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Brasília, DF
2007
Departamento de Políticas de
Educação Especial Ilustrações
Cláudia Maffini Griboski Isis Marques
Lucas B. Souza FICHA CATALOGRÁFICA
Coordenação Geral de Desenvolvimento
da Educação Especial Fotos Dados Interncaionais de Catalogação na Publicação (CIP)
Kátia Aparecida Marangon Barbosa Vini Goulart
João Campello Fleith, Denise de Souza (org)
Organização Banco de imagens: A construção de práticas educacionais para alunos com
Denise de Souza Fleith Stock Xchng altas habilidades/superdotação: volume 1: orientação
a professores / organização: Denise de Souza Fleith. -
Revisão Técnica Capa Brasília: Ministério da Educação, Secretaria de Educação
Renata Rodrigues Maia-Pinto Rubens Fontes
Especial, 2007.
80 p.: il. color.
Tiragem
5 mil exemplares
ISBN 978-85-60331-14-7
CDU 376.54
Introdução 9
INTRODUÇÃO
Observa-se, no cenário nacional e inter- dos; (b) oferecer, ao aluno com altas habilida-
nacional, uma maior conscientização da neces- des/superdotação, oportunidades educacionais
sidade de se investir em programas para alunos que atendam às suas necessidades acadêmicas,
com potencial elevado, bem como disseminar intelectuais, emocionais e sociais, promovam o
informações relevantes a respeito de altas habi- desenvolvimento de habilidades de pensamento
lidades/superdotação e das condições que favo- crítico, criativo e de pesquisa e cultivem seus
recem o seu reconhecimento, desenvolvimento e interesses e habilidades; (c) fornecer à família
expressão, com vistas a desmistificar noções fal- do aluno informação e orientação sobre altas
sas acerca deste fenômeno. Para isso, é essen- habilidades/superdotação e formas de estimu-
cial o investimento na formação de professo- lação do potencial superior.
res; o reconhecimento de que as necessidades Este projeto representa um avanço no que
do superdotado, a serem levadas em conta nas se refere à educação do aluno superdotado no
propostas educacionais, passam pelas áreas cog- país por se tratar de uma proposta implemen-
nitiva, acadêmica, afetiva e social; o estabeleci- tada nacionalmente, atual e em sintonia com a
mento de uma parceria produtiva entre família e produção científica da área, e que apresenta um
escola; e a oferta de uma variedade de modali- caráter sistêmico ao envolver ações que contem-
dades de atendimento a este aluno (Alencar & plam o professor, o aluno e a família. Conforme
Fleith, 2006). explica Bronfenbrenner (citado por Polônia &
Neste sentido, em 2005, a Secretaria de Senna, 2005), a busca pela compreensão das
Educação Especial do Ministério da Educação interconexões entre os diferentes contextos
implantou os Núcleos de Atividades de Altas nos quais o aluno está inserido, no caso escola
Habilidades/Superdotação em todos os esta- e família, possibilita, ao educador, traçar metas
dos brasileiros (Brasil, 2005a). Os objetivos que favoreçam alcançar patamares evolutivos
destes núcleos são: (a) contribuir para a for- mais rapidamente e de forma mais complexa.
mação de professores e outros profissionais Os Núcleos de Atividades de Altas
na área de altas habilidades/superdotação, Habilidades/Superdotação se propõem, ainda,
especialmente no que diz respeito a planeja- a oportunizar, ao professor, acesso a materiais,
mento de ações, estratégias de ensino, méto- recursos didáticos e pedagógicos que pode-
dos de pesquisa e recursos necessários para rão subsidiar a prática docente. A presente
o atendimento de alunos com superdota- coletânea de textos sobre a “Construção de
Educação do Aluno
com Altas Habilidades /
Superdotação: Legislação e
Políticas Educacionais para a
Inclusão
Características Intelectuais,
Emocionais e Sociais do
Aluno com Altas Habilidades/
Superdotação
Estratégias de Identificação
do Aluno com Altas
Habilidades/Superdotação
A identificação e a avaliação do
aluno com altas habilidades/ com Altas Habilidades/Superdotação:
habilidades futuras que o indivíduo irá desenvol-
ver. Escalas e testes não fazem diagnósticos, entre-
Práticas Educacionais de
Atendimento ao Aluno
com Altas Habilidades/
Superdotação
Habilidades
tam-se em uma variada gama de intensidades e com- e para mostrar que os alunos identificados precoce- igualdade de oportunidades, implica oferecer uma
portamentos (Cupertino, 1998). mente podem ser orientados para um melhor desen- gama de possibilidades, dentro do que é viável em
com Altas ao
Neste sentido, o passo seguinte à avaliação deve volvimento, contribuindo para o progresso cole- cada instituição, para que cada um possa desenvol-
de Atendimento
ser o encaminhamento adequado, com o objetivo de tivo. A necessidade de um atendimento adequado ver plenamente seu potencial. O papel de progra-
desenvolver as habilidades identificadas e oferecer aos indivíduos com necessidades educacionais espe- mas específicos para esses indivíduos é o de suprir
uma formação ampla ao indivíduo de acordo com suas ciais é entendida como o reconhecimento da exis- e complementar suas necessidades, possibilitando
ao Aluno
potencialidades. Conforme está previsto na legislação, tência de predominâncias e capacidades diferencia- seu amplo desenvolvimento pessoal e criando
os alunos com altas habilidades/superdotação devem das e da importância de se criar condições para seu oportunidades para que eles encontrem desafios
Educacionais
receber atendimento que valorize e respeite suas neces- pleno desenvolvimento. compatíveis com suas habilidades. Quando o aten-
de Atendimento
sidades educacionais diferenciadas quanto a talen- Planejar alternativas de atendimento ao aluno dimento diferenciado não é oferecido, um dos úni-
tos, aptidões e interesses. O pressuposto contido nessa com altas habilidades, que atinjam suas reais necessida- cos caminhos para os alunos com altas habilida-
prescrição é o de que, por mais excepcionais que sejam des, expectativas dos pais, bem como correspondam à des/superdotação é tentar se adaptar à rotina do
5: Práticas
tais aptidões e talentos, caso não haja estímulo e atendi- filosofia educacional das escolas, sem entrar em conflito ensino convencional, o que pode gerar desperdí-
mento adequados, os indivíduos dificilmente atingirão com o ensino regular, é um trabalho que deve ser exe- cio de talento, potencial ou desmotivação por não
Educacionais
um nível de excelência. É, portanto, no indivíduo que a cutado com habilidade e critério. Uma idéia importante estarem devidamente assistidos.
organização e fundamentação de programas educacio- de se ter em mente ao fazer esse planejamento é a de Sob essa perspectiva, relacionamos alguns
Capítulo 5: PráticasCapítulo
nais devem se basear. que os modelos existentes são sugestões de estratégias aspectos importantes a serem considerados no pla-
Essa não é, entretanto, uma tarefa simples. e que o mais relevante é se ater, inicialmente, ao que é nejamento de intervenções para essa população, que
Tomlinson (2005) sintetiza toda a complexidade nela possível fazer em cada situação específica, ampliando podem auxiliar o trabalho de professores, pedago-
contida, alertando para a impossibilidade de se aplicar posteriormente o atendimento conforme for existindo gos, psicólogos e outros profissionais. Trazemos à
fórmulas e chamando a atenção para a heterogeneidade maior abertura ou oferta de recursos por parte das ins- consideração o fato de que o aluno com altas habili-
presente em qualquer grupo de alunos com altas habili- tituições. Isso porque, muitas vezes, consideramos os dades/superdotação apresenta interesses variados e
dades. As possibilidades de combinação de fatores são modelos como ideais inatingíveis, que desencorajam diferentes habilidades e tem necessidade de envol-
inúmeras, levando-se em consideração a multiplicidade nossas ações. O melhor nesses casos, então, é começar vimento em atividades que favoreçam a produção
de aptidões e talentos, as variações na amplitude das de onde é possível, uma vez que as propostas iniciais criativa, como atividades científicas, tecnológicas,
altas habilidades e as diferenças de nível socioeconô- podem criar espaço e condições para a implantação artísticas, de lazer e desporto, entre outras.
mico e cultural. É necessário levar em conta também, de outras. Temos que saber, também, que mesmo Esses indivíduos se beneficiam tanto das
o ritmo de cada um, a presença ou não de dificuldades quando partimos de uma mesma orientação geral, os modalidades do ensino formal como do não formal