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Tecnologias Avançadas

Ano letivo 2020/2021


____________________________________________________________

Ana Sofia Ramos


(sofia.ramos@dem.uc.pt)

AULA 2
Metalurgia de Pós

1
TECNOLOGIAS AVANÇADAS 2020/2021

Metalurgia de Pós (Powder Metallurgy, P/M)

Uma forma rudimentar de P/M existia no Egito já desde 3000 a.C.

No século XIX a metalurgia de pós foi utilizada no fabrico de arames de platina e


tungsténio. A pulverometalurgia teve a sua primeira base científica.

Após a 1ª Guerra Mundial, na Alemanha, foram produzidas por P/M ferramentas


de corte de carboneto de tungsténio.

Uma grande variedade de componentes/produtos são atualmente produzidos


por processos pulverometalúrgicos.

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Metalurgia de Pós (Powder Metallurgy, P/M)


Dois grupos distintos de produtos:
i) Componentes estruturais fabricados em séries reduzidas.
ii) Componentes diversos fabricados em grandes séries e destinados às indústrias
automóvel, aeroespacial, elétrica/eletrónica, e bens de consumo para uso doméstico.

(b)

(c)
(a)
(a) Diversas peças de componentes mecânicos. (b) Alavanca de um aspersor feito por P/M, liga de
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bronze. (c) Parte superior dos rolamentos principais dos motores de automóveis (General Motors).
Manufacturing, Engineering & Technology, Fifth Edition, by Serope Kalpakjian and Steven R. Schmid.
ISBN 0-13-148965-8. © 2006 Pearson Education, Inc., Upper Saddle River
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Metalurgia de Pós (Powder Metallurgy, P/M)


A tecnologia da metalurgia de pós (ou pulverotecnologia) envolve a
compactação de pós e a sua sinterização de forma a obter um componente
maciço.

Quando se utiliza P/M?


- Se o ponto de fusão do material é demasiado elevado.
- Se ocorrem reações indesejáveis durante a fusão.
- Se os materiais forem difíceis de maquinar.
- Se se pretendem grandes séries e/ou geometrias complexas.

Quão competitiva é a P/M?


- Disponibilidade de pós com uma gama alargada de composições químicas.
- Possibilidade de fabricar produtos “near net shape”.
- Custo global envolvido.
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Metalurgia de Pós (Powder Metallurgy, P/M)

Indústria avaliada em 2017 em US $ 21.2 mil milhões de dólares. Espera-se


que em 2026 atinja US$ 35.88 mil milhões de dólares.

Desde 2001, a indústria da metalurgia de pós regista taxas de crescimento


anual de cerca de 11%.

Mais de 70% dos componentes da indústria automóvel fabricados por P/M


são à base de ferro.

A metalurgia de pós usa, regra geral, mais de 97% das matérias-primas


iniciais no componente fabricado, o que permite que seja reconhecida
como uma tecnologia verde.

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TECNOLOGIAS AVANÇADAS 2020/2021

Metalurgia de Pós (Powder Metallurgy, P/M)

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TECNOLOGIAS AVANÇADAS 2020/2021

Metalurgia de Pós (Powder Metallurgy, P/M)

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TECNOLOGIAS AVANÇADAS 2020/2021

Metalurgia de Pós (Powder Metallurgy, P/M)

Powder Metallurgy Touches Your Life

https://www.youtube.com/watch?v=n_FW7Q2xO5o
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Etapas do Fabrico de Componentes a partir de Pós

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1. Seleção / Obtenção de Pós

Importante o grau de pureza, o tamanho, a distribuição granulométrica, a forma


e a superfície dos pós, pois influenciam as propriedades do produto final.
Outras características importantes: fluidez e sinterabilidade.

Pureza:
• Quanto mais pura for a matéria prima, maior a resistência mecânica final, mas sobretudo
melhores as propriedades elétricas, óticas e magnéticas.

Tamanho e distribuição das partículas:


• Quanto menor o tamanho das partículas maior a reatividade entre elas reduzindo a
temperatura e o tempo necessários na sinterização e a porosidade final do componente.
• Normalmente micrométrico, mas por vezes também se usam pós nanométricos.
•Em geral utilizam-se vários tamanhos de partículas, pois conduz a um componente com
menor porosidade em “verde” (porosidade depois da compactação, mas antes da
sinterização).

Forma das partículas


• Descrita em termos de “aspect ratio” (um para partículas esféricas). 10
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1. Seleção / Obtenção de Pós
Morfologia das partículas de pós

Perigos (“Hazards”) - Cuidados necessários durante o manuseamento, mistura e


armazenamento dos pós. 11

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1. Seleção / Obtenção de Pós


Atomização

A atomização é a técnica mais


comum de obtenção de pós.
(a) Gás
(b) Água
(c) Atomização centrífuga com
disco ou cápsula giratória
(d) Elétrodo rotativo

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Liquid and Water Atomization

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https://www.youtube.com/watch?v=bQnQvCk9x6E
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1. Seleção / Obtenção de Pós


Atomização

Exemplos de partículas obtidas por atomização


(diferentes geometrias – afetam o processo de compactação)

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1. Seleção / Obtenção de Pós


Outros processos de obtenção de pós – Moagem Mecânica

(a) esmagamento por rolos, (b) moinho de bolas, e (c) moinho de martelos.

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1. Seleção / Obtenção de Pós


Outros processos de obtenção de pós – Síntese Mecânica

Síntese de partículas de Ni com dispersão de partículas finas


(normalmente óxidos)

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1. Seleção / Obtenção de Pós


Outros processos de obtenção de pós – Redução química

FeO(s) + H2(g)  Fe (s)+ H2O (g)

Outros processos de obtenção de pós – Deposição electrolítica

Cu  Cu2+ + 2e-

Cu2+ + 2e-  Cu

Ânodo – material que se pretende obter sob a forma de pó 17


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2. Mistura dos Pós


Operação de mistura para homogeneização e
uniformidade da distribuição dos pós.

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(a) a (d) algumas geometrias para mistura de pós. (e) misturador de pós.
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2. Mistura dos Pós

Aditivos/ Lubrificantes
- Para evitar aglomeração dos pós
(ácido esteárico).
- Para aumentar plasticidade.
- Para melhorar fluidez.

Os pós podem ser misturados em ar,


meio líquido ou atmosfera controlada.

A mistura deve ser efetuada de modo


controlado para evitar deterioração
e/ou contaminação.

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3. Conformação dos Pós


Algumas das técnicas mais utilizadas

3.1 Prensagem
3.1.1 Prensagem uniaxial a frio
3.1.1 Prensagem uniaxial a quente
3.1.1 Prensagem isostática a frio
3.1.1 Prensagem isostática a quente

3.2 Injeção

3.3 Laminagem

….

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3. Conformação dos Pós


3.1.1 Prensagem uniaxial a frio (CP)

• O molde é geralmente cheio por


gravidade à temperatura ambiente.
• Pressão entre 100 e 1000 MPa
(depende da plasticidade da mistura).
Enchimento Prensagem • Produz um compacto "verde” sem
boas propriedades mecânicas.
• Tamanho e forma quase finais.
• Peças de geometria pouco complexa e
de pequenas dimensões.
• Grande cadência de produção.
Ejeção Enchimento

Ciclo de conformação
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Materials Science and Engineering: An Introduction, W.D. Callister, Jr., 7th edition
John Wiley and Sons, Inc. (2007)
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3. Conformação dos Pós


3.1.1 Prensagem uniaxial a frio (CP)

Prensa industrial
(a) Fabrico de uma peça de geometria simples
(b) Fabrico de engrenagem com furo central

O compacto prensado é denominado de “verde”


(necessita de sinterização) 22

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3. Conformação dos Pós


3.1.1 Prensagem uniaxial a frio (CP)
Consolidação em três etapas:

1. A baixa pressão a fricção entre as


partículas é predominante e a sua
geometria tem um papel importante
(partículas esféricas são mais adequadas
à compactação).

2. A média pressão existe deformação,


influenciada pela ductilidade do material
(partículas frágeis partem-se, os pós
dúcteis consolidam-se por deformação
plástica).

3. A alta pressão a densificação pára


Maior pressão implica maior densidade quando os poros formam uma rede
descontínua.
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3. Conformação dos Pós


3.1.1 Prensagem uniaxial a frio (CP)
A pressão de compactação
influencia enormemente a
Efeito da densidade nas densidade.
propriedades de peças de Cu A distribuição de tamanho de
partículas também influencia
a densidade.

A densidade influencia
fortemente as propriedades
mecânicas e físicas dos
componentes P/M.

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3. Conformação dos Pós


3.1.1 Prensagem uniaxial a frio (CP)

(a) (b) (c)

(a) pressão de ação simples


(b) prensa de dupla ação (pressões mais uniformes ao longo da peça)
(c) Variação da pressão de contacto durante a prensagem de ação simples
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3. Conformação dos Pós


3.1.1 Prensagem uniaxial a frio (CP)
L / D = 0,45

Variação de densidade numa peça


prensada uniaxialmente devido
ao atrito partícula – partícula e
partícula – parede do molde

Ocorrem variações de densidade L / D = 1,75


ao longo da peça.

A prensagem uniaxial só deve


L
ser utilizada em peças com
razões L / D baixas

Problema da compactação uniaxial a frio:


Densidade não uniforme D 26
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3. Conformação dos Pós


3.1.1 Prensagem uniaxial a frio (CP)

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3. Conformação dos Pós


3.1.2 Prensagem uniaxial a quente (HP)

Em tudo idêntico à pressão


uniaxial a frio, mas executada
em molde aquecido

Dependendo da temperatura,
pode dispensar sinterização
posterior

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3. Conformação dos Pós


3.1.3 Prensagem isostática a frio (CIP)

Compactação uniforme em todas as direções

Exemplo de Mangas Pressão exercida em todas


de secção constante as direções

Membrana impermeável

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3. Conformação dos Pós


3.1.3 Prensagem isostática a frio (CIP)

Introdução do pó num molde flexível (manga) fechado e sujeito a


pressão isostática por intermédio de um fluido.

(a) fabrico de um tubo oco, (b) fabrico de uma peça maciça


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3. Conformação dos Pós


3.1.3 Prensagem isostática a frio (CIP)

Ao contrário da prensagem uniaxial, a


prensagem isostática aplica pressão
uniforme em toda a superfície do molde.

Devido à pressão uniforme de compactação, a relação L / D da peça não é um fator


limitante, como ocorre com a prensagem uniaxial.

Não existe atrito na parede do molde. São obtidas densidades muito mais uniformes
em toda a peça do que no caso da prensagem uniaxial a frio.

Compactos com densidade e tamanho de grão uniforme  propriedades isotrópicas

A prensagem isostática a frio pode ser usada para compactar formas mais complexas
e de maior tamanho do que a prensagem uniaxial.
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3. Conformação dos Pós


3.1.3 Prensagem isostática a frio (CIP)

Molde polimérico
Fluido Os pós são introduzidos por
gravidade pela parte de cima
do molde e comprimidos com
P = 200 a 400 MPa. O fluido
líquido ou gasoso entra
através dos orifícios que se
Molde para produção de peça
isoladora de vela de ignição. mostram em corte.

Desvantagens pressão isostática:


i) tolerâncias dimensionais mais alargadas;
ii) custo e tempos elevados;
iii) não adequado para grandes séries. 32
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Estágios de produção de peça


isoladora de vela de ignição:
a) em bruto,
b) após maquinagem
c) após sinterização
d) vidrada

(NOTA: A prensagem pode ser


feita também a quente evitando
posterior sinterização)

Peças de elevada
Prensagem + sinterização simultâneas densidade e com melhores
(Não permite maquinação) propriedades mecânicas

Exemplos de Aplicação: Refratários sob a forma de tijolos ou outra, Isolantes de velas de


ignição, Ferramentas de corte, Cadinhos, Chumaceiras 33
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3. Conformação dos Pós


3.1.3 Prensagem isostática a quente (HIP)
• Consiste em prensagem em todas as
direções realizada a temperatura elevada.

• Como meio de pressão, é normalmente


usado um gás (Azoto ou Árgon).

• As pressões de compactação estão entre


100 MPa a 300 MPa.

• O HIP combina prensagem e sinterização,


induzindo consolidação e sinterização de
partículas de pó. A peça encolhe e densifica,
formando uma estrutura compacta de alta
resistência.

• O HIP pode ser usado sem molde. Nesse


caso, a peça é compactada primeiro por CIP. 34
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Hot Isostatic Pressing

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https://www.youtube.com/watch?v=_mqDqdAkLL0
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3. Conformação dos Pós


3.2. Injeção
A moldação por injeção permite fabricar componentes de formas complexas em
grandes quantidades.

O processo utiliza pós finos (geralmente com menos de 20 m) misturados com
aditivos (termoplásticos, ceras e outros materiais) - Feedstock

A matéria-prima é alimentada numa cavidade (ou múltiplas cavidades) de uma


injetora. Obtém-se um componente em verde - Green part

Após a remoção do componente "verde", os aditivos são removidos por aumento


de temperatura ou solventes, antes da sinterização - Debinding.

Vantagens do processo:
• Peças de elevada densidade, complexidade e com boa tolerância dimensional.
• Elevada cadência de produção através do uso de moldes com múltiplas
cavidades.
• Propriedades mecânicas idênticas às de materiais forjados.
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3. Conformação dos Pós


3.2. Powder Injection Moulding (PIM)

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3. Conformação dos Pós


3.2. Injeção

Desvantagem PIM:
• Custo do equipamento, molde
e pós finos.

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3. Conformação dos Pós


3.3. Laminagem

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4. Sinterização

• Transporte de matéria ativado termicamente.


• Implica a diminuição da superfície específica livre do material, devido ao
crescimento de contatos entre as partículas, redução do volume de poros
e alteração da sua geometria.
• Transformação de estado termodinâmico, com G < 0

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4. Sinterização
Sinterização no estado sólido
Durante a sinterização, as partículas ligam-se umas às outras
devido a mecanismos de difusão. Temperatura abaixo de Tf
(geralmente cerca de 75 % Tf). D = Do exp [-Q/(R.T)]

Menor densidade final Maior densidade final

(a) Partículas de pó após conformação.


(b) Coalescência e formação de poros interiores
quando se inicia a sinterização.
(c) No decurso da sinterização, os poros mudam 41
de forma e diminuem de tamanho.
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4. Sinterização
Sinterização no estado sólido

Sinterização no estado sólido


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https://www.youtube.com/watch?v=puGVlHyHZlE&feature=related
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4. Sinterização

Alumina (Tf  2040 °C)

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4. Sinterização

Materials

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4. Sinterização

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4. Sinterização
Sinterização com fase líquida

O líquido tem como função cobrir as partículas dos pós e causar uma
rápida densificação, a temperaturas mais baixas que as necessárias para
a sinterização no estado sólido.

Requisitos:

• O sólido deve ser parcialmente solúvel no líquido.

• Uma baixa viscosidade do líquido para uma rápida cinética de


difusão.

• Ângulo de contato que permita molhar as partículas constituintes


principais (molhagem).

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4. Sinterização
Sinterização com fase líquida

Ângulo de Contacto
As fases líquida (l), sólida (s) e vapor (v) devem estar em
equilíbrio para minimizar a energia interfacial sl + lv cos = sv

 > 90° não há molhagem

 = 0° molhagem total

 < 90° molhagem parcial


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4. Sinterização
Técnicas Tradicionais de Sinterização
1. Sinterização em forno resistivo
• É a mais usada tanto à escala industrial como em laboratório.
• Sinterização apenas com o auxílio da temperatura num forno resistivo.
• Pode manipular-se a atmosfera de sinterização.

2. Sinterização com auxílio de pressão


• A temperatura promove o aumento de transporte de material e a pressão intensifica
ainda mais este transporte por deformação plástica.
• Sinterização de materiais dificilmente sinterizados somente por aquecimento, como as
cerâmicas covalentes, ou quando se quer garantir o fecho “completo” da porosidade.
• Dois modos: prensagem isostática a quente (HIP) e a prensagem uniaxial a quente
(HP). Existe ainda Sinter-HIP = sinterização em forno resistivo, seguida de HIP.
• Mais complicada e dispendiosa do que a sinterização apenas com temperatura.

3. Sinterização reativa
• Reação entre os componentes do material para auxiliar o processo de sinterização.
• Atmosferas reativas (ex. N com Si para formar Si3N4). 48
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4. Sinterização
Outras Técnicas (inovadoras) de Sinterização

• Sinterização por micro-ondas (aquecimento da amostra ocorre pela


dispersão de energia eletromagnética numa faixa de micro-ondas
selecionadas para este fim, geralmente 2,45 GHz).

• Sinterização seletiva por laser (feixe de laser sobre a amostra, provocando


aquecimento. A região atingida pelo laser sofre sinterização).

• Sinterização por plasma (exposição da amostra a um plasma inerte ou


reativo. O aquecimento dá-se por bombardeamento dos iões do plasma
sobre a superfície).

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4. Sinterização
Diversos Tipos de Sinterização
Carboneto de silício, SiC
SINTERIZAÇÃO HIP
REATIVA (C/ PRESSÃO) SEM PRESSÃO

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Aplicações, Vantagens e Limitações

Os componentes fabricados por P/M podem ser classificados em:


i) Produtos porosos, rolamentos e filtros.
ii) Produtos com geometria complexa, tais como engrenagens.
iii) Produtos fabricados com materiais difíceis de maquinar (p.ex. WC). 51

iv) Produtos em que se requer a combinação de 2 ou mais materiais.


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Aplicações, Vantagens e Limitações
Peças metálicas
cerâmicas
Peças

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TECNOLOGIAS AVANÇADAS 2020/2021

Aplicações, Vantagens e Limitações

 Escolha praticamente ilimitada de ligas, compósitos e propriedades associadas.

 Adequada para fabrico de componentes de materiais refratários (Tf elevado).

 Pode ser muito económico em grandes séries (100.000 peças).

 Fiabilidade a longo prazo através do controle rigoroso das dimensões e


propriedades físicas.

 Ampla possibilidade de formas.

 Muito boa utilização do material.

 Custos de mão de obra reduzidos (processos automatizados).

 Processos “near-net shape” (reduz operações de acabamento).

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Aplicações, Vantagens e Limitações

 Grandes peças são difíceis de obter pois são necessárias grandes forças.

 Dificuldade de armazenamento de alguns pós sem que ocorra deterioração.

 Máquinas especiais.

 É difícil obter componentes com densidade uniforme.

 Necessidade de controlar o meio ambiente - preocupação com a oxidação/corrosão.

 Normalmente, não produz peças tão resistentes quanto os produtos forjados.

 Elevado custo do molde.

 Projeto cuidado.

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Projeto

A forma dos componentes deve facilmente permitir a sua ejeção.

A forma não deve obrigar o pó a fluir através de passagens estreitas ou cantos


abruptos.

O número de variações da secção transversal deve ser o menor possível.

Nunca devem existir furos cujo eixo seja perpendicular à direção de prensagem.

Variações abruptas de secção e ângulos internos sem “fillets” generosos devem ser
evitados.

Componentes com degraus, apenas se estes forem semelhantes e corresponderem


a uma % reduzida do seu volume.

Os componentes devem ter tolerâncias que sejam consistentes com as aplicações


pretendidas.
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TECNOLOGIAS AVANÇADAS 2020/2021

Projeto
Más e Boas Soluções

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