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10 O Pensamento Situacional Na Obra Deus em
10 O Pensamento Situacional Na Obra Deus em
Fortaleza
2013
2
Banca Examinadora
____________________________________
Prof. Orientador
____________________________________
Prof. Examinador
Fortaleza
2013
3
Ao meu Pai-fundador:
Pe. Caetano Minette de Tillesse, NJ
(in memoriam)
4
Agradeço ao Deus da Bíblia e dos Profetas que me concedeu o dom de viver e amá-
lo e que me inspirou este trabalho;
À minha família biológica, em especial meus dois grandes heróis: meus pais Isaura e
Francisco; à minha família religiosa: O Instituto Religioso Nova Jerusalém e à minha
família espiritual que este mesmo Deus me concedeu pelo seu próprio merecimento.
Devo grande parte do que sou hoje a vocês!
A dois grandes mestres-amigos que sem eles este trabalho por certo não existiria:
minha irmã de Comunidade, Professora Aíla Luzia Pinheiro de Andrade que nos
proporcionou a oportunidade de conhecer e aprofundar o pensamento de Abraham
Joshua Heschel nesta Casa e que dedicou parte de seu tempo calculado a estar
conosco pesquisando a obra deste grande homem através do Grupo de Estudo
“Consciência religiosa e condição humana em Abraham Joshua Heschel”. Por fim,
ao Professor Padre Judikael Castelo Branco que aceitou o desafio de me orientar
neste trabalho, além de demonstrar tamanha seriedade e capacidade na
transmissão de conhecimentos que ampliaram o horizonte de nosso entendimento
com segurança, simpatia e responsabilidade, homem ao qual tenho como referência
de fé e humanidade.
A todos aqueles que, de alguma forma ou outra, me ajudaram a ser o que sou.
5
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO.......................................................................................................... 07
3 HESCHEL E A MODERNIDADE
3.1 Razão e fé ............................................................................................... 32
3.2 O papel da Sagrada Escritura e dos Profetas ......................................... 35
3.3 A modernidade e a religião ...................................................................... 37
INTRODUÇÃO
é seu principal objeto, embora hoje em dia não se negue outras formas de
conhecimento, como lembra São Tomás, por exemplo. Por outro lado, a cultura
oriental nos apresenta outra forma de conceber a realidade que se dá inicialmente
através da ênfase do papel afetivo no conhecimento, tratando-se aqui do
conhecimento intuitivo ou “pensamento criativo”, sem negar, é óbvio, a importância
da especulação. Longe de se opor ao decisivo e fundamental papel da razão no
conhecimento humano, Heschel não rejeita, mas antes visa complementar o
conhecimento intelectivo, procurando dar ênfase ao papel da memória, do insight e
da imparcialidade nos eventos concretos nos quais vive o homem para assim chegar
ao que ele chama de pensamento situacional, pois, para Heschel, não é o mero
sentimento que poderá aliviar as tensões entre o homem e Deus. O conhecimento
ou “pensamento situacional” de que nosso autor trata é a consciência do homem
religioso que faz a experiência do insight (“estalo”, o despertar das ideias internas
adormecidas), passando de espectador a sujeito que age para a transformação da
realidade, como fizeram os profetas bíblicos, o que constitui seu método
epistemológico.
1
Cf. SUSANNAH HESCHEL. Abraham Joshua Heschel (biografia)
http://home.versatel.nl/heschel/Susannah.htm. Acesso em 05/08/2013 e XAVIER, Antonio Thadeo de
Oliveira. “Israel, eco de eternidade”. Kairós. Fortaleza, 2005. Ano II, n.2, p. 284-303.
2
Cf. ZAMITH, Dom Joaquim de Arruda [Introdução] In: HESCHEL, A. J. Deus em busca do homem.
São Paulo: Paulinas, 1975. p. 5-6.
10
3
Cf. ZAMITH In: HESCHEL, Deus em busca do homem, p. 6
4
Cf. HAZAN, Maria da Glória. Filosofia do Judaísmo em Abraham Joshua Heschel: Consciência
Religiosa, Condição Humana e Deus [Tese de Mestrado] São Paulo, PUC: 2006, p. 33.
5
Cf. HAZAN, Filosofia do Judaísmo em Abraham Joshua Heschel, p. 31-32.
6
Susannah Heschel dispõe de um site que contém informações mais detalhadas da biografia de seu
pai: <http://home.versatel.nl/heschel/Susannah.htm>.
11
É nos Estados Unidos que Heschel elabora suas obras mais conhecidas,
pôde escrever em inglês em 1951 Man is not alone (O Homem não está só) e The
Shabbat (O Sábado). Em 1952, a obra God in search of Man (Deus em busca do
Homem) e, em 1954, Man’s quest of God (O homem à procura de Deus), trazendo
algo inovador, rompendo, de certa forma, com o posicionamento tradicional do
hassidismo frente à modernidade e com os cientistas da religião num contexto pós-
guerra.7
7
Cf. HAZAN, Filosofia do Judaísmo em Abraham Joshua Heschel, p. 32.
8
O Papa João Paulo II dedicou discurso ao Centenário do nascimento de Augustin Bea em 19 de
dezembro de 1981 disponível no site oficial do Vaticano (Roma, 1981), relembrando sua
personalidade e importantes trabalhos na área da unidade da Igreja e do ecumenismo.
9
Cf. ZAMITH In: HESCHEL, Deus em busca do homem, p. 6.
10
Cf. ZAMITH In: HESCHEL, Deus em busca do homem, p. 6
11
“Nostra Aetate”, do latim, “na nossa época”, é o nome desta Declaração do Papa Paulo VI datada
de 28 de outubro de 1965 que trata sobre a relação da Igreja Católica com as religiões não cristãs.
12
católicos deviam lê-las. O Papa ficou sabendo do impacto de suas obras na vida dos
jovens, que para ele representava “uma bênção” e finalizou com um pedido para
Heschel continuar escrevendo.12
O final da vida deste homem foi marcado por muito trabalho, sempre
insatisfeito com as crises trazidas pela desumanização da sociedade moderna e
engajado na luta pela transformação da mesma. Deu sua última aula na sexta-feira
(22 de dezembro de 1972) no Seminário Teológico Judaico de Nova York e voltou
para casa, passando o início do Shabbat13 com a família e, segundo testemunho de
sua filha, Susannah Heschel, eles planejavam ir à Sinagoga no sábado pela manhã,
o que não pôde acontecer, pois Heschel não acordou definitivamente. Heschel havia
também convidado Luther King para estar com a família, mas este foi assassinado
antes que o fizesse.
12
Cf. HAZAN, Filosofia do Judaísmo em Abraham Joshua Heschel, p. 36.
13
Na tradição bíblica antiga o dia iniciava-se com o cair da tarde (Cf. Gênesis 1,5.8.13.19.23 e 31).
Como na tradição bíblica as leis mais antigas tem maior autoridade, conservou-se a ideia de santificar
o sábado, que em hebraico,shabbat quer dizer “descanso”, e esse é o termo da criação. Sua
observação aparece no livro do Êxodo como o quarto mandamento da Lei ou Toráh (Cf. Êxodo 20,8-
11), o que para um judeu constitui ato sagrado. Segundo Heschel, talvez o sábado seja a ideia que
expresse o que é mais característico no judaísmo (Cf. HESCHEL, Deus em busca do Homem, p.
522).
14
Cf. HAZAN, Filosofia do Judaísmo em Abraham Joshua Heschel, p. 38-39.
15
Cf. ZAMITH In HESCHEL, A. J. Deus em busca do homem, p. 5.
13
16
ZAMITH In: HESCHEL, Deus em busca do homem, p. 5.
17
Cf. HESCHEL, Deus em busca do homem, p. 40.
18
Heschel defende a existência de dois tipos de filosofia, o primeiro seria filosofia entendida como
processo de pensamento conceitual, de análise do conteúdo do pensamento. Um segundo tipo de
filosofia seria a de “autocompreensão radical”, também chamado de autoconhecimento ou
autodiscernimento. Segundo Heschel, a primeira das três máximas inscritas no portal do templo de
Apolo em Delfos (“Conhece-te a ti mesmo”) tem sido de diversos modos preocupação central da
filosofia, enfatizada por Sócrates e Platão. Cf. Deus em busca do Homem, p. 19 e nota).
19
Cf. HESCHEL, Deus em busca do homem, p. 40.
14
Aqui, vida e fé não se separam, mas devem acontecer mutuamente num dinamismo
harmônico e vital.
A mente humana, por ser unilateral, não consegue atingir toda a realidade
de uma única vez, ou percebemos os aspectos comuns das coisas que se
expressam ou os elementos que as diferem. Na história dos conceitos houve
períodos em que o olhar para o universal foi mais forte e ainda outros em que o
estudo da particularidade mais interessava. Fílon de Alexandria chegou a rejeitar o
específico e a diferença tanto no judaísmo como no helenismo. Queria dizer assim
que ambos teriam a mesma mensagem, como se o êxtase dos cultos helênicos, por
exemplo, fosse idêntico ao transe profético quando se recebia a revelação. Depois
disso muitos tentaram fazer tal relação, mas assim complementa Heschel:
20
HESCHEL, Deus em busca do homem, p. 30.
21
HESCHEL, Deus em busca do homem, p. 31.
15
22
Cf. HESCHEL, Deus em busca do homem, p. 31-32.
23
Cf. VON ZUBEN, Newton Aquiles [Introdução e tradução] In: BUBER, Martin. Eu e Tu. Editora
Cortez & Moraes: São Paulo,1979. p. 35.
16
Buber ainda afirma que não se trata de pura e simples narração, é mais
que uma reflexão, pois nela está a essência que continua vivendo ao longo das
gerações e quando narrada adquire nova força. Nos primórdios do movimento as
histórias eram transmitidas oralmente e só depois foram escritas, pois os textos que
foram surgindo deixam transparecer que eram utilizados mais precisamente para
uso pessoal que público. Inicialmente se utilizava apenas de lendas e o uso do mito
é tardio; Buber explica ainda que o ritmo interno da comunidade hassídica
possibilitava estilo próprio e o que os hassidim contavam a respeito de seus mestres
não se adaptava a qualquer molde literário senão por lendas. A obra hassídica,
portanto, “queria dizer muito mais do que ela podia conter” e foi dando-se de forma
inacabada, jamais tornou-se obra individual ou arte popular, embora “metal
precioso”.26
24
Cf. LEONE, Alexandre G. A imagem divina e o pó da terra: humanismo sagrado e crítica da
modernidade em A. J. Heschel. São Paulo: Humanitas/FFLCH/USP: FAPESP, 2002, p. 27-28.
25
BUBER, Martin. Histórias do Rabi. São Paulo: Editora Perspectiva, 1967. p. 11
26
BUBER, Histórias do Rabi, p. 11-12.
27
VON ZUBEN In: BUBER, Eu e Tu, 1979. p. 35.
17
28
BUBER, Histórias do Rabi, p. 20.
29
HESCHEL, Deus em busca do homem, p. 16.
18
deste seu método epistemológico. Este método, o qual veremos adiante, distingue-
se daquele que se dá pelos conceitos (desenvolvido pelo raciocínio). O pensamento
(ou conhecimento) situacional preocupa-se com as situações, supondo experiência
interior e levando-nos ao engajamento.
Como bom judeu hassid e rabino, Heschel revela em sua filosofia seu
grande conhecimento sobre a Bíblia, que aparece como fonte de inspiração de seu
pensamento, no qual os mandamentos da Toráh ocupam lugar especial. Segundo
ele, “Os dez mandamentos foram traduzidos em todas as línguas, e seu vocabulário
tornou-se parte da literatura de todas as nações”.31
30
Cf. HESCHEL, Deus em busca do Homem, p. 15-33.
31
HESCHEL, Deus em busca do Homem, p. 522.
19
aquilo que este pode vir a ser. Quando Heschel elabora um estudo sobre o Sábado,
por exemplo, afirma que este representa a realeza de cada homem; anula a
distinção entre o patrão e o escravo, entre o rico e o pobre, entre o sucesso e a
derrota, quer dizer que todos os homens são iguais e nobres: o maior pecado do
homem para Heschel é esquecer que é um príncipe.32 Num contexto trágico
marcado pelo holocausto e pela guerra, no qual a religião perdeu mais ainda sua
força, a postura de Heschel foi de responsabilidade, engajando-se na sociedade na
qual esteve inserido e tentando reconstruir o homem desumanizado da
modernidade.
32
Cf. HESCHEL, Deus em busca do Homem, p. 523.
33
LEONE, A imagem divina e o pó da terra, p. 24-25.
20
34
Cf. HESCHEL, A.J. Deus em busca do Homem. Paulinas: São Paulo, 1975, p. 15.
35
Cf. HESCHEL, Deus em busca do Homem, p. 15
21
36
Cf. HESCHEL, Deus em busca do Homem, p. 15
37
Cf. HESCHEL, Deus em busca do Homem, p.16-17.
38
Cf. ZAMITH, Dom Joaquim de Arruda [Introdução] In: HESCHEL, A. J. Deus em busca do homem.
São Paulo: Paulinas, 1975, p. 7.
22
exigência, fazendo com que o homem olhe para fora de si em toda sua singularidade
e necessidade.39
Sabemos que desde a Idade Média foi estabelecida a crise entre ciência e
religião, e a partir do século XIX, segundo nosso autor, esse emblema tem ganhado
nova roupagem, agora a discussão passa a ser feita entre o tipo de saber conceitual
e o tipo de pensamento fenomenológico-existencial, isto é, aquele tipo de
pensamento que analisa a situação do homem, o que veremos a seguir.
Para Heschel o judaísmo não pode ser resumido nem por um conjunto de
conceitos, nem por um simples conjunto de eventos, mas com os dois,
39
Cf. HAZAN, Maria da Glória. Filosofia do Judaísmo em Abraham Joshua Heschel: Consciência
Religiosa, Condição Humana e Deus (Tese de Mestrado). São Paulo: PUC, 2006, p. 36.
40
Heschel se vale aqui do pensamento de Samuel Taylor Coleridge (1772-1834), citando-o: “Você
poderia descobrir algo de sublime, de nosso ponto de vista a respeito do termo, na literatura grega
clássica? A sublimidade é de origem hebraica.” HESCHEL, Deus em busca do Homem, 1975, p. 57.
41
Cf. HESCHEL, Deus em busca do Homem, p.58.
23
A Bíblia está repleta de vida. Heschel nos faz lembrar, por exemplo, o
êxodo do Egito, a revelação do Sinai e a calúnia de Míriam contra Moisés como
exemplos que ilustram alguns dos grandes eventos que o povo judeu experimentou.
Do outro lado cita “O Senhor é único” e “Justiça tu buscarás” como umas das ideias
da fé judaica. Como vimos, a filosofia do judaísmo é constituída de ideias e
eventos.43
42
Cf. HESCHEL, Deus em busca do Homem, p.38.
43
Cf. HESCHEL, Deus em busca do Homem, p. 38.
44
HESCHEL, Deus em busca do Homem, p. 38-39.
24
45
HESCHEL, Deus em busca do Homem, p. 39.
46
Cf. HAZAN, Filosofia do Judaísmo em Abraham Joshua Heschel [resumo].
25
47
HESCHEL, Deus em busca do homem, p. 43.
48
Em nota da página 45 Heschel lembra que o verbo hebraico empregado no versículo 9 do Salmo
34 O verbo “provar” na língua hebraica é ta’am e tem o mesmo sentido de perceber, experimentar e
pode ser utilizado num contexto de julgamento.
26
Ainda uma outra palavra sobre o insight de Antônio Inácio da Silva que
poderá esclarecer nosso entendimento sobre o mesmo tema:
49
SILVA, Antônio Inácio da. Manual de Iniciação Filosófica. Belo Horizonte: Edição do Autor, 1971, p.
56-57.
50
Cf. HESCHEL, Deus em busca do homem, p. 193.
27
51
ZAMITH [Introdução] In: HESCHEL, Deus em busca do Homem. São Paulo: Paulinas, 1975. p 8-9.
52
ZAMITH In: HESCHEL, Deus em busca do Homem, p. 9.
53
MARITAIN, Jacques. Por um Humanismo Cristão. Ed. Paulus: São Paulo, 1999. p. 121-122.
28
54
Cf. MARITAIN, Por um Humanismo Cristão, p. 122.
55
Cf. ZILLES, Urbano. Filosofia da Religião, p. 33-35.
56
Segundo Angela Ales Bello, a investigação fenomenológica husserliana caracteriza grande parte da
cultura contemporânea. Como para Hegel, em sua “Fenomenologia do espírito”, mas com resultados
diferentes, a fenomenologia é a abordagem daquilo que emerge, o exame daquilo que se manifesta a
partir de verificação de características internas. Cf. Deus na Filosofia do século XX. PENZO, Giorgio e
GIBELLINI, Rosino (orgs). Edições Loyola, 3ª ed. São Paulo: 2002. p.65.
57
Cf. LEONE, Alexandre G. A imagem divina e o pó da terra, p. 30-31.
29
Como se pode ver, os Profetas não tinham ideias prontas sobre Deus,
mas compreensões, tornavam-se testemunhas da palavra divina mais que seus
investigadores. Sendo assim, a percepção profética era mais ligada às posturas que
ideias sobre o Deus que está pessoalmente envolvido com a história do homem,
diferentemente dos deuses gregos que lhe eram indiferentes. Daí resulta que esse
pathos divino identifica-se com o ethos, implicando-se um ao outro. O pathos pode
ser entendido como ato relacional e Heschel vê nele a verdadeira base da relação
de Deus com o homem. Como consequência última percebe-se a implicação do
“conhece-te a ti mesmo”, apontado como um dos termos-chave do pensamento
greco-ocidental, e ainda mais, numa linha bíblica, “Conhece o Deus de teu pai” (1
Crônicas 28,9).59
58
Cf. BACCARINI, Emilio. In Deus na Filosofia do século XX. PENZO, Giorgio e GIBELLINI, Rosino
(orgs). Edições Loyola: 3ª ed. São Paulo, 2002, p. 437.
59
BACCARINI, Emilio. In: Deus na Filosofia do século XX, p.437-440.
60
HESCHEL apud BACCARINI, 2002, p. 439-440.
30
Heschel admite que nossa consciência (do que é certo ou errado) pode
falhar e que mesmo os insights são vagos e esporádicos. Então, o que fazer com
eles? Heschel responde a essa pergunta com a suposição de que existe algo no
homem que é indubitável: seu senso de responsabilidade por sua própria conduta.
Ao contrário da razão, a consciência leva-nos a sentirmos responsáveis por nossa
própria conduta e a preocupação dessa consciência não é conceber algo, mas está
na relação com as coisas, pois nos achamos aqui envolvidos.
61
HESCHEL, Deus em busca do homem, p. 18-19.
31
62
Cf. HESCHEL, Deus em busca do homem, p. 206.
63
HESCHEL, Deus em busca do homem, p. 212.
32
3 Heschel e a Modernidade
3.1 Razão e fé
66
Cf. ZILLES, Urbano. Filosofia da Religião. São Paulo: Paulus, 1991. p. 21-22.
67
ZILLES, Filosofia da Religião, p. 23.
68
Cf. ZILLES, Filosofia da Religião, p. 23.
34
69
Cf. HESCHEL, O homem não está só. Paulinas: São Paulo, 1974. p. 164.
70
O verbo shemá é um termo extraído do livro do Deuteronômio (capítulo 6, versículo 4) que significa
“ouve”, “escuta”: “Ouve, ó Israel, o Senhor nosso Deus é o único Senhor” e representa, como se vê, a
confissão no Deus único, caracterizando, assim, o monoteísmo.
71
Cf. HESCHEL, O homem não está só, p. 165-166.
72
HESCHEL, O homem não está só, p. 176.
35
73
HESCHEL, O homem não está só, p. 177.
36
74
HESCHEL, Deus em busca do homem, p. 41-42.
75
Cf. HESCHEL, Deus em busca do homem, p. 41-42.
76
HESCHEL, Deus em busca do homem, p.278-279.
37
Muitos têm comparado a Bíblia com literatura, como se esse título fosse o
mais alto louvor, mas para Heschel existem muitas literaturas e apenas uma Bíblia,
ela deixa transparecer por si mesma sua singularidade, visto “que nenhuma
imaginação humana poderia conceber uma obra comparável a ela em profundidade,
imorredoura e frequentemente de beleza insuperável”.78 A Bíblia mudou a
concepção de homem, pois revelou sua independência diante da natureza, mostrou
também sua superioridade frente às condições e ainda fez-nos entender os simples
atos, mostrando que o homem não está sozinho, jogado ao acaso, e que sua missão
é ser um companheiro mais que um mestre, a partir de um caminho que lhe faz
homem e santo.79
77
Cf. HESCHEL, Deus em busca do homem, p.299-302.
78
HESCHEL, Deus em busca do homem, p.300.
79
Cf. HESCHEL, Deus em busca do homem, p.301-302.
38
80
Cf. LEONE, Alexandre G. A imagem divina e o pó da terra: humanismo sagrado e crítica da
modernidade em A. J. Heschel. São Paulo: Humanitas/FFLCH/USP: FAPESP, 2002, p.19-20.
81
LEONE, A imagem divina e o pó da terra, p. 21.
82
Cf. LEONE, A imagem divina e o pó da terra, p. 21.
83
LEONE, A imagem divina e o pó da terra, p. 22.
39
exterior e interior das pessoas, tendo por “pressuposto” o progresso das ciências e
da tecnologia. Heschel verifica que nossa sociedade contemporânea tende a
enxergar o mundo de forma desencantada, perdendo de vista o sublime, o mistério e
o maravilhoso, elementos essenciais que formulam os valores da dignidade humana.
Heschel apela para um retorno a esses temas e considera também a democracia,
pois vê nela um ideal de fraternidade que é almejado na tradição judaica.84
84
Cf. LEONE, A imagem divina e o pó da terra, p. 26.
85
Cf. HESCHEL, Deus em busca do homem, p. 15.
40
CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
MENDES, Paulo. Noções de Hebraico Bíblico. Edições Vida Nova: São Paulo, 1981.
SILVA, Antônio Inácio da. Manual de Iniciação Filosófica. Edição do Autor: Belo
Horizonte, 1971. p. 55-57.