Você está na página 1de 4

UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA - UNEB

DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO - CAMPUS VIII, PAULO AFONSO/BA


CURSO DE BACHARELADO EM DIREITO

CARLOS LUIZ DOS SANTOS

Trabalho proposto pelo professor Jean


Roubert da disciplina de Ética Profissional
em que propôs a elaboração de um
resumo sobre a vida Ética de pessoas de
referência histórica, artística, ou política.

Dez./2021
A Ética em Rui Barbosa

Introdução

Algumas perguntas são pertinentes, quando se propõe a falar sobre algo, ou


principalmente alguém. Quem é, ou quem foi essa pessoa? Qual foi sua formação?
Qual seu pensamento político, o que ele ou ela defendia? São indagações como essas
que precisam de respostas e estas encorpam a imagem que tem toda personalidade.
Rui Barbosa não foi somente um jurista em determinada época política histórica, ele
atuou nos mais elevados ideários do Estado moderno, e com isso fez uso de uma
personalidade ética, e ao mesmo tempo lutou para a instituição de um Estado ético e
democrático.

Quem foi Rui Barbosa?

Nascido aos cinco de novembro de 1849 em Salvador, Bahia, no tempo do Império do


Brasil, Rui Barbosa foi um jurista, contudo, os escritos biográficos dão conta de que ele
foi um polímata, portanto, escritor, político, filólogo, tradutor e orador, bem típico
para a sua época.

Sua formação? Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo (1870).


O que ele defendia? O federalismo Brasileiro, abolição da escravatura, direitos
fundamentais, atuou como ministro da Fazenda (1889).

Entre suas obras tem uma que é muito pertinente ao que propõe esta disciplina “O
dever do Advogado” que segundo STIVAL (2018) anseia por leituras contemporâneas
pois segundo ela traz lições de ética profissional no exercício da advocacia. Segundo o
que consta a obra, o jurista Evaristo de Morais, o qual pertencia a um determinado
grupo partidário civilista, este buscava em Rui Barbosa orientações para se aceitar ou
não a causa de um opositor político, Mendes Tavares, o qual cometeu homicídio
contra sua esposa por suposto adultério.

Evaristo Morais pergunta o seguinte a Rui Barbosa:

Devo, por ser o acusado nosso adversário, desistir da defesa


iniciada? Prosseguindo nela, sem a menor quebra dos laços que
me prendem à bandeira do civilismo, cometo uma incorreção
partidária: (STIVAL, 2018)

Rui Barbosa foi clássico em sua resposta ao jurista afirmando que em se tratando de
questões criminais, não há causa indigna de defesa, e esta deve ser a voz dos direitos
legais de uma pessoa, por mais horrendo que seja o delito. E que mesmo havendo uma
reprovação popular do crime o advogado deve buscar na legalidade estrita a
regularidade processual. (STIVAL, 2018)

Na obra de 1981 “O discurso no Colégio Anchieta” eis o pensamento do autor no


seguinte trecho:

Assim que, debaixo do céu, tudo obedece a essa eterna lei da


transmudação incessante das coisas. Si nihil sub sole novum,
também poderíamos dizer que nihil sub sole constans. Se todo
o mundo se compõe de contradições, dessas contradições é
que resulta a harmonia do mundo. Se das variações pode
emanar o erro, sem as variações o erro não se corrige. [...] O
homem não está em contradição consigo mesmo, senão
quando o está com a sua natureza moral, que o ensina a
considerar-se desonrado, quando atina com a verdade, e se
obceca no erro. É assim que o nosso próprio organismo vive,
mudando toda a hora, sem mudar nunca; porque da sua
identidade realmente não muda, senão quando, quebradas as
suas leis orgânicas pela doença ou pela morte, deixa de
eliminar o que deve eliminar, e absorver o que lhe convém
absorver [...]

Referências bibliográficas

BARBOSA, Rui. Discurso no Colégio Anchieta. Rio de Janeiro: Fundação Casa de Rui
Barbosa, 1981.

STIVAL, Mariane Morato/Acessado 25/11/2021 em LEITURA CONTEMPORÂNEA E


INTERDISCIPLINAR DA OBRA “O DEVER DO ADVOGADO” DE RUY BARBOSA - Jus.com.br
| Jus Navigandi

Você também pode gostar