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Título do projeto:
Linha de pesquisa:
São Luís
2022
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1-INTRODUÇÃO:
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Dados do Boletim Epidemiológico. Secretária de Vigilância em Saúde. Ministério da Saúde. Vol.50. Set
2019.
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A partir dos debates propostos pelo grupo de trabalho Habraços pela vida,
houve uma aproximação do tema, bem como como dos dados construídos pela própria
escola que apontavam um número cada vez maior de jovens que atentavam contra sua
própria vida.
2-JUSTIFICATIVA:
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mês de combate ao suicídio....
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Existem hoje muitos escritos na área de Sociologia da educação, bem
como sobre a prática do ensino da sociologia no Ensino Médio: estatísticas relacionadas
ao desempenho escolar (LIMA, 2017), práticas docentes (NEVES, 2015), dinâmicas em
sala de aula envolvendo o ensino da sociologia (SILVA, 2015), entre outros temas, que
tem conquistado cada vez mais espaço entre os pesquisadores, favorecendo assim o
estabelecimento das pesquisas na área da licenciatura em ciências sociais.
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relevância para a construção desse espaço social.Sendo assim, perceber a complexidade
desse ambiente e analisar como as relações são construídas e operadas, que conflitos e
adesões ensejam, constituem uma das preocupações desse projeto. Sobretudo, como os
alunos, integrantes desse espaço social, tem desenvolvido transtornos emocionais que
manifestam-se através da violência autoprovocada, cuja frequência e impacto tem
afetado diretamente a organização do ambiente escolar e a prática do professor em sala
de aula.
A escola nesse aspecto seria entendida como palco dessas relações que
refletem o contexto social dos agentes envolvidos: nela é que se vem refletir os valores
e a estrutura da sociedade na medida em que determinam o processo educativo e suas
regras e formas de comportamento; sendo assim, o processo educativo se organizaria
no jogo entre indivíduo, sociedade e cultura, e a escola seria o reflexo dessas interações
e suas tramas.
3-REFERENCIAL TEÓRICO:
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2000. Outros dados também são impactantes: no mesmo período a ocorrência de
suicídios cresceu 77,7% na Região Norte do país e apresentou uma tendência de
aumento de casos entre a população mais jovem.
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A constituição da Sociologia no século XIX contribuiu com superação de alguns
limites que perpassam a metodologia utilizada na captação de dados , bem como de sua
análise e reflexão. Dentre os pensadores clássicos, o texto de Karl Marx, Peuchet: Vom
Selbst- mord, publicado no Brasil em 2008, com o título Sobre o Suicídio (Marx, 2008),
contribui de forma relevante o pensar o suicídio sob uma ótima das ciências sociais. O
relato dePeuchet apresentado por Marx é importante, pelo menos, por dois aspectos: 1)
ele consegue transmitir a dimensão sinistra que o suicídio representava para a sociedade
francesa, em particular parisiense, em fins do século XVIII e início do seguinte; 2) o de
relacionar o suicídio com questões transcendentes à dimensão individual, ou seja, de
acordo coma moral vigente, as convenções e normas estabelecidas, as crenças
religiosas, as crises financeiras etc., o ato de se matar, para muitas pessoas, de diversas
classes, era a única solução possível. Percebe-se assim que , já em 1846,Karl Marx
apresentava que o suicídio também podia estar relacionado e explicado por fatores de
ordem social.
Cinco décadas depois de Karl Marx, outro autor volta a pesquisar tal fenômeno
social. Desta vez, Durkheim desenvolveu uma pesquisa sobre o suicídio em 1897, que
resultou na publicação do livro: O Suicídio. Diferente de Marx, o francês construiu (com a
inestimável ajuda do seu sobrinho Mauss) seu objeto de estudo e enfrentou a crença
disseminada de que o suicídio era um ato puramente individual e exclusivamente psicológica,
e que, por isso, seria imprevisível e inexplicável. No entanto, Durkheim demonstrou, a
aprtir de pesquisa, que o suicídio apresentava uma grande regularidade. Apoiado nessa
constatação, e fundamentado sobre dados, ele pôde desvincular a causalidade daquele
fenômeno da esfera individual (Durkheim, 2002).
Diferente de Marx, Durkheim construiu seu próprio objeto de estudo, algo
que envolveu diversos aspectos. Por um lado, além do problema social, com o estudo
do suicídio buscou enfrentar a exclusividade que os estudos de psicologia detinham
sobre o tema. Por outro, como corolário, teve como objetivo estabelecer o campo de
estudo da sociologia (QUEIROZ.2017).
Durkheim define o suicídio como “todo caso de morte que resulte direta ou
indiretamente de um ato positivo ou negativo, praticado pela própria vítima, sabedora
de que devia produzir esse resultado” (1982:16) e acrescenta, delimitando claramente
seu objeto de análise: o ato assim definido, mas interrompido antes de resultar em
morte não deve ser considerado”(1982:16). A hipótese de Durkheim é que, se em lugar
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de olharmos para o suicídio como algo isolado, o vermos como um fato social, nele
teremos inúmeras informações sociais e culturais, devendo, portanto ser tratado de
forma coletiva, indo do todo às partes. Dessa forma, Durkheim e o suicídio foi o ponto
de partida para novos estudos, ainda assim os estudos nessa área são escassos ou de
pouca consistência sociológica.
aumento, não apenas na Polônia, mas também em outros países, bem como apotam
que os grupos suicidas são cada vez mais jovem. , Aqui no Brasil, já é possivel
observar esse aumento, que, de acordo com artigo, Violência Autoinfligida por
Crianças e Adolescentes em um Município do Interior Paulista, cerca de 900 mil
pessoas morrem em decorrência do suicídio, o equivalente a uma morte a cada 40
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segundos e uma tentativa a cada três segundos.
No ano de 2016, em nível mundial, o suicídio foi dado como a segunda principal
causa de morte entre jovens de 15 a 29 anos.
A infância e a adolescência são fases marcadas por constantes mudanças de ordem
psicológica, física e/ou social, nas quais o indivíduo passa por diversos conflitos e
ambivalências. Nesse momento, as crianças e os adolescentes também estão desen-
volvendo estratégias para lidar com seus problemas existenciais, como compreender o
sentido do viver e do morrer e, assim, as ideias suicidas podem aparecer como parte do
processo, refletindo apenas a busca pela própria identidade.
4-OBJETIVOS:
4.1-GERAL:
4.2-ESPECÍFICOS:
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5-PROPOSTA METODOLÓGICA:
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selecionados, proporcionando novas possibilidades para produzir dados descritivos,
principalmente com base na observação, além de apresentar possibilidade de transitar
constantemente entre as observações e as análises.
6-REFERÊNCIAS:
BEAUD, S.; WEBER, F. Guia para pesquisa de campo: produzir e analisar dados
etnográficos. Petrópolis: Vozes, 2014.
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BLUMER, Herbert. Implicação sociológica do pensamento de George Herbert
Mead. Tradução de Mauro Guilherme Pinheiro Koury. RBSE Revista Brasileira de
Sociologia da Emoção, v. 16, n. 48, p. 47-58, dezembro de 2017. ISSN 1676-8965
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FILHO, Juarez Lopes de Carvalho. O ensino de sociologia como problema
epistemológico e sociológico. In: Revista Educação e Realidade. Jan/Mar, pp 59-80
MARX, Karl; ENGELS, Friedrich. Textos sobre educação e ensino. São Paulo:
Centauro, 2004.
NEVES, Ana Beatriz Maia. Sociologia no ensino Médio: Com que “roupa ela vai?” In:
HANDFAS, Anita, MAÇAIRA, Julia Polessa, FRAGA, Alexandre Barbosa (Orgs).
Conhecimento Escolar e Ensino de Sociologia: Instituições, práticas e percepções.
Rio de Janeiro. 2015
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ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE. Prevenção do suicídio: um recurso para
conselheiros. Genebra, Organização Mundial de Saúde, 2006. Disponível em:Acesso
em: 17 fev. 2019.
KOURY, Mauro Guilherme Pinheiro. Sociologia das emoções. O Brasil urbano sobre
a ótica do luto. Petrópolis, Vozes, 2003.
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SILVA, Aline Barbosa da. A sociologia no ensino médio: o que pensam os estudantes de
Duque de Caxias? In: Handfas, Anita, Maçaira, Julia Polessa, Fraga, Alexandre Barbosa
(Orgs). Conhecimento Escolar e Ensino de Sociologia: Instituições, práticas e
percepções. Rio de Janeiro. 2015
WEBER, MAX. Conceitos básicos de Sociologia. São Paulo: Editora Moraes, 1987.
ZYGMUNT, Bauman. Amor líquido: Sobre a fragilidade dos Laços Humanos. Rio
de Janeiro: Zahar, 2003.
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