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István Mészáros

A TEORIA DA ALIENAÇÃO
EM MARX

Tradução
Isa lavares

E DiT &GÊÉEiAL
Copyrighi dessa edicão O Botteropo Edirorial, 2008

Copyrogh t 6& Istváo Mésnzáros, 19870


1 edição em portuagês publicada pela Zahar Ficar
tmn 1981 com u titulo Adars: a tueria es elienmção

LCinordeveção Pedlgon:
Ivana Jinkures
Ara Paula Castellavi
Traducão
ksa Tavares
Revisão de credução
Edison Libano
Bevisão de sec
Marina Ruivo
tdivoração eletrônico
Capp Design
Capa
Antonio Kehi
Produção
Marcel tha

Irripressda e acrbamento
Barzuits

GIP-BRASHL CATALOGAÇÃO NA
SENTIECADO NACIHORNAL DOS EDITORES DE LIVEUIS, RE]

MS

Mésgicos, lstván, E940.


À, teoria da alienação em Mare! Iseván Plésziros ; tradução li:
São Taulo : Boitempo, 26608

Tavares.

28%%6p, ; Mundo do rrabatho)

Tradução de : Merss dieory of alenatúon (rh eb

Enc bibliografia

ISBN 78-85-7959 08H05

1, Marx, Karl, 1818-1883, 2. Alienação fEdosofias. [ Eírulo,

GO- 1340 CD já
Lil Asi,

Tedos us direieos reservados. Nenhuma sara deste livro pode ser


utilizada ou reproduzida sem à expressa aurorizas

vudiosro

E kd

7º edição: mais de JOSh


E peimpressão: agosto de 2007
BEFUVEMPO EDTPORIAL
Jinkings Edizores Associados Lda,
Runa Euclides de Apdrasze. 27 Pordizes
OSOHLOIO São Paulo SP
Telifax: (13) 3875-7250 í/ 3872-0808
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sie: aew. boitemposdizorial. com.br


o RE rir man dae cia cms rosa truta cad

3. Complexidade do conceito-chave: alienação?. Esse problema representa uma das


maiores dificuldades. O conceito de alienação de Marx tem quatro aspecros princi-
pais, que são os seguintes:

Em alemão, as palavess Entárisersoas, Entfrenidme e Veriussersro são usadas para


significar “alinnaçõo” eu
“estranhamento”. Fntduoereng e Ensffremdung são usadas com muico mais Frequencia
por tare doe que
Vêrítusserang, que é, como Marx a define, “die Praxis der Entâusserung” (a prática
da alienação) (Mars-Engels,
Werke [dorsvante abreviado MENWEL « 1, E. 376, ou, em outro echo, "Far der
Entitunerang fo au do
7 A teoria da alienação em Marx

à) vu homem está alienado da sazuçeza;

b; está alienado de si mesmo (de sua própria atividade),

e) de seu “ser genérico” (de seu ser como membro da espécie hurmanal:

1; o homem está alienado do Afemem (dos outros homens).

À primeira dessas quatro caracrerísticas do “trabalho alienado” expressa a relação


do irabalhador com o produto de seu trabalho, que é ao mesmo tempo, segundo Marx,
sus relação com o mundo sensível exterior, com os objetos da natureza,

À segunda, por sua vez, é à expressão da relação do trabalho com o ate de produção
no interíor do processo de trabalho, isto &, a relação do crabalhador com sua
própria
atividade como uma atividade alheia que não lhe oferece satisfação em si e por si

sv mesma, mas apenas pelo ato de vendê-la a outra pessoa. (Isso significa que não é
a
So CAtiidade em si que lhe proporciona satisfação, mas uma propriedade abstrata
dele: a
* possibilidade de vendê-la em certas Sondições.) Marx também chama à primeira ca-
DO, racrerística “estranhamento da cofia”, e à segunda “auto-estranhamento”.
V 24 O terceiro aspecto — à alienação do homem com relação ao seu ser genérico —
está
o relacionada com a concepção segundo à qua! o objeto do trabalho é a ebjerivação
da vida
da espécie brameana, pois o homem “se duplica não apenas na consciência,
intelectualimentel,
mas operativa, eleriva/ mente], contemplando-se, por isso, a si mesmo num mundo
criado
por die”, O trabalho alienado, porém, faz “do ser genérico do homem, tanto da
narureza
quanto da faculdade genérica espiritual dele, um ser estranho a ele, um meio da sus
existência individual, Estranha do homem o seu próprio corpo, assim como à natureza

fora dele, tal como à sua essência espiritual, à sua essência humana”.

À terceira característica está implícita nas duas primeiras, sendo expressão delas
em temos de relações brnmanas, como também o é a Guara característica anseriormente
mencionada, Porém, enquanto ao formular à terceira caracrerística Marx levou em
conta os efeitos da alienação do trabalho — tanto como “estranhamento da coisa”
quanto
como “auto-estranhamento” — com respeito à relação do homem com « Brumanidade em
geral Listo é, à alienação da “condição humana” no curso de seu rebaixamento por
meio de processos capitalistas), na quarta ele as está considerando tendo em vista
x
relação do homem com oniros Homens, Como atirma NMarx sobre esta última:

ção) IMENCE, v. supl. 1, p. 339). Assim, Ventuservaçã o ato de mmadueir na práxie 2


(ou forma da venda
de lguma cova) e prineípio da fursingeres, No um que Marx faz do termo, “Verâosse
uns” pode ser
inurvambíado com Entdusseregs quando om “aro” ou ama "prática" específica são
referidos, (ver MES
Xe. Parte dl. p. 7-8, sobre a doutrina de sir fames Steuarr esnecrmente ao “lucro
sobre a alies
esse contexto, é apresentada por Marx tanto como Ventre quanto como Entes) |
como Ensfremedaneém ama ciplce função conceitual: (1) referindo-se a um princípio
acl; 12)
11 determinado estado de coisas; e (3) desigrando um processo que engendra cose
estado. Quando a é

NA sobre à “externalização” ou “objerivação”, Marx usa e tocmo EntâNiserane fou


cecinos como
Versogerastdndiínna, 2: passo que Ensfremaunng é usado quando à intenção do autor é
taessalias o faro de que
1 homem está escontrando oposição por parte de um poder hosdl. criado por ele
mesmo, de modo que ed
rusira seu próprio propósito.

Roart Mara, Margscritos econdmiço-filosóficos São Paulo, Boitempo, 20504), p. 89,


PNssocedição, paro
ist 3 aueoria dos destaques nas citações. foram empregados os seguintes recursos:
os dessaques do prépri
tir civago estão em negrito: os de Méstiros em fnáfico. (N. ES]
Introciução 31

uma consequência imediata disto, de o homem estar estranhado do produro do seu


trabalho,
de sua atividade vital e de seu ser genérico é o estranhamento do homem pelo
[próprio!
homem. Quando o homem está frente à si mesmo, defronta-se com ele 6 outro homem, O
que
é produto da relação do homem com o seu trabalho, produco de seu crabalho e consigo
mesmo.
vale como relação de homem com outro homem, como o erabalho < o objeto do trabalho
de
ourro homem,

Assim, o conceiro de alienação de Marx compreende às manifestações do “estranha-


mento do homem em relação à aenereza e a si memo , de um lado, e as expressões
desse
processo na relação entre hormem-humanidade e bomerm e bomem, de outro.

4, Eurumra dos Manuscritos de Paris. Apesar de suas proporções modestas «— ape-


nas cerca de 50 mil palavras — os Manuscritos econômico-filosáficos são um grande
traba-
lho de síntese, de um tipo particular! uma síntese ix State narcendi (voltaremos ào
assunto à seguir). Estamos restemunhando neles o aparecimento dessa síntese
singular,
à medida que seguimos as linhas gerais de uma vasta e abrangente concepção da expe-
riência humana em codas as suas manifestações; mais abrangente, de fato, do que
Qualquer coisa anterior à ela, inclusive à grandiosa visão hegeliana. Marx esboça
nos
Manuscritos de Paris as principais características de uma nova “ciência humana”
revo-
lucionária — por ele contraposta à universalidade alienada da filosofia abstraca,
de um
lado, 2 à fragmentação e à parcialidade reificadas da “ciência natural”, de outro —
do
panto de vista de uma grande idéia sintetizadora: “a alienação do trabalho” como à
raíz
causal de todo o complexo de alienações.

Ninguém deve deixar-se enganar pela primeira impressão ao ler, além de extratos
de livros, observações fragmentárias, alusões sumárias e formulações paradoxais,
expres-
sas num estilo aforístico. Um exame mais atento revelaria que os Manuscritos de
Faris
estão estruturados de maneira muico mais sólida do que uma primeira impressão
poderia sugerir, Como já dissemos, as Idéias particulares dos Manuscritos só
adquirem
seu significado pleno em relação ao significado geral do trabalhe como um todo,
Dito
de oucro modo, as observações feitas por Marx acerca de uma erande variedade de
questões não podem ser plenamente compreendidas senão como partes estreitamente
inter-relacionadas de um sistema de idéias coerente. Os Manuscritos de [844
constituem
O primeiro sistema abrangente de Marx. Nesse sistema, cada ponto particular é
“multidimensional”: liga-se 2 todos os outros pontos do sistema marxiano de idéias:
está implicado por eles assim como os implica, (O problema da relação entre
alienação
é consciência, por exemplo, nunca é examinado isoladamente, mas — em agudo
contraste
com outras abordagens fuosóficas do problema -— como algo que acupa um lugar
determi-
nado no sistema das atividades humanas; porquanto apoiade sobre a base sociocco-
nômica é em constante interação com ela.)

Evidentemente, nenhum sistema é concebível sem uma estrurura interna própria.


O objetivo da primeira parte é examinar os deralhes desse problema. Aqui só podemos
indicar, muito rapidamente, aquelas características essenciais para o entendimento
do
estrurura complexa do primeiro grande trabalho de síntese realizado por Marx.

Karl Mura. Mantras reorndmico-flesdficos cit, p. 8-6,


ORIGENS DO CONCEITO DE ALIENAÇÃO

sacos
aqui em muiro mais do que ae Giraçtes influências intelecruais, 1 conceiro de
alienação
pertence à tima vasta e complexa problemática, com uma longa história própria. Às
preocupações com essa problemática — em formas que vão da Bíblia a trabathos
tirerários.
bem como 2 tratados sobre direito, economia € filosofia — refletem tendências
objetivas
do desenvolvimento europeu, desde a escravidão até à era de cransição do
capitalismo
para o socialismo. As influências intelectuais, revelando continuidades importantes
que
perpassam as transformações das estruturas sociais, só adquirem sua significação
real se
consideradas nesse quadro objetivo de desenvolvimento, Se avaliadas dessa forma,
sua
importância — longe de esgorar-se na mera curiosidade histórica — dificilmente
poder
ser exagerada: precisamente porque elas indicam a profundidade das raízes de certas
problemáricas, bem como a reletiva autonomia das formas de pensamento nas quais
elas
se refletem”,

Devemos deixar igualmente claro, porém, que essas influências se exercem no


sentido dialérico da “continuidade na descontinuidade”. Se é elemento de
continuida-
de predomina sobre à descontinuidade, ou o inverso, e em que forma e correlação
precisas, é uma questão para 2 análise histórica concreta. Como veremos, no caso do
pensamento de Marx em sua relação com teorias antecedentes, à descontinuidade é o
tiberereifendeos Moment, mas alguns elementos de continuidade são também muito
importantes,

As soluções antigas para os problemas desse dipo desemperdtiaram um papel


externamente Importante nas
formulações modernas. Vera importância do pensamento grego para à Esenta do
“Diretoo Natural”. por exemplo,
dk 4 teoria da attenação em Marx

Muguns dos temas principais das modernas teorias da alienação surgiram no pensa-
Munto europeu, de uma forma ou de outra, muitos séculos atrás. Para seguis em
uUttalhe o seu desenvolvimento seriam necessários cepiosos volumes. Nas poucas
pági-

| nes de que dispornos não podermos tentar mais do que delinear as tendências
gerais
j desse desenvolvimento, descrevendo suas principais características na medi

Í se relacionam com à teoria da alienação de Marx e contribuem para esc


!

& Cm que

nt.

1. A ABORDAGEM JUDAICO-CRISTA

t+ primeiro aspecto que devemos considerar é o lamento por ter sido “alienado
v con relação a Deus” (ou haver “perdido a Graça"), que pertence à herança comum da
mitologra judaico-cristã. À ordem divina, afirma-se, foi violada; o homem alienou-
se
' das “caminhos de Deus”, seja simplesmente pela “queda do homem ou mais tarde
pelas “idolatrias sombrias de fudá alienada *, ou, ainda mais tarde, pelo
comporramen-

. to dos "cristãos alienados da vida de Deus", A missão messiânica consiste em


resgatar
Y, vo homem desse estado de auco-alienação que ele atraiu sobre si mesmo.
11 Mus às semelhanças entre as problemáticas judaica € cristà vão apenas até af; e
PE

, diferenças de longo alcance prevalecem em outros aspectos. Pois a forma pela qual
se
t x vislumbra à transcendência messiánica da alienação não é uma questão
indiferente.
“Lembrai-vos”, diz Paulo, o Apóstolo,

que estáveis sem Cristo, sendo alheios 2 comuntdade de Israel, e estranhos aos
cestamentos, não

4 tundo esperança, é sem Deus no mundo, Mas agora em Cristo Jesus vós, que outrora
estáveis

à me, fostes aproximados pelo Sangue de Cristo, Et Pertanto, agora não sois
hóspedes nom

A bventícios, mas concidadãos dos santos, € da Eunília de Deus; € estais


construídos sobre es

é sicerces dos apóstolos e proferas, dos quais 0 próprio jesus é à pedra angular,
sobre a qual todo

14 edifício, bem ordenado, se levanta para ser um templo santo no Senhor: sobre o
quai vós
também sois juntamente edificados para à morada de Deus, por meio do Espirito!
Assim, em sua universalidade o cristianismo anuncia a solução imaginária da auto-
alienação humana na forma do “mistério de Cristo”, Esse mistério postula à reconci-
liação das contradições que fizeram com que grupos de pessoas se epusessem mutua-
Mense como “estranhos”, "estrangeiros, inimigos”, Não é apenas um rellexo de uma
fornia específica de luta social, mas ao mesmo tempo mambénm sua “resolução”
mística,
o que levou Marx 2 escrever:

Foi só na aparência que o cristianismo superou o verdadeiro judaísmo, Ele era


demasiado

refinado, demasiado espiritual para eliminar a crueza das necessidades práticas à


não ser ekvan-

do-as à esfera erérea. O cristlanistuo é à pensamento sublime do judaístmo. O


judaísmo é a

letin ton, Parebo perdido, livem E

ombies vovons nous de chrériens slénes de la vie de Dieu!" Ui ranções de Salignas


de ja Mode Fóndias.
7 ieeornes tersaibes, 1830, uv XVI, p. 328).

Eistolu aos Efésios, capítulo VE.

A concessão da graça de Deus" como “o raiseério do Crise”, ibidem. capítedo 4,


Origens do conceito de altenaçõo: 3

aplicação prática vulgar do cristianismo. Mas essa aplicação prática só se poderia


tornar niver. Fo
sal quando o cristianismo, como religião aperfeiçoada, tivesse realizado, de
maneira tedriza, à
dienação do homem de si mesmo « da natureza."

O judaísmo, em seu realismo “cry”, reflete de uma maneira muito mais imedino o
verdadeiro estado de coisas, advogando uma continuação praticamente tnterminável -
da extensão de seus poderes mundanos — ou seja, defendendo uma solução “yvase
messiánica” na terra: é por isso que não tem nenhuma pressa quanto à chegada de seu
Messias — na forma de dois postulados complementares: ”

1) À arenuação dos conflizos de classe intergos, no interesse da coesão da comuni


dade nacional em seu confronto com o mundo exterior dos “estranhos: “Mão Antenas
pobres na terra, portanto, eu te ordeno, dizendo: Abre 1ua mão para tem irmão. para
fes
pobre e para few necessizados, em fed têrra

2) À promessa de readmissão na Graça de Deus é parcialmente cumprida na


forma de garantir o poder de dominação sobre os “estranhos” 2 judá: "E os estranhos

estarão lá para apascentar vossos rebanhos, e os filhos dos estrangeiros serio


vossos
jornaleiros e vinhadeiros”*,

O formidável veículo prárico desse domínio em expansão era a acma da "usura,


que necessitava, entretanto, a fim de tornar-se realmente eficiente, de sua
contrapartida
adequada, que oferecia um escoadourto ilimitado ao poder dessa arma: isto é. à
meci-

maríose do judaísmo em cristianismo.

[O] judaísmo atinge seu apogeu com a perfeição da sociedade cheil; mas este só
alcam
perfeição no mundo crissão. Só sob 4 influência do cristianismo, que objetiva todas
as rula ]
nacionais, nacurais, morais « ceóricas, podera 2 sociedade civil separar-se
completamente da 7
vida do Estado, separar codes os vínculos genéricos da homem, colocar em seu lugar
o epofano Í

2 à necessidade egoísta, e dissolver o mundo humano num mundo de mdtvíduos


atomuvados.

antagónicos.!

O ethos do judaísmo, que estimulou esse desenvolvimento, não se limitou à afinuo-


ção geral da superioridade do "povo escolhido”, determinada por Deus, em seu cos
to com o mundo dos estranhos, dando ordens como esta: “Não comas nenhum cmi

Tom

que morreu por si mesmo; dá-o para que o coma, ou vende-o ao CHFANDO, QUE ESTA às
ruas porcas, para que possa comé-lo; pois tu és um povo santo do Senhor, teu Eicis'
Muito mais importante no sentido prático foi a proibição absoluta imposta à
exploração
dos filhos de Judá pela usura: “Se emprestares dinheiro a qualquer de meu povo que
sela
pobre, não 6 apertatás como um exacror, nem o oprimirás com usura, À usuros era

E the fetiib question, em Kacl Mare, Early weiting (trad. e om, TB. Banomore,
Londres, CA Ni im dx
Co. 193), p, 39 [ed, bras: À guestão judeíc, 5. ed. São Paulo, Centauro, 206557.

Decuceronôniio, EV, 21.

inafas, ÍA, Õ.

Earl Mars, Li die fewiosh question, cit. p. 489,


4º Deuteronomio, KEEL

+ Exodo, XXIL 25.

-
1

Pata
É v

. . HÁ
sem

E
oo mo. - Roo ro "
Quo, E judaísmo CO COSTIANSMO CEXPISSSANO 35 contradições da pare

E A ftegria da atienação em Marx

permitida nas transações com estranhos, mas não com “immãos”. Em contraste, o crist

MSMO, que se recusou à conservar à discriminação entre “qualauer de meu povo” +


"estranhos" (ou “estrangeiros”), postulando em seu lugar à “fraternidade universal
da
humanidade”, não só se privou da poderosa arma da “usura” fisco é, do “Juro e da
içunmulação de capital dele consequente) que era o mais importante veículo da
primeira
expansão ECONÔMIica, como também TOFNOL-SE AO MesiTro Tempo Ma DrERS
avanço eeiunfal do “espírito do judaísmo”. 6) “tude + vulgar princípio prótico do
judaísmo”
discutido por Marx — 2 parcialidade prático-empirica efetivamente aucocentrada e
infer-
namente coesa — poderia triunfar facilmente sobre à universalidade teórica abstraça
do

do

Ee

cristianismo, estabelecida como uma sérte de “tios puramente formais com os quais o
muro do interesse pessoal se cerca 'º, (Sobre a importância da usura e às
controvérsias

relacionadas à ela, na época da ascensão do capitalismo primitivo, ver p. 121)

É muito importante enfatizar aqui que a questão em paura não é simplesmente 3


realidade empírica das comunidades judaicas na Europa, mas 6 “espirito do
judaísmo":
isto 2, 0 princípio interno do desenvolvimento social europeu, culminando no
surgimento
cona estabilização da sociedade capitalista. O “espírito do jud
entendido, em última análise, como “o espírito do capitalismo . Va
última, o judaísmo como realidade empírica oferecia apenas um veleuio adequado,
henorar

AÍSITO , POLTANTO, GEVE Ser

ra a realização deseo

vssa distinção, por uma razão ou por outra, poderia levar — como ocorreu do lonsso
dos
(EMpos — à UM anti-semitismo à caça de bodes expratórios. Às condições albjetivas
do
tesenvolvimento social suropeu, da dissolução da sociedade pré-feudal até e manto
universal do capitalismo sobre o feudalismo, devem ser avaliadas em sua complesid
abrangente, da qual o judaísmo, como fenômeno sociológico, é apenas uma parte, por
tais importante que renha sido em certas fases desse desenvolvimento,

(O judaísmo e o cristianismo são aspectos complementares dos esforços da socie-

ade

dude para lixar com suas contradições interrias, Representam ambos tentarvas de
uma cranscendência imaginária dessas contradições, de uma "resxpropriação alusó-
rt da “essência humana por meio de uma substicuíção fictícia do estado de aliens

alidade contra
: : " u .. HO: SS

à universalidade”, e da “concorrência contra O monopólio: isto é, as coneradições


insersas do que ficou conhecido como “o espírito do capicalismo . Nesse quadro. o
exito da parcialidade só pode ser concebido em contradição com à aniversalidade
à SUS CUStA — Exatamente como cssa universalidade” só pode predominar com hase

ão da parcialidade — c vicecverss. O mesmo ocorre fia relação entre con-

ná supress

corrência e monopólio: a condição do êxito da “concorrência” é à negação do mono


pólio, assim como para o moncpólio a condição da ampliação de seu poder é à
supressão da concorrência. A parcialidade do judaísmo: a nacionalidade quimérica
do judeu é à nacionalidade do comerciante e, acima de tudo, do finangçisca oc coro

vc Marx, ressaltando repetidamente que “a emancipação social do judeu é à emanci-

Karl Nare, a aber Jenrd queion, cita q 3

den,
Grigens do conceito de alienação às

pução da sociedade com relação ao judaísmo”


"pacionalidade” de financísta ou, expresso em resmos mais gerais, com relação à
'cstreiteza judaica da sociedade”, À “estreiteza judaica” poderia triunfar nã
“socie-
dade civil" porque esta última exigia o dinamismo do “espirito supremamente prá
so do judeu”, para seu desenvolvimento completo, À metamortose do judaísmo em io ae

,isco é, com relação à parcialidade da

2 numa for-

ristianismo encerrou em si uma metamorfose posterior do cristian


ma mais desenvolvida, menos cruamente parcial, de judaísmo — secularizado — OZ"
judeu emancipou-se de uma maneira judaica, não só adquirindo e poder do dinheiro,
vas também porque o dinheiro tornou-se, por meio dele e também à parte dele, um
poder mundial, enquanto o espírito judaico prático tornóu-se o espírico prático das
nações cristão. Os judeus emanciparam-se na medida em que os cristãos se tornaram
judeus". As modificações protestantes do cristianismo previamente estabelecido,
em virios ambientes nacionais, realizaram uma meramorfose relativamente precose 11
do cristianismo “teórico-abstrato” num “cristianismo-judaísmo prático”, como um
passo significativo na direção da seclarização completa de toda a problemática da
alienação. Paralelamente à dominação crescente do espírito do capitalismo nº esfera
prática, as formas ideológicas também se tormaram mais e mais seculares: das várias
versões do “defsmo”, passando pelo “ateísmo humanista”, até à famosa declaração de
vi
que “Deus está morto", Na época desta última, até mesmo as 1lusões de “universal

dade” (com que 6 “mundo do interesse pessoal se cerca) — conservadas « por vozes

até gresmo inrensificadas pelo deísmo e pelo ateísmo humanista -— tornaramese aguo

damente constrangedoras para a burguesia, € uma transição súbita, por vezes cl


teve de ser feita em direção ao culto aberto da parcialidade,

Como foi dizo, sob as condições da sociedade de classes — devido à contradição


insrente entre à “parie” e o “todo”, devido ao fato de que o interesse parcial
domina a
teralidade da sociedade — o princípio da parcialidade está numa contradição 1
insolúvel
vem o da universalidade. Em consequência, é a crua telação de forças que eleva à
torna
predominante de parcialidade à uma universalidade Berícia, ao passo que s 7
vijentada de modo idealista, dessa parcialidade — por exemplo, a universalidade
teóric
ubetrama do cristianismo antes de sua metamorfose em "eristianismo-judaísmo prático

dive permaneçer ilusória, Betícia, imporente, Pois » “parcialidade” e a “u


niversaiiade ,
vm sua oposição recíproca, são duas facetas do mesmo estado alienado de cotas. À

parcialidade egoísta deve ser elevada à “universalidade” para à sua teali o dinamê-
:
fo socineconómico subjacente é ao mesmo tempo “autocentrado" e “di 3 para foro, -

nacionmalisra” e “cosmopolita, “protecionista-isolacionista” e “imperialista. É nor


jaso Fá
ue não pode haver lugar para à universalidade autêntica, mas apenas para a fala Í
iniversulização da mais crua parcialidade, juntamente com um postetado 3 uxório.
coó- :;

corabataro, da universalidade como à negação — meramente ideológica — da porcididad

teriva. predominante na prática. Assim, à “nacionmidade guimérica do judeu” é air


36 A feoria doa alienação em Marx

mais quimérica, porque — na medida em que é "a nacionalidade do comerciante c do


financista” — é na realidade à única universslidade efetiva: « parcialidade
rransforma-
da em universalidade operativa, no princípio organizador fundamental da sociedade
em questão. (As mistificações do anti-semitismo tornamese evidentes se comp

demos que ele se volta contra o mero fenômeno sociológico da parcialidade judaica,
e não contra “a estreireza judaica da sociedade”; ele araca 2 parcialidade em seu
imediatismo limitado, e com isso não só não enfrenta o problema real: a parciali
de do interesse pessoal capitalista transformado no princípio universal dominante
da
sociedade, mas apóia ativamente seu próprio objeto de ataque, por meio dessa mis-
rificação dessrientadora,)

Para Marx, em suas reflexões sobre nº enfoque judaicos

istão dos problemas da


alienação, o centro das preocupações era encontrar uma solução que pudesse indicar
uma saída para o impasse aparentemente perene: a renovada reprodução, em diferen-
tes formas, da mesma contradição entre parciaidade e universalidade que
caracterizou
tedo o desenvolvimento histórico e seus reflexos ideológicos. Sua resposta não foi
simplesmente à dupla negação da parcialidade cuua é da univers alidade abstrava.

solução continuaria sendo apenas uma oposição conceitual absrrata, À novidade hi:
Tica da solução de Marx consistia em definir o problema em remos doe conceiro

à universalidade autêntica, à única que podia « abarcar os múltiplos ir interesses


da socie-
dade como um todo é do homem como um “ser genérico" [(OGartieaegneeien —
homem liberado da dominação do interesse individualista bruscos. Foi esse
específico, socialmente concreto, que permitiu a Marx apreender a problemácica da
sociedade capitalista em toda 2 sua contraditoriedade e formular o programa de uma
transcendência prática da alienação, por meio de uma fusão genuinamente universais
entre ideal e realidade, teoria é prática,

Temos também de ressaltar nesse contexto que Marx nada tinha que ver Com 1
“humanismo” abstrato, porque se opôs, desde o início — como podemos ves nas
citações
extraídas de À quentão judaiça, escrivo em 1843 —, às Uusões de uma seniveriaiidade
abitrata como sendo um mero postulado, um dever” imporente, uma fict
"reapropriação da condição humana náo-alicnada”. Não há vestigio, portanto, do que
se poderia chamar de “conceitos ideológicos” no pensamento do jovem NG
escreveu À questão judaica, t muito menos nas reflexões muito mais concreras do
poato de vista socioeconômico contidas nos Afanuvserivos econôntico-fitoníficos,

mes

Cconcéico

tire

nf

x. que

2. ALIENAÇÃO COMO “VENDABILIDADE UNIVERSAL


A secularização do conceito religioso de alienação foi rentizada nas afirmações

concreras relacionadas com à “vendabilidade”. Em primeiro lugar, essa seculo


ção progrediu no interior da concha religi Nida podia de
converter tudo em objeco vendável, por mais “sagrado que dv
do em certa fase, em sua “inalienatuilidade” sancionada por um suposto manda

mento divino. (O Mefinoth de Balzac é


uma sociedade totalmente secularizada, na qual “até mesmo o Espírito Sonto tem

r essa cendê

se sido considera

uma reflexão, magistralmente irófuca, sobre


Origens do conceito de alienação 37

sua coração na Bolsa de Valores”) À própria doutrina da “queda do homem” teve


de ser questionada — como foi por Lutero, por exemplo — em nome de “Niberdade”
do homem", Essa defesa da “liberdade”, contodo, revelou-se na reslidade nada
nais do que 2 glorificação religiosa do princípio secular da “vendabilidade univer
sul”, Foj este último que encontrou seu adversário — ainda que utópico — em Thomas
Muinzer, que protestou em seu folheto contra Lutero, dizendo ser intolerável que
"toda criatura seja transformada em propricdade — os peixes na dgua, 05 pássaros
doe
teu. as plantas da terra”, Visões como essa, por mais profunda e verdadeiramento
que elas reflerissem à natureza interior das transformações em curso, tinham de
perfuanecer como meras utopias, protestos ineficazes, concebidos da perspectiva
de uma antevisão sem esperanças de uma possível negação futura da sociedade
mercantil. Na época da ascensão triunfal do capitalismo, 48 concepções jdeológi-
vas prevalecentes tinham de ser aquelas que assumism uma atitude afirmativa ante
às tendências objetivas desse desenvolvimento.

Nas condições da sociedade feudal, es obstáculos que resistiam so avanço do


“espírito do capitalismo” eram, por exemplo, o faro de que “6 vassalo não podia
alienar sem o consentimento de seu superior” (Adam Smith, ou que “o burguês
no pode alienar as coisas da comunidade sem a permissão do rei” (século XUD*
O ideal supremo era que cada um pudesse “dar « alienar aquilo que lhe pertence”
seculo XID*, Evidentemente, porém, à ordem social que limitava au “Senhor” o
poder de “vender seu Servo, ou aliená-lo por Testamento” [Heabhesr”, ficava deses-
peradamente aquém das exisências da “livre alienabilidade” de tudo — até mesmo
da própria pessoa — por meio de uma disposição contratual, de que à pessoa 1ute-
ressada seria parte, Também a rerra, um dos pilares sagrados da ordem sociai

cr Mlareinho Lutero, Werke (Weimar, Kritische CGesaentauseabe, Hermano Bôbiau, Ê


tmb Linero, Freioeii times Christerputçõem | 1545), Cm AE Liber KRejormesaristo
CÉRTE

Rovlang 1949), p. 98-108.


Ftaimas Miner, 8locbeerensachie Sebarngrete and Árnvers wider das geistlose,
sanfitebensdo E
teta bes cat perdedor Wpiçe durch den LEchotibi der dee Hligen Sebif die
eribeomebcbo É

FFIEAA,

rh fes teciof far 574, Citado por Marx em seu ensaio “En ubhe Jewish quest

Adun Sovidh sia inguiey tinto he narure aro cases af tor west af sutien 117 dicho
Evervran, + É

pod,

"ia bevetevois ne peur pas aliener la chose de la commene san e commendenen de noi
Livre de jostíce e! de plair, Paris, 1859, p. 47),

org.

inscuo pen de stor gone et Galiener par sa volenc fem À À. Tecugnos, gr. slalses
il. dp TB,

Tenis Hobbes, Philamphicat FUelineno oNEerHÍAS CONErTAPRI ue sTOTE LÃ antro, Ri


v ds Por 6, Var fambéra Hobbes. The elemens Fila 640, privocira vição e vm
com ele. como a propricdade de Senhor, e como ando homes ode dispor do que seno:
greeto, 6 Senhor pode portanto alienar seu domínio sobre 6 servo, su dá-lo, pelo
seu testamos
apriuvor” (Cambridge Lniversipv Press, 1928), p. TODA
28 A feoria da alienação em Marx

ultrapassada, tinha de tornar-se alienável””, para que o desenvolvimento da socie-

dade mercantil pudesse avançar sem barreiras,


i O fato de que à alienação como vendabilidade universal envolvia à reificação foi
.“ reconhecido já bem antes que à totalidade da ordem social que operava sobre e:
base pudesse ser submetida à uma critica radical e efetiva. À glorificação
mistificadora
: da “liberdade” como “liberdade contratualmente salvaguardada” ina realidade, à af
dicação contratual! da libperdade humana) desempenhou um papel importante em re-
cardar o reconhecimento das contradições subjacentes. Dixer isso não modifica,
porém, o fato de que a ligação entre alienação € reificação fot reconhecida — ainda
que de forma acrítica — por alguns filósofos que, longe de questinnarem às Dases
contratuais da sociedade, idealizavam-nas. Kant, por exemplo, observou que “ca!
contrato não é uma simples reificação [ou “transformação em uma coisa — Verdinenaçã
mus à transferência — por meto de aluguel — de uma pessoa à propriedade do Senhor

da casa, Um objeto, uma unidade de propriedade morta, podia ser simplesmente


alienado do dono original e transferido para a propriedade de outra pessoa, se
complicações indevidas: “a transferência da propriedade de alguém para eurra
sos É sua alienação *. (As complicações, numa fase anterior, eram de natureza Jex-
rerna , política, manifesta nos vabus e proibições da sociedade feudal, que
declarava

Lerras coisas como inalienáveis ; com a abolição bemesuçedida desses tabus, as


complicações desvaneceram automaricamente,) À pessoa pivg, no entanco, tinha de
ser primeiro reificada — transformada numa coisa, numa simples propricdado, du-
rante O Contrato — antes que pudesse ser dormminada pelo seu novo dono. Reilicada
no

mesmo sentido de verdingen, no qual o contemporáneo mais jovem de Kant, Wielind,

utiliza à palavra para traduzir um verso da Oginéia de Homero: “Fremdiino, willst


da
dich wohl bei mir zem Knechte veradingen!o ( Estranho, queres tormatte HbA coa,
mem servolo) (À tradução inglesa corrente, em oposição, diz caracterisocaunente o
seguinte: “Estranho”, disse ele, “me pergunto se gostarias de trabalhar para mim se
CU EO EOIMASSE COMO 78 bomem, em algum lugar numa fazenda no aitipiano, por ga
sabirio adequado, naturalbaente o"

À principal! funeão do tão glorificado “contrato” era, portanto, à introdução — ci


lugar das relações feudais rigidamente fixas — de uma nova forma de "fixides que
sara
tisse ao novo senhor o direito de manipular os seres humanos supostamente "fivros.
como coisas, objetos sem vontade própria, desde que estes “escoinessem livremente

celebrar o contrato em questão, “allenando voluntariamente aquilo que lhes


pertencia.

À
po
t

Ufuer ada ecra aum oleo do negscko — a ter

FEM ú FILAS des todos. a PERA o


fis 3 Glrinio passo nu direção de ese de sé tmesmo bjo de nego Fnivo
Crie :
political ecomeny, po 190 da edição de Moscou dos Manari vf 184, de DA:

kb imaradidade só seperigda pela imoralutade ade auto-alienaçõe”

Euonanuel Kam, Veerke CRerim, Akademischae Auseubo, Ps, VE, o. 398,

Iisidens. po 371, Kar foi musa infhienciado por Adam Ami e atribuía às ideias dest
om |

cievado em sua própria Biorofe do direito,

Homero, tries Edição Penguin, tt. de EV, Klein 288.


Ts

1 &
Á d

Í Lo
Lrigens do conceito de alienado 38

Assim, a alicnação bumana foi realizada por meio da transformação de rodas às


coisas

em ubjetos alienáveis, vendáveis, em servos da necessidade e do tráfico egotiras. À


venda E «4
prática da alienação. Assim como o homem, enquanto estiver mergulhado nu religião.
só pode
objetivar sua essência em um ser alheio « fantástico: assim também, sob e tonfioxo
da nec essida-
de egoísra, ele 3á pode afirmar-se a si mesmo e produzir objetos na práfica
subordinamio seus
produros e sua própria atividade à dominação de uma entidade alheia, e amibuiníedho
significação de uma entidade alheia, ou seja, o dinfein É

À relficação de uma pessoa e. portanto, à aceiração “livremente escolhida” de :

nova servidão — em lugar da velha forma feudal, politicamente estabelecida e


rieuiada
de servidão — pôde avançar com base numa “sociedade civil” caracterizado pelo
domínio
do dinheiro, que abriu us comportas para à universal “servidão à necessidade venta
d
WEnechrschafi des egoistischen Bedúrfuisses)”*. :

À alienação caracteriza-se, portanto, pela extensão universal da “vendabilidade”


listo E, à transformação de tudo em mercadoria); pela conversão dos seres burasnos
em “coisas , para que eles possam aparecer como mercadorias no mercado fem suiras
palavras: a “reificação” das relações humanas); e pela tragmentação do corpo sevial
em
“indivíduos isolados” (vereincelte Einzelaen), que perseguem seus próprios chpiivos
limitados, parcicularistas, “em servidão à necessidade egoísta”, fazendo de seu
esoílsmo
uma virtude em seu culto da privacidade”. Não é de admirar que Goethe tenho proves-
tado: “alles vereinzelre ist verwerflich" C'roda particularidade isolada deve +
da“), defendendo em oposição ao “olacionismo egalsta” alguma forma de “comuni
dede com outros como nós mesmos”, à im de que sejamos capazes de criar em comum

Se

E coleiras

uma “frente contra 5 mundo”. Não é de surpreender, igualmente, Que naquelas vir
eunstâncias as recomendações de Goethe tivessem de permanecer como postulados
úpicos. Poi rd ial da “sociedade civil” só s cria sustentar com base
utópicos. Pois a ordem socia sociedade civil só se poderia sustentar com base na
conversão das várias áreas da experiência humana em “mercadorias vendáveis . e só
poderia seguir, relativamente imperturbável, o seu curso de desenvolvimento SINEO
essa mercantilização universal de todas às faceças da vida humana, inclusive
LEADIIEAÇÃO

- 1 " Ac 4
privadas, não alcançasse seu ponto de sarufiert,

Rael Marx, Or she fetish guesias, viu, q 39. "A venda é a prática da alientção” CEC
Verhissaruns e dio
Pe

prácica da alienação”. Jeso é incorreto. pois Marx especificou, nx Frase anterior,


OQUE Bt perfis

der Fariosseringo, MEXSE v 1, p. 276). Do eradução de Botromory enconemios: Sub

e rerkâufiichen suenifica claramente “venda”, Esse sentido de Verdiaertee como


Ceenda” cen Ta! t
vemdbu' pode ser encontrado também em oucras obras de Marx. Ver a nota 3 do capiudo
8, pazsntocaddo,
MENTE, v. 1, po 376

“CO ONVero zantrulo 1X deste livro.

"

Íohano Wsligane von Goeebe, Dica ed Whlebeir, Sânuliche Werke Esturgar e Perla, to
Ati, TODZL O 24, p. dE

úeht erwa selbsebche vercinteln, mur in Verbindang mit setseseleichen macht ce


Eronte posen 2a Wo
sede, Wikbeba Messters Wideriabre, fub. Ata, vo 15, p. ES).
SIGNIFICAÇÃO CONTEMPORÂNEA DA
TEORIA DA ALIENAÇÃO DE MARX

O reino da liberdade só começa realmente quando cessa e trabalho que é determ»


nado pela necessidade e pelas considerações mundanas: assim, pela natureza meses
das coisas, ele está além da esfera da produção material real. Tal como o selvagem
tem
de lucar com a natureza pafa satisfazer suas necessidades, para Manter reproduzir o
vida, também o homem civilizado precisa Travar essa tura, em todas as formações
sociais é em todos o5 modos pessíveis de produção. Com o desenvolvimento da pro
dução, essa esfera da necessidade física se expande, Em conseqõência de suas
necessi
dades: mas, ao mesmo tempo, dé forças. produtivas que satisfazem essas necessidades
rambém aumentam. À liberdade nesse carapo só pode consistir no homem sociatizado.
nos produtores associados, regulando racionalmente set intercâmbio com à naniivro.
colocando-a sob Seu controle comum, em lugar de serem dominados por ela coro pe!
forças cegas: E realizando 1556 com & mínimo dispêndio de energia possível e ns
condições mais favoráveis à sua NATUTeza humana, e dignas dela. Não obseante, ch:
continua pertencendo à esfera da necessidade. Além dela começa aquela evolução ds
energia humana que é um fim em si mesmo, 9 verdadeiro reino da liberdade: o que!
poróro, só pode florescer tendo essa esfera da necessidade como sua base. À
redução:
da jornada de trabalho é o seu pré-requisito básico.

Oepis

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