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VIOLÊNCIA NA ESCOLA, UM CONFLITO ENTRE A LEI E A REALIDADE COMO

PREVENIR À LUZ DO ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE

Antônia Irandir Santos Da Silva Soares1

Theresa Christine Filgueiras Russo Aragão2

Francisco José Filgueiras Russo3

Antônio Wellington de Souza Costa4

RESUMO

Esta pesquisa tem como objeto a violência na escola, e tem como finalidade mostrar os
resultados de um estudo realizado com professores e educandos de uma dada escola
pública. Atualmente, a violência tem sido motivo de muitas indagações, porque está
exageradamente presente no nosso cotidiano, apesar dos nossos esforços de afastá-la.
Sua divulgação é exponencial, e as consequências são devastadoras. A violência possui
um conceito complexo, e, esse fenômeno tem ampliado suas modalidades e os espaços
de ocorrência. A escola, já algum tempo, é alvo de cenas e comportamentos violentos,
preocupando os sujeitos que estão envolvidos no processo de ensino e aprendizagem.
A pesquisa teve como problema a ser respondido quais as diferentes percepções sobre
a violência escolar e suas possíveis consequências entre os professores e os educandos
de uma escola da rede estadual de ensino do Ceará localizada no município de
Pacatuba. Teve como objetivo geral analisar as diferentes formas de violência e suas
possíveis consequências no contexto escolar, a partir da percepção de professores e
educandos de uma escola da rede estadual do Ceará no município de Pacatuba. Do
ponto de vista teórico, ancoramos a pesquisa nos trabalho de Aquino (1996), Abramovay
(2005), Capez (2007); Charlot (2006); Derbabieux (2006); Faleiros (1995); Fante (2005);
Gotzens (2003)Ishida (2007), Medeiros (2996), Minayo (2003), Ortega (2002); Ristum
(2004); Waiselfisz; (2006), entre outros. Do ponto de vista metodológico, a pesquisa teve
uma abordagem qualitativa. Constituiu um estudo de caso, cujos instrumentos para
coleta de pesquisa foi a observação direta e a aplicação de um questionário. O trabalho
apresentou como principais conclusões a correta percepção de professores e
educandos quanto a questão da violência escolar. Esta por sua vez é profundamente
influenciada por fatores externos como o tráfico de drogas, a disputa territorial de
facções, dentre outros aspectos, o que dificulta o combate da violência por parte da
comunidade escolar.

Palavras - chave: Escola. Violência. Estatuto da Criança e do Adolescente.


______________________________
1Lara Picanço Menezes de Mesquita. Professora do Rede Municipal de Ensino de Fortaleza, Ceará, Brasil.
Mestra em Ciências da Educação, UNADES. Doutora em Ciências da Educação, UNADES.
2Profa. Dra. em Bioquímica e Biologia Molecular. Universidade Federal do Ceará. Universidade Estadual

do Ceará. Governo do Estado do Ceará.


3Professor da Rede de Ensino Público do Estado do Ceará, Brasil. Doutor em Geografia, Universidade

Estadual do Ceará, Brasil. Doutor em Ciências da Educação, Universidade Interamericana do Paraguay.


4Doutor em Educação, Universidade Interamericana, Paraguay. Professor lotado na Rede de Ensino

Público do Estado do Ceará, Brasil.


4Prof. Dr. Antônio Wellington de Souza Costa. Doutor em Ciências da Educação pela Universidad

Interamericana, Paraguay

INTRODUÇÃO

Esta pesquisa trata da questão da violência no contexto de uma escola da rede


estadual de ensino do Ceará. Este fenômeno que vem tomando grandes dimensões em
toda a sociedade, assume características particulares nas unidades educacionais, uma
vez que são espaços promotores da escolarização de crianças, jovens e adultos em
nível básico.

Entretanto, para tratar da violência na escola é necessário, antes de tudo,


observá-la como um fenômeno de ordem mais geral, cuja complexidade extrapola a
visão do senso comum. Esta exigência se explica pois, no bojo desta discussão, estão
envolvidas questões sociais, econômicas e política, além de trazer para a vida real uma
variedade semântica extensa, o que lhe confere uma série de significados que só são
compreendidos segundo a realidade social que se observa.

Em Borba (2011, p. 1433) há o conceito da violência como o “uso da força física,


intimidação ou ataque moral contra alguém”. Ela pode ser manifestada tanto de maneira
física quanto simbólica contra outrem, causando ao próximo prejuízos de onde física ou
psíquica, uma vez que pode ser manifestar em nível simbólico, tanto em caráter
individual quanto coletivo.

A questão quando analisamos a violência, diz respeito a relação entre o seu


significado e a maneira pela qual as pessoas a veem de uma forma geral, a densidade
semântica assumida pelo termo, e as suas inúmeras possibilidades de expressão, que,
em muitos casos, podem assumir elevadas proporções. Corrobora com esta afirmação
o fato moderno de que os agentes responsáveis pelo combate da violência podem ser,
em alguns casos, parte implicada no processo de geração deste fenômeno, funcionando
como desencadeadores de mais violência, como no caso do tráfico de drogas,
contrabando dos mais diversos bens, dentre outros fenômenos.

O presente trabalho trata da violência física entre educandos e destes contra os


profissionais em educação, da violência psicológica que pode existir nas relações intra
e extra escolares, incluindo, nesse contexto, os ataques verbais, além daquelas que
tratam das questões sexuais, como assédio e até o estupro, das manifestações de
bullying, de racismo, de gênero e o problema do tráfico de drogas.

A violência escolar não pode ser compreendida como um fenômeno isolado,


enclausurado pelos muros escolares, uma vez que tem como uma de suas principais
fontes a própria crise de valores que nossa sociedade se encontra imersa. Não é de hoje
que se discute o problema e esta pesquisa vem ao encontro de uma série de outros
trabalhos que tratam do tema, no sentido de não apenas acatar o que já foi descrito em
outros trabalhos, mas de ampliar a discussão em torno das questões da violência no
âmbito escolar, a fim de ratificar cientificamente a necessidade de darmos maior
visibilidade a este problema.

A violência escolar, por atingir diretamente ambientes onde se trabalha os


processos educacionais escolares de crianças, jovens, adultos e idosos, deve ser
observado cotidianamente e, sempre que possível, analisando segundo critérios
científicos, para no intuito principal de dar maior visibilidade ao problema. Quanto mais
se abordar essa questão, tanto por profissionais da educação quanto por aqueles de
outras áreas, mais teremos subsídios para o enfrentamento que se faz necessário
acerca deste que é um dos principais problemas enfrentados nas escolas brasileiras
atualmente.

Além destas questões, um outro importante aspecto justifica a realização desta


pesquisa, que é a experiência de trinta e seis anos de magistério na rede pública de
ensino do Estado do Ceará e 32 do Município de Fortaleza da autora do presente
trabalho, que, atuando agora como Advogada, precipuamente na área do Direito
Público, pode promover a reunião de experiências e o necessário fôlego para encampar
um estudo sobre a violência escolar. O fato de ter desenvolvido funções diversas nas
escolas como professora, coordenadora pedagógica e diretora, ajudou a autora do
presente trabalho a tratar do fenômeno com a devida amplitude e complexidade que ele
exige.

Para tanto, foi realizada uma pesquisa de abordagem qualitativa, utilizando o


estudo de caso como estratégia. Foram sujeitos pesquisados um grupo de professores
e educandos. Isso porque a pesquisa teve como lócus uma escola da rede estadual do
Ceará, tendo como sujeitos pesquisados. Como instrumentos para coleta de
informações foram utilizadas a observação direta nas áreas comuns da escola, bem
como, em situações reais de ensino. Também foi aplicada uma entrevista
semiestruturada, buscando apreender as subjetividades inerentes aos respondentes
acerca do objeto em questão. Ao final, o conjunto de dados foi analisado a partir de
categorias de sentido.

Tendo em vista as considerações preliminares até aqui realizadas,


apresentamos o problema que originou esta pesquisa: quais as diferentes percepções
sobre a violência escolar e suas possíveis consequências entre os professores e os
educandos de uma escola da rede estadual de ensino do Ceará localizada no município
de Pacatuba? Decorrente desta diferenciação, quais os limites e possibilidades de
aplicação da legislação vigente no combate a violência escolar, sobretudo, utilizando o
Estatuto da Criança e do Adolescente– ECA?

OBJETIVOS

Pautando-nos nos questionamentos apresentados, constitui o objetivo geral


desta pesquisa, analisar as diferentes formas de violência e suas possíveis
consequências no contexto escolar, a partir da percepção de professores e educandos
de uma escola da rede estadual do Ceará no município de Pacatuba. Como objetivos
específicos, foram elencadas as seguintes metas secundárias: conceituar o que é
violência em suas mais diversas expressões; caracterizar a violência escolar,
contextualizando-a a realidade da comunidade no entorno da escola pesquisa; discutir
se a forma pela qual professores e educandos lidam com a violência escolar permite ou
não a aplicação da legislação vigente como forma de combatê-la.

REVISÃO TEÓRICA

A violência nas escolas sempre existiu, mas, somente há pouco mais de 30


(trinta) anos começou a ser estudada a partir de parâmetros psicossociais, científicos e
jurídicos, recebendo denominação específica e pela qual é conhecida atualmente em
todo o mundo. A partir de casos mais graves, o assunto começou a ganhar espaço em
estudos desenvolvidos por pedagogos, psicólogos, professores e profissionais do direito
e de segurança, inclusive púbica. Silva (2010) afirmam que neste processo a imprensa
tem auxiliado para dar maior visibilidade à importância de se combater a violência
estudantil, sobretudo, quando direcionada ao combate à criminalidade. Para a autora,

Não se tratam de pequenas brincadeiras próprias da infância e da adolescência,


mas de casos de violência, em muitos casos de forma velada. Essas agressões
morais ou até físicas podem causar danos psicológicos para a criança e ao
adolescente facilitando posteriormente a entrada dos mesmos no mundo do
crime. (SILVA, 2010, p. 156)

A violência é um fenômeno que poderá ocorrer de dentro da escola para fora


dela e vice-versa. Em função dessa realidade, muitas tragédias que ocorrem nas
imediações das escolas, em shoppings, danceterias, festas, ruas ou praças públicas
podem ser iniciadas dentro do ambiente escolar. As autoridades de segurança pública
devem considerar a possibilidade concreta do fenômeno da violência estudantil nas
investigações, quando da ocorrência de atos violentos e criminalidade entre os jovens.
Suicídios, assassinatos e lesões corporais graves entre adolescentes podem ser
evitados se houver uma política séria de enfrentamento dos casos de violência escolar.

É consenso entre os especialistas que atuam no combate a violência, que esta


a violência, que um trabalho mais direcionado pode existir nas escolas, evitando, assim,
problemas maiores, ou minimizando os impactos daqueles episódios que porventura
possam ocorrer. Para Derbabieux e Blaya (2002), não se trata de uma questão
ideológica, um simples querer, mas de uma ação de combate propositivo, que deve
sempre se basear em possíveis evidências. Para eles todos devem se basear no
conjunto de bons exemplos que podem ser encontrados mundo afora e que são bem-
sucedidos no combate a violência nas escolas, sejam por intermédio de ações pontuais
em unidades escolares, sejam por um conjunto de políticas públicas, dentre elas, um
conjunto legal que efetivamente contribuem para minimizar o problema da violência
escolar.

A incidência crescente de todas as formas de violência, que torna nossos jovens


ao mesmo tempo, vítimas e carrascos de si e daquelas pessoas externas ao ambiente
escolar, exige da sociedade uma análise mais aprofundada acerca desta problemática,
pois se tornam cada vez mais comuns nos ambientes escolares os registros de
agressões física, moral ou psicológica entre educandos e, entre estes e os profissionais
em educação. Nesse contexto, precisamos chamar atenção para um aspecto relevante:
grande parte das atitudes tomadas por um ou mais agressores no ambiente das escolas,
geralmente, não apresentam motivações específicas ou justificadas. Significa dizer que
há um perigoso processo de naturalização da violência, onde os mais fortes utilizam e
suas força e poder de intervenção contra os mais frágeis, tornando-os objetos de
diversão, prazer e poder, com o intuito de maltratar, intimidar, humilhar e a amedrontar
suas vítimas.

Este é um processo perigoso, não apenas pela violência produzida no momento


em que é praticada, mas que pode gerar consequências duradouras, perpetuando a
apatia, a falta de projetos futuros de vida, proporcionado perspectivas negativas e que
podem deixar muitos traumas naqueles que sofrem a ação violenta. Na visão de Silva
(2010), o problema relativo a esse tipo de violência no Brasil se torna ainda mais grave,
uma vez que pode ser observado um atraso na identificação e no enfrentamento do
problema.

Gauderer (apud Fante, 2005), a violência tem como principal característica a


agressão oculta. Qualquer mudança que ocorra no comportamento da criança ou do
adolescente, por mais insignificante que pareça, deve ser observada e cuidada. A
maioria dos pais e professores não estão atentos para as situações de intimidação ou
potencialmente promotoras de violência, que podem afetar crianças e jovens no seu
desenvolvimento psíquico, emocional e até mesmo físico, trazendo graves
consequências para o seu relacionamento familiar, comprometendo desta forma sua
vida escolar como um todo. A maioria das crianças relutam em falar que estão passando
por um problema de violência na escola. Essa característica implícita do fenômeno é o
que dificulta a ação de pais e professores em identificar a ocorrência dessas pressões.
O motivo principal para isso é o sentimento de vergonha que a vítima experimenta por
ter que admitir que está apanhando ou sofrendo gozações na escola, ou ainda por temer
represálias do agressor. Fante (2005, p.74) afirma que um dos mais importantes sinais
que a criança e o jovem podem dar nesse sentido é a própria queda do seu rendimento
escolar e, porventura, uma resistência obstinada em ir para escola. Esses sinais devem
ser encarados com maturidade pelos familiares e pela própria escola, pois podem
anunciar um problema fora da seara pedagógica ou psicopedagógico.

Todavia, há um lado ainda mais complicado de enxergar as situações de


violência escolar. Para Fante (2005), pais e professores devem estar atentos para não
se precipitarem ao considerar seus filhos vítimas de violência na escola. O ideal é
observar se não é o próprio comportamento da criança ou do adolescente que motiva
sua rejeição, ou se não é ela mesma que, inconscientemente provoca determinadas
situações com as quais não consegue lidar com facilidade (vítima provocadora), caso
em que a criança necessita de acompanhamento psicológico.

METODOLOGIA DA PESQUISA

A presente pesquisa investigou como os professores e educandos de uma


escola da rede estadual do Ceará percebe o fenômeno da violência escolar. A pesquisa
tem uma abordagem qualitativa, uma vez que buscou privilegiar a fala dos sujeitos
pesquisados, procurando apreender as subjetividades inerentes a cada sujeito
pesquisado, no processo de compreensão do objeto em questão. Como estratégia
metodológica foi realizado um estudo de caso, levando em consideração os aspectos
centrais e subjacentes à trajetória de vida dos sujeitos pesquisados no contexto escolar.
Nesse tipo de estudo ao mesmo tempo em que é possível se observar aquilo que é
similar sobre a violência escolar no contexto pesquisado, é possível, também, evidenciar
as particularidades e experiências vivenciadas pelos sujeitos pesquisados no espaço
estudado, a fim de justificar sua escolha.

Dos 1.090 educandos regularmente matriculados na escola de rede publica


cearense, no período do estudo, 935 participaram dessa pesquisa.

A pesquisa se deu, tanto em espaços de uso coletivo no intervalo das aulas, como
pátios, quadra, cantina e demais espaço, como em situações reais de ensino. A escolha
correta do local a ser observado, levando-se em consideração todas as variáveis
possíveis de serem apresentadas foi um dos pontos a ser delimitado para que eu
pudesse ter a clara e objetiva percepção do espaço pesquisado, e se estas estavam
condizentes com o objeto da pesquisa.

O instrumento de pesquisa utilizado foi a entrevista semiestruturada. Pelo


caráter qualitativo da pesquisa, este instrumento amplificou, pela voz de cada um dos
sujeitos, as várias visões acerca do meu objeto. Trouxe a superfície da pesquisa as
divergências e concordâncias acerca do tema pesquisado, fazendo com que nosso olhar
sobre este ampliasse a medida em que entrávamos no universo de cada respondente.
Esse instrumento teve uma série de propósitos específicos para esta pesquisa, dentre
eles: determinar descritivamente o perfil etário e a distinção de gênero. Também foi útil
para delimitar a condição socioeconômica de cada um, o turno de estudo na escola.
Contudo, o foco principal do questionário foi identificar em meio as respostas as
possíveis ocorrências da violência escola. Para tanto, foram propostas perguntas bem
específicas sobre o tema, procurando identificar se o professor ou educando havia
sofrido algum tipo de violência, suas características, motivos e, no caso afirmativo, como
esta foi praticada.

RESULTADOS DO ESTUDO DE CASO

A violência física foi a modalidade mais citada entre os respondentes. Esta foi
mencionada por dez dos vinte e seis professores pesquisados, sendo nominada de
diversa maneira, como agressão física (cinco), brigas (quatro) e empurrões (cinco). Dos
participantes, dezesseis fizeram alusão à violência relacionando-a a diversos tipos de
incivilidade nas relações entre os educandos, mencionando brincadeiras de mau gosto
(dois), esconder objetos (quatro); apelidos (dois); desrespeito ao professor (quatro) e
agressão verbal (quatro). Os docentes afirmaram que é muito comum dentro da escola
ou no seu entorno, o acerto de contas utilizando a força física, algumas vezes com
resultados graves. Assim, são comuns os embates desta natureza pelos mais diversos
motivos, até mesmo assuntos banais, como questões relacionadas ao lanche, brigas
nas salas de aula por material escolar, espaço, predileção por lugares para sentar,
dentre outros. Esses episódios não ocorrem somente entre os homens, sendo muito
comuns as desavenças entre as mulheres. Entretanto, um dos elementos preponderante
para o desencadeamento dessas brigas está a diferença entre grupos rivais, antes
denominados gangues, hoje, chamado de facções. São grupos que agem segundo uma
territorialidade definida, disputando sempre o maior naco do espaço escolar e mesmo
fora dela. Os docentes afirmam, ainda, que os insultos, quase sempre gratuitos e as
provocações verbais são entendidas como precursores de ocorrências mais graves. Os
palavrões de baixo calão são comuns e até mesmo naturalizados, mas que funcionam
com um estopim para problemas maiores.

Por trás dessa linguagem rude e áspera, está um conjunto de códigos e


condutas que respeitam uma hierarquia própria entre os educandos, onde não é
permitido traições, enganos, atos de rompimento das barreiras existentes, tanto do ponto
de vista físico como simbólico. A violência simbólica pode ser percebida de diversas
maneiras. Neste caso, os docentes afirmaram que são comuns ameaças e intimidações
entre os educandos e entre estes e os professores. Neste caso, surge um novo
componente no depoimento destes, pois anunciam um tipo de violência que vem
crescendo muito no país: a violência contra profissionais em educação, principalmente,
os próprios professores. Estas ameaças são feitas de forma velada, intimidando-os em
corredores e na sala de aula, ou mesmo dando a entender que algum dano será causado
a um bem físico seu. Nestes casos, o alvo quase sempre escolhido são os carros. Alguns
deles já tiveram seus veículos arranhados, pneus cortados, embora esses sejam
eventos de baixa frequência.

O problema se agrava quando ocorre o que “P”relatou que já foi vítima de


agressão física por parte de um discente. Foi relatado, também, que um professor da
escola foi vítima de um tiro em uma parada de ônibus próxima a escola. Com relação a
estes fatos, são muitas as consequências para o grupo docente. A sensação de
insegurança leva os profissionais a conviverem em um clima tenso, desconfortável e de
difícil desenvolvimento de suas atividades. Do ponto de vista docente, além de se
preocupar com suas respectivas disciplinas, os professores se veem obrigados a
administrarem essa situação, tendo que, inclusive, abdicarem de posições mais
enérgicas no combate a violência na escola, uma vez que sabe que o poder público se
mostra inoperante no combate, mas, sobretudo, na prevenção das ações violentas na
escola. Não se trata apenas da questão de policiamento, mas de implantar uma cultura
da não violência na escola, evitando que tais manifestações se proliferem com
intensidade.

Naquilo que diz respeito as situações discriminatória de etnia, gênero, religião e


outros tipos, os professores apontam que na escola são observados com elevado nível
de frequência os casos de racismo e violência contra homossexuais, principalmente.
Contrariando a regra de um mundo machista, esse tipo indesejado de conduta também
é observado nas mulheres, que, com recorrência, também promovem tal
comportamento, ainda que sejam contabilizados menos casos do que aqueles
promovidos pelos homens.

Os entrevistados também apontaram a discriminação socioeconômica.


Educandos de menor poder aquisitivo sofrem com brincadeiras de mal gosto, estando
sujeitos a constrangimentos e problemas desta natureza. Dentre os professores, é
quase unânime as relações com relação a mudança de comportamento no contexto
escolar relacionado ao desenvolvimento e desempenho de determinados educandos.
Nas palavras deles, anteriormente, era incentivado a busca por atitudes positivas na
escola, busca pela cordialidade, pela aplicação nos estudos, além de se cultivar a
promoção de espaços cooperativos na escola. Atualmente os discentes que se
enquadram nesta condição sofrem com muitos problemas discriminatórios. Os que
conseguem obter boas notas e que são parceiros dos professores passam por situações
vexatórias, pois se tornaram alvos de muitas discriminações por parte dos colegas. Esse
quadro se apresenta ainda mais crítico se esses mesmos educandos são negros, pobres
ou homossexuais.

Outra situação de violência que tem se torando muito comum na escola são
depoimentos relativos a violência doméstica. Cada vez mais o que ocorre no âmbito
privado familiar tem reverberado no contexto escolar.

Essa é uma manifestação da violência que se dá de diversas formas e


motivações, pois, ocorre entre os pais dos educandos, entre estes e seus parentes do
núcleo familiar ou mesmo de parentes mais distantes. Segundo os sujeitos pesquisados,
o ataque à integridade da criança ou adolescente, seja físico, emocional ou pela omissão
do cuidado destes, tem impacto danoso no desenvolvimento intelectual, psíquico e
social dos educandos, problemas estes que a escola se mostra pouco ou nada
preparada para lidar. A violência que ocorre no âmbito familiar é expressa na escola.
Fica evidente na fala dos professores que o trato entre os educandos, muitas vezes de
forma ríspida, grosseira e inadequada, demonstra que os educandos o fazem quase que
sem perceber como estão agindo.

Traços de um comportamento agressivo é manifesto em muitas linguagens,


como a corporal, a fala, gestos e costumes, fato que pode ser visto nos mais diversos
ambientes da escola, como na sala de aula, nos momentos de intervalo onde ocorrem
as atividades recreativas ou de descanso. Os professores também dão depoimentos
sobre este aspecto: “Tive que conter dois educandos porque estavam esmurrando-se”.
(Professor 5). “Eles costumam brincar de se esmurrar, chutar, podendo se machucar
seriamente no intervalo”. (Professor 1). Somente algumas brincadeiras de mau gosto
por parte de alguns educandos: como apelidos que deixam alguns colegas
constrangidos, correr e empurrar o colega para ser o primeiro da fila ou para pegar a
cadeira da frente, colocar o pé para que o colega tropece, esconder o material escolar
ou os chinelos, malhar os colegas, etc.”. (Professor 2).

Muito interessante observar que até mesmo a percepção da violência no


contexto da escola pesquisada se torna algo difícil, pois os educandos não a veem com
facilidade. Esta não é uma constatação isolada. SILVA (2002), ao investigar professores
e educandos de seis escolas da Rede Municipal da Cidade de São Paulo se esses
percebiam violência no âmbito escolar e, em caso positivo, de que forma esta violência
se manifestava, a resposta foi unânime de que a escola era um espaço de violência. As
razões apresentadas foram surpreendentes, uma vez que algumas atitudes,
desenvolvidas entre professor/educando e entre os educandos, não chegam a ser
percebidas como atitudes violentas, como por exemplo: falta de diálogo entre os
educandos, entre professores e educandos, falta de companheirismo, falta de educação
doméstica, mas especialmente, pelo desrespeito dos professores para com os
educandos.
Como essas situações de conflitos podem favorecer o estresse e exigir
mecanismos de enfrentamentos, não raro há manifestações de adoecimento entre os
atores, afetando a relação professor-educando e abalando a saúde de ambos. Minayo
(2005), salienta tanto em nível individual como coletivo, as sérias repercussões da
violência à saúde humana, ambiental e social. Um depoimento de outra professora nos
ajuda neste momento: “Essa turma apresenta várias dificuldades e em relação ao
comportamento são agressivos chegando a baterem uns nos outros. Chutam cadeiras,
mesas, destroem o material dos colegas. Existe um educando que é agressivo em tudo
que faz e tenho dificuldades em trabalhar com ele em sala de aula, já fui até para o
cardiologista por causa dele”. (Professor 4).

Quanto a testemunhar situações de violência (independente do ambiente),


65,6% da amostra de estudantes entrevistados confirmou já ter visto; 32,6 negou.
Contudo, o estudo indagava que, caso o educando tivesse presenciado alguma
violência, especificasse aonde tinha sido. Nesse sentido, foi identificado que apesar de
algumas respostas serem negativas para “ter visto a violência”, estavam assinalados os
locais onde essa violência tinha acontecido. Pode-se supor que o medo está muito
presente, entre as pessoas, quando se está falando sobre este tema, complexo,
amedrontador e que a “lei do silêncio”, sempre fala mais alto”.

Já sobre Sobre ter sofrido violência dentro da escola, 40,1% dos alunos
entrevistados confirmou, 58,3% negou e 1,6% não respondeu. Lembrando que os
educandos que negaram ter sofrido agressão, também colocaram os tipos de violência
que eles “poderiam ter sofrido”. Desse modo, 41,3% respondeu agressão física, 37,0%
verbal, 10,5% ameaças, 7,5% incivilidades, 2,0% violência sexual e 1,7% agressões
com objetos variados. Diversas modalidades de violências foram apontadas pelos
educandos nesta pesquisa, sobressaindo-se agressões físicas e agressões verbais.
Além dessas situações a pesquisa também identificou a ocorrência de outras formas de
violações dos direitos da pessoa que acontecem nos espaços escolares, a exemplo das
ameaças e incivilidades, que pode também implicar em violência física. Estes dados
contrariam os achados da pesquisa realizada por Abromovay (2006) em cinco capitais
brasileiras e distrito federal com alguns educandos de escola pública do ensino
fundamental e médio, indicando que 65% dos educandos sofreram agressões verbais,
14% ameaças e 5% já apanharam na escola (agressão física).

Considera-se que a violência está presente no âmbito escolar apresentando


como um problema e um grande desafio para todas as pessoas que fazem parte desta
dinâmica escolar. A saúde e a educação estão interligadas sendo impossível obter-se
um ensino e aprendizado de qualidade em um ambiente de insegurança, medos e
incertezas. O envolvimento de todos no delineamento de estratégias educativas em prol
do bem comum, poderá vislumbrar perspectivas do alcance de um ambiente saudável,
apesar do grande desafio de conviver, combater e ultrapassar situações limites de
violência, nas instituições educativas.

Finalmente, a presente pesquisa aponta indícios de uma realidade local, mas


que estabelece interlocução com o trabalho de diversos outros autores. Isso mostra sua
validade na medida em que o caso apresentado se mostra único, ao mesmo tempo em
que chancela pesquisas de outros autores. Esperamos com ter produzido dados que
possam contribuir para pesquisas posteriores, no sentido de abordar com maios clareza
e especificidade a violência escolar.Os resultados da presente pesquisa evidenciaram
que a escola está diante de um grande desafio para se constituir como um ambiente
saudável, promotor de segurança e de saúde, que é um dos requisitos para se atingir
êxitos, no processo de ensino e aprendizagem. Em um ambiente onde se detectam
instrumentos e/ ou arma branca (faca) e de fogo, como se cultivar paz, segurança,
solidariedade, auto estima e respeito interpessoal para criar laços e fortalecer vínculos?

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