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UCSAL - UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SALVADOR

ALUNA: MARIA VICTÓRIA REBOUÇAS


PROFESSORA: MARIA OTÍLIA
DISCIPLINA: PROPAGANDA DIGITAL
CURSO: PUBLICIDADE E PROPAGANDA/NOTURNO

RESUMO - O DILEMA DAS REDES

O documentário “O Dilema das Redes” aborda a relação entre os benefícios reflexo dos
avanços da tecnologia e os problemas associados ao uso indiscriminado das redes sociais
na internet. A obra é uma produção da Netflix.

A produção é baseada em depoimentos reais de ex-funcionários de empresas como


Facebook, Twitter, Instagram, Google, Gmail, Whatsapp, Youtube, Pinterest. Além das
entrevistas, atores assumem um papel coadjuvante, encenando um enredo de uma família
com dois filhos adolescentes que são usuários compulsivos destas plataformas
tecnológicas. O termo usuário é utilizado apenas por dois segmentos de indústrias para
nominar seus clientes (o de drogas e o de internet), sugerindo o nível de atividade viciante.

Tristan Harris é ex-funcionário do Google e atualmente dirige a ONG “Time Well Spent”
No transcorrer do documentário, os depoimentos dos profissionais vão se intercalando e
atestando aquilo que os atores encenam na ficção, que é a dependência que as pessoas
desenvolvem no uso das plataformas digitais, principalmente através do uso de
smartphones.

Nas entrevistas, os especialistas das áreas de tecnologia afirmam que as plataformas foram
criadas para facilitar a vida das pessoas e que, lá no início, não se imaginou os efeitos
colaterais que poderiam causar. É inegável o avanço conquistado ao se pedir um carro de
transporte ou uma refeição na porta de casa, o encontro de amigos e parentes que se havia
perdido o contato, a união de pessoas em busca de doação de órgãos e outras formas de
cooperação e solidariedade que se utilizam das redes. Com seus sistemas inteligentes
composto por algoritmos, as plataformas conseguem monitorar os gostos e desejos das
pessoas, seus pensamentos e movimentos e, desta forma, sugerem notícias, vídeos e,
principalmente, publicidade de produtos e serviços, que são realmente quem financia as
redes sociais e, não à toa, essas empresas de tecnologia estão entre as mais ricas.

O documentário também dá voz a profissionais da área de psicologia, que expressam a


preocupação com a dependência das pessoas estarem conectadas o tempo todo às redes,
principalmente os mais jovens e os adolescentes. Sentimentos de ansiedade, frustações,
diminuição de autoestima e depressão são alguns dos efeitos danosos causados e que, em
casos extremos, podem levar ao cometimento de suicídio, fato que tem aumentado entre os
jovens nos últimos anos.

O uso indevido das redes sociais está acarretando uma série de outros problemas de ordem
social. Como exemplo temos a fake news, a radicalização das opiniões, a polarização
política e a ameaça às democracias. Focando em temas bastante atuais, o documentário
expõe as fragilidades e perigos das mídias sociais, mostrando as interferências constatadas
nas últimas eleições em países democráticos como Estados Unidos e Brasil, além da
enxurrada de falsas informações e de debates ideológicos inflamados no período de
pandemia mundial da Covid-19.

Os profissionais da área de tecnologia entrevistados demonstram a preocupação com o


rumo que a utilização das redes sociais pelas pessoas está tomando e que alguma coisa
dever ser feita em breve para frear este movimento. A tecnologia em si não é a ameaça,
mas a forma como ela usa a psicologia a seu favor, acaba tendo a capacidade de despertar
o pior na sociedade, como a distração, a alienação, a falta de capacidade de focar nos
problemas reais, a falta de confiança no outro, a incivilidade, o discurso de ódio, resultando,
por exemplo, na expansão do populismo, em fraudes eleitorais e revoltas contra a
democracia.

Segundo os especialistas entrevistados, estamos cruzando uma fronteira muito tênue entre
a era da informação para uma da desinformação. Eles sugerem que as pessoas
desinstalem dos seus aparelhos de celular tudo aquilo que não for realmente imprescindível
e desativem as notificações. Além disso, aconselham que os pais tentem evitar que seus
filhos façam uso indevido das redes sociais. É preciso um redirecionamento. Usar com mais
cautela essas tecnologias; pensar em quais aplicativos são realmente essenciais e fazem
diferença em nossas vidas; não expor tanto os nossos dados; escolher os vídeos pela
nossa vontade e não simplesmente porque são recomendados; checar as informações e
suas fontes antes de compartilhar; sair um pouco das nossas bolhas, seguindo pessoas que
pensam diferente de nós; são algumas das sugestões dadas para alterar a lógica na qual a
sociedade está inserida. Desta forma, poderíamos usufruir melhor dos benefícios que
seriam os objetivos originários quando da criação das mídias sociais.

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