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Neste artigo vou tentar apontar alguma luz sobre os segredos do slowplay. Vou
explicar do que é que se trata já de seguida. Vocês já sabem de certeza de que
as decisões no poker estão dependentes da situação em si, e o mesmo se aplica (/video/25739/)
ao slowplay. Não existem regras rígidas nestas situações. Vou ilustrar os meus
pontos de vista, recorrendo a exemplos. Vídeo do Artigo
(/video/25739/)
São maioritariamente os principiantes que cometem erros, quando tentam fazer
slowplay com as suas mãos médias, e por isso acabam por perder dinheiro. Em
alguns casos não é má ideia utilizar o slowplay, em especial na variante de No-Limit Hold’em, onde se
pode ganhar numa única mão uma grande stack.
Espero que no final deste artigo, vocês já sejam capazes de compreender e saber quando é que é a
altura ideal para utilizarem o slowplay!
O que é o slowplay?
A definição:
Fazer slowplay é fazer check e call, isto é, jogar um jogo passivo quando têm uma mão forte.
Fazer slowplay vai contra os princípios básicos dos estilos tight-agressive e loose-agressive. Vai contra o
princípio da protecção, onde tentam jogar de forma agressiva para fazer com que o vosso adversário
desista do pot. Contudo, existem alguns casos, em que a vossa mão é tão forte que não precisam de
utilizar a protecção, e é nestas situações que fazer slowplay pode realmente potenciar os vossos ganhos.
Para além do slowplay no pós-flop, podem também fazer slowplay de mãos fortes no pré-flop. Contudo,
https://pt.pokerstrategy.com/strategy/bss/1606/ 1/9
23/07/2020 Slowplay - Armando a Armadilha para o Adversário
nos jogos de No-Limit cash, não encontro nenhuma razão para que façam slowplay no pré-flop, por isso,
neste artigo eu vou-me concentrar no slowplay pós-flop.
Fazer slowplay em No-Limit tem vantagens decisivas. Através do vosso jogo passivo, vão deixar os
adversários ver a próxima carta por uma quantia pequena (e não dar-lhes a oportunidade de fazer fold).
Se jogarem de forma agressiva e aumentarem o custo do call, eles irão provavelmente desistir da mão.
E na maioria dos casos, o fold que eles fazem é o mais correcto a fazer. Mas vocês querem que o
adversário cometa um erro. Para ser mais preciso:
Esperam que eles consigam melhorar as mãos, mas que mesmo assim sejam piores que a
vossa, para que assim consigam ganhar mais dinheiro deles, porque eles com uma mão que
melhorou não vão conseguir fazer fold.
A condição na qual a vossa mão ainda consegue ganhar à mão melhorada do vosso adversário é neste
caso uma suposição crítica. Se este não for o caso, então cometeram um erro e permitiram ao vosso
adversário jogar correctamente um draw de uma mão melhor.
Para além disso, o vosso jogo passivo pode induzir o vosso adversário a fazer bluff, uma vez
que não demonstraram ter uma mão forte.
Este método pode permitir o ganho de toda a stack do vosso adversário, ou então ganhar um pouco
mais da mão melhorada dele, mas pior que a vossa – está tudo relacionado com a maximização dos
ganhos, independentemente da forma como o fazem.
Como já referi anteriormente, a questão sobre se fazer slowplay é o mais correcto ou não, está muito
dependente do adversário e da situação em si. Não existem regras específicas no que diz respeito a fazer
slowplay. Por essa razão, vou apresentar alguns exemplos e tentar explicá-los, para que assim consigam
ter uma noção da técnica por detrás do slowplay.
UTG ($102.64)
CO ($110.40)
Button ($88.94)
Hero ($96.90)
BB ($102.50)
A mão não foi de modo algum perfeita. No turn tive que decidir se continuava a jogar ou não. Eu podia
ter ido all-in no turn por omissão, uma vez que metade da minha stack estaria no pot de qualquer forma
noutra aposta, ou então podia fazer check/fold. Vendo em retrospectiva, eu teria feito o anterior. Mas
independentemente do facto de eu ter jogado a mão da maneira mais correcta ou não:
havido um raise, eu se calhar tinha feito fold. Através de um call passivo e uma aposta pequena no river
ele conseguiu ganhar o máximo value.
E, como já disse anteriormente, fazer slowplay tem como objectivo maximizar os vossos ganhos. Essa é
que é a verdadeira razão para utilizar tal jogada, juntamente com outros aspectos, como por exemplo o
engano. Estes pensamentos não devem ser considerados nos limites mais baixos.
Se a resposta for negativa, então devem esquecer a utilização do slowplay – e muito rapidamente!
Caso contrário:
A questão principal com a qual se devem preocupar quando têm uma mão que não necessita de
protecção é: Qual é a melhor forma de conseguir colocar o máximo de dinheiro no pot? (utilizar
o slowplay pode então depois ser uma das estratégias a considerar).
A força da vossa mão está relacionada fortemente com as cartas que estão na board.
Se na board não existir nenhum draw, então é relativamente seguro permitir freecards. O número de
adversários é também importante para a avaliação da força da vossa mão, o que não está relacionado
directamente com o tópico, mas que eu vou mesmo assim abordar nos exemplos seguintes.
Um overpair no flop, num pot em que só temos um adversário é quase um monstro. Se existirem 7
adversários, vocês vão perder claramente equity no overpair e podem até ser derrotados no flop.
Não devem utilizar muitas vezes slowplay quando têm 2 pares, straights, e sets – mesmo que estas
mãos aparentem ser à primeira vista muito fortes.
Esta não é definitivamente uma boa altura para fazer slowplay. Vocês têm a melhor mão, mas devem
fazer um raise para se protegerem de flush draws e outros draws possíveis. Um raise de cerca de $12
parece uma boa quantia neste caso. Se fizerem apenas o call, então vão estar a dar aos jogadores que
estão atrás de vocês boas odds. Dois pares não costumam ser uma mão muito forte para se fazer
slowplay, mesmo que não exista a possibilidade de um flush draw. Se aparecer outro 9 no turn, ou a
board faz um par no river, isso é maior do que o nosso 6, e por isso os dois pares que temos são
relativamente inúteis.
Os straights têm o mesmo problema. Se na board existir um par e vocês têm um straight, pode ser uma
jogada muito cara no final se o vosso adversário tiver um full house. Além disso, os straights são
vulneráveis aos flushes e por isso geralmente não devem ser jogados utilizando o slowplay.
Aqui ficam dois exemplos que demonstram a importância da board em relação à força da vossa própria
mão:
O Herói aposta!
https://pt.pokerstrategy.com/strategy/bss/1606/ 3/9
23/07/2020 Slowplay - Armando a Armadilha para o Adversário
Esta não é uma boa altura para fazer slowplay. Nesta board não se podem dar a luxo de oferecer
freecards. Isso seria catastrófico. Existem muitas cartas que podem ser mortíferas para o herói, e
mesmo que um jogador tenha apenas uma copa na mão e no turn apareça a possibilidade de um flush
draw, o herói poderia perder o pot no river – E isso contra uma mão que teria feito fold contra uma
simples aposta no flop.
Como é claro, também devem contar os flush e straight draws no flop. Uma aposta do tamanho do pot
(PSB = Pot Sized Bet) de $4,50 parece ser a quantia certa nesta situação.
Próximo exemplo:
Agora as coisas parecem muito diferentes! Agora o herói pode dar-se ao luxo de oferecer uma freecard,
para que assim consiga ganhar mais tarde, mais apostas dos adversários. A questão sobre se ele deveria
fazer isto, ou então jogar ao ataque e fazer uma aposta, depende de outros factores que vão ser
discutidos na próxima secção.
Em teoria, esta era uma boa board para se fazer slowplay, uma vez que o set não precisaria de
protecção.
Slowplay – A oposição
Outro exemplo:
O herói aposta!
Devem fazer uma aposta nesta situação. Olhando para a board, pouco importa se o adversário vê ou não
outra carta. A nossa mão pouco precisa de protecção, pelo menos por enquanto. A board está
relativamente segura. Mas se outra , or aparecerem no turn, o adversário pode conseguir um flush
draw. No entanto, pouca importância tem para nós, porque mesmo assim podemos conseguir fazer com
que ele faça um call errado a uma aposta forte.
É muito mais importante que o nosso adversário faça call a uma aposta no flop.
Isto permitirá tirar algumas conclusões sobre contra que tipo de adversário podemos utilizar o slowplay.
Como vimos anteriormente, este adversário tem um valor de WSD de 40. Num cash game NL este seria
um valor bastante elevado. Na minha experiência, um bom valor de WSD deve estar entre os 16 e 22,
mas nunca nos 40. Mesmo que a board não estivesse ameaçadora com a presença de draws, ele
provavelmente faria o call a uma aposta com qualquer par e provavelmente com ace high.
Se existir uma boa possibilidade de o nosso adversário fazer call a uma aposta, então não
devem fazer slowplay.
Isto é normalmente verdadeiro contra jogadores “fish” com valores altos de WSD.
https://pt.pokerstrategy.com/strategy/bss/1606/ 4/9
23/07/2020 Slowplay - Armando a Armadilha para o Adversário
Se vocês fazem slowplay é porque têm receio que o adversário faça fold contra uma aposta ou
um raise. Este receio não é assim tão bom contra fishes como contra TAGs.
Óptimo. Já foram mencionados dois argumentos contra a utilização do slowplay. Só isto não justifica a
exclusão do uso do slowplay, uma vez que jogadores fish com WSD de 40 não irão fazer call de qualquer
coisa e a probabilidade de um backdoor flush é muito pequena.
O ponto mais importante nesta situação é que um check seria algo de anormal e suspeito
nesta situação.
A board está perfeita para uma continuation bet. Mesmo um fish ficaria intrigado porque é que o seu
adversário faria um check depois de um raise no pré-flop. Um jogador que estivesse atento ao jogo,
daria logo conta do que é que se estava a passar – o que reduziria os possíveis ganhos nos últimos
streets se o adversário acreditasse que vocês tinham uma mão forte.
Sumário
Antes de decidirem utilizar o slowplay, devem colocar a vocês próprios estas questões:
1. Será a minha mão assim tão forte, para que possa oferecer uma freecard?
2. Os meus adversários fariam fold se eu apostasse?
Se a resposta a estas duas questões for positiva, então podem considerar a utilização do slowplay.
Exemplos e Explicações
Nesta secção vou apresentar alguns exemplos concretos. Como acontece em muitas situações
relacionadas com o poker, existem métodos práticos e simples, e tudo depende de muitos factores
variáveis para que se consiga generalizar em algo tão específico. Por essa razão, o melhor é aprenderem
através de exemplos específicos.
1 - Exemplo
Hero calls!
Vamos prestar atenção e relacionar o que está na board com a nossa mão. Esse deve ser sempre o
primeiro passo quando estamos a considerar utilizar o slowplay. A board é segura. Estamos na frente
contra quase todas as mãos e estas apenas tenham 4 outs conta nós – isso é muito, muito pouco. A
nossa mão é portanto muito forte nesta board. No turn é provável que apareçam outros draws possíveis,
mas continuaremos mesmo assim a ser o grande favorito. De acordo com o PokerStove, a nossa equity
nesta situação é de quase 97% - um sonho.
Outra possibilidade é de que a BB esteja a fazer bluff. Para chegar a uma conclusão:
Só devem fazer call para atrair uma mão como top pair ou possivelmente ganhar outra aposta no turn.
Isto irá acontecer muitas vezes. Contudo, contra um re-raise, o adversário poderá fazer fold de top pairs
com maus kickers, que poderia noutro caso ter apostado novamente no turn. Se for um bluff, vamos
fazer fold contra outro raise de qualquer forma, e se ele tiver 22, ele até ao final desta mão terá perdido
toda a sua stack.
2 - Exemplo
https://pt.pokerstrategy.com/strategy/bss/1606/ 5/9
23/07/2020 Slowplay - Armando a Armadilha para o Adversário
MP+3 ($120.12)
Hero ($95.72)
MP+3 ($120.12)
Hero ($95.72)
Hero raises!
Se estiverem nesta situação a pensar utilizar o slowplay, então é porque não entenderam nada do que
leram até agora neste artigo. Primeiro, a board é muito perigosa. Devem fazer a protecção contra flush
draws. Segundo, esta mão não é assim tão forte como aparenta. Podem já estar nesta altura atrás de
um set, um straight ou mesmo um flush. Um raise nesta situação de cerca de $17-$20 parece a melhor
jogada a fazer. Contra uma oposição forte devem mesmo considerar em fazer fold desta mão.
3 - Exemplo
0,50/1,00 No-Limit Hold'em
BB ($150.53)
Hero ($100.00)
Button ($80.90)
a) Nós temos uma read da BB. Ele é um bom jogador que entende o que são odds e outs, e muitas
vezes faz donk dos seus flush draws no flop. Para além disso, ele sabe que vocês são bons jogadores.
Neste caso, devem fazer call no flop e esperar que o vosso adversário acerte no flush. Uma vez que essa
é uma mão pior, vão conseguir ganhar mais dinheiro dele. Se fizermos um raise forte, ele possivelmente
irá fugir. Se ele tiver um par ou mesmo 3 valetes, então ele provavelmente fará uma nova aposta no
turn, mesmo contra um mini-raise. Se fizermos um mini-raise no flop de $8, o nosso adversário vai ter
odds de 4:18.5, ou 1:4.6. O seu flush draw é um underdog de cerca de 1:4. As odds seriam suficientes
para fazer um call, mas uma vez que nós sabemos que a BB é um bom jogador, nós também sabemos
que ele pensaria nisso se fizéssemos um pequeno raise. Isso não faria sentido com um overpair, porque
precisávamos de proteger contra draws. Seria óbvio se ele conseguisse obter as odds que precisava.
Além disso, na board existe um par e é possível que a BB apenas tenha um pequeno flush draw. Talvez
ele até fizesse fold contra um pequeno raise, mas se não fizesse, o nosso raise suspeitoso minimizaria os
ganhos mais tarde.
Por isso, neste caso, faríamos o call em vez do raise, uma vez que normalmente faríamos call com 2
overcards nesta situação.
b) Neste caso a BB é um adversário fraco que vê muitos flops e vai muitas vezes ao showdown. Ele
também gosta de fazer donk dos seus flush draws no flop, mas raramente faz fold. Ele quer
definitivamente ver o river.
Agora as coisas são diferentes. Se fizermos raise, o nosso adversário fará provavelmente call. Porque é
que haveríamos de fazer apenas call se podemos tornar o pot maior?
Se fizermos apenas um pequeno raise como consideramos na hipótese a) e o nosso adversário fizer call,
ele está a cometer um erro. Se fizermos um raise grande e ele fizer call, ele continua a cometer um erro
– mas agora é um erro enorme!
https://pt.pokerstrategy.com/strategy/bss/1606/ 6/9
23/07/2020 Slowplay - Armando a Armadilha para o Adversário
Neste caso nós conseguimos obter o maior value se o nosso adversário cometer um grande erro.
Contudo, existem mãos em que o nosso adversário pode jogar correctamente e continuaríamos mesmo
assim a obter o máximo value, por exemplo os segundos nuts contra os nuts.
No exemplo b) devemos portanto fazer raise, uma vez que provavelmente o nosso adversário fará call. O
pot estaria assim mais grande no turn e poderíamos apostar ainda mais – e ganhar muito mais.
Desta forma vão ganhar muito dinheiro mesmo que o adversário não consiga acertar no seu draw.
4 – Exemplo
Hero raises!
Aqui não devemos fazer slowplay. Mesmo que a vossa mão aparente ser muito forte, continua mesmo
assim a ser um flush relativamente pequeno que perderá muito contra outros flushes – e é contra isso
que se devem proteger. Um call nesta situação seria fatal. Um maior daria as odds certas para o vosso
call e que o tornaria mais rentável. Caso contrário, é quase certo que com cinco jogadores na mão,
exista pelo menos um superior a andar por ai. Um raise de $12 seria a quantia certa nesta situação.
Conclusão
Podemos então concluir que, o slowplay é uma ferramenta muito proveitosa que um jogador de poker
pode utilizar. Contudo, devem sempre examinar a força da vossa mão em relação à board, e nunca se
esquecerem que devem muitas vezes dar a possibilidade aos vossos adversários de fazer um call errado
ao fazerem uma aposta ou um raise.
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