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UNIVERSIDADE ZAMBEZE

FACULDADE DE CIÊNCIAS E TECNOLÓGIAS

Curso: Arquitectura
4° Ano

Tema: Sustentabilidade em redes de distribuição de Energia Elétrica – Vias


Públicas
Cadeira: Eficiência Energética

Discente:
Antonio Neves Sinava Paizano

Honório António Escrivão

Paulo Jorge de Miranda Santos

Beira, 13 de Setembro de 2022


Discente:
Antonio Neves Sinava Paizano
Honório António Escrivão
Paulo Jorge de Miranda Santos

Tema: Sustentabilidade em redes de distribuição de Energia Elétrica – Vias


Públicas

Trabalho elaborado junto ao curso de


arquitectura da cadeira de Eficiência
Energetica como forma de responder o
critério de avaliação proposto pelo
docente.
Docente: Msc. Eng. Manuel Mutende

Beira, 13 de Setembro de 2022

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Agradecimento
Agradecemos em primeiro lugar a Deus, por nunca ter nos abandonado, estando sempre
do nosso lado, principalmente nos momentos difíceis, por ser o autor da vida, por nos
iluminar e por possibilitar a conclusão do nosso trabalho.

Aos nossos pais, pois desde pequenos nos incentivaram ao estudo em instituições
públicas e privadas, deixando claro que os estudos bem como o sucesso profissional e
financeiro sempre dependeriam de nos mesmo e também por nos darem toda educação
necessária. As nossas irmãs e irmãos que tanto amamos, e que sempre foram nossos
pilares, exemplo de persistência e determinação, e por maior que seja à distância sempre
se fazem presentes em nossas vidas.

Ao Engenheiro Manuel Mutende nosso docente e orientador, por ter nos inspirado com
a sustentabilidade e também pela orientação e pelo tempo dedicado em nos orientar.
Amigos e colegas, por sempre estarem disposto a auxiliar na orientação referente ao
Tema, sempre com muito carinho e dedicação. Os nossos muito obrigado por todo
auxílio, pessoas assim de bom coração enchem o nosso coração de esperança e alegria.

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“Feliz aquele que transfere o que sabe e aprende o que ensina!” - Cora Coralina

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DEDICATÓRIA

Dedicamos este trabalho a Deus, por nos ter dado força para podermos alcançar este
objectivo. Esta realização é para sua honra e glória.

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Resumo:

A energia elétrica é um bem essencial para toda a sociedade, pois sem esta, a
esmagadora maioria das tarefas realizadas no dia-a-dia não seria possível de efetuar.
Assim, a distribuição de energia elétrica consiste num processo singular que permite
que cada um satisfaça as suas diferentes necessidades, sendo esta, também, a alavanca
base para alcançar os mais diversos avanços tecnológicos dos nossos dias. Deste modo,
uma das consequências com maior impacto na sociedade, por parte da distribuição da
energia elétrica, é a iluminação pública, em relação à qual, ao longo dos anos se tem
verificado uma acentuada evolução relativamente às variadas luminárias existentes,
muito por culpa do impacto da tecnologia LED. Progressivamente, esta vem sendo uma
aposta cada vez maior nos mais variados setores, pois o modelo LED é muito mais
económico e eficiente, comparativamente com outras tecnologias existentes.

Neste sentido, foi realizado um projeto referente a um loteamento habitacional em


expnsão, o qual foi repartido em duas partes distintas: a primeira parte, que diz respeito
ao estudo da rede elétrica de distribuição em baixa tensão (BT) do loteamento, e a
segunda, destinada ao estudo luminotécnico do mesmo. Na primeira parte, procedeu-se
ao estudo e implementação dos elementos necessários para a elaboração das redes de
distribuição de energia elétrica, de forma a serem devidamente alimentados os diversos
lotes existentes. Por sua vez, procedeu-se ao dimensionamento de todas as proteções
referentes às redes BT. Relativamente ao estudo luminotécnico, estudaram-se as
principais características da iluminação pública, e, com base neste estudo, foi possível
analisar os diferentes critérios de seleção de luminárias, por forma a determinar a
melhor disposição das mesmas ao longo da via pública. Posteriormente, selecionaram-
se vários modelos de luminárias LED, com diferentes características, por forma a
concluir qual a opção ideal a implementar no projeto. À semelhança do que sucedeu na
primeira parte, foi, também, efetuado o dimensionamento das proteções relativas aos
circuitos de iluminação.

Em suma, este projeto tem como principal objetivo destacar a importância da


implementação de redes de distribuição em baixa tensão e da iluminação pública, com a
instalação de luminárias do tipo LED.

Palavras-chave: Sustentabilidade, Rede de distribuição de Energia Electrica,


Iluminação Pública; LED;

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Abstract:
Electricity is an essential asset for the whole of society, because without it, the
overwhelming majority of tasks performed on a day-to-day basis would not be possible.
Thus, the distribution of electric energy consists of a unique process that allows each
one to satisfy their different needs, which is also the base lever to achieve the most
diverse technological advances of our days. In this way, one of the consequences with
the greatest impact on society, on the part of the distribution of electric energy, is public
lighting, in relation to which, over the years, there has been a marked evolution in
relation to the various existing luminaires, largely due to the impact of LED technology.
Progressively, this has been an increasing bet in the most varied sectors, as the LED
model is much more economical and efficient, compared to other existing technologies.

In this sense, a project was carried out regarding an expanding housing subdivision,
which was divided into two distinct parts: the first part, which concerns the study of the
low voltage (LV) electrical distribution network of the subdivision, and the second,
destined to the luminotechnical study of the same. In the first part, we proceeded to the
study and implementation of the necessary elements for the elaboration of the electric
energy distribution networks, in order to be properly fed the various existing lots. In
turn, all the protections referring to the LV networks were dimensioned. Regarding the
lighting study, the main characteristics of public lighting were studied, and, based on
this study, it was possible to analyze the different criteria for selecting luminaires, in
order to determine the best arrangement of them along the public road. Subsequently,
several models of LED luminaires were selected, with different characteristics, in order
to conclude which is the ideal option to implement in the project. As in the first part, the
sizing of the protections relating to the lighting circuits was also carried out.

In short, this project has as main objective to highlight the importance of implementing
low voltage distribution networks and public lighting, with the installation of LED
luminaires.

Keywords: Sustainability, Electricity distribution network, Public Lighting; LED;

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Índice
Agradecimento.................................................................................................................. 3
DEDICATÓRIA ............................................................................................................... 5
Resumo: ............................................................................................................................ 6
Abstract: ........................................................................................................................... 7
Índice de Figuras ............................................................................................................ 10
Índice de Tabelas ............................................................................................................ 11
Listas de símbolos e Abreviaturas .................................................................................. 12
1. Introdução ............................................................................................................ 13
1.2. Definição de Âmbito ........................................................................................ 13
1.3. Justificativa ...................................................................................................... 13
1.4. Enquadramento Legal Do Tema ...................................................................... 14
1.5. Objectivos ........................................................................................................ 14
1.6. Metodologia ..................................................................................................... 14
2. Marcos Teóricos ......................................................................................................... 14
2.1. Introdução ............................................................................................................ 15
2.2. Evolução Histórica ............................................................................................... 16
2.3. Principais Conceitos ............................................................................................. 17
2.4. Importância da Sustentabilidade na Gestão Ambiental ....................................... 20
2.5. Sustentabilidade ................................................................................................... 21
2.6. Pratica da Sustentabilidade na Gestão Ambiental................................................ 24
2.8. Aplicações do estudo ........................................................................................... 25
2.9. Vantagens e desvantagens .................................................................................... 25
2.10. Conclusão ........................................................................................................... 26
2. Estudo de Caso: Estabelecimento de Redes de Distribuição de Energia Electrica –
Iluminaçcão Pública ....................................................................................................... 26

3.1. Programas para a Sustenabilidade Energética ......................................................... 28


3.2. Legislação em Vigor Associada à Iluminação Pública – Lei da Electricidade e
ARENE ........................................................................................................................... 34
3.2.1. EN 13201-1 – Escolha das Classes de Iluminação ........................................... 34
3.3.2. EN 13201-2 – Parâmetros Fotométricos Recomendados ................................. 42
3.3.3. EN 13201-3 – Cálculo dos parâmetros fotométricos ........................................ 43
3.3.4. EN 13201-4 – Métodos de medição das performances fotométricas................ 43

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4. Características Gerais das Lâmpadas Utilizadas na Iluminação Pública ................ 44
4.1. Características Gerais de uma Lâmpada .............................................................. 44
4.2. Principais Tipos de Lâmpadas de Iluminação Pública ............................................ 45
4.3. LED – Significado e Propriedades .......................................................................... 51
4.3.1. Caracteristicas das Luminárias do tipo LED..................................................... 53
4.3.2. Condições Normais de Serviço das Luminárias ............................................... 56
4.3.3. Requisitos de Fixação ....................................................................................... 56
4.3.4. Classificação das Luminárias ............................................................................ 57
4.3.5. Características da Iluminação Pública quanto à Distribuição das Luminárias . 58
A. Posteação unilateral ............................................................................................ 59
B. Posteação bilateral alternada ............................................................................... 59
C. Posteação bilateral frente a frente ....................................................................... 59
D. Posteação no canteiro central.............................................................................. 60
5. Simulação a realidade local ........................................................................................ 62
5.1.Cidade atual........................................................................................................... 62
5.1.1. Geografia ........................................................................................................... 63
5.1.2. Clima ................................................................................................................. 63
5.1.3. Economia .......................................................................................................... 63
5.2. Delimitação da área em estudo ................................................................................ 64
5.2.1.Densidade Populacional da Cidade da Beira no contexo urbano em estudo ..... 65
5.3.Anexo ....................................................................................................................... 69
6. Considerações Finais .................................................................................................. 70
7. Referências Bibliográficas .......................................................................................... 71

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Índice de Figuras
Figura 1: Número total e duração dos cortes registados em 2017..................................31
Figura 2: A iluminação pública acesa pela manhã na estrada nacional N4.....................32
Figura 3: Torre de energia vandalizado e manutenção da rede.......................................33
Figura 4. ilustra um exemplo de uma lâmpada de vapor de mercúrio de alta pressão....46
Figura 5. Apresenta um exemplo de uma lâmpada de vapor de sódio de baixa pressão.47
Figura 6. encontra-se um exemplo de uma lâmpada de vapor de sódio de alta pressão.48
Figura 7. ilustra um exemplo de uma luminária LED.....................................................49

Figura 8. mostra o esquema típico de um LED...............................................................50

Figura 9. Configuração típica p/ projectos especiais.......................................................58

Figura 10. Posteação Unilateral......................................................................................59

Figura 11. Posteação Bilateral alternada.........................................................................59

Figura 12. Posteação Bilateral frente a frente.................................................................60

Figura 13. Posteação no canteiro central.........................................................................60

Figura 14. Posteação Central com poste chicote.............................................................61

Figura 15. Posteação Central em canteiros maior que 6 metros......................................61

Figura 16. Cidade da Beira [bairro Macurrungo]............................................................62

Figura 17. Bairro Macurrungo – Zona em Expansão......................................................64

Figura 18. Bairro Macurrungo – Vias por Iluminar........................................................65

Figura 19. Por: Autores – Ilustração de um perfil ilustrativo…………………………..66

Figura 20. Por: Autores – Plano de assentmento……………………………………….67

Figura 21. Por: Autores – Ilustração de um perfil ilustrativo……………………….….67

Figura 22. Por: Autores – Ilustração de um perfil ilustrativo A-A……………………..68

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Índice de Tabelas
Tabela 1. Categorias de vias e os respetivos tipos...........................................................36

Tabela 2. Nível de Luminância média (cd/m2) para vias interurbanas...........................37

Tabela 3. Nível de luminância média (cd/m2) para vias urbanas....................................38

Tabela 4. Nivel de iluminação média (lux) em vias urbanas...........................................39

Tabela 5. Nível de iluminância média (lux) em vias urbanas.........................................40

Tabela 6. Nível de iluminância média (lux) em vias rurais.............................................41

Tabela 7. Classificação do índice de reprodução de cores..............................................45

Tabela 8. apresenta as diferentes características dos diversos tipos de lâmpadas [Santos,


2011]……………………………………………………………………………………53

Tabela 9. [EDP,2013]......................................................................................................56

Tabela 8. Senso 2017……………………………………...............................................67

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Listas de símbolos e Abreviaturas

ONU Organização das nações unidas


SS Sistema Sustentável
Pag. Paginas
EDM Electricidade de Moçambique

Capitulo I

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1. Introdução

Segundo a pesquisa elaborada, o trabalho busca trazer um projecto sustentável que


incorpora o conceito de sustentabilidade ao bairro em estudo – Macurungo II. O
trabalho centra-se na análise da estrutura viária do bairro em expansão, identificando os
problemas através de estudos de campo, registros fotográficos acompanhados de mapas,
esquemas, e critérios de avaliação pessoal. Após identificado a falta de Iluminação
publica, propõem-se um plano de acção que apresenta soluções ao problema
identificado.

1.2. Definição de Âmbito

O bairro em estudo “Macurungo II” é um bairro em expansão e assume-se como um


bairro potencial, porém carece de um cuidado minucioso no que diz respeito ao seu
plano urbano, respectivamente as vias rodoviárias que constituem o bairro.

Um bairro originalmente habitacional constituído por habitações de diversas tipologias,


é parcialmente assombrado por assentamento informal e vias rodoviárias com solos
acabados mecanicamente em estado de degradação sem iluminação pública.

1.3. Justificativa
O presente trabalho busca abordar assuntos relacionados a sustentabilidade e sua
materialização no sector de distribuição da rede electrica, no caso em específico a
iluminação Pública. A identificação e análise das diferentes estruturas viárias que
compõem a área em estudo, especificamente no bairro em expansão - Macurungo II.
Além de estuda-lo e apresentar possíveis soluções aos problemas encontrados,
baseando-se de metodologias especificas e estudos de campos, acompanhadas por
registros fotográficos, mapas, esboços, levantamentos, entre outros.

É relevante a abordagem do tema em questão, para uma posterior consulta de materiais


na vertente de requalificação viária no bairro em questão, e garantir não só a
identificação de problemas, como a solução desses mesmos com o fim de projectar uma
melhor condição de vida aos habitantes que nela residem.

Em suma, busca-se apresentar diferentes formas de identificação, analise, estudo e


possíveis soluções das brechas na estrutura viária que compõem o bairro, com foco na
sustentabilidade da rede de distribuição da energia Elétrica.

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1.4. Enquadramento Legal Do Tema
No presente capítulo serão apresentados alguns estudos, análises de campo, assim como
métodos e técnicas de solucionamento dos problemas encontrados na área em estudo.
Com exposição dos artigos que fundamentam a essência do estudo realizado,
contribuindo no entendimento da questão dos níveis de urbanização intermedio e
completo, a Lei de Energia Elétrica Do qual é mencionado:

• Decreto n° 60/2006: Capitulo IV - artigos 21 e 22;


• Decreto 42/2005 de 29 de Dezembro Regulamento que estabelece as normas
referente a rede nacional de energia eléctrica;

1.5. Objectivos

Objectivo geral:

• O estudo tem como reflecção a análise da estrutura viária e proposta de um


plano de requalificação viária.

Objectivos específicos:

• Analise aprofundada da estrutura viária do bairro, acompanhado de estudo de


caso voltado a principais vias de acesso (ruas e avenidas), sistema de
saneamento e esgoto, aquecimento, sistema de arborização e sectorização, no
bairro em estudo;
• Identificação de possíveis problemas urbanos e suas soluções;
1.6. Metodologia
A metodologia usada para o desenvolvimento do trabalho foi baseada na coleta de
ártigos academicos, desertações e manuais voltados a sustentabilidade.

2. Marcos Teóricos
O presente Trabalho tem como objectivo principal trazer os conceitos da
sustentabilidade e evolução do conceito histórico da sustentabilidade, e de modo geral
perceber como este evoluiu, e onde aplicar.

Para esse efeito, são estudados factores relactivo a evolução histórica do conceito da
sustentabilidade, as suas aplicabilidades e vantagens e desvantagens, Para a abordagem
do tema e a implementação do projecto, seguem-se algumas questões como a criação do

14
projecto, sua delimitação, formulação dos problemas, bem como objectivo e a sua
justificação, e para concluir a fundamentação teórica acompanhada de uma revisão de
literatura.

2.1. Introdução

Após o Homem despertar para a realidade dos recursos escassos e não renováveis, surge
a vontade e necessidade de racionalização do mesmo, de modo que as gerações futuras
possam fazer o uso do mesmo. A apropriação do termo sustentabilidade, entretanto,
exige que seu uso seja correctamente fundamentado. Por esta razão, o conceito de
sustentabilidade não Deve ser resultado apenas de uma aproximação da tecnologia
(Ferreira, 2006),

Depende de um esforço interdisciplinar (McMichael, Butler & Folke, 2003). Além


Disso, este conceito vai além dos estudos ligados à demografia, economia, ecologia,
Biologia e também da epidemiologia (Goldman, 1995; McMichael, Butler & Folke,
2003) Para englobar também toda produção científica ligada às ciências sociais,
Humana, naturais e da engenharia para ganhar existência e se tornar efectivo. Um
“sistema sustentável” é visto como aquele que sobrevive ou persiste (Costanza, 1993;
Patten, 1995).

O uso do conceito de sustentabilidade depende do contexto em que é aplicado (Meyer et


al., 1993) e deve estar associado ao tipo de conhecimento envolvido e como se dá sua
aplicação.

É um erro epistemológico aplicar o conceito de sustentabilidade sob a perspectiva de


uma única ciência. Entretanto, a interdisciplinaridade no seu uso também é algo de
difícil interacção (McMichael, Butler & Folke, 2003) permitindo o surgimento do
pensamento simplificador (Morin, 2002) e contribuindo para a ignorância e para o
reducionismo científico, o que pode inviabilizar sua construção adequada.

O uso do conceito de sustentabilidade deve, portanto, incorporar diferentes


conhecimentos com o objectivo de proporcionar uma análise interdisciplinar no
gerenciamento dos ecossistemas (Ludwig, 1993; Mangel et al, 1993) ao estabelecer o

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compromisso de uma relação harmoniosa com o meio ambiente sob uma avaliação dos
resultados e impactos no solo, na água, na flora, na fauna e em todos os elementos da
natureza.

O Relatório Brundtland (1987) é um bom exemplo de aplicação interdisciplinar ao


apresentar o conceito de “desenvolvimento sustentável” dentro de uma matriz das
dimensões económica, política, social, ambiental e cultural.

2.2. Evolução Histórica

O conceito sustentabilidade aparece na visão mundial incorporado às tradições de povos


indígenas desde tempos remotos. A obediência a “um preceito de Gayanashagowa, ou a
Grande Lei da Paz (Seis Nações da Confederação dos Iroquois), levava os chefes
(indígenas) a avaliar o impacto das suas decisões sobre a sétima geração futura”. Na
Europa, o primeiro uso conhecido de sustentabilidade ocorreu em 1712, no livro
Sylvicultura O económica, pelo silvicultor e cientista alemão Hans Carl von Carlowitz.
Mais tarde, os silvicultores franceses e ingleses adoptaram a prática de plantar árvores
como um caminho para a “silvicultura de rendimento contínuo” (Heinberg, 2007).

Nos tempos “modernos”, a Conferência de Estocolmo, realizada em 1972, foi o


primeiro grande evento promovido pela Organização das Nações Unidas (ONU) para
tratar da relação entre sociedade e natureza, inaugurando um marco na busca pelo
equilíbrio entre desenvolvimento económico e redução da degradação ambiental, que
acabou evoluindo para os conceitos de desenvolvimento sustentável e sustentabilidade.

Portanto, o conceito sustentabilidade traz na sua génese moderna a preocupação


económica sobre o uso dos recursos naturais. Houve tomada de consciência de que estes
recursos são finitos.

A declaração de Estocolmo foi um marco no reconhecimento mundial sobre o direito do


cidadão de manter uma qualidade ambiental que lhe permita viver com dignidade
(Unep, 1972).

Na década de 1980, a ONU retomou o debate, designando a ex-primeira-ministra da


Noruega, Gro Harlem % Brundtland, que definiu que "Desenvolvimento sustentável"
por àquele que satisfaz a necessidade dos problemas da geração presente, sem

16
comprometer a capacidade das gerações futuras para fazer as suas próprias
necessidades" O Relatório de Brundtland apontou a necessidade de que o crescimento
económico deveria também promover equidade social e equilíbrio ecológico, condições
para que o desenvolvimento fosse sustentável (CMMAD, 1991).

Uma consideração sobre o conceito de “sustentável” é sua origem do latim,


sustinere,que pode significar a necessidade de apoio para garantir a manutenção ou
existência de algo ou algum estado ao longo do tempo. Portanto, não se pode inferir, a
partir do conceito de sustentável, de modo automático, somente as bondades que o
mesmo abriga, dado que ele também apresenta em si as modalidades de permanência ou
de intervenção, as quais podem ser indesejáveis. Em outras palavras, sustentável não
significa, a priori sinónimo de bom (Gomes, 2005).

2.3. Principais Conceitos

A dubiedade conceitual existe em outros idiomas. Em espanhol existem sustentable e


sostenible, que significa processo que pode manter-se por si mesmo, por exemplo um
desenvolvimento socioeconómico auto-sustentado, sem ajuda externa e sem diminuição
dos recursos existentes.

A ambivalência do discurso da sustentabilidade também surge da polissemia do


conceito sustainability, no idioma inglês, que integra dois significados: um aplicado à
durabilidade do processo económico, outro que implica a internalização das condições
ecológicas de suporte do processo económico. Nesse caso, a sustentabilidade ecológica
se constitui numa condição da sustentabilidade do processo económico (Gomes, 2005).

A ambiguidade conceitual permitiu que o discurso sobre a sustentabilidade fosse


aplicado com foco no “crescimento económico sustentável” por meio dos mecanismos
de mercado, sem a internalização das condições da sustentabilidade económica nem a
incorporação dos diversos processos implicados na própria sustentabilidade: o
ambiente, o tempo ecológico de produtividade e regeneração da natureza, os valores
culturais e humanos, a qualidade de vida, entre outros.

Nesse sentido, a consideração única dos valores e medições de mercado como


indicadores de sustentabilidade acabou seguindo caminho contrário à sustentabilidade,
quando consideradas as dimensões socioambientais. Ou seja a noção de sustentabilidade
se divulgou e vulgarizou até formar parte do discurso oficial do sentido comum

17
(Gomes, 2005). Esse discurso, gerado pelo uso retórico do conceito, escondeu o sentido
epistemológico da sustentabilidade (Leff, 2000).

Com o passar do tempo, diferentes abordagens foram sendo incorporadas ao discurso


sobre a sustentabilidade. Por exemplo, Caporal e Costabeber (2002) propõem uma
análise multidimensional para a sustentabilidade a partir dos princípios da Agro-
ecologia. Para esses autores, a sustentabilidade é composta por várias dimensões:

a) Ecológica, que implica a “manutenção e recuperação da base de recursos naturais –


sobre a qual se sustentam e estruturam a vida e a reprodução das comunidades humanas
e demais seres vivos”;

b) Social, “que representa um dos pilares básicos da sustentabilidade – uma vez que a
preservação ambiental e a conservação dos recursos naturais somente adquirem
significado e relevância quando o produto gerado nos agro-ecossistemas, em bases
renováveis, também possa ser equitativamente apropriado e usufruído pelos diversos
segmentos da sociedade”;

c) Económica, já que “os resultados económicos obtidos pelos agricultores são


elementos-chave para fortalecer estratégias de Desenvolvimento Rural Sustentável –
mas não se trata somente de buscar aumentos de produção e produtividade agro-
pecuária a qualquer custo, pois eles podem ocasionar reduções de renda e dependências
crescentes em relação a factores externos, além de danos ambientais que podem resultar
em perdas económicas no curto ou médio prazos”, haja vista que “a insustentabilidade
de agro-ecossistemas pode se expressar pela obtenção de resultados económicos
favoráveis às custas da depredação da base de recursos naturais que são fundamentais
para as gerações futuras;

d) Cultural, já que nos “processos de manejo de agro-ecossistemas – dentro da


perspectiva da Agro-ecologia – deve-se considerar a necessidade de que as intervenções
sejam respeitosas para com a cultura local”.

Os saberes, os conhecimentos e os valores locais das populações rurais precisam ser


analisados, compreendidos e utilizados como ponto de partida nos processos de
desenvolvimento rural que, por sua vez, devem espelhar a “identidade cultural” das
pessoas que vivem e trabalham em um dado agro-ecossistema;

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e) Política, que “tem a ver com os processos participativos e democráticos que se
desenvolvem no contexto da produção agrícola e do desenvolvimento rural, assim como
com as redes de organização social e de representações dos diversos segmentos da
população rural. Nesse contexto, o desenvolvimento rural sustentável deve ser
concebido a partir das concepções culturais e políticas próprias dos grupos sociais,
considerando-se suas relações de diálogo e de integração com a sociedade maior”;

f) Ética, que “se relaciona directamente com a solidariedade intra e entre as gerações e
com novas responsabilidades dos indivíduos com respeito à preservação do meio
ambiente. Todavia, como sabemos, a crise em que estamos imersos é uma crise
socioambiental, até porque a história da natureza não é apenas ecológica, mas também
social”. Heinberg (2007) apresenta aquilo que chama de os cinco axiomas da
sustentabilidade:

1) Qualquer sociedade, que use continuamente recursos críticos de modo insustentável,


entrará em colapso;

2) O crescimento populacional e/ou o crescimento das taxas de consumo dos recursos


não é sustentável;

3) para ser sustentável, o uso dos recursos renováveis deve seguir uma taxa que deverá
ser inferior ou igual à taxa de reposição;

4) para ser sustentável, o uso de recursos não renováveis tem que evoluir a uma taxa em
declínio, e a taxa de declínio deve ser maior ou igual a taxa de esgotamento;

5) A sustentabilidade requere que as subistancias introduzidas no ambiente pela


actividade humana sejam minimizadas e tornadas inofensivas para as funções da
biosfera.

Segundo Altieri (1999), desde o ponto de vista do manejo de um agro-ecossistema, a


sustentabilidade tem que considerar alguns factores: manutenção da cobertura vegetal
como medida de conservação de água e solo;

Fortalecimento de mecanismo de reciclagem de nutrientes, seja por rotação de cultivos.

A para aumentar a actividade biótica no solo;

Fortalecimento de mecanismos de reciclagem de nutrientes, seja por rotação de cultivos,


uso de leguminosas, culturas intercaladas etc.;

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Fortalecimento da biodiversidade e uso de inimigos naturais para o controle de pragas e
doenças; aumento do controle biológico;

Aumento da capacidade de uso múltiplo da paisagem; e produção baseada no uso de


insumos que não causem degradação ambiental.

Além disso, deve incentivar cultivos adaptados ao meio locais e produzir excedente
líquido. Assim, “um sistema agrícola será potencialmente resiliente”.

Outro autor de referência sobre o tema indica que a produção agrícola para ser
sustentável deve ser capaz de colher biomassa de forma permanente em um sistema sem
comprometer sua capacidade de renovação (Gliessman, 2005), sendo que somente no
futuro poderá haver comprovação da sustentabilidade (Costa, 2010).

2.4. Importância da Sustentabilidade na Gestão Ambiental

Podemos concordar que “sustentabilidade” é uma das palavras mais faladas do mundo,
mas a menos compreendida. Seu significado é muitas vezes obscurecido por diferentes
interpretações e por uma tendência para o assunto ser tratado superficialmente.

Dentro de uma organização, a sustentabilidade geralmente é destacada como uma


política armazenada, em algum lugar, com atitudes que ajudam o meio ambiente. No
entanto, muitas empresas ainda não sabem que o investimento em gestão ambiental
pode aumentar, muito, as chances de sucesso da empresa. Pode parecer algo distante,
principalmente quando o objetivo das empresas é o de manter a marca reconhecida no
mercado. Entretanto, alcançar o status de “ser sustentável” pode ser a diferença entre
‘mera sobrevivência’ no mercado e sucesso, abrindo portas para novos negócios e
melhorando sua margem de lucro.

A sustentabilidade empresarial tem a capacidade de mudar de forma positiva a imagem


de uma empresa junto aos consumidores.

Com o aumento dos problemas ambientais gerados pelo crescimento desordenado nas
últimas décadas, os consumidores ficaram mais conscientes da importância da defesa do
meio ambiente. Cada vez mais os consumidores vão buscar produtos e serviços de
empresas sustentáveis. Vale apena ressaltar que, sustentabilidade empresarial não são
atitudes superficiais que visem o marketing, aproveitando a chamada “onda ambiental”.

20
As práticas adotadas por uma empresa devem apresentar resultados práticos e
significativos para o meio ambiente e a sociedade como um todo.

2.5. Sustentabilidade

Sendo a preocupação com o ambiente uma questão recente e relevante, de destacada


importância, cabe considerar, inicialmente, que se trata de aspecto que precisa envolver
as políticas públicas dos países para que as sociedades sejam conscientizadas e passem a
observar, em suas condutas, as implicações das suas ações nesse contexto, entendendo
que os recursos naturais são fnitos e, por isso, é indispensável a sua preservação. A
necessidade de se estabelecer novas formas de desenvolvimento fez com que inúmeros
países se unissem para discutir o futuro das questões relativas aos recursos naturais do
meio ambiente. A Conferência da Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e o
Desenvolvimento (CNUMAD), também conhecido como o Rio 92 ou Agenda 213, que
aconteceu em 1992, é reconhecido como um dos mais marcantes da história na
internacionalização da temática ambiental. 179 países participaram do evento,
“acordaram e assinaram o instrumento de planejamento para a construção de sociedades
sustentáveis, em diferentes bases geográfcas, que concilia métodos de proteção
ambiental, justiça social e efciência econômica” (BRASÍLIA, 2016).

Vinte anos antes, em 1972, aconteceu em Estolcomo uma conferência semelhante que
esboçava alguns termos sobre as questões ambientais, que necessitavam de mais
aprofundamento, como por exemplo o ecodesenvolvimento. A terminologia
sustentabilidade foi usada pela primeira vez em 1983 pela Comissão Mundial sobre
Meio Ambiente e Desenvolvimento da Organização das Nações Unidas (ONU),
entretanto, foi na Rio 92, que este termo, ganhou contornos e foi difundido entre os
Países.

O conceito de desenvolvimento sustentável passou a ser difundido e consolidou-se


como o processo de transformação no qual a exploração de recursos ambientais, a
direção dos investimentos, a orientação do desenvolvimento tecnológico e a mudança
institucional se harmonizam a fm de atender as necessidades e aspirações humanas
presentes e
futuras. Sobral (2011, p. 832) aprofunda e revela que:

21
O surgimento da expressão desenvolvimento sustentável está associado ao despertar
humano quanto ao limite de recursos naturais disponíveis no planeta terra, assegurando
o acesso as condições básicas de saúde e educação, o respeito aos costumes e tradições,
a legitimidade das instituições. Tudo isso, dentro de uma perspectiva e interligação em
redes de caráter local, regional, nacional e internacional.

Desenvolvimento sustentável significa suprir as necessidades do presente sem afetar a


habilidade das gerações futuras de suprirem as próprias necessidades. Ao longo da
maior parte da história do homem, ele viu-se como um dominador da natureza e
acreditava que ela estava disponível somente para o seu bem-estar, para servir ao
desenvolvimento econômico. Essa forma de pensar produziu uma “sociedade de
consumo”, que é exatamente o oposto do desenvolvimento sustentável, pois as
indústrias e fábricas buscam extrair o máximo de recursos do planeta para acumular
riquezas e satisfazer o consumismo exagerado da população, ocorrendo muito
desperdício.

Houve uma evolução na forma como encaramos a relação entre o desenvolvimento


econômico e o meio ambiente. Desse modo, surgiu a necessidade urgente de mudarmos
essa visão. Os que buscam aplicar as ideias da sustentabilidade levam em conta a
harmonia entre a natureza e a sociedade em qualquer empreendimento humano, tendo
os seguintes pontos como bases:

A) Ser ecologicamente correto: não esgotar os recursos da natureza, tratar o meio


ambiente com respeito, haver um equilíbrio entre o que retiramos da natureza e o que
oferecemos em troca. Veja alguns exemplos: usar somente a quantidade de água e
energia necessária e evitar desperdícios; consumir produtos que não tenham embalagem
excessiva e de empresas que não estão ameaçando a natureza; consumir menos carne,
porque o rebanho produz gás metano do efeito estufa;

andar em transportes públicos ou bicicletas; não consumir substâncias destruidoras da


camada de ozônio (como sprays que contêm CFC); realizar coleta seletiva em casas e
empresas; realizar reciclagem e reutilização de materiais, entre outros. A reciclagem e
fontes de energia limpas são formas de colocar em prática o desenvolvimento
sustentável;

B) Ser economicamente viável: a sustentabilidade não quer interromper o


desenvolvimento, mas corresponde a uma nova forma de pensar, buscando meios que

22
propiciem o crescimento econômico sem agredir o meio ambiente. Nesse processo,
desenvolvem-se novas oportunidades de negócios que podem ser aproveitadas por
pessoas e empresas.

A reciclagem é um exemplo de ideia que pode ser usada no


desenvolvimento sustentável, mas se o gasto com a reciclagem de determinado
material for maior que o de extrair o recurso bruto da natureza. Esse processo
não será economicamente viável e tenderá a não continuar.

A sustentabilidade, por outro lado, está relacionada com a ideia de continuidade —


como essas vertentes podem manter-se em equilíbrio ao longo do tempo. Por isso,
pesquisas devem ser realizadas para desenvolver meios que tornem economicamente
viável a reciclagem de um determinado material. Um exemplo que mostra como o
desenvolvimento sustentável pode ser não só economicamente viável, mas também
trazer vantagens, é o uso de lâmpadas fluorescentes, que resultam em uma economia
de 80% na conta de luz porque ela dura dez vezes mais que as incandescentes.

C) Ser socialmente justo: isso envolve ética, justiça social, educação de qualidade,
trabalho decente para todos, solidariedade e considerar que nosso planeta é um só e que
cada ação afeta o todo, pois a vida é interação e tudo está relacionado. Um exemplo
que podemos citar é o uso de transporte coletivo como um meio sustentável de
diminuir a quantidade de carros e, consequentemente, a poluição gerada para o meio
ambiente. Porém, além de ser de qualidade, esses meios de transporte também devem
possuir mecanismos que o deixem acessíveis e confortáveis para o uso de todos,
inclusive de idosos e de pessoas com deficiências.

Desse modo, as ideias e tecnologias que têm a sustentabilidade como foco devem
levar em conta também classes e grupos menos favorecidos. Outro exemplo que alia
esses três pontos já mencionados é o modelo da agricultura.

Hoje esse modelo privilegia alta especialização, menor diversidade e maior uso de
produtos químicos. Dá-se preferência ao cultivo extensivo de monoculturas, com uso
excessivo de fertilizantes e agrotóxicos que acabam por poluir o solo, as águas e
provocar graves alterações no ecossistema e na saúde da população. No entanto,
considerando a agricultura sustentável, podemos enfatizar a agricultura familiar, que

23
além de dar maior oportunidade para pessoas menos favorecidas, também incentiva
práticas ecologicamente corretas, como a diversificação de cultivos, o menor uso de
insumos industriais, o uso sustentável dos recursos genéticos e a agroecologia

D) Ser culturalmente diverso: valorizar a diversidade, promover relações de respeito


com todos e gerar benefícios para todos. Por exemplo, hoje a renda de uma pessoa negra
no Brasil é, em média, 50% menor que a de uma pessoa branca. As ideias sustentáveis
difundidas devem promover a igualdade, não a desigualdade e preconceito que vemos
hoje.

2.6. Pratica da Sustentabilidade na Gestão Ambiental


Ela se define como parte dos processos de gestão das estruturas organizacionais,
contemplando responsabilidades, práticas, procedimentos, processos e recursos para
aplicação, elaboração, revisão e manutenção da política ambiental empresarial.

O principal objetivo é que o impacto ambiental das atividades econômicas das empresas
seja reduzido ao máximo. Qualquer empresa pode implantar um sistema de Gestão
Ambiental.

A implementação deve ser feita conforme abaixo:

1º Passo:

O primeiro passo é mapear as atividades que a empresa realiza e identificar quais são os
impactos gerados por cada uma delas no meio ambiente.

2º Passo:

São definidas as propostas de controle e de soluções tecnológicas como uma maneira de


minimizar os impactos, baseando-se nas exigências legais de cada ramo.

3º Passo:

Depois do estabelecimento destas propostas será composta a Política Ambiental da


empresa, que visa disseminar e divulgar os próximos passos deste processo aos clientes
internos e externos.

24
4º Passo:

A empresa deve definir os objetivos e as metas ambientais que estão de acordo coma
política adotada, assim como estabelecer quais ações precisam

ser tomadas a fim de que tais objetivos e metas sejam alcançadas.

2.8. Aplicações do estudo

A ideia da sustentabilidade aplicada à construção civil concretiza uma nova postura por
parte dessa indústria que, então, muda suas convicções a favor de se comprometer com
a economia sustentável, priorizando técnicas que visem o equilíbrio do meio ambiente
com a sociedade.

2.9. Vantagens e desvantagens

a) Facilitação das manutenções, sejam elas preventivas, correctivas ou preditivas;

b) Reutilização dos elementos ao fim da vida útil da estrutura e, quando esta


reutilização não for mais possível, estes devém ser reciclados ou correctamente
destinados;

c) Projectar uma estrutura eficiente, promovendo uma eficiente gestão de energia,


recursos financeiros, materiais, emissões e resíduos;

d) Diminuição dos impactos provocados ao entorno;

e) A qualidade e o desempenho estrutural devem ser assegurados;

f) Utilização de matérias-primas que contribuam com a ecoeficiência;

g) Redução do consumo energético e de recursos.

h) Racionalização da construção por meio do aperfeiçoamento dos projectos;

i) Efectiva gestão dos impactos ambientais durante todos os ciclos de produção;

j) Treinamento da mão-de-obra, de maneira a reduzir os erros e as perdas de material;

k) Avaliações sobre o ciclo de vida dos materiais, com vistas a aumentar a eficiência
socioeconómica e ambiental da edificação;

25
l) Utilização de materiais reciclados como matéria-prima, reduzindo o consumo de
recursos naturais, o índice de resíduos, o consumo energético e a poluição incorporada;

m) Praticar o reaproveitamento e reciclagem dos materiais.

n) Facilidade na mensuração e monitoramento;

o) Baixo custo;

p) Permitir a integração entre os atributos do sistema;

q) Ser sensível às mudanças e tendências;

2.10. Conclusão

Após as pesquisas que foram feitas sobre o mesmo a sustentabilidade e Considerando-se


a evolução dos termos relacionados à sustentabilidade pode-se Concluir que até hoje
não existe um conceito único de desenvolvimento sustentável que Englobasse os vários
aspectos do desenvolvimento contemporâneo e levasse em conta os Interesses de vários
grupos da sociedade. Segundo os pensamentos recentes, o Desenvolvimento sustentável
não se restringe ao gerenciamento dos recursos naturais e a Protecção de ecossistemas
regionais e do meio ambiente global. Esse tipo de Desenvolvimento visa melhorar as
condições da vida da população humana resolvendo o Problema da pobreza e
desigualdade sem desrespeitar a preservação de sistemas ecológicos Dos quais toda a
vida humana depende.

2. Estudo de Caso: Estabelecimento de Redes de Distribuição de Energia


Electrica – Iluminaçcão Pública

O setor da iluminação pública (IP) é um dos setores em que o consumo de energia


elétrica é mais significativo. A sua principal função, no que toca à iluminação de vias
públicas, é a de proporcionar visibilidade rápida, precisa e confortável durante a noite.
Estes fatores protegem e incentivam o tráfego de veículos e peões.

Assim, a iluminação pública:


26
• Funciona como elemento de interação social;

• Promove diferentes ambientes simbólicos e psicológicos;

• Funciona como linguagem visual;

• Permite interagir como paisagem noturna;

• Tem um impacto direto no comércio e no setor do turismo.

Para além disso, a IP permite reduzir a criminalidade e aumentar a perceção de


segurança, reduzindo o número e gravidade dos acidentes rodoviários no período
noturno, até 30%.

No caso de uma via rápida ou autoestrada, a iluminação deverá proporcionar ao


condutor uma circulação em segurança, garantindo que este possa visualmente
determinar o seguinte:

• Possíveis obstáculos a uma dada distância de modo evitar algum sinistro;

• Os limites da via, para este poder manter o veículo na posição correta dentro da
faixa;

• A localização e o significado de sistemas ou sinais de trânsito, afetos ao código


da estrada;

• A deteção de objetos ou veículos móveis dentro da via e futura rota de


deslocação dos mesmos.

Nos dias hoje, com a escassez de recursos essenciais nos mais diversos contextos, é
crucial ter em consideração os objetivos associados à eficiência energética, sendo
necessário avaliar as soluções existentes, no que toca ao consumo energético dos
sistemas de iluminação de vias e de edifícios públicos. Deste modo, foi redigido o
Documento de Referência para a Eficiência Energética na Iluminação Pública, o qual
prevê determinadas metodologias que permitem tornar as várias instalações de
iluminação pública energeticamente mais eficientes [Energy Efficiency, 2015].

27
Com estas medidas pretende-se ir ao encontro da concretização dos objetivos impostos
pela União Europeia (UE) aos diferentes Países membro, por forma a cumprir as metas
previstas para a eficiência energética.

Tal é possível através do aproveitamento de novas tecnologias de iluminação, que


podem representar uma diminuição considerável do consumo energético, bem como das
emissões de CO2, o que constitui vantagens tanto ao nível ambiental e ao nível dos
cidadãos, proporcionando-lhes uma melhor qualidade de iluminação. Uma outra
vantagem da implementação de sistemas mais eficientes é a rápida amortização do
investimento necessário, o que permite a obtenção de benefícios complementares com o
aumento da competitividade a nível europeu [Aura light, 2013] [Energy Efficiency,
2015]. O programa apresentado é fundamentado pela ENE – Estratégia Nacional de
Energia 2020, Portugal, por se vivenciar a falta de elementos para o estudo da realidade
nacional.

Em Moçambique, a eletricidade é fornecida pela Empresa Nacional de Fornecimento de


Energia Elétrica (Electricidade de Moçambique E. P. - EDM).

A EDM é uma empresa pública verticalmente integrada fundada em 1977, responsável


pela geração, transmissão, distribuição e comercialização de energia elétrica (Arthur e
Cockerill, 2019). Tem um mandato social para expandir o acesso à eletricidade para os
consumidores em regiões urbanas e rurais, embora continue a enfrentar vários desafios
para cumprir essa meta (Nhamire e Mosca, 2015).

3.1. Programas para a Sustenabilidade Energética

Cada país possui vários objetivos a cumprir, por forma a cumprir as metas relacionadas
com a sustentabilidade energética. Em exemplo particular, Portugal criou a ENE 2020 –
Estratégia Nacional de Energia 2020 – onde são definidas as estratégias para o
cumprimento das medidas impostas pela UE. A ENE 2020 tem como principais
objetivos a competitividade, crescimento e independência energética e financeira do
país, cuja aposta passa pelas energias renováveis e pela promoção da eficiência
28
energética, assegurando a segurança do abastecimento e a sustentabilidade económica e
ambiental do modelo energético.

Esta estratégia é composta por 5 eixos principais, incluindo medidas a tomar no setor da
iluminação pública [Santos, 2011]. São eles:

• Eixo 1 - Agenda para a competitividade, o crescimento e a independência


energética e financeira;

• Eixo 2 - Aposta nas energias renováveis;

• Eixo 3 - Promoção da eficiência energética;

• Eixo 4 - Garantia da segurança de abastecimento;

• Eixo 5 - Sustentabilidade económica e ambiental.

A finalidade destas medidas consiste em promover a utilização racional de energia, a


eficiência energético-ambiental em equipamentos de iluminação pública existentes e
alcançar a melhoria da eficiência energética de instalações, permitindo a consequente
diminuição das emissões de CO2 [Energy Efficiency, 2015].

Entre as várias medidas a implementar no âmbito da eficiência energética, a principal


destaca o uso de equipamentos e/ou soluções mais eficientes que visem a melhoria da
eficiência energética das instalações, nomeadamente:

• Instalação de sistemas de regulação de fluxo luminoso;

• Substituição de luminárias ineficientes, ou com mais de 10 anos de


utilização,mpor equipamentos com melhor capacidade de reflexão e/ou
necessidade de fontes de luz de menor potência;

• Substituição de balastros ineficientes ou com mais de 10 anos;

• Substituição de lâmpadas de vapor de mercúrio por fontes mais eficientes, como


a tecnologia LED;

• Instalação de tecnologias de controlo, gestão e monitorização da Iluminação


Pública.

Outrora, a fim de melhorar o desempenho do setor elétrico, muitos países da África


Subsaariana têm implementado reformas de governação significativas. No entanto, é

29
necessário avaliar se essas reformas facilitam o acesso social ampliado à eletricidade, se
melhoram a qualidade do serviço, e a estabilidade financeira dos serviços públicos e se
levam a metas de sustentabilidade social e ambiental mais amplas.

No caso de Moçambique, um país onde grandes progressos foram feitos para aumentar
o acesso a toda a população à eletricidade de cerca de 6% em 2004 (Chambal, 2010)
para 32% em 2019 (EDM, 2020a).

Embora o progresso político seja significativo, os desafios permanecem, especialmente


nas áreas rurais, onde apenas cerca de 6% da população tem acesso à eletricidade
(EDM, 2018a).

Embora tenham sido feitos avanços em termos de expansão das ligações à rede, com as
principais cidades moçambicanas como Matola, Maputo, Nampula e Beira tendo 80%,
98%, 89% e 88% de taxas de eletrificação, respetivamente (EDM, 2020a;

Entretanto, a confiabilidade da rede e a qualidade do serviço fornecido continuam sendo


desafios técnicos contínuos. Apesar de uma diminuição de 12,3% no número e 8,5% na
duração dos cortes de energia em todo o país entre 2018 e 2019 (Figura 1),
Moçambique continua a registar cerca de 7.500 cortes de energia com uma duração
média de cerca de 43 minutos (EDM, 2020c). O fornecimento de energia não confiável,
exacerbado por eventos climáticos extremos e picos de cargas (geralmente durante o
período de 18h às 23h), causa problemas para usuários domésticos devido aos custos
financeiros e emocionais associados.

30
O governo Moçambicano estabeleceu metas ambiciosas para conectar 300,000-450,000
novos clientes anualmente à rede centralizada. Esta iniciativa política visa alcançar o
acesso universal a energia elétrica até 2030 e cumprir as promessas políticas (EDM,
2018a). Isso coloca uma pressão política e financeira considerável sobre a EDM e
esforça a capacidade operacional da já sobrecarregada infraestrutura de transmissão. A
EDM está concomitantemente a sofrer de insolvência financeira, o que limita a sua
capacidade de investir na modernização e extensão da rede de distribuição a áreas
consideradas financeiramente inviáveis, dada a falta de retorno do investimento. A
crescente dívida da conta de energia elétrica do setor público (atualmente a cerca de
US$ 42 milhões), juntamente com o aumento do fornecimento de iluminação pública
(às vezes mesmo durante o dia) (Figure 2), aumenta a insolvência financeira da EDM
(EDM, 2020a; Nhamire et al. 2019).

31
Nas principais áreas urbanas e periurbanas, alguns residentes têm se envolvido em
práticas de roubo de energia elétrica através de alterações dos contadores elétricos ou
instalações elétricas ilegais. Esta atividade do mercado informal de energia elétrica é,
em parte, uma resposta aos problemas de acessibilidade da tarifa de energia para os
consumidores domésticos. No entanto, isso cria um ciclo de auto-perpetuação de baixo
investimento e acesso a serviços de baixa qualidade. O roubo de eletricidade
desestabiliza ainda mais as infraestruturas elétricas e reduz o lucro de EDM,
prejudicando ainda mais a capacidade da empresa de manter baixo custo de energia para
os consumidores. Os residentes urbanos comuns em algumas vezes também tem
construído infraestruturas, como edifícios residenciais e comerciais altos, que requerem
transformadores de energia maiores sem previamente consultar a EDM. Isso ameaça
ainda mais sobrecarregar os ativos de transmissão e distribuição, e potencialmente
colocando em risco a segurança pública e danificando a infraestrutura. A instabilidade
da rede é ainda agravada pela vandalização de equipamentos e infraestrutura de rede
(por exemplo, roubo de cabos elétricos para a produção de panelas) (Figura 3).

Em toda a diversificada geografia de Moçambique, as maiores cidades de Maputo,


Matola, Nampula e Beira têm registado um aumento no número de subestações e linhas
de distribuição sobrecarregadas, causando mais quedas de energia.

A capacidade da EDM para atualizar, monitorar e manter sua infraestrutura para


suportar a demanda crescente em todas as partes do país (sul, centro e norte) é limitada,
em parte devido à distância entre as fontes de geração de eletricidade (incluindo, mas
não se limitando a, Hidroelétrica de Cahora Bassa) e locais de demanda de energia.
Além disso, a EDM carece de equipa técnica suficiente para fazer a manutenção,
atualização e reparos necessários a antiga infraestrutura elétrica (a empresa tem 3.327
32
trabalhadores comparado com mais de 2 milhões de clientes totais) (Figura 3), e é por
isso que muitas vezes não conseguem responder ao acesso do cliente necessidades dos
clientes dentro do período de três horas estabelecido pela empresa.

Por motivações como as anteriormente apresentadas, nos remetem ao estudo de


mecanismos de racionalização dos custos, racionalização da energia produzida e
distribuida, uso de equipamentos sustentáveis, que de algum modo possam alavancar a
qualidade do serviço proposto.

Inicialmente a EDM implementada e perspectiva o inicio de alguns projectos


financiamentos de doadores, investidores privados, e do governo, todos desempenham
um papel importante na estratégia nacional de electrificação 2018-28. A EDM está
implementando varios projectos para melhorar a rede electrica, a qualidade e quantidade
do fornecimento de energia e sua viabilidade financeira, incluindo os seguintes:

• O projecto de melhoria de Qualidade e Eficiência de Enerfia (PERIP) – (2018-


2023);

• Projectos de geração de energia através da construção de mais Hidroelétricas (4),


centrais solares (1), a vento (2), a carvão (5) e a gás (4), nos proximos 7 anos
(até 2027);

• Projectos de interligações regionais da rede electrica com Malawi, Tanzania,


Zambia e Zimbabwe, (2018-2024);

33
• Projectos de ligação nacional da rede: Caia-Nacala e Maputo-Temane (2019-
2024); e a Digitalização para transformar a empresa em uma companhia
inteligente (Smart Utility) nos próximos 5 anos.

3.2. Legislação em Vigor Associada à Iluminação Pública – Lei da Electricidade e


ARENE

De modo a realizar-se um projeto de iluminação pública por forma a cumprir


rigorosamente todos os critérios é essencial ter-se em conta dois fatores: a obtenção dos
resultados esperados e o cumprimento de toda a legislação aplicável. Para tal, existe a
norma EN 13201, que está associada a vários países da Europa, como: Alemanha,
Áustria, Bélgica, França, Portugal, Malta, Reino Unido, etc [Santos, 2011]. Esta norma
encontra-se dividida em quatro partes:

- EN 13201-1: Escolha das classes de iluminação [CEN, 2004];

- EN 13201-2: Parâmetros fotométricos recomendados [CEN, 2015];

- EN 13201-3: Cálculo dos parâmetros fotométricos [CEN, 2015];

- EN 13201-4: Métodos de medição das performances fotométricas [CEN, 2015].

3.2.1. EN 13201-1 – Escolha das Classes de Iluminação

Esta primeira norma determina a escolha das classes de iluminação consoante o tipo de
via a que se destina a iluminação [Armínio Teixeira] [CEN, 2004]. As classes de
iluminação existentes são:

• Classes de iluminação M para tráfego monitorizado;

• Classes de iluminação C para áreas de conflito;

• Classes de iluminação P para áreas pedestres e áreas onde o tráfego se processe a


velocidade reduzida.

• Para a classe M são tidos em conta os seguintes parâmetros:

• Velocidade - natureza da via: alta ou moderada;

34
• Geometria - separação de vias, tipos de entradas/saídas na via, áreas de conflito:
separação das vias – sim ou não; densidade de saídas/entradas na via – alta ou
moderada;

• Natureza do tráfego - fluxo de tráfego, ciclistas, peões, estacionamento: apenas


motorizado, ou misto com elevada percentagem de não-motorizado;

• Influências ambientais - complexidade do campo visual, luminância envolvente,


condições climatéricas;

• Orientação visual, controlo de tráfego: fraca, boa ou muito boa. As áreas de


conflito caracterizam-se pela interseção de vias de circulação em áreas
frequentadas por peões e ciclistas, sendo exemplo dessas zonas: cruzamentos,
rotundas, estradas de ligação com largura e número de faixas reduzidas, etc.
Assim, para a classe C são tidos em conta os seguintes parâmetros:

• Velocidade: alta, moderada ou baixa;

• Volume de tráfego: muito elevado, elevado, moderado, reduzido ou muito


reduzido;

• Composição do tráfego: apenas motorizado, misto, ou misto com elevada


percentagem de não-motorizado;

• Separação das vias: sim ou não;

• Luminância envolvente: muito alta, alta, moderada, baixa ou muito baixa;

• Orientação visual, controlo de tráfego: pobre, bom, muito bom.

• Por fim, para a classe P, os parâmetros a considerar são:

• Velocidade: baixa ou muito baixa;

• Volume de tráfego: muito elevado, elevado, moderado, baixo ou muito baixo;

• Composição do tráfego: peões, ciclistas e tráfego motorizado; peões e tráfego


motorizado; apenas peões e ciclistas; apenas peões; apenas ciclistas.

• Estacionamento de veículos: presente ou ausente;

• Reconhecimento facial: necessário ou não;

35
• Luminância envolvente: muito alta, alta, moderada, baixa ou muito baixa.

A relação estabelecida entre as diferentes classes de iluminação e os critérios a ter em


consideração é demonstrada pelas tabelas seguintes com os variados níveis de
luminância.

Os valores tabelados referem-se à luminância média recomendada para os diversos tipos


de vias. Primeiramente é apresentada a tabela 1. com as categorias de vias e os
respetivos tipos.

Tabela 1. Categorias de vias e os respetivos tipos [Armínio Teixeira] [CEN, 2004]

As tabelas 2. e 3. dizem respeito aos valores de luminância média recomendada para as


vias interurbanas nas quais as velocidades máximas autorizadas estão compreendidas
entre 70 e 130 km/h.

As tabelas 4. e 5. dizem respeito aos valores de iluminância média recomendada para as


vias urbanas, para as quais as posições de observação são múltiplas e não permitem
exprimir valores de luminância significativos, com uma velocidade máxima permitida
de 50 km/h. Por último, a tabela 6. é específica para as situações encontradas em zonas
rurais, nas quais as performances são sempre indicadas em termos de iluminância.

36
Tabela 2. Nível de Luminância média (cd/m2) para vias interurbanas [Armínio Texeira]
[CEN, 2015]

37
Tabela 3. Nível de luminância média (cd/m2) para vias urbanas [Armínio Teixeira]
[CEN, 2015].

38
Tabela 4. Nivel de iluminação média (lux) em vias urbanas [Armínio Texeira] [CEN,
2015].

39
Tabela 5. Nível de iluminância média (lux) em vias urbanas [Armínio Teixeira] [CEN,
2015].

40
Tabela 6. Nível de iluminância média (lux) em vias rurais [Armínio Teixeira] [CEN,
2015].

41
3.3.2. EN 13201-2 – Parâmetros Fotométricos Recomendados

A norma EN 13201-2 contém os requisitos de desempenho nas diferentes classes


definidas, que se encontram nas tabelas de nível de luminância média. Esta parte da
norma define, tomando em consideração requisitos fotométricos, as classes de
iluminação para iluminação de vias, tendo em conta as necessidades visuais dos
utilizadores, bem como os aspetos ambientais da iluminação de vias. Uma classe de
iluminação consiste num conjunto de requisitos fotométricos, cujo objetivo é
proporcionar aos utilizadores de um dado tipo de via as necessidades visuais adequadas,
quer para a via em si quer para o ambiente envolvente. O objetivo da introdução de
classes de iluminação é tornar mais fácil o desenvolvimento de produtos de iluminação
destinados às vias rodoviárias nos países membros do CEN – Comité Européen de
Normalisation. Os membros do CEN são obrigados a cumprir o Regulamento Interno
do CEN/CENELEC (CENELEC – European Committee for Electrotechical
Stardardization) que estabelece as condições para que o Padrão Europeu seja o de ter
uma norma nacional sem qualquer alteração [Santos, 2011] [CEN, 2003].

Assim:
• As classes ME aplicam-se a vias onde se verifique a circulação de veículos
motorizados, onde seja praticável velocidade média a alta;

• As classes CE têm a mesma aplicação das classes ME, mas para uso em áreas
conflituosas, como ruas de comércio, interseção de vias de alguma complexidade,
rotundas e zonas de congestionamento de trânsito. Estas classes têm aplicação em
percursos mistos, ou seja, onde uma dada via permita a circulação simultânea de peões e
veículos motorizados;

• As classes S e A são aplicáveis a percursos de peões e ciclovias, faixas de circulação


de veículos de emergência e outras vias que se encontrem separadas da via normal de
circulação, bem como áreas de estacionamento, ruas interditas à circulação de veículos,
etc;

• As classes ES são classes adicionais e específicas para situações onde haja


necessidade de identificação de pessoas e objetos, e em áreas de circulação com risco de
crime agravado;

42
• As classes EV são classes adicionais e específicas para situações em que seja preciso
visualizar superfícies verticais, tais como zonas de portagem, por exemplo.

Os requisitos das classes de iluminação refletem a categoria do utilizar ou tipo de via.


Deste modo, as classes ME baseiam-se na luminância da superfície de via, enquanto as
classes CE, S e A baseiam-se na iluminação da via. As classes ES baseiam-se em
iluminância semicilíndrica, enquanto as classes EV se baseiam na iluminação do plano
vertical.

3.3.3. EN 13201-3 – Cálculo dos parâmetros fotométricos

Nesta parte da norma – Road Lighting – Part 3: Calculation of Performance –


encontram-se os métodos de cálculo que permitem a obtenção das características de
qualidade de iluminação mediante procedimentos padronizados, no sentido de obter, a
partir de diferentes fontes, uma base uniforme.

Nesta secção são, então, definidas as diferentes convenções e procedimentos


matemáticos adotados no cálculo dos parâmetros fotométricos de instalações de
iluminação pública, tendo em conta a norma EN 13201-2 [Santos, 2011].

3.3.4. EN 13201-4 – Métodos de medição das performances fotométricas

Nesta norma encontram-se especificados os procedimentos a ter em consideração para


se efetuar medições fotométricas e outras relacionadas, na iluminação pública. Os
procedimentos adotados devem apenas ser usados para medição. Quando as medições
são requeridas para comparação com valores previamente calculados, deve ser tido um
maior rigor na medição de forma a ser feita uma comparação válida. Quando as
medições têm o objetivo de monitorizar o estado da instalação, é possível que o leque
de medições a efetuar não seja tão abrangente, podendo compreender localizações mais
espaçadas.

O essencial é que as medições sejam levadas a cabo da mesma forma que a


monitorização. As convenções para a posição de observação e locais de medição são os
adotados na norma EN-13201-3.

43
As condições que poderão levar a algum tipo de imprecisão nas medições estão
identificadas e as precauções que permitam uma diminuição do erro estão previstas e
devidamente referenciadas. Está também disponível o formato a adotar aquando da
apresentação de resultados [Santos, 2011].

4. Características Gerais das Lâmpadas Utilizadas na Iluminação Pública

Nos dias de hoje, relativamente ao tipo de lâmpadas que existem para implementar na
iluminação pública, existem diversos modelos e diferentes tecnologias disponíveis.
Durante vários anos foram implementadas lâmpadas de vapor de mercúrio, no entanto,
estas começaram a ser substituídas por lâmpadas de vapor de sódio, uma vez que
permitem uma diminuição em termos de consumos e são menos nocivas para o
ambiente.

Recentemente, com a evolução tecnológica, tornou-se possível aplicar a tecnologia LED


na iluminação pública, que resulta de uma combinação de díodos, com as características
e requisitos de iluminação adequados a um determinado local.

4.1. Características Gerais de uma Lâmpada

As características que cada lâmpada apresenta são as seguintes, segundo a EN


12665:2002 [Santos, 2011]:

• Fluxo luminoso [lm]: valor inicial do fluxo luminoso da lâmpada, declarada pelo
fabricante responsável, sendo a lâmpada utilizada em condições específicas e após um
curto período de utilização de 100 horas;

• Potência [W]: potência consumida pela lâmpada;

• Fator de sobrevivência (FSL): fração do número total de lâmpadas que continuam a


funcionar num determinado tempo sob determinadas condições e determinadas
frequências de troca;

• Fator de manutenção da luminosidade da lâmpada (FMLL): rácio entre o fluxo


luminoso emitido pela lâmpada num dado momento da sua vida e o fluxo luminoso
inicial;

44
• Eficácia luminosa de uma lâmpada [lm/W]: quociente do fluxo luminoso emitido pela
potência elétrica absorvida;

• CIE 1974 índice geral de cores (Índice de Reprodução de Cores - IRC).

Tabela 7. Classificação do índice de reprodução de cores (IRC) [Santos, 2011].

Existem, também, outras três características igualmente importantes, são elas:

• Temperatura de cor (K);

• Luminância (cd/m2);

• Iluminância (lux ou lm/m2);

4.2. Principais Tipos de Lâmpadas de Iluminação Pública

- Lâmpada de mercúrio de alta pressão

A lâmpada de vapor de mercúrio (HPM) emite luz branco-azulada, cuja emissão se situa
na região do visível dos comprimentos de onda do amarelo, verde e azul. Para este tipo
de lâmpada funcionar com segurança, deve possuir um balastro para limitar a corrente a
valores aceitáveis para o seu funcionamento, e, necessita também de um condensador.

Durante o seu funcionamento, o tubo de descarga de uma lâmpada HPM, contém


mercúrio vaporizado a alta pressão, sendo introduzida uma pequena quantidade de gás,
como o árgon, de mais fácil vaporização para facilitar o arranque.

Assim, existe um elétrodo em cada extremidade do tubo, e, ao lado de cada elétrodo


principal, encontra-se um elétrodo auxiliar de arranque.

Entre o tubo de descarga e a ampola exterior existe normalmente um gás inerte que
estabiliza a lâmpada, mantendo uma temperatura praticamente constante relativamente
às diferentes condições ambientais [Silva, 2014].
45
Figura 4. ilustra um exemplo de uma lâmpada de vapor de mercúrio de alta pressão
[Silva, 2014].

As principais características das lâmpadas de HPM são [Silva, 2014]:

• Eficiência luminosa baixa: 36 a 60 lm/W;

• Índice de restituição de cores baixo: 40 a 57;

• Tempo médio de vida baixo: 10 000 a 16 000 horas;

• Temperatura de cor: 3000 a 5000 K;

• Tempo de arranque e de re-arranque: 4 e 6 minutos;

• Necessitam de aparelhagem auxiliar: balastro e condensador;

• Usadas em iluminação pública e em iluminação industrial.

- Lâmpada de vapor de sódio de baixa pressão

De baixa pressão (LPS) possui na sua constituição elétrodos aquecidos, balastro e


ignitor. Este é o tipo de lâmpada que possui maior rendimento luminoso, chegando a
apresentar uma eficiência luminosa superior a 180 lm/W. No entanto, tem a
desvantagem de possuir um espectro praticamente monocromático na região do
amarelo, o que significa que possui o pior índice de restituição de cor de todas as fontes
luminosas, que é zero. Para além disso, tem um tempo de vida útil muito baixo.

46
Figura 5. Apresenta um exemplo de uma lâmpada de vapor de sódio de baixa pressão
[Silva, 2014].

As principais características de uma lâmpada de LPS são [Silva, 2014]:

• Lâmpadas de maior eficiência luminosa, atingindo os 200 lm/W;

• Índice de restituição de cores praticamente nula;

• Temperatura de cor: 1700 K;

• Tempo médio de vida baixo: 12 000 horas;

• Tempo de arranque e de re-arranque: 10 minutos e instantâneo;

• Necessitam de aparelhagem auxiliar: balastro, ignitor e condensador;

• A luz emitida é monocromática amarela.

- Lâmpada de vapor de sódio de alta pressão

A lâmpada de vapor de sódio de alta pressão (HPS) é uma lâmpada de alta intensidade,
caracterizada por ter uma eficiência luminosa e durabilidade elevadas. A sua utilização
é bastante comum na iluminação exterior e industrial, sendo uma melhor alternativa à
lâmpada de vapor de mercúrio em termos de eficiência luminosa, principalmente
quando o índice de restituição de cor não é uma prioridade. Quanto ao tubo de descarga,
este é feito de um mineral capaz de aguentar a grande intensidade química do vapor de
sódio, havendo temperaturas na ordem dos 700 °C.

47
A tensão de arco existente neste tipo de lâmpada aumenta entre 1 a 2 V por cada 100
horas de funcionamento devido à diminuição da pressão dos gases que compõem a
mistura dentro do tubo de descarga, que resulta da impregnação de sódio nas paredes do
tubo. Este incremento é bastante relevante, uma vez que aumentos de cerca de 10 % no
valor da tensão de arco implicam aumentos entre 20 a 25 % da potência.

Figura 6. encontra-se um exemplo de uma lâmpada de vapor de sódio de alta pressão


[Santos, 2011].

As principais características de uma lâmpada HPS são [Silva, 2014]:

• Emitem luz de aparência amarelo-alaranjada;

• Eficiência luminosa dos 90 lm/W até 140 lm/W;

• Índice de restituição de cores baixo: 20 a 40;

• Temperatura de cor: 1900 a 2500 K;

• Tempo médio de vida razoável: 16 000 a 32 000 horas;

• Tempo de arranque e de re-arranque: 5 minutos e 1 minuto;

• Necessitam de aparelhagem auxiliar: balastro, ignitor e condensador;

• A iluminação com estas lâmpadas causa uma impressão mais agradável do que
com as lâmpadas de HPM.

48
- Tecnologia LED

A tecnologia LED veio revolucionar a forma como se utiliza a luz, permitindo fontes de
iluminação totalmente controláveis e ajustáveis, que podem ser integradas em redes
inteligentes e comunicativas. A transformação de energia elétrica é totalmente diferente
da encontrada em lâmpadas convencionais, pois nos LED este processo é efetuado na
matéria sólida, sendo também denominado de iluminação em estado sólido.

Figura 7. ilustra um exemplo de uma luminária LED

As principais vantagens do uso de LED na IP são [Silva, 2014]:

• Podem emitir luz de uma determinada cor, sem o uso de filtros;

• Pode ser desenhado de modo a focar a luz emitida pontualmente, sem o uso de
refletores externos;

• Não necessitam de sistemas para arrancarem, nem necessitam de arrancadores


nem de ignitores;

• Quando são usados com regulação de fluxo não modificam a tonalidade da cor
da luz emitida com a variação da corrente que os atravessa;

• São bastante robustos em comparação com os restantes tipos de lâmpadas;

• Têm um tempo de vida médio bastante elevado: 35 000 a 100 000 horas;

• Atingem o seu fluxo nominal muito rapidamente (menos de 100 ns);

• Podem ter dimensões muito reduzidas;

49
• Vasta gama de temperaturas de cor;

• Maior conforto visual;

• Elevado índice de restituição de cor: superior a 70;

• Elevada eficiência, mais de 90% da energia consumida é transformada em luz;

• Menor envelhecimento precoce.

• Regulação do fluxo luminoso de 100% até perto dos 0%.

• Os LED não contêm mercúrio prejudicial para o ambiente, ao contrário de todos


os tipos de lâmpadas de vapor de mercúrio e para a maioria de vapor de sódio.

As principais desvantagens do uso de LED em IP são [Silva, 2014]:

• Com o passar dos anos, a luminosidade de um LED não se mantém constante,


podendo-se degradar de forma acentuada;

• Tecnologia de iluminação recente, custos de implantação ainda elevados;

• Distúrbios na rede, levando à necessidade de se investir em sistemas de


proteção;

• Apresentam uma cor branca demasiado fria em alguns casos;

• Necessidade de dispositivos de dissipação de calor nos LED de alta potência,


pois a quantidade de luz emitida pelo LED diminui com o aumento da
temperatura;

• Incerteza na fiabilidade/durabilidade quando expostas à intempérie;

• Dados a longo prazo sobre performance fotométrica não existem devido ao


estado recente da tecnologia;

• Custos de manutenção ainda pouco quantificados;

• Distribuição da luz e uniformidade de brilho ainda não totalmente otimizados;

• Falta de estandardizações e testes de qualidade, resultando numa grande


discrepância na qualidade dos produtos LED;

50
• Dificuldade de produção em massa para reduzir os custos enquanto não houver
especificações e estandardizações para os LED.

4.3. LED – Significado e Propriedades

O LED – Díodo Emissor de Luz – é uma fonte de luz não emissora de calor e com
capacidade de personalizar o fluxo de luz, tanto em luz branca com temperaturas de cor
diferentes (entre os 2700o K e os 6500o K), tais como emissões de luzes de diferentes
cores, e até mesmo a dinâmica luz RGB [Tecnologia LED, 2014].

Em 1962, o investigador Nick Holonyak Jr. da General Eletric, desenvolveu o primeiro


LED capaz de emitir uma luz visível (vermelha). Pouco tempo depois surgiram os
LED’s verdes e amarelos, ficando esta tecnologia limitada a três cores durante décadas.
Só mais tarde, nos anos 80, outras tecnologias de semicondutores permitiram que os
LED’s ganhassem novos formatos e intensificassem o brilho da luz, o que permitiu o
seu uso em semáforos [História do LED, 2011].

O marco histórico dos LED surgiu em 1993, quando os investigadores japoneses Isamu
Akasaki e Hiroshi Amano, juntamente com o cientista Shuji Nakamura, inventaram o
primeiro LED azul de alto brilho. Esta descoberta possibilitou a criação do LED branco.
Desta forma, o LED passou a ser utilizado em grande escala na indústria
automobilística. Finalmente, em 2014, o trio referido anteriormente foi galardoado com
o Prémio Nobel da Física [História do LED, 2011].

Nos anos de 1997 e 1998 apareceram as primeiras luminárias destinadas à arquitetura


produzidas em larga escala, sendo que, em 2000 surgiu o LED Luxeon I, com 25
lúmens num único emissor, marca nunca antes atingida. Daí para a frente a indústria
LED progrediu cada vez mais, de tal forma que nos dias de hoje o seu uso é aplicado em
vários contextos: residências, áreas comerciais, iluminação decorativa, iluminação
pública, e até mesmo iluminação automóvel [História do LED, 2011].

A tecnologia LED é, portanto, uma das maiores promessas no que diz respeito à
iluminação em geral, possuindo uma grande qualidade quando comparada com outro
tipo de luminárias (vapor de sódio, mercúrio, etc). Esta possui luz de qualidade, com
alto rendimento cromático, estabilidade da temperatura ao longo do tempo e brilho; é
51
amiga do ambiente, uma vez que não contém metais pesados como o chumbo e
mercúrio; possui uma enorme durabilidade de cerca de 100000 horas de luz; é bastante
económica, permitindo substituir as lâmpadas tradicionais, por forma a reduzir o
consumo energético até 70 %. Assim sendo, a duração praticamente ilimitada dos
LED’s e a significativa economia de energia, resultam numa redução drástica dos
variados custos relacionados com a manutenção e com as faturas de eletricidade
[Tecnologia LED, 2014].

O LED - Díodo Emissor de Luz – é um dispositivo semicondutor que converte


eletricidade diretamente em luz. A luz emitida é monocromática (possui uma só cor) e é
produzida a partir das interações energéticas dos eletrões. Esta tecnologia funciona em
tensão reduzida (10 V ou 24 V), consumindo em média 1 W, o que permite uma
poupança de energia considerável, com a grande vantagem de praticamente não emitir
radiações infravermelhas ou ultravioletas. Para além destas, existem outras variadas
vantagens: dimensão compacta, longo tempo de vida, baixos requisitos de manutenção,
luz branca, longa durabilidade, e várias capacidades de design.

Figura 8. mostra o esquema típico de um LED.

O fluxo direcional dos LED permite que a luz seja direcionada com precisão para a área
a iluminar, reduzindo deste modo a luz intrusiva e proporcionando uma iluminação de
muito melhor qualidade.

Por forma a obter uma potência total a emitir por uma luminária a LED é necessário
efetuar uma combinação de vários LED, até se perfazer a potência total pretendida.
Uma desvantagem do uso desta tecnologia é a sua fraca aplicabilidade em altas

52
potências dado que, quando aumenta a potência, torna-se necessário incrementar o
número de LEDs. Deste modo, apenas se consegue obter uma poupança significativa
com a utilização da tecnologia LED quando a mesma é aplicada às baixas potências.

Outras desvantagens são o facto de o ângulo de abertura ser baixo, possuir uma cor
branca muito fria, ter um custo mais alto comparativamente com outro tipo de
luminárias [Santos, 2011].

A tabela 8. apresenta as diferentes características dos diversos tipos de lâmpadas


[Santos, 2011].

Pela análise da mesma, é, sem dúvida notória a diferença de características da


tecnologia LED em comparação com as das outras tecnologias, pois em quase todos os
aspetos essenciais os valores obtidos são bastante melhores.

4.3.1. Caracteristicas das Luminárias do tipo LED

Uma luminária do tipo LED consiste num dispositivo que distribui, filtra ou transforma
a luz transmitida por um ou mais LEDs e que inclui todas as peças necessárias para

53
apoio, fixação e proteção dos LEDs (mas não as luzes em si), e, quando necessário,
auxiliares de circuito, em conjunto com os meios para fazer a ligação à fonte.

À semelhança do que acontece com todo o tipo de luminárias, estas têm igualmente, de
obedecer a várias normas, sendo posteriormente adquiridas pela EDP Distribuição ou
por outras entidades, para inserir nas redes de distribuição. O objetivo de
implementação deste tipo de luminárias é o de proporcionar boa visibilidade para os
utilizadores de zonas públicas, durante as horas de escuridão, permitindo haver a devida
segurança pessoal e rodoviária, de acordo com a norma de EN13201-1.

De acordo com a diretiva DMA-C71-111/N do regulamento da EDP Distribuição de


Julho de 2013, os principais elementos a ter em conta relativamente à identificação das
luminárias são:

• Corrente de alimentação – Corrente nos terminais de alimentação quando a


luminária está estabilizada em utilização normal à tensão ou frequência nominal;

• Proteção fotobiológica – Característica cujo objetivo é tornar a radiação


luminosa emitida menos nociva para o meio vivo;

• Controlador da alimentação (driver) – Converte a tensão alterna da rede em


tensão contínua de forma a alimentar todos os componentes eletrónicos da
luminária e a controlar a corrente fornecida nos vários modos de funcionamento
dos LEDs;

• Corpo principal - Componente onde se instalam os equipamentos eletrónicos,


fonte de luz e sensores, sendo também responsável pela correta dissipação do
calor através do processo de condução térmica, pelo que deverá estar
dimensionado e desenhado de acordo com as especificações térmicas do LED
utilizado;

• Difusor - Dispositivo que serve para modificar a repartição espacial do fluxo


luminoso de uma fonte de luz utilizando essencialmente o fenómeno de difusão;

• Lente primária - Parte ótica integrante do LED;

• Lente secundária - Qualquer ótica que seja adicionada ao LED na fase de


integração do mesmo na luminária;

54
• Módulo de LEDs - Unidade fornecida como fonte luminosa que pode conter um
ou mais LEDs. Pode eventualmente conter entre outros componentes como:
óticas, componentes elétricos, mecânicos ou eletrónicos;

• Eficácia luminosa da luminária (lm. W-1) - Quociente do fluxo emitido pela


fonte e a potência consumida por esta;

• Surround Ratio (SR) - Razão entre iluminância média nas faixas exteriores da
estrada e a iluminância média nas faixas interiores da estrada;

• Threshold Increment (TI) - Medida da perda de visibilidade causada pelo


ofuscamento
provocado pela luminária;

• Altura nominal da coluna - Distância entre o ponto de fixação da luminária e o


solo;

• Altura total do poste - Distância entre o topo e a base do poste;

• Altura útil da luminária - Distância da luminária ao solo;

• Grau de poluição 3 - Presença de uma poluição condutora ou poluição seca não


condutora que se torna condutora devido à condensação que se pode produzir
(subsecção 4.6.2 da IEC 60664-1);

• DLOR - Razão entre o fluxo emitido para baixo sob condições específicas com
os LEDs introduzidos no interior do corpo da luminária e a soma do fluxo dos
módulos de LEDs fora da luminária (VEI 845-09-40);

• LOR - Razão entre o fluxo total da luminária medida sob condições específicas
com o (s) LEDs introduzidos no interior do corpo da luminária e a soma dos
fluxos luminosos dos módulos de leds operando fora da luminária;

• ULOR - Razão entre o fluxo emitido para cima sob condições específicas com
os
módulos LEDs introduzidos no interior da luminária e a soma do fluxo dos
módulos de
leds operando fora da luminária (VEI 845-09-40);

55
• Fator de manutenção do fluxo luminoso - Relação do fluxo luminoso da fonte
de luz num dado momento da sua vida e o fluxo luminoso inicial (exprime-se
normalmente em percentagem).

4.3.2. Condições Normais de Serviço das Luminárias

Para o normal funcionamento nas condições normais de serviço das luminárias terão de
ser cumpridos os seguintes requisitos, segundo a diretiva DMA-C71-111/N:

• Temperatura do ar ambiente no local de instalação, compreendida entre -5 °C e


+40 °C, com um valor médio num período de 24 horas que não exceda +35 °C e
com um valor médio anual que não exceda os +20 ºC;

• Radiação solar não superior a 1000 W/m2 (num dia de céu limpo, ao meio-dia);

• Altitude não superior a 2000 m;

• Grau de poluição 3, de acordo com a secção 4.6.2 da IEC60664-1;

• Categoria de sobretensão II – 2,5 kV (IEC 60664-1- anexo U da IEC 60598-1);

• Velocidade do vento não excede os 42 m/s, de acordo com a secção 3.6.3 da IEC
60598-2-3.

As luminárias serão alimentadas pela rede de distribuição de energia elétrica de baixa


tensão da EDP Distribuição, cujas características elétricas se encontram na tabela 9,
[EDP, 2013].

Tabela 9, [EDP, 2013].

4.3.3. Requisitos de Fixação

As luminárias são fixadas em colunas com braço e colunas direitas, numa peça tubular
com 60 mm de diâmetro exterior. No caso de fixação em poste ou parede estas são
fixadas em tubos de aço galvanizado de diâmetro exterior, de 42 ou 60 mm.
56
As luminárias devem ser preparadas para ligação à rede de iluminação, através de
condutores com as seguintes dimensões:

- 2,5 mm2 para luminárias alimentadas por rede subterrânea;

- 4 mm2 para luminárias alimentadas por rede aérea.

Estas devem possuir um espaço adequado com tampa que, quando aberta, facilite o
acesso aos acessórios e ligações que se encontram no interior, sendo que a ligação das
mesmas à rede é feita pelo interior do tubo de fixação.

4.3.4. Classificação das Luminárias

As luminárias classificam-se de acordo os seguintes parâmetros:

• Proteção contra choques elétricos – As luminárias podem ser de classe I ou II,


de acordo com a norma EN 60598-1;

• Proteção contra a penetração de resíduos – O compartimento que inclua


módulo de LEDs e o driver deverá ser ensaiado para um grau de proteção
mínimo IP 66.

O compartimento de ligação à rede, caso exista, deverá ser previsto para grau de
proteção mínimo IP 54. O grau de proteção deverá cumprir com a norma EN 60598-
1;

• Condições de utilização – As luminárias devem ser concebidas para condições


de utilização normal, de acordo com a norma EN 60598-1;

• Proteção fotobiológica – Os riscos da radiação visível das luminárias LED têm


de ser avaliados e classificados de acordo com os requisitos da norma IEC
62471-2 (Photobiological Safety of Lamps and Lamp Systems). De acordo com
os perfis dessa norma, a luminária LED deve enquadrar-se no perfil do tipo
baixo risco (Grupo 1 – Low Risk).

57
4.3.5. Características da Iluminação Pública quanto à Distribuição das Luminárias

Neste tipo de projetos devem ser tidos em conta a classificação de vias, bem como os
seguintes critérios para os cálculos fotométricos, apresentados pela figura 9.:

H ≥ L e e ≥ 3.5 H (mínimo)

Sendo:

L = largura da pista de rolamento (mais acostamento quando houver);

H = altura de montagem da luminária;

e = espaçamento entre postes.

Figura 9. Configuração típica p/ projectos especiais IP [CEMIG, 2012].

Tipicamente, nos centros urbanos, há circulação de muitos peões, e, portanto, o


espaçamento na via pública tende a ser reduzido devido à distribuição da iluminação
pública. Considerando a largura da via (L), altura de montagem da luminária (H), e,
caso exista, a largura do canteiro central (D), são utilizadas as seguintes alternativas
relativamente à distribuição de postes:

• Posteação unilateral;

• Posteação bilateral alternada;

• Posteação bilateral frente a frente;

58
• Posteação no canteiro central.

A. Posteação unilateral
Este modelo deve ser utilizado quando a largura da faixa de rodagem for menor ou igual
à altura de montagem da luminária, de acordo com a figura 10.

Figura 10. Posteação Unilateral [CEMIG, 2012].

B. Posteação bilateral alternada

Este modelo é aplicado quando a largura da faixa de rodagem estiver entre 1 e 1,6 vezes
a altura da montagem da luminária, de acordo com a figura 11.

Figura 11. Posteação Bilateral alternada [CEMIG, 2012].

C. Posteação bilateral frente a frente

Este modelo deve ser utilizado quando a largura da faixa de rodagem for 1,6 vezes
maior que a altura de montagem da luminária, conforme a figura 12.

59
Figura 12. Posteação Bilateral frente a frente [CEMIG, 2012].

D. Posteação no canteiro central

Este modelo deve ser implementado com suporte quando a largura da faixa de rodagem
for menor ou igual à altura de montagem e quando a largura do canteiro central (D) não
ultrapassar 3 metros, de acordo com a figura 13.

Figura 13. Posteação no canteiro central [CEMIG, 2012].

No caso de haver canteiros centrais com largura entre 3 e 6 metros, ou canteiro central
com largura menor que 3 metros e largura de faixa de rodagem maior que 1,6 da altura
de montagem, devem ser utilizadas as alternativas com postes e chicotes de acordo com
a figura 14.

60
Figura 14. Posteação Central com poste chicote [CEMIG, 2012].

Para canteiros centrais com largura igual ou maior que 6 metros, deve ser utilizada uma
das alternativas como mostra a figura 15.

Figura 15. Posteação Central em canteiros maior que 6 metros [CEMIG, 2012].

61
5. Simulação a realidade local
5.1.Cidade atual

Figura 16. Cidade da Beira [bairro Macurrungo] [google earth, 2022].

Latitude / Longitude: 19° 50' 37" S / 34° 50' 20" E | Fuso horário: UTC+2 | Moeda:
MZN | Telefone: 258;

A Beira é uma cidade de Moçambique, capital da província de Sofala. Tem o estatuto de


cidade desde 20 de Agosto de 1907 e, do ponto de vista administrativo, é um município
com governo local eleito; e é também, desde Dezembro de 2013, um distrito, uma
unidade local do governo central, dirigido por um administrador. Beira é hoje a quarta
maior cidade de Moçambique, após as cidades de Matola, Maputo e Nampula, contando
com uma população de 592090 habitantes de acordo com o Censo de 2017.

A cidade da Beira foi originalmente desenvolvida pela Companhia de Moçambique no


século XIX, e depois diretamente pelo governo colonial português entre 1942 e 1975,
ano em que Moçambique obteve sua independência de Portugal. Atualmente a cidade se
encontra modernizada, embora ainda mantenha algumas áreas degradadas e
problemáticas, como é o caso do Grande Hotel da Beira.

Após a independência de Portugal em 1975, a maioria dos portugueses deixaram a


cidade. Moçambique foi devastado por uma guerra civil entre 1976 e 1992, que opunha
os marxistas da FRELIMO, que controlavam o governo, e os rebeldes da RENAMO,
chegando próximo ao caos total em dois anos e gerando fome, doença e miséria.

62
O Grande Hotel foi ocupado por cerca de 1.000 beirenses desabrigados, e no fim da
guerra civil, a cidade estava bastante degradada.

Em 2000, a Beira e as zonas próximas foram devastadas por inundações que deixaram
milhões de desabrigados e causaram graves danos à economia local.

Em Março de 2019, o Ciclone Idai devastou a Beira, destruindo 90% da cidade.

5.1.1. Geografia

A cidade da Beira, capital da província de Sofala, está localizada a cerca de 1.190 km a


norte de Maputo, no centro da costa do Oceano Índico. É uma cidade portuária no Canal
de Moçambique. O município tem uma área de 633 km², uma altitude média de 14
metros acima do nível do mar e está situado nas coordenadas 19° 50' sul e 34° 51' leste.
Tem limite ao norte e oeste com o distrito de Dondo, a leste com o Oceano Índico e ao
sul com o distrito do Búzi.

A cidade está localizada numa região pantanosa, junto à foz do Rio Púnguè, e sobre
alongamentos de dunas de areia ao longo da costa do Índico. A vegetação natural é
caracterizada por terras baixas e litoral com mangais.

5.1.2. Clima

A cidade da Beira é caracterizada por um clima tropical húmido chuvoso de savana,


com temperaturas elevadas e húmidas no verão, especialmente durante a estação das
monções de verão (hemisfério sul) de Outubro a Fevereiro.

5.1.3. Economia

A cidade vive do comércio e do porto, que movimenta carga geral (carga solta/não
contentorizada), mas também existe um terminal de contentores. A cidade está na
origem de dois corredores de transporte.

O Corredor da Beira liga ao Zimbabué, por via rodoviária e ferroviária e facilita o


acesso do interior do continente ao litoral como, por exemplo, de Lusaka, capital da
Zâmbia, país sem acesso directo ao mar. O segundo corredor liga ao Malawi e é neste
momento exclusivamente rodoviário.

63
Depois de atravessar o rio Zambeze pela Ponte Dona Ana, a linha ferroviária toma o
sentido noroeste em direcção a Moatize para servir as minas de carvão locais. O ramal
que ligava ao Malawi ainda não foi reabilitado.

Todas essas ferrovias têm "bitola do Cabo" e podem carregar uma carga por eixo de 16t,
e 17t no Zimbabué.

O porto comunica, através de um sistema de rádio com a Cidade do Cabo e, assim,


indirectamente com todos os outros portos mais importantes do mundo. Os principais
produtos de exportação do porto são açúcar, tabaco, milho, algodão, fibra de pita agave,
cromo, minério de ferro, cobre, chumbo, carvão.

O Corredor da Beira contém também um oleoduto que liga o porto da Beira ao


Zimbabué.

A cidade da Beira é o segundo maior parque industrial do país logo após a Matola.

5.2. Delimitação da área em estudo

Figura 17. Bairro Muave – Zona em Expansão [google earth, 2021].

A área escolhida parte do pressuposto de ser uma área estratégica e acessível pela rua
arterial – Carlos Pereira, constituindo uma grande valia para a valorização do local e
acessibilidade da mesma.

64
Contudo por estar inserido num cenário de uma zona em expansão, alberga mais valor
ao plano que se desenvolve e cria uma unidade entre o existente e o projectado para
zona em caso.

A área em estudo interceta os bairros de Chota na maior proporção, Manga Mascarenha


na menor proporção e o bairro de Muave na segunda maior proporção, com área de
30,7ha.

Figura 18. Parcela do Bairro Muave – Acesso [google Mapas, 2021].

Feita a base de alcatrão a rua Carlos Pereira destaca-se sendo a rua que comunica a área
destinada ao assentamento ao resto da cidade.

5.2.1.Densidade Populacional da Cidade da Beira no contexo urbano em estudo

A seguinte tabela contem os dados populacionais da Cidade da Beira, sem excepção de


Género e/ou idade em cada bairro. Fonte: Senso 2017. E a partir da tabela, pode se notar
que a distribuição populacional está dispersa ao longo do gradiente havendo zonas ao
longo dos troços com uma densidade populacional maior e/ou menor que a anterior.
Destaco como exemplo os bairros de Esturro com Densidade populacional de
15.27358693 HAB./Km2 e Ponta-Gêa com densidade populacional de 6.637641584
HAB./Km2

65
CIDADE DA BEIRA
Divisao Administrativa Populacao Area Km2 Densidade Populacional (HAB./Km2) Grafico
CHAIMITE 14,316 1,57812112 9,071547056 9
CHIPANGARA 25,703 1,9057024 13,48741545 13
ESTURRO 23,97 1,56937595 15,27358693 15
MACURUNGO 35,173 2,39727154 14,67209676 15
MACUTI 18,393 2,56744365 7,163935224 7
MATACUANE 41,529 2,10937631 19,68781 20
PIONEIROS 5,368 2,36180348 2,272839398 2
PONTA-GEA 20,145 3,03496351 6,637641584 7
MUNHAVA CENTRAL 33,779 9,35744721 3,609852051 4
CHOTA 22,272 14,41996633 1,544525104 2
Tabela 10, [Senso 2017].

• Iluminação pública:

A Zona é assegurada por iluminação publica, e um Posto de transformação de energia


logo ao pé do terreno;

Figura 19. Por: Autores – Ilustração de alguns postes de iluminação;

A área inntervista surge como um espaço de simulação dos conceitos abordados ao


longo do trabalho. Escolhida a área foi realizada o parcelamento e atribuição de alguns
serviços urbanos não destacados e desenvolvidos, buscando focaizar na iluminção
pública que é o principal foco do trabalho. As vias evidenciadas se apresentam de
diversas dimensões, se encaixando aos diversos modemos anteriormente apresentados,
dos quais atraveis de medições foi possível exemplificar a aplicação da solução
sustentável para duas realidades vivenciadas no local.

66
Figura 20. Por: Autores – Ilustração do parcelamento base;

Figura 21. Por: Autores – Ilustração de um perfil ilustrativo;

67
Figura 22. Por: Autores – Ilustração de um perfil ilustrativo A-A;

68
5.3.Anexo

69
6. Considerações Finais

A sustentabilidade agrega melhorias no âmbito social, ambiental e economico, o que de


algum modo se vivência de forma fragilizada e se deve tomar alguma medida à respeito.
O plano aqui proposto sugere a melhoria da rede de distribuição pública de modo que
possa ser benéfico nos três pilares da sustentabilidade anteriormente abordado no
desenvolvimento do trabalho. Socialmente se criar harmonia com a redução de
criminalidade no seio da população, através de espaços iluminados.

Ambientalmente, agrega-se um consideravel progresso na redução da taxa de poluição


ambiental com o uso de equipamentos de baixo indice de liberação de CO2.

Economicamente manifesta-se na viabilidade de gastos comódos e dinâmicos e ganhos


na perspectiva de custo e benefício perante as melhorias a qual são propostas.

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7. Referências Bibliográficas
BALMFORD, A.;. BRUNER, A.;. COOPER, P.; et.al. Economic Reason for
Conserving Wild Nature. Science. Vol.297, 2002.

Silva, D. (2014). Medidas de Eficiência Energética em Redes de IP. Dissertação de


mestrado, Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto, Porto.

Tecnologia LED (2014). (disponível em http://www.mega8.pt/tag/iluminacao-


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Santos, C. (2011). Iluminação Pública e Sustentabilidade Energética. Dissertação de


mestrado, Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto, Porto.

História do LED (2011). (disponível em http://www.golden.blog.br/historia-led/).

Energy Efficiency (2015). http://blog.isaenergy.pt/2015/12/17/iluminacao-publica-


comogerir-o maior-consumidor-energetico-nas-autarquias/. Virtual Power Solutions
(página Internet oficial), Coimbra.

CEN (2004). EN 13201-1, Road Lighting – Part 1: Selection of Lighting Classes


(disponível em
http://www.arpa.fvg.it/export/sites/default/istituzionale/servizi/inquinamento_luminoso/
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CEN (2015). EN 13201-2, Road Lighting – Part 2: Performance Requirements
(disponível em https://kupdf.com/download/bs-en-13201-2
2015_598033bfdc0d6023062bb180_pdf).
CEN (2015). EN 13201-3, Road Lighting – Part 3: Calculation of Performance
(disponível em file:///C:/Users/User/Downloads/I.S.EN13201-3-2015%20(1).pdf).

CEN (2015). EN 13201-4, Road Lighting – Part 4: Methods of Measuring Lighting


Performance (disponível em https://kupdf.com/download/en13201
4_59804469dc0d6042092bb17d_pdf). CEMIG (2012). Projetos de Iluminação Pública.
Companhia Energética de Minas Gerais, Brasil.

CEN (2003). https://www.fer.unizg.hr/_download/repository/en_13201-2_.pdf. Road


lighting - Part 2: Performance requirements, Bruxelas.

O AUTARCA – Jornal Independente, Sexta-feira – 19/08/16, Edição nº 3129.

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