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Aula 08

Parâmetros físico-químicos no exame de urina

 Propriedades organolépticas (cor, odor);


 Turbidez;
 Densidade;
 pH;
 Sedimentação;
 Concentração.
Análise de Urina (Urinálise)
 Exame de urina do tipo 1 (de rotina).

 Compreende a análise física, química e microscópica da urina, com o


objetivo de detectar doença renal, do trato urinário ou sistêmica, a
qual apresenta alguma manifestação através do sistema urinário.

 É um teste laboratorial amplamente utilizado na prática clínica, não


invasivo e de baixo custo.
Composição da Urina
 Em geral, a urina é constituída por água, ureia e outras substâncias
químicas orgânicas e inorgânicas dissolvidas em água.

 Podem ocorrer grandes variações na concentração dessas


substâncias, devido à influências de fatores como ingestão
alimentar, atividade física, metabolismo orgânico, função endócrina,
etc.

- Ureia.
- Creatinina e ácido úrico.
- Cloreto, sódio e potássio.
- Hormônios, vitaminas e fármacos e seus metabólitos.
- Também pode conter: células, cristais, muco e bactérias, que em
níveis elevados, podem ser indício de doença.
1. Volume da urina

 A água é o principal constituinte do organismo e, portanto, a


quantidade excretada, em geral, é determinada pelo estado de
hidratação do corpo.

 Não possui significado clínico e seu relato é opcional.


2. Cor
 A cor da urina depende da presença e concentração de pigmentos de
origem alimentar, medicamentosa e endógena.

 A urina normal: Amarelada (Amarelo citrino) devido à presença


de um pigmento chamado urocromo, produto do metabolismo endógeno e
produzido em velocidade constante.
Variações de cor nas amostras de urina:
- Amarelo Palha/Claro: Recente ingestão de líquidos
ou no caso de diabetes (insípidus e mellitus).
- Âmbar: Presença de bilirrubina.
- Alaranjada: Medicamentos (por ex. piridium, vit. A).

- Vermelha: Presença de hemácias, hemoglobina, mioglobina e porfirinas.


- Castanha/Preta: Alcaptonúria (presença de ácido homogentísico),
presença de melanina.
- Verde: Interferência de medicamentos (amitriptilina, metocarbamol e
azul de metileno), infecções bacterianas.
3. Aspecto

 Visual da amostra homogeneizada em ambiente bem iluminado e


recipiente transparente.

 Límpido/Transparente
 Ligeiramente turvo
 Turvo/opaco
 Muito turvo
 Leitoso

 Presença de excesso de cristais de oxalato de cálcio ou de ácido


úrico, células epiteliais escamosas e de muco, leucócitos, hemácias,
bactérias, leveduras, lipídeos.
3. Odor
 A urina recém eliminada tem um leve odor de seus componentes
aromáticos. O odor característico da urina é denominado “sui
generis”.
 Odores denominados pútridos ou fétidos: infecções bacterianas, são
denominados pútridos ou fétidos.
 Amostra em repouso: o odor de amônia passa a ser predominante;
este é, causado pela degradação da ureia, sendo denominado odor
amoniacal/“sui generis” acentuado.
 Odor adocicado ou de frutas: Presença de corpos cetônicos
(diabetes).
Exame químico

 Leitura Visual por comparação.


 Semi-automatizado
 Automatizado
Tiras reativas contendo as seguintes áreas reagentes:
- pH, proteínas, glicose, cetona, sangue, bilirrubina,
urobilinogênio, nitrito, leucócitos e densidade.

- Utilização das tiras reagentes: Homogeneizar bem a amostra


e em seguida mergulhar rapidamente a tira reagente na amostra
e retirar o excesso de urina da mesma.
4. pH
- Os rins são os grande responsáveis pela manutenção do equilíbrio
ácido-base do organismo, eles são capazes de manter a homeostasia
do corpo eliminando grandes quantidades de ácidos ou bases
através da urina.
Valor normal: 5,5 a 6,5.
Significado Clínico: Tipo de alimentação, acidose ou alcalose
respiratória/metabólica, anormalidades na secreção e reabsorção de
ácidos e bases pelos túbulos renais, precipitação e formação de
cálculos e tratamento das infecções do trato urinário.

Interferências: Nas amostras de urina envelhecidas, o pH se mostra


elevado, devido a um desdobramento de ureia em CO2 e amônia, sendo
que a amônia tem caráter alcalino.
5. Densidade

- Ajuda a avaliar a função de reabsorção e concentração renais e o


estado de hidratação do corpo.

- Valores normais: 1,015 a 1,025 g/cm3.

- Significado Clínico: Estado de hidratação do paciente, incapacidade


de concentração pelos túbulos renais, diabetes insípido e
determinação da inadequação da amostra por baixa concentração.

Técnicas para medir a densidade


da urina:
 Urodensímetro;
 Refratômetro ou
 Tiras reativas

Refratômetro
Ex. 01.

Duas amostras de urina, A e B, apresentam densidades de 1,05 e 1,35


g/ mL , respectivamente.
Sabendo que, à temperatura do procedimento, a densidade da água é de
aproximadamente 1,0 g/ mL , responda:

a) Qual possui maior quantidade de substâncias dissolvidas?


b) Qual a mais diluída?
c) Qual das duas provavelmente apresenta a cor mais intensa?
Ex. 02.
As amostras de urina A e B apresentam, respectivamente, pH 5,0 e pH
7,0.

Pergunta-se:

Qual a mais ácida? Qual apresenta maior concentração de íons H+ ?


Ex. 03.

A amostra de urina A apresenta 0,15 mol/L de glicose. Qual a


concentração em g/L?

Considere que a massa molar da glicose é igual a 180 g/mol.


Ex. 04.

A amostra de urina B apresenta 500 mg/L de proteínas. Essa


concentração está acima ou abaixo do normal?

Considere valor normal: 15mg/dL


Ex. 05.

O que significa, em termos químicos, os cristais na urina?


REFERÊNCIAS
Colombeli AS da S, Falkenberg M. Comparação de bulas de duas marcas de
tiras reagentes utilizadas no exame químico de urina. J Bras Patol Med Lab
2006;42(2):85–93. Disponível em: https://doi.org/10.1590/S1676-
24442006000200005

https://labtest.com.br/wp-content/uploads/2016/09/Infotec_Tira_de_Urina.pdf

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