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Numa sociedade pluralista, como a dos estados modernos, muitos são os interesses
e os pensamentos, formando um mosaico de tendências, em torno das quais os
homens se associam por afinidade. Existem inúmeras entidades de caráter
político, social, religioso, assistencial, profissional, mercantil, etc., que
agrupam homens afins por pensamentos e interesses. Todas elas dão ênfase à
entrada de um novo elemento em suas hostes, manifestando-se de forma diversa.
Desde o simples aplauso na assinatura da ficha partidária até à admissão formal
nos clubes de serviço; desde o batismo nas religiões até a cerimônia atual de
ingresso em uma sociedade iniciática. A Maçonaria não é exceção.
Mas por que motivo a Maçonaria dá tanta ênfase ao ingresso de um novo Irmão na
Ordem, através da Iniciação, que é considerada a cerimônia mais importante para
o novo adepto? Que tipo de perfil ele tem e qual o modelo de homem que se
encaixa na descrição antropológica do Maçom? Para procurar a resposta, nos
socorremos da obra "FILOSOFIA DA MAÇONARIA", de autoria do professor Di Bernardo
G. M. I. Logo aparece a diferença entre a antropologia maçônica e as
antropologias que derivam de uma religião: a VERDADE. Diz o autor: "De fato,
para as religiões, a verdade é absoluta, eterna e imutável, e é revelada
diretamente por DEUS e o homem não deve fazer mais nada a não ser aceitá-la.
Para o verdadeiro Maçom, a verdade é um ponto de referência ideal para o qual
ele converge, através do processo de aperfeiçoamento iniciático. E é um caso
limite, de fato, poderá se aproximar gradativamente dela, mas nunca alcança-la
Se o fizesse, transformaria a Maçonaria em religião, o que a Maçonaria não é".
Mas esta análise não é suficiente a caracterizar os requisitos que o Maçom deve
assumir para pertencer à Ordem, enquanto sociedade de homens diferenciados. Ele
deve integrar-se num conjunto de normas que se obriga a respeitar, normas que
comportam a obrigação de ater-se à concepção maçônica do homem, sem exaurir-se
nela. Para isso, ele necessita da Luz maçônica, que só lhe pode ser entregue
através da Iniciação. Só na iniciação ele compreenderá ter entrado numa dimensão
ética nova, num liame simbólico com outros homens diferenciados, a quem foram
revelados os mesmos "segredos". Tornar-se-á uma "pedra bruta" única, no meio de
todas as demais pedras brutas. Ele desbastará a SUA pedra bruta, com, a
colaboração dos outros Irmãos, de forma reciprocamente essencial e pessoal.
Surge aí, para os incautos, o primeiro choque e, por fim, a pergunta: Será que a
Maçonaria é uma organização anacrônica e superada, que numa época em que todos
reclamam por seus direitos, aponta e exigem do maçom apenas DEVERES e
OBRIGAÇÕES?
Cumprindo suas obrigações para com os Irmãos, com a Loja, com a Maçonaria e com
a sociedade, o neófito poderá abstrair-se do material e perscrutar seu interior,
no qual a Iniciação já jogou, por intermédio da luz de seus ensinamentos, a
semente da especulação, da procura da VERDADE.