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Gestão de Administração Hugo Firmino
Gestão de Editoração Sâmella Arruda Araújo
Gestão de Sistemas Ana Gabriella Carvalho
Editora filiada à:
Antonio Manoel Elíbio Junior
Maria Elizete Guimarães Carvalho
Nelson Gomes de Sant’Ana e Silva Junior
Organizadores
DIREITOS HUMANOS
E TEMPO PRESENTE
DIÁLOGOS INTERDISCIPLINARES
VOLUME 1
Direitos Humanos e Democracia:
Diálogos no tempo presente
Editora UFPB
João Pessoa
2022
Direitos autorais 2022 – Editora UFPB.
TODOS OS DIREITOS RESERVADOS À EDITORA UFPB.
É proibida a reprodução total ou parcial, de qualquer forma
ou por qualquer meio.
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SÃO DE INTEIRA RESPONSABILIDADE DO(S) AUTOR(ES).
Impresso no Brasil. Printed in Brazil.
Catalogação na fonte:
Biblioteca Central da Universidade Federal da Paraíba
PREFÁCIO ......................................................................... 8
APRESENTAÇÃO ............................................................. 25
CONTRA A MILITARIZAÇÃO
DA POLÍTICA E DA SOCIEDADE,
EM FAVOR DOS DIREITOS HUMANOS
E DA DEMOCRACIA AMEAÇADOS
PELO BOLSONARISMO
Giuseppe Tosi1
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APRESENTAÇÃO
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Os organizadores
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POLÍTICA DE DROGAS
Y ENCARCELAMIENTO FEMENINO
EN AMÉRICA LATINA
Corina Giacomello
Nelson Gomes de Sant’Ana e Silva Junior
Renata Monteiro Garcia
Introducción
Las últimas dos décadas han atestiguado
la continuación e incremento de un fenómeno
presente desde los ochenta (DEL OLMO, 1998),
y, con más prominencia, desde los noventa
(ANTONY, 2007; GIACOMELLO, 2013): el encar-
celamiento de mujeres por delitos relacionados
con drogas en América Latina y el Caribe (SÁEZ
TORRES; MUSKUS TORO, 2021; GIACOMELLO;
YOUNGERS 2020).
Este fenómeno se inserta en dos proce-
sos globales, con particularidades regionales
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Fuente: Briseyda Echauri, Anexo estadístico en Corina Giacomello,
Niñez que cuenta. El impacto de las políticas de drogas sobre niñas,
niños y adolescentes con madres y padres encarcelados
por delitos de drogas en América Latina y el Caribe (2019).
Disponible en: http://www.cwslac.org/nnapes-pdd/es.
Acceso en: 14 de julio de 2021.
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Referências
ANTONY, Carmen. Mujeres invisibles: las
cárceles femeninas en América Latina.
Nueva Sociedad, Núm. 208, p. 73-85, marzo-
abril 2007. Disponible en: http://bdigital.
binal.ac.pa/bdp/artpma/mujeres%20
delincuentes.pdf. Acceso en: 16 de julio
de 2021.
BARCINSKI, Mariana. Protagonismo e
vitimização na trajetória de mulheres
envolvidas na rede do tráfico de drogas
no Rio de Janeiro. Ciênc. saúde coletiva,
Rio de Janeiro , v. 14, n. 2, p. 577-586,
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wola.org/wp-content/uploads/ 2019/05/
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GIACOMELLO, Corina. Niñez que cuenta.
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ChurchWorldService, 2019. Disponible en:
http://www.cwslac.org/nnapes-pdd/docs/
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Acceso en: 16 de julio de 2021.
GIACOMELLO, Corina. Mujeres, delitos de
drogas y sistemas penitenciarios en América
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SPANISH.pdf. Acesso em: 15 jul. 2021.
GIACOMELLO, Corina. Rompiendo la zona
del silencio. Testimonios sobre el penal de
máxima seguridad del Altiplano (antes La
Palma). Bogotá: Ediciones Dipon; Ediciones
Gato Azul, 2007.
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Introdução
A pesquisa de campo, por sua natureza,
demanda um esforço mental e físico do(a) pes-
quisadora(a) ao se propor interagir com outras
pessoas – sujeitos e sujeitas da pesquisa – a fim
de executar os objetivos a que se propôs. Exige
pensar na melhor forma para a aproximação, a
maneira mais adequada ao falar e indagar, assim
como a posição própria à escuta, à compreensão
e à escrita sobre a pesquisa.
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Pretensão empírica
A pesquisa teve como objetivo investi-
gar as particularidades do processo migrató-
rio feminino, sua ligação com a violência e
a forma como se dá o impacto no alcance da
cidadania e, desse modo, assume um compro-
misso com a efetivação dos Direitos Humanos,
através da inserção da mulher no mundo do
trabalho. Para tanto, colocamos como objetivo
específico a reflexão sobre relatos de mulheres
venezuelanas migrantes, a fim de apresentarmos
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15 Nome fictício.
Conclusão
Foi um desafio concretizar a pesquisa de
campo nos moldes impostos pelo contexto de
pandemia. A trajetória foi permeada de incertezas
e com a necessidade que novos modos fossem
testados, a fim de que se prosseguisse com a
pesquisa com os objetivos propostos.
A conjunção entre o momento de tragédia
coletiva que se vive com o tema da pesquisa foi
um ponto a ser considerado e refletido no mo-
mento da sua concretização. O peso pessoal não
Referências
BRANDÃO, Carlos Rodrigues. Reflexões sobre
como fazer trabalho de campo. Sociedade e
Cultura, v. 10, n. 1. 2007.
FERREIRA, Marieta de Moraes. História do
tempo presente: desafios. Cultura Vozes, Pe-
trópolis, v. 94, nº 3, p. 111-124, maio/jun., 2000.
GEERTZ, C. As Interpretações da Cultura.
Rio de Janeiro: Zahar, 1989.
MAGALHÃES, Valéria Barbosa de (org.).
História oral e migrações: método, memória
experiências. São Paulo: Letra e voz, 2017.
O COMPORTAMENTO DA VÍTIMA
NOS CASOS DE VIOLÊNCIA SEXUAL:
REFLEXÕES A PARTIR DA TEORIA DA
IMPUTAÇÃO OBJETIVA NO DIREITO
PENAL E A PROTEÇÃO A MULHER
NO SISTEMA INTERNACIONAL DOS
DIREITOS HUMANOS
Luciano Nascimento Silva
Tainara Maria Quirino do Nascimento
Daniela Ferreira dos Reis
Introdução
A dogmática penal, na interpretação dos
esforços de Kelsen (1999), como ciência do
direito penal, traz relevantes estéticas sobre
a formação das normas e instrumentos legais
aplicados. Neste estudo, esboça-se o interesse
em rever marcos teóricos do direito penal sob
Considerações finais
A introdução da teoria da imputação ob-
jetiva ao resulta no sistema penal funcionalista
alemão representa metodologia de transporta-
ção para uma outra categoria de organização da
teoria do delito numa busca por uma funciona-
lidade na aplicação da imputabilidade penal. E
e sua expansão para diversos outros sistemas
penais, fundamentalmente aqueles de estrutu-
ra jurídico-penal finalista provoca implicações
na sistematicidade. O marco teórico do direito
alemão deve ser observado à luz das complexi-
dades sociológicas tedescas. E uma sua utilização
por outros sistemas penais, principalmente no
campo da interpretação das estruturas tipoló-
gicas dos crimes de violência sexual provoca
o aumento das complexidades e uma ruptura
sistêmica na política-jurídica de conexão entre
direito nacional e internacional no sentido de
uma efetividade dos direitos humanos.
Referências
ARAUJO. Roney. A teoria da imputação
objetiva e a sua aplicação na
jurisprudência. Canal Ciências Criminais.
Publicado em: 15 de Mar. 2020. Acesso
em: 02 mai. 2021. Disponível em: https://
canalcienciascriminais.com.br/a-teoria-da-
imputacao-objetiva-e-a-sua-aplicacao-na-
jurisprudencia/.
BEAUVOIR, Simone de. O segundo sexo –
Fatos e mitos. São Paulo: Difusão Europeia
do Livro, 2005.
CIDH. INFORME No. 93/09: PETICIÓN 337-
03. 2009. Disponível em: <https://cidh.oas.org/
annualrep/2009port/Brasil337.07port.htm>.
Acesso: 10/07/2021.
SEGURANÇA PÚBLICA
E DEFESA SOCIAL:
A ATUAÇÃO DA POLÍCIA MILITAR
NO ENFRENTAMENTO À PANDEMIA
DA COVID-19
Nayhara Hellena Pereira Andrade
Gustavo Barbosa de Mesquita Batista
Introdução
A COVID-19 tem se apresentado como a
maior ameaça de Saúde Pública contra a hu-
manidade na primeira metade do século XXI.
Desde que foi descoberta na China, no final de
2019, o novo coronavírus vem infectando e le-
vando à morte milhares de seres humanos,
em diferentes países do mundo. Em decorrência
de todo pânico social e rapidez que o vírus se
38 Disponível em <https://forumseguranca.org.br/wp-content/
uploads/2018/05/policias-covid-19-v3.pdf> Acesso em: 21
nov. 2020.
39 Disponível em <https://forumseguranca.org.br/wp-content/
uploads/2018/05/policias-covid-19-v3.pdf> Acesso em: 21
nov. 2020.
Na formulação de Foucault,
o biopoder parece funcionar
mediante divisão entre pessoas
que devem viver e as que devem
morrer. Operando com base em
uma divisão entre os vivos e os
mortos, tal poder se define em
relação a um campo biológico
– do qual toma o controle e no
qual se inscreve. Esse controle
pressupõe a distribuição da espécie
humana em grupos, a subdivisão
da população em subgrupos e o
estabelecimento de uma censura
biológica entre uns e outros. Isso
é o que Foucault rotula com o
termo (aparentemente familiar)
“racismo” (MBEMBE, 2018, p. 17)
Necropolítica e de necropoder
para dar conta das várias manei-
ras pelas quais, em nosso mundo
contemporâneo, as armas de fogo
são dispostas com o objetivo de
provocar a destruição máxima
de pessoas e criar “mundos de
morte”, formas únicas e novas de
existência social, nas quais vas-
tas populações são submetidas a
condições de vida que lhes confe-
rem o estatuto de “mortos-vivos”
(MBEMBE, 2018, p. 71)
Considerações finais
A polícia militar, braço armado do Estado,
é uma instituição que se comporta como um
aparelho do poder disciplinar, assujeitando os
seus integrantes a um processo normalizador de
condutas, tornando-os corpo-dócil-útil, visando
ao ideal cumprimento das ordens emanadas,
onde para cada comando, existe uma resposta
previamente elaborada. Essa mesma instituição
disciplinar, submete os militares à lógica da
biopolítica do “fazer viver e do deixar morrer”,
quando de sua atuação no enfrentamento à
Pandemia do novo coronavírus, já que aqueles
que se encontram realizando o policiamento
ostensivo ordinário, como também as ações
de fiscalização do efetivo cumprimento do
isolamento social, estão expostos ao risco de
contágio e de transmissão às pessoas do seu
convívio. Isso também define para si mesmos
“as vidas que importam ser vividas” e aquelas
que “se pode deixar morrer”.
Referências
BUTLER, Judith. Deshacerel Género.
Editorial: PaidosIberica, 2006.
BUTLER, Judith. Vida precária: Os poderes
do luto e da violência. Belo Horizonte:
Autêntica, 2019.
BUTLER, Judith. Corpos em Aliança e a Política
da Ruas: Notas para uma teoria performativa
da assembleia. Rio de Janeiro: Civilização
Brasileira, 2019.
BAUMAN, Zygmun. Vidas Desperdiçadas.
Rio de Janeiro, Zahar, 2005.
CHAUI, Marilena; SANTOS, Boaventura de
Sousa. Direitos Humanos, Democracia e
Desenvolvimento. São Paulo: Cortez, 2014.
CRUZ, Gabriel Dias Marques da. Calamidade
Pública, Estado de Defesa e Estado de Sítio:
Características, Distinções e Limites em
Tempos de Pandemia. In: BAHIA, Saulo
José Casali (org.). Direitos e Deveres
Fundamentais em Tempos de Coronavírus.
São Paulo: Editora IASP, 2020.
Introdução
Sob o argumento de “guerra à crimina-
lidade”, as políticas de Tolerância Zero insti-
tuídas em vários países atuam na contra mão
das convenções internacionais de proteção aos
direitos humanos e dos princípios constituci-
onais modernos e institui um sistema penal re-
pressivo, mas ao mesmo tempo simbólico. Es-
sa é a tendência ideológica que surgiu inicial-
mente nos Estados Unidos e espalhou-se pela
Europa e América Latina.
Na mesma direção, visando garantir a
segurança urbana, surgiu nos anos 80, o Movi-
mento “Lei e Ordem”, que adota a pena como
Considerações finais
Vimos no decorrer do artigo algumas leis
que criminalizaram uma série de novas condutas
sociais. Elas são chamadas de neocriminalizantes
devido ao excessivo número de novos crimes
que a partir delas foram definidos. Importante
destacar que a maioria das leis representa um
avanço na garantia dos direitos constitucionais
individuais como também dos direitos difusos
e coletivos, e algumas delas são leis que vieram
com o intuito de permitir maior controle estatal
e jurídico em áreas, ou questões sociais onde
havia uma antiga demanda por fiscalização e
regulação.
No entanto, esse breve artigo buscou
chamar atenção para uma série de condutas
que poderiam ter sido tratadas como infra-
ções administrativas, mas ao contrário, foram
classificadas como criminosas, aumentando
significativamente nos últimos anos o rol de
Referências
BAUMAN. Zigmunt. Vidas Desperdiçadas.
Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor. 2005.
BAUMAN. Zigmunt. Globalização: as
consequências humanas. Rio de Janeiro:
Jorge Zahar Editor. 1999.
BELLI. Benoni. Tolerância Zero e a
democracia no Brasil: visões da segurança
pública na década de 90.São Paulo:
Perspectiva, 2004.
DORNELLES. João Ricardo W. Conflito e
Segurança. Entre pombos e falcões. Rio de
Janeiro: Lumen Júris. 2003.
FOUCAULT, Michel. Vigiar e Punir.
Petrópolis: Vozes, 2002.
(...)
Ao analisar as estatísticas de
2020, encontramos que 78,9%
das vítimas eram negras no últi-
mo ano, percentual semelhante
ao encontrado em 2019, quando
79,1% das vítimas eram negras.
A estabilidade da desigualdade
racial inerente à letalidade po-
licial ao longo das últimas dé-
cadas retrata de modo bastante
expressivo o déficit de direitos
fundamentais a que está sujeita
a população negra no país (FBSP,
2021, p. 66-67).
Referências
ALMEIDA, Silvio. Racismo Estrutural. São
Paulo: Sueli Carneiro; Pólen, 2019.
ALMEIDA, Silvio. Processo e Necropolítica.
VIII Seminário do IBADPP: Processo Penal
e Democracia. Instituto Baiano de Direito
Corina Giacomello
Licenciada em Desenvolvimento pela University of East
Anglia, Reino Unido, Mestre e Doutora em Estudos La-
tino-americanos pela Universidad Nacional Autónoma
de México. É Professora-Pesquisadora do Instituto de
Pesquisas Jurídicas da Universidad Autónoma de Chia-
pas e Consultora Nacional e Internacional em Matéria
de Gênero em Acesso à Justiça, Sistema Penitenciário,
Políticas de Drogas, Adolescentes em Conflito com a
Lei e Direitos da Infância.
Capa | Sumário
Este livro foi diagramado
pela Editora UFPB, em 2022,
utilizando as fontes Droid Serif
e DIN Condensed.