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Fernanda Caroline Santiago RA 29179 Orientador: Prof. Me.

João Luis Baqui Dias

RELATO DE CASO: PACIENTE CANINO COM CINOMOSE, TRATAMENTOS ALTERNATIVOS E


RECOMENDAÇÃO DE CÉLULAS TRONCO

INTRODUÇÃO A cinomose é causada pelo vírus da família Paramyxovirus do gênero Morbillivirus,


infectocontagiosa (DANTAS et al, 2022). Não é uma zoonose (PENELAS, 2015) No ambiente é
instável, sobrevive algumas horas e pode ser destruído facilmente (MORAES et al, 2013) com
desinfetantes comuns, detergente, luz ultravioleta e calor (TORRES et al, 2012). A doença quando
infecta o hospedeiro, gera transtornos oculares, respiratórios, gastrintestinais e neurológicos
(PEREIRA et al, 2020). O cão doméstico é o principal reservatório e o mais comum é em filhotes de
até seis meses. Mas outros animais como raposas, guaxinins, ferrets, hienas, leões, tigres, pandas
vermelhos, focas, também podem ser atingidos pela doença (FREIRE et al, 2019) (PENELAS, 2015).
Em animais não vacinados, a taxa para acometimento da doença é maior (NUNES, 2021). A
transmissão ocorre, em locais de grande circulação de animais, por contato direto entre eles, por
meio de secreções, objetos e alimentos contaminados (AZEVEDO, 2013) (PAIM et al, 2022)
(CLAUDINO, 2021). Os sintomas começam a aparecer no período de incubação, após 14 a 18 dias da
infecção (PENELAS, 2015). O tratamento é feito com base nos sintomas do animal (NUNES, 2021) A
gravidade e a duração podem variar de acordo com a virulência da cepa, as condições do ambiente e
como está o sistema imune do animal (PORTELA, 2017). Em bom funcionamento do sistema
imunológico, pode não apresentar os sinais clínicos e não manifestar a infecção no organismo. Mas
se possuir déficit na imunidade pode ter as formas graves da doença (PENELAS, 2015). No período
crônico os animais podem apresentar melhora e voltar com sinais anteriores antes do tratamento
(PAIM et al, 2022). Os animais sobreviventes, em grande parte dos casos, apresentam sequelas
graves como os distúrbios neuromotores que podem ser incompatíveis com a vida (SANTOS, 2021).
Além do tratamento comum, para para controle dos sintomas, como a fluidoterapia,
antibioticoterapia, administração de vitaminas, imunoestimulantes, anticonvulsivantes, antieméticos
e analgésicos (DANTAS et al, 2022). Também são usadas as terapias alternativas como: A:
acupuntura (MORAES et al, 2013) B: Fisioterapia. C: Laserterapia. D: Eletroterapia (SANTOS, 2021) E:
O gás ozônio (O3). (BRITO et al, 2021). F: Óleo de Cannabis spp. medicinal (SANTOS, 2021). G: Vacina
de cultura celular (VCC) modificada (NUNES, 2021). H: Células tronco (PAIM et al, 2022). Para
diminuição da dor, inflamação, fraqueza, atrofia muscular, do ligamento, cartilagens e ossos,
melhorar a cicatrização e fazer estímulo do SNC. Mudanças na condução nervosa, aumentando o
metabolismo (SANTOS, 2021).Fazendo o estímulo da imunidade e efeito terapêutico (NUNES, 2021)
O diagnóstico é feito a partir dos aspectos clínicos e patológicos de rotina (LIMA et al, 2020). Com
exames laboratoriais como esfregaços sanguíneos para mostrar corpúsculos de inclusão
citoplasmática nas células (PENELAS, 2015), o ELISA, teste imunoenzimático (PORTELA, 2017) IF,
técnica imunofluorescência (PORTELA, 2017), teste rápido (NUNES, 2021), o PCR (SANTOS, 2021) e
com radiografia (AZEVEDO, 2013). O prognóstico pode ser tanto reservado na fase aguda
(NASCIMENTO, 2009), quanto desfavorável na fase crônica grave (OLIVEIRA et al, 2009). Nesse caso
a eutanásia pode ser recomendada (NUNES, 2021). A prevenção é sempre a melhor escolha,
realizando cuidados desde a gestação da cadela, para que os filhotes tenham lactação suficiente
quando nascerem (AZEVEDO, 2013). E também com a vacinação correta dos animais (AZEVEDO,
2013). Sendo feita primeiras doses em cães entre 6 a 8 semanas de vida, o reforço em 3 semanas até
14 semanas. Depois aplicação anual (PENELAS, 2015). OBJETIVO O objetivo deste trabalho foi relatar
o caso de uma paciente canina com cinomose, mostrar a importância do acompanhamento e dos
tratamentos alternativos. E realizar a comparação com o que diz a literatura. MATERIAIS E MÉTODO
Foi realizado um estudo de caso e um levantamento de literatura para correlacionar os sintomas
clínicos, os tratamentos mais usados e os alternativos, que vem sendo muito importantes na
recuperação do paciente. RELATO DE CASO E DISCUSSÃO Paciente Canina, Fêmea, S.R.D., 4 meses e
23 dias, 5,100 kg. Realizado resgate por uma ONG da cidade de Jundiaí, levada para primeiro
atendimento no dia 01/08 às 21:38 em situação de emergência, com suspeita de cinomose. Para
realizar o diagnóstico é feita a avaliação das combinações de aspectos clínicos e patológicos, com o
exame físico, a anamnese e exames complementares (LIMA et al, 2020). A paciente apresentou
principalmente espasmos musculares em membros pélvicos, apatia, mioclonia e vocalização intensa,
sinais que podem ser indicativos de cinomose (LIMA et al, 2020) e (AZEVEDO, 2013). Como a mesma
foi resgata, não há históricos anteriores, antes da internação e possivelmente não foi feito o
protocolo vacinal, um outro motivo para se suspeitar da doença, considerando seus sinais clínicos
(PENELAS, 2015), usado a ribavirina, por ser um antiviral com ação na síntese de mRNA viral,
inibindo a formação de inosina monofosfato (DANTAS et al, 2022). O primeiro passo foi o tratamento
suporte (DANTAS et al, 2022) e a realização do teste rápido para cinomose (NUNES, 2021). O que
deu negativo. E ainda a paciente continuava apresentando quadro neurológico grave. Logo depois,
quando novamente internada, o teste rápido foi refeito e da segunda vez, o resultado foi positivo.
Sendo então realizado a aplicação da vacina viva contra Cinomose e Parvovirose Canina (NOBIVAC®
PUPPY DP), pois em alguns estudos mostram a eficácia da administração de soro hiperimune para o
tratamento de cinomose (NUNES, 2021). Também foi realizada a aplicação do concentrado de
imunoglobulinas purificadas (Cino – globulin®) 2,5ml via subcutânea, para atuar no sistema
imunológico e aumentar a resposta do organismo sobre a doença (RODRIGUES, 2012). Após a
adoção responsável, foram feitas consultas com os especialistas. O prognóstico sempre foi reservado
(NASCIMENTO, 2009). Mas com novos especialistas no caso, foi realizada a nova avaliação da
paciente e indicado terapias alternativas. A acupuntura 0,10ml de B12 feita em pontos VG 14 – VB30
– IG10 e E36, para ajudar no tratamento das sequelas neurológicas (MORAES et al, 2013) regulando
a função do sistema encefálico e neuroendócrino (SANTOS, 2021). Pois continuava com sequelas
graves da cinomose, mesmo depois de realizar o PCR (SANTOS, 2021) e constatar que não possuía
células da doença. Utilizado a laserterapia com 2 joules, no espaço intervertebral, um tratamento
não invasivo é recomendado para casos neurológicos e dor aguda, porque causa mudanças na
circulação sanguínea, alteração da condução nervosa e faz o aumento do metabolismo de opiáceos
(SANTOS, 2021), Foi realizado a aplicação de ozônio subcutâneo em região de tarso/metatarso do
membro torácico esquerdo e retal 40 ml 21 ug para melhorar a oxigenação e circulação nos tecidos,
funcionando como antiálgico e anti-inflamatório (BRITO et al, 2021). Também a eletroacupuntura
nos músculos com frequência de 60Hz 15 minutos e na coluna em pontos Huo Tuo, Be 23-27, para
redução da atrofia e dor muscular (SANTOS, 2021). Mesmo com as terapias alternativas, a paciente
chorava e gritava a noite toda. Continuando com sintomas neurológicos. Sendo assim, o veterinário
de terapias alternativas prescreveu o Óleo de Cannabis, Full Spectrum, concentração de canabidiol
20% e Tetrahidrocanabinol 2%, começando com 1 gota BID, aumentando em 3 gotas BID (SANTOS et
al, 2022). O que foi melhorando alguns dos sintomas gradativamente. Ainda assim foi recomendado
às células tronco Omics Biotecnologia Animal® aplicadas via epidural. Com o intuito de reparar o
tecido por modulação da resposta imunológica (PAIM et al, 2022). Realizando a renovação celular e
restaurando o funcionamento dos órgãos e dos tecidos.
Com a substituição das células lesionadas por células saudáveis (NUNES, 2021). Paciente está na sua
primeira aplicação e já vê alguns resultados, na melhoria de comportamento. Será realizado nova
consulta, para nova avaliação e identificar quantas outras aplicações de células tronco serão
necessárias. CONCLUSÃO Com esse trabalho conclui-se que a cinomose é uma doença contagiosa,
provocando altos índices de óbito no Brasil e no mundo, principalmente nos animais jovens. Muito
relacionado a falta de vacinação e o ambiente onde eles vivem. Diante disso, vê-se a importância das
terapias alternativas sendo elas a acupuntura, eletroterapia, laserterapia, ozonioterapia, canabidiol e
células tronco no tratamento da cinomose. Instituindo-se as terapias adequadas e a disponibilidade
do tutor na conduta clínica, o paciente poderá ter melhor qualidade de vida. REFERÊNCIAS AZEVEDO
EP; ABORDAGEM AO PACIENTE ACOMETIDO POR CINOMOSE CANINA; UNIVERSIDADE FEDERAL DO
RIO GRANDE DO SUL FACULDADE DE VETERINÁRIA; PORTO ALEGRE 2013 BRAGA CL; SANTOS EJC.
MEDVEP - REVISTA CIENTÍFICA DE MEDICINA VETERINÁRIA - PEQUENOS ANIMAIS E ANIMAIS DE
ESTIMAÇÃO; EDIÇÃO 50 - VOL IV - 2020; 126-13

BRITO B, ROIER ECR, LEMOS FO, FILHO MS; APLICAÇÃO DA OZONIOTERAPIA NA CLÍNICA DE
PEQUENOS ANIMAIS: VIAS DE ADMINISTRAÇÃO, INDICAÇÕES E EFEITOS ADVERSOS: REVISÃO;
PUBVET V.15, N.07, A859, P.1- 87, JUL., 2021 COSTA JNR; GOMES AAD; SANTOS CRO; MOROZ LR.
MEDVEP - REVISTA CIENTÍFICA DE MEDICINA VETERINÁRIA - PEQUENOS ANIMAIS E ANIMAIS DE
ESTIMAÇÃO; EDIÇÃO 49 - VOL III - 2019; 66-73. DANTAS SA, LIMA TCF, ANDRÉ WPP; AVANÇOS
TERAPÊUTICOS NO TRATAMENTO DA CINOMOSE CANINA: REVISÃO DE LITERATURA ; JUAZEIRO DO
NORTE-CE 2022 LIMA, E. R.; SILVA, T. C. C.; MADRUGA, L. B. A.; VERZOLLA, M. C. C.; LIM, H. R.;
ACUPUNTURA NO TRATAMENTO DE SEQUELAS NEUROLÓGICAS DECORRENTES DA INFECÇÃO POR
VÍRUS DA CINOMOSE CANINA - REVISÃO DE LITERATURA; ANAIS DA ACADEMIA PERNAMBUCANA DE
CIÊNCIA AGRONÔMICA, V.17, N.1, P. 63-75, 2020. MORAES, F.C. ET AL. DIAGNÓSTICO E CONTROLE
DA CINOMOSE CANINA. PUBVET, LONDRINA, V. 7, N. 14, ED. 237, ART. 1566, JULHO, 2013. NUNES
LS; CINOMOSE CANINA: ASPECTOS CLÍNICOS X TRATAMENTO AUXILIAR - REVISÃO DE LITERATURA ;
CENTRO UNIVERSITÁRIO REGIONAL DO BRASIL MEDICINA VETERINÁRIA; SALVADOR 2021 OLIVEIRA
AC, ANTONIO NS, ZAPPA V; REVISTA CIENTÍFICA ELETRÔNICA DE MEDICINA VETERINÁRIA – ISSN:
1679- 7353; ANO VII – NÚMERO 12 – JANEIRO DE 2009. PAIM LL, COSTA JMP, CONSUL PM;
ATUALIDADES NO USO DE CÉLULAS-TRONCO PARA O TRATAMENTO DE SEQUELAS NEUROLÓGICAS
DECORRENTES DA CINOMOSE CANINA; PUBVET V.16, N.05, A1122, P.1-4, MAI., 2022 PENELAS NVT;
TRATAMENTO FISIOTERAPÊUTICO EM CASO DE SEQUELA POR CINOMOSE; UNIVERSIDADE FEDERAL
DO RIO GRANDE DO SUL FACULDADE DE MEDICINA VETERINÁRIA; PORTO ALEGRE 201

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