o custo da


produção das peças + custo dos serviços de
manutenção = aplicação vantajosa;

- Tolerâncias estreitas, elevada velocidades de corte,


não há necessidade de pintura ou recobrimentos...

Materiais e Processos de Fabricação Prof. Henrique Cezar Pavanati 60/85


Cobre e Suas Ligas
COMPARATIVO DE CUSTOS
(válvula hidráulica para elevadas pressões)

Materiais e Processos de Fabricação Prof. Henrique Cezar Pavanati 61/85


Cobre e Suas Ligas
COMPARATIVO DE CUSTOS
(válvula hidráulica para elevadas pressões)

Custo do material
Pré-usinagem
Fresamento
Furação e Rosqueamento
Revestimento
Total
Total economizado

Materiais e Processos de Fabricação Prof. Henrique Cezar Pavanati 62/85


Cobre e Suas Ligas

LATÃO – PERFIS EXTRUDADOS

Materiais e Processos de Fabricação Prof. Henrique Cezar Pavanati 63/85


Cobre e Suas Ligas

LATÃO – OUTRAS APLICAÇÕES

Materiais e Processos de Fabricação Prof. Henrique Cezar Pavanati 64/85


Cobre e Suas Ligas

LATÃO – OUTRAS APLICAÇÕES


VÍDEO

Materiais e Processos de Fabricação Prof. Henrique Cezar Pavanati 65/85


Cobre e Suas Ligas

COMPARATIVO - BRONZE X LATÃO


Características Bronze Latão
Composição básica Cobre + estanho Cobre + zinco

Custo Mais caro do que o Mais barato do que o


latão bronze. Porém, é mais
caro do que o aço.
Tratamentos térmicos Recozimento Recozimento (recristaliz.)
Têmpera Recozimento (alívio de
tensões)
Têmpera
Porém, o bronze e o latão custam menos do que o Cobre puro.

Ambos são menos “moles” do que o Cobre, ou seja, têm limite de es-
coamento e limite de resistência a tração maiores do que o Cobre puro.

Materiais e Processos de Fabricação Prof. Henrique Cezar Pavanati 66/85


Cobre e Suas Ligas

LIGA COBRE ALUMÍNIO

Materiais e Processos de Fabricação Prof. Henrique Cezar Pavanati 67/85


Cobre e Suas Ligas

LIGA COBRE ALUMÍNIO

• Cobre Alumínio
• alumínio: até 10%
• uso: peças para embarcações, trocadores de
calor, evaporadores, soluções ácidas ou salinas

O Fe melhora o limite de elasticidade e o Mn melhora


a fluidez da liga no estado líquido.
Materiais e Processos de Fabricação Prof. Henrique Cezar Pavanati 68/85
Cobre e Suas Ligas
COBRE ALUMÍNIO – FASES

Materiais e Processos de Fabricação Prof. Henrique Cezar Pavanati 69/85


Cobre e Suas Ligas

COBRE ALUMÍNIO – FASES

- Fase  - Resistência mecânica cresce com o au-


mento do teor de Al. Endurecem por deforma-
ção a frio. São facilmente conformáveis a frio e
a quente.

- Fase  + 2 – Resistência mecânica maior que a


fase alfa. Conformação a quente. Boa resistên-
cia a corrosão.

Materiais e Processos de Fabricação Prof. Henrique Cezar Pavanati 70/85


Cobre e Suas Ligas

COBRE ALUMÍNIO – MICROESTRUTURA

Cu – 11,5%Al Cu – 11,8%Al Trat termicamente


Branco – alfa proeutetóide e Aquecido a 900ºC (1h) e temperado em água
eutetóide é uma mistura de alfa e Microestrutura martensítica
γ2, Al4Cu9,

Materiais e Processos de Fabricação Prof. Henrique Cezar Pavanati 71/85


Cobre e Suas Ligas

COBRE ALUMÍNIO – APLICAÇÕES

- Ligas de 5 a 7%Al – Tubos e trocadores de calor;

- Ligas de 9 a 10%Al – instrumentos elétricos,


recipientes para substâncias ácidas e alcalinas;

- Liga 9%Al3%Fe12%Mn – (Liga superstone) alta


resistência ao impacto.

Materiais e Processos de Fabricação Prof. Henrique Cezar Pavanati 72/85


Cobre e Suas Ligas

CUPRONÍQUEL

Materiais e Processos de Fabricação Prof. Henrique Cezar Pavanati 73/85


Cobre e Suas Ligas
CUPRONÍQUEL - CARACTERÍSTICAS
• O Níquel é totalmente dissolvido no cobre;
• O teor de Ni varia de 5 a 50%;
• Ligas muito dúcteis com excelente resistência à cor-
rosão;
• Acima de 10%Ni a liga apresenta cor branca;
• Boa conformabilidade – facilidade em transformá-las
em chapas, tiras, fios, etc;
• Boa soldabilidade;
• A adição de Ni ao cobre aumenta a resistência mecâ-
nica, resistência à corrosão e oxidação da liga.

Materiais e Processos de Fabricação Prof. Henrique Cezar Pavanati 74/85


Cobre e Suas Ligas
CUPRONÍQUEL – FASES
Como as ligas Cu-Ni são totalmente miscíveis no
estado sólido temos somente a fase alfa.

- Fase  - Estrutura (CFC), µ = 8,94 g/cm3 para 32,2%Ni.


Materiais e Processos de Fabricação Prof. Henrique Cezar Pavanati 75/85
Cobre e Suas Ligas
CUPRONÍQUEL – APLICAÇÕES
- Ligas com até 10%Ni – tubos, aquecedores, eva-
poradores;
- Ligas com 20%Ni – medalhas, moedas, tubos de con-
densação e fabricação de resistores;
- Ligas com 30%Ni – Construção naval e indústria quí-
mica;
- Liga entre 35 e 50%Ni (constantan) – Fabricação de
resistores e termopares;
- Ligas entre 30 e 67%Ni (monel) – Resistentes às
águas salinas e ácidos sulfúricos. Substituem o aço
inox em algumas aplicações, mas tem dureza
inferior.
Materiais e Processos de Fabricação Prof. Henrique Cezar Pavanati 76/85
Cobre e Suas Ligas

CUPRONÍQUEL – APLICAÇÕES

Materiais e Processos de Fabricação Prof. Henrique Cezar Pavanati 77/85


Cobre e Suas Ligas

CUPRONÍQUEL – TRATAMENTOS TÉRMICOS

- Recozimento

- Realizado a 550 – 690 ºC e nunca além de 800ºC

Materiais e Processos de Fabricação Prof. Henrique Cezar Pavanati 78/85


Cobre e Suas Ligas

ALPACAS

Materiais e Processos de Fabricação Prof. Henrique Cezar Pavanati 79/85


Cobre e Suas Ligas

ALPACAS – CARACTERÍSTICAS
• Liga metálica de Cu + Ni + Zn;
• Também conhecida como prata de níquel;
• zinco: 17% - 27%;
• níquel: 8% - 18%;
• uso: chaves, equipamentos de telecomunicações, deco-
ração, relojoaria, componentes de aparelhos óticos e
fotográficos, etc;
• são facilmente confundidas com a prata devido a
sua coloração;
• conforme aumenta-se o %Ni a coloração das alpacas
muda de marfim para prateado.

Materiais e Processos de Fabricação Prof. Henrique Cezar Pavanati 80/85


Cobre e Suas Ligas

ALPACAS – MICROESTRUTURA

Fase alfa

Materiais e Processos de Fabricação Prof. Henrique Cezar Pavanati 81/85


Cobre e Suas Ligas

ALPACAS – APLICAÇÃO

Materiais e Processos de Fabricação Prof. Henrique Cezar Pavanati 82/85


Cobre e Suas Ligas

ANEXOS

Materiais e Processos de Fabricação Prof. Henrique Cezar Pavanati 83/85


Cobre e Suas Ligas

LIGAS DE COBRE – MOEDAS BRASILEIRAS

Fonte: Casa da moeda do Brasil

Materiais e Processos de Fabricação Prof. Henrique Cezar Pavanati 84/85


Cobre e Suas Ligas

LIGAS DE COBRE – MOEDAS BRASILEIRAS

Fonte: Casa da moeda do Brasil

Materiais e Processos de Fabricação Prof. Henrique Cezar Pavanati 85/85

Você também pode gostar