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v itic u ltura

Coleção Ampelográfica Nacional:


uma “ferramenta” indispensável
à preservação e ao melhoramento
de variedades autóctones de videira
Garantir a preservação das variedades de videira deixadas pelos nossos antepassados é alicerçar
e satisfazer as gerações futuras. É sobre estas variedades que deve incidir o melhoramento
genético de forma a acompanhar as tecnologias e modas que integram o sistema cultural.
Caso contrário, haverá perdas de eficácia, competitividade e identidade própria!

A Coleção Ampelográfica Na-


cional (CAN, PRT051) é um
banco de germoplasma para
conservação das inúmeras va-
riedades de videira autóctones, que outro-
ra estiveram em risco de extinção e que
hoje se encontram salvaguardadas e aces-
generico=3662422&cboui=3662422),
também a lista de castas de uvas aptas à
produção de vinho em Portugal (Portaria
n.º 380/2012, de 22 de novembro) da res-
ponsabilidade do IVV (Instituto da Vinha
e do Vinho, I.P., https://www.ivv.gov.pt/
np4/home.html).
e como a preservação de todas as varie-
dades de videira existentes em Portugal
(Figura 1).
Nesta Coleção têm sido desenvolvidos nu-
merosos trabalhos de caracterização pre-
liminar de variedades de videira, ao nível
agronómico e enológico, bem como de
síveis a todos os setores da Vitivinicultu- Desde a sua instalação, em 1988, que o ob- caracterização morfológica, com base nos
ra, nas instalações do Instituto Nacional jetivo principal visa resolver os problemas descritores da Organisation Internationa-
de Investigação Agrária e Veterinária, de sinonímia e homonímia dispersos pe- le de la Vigne et du Vin (OIV, 1983, 2009).
em Dois Portos, ex-Estação Vitivinícola las diferentes regiões vitivinícolas, assim Desta forma, foi possível identificar um
Nacional, no concelho de Torres Vedras
[39°02’34,03’’N,-9°10’57,41’’W]. Acresce
ainda dizer que este campo contempla,
igualmente, um número considerável de
plantas de Vitis vinifera subsp. sylves-
tris (C.C. Gmel.) Hegi provenientes de
bosques ripícolas, assim como algumas
variedades internacionais de renome, de
porta-enxertos e de outras espécies Vitis
com interesse para a vitivinicultura na-
cional e sistema científico. É a coleção de
referência que suporta o Catálogo Nacio-
nal de Variedades de Videira (CNVV),
publicado pela DGAV (Direção-Geral de
Alimentação e Veterinária (http://www.
Figura 1 – Preservação ex situ, de variedades autóctones, porta-enxertos, varie-
dgv.min-agricultura.pt/portal/page/por- dades internacionais de renome e outras espécies de Vitis, em coleção de campo
tal/DGV/genericos?actualmenu=23555& (Coleção Ampelográfica Nacional).

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número considerável de sinonímias e ho- tura da vinha em pé-franco, conduzindo a


monímias. Posteriormente, com o advento uma renovação mais frequente das vinhas,
da biologia molecular, através da utiliza- fomentando o desaparecimento de um nú-
ção de marcadores moleculares do tipo mero considerável de variedades. A estas
microssatélites (SSR) foram encontradas perdas podem juntar-se a ausência de di-
novas sinonímias e homonímias e foram versidade em consequência do desapare-
comprovados todos os casos previamente cimento das Vitis vinifera subsp. sylvestris
identificados através das descrições mor- (C.C.Gmel.) Hegi, destruídas pela filoxera
fológicas (Veloso et al., 2010). Desde 2012, e pelas doenças criptogâmicas introduzi-
a genotipagem das variedades autóctones Figura 2 – Fenotipagem de variedades das da América do Norte.
de videira conservadas na CAN, em re-
portuguesas tem sido realizada recorren- lação à forma e compacidade do cacho,
Ainda assim, muitas das variedades atuais
do a marcadores do tipo polimorfismo de de acordo com os descritores da OIV. portuguesas são pré-filoxéricas e terão so-
nucleotídeo simples (SNP), marcadores brevivido devido à orografia de Portugal
estes de mais fácil interpretação e con- Afeganistão), passando pelas grandes ci- e, sobretudo, ao estabelecimento de “Co-
firmação entre bases de dados (Cunha et vilizações como a Mesopotâmia e o Egi- leções Ampelo-Phylloxericas” como a do
al., 2016), em comparação com os micros- to (Zohary e Hopf, 1993) até chegar aos Sul, sita em Torres Vedras, na Quinta da
satélites. Estes marcadores são facilmen- países europeus produtores de vinho, a Viscondessa. Esta iniciativa de preserva-
te utilizados em trabalhos de identidade videira proliferou através de mecanismos ção tornou possível acompanhar muito do
(Cunha et al., 2016) e principalmente em de hibridação natural e propagação vege- percurso evolutivo das variedades existen-
estudos de filogenia de variedades (Cunha tativa, tendo-se diferenciado também atra- tes em Portugal.
et al., 2015; Zinelabidine et al., 2015), pois vés de mecanismos de adaptação às mais A título de exemplo, até há bem pouco
têm permitido identificar com maior exa- variadas situações ambientais. Assim, tempo pensava-se que a variedade “Mou-
tidão graus de parentesco entre as varie- surgiu uma enorme diversidade com um risco de Semente”, variedade cultivada no
dades Portuguesas e entre estas e outras largo espetro de aptidões (Negrul, 1938). Douro, que devido às boas características
internacionais. As variedades que melhor se adaptaram culturais e enológicas foi multiplicada e
Neste artigo procura dar-se a conhecer a conquistaram o mundo, enquanto outras, preservada pelo Homem, seria provavel-
diversidade de variedades de videira exis- ditas regionais, tiveram sucesso em áreas mente um dos casos de variedades prove-
tentes na CAN (Figura 2) e simplificar a geograficamente limitadas. A grande di- nientes de semente, via hibridação natu-
sua análise, recorrendo a todo o conheci- versidade de variedades (diversidade in- ral, tendo na sua designação a referência
mento sistematizado até à presente data, tervarietal) que se desenvolveu durante a essa origem remota. Em resultados ob-
assim como os trabalhos em curso que sur- milénios, resultado de hibridação natural tidos mais recentemente, verificou-se que
gem na sequência dos anteriormente reali- (multiplicação sexuada) entre as diferen- muitas outras variedades portuguesas,
zados e que se enquadram nas linhas de tes variedades ou de propagação vegetati- como a Castelão, a Moreto, a Malvasia
trabalho definidas no Projeto PDR2020­ va (multiplicação assexuada), tem sofrido Fina (Figura 3), entre outras, com gran-
‑­
784-042738 aprovado pela Operação períodos de erosão genética, como foram de impacto na vitivinicultura portuguesa,
7.8.4., “Conservação e Melhoramento de os casos das grandes crises vitícolas pro- também tiveram origem a partir de uma
Recursos Genéticos Vegetais” do Progra- vocadas pelos fungos míldio e oídio, de semente (grainha), via hibridação natural,
ma de Desenvolvimento Rural 2014-2020. origem norte-americana. O período de tendo sido os seus progenitores já bem
Este projeto, iniciado em outubro de 2018, maior erosão genética, praticamente in- identificados e relatados (Cunha et al.,
apresenta como objetivos principais con- controlável até à descoberta da utilização 2015; Zinelabidine et al., 2015). A origem
servar, caracterizar e melhorar as castas de porta-enxertos, e com reflexos atuais, de muitas outras variedades está a ser es-
autóctones preservadas na CAN. surgiu na Europa na segunda metade do tudada dentro das variedades portuguesas
século XIX, tendo sido provocada pela e em variedades provenientes de coleções
Origem das variedades filoxera. Este inseto picador-sugador das da Argélia, Argentina, Austrália, Bélgica,
de videira raízes revolucionou totalmente a viticultu- Chile, Espanha, França, Irão, Itália, Mon-
Com a expansão da videira dos seus cen- ra da Europa, provocando a destruição de tenegro, Marrocos, Roménia e Tunísia,
tros de origem (Cáucaso, Mar Cáspio, vastas áreas de vinha e o abandono da cul- num total de 1921 diferentes variedades,

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e a existência da maioria delas é conhe-


cida apenas em coleções regionais e mu-
nicipais de variedades de videiras. Estes
dados são claramente indicativos de que
Portugal terá sido um centro secundário
de domesticação da videira. As restantes
102 variedades são também variedades
portuguesas, que se encontram difundidas
por outros países, como, por exemplo, a
Verdelho e a Touriga Nacional, por serem
produtoras de vinhos de grande qualidade.
No que respeita aos parentes silvestres
de variedades cultivadas, os 27 genóti-
pos analisados, que foram recolhidos em
seis populações silvestres, localizadas em
três diferentes bacias hidrográficas do
sul de Portugal (Tejo, Guadiana e Sado),
e preservados na CAN (Figura 4), tam-
bém apresentam perfis genéticos únicos
(Cunha et al., 2016).
Figura 3 – Relação genética entre variedades. Fundo azul e fundo branco com linhas Neste âmbito, com o projeto PDR2020­
sólidas indicam linhagem completa (trio, pais e filhos), enquanto fundo branco e
‑784­‑042738 propomo-nos caracterizar a
linhas tracejadas indicam cultivares que compartilham pelo menos um alelo por
locus para 252 SNP analisados (possível relação de parentesco entre pais e filhos). nível morfológico e molecular, utilizando
os 9 SSR propostos pela OIV, 283 acessos
com origem desde o Próximo Oriente até sempre de ser validada a nível do fenótipo de outras variedades e 97 outros acessos
aos países da Europa Ocidental. numa coleção ampelográfica, através da de Vitis vinifera subsp. sylvestris reco-
Ampelografia Clássica. lhidas por todo o País, nos últimos anos
Variedades novas versus Uma das mais completas bases de da- e igualmente conservados na CAN, para
variedades existentes! dos de variedades de videira é a do Vitis que sejam corretamente catalogados com
Sempre que a ampelografia clássica não International Variety Catalogue (VIVC,
­ a sua identidade. Se forem encontradas
consegue associar o fenótipo de uma plan- ­http://www.vivc.de/index.php?r=cultivar­ variedades não presentes nas bases de
ta de videira a uma variedade registada, name%2Findex), da qual a Coleção dados atuais, estaremos perante novas va-
tendencialmente fica apelidada pelo nome Ampelo­gráfica Nacional é parceiro-fun- riedades que serão propostas para serem
que o viticultor lhe atribui e, consequente- dador, contribuindo para a informação incluídas na legislação atualmente vigente
mente, classificada como uma nova varie- ­disponibilizada. (CNVV da DGAV e Portaria n.º 380/2012,
dade, e seguramente muito antiga (devido Resultados obtidos mostram que, das 343 de 22 de novembro) e, posteriormente, in-
à antiguidade do fenótipo observado). variedades autorizadas para produção de troduzidas na base de dados Nacional (em
Atualmente, com o aparecimento da bio- vinho em Portugal, 107 são variedades construção na plataforma GRIN-Global) e
logia molecular utilizando a técnica de internacionais e 236 correspondem a va- Internacional (VIVC).
microssatélites (SSR), surgiu um novo riedades tradicionalmente cultivadas nas
paradigma de identificação de variedades diferentes regiões vitivinícolas portugue- Ampliação e valorização
de videira. Com esta metodologia, quando sas (Figura 4), todas listadas na Porta- da biodiversidade
conjugada com bases de dados extraídas ria n.º 380/2012 e no banco de dados do das variedades autóctones
de Coleções Ampelográficas de varieda- VIVC. Das 236 variedades, 134 varieda- por via do melhoramento
des de videira bem estudadas, quase sem- des são únicas em Portugal (Cunha et al., sexuado
pre se consegue chegar à identidade da va- 2016), estando todas elas atualmente clas- No âmbito do melhoramento sexuado (uti-
riedade. No entanto, essa identidade terá sificadas como variedades minoritárias lizando cruzamentos controlados), a vasta

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numa 2.ª fase, serão avaliadas as
variedades de uma geração F1
(Touriga Nacional × Vitis vinife-
ra subsp. sylvestris) quanto à sua
tolerância ao oídio e ao míldio,
nas condições edafoclimáticas
da região de Dois Portos. Para-
lelamente, este estudo será rea-
lizado em laboratório, para con-
firmação dos resultados de cam-
po, através de inoculação dos
fungos em folhas destacadas.
Com o mesmo objetivo, estão a
ser realizados novos cruzamen-
tos utilizando variedades autóc-
tones de alto perfil enológico
e variedades de Vitis vinifera
com características poligénicas
Figura 4 – Relações genéticas evolutivas para as diferentes 236
de resistência simultânea ao oí-
variedades (vetores pretos) e plantas de Vitis vinifera sylvestris
(vetores castanhos), utilizando uma matriz de 48 SNP e aplican- dio e ao míldio. Estamos a falar
do o método de agregação Neighbor-Joining (Saitou e Nei, 1987). de variedades que possuem até
As distâncias evolutivas foram calculadas pelo método de corre- 5 genes de resistência.
ção de Poisson (Zuckerkandl e Pauling, 1965). As análises evo-
Entre 2018 e 2022, será reali-
lutivas foram realizadas pelo MEGA7 (Kumar et al., 2016). No
gráfico, a escala 5 corresponde à distância que permite identifi- zada a monitorização semanal
car as diferenças entre as variedades. para as variedades já instala-
das em campo. Em cada obser-
diversidade existente em Portu- midor e também assegurar a sus- vação, para cada variedade da
gal permite conjugar a estraté- tentabilidade dos ecossistemas população F1 considerada como
gia de melhoramento com os ob- de todos os seres vivos na Terra. tolerante e para a variedade Tou-
jetivos pretendidos: o ambiente Também outros fatores, como riga Nacional, usada como tes-
envolvente e as necessidades do a concorrência no mercado dos temunha sensível, serão regis-
homem. vinhos e a rentabilidade econó- tados: i) estados fenológicos de
A necessidade em ampliar a di- mica dos mesmos, são cada vez acordo com a escala de BBCH
versidade autóctone para obten- mais competitivos, em resultado (Coombe, 1995); ii) incidência e
ção de variedades com mecanis- do acréscimo de vinhos produ- severidade do míldio e do oídio,
mos de tolerância às doenças do zidos a partir de variedades re- e eventualmente da podridão-
oídio, míldio, podridões, entre sistentes (PIWI) e até do vinho -negra e cinzenta em folhas e
outras, está associada às nor- produzido em modo biológico. cachos, respetivamente (Molitor
mas impostas pela UE como: Assim, o estudo de adaptabi- et al., 2011).
i) limites máximos de resíduos lidade de variedades toleran- Em 2019, apesar das condições
relativamente a determinadas tes, já existentes ou em pro- edafoclimáticas terem sido fa-
substâncias ativas; ii) fim ou cesso de obtenção, é também voráveis ao desenvolvimento
prazo de utilização de produtos um dos objetivos do projeto do míldio, duas a quatro varie-
fitofarmacêuticos contendo al- PDR2020‑784­‑042738, em que, dades presentes na população
gumas substâncias ativas, am- numa 1.ª fase, será avaliada a F1 mostraram-se menos infeta-
bas com o objetivo de aumentar adaptabilidade da diversidade de das, quando comparadas com as
a segurança alimentar do consu- variedades existentes na CAN e, restantes. Durante os próximos
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dois anos, serão colhidas folhas, nas quais condições edafoclimáticas das diferentes lecular Biology and Evolution, 33:1870-1874.
diferentes componentes de resistência se- regiões vitivinícolas; ii) variedades que Molitor, D.; Baus, O. e Berkelmann-Loehnertz,
rão avaliados em ambiente controlado, a satisfaçam as preferências do consumidor; B. (2011). Protective and Curative Grape
fim de se obter indicações precisas e deta- iii) sobretudo variedades menos suscetí- Black Rot Control Potential of Pyraclostro-
lhadas sobre os mecanismos de tolerância veis a stresses ambientais. bin and Myclobutanil. Journal of Plant Disea-
à doença, de forma a ser possível avaliar o ses and Protection, 118:161-67.
nível de tolerância/resistência (expressa de Agradecimentos Negrul, A.M. (1938). Evolution of Cultivated
acordo com a escala OIV 453 e OIV 455) e Trabalho financiado por: “Fundação para Forms of Grapes. Comptes Rendus (Dokla-
ou a duração do período de latência dessas a Ciência e Tecnologia” (PTDC/AGR- dy) de l’Academie Des Sciences de l’URSS,
variedades, que poderá ser consequência -PRO/4261/2014 – VitisEryNecator); Programa 18:585-588.
da presença de mecanismos específicos de de Desenvolvimento Rural, PDR 2014-2020 OIV (1983). Descriptor List for Grapevine Varie-
autodefesa. (PDR2020-7.8.4.-042738- MAFDR) e Proje- ties and Vitis Species (Organisation Internatio-
to COST (European Cooperation in the Field nale de La Vigne et Du Vin). Paris, France.
Conclusões of Scientific and Technical Research) Action OIV (2009). Descriptor List for Grapevine Varie-
A análise conjunta de dados morfológicos FA1003. Francisco Baeta foi suportado pelo ties and Vitis Species, 2nd Edn (Organisation
e moleculares, efetuados durante as últi- INIAV/MAFDR, através de uma bolsa de In- Internationale de La Vigne et Du Vin). Paris,
mas décadas na Coleção Ampelográfica vestigação de nível 1, Licenciado (PDR2020- France.
Nacional, têm permitido identificar sino- -7.8.4.-042738-MAFDR). Saitou, N. e Nei, M. (1987). The neighbor-
nímias e homonímias que conduziram a -joining method: A new method for recons-
uma identidade própria principal, como a Jorge Cunha, João Brazão, tructing phylogenetic trees. Molecular Biolo-
referida na Portaria n.º 380/2012, de 22 de Francisco Baeta, J.E. Eiras-Dias gy and Evolution, 4:406-425.
novembro, do Ministério da Agricultura, INIAV, I.P. Veloso, M.M.; Almandanim, M.C.; Baleiras-
do Mar, do Ambiente e do Ordenamento -Couto, M.; Pereira, H.S.; Carneiro, L.C.;
do Território (MAMAOT) e nas bases de Fevereiro P. e Eiras-Dias, J. (2010). Micro-
dados internacionais, como a do VIVC. satellite Database of Grapevine (Vitis Vinife-
Os mesmos dados têm também permitido Bibliografia ra L.) Cultivars Used for Wine Production
identificar a origem de muitas das varie- Coombe, B.G. (1995). Adoption of System for in Portugal. Ciência e Técnica Vitivinícola,
dades exclusivamente portuguesas. Identifying Grapevine Growth Stages. Aus- 25(2):53-61.
Por outro lado, estudos agronómicos e tralian Journal of Grape and Wine Research, Zinelabidine, L.H.; Cunha, J.; Eiras-Dias, J.E.;
enológicos preliminares têm contribuído 1(2):104–110. Cabello, F.; Martínez-Zapater, J.M.; e Ibáñez,
fortemente para a multiplicação de varie- Cunha, J.; Ibáñez, J.; Teixeira-Santos, M.; Bra- J. (2015). Pedigree Analysis of the Spanish
dades minoritárias que, até então, se en- zão, J.; Fevereiro, P.; Martínez-Zapater, J. M. Grapevine Cultivar ‘Hebén’. Vitis – Journal of
contravam apenas circunscritas a coleções e Eiras-Dias, J.E. (2016). Characterisation of Grapevine Research, 54:81-86.
ampelo­gráficas. the Portuguese Grapevine Germplasm with Zohary, D. e Hopf, M. (1993). Domestication of
Relativamente ao melhoramento de varie- 48 Single-Nucleotide Polymor­phisms. Aus- Of, Plants in the Old World: The Origin and
dades de videira, esta técnica deverá pri- tralian Journal of Grape and Wine Re­search, Spread Cultivated Plants in West Asia, Europe,
vilegiar sempre a utilização de variedades 22(3):504-16. and the Nile Valley (2nd Edn). Oxford, Oxford
autóctones como progenitoras, para que Cunha, J.; Zinelabidine, L.H.; Teixeira-Santos, University.
o património vitivinícola português con- M.; Brazão, J.; Fevereiro, P.; Martínez-Zapa- Zuckerkandl, E. e Pauling, L. (1965). Evolutiona-
tinue a ser único e perdure na tipicidade ter, J.M.; Ibáñez, J. e Eiras-Dias, J.E. (2015). ry divergence and convergence in proteins.
dos vinhos portugueses, principalmente Grapevine Cultivar ‘Alfrocheiro’ or ‘Bruñal’ Edited in Evolving Genes and Proteins by V.
no mercado internacional. Plays a Primary Role in the Relationship Bryson and H.J. Vogel, pp. 97‑166. Academic
Para os mais céticos, recordamos que among Iberian Grapevines. Vitis – Journal of Press, New York.
obter novas variedades portuguesas não Grapevine Research, 54:59-65.
implica abandonar as existentes, antigas e Kumar, S.; Stecher, G. e Tamura, K. (2016). Cofinanciado por:
tradicionais, mas sim disponibilizar ao vi- MEGA7: Molecular Evolutionary Genetics
ticultor: i) variedades melhor adaptadas às Analysis version 7.0 for bigger datasets. Mo-

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