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Acérdios ST 0183778 JST300042383 MIRANDA GUSMAO CONTRATO DE COMPRA E VENDA. NULIDADE DO CONTRATO FALTA DE FORMA LEGAL, ABUSO DO DIREITO 's3200201170037787 17-01-2002 UNANIMIDADE, s 1 REVISTA, CONCEDIDA A REVISTA. DIR CIV - TEORIA GERAL / DIR CONTRAT. CCIV66 ARTIGO 289 ARTIGO 334, 1. Pode falar-se em abuso do direito, na modalidade do "venire contra factum proprium", quando cexistem condutas contraditérias do seu titular a frustrar a confianga criada pela contraparte em relagdo a situagdo juridica futura, 2. 0 abuso do direito néo justifica que se considere vélido, subsistente e eficaz um contrato de ‘compra e venda de imével nao formalizado por escritura publica, 3. 0 principio retroactivo da declarago de nulidade ou da anulacio s6 pode afirmar-se como regra ‘eral, dado admitirlimitagbes, 4, A declaragio da nulidade do contrato de compra e venda de parcela de terreno, por nio ter sido celebrada por escrtura pablica, implica que o vendedor, que interveio sem consentimento da ‘mulher, restitua a0 comprador @ prego recebido e que este resttua ao primeiro aquela parcela, Acordam no Supremo Tribunal de Justi 1 1."A" e mulher B intentaram a presente acgdo de declaragio ¢ de condenagao, com processo cordinério, contra C e mulher D, alegando, em sintese, que desde 1990 sio donos e possuidores de um determinado prédio, e que em Julho de 1990 o Autor marido vendeu ao Réu por 432,000 cescudos, uma parcela de terreno de tal prédio, sem escritura piilica, sendo por isso tal venda mula nos termos do artigo 875°, do Cédigo Civil, e que os Réus ocupam 12.250 m2 de terreno dos autores, Conecluem pedindo que se reconhega 0 diteito de propriedade dos autores, que se declare a nulidade dda compra e venda, a condenagao dos Réus a desocupar a parcela que ocuparam, a demolirem o ‘muro que construiram, e o cancelamento de registos a favor deste. 2. Contestaram os Réus, alegando que o prego da compra nao foi o referido pelos autores, mas sim dde 2.000.000 escudos, que a area ocupada foi a vendida, e o muro foi construido com a autorizagio do autor. Deduzindo pedido reconvencional, dizem que no muro gastaram 700,000 escudos fizeram um telheiro por 60,000 escudos, pelo que tém o diteito a ser indemnizados por tais benfeitorias. Coneluem pela improcedéncia da ago mas, no caso da sua procedéncia, pela condenago dos autores a pagar a indemnizagio por benfeitorias no montante de 130,000 escudos. 3. Realizada a audiéneia de julgamento, proferida foi sentenga no sentido de julgar a acgde procedente, declarando-se nula a compra ¢ venda da parcela de terreno ¢ os Réus condenados @ restitui-lo aos autores, e improcedente o pedido reconvencional, dele se absolvendo os autores. 4, Os Réus apelaram - a Relaglo de Coimbra, por acérdio de 20 de Maio de 2001, julgou procedente a apclasio c revogou a sentenga na parte em que declara nul @ compra ¢ venda da parcela de terreno e condena os Réus a restitu-la aos autores, ¢ julgou improcedente os pedidos dos autores, deles absolvendo os Réus, 5. Os autores pedem revista - revogagio do acérdio da Relagio e manutengio da decisio de I* instineia -, formulando conclusées nas suas alegages no sentido de serem apreciadas duas questdes: a primeira, se 0 acérdio reeorrido violou 0 disposto nos artigos 684° ¢ 690° ns, Le 4, ambos do Cédigo de Processo Civil, por os Réus ndo terem invocado a existéncia de abuso de direito; a segunda, se existe abuso de direito a afastar a possibilidade de arguigio da nulidade do 6, Os Réus apresentaram contra-alegagses. Corridos os vistos, eurapre decidir, im ‘Questdes a apreciar no presente recurso. A apreciagao e a decisio do presente recurso, delimitado pelas conclusdes das alegagdes, passa pela anilise de diversas questdes, uma vez que quer o abuso de direito quer a nulidade de negécio juridico sio do conhecimento oficioso do Tribunal. Assim, perfilha-se a anélise de trés questies: a primeira, se existe abuso de direito no exercicio filiado na nulidade do contrato de compra e venda ‘em causa, por inobservineia da forma legal; a segunda, se o abuso de direito justifica (ou no) @ validade do contrato de compra ¢ venda em causa, apesar da falta de forma legal, a escritura pliblica; a terceira, consequéncias da declarago da nulidade do contrato de compra e venda em Abordemos tais questées. m Se existe abuso de direito no exereicio filiado na nulidade do contrato de compra e venda em ‘causa, por inobservancia da forma legal. I, ELEMENTOS A TOMAR EM CONTA: 1. Os autores so donos de casa de rés-do-chio destinada a habitagdo, sta na Rua ., freguesia e Vila da Gafanha da Nazaré. 2. Os autores adguiriram o referido imével por compra, em 19 de Junho de 1990. 3. Em finais de Julho de 1990, 0 Autor marido vendeu aos Réus uma parcela de terreno supra indicado, com a érea de 113 m2, localizada no topo sul 4, Essa venda ndo foi redurida a eseritura publica, 5. O autor marido recebeu do prego da venda supra referida 432.000 escudos. 6, Os Réus construizam um muro no sentido nascente poente, separando assim a parcela de terreno da parte restante do prédio dos autores. 7.0 prego acordado da venda referida foi de 432.000 escudos. 8. O muro referido em 6, foi construido a 20,15 metros do topo sul do prédio dos autores, tendo o prédio a largura de 5,29 metros no topo sul a 7,15 metros no local onde construiram © muro, pelo que os Réus ocuparam a érea correspondents do terreno dos autores. 9, Da quanta referida em 5. foram entregues pelo menos 400,000 escudos em cheque, 10. 0 autor participou em medigSes para a construgao do muro no local e algum tempo depois foi feito o muro agora ali existent. 11, Em 1990 a eonstrugdo do muro dos Réus no eustou mais de 30000 escudos. 12, As telhas do telheiro dos Réus so em lusalite ¢ © custo nio foi superior # 45000 escudos. 2, POSICAO DA RELAGAO E DOS AUTORES/RECORRENTES: 2.a) A Relagio de Coimbra decidiu que revestindo a arguigdo da nulidade do contrato de compra ¢ venda em causa e caracteristicas de um abuso de diteito, impie-se que se reconhega a sua improcedéncia, mantendo-se 0 ajuizado contrato de compra e venda, 2.b) Os autores/recortentes sustentaram que no tendo havido intervencio do autor mulher, nio se pode classificar o eomportamento do autor marido como altamente reprovvel nem dele tendo resultado para os Réus danas irremoviveis ou excessivos. Que dizer? 3. A noglio de abuso de dircito foi consegrada no Cdigo de 66 (artigo 334°) segundo a Goncepgao ara que haja lugar a0 abuso de direito & necessério a existéncia de uma contradiga0 centre © modo ou o fim com que o titular exerce 0 direito € o interesse ou interesses a que o poder nele consubstanciado se encontra adstrto Esta eontradigdo & patente no caso de "VENIRE CONTRA FACTUM PROPRIUM A proibisio de "VENIRE CONTRA FACTUM PROPRIUM" cai no ambito do "ABUSO de DIREITO", através da formula legal que considera ilegitimo o exercicio de um dircito quando o seu titular excede os limites impostos pela boa fé, como sejam 0s casos em que hé contradigo real, cenio aparente, entre a conduta de um dos outorgantes que se vincula a dada situagao futura, lo confianga na contraparte e a conduta posterior a frustrar a confianga eriada A idcia imanente na proibigo do "VENIRE CONTRA FACTUM PROPRIUM" e, conforme aponta BAPTISTA MACHADO, o do "DOLUS PRAESENS": a conduta sobre que incide a vvaloragio negativa & a conduta presente, sendo a conduta anterior apenas referéncia para, tendo em conta a situagao ento criada, se ajuizar da legitimidade da conduta actual "- ef, TUTELA de CONFIANCA e VENIRE CONTRA FACTUM PROPRIUM", em "OBRA DISPERSA", vol. I, pigina 385, 4, Perante o que se deixa exposto, em conjugagio com a materia factica fixada, nfo temos divvidas em precisar que o exerefcio do direito de invocar a nulidade do contrato de compra e venda em ‘causa $6 por parte do autor traduz-se num caso de "venire contra factum proprium", ja que a Autora mulher encontra-se, e encontrou-se, sempre artedada do negécio; ela nZo vendeu, no reeebveu 0 prego, nio participou nas mediagdes para a construgio do muro, Por isso, ndo se pode falar om abuso de dircito por parte da Autora ao intentar, como intentou, a presente aco com vista & declaragao de nulidade do contrato de compra e venda celebrado entre o Autor marido e 0 éu, sem observancia da forma legal, a escritura piblica conforme o estatuido no artigo 875°, do Cédigo Civil A conduta do Autorimarido ao intentar a presente acgao a pedir a declaragao de nulidade do ccontrato de compra e venda em causa consubstancia um caso de "VENIRE CONTRA FACTUM. PROPRIUM'", porquant: ‘A conduta presente do Autor/marido foi pér termo ao contrato de compra e venda em causa com a invocapdo de ndo estar em conformidade com 0 preceituado no artigo 875°, do Cédigo Civil: no ter sido celebrado por eseritura piblica ‘A conduta passada do Autor/marido foi a de considcrar vélido o contrato em causa, de sorte a cconvencer o Réu, na qualidade de comprador, de que se vineulara a execugdo do mesmo, ‘Com a conduta passada do Autor/marido preenchido se encontra o primeiro dos pressupostos para que se verifique o efvito proprio do "VENIRE CONTRA FACTUM PROPRIUM'": precisamente a situagdo objectiva de eontianga, ‘Com a conduta presente do Autor/maride preenchido se encontra o segundo pressuposto - 0 investimento de confianga -, sendo certo que o tltimo dos pressupostos - a boa fé da contraparte ou de terceiro que confiou - resulta dos factos referidos em 8. € 10,, dos conta", do presente parigrafo, lementos a tomar em Conelui-se, assim, existir abuso de direto por parte do Autorimarido no exere‘cio filiado na nulidade do contrato de compra e venda em caus WV Se 0 abuso de direito por parte do Autor/marido justifica (ou nfo) a validade do contrato de compra ce venda em causa apesar da falta de forma legal, a escritura pibica, 1, POSICAO DA RELAGAO E DOS RECORRENTES: 1.a) A Relagdo de Coimbra decidiu que revestindo a arguido da nulidade as caracteristicas de um abuso de direito, impde-se que se reconhega a sua improcedéneia, mantendo-se o ajuizado contrato dde compra e venda em causa, 1.b) Os autores/tecorrentes sustentam que o negécio celebrado entze Autor / marido e Réus nido pode ser declarado vilido com o fundamento no abuso de direito do mesmo autor, uma vez que para tal alienagdo seria sempre necessario o consentimento da Autoralmulher. Que dizer? 2.0 abuso de diteito constitui um vicio tipico, essencialmente distinto da falta de dieito - eft censinado VAZ SERRA, no BMJ, n. 85, pagina 265 -, de tal sorte que se o exercicio abusive do direito causar algum dano a outrem havera lugar & obrigagao de indemnizar; se 0 vieio se tiver reflectido na celebragio de qualquer negocio juridico, este seré, em principio, nulo - eft. ANTUNES VARELA, Das Obrigagies em Geral, vol. 1,10" ed., pag, 547 / 548, Por outras palavras, a ilegitimidade do abuso de direito tem as consequéncias de todo 0 acto ilegitimo: pode dar lugar & obriga¢do de indemnizar; & mulidade nos termos gerais do artigo 294°; & legitimidade de oposiga0; 20 alargamento de um prazo de prescrigdo ou de caducidade - eft, PIRES de LIMA c ANTUNES VARELA, Cédigo Civil Anotado, vol. I, ed,, pigs. 299/300; VAZ. SERRA, Revista Legislagio e Jurispradéncia, ano 107, pig. 25 3. Face a tais consequéncias na ilegitimidade de abuso de direito, surge o de saber qual a adequada no easo de abuso de direito na invocagao da nulidade de contrato de compra e venda verbal, ndo celebrado por escritura piblica, ‘A consequéncia sera a legitimidade de oposigdo & declaragio de nulidade? Ou, sera tio s6 a ‘obrigagio de indemnizar? Dito de outro modo, o abuso de direito poders justficar que o contrato de compra e venda verbal soja vilido? 4, A questio tem sido objecto de larga anilise quer no estrangeiro (como noticia VAZ SERRA. Revista Legislagdo e Jurisprudéncia, ano 103, pags. 215, nota 2; e MENEZES CORDEIRO, DA BOA FE: no Direito Civil, vol. I, pigs. 771/796) quer contra as normas civilistas, com reflexos na jurisprudéncia, 4.) VAZ SERRA, comentando a posi¢do de M. ANDRADE, no sentido de oposigdo A declaragdo de nulidade, defende uma dupla solugdo, atendendo aos fins que o legislador teve em vista quando estabeleceu certa e determinada forma. Assim: a) se a finalidade da disposigdo legal respeitante & forma se destina a assegurar tio 86 a ponderagdo das partes a solugio seri a de oposiglio a declaragiio de nulidade; b) se a finalidade da disposigo legal fem em vista um objective inconeilidvel com a efieécia da declaragdo ndo formalizada (como seja 0 caso do contrato de ‘compra e venda de bens imobiliérios, para a qual a lei exige escritura piblia ... nfo s6 para aassegurar a ponderagdo das partes, mas para outros fins e, entre cles, a seguranga e a certeza acerca da situagao de propriedade imobilidria) a solugdo seri a de ilegitimidade de oposigao, ou seja, a nulidade pode ser invocada por quem cometeu abuso de direito, mas ter essa pessoa a obrigagdo de indemnizar a outra parte - cfr. REVISTA LEGISLACAO e JURISPRUDENCIA, ano 109, pags. 30/31 4b) No mesmo sentido esta MENEZES CORDEIRO quando escreve ‘anutenso dos efeitos pretendidos pelos negéciosnulos, morcé da intervenso subsequente do exereicio d dieito pressupost, por forma que transcende manifestamente os limites impostos pela bos implica a obtengio, mediante obrigages legs, dos elsitos procurados através do acto nulo. F precisamente isso que o Dircito,recorrendo a artigo 289 n, 1, sem atender, de propésit, & especificidades concretas, no quer” FE acrescente: “exerciio de um dircito que implique a slegagio de nulidade formal pode ser abusivo para contrariar a boa fo titular exercene, em abuso, incore em previsdes de indemnizasdo ou outa, consoante os efeitos priticos a ponders’, No podem, face do Direito portygués, manter-s, por via directa da boa fos efeitos falhadamente procurados pelo acto nulo”- cf: DA BOA FEE no DIREITO CIVIL, vol. I, pags. 79. 4.0) Este Supremo Tribunal de Justga acolheu os ensinaments das insignias cvilists citadas 20 firmara douirina que o regime das nulidades que decorre dos artigos 285° e seguntes, do Cédigo Civil obs i procedéncia da aguigio - por inobservinci da forma legal - fundada em abuso de dirsto- eft. acérdio de 11 de Julho de 1999, no Boltim do Ministério da Justis, n° 409, pigs 735/742, 4.8) As posigdes de VAZ SERRA e de MENEZES CORDEIRO, a reflectir-se na doutrina do citado avérdio, merece a nossa intira concordincia, porquant, por um lado, deseparecido o negScio, as partes nda ficam desamparadas no que, a seu abrigo,hajam prestado assistem-thes prtensdes de resttuigio, conforme artigo 28, do Cédigo Civil; por outro lado, a invocagio do abuso de dircito no pode bloquear quer o poder de qualquer interessado invocar a mulidade do contrat por falta de eseitua pablica quero poder do Tribunal de declararofciosamente a nulidade, ef. artigo 286", do Codigo Civ Conclui-se, assim, que 0 abuso de direito no justifica que se considere vilido (subsistente e cficaz) um contrato de compra e venda de bem imobiliario néo formalizado por escritura piblica Conclusdo a abranger 0 contrato de compra e venda em causa, de sorte a considerar-se nulo por nio ter sido celebrado por escritura piblica v ‘Consequéncias da declaragdo de nulidade do contrato de compra e venda em causa, 1. A nnulidade de um negécio juridico tem efeito retroactivo: a produgio dos seus efeitos tem-se por cexcluida ab initio, desde a origem do mesmo, ou seja, & data da sua formagio - artigo 289°, n. 1 do Cédigo Civil. Este principio do regresso & situagdo iniial fimciona tanto em relago as partes no negécio como relativamente a terecitos (in rem e ndo somente in personem). Assim, se A vende um prédio a este depois vende a C, ndo ficard de pé a segunda venda se a primeira vier a ser anulada, Ao efeito de nulidade (anulatério) pode, todavia, a lei estabelecer certos desvios, sob presse de atendiveis necessidades priticas. Eo que acontece com as resolugdes que resultam do disposto no artigo 289° n° 2, ¢ de certas: rogras de posse, especialmente no tocante A restituigdo de frutos e em materia de benfeitorias {artigos 1269" e seguintes, aplicaveis ex vi do artigo 289° n.* 3). Isto significa que o principio do efeito retroactivo da anulaglo - 0 efeito nfo apenas in personem, ‘mas in rem - admite limitagdes e sé pode, consequentemente, afirmar-se como regra geral - cf. RUIALAI 10, A Confirmagao dos Negécios Anuliveis, vol. , pigs. 74 e seguintes. 2. No caso concreto, o principio do efeito retroactive da declaragiio de nulidade do contrato de ‘compra e venda verbal celebrado entre Autor/marido e Réus afitma-se no sentido de o Autor restituir aos Réus 0 que reeebeu a titulo de prego - precisamente a quantia de 432000 eseudos (quatrocentos etrinta dois mil escudos) -e estes a restituirem a parcela de terreno, com a rea de 113 m2, Iocatizada no topo sul do prédio identificado em 1, dos elementos a tomar em conta, do pardgrafo III do presente acérdio. vi Conelusio Do exposto, poderi extrait-se que: 1) Pode falar-se em "Abuso de Direito", na modalidade de "Venire Contra Factum Proprium” quando existem condutas contraditérias do seu titular a frustrar a confianga eriada pela contraparte cem relagio a situago juridica futura, 2) abuso de direito nao justifica que se considere vilido (subsistente e eficaz) um contrato de ‘compra e venda de bem imobilirio nfo formalizado por escritura piblica 3) prinefpio retroactive da declaragio de nulidade ou da anulagSo s6 pode afirmar-se como regra ‘geval, dado admitirlimitagdes, Face a tais conclusdes, em conjugagio com a conclusio a que se chegou na apreciagio das ‘questies, poder precisar-se que: 1) Existe abuso de direito por parte do autor/marido no exercicio filiado na nulidade do contrato de ‘compra e venda em causa. 2) 0 contrato de compra e venda em causa é nulo por ndo ter sido celebrado por eseritura publica. 3) A declarago de nulidade do contrato de compra ¢ venda em causa determina que o Autor restitua aos Réus o prego recebido, ou seja, a quantia de 432000 escudos (quatrocentos ¢ trinta e dois mil escudos) ¢ estes iquele a parcela de terreno, com a tea de 113 m2, localizada no topo sul do prédio dos Autores 4) 0 acérdio recorrido niio poderi ser mantido dado nio ter observado o affrmado em 2. ‘Termos em que se concede a revista e, assim, revoga-se o acérdio recorrido para subsistir a sentenga da [* instincia, acrescida da condenagio do Autor a resttuir aos Réus @ quantia de 432,000 escudos (quatrocentos e trinta dois mil escudos). Custas pelos recorridos. Lisboa, 17 de Janeiro de 2002 Miranda Gusmao, Sousa Inés, Nascimento Costa

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