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A TEORIA DA ALIENAÇÃO
EM MARX
Tradução
Isa lavares
E DiT &GÊÉEiAL
Copyrighi dessa edicão O Botteropo Edirorial, 2008
LCinordeveção Pedlgon:
Ivana Jinkures
Ara Paula Castellavi
Traducão
ksa Tavares
Revisão de credução
Edison Libano
Bevisão de sec
Marina Ruivo
tdivoração eletrônico
Capp Design
Capa
Antonio Kehi
Produção
Marcel tha
Irripressda e acrbamento
Barzuits
GIP-BRASHL CATALOGAÇÃO NA
SENTIECADO NACIHORNAL DOS EDITORES DE LIVEUIS, RE]
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Tavares.
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e) de seu “ser genérico” (de seu ser como membro da espécie hurmanal:
À segunda, por sua vez, é à expressão da relação do trabalho com o ate de produção
no interíor do processo de trabalho, isto &, a relação do crabalhador com sua
própria
atividade como uma atividade alheia que não lhe oferece satisfação em si e por si
sv mesma, mas apenas pelo ato de vendê-la a outra pessoa. (Isso significa que não é
a
So CAtiidade em si que lhe proporciona satisfação, mas uma propriedade abstrata
dele: a
* possibilidade de vendê-la em certas Sondições.) Marx também chama à primeira ca-
DO, racrerística “estranhamento da cofia”, e à segunda “auto-estranhamento”.
V 24 O terceiro aspecto — à alienação do homem com relação ao seu ser genérico —
está
o relacionada com a concepção segundo à qua! o objeto do trabalho é a ebjerivação
da vida
da espécie brameana, pois o homem “se duplica não apenas na consciência,
intelectualimentel,
mas operativa, eleriva/ mente], contemplando-se, por isso, a si mesmo num mundo
criado
por die”, O trabalho alienado, porém, faz “do ser genérico do homem, tanto da
narureza
quanto da faculdade genérica espiritual dele, um ser estranho a ele, um meio da sus
existência individual, Estranha do homem o seu próprio corpo, assim como à natureza
fora dele, tal como à sua essência espiritual, à sua essência humana”.
À terceira característica está implícita nas duas primeiras, sendo expressão delas
em temos de relações brnmanas, como também o é a Guara característica anseriormente
mencionada, Porém, enquanto ao formular à terceira caracrerística Marx levou em
conta os efeitos da alienação do trabalho — tanto como “estranhamento da coisa”
quanto
como “auto-estranhamento” — com respeito à relação do homem com « Brumanidade em
geral Listo é, à alienação da “condição humana” no curso de seu rebaixamento por
meio de processos capitalistas), na quarta ele as está considerando tendo em vista
x
relação do homem com oniros Homens, Como atirma NMarx sobre esta última:
Ninguém deve deixar-se enganar pela primeira impressão ao ler, além de extratos
de livros, observações fragmentárias, alusões sumárias e formulações paradoxais,
expres-
sas num estilo aforístico. Um exame mais atento revelaria que os Manuscritos de
Faris
estão estruturados de maneira muico mais sólida do que uma primeira impressão
poderia sugerir, Como já dissemos, as Idéias particulares dos Manuscritos só
adquirem
seu significado pleno em relação ao significado geral do trabalhe como um todo,
Dito
de oucro modo, as observações feitas por Marx acerca de uma erande variedade de
questões não podem ser plenamente compreendidas senão como partes estreitamente
inter-relacionadas de um sistema de idéias coerente. Os Manuscritos de [844
constituem
O primeiro sistema abrangente de Marx. Nesse sistema, cada ponto particular é
“multidimensional”: liga-se 2 todos os outros pontos do sistema marxiano de idéias:
está implicado por eles assim como os implica, (O problema da relação entre
alienação
é consciência, por exemplo, nunca é examinado isoladamente, mas — em agudo
contraste
com outras abordagens fuosóficas do problema -— como algo que acupa um lugar
determi-
nado no sistema das atividades humanas; porquanto apoiade sobre a base sociocco-
nômica é em constante interação com ela.)
sacos
aqui em muiro mais do que ae Giraçtes influências intelecruais, 1 conceiro de
alienação
pertence à tima vasta e complexa problemática, com uma longa história própria. Às
preocupações com essa problemática — em formas que vão da Bíblia a trabathos
tirerários.
bem como 2 tratados sobre direito, economia € filosofia — refletem tendências
objetivas
do desenvolvimento europeu, desde a escravidão até à era de cransição do
capitalismo
para o socialismo. As influências intelectuais, revelando continuidades importantes
que
perpassam as transformações das estruturas sociais, só adquirem sua significação
real se
consideradas nesse quadro objetivo de desenvolvimento, Se avaliadas dessa forma,
sua
importância — longe de esgorar-se na mera curiosidade histórica — dificilmente
poder
ser exagerada: precisamente porque elas indicam a profundidade das raízes de certas
problemáricas, bem como a reletiva autonomia das formas de pensamento nas quais
elas
se refletem”,
Muguns dos temas principais das modernas teorias da alienação surgiram no pensa-
Munto europeu, de uma forma ou de outra, muitos séculos atrás. Para seguis em
uUttalhe o seu desenvolvimento seriam necessários cepiosos volumes. Nas poucas
pági-
| nes de que dispornos não podermos tentar mais do que delinear as tendências
gerais
j desse desenvolvimento, descrevendo suas principais características na medi
& Cm que
nt.
1. A ABORDAGEM JUDAICO-CRISTA
t+ primeiro aspecto que devemos considerar é o lamento por ter sido “alienado
v con relação a Deus” (ou haver “perdido a Graça"), que pertence à herança comum da
mitologra judaico-cristã. À ordem divina, afirma-se, foi violada; o homem alienou-
se
' das “caminhos de Deus”, seja simplesmente pela “queda do homem ou mais tarde
pelas “idolatrias sombrias de fudá alienada *, ou, ainda mais tarde, pelo
comporramen-
, diferenças de longo alcance prevalecem em outros aspectos. Pois a forma pela qual
se
t x vislumbra à transcendência messiánica da alienação não é uma questão
indiferente.
“Lembrai-vos”, diz Paulo, o Apóstolo,
que estáveis sem Cristo, sendo alheios 2 comuntdade de Israel, e estranhos aos
cestamentos, não
4 tundo esperança, é sem Deus no mundo, Mas agora em Cristo Jesus vós, que outrora
estáveis
à me, fostes aproximados pelo Sangue de Cristo, Et Pertanto, agora não sois
hóspedes nom
é sicerces dos apóstolos e proferas, dos quais 0 próprio jesus é à pedra angular,
sobre a qual todo
14 edifício, bem ordenado, se levanta para ser um templo santo no Senhor: sobre o
quai vós
também sois juntamente edificados para à morada de Deus, por meio do Espirito!
Assim, em sua universalidade o cristianismo anuncia a solução imaginária da auto-
alienação humana na forma do “mistério de Cristo”, Esse mistério postula à reconci-
liação das contradições que fizeram com que grupos de pessoas se epusessem mutua-
Mense como “estranhos”, "estrangeiros, inimigos”, Não é apenas um rellexo de uma
fornia específica de luta social, mas ao mesmo tempo mambénm sua “resolução”
mística,
o que levou Marx 2 escrever:
O judaísmo, em seu realismo “cry”, reflete de uma maneira muito mais imedino o
verdadeiro estado de coisas, advogando uma continuação praticamente tnterminável -
da extensão de seus poderes mundanos — ou seja, defendendo uma solução “yvase
messiánica” na terra: é por isso que não tem nenhuma pressa quanto à chegada de seu
Messias — na forma de dois postulados complementares: ”
[O] judaísmo atinge seu apogeu com a perfeição da sociedade cheil; mas este só
alcam
perfeição no mundo crissão. Só sob 4 influência do cristianismo, que objetiva todas
as rula ]
nacionais, nacurais, morais « ceóricas, podera 2 sociedade civil separar-se
completamente da 7
vida do Estado, separar codes os vínculos genéricos da homem, colocar em seu lugar
o epofano Í
antagónicos.!
Tom
que morreu por si mesmo; dá-o para que o coma, ou vende-o ao CHFANDO, QUE ESTA às
ruas porcas, para que possa comé-lo; pois tu és um povo santo do Senhor, teu Eicis'
Muito mais importante no sentido prático foi a proibição absoluta imposta à
exploração
dos filhos de Judá pela usura: “Se emprestares dinheiro a qualquer de meu povo que
sela
pobre, não 6 apertatás como um exacror, nem o oprimirás com usura, À usuros era
E the fetiib question, em Kacl Mare, Early weiting (trad. e om, TB. Banomore,
Londres, CA Ni im dx
Co. 193), p, 39 [ed, bras: À guestão judeíc, 5. ed. São Paulo, Centauro, 206557.
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Quo, E judaísmo CO COSTIANSMO CEXPISSSANO 35 contradições da pare
permitida nas transações com estranhos, mas não com “immãos”. Em contraste, o crist
do
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cristianismo, estabelecida como uma sérte de “tios puramente formais com os quais o
muro do interesse pessoal se cerca 'º, (Sobre a importância da usura e às
controvérsias
ra a realização deseo
vssa distinção, por uma razão ou por outra, poderia levar — como ocorreu do lonsso
dos
(EMpos — à UM anti-semitismo à caça de bodes expratórios. Às condições albjetivas
do
tesenvolvimento social suropeu, da dissolução da sociedade pré-feudal até e manto
universal do capitalismo sobre o feudalismo, devem ser avaliadas em sua complesid
abrangente, da qual o judaísmo, como fenômeno sociológico, é apenas uma parte, por
tais importante que renha sido em certas fases desse desenvolvimento,
ade
dude para lixar com suas contradições interrias, Representam ambos tentarvas de
uma cranscendência imaginária dessas contradições, de uma "resxpropriação alusó-
rt da “essência humana por meio de uma substicuíção fictícia do estado de aliens
alidade contra
: : " u .. HO: SS
ná supress
den,
Grigens do conceito de alienação às
2 numa for-
dade” (com que 6 “mundo do interesse pessoal se cerca) — conservadas « por vozes
até gresmo inrensificadas pelo deísmo e pelo ateísmo humanista -— tornaramese aguo
parcialidade egoísta deve ser elevada à “universalidade” para à sua teali o dinamê-
:
fo socineconómico subjacente é ao mesmo tempo “autocentrado" e “di 3 para foro, -
demos que ele se volta contra o mero fenômeno sociológico da parcialidade judaica,
e não contra “a estreireza judaica da sociedade”; ele araca 2 parcialidade em seu
imediatismo limitado, e com isso não só não enfrenta o problema real: a parciali
de do interesse pessoal capitalista transformado no princípio universal dominante
da
sociedade, mas apóia ativamente seu próprio objeto de ataque, por meio dessa mis-
rificação dessrientadora,)
solução continuaria sendo apenas uma oposição conceitual absrrata, À novidade hi:
Tica da solução de Marx consistia em definir o problema em remos doe conceiro
Temos também de ressaltar nesse contexto que Marx nada tinha que ver Com 1
“humanismo” abstrato, porque se opôs, desde o início — como podemos ves nas
citações
extraídas de À quentão judaiça, escrivo em 1843 —, às Uusões de uma seniveriaiidade
abitrata como sendo um mero postulado, um dever” imporente, uma fict
"reapropriação da condição humana náo-alicnada”. Não há vestigio, portanto, do que
se poderia chamar de “conceitos ideológicos” no pensamento do jovem NG
escreveu À questão judaica, t muito menos nas reflexões muito mais concreras do
poato de vista socioeconômico contidas nos Afanuvserivos econôntico-fitoníficos,
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Cconcéico
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x. que
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se sido considera
FFIEAA,
rh fes teciof far 574, Citado por Marx em seu ensaio “En ubhe Jewish quest
Adun Sovidh sia inguiey tinto he narure aro cases af tor west af sutien 117 dicho
Evervran, + É
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"ia bevetevois ne peur pas aliener la chose de la commene san e commendenen de noi
Livre de jostíce e! de plair, Paris, 1859, p. 47),
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inscuo pen de stor gone et Galiener par sa volenc fem À À. Tecugnos, gr. slalses
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Iisidens. po 371, Kar foi musa infhienciado por Adam Ami e atribuía às ideias dest
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Lrigens do conceito de alienado 38
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E coleiras
uma “frente contra 5 mundo”. Não é de surpreender, igualmente, Que naquelas vir
eunstâncias as recomendações de Goethe tivessem de permanecer como postulados
úpicos. Poi rd ial da “sociedade civil” só s cria sustentar com base
utópicos. Pois a ordem socia sociedade civil só se poderia sustentar com base na
conversão das várias áreas da experiência humana em “mercadorias vendáveis . e só
poderia seguir, relativamente imperturbável, o seu curso de desenvolvimento SINEO
essa mercantilização universal de todas às faceças da vida humana, inclusive
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privadas, não alcançasse seu ponto de sarufiert,
Rael Marx, Or she fetish guesias, viu, q 39. "A venda é a prática da alientção” CEC
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Íohano Wsligane von Goeebe, Dica ed Whlebeir, Sânuliche Werke Esturgar e Perla, to
Ati, TODZL O 24, p. dE
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