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precisa saber
sobre créditos
de carbono
(e nunca soube
como perguntar)
Guia RESET de
Créditos de
CARBONO
Um oferecimento:
Julho/2022
UM MERCADO QUENTE…
E COMPLEXO
Nunca antes se falou tanto sobre créditos de carbono.
Esse guia busca resolver dúvidas como essas, tratando o assunto de forma
didática, mas ao mesmo tempo em profundidade para quem quer entender
como funcionam esses mercados na prática.
Prazer, Reset!
Recebeu este guia e ainda não conhece o Reset? Prazer, somos um
veículo de jornalismo digital e independente voltado para a cobertura
de negócios e investimentos sustentáveis.
Natalia Viri
Cofundadora do Reset
Vamos a eles.
Vamos supor que uma empresa tenha permissão para emitir 100 toneladas
de carbono. Se ela lançar 110 toneladas na atmosfera, vai ter de comprar
permissões para essas 10 toneladas excedentes de outra empresa
regulada pelo sistema que tenha emitido menos do que poderia.
56 84
bilhões bilhões
Aqui, uma empresa (ou indivíduo) nos Estados Unidos pode comprar um
crédito no Brasil ou em qualquer outro lugar do mundo. A relação é bilateral e
não é sujeita a uma regulação. Mas existem certificadoras e melhores práticas
para garantir a integridade desses créditos, como veremos mais à frente.
800
600
400
200
0
2015 2016 2017 2018 2019 2020 2021*
Florestas e
uso da terra 115
Energia renovável 80
Eficiência energética 16,1
Agricultura 3,4
Gestão de resíduos 2,7
Transporte 2,1
Household devices 1,8
Processos químicos/
indústria 1,1
0 25 50 75 100 125
Fonte: Ecossystem Marketplace - set/ 2021 (dados no acumulado de 2021 até agosto)
É uma questão complexa e que gera muita controvérsia, mas dá para ilustrar
o conceito com um exemplo real. No começo da década passada, os projetos
de energia renovável, como eólica e solar, só faziam sentido econômico com
a receita vinda dos créditos de carbono. Não fosse essa receita, eles não
sairiam do papel.
E quem garante a
origem dos créditos?
Há diversos programas de certificação de projetos
de carbono desenvolvidos por atores privados.
A origem do REDD+
O REDD+ nasceu na Convenção-Quadro de Mudanças
Climáticas da ONU, estabelecendo critérios para remunerar
os países que reduzem as emissões causadas pelo desmatamento.
Nesse meio tempo, o MDL ficou numa espécie de limbo e seus créditos
passaram a ser negociados no mercado voluntário, normalmente a
preços mais baixos.
Hoje, essas metas só podem ser atingidas via reduções de emissões que
acontecem dentro de cada nação. O objetivo central do Artigo 6 é criar
mecanismos que permitam tornar essas metas mais ambiciosas via a
cooperação entre as nações.
Dos 29 artigos que compõem o Acordo de Paris, esse é o que levou mais
tempo para ser implementado: os países só chegaram a um consenso sobre
seu desenho geral na COP 26, realizada em 2021, em Glasgow.
Isso não quer dizer que as transações do mercado voluntário como são hoje
não têm integridade e são inócuas. Uma das preocupações nas negociações
era não engessar as trocas espontâneas de créditos e matar um mercado
que está em plena infância e se expandindo rapidamente.
Contabilidade:
Ficou definido que, quando o país comprador
usar os créditos de carbono para abater de sua
meta, esses créditos têm que ser descontados
da meta da nação hospedeira do projeto que
originou os créditos, para evitar uma dupla
contagem. O nome desse desconto é “ajuste
correspondente”, um dos principais pontos de
controvérsia que adiou um acordo por anos.
Origem:
Para serem descontáveis das NDCs dos
países compradores, os créditos terão de ser
aprovados pelo país onde foram originados.
Cada país terá que criar uma estrutura de
governança própria para isso.
Metodologias:
Um comitê de países operando no âmbito
da ONU vai determinar que tipos de projetos
e quais metodologias serão aceitas para fins
de artigo 6. Isso ainda deve levar um tempo.
Se uma empresa diz que quer chegar ao net zero, mas sua estratégia é
apoiada principalmente na compensação, sinal amarelo!
>>Mais no Reset:
Como saber se as metas climáticas vão além do marketing
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