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versos para uma jovem pintora

Sobre a sombra
que nos abraça
arremessa a
vida para longe
sendo em nós
o ser
nos abriga
a ventania
lá fora
enquanto te
acalmo
nos meus olhos
visitas a
casa
a
câmara
escura
delineada
em teus versos
eu te chamo
OUTRO eu
nas vozes
rubras
que queimam
minha
garganta
para longe voas
na
razão de ser
um pequeno pássaro
a metáfora
rupestre
o signo
do beija flor
insígnia antiga
levada em
fúria
eu temo
que não
me vejas mais
pois
me ausentei
do enquadro
tornei-me
coisa fora
da margem
asfáltica paisagem
eu temo que jamais
na fúria das
minhas palavras
a líra ensurdeça
Que escute apenas
a voz
mansa do rio
e minha arcada
Sem língua
Soe tiromante
amarela e
vencida
Perdi-me no tempo
simples verbo
amálgama antiga
Sem trama
eu assobio
vento
para maior
Vista
simulacros

23/08/2022
BELÉM – PA

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